Casa Lota Macedo

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casa lota macedo por SĂŠrgio Bernardes


Universidade de Brasília Brasília, Brasil

FAU

Brasil Contemporâneo

Orientação

Professora Amanda Casé

Objeto

Casas Lota Macedo

Autores Gabriel Amaral Gabriel Dutra Pedro Vitor Almeida


pra uma mulher moderna, a casa inovadora Oculta, oculta, na névoa, na nuvem, a casa que é nossa, sob a rocha magnética, exposta a chuva e arco-íris (...) - Elisabeth Bishop

A casa Lota Macedo leva o nome de uma mulher à frente do seu tempo. Maria Carlota foi responsável pela obra do Aterro do Flamengo, no Rio. Amiga da nata artística e intelectual nacional e internacional, estabeleceu uma relação amorosa com a poeta Elisabeth Bishop, transformada em filme à pouco tempo. A sua casa é um reflexo - muito bem realizado por Sérgio Bernardes - de uma personalidade moderna.


sérgio, o arquiteto Carioca, Sérgio Bernardes pode ser considerado um gênio. Nasceu em 1919 , com 13 já tinha sua própria oficina de maquetes e com 15 um projeto edficado. Em 1948 graduou-se pela Faculdade do Rio de Janeiro, numa época onde o modernismo brasileiro já levava fama. Em pouco tempo destacou-se junto aos seus expoentes como Oscar e Lúcio. Dentre suas publicações e prêmios, a Casa Lota Macedo o concedeu o

Prêmio Jovem Arquiteto Brasileiro na 2ª Bienal de São Paulo. O arquiteto, um intusiasta modernista, destaca-se pelas experimentações realacionadas à formas, materiais e métodos construtivos.

Na casa de Lota, tudo é para você estar dentro e fora. A casa é, e sempre será, um lugar de acerto visual, em que você faz o enquadramento da vista que o cerca


o tempo O projeto é de 1951. Pra se situar melhor, a Casa de Vidro é do mesmo ano e o complexo da Pampulha já havia sido inaugurado oito anos antes. Ou seja, o modernismo brasileiro já levava fama pelo mundo. Quase 30 anos após a Semana de Arte Moderna a casa apresentava, logo de cara, os conceitos do movimento. A simplicidade da fachada, a espacialidade das áreas comuns integradas, o uso inovador de materiais e principalmente do vidro sintetizam na obra o sentido do movimento. Em relação às influências mais diretas, a arquitetura norte americana da época é incisiva. A planta alongada, as alas que se distribuem pelo terreno, a relação interior e exteriror são características encontradas em várias obras do arquiteto Frank Lloyd Wright. O tijolo à vista e a pedra natural são elementos vigentes da casa Lota e da arquitetura de Wright.

1951


onde fica

.contexto .mapa do rio de janeiro

A casa Lota Macedo de Soares localiza-se no bairro de Samambaia, em Petrópolis - região serrana do estado do Rio de Janeiro. O terreno é herança da propietária e na época, esses terrenos pertenciam a elite carioca que construía casas de veraneio na região. A construção, por desejo da proprietária, a arquiteta e paisagista Lota Macedo, seria moderna em contraste com o ambiente bucólico ao redor. A residência, como pode ser observado na imagem ao lado, encontra-se isolada e parcialmente distante do famoso centro histórico de Petrópolis (aproximadamente 10 km). Sendo assim, a maneira mais fácil de acessá-la é através do carro pela Rua Djanira, onde a mesma é o destino final. .

Petrópolis nos anos 50


relação com o entorno

A cidade de Petrópolis, mas sobretudo a casa Lota Macedo, situa-se próxima ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, região de domínio da Mata Atlântica. O que permite uma grande integração com a mata ao redor e maior isolamento da residência. A casa encontra-se no final de uma rua estreita, com pavimentação em pedra e sem saída em uma área de baixa densidade com algumas grandes moradias, o que, mesmo com seu isolamento, cria uma consonância com a tipologia e com

a classe social do entorno imediato. A residência é solta no lote e permite diferentes visuais para a vegetação que a cerca. A fachada norte dá vista para a piscina e para o ateliê de Elizabeth Bishop. A fachada sul tem, além da mata, a grande escadaria de pedra como visual. A fachada leste tem como visada, sobretudo, a natureza. E a fachada oeste tem como visual importante o acesso à residência, isto é, o caminho por onde chegam os carros.


dados ambientais

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21 Jan

22 Dez

22 Dez

FACHADA NORTE

aproveitar ao máximo a pouca luz no inverno (que costuma ser bem frio na região); > As fachadas leste e oeste apresentam grande insolação durante o ano inteiro (cada uma em seu período específico do dia). Na fachada leste encontra-se a parte íntima da residência e na oeste a parte de serviços. O terreno apresenta grande desnível entre o ponto mais alto e o mais baixo. A inclinação da casa, além da questão solar, deve-se à topografia acentuada, pois ao ir contra o sentido das curvas de nível a casa consegue uma melhor acomodação no declive em que se insere.

