1969-2019 entre Recife e Paris
Sérgio BELLO 50 anos de criações 50 années de créations: entre Recife et Paris 50 years of creations: between Recife and Paris
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Projeto Grรกfico Pedro Alb Xavier
Comprometido com o seu tempo Sérgio Bello tenta levantar estruturas antigas dentro de um mundo de hoje. Ele é o arquiteto de um tempo que ainda sobrevive em nós: casas conjugadas, portões e portais, praças desertas ou um lago qualquer. Tudo acontece em pedra sob um céu de flores. Evidente que a nossa época é das anti-flores ou – como diria Baudelaire – « das flores do mal ». Por isso é lírica e feliz a possibilidade de rosas onde o olhar humano apenas consegue vislumbrar a engrenagem das estrelas. Porém o homem, para Sérgio Bello, não está senão nas coisas humanizadas. Uma única silhueta ou sombra de pessoa não aparece em seu desenho. Temos a sensação de um deserto cuidado por um povo invisível, como o persentimento de uma ausência. Talvez os personagens se movem por detrás dos espelhos e, além do olhar do artista, existem outros olhos fitando a paisagem calma que, após o dilúvio e o incêndio do moderno, ainda resiste de pé. Ele salva, através de uma força que finda suavizada, um passado, que ainda persiste como presente, diante do futuro. Assim, as pessoas inexistem, porquê o barro das construções é mais sólido que o barro humano. Contudo, Sérgio Bello será o primeiro a derrubar sua fortaleza íntima para reconstruí-la no todo, pois é possível que de suas cidades com certo « ar » interiorano, surjam metrópoles distorcidas e, dentro delas, o homem apareça de carne e osso (e não apenas de alma) profundamente vivo e comprometido com o seu tempo. A beleza de sua primeira fase já antecipa as outras que serão sucessivas e poderão voltar às flores, depois de plantar as máquinas.
Paisagem Desenho bico de pena; 1*0,40m Recife, 1976
Recife-Idealizado com Céu de Flores Desenho bico de pena; 0,60*0,80m Recife, 1976
Texto Marcus Accioly: Olinda, 1976.
Criando ecologicamente Curioso o mundo de formas e de estruturas que a arte de Sérgio Bello vem criando. Sobrados, casas, portões, ruas, avenidas, páteos de igreja, praças. Ruas sem nomes. Casas como sem donos. Portões fechados. Uma total ausência de gente. Mas na realidade é a mais ecologicamente pernambucana, nordestina, brasileiro das pinturas. Os silêncios que ela sugere são silêncios fecundos. O artista assim fecundamente criador é também um artesão. Um artesão seguro do que faz. Mais do que isto: seguro do que quer fazer, quer através de retas, quer daqueles seus retorcidos animados de um lirismo que se sobrepõe às perícias do artesão como se não precisasse delas. A arte de Sérgio sendo caracteristicamente lírica é, por vezes, dramática. Seus retorcidos é o que revelam: sua sensibilidade ao que as paisagens de sua região sugerem de dramático. É por isto a arte do jovem pernambucano uma arte complexa. Concordo com o Marcus Accioly em que nela o homem venha a aparecer, abrindo portões de jardins e escancarando portas de casas e janelas de sobrados.
Texto Gilberto Freyre: Apipucos/Recife, 1977.
Capelinha e Lampadários Desenho bico de pena; 0,75*1,10m Recife, 1977
Paisagem Desenho bico de pena; 0,40*1,00m Recife, 1976
Gritos de Eros A obra de Sérgio Bello reflete a sua vida e o seu temperamento. Ele conta-nos uma parte da sua história através do espaço dos seus desenhos e litografias onde, as vezes, ficção e realidade se confundem. Flores, miríades de flores preenchem o céu de uma cidade brasileira cujas ruas parecem vazias. Mas onde estão os seres humanos? Refugiados nas suas casas ou algures ou em lugar nenhum? Uma forma de vida existe no entanto: coqueiros e lampadários contorcem-se nas avenidas que se abrem em direção do horizonte. Ficção, imaginação, realidade de artista ou melhor desejo de artista. Sérgio Bello sonhava com o mundo desde a sua descoberta e o reconstruía: mundo paradisíaco, jardim de Éden onde as relações humanas eram invisíveis. Ele descobriu Paris, cidade cosmopolita, cidade farol. Tudo é dito, feito e possível. O tempo passa, as flores desvanecem e são substituídas por figuras místicas e solitárias que incitam ao pecado. Frente a vertigem, a figura narcisista de São Francisco de Assis, caçador de pássaros, oferece um refugio temporário. Recolhimento, meditação intensiva. Em seguida, é preciso renascer, aprender a conhecer o mundo, seus tormentos e suas misérias. O céu, antes sereno, se obscurece e torna-se negro. As ruínas se amontoam. Os homens aparecem reprimidos, torturados ou subjugados. Tal é a realidade. O mundo explode, é preciso romper os laços! Sérgio Bello tenta interpretar esta agitação na escala de um universo em constante evolução, onde o ser humano e ele mesmo buscam o seu lugar. A matéria em interação com a matéria gera a matéria. O universo não nasce nem morre. Movimento perpétuo no espaço-tempo que alimenta uma explosão cósmica, um orgasmo interstelar. Voltemos a terra: Os seres humanos aparecem misturados a uma explosão de erotismo na rua calçada de um Paris imaginário. Eles estão de costas, olham e descobrem o passado num espelho que reproduz sua naturalidade. Nesta exposição de arte erótica antiga (Grécia, China, Japão, Peru, Pérsia, Nepal, França, Índia e Egito) o amor carnal, sempre tão desviado, é santificado. Sérgio Bello reata com a intuição de origem das antigas religiões da Índia onde todo sacrifício, toda cerimonia sagrada é, necessariamente e fundamentalmente baseada num simbolismo sexual: “A mulher é o foco, sua vagina o combustível. As proposições do homem são a fumaça. A vulva é a chama, a introdução os tisões. O prazer a centelha. Nesse foco, os deuses depositam o sêmen. Desta oferenda nasce um ser vivo” (Chhandogya Upanishad, 5-8-1-2). Por uma série de explosões sucessivas, o itinerário de Sérgio Bello o conduziu de um mundo estéril ao centro mesmo do ser humano. Sua arte não tem nada de imóvel. Ela evolui continuamente na forma e na expressão. Quando será a próxima explosão?
1: Arte erótica na França do século XVIII
2: Arte erótica no Egito faraônico
3: Arte erótica no Japão
4: Arte erótica na Índia Litogravura; 0,58*0,78m Paris, 1982
Texto Jean-Claude Badot : Paris, 1983.
5: Arte erótica no Nepal
6: Arte erótica na Pérsia
7: Arte erótica no Peru Pré Colombiano
8: Arte erótica na China Litogravura; 0,58*0,78m Paris, 1982
Texto Sérgio Bello : Paris, 2015.
