Como me misturei com um remix de Jonh Cage 2 (401-801)

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DELALANDE CAGE

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DELALANDE CAGE

© Pierre Delalande, 2018 © Waf Books, 2018

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DELALANDE CAGE

COMO ME MISTUREI COM UM REMIX D E J O H N C AG E

2 - [401/801] PIERRE DELALANDE

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401

subjectividade intersubjectiva expandindo a múltiplicidade na não-dualidade

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402

no desapego hรก uma visรฃo da linguagem que acolhe os solecismos

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403

ordem — mantém a cozinha arrumada e prova (ou aprova) os desvios ortográficos

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404

limpa linguagem a fingir-se grandiosa

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405

o que relaxa a sintaxe melhora a governabilidade

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406

o que é que vem depois da inutilidade?

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407

livro

onde tudo se faz acontecer depois de tudo ter sido parodiado

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408

as aventuras do amor dispĂľem para dizer maravilhosos disparates

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409

senta-te em ti

depois das paródias e descarta as refutações do ambiente

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410

os aborrecimentos são utilidades que põe a pairar a "arte" como hetero-auto-alteração a diversificar o mundo

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411

espaçar o desaparecimento das estruturas e o mais possível as acções

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412

manter pendurado

o nada dos opostos

questionando o estudo

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413

(a vida dá-se para que haja posse e a libertação possa ser a convivência tranquila do Agora e das coisas a mais)

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414

multiplicidade das intermitências para aperfeiçoar a incompreensão poética

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415

a espontaneidade de Antifonte é a deambulação das opiniões dando lugar a uma música qualquer

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416

interagem

no interrompido vibrando

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417

"coerência"

da multiplicidade — trans-menipeia a tornar-se montanhosidade —

cartografia de filões abdutivos e interpretativos

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418

os problemas da não-comunicação introduzem o anonimato na complexidade

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419

despejar coisas

é "arte"?

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420

os problemas sรณ se resolvem pela trans-menipeia

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421

a actividade que centra as coisas no imprevisível dá lucro?

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422

pluralidade dispersando coisas que se dispersam centrando — variações entusiasmadas com o desconhecido a compor

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423

desenhar, executar, dançar, escrever, meditar — a alegria das sensações que vem ter connosco

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424

múltiplicidades a fazer perguntas como (não-)actividade

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425

diversificar as partes para sentir a pele do kairos

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426

mudando-se em si a artephysis é instantânea espontânea reorganizando a cada momento a mudança das leis do imprevisível do interminável do incomeçável

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427

tudonada de não-intenções — o oportunismo da natureza realiza-se através de coisas artephysicas

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428

auto-negação para diversificar o que pensamos = desprevenir o nosso corpo

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429

estamos em excelentes condiçþes para jardinar as estruturas dos pensamentos da artephysis

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430

múltiplos modos de interfaces rítmicas no desimpedimento do fazer

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431

no auto-imitar o mimetismo muda a pele?

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432

mimetismos a nadar nos seus modus operandi, etc.

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433

a alegria confusa? o inventรกrio jovial do corpo?

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434

a comédia é advinhação libertando os imprevisíveis — comédia da artephysis a ecologizar a acção — afirmação do prazer de viver assumida — ambiente de acções a desfazer o mainstream

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435

a arte é a confluência de despropósitos que busca não encontrar a sua unidade

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436

é ≠ é = natureza

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437

o controle nรฃo serve para aceitar os actos sรณ para acatรก-los provisรณriamente

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438

a artephysis imita-se a si como mundo e paixĂŁo

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439

discurso de descontroles ramificando as mais brejeiras aparĂŞncias

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440

o bom-senso

do activismo possivel

arrasta os modos de operar

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441

andamos a tentar

escapar

ao relacionamento das relações mas é cada dia mais difícil

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442

há uma Sociedade que quer surgir do espontâneo — ao imitar-se diverge de si mesma

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443

transforma-se a pluralidade na atenção ao acaso

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444

em qualquer tédio vemos centros pulverizando fragmentações

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445

a coexistĂŞncia desiquilibrada da actividade de todas as coisas

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446

instruções de dissimilares — desejos eróticos que centram

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447

o que faz a totalidade

é a heteronomia

e a co-autoria na relativização do pluralidade

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448

nosso é só

o imprevisível

52

dos apegos


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449

serรก melhor sentir-me Deus sendo ateu?

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450

o ateísmo de Deus é a máxima garantia da sua divindade

54


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451

o desconhecido, senhores revolucionรกrios, sou eu mesmo antes de ser eu

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452

somos todos divinos mas temos medo de o reconhecer e tirar as restantes consequĂŞncias (burlescas?)

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453

auto-expressão como anti-expressão

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454

homens em moksha no tĂŠdio da espontaneidade a fazer o acolhimento do absoluto mascarado de nirvana

58


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455

das revoluções já sabemos o que nos espera — o quê? micro contra-revoluções sucessivas?