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22 Jun 21 Maio

28 Ago

16 Abr

23 Set

21 Mar

20 Out

23 Fev

22 Nov

21 Jan

22 Dez

22 Dez

FACHADA SUL

1010m

O clima da localidade é o tropical de altitude, com verões quentes e chuvosos e invernos frios e secos. Fatores que Bernardes levou em conta ao implantar a residência e ao escolher determinados materiais para a construção. A implantação da residência no terreno buscou aproximar-se ao máximo da mata e torná-la integrada ao projeto. A casa está inclinada em relação ao norte geográfico: > A fachada norte recebe grande incidência solar durante todo o ano, sobretudo no inverno; > A fachada sul recebe pouca incidência solar que concentra-se no verão e, por isso, apresenta grande parte de seu fechamento em vidro para

985m

25m

Mapa topográfico.

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16 Abr

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21 Jan

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22 Dez

FACHADA LESTE

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22 Jun 21 Maio

28 Ago

16 Abr

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20 Out

23 Fev

22 Nov

21 Jan

22 Dez

22 Dez

FACHADA OESTE


Quanto sua compatibilidade formal, ao passo que causa um contraste com a natureza ao redor - no sentido de que é uma residência, moderna, com cobertura metálica e no meio da mata - ela também busca várias relações de semelhança com seu entorno: as pedras do volume dos quartos foram retiradas na propriedade; a grande quantidade de esquadrias envidraçadas que criam uma permeablidade visual, que traz muita luz natural para o interior e faz com que a natureza pareça ainda mais próxima; a maneira como o volume dos dormitórios se apropria do terreno e repousa sobre uma pedra ali existente e o gabarito da residência que é baixo e reforçado pela forte horizontalidade dos volumes que a formam.


do lado de dentro Ao se projetar um casa para Lota de Macedo Soares, deveria ser levado em consideração à não convenção ao formato tradicional de família e ao uso dos espaços. Portanto, partindo dessa informação, o programa de necessidades da residência comportava ateliê, quartos de hóspedes e galeria de arte. Os condicionantes estavam inseridos em três questões principais: inserir-se no meio natural inegavelmente belo; adaptar-se bem à topografia acidentada e por fim, lidar com a dificuldade de acesso. Desse modo, a casa organiza-se em alas e um eixo extenso e alongado que estabelece relação de fluxo entre as áreas de permanência. Esse eixo longitudinal caracteriza-se pela direção leste-oeste e transita entre interior e exterior, com momentos de opacidade e de transparência. As zonas podem se caracterizar em zona de hóspedes e funcionários a oeste – sul onde estão áreas de serviço e algumas acomodações; zona íntima a leste onde está o quarto da proprietária, rouparia e escritório e a zona social que possui forma mais longitudinal e é composta por estar, sala de jantar, salão, galeria e áreas de convivência. . Assim composta, a planta adapta-se à topografia do terreno e preserva ao máximo a vegetação nativa.


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N

4

planta e setrorização

zona íntima zona pública/ social zona mista hóspedes / funcionários

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Varanda Escritório Estar Galeria de Arte Rampa Galeria Rouparia Quarto

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Estar Escritório Quarto Roupeiro Banheiro Rouparia Jantar Dispensa

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Copa e Cozinha Dispensa e debará Banheiro Distribuição Hóspedes Quartos de empregados Lavanderia Pátio de serviço


acesso

N

linhas de força e fluxos

Desse modo, as linhas de força acima mostram como as duas zonas íntimas, de hóspedes e da proprietária, localizam-se em extremidades opostas, a oeste e leste. À leste temos o uso de vidro tocando o chão, enquanto a oeste o plano está em balanço sobre o riacho. Dessa forma, percebe-se certas intenções de projeto nesse zoneamento: as alas mais públicas estão sujeitas a fluxos menores a partir da entrada do terreno, enquanto a ala destinada a intimidade da proprietária é menos acessível e mais restrita, sobre a pedra e o riacho, estabelecendo uma relação maior com a natureza e menor com o público.

