Distribuição Gratuita
Nº1 Ano 1 Semestral 2015 www.petfarmacia.ufc.br
PET Revista
UFC - farmácia
ENTREVISTAS Farmacêu co e suas áreas de atuação
FARMÁCIA UFC 25 anos do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamento
PROFISSÃO FARMACÊUTICA Histórico, avanços e desafios da profissão farmacêu ca
A Historia da
Farmacia
BREVE HISTÓRICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA E ODONTOLOGIA DO CEARÁ
PET Revista
UFC - farmácia www.petfarmacia.ufc.br
A Revista PET/UFC-Farmácia foi idealizada, organizada e projetada pelos integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Famácia da Universidade Federal do Ceará (UFC). A primeira edição foi lançada no dia 12 de Marco de 2015, durante o evento V Jornada da Farmácia da UFC - V JOFAR/UFC.
Tratamento de Imagem
Tutora/ Editora Chefe Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira Co-Tutora
Vicente de Souza Lima Neto Corpo Editorial
Professora Doutora Maria Goretti Rodrigues de Queiroz Layout
Deyzilene Cardoso Araújo Gabrielle Dantheias Barroso
Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva
Francisco Thiago Guedes Holanda
Fotograa
Iandra Prado Magalhães
Gabrielle Dantheias Barroso
Jéssica Andrade Barreto
Francisco Thiago Guedes Holanda
Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva
Vicente de Souza Lima Neto
Vicente de Souza Lima Neto
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NOSSAS PUBLICAÇÕES
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Rua Capitão Francisco Pedro s/n esquina com Rua Major Weyne Rodolfo Teófilo - Fortaleza - CE - Brasil CEP 60430-170
Colaboradores Matheus Nóbrega (Arte) Ana Luiza Ribeiro Aguiar (Redação) Carine Soares Neto (Redação) Maria Emília Pessoa Farias (Redação) Kézia Nobre Bezerra (Redação)
Revista PET/UFC-Farmacia
Editorial
Apresento-lhes o início No dia 15 de novembro de 2013, em uma reunião com a tutora do PET/UFC Farmácia, Dra. Nádia Accioly Pinto Nogueira, foi lançado o desafio de produzir a Revista PET/UFC-Farmácia, a revista do Programa de Educação Tutorial do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. Embebidos de uma grande responsabilidade e honra, todos do grupo dedicaram o seu tempo, intelecto e talento na realização dessa atividade que marcará a trajetória do curso de Farmácia.
A primeira edição da revista surge no nonagésimo nono aniversário da Faculdade de Farmácia, momento em que temos tanta ciência para expor e tantas memórias para lembrar e que não poderíamos deixar de homenagear e dar a devida importância a esse fato. É com imensa satisfação que lançamos nossa revista no dia 12 de março de 2015, exatamente um ano antes do centenário da Farmácia, durante a V Jornada de Farmácia da UFC.
Dedicamos essa revista a todos os professores, estudantes e técnicos administrativos, que fazem nosso curso de Farmácia a cada momento, que tem diariamente vencido os obstáculos em fazer pesquisa e assumido o desafio de promover a saúde em nosso Estado. E agradecemos a todos que fazem de seu trabalho uma valiosa contribuição para toda a humanidade.
por Thiago Guedes www.petfarmacia.ufc.br
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Revista PET/UFC-Farmacia
Sumário 32 Fala aí Tutor 5 Espaço PET História do PET/UFC Farmácia 6 Atividades Desenvolvidas 9
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Profissão Farmacêutica Trajetória da Prossão Farmacêutica no Brasil: históricos avanços e desaos 11 Conselho Regional de Farmácia do Ceará - CRF CE 15
Ipharma Jr. Empresa Júnior do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará 16
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Capa A História do Curso de Farmácia 17
Entrevista Farmacêuticos em suas áreas de atuação 25 Banco de Leite do Ceará 26 Genética Humana 28
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Manipulação de Quimioterápicos 30 Transplante de Orgãos 31
Farmácia UFC 25 anos do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamento 32 História do Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal do Ceará 33 Serviço Pioneiro em Atenção Farmacêutico aos Pacientes Chagasicos no Estado do Ceará 34
Eventos Científicos Eventos Cientícos em destaque que irão acontecer em 2015 35
Anais IV JOFAR/UFC Resumo dos trabalhos apresentados na IV Jornada da Farmácia da UFC 37
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Revista PET/UFC-Farmacia
Fala aí Tutor Nome: Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira Tutora desde: Março de 2008. Graduação: Química Industrial pela Universidade Federal do Ceará. Mestrado: Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará. Doutorado: Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará.
