Jornal do Pequeno Cidadão _Nº16

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JorNAl


Por Vinicius Patrial


SUBIR NO MURO Já vou avisando que vou falar sobre uma brincadeira que tem seus riscos, mas que pode ser divertida, e relativamente segura, se você se ligar nas dicas. Bom... Primeiro vou falar dos muros. Estrutura sólida, pode ser de vários materiais desde que seja duro feito pedra: concreto e tijolos servem para separar e proteger espaços e recintos. Nada de mais, não é? Esta coisa de muro pra se proteger poderia bem é não existir, bastando aquelas paredes que nos protegem do vento, da chuva e de animais indesejáveis. Mais legal ainda seria um mundo sem fronteiras e todos respeitando as escolhas e diferenças do “outro”!

separava a Alemanha em duas por conta da discordância entre quem queria viver sob um governo capitalista e quem queria viver sob um governo socialista. (“A Grande Muralha”) foi erguida no período Imperial e com o objetivo militar de proteger o país da invasão dos “povos do Norte”: a construção começou por volta do ano 220 a.C., terminando apenas no século XV, durante a Dinastia Ming.


, em constante pé de guerra, também tem um muro que cerca todo o território. Ali vivem mais de 1 milhão de pessoas. Israel e Palestina brigam por este espaço de terra menor que a cidade de São Paulo, considerada uma área sagrada. O sinistro é que quase todos os locais tidos como sagrados vivenciam constantes guerras.

Eles despertam curiosidade por quase sempre não se saber o que há do outro lado, subir neles também da uma sensação de liberdade, destreza e aventura. Poder olhar as coisas láááá de cima também dá uma certa emoção. Mas nunca se esqueça de sacar se você tem habilidade para e respeite seus próprios limites. Fique de olho e evite se houver avisos de segurança/placas (sobre animais no entorno, sobre o muro ser eletrificado...). Tenha sempre um adulto por perto pra essas estripulias maiores. Um Muro pode ajudar você a pegar uma fruta em uma árvore, a se esconder em uma brincadeira de escondeesconde e até mesmo a fugir de um cachorro bravo, também em manobras de skate como o wallride (onde o skatista anda com o skate na parede) e também pode servir como um mural de arte para o Grafitte e outras artes de rua.


- MUITO IMPORTANTE! [x] nunca suba em muros altos, no máximo 1,80m. [x] NUNCA em muros com cerca elétrica, cacos de vidro, pregos, e, ou, aqueles gradis pontiagudos. [x] existem muros com tijolos ou alvenaria soltos, então chame um adulto sempre para verificar a segurança. [x] muro chapiscado pode machucar, evite-os. Não conto como sei disso... [x] há vizinhos que não gostam desta brincadeira, respeite-os, evite os muros deles . [x] calça e tênis evitam ralados na pele. [x] já em cima do muro, procure um lugar para segurar ou se apoiar. [x] não faça movimentos bruscos. [x] suba sempre com a presença de um adulto cuca fresca. [x] cuidado com plantas espinhosas. [x] subir com amigos é mais legal. [x] “fazer pezinho” ajuda na escalada: colocar as mãos juntas para servir de apoio e impulsão para o colega subir com mais facilidade. [x] evite nos dias de chuva, pode estar escorregadio. [x] se ralar, tente não chorar, e lave logo o ralado com água e sabão!


Por EDGARD SCANDURRA


Eu Só Quero Um Xodó DOMINGUINHOS E ANASTÁCIA

Que falta eu sinto de um bem Que falta me faz um xodó Mas como eu não tenho ninguém Eu levo a vida assim tão só... Eu só quero um amor Que acabe o meu sofrer Um xodó prá mim Do meu jeito assim Que alegre o meu viver...


por thadeu MENEghini

Gm 3

C 3

Eb 6

F 8

Dm

G

C

Am


(ANTONIO PINTO / ARNALDO ANTUNES) 3:38 BR.RC7.09.00003 / PINTOLOGY PUBLISHING / ROSA CELESTE (UNIVERSAL)