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456

dispersando-nos amamos pluriversos

oferecendo-se à atenção

e à tradução

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457

ele anda a velhar a comédia permanente — é a sociedade transmtir o prazer de dar mais

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458

a jardinagem erótica e a ordem geométrica são boas para começar

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459

o anagrama ĂŠ um jardim em que floresce a ordem

agora

e a desordem antes e depois

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460

seria mais correcto pedir explicações ao acaso do que acalentar ressentimentos por amores ou por políticos?

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461

tudo sob a arte atrai as moscas a comeรงar pelas velhas pinturas dos museus onde se acumula a merda destas

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462

o sublime como uma rasteira faz-me tropeรงar no banal

66


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463

cresรงo obliquamente nas barbas felpudas da ubiquidade

67


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464

as parábolas exageram nas palavras o tédio da natureza

68


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465

os homens desaguando nos mitos que nos questionam sacodem quer a desordem quer a perfeição

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466

anonimato = velocidade das ideias

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467

ele tornou-se na inércia da percepção do mundo

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468

as situações arranjam fins para as possibilidades

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469

erros de receptividade prenhe

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470

apoderam-se de mim antes do meu corpo delinear

74

a mínima estratégia


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471

o desconhecido arrasta multiplicidades e o nada-intermĂŠdio

75


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472

temos o imprevisível da tentação em lugar das tentativas

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473

indigificamos Apollo

porquĂŞ?

77


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474

o engenho é algo que facilita a transcomunicação

78


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475

desfrutamos de excelentes emoções na impávida privacidade

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476

demasiados exílios para tão poucas heteronomias — diferentende-as

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477

um governo livre de legislar tudo a comunicar depois é um Yeshua?

81


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478

o coexistente contradiz-se

poĂŠticamente

82


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479

um governo que se protege nos anagramas serรก justo?

83


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480

desenhei cartas telegráficas com as nove emoções permanentes

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481

protolinguas a flamejar um todotudo refractรกrio

85


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482

possuem-nos talvezes

nesta confusão

que luta com a paciência

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483

a perfeição convida para alegres enredos as emoções originais

87


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484

trabalho

(sem ideias) a possibilidade de mais dĂşvidas

88


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485

expus emergĂŞncias

nas divergencias

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486

abotoo a futura debilidade num glorioso agora

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487

evitas o lugar do trabalho de onde deriva o nada

91


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488

perguntamos para aprimorar enganos

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489

o centrado inclui muitas perguntas porque tudo é Negação?

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490

ele andava vestido

de entrelaรงante Interior

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491

o seu meio ambiente ĂŠ o aborrecimento do anonimato que destrutura?

95


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492

a comédia das respostas é a glória do punidor

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493

a novidade é um strip-tease invertido aqui

sempre

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494

comi o meu protagonista para acabar com certa dúvida quanto à intriga

98


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495

o acaso no estudo visto pelas frestas parece misterioso

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DELALANDE CAGE

496

expus os passos exagerados

dos deuses em livros

e na maravilha de os invocarmos

100


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497

aprendi que a filosofia nos empurra para práticas que estão a tornar-se em modos de dar à sociedade a impredictabilidade que esta precisa

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498

os modos pessoais sĂŁo o que temos de mais conservador

102


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499

não encontrei nas normas sociais nenhuma recomendação «descritiva» que fizesse sentido

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500

tentei dissimular-me

na tranquilidade

do saber que brota criativo

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501

a quiescência

é dádiva —

a tal-qualidade é o óbvio

105


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502

o que eu não quero fazer por eles vai-se fazendo

através da tranquilização

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503

devíamos ter um sítio para auto-imitar a anarquia e outro sítio para passear a creatividade

107


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504

há um nada a resguardar o que sobra

108

às intuições


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505

o erro

tem uma taxa de sucesso que entra pela auto-expressĂŁo adentro

109


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506

há influências de questões que nos fazem todos

loucos-sábios

110


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507

gastamo-nos em sucessos surpreendentes

111


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508

mesmo antes de saberes qualquer coisa de novo ou de macaqueares mimetismos do vazio livra-te de deitar o espirito fora do maravilhoso

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509

o inesperado

tem o hรกbito de desconfiar dele

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510

a glória como acaso

transgénico

114


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511

o jardineiro interior insinua idĂŠias de guerra!

115


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512

para Diógenes o exílio é o vivermos juntos?

116


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513

mudar o pensamento para táticas de estética é pretencioso

117


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514

ele anda a tornar-se

quase silêncio

na loucura da Utopia e não sabe bem porquê

118


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515

como um louco que se acha deus nós achamo-nos na floresta que se arruída e avançamos pela escuridão?

