TRAJETÓRIA
Império
brasileiro com sotaque italiano Como o empresário Raul Randon conseguiu transformar uma oficina de reforma de motores num dos maiores e mais respeitados conglomerados industriais do País
O empresário Raul Anselmo Randon tem uma receita singular para os períodos em que o País passa por uma crise. Em vez de ficar lamuriando o cenário econômico, ele pára de ler jornais e de assistir à televisão e vai visitar clientes para ouvir a opinião deles sobre como melhorar os produtos e serviços oferecidos. Essa paciência para escutar os anseios do mercado é uma característica que o acompanha desde 1949, quando, juntamente com o irmão, Hercílio, montou uma oficina para reformar motores industriais na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Alguns anos depois, aceitou a sugestão de um amigo italiano para desenvolver componentes para caminhões. Era o
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Pe r f o r m a n c e
ÍDER - Jan 08
início da criação de uma via, de mão única, de prosperidade, muito trabalho e de um admirável legado de liderança. Diretor-presidente de uma organização na qual trabalham 8,5 mil empregados, e que deve encerrar o ano de 2007 com receita de R$ 3,4 bilhões, Raul Randon, um afável senhor de quase dois metros de altura e semblante sorridente, que oculta seus 78 anos de idade, mantém a paciência e o bom humor mesmo quando lhe pedem mais uma vez que conte como construiu um bem-sucedido conglomerado de empresas com prestígio que ultrapassa as paragens brasileiras.
foto: Ita Kirsch
por Costábile Nicoletta
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brasileiro com sotaque italiano Como o empresário Raul Randon conseguiu transformar uma oficina de reforma de motores num dos maiores e mais respeitados conglomerados industriais do País
O empresário Raul Anselmo Randon tem uma receita singular para os períodos em que o País passa por uma crise. Em vez de ficar lamuriando o cenário econômico, ele pára de ler jornais e de assistir à televisão e vai visitar clientes para ouvir a opinião deles sobre como melhorar os produtos e serviços oferecidos. Essa paciência para escutar os anseios do mercado é uma característica que o acompanha desde 1949, quando, juntamente com o irmão, Hercílio, montou uma oficina para reformar motores industriais na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Alguns anos depois, aceitou a sugestão de um amigo italiano para desenvolver componentes para caminhões. Era o
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início da criação de uma via, de mão única, de prosperidade, muito trabalho e de um admirável legado de liderança. Diretor-presidente de uma organização na qual trabalham 8,5 mil empregados, e que deve encerrar o ano de 2007 com receita de R$ 3,4 bilhões, Raul Randon, um afável senhor de quase dois metros de altura e semblante sorridente, que oculta seus 78 anos de idade, mantém a paciência e o bom humor mesmo quando lhe pedem mais uma vez que conte como construiu um bem-sucedido conglomerado de empresas com prestígio que ultrapassa as paragens brasileiras.
foto: Ita Kirsch
por Costábile Nicoletta
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brasileiro com sotaque italiano Como o empresário Raul Randon conseguiu transformar uma oficina de reforma de motores num dos maiores e mais respeitados conglomerados industriais do País
O empresário Raul Anselmo Randon tem uma receita singular para os períodos em que o País passa por uma crise. Em vez de ficar lamuriando o cenário econômico, ele pára de ler jornais e de assistir à televisão e vai visitar clientes para ouvir a opinião deles sobre como melhorar os produtos e serviços oferecidos. Essa paciência para escutar os anseios do mercado é uma característica que o acompanha desde 1949, quando, juntamente com o irmão, Hercílio, montou uma oficina para reformar motores industriais na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Alguns anos depois, aceitou a sugestão de um amigo italiano para desenvolver componentes para caminhões. Era o
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início da criação de uma via, de mão única, de prosperidade, muito trabalho e de um admirável legado de liderança. Diretor-presidente de uma organização na qual trabalham 8,5 mil empregados, e que deve encerrar o ano de 2007 com receita de R$ 3,4 bilhões, Raul Randon, um afável senhor de quase dois metros de altura e semblante sorridente, que oculta seus 78 anos de idade, mantém a paciência e o bom humor mesmo quando lhe pedem mais uma vez que conte como construiu um bem-sucedido conglomerado de empresas com prestígio que ultrapassa as paragens brasileiras.
