Petrobras Magazine #60

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#60

LEIA_ a versão impressa ASSISTA_ os vídeos online ACESSE _conteúdo extra no site INTERAJA_ com a versão iPad COMPARTILHE _nas redes sociais

| www.petrobras.com/magazine

BRICs em foco: uma conversa em Londres com

#60

| www.petrobras.com/magazine

JIM O’NEILL águas

profundas O PRÉ-SAL E O FUTURO

municipal do Rio OLHARES SOBRE UM TEATRO CENTENÁRIO

MOBILIDADE TRANSPORTES, URBANIZAÇÃO, SUSTENTABILIDADE: UMA ESTRADA, MUITOS DESAFIOS

em

discussão ENERGIAS RENOVÁVEIS

volta ao mundo PERU, BERÇO DA CULTURA PRÉ-COLOMBIANA

pesquisa

Lixo Extraordinário

OS NOVOS CIENTISTAS BRASILEIROS

CINEMA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

sf:[mobilidade] é o ato de ser móvel. Estar dentro de um mundo que gira sem parar. É movimento; volubilidade; inconstância; velocidade.


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Lixo Extraordinário

OS NOVOS CIENTISTAS BRASILEIROS

CINEMA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

sf:[mobilidade] é o ato de ser móvel. Estar dentro de um mundo que gira sem parar. É movimento; volubilidade; inconstância; velocidade.


_AOS LEITORES Apresentamos a nova Petrobras Magazine. Uma revista especialmente produzida para você, que quer entender as mudanças e os desafios do mundo atual e a forma como a Petrobras, terceira maior empresa de energia do mundo*, lida com eles. Desafios que têm impactos no futuro da economia global, na produção da energia necessária para as pessoas, no crescimento dos nossos negócios e no compromisso que temos com o meio ambiente e com a sociedade.

#60 / 2011 - publicação trimestral da Comunicação Institucional da Petrobras www.petrobras.com/magazine

_MOBILIDADE GERENTE EXECUTIVO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL_ WILSON SANTAROSA | GERENTE DE COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL_ IZEUSSE DIAS BRAGA JUNIOR | GERENTE DE RELACIONAMENTO_ GILBERTO PUIG | GERENTE DE PROJETOS ESPECIAIS_ PATRICIA DE MELLO DIAS | GERENTE DE MULTIMEIOS_ PATRICIA FRAGA DE CASTRO E SILVA | EDITORA E COORDENADORA_ ESTEPHANI BEILER ZAVARISE | EDITORES_ CLAUDIA GISELE PERES MARTINS, ERIC MOREIRA SILVA, LEONARDO QUEIROZ DE SÁ, VINICIUS BASTIANI, VIVIANE CASTRO DAVICO

Em Londres: Jim O’Neill (na foto à esquerda) recebe nossa equipe em seu escritório

Queremos que você pense nesses desafios com base em um conteúdo de qualidade, com profundidade, e aproveitando o prazer de uma boa leitura. Por isso, trabalhamos intensamente no novo projeto editorial e gráfico da revista. Que privilegia a diversidade de opiniões. Que traz texto e imagens na edição impressa e, de forma complementar, vídeos, áudios, infográficos e outros conteúdos em sua página no novo site global da empresa – www.petrobras.com. Um projeto que também está presente nas novas mídias, a partir do lançamento do aplicativo da revista para o iPad.

conselho editorial

ADRIANO FERREIRA LIMA_ RESPONSABILIDADE SOCIAL | EDUARDO GUTTERRES VILLELA _ EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO | JOSE CARLOS COELHO CIDADE_ ÁREA INTERNACIONAL | LINDINOR SÁ LARANGEIRA_ABASTECIMENTO | LIZA RAMALHO ALBUQUERQUE_ CENTRO DE PESQUISAS MARIO ADRIANO VIEIRA CAMPANILE_ IMAGEM CORPORATIVA E MARCAS | MARIZA PELEGRINETI LOURENCO GRYNSZPAN_ ENGENHARIA | NILTON MARLUCIO DE ARRUDA_ SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SAÚDE | ORLANDO COSTA GONÇALVES JUNIOR_ RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES | PATRICIA ALVES DO REGO SILVA_RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO INTERNO | PAULA DE OLIVEIRA ALMADA MORAES_IMPRENSA | SANDRA VASCONCELLOS CHAVES_GÁS E ENERGIA | VALÉRIO TITO GAMA_PETROBRAS BIOCOMBUSTÍVEL

_contamos com

Tudo isso é realizado em um momento especial na história da Petrobras. Este é um ano de ótimas perspectivas. Recentemente, superamos desafios para explorar a camada pré-sal, no fundo do mar. E o mundo reconheceu o nosso esforço, investindo maciçamente nas ações da Companhia, consolidando a maior capitalização já realizada por uma empresa em bolsa de valores.

realização

WWW.SELULOID.COM

PUBLISHER_ FLAVIO ROZEMBLATT | DIRETORA DE ATENDIMENTO_ PALOMA BRAGANÇA DIRETOR DE OPERAÇÕES_ GUSTAVO GUIMARÃES | DIRETORA DE DESIGN_ CYNTHIA HOMSI ATENDIMENTO_ JOANA FIGUEIREDO / CLARA BOTELHO | EDITOR _ MARCO ANTONIO BARBOSA REPÓRTERES_VINICIUS MEDEIROS / FERNANDO MIRAGAYA | DESIGNERS_ JOANA PETERSEN / TATHYANA RAUPP | DIRETOR DE ARTE DIGITAL_ EDUARDO ARAUJO | WEB DESIGNER_ DIOGO ADIALA | DESENVOLVEDOR WEB_ MARCELO PAULA | DIRETORAS E PRODUTORAS DE VÍDEO_ GIZELLA WERNECK / LIARA CASTRO | DIRETOR DE FOTOGRAFIA (VÍDEO)_ STEFAN HESS | COORDENADORA DE PROJETOS_ CARLA UYARA | GERENTE FINANCEIRA_ ROBERTA FERRAZ | REVISÃO_ PENHA DUTRA

[2]

[1]

Making-of: Flagrantes da sessão de fotos que rendeu as imagens da capa e da reportagem principal desta edição

A revista Petrobras Magazine não é vendida. Para solicitar assinatura, informações e enviar cartas ou sugestões, contate a redação: Petrobras/Comunicação Internacional Av. República do Chile, 65, sala 1001 • Rio de Janeiro – RJ | CEP: 20031-912 Brasil E-mail: petromag@petrobras.com.br Web: www.petrobras.com/magazine

Sabemos que uma empresa integrada de energia não é apenas aquela que retira o petróleo do fundo do mar e leva energia até você, mas também a que se relaciona com seus públicos de forma transparente. Por isso, nosso objetivo é fazer da Petrobras Magazine a sua referência sobre o universo da energia e a nossa atuação. Esperamos que você aprecie a leitura!

A reprodução parcial ou total dos artigos desta publicação é autorizada mediante menção à fonte. © Copyright 2011 por Petrobras. Afiliada à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial

Equipe Petrobras Magazine (*) Ranking PFC Energy 2011

[3]

[4]

[5]

[1] max moure_ “Sou muito ligado aos esportes e ao

como curtir a revista

movimento. Retratar em imagens a questão da mobilidade urbana foi um trabalho criativo que muito me interessou”.

[2] marc recco_ “Manipular e retrabalhar a foto usada na capa foi algo desafiador, à altura da complexidade do tema”. [3] gabriel gianordoli_ “Transformar números em imagens ajuda as pessoas a enxergar seu significado e revela pontos curiosos das narrativas sobre a mobilidade e No Peru: cenas dos bastidores do vídeo que complementa a seção Volta ao Mundo

sobre a exploração do pré-sal.” [4] felipe varanda_ “O Municipal parece nunca ser o mesmo, cada vez que volto vejo um detalhe que sempre esteve lá e que nunca havia percebido”. [5] carlos tautz_ “Hoje testemunhamos o desenvolvimento de uma geração de pesquisadores que vai contribuir, e muito, para o avanço tecnológico no Brasil”.

foto capa: Max Moure /www.casa13.com.br tratamento de imagem: Marc Recco agradecimentos: Asics, Reserva

Angola Rua Pedro Felix Machado, 51/2º andar – Luanda - 2665 ANGOLA | Tel: (244 2) 39 0330 Argentina Av. Maipú, 1 - Buenos Aires – C1084ABA - ARGENTINA | Tel: (54 11) 4344-6072 Bolívia Av. Grigota, esquina Los Troncos, casi 4º anillo – casilla 6886 Santa Cruz de la Sierra – BOLIVIA| Tel: (591 3) 358 6030 Chile Av. Cerro Colorado, 5240 - piso 14 / Região Metropolitana – Lãs Condes Santiago – CHILE| Tel: (00562) 328 4700 China Level 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 -JianGuoMenWai Avenue, Beijing - 100004 CHINA Tel: (86 10) 650 598 37 Cingapura 8 EU Tong Sen Street #22-89, The Central, Singapore 059818 – SINGAPORE | Tel: (65) 6550 50 92 Cuba Centro de Negócios Miramar – Edifício Beijing, Piso Nro.2, Oficina 216 – Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar – Municipio Playa, – Ciudad de La Havana, CUBA Colômbia Carretera 7, 71/21 - Edifício Bancafe / torre B - 17º piso – Santa Fé de Bogotá / DC – COLOMBIA | Tel: (57 1) 313 5000 Equador Esquina de Av. Amazonas N 39 123 y José Arízaga, Edificio Amazonas - Plaza, piso 5, Quito – ECUADOR | Tel: (592-2) 2985-300 EUA - Houston 10350 Richmond Avenue, Suíte 1400– Houston, TX - 77042 USA | Tel: (1 713) 808-2000 EUA – Nova York 570 Lexington, 43rd floor, New York -10022-6837 USA | Tel: (1 212) 829 1517 Holanda Weenapoint, torrent A - Weena 722, 3e. Verdieping – 3014 DA - Rotterdam – THE NETHERLANDS | Tel: (31 010) 206-7000 Irã 1st floor Amini Building - Anahita, nº 5 - Africa, Blvd.– Tehran - 19176433 67 - IRAN Japão Tokyo Ginko Bldg. 5th floor, rooms 505/506 - Marunouchi, 1-3-1 – Chiyoda-ku – Tokyo- 100-0005 JAPAN| Tel: (813) 5218-1200 Líbia Al Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli – LIBYA | Tel: (218 91) 215-0634 México AVENIDA Paseo de la Reforma, 115, piso 11, oficina 1101 Colonia Lomas de Chapultepec - México/DF - 11000 MÉXICO| Tel: +52 (55) 30 67 91 00 Nigéria Plot 98, Adeola Odeku Street - 5th Floor, Victoria Island Lagos – NIGERIA | Tel: (+234 1) 462-1300 Paraguai Avda. Aviadores del Chaco esq. Cañada., 2806/Edif. Petrobras San Jorge - Asunción – PARAGUAY| Tel: (595 21) 618 1592 Peru Amador Merino Reyna, 285 piso 5 - San Isidro Lima – PERÚ | Tel: (51 1) 222 4455 Portugal Lagoas Park, Edifício 11/1º Norte - Porto Salvo – Oeiras - 2740-270 - PORTUGAL | Tel: (351 210) 992 845 Reino Unido 4th floor, 20 North Audley Street, London - W1K 6WL - UK | Tel: (44 0 20) 7535 1100 Tanzânia Off Chole Road, Plot 1403/1A - Masaki Area – Dar Es Salaam - 31391 - TANZANIA | Tel: (255 22) 216 5676 Turquia Iran Caddesi, Karum Is Merkezi, 5.Kat, F Asansoru, 427 / 21 - Kavaklidere Cankya – Ankara - 6680 - TURKEY| Tel: (90 312) 457 6222 Uruguai Plaza Independência, 831 - piso 10, CP 11100 – Montevideo - URUGUAY| Tel: (598 2) 500-84-00 Venezuela Av. Venezuela del Rosal, Edificio Torre Lamaletto, piso 8 Caracas – VENEZUELA| Tel: (58 212) 957-7300

A Petrobras Magazine não se esgota no papel. Boxes com esta cor, espalhados pela edição, indicam que há uma extensão do conteúdo da reportagem em questão, seja na internet (no site www.petrobras. com/magazine) ou na versão iPad da revista. Nossa informação vai até você, de forma dinâmica. Nova Petrobras Magazine. Interconectada e integrada. Interativa e atual. Leia. Acesse. Participe. Curta.

revista impressa_

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facebook_ atualizações, novos conteúdos e comentários: facebook.com/ fanpagepetrobras

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_AOS LEITORES Apresentamos a nova Petrobras Magazine. Uma revista especialmente produzida para você, que quer entender as mudanças e os desafios do mundo atual e a forma como a Petrobras, terceira maior empresa de energia do mundo*, lida com eles. Desafios que têm impactos no futuro da economia global, na produção da energia necessária para as pessoas, no crescimento dos nossos negócios e no compromisso que temos com o meio ambiente e com a sociedade.