119


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516

circunstâncias são o que nos faz mais humanos

120


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517

preferimos os gracejos da sabedoria com cogumelos alucinogĂŠnios

121


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518

o mundo nunca poderรก escrever a sua atribulada histรณria

122


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519

o Estado sugeriu que nos livrassemos dos desempregos com palavras de ordem revolucionรกrias

123


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520

acabam por descrevê-lo

exactamente como

não é e isso fá-lo sorrir

124


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521

o inconsciente anda muito carente de anĂşncios obsoletos

125


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522

depois da comédia as respostas com números são inquestionáveis?

126


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523

ao lerem-no acabam por achรก-lo

um poltrรฃo

127


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524

aditamentos?

fortes!

128


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525

trapalhices romanescas a fazer chantagem permanente Ă verdade

129


DELALANDE CAGE

526

enquanto as memórias

deformam o passado

a vida tapa os subconjuntos da libertação (que também está no apego) — estes tornam evidentes os seus entrelaçantes temas

130


DELALANDE CAGE

527

os diários disfarçam

a falta de Utopia

vibrando de complexidade na devoção erótica

131


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528

o mal-estar de um presente que nĂŁo se pode agarrar

132


DELALANDE CAGE

529

sabemos que qualquer ordem mantĂŠm conflitos subjacentes

133


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530

a idéia mais comum

pode brilhar

graças a quase nada

134


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531

a obscura natureza da physis renĂşncia a si mesma

135


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532

sou constelações que chegaram com um simples toque — é o que dizem as decoradoras!

136


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533

acolhimento do acaso: entusiasmo hibridizante

137


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534

obras desengatando pluralizando mudando abruptas o eu de base

138


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535

isolamento e acolhimento do ambiente (que agradรกvel!)

139


DELALANDE CAGE

536

propensão para o desconhecido através do enredo a escapar ritmicamente?

140


DELALANDE CAGE

537

centrar é activar a sobreposição de séries trabalhando o não-si

141


DELALANDE CAGE

538

eu sou o fundo de todos os mĂşltiplos que interagem

142


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539

homeoestática prenhe relacionante (a auto-libertação pela arte)

143


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540

um princípio é uma ficção impura — uma ficção é antecedida por algo sem ínicio

144


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541

qualquer deus é oprimido pela responsabilidade de fazer qualquer coisa em troca de um sacrifício porreiro

145


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542

a musa deve saír da estante e jardinar revoluções

146


DELALANDE CAGE

543

condensamentos

para apetĂŞncias aventureiras

147


DELALANDE CAGE

544

ideias sujas surgem no prazer do banho

148


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545

a morte é a ambientalidade do deus fugindo-se a si mesmo

149


DELALANDE CAGE

546

é na propensão para o desconhecido que nos acham os outros

150


DELALANDE CAGE

547

o esquecimento é o neto predileto da fraternidade

151


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548

o remoto Homem-Natura ĂŠ a medida de todos os jardins

152


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549

educação = permanente emotividade

153


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550

clara e expansiva é a natureza da imagem

154


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551

todas as emoções libertam tudo e com arte é mais imediato e concreto

155


DELALANDE CAGE

552

renúncia ao emprego? usa as colisões para transformar pela interiorização

156


DELALANDE CAGE

553

inconsciente pluralizando a história que também se re-escreve amorosa

157


DELALANDE CAGE

554

cada obra de arte nova é um grau múltiplo-zero de resposta às emoções?

158


DELALANDE CAGE

555

movemo-nos na histรณria como excesso movemo-nos a escutar o mundo simulando simplicidades

159


DELALANDE CAGE

556

o pavรฃo zero

de todos os fenรณmenos

160


DELALANDE CAGE

557

erros de receptividade

no nada-intermĂŠdio

161


DELALANDE CAGE

558

o imprevisível das derrotas e dos falhanços como algo inquestionável

162


DELALANDE CAGE

559

múltiplos a polir o informe o primitivo

o clássico

o maneirista

o barroco

o rococó

163


DELALANDE CAGE

560

arte como mudança de clima de influência

164


DELALANDE CAGE

561

ele era romantico a percorrer o ciclo natural das parecenças e provocações

165


DELALANDE CAGE

562

a disciplicência da arte precisa dos estilos como se fossem estações

166


DELALANDE CAGE

563

a primeira intimidade

é instantânea?