Os Gritos de Eros Entre os anos de 1980 e 1982, realizei uma pesquisa en torno de tudo o que eu pude encontrar sobre a Arte Erótica em varias civilizações antigas. Comecei recuperando inúmeras imagens plásticas sobre Arte e o Amor, na Grécia, Japão, China, Peru Pré Colombiano, França, Pérsia, Nepal, Índia e Egito faraônico. Minha intenção foi retomar estas escolhidas cenas de amor e coloca-las como parte integrantes de minhas composições plásticas, como uma sequência. Elaborei desenhos para uma série de litogravuras que intitulei « Gritos de Éros » e eu apresentava essas cenas eróticas como dentro de uma exposição imaginária. Uma exposição de Arte e Amor, como um vernissage aberto ao público, em plena rua de uma Paris idealizada. Optei por apresentar o amor-carnal, sem tabus, em todas as épocas, de um modo Universal. No entanto, nesse início dos anos 80, surgiu um grito do amor / um grito no amor. Éros & Vênus estavam sendo punidos com o trágico aparecimento do Aids/HIV no mundo! O tema que eu apresentava não era ambíguo, ele era ambivalente. Gritos do prazer-carnal e gritos do amor-ferido. O amor acometido por uma doença devastadora. Na verdade, Éros & Tânatos poderia ter sido o título desta série litográfica! Dediquei-me nove meses à esta « gestação ». Concebi as nove composições desta série. Foram nove meses de trabalho entre as escolhas das estampas originais, os decalques efetuados, os esboços adaptados, os traçados nas pedras e enfim poder fazer a tiragem limitada a 100 exemplares de cada composição 0,58 x 078 cm. Realizei estes trabalhos com muita paixão. O próprio tema exigia!
Remake/Aleijadinho: Quando uma imagem mental torna-se percepção visual Esta pesquisa consiste numa interrogação sobre a obra maior e a vida de Antônio Francisco Lisboa (1730 - 1814), escultor mulato brasileiro do “Século do Ouro”. Questiono, no percurso de sua vida, o relacionamento com o colonialismo, sua doença, a cidade onde viveu, e o Estado de Minas Gerais em um momento de efervescência política. Estudo também os detalhes plástico e estético de sua obra encomendada pela igreja Católica e a possível subversão” de uma criação visivelmente marcada por uma doença de origem obscura numa sociedade igualmente doente. Filho de um arquiteto português, e de uma escrava africana haussa, Antônio Francisco Lisboa é conhecido pelo apelido de “O Aleijadinho”. Aos 47 anos de idade começou a ser torturado por essa misteriosa doença discutida até os nossos dias. Lepra ou sífilis, este mal vai pouco a pouco lhe roendo os dedos das mãos, dos pés e deformando várias partes do seu corpo. Em que esta deformação física influenciou sua criação artística ? “O Aleijadinho viveu em Vila Rica em pleno Ciclo do Ouro. Esta cidade hoje Ouro Preto (Minas Gerais), cintilava do comércio do ouro, do diamante e outras padras preciosas. Colônia escravocrata portuguesa, o Brasil dos anos 1700 se impregnava de um sentimento nacionalista enriquecido pelas ideias de Rousseau, Voltaire, entre a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que culminou em 1789 com a Conjuração Mineira. Este movimento foi brutalmente reprimido : o Brasil apenas se liberou da Metrópole portuguesa no dia 7 de Setembro de 1822, oito anos após a morte do artista. Vale a pena salientar que Aleijadinho nasceu 10 anos após a execução de Felipe dos Santos ; ouviu contar todas as atrocidades cometidas, foi contemporâneo de Tiradentes ; não foi escravo porque obteve uma carta de alforria do seu pai quando do seu nascimento e como mulato não tinha direito de assinar suas obras. Não admirava certamente que certos senhores das minas tivessem escravos mulatos” (Fernando Jorge - “O Aleijadinho” - Edições DIFEL). Ligado aos Franciscanos beneficiou de uma certa proteção da “Igreja mãe”.Sabendo que a Igreja Católica luso/brasileira era cúmplice da colônia e da escravatura, considero o Aleijadinho como um resistente inscrito no partido dos reacionários . Aproveitou o mecenato desta instituição para gravar na pedra o seu grito de interpelação : Se somos todos filhos de Deus, feitos à sua imagem e semelhança, porque eu Aleijadinho, feio, mestiço, bastardo e doente não seria também filho de Deus ? Todos os homens são iguais, segundo as ideias de Rousseau, mesmo em um Minas Gerais onde não se respeita os Direitos do homem. Assim sendo, o Aleijadinho talhou na pedra seus “Profetas” Aleijados como ele, para lembrar à humanidade e ao próprio Deus que ele também era feito à sua imagem e à sua semelhança ? Seus Profetas têm olhos como sua mãe haussa e são mais negroides do que semitas. Criticado em vida como “fabricante de monstros”, foi este artista um revolucionário, um “subversivo”, que pelo fato de ser um “pobre doente” era percebido como inofensivo ? Uma sociedade alienada recusa de reconhecer a grandeza de um artista que integra à sua obra os sinais de sua fraqueza. A Pérola negra do Barroco brasileiro : Símbolo mesmo do que se chama o “Barroco brasileiro”, como pode ele aliar o dinamismo de seu estilo com sua doença pessoal e as desilusões políticas dos independentistas ? Por qual processo de rejeição ou identificação a “deformação” física se introduziu cada vez mais profundamente na sua obra, até o ponto de quase se desfigurar a representação bíblica destes Profetas ? A palavra “Barroco”, adjetivo de origem portuguesa e espanhola, significava “uma pérola preciosa que perdeu todo o seu valor porque não é mais redonda : consequentemente uma anomalia”. Antigamente, a palavra “Barroco” significava pérola barroca
O grito do Profeta Oséas Acrílica sobre tela; 1m*1m Paris, 1990
de forma irregular e por extensão (a partir do fim do século XVII) a palavra barroco significa o que é de forma irregularmente estranha, extravagante, disforme, chocante, excêntrica. Em arquitetura o barroco é um estilo que se separa das regras do Renascimento Clássico, procura a irregularidade, o contornado, as volutas e o estranho. O barroco, nascido na Itália no Século XVI, se expandiu mais tarde nos outros países. Gostaria de fazer uma sugestão entre a antiga significação da palavra “Barroco” e a conotação Anomalia anatômica encontrada nas Pérolas negras do Barroco brasileiro (os doze Profetas do Aleijadinho em Congonhas). A palavra “Aleijadinho” é sinônimo de uma irregularidade, de um aleijão em diminutivo carinhosamente dito. Posso dizer : uma “pérola negra” que depois dos seus 47 anos de existência, perdeu sua simetria, sua forma regular, e tornou-se esta Pérola leprosa, Pérola sifilítica. Um barroco em todos os sentidos da palavra ! Uma pérola é uma preciosa malformação: um simples grão de areia, engolido por uma ostra e que resultará nesse erro petrificado no ventre do molusco. Aquele que está no centro de minha pesquisa, seria o resultado desta Ostra Monstruosa, esta “Medusa”, que foi o Estado de Minas Gerais durante sua vida ? O Aleijadinho vira o espelho para a face do Minas Gerais, termina coroado de louros, vencedor dos leões, sai das entranhas da baleia vomitando as lavas do seu gênio. Considero imagem mental, a minha visão de artista plástico sobre a obra do artista maior da arte brasileira. Meu objetivo, no campo das artes plásticas, é de colocar em percepção visual esta imagem mental. Daí o título : REMAKE / Aleijadinho : Quando uma imagem mental torna-se percepção visual. Com o conceito de “REMAKE”, minha proposta plástica é de organizar uma pesquisa prática e teórica a partir dos Profetas do Aleijadinho :
