Mais Mais Perfil - Agropecuária

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Nยบ 29 - Agosto/2012 Proibida a venda

Mais Mais Perfil Agropecuรกria

Mulheres

www.maismaisperfil.com

O glamour da pecuรกria do Leste de Minas

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Sumário

CAPA

Mul h eres O glamour da pecuária

Mais Mais Perfil

Marquinho Silveira

Foto: Marquinho Silveira

Foto:KK GONTIJO

Lu Scarabelli

Lu Scarabelli

Marquinho Silveira

Marquinho Silveira

KK Gontijo

Agropecuária

Marquinho Silveira

Jorcelino Cardoso Lopes

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O homenageado criador de gado de corte

Agostinha Naves Aguiar Aguimar Zanon Resende Célia Maria Caldeira Teixeira Amparo Rezende Sá Maria das Graças de Faria Lopes Maria José Augusto Andrade Vilela Maria de Lourdes Rezende Marlene Firmato Esteves Mônica Santos

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ENTREVISTA

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Frente a frente com Agostinho de Alcântara Aguiar


Editorial

Wilma Trindade

Plenamente abençoada por Deus, a 29ª edição da revista Mais Mais Perfil – que em agosto é voltada para a Exposição Agropecuária de Governador Valadares – chega até a você, leitor, de forma inédita, com foco em 9 mulheres surpreendentes, que trazem no DNA a pecuária e o glamour da tradição das fazendas de Minas. Agostinha Naves Aguiar, nossa capa, Aguimar Zanon Resende, Maria do Amparo Rezende Sá, Maria de Lourdes Rezende, Maria de Faria Lopes, Zezé Andrade Vilela, Marlene Firmato Esteves, Mônica Santos e Célia Teixeira. Todas, uma conquista de nossa credibilidade. Nelas você encontrará exemplo de trabalho, de fé, humildade, elegância, superação, força e coragem. Uma homogeneidade surpreendente, que a revista Mais Mais Perfil tem orgulho de ser a primeira a apresentar. Ainda nessa edição uma entrevista exclusiva com o tradicional e dinâmico pecuarista Agostinho de Alcântara Aguiar, que aos 92 anos está cheio de boas idéias. Uma delas, o Sulamita Premium Residence, um grande investimento em Governador Valadares, cidade que tanto ama. Mais, a força de Jorcelino Cardoso Lopes o pecuarista mais homenageado na Expoagro 2012. Além de todo esse apoio, a Mais Mais Perfil Agropecuária 2012 contou com a colaboração da arte de fotografar de Marquinho Silveira, KK Gontijo e Luciene Scarabelli. A todos os demais apoiadores e aos familiares de nossas fazendeiras 2012, o mais profundo agradecimento dessa editoria que foi recebida por todos, com o maior carinho. A Deus, a Luz que nos guia, louvor e graças. As Olimpíadas de Londres deixam no Brasil um gostinho de derrota onde se poderia saborear vitórias, enquanto nos tribunais da Capital Federal, 38 manda-chuvas do mundo financeiro e da política nacional, na condição de réus, é uma vitória. Sucumbir às destrezas dos muito bem pagos advogados de defesa seria uma derrota da justiça brasileira. Torçamos para que ela vença a tempo, para que as urnas não voltem a colocar malfeitores no poder. Que olhos se abram, ouvidos se apurem e o discernimento se agigante. 7 de outubro é a oportunidade. Que superação, união, determinação, qualidades que valeram o ouro para nossas “meninas do vôlei”, sejam a bandeira.

Expediente Editoria Geral: Projeto Gráfico: Fotos Sociais: Fotos Perfis: Colaboradores: Design Gráfico: Revisão: Impressão: Tiragem:

Wilma Trindade Wilma Trindade Wilma Trindade Marquinho Silveira, KK Gontijo, Lu Scarabelli Paula Greco Agência Rix Tarciso Alves Lastro Editora 5.000 exemplares

Esta revista é uma produção da WTF Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização. Governador Valadares - MG - Agosto / 2012

CONTATO COMERCIAL: (33) 9953-1124 / 8843-5522 / 8437-0707 wilmaperfil@hotmail.com | www.maismaisperfil.com

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Perfil | Agropecuária

Missa do Vaqueiro - momento de fé

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Exposição Agropecuária de Governador Valadares completou esse ano 43 anos, e colocar a tradição da Missa do Vaqueiro nessa página é uma espécie de oração de agradecimento. Nada como a fé, para encontrar o caminho a seguir. Fazer diferente, faz a diferença. Andamos por caminhos inéditos nessa edição - iluminados pela fé. E valeu acreditar. Agora é ler, ver e seguir. 6

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Por Wilma Trindade


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Foto: ZZNPERES.COM

Agostinha Naves Aguiar

Perfil CAPA A natureza reservada e o ar compenetrado ao falar de trabalho revelam apenas uma entre as várias nuances da personalidade da pecuarista Agostinha Naves Aguiar. A competente gestora de negócios é também uma mulher culta, viajada, de muitos talentos, múltipla formação acadêmica, e de uma paixão especial pelas coisas da terra. Paixão esta que veio impressa em seu DNA. Agostinha faz parte da 3ª geração de uma família ligada à atividade pecuária, inicialmente nas regiões de Uberaba, Belo Horizonte e, posteriormente em Governador Valadares, para onde veio o seu pai, quando comprou sua primeira fazenda na região. E foi justamente acompanhando o “Seu” Agostinho nas andanças pela fazenda em que morou até os 12 anos, que ela foi tomando gosto pelo assunto. Agostinha se lembra, com graça, de quando, ainda muito pequena, era colocada pelo pai na cerca do curral para ver o gado. Aos três anos, já gostava de ver o movimento dos animais, e durante a infância não foram poucas as vezes em que, na volta da escola, antes mesmo de chegar em casa para almoçar, parava com o pai para observar o gado e já, encantada, perguntava: “É de raça? O senhor me dá?” A brincadeira, que divertia a ambos, prenunciava o que hoje é a marca Sula Guzerá, referência de excelência

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Agropecuária

e qualidade. Desde que optou pela criação de gado Guzerá, há 15 anos, investiu em tecnologia de melhoramento genético dos animais e também em cruzamento de raças, sempre a partir do Guzerá. E é com grande alegria e o entusiasmo dos apaixonados pela pecuária que Agostinha vê o resultado positivo do seu trabalho refletido na produtividade do Guzera SULA. A “Loteria – SULA 1029”, campeã vaca jovem da Expozebu -2012, nova recordista vaca jovem- na produção leiteira; e a participação dos maiores criadores do Brasil no 3º Leilão Elite Guzerá Sula & Convidados, são apenas alguns entre os muitos exemplos que podem ser citados. Toda esta qualidade é fruto de um trabalho obstinado que começou a ser lapidado quando, na adolescência, Agostinha deixou a fazenda, para estudar. Inteligente e muito focada em sua formação, Agostinha herdou da mãe seu lado mais estudioso e acadêmico. Formada em engenharia civil e administração de empresas, retornou a BH e com os irmãos diversificaram suas atividades. Trabalhando hoje nos setores do agronegócio, imobiliário e comércio de combustíveis. E o amor pela terra a fez continuar à frente da administração da fazenda, ao lado de seu pai, vindo mensalmente a Valadares. Hoje a administração do grupo Naves Aguiar é divi-


Foto:KK GONTIJO

dida entre os quatro irmãos. Agostinha continua administrando a fazenda Ilha Funda, e o GUZERÁ SULA. “O trabalho no campo é árduo, mas também ajuda a combater o stress da cidade grande. Os dias passados na fazenda me revitalizam para o trabalho em Belo Horizonte”. Como mulher do campo, Agostinha faz questão de preservar todas as nascentes, Áreas de Proteção Ambiental e reservas da fazenda. Opta por práticas benéficas ao solo, e ainda utiliza a homeopatia no trato dos animais. Enquanto isso, ela espera o dia em que os produtores rurais sejam realmente valorizados e reconhecidos pela luta na produção de alimentos para a sociedade e recebam das autoridades a atenção mínima que lhes permita o acesso a boas estradas , telefonia, internet, transporte público e outros serviços essenciais na vida contemporânea. Com grande satisfação, Agostinha se refere aos colaboradores da fazenda dizendo: ‘Temos um relacionamento diferenciado com a equipe que mora na fazenda. Para nós, cada funcionário tem o seu valor. São a família do Guzerá Sula.”