167


DELALANDE CAGE

564

ele acha o interessante

surgindo da

desatenção e também o feedback vindo para fazer variações

168


DELALANDE CAGE

565

gerações de atenção repetida a perguntas vindas do acaso

169


DELALANDE CAGE

566

fiz indisciplinas — deram em bibliotecas

170


DELALANDE CAGE

567

gosto de pedidos

perdidos

171


DELALANDE CAGE

568

livros debruรงados no strip-tease da pseudonomia

172


DELALANDE CAGE

569

sou uma comédia

que é uma causa

a livrar-se de acordos constrangedores

173


DELALANDE CAGE

570

a impossibilidade explora assuntos meticulosamente

174


DELALANDE CAGE

571

estou numa autobiografia em estado de emergência — no fundo é um diário de emoções

sem factos

que se parece com aforismos

175


DELALANDE CAGE

572

abotoo a disciplicência

com insistência

176


DELALANDE CAGE

573

a fama é o melhor ódio quando menos dá jeito

177


DELALANDE CAGE

574

qualquer frase

é posse mas falta-lhe e o tacto

178

o cheiro


DELALANDE CAGE

575

andam a Shakespecular sobre um mim que estรก noutro lado

179


DELALANDE CAGE

576

gosto de cogumelos em guerra

180


DELALANDE CAGE

577

ver os sons ĂŠ a maravilhosa aventura do pateta

181


DELALANDE CAGE

578

tenho um Japão bonsai que me faz mais político sem eu dar por isso

182


DELALANDE CAGE

579

estou cheio

como a vida mas Ă s vezes apetecia-me

estar mais vazio

como a

morte

183


DELALANDE CAGE

580

quanto maior a educação maior a misindeterminacy

184


DELALANDE CAGE

581

não vale a pena tapar a falta de estrutura rítmica da des-meditação porque acabamos sempre por nos sentirmos libertos

185


DELALANDE CAGE

582

a matemรกtica numa frase pode ser uma convidada excentrica

186


DELALANDE CAGE

583

expus a Histรณria da Utopia enternecendo-se de complexidade num parque ecolรณgico

187


DELALANDE CAGE

584

modos de editar

a generosidade disponĂ­vel

188


DELALANDE CAGE

585

muitas ideias de ordem e desordem intoxicando-se a si ao mudarem a organização e a desorganização

189


DELALANDE CAGE

586

muitos filĂľes narrativos atraindo a alegria (com algumas tristezas intercalares)

190


DELALANDE CAGE

587

actividade da generosidade = parecido com arte

191


DELALANDE CAGE

588

sem príncipio meio ou fim (tudo debate diversificando-se no social e no poder ser remontado segundo múltiplas sequências)

192


DELALANDE CAGE

589

saber trabalhar a desordem com o desimpedimento e alguma interpenetração

193


DELALANDE CAGE

590

cartografia do espontâneo a empregar sons eróticos

194


DELALANDE CAGE

591

entre a nadificação de Eckhart e o metamórfico… o quê?

195


DELALANDE CAGE

592

causa-efeito na multideterminação indeterminante de opostos

196


DELALANDE CAGE

593

não-totalidades a condensar expansões e a expandir condensamentos

197


DELALANDE CAGE

594

apetência

a mudar constelações

198


DELALANDE CAGE

595

como remover certos hรกbitos se nรฃo levarmos o prazer na mente espontanea?

199


DELALANDE CAGE

596

a diferença é a contra-educação permanente

200


DELALANDE CAGE

597

o liberto

indisciplina-se

201


DELALANDE CAGE

598

põe na vida as influências da melhor multiplicidade

202


DELALANDE CAGE

599

usos de acasos a deitarem-se no creativo

203


DELALANDE CAGE

600

a preplexidade acumula-se na possibilidade de levar pessoas auto-libertarem-se sempre mesmo quando nĂŁo o sabem

204

a


DELALANDE CAGE

601

livros

sonhos

filmes

a revolucionar tรกticas e o amor

205


DELALANDE CAGE

602

confia na suspeita como se fosse a aceitação de uma falsa evidencia

206


DELALANDE CAGE

603

para transformar a disciplina sê discípulo do espaço

207


DELALANDE CAGE

604

processos a passarem

pelas coisas

e pelo corpo com plantas

208


DELALANDE CAGE

605

o feedback das coisas é a resposta omnipresente da ambientalidade

209


DELALANDE CAGE

606

pelo dissimulacro barroco ainda consegues desfrutar algumas partes do Estado

210


DELALANDE CAGE

607

o rococó é propício à experimentação clandestina

211


DELALANDE CAGE

608

partilha os teus pluriversos!

212


DELALANDE CAGE

609

preparação pulsional para outros amores neste amor

213


DELALANDE CAGE

610

a possibilidade de interiorização dos outros gera heteronomia e paixão

214


DELALANDE CAGE

611

para ser ajudado na educação há que escoar as influências na imobilidade

215


DELALANDE CAGE

612

uma obra de arte é a não-não-mente a atrair a multiplicidade

216


DELALANDE CAGE

613

os mitos questionam-nos através da transcomunicação

217


DELALANDE CAGE

614

a nova desordem que te escapa continua a comunicar as nove emoções permanentes no corpo