Estudos para o painel Gritos dos Profetas Acrílica sobre papel rígido; 8*0,50*0,50m Paris, 1986
realizar variações em torno dos Profetas, como “Porta vozes”, conservando a composição formal dos personagens em questão e sobretudo integrar a esta pesquisa uma interpelação com uma intenção universal. O fato de querer buscar no Século XVIII o tema de uma pesquisa, não significa um arcaísmo para um artista que quer pintar o seu tempo. Através do conceito do REMAKE quero questionar a correlação entre as desigualdades sócio-político-culturais e racial, na época do Aleijadinho e no período do regime militar brasileiro entre 1964 e 1984. Como se eu, artista contemporâneo, produto desses anos, encarnasse o Aleijadinho exorcizando enfim nossas angústias de colonizado e de criador. De que maneira uma pintura poderá tornar-se uma imagem plástica que exprima uma filosofia com uma intenção de interpelação universal ? Como realizar uma pintura com uma imagem plástica que significa apenas uma imagem reduzida e limitada da realidade, e tentar, através dela, comunicar os personagens e os fatos de uma maneira que esta imagem nos permita passar uma mensagem de interpelação ? Quero que meus personagens “aleijados” simbolizem fielmente meu pensamento político de homem : que esses “aleijões” sejam percebidos como a doença da qual sofreu o Brasil da escravatura, da Inconfidência abortada, assim como o Brasil leproso da ditadura militar. Aleijadinho que era tão devoto, foi protegido e financiado pela “Igreja mãe”, realizou uma obra aparentemente “cristã”, que na realidade é uma obra onde o drama religioso é expressamente confundido com o drama da humanidade. Autores brasileiros e críticos falam da “produção artística” do Aleijadinho. Pessoalmente sou contra o emprego desse termo e creio que para uma obra vertical como essa do nosso artista maior, temos que falar em termos de criação artística. O termo “criação” nos conduz a uma visão vertical, transcendental e pode ser traduzido pela palavra “fé”. Fé religiosa quando ele concebe dramas religiosos e Profetas. Fé universal quando o sofrimento desses dramas na sua criação se ligam a dor da sua raça oprimida, a execução de Tiradentes, de Felipe dos Santos, as ideias de Rousseau, a Independência dos Estados Unidos e
a Revolução Francesa. Uma obra ligada a ideia de unidade, unidade diferente de globalidade ou totalidade, pois a unificação é a maior inimiga da unidade. Neste sentido de unidade, Catedrais, Sinagogas, Mesquitas e Pagodes são a mesma coisa. Os metafísicos contemporâneos dizem que os Evangelhos, o Alcorão, as escrituras sagradas são considerados códigos que permitem conhecer melhor a humanidade e a sua existência. O Aleijadinho, os Profetas, os Inconfidentes de Minas Gerais, Mahatma Gandhi, Desmond Tutu ou Dom Helder Câmara, cada um ao seu modo levantou sua crítica contra as atrocidades cometidas em torno deles. Eles são todos “famintos” visto que lutam pelos que têm fome. Pasolini e Glauber Rocha nunca cessaram de denunciar com suas “imagens”, esta “sede” universal. Eles são homens que à maneira do Aleijadinho resistiram no centro mesmo de um grupo de reacionários. O painel “Tiradentes”, do pintor Cândido Portinari, é universal visto que testemunha não somente o sofrimento do mártir brasileiro, mas o martírio de todos os que deram a vida por uma causa humanitária. Os Profetas do Antigo Testamento foram jogados seja na cova dos leões como Daniel, seja engolido por uma baleia como Jonas ; … como Andrei Sakharov, Oscar Wilde, Jean Jaurès, Louise Michel e Jean Moulin. Esses “Novos Profetas” pintaram suas telas como “O fuzilamento de 3 de Maio” de Francisco Goya, como “Guernica” de Pablo Picasso. Ou como Francis Bacon e Vladimir Velikovic ! Eles receberam “Prêmios Nobel da Paz”, como o Dalai Lama, como Rigoberta Manchu, coroados de louros. Que seja o Aleijadinho, Tutu ou Nelson Mandela, Dom Helder ou Frei Caneca, Gandhi ou Lech Walesa ; cada um o seu “Apartheid”. Brasil, Chile, Argentina, … África do Sul, Etiópia, … Polônia, … Afeganistão, Irã, Iraque, … Armênia, … Israel, Palestina, … Guernica, Hiroshima, Nagasaki, Vietnã, Tibet, Halabja … Quantos, esquecidos, não foram esculpidos no granito para lembrar à humanidade que tantos heróis ditos “cangaceiros” não são bandidos, são “porta vozes” dos oprimidos, mas apresentados como aleijados ou como leprosos?
Texto Sérgio Bello : Paris, 1987 / 1988. Apresentação das Exposições Individuais no Centro Cultural de Boulogne-Billancourt - Paris, 1988, no Centro Cultural de Kassel Palais Bellevue - Alemanha, 1988 e na Maison Internationale de Rennes - França, 1990
… Jovem, porém já consagrado pela crítica e pelo sucesso na Europa, Sérgio Bello recriou Aleijadinho, sua arte brasileira tem as raízes mais profundas e mais autênticas. Talento e sensibilidade marcam-lhe a trajetória vitoriosa, afirmação de um artista na posse de seus meios de criação, um mágico.
Profeta Jeremias do Aleijadinho Escultura em pedra-sabão; 2m Congonhas, Minas Gerais, Brasil - 1810/1812.
Estudo para o Grito do Profeta Baruque Desenho bico de pena; 0,20*0,40m Paris, 1986
O Grito do Profeta Baruque Díptico – Acrílica sobre
Jorge Amado Paris, Dezembro de 1990
tela; 2*1m*1m Paris, 1990
Os Profetas de sempre Em meio às belezas de Paris, de repente o Brasil explode na pintura de Sérgio Bello, realmente magnífica. Um Brasil que chega do passado na recriação dos profetas do Aleijadinho, do mestiço genial, projetados no tempo presente pelo talento do jovem pintor. Os olhos de ver, as bocas de praga e de condenação, as mãos de revolta contra a miséria e a ignomínia. Os profetas de ontem e de hoje são o povo brasileiro. Parabéns, Sérgio Bello. O Grito do Profeta Amós Acrílicos sobre tela; 4*1m*1m Paris, 1990
O Grito do Profeta Naum Acrílicos sobre tela; 4*1m*1m Paris, 1990
Jorge Amado Profetas ressuscitados Paris, Outubro de 1989 O mistério, a procura do princípio mágico do mundo, eis aí onde Sérgio Bello se inscreve: ele faz ressuscitar os insondáveis Profetas do Aleijadinho. Presentes estão Amós, Abdias, Jonas, Baruque, Isaías, Daniel, Jeremias, Oséas, Ezequiel, Joel, Habacuque e Naum. Francisco Brennand Setembro de 2018
Profetas de outrora Profetas de agora? Pintei o painel Remake Aleijadinho, em Paris, entre 1986 e 1988. Ele continua interpelando o tempo presente, quase 30 anos após ? Os Profetas do Antigo Testamento são os porta vozes dos povos oprimidos de outrora. Os Profetas do Aleijadinho são os “Conjurados”. Os porta vozes dos povos oprimidos na Revolução Francesa (1789) e na Inconfidência de Minas Gerais, também em 1789. Os meus Profetas são os porta vozes dos povos oprimidos de agora. (A Síria, o Iraque, Israel e Palestina, estão localizados no centro histórico e geográfico onde viveram os Profetas de outrora). O meu painel dos Profetas afobados, faz referência ao passado longínquo (Antigo Testamento), faz referência ao passado recente (Conjuração Mineira e Revolução Francesa - 1789) e faz referência ao ano de 2014: 50 anos do Regime Militar no Brasil (1964-2014). Agora, o meu painel dos Profetas continua interrogando o tempo presente, haja visto que existe um drama atual nos arredores geográfico e histórico, na região dos Profetas de outrora. Continuo interrogando-me: O homem é esse estranho animal capaz de fazer o melhor e o pior?
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Cada um dos 12 Profetas esculpidos pelo Aleijadinho, apresenta um pergaminho com uma frase inscrita em latim.