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Em Londres: Jim O’Neill (na foto à esquerda) recebe nossa equipe em seu escritório

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ADRIANO FERREIRA LIMA_ RESPONSABILIDADE SOCIAL | EDUARDO GUTTERRES VILLELA _ EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO | JOSE CARLOS COELHO CIDADE_ ÁREA INTERNACIONAL | LINDINOR SÁ LARANGEIRA_ABASTECIMENTO | LIZA RAMALHO ALBUQUERQUE_ CENTRO DE PESQUISAS MARIO ADRIANO VIEIRA CAMPANILE_ IMAGEM CORPORATIVA E MARCAS | MARIZA PELEGRINETI LOURENCO GRYNSZPAN_ ENGENHARIA | NILTON MARLUCIO DE ARRUDA_ SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SAÚDE | ORLANDO COSTA GONÇALVES JUNIOR_ RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES | PATRICIA ALVES DO REGO SILVA_RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO INTERNO | PAULA DE OLIVEIRA ALMADA MORAES_IMPRENSA | SANDRA VASCONCELLOS CHAVES_GÁS E ENERGIA | VALÉRIO TITO GAMA_PETROBRAS BIOCOMBUSTÍVEL

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Tudo isso é realizado em um momento especial na história da Petrobras. Este é um ano de ótimas perspectivas. Recentemente, superamos desafios para explorar a camada pré-sal, no fundo do mar. E o mundo reconheceu o nosso esforço, investindo maciçamente nas ações da Companhia, consolidando a maior capitalização já realizada por uma empresa em bolsa de valores.

realização

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PUBLISHER_ FLAVIO ROZEMBLATT | DIRETORA DE ATENDIMENTO_ PALOMA BRAGANÇA DIRETOR DE OPERAÇÕES_ GUSTAVO GUIMARÃES | DIRETORA DE DESIGN_ CYNTHIA HOMSI ATENDIMENTO_ JOANA FIGUEIREDO / CLARA BOTELHO | EDITOR _ MARCO ANTONIO BARBOSA REPÓRTERES_VINICIUS MEDEIROS / FERNANDO MIRAGAYA | DESIGNERS_ JOANA PETERSEN / TATHYANA RAUPP | DIRETOR DE ARTE DIGITAL_ EDUARDO ARAUJO | WEB DESIGNER_ DIOGO ADIALA | DESENVOLVEDOR WEB_ MARCELO PAULA | DIRETORAS E PRODUTORAS DE VÍDEO_ GIZELLA WERNECK / LIARA CASTRO | DIRETOR DE FOTOGRAFIA (VÍDEO)_ STEFAN HESS | COORDENADORA DE PROJETOS_ CARLA UYARA | GERENTE FINANCEIRA_ ROBERTA FERRAZ | REVISÃO_ PENHA DUTRA

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[1]

Making-of: Flagrantes da sessão de fotos que rendeu as imagens da capa e da reportagem principal desta edição

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A reprodução parcial ou total dos artigos desta publicação é autorizada mediante menção à fonte. © Copyright 2011 por Petrobras. Afiliada à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial

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[1] max moure_ “Sou muito ligado aos esportes e ao

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movimento. Retratar em imagens a questão da mobilidade urbana foi um trabalho criativo que muito me interessou”.

[2] marc recco_ “Manipular e retrabalhar a foto usada na capa foi algo desafiador, à altura da complexidade do tema”. [3] gabriel gianordoli_ “Transformar números em imagens ajuda as pessoas a enxergar seu significado e revela pontos curiosos das narrativas sobre a mobilidade e No Peru: cenas dos bastidores do vídeo que complementa a seção Volta ao Mundo

sobre a exploração do pré-sal.” [4] felipe varanda_ “O Municipal parece nunca ser o mesmo, cada vez que volto vejo um detalhe que sempre esteve lá e que nunca havia percebido”. [5] carlos tautz_ “Hoje testemunhamos o desenvolvimento de uma geração de pesquisadores que vai contribuir, e muito, para o avanço tecnológico no Brasil”.

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Angola Rua Pedro Felix Machado, 51/2º andar – Luanda - 2665 ANGOLA | Tel: (244 2) 39 0330 Argentina Av. Maipú, 1 - Buenos Aires – C1084ABA - ARGENTINA | Tel: (54 11) 4344-6072 Bolívia Av. Grigota, esquina Los Troncos, casi 4º anillo – casilla 6886 Santa Cruz de la Sierra – BOLIVIA| Tel: (591 3) 358 6030 Chile Av. Cerro Colorado, 5240 - piso 14 / Região Metropolitana – Lãs Condes Santiago – CHILE| Tel: (00562) 328 4700 China Level 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 -JianGuoMenWai Avenue, Beijing - 100004 CHINA Tel: (86 10) 650 598 37 Cingapura 8 EU Tong Sen Street #22-89, The Central, Singapore 059818 – SINGAPORE | Tel: (65) 6550 50 92 Cuba Centro de Negócios Miramar – Edifício Beijing, Piso Nro.2, Oficina 216 – Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar – Municipio Playa, – Ciudad de La Havana, CUBA Colômbia Carretera 7, 71/21 - Edifício Bancafe / torre B - 17º piso – Santa Fé de Bogotá / DC – COLOMBIA | Tel: (57 1) 313 5000 Equador Esquina de Av. Amazonas N 39 123 y José Arízaga, Edificio Amazonas - Plaza, piso 5, Quito – ECUADOR | Tel: (592-2) 2985-300 EUA - Houston 10350 Richmond Avenue, Suíte 1400– Houston, TX - 77042 USA | Tel: (1 713) 808-2000 EUA – Nova York 570 Lexington, 43rd floor, New York -10022-6837 USA | Tel: (1 212) 829 1517 Holanda Weenapoint, torrent A - Weena 722, 3e. Verdieping – 3014 DA - Rotterdam – THE NETHERLANDS | Tel: (31 010) 206-7000 Irã 1st floor Amini Building - Anahita, nº 5 - Africa, Blvd.– Tehran - 19176433 67 - IRAN Japão Tokyo Ginko Bldg. 5th floor, rooms 505/506 - Marunouchi, 1-3-1 – Chiyoda-ku – Tokyo- 100-0005 JAPAN| Tel: (813) 5218-1200 Líbia Al Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli – LIBYA | Tel: (218 91) 215-0634 México AVENIDA Paseo de la Reforma, 115, piso 11, oficina 1101 Colonia Lomas de Chapultepec - México/DF - 11000 MÉXICO| Tel: +52 (55) 30 67 91 00 Nigéria Plot 98, Adeola Odeku Street - 5th Floor, Victoria Island Lagos – NIGERIA | Tel: (+234 1) 462-1300 Paraguai Avda. Aviadores del Chaco esq. Cañada., 2806/Edif. Petrobras San Jorge - Asunción – PARAGUAY| Tel: (595 21) 618 1592 Peru Amador Merino Reyna, 285 piso 5 - San Isidro Lima – PERÚ | Tel: (51 1) 222 4455 Portugal Lagoas Park, Edifício 11/1º Norte - Porto Salvo – Oeiras - 2740-270 - PORTUGAL | Tel: (351 210) 992 845 Reino Unido 4th floor, 20 North Audley Street, London - W1K 6WL - UK | Tel: (44 0 20) 7535 1100 Tanzânia Off Chole Road, Plot 1403/1A - Masaki Area – Dar Es Salaam - 31391 - TANZANIA | Tel: (255 22) 216 5676 Turquia Iran Caddesi, Karum Is Merkezi, 5.Kat, F Asansoru, 427 / 21 - Kavaklidere Cankya – Ankara - 6680 - TURKEY| Tel: (90 312) 457 6222 Uruguai Plaza Independência, 831 - piso 10, CP 11100 – Montevideo - URUGUAY| Tel: (598 2) 500-84-00 Venezuela Av. Venezuela del Rosal, Edificio Torre Lamaletto, piso 8 Caracas – VENEZUELA| Tel: (58 212) 957-7300

A Petrobras Magazine não se esgota no papel. Boxes com esta cor, espalhados pela edição, indicam que há uma extensão do conteúdo da reportagem em questão, seja na internet (no site www.petrobras. com/magazine) ou na versão iPad da revista. Nossa informação vai até você, de forma dinâmica. Nova Petrobras Magazine. Interconectada e integrada. Interativa e atual. Leia. Acesse. Participe. Curta.

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_AOS LEITORES Apresentamos a nova Petrobras Magazine. Uma revista especialmente produzida para você, que quer entender as mudanças e os desafios do mundo atual e a forma como a Petrobras, terceira maior empresa de energia do mundo*, lida com eles. Desafios que têm impactos no futuro da economia global, na produção da energia necessária para as pessoas, no crescimento dos nossos negócios e no compromisso que temos com o meio ambiente e com a sociedade.

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conselho editorial

ADRIANO FERREIRA LIMA_ RESPONSABILIDADE SOCIAL | EDUARDO GUTTERRES VILLELA _ EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO | JOSE CARLOS COELHO CIDADE_ ÁREA INTERNACIONAL | LINDINOR SÁ LARANGEIRA_ABASTECIMENTO | LIZA RAMALHO ALBUQUERQUE_ CENTRO DE PESQUISAS MARIO ADRIANO VIEIRA CAMPANILE_ IMAGEM CORPORATIVA E MARCAS | MARIZA PELEGRINETI LOURENCO GRYNSZPAN_ ENGENHARIA | NILTON MARLUCIO DE ARRUDA_ SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SAÚDE | ORLANDO COSTA GONÇALVES JUNIOR_ RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES | PATRICIA ALVES DO REGO SILVA_RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO INTERNO | PAULA DE OLIVEIRA ALMADA MORAES_IMPRENSA | SANDRA VASCONCELLOS CHAVES_GÁS E ENERGIA | VALÉRIO TITO GAMA_PETROBRAS BIOCOMBUSTÍVEL

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Tudo isso é realizado em um momento especial na história da Petrobras. Este é um ano de ótimas perspectivas. Recentemente, superamos desafios para explorar a camada pré-sal, no fundo do mar. E o mundo reconheceu o nosso esforço, investindo maciçamente nas ações da Companhia, consolidando a maior capitalização já realizada por uma empresa em bolsa de valores.

realização

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[2]

[1]

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[3]

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[1] max moure_ “Sou muito ligado aos esportes e ao

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movimento. Retratar em imagens a questão da mobilidade urbana foi um trabalho criativo que muito me interessou”.

[2] marc recco_ “Manipular e retrabalhar a foto usada na capa foi algo desafiador, à altura da complexidade do tema”. [3] gabriel gianordoli_ “Transformar números em imagens ajuda as pessoas a enxergar seu significado e revela pontos curiosos das narrativas sobre a mobilidade e No Peru: cenas dos bastidores do vídeo que complementa a seção Volta ao Mundo

sobre a exploração do pré-sal.” [4] felipe varanda_ “O Municipal parece nunca ser o mesmo, cada vez que volto vejo um detalhe que sempre esteve lá e que nunca havia percebido”. [5] carlos tautz_ “Hoje testemunhamos o desenvolvimento de uma geração de pesquisadores que vai contribuir, e muito, para o avanço tecnológico no Brasil”.

foto capa: Max Moure /www.casa13.com.br tratamento de imagem: Marc Recco agradecimentos: Asics, Reserva

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14 6 _ENTREVISTA

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Uma conversa em Londres com o pai dos Brics

_NOTÍCIAS As últimas novidades sobre a Petrobras

_DESAFIO GLOBAL: MOBILIDADE

Alternativas para o transporte urbano no século XXI

20

14 _EM DISCUSSÃO

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_NEGÓCIO

Reservas do pré-sal impulsionam crescimento da Petrobras

ILUSTRAÇÃO GABRIEL GIANORDOLI

David Renné e o futuro das energias renováveis


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ÍNDICE

_VOLTA AO MUNDO: PERU Onde o legado inca se encontra com a modernidade

#60 _MOBILIDADE

36 _TECNOLOGIA

O surgimento, no Brasil, de um avançado polo tecnológico no setor de energia

52 48 _CULTURA

Lixo Extraordinário: cinema e transformação social

_ENSAIO

Renovado, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro se revela à nossa câmera

62 _VISÃO GERAL

Onde e como a Petrobras atua pelo mundo


CRIADOR DO TERMO BRIC, o economista inglês conversou com a Petrobras Magazine em Londres sobre PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO, os desafios para o Brasil e o mercado mundial de energia

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6 petrobras magazine


Jim O’ NEILL

entrevista

POR VINICIUS MEDEIROS E ESTEPHANI ZAVARISE

FOTOS MIGUEL A. FONTA

O’Neill contra o horizonte urbano de Hong Kong: prevendo os rumos da economia mundial

áudio_ Ouça trechos da entrevista em www.petrobras.com/ magazine e na versão ipad

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A

pós criar, em 2001, o conceito BRIC – acrônimo que associa Brasil, Rússia, Índia e China, países em desenvolvimento com traços culturais, políticos e geográficos distintos mas com um grau acelerado de crescimento econômico –, o economista Jim O’Neill foi alçado à condição de oráculo sobre os rumos da economia mundial. E provocou um grande impacto no establishment financeiro ao cunhar um termo que seria adotado por todo o mundo como sinônimo de nações em desenvolvimento com baixo risco para investimento, apontando-as como fundamentais para a economia mundial. Quem entra na sede do banco de investimentos Goldman Sachs Asset Management, em Londres, tem a impressão de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Ali se respiram, simultaneamente, de carona nas variações dos mercados de ações, os ares de Tóquio, Xangai, Hong Kong, Frankfurt, São Paulo e Nova York. Do coração do centro financeiro londrino, O’Neill, chairman do banco especializado em planejamento financeiro e estratégias de investimentos para pessoas físicas e empresas, costuma fazer suas previsões sobre a economia global, sempre com atenção especial aos quatro países que o tornaram reconhecido mundialmente.

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Minha aposta continua sendo os BRICs. Se há uma grande história para a próxima década, está ligada ao CONSUMO NESSES PAÍSES”

Um convite para o tradicional chá da tarde inglês foi o ponto de partida para um animado bate-papo com O’Neill, britânico natural de Manchester, fanático por futebol e pelo clube mais popular da cidade inglesa (o Manchester United, retratado em inúmeras fotos no escritório do economista). Descontraído e à vontade, ele falou à Petrobras Magazine sobre suas novas apostas para a economia global, as perspectivas para o Brasil e o mercado de energia, sem deixar de lado sua paixão pelos esportes.


entrevista 1

Após a criação do termo BRIC, em 2001, você e sua equipe identificaram outros 11 países com grande potencial de crescimento econômico, chamados “Next Eleven”. Desta vez, sua aposta se concentra em quatro dessas 11 nações: México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia. Por que estes países se destacam frente aos demais?