foto: Ita Kirsch
por Costábile Nicoletta
TRAJETÓRIA
Prazer em trabalhar
Comprometimento social
Segundo o empresário, o presidente de um grupo de companhias como a Randon tem que se inteirar de todas as atividades. “Se decidimos fabricar reboques e semi-reboques na Randon S.A., precisamos conhecer o mercado e produzir o que o cliente necessita”, conta. Da mesma forma procedemos com os caminhões fora-de-estrada da Randon Veículos ou as autopeças de Fras-le, Master, Jost ou Suspensys e os serviços da Randon Consórcios. “São como os filhos, não há como dedicar-se somente a um ou a outro. São todos iguais, com suas características próprias, e a gente torce pelo sucesso de todos.” Mas Raul Randon não esconde que seu xodó é a Randon S.A., a fábrica de implementos que deu origem ao grupo. Outra paixão é a terra e como ela pode responder aos cuidados que recebe. “Talvez por isso eu goste tanto de acompanhar a produção de queijo, a criação de suínos, a plantação de maçãs e a de uvas, que se transformam num bom vinho”, reflete. Não basta, porém, ser um atilado e dedicado empresário para que seus negócios prosperem. É preciso cercarse de colaboradores comprometidos e, acima de tudo, que gostem do que fazem: “Trabalhar com alegria não cansa nem envelhece. As empresas compram tecnologia, mas não pessoas comprometidas e bem preparadas. É preciso treiná-las e torná-las fiéis. Criatividade, seriedade, competência e lealdade são características importantes entre os bons funcionários”. Uma das providências adotadas para que seus executivos aprendam mais sobre as atividades do grupo e tornem-se profissionais mais completos é o rodízio de cargos nas empresas do conglomerado. Dessa forma, além de inteirar-se do dia-a-dia dos vários negócios da corporação, sentem-se sempre motivados com novos desafios. Esse, segundo o empresário, é um dos segredos de um bom líder: saber formar novos líderes.
Ouvir Raul Randon descrever suas preocupações com a formação educacional e profissional de seus empregados, dos dependentes destes e da comunidade próxima de suas fábricas e escritórios ajuda a entender por que suas empresas são bemsucedidas. Suas ações nesse sentido remontam a períodos em que pouco se falava disso, algo muito anterior a modismos que grande parte das companhias se viu impelida a aderir recentemente, muito mais por marketing que por convicção ideológica.
para os locais onde trabalham e para os bairros em que moram. Além disso, com perspectivas de progresso pessoal e profissional, dedicam-se para atingir o objetivo comum a todos os mortais: melhorar de vida. “Não se pode fazer responsabilidade social somente para obter desconto no Imposto de Renda”, alerta. “As empresas têm obrigação de preservar a natureza e de contribuir para que as comunidades onde atuam também se desenvolvam. Têm que buscar o lucro para poder remunerar os acionistas e pagar em dia os funcionários, mas precisam produzir com responsabilidade. Se em cinco anos cada grande grupo fizesse
foto: Divulgação
O sucesso, que o acompanha em praticamente todos os ramos em que atua, trouxe a Raul Randon a reputação de um Midas nos negócios. Assim como o rei da mitologia grega, transforma em ouro tudo aquilo em que põe a mão. “Fico satisfeito de me verem assim, mas, por trás de uma aparente facilidade de transformar oportunidades em negócios, há muito trabalho e dedicação, das 7h às 18h”, afirma. Mesmo em suas horas de folga, alia tarefas laboriosas com descanso, viajando para Vacaria, cidade gaúcha onde se concentram seus negócios pessoais no ramo agropecuário (cultivo de maçã e uva e produção de queijo e carne). “A melhor coisa que inventaram no mundo foi o trabalho”, diz. “A gente administra o tempo de acordo com nosso ritmo. Gosto de ter a rotina do trabalho, de sair e voltar para casa, de visitar cada uma das empresas, de fazer uma visita aos clientes para saber como eles estão