218


DELALANDE CAGE

615

cansei-me de (me) “remisturar” entre parenteses aspas

219

e


DELALANDE CAGE

616

realizamos porque não participarmos na degradação das profecias

220


DELALANDE CAGE

617

os jogos de linguagem atraiem o eletricamente aleatรณrio

221


DELALANDE CAGE

618

des-indeterminação

esvaziando opostos

222


DELALANDE CAGE

619

ombras do amado

a relacionar ecos

223


DELALANDE CAGE

620

transformar-se

para nĂŁo dar nas vistas

224


DELALANDE CAGE

621

multlicidades a enxergarem exuberâncias de afectos

225


DELALANDE CAGE

622

passam férias nos trópicos das parábolas rasteiras

226


DELALANDE CAGE

623

desigualar os outros pode não ser moderno mas é excelente

227


DELALANDE CAGE

624

um livro com orgĂŁos a entrar em muitos corpos

228


DELALANDE CAGE

625

a "des-indeterminação" extrai-se da melancolia

229


DELALANDE CAGE

626

um clima de alegria

vinda do nada

aparece na vida

230

decapitada


DELALANDE CAGE

627

a arte obcessiva

ama as guilhotinas

231


DELALANDE CAGE

628

um homem que se parece com o desengano mas que é encantador

232


DELALANDE CAGE

629

sou um cigarro fumado pela tranquilidade da nĂŁo-mente

233


DELALANDE CAGE

630

todos as gerações dispõe do experimentar-se em sexo mas nem sempre aproveitam — o assunto é o mesmo o estilo nem por isso

234


DELALANDE CAGE

631

o nariz é o anfiteatro do desconhecido

235


DELALANDE CAGE

632

o crime

é um boi napolitano

236


DELALANDE CAGE

633

a arte é o livre arbítrio a divorciar-se (de quem?) transformando-se na pluralidade de centro, pulverizando

fragmentações

237


DELALANDE CAGE

634

desejo erรณtico de anonimato a enxugar a pรกtria depois de a sujar

238


DELALANDE CAGE

635

as dissonâncias oferecem pipocas às harmonias

239


DELALANDE CAGE

636

sou apenas um jardim sentimental a estudar a desordem

240


DELALANDE CAGE

637

na natureza não existem recuos mesmo quando parece

241

não haver avanços


DELALANDE CAGE

638

aspirar ao fim do tĂşmulo do povo

242


DELALANDE CAGE

639

as emoções libertam

da legislação

243


DELALANDE CAGE

640

a desigualdade da subtileza jurídica não é pastoral

244


DELALANDE CAGE

641

o engenho é um sábio na desordem

245


DELALANDE CAGE

642

a justiça também é infâmia quando esquece que é acaso

246


DELALANDE CAGE

643

a comunidade

é a florestação da alegria

247


DELALANDE CAGE

644

há virtudes

que reclamam fúrias

248


DELALANDE CAGE

645

faรงo propaganda dos afectos sempre

249


DELALANDE CAGE

646

as casas dos afectos

estĂŁo rodeadas

de deuses vegetais selvagens daninhos

250


DELALANDE CAGE

647

é partilhando pluriversos que pluralizamos a história

251


DELALANDE CAGE

648

teve que ser uma verdade equĂ­voca para se tornar uma escultura esquiva

252


DELALANDE CAGE

649

possibilidade de nos movermos com o pavĂŁo zero e todos os dons

253


DELALANDE CAGE

650

jardinar o sexo com sons é o maravilhoso

254


DELALANDE CAGE

651

a histรณria sรฃo os anagramas da Musa brincando com elementos abreviados

255


DELALANDE CAGE

652

anagrada-lhes viver para polir o erรณtico

256


DELALANDE CAGE

653

o anagrama não é opressivo mas compressivo

257


DELALANDE CAGE

654

o povo precisa de exemplos em slogans que nĂŁo sejam exemplares

258


DELALANDE CAGE

655

a poesia do controle — os sons beijadamente doces

259


DELALANDE CAGE

656

a ordem Imperfeita com o seu fabuloso e glorioso gostar

260


DELALANDE CAGE

657

a guilhotina é a irmã reluzente da música da mente?

261


DELALANDE CAGE

658

andamos a fingir

que ritmamos ruĂ­dos

262


DELALANDE CAGE

659

editei a irregularidade das ideias como autobiografia refutadora

263


DELALANDE CAGE

660

o importante

é sair de casa não sei muito bem para quê

264


DELALANDE CAGE

661

perdi a preocupação e tudo se mudou

265


DELALANDE CAGE

662

ser directo

como a indestinação

266


DELALANDE CAGE

663

uso a espontaneidade para corrigir o modo indeterminado como escrevo

267


DELALANDE CAGE

664

um estilo de leitura

determinante

para mudar o comportamento animal

268


DELALANDE CAGE

665

deformações do incerto musicada

musculadas

269


DELALANDE CAGE

666

há pessoas que participam na minha obra a fazerem bicha para serem influências ou sucessores

270


DELALANDE CAGE

667

strip-tease

do sentido das coisas mas ao contrรกrio

271


DELALANDE CAGE

668

o que é que nos safa de sermos variantes da fama e do anonimato enterlaçados?