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Profeta Isaías Isaiae/Isaías, cap. 6
lat. “cum sera/phim domi/num celebra/ssent, a seraph/uno admota/est labris for/cipe pruna/meis.” pt. “Depois que os Serafins celebraram o Senhor, um deles trouxe aos meus lábios uma brasa com uma tenaz.” Isaías, filho do Profeta Amós, viveu em Jerusalém na segunda metade do Século VIII A.C.
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Profeta Jeremias Jeremias. cap. 35
lat. “defleo iudaeae/caldem soly/maeque rui/nam:/ad dominum/que velint/quaeso redi/re suum.” pt. “Eu choro o desastre da Judeia e a ruína de Jerusalém, e rogo ao meu povo que volte para o Senhor.” Jeremias viveu entre os anos 627-585 A.C. Nasceu em Anatoth / Jerusalém. Morreu apedrejado no Egito, por seus próprios conterrâneos. Suas “lamentações”, conhecidas como “Jeremiadas”: “Ai de mim, minha mãe! Por que me geraste para ser um homem de disputa, um homem de discórdia em toda esta terra?”
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Profeta Baruch Baruc/Baruch, cap. 1
lat. “adventum/christi in carne/postremaque/mundi, /tempora/praedico, /praemoneoque/pios.” pt. “Eu predigo a vinda do Cristo na carne, os últimos tempos do mundo e previno os piedosos.” Baruch, foi discípulo de Jeremias e o acompanhou até o Egito. Prediz à ruína de Israel, mas igualmente a consolação no fim dos tempos.
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Profeta Ezequiel Ezequiel. cap. 1
lat. “quatuor in/medis descri/bo animalia flammis /horribilesque/rotas aethe/reumque/thronum.” pt. “Descrevo os quatro animais no meio das chamas, e as rodas horríveis, e o trono etéreo.” Ezequiel: “Profeta do Exílio”, contemporâneo de Jeremias, levado para o cativeiro em Babilônia em 597 A.C. Suas “visões apocalípticas” descreviam as rodas de tortura e à destruição entre os povos.
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Profeta Daniel Daniel, cap.6
lat. “spelaeo inclus/sus (sic rege/jubente) leo/num, /numinis au/xilio. liberor/incolumis.” pt. “Encerrado na cova dos leões por ordem do rei, sou liberado são e salvo com o auxílio de Deus. ” Daniel, descendente de David, foi levado para o cativeiro em Babilônia - arredores da atual Bagdá - no Iraque - Saiu da cova dos leões, coroado de folhas de louros, com o leão deitado aos seus pés: como um animal doméstico.
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Profeta Oséias Osee/Oséias, cap. 1
lat. “accipe adul/teram, ait dó/minus mihi: id/exsequor: illa,/facta uxor, pro/les concipit./atque parit.” pt. “Aceita a adúltera, disse-me o Senhor : eu o faço. Ela, tornando-se minha esposa, concebe e dá-me filhos.” Oséias: “Iavé Salvador”, viveu em Israel e começou a profetizar em 810 A.C. - pouco tempo após Amós. Muitas vezes descreve o amor divino com expressões tomadas do amor terrestre. Daí, “adúltera” dita como a terra de Israel infiel, mas que ele adotou como “esposa”.
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Texto Sérgio Bello : Paris, 2014
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Profeta Joel Joel, cap. 1 v. 4
lat. “explico iudae/ae qui terrae/eruca locusta/bruchus ru/bigo sint pa/ritura mali.” pt. “Exponho à Judeia o mal que trarão à terra a lagarta, o gafanhoto, o besouro e a ferrugem.” Joel, natural de Judá: Século VIII A.C. - É o Profeta do Juízo Final. Descreve terríveis pragas que devastarão a terra nos dias que deverão anteceder o Juízo Final.
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Profeta Amós Amos/Amós, cap. 1
lat. “primo equidem/pastor factus/deinde propheta,/in vaccas pin/gues invehor/et proceres.” pt. “Feito primeiro pastor, e em seguida Profeta, dirijo-me contra as vacas gordas e os chefes de Israel.” Amós, viveu no Século VIII A.C. - Foi pastor de ovelhas na região de Belém, proclamava com imagens metafóricas rurais comparadas com a natureza; designava os proprietários de terra de “vacas gordas”: excessivamente ricos, enquanto os pobres morriam à míngua.
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Profeta Abdias Abdias, cap. 1
lat. “vos ego idu/maeos et gentes/arguo. vobis/nuncio luctufi/cum, providus/interitum” pt. “Eu vos acuso, idumeus e gentios. Anuncio-vos e prevejo pranto e destruição.” Abdias: “Servo do Senhor”. Sua profecia é dirigida aos idumeus e gentios, habitantes do país de Edon - no sul da Palestina. Abdias aponta para o céu e invoca o castigo.
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Profeta Jonas Ionas/Jonas, cap. 2
lat. “a ceto absor/ptus lateo no/ctesqui diesque/tres ventre in/piscis tum ni/niuem venio. ” pt. “Engolido por uma baleia, permaneço três dias e três noites no seu ventre e anuncio minha ida a Nínive.” Jonas profetizou entre 824 e 772 A.C. - Recusou de ir pregar em Nínive - atual Iraque - Foi castigado sob a forma da permanência no ventre da baleia e de onde escapou após 3 dias e 3 noites. A baleia é representada por um animal marinho, como um golfinho.
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Profeta Nahum Nahum, cap. 1
lat. “expono nini/uem maneat/qua poena/relapsam. /evertedam/aio funditus/assyriam” pt. “Exponho o castigo que espera Nínive pecadora. Declaro que a Assíria será completamente destruída.” Nahum: “Iavé Consola”, nasceu na Galileia, viveu no Século VII A.C. Contemporâneo de Jeremias, seus vaticínios dirigem-se aos opressores assírios - Síria e Iraque - e previam à ruína de Nínive no atual Iraque.
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Profeta Habacuc Habacuc, cap. 1
lat. “te babylon, babylon, te te/chaldee ty/arguo: te in/psalmis te deus/alme cano.” pt. “Ó Babilônia, Baillônia, eu te censuro; eu te censuro, ó tirano da Caldéia: mas a ti, ó Deus benigno, eu canto em salmos.” Habacuc, também foi contemporâneo de Jeremias e Nahum. Fez advertências aos caldeus. Capturado em Israel, viveu em um momento opressor: à queda de Judá, sua capital Jerusalém em mãos dos caldeus e posterior deportação de seus habitantes para Babilônia - arredores da atual Bagdá - no Iraque.