O eixo entre as duas alas é um passeio pelos visuais da montanha e do vale. . O perímetro da planta é irregular e o volume resultante é aditivo. Em relação aos fluxos, não existe uma flexibilidade tão grande. A maior parte do fluxo é realizado pelo eixo longitudinal, enquanto nas áreas íntimas há um entrucamento em raiz desses fluxos, impossibilitando a variedade de usos e direções.


corte AA

corte BB

Nos cortes acima é possível perceber como os planos e volumes se adéquam à topografia e garantem ora leveza e ora peso para a composição. As coberturas, em uma água, têm diferentes inclinações: a água longitudinal maior, sobre galeria, hóspedes, jantar e setor íntimo de Lota, tem perímetro recortado e cai para norte, em direção ao vale; a água transversal, sobre estar, é aproximadamente retangular e cai para oeste, na direção do acesso principal. Essa distribuição de águas pelos telhados, assim como a composição em planta buscam a assimetria e garantem uma dinâmica maior para a obra.


a cara que a casa tem Em meio a Mat a Atlântica, muito densa, a casa Lota de Macedo pousa na declividade do terreno de modo que quase se esconde de quem desce naquele local. Essa morada com jeito de galpão é composta de um volume retangular e horizontal, hierarquicamente mais importante do que outros pequenos que se desmembram dele.

Dessa forma o conjunto é predominantemente horizontal, com essa forma bem alongada. Observa-se na composição um equilíbrio considerando o jogo de volumes e materiais. O módulo opaco foi elevado para não transmitir peso, dessa forma contrasta com a leveza do vidro que compõe o restante do volume. O arquiteto apoia esse volume em uma pedra originária do local e em pilares metálicos. O efeito conseguido é de leveza, como se o plano flutuasse, pois o paisagismo camufla esses elementos de apoio. A casa foi pioneira no Brasil em estrutura metálica. Perfis duplo T sustentam o volume principal e pares de colunas gêmeas na varanda que se projetam dele na fachada norte. Ambos vencem vãos de 3 metros. Além disso, treliças metálicas de sistema em zigue zague, montadas na obra artesanalmente com vergalhões de 1/2” sustentam o telhado. Pilares, tijolo e pedra bruta sustentam telhado, sendo a pedra um material também usado na base da casa.


Apesar do metal usado na estrutura e o vidro nas vedações (trazido da Bélgica), o arquiteto teve a intenção de um método construtivo executado in loco com materiais disponíveis na região. Nas palavras de Sergio Bernardes: “As pedras não eram de outro lugar - eram dali mesmo. Faziam a continuidade de um cenário, apenas arrumadas de forma tecnológica”. Foi usada pedra bruta em vedações e base da casa, tijolos para vedações e telha de alumínio ondulada coberta com sapê (com a intenção de conforto térmico), ideia que não deu muito certo devido temperaturas elevadas. A cobertura foi substituida por um telhado duplo, no qual o colchão de ar realiza o papel de isolante térmico. O telhado foi de uma só água, com beirais ao redor de toda casa, sendo maior na fachada norte no volume perpendicular ao principal, onde se consegue uma área de varanda. A água que escorre dele segue pelo piso, onde o arquiteto cria uma espécie de canaletas que direcionam a água, como um sistema de calhas. É necessário ressaltar a importância do uso do vidro, de acordo comCarmen L. Oliveira (Escritora de “Flores raras e belíssimas”, inpiração para o filme “Flores Raras”, que conta a história da arquiteta): “A casa de Lota tinha que ser transparente como ela.” Para conseguir tal efeito o arquiteto propõe uma mistura de materiais convencionais, alguns até bem rústicos, com metal. Contrastes entre modernidade e tradição (metal, vidro, pedra, tijolo, sapê). Outro ponto importante é a fuga à simetria, que se expressa tanto em planta como em elevação. Os planos e volumes distribuídos de forma assimétrica tornam a obra mais complexa, embora ainda seja de fácil leitura visual.


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Nesse volume opaco da fachada norte, ao lado da parede de tijolo começa um plano todo envidraçado com pilares distanciados sempre de 3 em 3m, configurando ritmo para esse elemento que também serve de esquadria. Em seguida, a leitura nos permite ver uma parede de tijolos no volume que avança perpendicularmente à fachada, material também usado na superfície da extremidade direita dessa fachada, com algumas janelas dispostas novamente com a modulação de 3m, garantindo ritmo à composição. Essa fachada também evidencia a garagem logo abaixo.

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3

A fachada sul se aproxima da rocha, perdendo destaque na composição, visto que se esconde na paisagem devido topografia em declive. Sua composição é mais irregular, com pequenos volumes que avançam do volume principal. Ela é menos contínua, com planos de vidro e volumes fechados à direita.