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Fotos: Wilma Trindade

Por Wilma Trindade m dos mais esperados e concorridos, o Leilão Sula Guzerá abriu, no dia 13 de julho, a temporada da Expoagro 2012. E, pelo terceiro ano consecutivo, a família Sula Guzerá recebeu com esmero de grande festa. Afinal, a data é de aniversário do chef do clã, Agostinho de Alcântara Aguiar, que esse ano soprou velinha pelos seus 92 anos de puro dinamismo. No Tattersall do Parque José Tavares Pereira, luzes, câmeras e muita ação no telão, registrando lances que indicavam a qualidade excepcional dos animais apresentados. Prestigiado por guzeratistas de Minas e de outros estados e por muitos outros pecuaristas de peso da cidade, a noite do Sula Guzerá, que expôs sua excelência forte na carne, forte no leite, forte na raça, foi também dos expositores convidados e de lucro para todos. Resultado comemorado com luzes e som de discoteca.

U

Agostinha e o pai Agostinho de Alcântara Aguiar

Mica Figueiredo, Chico (Guzerá J.A), João Marques e Silvana

Felipe (Geneplus Embrapa), José Roberto Salgado (Guzerá Aconchego), Marcelo Mendo e Ana Cláudia Mendo (Guzerá AMAR)

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Paola Cazineli (Guzerá Tibuna), Dubinho e Adriano (Guzerá Suaçuí)


Agostinho com a filha Letícia e Ana Clara Famía Sula Guzerá

Mário de Paula Dias e Marli (Guzerá MPD)

3º Leilão Sula - A festa do Guzerá

Guzerá do Diga, Guzerá NF e Guzerá Peixe Branco

Foto: ZZNPERES.COM

Letícia, Agostinha e Francisco Naves Aguiar

Carla (Guzerá do Diga) e Célia Teixeira

Porcaro e Agostinho

Guzerá NF e Haroldo Fontenelli

João Geo (Guzerá GEO) e Cenat embrião

Ariane e Menecuci

Agostinha, Marcos Melo, Agostinho e Sinval Martins de Melo

Sulamita e seu pai Agostinho

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Notícias

Mais Mais Perfil Agropecuária

Por: Wilma Trindade

Na Paraíba

Célia e Diomário (Guzerá Peixe Branco)

Célia e Manoelito, Fazenda Carnaúba

Diomário, Célia e Frederico (leia-se Guzerá Peixe Branco) foram presenças marcantes no “Dia D” na Fazenda CARNAÚBA em Taperoá-Paraíba, onde aconteceu o 1º Leilão e Rodada de Negócios Carnaúba das Raças GUZERÁ e SINDI. Depois eles visitaram a EMEPA - Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária - Estação Experimental de Alagoinha também na Paraíba, que tem o objetivo de avaliar características produtivas, reprodutivas e manejo da raça Guzerá e assim ter maior conhecimento das potencialidades quando explorada para leite. Eles voltaram satisfeitos, pois perceberam que estão no caminho certo quanto aos projetos implantados na Fazenda Peixe Branco.

Leomária e Diogo

Nicola Perim, a esposa Fadua,Nicole, Igor e Iago, felizes. A Nicole, recém formada em medicina, assumiu o PSF e uma UBS em Governador Valadares

Bodas de Ouro

Belos, jovens e fazendeiros, Leomária e Diogo em seu casamento. Um acontecimento finérrimo que movimentou no dia 7 de julho a terra onde nasci - São José do Divino - a mais ou menos 1h30 min de Governador Valadares. Um glamour que a revista Mais Mais Perfil Agropecuária não poderia deixar de registrar com as fotos do profissional Marquinho Silveira. Pela importância, simpatia e elegância das duas famílias. Ele, neto do pecuarista João Martins, filho de Paulo Afonso de Souza Bastos e Maria Aparecida Sampaio Bastos, e ela neta de Leodi Ramos e Maria Gonzaga e filha de Áurea Rita e Cloves Antunes.

CândidaBicallho

Wilma, Vera, Chiquita e a sobrinha Irene, Manuel, Wagner e Rose

Irene e Manuel

Depois de uma temporada nos States voltou ao Brasil, trabalhou e se despediu da assessoria do deputado Fabinho Ramalho, com o almoço organizado para o Governador de Minas. Com a mente voltada para a próxima etapa de sua vida no Brasil, o cargo na Multinacional Anglo America, empresa de mineração, Cândida desfilou seu charme na Expoagro de Valadares, no domingo, 22 de julho.

Para comemorar as Bodas de Ouro dos pais, os filhos de Irene e Manuel reuniram toda a família e os muitos amigos no salão de festas Leblon. Uma festa organizada com todo esmero. Coquetel com ponche e um jantar divino, doces finos e lembrancinhas tradicionais.

Paula Bastos, Palmira Bastos, Leomária e Diogo, Maria Aparecida Sampaio Bastos e Danilo Bastos

Áurea Rita, mãe, Leodi Ramos, avô, Leomária e Diogo e avó Maria Gonzaga

Cloves Antunes e Cloves Filho com Leomária e Diogo mais Agna Mendonça

André Sá

No dia 28 de julho, às 13 horas, o tenista André Sá deixava Minas e GV ligadinhos a Londres. Aos 38 anos, pelo ineditismo de ser o único tenista mineiro a participar de três Olimpíadas consecutivas, mesmo não tendo passado da apresentação na última, André Sá é o cara. Parar, nem pensar! Seu foco está em participar das próximas Olimpíadas, em 2016, no Brasil. Chiquérrimo!

D Irene e Manuel com os filhos,Marlene,Marilene, Lauro,Gisleine e Valdirene

r. Amarildo Costa, em plena forma, da Expoagro 2012 seguiu para esquiar, pela segunda vez, no Chile. A primeira foi 20 dias após a bem sucedida cirurgia para retirar um tumor no cérebro. Admirável.

André Sá em foto enviada aos pais, direto de Londres na Delegação do Brasil

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Aguimar Zanon Resende

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São muitos os motivos que permitem afirmar que Aguimar Zanon Resende é uma mulher surpreendente. Pecuarista, educadora, articuladora política e ainda mãe e esposa em tempo integral. Uma presença sóbria e discreta que se agiganta à medida que se revela aos olhos do público, tal como é em suas relações familiares e de trabalho. Nascida no Espírito Santo, filha de um produtor de café, Aguimar sempre buscou sua independência. Tanto que, logo depois de se formar no magistério, trocou a tranquilidade da casa dos pais pelo desafio de ser professora em São Geraldo de Tumiritinga, distrito da pequena Tumiritinga, em Minas Gerais. Com os incentivos da prefeitura local e a vontade de fazer a diferença, ela veio acompanhada de uma amiga, sem saber que começava ali a se traçar um novo rumo para sua vida, no qual a carreira de educadora passaria a dividir espaço com marido, filhos e a vida de produtora rural. Foi nessa época que ela conheceu o futuro marido, Guilherme Resende, que na época administrava a fazenda do pai. Casados, eles deram início a uma vida de muito trabalho, mas também muito companheirismo, harmonia e respeito, que possibilitou a ambos construírem carreiras profissionais vitoriosas, e uma família unida e amorosa. Aos poucos, eles foram adquirindo animais e terras próprias, formando a fazenda em que vivem até hoje, lá mesmo em São Geraldo. Enquanto isso, Aguimar formou-se em Pedagogia (indo e vindo a Teófilo Otoni) e fez especialização em Supervisão Escolar em São João Del Rey. Dinâmica e participativa na vida social de sua comunidade, Aguimar ainda encontrava tempo para a articulação política, militando em várias campanhas eleitorais, sempre com o apoio de Guilherme. Depois vieram os filhos, Edberto e Amanda, que viveram na fazenda até entrarem em idade escolar. Tendo começado a trabalhar bem jovem e depois de mais de 18 anos como diretora da escola em que começou como professora, Aguimar aposentou-se e veio para Valadares com a família, para acompanhar de perto e tempo integral o crescimento dos filhos. Foram muitos anos desdobrando-se entre deveres de casa, aulas de natação, balé, hipismo e outras atividades infantis, sem nunca deixar de lado o trabalho na fazenda, para onde ia diariamente. Pouco mais de 20 anos após essa mudança, Aguimar sabe que hoje o ritmo é outro, é bem verdade. Os meninos estão crescidos, formados e trabalhando. Mas, exatamente por isso, a estrada aumentou de tamanho. Agrônomo, Edberto vem assumindo a direção da fazenda, para tranquilidade do pai que acumula a presidência da Cooperativa e do SILEMG, mas não abre mão da presença da mãe por perto, nem que seja pra fazer aquela comidinha especial. A Amanda, médica em Belo Horizonte, também já traça seu próprio caminho, mas nem por isso prescinde de um colinho de mãe de vez em quando. E ainda tem que ter um tempinho para a Aguimar ser filha, cuidando um pouquinho da mãe, que mora no Espírito Santo. Acostumada a se dividir em muitas para se multiplicar em cuidados com os seus, Aguimar se diz satisfeita com tudo o que lhe foi concedido: uma família feliz, filhos maravilhosos, o mais companheiro dos maridos, realização profissional, uma vida plena, e muitos motivos para se orgulhar.