Jim O’Neill: Identifiquei estes quatro países, ao lado dos BRICs, como nações economicamente fortes o suficiente para não serem mais consideradas emergentes. Hoje, prefiro chamá-las de mercados em crescimento. Muitas similaridades ligam essas oito nações: grandes populações, nível considerável de desenvolvimento, sucesso econômico e seriedade nos negócios, o que as torna bons refúgios para os investidores em busca de liquidez. São essas características que as diferenciam dos demais países emergentes. Todas elas, por exemplo, possuem, individualmente, pelo menos 1% do PIB mundial. Veja, por exemplo, o caso da Coreia do Sul, que possui um dos mais altos índices educacionais e de uso de tecnologia. É quase um insulto considerá-la um país emergente. Ainda assim, todos estes países ainda precisam convencer os investidores a deixarem de tratá-los como tais.

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Na década passada, além de criar o termo BRIC, o senhor previu a queda do dólar frente ao euro e a outras importantes moedas internacionais. Antes, no meio dos anos 1990, antecipara a alta do iene nos mercados internacionais. Depois de tantas previsões certeiras, quais serão as próximas apostas em relação à economia mundial?

Jim O’Neill: Minha aposta continua sendo os BRICs e, principalmente, seus consumidores. Se há uma grande história para a próxima década, ela está ligada ao consumo nesses países. O certo é que não vivemos mais em um mundo dominado pelos consumidores norte-americanos, mas pelos consumidores dos países dos BRICs. Escutei uma história, recentemente, que confirma isso: a loja da Louis Vuitton, em Paris, impôs um limite de compra por conta da grande presença de turistas chineses. Lojas da Madison Avenue, em Nova York, estão procurando trabalhadores que falem português fluentemente para atender os visitantes brasileiros. Há algumas semanas, estive em South Beach, em Miami (EUA), e fiquei espantado com a grande quantidade de brasileiros. Só se ouvia português em todos os lados... Então, tudo isso prova que estamos entrando em uma nova fase.

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Em sua opinião, qual será o papel do Brasil na economia global nos próximos anos?

Jim O’Neill: Em relação ao Brasil, acho que estamos em um ano interessante. Em sua primeira década como um BRIC, o Brasil passou por dificuldades nos primeiros cinco anos e deu a volta por cima a seguir, indo muito bem economicamente. petrobras magazine 9


Como investidor, acho que se deve observar e esperar. A explicação é simples: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em minha opinião, foi provavelmente o principal líder político do G-20 na década passada, acaba de deixar o governo. E substituí-lo não é uma tarefa simples. A missão é tão dura, quanto suceder Alex Ferguson no cargo de técnico do Manchester United (risos). Mas o Brasil é um país fantástico, abençoado, com bom clima e fontes variadas de energia renovável. Anteriormente, apostava-se na Austrália como um país de futuro, mas o Brasil tem tudo para crescer e se tornar uma potência ainda maior.

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Nesse sentido, quais os principais desafios para a nova presidenta, Dilma Rousseff?

Jim O’Neill: O maior deles é, aparentemente, o mais simples: manter o sucesso obtido nos últimos anos. O Brasil se tornou um novo país na última década, em particular na tarefa de manter a inflação estabilizada. Certa vez, estive em São Paulo para participar de uma conferência com o economista Paulo Lamy e ele me disse que a inflação projetada para aquele ano seria a mesma de quando ele era jovem. Isso é incrível! Deve-se reconhecer que o bom momento atual se deu em parte por conta da gestão do (expresidente da República) Fernando Henrique Cardoso e do meu amigo Armínio Fraga (diretor do Banco Central no governo Fernando Henrique), mas os resultados se transformaram em realidade durante o governo Lula. O maior desafio de Dilma, portanto, é garantir que isso continue, já que o Brasil tem um histórico

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O economista em seu escritório na sede londrina do Goldman Sachs Asset Management: fotos do Manchester United pelas paredes


entrevista econômico terrível. Outro ponto que merece atenção é o câmbio. Tenho amigos do Rio de Janeiro e de São Paulo que me visitam em Londres e acham que o custo de vida na cidade é baixo. Nenhum cidadão no mundo compartilha dessa opinião. O real está muito fortalecido e isso causa problemas para a indústria brasileira e pode ainda enfraquecer o poder do Banco Central. Ainda assim, o controle da inflação é vital.

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Como as recentes descobertas de grandes reservas de petróleo no litoral brasileiro poderão influenciar a economia do País?

Jim O’Neill: Sinceramente, não sei. À primeira vista, parece excitante, mas o Brasil deve ficar atento. As descobertas vão alavancar o País? Pode ser, mas talvez não. Se olharmos os últimos 100 anos, a maioria das economias mundiais bem-sucedidas não tinha suas riquezas atreladas às commodities. Uma das coisas que faço com atenção é acompanhar de perto o desempenho da Petrobras. O que acontecer com a empresa vai ser muito importante (para a economia do Brasil). Acho, falando genericamente, que o governo brasileiro aparenta ser muito sábio ao ajudar a Petrobras com os investimentos, porque, neste mundo complexo, as companhias puramente privadas não vão investir o capital que a Petrobras está investindo. Então, isso me parece um movimento inteligente.

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E essas descobertas podem aumentar a importância do Brasil na economia global?

Jim O’Neill: Já aumentaram. A Petrobras, recentemente, emitiu ações e investidores de todo o

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Como o senhor avalia que a crise no Oriente Médio vai afetar o setor de energia no curto, médio

O BRASIL é um país

fantástico, abençoado, com bom clima e fontes variadas de energia renovável. Tem tudo para CRESCER e se tornar uma POTÊNCIA ainda maior”

mundo quiseram um pedaço da empresa. Se não me engano, foi a maior emissão já feita no mundo (foi captado um valor recorde de R$ 120 bilhões). Então, as descobertas já estão, de certa forma, alterando a posição do Brasil na avaliação dos investidores globais e também o papel do Brasil na indústria mundial de energia.

e longo prazos?

Jim O’Neill: (risos) Estou no mercado há 30 anos e já aprendi que algumas das minhas previsões não se concretizarão. Ao mesmo tempo, tenho um Ph.D. em petróleo, mas concluí que tentar fazer projeções sobre a cotação do barril de petróleo beira a insanidade. Hoje, o que realmente influencia o preço do petróleo nos mercados internacionais é a economia chinesa, e não o que acontece no Oriente Médio. Neste momento, muitos analistas escrevem sobre o assunto com grande confiança, mas considero muito grande a possibilidade de que todos estejam errados. Em teoria, no entanto, em função da estabilidade política brasileira, o cenário é promissor, principalmente no curto e no médio prazo. Um artigo recente no Financial Times escrito por um ex-executivo da British Petroleum (BP) aborda o assunto, argumentando que há muitas reservas em regiões instáveis politicamente, o que favorece o Brasil. No longo prazo, tudo vai depender do sucesso da Petrobras. Além disso, a situação pode mudar no Oriente Médio. Estou ansioso para ver o que vai acontecer no Egito (após grande ebulição política,

Captação premiada Concluída em novembro de 2010, a mais recente capitalização da Petrobras resultou em um aumento de capital de R$ 120,249 bilhões para R$ 373,76 bilhões. A maior oferta pública de ações em escala mundial também garantiu um prêmio internacional à Companhia. No mês de março, a revista jurídica Latin Laywer, importante publicação sobre negócios e direito empresarial na América Latina, concedeu à Petrobras o Latin Lawyer Deal of the Year Award, na categoria “Corporate Finance”. De acordo com a publicação, a oferta foi organizada e executada de forma inédita e gerida com excelência.

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que culminou com a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro, depois de 30 anos no poder, o exército egípcio divulgou que o país realizará eleições parlamentares em setembro). No passado, nunca achei que o Oriente Médio e o Norte da África fossem uma boa aposta econômica, mas, se analisarmos que a região possui uma população de 400 milhões de pessoas, o dobro do Brasil, há um grande potencial inexplorado, com chances de vermos um novo BRIC.

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O senhor acredita que a pressão, cada vez maior, de parte da sociedade por um modelo energético mais sustentável pode provocar grandes mudanças no setor de energia, especialmente no que tange a questões de segurança?

Uma das coisas que faço com atenção é acompanhar de perto o desempenho da Petrobras. A companhia, recentemente, emitiu ações e investidores de todo o mundo quiseram um pedaço da empresa. As DESCOBERTAS (NO 9 PRÉ-SAL) já estão, de certa forma, alterando a posição do Brasil junto aos investidores globais e também o papel do País na indústria mundial de ENERGIA”

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Jim O’Neill: O caso da BP no Golfo do México e toda a repercussão causada são bons exemplos. Há outros locais em que o risco ambiental para a exploração é grande. Reside aí, portanto, o grande desafio do setor. Por isso, acredito que as empresas privadas não são as organizações ideais para resolver o problema energético mundial. Porque isso exige não somente enormes somas de capital, mas envolve risco humano e ambiental. As companhias privadas deveriam assumir esta responsabilidade (a de resolver o problema energético mundial)? Mais uma vez, acho que se trata de uma boa possibilidade para a Petrobras. Em se tratando de matrizes energéticas, em que direção o senhor acha que caminhará o setor?

Jim O’Neill: Vamos prestar atenção, novamente, no plano econômico de cinco anos traçado pela China. O primeiroministro Wen Jiabao anunciou meta de crescimento de 7% ao ano (número menor que a média dos últimos anos), e a razão são questões energéticas e ambientais. Visito a China com frequência e vejo a transformação nas cidades, que permanecem poluídas, mesmo fora das grandes metrópoles. Há, no entanto, um movimento de mudança. Percebo os chineses preocupados. O plano de cinco anos também mostra um grande interesse por energias alternativas. Acho que os mercados de energias eólica e solar e, obviamente, de biocombustíveis têm grande potencial de crescimento nesta década. E o Brasil também pode se beneficiar. Em sua opinião, dentre essas fontes energéticas, quais possuem mais potencial?

Jim O’Neill: Não sou especialista no assunto, mas acho que todas têm grande potencial. Apesar do retrospecto negativo, a energia nuclear pode ser adequada para alguns 12 petrobras magazine


entrevista

países. A hidrelétrica também, como se vê no Brasil. Considero a matriz solar outra boa aposta. A China, por exemplo, investe pesado no setor, construindo grandes usinas perto da Mongólia, bem como no próprio país vizinho. É claro que, hoje, essas fontes energéticas não são baratas, mas a tendência é de que a inovação constante altere esse quadro.

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Vamos mudar um pouco o assunto.

Só estive no País seis vezes, sempre entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Ainda assim, analisando o legado para a nação e o estágio em que se encontra agora, sinto que a competição é uma ótima oportunidade para o Brasil diminuir seus notórios gargalos de infraestrutura, principalmente nas cidades fora do eixo Rio-São Paulo.

12 Como fanático por futebol, dá para sonhar com uma final entre Brasil

O que você pode dizer da próxima

e Inglaterra?

Copa do Mundo, que será no Brasil?

Jim O’Neill: (gargalhada) Não, a Inglaterra não tem um bom time. Além disso, se lembrarmos que, nas vezes em que as duas seleções se enfrentaram em Copas do Mundo, o Brasil se tornou campeão, não teremos a menor chance.

Jim O’Neill: Espero que receba um convite para passar as quatro semanas da Copa do Mundo por lá... De maneira geral, as pessoas pensam que sou um expert em Brasil, mas isso não é verdade.

Observador arguto da economia mundial, O’Neill brinca com sua suposta clarividência: “Já aprendi que algumas de minhas previsões não se concretizarão”

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_David S. Renné Nascido nos EUA, Renée é o atual presidente da International Solar Energy Society (Ises), organização voltada à pesquisa e prospecção de fontes de energia renovável, com ênfase na energia solar. Já desenvolveu iniciativas ligadas às energias solar, eólica e hidráulica com a ONU e com o governo dos EUA e integra o National Renewable Energy Laboratory como líder de projetos.

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em discussão

energia

em transformação POR DAVID S. RENNÉ

FOTO ANDRÉ VALENTIM

Estamos vendo uma significativa TRANSFORMAÇÃO do PAPEL da ENERGIA EM NOSSA SOCIEDADE. Precisamos estabelecer fontes de energia seguras, econômicas e ambientalmente responsáveis para o futuro, fontes que se aproveitem de recursos ilimitados e renováveis. Muitas indústrias já se beneficiam das oportunidades dessas novas fontes de energia limpa, guiando essa transformação. O Brasil é um país abençoado com uma abundância de fontes de energia renovável. E que usa com sucesso recursos hídricos para gerar eletricidade, além de empregar biocombustíveis como soluções limpas e renováveis para o transporte.Há, no País, uma grande flexibilidade para ampliação do suprimento de energia limpa, explorando tecnologias no campo eólico, solar e outras fontes. Com políticas adequadas de incentivo e mecanismos de financiamento, as indústrias brasileiras e a economia do País como um todo estão preparadas para colher excelentes benefícios dessa transformação global. Ao redor do mundo, o potencial técnico e econômico das energias solar, eólica, hídrica e outras fontes renováveis ultrapassa, em muito, a demanda energética atual. Agora, é o espectro formado pelas políticas governamentais, pelas descobertas tecnológicas e pelas considerações financeiras que deve ser encarado, para que possamos nos aproveitar plenamente dessas abundantes fontes de energia. Ainda assim, há muitas barreiras cruciais que devem ser ultrapassadas para que possamos expandir esse campo. Por exemplo, a infraestrutura necessária para apoiar esses sistemas, tais como redes nacionais capazes de suportar, a um custo razoável, uma grande penetração de recursos variáveis; uma força de trabalho bem treinada e em expansão; procedimentos adequados de regulação; maior eficiência por parte dos consumidores; e uma aceitação mais ampla pelo grande público e pelas empresas. Todos esses fatores são críticos, na estrada rumo a fontes limpas e renováveis. Tecnologias inovadoras no campo da energia têm tido sucesso no mercado, graças a uma variedade de fatores positivos: o crescimento das vendas, que reduz custos através de uma “curva de aprendizado” bastante favorável (estimada em torno de 20% nas últimas três décadas); contínuos melhoramentos na eficiência dos sistemas, o que reduz os custos por KW/h produzido; modelos de negócio inovadores que se aproveitam de oportunidades únicas de financiamentos; e, talvez o mais importante, políticas oficiais favoráveis, que proporcionam um ambiente empresarial atraente para projetos neste segmento. petrobras petrobrasmagazine magazine 15 15


Petrobras bate recorde de vendas de

GASOLINA, QUEROSENE DE AVIAÇÃO E ASFALTO

O volume de gasolina comercializado no último mês de 2010 totalizou 1, 966 milhão m³ (12 milhões 366 mil barris/mês ou 399 mil barris/dia), superando em 50 mil m³ (314 mil barris) o recorde anterior, de março do mesmo ano. Contribuíram para o recorde de dezembro a sazonalidade típica do mês e a alta nos preços do etanol hidratado desde meados de junho de 2010, o que tornou a gasolina o combustível preferido pelos proprietários de veículos flex-fuel na maioria dos estados brasileiros. Em 2010, as vendas de gasolina pela Petrobras aumentaram 17,8% em relação a 2009. Já as vendas de QAV pela Petrobras no mês de dezembro de 2010 totalizaram o volume de 585.450 m³ (119 mil barris/ dia), o que representa um aumento de 4,9% em relação ao recorde anterior,

registrado em julho de 2010 (557.860 m³, ou 117 mil barris/dia). No ano de 2010, houve um aumento de 16,6% no mercado brasileiro de QAV em relação a 2009, reflexo do crescimento da economia nacional. Foto: thinkstockphotos

A Petrobras registrou, no mês de dezembro de 2010, recordes históricos de vendas de gasolina e querosene de aviação (QAV) no Brasil. Também no ano passado, a Companhia bateu recordes de produção e vendas no segmento de asfaltos.