A “Violência” no desenvolvimento do no meu trabalho Se me perguntam o porquê de tanta “violência” estampada nas formas e nas cores gritantes no meu painel do Remake Aleijadinho, a violência é aqui apresentada como um sopro vital e implicitamente como uma característica da vida. Ela, não é associada a um sentido pejorativo, ético e moral do termo, nem suposta como sinônimo da palavra agressividade. Na língua grega Bia e Bios, Violência e Vida, significam a mesma coisa. Geneviève Clancy, Filósofa francesa, à respeito da sua pesquisa A Estética da Violência (Doutorado de Estado na Universidade de Sorbonne), apresenta “Bia feminino de Bios” - “Violência feminina de Vida”: os dois sentidos estão intimamente ligados. Na mitologia grega, a Violência (Bia), representa um personagem: a filha do Titan Pallas e de Stix. A irmã de Niké (a Vitória), Cratos (a Potência) e Zélos (o Ardor). Bia, é então de natureza divina, da quinta geração do Olimpo e representa a energia vital, a Força e a Valência. Segundo Wilhem Reich: “Uma sociedade de homens livres, seria uma sociedade onde cada indivíduo pudesse utilizar toda a força, a liberdade e a expressão de seu corpo”. O Aleijadinho ousou representar os anjos, os santos e os profetas, não à imagem do Deus Perfeito, ao contrário, à sua própria imagem, “impura”, “bastarda”, mulata e atrofiada. Desta forma, ele não poderia ter escapado aos comentários reprovadores, e seus profetas foram considerados agressivos por muitas das personalidades do seu tempo. Sob a proteção da Igreja Mecenas, Aleijadinho foi visto com olhos de piedade, tolerado como inofensivo. Daí, sua subversividade não poderia ter sido admitida. Foi ele consciente disso? Aproveitou para talhar na pedra o seu sopro vital, seu grito contra sua condição humana, assim como àquela do seu povo? Vê-se aqui, um sincretismo entre os dramas religiosos e o drama mesmo dos seus contemporâneos (o drama de todos os povos pela liberdade). Refazendo o Aleijadinho, também quis integrar esse sincretismo a um nível passado/presente, com uma determinação Contemporânea: “Um individuo é tudo o que lhe rodeia, inclusive seu passado, seu presente e seu futuro”. (Leibnitz). “Tudo está em tudo” disse Spinosa. Tudo está em tudo, no sentido de que tudo está integrado ao universo. Partindo desta visão do mundo, venho através desta expressão pictural, um tanto trágica, exasperada de dramaticidade, questionar sobre a violência. De antemão, quero afirmar que não quis retratar uma eventual apologia à violência. Pelo contrário! Quis fazer uma interrogação, quis fazer uma interpelação, que é um termo jurídico! Quis indignar-me e relatar como posso e como devo, sobre a violência em todos os sentidos: A Violência Mitológica (Bia e Bios na Grécia antiga), a violência - antes de Cristo - na época dos profetas bíblicos, desde o tempo em que eles foram os porta vozes dos povos oprimidos no Antigo Testamento. A violência em Minas Gerais na época de Felipe dos Santos, a violência
O Grito em dois tempos Acrílica sobre tela; 0,77*1,04m Paris, 1990
Texto Sérgio Bello : Paris, 1° de Abril de 2014. Apresentação da Exposição Individual “Gritos e Profecias” no Museu de Artes e Ofícios - MAO. Belo Horizonte - Minas Gerais, 2014. --- Bicentenário da morte do Aleijadinho 1814 / 2014).
na chamada “Derrama”, na cobrança dos impostos atrasados na colônia escravocrata portuguesa, a violência no momento da Inconfidência Mineira, abortada em 1789, no esquartejamento do líder Tiradentes, as violências nas duas grandes guerras mundiais, os horrores do holocausto, Hiroshima e Nagasaki, a guerra no Vietnã... Não tão somente a violência etimológica e mitológica, mas a violência ilógica do nosso tempo. A violência no regime militar no Brasil e nos países vizinhos como o Chile, a Argentina e o Uruguai e a ditadura no Paraguai. A violência no regime racista do Apartheid na Africa do Sul, a violência soviética até a queda do Muro de Berlim. Tantos exemplos que não são exemplares! O que dizer da violência das guerras no Golfo Pérsico, que foram duas guerras no atual Iraque, a antiga terra dos profetas do Antigo
O Grito do Profeta Habacuque Díptico – Acrílica sobre tela; 2*1m*1m Paris, 1990
O Grito do Índio Desenho bico de pena sobre papel; 0,35*0,45m Paris, 1992
Testamento? Por que tanta violência? Dando uma continuidade ao que tanto almejo exprimir na minha criação artística atual, também abordo um outro foco de interrogações sobre à situação atual da nossa Terra-Mãe, acometida de transformações, por causa dos nossos excessos. A Biodiversidade está submetida aos interesses mercantis e oligárquicos. Gritos da Terra é o título da minha série pictural atual, onde apresento mais um eco-lógico entre as palavres Violência e Vida. Haja visto que a Arte é antes de tudo Liberdade, no Bicentenário da morte de Aleijadinho (1814 / 2014), é vital apresentar criações que interroguem sobre a tolerância, sobre a liberdade e sobre a nossa resistência pacífica global!
Gritos dos Povos : Gritos de fim de século
Minhas telas de profetas afobados, porta-vozes de todos os povos oprimidos, abriram a via à uma série de telas que intitulo Gritos de fim de século. O grito dos povos sul americanos submetidos a regimes militares, o grito dos Negros, o grito dos Índios, dos Judeus, dos Palestinos, dos Curdos, dos Romenos, dos Tibetanos, dos Chineses, dos Afegãos … todos os gritos de dor, de todos os homens e mulheres. Dor, opressiva nos submissos, socioeconômica nos deserdados, patológica nos desnutridos, nos cancerosos, nos aidéticos… No drama imortal de todos nós, os mortais, somos todos irmãos e irmãs na dor. É um só e mesmo grito … de ontem … de hoje. Certo, minha pintura é violenta, sendo trágica, lê-se o drama dos seres. Mas ao contrário, ela não é pessimista e o que é positivo nessas telas é a força, a generosidade, a crítica à indiferença das pessoas à miséria sob todos os seus aspectos.
Gritus-Brasilis Acrílica sobre tela; 0,73*0,92m Paris, 1992
O Grito dos Índios
Texto
Desenho bico de
Sérgio Bello. Paris, 1991.
pena sobre papel;
(Texto de apresentação da Exposição Individual
0,30*0,40m
na Université Lumière Lyon II. França - Lyon, 1991 e
Paris, 2011
na Galerie de Nesle - Galerie Eboris. Paris, 1999).
Quero uma arte que interpele, que sacuda as pessoas. Uma tela deve falar sozinha, se diz geralmente aos pintores. Minha pintura grita sozinha em silêncio. Gritos que fazem cair os muros de todas as Berlins, contra todos os aparthaids e contra todas as Amazônias em fogo … Uma transcendência de todas as dores, à minha, à nossa.
SOS – Amazônia Desenho nanquim branco sobre papel preto; 0,30*0,40m Paris, 2013
Sérgio Bello Fotografia de Brenda Cook Paris, 1984.
Grito Acrílico sobre papel; 0,30*0,42m Paris, 1990
Gritos da Terra Para a série de pinturas intitulada Gritos da Terra - Natureza-morta no sentido não acadêmico do termo, Natureza- morrendo na visão ecologicamente contemporânea, quis exprimir um certo eco-lógico com o Brasil, a terra do “pau brasil”, esta madeira vermelha que deu o seu nome ao país. A minha ideia inicial foi poder interpelar sobre uma questão de atualidade. Qual o destino do país que abriga a Amazônia, o “Inferno Verde”, o pulmão tropical do Planeta? O motor da minha pesquisa de artista plástico é uma preocupação atual e universal. Porquê, o embrasamento e o desmatamento desordenado de nossas florestas, no Brasil ou alhures, porquê a poluição das terras, dos lençóis subterrâneos, dos oceanos, porquê o aquecimento do planeta, porquê o vandalismo e a falta de reflexão sobre o futuro de nossa “Terra-Mãe” de todos os povos? Como não preocupar-se com a nossa comunidade de destino? Nós artistas, podemos e devemos interpelar como resistentes que somos. A pintura não é um afazer visual, ela é um afazer mental: já dizia o Leonardo da Vinci. Uma pintura, não é feita unicamente para ser olhada, ou admirada. Ela é concebida para o ver e principalmente, para fazer pensar. Quero que a minha pintura siga pelos olhos e que chegue aos cérebros como os meus questionamentos, que considero deviam ser de todos, e como uma crítica a todas as injustiças. Daí, novas criações onde incorporo recuperações e reciclagens de elementos naturais: vegetais, minerais e animais não perecíveis. Pinturas onde fazem parte integrante de suas composições: folhas, madeiras, sementes, corais, pedras semipreciosas, plumas de pássaros tropicais... São combinações que transformam-se em matérias belas e rebeldes, tomam vida como uma alquimia, misturas multicores, mais que barroco, quase rococó. Desordem na beleza ou ordem na feiura? Eco-lógico: grito-evidente. A feiura como o instante de cólera da beleza. Minha criação plástica afoba-se , incendeia-se e lança chamas. Gostaria de interpelar com mil e uns tons coloridos, “brasileirando” sobre o hoje em dia do nosso Mundo!