vendo o produto que sai de Caxias e transporta cargas para todo o Brasil. Vendo tudo isso é que se pode melhorar sempre.” Ainda que sua altura possa impor respeito, é a singeleza no trato com quem quer que seja que garante ao empresário o apreço de seus interlocutores. Ninguém se sente diminuído perto dele. À medida que conta como ergueu seu império, ficase com a impressão de que as pessoas que o ouvem entram na história como fanáticos torcedores à espera da vitória de seu time. É o que a psicologia chama de liderança nata. É parte integrante de Raul Randon, sem que precise esforçar-se para tanto. Nas sociedades que firmou com grupos estrangeiros (como a norte-americana ArvinMeritor Inc. e a alemã Jost Werke — ambas do setor de autopeças) sempre manteve o controle acionário, com 51% de participação. “Nunca tivemos problemas com nossos sócios porque jamais abusamos de nossa condição de termos a maior parte das ações”, explica. “As grandes companhias multinacionais mudam seus executivos com a mesma freqüência com que alteram seus planos, várias vezes em decorrência dos processos de fusão e aquisição, muito presentes na economia atual. Quando viram corriqueiras, essas mudanças podem afetar a condução dos negócios.”
“Trabalhar com alegria não cansa nem envelhece”
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ÍDER - Jan 08
Há atividades de formação de lideranças, educação continuada a todos os escalões das empresas, em nível técnico, formação básica e desenvolvimento comportamental. Outro programa prepara a aposentadoria dos mais velhos para continuarem econômica e socialmente ativos fora da rotina de trabalho que têm no grupo. As iniciativas de formação da Randon aliam filantropia com metas de fácil cumprimento: comparecer às aulas e passar de ano, basicamente. Pessoas bem preparadas entendem melhor seus direitos e deveres, e esse senso de responsabilidade migra
Empresário promove educação livre para crianças e jovens entre 7 e 14 anos
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TRAJETÓRIA
Prazer em trabalhar
Comprometimento social
Segundo o empresário, o presidente de um grupo de companhias como a Randon tem que se inteirar de todas as atividades. “Se decidimos fabricar reboques e semi-reboques na Randon S.A., precisamos conhecer o mercado e produzir o que o cliente necessita”, conta. Da mesma forma procedemos com os caminhões fora-de-estrada da Randon Veículos ou as autopeças de Fras-le, Master, Jost ou Suspensys e os serviços da Randon Consórcios. “São como os filhos, não há como dedicar-se somente a um ou a outro. São todos iguais, com suas características próprias, e a gente torce pelo sucesso de todos.” Mas Raul Randon não esconde que seu xodó é a Randon S.A., a fábrica de implementos que deu origem ao grupo. Outra paixão é a terra e como ela pode responder aos cuidados que recebe. “Talvez por isso eu goste tanto de acompanhar a produção de queijo, a criação de suínos, a plantação de maçãs e a de uvas, que se transformam num bom vinho”, reflete. Não basta, porém, ser um atilado e dedicado empresário para que seus negócios prosperem. É preciso cercarse de colaboradores comprometidos e, acima de tudo, que gostem do que fazem: “Trabalhar com alegria não cansa nem envelhece. As empresas compram tecnologia, mas não pessoas comprometidas e bem preparadas. É preciso treiná-las e torná-las fiéis. Criatividade, seriedade, competência e lealdade são características importantes entre os bons funcionários”. Uma das providências adotadas para que seus executivos aprendam mais sobre as atividades do grupo e tornem-se profissionais mais completos é o rodízio de cargos nas empresas do conglomerado. Dessa forma, além de inteirar-se do dia-a-dia dos vários negócios da corporação, sentem-se sempre motivados com novos desafios. Esse, segundo o empresário, é um dos segredos de um bom líder: saber formar novos líderes.