No segmento de asfaltos, os bons resultados em 2010 foram alcançados, sobretudo, em função da alta demanda de ligantes asfálticos, utilizados principalmente em obras de infraestrutura no Brasil. A produção de asfaltos em 2010 alcançou a marca de 2,763 milhões de toneladas, superando o ano de 2009 (2,097 milhões de toneladas) em 32%. O principal aumento ocorreu no mercado interno, cujas vendas atingiram 3 milhões de toneladas, 43% a mais em relação a 2009.

PETROBRAS COMEÇA a atuar em Benin, na África

A Petrobras adquiriu 50% de participação no Bloco 4 na costa do Benin, país localizado na região oeste da África. Trata-se de uma área de aproximadamente 7.400 quilômetros quadrados, em profundidade de água de 200 a 3 mil metros, a uma distância média de 60 quilômetros da costa.

A Petrobras vende, às distribuidoras e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) e o Asfalto Diluído de Petróleo (ADP). Esses produtos são utilizados diretamente em serviços de pavimentação rodoviária ou industrializados nas fábricas das distribuidoras.

Foto: José Caldas / Banco de Imagens Petrobras

A expectativa é encontrar petróleo leve, conforme o padrão das descobertas realizadas em atividades exploratórias no continente africano. A Companhia já atua em países como Angola, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia.

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A exploração será realizada em consórcio com a Compagnie Béninoise des Hydrocarbures (CBH), subsidiária da Lusitania Petroleum, que detém os 50% restantes dos direitos sobre a área e é operadora do ativo. Entretanto, a Petrobras tem o direito de assumir a operação. A companhia deverá realizar a aquisição e processamento de 2.250 quilômetros quadrados de sísmica 3D ainda este ano. Confirmado o potencial exploratório da área, o consórcio se comprometerá a perfurar três poços.


Foto: Juarez Cavalcanti / Banco de Imagens Petrobras

notícias

PETROBRAS INVESTE em unidades de fertilizantes

O caminho para tornar o Brasil autossuficiente em fertilizantes ficou mais curto em março, quando a Petrobras, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o governo do Estado de Minas Gerais assinaram o Protocolo de Intenções para a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN V), no município de Uberaba. A unidade, que também irá atender às demandas dos Estados de Goiás, de Mato Grosso e de parte de São Paulo, terá capacidade de produzir 519 mil toneladas/ano de amônia e deverá consumir 1.257 mil m3 por dia de gás natural. A obra será iniciada em fevereiro de 2012, com previsão de conclusão para dezembro de 2014. Será investido US$ 1,3 bilhão na obra. Atualmente, o Brasil é o quarto maior importador de fertilizantes do mundo. Com a implantação da UFN V, o País se tornará autossuficiente em amônia, matéria-prima para a produção de mono-amônio-fosfato (MAP), fertilizante binário que contém

fósforo e nitrogênio e é utilizado principalmente nas culturas de milho, cana-de-açúcar e café, entre outras. Presente à assinatura do Protocolo de Intenções, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, destacou a importância da planta. “Queremos ser autossuficientes em fertilizantes até 2020, mas, mais que isso, queremos ser inseridos nesse mercado como produtores e exportadores.” Hoje, o Brasil conta com duas fábricas de fertilizantes que produzem ureia e amônia: a FAFEN-BA, em Camaçari, no Estado da Bahia, e a FAFEN-SE, em Laranjeiras, no Estado de Sergipe. Juntas, as duas possuem capacidade de produção de 1.056 toneladas de ureia e um excedente comercializável de 255 mil toneladas de amônia. A Petrobras também investe na construção da UFN III, em Três Lagoas, no Estado do Mato Grosso do Sul, e da UFN IV, em Linhares, no Estado do Espírito Santo, e na expansão da FAFEN-SE, que, a partir de janeiro de 2013, produzirá também o fertilizante sulfato de amônio.

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Anunciada implantação de terceiro Terminal de REGASEIFICAÇÃO DE GNL no BRASIL

O terminal será instalado na Baía de Todos os Santos, no Estado da Bahia, e vai ser interligado à malha de gasodutos em dois pontos. Se necessário, vai

Braços de transferência de GNL do Terminal Aquaviário de Pecém

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possibilitar inclusive a exportação de gás para a região Sudeste. Hoje, o Brasil conta com o terminal de GNL de Pecém, no Estado do Ceará, com capacidade de regaseificação de 7 milhões m³/dia, e o da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com capacidade de regaseificação de 14 milhões m³/dia. A partir de setembro de 2013, quando o TRBA deverá entrar em operação, o Brasil terá capacidade de regaseificar 35 milhões m³/dia, volume maior que os 31 milhões m³/dia de gás natural importados da Bolívia.

Foto: Leopoldo Kaswiner / Banco de Imagens Petrobras

A Petrobras anunciou, em março, a implantação do Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito da Bahia (TRBA), no Nordeste do Brasil. As obras do complexo, que será capaz de regaseificar 14 milhões m³/dia de gás liquefeito (GNL) por dia, começam em março de 2012. O terminal deve entrar em funcionamento em 2013. Os investimentos serão da ordem de US$ 706 milhões.


notícias Criada empresa de logística para Foto: Geraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

TRANSPORTE DE ETANOL

Petrobras Distribuidora amplia fábrica de lubrificantes A subsidiária Petrobras Distribuidora assinou, em março, contrato de ampliação e modernização da fábrica de lubrificantes localizada em Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro. Maior planta industrial de lubrificantes em uma única refinaria na América Latina, a unidade terá sua capacidade produtiva mensal aumentada em 70%, passando dos atuais 25 mil m3 por mês para até 42 mil m3 mensais. As obras, previstas para terminar até o fim de 2012, contemplam novos equipamentos para a fábrica de lubrificantes, uma nova linha de produção de graxas e área de armazenagem, bem como a incorporação de modernos sistemas de automação e controle, assegurando maior eficiência e produtividade à fábrica.

A empresa Logum Logística S.A., criada para implantar um sistema logístico multimodal para transporte e armazenamento de etanol no Brasil, começa a operar no fim de 2012. A Petrobras tem participação de 20% na sociedade anônima, que também é integrada pela Copersucar S.A., Cosan S.A. Indústria e Comércio e Odebrecht Transport Participações S.A., com 20% cada, e pela Camargo Correa Óleo e Gás S.A. e Uniduto Logística S.A., com 10% de participação cada. A empresa, criada em março, será a responsável pela construção, pelo desenvolvimento e pela operação do sistema (logística, carga, descarga, movimentação e estocagem, operação de portos e terminais aquaviários), que envolverá poliduto, hidrovias, rodovias e cabotagem. Com investimentos de R$ 6 bilhões, o Sistema Multimodal de Logística de Etanol terá aproximadamente 1.300 km de extensão e atravessará 45 municípios

brasileiros, ligando as principais regiões produtoras de etanol nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso à refinaria da Petrobras situada em Paulínia, no Estado de São Paulo. Quando concluído, o sistema terá capacidade de transportar até 21 milhões de m3 do combustível por ano. Também levará agilidade ao processo de exportação do produto. Hoje, a maior parte do etanol é transportada até os portos por caminhões. A Transpetro, subsidiária da Petrobras, irá construir e operar os comboios de transporte hidroviário e deverá também operar os dutos do sistema a serviço da Logum. Alberto Guimarães, diretor-presidente da Logum, afirma que o empreendimento vai proporcionar uma redução de até 20% nos custos do transporte do combustível no Brasil, além de contribuir para a preservação da malha rodoviária e do meio ambiente, pois será possível reduzir as emissões de CO2 em 7 mil toneladas por ano.

Novo Sistema Multimodal de Logística de Etanol

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e ainda assim,

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SE


MOVE

desafio global

Em um mundo aparentemente condenado aos engarrafamentos, QUEM PRECISA REALMENTE SE MOVER? As pessoas ou os automóveis? Transporte sustentável, planejamento urbano, novas fontes de energia, ATITUDES individuais INOVADORAS: maneiras de repensar a mobilidade no século XXI para colocar O HOMEM - e não os veículos - como PRIORIDADE POR MARCO ANTONIO BARBOSA

agradecimentos: Chilli beans, Lode, Wollner

STYLING MARIANA ROSALBA

FOTO MAX MOURE / WWW.CASA13.COM.BR

TRATAMENTO DE IMAGEM MARC RECCO

BELEZA RENATA VELUDO

vídeo_ Assista a um documentário sobre mobilidade em www.petrobras.com/magazine e na versão ipad

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U

ma metrópole qualquer, hora do rush. Olhe em volta. Você está parado. Não importa onde: dentro de seu carro, de pé num ônibus, esperando o metrô ou um trem na plataforma. Tudo à volta parece estar parado. Engarrafamentos, horários que não são cumpridos, excesso de veículos e de gente. Tudo conspira para que não exista movimento aparente à sua volta. Olhe de novo. Tudo se move, na verdade. Olhe de novo e você verá pessoas andando, bicicletas e motocicletas esgueirando-se por entre os carros e ônibus, aviões e helicópteros no céu. Até a Terra está girando, a uma velocidade de mais de mil km/h em torno do próprio eixo. Esqueça os veículos: o que se move é a vida, as pessoas. Se há vida, há movimento, e não há engarrafamento que desminta isso. E todo esse conjunto complexo de objetos (carros, motos, trens...) e estruturas (ferrovias, rodovias, ciclovias, calçadas...), hoje visto como um dos mais intransponíveis dilemas do mundo moderno, está sendo repensado em favor da vida. A mobilidade precisa trabalhar a nosso favor e não contra nós. O primeiro ônibus urbano surgiu em 1662, na cidade de Paris. Era uma carruagem puxada por sete cavalos, com capacidade para até oito passageiros. Não deu certo; em 1675,

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já estava fora de circulação. Provavelmente nascia ali também o primeiro dos problemas da mobilidade urbana. Hoje a situação se complicou ainda mais, com o aumento contínuo dos congestionamentos nas grandes cidades, os acidentes, a poluição atmosférica e sonora, o consumo ineficiente de energia, tudo isso gerando problemas sociais, econômicos e ambientais. O Conselho Mundial de Energia avisa: os meios de transporte atuais impactam o meio ambiente (são responsáveis por até 25% do consumo energético e das emissões de gases do efeito estufa), desperdiçam tempo e dinheiro. Enquanto isso, nós, as pessoas – que deveríamos ser a razão e o objeto de toda a mobilidade – ficamos... parados. “Quem precisa de mobilidade são as pessoas, não os veículos”, diagnostica Ronaldo Balassiano, professor e pesquisador de engenharia de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Autor de mais de 100 estudos científicos sobre mobilidade e meios de transporte e uma das referências absolutas brasileiras no tema, Balassiano tem pressa. Dispara dados, críticas, exemplos e sugestões como um trem-bala. E seu discurso sempre prioriza o humano, não o mecânico ou o estrutural. “Imagine que, só em 2010, tivemos 3,5 milhões de novos carros produzidos no Brasil. E que essa produção não é acompanhada por uma política de circulação ou de estacionamento. O resultado? O cara pega o carro até para ir à esquina comprar pão. É claro que vai atrapalhar tudo.” Carlos Vinicius Massa, coordenador do Programa Tecnológico de Inovação em Combustíveis e Lubrificantes (Inova) da Petrobras, resume: “As soluções para a mobilidade urbana passam por um bom planejamento do sistema viário, pela manutenção das vias e estradas e por


desafio global

Fórum global Em sua página na internet (www.worldenergy.org), o Conselho Mundial de Energia, fórum global sobre energia e sustentabilidade, disponibiliza estudos a respeito de transportes e mobilidade.

uma integração eficiente entre os transportes coletivos.” Na verdade, apenas recentemente o foco da questão saiu do planejamento dos meios de transporte e do tráfego para um pensamento mais amplo sobre a mobilidade. Com o número de veículos motorizados no mundo multiplicando-se por cinco entre 1950 e 1980, a prioridade no pós-Segunda Guerra Mundial era manter os carros circulando bem. “Isso tende a priorizar rodovias de alta velocidade e alta capacidade de veículos. E resulta em sistemas de transporte e de ocupação territorial dependentes do automóvel”, explica o engenheiro canadense Todd Alexander Litman, membro do Institute of Transportation Engineers (EUA) e autor do estudo “Measuring Transportation: Traffic, Mobility and Accessibility” (“Mensurando o transporte: tráfego, mobilidade e acessibilidade”). “É preciso pensar nos usuários de transporte como pessoas que buscam acesso a lugares, serviços ou bens. E não na mobilidade como um fim em si mesma.” É nesse caminho que parecem seguir os mais importantes estudos e experiências realizados no campo da mobilidade, um termo que hoje, obrigatoriamente, rima com sustentabilidade. A tônica é a procura por projetos inovadores capazes de gerenciar as demandas de movimentação e de acessibilidade cada vez mais altas nas grandes cidades. Estimular o uso de transportes

“mais verdes” (meios de transporte públicos ou de baixa emissão de dióxido de carbono e gases tóxicos), repensar o planejamento urbano de modo a diminuir os tempos de deslocamento e incentivar os meios de locomoção não motorizados (reduzindo os impactos ambiental, econômico e social): eis a(s) rota(s). Entretanto, ônibus e automóveis ainda são (e serão, por vários anos) os principais meios de transporte nas cidades. Tendo isso em mente, soluções paralelas estão sendo pensadas para lidar, da melhor forma possível, com essa realidade. “A Petrobras garante o fornecimento de combustíveis de qualidade – que mantêm os veículos circulando em condições ideais de funcionamento e poluem menos a atmosfera”, diz Carlos Massa. “Contribuímos para a mobilidade urbana ao produzir combustíveis perfeitamente adequados às novas tecnologias de motores. Com isso, diminuímos o risco de panes nos veículos – o que sempre atrapalha o trânsito. Além disso, já nos preparamos para o futuro, quando os veículos híbridos ou movidos por energias renováveis dividirão mais espaço com os carros movidos a gasolina.”