Filhos-Terríveis Pintura Acrílica sobre tela; 4*0,6*0,8m Paris, 2004
Arquipélago Díptico – Pintura acrílico e relevos sobre madeira; 1*2m Paris, 2005
Texto Sérgio Bello: Paris, 2004.
Viagem à Amazônia É uma viagem à Amazônia: uma viagem sem palavras. As cores e as formas estabelecem a narrativa do pernambucano Sérgio Bello. E ele, mergulhando num espesso e fervilhante universo de terra e água, fauna e flora, nos revela uma treva luminosa. São iluminuras. São iluminações. E, em sua escuridão e claridade, desdobram diante de nós um universo úmido em perpétua gestação, em que seres minúsculos e inidentificáveis e entes monstruosos e tentaculares proclamam uma existência seminal e primordial, de elementos em processo de incessante criação, de entidades e matérias que aspiram ao prestigio da vida e à vertigem do movimento. A arte de Sérgio Bello se funda exemplarmente no império das cores que esplendem em escuridão e luminosidade. E este conúbio de luz e treva é o seu alto mistério e permanente magia.
Espírito da floresta Tríptico – Pintura acrílico sobre papel; 3*1*1m Paris, 2012
Terra desértica Díptico – Pintura Texto
acrílico, desenho
Lêdo Ivo: Maceió, 2014.
e areia vulcânica
Poeta e romancista: Membro da
sobre papel; 2*2m
Academia Brasileira de Letras.
Paris, 2012
Árvores genealógicas: Laços e Lianas
Os indígenas dizem que a floresta surgiu das águas da Amazônia e que todos nós saímos da imensa selva. Eles dizem que os homens brancos inventaram os sapatos, as avenidas, os prédios e as cidades de concreto armado. Os homens « calçados » esqueceram-se que saíram da « PachaMama » - A Mãe-Natureza. Querem eles também tudo possuir: o ouro, a madeira o mundo … Estão eles, assim, separados da Natureza? A genealogia das espécies vegetais e animais nos lembram que a água é à base da origem da vida. Todos nós temos as mesmas raízes aquáticas. Nós somos seres sem clorofila, mas somos ligados aos mesmos galhos e aos mesmos troncos de Bios. Afim de conceber minhas esculturas, recuperei madeiras da Amazônia, cepas de vinha das regiões de Bourgonha e de Champanha. Fiz enxertos entre as madeiras com papier machê. Estas composições irreverentes representam árvores de vidas: árvores genealógicas. Nas minhas criações os homens e as mulheres são figurados por sapatos. É como se nós estivéssemos ligados às plantas por longos cordões umbilicais e por lianas sinuosas que nos unissem aos vegetais. Daí, integro às minhas esculturas esses sapatinhos que simbolizam crianças terríveis, os filhos de Gaia, brotando em cachos, como os brotos das árvores. Mas à realidade é bem outra! É que estamos esquecendo que as nossas lianas são as mesmas! Perdemos os laços fundamentais com a floresta primitiva. Daí, minhas instalações apresentam todos esses sapatinhos jogados ao solo como « maçãs de Newton »: os frutos das árvores que caem ao romper-se os talinhos. Mais que jamais, nos meus trabalhos, procuro esse laço perdido com o Todo! « Tudo está em tudo » dizia Baruch Spinosa. A Vida é ligada ao Tudo do Universo. Ligada a tudo o que compreendemos como Natureza, tudo o que nasceu e tudo o que morre! Interrogo sobre à nossa falta de respeito com o Planeta onde aparecemos e evoluímos. Como a Arte é um modo de transcender a realidade, eu gostaria de fazer um « piscar de olho » lúdico aos conceitos de Criação e Evolução. (Um contraponto entre Criação Divina e Evolução Darwiniana, entre criação artística e evolução contemporânea). Antigamente, os artistas davam-nos uma visão mística da Criação: comumente à criação artística fazia referência aos temas religiosos. Nos dias de hoje, faço questão de apresentar uma visão evolucionista da nossa existência sobre a Terra. Os humanos foram criados descalçados e calçando suas grandes botas, eles pisoteiam fortemente os nossos frágeis jardins. Poderíamos ironizar e dizer que na Evolução das espécies, eles terminariam nascendo com sapatos nos pés? Acredito que poderemos reintegrar um certo grau de exigência e restituir à Natureza ao Homem.
Estudo para escultura da série Árvores Genealógicas Desenho bico de pena; 0,20m*0,30m Paris, 2016
Árvores Genealógicas Escultura de madeira; 0,80m*0,80*0,80m Paris, 2017
Sérgio Bello: Atelier Grupo de esculturas sobre madeira - série Arvores Genealógicas Paris, 2017
Texto Sérgio Bello : Paris, 2018/2019.
Arbres généalogiques: Liens et Lianes
Sérgio Bello: Atelier Sculpture en bois (couleur bronze); 1,80m*0,60m Paris, 2017
Sculpture en bois et papier mâché Sculpture en bois et papier mâché Paris, 2017
Les Amérindiens disent que la forêt a surgi des eaux amazoniennes et que nous tous sommes issus de cette immense jungle. Ils disent que les hommes blancs ont inventé les chaussures, les avenues, les immeubles et les villes en béton. Les hommes « chaussés » ont oublié qu’ils sont sortis de la « Pacha-Mama » – la Mère-Nature. Aussi veulent-ils tout posséder: l’or, le bois, le monde … Sont-ils, ainsi, coupés de la Nature? La généalogie des espèces végétales et animales nous renvoient à l’eau, base de l’origine de la vie. Nous avons tous les mêmes racines aquatiques. Nous sommes des êtres sans chlorophylle, mais nous sommes liés aux mêmes branches et au même tronc de Bios. Afin de concevoir mes sculptures, j’ai récupéré des bois d’Amazonie, des ceps de vigne de Bourgogne et de Champagne. Je greffe ces bois entre eux avec du papier mâché. Ces compositions irrévérentes représentent des arbres de vies: arbres généalogiques. Dans mes créations les hommes et les femmes sont figurés par des chaussures. C’est comme si nous étions liés aux plantes par de longs cordons ombilicaux et des lianes sinueuses, nous unissant encore aux végétaux. J’intègre à mes sculptures ces petites chaussures qui symbolisent les enfants-terribles, fils de Gaïa, poussés en grappes, comme les bourgeons des arbres. Mais la réalité est tout autre! Nous sommes, en effet, en train d’oublier que nos brindilles sont les mêmes! Nous perdons le lien fondamental avec la jungle primitive. Pour cela, mes installations présentent toutes ces petites chaussures jetées au sol comme des « pommes de Newton »: les fruits des arbres qui tombent quand se rompent les tiges. Avec mes travaux, je cherche plus que jamais ce lien perdu avec le Tout! « Tout est dans tout » disait Baruch Spinoza. La Vie est liée au Tout de l’Univers. Liée à tout ce que nous comprenons comme Nature, tout ce qui est né et tout ce qui meurt! J’interpelle notre manque de respect de la Planète où nous sommes apparus et avons évolué. Comme l’Art est un moyen de transcender la réalité, je souhaiterais faire un « clin d’œil » ludique aux concepts de Création et d’Evolution (Un contrepoint entre Création Divine et Evolution Darwinienne, entre création artistique et évolution contemporaine). Il y a bien longtemps, les artistes nous donnaient une vision mystique de la Création: assez souvent la création artistique fut liée aux thèmes religieux. De nos jours, je tiens à présenter une vision évolutionniste de l’existence sur la Terre. Les humains ont été créés pieds nus et en chaussant de grandes bottes ils piétinent fortement nos jardins si fragiles. Pouvons-nous ironiser et dire qu’avec l’Évolution des espèces, ils finiront par naître chaussures aux pieds? Je crois que nous pourrons réintégrer un certain degré d’exigence et rendre la Nature à l’Homme.