Ouvir Raul Randon descrever suas preocupações com a formação educacional e profissional de seus empregados, dos dependentes destes e da comunidade próxima de suas fábricas e escritórios ajuda a entender por que suas empresas são bemsucedidas. Suas ações nesse sentido remontam a períodos em que pouco se falava disso, algo muito anterior a modismos que grande parte das companhias se viu impelida a aderir recentemente, muito mais por marketing que por convicção ideológica.
para os locais onde trabalham e para os bairros em que moram. Além disso, com perspectivas de progresso pessoal e profissional, dedicam-se para atingir o objetivo comum a todos os mortais: melhorar de vida. “Não se pode fazer responsabilidade social somente para obter desconto no Imposto de Renda”, alerta. “As empresas têm obrigação de preservar a natureza e de contribuir para que as comunidades onde atuam também se desenvolvam. Têm que buscar o lucro para poder remunerar os acionistas e pagar em dia os funcionários, mas precisam produzir com responsabilidade. Se em cinco anos cada grande grupo fizesse
foto: Divulgação
O sucesso, que o acompanha em praticamente todos os ramos em que atua, trouxe a Raul Randon a reputação de um Midas nos negócios. Assim como o rei da mitologia grega, transforma em ouro tudo aquilo em que põe a mão. “Fico satisfeito de me verem assim, mas, por trás de uma aparente facilidade de transformar oportunidades em negócios, há muito trabalho e dedicação, das 7h às 18h”, afirma. Mesmo em suas horas de folga, alia tarefas laboriosas com descanso, viajando para Vacaria, cidade gaúcha onde se concentram seus negócios pessoais no ramo agropecuário (cultivo de maçã e uva e produção de queijo e carne). “A melhor coisa que inventaram no mundo foi o trabalho”, diz. “A gente administra o tempo de acordo com nosso ritmo. Gosto de ter a rotina do trabalho, de sair e voltar para casa, de visitar cada uma das empresas, de fazer uma visita aos clientes para saber como eles estão vendo o produto que sai de Caxias e transporta cargas para todo o Brasil. Vendo tudo isso é que se pode melhorar sempre.” Ainda que sua altura possa impor respeito, é a singeleza no trato com quem quer que seja que garante ao empresário o apreço de seus interlocutores. Ninguém se sente diminuído perto dele. À medida que conta como ergueu seu império, ficase com a impressão de que as pessoas que o ouvem entram na história como fanáticos torcedores à espera da vitória de seu time. É o que a psicologia chama de liderança nata. É parte integrante de Raul Randon, sem que precise esforçar-se para tanto. Nas sociedades que firmou com grupos estrangeiros (como a norte-americana ArvinMeritor Inc. e a alemã Jost Werke — ambas do setor de autopeças) sempre manteve o controle acionário, com 51% de participação. “Nunca tivemos problemas com nossos sócios porque jamais abusamos de nossa condição de termos a maior parte das ações”, explica. “As grandes companhias multinacionais mudam seus executivos com a mesma freqüência com que alteram seus planos, várias vezes em decorrência dos processos de fusão e aquisição, muito presentes na economia atual. Quando viram corriqueiras, essas mudanças podem afetar a condução dos negócios.”
“Trabalhar com alegria não cansa nem envelhece”
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Pe r f o r m a n c e
ÍDER - Jan 08
Há atividades de formação de lideranças, educação continuada a todos os escalões das empresas, em nível técnico, formação básica e desenvolvimento comportamental. Outro programa prepara a aposentadoria dos mais velhos para continuarem econômica e socialmente ativos fora da rotina de trabalho que têm no grupo. As iniciativas de formação da Randon aliam filantropia com metas de fácil cumprimento: comparecer às aulas e passar de ano, basicamente. Pessoas bem preparadas entendem melhor seus direitos e deveres, e esse senso de responsabilidade migra
Empresário promove educação livre para crianças e jovens entre 7 e 14 anos
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como reforço escolar, aulas de informática, idiomas, artes e atividades esportivas.