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15 Foto: MARQUINHO SILVEIRA


Mais Mais

Perfil | Agropecuária

Estância Paraíso O berço do Leite

Edberto, Amanda, Guilherme e Aguimar na Estância Paraíso

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No Concurso Leiteiro 2012 da Coaperiodoce: Edberto, Aguimar e Guilherme

Edberto Rezende e a namorada Erika Soares

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uilherme Olinto Resende e a esposa, Aguimar Zanon Resende, moram na Estância Paraíso, em Tumiritinga, onde, ao lado do filho Edberto José Zanon Rezende, vêm se especializando em criar e recriar matrizes de elevado padrão genético e alta produtividade, chegando a uma produção de 60 mil litros de leite/mês, sempre focados na sustentabilidade e seguindo os padrões de qualidade. As vacas da Estância Paraíso têm tradição em participar dos Concursos Leiteiros da Cooperativa, com animais criados na fazenda, como Tiazinha do G, campeã por vários anos, e Amanda do G, vencedora da categoria Cria da Fazenda em 2011 e 2012, com pico de produção de 62.630 kg/dia. Assim, a Estância Paraíso contribui para o desenvolvimento da produção e aumento da produtividade na bacia leiteira da região.

Guilherme e o filho Edberto, sempre participando dos Concursos Leiteiros da Cooperativa, com animais cria da Fazenda


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Foto: Wilma Trindade

Foto: ZZNPERES.COM

Buscou o boi, matou e tirou o couro. Vendeu a carne fresca e depois a que tinha salgado. Com isso pagou ao Sr. Guimarães e ainda sobrou dinheiro. “Tenho que agradecer a Deus e ao ensinamento de meu pai, cujo exemplo sigo até hoje, confiando e dando crédito a meus filhos. Nunca voltei minha palavra”. Ainda rapazinho mudou-se para São João Evangelista e montou um bar. Convidado por um de seus irmãos para abrir uma loja de atacado (ferragens, tecidos...) mudou-se para Belo Horizonte e trabalhou 21 anos na Aguiar & Cia, como vendedor. Comerciante nato, Agostinho conquistava onde os outros fracassavam. Uma vez o irmão voltava de uma viagem se Nascido em Coluna, interior de Minas a 212 km de Belo queixando da crise, pois ninguém havia comprado nada. Ele Horizonte, e emancipado distrito de São João Evangelista, o foi, vendeu tudo o que havia levado trazendo ainda mais menino Agostinho, levado e audacioso, se impunha. Aos 12 pedidos, tantos que, ao chegar na cidade da encomenda, com anos, na volta da escola parou na porta do Sr. Joaquim Gui- tudo, pensaram que ele estava se mudando para o lugar. marães, proprietário do boi Navegante que tinha sido do seu Tempos depois, uma amiga, Vanda Figueiredo, o convidou pai. “Quer vender o Navegante?”, “Vendo por 150 mil reis”. para participar de um piquenique do clube de Moços e Moças. “Dou 105”. E começou a negociação. 145, 105, 135, 105, e E com ela estava aquela que viria a ser a mulher de toda a quando chegou a 125, comprou o boi, e foi jogar birosca com sua vida: Sulamita de Oliveira Naves. Na apresentação, as os colegas. Conta que, morando perto, o pai ia passando e foi mãos dadas e o destino dos dois selados. Sabiam que estavam abordado: “Sr. Vitor, o Agostinho comprou o Navegante”. E a casados a partir daquele momento. resposta foi: “Se ele comprou, nos resta pagar o boi”, enquanA partir dessa observação e seguindo a história de Agostinho to o filho continuava a jogar birosca. Chegando em casa, da entende-se quando ele diz que não teve nenhuma participação escola, depois do almoço, o menino Agostinho foi a pé chamar em seu destino. Aos 41 anos casa-se com a Sulamita que tinha o Raiere (Israel) um pau para toda obra na lida com o gado. 30. Ainda morando em BH, cansado do comércio e das viagens

H

á exatamente 2 anos venho alimentando o desejo de estampar nas páginas da Mais Mais Agropecuária a história de sucesso desse mineiro que tem grande parte de sua vida ligada a Governador Valadares e região. Foi uma aproximação lenta e gradual até acontecer sem que soubéssemos que aconteceria. Ao contar-me sua história ele olha-me profundamente. Qual é a minha participação? O que eu realmente fiz? Qual a minha profissão?

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Perfil | Agropecuária

Agostinho Frente a frente

com

de Alcântara Aguiar Por Wilma Trindade

que o afastavam de sua Sulamita, vendeu a parte da sociedade e comprou do sogro parte da fazenda de Governador Valadares, para onde se mudou e onde o valor e a coragem de sua mulher resplandeceu. “Aqui vamos vestir e beber leite” (só teriam a receita da venda do leite para viver). “Ela topou a parada”. Criada no conforto da Capital, a jovem Sulamita veio recomeçar a vida com ele, morando na casa mais simples da fazenda e enfrentando todas as dificuldades para criar e educar os filhos. Agostinho ia povoando a fazenda e fornecendo leite para a Cooperativa. Com o dinheiro ia comprando mais. Começaram a fazer queijo muçarela com a receita da sogra. Mais tarde, com um empréstimo no Banco Mineiro do Oeste, para pagar em cinco anos, comprou toda a fazenda de Alpercata. Quando acabou de pagar presenteou a sua Sulamita com a casa da Afonso Pena, a sua rua em Governador Valadares. Ali acabaram de criar e formar os 4 filhos: Francisco, que se casou com Taciana e lhe deu os primeiros netos, Vitor e Dulce; Agostinha, que o acompanha em suas atividades desde os três anos de idade; a Letícia, casada com o Márcio, pais da Ana Clara; e a caçula, Sulamita, mãe da pequena Sofia. Durante toda a sua vida, a grande companheira Sulamita foi a ponderação de Agostinho. Sempre pedindo a Deus — que deu a Agostinho de Alcântara Aguiar muito mais que ele pediu — com os 4 filhos formados, os negócios com a pecuária se ramificaram para

o setores imobiliário, agronegócios e comércio de combustível, consolidando-se no Grupo Naves Aguiar.“Vejo o meu passado, lembro-me de tudo e não tenho vergonha de nada. Nunca fiz mal a ninguém, não tenho inimigos, só tenho amigos. Casei e vivi 50 anos com a mulher que me dizia: “quantas vezes eu tiver que casar, casarei com você”. Essa é a glória que tenho. A ela fiz duas homenagens: quando fui registrar o plantel Guzerá, o nome foi Sula. E hoje com o Residencial Sulamita que “se Deus quiser” será erguido na área da casa da Afonso Pena”. Um projeto idealizado para atender às necessidades desta cidade que tanto ama. Há 15 anos, incentivado por Sulamita, deciciu criar Guzerá. Aos 78 anos, fazendo planos para o futuro, iniciou o Guzerá Sula. O plantel cresceu, e hoje é reconhecido Brasil afora. Como criador, não mede esforços e investe cada vez mais em melhoria genética. Em julho fez o terceiro leilão Elite Guzerá Sula e planeja muitos outros. “Um homem não pode parar de trabalhar e sonhar”. Há 4 anos sem a sua Sulamita, e sempre acompanhado da filha Agostinha, o iluminado Agostinho divide seu tempo entre os arredores da Capital, Belo Horizonte, e sua fazenda “Sula Guzerá” em nossa região, onde está pelo menos uma vez ao mês. Lúcido, participativo, dinâmico, ainda cheio de idéias para bons negócios, ele define a sua vida plena de dádivas: noventa e dois anos de Céu. 19

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Célia Maria Caldeira Teixeira