Texte Sérgio Bello : Paris, 2018/2019.
cronologia 1969-2019 Sérgio BELLO
Nasceu no Recife (PE) dia 11 de Julho de 1952 - reside em Paris desde 1978 sergio.bello2@hotmail.fr / fone 01.40.36.24.42 / www.sergio-bello.com / 17, Rue Labois-Rouillon - Bât. B3 - 75019 PARIS (France)
Exposições Individuais • • • • • • • • • • • • •
“Um jovem entalhador”: Galeria B. Finesse (30 esculturas em madeira) Recife, 1969. “Sobrados, personagens e flores”: Teatro do Parque (30 esculturas em madeira) Recife, 1969. “Um Nordestino no Rio de Janeiro”: Galeria Celina (25 esculturas em madeira) Rio de Janeiro, 1972. “Inauguração de Atelier”: Atelier Sérgio Bello (35 desenhos bicos de pena) Recife, 1976. “Ruas Retorcidas”: Atelier Sérgio Bello (40 desenhos bicos de pena) Recife, 1977. “Ruas e Personagens Fantasmagóricos”: Centro de Estudos Brasileiro (25 desenhos bicos de pena) Itália - Roma, 1979. “Ruas, Lampeões e Coqueiros”: Hôtel du Parc de Bougival (30 desenhos e litogravuras) França - Paris, 1980. “Explosões”: Musée Salies (35 desenhos e litogravuras) França - Bagnères de Bigorre, 1980. “12 Anos de Criações”: Centro de Tradições de Pernambuco (45 esculturas, desenhos e litogravuras) Recife, 1981. “Arte Erótica em Paris”: Maison de L’Amérique Latine (35 desenhos e litogravuras) França - Paris, fevereiro de 1983. “Arte Erótica em Olinda”: Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (30 litogravuras) Olinda, agosto de 1983. “Arte Erótica e os Povos”: Banco do Brasil KontaktZentrum (30 litogravuras) Áustria - Viena, abril de 1984. “Um convidado Brasileiro”: Club Léo Lagrange (40 litogravuras e pinturas) França - Saint-Chamond, abril de 1986.
• “Desenhar e Gravar”: Maison des Jeunes et de la Culture de Rosendaël (40 litogravuras e pinturas) França - Dunkerque, novembro de 1986. • “Os Gritos dos Profetas / REMAKE-ALEIJADINHO”: Centre Culturel de Boulogne-Billancourt (80 desenhos e pinturas) França - Paris, abril de 1988. • “REMAKE-ALEIJADINHO”: Centro Cultural de Kassel - Palais Bellevue (80 desenhos e pinturas) Alemanha - Kassel, novembro de 1988. • “REMAKE-ALEIJADINHO”: Maison Internationale de Rennes (80 desenhos e pinturas) França - Rennes, junho de 1990. • “Gritos de Fim de Século”: Université Lumière Lyon 2 (90 desenhos e pinturas) França - Lyon, março de 1991. • “Gritos e Florestas”: Galerie de Nesle - Galerie Eboris (120 desenhos e pinturas) França - Paris, junho de 1999. • “Natureza-Morta / Natureza-Morrendo” (Instalação): Salle Polyvalente (40 pinturas-objetos) França - Villiers sur Orge, maio de 2001. • “Gritos e Profecias”: Mezanino da Sala Villla-Lobos - Teatro Nacional Cláudio Santoro (120 desenhos e pinturas) Brasília - Distrito Federal, novembro de 2003. • “Eco-lógico” - Galeria AGBE & GBALICAM e Agence Française de Développement. (60 desenhos e pinturas) França - Paris, Julho e Agosto de 2004. • “Esta Terra brasileira” - Universidade Lumière Lyon 2. (30 desenhos e pinturas) França - Lyon, Maio de 2005. • “Brasil / Pau brasil” - Centro de Artes Plásticas Albert Chanot (20 pinturas-objetos) França - Clamart, Setembro de 2005. • “Gritos da Terra” - Cloître des Billettes (20 desenhos e pinturas) França - Paris, Setembro de 2005. • “Gritos de Terra: Biodiversidade” - Lycée Fénelon (45 desenhos e pinturas-objetos) França - Cambrai, Maio de 2007. • “Deslocamentos et Continentes” - Maison de Culture et Loisirs (40 pinturas-objetos) França - Poitiers, Março de 2008. • “Eco Logico” - Mediateca de Bussy-Saint-Georges (30 pinturasobjetos) França - Bussy-Saint-Georges, Outubro de 2008. • “Terra Queimada” - Espaço Art et Liberté” - Charenton Le Pont (30 pinturas-objetos) França - Charenton, Novembro de 2008. • “Eco Iluminuras” - Espaço BEAUJON - (30 pequenos formatos) França - Paris 75008 - Abril de 2009. • “Éros & Gaia” : Galerie Ricardo FERNANDES (15 litogravuras et 20 pinturas) França - Paris, Fevereiro e Março de 2012. • “Gritos de Eros & Gritos da Terra” : Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (15 litogravuras e 65 pinturas) Brasil, Olinda, Setembro, Outubro e Novembro de 2012. • “Eco logico”: Prefeitura de Niergnies-Cambrai (20 pinturas e desenhos) - Norte da França - Cambresis, Outubro de 2012. • “Vers le Vert”: Galerie Ricardo Fernandes - (36 pinturas e desenhos) - Paris, Abril e Maio de 2013. • “Remake Aleijadinho - Gritos e Profecias” : Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MAO). (160 pinturas e desenhos) - Minas Gerais - Belo Horizonte - Brasil. Agosto e Setembro de 2014.
Principais exposições coletivas
Museus e Instituições que possuem obras
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• Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Brasil - Olinda, 1983. (13 litogravuras) • Museu Nacional de Belas Artes - Brasil - Rio de Janeiro, 1883. (30 litogravuras). • MASP - Museu de Arte Moderna de São Paulo - Assis Chateaubriand - Brasil - São Paulo, 1983. (30 litogravuras) • Musée Saint-Maur - França - Saint-Maur, 1984. (30 litogravuras). • Pinacoteca da Cidade de Kassel - Alemanha - Kassel, 1988. (9 litogravuras) • Bibliothèque Nationale de France - Cabinet des Estampes - França - Paris, 1989. (29 litogravuras) • Espace International d’Art Contemporain de Busigny - França - Busigny, 2001. (13 litogravuras) • Museu de Arte de Brasília - Brasil - Distrito Federal, 2003. (25 litogravuras) • Maison de Culture et Loisirs - Le Local - Poitiers - França - Poitiers, Março de 2008. (1 Painel de 2m*2m) • Conselho Regional de Poitou-Charentes - França Poitiers, Março de 2008. (1 tela de 1m*1m) • Escola Maternal Archereau (19° Bairro de Paris) - França - Paris, Abril de 2008. (1 painel de 2m*2m) • Escola Maternal 51, Rue de Charenton Paris 75012. • Universidade de Avignon: Artes e Comunicação (1 painel de 2m*2m) - França - Paris, Dezembro de 2008. • Centro Cultural Benfica - Departamento de Cultura da Universidade Federal de Pernambuco - Brasil - Recife, 2009. (4 desenhos aquarelas) • La Ligue ROC : Pour la préservation de la faune sauvage et la défense des non chasseurs - (Um poliptico formato 1,60*1,20m). França - Paris, 2008. • France Libertés -Fundação Danielle Mitterrand - (Painel litográfico formato 1,60*1,20m). França - Paris, 2011. • Prefeitura de Fontaines sur Saône - (Un políptico formato 2m*2m). França - Abril, 2012. • Prefeitura de Niegnies - Cambrai - (Um políptico de 2m*2m). França, Outubro, 2012. • Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - (Um políptico de 2m*2m) Olinda - Brasil, Novembro, 2012. • Glerie Ricardo FERNANDES - (Pinturas, desenhos e iluminuras). Paris, 2012, 2013, 2014 e 2015. • Coleção Histórica da Oficina Guaianases - Universidade Federal de Pernambuco - Centro de Artes e Comunicação da UFPE ( litogravura 0,42*0,30). Recife, Novembro, 2015.