Geração de riquezas
passou a produzir semi-reboques de três eixos, que permitiram distribuir a carga dos veículos sem sobrecarregá-los e fizeram com que a empresa aumentasse consideravelmente suas vendas. Em 1970, Raul e Hercílio foram a uma feira em Milão, na Itália, conhecer o que a Europa desenvolvia na área de equipamentos de transportes. Constataram que, enquanto o Brasil produzia por ano 700 semi-reboques, os italianos fabricavam 30 mil. Pela dimensão geográfica e populacional dos dois países, e em razão de que grande parte do transporte de carga já era feita sobre rodas no Brasil, vislumbraram que seria um ótimo negócio ampliar a fábrica de semi-reboques que, atualmente, faz 100 unidades por dia. Também negociaram um acordo de transferência tecnológica com o grupo sueco Kochum Industri para produzir caminhões fora-de-estrada e começaram a fabricar esses veículos em 1974. “É a primeira vez que vejo um negócio fechado entre uma companhia brasileira e uma estrangeira que é favorável à empresa nacional”, cumprimentou-os o então ministro da Indústria e do Comércio, Marcus Vinicius Pratini de Moraes. Daí em diante, a história já é conhecida. Raul Randon gosta do que faz e orgulha-se de dizer que os veículos produzidos em suas fábricas ajudam a transportar as riquezas do País. Isso faz muita diferença.
foto: Divulgação
foto: Divulgação
O investimento em pessoas, a inovação e a visão de futuro sempre permearam as iniciativas de Randon, desde o começo de sua carreira de empreendedor. Nos anos 50, a região vivia o auge do ciclo da madeira e os meios de transporte tinham de adaptar-se às difíceis condições das estradas locais (razão dos freqüentes acidentes rodoviários da época). Raul e o irmão,
foto: Divulgação
um programa como o Florescer, em 20 anos o desenvolvimento do Brasil explodiria.” Sob responsabilidade do Instituto Elisabetha Randon (em homenagem à mãe dos fundadores da corporação, Raul e Hercílio), o Programa Florescer consiste em um centro de educação livre para crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, com menos oportunidades econômicas e sociais, que estudam em escolas públicas da região, filhos de funcionários das Empresas Randon e jovens da comunidade. A um custo mensal estimado em R$ 200 por criança, o programa oferece transporte e alimentação gratuitos e uma grade curricular repleta de atividades socioculturais
Empresas do grupo Randon Implementos Com 57 anos de atividades, deu origem às demais empresas e consolidou-se como a maior e mais tradicional fabricante de implementos rodoviários da América Latina. Até novembro de 2003, era uma empresa com capital social separado da controladora (Participações), que a incorporou. Operando com unidades nas cidades de Caxias do Sul (RS) e Guarulhos (SP), no Brasil, e na comuna de Alvear, Argentina, detém 36% do mercado brasileiro do segmento de reboques/semi-reboques e encerrou o ano de 2005 entre os cinco maiores fabricantes mundiais do setor.
Randon Veículos Ltda. Fundada em 1974, tornou-se a primeira montadora de capital 100% brasileiro a fabricar veículos automotores no Sul do Brasil, liderando o mercado nacional em caminhões fora-de-estrada articulados e rígidos para cargas de até 35 toneladas. Também possui uma completa linha de equipamentos para processamento e baldeio nas áreas florestais. Seus produtos estão presentes em países do Nafta (Tratado NorteAmericano de Livre Comércio, na sigla em inglês), Mercosul, Europa e África, operando, além do setor florestal, nas indústrias da construção civil, mineração, obras e serviços públicos.