C 4/4 INTRO: Gm

C

C

Gm

agora pode tomar banho C

Gm

agora pode sentar pra comer C

Gm

agora pode escovar os dentes C

Gm

agora pega o livro, pode ler Eb

F

agora tem que jogar videogame Gm

agora tem que assistir tv Eb

F

agora tem que comer chocolate Gm

agora tem que gritar pra valer C

Gm

agora pode fazer a lição C

Gm

agora pode arrumar o quarto C

Gm

agora pega o que jogou no chão C

Gm

agora pode amarrar o sapato Eb

F

agora tem que jogar bola dentro de casa Gm

agora tem que bagunçar Eb

F

agora tem que se sujar de lama C

Dm

agora tem que pular no sofá G

C

Am

Dm

É sinal de educação fazer sua obrigação G

C

Am

Dm

para ter o seu direito de pequeno cidadão G

C

Am

Dm

É sinal de educação fazer sua obrigação G

C

para ter o seu direito de pequeno cidadão SOLO:

C

Gm


POR NATALIA bARROS

POEMA: RONALDO AZEREDO, VELOCIDADE, 1958


(?) SabiA que: O guepardo era considerado o animal mais rápido do mundo, mas ele perdeu o posto para um animal minúsculo, menor que um feijão? O ácaro! O ácaro, bicho, da família das aranhas, consegue percorrer 322 vezes seu comprimento em um segundo.

(?) SabiA que: Já entre os animais mais lentos do mundo estão o caracol, o bicho-preguiça e o jabuti. E alguns animais, como os corais e as esponjas-do-mar, nunca se movem, tendo tecnicamente velocidade zero.

(?) SabiA que: Uma coisa interessante é que mesmo quando pensamos que estamos parados, na verdade estamos viajando, junto com a Terra, ao redor do Sol, a uma velocidade de milhões de quilômetros por hora. Já reparou que em uma tempestade, antes mesmo de ouvirmos o barulho do trovão, vemos o clarão do relâmpago? Isso acontece porque a velocidade da luz é BEM superior à velocidade do som.


por TACIANA bARROS / FOTO RENATA URSAIA


CHICO, 6 ANOS Esse menino é muito sabido, nem vou escrever nada pra caber o máximo possível aqui, aumenta o som do ouvido e do coração que lá vem ele! Bjs da tia Taci.

-

Mãe, sabe que instrumento que tá tocando? Não, filho, qual?

Xilofone. Como você sabe?

Ah, é que meu ouvido é grande por dentro.

Chico andando na praia com o Tadeu e a Estela:

- Mas o mar começa ou termina aqui? - Mãe, quem é melhor de conta: o Deus ou a calculadora? - Mãe, né que as plantas crescem num segredo? - Mãe, o que é dia útil? -

Chico você quer maça do amor?

Isso faz ficar apaixonado?

Acho que não.

Então eu quero!

- Mãe, o que é mais "desparecido” com um quadrado: um barquinho ou uma girafa sem contar com as orelhas? Olhando fixamente para o espelho:

- Mãe, sabia que eu consigo, eu mesmo, me "himpnotizar”? - Mãe, se Deus inventou a gente, quem inventou Deus? Quando o gato morreu:

- Foi bom que o Flanela morreu dormindo, porque assim ele sempre vai achar que ainda vai acordar. - Mãe, quem controla a sombra é a gente e o sol.


Francisco barros, Capitão Anchieta Nunes e Cláudio búia Sampaio / Foto: Cláudio búia Sampaio


#GRAMA Embora há décadas valorizados no aquarismo (ou aquarofilia), alguns peixinhos coloridos foram descobertos pelos cientistas apenas recentemente. Muitas das espécies coloridas habitam os recifes de corais e os recifes rochosos. Cerca de 20% dos peixes que habitam os recifes brasileiros são endêmicos, ou seja, só existem aqui no Brasil! Essa distribuição geográfica restrita, somada a degradação dos recifes e a pesca indiscriminada, acabou ameaçando alguns dos nossos mais belos peixes. Esse é o caso do Gramma brasilensis, popularmente conhecido como grama considerado vulnerável (veja a foto dele aí do lado). Esse peixinho lindo vive entre frestas e em tocas em recifes, atingem no máximo 15 cm de comprimento e comem pequenos animais do plâncton* que são lavados pelas correntes até suas tocas. Ao encontrar esses introvertidos peixinhos, que quase sempre ficam de cabeça para baixo dentro de suas tocas, fique parado pois, embora tímidos, são curiosos e logo saem para observar os mergulhadores. *vide nosso Jornal nº 1