272


DELALANDE CAGE

669

a experiência propícia

coisas inquestionáveis

que são complementadas

por questões

questionáveis

273


DELALANDE CAGE

670

a aquiescĂŞncia

da anarquia da natureza

274


DELALANDE CAGE

671

eu sou a minha desigualidade reciclada — devo-o a uma desordem que amolgou a simetria

275


DELALANDE CAGE

672

sentia que era um sítio para passear questões mutantes

276


DELALANDE CAGE

673

exercitava-se na desconfianรงa revolucionรกria

277


DELALANDE CAGE

674

a sociedade deriva de perguntas que levam à riqueza

278


DELALANDE CAGE

675

minusculos sentimentos em busca de ensaios

279


DELALANDE CAGE

676

a mudança da natureza como autobiografia é o semear malentendidos

280


DELALANDE CAGE

677

complexidades substituĂ­das

281

realizam o Vazio


DELALANDE CAGE

678

a lรณgica transcomunica forรงas desviantes?

282


DELALANDE CAGE

679

o desenraizamento da matemática leva à decomposição ou à perfeição?

283


DELALANDE CAGE

680

o poema atrai imagens de paisagens inadiรกveis

284


DELALANDE CAGE

681

o som engorda as perferĂŞncias

285


DELALANDE CAGE

682

roubar subtilezas para viver à gargalhada

286


DELALANDE CAGE

683

arrumar mundos profanados

287

na claridade


DELALANDE CAGE

684

gosto de micropartĂ­culas para limpar o satori

288


DELALANDE CAGE

685

o saber decapita estilos

289


DELALANDE CAGE

686

a aparência

de certos números desmoraliza-nos

290


DELALANDE CAGE

687

editei a glória através do rumor

e da calúnia

291


DELALANDE CAGE

688

memรณrias postiรงas a desviarem-se dos jogos de totalitarismo

292


DELALANDE CAGE

689

andei a roubar famas intransmissíveis — será que me ficam bem?

293


DELALANDE CAGE

690

o repartir

a tornar-se furioso da origem?

294


DELALANDE CAGE

691

futuras palavras ruminam a minha heterobiografia

295


DELALANDE CAGE

692

o louvor é parte da transacção que passo a transcrever — (…)

296


DELALANDE CAGE

693

fome de polissemia apocaliptica

297


DELALANDE CAGE

694

quero a indisciplina

como mĂŠtodo

298


DELALANDE CAGE

695

um contra-ambiente

para exagerar a pontuação

299


DELALANDE CAGE

696

perguntas que sĂŁo virgulas

300


DELALANDE CAGE

697

uma relação que prepara separações

301


DELALANDE CAGE

698

a novidade do anonimato é frequente na insónia

302


DELALANDE CAGE

699

o apetite pelo mundo adquire-se a mudar as citações e a aprimorar os equívocos

303


DELALANDE CAGE

700

adjectivos

como elixires da juventude

304


DELALANDE CAGE

701

mentiras como hipรณteses da natureza fluir

melhor

305


DELALANDE CAGE

702

o tĂŠdio

como interface a documentar

306

pelos outros


DELALANDE CAGE

703

o carrascão do rumor chama-se Anunciação

307


DELALANDE CAGE

704

os livros dispersam-nos e fazem desaprender o silĂŞncio

308


DELALANDE CAGE

705

o sexo afeiรงoa os modos de tranquilidade fora do odioso

309


DELALANDE CAGE

706

somos aperitivos para mais creatividade (em vez de cepticismo)