Fras-le S.A. É a maior fabricante latino-americana de materiais de fricção e uma das cinco maiores do mundo. Responde por 95% do fornecimento de lonas pesadas (para veículos comerciais), 60% de lonas leves e 35% de pastilhas de freio (para carros de passeio) para as montadoras instaladas no Brasil.
Master Sistemas Automotivos Ltda. Detém 52% do mercado nacional de freios a ar para veículos comerciais.
Jost Brasil Sistemas Automotivos Ltda. Está à frente do mercado brasileiro de componentes de acoplamento e de articulação entre veículo-trator e veículo rebocado.
Inovação e visão de futuro desde o começo de sua carreira como empreendedor
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então, desenvolveram um sistema de freio a ar capaz de permitir aos veículos enfrentar os acentuados declives da serra. Também passaram a fabricar o segundo e o terceiro eixo, o que possibilitou aumentar a capacidade de carga dos caminhões. E foram diversificando a produção — com a fabricação de semireboques e outras peças — a fim de acompanhar a evolução do transporte, cuja história no País se confunde com a trajetória da família Randon. Em meados da década de 60, o Banco Mundial financiava a expansão das estradas brasileiras e exigiu a instalação de balanças nas rodovias para coibir o excesso de peso nos caminhões, responsável pelo severo dano ao asfalto. A Randon
Randon S.A. Implementos e Participações. Evolução da receita líquida
Evolução do lucro líquido
Ano
R$ bilhões
Ano
R$ milhões
2002 2003 2004 2005 2006
0,833 1,137 1,636 1,936 2,021
2002 2003 2004 2005 2006
13,7 70,1 124,9 118,5 133,4
Suspensys Sistemas Automotivos Ltda. É a líder no mercado interno de vigas de eixos, suspensões e elementos de rodagem para veículos comerciais.
Castertech Até o fim de 2008 será responsável pela produção de metade das 60 mil toneladas anuais de peças fundidas consumidas pelas Empresas Randon, num projeto que exigirá investimentos de R$ 100 milhões.
Randon Consórcios Está entre as líderes no segmento de consórcios de implementos rodoviários e agrícolas, destacando-se entre as maiores e melhores administradoras do setor no Brasil.
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como reforço escolar, aulas de informática, idiomas, artes e atividades esportivas.
Geração de riquezas
passou a produzir semi-reboques de três eixos, que permitiram distribuir a carga dos veículos sem sobrecarregá-los e fizeram com que a empresa aumentasse consideravelmente suas vendas. Em 1970, Raul e Hercílio foram a uma feira em Milão, na Itália, conhecer o que a Europa desenvolvia na área de equipamentos de transportes. Constataram que, enquanto o Brasil produzia por ano 700 semi-reboques, os italianos fabricavam 30 mil. Pela dimensão geográfica e populacional dos dois países, e em razão de que grande parte do transporte de carga já era feita sobre rodas no Brasil, vislumbraram que seria um ótimo negócio ampliar a fábrica de semi-reboques que, atualmente, faz 100 unidades por dia. Também negociaram um acordo de transferência tecnológica com o grupo sueco Kochum Industri para produzir caminhões fora-de-estrada e começaram a fabricar esses veículos em 1974. “É a primeira vez que vejo um negócio fechado entre uma companhia brasileira e uma estrangeira que é favorável à empresa nacional”, cumprimentou-os o então ministro da Indústria e do Comércio, Marcus Vinicius Pratini de Moraes. Daí em diante, a história já é conhecida. Raul Randon gosta do que faz e orgulha-se de dizer que os veículos produzidos em suas fábricas ajudam a transportar as riquezas do País. Isso faz muita diferença.