Agropecuária

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Uma mulher de personalidade forte, dinâmica, companheira, competente, metódica, bastante perfeccionista e ao mesmo tempo corajosa. Impressão esta que se confirma à medida que ela vai falando de sua vida, com suas opiniões sobre o que a cerca, suas histórias e ainda a sua paixão pelo guzerá. A garra pelo trabalho e o prazer pelo que faz são suas características mais marcantes. Isso herdou de sua mãe, um exemplo de vida, que com muito sacrifício lutou para criá-la, com seus dois irmãos. Célia perdeu o pai muito cedo, saindo de Buenopólis, onde nasceu, indo morar em Diamantina, onde passou sua adolescência, época que ela considera uma das melhores de sua vida. Na década de 60 foi para BH, para continuar seus estudos. Formada pela UFMG, em Pedagogia, e pós-graduada em Planejamento Educacional, trabalhou em Belo Horizonte, no Juizado de Menores, e na FEBEM, onde coordenou o CERT-(Centro de Recolhimento e Triagem), uma Escola de Menores Abandonados, uma grande experiência de vida. Casada com o médico pediatra Diomário, foram morar primeiro em Paracatu, onde deixaram grandes amizades, vindo fixar raízes em Governador Valadares, quando seu marido tornou-se um dos sócios do Hospital Infantil São Cristovão. A chegada dos três filhos não impediu que ela trabalhasse. Aprovada em concurso público, foi trabalhar no Colégio Estadual, hoje E.E. Joaquim Pedro do Nascimento, na E.E.Labor Clube, e na Superintendência Educacional, onde fazia parte da equipe que supervisionava as escolas com classes especiais, hoje chamadas classes de necessidades especiais. Trabalhou também no Colégio Ibituruna, como coordenadora, e sua última atividade profissional foi como diretora da Escola Técnica de Enfermagem da Fadivale. Entre as atividades profissionais, ela nunca deixou de estar envolvida com a fazenda, indo com as crianças em todas as oportunidades, nos finais de semanas, feriados e férias. Célia acredita que a sua nata aptidão pela pecuária estava embutida. Ao chegar aqui, a paixão pela fazenda aflorou. O convívio com animais e a lida na fazenda a tornaram fascinada pela raça guzerá, e atribui isso também ao sogro, Seu Neném Matias, quando, sentado na varanda de sua casa, contava com entusiasmo suas histórias de como trouxe pioneiramente a raça para o Leste de Minas Gerais. “Se ele estivesse ainda conosco estaria muito feliz, em ver o entusiasmo e dedicação dos seus netos, Fred, Marcelo e Daniel, que estão conduzindo a nossa seleção do plantel Guzerá Peixe Branco, junto com Diomário e o Tio Clodoaldo”. Acompanhando a evolução da raça, recentemente, com Diomário e o filho Frederico, visitou a Estação Experimental de Alagoinha, na Paraíba, cujo objetivo é avaliar características produtivas, reprodutivas e manejo da raça guzerá, adquirindo maior conhecimento das potencialidades, quando exploradas para leite. “Com esta visita confirmamos que estamos no caminho certo.” Quando chega a Expoagro, com seu espírito de colaboração, não lhe falta ânimo em cuidar da organização da Casa do Guzerá. Ela faz questão de deixar a casa com um ambiente bonito e, ao mesmo tempo, aconchegante. O seu desafio maior é estar junto da família Guzerá Peixe Branco, colaborando nos projetos implantados na fazenda para engrandecimento da raça guzerá. Célia faz questão de ter um tempo para si, fazendo atividades físicas, como pilates, hidroginástica, caminhadas, e ainda curte dança de salão. Com o brilho do seu sorriso cheia de amor pela vida, ela acredita que a Deus só tem a agradecer, por tudo que tem conseguido na vida.


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21 Foto: MARQUINHO SILVEIRA


Mais Mais

Expoagro Perfil | Agropecuária

Por Wilma Trindade

Na Casa do Guzerá

A

Casa do Guzerá, local de encontro dos criadores e expositores da raça durante a Expoagro, foi point da Revista Mais Mais Perfil, onde a carinhosa recepção inspirou fotos e mais fotos. Bem administrada pela presidente da ACGL, Agostinha Aguiar, o clima descontraído permite um

perfeito entrosamento e boas oportunidades de negócios, sempre regados a cervejinhas e alimentados por uma cozinha permanente que poderia servir de um simples café a um almoço com garçons e chef da qualidade de um Hélio Nazzarro. Como hostess perfeita, Célia Teixeira.

Célia Teixeira

Diomário Teixeira

Juliana e Julia Teixeira

Célia, Daniel, Tatiane e André Teixeira

Marcelo Teixeira

Paola Salgado e Felipe

Mário de Paula Dias

Agostinho de Alcântara Aguiar

Frederico Teixeira, Juliana e a filha Gabriela

José Diogo Junior e Carla (Guzerá do Diga)

Bebida exótica do Guzerá

Paola Gazinelli

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Professor Lucio, Agostinha, José Sátiro e Selênio

Marcelo Mendo, Agostinha e Alberto Francisco

Adriana Ferraz, Guzerá Ponteio

Marcio Fabri e Ana Leticia

Euler (Guzerá Pedra Negra)

Gustavo Faria


Aconselhamento genético Exame de DNA (Paternidade) Exames para diagnóstico de: Doenças Onco-Hematológicas Doenças Infecciosas Infertilidade Síndromes genéticas Marcos Melo, Hulk, com criadores de Guzerá, Aluizio, Walter e Wemerson

João Geo, Cláudio, Agostinha, José Roberto, Felipe, Paola, Eros, Maria Victória

(33) 3082.1002 www.biocod.com.br

Paola e Leolino, Selênio com grupo de criadores

Daílsom, Eduardo, Agostinha, Fernando, Carlos Giacomin e Leolino Teles

Antônio Salvo, Agostinha, Milton e Gustavo Salvo

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Mais Mais Perfil

Amparo Rezende Sá

Agropecuária

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Depois de uma hora entre o asfalto e a terra, um cenário paradisíaco, tipicamente mineiro, se descortina: um gramado tinindo de verde, o relevo acidentado cortado pelo céu azul, árvores com balanços e, ao final de um caminho de pedras, a antiga casa de fazenda, primorosamente preservada, pintada de branco e azul, como reza a tradição. Se alguém dissesse para Amparo Rezende Sá que ela iria morar em um lugar assim, dificilmente seria levado a sério. Não que o meio rural fosse estranho a ela. Pelo contrário. Filha e irmã de pecuarista, não eram raros os finais de semana de sua infância e adolescência em que a família se reunia na fazenda. Mas, pelo menos para ela, era sempre a passeio. Mas foi exatamente a pecuária que a trouxe de volta à cidade natal depois de 27 anos longe. Desde que se casou com o engenheiro e (hoje) pecuarista José Geraldo Pedra Sá, Amparo mudou-se de cidade 12 vezes, em função do trabalho do marido. Depois vieram os filhos Vinícius e André, que aos 13 anos, iniciando uma promissora carreira de tenista, foi morar nos EUA. Para dar suporte ao filho, toda a família morou por um ano nos Estados Unidos. Em 2000, com os filhos encaminhados, morando na capital mineira, Amparo e José Geraldo estavam dispostos a ir atrás de mais qualidade de vida, e, como segurança de investimento, não existe opção melhor do que uma fazenda. Saindo para uma planejada temporada de férias na Bahia, passaram por Valadares para visitar seu irmão, Guilherme. Nesta visita, o marido ficou sabendo de uma fazenda à venda na cidade vizinha de Tumiritinga. No mesmo dia, saíram para ver o local, fecharam o negócio e se mudaram pra lá. A viagem à Bahia nunca aconteceu. A mudança foi radical, mas para Amparo valeu muito a pena. Apesar das limitações de comunicação e da estrada (hoje muito melhor que há 12 anos, quando eles chegaram), a vida no campo compensa por ser muito mais saudável, apesar de ser tanto ou mais atarefada quanto na cidade. Mas o ritmo é outro, segundo ela. Os dias são mais proveitosos, as noites mais bem dormidas, a comida mais saborosa. Com os filhos morando longe – Vinícius em Americana/SP, e André em Blumenal/SC – a Fazenda União virou também um delicioso refúgio familiar para relaxar do estresse da vida nas grandes cidades. Sempre que podem, se reúnem na fazenda, um verdadeiro oásis para eles e as crianças, os queridíssimos netos, que, pelo menos uma vez por ano, agitam a casa para alegria dos avós, que se derretem pelos pequenos. Além disso, a criação de gado Nelore é ainda um investimento familiar para eles e para os filhos. Na rotina do campo, muito trabalho, do qual Amparo participa com prazer, especialmente na parte administrativa. Mas depois de quase 12 anos acompanhando a criação, ela também já conhece a evolução do gado, os procedimentos para melhoria no rebanho, o investimento em genética. E ainda encontra tempo para suas preciosas caminhadas. São 10 quilômetros todos os dias, percorridos em um cenário muito mais estimulante que as esteiras de academias. Observando a realização do marido com o trabalho na fazenda, Amparo exalta a união da família, capaz de driblar as distâncias, e a cumplicidade amorosa de seu casamento, calcada no mútuo compromisso de valorizar o que faz o outro feliz. E assim, ela que nunca pensou em morar em uma fazenda, hoje não se imagina vivendo em outro lugar.


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Fazenda União Compromisso com a qualidade

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Vinícius, Daniela, Henrique, Luisa, José Geraldo, Amparo, Carolina, Fernanda e André - Família União

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arde de sol e a beleza da Fazenda União refletida na paixão da família de José Geraldo Pedra Sá pela pecuária, emociona. Presidente da Comissão Técnica da Pecuária de Corte da FAEMG e membro permanente da Comissão Nacional da Pecuária de Corte da CNA (Comissão Nacional da Agricultura) José Geraldo é dedicado criador da raça Nelore, apoiado pelos filhos e por sua mulher, Amparo Rezende Sá. Na Fazenda União as doadoras de alta linhagem do Nelore Nacional geram produtos da qualidade do Huke TE da União, e as matrizes Nelore PO produzem o gado de corte de excelente produtividade, que são resultados de um esmero que fortalece também a união da família. Esse desejo de se obter o melhor levou o casal José Geraldo e Amparo a morar na fazenda, para acompanhar de perto o aprimoramento desta qualidade. Investidores, os filhos Vinicius e André, o primeiro em São Paulo e o segundo mundo afora no circuito mundial de tênis, participam dessa dedicação pelo menos duas vezes ao ano.