Congestionamentos aceitáveis O desenvolvimento da indústria automobilística no pós-guerra teve impacto nas tendências de planejamento de mobilidade urbana na segunda metade do século XX. Os países mais ricos apostaram em autoestradas e vias expressas mais amplas e extensas - sinônimo de progresso. A engenharia de tráfego concentrou-se em manter “níveis aceitáveis” de congestionamento, investindo pouco em meios não motorizados de transporte.

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Ficção nada científica O “veleiro aéreo” concebido por Julio Verne em 1886 (à esq.). A “dynosphere-monowheel” (à dir.) prometia revolucionar os transportes, em 1932

Pedaladas Propostas de veículos movidos a tração humana eram populares na virada do século XX, trafegando na água (acima), no ar (abaixo, à esquerda) ou por terra (abaixo, à direita)

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desafio global

Trem aéreo Acima, protótipo de veículo monotrilho suspenso e movido a hélice, apresentado nos anos 30. O projeto foi engavetado por motivos de segurança

Sem cavalos! A “carruagem sem cavalos” à esquerda prometia alcançar 186 km/h. Chegou a ser testada na Bélgica, nos anos 20. O Fairey Rotodyne (acima) foi um dos vários conceitos de “giroplanos” que foram produzidos, misturando avião com helicóptero. Os balões puxados por elefantes foram concebidos (mas felizmente não testados) no século XIX


Os EUA têm a maior média

164

MUNDO

de veículos automotores (com dois ou mais eixos) para cada mil pessoas, quase 5 vezes maior que a média mundial

765

EUA

10,3

viagens anuais por habitante

O país também tem a maior extensão de

estradas pavimentadas

6,4

A IRLANDA é o país com maior média de viagens aéreas per capita no mundo:

Já a HOLANDA é o país que tem a

mil km

maior densidade territorial de veículos:

196 por km2

incluindo carros, ônibus ou caminhões

O JAPÃO é o país que

mais utiliza o metrô.

Apenas na área metropolitana de Tóquio, os dois principais sistemas de trens subterrâneos transportaram, em 2009,

Com

50

mil km

de vias fluviais e marítimas navegáveis,

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bilhões de pessoas

A CHINA e a ÍNDIA dominam o mercado mundial de produção de BICICLETAS. CHINA

66%

o BRASIL é o terceiro país que mais utiliza a NAVEGAÇÃO como meio de transporte. É quase a mesma extensão somada das vias fluviais de todos os países da União Europeia.

3,16

A CHINA domina a operação de

trens de alta velocidade (capazes de atingir 250 km/h ou mais)

ÍNDIA

9%

4,84

mil km

de linhas em funcionamento e outros 15,2 mil km em construção.


desafio global

Menos estresse,

menos poluição INFOGRÁFICO GABRIEL GIANORDOLI

FOTOS THINKSTOCK

“O usuário de automóvel não percebe o custo que impõe ao restante da sociedade por sua decisão de entrar no fluxo de tráfego”, resume Luiz Carlos Ramos Paim, engenheiro mecânico e consultor especializado em transportes da Câmara Legislativa de Brasília. Menos automóveis nas ruas, a mudança da ênfase no transporte individual para o transporte coletivo e soluções que privilegiam o deslocamento não motorizado são ideias que vão impactar toda a coletividade – da qualidade de vida de motoristas e pedestres ao ar que respiramos nas grandes cidades. A bicicleta e a caminhada devem ser complementares ao transporte público. Por outro lado, os donos de automóveis devem ser convencidos – com o aumento da eficiência do transporte público – a deixar seus carros na garagem. “Teríamos ganhos relevantes em termos econômicos e ambientais, pela retirada de tráfego desses veículos”, acredita Paim. Mas isso tudo deve ser precedido de uma mudança no paradigma sobre o respeito que temos uns pelos outros. “As pessoas que estão submetidas às regras das vias públicas e do espaço público não aprenderam a ser igualitárias”, afirma o antropólogo Roberto da Matta, autor de Fé em Deus e pé na tábua – Como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil, estudo sobre o caos no trânsito das grandes cidades brasileiras.

Por mais que o transporte não motorizado seja, à primeira vista, ideal – baixo custo, saudável, não poluente, energeticamente eficaz –, a mobilidade urbana baseada em motores de combustão ainda será uma realidade por muito tempo. E há gente pensando em minimizar o impacto dessa realidade para as gerações futuras.

No Brasil, temos um histórico de PIONEIRISMO na pesquisa de combustíveis que emitam menos gases poluentes”, explica Tadeu Cordeiro, consultor sênior da gerência de Desempenho de Produtos em Motores do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). No Laboratório de Ensaios Veiculares (LEV), onde Tadeu trabalha, a companhia testa novos produtos que agridam menos o meio ambiente, como a gasolina Podium, que possui menor teor de enxofre, além de aditivos que aumentam a vida útil e a “limpeza” dos motores de combustão interna. O LEV também foi pioneiro no Brasil ao experimentar, ainda em 2002, a primeira geração de carros híbridos (eletricidade e combustão) a chegar ao País.

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desafio global

Como chegamos até aqui – e

para onde vamos agora Em maio de 1896, o nova-iorquino Henry Wells entrava para a história ao protagonizar o primeiro incidente de trânsito da era do automóvel. Pilotando sua “carruagem sem cavalos”, ele atropelou um ciclista. Pulando 114 anos, em agosto de 2010 testemunhamos o maior engarrafamento de todos os tempos – na província de Hebei, na China, um congestionamento que se estendeu por mais de 100 km durou 11 dias, causado por tráfego excessivo de caminhões e pela realização de obras na rodovia. Será que se pode chamar isso de “evolução”?

Na contramão (com trocadilho) desse (planejado) maremoto de concreto armado, surgem, em diversos cantos do mundo, iniciativas que devolvem a mobilidade à humanidade. Estímulo ao uso de um transporte coletivo mais eficiente, o incentivo à locomoção não motorizada, a busca por novas formas de energia e a reestruturação do espaço urbano estão na pauta do dia.

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Car Sharing

Bus Rapid Transit

Riversimple

Difundido na Europa, o “compartilhamento de carros” permite o aluguel rápido de automóveis por períodos curtos. A ideia é diminuir o número de veículos particulares nas ruas, reduzindo congestionamentos, poluição e demanda por vagas de estacionamento.

O termo (também traduzido eventualmente como “veículo leve sobre rodas”) abarca diversas soluções baseadas na otimização no serviço de ônibus urbanos. A média de velocidade dos sistemas mais eficientes pode chegar a 48 km/h (contra 24 km/h dos ônibus convencionais).

O Riversimple Urban Car será produzido a partir de 2013 como um ideal de carro econômico e ecologicamente correto. Transportará dois passageiros e terá autonomia de 390 km, garantida por uma célula de energia que converte hidrogênio em eletricidade.

Fotos: Divulgação

Curitiba é a referência nacional em planejamento racional da mobilidade – uma história que começou em 1968 e levou a capital paranaense a ser eleita, em abril do ano passado, como a cidade mais sustentável “O planejamento de transportes convencional do mundo (na última Conferência Mundial de usa indicadores como a velocidade do tráfego e Sustentabilidade, em Estocolmo, Suécia). Lá o custo operacional dos veículos e ignora outros surgiu o modelo brasileiro de bus rapid transit fatores de acessibilidade. Se pensarmos assim, a (trânsito rápido de ônibus, ou BRT) que foi única solução prática para o congestionamento exportado e/ou inspirou soluções similares do trânsito é a expansão das rodovias”, aponta em mais de 100 cidades pelo mundo. O BRT, Todd Litman, do Institute of Transportation que preconiza faixas exclusivas para ônibus de Engineers (EUA). Mas, com um total de 28,3 alta velocidade, estações de passageiros (que bilhões de quilômetros de autoestradas espalha- eliminam a necessidade de pagar a passagem das pelo mundo, será mesmo essa a solução? depois de embarcar no ônibus) e um serviço


com cobertura territorial ampla, foi a solução encontrada por cidades como Bogotá (Colômbia), Nova York (EUA), Seul (Coreia do Sul) e Xiamen (China). E pode ser a solução para o nó nos transportes que o Brasil precisa desatar, para poder sediar a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). “Há 400 km de corredores BRT sendo implantados nas cidades-sede da Copa, como São Paulo, Recife e Rio. Nesse aspecto, estamos seguindo o fluxo mundial”, assegura Luís Antonio Lindau, presidente do Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil). As soluções sobre rodas não se esgotam nos ônibus rápidos. A integração de meios de transporte foi o caminho encontrado por Estocolmo, na Suécia (onde ônibus, metrô, três linhas de trens e outras três de veículos leves sobre trilhos funcionam em harmonia), e por Paris (que conjuga um dos maiores sistemas de metrô do mundo com seis estações de trens interurbanos e internacionais, além de uma boa estrutura para pedestres). Sistemas inovadores de controle de trânsito estão dando certo em Cingapura (que instituiu pedágios de preços variáveis de acordo com os horários de pique no trânsito). O conceito de land reclamation, utilizado tradicionalmente para definir trechos de mar que são aterrados, tem sido usado em Seul e Nova York para isolar áreas urbanas da circulação de carros particulares, priorizando o transporte coletivo. Em Portland (EUA), olhou-se para o passado, em vez de para o futuro: a revitalizada linha de bondes da cidade melhorou o trânsito e trouxe nova vida para áreas degradadas. “A ocupação do espaço urbano precisa acompanhar a expansão do transporte”, discursa o especialista em engenharia de trânsito Ronaldo Balassiano. “A chegada da mobilidade a uma área ainda desabitada vai trazer, inevitavelmente, a ocupação humana daquela área. É preciso pensar nisso e transformar os terminais de transporte público em espaços úteis para a população, com serviços, postos de saúde, comércio. Isso diminui a necessidade de grandes deslocamentos até os centros urbanos.” A essa ideia reúnem-se demandas mais amplas de urbanização, como o melhor aproveitamento de áreas em processo de esvaziamento populacional, a melhor distribuição da oferta de empregos e serviços (o que reduz o tempo de viagens) e a implantação dos conceitos do transit oriented development - TOD (desenvolvimento orientado para o trânsito). “Ocupações territoriais que promovem o transporte não motorizado e os veículos elétricos e diminuição dos espaços perdidos para estacionamentos são exemplos de planejamento TOD que já estão em prática na Suécia, na Alemanha e na Austrália”, nota Cathleen Sullivan, do Instituto de Estudos de Transportes da Universidade de Berkeley (EUA).

_robert cervero O status de Robert Cervero como pensador das questões ligadas à mobilidade é rivalizado por poucos outros pesquisadores no mundo. Diretor do Centro de Transportes da Universidade da Califórnia, Cervero já participou de projetos de urbanização, trânsito e questões correlatas pelos quatro cantos do mundo (inclusive no Brasil, no Estado do Ceará) e é autor de seis livros sobre o tema. Ele falou à PETROBRAS MAGAZINE sobre quem está ganhando e quem está perdendo a batalha da mobilidade. Quais são os tópicos mais urgentes a serem tratados na questão da mobilidade urbana? A mobilidade nas cidades precisa ser sustentável. Uma mobilidade mais acessível passa por uma urbanização que promova caminhadas e o ciclismo – opções que são mais saudáveis, inclusive. E também por um crescimento urbano que acompanhe a capacidade de transporte, e não o contrário. Quais cidades precisam começar já a pensar nessas questões? Nos EUA, cidades como Houston, Atlanta e Phoenix. Na América Latina, São Paulo e a Cidade do México continuam perdendo a luta contra os engarrafamentos, a poluição e a incessante dominação do automóvel. Que tendências dominarão o futuro da mobilidade? A tecnologia terá papel importante. Poderemos solucionar problemas de meio ambiente e energia com combustíveis mais limpos. E veremos mais vizinhanças e bairros receptivos a um estilo de vida mais baseado em caminhadas, e não nos carros.

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peru

Berço do mais PODEROSO IMPÉRIO da América pré-colombiana, o Peru preserva seu passado – a tradição inca e a influência dos colonizadores espanhóis. E, no presente, já se posiciona entre as NAÇÕES

EMERGENTES DO CONTINENTE POR MARCO ANTONIO BARBOSA

FOTOS ISTOCK / THINKSTOCK

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volta ao mundo COMO CHEGAR O Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, é o principal acesso ao país. De lá, há voos regulares para as principais cidades do Peru. A Corporação Peruana dos Aeroportos e Aviação Comercial coloca o telefone (51) 1-574-5829 à disposição dos viajantes para sanar dúvidas. Informações turísticas podem ser consultadas no site www.peru.info/peru.asp (em espanhol).