foto: Divulgação
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O investimento em pessoas, a inovação e a visão de futuro sempre permearam as iniciativas de Randon, desde o começo de sua carreira de empreendedor. Nos anos 50, a região vivia o auge do ciclo da madeira e os meios de transporte tinham de adaptar-se às difíceis condições das estradas locais (razão dos freqüentes acidentes rodoviários da época). Raul e o irmão,
foto: Divulgação
um programa como o Florescer, em 20 anos o desenvolvimento do Brasil explodiria.” Sob responsabilidade do Instituto Elisabetha Randon (em homenagem à mãe dos fundadores da corporação, Raul e Hercílio), o Programa Florescer consiste em um centro de educação livre para crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, com menos oportunidades econômicas e sociais, que estudam em escolas públicas da região, filhos de funcionários das Empresas Randon e jovens da comunidade. A um custo mensal estimado em R$ 200 por criança, o programa oferece transporte e alimentação gratuitos e uma grade curricular repleta de atividades socioculturais
Empresas do grupo Randon Implementos Com 57 anos de atividades, deu origem às demais empresas e consolidou-se como a maior e mais tradicional fabricante de implementos rodoviários da América Latina. Até novembro de 2003, era uma empresa com capital social separado da controladora (Participações), que a incorporou. Operando com unidades nas cidades de Caxias do Sul (RS) e Guarulhos (SP), no Brasil, e na comuna de Alvear, Argentina, detém 36% do mercado brasileiro do segmento de reboques/semi-reboques e encerrou o ano de 2005 entre os cinco maiores fabricantes mundiais do setor.
Randon Veículos Ltda. Fundada em 1974, tornou-se a primeira montadora de capital 100% brasileiro a fabricar veículos automotores no Sul do Brasil, liderando o mercado nacional em caminhões fora-de-estrada articulados e rígidos para cargas de até 35 toneladas. Também possui uma completa linha de equipamentos para processamento e baldeio nas áreas florestais. Seus produtos estão presentes em países do Nafta (Tratado NorteAmericano de Livre Comércio, na sigla em inglês), Mercosul, Europa e África, operando, além do setor florestal, nas indústrias da construção civil, mineração, obras e serviços públicos.
Fras-le S.A. É a maior fabricante latino-americana de materiais de fricção e uma das cinco maiores do mundo. Responde por 95% do fornecimento de lonas pesadas (para veículos comerciais), 60% de lonas leves e 35% de pastilhas de freio (para carros de passeio) para as montadoras instaladas no Brasil.
Master Sistemas Automotivos Ltda. Detém 52% do mercado nacional de freios a ar para veículos comerciais.
Jost Brasil Sistemas Automotivos Ltda. Está à frente do mercado brasileiro de componentes de acoplamento e de articulação entre veículo-trator e veículo rebocado.
Inovação e visão de futuro desde o começo de sua carreira como empreendedor
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então, desenvolveram um sistema de freio a ar capaz de permitir aos veículos enfrentar os acentuados declives da serra. Também passaram a fabricar o segundo e o terceiro eixo, o que possibilitou aumentar a capacidade de carga dos caminhões. E foram diversificando a produção — com a fabricação de semireboques e outras peças — a fim de acompanhar a evolução do transporte, cuja história no País se confunde com a trajetória da família Randon. Em meados da década de 60, o Banco Mundial financiava a expansão das estradas brasileiras e exigiu a instalação de balanças nas rodovias para coibir o excesso de peso nos caminhões, responsável pelo severo dano ao asfalto. A Randon
Randon S.A. Implementos e Participações. Evolução da receita líquida
Evolução do lucro líquido
Ano
R$ bilhões
Ano
R$ milhões
2002 2003 2004 2005 2006
0,833 1,137 1,636 1,936 2,021
2002 2003 2004 2005 2006
13,7 70,1 124,9 118,5 133,4
Suspensys Sistemas Automotivos Ltda. É a líder no mercado interno de vigas de eixos, suspensões e elementos de rodagem para veículos comerciais.
Castertech Até o fim de 2008 será responsável pela produção de metade das 60 mil toneladas anuais de peças fundidas consumidas pelas Empresas Randon, num projeto que exigirá investimentos de R$ 100 milhões.
Randon Consórcios Está entre as líderes no segmento de consórcios de implementos rodoviários e agrícolas, destacando-se entre as maiores e melhores administradoras do setor no Brasil.