Rogério Gomes, Anne, Aline Fernandes

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Beth e Flávio, da Ordenhar

xemplos de expositores com tradição de bem receber, Beth e Flávio, da Ordenhar, conquistam na Expoagro grandes oportunidades de negócios. A Mais Mas Perfil Agropecuária fez questão de registrá-los. Um outro bom exemplo de anfitriões é o casal Léia e José Eduardo Martins Guedes.

Léia e José Eduardo e Giovani Teixeira Gonçalves

Felipinho e Luiz Felipe

Márcio Fernandes

Fernanda Sibeoux e Ana Júlia

Léia, Lucio Xavier e sua filha Fernanda

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Maria das Graças de Faria Lopes

Agropecuária

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A simplicidade e a educação do caráter estão estampadas em Maria das Graças de Faria Lopes, uma mulher que se pode definir como exemplo de coragem, vitalidade, trabalho e solidariedade. Filha de proprietários rurais, nasceu na Fazenda Santa Bárbara do Leste, a 22 km de Caratinga, cidade onde foi criada em colégio interno. A família dos pais, descendentes de portugueses, veio do Rio de Janeiro para se instalar em Minas Gerais, escolhendo a região do leste. Perto dali vivia aquele que seria seu futuro marido: Jorcelino Cardoso Lopes. Nascido e criado em fazenda, trabalhou para o pai até a idade de 21 anos, quando conheceu a sua Maria. Já com planos sérios de casamento, partiu para construir sua própria vida. Em Caratinga conheceu o Sr. José Tobias de Souza, um comerciante forte de compra e venda de gado, que propôs a Jorcelino uma parceria. Assim, no dia 5 de fevereiro de 1966, Maria e Jorcelino subiram ao altar. Ela com 17 anos e ele, 23. Passados dois meses o jovem casal decidiu mudar-se para Governador Valadares, chegando aqui no dia do aniversário dele, 21 de maio. E já se foram 46 anos. Uma vida dedicada ao trabalho, seguindo o exemplo dos pais de ambos, que lhes ensinaram que o bem maior é honrar a palavra dada. Que a riqueza maior é o caráter, o trabalho digno, a humildade, a simplicidade, o respeito ao próximo, pois todo ser humano é igual, independente de ter mais, menos ou nada. Dessa forma, Maria e Jorcelino criaram e educaram os filhos dentro dos princípios religiosos, cientes de que sem Deus não seremos nada. Ele é a direção. Assim procuram ensinar os netos, Daniel Faria Lopes, filho do Juninho e da Soninha; e Fernanda Lopes de Carvalho e Camila Lopes de Carvalho, filhas da Jussara Faria e do Fernando de Carvalho. “Durante toda a nossa vida a convivência mais próxima, além da família, é com os funcionários. Com eles é o dia a dia, e então não poderia ser diferente”. Com respeito e atenção, Maria e Jorcelino administram essa convivência imprescindível para o desenvolvimento dos negócios, e deles próprios como seres humanos conscientes. “A gente pode crescer com humildade. Com economia se consegue ter alguma coisa. E zelando pelo nome, cumprindo com as obrigações, honrando a palavra dada”. O compromisso é coisa muito séria, afirma Maria Lopes. Quando perguntada se acredita que atrás de um grande homem sempre está uma grande mulher, responde pronta: “a gente acaba sendo o espelho deles. O exemplo é a continuação da família”. Cheia de disposição, não para de fazer planos. Incentivada pelo marido, que, embora tímido é festeiro. Maria pensa nas Bodas de Ouro, que acontecerão em 2015. Como costuma dizer Jorcelino, “o bom é pensar no futuro. O passado já passou e gosto que os meus netos me chamem de Jota”. Ao que ela complementa: “ter idade é quando a pessoa se entrega. Igual a meu marido, sinto-me jovem, pois estou sempre trabalhando ou fazendo alguma coisa. Tenho coragem e vitalidade de jovem”. E para ela a vida começa todos os dias, no aconchego dos netos, na vida dos filhos. Com toda essa vitalidade e certeza que se está nesse mundo apenas de passagem e que não há motivo para alguém se sentir melhor do que o outro, a vida em comum de Maria e Jorcelino, dedicada ao trabalho, cultivando o respeito ao próximo, se transforma no mais puro deleite, renovando-se todos os dias.


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omenageado pelo Sindicato Rural e reconhecido por criadores do Nelore, Jorcelino Cardoso Lopes foi o pecuarista mais festejado na Exposição Agropecuária de Governador Valadares em 2012. Iluminado, o tradicional comerciante de gado de corte promoveu um prestigiado encontro com a palestra sobre o gado Nelore de sua produção e a qualidade oferecida pelo Frigorífico Mafrial. Qualidade essa que os convidados tiveram a oportunidade de degustar e atestar na maior descontração. À noite, no Tattersal de Leilões, o brilho era dele. Apoiado por toda a família e muitos amigos, com a humildade própria dos grandes homens recebeu placa de reconhecimento por serviços prestados para o desenvolvimento da raça Nelore em nossa região. Um dia de Expoagro marcante que a revista Mais Mais Perfil Agropecuária não poderia deixar de registrar.

Jorcelino Cardoso Lopes recebendo homenagem

Maria e a filha Jussara

Maria Lopes com a neta Fernanda e sobrinhas, Taís e Laura

Beto Mol e Cantídio Ferreira

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Fernando Carvalho

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Jota Júnior e seu pai Jorcelino Lopes

Jorcelino com André Merlo

Jorcelino Lopes, Reginaldo Vilela, Afonso Bretas e Antenor Nogueira (Presidente do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da CNA)

Jorcelino e Guilherme Olinto

Yasminne e Mara Esteves


Alencar Ribeiro Vaz, José Geraldo Sá, Jorcelino Lopes e Carlos Arêas

Jussara, Fernando, Maria e Jorcelino Lopes e Jota Júnior

Luciana e Sônia Leão

Daniel, Fernanda, Laura, Taís, Jussara, Fernando, Jorcelino e Maria Lopes

Carol e Léo Fraga

Carlão Reis e Natalina Fernandes

Cristiane e Carlos Arêas

Maria Lopes e Creuza Merlo Os irmãos: Guilherme Olinto, Amparo e Mauro

José Geraldo Sá e o neto Henrique

Vinícius Porcaro e Milton Angola

Lívia Martins, Léo Costa e Poliana Chisté

Rogério Café, Jorcelino Lopes e seu cunhado Toninho

Casal Mauro Ali, Toninho e namorada e Creuza Merlo

Gustavo Reis e sua mãe Natalina

Jorcelino Lopes, Juninho Cabral, Mauro Ali e Fernando Ferreira

Paulo Gonçalves e seu filho Hugo

Agenor Libório e Christianne

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Maria José Augusto Andrade Vilela 32