. legenda 1

fachada sul em perspectiva

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acesso / fachada oeste

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volume da edificação e garagem

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relação interior e exterior / detalhe pra calha no chão

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A fachada Oeste é mais protegida do sol. No volume que avança perpendicular a fachada norte a parede é cega em pedras e há uma cerca viva de ficus. Os materiais são os mais opacos como a pedra e o tijolo. Nessa também se observa um acesso importante e algumas poucas janelas do lado direito. À esquerda temos em um nível mais baixo o espaço destinado à garagem. A fachada Leste também é de difícil análise devido proximidade à vegetação. A ideia que se tem é de uma interpretação da planta, na qual do volume principal se supõe um plano de tijolos com as janelas dos quartos e dos volumes que se sobressaem a vedação se dá em vidro, novamente ritmado pelos pilares da esquadria.

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. legenda 5

fachada norte e escadaria do jardim

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laje inferior e paisagismo

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fachada norte em perspectiva

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fachada sul

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análise dos dados .potencialidades

- O terreno: inserido no meio da mata, porém não muito distante (de carro) do centro histórico de Petrópolis; a topografia acentuada que permitiu tomá-la como partido de implantação juntamente com elementos naturais ali existentes, como a pedra onde repousa o volume íntimo de Lota Macedo. - A permeabilidade: visual: permitiu um visual exuberante de todos os lados da casa, além da integração feita através do uso do vidro do interior da construção com o verde do exterior. - O equilíbrio do uso dos materiais: ao mesmo tempo que Bernardes traz a inovação e o contraste da cobertura metálica com o entorno, ele compõe seu projeto com pedras retiradas da propriedade e a transparência do vidro, o que torna a residência bem integrada ao seu contexto. Além disso, devido ao clima da região, a grande insoalação tanto da cobertura como pelo vidro permite um equilíbrio térmico maior. - A implantação: que soube tirar partido da topografia e ocorreu da maneira em que o barranco não seria um empecilho. Além disso, a criação de escadas, rampas e pontes que criam um dinamismo e integram ainda mais o projeto ao seu local.

.deficiências

- Materiais: a cobertura metálica e a grande quantidade de fachada envidraçada geram desconforto térmico nos meses mais quentes. - Planta e fluxos: a casa não quebra a estrutura em caixa como fizeram outros modernistas. Apesar de um amplo espaço que distribui os fluxos, a residência apresenta alas bem compartimentados nas extremidades. Além disso, os fluxos não são muito bem direcionados pela forma e em certos momentos a casa apresenta muitos corredores. -Desconforto: o quarto de empregados e de hospedes estão na fachada oeste e receberem muita insolação durante todo o ano. -Acessibilidade: a quantidade de escadas e degraus por todos os acessos da casa dificultam os acessos e fluxos de pessoas com dificuldade de locomoção.


concluindo A Casa Lota Macedo Soares é definitivamente um clássico da Arquitetura Modernista brasileira. O seu destaque está justamente na inovação de uso de materiais e com certeza é a sua maior potencialidade. A casa não representa apenas um estilo arquitetônico, mas a aparência de uma personalidade importante pra época. Seu caráter vanguardista até hoje é característico e a beleza da composição ainda é um cartão postal. As suas referências internacionais não descaracterizam o nacinalismo imposto na residência, integrando a brasilidade do contexto aos seus espaços internos muito bem harmonizados. A obra é um legado que não pode ser visitado, mas que perdura em publicações e na história do modernismo brasileiro.

referências SEMINÁRIO DOCOMOMO SUL, 4., 2013, Porto Alegre. LOTA DE MACEDO SOARES: CASA MODERNA, MATERIALIDADE HÍBRIDA. Porto Alegre: Propar-ufrgs, 2013. 23 p. Disponível em: <http://www.docomomo.org.br/ivdocomomosul/pdfs/42 Silvia Leao.pdf>. Acesso em: 05 out. 2016. FRACALOSSI, Igor. Clássicos da Arquitetura: Casa Lota de Macedo Soares / Sérgio Bernardes. 2013. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-108652/classicos-da-arquitetura-casa-lota-de-macedo-soares-slash-sergio-bernardes>. Acesso em: 04 out. 2016. FINOTTI, Leonardo. Lota macedo soares house. Disponível em: <http://www.leonardofinotti.com/projects/lota-macedo-soares-house>. Acesso em: 04 out. 2016. ANDRADE, Nivaldo. Flores raras... e banalíssimas. 2013. Disponível em: <http://www.iab.org.br/artigos/flores-raras-e-banalissimas>. Acesso em: 04 out. 2016. MUNIZ, Erivelton. Residência de Lota Macedo Soares – Arq. Sergio W. Bernardes. 2015. Disponível em: <http://petropolismodernista.arq.br/2015/01/02/lota-macedo-soares/>. Acesso em: 04 out. 2016.



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