310


DELALANDE CAGE

707

demasiadas autobiografias para engendrar um falso anรณnimato

311


DELALANDE CAGE

708

as minhas leituras

desfazem-me

a memรณria

312


DELALANDE CAGE

709

ir criando programas (jogos) para gerar novas autobiografias

313


DELALANDE CAGE

710

tiro as camisas aos fluxos do pensamento

314


DELALANDE CAGE

711

impuseram-me a fama para satisfazerem a curiosidade por nĂşmeros elementares

315


DELALANDE CAGE

712

a nossa biblioteca serรก composta pelos livros que soubermos adiar escrever

316


DELALANDE CAGE

713

as relações tornaram-se florestas de pensamentos

317


DELALANDE CAGE

714

o pensamento da inconsistência dá visões que atraiem a linguagem

318


DELALANDE CAGE

715

tive que me exilar na matemรกtica para prevaricar em solecismos

319


DELALANDE CAGE

716

procuro calar-me e perco-me no clima propĂ­cio que relaxa a sintaxe

320


DELALANDE CAGE

717

pensamento manhoso com execução leviana

321


DELALANDE CAGE

718

publicito-me dispersando-me

322

no parecido


DELALANDE CAGE

719

jogos de linguagem a incendiarem divĂŁs

323


DELALANDE CAGE

720

desnudar os deuses

nas frases

324


DELALANDE CAGE

721

a tranquilidade das respostas finta

325

as perguntas


DELALANDE CAGE

722

a alegria de mudar de "arte" por capricho

326


DELALANDE CAGE

723

uma obstinada inclinação pelo arbitrário para fazer o luto

do sucesso

327


DELALANDE CAGE

724

aprimorar a desconfianรงa caprichosamente

328


DELALANDE CAGE

725

eu gosto de misturas

que metam a inutilidade

ao barulho

329


DELALANDE CAGE

726

expus conflitos eróticos inexistentes uma pergunta

que agrava excepções

330


DELALANDE CAGE

727

não ter juízo é a minha autobiografia

331


DELALANDE CAGE

728

a volta ao mundo

a arrumar quartos

(perspectiva de um sopeiro)

332


DELALANDE CAGE

729

o Estado sugeriu que nos livrassemos dos poemas e os substituĂ­ssemos por decretos ou planos de reformas

333

ou de reversĂľes


DELALANDE CAGE

730

o eu constitui-se atravĂŠs de musicas divergentes

334


DELALANDE CAGE

731

ando a tentar vestir

o mundo

com os objetos da histรณria

335


DELALANDE CAGE

732

a leveza confunde-se com a autoproteção da terra

336


DELALANDE CAGE

733

o amor avassalador

põe titúlos ao mundo

337


DELALANDE CAGE

734

dão pulos em parenteses até ficarem travessões

338


DELALANDE CAGE

735

o se calhar é um ambiente de des-indeterminação (misindeterminacy)

339


DELALANDE CAGE

736

somos a mesma múltiplicidade a fingir várias pessoas a cada vez

340

numa


DELALANDE CAGE

737

a novidade

do anonimato

procura um museu

341

à mão


DELALANDE CAGE

738

os fundamentos das matemáticas andam a enganar a ciência

342


DELALANDE CAGE

739

imperfeição

vai aperfeiçoando a pergunta que morde a comédia

343


DELALANDE CAGE

740

pontuação perguiçosa

a cavalgar a poesia

344


DELALANDE CAGE

741

a nossa paciĂŞncia encontra enredos na obscuridade da natureza

345


DELALANDE CAGE

742

o estudo despediu

a sua fome

346


DELALANDE CAGE

743

a renĂşncia aborta escritos na sombra

347


DELALANDE CAGE

744

a harmonia

é menos um conteúdo e mais um comício

348


DELALANDE CAGE

745

há regras que desaparecem no silêncio dos usos

349


DELALANDE CAGE

746

estou a usar a telepatia como forma de desmaterializar a glรณria

350


DELALANDE CAGE

747

a ética é uma inexorável comédia no vortex da arte

351


DELALANDE CAGE

748

os mapas

evadiram-se do territรณrio

352


DELALANDE CAGE

749

a grandeza

a esbracejar sistemas

e a libertar o impuro nada

353


DELALANDE CAGE

750

a arte é surpreendida pela arrogância das mudanças

354


DELALANDE CAGE

751

desfazer o desejo

é Yeshua

refazer com o desejo

somos nós

355


DELALANDE CAGE

752

os nossos ouvidos estão agora num processo com o acaso em que qualquer tédio é muito mais interessante do que a beleza na natureza

356


DELALANDE CAGE

753

tive que inventar climas de influência, de parecença de disciplicência a ser ritmica ruídos de combinatórias e outros para que a minha presença desaparecesse

de mim mesmo

357


DELALANDE CAGE

754

antes de comeรงar qualquer coisa mudo todas as minhas possibilidades simultanemente

358


DELALANDE CAGE

755

ofereço-se-me à desatenção: desengatando falando lavando a minha mente com sabão e carinho

359


DELALANDE CAGE

756

movo-me com uma alma sem enigmas

360


DELALANDE CAGE

757

não me posso salvar porque me sinto sempre a salvo no meio das turbulências

361


DELALANDE CAGE

758

ao beber

sinto rodopiar a cabeรงa

na unidade

de que desconfio mas nรฃo faz mal

362


DELALANDE CAGE

759

a exuberância

é uma alegria equívoca a caír num longo caminho

363


DELALANDE CAGE

760

o enredo no estilo

é a melhor mentira

numa autobiografia

364


DELALANDE CAGE

761

não há nada como um estilo a passar por desordem com uma multiplicidade de ritmos a corroê-la