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“Uma fazenda de gado de leite é um lugar com muito mais vida e alegria, porque lá estamos sempre vivendo a emoção dos nascimentos”. A frase, dita com toda naturalidade e o entusiasmo de quem se dedica com verdadeira paixão à criação de gado Gir e Girolando, ilustra bem a personalidade esfuziante da pecuarista Zezé Andrade. Eloquente com as palavras, ela transborda energia e bom humor. O envolvimento com a pecuária vem de família. O pai, Deruiche Augusto, criador de gado de corte, foi um dos primeiros associados da União Ruralista Rio Doce, o que levou-a a passar boa parte da infância na fazenda. E quem a vê tão articulada, falando com tanta propriedade sobre a raça e participando tão ativamente de todas as entidades de classe – Zezé é filiada ao Sindicato Rural, União Ruralista, Associação do Núcleo Gir Leiteiro dos Vales e acredita muito no desenvolvimento da pecuária através do trabalho classista – pode imaginar que esta foi sua única atividade profissional por toda a vida. Mas inicialmente Zezé fez valer uma outra herança paterna: o tino comercial. Dona de um bom gosto ímpar e elegância natural, ela investiu com sucesso na moda, sendo proprietária de loja até bem pouco tempo. O trabalho como pecuarista começou para valer há 13 anos, quando após o falecimento do primeiro marido, tradicional criador da raça Gir, Sérgio Murta de Andrade, ela precisou assumir os negócios da família e encarou o desafio com toda coragem e disposição. Hoje, se orgulha em falar da satisfação e felicidade de criar uma raça que, segundo ela, vem se destacando como a raça zebuína que mais cresce no Brasil, devido aos recordes alcançados em torneios leiteiros e julgamentos. Com os expressivos olhos azuis brilhando de empolgação, conta que “cada acasalamento ou nascimento é sempre uma descoberta, um recomeço, um passo adiante para termos um produto melhor a cada geração”. Uma melhoria que ela busca garantir através de tecnologias de melhoramento genético, como inseminação artificial, transferência de embrião e fertilização in vitro, além de cruzamentos de vacas Gir com Holandês, o que permite a criação de um gado de leite melhor, de mais baixo custo e mais adaptado ao clima tropical, o Girolando. Casada há seis anos com o pecuarista (e médico psiquiatra) Reginaldo Vilela, Zezé vive e respira o meio rural. Ficando na sua fazenda Bugresa de três a quatro dias por semana, ainda ajuda na fazenda do marido, com quem divide também a paixão pelo Gir leiteiro e Girolando. Com rebanhos separados, eles estão sempre juntos, na constante luta pelo melhoramento do gado, no investimento em genética, nos leilões. Assim como também muitas são as vezes em que se enfrentam em pistas de julgamento, o que acaba sendo sempre motivo de diversão e provocação entre eles. Completamente envolvida pela rotina da fazenda, não é raro vê-la entre os vaqueiros, embarcando ou desembarcando gado, tirando guias, cuidando de papelada, pegando “o boi pelo chifre”, com toda competência e simplicidade. O que não quer dizer que não haja tempo e espaço para cuidar de si, das filhas, do marido, de tudo o que lhe é mais querido. Fera no trabalho, Zezé é também a bela que não se intimida por pouco, e ainda acrescenta um toque de charme e feminilidade em tudo o que faz.


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Fazendas Aurora e Bugresa

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Zezé e seu premiado Topázio Bugresa

s fazendas Aurora e Bugresa, de propriedade de Reginaldo Vilela e Zezé Augusto Vilela, são tradicionais na Exposição Agropecuária de Governador Valadares. Com participações em pista e nos leilões Gir Leiteiro dos Vales, um brilho da raça que traz à Expoagro prestigiados convidados. Em 2012 participaram também no Leilão Girolando e Zebu. Em pista, o orgulho da criadora Zezé, a pretinha Vera Bugresa, foi Reservada Campeã Novilha Intermediária e a Rosa Bugresa, 1º prêmio Vaca Jovem, e o touro Topázio Bugresa, Reservado Campeão Júnior Maior. E o Javali Joviso, do Reginaldo, sagrado Campeão Macho Jovem. Como presidente em exercício, da União Ruralista, ReginaldoVilela foi presença exigida em todos os eventos, das premiações em pista, passando por aberturas de leilões e a premiação dos artistas participantes do II Salão Agro Artes, idealizado pela mente iluminada da artista plástica Clores Lage. Uma maratona cumprida à risca com muita experiência e dedicação.

Rosa Bugresa 1º Prêmio Vaca Jovem

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Vera Bugresa Reservada Campeã Novilha Jovem

Javali Joviso Campeão Macho Jovem


Zezé e Reginaldo Vilela no Leilão Sula

Clores Lage e Reginaldo Vilela

Brunah e sua mãe Zezé Andrade Vilela

Reginaldo Vilela, André Merlo e José Miguel Merlo

Afonso Bretas, Reginaldo Vilela e Saul Vilela

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Glamour na Expoagro 2012

Agostinho e o neto Vitor Gilmar Muratori e Tânia Muratori

Silvia Aguiar e Júnior Oliveira, seminarista da Canção Nova

O aniversariante e Adalto Cardoso

Maria de Lourdes Rezende e Silas Costa

Cláudia e Rogério Coelho

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Daniela Salomão, Andreia Tachi e Taciana Naves Aguiar

Sulamita Naves Aguiar


Alberto Ferreira e Mara Esteves

José Geraldo Pedra Sá e Amparo

Andréia Merlo, Sophia Merlo e Maria José Vilela

Ana Clara e o mascote guzerá Agostinha Naves Aguiar

Castelo Fraga, Rominho Lessa e José Miguel Merlo

Sulamita Aguiar e Larissa Damasceno

Francisco com a sobrinha Sofia e a filha Dulce

Márcio e Letícia

Giselly de Crignis e Flávia Teixeira

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Maria de Lourdes Rezende

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Seu pai é um dos mais tradicionais pecuaristas de Governador Valadares. Sr. Pedro Soares Rezende, 91 anos de vida, matrícula 186 na Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, um dos poucos remanescentes do grupo pioneiro da entidade. E foi exatamente a necessidade de estar próxima ao pai, ajudando-o a cuidar dos negócios, o que trouxe de volta a Valadares e às raízes a pecuarista Maria de Lourdes Rezende. Ela tem a elegância clássica de quem se dedicou ao conhecimento das artes em seu aspecto mais filosófico. Vivendo em Belo Horizonte desde seu casamento, e pós-graduada em Artes Plásticas e Arte Contemporânea pela UEMG e pela Guignard, Arquitetura de Interiores na Universidade Estadual de Minas Gerais, Maria de Lourdes tinha escritório de arquitetura e decoração e sempre com foco na colocação do objeto de arte. Estudiosa, Maria de Lourdes cultivou um gosto especial pela História da Arte, a influência que os momentos sociais e políticos exercem sobre os costumes, a arquitetura e o estilo de cada época. Tamanha inquietude e desejo de conhecimento levaram-na a viajar pelo mundo visistando museus e galerias, uma vez que, para ela, como arquiteta de interiores, é preciso conhecer bem o que propõe aos seus clientes. Então quis o destino que, divorciada e com a filha Fernanda e a filha de coração, Márcia Lima Couri, já formadas e casadas, ela se encontrava livre no momento que seu pai precisou. Não se furtando, encarou uma grande mudança de vida. Há quatro anos em Governador Valadares, é Maria de Lourdes quem está à frente dos negócios, fazendo valer sua obstinação e preparo intelectual, ainda que em um universo tão diferente. Até então, fazenda era praticamente uma concessão ao ex-marido, que além de médico é pecuarista. Mas como conhecimento não ocupa lugar, e saber mandar depende de conhecimento, Maria de Lourdes, ao chegar, fez todos os cursos que lhe foram oferecidos na área. Além do mais era acostumada a liderar homens nas obras de seus projetos. Ou seja, é mulher de autoridade nata. Ainda assim, sofreu com alguns insucessos no comércio de gado, com dificuldades para receber o que tinha sido vendido. Diante disso, e apesar de sua feminina firmeza em cobrar, diante de uma venda mais vultosa, pediu socorro ao pai: que buscasse um amigo que pudesse ajudar. E, nesse papel, o amigo de seu pai, o tradicional pecuarista Silas Costa, entrou em sua vida. Um ano depois de seu pedido de ajuda veio o pedido de namoro da parte dele. Conquistada por sua franqueza e firmeza de caráter, Maria de Lourdes abriu seu coração para esta relação que para ela, hoje, tem as marcas da gentileza e do cuidado. Completamente adaptada à atividade pecuária e com energia redobrada para fazer o que for preciso para melhorar a fazenda em todos os aspectos, Maria de Lourdes sabe que, à sua maneira, encontrou um novo caminho para a felicidade. Não por acaso, seu pai tanto se emocionou no dia que foi escolhido para lhe entregar a homenagem feita pelo Sindicato Rural de Governador Valadares. Naquele momento sabia que ele não havia falhado, trazendo a filha de volta. Que não havia tirado dela o espaço que ela conquistou durante a sua vida em BH, mas sim recuperado para ela o espaço que sempre teve aqui.


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Em GV - Um momento de Maria de Lourdes Rezende O Café Rural que aconteceu no Parque de Exposições José Tavares Pereira, já no clima da Expoagro 2012, foi evento de homenagens do Sindicato Rural cuja emoção ficou por conta do momento de Maria de Lourdes Rezende, neste ano, o único nome feminino na lista de homenageados. Tudo pela surpresa de ter sido o pai, o tradicional pecuarista Pedro Soares Rezende, o convidado para entregarlhe o troféu. Aos 91 anos, tendo ao lado sua companheira Izaura Rodrigues Rezende, eles foram protagonistas emocionantes. Nele via se o alívio de não ter trazido a filha de volta as suas raízes em vão.

A elegância cultivada de Maria de Lourdes Rezende

O presidente do Sindicato, Afonso Bretas, felicita a pecuarista

A homenagem do Sindicato Rural entregue pelo pai, Sr. Pedro Soares Rezende

A surpresa e a nobreza. Ela se adianta para acompanhar a chegada do pai.

A emoção de Pedro Rezende e de sua companheira,Izaura.