POr JIMMY LEROY


Customizando TUDO Customizar é personalizar, adaptar ou modificar qualquer coisa para um novo estilo ou modelo. Muitas pessoas querem ter suas coisas com cara própria, diferente das coisas que existem por aí para comprar. Se você gosta de transformar, pintar, escrever, bordar, cortar, colar, você está pronto para customizar algum objeto seu. Pode ser o skate, a bike, o caderno, o tênis, a camiseta, a mochila ou até mesmo os móveis do seu quarto. Manda ver então: pegue alguma coisa para testar, pode ser seu skate por exemplo. Canetinhas permanentes e pincéis a mão, tintas, desenhos e, ou, frases legais que você leu em algum lugar ou que você mesmo criou. Comece a rabiscar aonde tem espaço... Vale tudo: listras, caveiras, pássaros, dragões, ETs, poesia, logotipos, tigres, asas e o que mais quiser. Pintar umas palavras no tênis, cortar gola e manga da camiseta e bolar uma estampa na frente, colar um milhão de adesivos na bike, amarrar fitas e cordões coloridos na mochila...


por Clarice Reichstul


Dona Wala Como a maioria das avós de quando eu era pequena, a minha era dona de casa. Vivia às voltas com a cozinha, roupas dos netos, organização da casa, enfim, todas essas tarefas do lar. A parte boa disso é que quando almoçávamos em sua casa, depois da refeição desfrutávamos da soneca em sua cama gigante. Mesmo os roncos não nos importava. Afinal, onde mais as pessoas tiram uma soneca logo depois do almoço? Mas a parte mais legal de todas era a cozinha. Minha avó, judia e polonesa, estava sempre as voltas com alguma gostosura feita única e exclusivamente para os netos. Como era uma mulher prática, tudo o que fazia era fácil. Afinal, depois dos biscoitos, bom-bocados, bolos e strudels, ela tinha mais o que fazer. Começamos cortando biscoitos amanteigados, deles passamos para os bom-bocados – da receita na edição passada dessa coluna! —, strogonoff de peixe, que tem uma história ótima, bolo de amêndoas e sopa de bolinhas. Ai, a sopa de bolinhas... A sopa de bolinhas é o top hit das nossas comidas de criança. Dona Wala morreu faz dois anos. No final da sua vida ela já não se lembrava da cozinha nem da gente, por conta de uma doença muito triste, o Alzheimer. Mas aproveitei muito a minha avó e aprendi muitas coisas com ela, principalmente a cozinhar. Toda vez que entro na cozinha, a cada vez que sinto o cheiro de strudel de maçã ou de um tempero chamado dill¹, o gosto de um caldo de frango, ela está comigo, do meu lado. ¹ Dill – também conhecido como endro – era usado como planta

medicinal pelos egípcios e gregos durante a antiguidade. Também teve significado religioso, sendo utilizado pelos antigos hebreus como moeda de dízimo, e chamado de erva-de-deus pelos armênios.


POR RACHEL SchEIN

FESTIVAL BIKE ARTE (LARGO DA bATATA - SP)


Pelo terceiro ano consecutivo o "Festival bike arte” ocupou as ruas de São Paulo com muita música, arte e bicicletas. Foram ao todo onze horas de atividades gratuitas para adultos e crianças no Largo da Batata, justamente no Dia das Crianças.




"Muito mais do que um festival de rua, o bike Arte se propõe a ser uma experiência ao ar livre para o cidadão paulistano, em contraponto ao entretenimento em locais privados e pagos. A ideia é provocar novos olhares, dar elementos, aproximar do meio ambiente e aprofundar as reflexões sobre o que é uma cidade melhor para se viver”, explicou Cadu Ruocco, um dos idealizadores do evento e integrante do projeto #Aromeiazero.


A criançada têm diversão garantida no bike Arte e os adultos também! Houve oficinas de xilografia, de criação de pipas, de estêncil, de desenho e de pintura. E teve mais: horta em bancos, tatuagem nas bicicletas, mural artístico, futebol na praça, bike anjo, bicicleta geradora de energia e bandas! E o

tocou lá!!!










POr Luzia Silva


Nesta edição juntamos as colunas “Mundo Livro” e “Joia Bicho” para publicarmos o livro que a Luzia fez quando tinha ainda 7 anos, sobre a vida de uma família de elefantes. Boa leitura!

A VIDA DE UM ELEFANTE “Nasci e fui criada em São Paulo. Fiz este livro com 7 anos. Me inspirei em fotografias de elefantes e de outros bichos. Eu amo a natureza. Tenho um cão chamado Gudu. Espero que o mundo seja muito mais limpo, sem nenhuma poluição. Quando eu crescer pretendo ser uma inventora. Dedico este livro pro meu irmão Dani, pro papai, pro Gudu, pro pessoal da minha classe e pra minha mãe”. Luzia, 2008
















































EDGARD SCANDURRA - MÚSICA Pra CRIANÇA Guitarrista, compositor e produtor. Participa com seus filhos do grupo Pequeno Cidadão. Toca desde muito pequenininho e já gravou muuuuuitos discos. Também toca no Ira! e em várias outras bandas e projetos. Contribui com sua música para o desenvolvimento do rock na história do Brasil. É o nosso guitar hero!