Perú

DADOS HISTÓRICOS A mais antiga civilização das Américas, o povo caral, ocupava o atual território do Peru por volta de 2100 a.C. Em 1542 usou-se pela primeira vez o nome “Peru”, para designar a região que abrigava a sede do império inca. O Vice-Reino do Peru compreendia a maior parte dos domínios espanhóis no continente. O país decretou sua independência em 28 de julho de 1821.

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“P

Por este lado se va a Panamá, a ser pobres, por este otro al Perú, a ser ricos; escoja el que fuere buen castellano lo que más bien le estuviere”, disse em 1526 o espanhol Francisco Pizarro, ao traçar uma linha no chão com sua espada. De um lado, rumo ao Norte, a incerteza dos tempos duros; seguindo para o Sul, o território que hoje é a República do Peru. O folclórico episódio, registrado pelo historiador José Antonio del Busto em Francisco Pizarro, el Marqués Gobernador (1966), bem pode ser o marco simbólico da nação, berço da civilização inca e que hoje abriga uma população multiétnica, uma grande variedade de riquezas minerais e uma biodiversidade pujante. E onde a confluência de culturas (andina, espanhola, africana) criou uma terra cheia de contrastes interessantes, que vem experimentando notável crescimento econômico neste terceiro milênio.

A força das tradições seculares se reflete na quantidade de sítios arqueológicos do país reconhecidos pela Unesco como Patrimônios Mundiais – são 13 (o Brasil, cujo território é quase sete vezes mais extenso que o peruano, tem 17). Panculturalismo Os centros históricos das Quarto país mais populoso da duas maiores cidades do América do Sul (cerca de 28,3 país (a capital Lima e milhões de habitantes), o Peru Arequipa) estão na lista, cresceu com a miscigenação entre os habitantes nativos e os assim como as míticas colonizadores espanhóis. A nação ruínas de Macchu também recebeu grande influxo Picchu e as construções de africanos, imigrantes de outros incas que restam em países da Europa (Alemanha, Cusco. O legado dos Inglaterra, Itália, França) e do incas espalha-se pelos extremo Oriente (Japão e China). cerca de cem mil sítios

arqueológicos catalogados oficialmente no país. Oitenta por cento dos turistas que chegam ao Peru estão em busca desse legado cultural; nada menos que 11% da população economicamente ativa do país trabalham com o turismo. O (cordial) embate entre passado colonial e presente global acentua-se em direção ao Sudeste do país, onde se encontra Cusco. A cidade, que já foi chamada de “a Roma das Américas”, é, de acordo com historiadores, o mais antigo aglomerado urbano de todo o continente, tendo servido como capital do império inca a partir do século 13. É, oficialmente, a capital histórica do Peru e o maior destino turístico do país, recebendo mais de um milhão de visitantes por ano. O patrimônio arquitetônico, no qual se misturam construções pré-colombianas e prédios da época colonial, é expressivo. A catedral da cidade, com sua fachada em estilo renascentista, data de 1664. O convento e a igreja de La Merced estão lá desde 1675 (a construção original foi destruída por um terremoto, em 1650). A Plaza de Armas, centro nervoso da cidade atual, concentra em seu redor vários prédios que tiveram suas fachadas e telhados de influência espanhola preservados. É possível chegar lá pela Calle Hatun Rumiyuq, a principal via de pedestres de Cusco, também ladeada por construções com três séculos de história. Como ponto culminante da região, sobressaem as muralhas de Coricancha, ou o que sobrou do maior santuário inca, cujos muros foram usados pelos colonizadores europeus para construir o Convento de Santo Domingo. Passado sempre presente: na foto de cima, a histórica Plaza de Armas de Cusco. Abaixo, as míticas ruínas de Machu Picchu


Esplendor pré-colombiano

volta ao mundo

Há indícios de que a região na qual se ergue hoje a cidade de Cusco já era habitada no ano 3000 a.C. Mas a importância da cidade cresceu quando a sede do governo inca foi instalada lá, tornando Cusco o mais importante centro religioso e administrativo da América Latina. Grande parte da população pertencia à aristocracia inca. Francisco Pizarro nomeou-a “Cuzco, ciudad noble y grande”.

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Lima à noite: economia em ascensão impulsiona a urbanização da capital, a 27a cidade mais populosa do mundo

Na província de Urubamba, arredores de Cusco, encontra-se o mais antológico cartão-postal do país, a Montanha Velha – tradução literal do termo quechua Machu Picchu. Erguida a partir do século 15 na porção oriental da Cordilheira dos Andes, a cidadela de pedra, uma das maiores provas da engenhosidade e dos recursos arquitetônicos dos incas, é hoje considerada uma das sete novas maravilhas do mundo. Espalhadas por uma área total de cerca de 326 km², as ruínas de Machu Picchu são envoltas em uma aura de mistério, de tempo suspenso. É como se pudéssemos capturar um pouco da América original, intocada pelos conquistadores espanhóis. A área “urbana” da cidadela tem 172 edifícios e inclui o Templo do Sol (onde, acredita-se, um dia esteve sepultado o imperador Pachacuti), a residência real inca e a chamada “zona sagrada”, que inclui o Templo Principal, maior espaço religioso da cidade. A idolatria que os antigos habitantes devotavam ao sol está presente na estrutura conhecida como Intihuatana, espécie 34 petrobras magazine

primitiva de relógio solar, e também na disposição de vários dos edifícios, orientada pelos solstícios e pelo nascer e o pôr do sol. A capital, Lima, é uma das maiores metrópoles da América Latina, com seus 7,6 milhões de habitantes. Em meio ao burburinho urbano, porém, esconde-se uma bem preservada porção da América colonial espanhola, devidamente reconhecida como Patrimônio Histórico em 1991. Há cerca de 20 anos, Lima vem mantendo um programa de restauração e proteção das construções históricas. O exemplo mais evidente são os balcones (balcões), espécies de varandas típicas das construções influenciadas pela arquitetura espanhola e que foram introduzidas na cidade no século 16. Hoje ainda restam cerca de 1.800 balcones intactos, que são mantidos graças a convênios de patrocínio mantidos pela Prefeitura de Lima junto a grandes empresas. Assim como mantém-se preservada a Plaza Mayor, palco de alguns dos


volta ao mundo mais significativos acontecimentos da história peruana: foi lá que Pizarro se instalou para fundar a cidade, e foi lá (em 1831) que foi declarada a independência do Peru em relação ao domínio espanhol. A fé católica trazida pelos conquistadores espanhóis se reflete no Convento de San Francisco (primeiro dos prédios coloniais a ser tombado pela Unesco, em 1988) e na Catedral de Lima (datada de 1622). Não longe dali, brilha a Casona de San Marcos – o centro cultural da Universidade de San Marcos, que concentra museus (o Museo de Arte e o Museo de Arqueología y Antropología), a Biblioteca España de las Artes e vários institutos universitários, todos situados em edifícios históricos. Ao mesmo tempo em que busca preservar sua história, Lima exibe um dos mais exuberantes processos de modernização do continente. Fundada em janeiro de 1535, a capital do Peru é a 27a cidade mais densamente povoada do mundo. Sua região metropolitana concentra 57% do parque industrial do país e 46 universidades (incluindo a já citada San Marcos, a mais antiga da América Latina, inaugurada em 1551). Bairros como Miraflores e San Isidro são tão movimentados e cosmopolitas quanto qualquer vizinhança de São Paulo ou de Manhattan. A predição de Pizarro, que garantia riquezas a quem o acompanhasse rumo ao Peru, parece fazer mais sentido nos últimos anos. Nos quase 180 anos de independência do país, foram várias as turbulências políticas e econômicas enfrentadas: de uma guerra (perdida) com o Chile entre 1879 e 1883 a golpes militares no século 20. Na década de 1980, a nação sofreu com inflação descontrolada e o crescimento do tráfico de drogas. Com a consolidação da redemocratização, a partir da virada do século, o Peru vem experimentando estabilidade econômica (tem uma das inflações mais baixas do mundo) e um crescimento da produção notável: o aumento do PIB em 2008 chegou a 9%, taxa comparável às da China.

Tanques da base de extração da Petrobras em El Alto (a 45 minutos de Talara )

Os combustíveis de origem fóssil (com destaque para o óleo diesel) garantem cerca de 57% da energia utilizada pelos peruanos. As fontes renováveis (hídricas, biocombustíveis e outras) ocupam 27% da matriz energética do país. O gás natural fornece o restante (17%). Um amplo projeto de exploração e distribuição de gás natural está em curso, incluindo gasodutos para venda ao mercado externo.

Talara, o X da questão A Petrobras Energía Perú S. A. – nome oficial da empresa do Sistema Petrobras que atua no país vizinho – iniciou suas atividades em 1996. Em 2010, foram investidos US$ 235 milhões em projetos de prospecção e exploração. Hoje, a companhia extrai 15.300 barris de óleo de sua principal operação no Peru: o Lote X da Bacia de Talara, no Noroeste da nação, no qual a Petrobras detém 100% de participação. Sobre o Lote 58, na Bacia Madre de Dios (perto das maiores reservas de gás natural do país, na região oriental da Cordilheira dos Andes), a empresa também tem 100% de controle. Pesquisas sobre os volumes de hidrocarbonetos disponíveis na região vão comprovar a viabilidade da perfuração de um terceiro poço (Taini) na região. A expectativa sobre as explorações a serem realizadas em Madre de Dios é alta, com o desenvolvimento do Proyecto Integrado de Desarrollo de Gas Natural (Projeto Integrado de Desenvolvimento de Gás Natural). No Lote 57, no qual a Petrobras tem participação de 46,16%, resultados favoráveis na avaliação dos recursos encontrados permitiram o planejamento de mais um poço na região de Ucayali (centro-leste do país). Ainda em fase de pré-exploração está o lote 117 (Marañon), onde a Petrobras tem participação de 50%. A empresa ainda desenvolve e apoia, no Peru, diversas iniciativas voltadas à melhoria da infraestrutura, à preservação do meio ambiente, à geração de emprego e à educação. Um exemplo é o apoio ao projeto Agua y Alcantarillado, concebido para melhorar o acesso da população do distrito de El Alto (em Talara) à água potável de qualidade.

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_Rodolfo Trentin Gonçalves, pesquisador da Universidade de São Paulo Natural de São Caetano do Sul, no Estado de São Paulo. Tem 26 anos. Deixou a casa dos pais há um ano, mas continua morando em São Caetano. Solteiro, não tem filhos. Está focado no plano principal de sua carreira: “Quero tornar-me professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo”, resume. Ele é especializado em arquitetura naval e engenharia oceânica. Além das atribuições de pesquisador, tem como grande paixão o turismo. “Gosto de viajar para

conhecer lugares diferentes e provar comidas que ainda não conheço”, conta. Sua mais recente jornada foi à China, onde conheceu as cidades de Xangai e Pequim. Gosta também de esportes (é praticante de tênis) e jogos de cartas (costuma reunir-se com amigos para partidas de pôquer). Em relação ao desenvolvimento científico, Rodolfo reconhece a importância do trabalho feito no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), não apenas em prol da empresa, mas de todo o Brasil. “As pesquisas em tecnologia e desenvolvimento são as raízes que sustentam o crescimento de uma nação moderna”, acredita.


volta tecnologia ao mundo

cérebros

MADE IN BRAZIL

Aumento da demanda da indústria de óleo e gás, principalmente em função do pré-sal, IMPULSIONA a INOVAÇÃO CIENTÍFICA no Brasil e ajuda a criar uma geração de jovens pesquisadores que, em vez de radicar-se no exterior, trabalha em prol do AVANÇO TECNOLÓGICO do País POR CARLOS TAUTZ FOTOS CAROL CARQUEJEIRO / FELIPE VARANDA STYLING MARIANA ROSALBA

Q

uando o engenheiro naval Rodolfo Trentin Gonçalves, 25 anos, contava aos amigos que se dedicava a pesquisas na Universidade de São Paulo (USP), sempre ouvia a mesma pergunta: “Mas você não trabalha?”. Seu colega Joel Sena Sales Júnior, 32, também enfrentou situação semelhante com a família, ao revelar que sua opção profissional seria permanecer nos laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Eles achavam que o trabalho de um pesquisador era instável. Mais ou menos como ser artista”, lembra.