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No agradecimento, a classe e a humildade


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1º Leilão Estrelas do Leite

Mara, Marlene e Alberto Alberto Ferreira

Tereza Ali

Marlene e sua irmã, Maria Helena

Marilene Esteves e Geraldo Byrro

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strelas do Leite, o leilão promovido pelos pecuaristas Alberto Ferreira, D. Marlene Esteves e convidados, reuniu grandes compradores em uma ensolarada tarde do sábado, 23 de junho. No Tattersall do Parque de Exposições de Governador Valadares, o sucesso foi comemorado por toda a família reunida. Convidada, essa editora registrou para a Mais Mais Perfil Agropecuária.

Marlene e o neto, João Paulo Zootecnista Renato Martin, veterinário Percival Júnior, veterinário Felipe S. Pereira, gerente José Carlos com Marlene

Junia Alberto, Mara, Ana Carolina e Fabrizio

Márcia e seu filho, Bruno

José Geraldo Sá e Guilherme Olinto Rezende

Marilia, Daniel, o neto, Pedro e Marlene Paulo Francez, Jonas Marques, Mara, Marlene e os netos, Isadora, Yasminne e Bruno, mais Marilia e Daniel

Leiloeiro Denner Silas Dias Junior e Marlene

Marlene e Ildeu Guedes os sobrinhos Patricia e Marcelo Guedes

Humberto, gerente da Fazenda Cachoeira

João Paulo

Yasminne e Isadora

Débora Murta e Márcia

Alaor Rocha e Gute Pereira

Bruno, Márcia e Paulo Francez

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Marlene Firmato Esteves

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Se alguém nesse mundo já bebeu na fonte da juventude, certamente esta pessoa é a pecuarista Marlene Firmato Esteves. Dona de beleza e simpatia calorosas, ela esbanja jovialidade e bom humor, ao contar, entre outras coisas, que quando jovem costumava dizer que não queria se casar nem com fazendeiro nem com médico. A “rebeldia” era uma forma de expressar a falta que sentia do pai, médico e pecuarista. Baiano de Canavieiras, o Dr. Firmato queria ir para São Paulo, mas acabou mesmo ficando em Itambacuri, onde se fixou, se casou e, além de atender a todos os casos da região, ainda comprou uma fazenda. O resultado eram dias e noites de ausência, inclusive em datas como o Natal e aniversário, algo de que ela realmente não gostava muito, ainda que o tom da lembrança não seja de lamentação. De fato, quanto se casou com o marido, Aluizio, ele não era fazendeiro. “Ainda não”, completa ela, aos risos. Laticinista, na época ele estava começando a empresa Barbosa & Marques e, em função disso, eles acabaram se mudando para Caratinga, mas continuaram “na estrada” entre a cidade e Itambacuri, onde ele foi comprando gado, pequenos pedaços de terra, até comprar a fazenda que ela administra até hoje. “Aí, pronto. Já tinha eu virado fazendeira também”, comenta com seu característico bom humor, revelando que mesmo “pagando a língua” nunca deixou de acompanhar o marido, indo para fazenda todo final de semana, religiosamente. Com o falecimento do marido, em 1982, ela passou a administrar sozinha a fazenda. Com as filhas – Marilene, Márcia, Mara e Marília – já crescidas, e com as carreiras encaminhadas em outras áreas, coube a ela encarar o desafio, com a providencial ajuda do genro Francisco. Foram 15 anos administrando o espólio, até que cada filha tomasse posse de sua parte. Desde então, lá se vão outros 15 anos, como criadora de gado leiteiro, levando animais para exposição, torneios leiteiros e até promovendo leilões como o prestigiado “Estrelas do Leite”. Para tanto, Marlene inverteu a rotina do passado. Hoje ela fica na fazenda durante a semana, retornando para Governador Valadares nos finais de semana, quando não dispensa a companhia da família – principalmente dos netos – em animadas tardes ao redor da mesa da cozinha. Como produtora, Marlene faz questão de se manter atualizada com os avanços tecnológicos que permitem o melhoramento genético do gado. Antenada e sempre muito bem informada, ela lamenta o fato de a região ainda estar muito aquém de outras bacias leiteiras no próprio Estado, mas ressalta que, apesar das dificuldades, tem conseguido atingir e ultrapassar as pesadas metas estabelecidas. Para tanto, ela ressalta a qualidade da sua equipe de trabalho na fazenda, a boa assistência prestada pelos veterinários e zootecnistas que acompanham a criação. Mas não se estagna, e faz questão de procurar o melhoramento constante do seu rebanho. A mesma vitalidade que imprime no trabalho, Marlene faz questão de manter na vida social e em família. Nas muitas e boas histórias que conta – todas invariavelmente finalizadas com um belo sorriso – há exemplos inspiradores de quem soube superar as dificuldades e levar a vida com uma alegria sem precedentes, o que lhe confere um brilho estelar.


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43 Foto: LU SCARABELLI


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Mônica Santos

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Filha, neta e bisneta de pecuaristas, Mônica Santos traz em sua história o DNA da pecuária. Bem sucedida como criadora, ela tem o charme e a beleza de quem personifica o lado mais glamouroso dessa história, marcado pelo estilo e bom gosto. Mas quem a conhece sabe que Mônica vai muito além disso. Meiga, delicada e de caráter irrepreensível, é mãe zelosa e dedicada, esposa devotada, e também uma mulher de fibra, batalhadora, que soube se reinventar diante dos revezes da vida e, a cada obstáculo, faz questão de agradecer a Deus, pelo quanto se considera forte e privilegiada em superá-los. E é justamente na família que Mônica encontra toda essa força. Falar dos seus é sempre uma ocasião de grande emoção para ela. Sobre os filhos maiores, Gabriela e André, ambos estudando medicina, as palavras são do mais puro orgulho e da conformada saudade de quem sabe que a distância faz parte do crescimento e da felicidade dos filhos. Uma ausência driblada apenas pelo sorriso e as gracinhas da pequena Ana Beatriz, que, com quase três anos, veio como um milagre para ela e o marido, José Bernardino Murta, que Mônica tem como um mestre, um exemplo a ser seguido, um homem que Deus colocou na sua vida para honrá-la, e mostrar a ela o Seu amor. Sua casa reflete o gosto apurado, a sua própria elegância clássica, que preza a qualidade acima de tudo e tem na beleza nada mais que um reflexo. Ainda assim, e talvez por isso mesmo, Mônica cultiva a simplicidade. E mesmo tendo um closet repleto de marcas de luxo, faz questão de dizer que luxo mesmo, para ela, é achar tempo para fazer as coisas simples que gostaria de fazer, como assistir filmes, ler, se dedicar mais à religião, estar mais com sua família, que está longe. Elegância, para ela, passa longe das roupas refinadas e griffadas. Tampouco está nas joias, por mais belas que sejam. A elegância de Mônica está na fala, no caráter, nas atitudes, e jamais nos adornos. E tem como exemplo de elegância o seu pai, Leôncio Santos, um homem que por toda a sua vida tem o cuidado de medir as palavras para não ferir ninguém, e que tem como lema a discrição. Não por acaso, cuidar de cada cantinho da casa, para que ela permaneça como um autêntico e acolhedor lar, é uma das coisas que Mônica mais gosta de fazer. E, para tal, não se furta a colocar a mão na massa, para fazer bolos, tortas e outras comidinhas, que serve com todo o prazer, um gosto herdado da avó Guimária. Mônica faz questão de cuidar da família com todos os mimos próprios de quem tem na maternidade a sua grande vocação. “Nasci para ter filhos. É o que eu sei fazer de melhor: ser mãe”, costuma dizer essa mãezona, que se realiza em cada conquista dos filhos. A Bíblia, muito mais que um livro de cabeceira, é seu livro de todas as horas, sempre recheado de anotações, pedidos e agradecimentos. Uma fonte de ensinamentos para sua vida e a dos filhos. Mônica divide sua felicidade com o marido, Bernardino, que ela tem como seu esteio e apoio para toda a vida. Um homem que conquistou toda a sua família pela sua dignidade e compromisso. Vivenciando um momento de rara plenitude e realizações, Mônica Santos hoje tem muito a comemorar, e o faz em companhia daqueles a quem mais ama: a família e os amigos.


Foto: KK GONTIJO


Social Parque

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Anuska Prado e Pedro Lingordo

Por Wilma Trindade

Fernanda Barroso

Férias com Expoagro Férias de julho 2012, em Governador Valadares, aconteceram no estilo country chique. Movimentada por pecuaristas de toda região, a cidade respirou a poeira das fazendas e o cheiro de animais de elite nos galpões do Parque José Tavares Pereira. Dia e noite o sertanejo moderno era o som que embalava os quatro cantos da urbe. Quer queiram ou não, a Expoagro é um grande evento que movimenta o comércio em todas as suas áreas. É uma pena ouvir que ela tem que acabar. Inacreditável que homens da qualidade dos que compõem a União Ruralista Rio Doce não consigam encontrar a fórmula perdida, ou não tenham a capacidade de reinventá-la. O fato é que a opinião é geral: do jeito que está, não pode ficar.