365


DELALANDE CAGE

762

a moda

é a assombrosa falsificação da obsolescência e é para já

366


DELALANDE CAGE

763

investir

no impuro desperdĂ­cio de tempo e de jeito

367


DELALANDE CAGE

764

a fotografia é uma forma de oprimir a consciência do eu com uma exactidão plana

368


DELALANDE CAGE

765

devoção por dizer

o que não vês nem sentes

ou por sentir

o que nunca verás

369


DELALANDE CAGE

766

a esperança é comediante e na maior parte das vezes acaba em risadas

370


DELALANDE CAGE

767

a sombra do generosidade

371

é a luz da época


DELALANDE CAGE

768

os pinturas entregam-se na desordem surfando a cor

372


DELALANDE CAGE

769

as pessoas intensificam o erótico fazendo variações — mas para isso há que conhecer os seus monótonos modelos

373


DELALANDE CAGE

770

qualquer coisa é madrasta bastarda mas tem que descobrir o cabrão do enteado

374


DELALANDE CAGE

771

o exílio é um modo de sublimar a lingua materna num espaço para o qual nos tentamos inadaptar

375


DELALANDE CAGE

772

usar a maldade do mundo como matéria do estudo das coisas é pouco

e triste

376


DELALANDE CAGE

773

a heteronomia

atrai a posteridade mas devagar

377


DELALANDE CAGE

774

orgulho-me de nĂŁo ser parecido com um autor mas invejo-lhe as moscas e nalguns casos os royalties

378


DELALANDE CAGE

775

pseudonomias a prestações a mudar muita coisa noutros anonimatos

379


DELALANDE CAGE

776

distinções

críticas

a recapitular

confusões

380


DELALANDE CAGE

777

começar um romance exige que tudo se torne uma balburdia e de que a solução final a que uma intriga conduz acabe numa vigorosa elipse

381


DELALANDE CAGE

778

o estudo

ao fim de algum tempo

acaba por rolar no chĂŁo

382


DELALANDE CAGE

779

corto pรกginas de um livro para arrefecer a cabeรงa

383


DELALANDE CAGE

780

hรก escritas

que abortam de excesso de simplicidade

384


DELALANDE CAGE

781

monto para nĂŁo andar

em frases burras muito depressa

385


DELALANDE CAGE

782

a comunicabilidade

impraticรกvel

torna algumas pessoas

386

subtis


DELALANDE CAGE

783

re-escrevo notas para ampliar um livro que nĂŁo se conjunta

nem acaba

387


DELALANDE CAGE

784

criar um público para não-comunicar

directamente

mas por interposto processo

388


DELALANDE CAGE

785

os museus dão a garantia errada quanto aos prazeres da inexperiência

389


DELALANDE CAGE

786

faz caminhadas para te sujares de maravilhas

390


DELALANDE CAGE

787

as utilidades (a tecnologia) ajudam-nos a rifar o divino

391


DELALANDE CAGE

788

a maior parte das questĂľes gostaria de se livrar dos seus autores e em ultima anĂĄlise da linguagem

392


DELALANDE CAGE

789

hรก respostas a mais para as grandes perguntas que ainda nรฃo foram feitas

393


DELALANDE CAGE

790

roubara os pontos de partida para que jรก nรฃo se pudesse regressar a eles

394


DELALANDE CAGE

791

sentia as excepções

como formas caricatas

& indispensáveis da banalidade

395


DELALANDE CAGE

792

considerava os adjectivos como a parte animal da linguagem a tal

que abre o apetite e encontra presas

396


DELALANDE CAGE

793

sentia os que arredam os adjectivos como criaturas deficitárias

convencidas

de que o mundo está destituído de qualidades flutuantes

397


DELALANDE CAGE

794

à falta de citações falsas tinha que dar ao litro para integrar algumas autenticas

398


DELALANDE CAGE

795

acatava os falhanรงos como oportunidades de outras coisas sobretudo clandestinas

399


DELALANDE CAGE

796

em vez de um mundo preferĂ­vel um mundo emocionado?

400


DELALANDE CAGE

797

especificidades curriculares com mรก-fama

401

do erรณtico nos arredores


DELALANDE CAGE

798

tem um sistema para ler livros na ordem errada embora seja um sistema pouco meticuloso

402


DELALANDE CAGE

799

escreve a autobiografia do ponto de vista de um derrotado pela moral e pelos factos e ao fazĂŞ-lo

aumenta-se

assim como Ă s suas vontades

403


DELALANDE CAGE

800

o místico é o que aldraba deus com a experiência de outro deus que inventou no fundo si mesmo

404


DELALANDE CAGE

801

preferia a prolixidade a qualquer síntese – assim talvez se livrasse da posteridade e dos epígonos

405


DELALANDE CAGE

406


DELALANDE CAGE

Como me misturei com um remix de John Cage 2 foi acabado no dia 10 de Fe vereiro do ano de 2018 e dado à www logo que possível pelos Waf Books

407


DELALANDE CAGE

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