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Salão de Arte Global - Casa da Cultura - Recife, 1975. Salão Oficial de Arte - Museu do Estado de Pernambuco - Recife, 1977. (3° Prêmio de desenho) Salão da Prefeitura de Saint-Maur Créteil - França - Paris, 1979. Salon des Indépendents - Grand Palais - França - Paris, 1979. Salão do Museu de Saint-Maur - França - Paris, 1979. Casa da Cultura de Saint-Etienne - França - Loire, 1980. Salon du Papier d’Europe - Bienal da Normandia - França, 1980. Os Artistas do Atelier do Museu de Saint-Maur - França - Paris, 1980,81,82,83,84. 1° Festival de Erotismo em Paris - Antiga Estação Ferroviária da Bastilha - Paris, 1982. New Brazilian Artists - Galeria Banco do Brasil - Holanda - Haia, dezembro de 1986. 35 Artistas Brasileiros - Abadia da Floresta de Nottonville - França, julho de 1987. O Fantástico na Arte Contemporânea Brasileira”: (Exposição itinerante - 7 Artistas brasileiros na França) Museu de Belas Artes de Dignes-les-Bains - França - julho de 1987. Conselho Regional Norte e Pas de Calais - França - Lille - setembro de 1987. Galeria Debré - França - Paris - janeiro de 1988. Halabja “Hiroshima Curda” - (40 Artistas de vários países protestam contra o bombardeio quimico de Halabja: no Iraque. - Exposição apresentada pela Liga dos Direitos do Homem) - Instituto Curdo de Paris - abril de 1988. Exposição no 1° Colóquio Internacional de Poïétique - ChamprondVinneuf / Pont-sur-Ionne - França - abril de 1989. XI° Salon Figuration Critique - Grand Palais - França - Paris - setembro de 1989. Figuras du Mito” - Maison des Jeunes et de la Culture - Les Hauts de Belleville - França - Paris - janeiro de 1990. Marselha-Nordeste Brasileiro” - (Dentro das atividades do V° Centenário do Encontro Entre Dois Mundos) - 24 Artistas com “Hors-là”: Associação Cultural de Marselha: na “Tour Carée” do Porto de Marselha - França - setembro / outubro de 1992. Exposição Itinerante em 9 Estados do Brasil - Entre abril e dezembro de 1993. Palácio de Congressos e Exposições - Saint-Jean-de-Monts - França - julho de 1995. Grand Marché d’Art Contemporain da Bastilha - França - Paris - maio de 1997 Brazil-Flesh-Carnivore-Culturel” - 14 Artistas na Galeria J&J Donguy - França - Paris - junho de 1998. 10 Artistas Brasileiros no Pré-Saint-Gervais - França - Paris - junho de 1998. EIXOS: Paris - Recife - New York” - 7 Artistas na Rodrigues Galeria. Brasil - Recife - agosto de 2000. Mai en Cambrésis” - 20 Artistas do Brasil no Norte da França. - maio de 2001. Couleurs” - A Galeria AGBE & GBALICAN apresenta 20 Artistas na Prefeitura do IV° Bairro de Paris - janeiro de 2003. Millesime 2003” - Foyer de Exposições de Saint-Soupplets. - França - nov 2003. 1504-2004 Honfleur re descobre o Brasil”: 10 artistas brasileiros no “Greniers à Sel”. - França - Honfleur, Julho e Agosto de 2004. 41° Salão do Château de Saint-Ouen”. - França - Saint-Ouen, Maio de 2005. Totem Sans Tabou” - Espace DIALOGOS. - França - Cachan, Junho de 2005. France Couleurs Brésil” - Espace BELLEVILLE: 10 Artistas brasileiros. Paris, Junho de 2005. Alizés Brésiliens”: 7 brasileiros - Espace QUADRA e l’Art au Garage. Paris, Junho de 2005. Homenagem a arte brasileira”: Galerie Regart. - França - Cabourg, Julho e Agosto de 2005. Maio em Cambrésis” - Atelier de Busigny - França, Maio de 2006, Maio de 2007 e Maio de 2008. Portas Abertas do Atelier de Busigny” - França - Cambrésis, Outubro de 2008. Esprit Libre” - Altimonde Viagens - Paris, de 20 de Abril até 18 de Maio de 2009. Brasileiros de Paris” - 9 Artistas Plásticos - Prefeitura do Bairro 8 - Paris, Junho de 2009. Saudades” - 6 Artistas Brasileiros na Casa do Brasil em Paris - Setembro de 2011. Happy End” - 5 Artistas da Galeria Ricardo FERNANDES - Dezembro de 2011. Trésors contemporains” - 6 Artistas da Galerie Ricardo FERNANDES - Outubro e Novembro de 2012. Love Shot” - 6 Artistas da Galerie Ricardo FERNANDES - Janeiro e Fevereiro de 2013. Collective Summer Show” - 6 Artistas da Galeria Ricardo FERNANDES - Paris, Julho de 2013. European Contemporary Art Exibition in China” - 30 Artistas Europeus no Museu Nacional da Escultura de China. Qingdao, Junho, Julho e Agosto de 2015.
Cursos Universitários • Conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Artística da Universidade Federal de Pernambuco (Licenciatura Curta - 2 anos) Dezembro de 1977. • Licence Spécilisée d’Esthétique de L’Université du Panthéon-Sorbonne (Paris I) Paris, 1979 e 1980. • Maîtrise Spécialisée d’Esthétique de l’Université du Panthéon-Sorbonne (Paris I) Paris, 1984 e 1985. (Mémoire de Maîtrise: “La Perle Noire du Baroque Brésilien”- L’Art d’Antonio Francisco Lisboa - dit Aleijadinho. Interrogations Psycho-Socio-Politiques). Pesquisa dirigida pelos Professores: François MOLNAR e Geneviève CLANCY. - Menção: “Très Bien”. • D.E.A. - Diplôme d’Etudes Approfondies en Arts Plastiques de l’Université du Panthéon-Sorbonne (Paris I) - Paris, Junho de 1986. (“REMAKE-Aleijadinho: Quand une image Mentale Devient Perception Visuelle”). Pesquisa dirigida pelos Professores: Pierre BAQUE, René PASSERON e Geneviève CLANCY.
Arte erótica na Grécia antiga
O grito do Profeta Jonas
Litogravura; 0,58*0,78m
Acrílica sobre tela; 1*1m
Paris, 1982
Paris, 1990
O grito do mundo
Árvore Genealógica
Acrílica sobre tela; 1,20*1,20m
Escultura em madeira; 0,80*0,80 x0,80m
Paris, 2001
Paris, 2016