Giselly de Crignis, Flávia e Renata Teixeira

Valéria Mol e Denise Gonçalves

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Priscila e Letícia Guimarães

Paulo Petrucelli e Cristina

Roberto César Almeida e Suraia Thebit com as filhas Laura, Maísa e Débora


do Dia a Dia à Balada

Carolina Barroso e Rafael Alves

Marcelo Barros e Júnia, Ricardo Pereira, Maria Inês e Zélia Resende

Fashion Jovem Bonita Fernando Pimenta e Camila Ayala

Adaltinho Cardoso

Nova loja Rua Israel Pinheiro, 2041 - Centro 33 3276.6099 47 agosto / 2012


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Perfil| |Expoagro Agropecuária Perfil 2011 O Braço Forte do Homem do Campo Com o intuito de comemorar o Dia do Produtor Rural, que em Minas Gerais é no dia 7 de julho, o Sindicato Rural de Governador Valadares promoveu o “Mérito Rural 2012”, realizado dia 09 de julho. O objetivo principal foi homenagear homens e mulheres que se destacaram por sua atuação no agronegócio. “Temos homenageado grandes produtores, mas também pequenos, que são a maioria, e que conseguem com grande esforço, diante de tantas adversidades da nossa atividade, viver honradamente e educar seus filhos, dando um bom exemplo, e que considero como verdadeiros heróis, para os dias de hoje. Na singeleza deste troféu queremos reconhecer e valorizar a grandeza do trabalho dos nossos produtores rurais. A eles a nossa homenagem”, declarou Afonso Bretas. Criado em 2003, o Mérito Rural se tornou destaque na classe rural. O evento reuniu cerca de 200 convidados, entre eles autoridades políticas e militares. Os homenageados 2012, foram Elysio José Ferreira, Geraldo Cardoso Coelho, Guilherme Olinto Rezende, Jorcelino Cardoso Lopes, Maria de Lourdes Rezende e Odilon Fernandes.

Afonso Luís Bretas

Presidente do Sindicato Rural/GV

Elysio José Ferreira

Geraldo Cardoso Coelho

Maria de Loudes Rezende

Guilherme Olinto Rezende

Odilon Fernandes

Jorcelino Cardoso Lopes

Ex-presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares por dois mandatos, produtor rural e fruticultor de cupuaçu, que tem realizado um importante trabalho, alavancando o agronegócio em nossa região.

Presidente do SILEMG - Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais, Presidente da Cooperativa, captador de oportunidades, peça fundamental no desenvolvimento socioeconômico de Governador Valadares.

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Pequeno produtor que se destacou por sua determinação e esforço em se capacitar com o projeto Balde Cheio implantado pelo Sindicato Rural, dando prosseguimento com o Projeto Crescer, da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, o que aumentou a sua produção de leite.

Conselheiro fiscal do sindicato por vários mandatos, sempre esteve envolvido em momentos fundamentais. Consciente e responsável se tornou referencial de preservação do meio ambiente, sendo reconhecido pelo INCRA como Produtor Rural Modelo do Vale do Rio Doce, o que é um orgulho para toda a classe rural.

Filha de tradicional produtor rural, Pedro Rezende, arquiteta de formação Maria de Lourdes assumiu em 2008 a propriedade da família, e desde então se destaca por sua disciplina e determinação. Usou a capacitação profissional através dos cursos do Sindicato em parceria com SENAR, para alavancar a rotina da fazenda.

Homem de formação humilde, chegou a Valadares em 1966, e desde então, com o auxílio da esposa Maria das Graças Lopes, tem escrito uma história de luta e sucesso profissional, com muita determinação, sendo determinante no desenvolvimento socioeconômico de nossa cidade.


Sindicato Rural e Sistema FAEMG na EXPOAGRO Em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais-FAEMG, o Sindicato Rural de Governador Valadares, montou stand na EXPOAGRO 2012 e apostou no fortalecimento do sistema sindical. De acordo com o presidente, Afonso Luiz Bretas, o intuito foi aproximar a sociedade do produtor rural. “Hoje em dia a mídia em geral marginaliza o produtor, colocando-o como um destruidor do meio ambiente, responsável pelo trabalho escravo, entre outras deturpações. Porém o que esquecem de mostrar é que somos nós que temos alimentado toda a nação e gerando excedente que garante o superavit da balança comercial brasileira, preservando o meio ambiente e gerando milhões de empregos”, enfatizou Afonso Bretas. A FAEMG, através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural- SENAR, também priorizou a capacitação profissional, oferecendo cursos gratuitos on line, através do EAD SENAR. Autoridades e representantes da classe rural prestigiaram o stand do Sindicato, durante a visita do secretário de Agricultura Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, na abertura da EXPOAGRO. Entre eles estavam, da esquerda para direita, Alberto Ferreira (Sicoob Crediriodoce), Robspierre Ferraz (EMATER), João Marques (Diretor Sindicato), Geraldo Birro (Diretor Sindicato), Afonso Luiz Bretas (Presidente Sindicato), Elmiro Nascimento, Guilherme Olinto Rezende (Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce), Ulisses Silveira (Gerente Regional SENAR). A EXPOAGRO já é um evento tradicional do meio rural, e quando é prestigiada com a presença de autoridades do Governo Estadual fortalece o intuito da festa, que é agregar e fortalecer os produtores rurais, analisou Afonso Bretas, presidente do Sindicato. O amplo espaço do stand proporcionou, durante os dez dias do evento, momentos de confraternização entre associados, parceiros e amigos. A Diretoria do Sindicato já se prepara para a próxima EXPOAGRO, com o objetivo de superar as expectativas, e a possibilidade de estreitar a parceria com o sistema FAEMG.

14º Leilão Excelência do Corte capta 1500 animais Com 1500 animais, o tradicional leilão do Sindicato Rural de Governador Valadares finalizou a EXPOAGRO 2012. A parceria e cumplicidade com os associados e amigos fizeram do evento um diferencial em preço e qualidade de gado . “Embora o mercado esteja passando por dificuldades, o Leilão do Sindicato foi garantia de bons negócios. Este ano tivemos gado de qualidade e preço, o que proporcionou oportunidade para os investimentos. Esperamos no 15º Excelência do Corte superar o número em captação de animais e vendas”, comentou Afonso Bretas.

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Fim de Festa?

F

Natalina Fernandes e Carlão Reis

Xande Merlo, no picadeiro do tattersall

Vinícius Toledo, Alex Chaves e Setembrino Leandro Ferreira Matos, Jota Júnior e Genuíno Neto

echamos essa 3ª edição da revista Mais Mais Perfil Agropecuária com as lembranças do charme e o poder das imagens captadas por essa editoria. Durante os nove dias da Expoagro 2012 percorremos o Parque de Exposições registrando o movimento, das baias aos Tatterssais de Leilões. Nomes muito conhecidos, entre tantos outros num mix de classes e raças que fazem o glamour de toda Exposição Agropecuária. Em todas as nossas 52 páginas, o poder de pecuaristas e suas gerações, herdeiros do propósito de fazer crescer e aprimorar a pecuária nacional. Se esse ano os preços dos ingressos distanciaram o grande público, a festa aconteceu. Nos leilões, nos estandes e sedes permanentes das raças. No flash back é possível conservar o pensamento positivo de que esse grande evento destaca Governador Valadares nacionalmente. Como nossa cidade, a Expoagro está na flor da idade e vale receber investimentos e incentivos. Vale se realizar. Então, até 2013 com mais uma edição, se Deus quiser, surpreendente como esta. Meu obrigado especial vai para: José Miguel Merlo, Célia Teixeira, Zezé Andrade Vilela, Amparo e José Geraldo Pedra Sá, Sr. Agostinho de Alcântara Aguiar e Agostinha, a D. Marlene, Márcia, Mara Esteves e Alberto Ferreira, Maria e Jorcelino Lopes, Maria de Lourdes Rezende, Mônica Santos e Aguimar Zanon Resende. Sem os quais, esse nosso projeto não teria se tornado realidade.

Dhair Siman e Kátia Siman com o filho

Creuza Merlo e neta Sophia Merlo

Antenor Nogueira e José Geraldo Sá

Carlinhos e Haroldo Rangel

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Em pista: Marcelo Mendo (Guzerá Amar), Paola e Roberto Salgado e seu pai Roberto Salgado (Guzerá Aconchego)


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Abate de 10.000 bovinos/mĂŞs 350 empregos direitos 1.500 famĂ­lias beneficiadas R$ 3.500.000,00 em investimentos ambientais

De uma ponta Ă outra, gerando desenvolvimento para a nossa regiĂŁo.

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