JIMMY LEROY - VISUAL É o ilustrador de tuuuudo do Pequeno Cidadão. É o “músico visual” da gente. Começou desenhando cowboys e índios, lendo gibis e assistindo desenhos na TV. Seguiu estudando artes plásticas, pintando e desenhando um montão de logotipos e marcas. Faz também vinhetas e animação para televisão em um canal de crianças. Tem duas filhas que o inspiram a desenhar.

VINICIUS PATRIAL - AÇÃO Estudou arquitetura, trabalha com arte, arquitetura, skate e música. Escreveu para o Pequeno Cidadão o livro “SK8 - Manual do Pequeno Skatista Cidadão”. Já gravou uns 8 discos independentes com sua velha e obscura banda experimental Vermes do Limbo. Tem 2 filhos serelepes pra chuchu.


TACIANA bARROS - AUMENTA O SOM Cantora, compositora, toca guitarra e piano. Participa com seus filhos do grupo Pequeno Cidadão. Começou a carreira musical em Santos e aos 17 anos entrou para a Gang 90 & Absurdettes. Depois montou a banda Solano Star, participou dos Amigos Invisíveis e lançou seu projeto solo Janela dos Sonhos. Outra coisa que adora é fazer direção de arte, como deste jornal.

FRANCISco bARROS - NA ONDA DO MAR Oceanógrafo, pesquisador e professor. Fez faculdade de oceanografia no Rio Grande do Sul, mestrado em ecologia na USP, doutorado na Austrália e pós doutorado na Califórnia. Coordena o Laboratório de Ecologia Bentônica da Universidade Federal da Bahia onde desenvolve diversos estudos ecológicos, principalmente com organismos que vivem associados ao fundo do mar. Mergulha a trabalho e como atividade esportiva prefere o surf.

THADEU MENEGHINI - ACORde pro sOM Guitarrista, cantor e compositor. Já montou várias bandas e atualmente participa do incrível grupo de rock Vespas Mandarinas. Também toca com a Luzia (do Pequeno Cidadão) no trabalho solo dela o Aonde Anda a Onda. Nos shows dele, ele pula que nem um maluco mas normalmente é calminho e está sempre de bom humor. Toda criança quer ir pro colo dele e os cachorros também!


Clarice Reichstul - Pirando na batatinha Tem macaquinhos no sótão, orelhas de abano, língua de trapo e ideias de girino (às vezes de jerico também). Escreve, cozinha, dança, canta no chuveiro e patina. Se formou em Cinema mas descobriu que gosta mais de ver do que fazer filme. Também é a Imperoratriz Czarina Vitalícia do Karaoclash de Animakê, mas isso já é outra história.

NATALIA bARROS - SAbIA QUE Cantora, escritora e paisagista. Trabalhou nos grupos XPTO (teatro) e LUNI (música). Participou dos programas Fanzine (TV Cultura) e Telecurso (Globo). Fez a direção cênica do Pequeno Cidadão (primeiro CD). Apresenta-se, também, num show em que fala e canta os poemas do seu livro: Caligrafias, contemplado pela ProAC 2011. Continua escrevendo por isso, e apesar disso.

RACHEL SCHEIN - NA RUA Formada em publicidade, foi descobrir a felicidade quando começou a pedalar pela cidade. Na época não tinha tanta ciclovia, mas já tinha muita gente pedalando. Juntou-se ao grupo e desses encontros inventou sua nova profissão: videobiker. Ou seria biker-fotógrafa? Hoje registra todos os movimentos que fazem de São Paulo uma cidade melhor, colaborando com textos, fotos e vídeos no site “Vá de Bike” e publicando na fanpage (facebook) Página da Rachel. Ela também é Bike Anjo.

COLAbORADORes: S a r a M i c h e l i n i - revisão / G a b r i e l a N o g u e i r a - apoio digital


TODAS AS EDIÇÕES: http://issuu.com/pequenocidadao JorNAl

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especial animaçÃo

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2014


Por_____________IDADE___anos

prA CoLOrIr Essa garota está brincando de bambolê na capa do nosso primeiro VINIL. A gente usou bastante amarelo e azul. E você, como quer colorir?


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