Sorte melhor teve o engenheiro civil Fábio Martins Gonçalves Ferreira, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), 31 anos, casado e pai de um menino de poucos meses, pois nunca encarou dúvidas da família ou de amigos sobre seu destino. “Estar envolvido com pesquisas de longo prazo nos dá estabilidade”, avalia. André Alves de Souza, do centro de pesquisas da gigante internacional do setor de óleo e gás Schlumberger no Rio de Janeiro, saiu da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), no interior do Estado de São Paulo. Ele acredita que, com sua contratação, “tudo mudou para melhor. Posso fazer tudo o que sempre quis em termos de pesquisa em uma empresa grande”. petrobras magazine 37


O maior impulso para que os pesquisadores passassem a ter mais opções de bons trabalhos no Brasil foi o aumento da demanda da indústria de óleo e gás por tecnologias inovadoras, principalmente em função do desafio da exploração das reservas do pré-sal. Somente a Petrobras irá investir US$ 212,3 bilhões no Brasil até 2014, e boa parte deste valor será aplicada em equipamentos de alta complexidade. Para atender a esta demanda, seus fornecedores também estão instalando centros de pesquisas no Brasil, próximos a universidades e também à Petrobras, intensificando a troca de conhecimentos e provocando o surgimento de um dos mais avançados polos de pesquisas do mundo no setor de energia. O centro deste processo é o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado na Ilha do Fundão, próximo ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Seis empresas do setor de óleo e gás estão fincando suas estacas no local. A pioneira foi a Schlumberger, que, em 2010, inaugurou o Centro de Pesquisa em Geoengenharia,

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O Brasil só agora começa a criar uma CULTURA DE INCENTIVO À PESQUISA. Por isso, ainda é uma novidade para as pessoas saberem que temos muitos cientistas” JOEL SENA SALES JÚNIOR, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro

para o qual já contratou 50 pesquisadores brasileiros. Também estão em processo de instalação a Halliburton, a Baker Huges, a FMC Technologies, a Tenaris Confab e a Usiminas. Além disso, o BG Group anunciou, em março, que também investirá perto de US$ 1,5 bilhão no seu Centro Tecnológico Global no Rio de Janeiro até 2021, e a General Electric (GE) já se instala em um terreno contíguo ao Parque Tecnológico. Segundo cálculos do governo do Estado do Rio de Janeiro, essas empresas, em seu conjunto, já teriam investido perto de US$ 303 milhões somente no Parque. “Quando tomamos a decisão de construir um centro de pesquisa, levamos em conta a proximidade com nossos clientes, os desafios da indústria local, o acesso ao meio acadêmico e ao conhecimento científico e também a qualificação dos profissionais disponíveis, e o Brasil contempla todos estes aspectos”, explica Attilio Pisoni, gerente-geral do Centro da Schlumberger. Mas não é só nas empresas que está ocorrendo um intenso desenvolvimento de novas tecnologias. As pesquisas no setor de energia também estão sendo estimuladas nas universidades brasileiras, principalmente em função do modelo de redes

agradecimentos: JonnySize, Addict

Em comum, Rodolfo, Joel, Fábio e André têm o fato de serem jovens e atuarem, no Brasil, em pesquisas científicas de duração estendida que envolvem as mais avançadas tecnologias de sua área. “O País só agora começa a criar essa cultura. Por isso, ainda é uma novidade para as pessoas saberem que temos muitos cientistas”, explica Joel, que faz seu curso de doutorado em hidrodinâmica no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ).


volta tecnologia ao mundo

_Joel Sena Sales Júnior pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro Hoje com 32 anos, Joel instalou-se há cinco anos na Ilha do Governador, no município do Rio de Janeiro, quando saiu de sua cidade natal, Petrópolis (Estado do Rio de Janeiro). “Morando aqui, estou mais perto do Parque Tecnológico e da Universidade Federal (UFRJ)”, relata. Sua grande aspiração é tornar-se um profissional destacado em seu campo de atuação, a hidrodinâmica experimental. O pesquisador está completando seu doutorado na área. Seus gostos em cinema são, digamos, tecnológicos. “Gosto de filmes de ficção científica. Achei Tron 2.0 impressionante”, diz, revelando também apreciar longas de temática histórica. Viagens (esteve recentemente na Itália e na região Nordeste do Brasil), teatro e literatura (“romances, entre um livro técnico e outro”) estão entre seus interesses. Joel diz que a importância dos trabalhos realizados no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e no Parque Tecnológico da UFRJ extrapola o mercado de energia. “As pesquisas que o Cenpes realiza dão retorno não só na exploração do petróleo, mas também servem para impulsionar as outras áreas de tecnologia do Brasil.”

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_André Alves de Souza, pesquisador da Schlumberger Nasceu em São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo (SP), há 34 anos. Hoje divide-se entre Niterói (Rio de Janeiro) e São Carlos (São Paulo). Formado pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), deixou sua cidade natal há 12 anos. Há um ano, radicou-se no Estado do Rio de Janeiro a trabalho. Está terminando seu doutorado em Ciências e Engenharia de Materiais no campus São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). Tem um lado musical. Longe dos tubos de ensaio, gosta de tocar violão e contrabaixo. “Curto MPB e rock”, diz. Também aprecia ir ao teatro e ao cinema. Em literatura, sua preferência é pelos romances clássicos. “Machado de Assis é meu escritor favorito”, conta. “Aqui, espero adquirir mais conhecimento, colocando em prática todo o aprendizado da vida acadêmica”, diz ele. “Com as pesquisas já em desenvolvimento no novo centro da Schlumberger, esperamos fortalecer ainda mais a posição do Brasil entre os maiores exploradores e produtores de óleo e gás no mundo.”

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volta tecnologia ao mundo temáticas criado em 2006 pela Petrobras. Cada rede reúne laboratórios de diversas universidades e instituições de pesquisa, que atuam de forma integrada e sob coordenação da Petrobras, em temas definidos pela Companhia. Atualmente, existem 50 redes, nas quais mais de 100 instituições de P&D compartilham conhecimento, experiências e infraestrutura. Entre 2008 e 2010, a Petrobras investiu US$ 2,6 bilhões em pesquisas, dos quais 56% foram empregados em colaboração com universidades, empresas do Brasil e do exterior e outros laboratórios.

agradecimentos: Cavalera, Wollner

Entre os laboratórios que fazem parte das redes temáticas está o de Computação Científica e Visualização (LCCV), da UFAL, onde trabalha Fábio. Ele e seus colegas concordam com o fato de que a possibilidade de se dedicarem à investigação científica lhes deu novas perspectivas de vida. Segundo Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Cenpes, pelo menos 13 mil profissionais já trabalham em instituições brasileiras de ciência e tecnologia em projetos de pesquisa e desenvolvimento realizados em parceria com a Petrobras. E talvez o ganho maior da criação desse ambiente propício à pesquisa científica tenha sido mesmo o de inverter o fluxo de exportação de cérebros: antes, os cientistas brasileiros saíam para trabalhar no exterior. Agora, as multinacionais vêm ao Brasil trabalhar com os especialistas do País. André, que estagiou no centro de pesquisas da Schlumberger em Boston (EUA) antes de se fixar no Rio de Janeiro, explica: “O pré-sal está ampliando muito a possibilidade de realizarmos essas pesquisas, inclusive nas empresas. É um período ímpar para o Brasil.”

Enfrentando os desafios dos próximos anos Além de estimular a produção científica aplicada nas universidades e em outras empresas, a Petrobras também está ampliando o seu próprio centro de pesquisas. O Cenpes, que completa 48 anos em 2011, teve seu espaço duplicado com a inauguração da expansão, em outubro de 2010, passando a ocupar 300 mil m2. Com investimentos de aproximadamente US$ 700 milhões na ampliação, o Cenpes se tornou um dos maiores centros de P&D do Hemisfério Sul. No local, cerca de 1.600 técnicos, engenheiros e pesquisadores atuam em pesquisas focadas no desenvolvimento de tecnologias que têm sido fundamentais para que a Petrobras consiga atingir suas metas de negócios. O gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, lembra que, desde 2008, a Petrobras tem investido, em média, cerca de US$ 800 milhões por ano em investigações científicas próprias e em diversas modalidades de parcerias com universidades e empresas fornecedoras. Para Tadeu, a Petrobras tem ampliado sua capacidade de inovação e, ao mesmo tempo, contribuído para que o desenvolvimento tecnológico de seus fornecedores e do próprio Brasil acompanhe esse salto qualitativo.

O pré-sal está AMPLIANDO muito a possibilidade de realizarmos PESQUISAS CIENTÍFICAS, inclusive nas empresas. É um período ímpar para o Brasil” ANDRÉ ALVES DE SOUZA, do centro de pesquisas da Schlumberger no Rio de Janeiro

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profundo

futuro POR VINICIUS MEDEIROS

FOTOS BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

INFOGRÁFICO GABRIEL GIANORDOLI

Brasil LIDERA ranking mundial das descobertas de novas reservas de petróleo da última década, impulsionado principalmente pelo SUCESSO da Petrobras na camada pré-sal

O fundo do mar e suas camadas: das profundezas do litoral brasileiro, descobertas que superam as do Oriente Médio

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negócio

Onde está o pré-sal? O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para geração e acúmulo de petróleo. É chamado de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. A distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal pode chegar a mais de 7 mil metros. As maiores descobertas de petróleo no Brasil foram feitas pela Petrobras na camada pré-sal localizada no litoral entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, a uma distância de cerca de 300 quilômetros da costa.

Qual o potencial do pré-sal? O pré-sal pode permitir ao Brasil se tornar um dos principais produtores mundiais de petróleo e gás natural. Somente a Petrobras tem planos de produzir 3,95 milhões de barris de óleo por dia no Brasil em 2020, sendo 1,078 milhão de barris provenientes do pré-sal.

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D

o fundo do mar – mais precisamente, das profundezas da camada pré-sal –, emerge a constatação: o Brasil apresenta-se, na segunda década do século 21, como um dos principais eldorados para os investimentos no setor petrolífero. Entre 2000 e 2010, as reservas provadas de petróleo e gás natural brasileiras avançaram 68,5%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), passando de 9,854 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) para 16,609 bilhões. Na última década, o Brasil também conquistou a liderança global em descobertas de novas reservas, segundo levantamento da consultoria internacional IHS Cera. Considerando volume e número de poços com mais de 1 bilhão de barris, 11 das 35 maiores descobertas globais se deram no País, que superou inclusive nações do Oriente Médio, tradicionalmente reconhecidas por abrigar as maiores jazidas do planeta. “O pré-sal é um divisor de águas para o Brasil. Tem potencial para se tornar um grande diferencial em termos de adição de reservas e crescimento da produção futura. Em muitos aspectos, os astros estão se alinhando para o País e, claro, para a Petrobras. Ancorado no sucesso da companhia, o Brasil está pronto para reforçar a sua posição como líder em tecnologia de águas profundas e um importante exportador de petróleo”, acredita

44 petrobras magazine

Aquecimento a reboque É impossível dissociar o aquecimento do setor de energia brasileiro da atuação da Petrobras, que expandiu, de forma significativa, seus investimentos em exploração, produção e desenvolvimento de tecnologias nos últimos anos. Em 2010, a produção de petróleo e gás da empresa cresceu 2,3% em relação a 2009, chegando à marca de 2,583 milhões de barris de óleo equivalente por dia em suas operações no Brasil e no exterior. O bom resultado ganha mais expressão se associado ao aumento das reservas provadas de óleo, condensado e gás natural da empresa, que atingiram 15,986 bilhões de barris em 2010 (de acordo com o critério SPE), alta de 7,5% frente ao ano anterior – do total, 96% estão localizadas no Brasil. No mesmo período, o Índice de Reposição de Reservas, importante indicador do mercado, aumentou 229%, enquanto a relação reserva/produção fechou o ano em 18,4 anos. No fim do ano passado, a Petrobras declarou a comercialidade do petróleo de boa qualidade e gás nas áreas de Lula e Cernambi, ambas da reserva do présal da Bacia de Santos. No primeiro, o volume recuperável informado à Agência Nacional de Petróleo foi de 6,5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), com grau 28 de API. Já para o segundo, o volume chegou a 1,8 bilhão de barris, com grau 30 de API. “Outras áreas tradicionalmente produtoras no País também cresceram. Hoje, poucas empresas têm um nível de reposição de reservas semelhante ao da Petrobras”, destaca Carlos Eugênio da Resurreição, gerente-geral de Reservas e Reservatórios da companhia. “Em 2010, para cada barril de óleo equivalente extraído no Brasil foram apropriados 2,40 barris de óleo equivalente, resultando em um Índice de Reposição de Reservas de 240%. Trabalhamos para incorporar reservas que compensem a produção, o que aumenta o fator de recuperação total, que hoje está em 31%”, argumenta. Fatih Birol resume: “A Petrobras pode se orgulhar de sua reputação de sofisticação tecnológica em operações de águas profundas, tornando-a líder mundial na área. A empresa já é uma das maiores companhias petrolíferas do mundo, mas é provável que desempenhe um papel ainda maior no futuro.”

John Robinson West, fundador e atual CEO da renomada consultoria PFC Energy. Em um contexto em que as principais companhias mundiais enfrentam dificuldades em encontrar novas jazidas, o pré-sal faz o Brasil caminhar na direção contrária. De acordo com os dados da ANP, os indícios de hidrocarbonetos informados pelas petroleiras que atuam no País chegaram a 960 na década passada. Somente entre 2005 e 2010, estes informes dobraram: passaram de 75 para 149 por ano. Embora muitos deles não revelem necessariamente reservas comercializáveis, o ritmo acelerado de novos achados serve como um termômetro do aquecimento do setor. Embora o Brasil ainda esteja bem longe dos países árabes, tudo leva a crer que deve rapidamente se aproximar das primeiras posições. O otimismo se sustenta ainda mais levando-se em conta que a maior parte das descobertas do pré-sal ainda não foi contabilizada entre as atuais reservas provadas. O volume total estimado só dos campos de Libra e Franco pode chegar a 13 bilhões de barris, de acordo com avaliação da certificadora Gaffney, Cline & Associates, contratada pela ANP para avaliar as acumulações do présal – praticamente o mesmo que a Petrobras descobriu nas áreas já licitadas pela União. Maior achado petrolífero já encontrado no Brasil, o prospecto de Libra pode conter de 3,7 bilhões a 15 bilhões de barris, sendo mais provável um total de 7,9 bilhões. Outras descobertas ainda em fase de testes pela


volta aonegócio mundo O pré-sal é um divisor de águas para o Brasil e tem potencial para se tornar um GRANDE DIFERENCIAL em termos de adição de reservas e CRESCIMENTO da produção futura” JOHN ROBINSON WEST, CEO DA CONSULTORIA PFC ENERGY

Técnicos em ação na Bacia de Santos: a produção de óleo e gás da Petrobras cresceu 2,3% no ano passado em relação a 2009

Evolução da Reserva Provada e da Produção Acumulada da Petrobras no Brasil na 1ª Década do Século XXI (critério SPE) Reserva Provada 14000

Projeção de crescimento da produção da Petrobras (em barris de óleo equivalente por dia)

Produção acumulada 15.283

milhões de boe

12.602

12000

13.753

13.232

13.023

13.920

14.093

2010:

2.583.458

2020:

5.382.000

11.009 9.648

10000

9.670

8000

7.251 5.684

6000 3.511

4000 2000

14.169

1.044

513

2.255

1.630

4.214

6.454

4.930

2.858

0 2000

$

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

US$ 224 bilhões investimento da Petrobras previsto para até 2014, um dos maiores planos de investimentos da indústria de energia mundial

800 quilômetros

extensão da área do pré-sal na faixa de litoral que vai do estado do Espírito Santo ao de Santa Catarina

11

principais descobertas

O Brasil registrou 11 das 35 maiores descobertas globais de petróleo na última década, considerando volume e número de poços com mais de 1 bilhão de barris. (fonte: IHS Cera)

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Petrobras, como as áreas de Lula e Cernambi (reservas estimadas de 5 a 8 bilhões de barris), Iara (estimativa de 3 a 4 bilhões) e Guará (cerca de 1 bilhão a 2 bilhões), bem como outros campos do pré-sal localizados na Bacia de Campos (com estimativas entre 1 e 2 bilhões), tiveram, até agora, apenas uma pequena parcela incluída entre as atuais reservas provadas. “Acredito que o Brasil desempenhará um papel cada vez mais importante no mercado global de energia. Baseados em nossos números, podemos dizer que será o terceiro país mais importante em termos de crescimento de oferta até 2035, atrás apenas da Arábia Saudita e do Iraque”, diz Fatih Birol, economista-chefe da Agência

Navios operando na região do pré-sal: reservas da área podem colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais

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Acredito que o Brasil desempenhará um papel cada vez mais importante no mercado global de energia. Baseado em nossos números, será o TERCEIRO PAÍS mais importante em termos de

CRESCIMENTO DE OFERTA até 2035”, FATIH BIROL, ECONOMISTA CHEFE DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA

Internacional de Energia (AIE), corroborando as palavras de West. O potencial brasileiro para petróleo e gás natural, no entanto, não se restringe ao pré-sal nas Bacias de Santos e de Campos. Produzido pela ANP, o “Plano Plurianual de Estudos Geológicos e Geofísicos” mostra outras fronteiras exploratórias. “Uma das áreas de maior potencial é a chamada Margem Equatorial, que vai da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, até a foz do Rio Amazonas, região análoga à costa oeste africana, onde recentemente houve grandes descobertas de petróleo. As bacias brasileiras da margem equatorial podem apresentar potencial similar ou até superior às africanas”, acredita Haroldo Lima, diretor-geral da ANP.


negócio Mais investimentos à frente No fim do ano passado, o governo brasileiro sancionou o novo marco regulatório para exploração de petróleo na camada pré-sal, estabelecendo o mecanismo de partilha da produção. A lei aprovada pelo Congresso Nacional também determinou a Petrobras como operadora única dos blocos, com uma participação mínima de 30% nos consórcios formados. Turbinada pela recente oferta pública de ações, quando realizou a maior operação de aumento de capital na história mundial ao levantar R$ 120 bilhões pela emissão de mais de 4 bilhões de ações, a Petrobras atualmente executa o Plano de Negócios 2010-2014, que prevê investimentos de US$ 224 bilhões. A operação teve resposta rápida. No início do ano, a Petrobras foi alçada à terceira colocação no ranking “PFC Energy 50”, da consultoria norte-americana de energia PFC Energy, que lista as maiores empresas do setor em valor de mercado. Avaliada em US$ 228,9 bilhões, a companhia ficou atrás apenas da ExxonMobil (EUA) e da PetroChina (China). Em sua análise sobre o ranking, a PFC Energy destaca o crescimento contínuo da empresa brasileira, que pulou da 27ª colocação em 1999, ano da primeira edição, para a posição atual. “A importância crescente da Petrobras se compara à ascendente influência política e econômica dos países emergentes. Vivemos em um mundo multipolar, onde o papel de países como o Brasil continuará a crescer”, diz West, da PFC Energy. “A empresa certamente vai se colocar entre as principais do setor até 2015. A companhia está dando os passos corretos rumo ao crescimento”, completa.

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cultura

udo

se transforma

DE UM DOS AMBIENTES mais DEGRADADOS do Brasil - o Aterro Sanitรกrio de Gramacho, no Estado do Rio de Janeiro - nasceu um TRABALHO ARTร STICO que devolveu a dignidade a uma comunidade de CATADORES DE LIXO. O documentรกrio Lixo Extraordinรกrio conta essa histรณria POR MARCO ANTONIO BARBOSA

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ada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” As possibilidades do famoso enunciado do químico Antoine Lavoisier ganham significado frente à realidade de Jardim Gramacho, bairro da cidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro – onde se localiza o maior aterro sanitário da América Latina. De lá, mais de cinco mil pessoas tiram seu sustento diário, procurando, em meio ao lixo, qualquer coisa que possa ser vendida, reutilizada, reciclada. Quem acreditaria que dali poderia se extrair qualquer coisa a não ser miséria? Os cineastas João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker acreditaram quando o artista plástico Vik Muniz lhes disse isso. Antes, o próprio Vik acreditara na capacidade de as pessoas de Gramacho produzirem arte a partir do lixo. Sebastião Carlos

dos Santos, presidente da Associação dos Catadores do Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, também acreditou em Vik. Dessa cadeia de crenças, nasceu o documentário Lixo Extraordinário, que registra o trabalho que o artista desenvolveu com os catadores do Aterro. Ao longo de quase três anos, usando dejetos como matéria-prima, Vik e os moradores de Gramacho recriaram o cotidiano do lixão como arte, em fotografias, pinturas e painéis. No processo, Sebastião, o popular Tião, e seus colegas redescobriram sua dignidade e a própria existência de um mundo além dos limites dos 1,5 milhão de metros quadrados do Aterro. O filme resultante não apenas concorreu ao Oscar de Melhor Documentário em 2011, como levou prêmios concedidos pelo público nos festivais de Sundance (EUA) e Berlim (Alemanha).


volta ao cultura mundo O momento em que uma coisa se TRANSFORMA em outra é o MOMENTO mais bonito” VIK MUNIZ

Fotos: Divulgação

Acima, Tião, o catador que serviu de modelo para Vik Muniz (de boné, na foto à direita). Ao lado, Lucy Walker, uma das diretoras do filme

“Eu esperava ver pessoas destruídas, mas eles eram sobreviventes”, afirmou Vik Muniz sobre seu contato com os catadores. Da ideia original (retratar as pessoas que sobrevivem do lixão), o trabalho evoluiu para uma colaboração entre o consagrado artista brasileiro radicado em Nova York e os humildes trabalhadores de Gramacho. Vik colaborou com pessoas cujas famílias estavam há três gerações catando lixo no Aterro. O ápice da narrativa é justamente a venda do quadro no qual o artista colocou Tião para posar numa banheira – evocando a morte do revolucionário Jean-Paul Marat (1743-1793), assassinado na Revolução Francesa, durante o banho. Em Londres, a obra foi vendida por R$ 74 mil, dinheiro revertido para a Associação dos Catadores. Antes da cena da venda, conhecemos as histórias de gente como Zumbi (que montou uma biblioteca com os livros encontrados no lixo) e Irma (que cria pratos com os alimentos aproveitáveis que consegue achar). “O momento

em que uma coisa se transforma em outra é o momento mais bonito. E isso se aplica a tudo”, resumiu Vik. A Petrobras também acreditou nessa história de transformação. E, por meio de sua Seleção Pública de Difusão, projeto de patrocínio voltado para a distribuição de filmes nacionais, ajudou Lixo Extraordinário a chegar a festivais e ao circuito comercial (o longa estreou em janeiro). “Damos apoio financeiro para a produção de cópias e para campanhas de divulgação”, explica Romildo Nascimento, coordenador de Patrocínio de Cinema da Petrobras. O trabalho desenvolvido por Vik Muniz com os catadores também influiu no aval. “Além da qualidade artística do documentário, a ideia de resgate social promovida pelo filme aborda áreas que são muito caras à Companhia. E a presença de Vik, um grande artista brasileiro de projeção mundial, ajuda a chamar a atenção para o projeto.”

Coisa de cinema Por meio do “Programa Petrobras Cultural”, que lança periodicamente editais para produção e difusão de curtas e longas-metragens e para patrocínio de mostras e festivais, a empresa é a maior apoiadora do cinema brasileiro. “Nosso incentivo é abrangente: vai desde o apoio à produção até o patrocínio de restaurações de filmes clássicos, passando pelo fomento de centros de estudo, como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro (no Rio de Janeiro) e a Escola de Cinema de Nova Iguaçu (Estado do Rio de Janeiro)”, diz Romildo Nascimento. Desde 1994, ano da chamada retomada do cinema nacional, a Petrobras já contribuiu para a produção de mais de 500 longas, incluindo sucessos como Se Eu Fosse Você (de Daniel Filho, 2006), Tropa de Elite (de José Padilha, 2007) e Meu Nome Não é Johnny (de Mauro Lima, 2008). Entre os próximos lançamentos chancelados pela Companhia estão Bróder (de Jefferson De), Não se Pode Viver Sem Amor (de Jorge Durán) e Não se Preocupe, que Nada Vai Dar Certo (de Hugo Carvana).

petrobras magazine 51



ensaio

e uni versal Símbolo da MODERNIZAÇÃO

URBANA do Rio de Janeiro – e

monumento da BELLE EPÓQUE TROPICAL do começo do século 20 –, o THEATRO MUNICIPAL recupera todo o ESPLENDOR original, 101 anos depois de sua fundação FOTOS FELIPE VARANDA

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54 petrobras magazine


ensaio

MĂĄrmore de Carrara para as colunas em estilo corĂ­ntio; vitrais vindos da Alemanha, ilustrados com as musas

das artes; eståtuas de bronze representando a poesia e a dança; pedras preciosas e cristais para as escadarias

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ensaio

ES N ÍCO F , 0 2 OL RAH D O A UL , RU S C E É S O I S A N N L I O D AL CAN RAM ÃO C O A G IÇ IA TOS T N U R N T A E LO TI O M S A S R E O O N A A U R I T P M IN A T R O I A CO V, AR SE A E L C I A M T YE RDT PRI IC S E R O Í R É A R A T U H O M R A, C R N RN PAL – DA A A E B I O TR EITO CA L C I S A P N E R I MU ULTU COR RQU RO H A LÍR E C R (O EST D M O R U PLO O MA CANT PLOS OS E T I É). E A XEM EIR R T BAL OS O E IL S R LÁ E OB O SÃ A L R PO Ã A B Y L A VIL U S OS RAM BID NT ASSA E EP L TA QU 56 petrobras magazine


Inaugurado em julho de 1909, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi festejado pelo então prefeito, Pereira Passos, como ponto culminante da revolução

urbanística

planejada para a cidade. Foi inspirado no Opéra National de Paris, fundindo linhas clássicas a uma decoração que mescla o

barroco e o estilo art nouveau

petrobras magazine 57


web_ acesse www.petrobras.com/magazine e veja mais fotos do ensaio

58 petrobras magazine


ensaio álbum

AMPLIADA AO LONGO DOS ANOS, A SALA

PRINCIPAL DO THE ATRO TEVE SUA CAPACID ADE AUMENTADA DE 1. 739 PARA OS ATUAIS 2

.361 ESPECTADORES.

JÁ EM 1996, A CON STRUÇÃO ORIGINAL GANHOU UM ANEXO, QUE SERV E COMO ESPAÇO PARA ENS AIOS (ANTES REALIZAD OS NO PALCO PRINCIPAL ) E ATÉ PARA ESPETÁCULO S DE MENOR PORTE

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Em 2008, para comemorar seu centenário, o Theatro iniciou sua mais extensa reforma. A Petrobras contribuiu para a restauração desse patrimônio e entregou um novo Municipal para o Rio. As obras recuperaram

características da

construção de 1909, como os tons de dourado da fachada (à base de folhas de ouro) e ornamentos, painéis e pinturas originais que há

60 petrobras magazine

décadas estavam ocultos


ensaio

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PETROBRAS PELO MUNDO HOLANDA

REINO UNIDO

PORTUGAL ESTADOS UNIDOS

MÉXICO

LÍBIA CUBA

EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO

BENIN

VENEZUELA REFINO

NIGÉRIA

COLÔMBIA EQUADOR

DISTRIBUIÇÃO

BRASIL PLANTA DE LUBRIFICANTES

ANGOLA

PERU BOLÍVIA

ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO

PARAGUAI

NAMÍBIA

SEDE

URUGUAI PETROQUÍMICA

CHILE ARGENTINA

BIOCOMBUSTÍVEIS

ENERGIA ELÉTRICA

TRANSPORTE POR DUTOS

2006

93.893 112.425 146.529 115.892

150.852

62 petrobras magazine

72.347 87.735 118.257 91.869

120.052

2010 2009 2008 2007 2006

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (US$ MILHÕES)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (US$ MILHÕES)

2010 2009 2008 2007

2010 2009 2008 2007

2006

VENDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS (US$ MILHÕES)

12.826 13.411 17.733 16.823

19.475


visão geral

JAPÃO

CHINA

IRÃ

TURQUIA

ÍNDIA

CINGAPURA

TANZÂNIA

AUSTRÁLIA

NOVA ZELÂNDIA

14.643 20.978 29.874 35.134

45.078

RESERVAS TOTAIS PROVADAS (Bilhões de BOE)* 2,297 2,300 2,400

* Média diária de produção de óleo, LGN e de gás natural

2,525

2,583

2010 2009 2008 2007 2006

2006

PRODUÇÃO DIÁRIA (Milhões de BOE/d)*

2010 2009 2008 2007

2010 2009 2008 2007

2006

INVESTIMENTOS (US$ MILHÕES)

* critério SEC

11,457 11,704 11,190 12,143

12,747


energia que move

o mundo!

A Petrobras se juntou à Lomography, www.lomography.com, para descobrir como as pessoas veem a energia ao seu redor e ao redor do mundo. Fotógrafos de diferentes continentes enviaram milhares de fotografias que juntas formam a maior LomoWall já montada na América Latina e exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de 28 de abril a 15 de maio de 2011. A exposição marca o lançamento do novo portal global da Petrobras, www.petrobras.com. Acesse nosso portal e veja através das lentes destes fotógrafos o resultado desta experiência.

www.petrobras.com


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