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Revista PET/UFC-Farmácia é a realização de um sonho e muito trabalho do grupo de alunos que fazem o PET/UFC-Farmácia, incluindo pe anos egressos. No entanto, não poderia ser lançada sem a importante e indispensável colaboração daqueles que dedicaram seus tempos em escrever as diversas matérias, nos conceder suas interessantes entrevistas e disponibilizar seus arquivos fotográficos.
É uma revista para levar nosso Curso além do campus do Porangabuçu, além da nossa Universidade, além dos nossos alunos. Uma revista que conta em sua primeira edição a história do curso de Farmácia da UFC, já "adulto e bem maduro", 99 anos. Fruto da dedicação e de muito trabalho do grupo PET/UFC-Farmácia, que abraçou essa maravilhosa idéia, mas também um grande desafio. Nessa primeira edição, entre diversas entrevistas e reportagens, o Professor Dr. Carlos Couto de Castelo Branco nos presenteia com a história do curso de Farmácia, desde sua fundação em 1916, como Faculdade de Farmácia e Odontologia, até os dias de hoje. O PET/UFC-Farmácia, hoje com 7 anos, fala de suas a vidades e trajetória. A empresa Junior do curso de Farmácia, Ipharma Jr, em seu espaço nos conta sobre sua estrutura e importância. A revista nos traz também o relato de professores sobre o GPUIM e o LACT, entrevistas com farmacêu cos que atuam em diversas áreas profissionais, e curiosidades sobre os conselhos de classe, alem de uma agenda de eventos cien ficos. Nesse momento de muita alegria, agradecemos o apoio da Universidade Federal do Ceará e de todos que fazem a comunidade acadêmica do Curso de Farmácia. Agradecemos, também, ao nosso querido Reitor Ícaro de Sousa Moreira, não mais entre nós, por ter acreditado e feito real um Programa de Educação Tutorial Ins tucional, o PET/UFC, no qual o curso de Farmácia está inserido desde seu início, em 2008. É com imensa sa sfação e grande orgulho, que apresentamos a comunidade acadêmica a Revista PET/UFC Farmácia. E como tutora do PET/UFC-Farmácia agradeço o privilégio de viver esse programa, contribuir para a formação dos nossos alunos e crescer com cada um dos pe anos que passam pelo grupo.
por Nádia Accioly www.petfarmacia.ufc.br
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Revista PET/UFC-Farmacia
Espaço PET Breve História do PET/UFC-Farmácia NOME: PET/UFC-Farmácia TIPO: PET Institucional CURSO: Farmácia IES: Universidade Federal do Ceará - UFC CRIAÇÃO: 25 de março de 2008 TUTORA: Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira CO TUTORA: Professora Doutoura Maria Goretti Rodrigues de Queiroz INTEGRANTES ATUAIS: Deyzilene Cardoso Araújo, Francisco Thiago Guedes Holanda, Gabrielle Dantheias Barroso, Jéssica Andrade Barreto, Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva e Vicente de Souza Lima Neto.
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Programa de Educação Tutorial da Universidade Federal do Ceará (PET Ins tucional), foi criado em 2008, durante a elaboração do plano de expansão da UFC, integrando o projeto Reuni-UFC, em Fortaleza, tendo como um de seus obje vos a melhoria do curso de graduação apoiado pelo grupo PET. Dessa maneira foi possível a implantação do PET/UFC-Farmácia, em 25 de março 2008, através da aprovação do projeto in tulado Ciência Genômica e Bioteconologia, de autoria da Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira. A nossa primeira seleção de integrantes ou pe anos, foi realizada no início de abril de 2008 sendo selecionados seis alunos, de acordo com o regimento do programa. E assim, o grupo iniciou suas a vidades com sua primeira reunião mesmo sem uma sala própria. Alguns projetos foram definidos como: Curso de Atualização em Ciências Genômicas e Biotenologia, Monitoria Voluntária, Ciclo de Seminários, Curso Recém Ingresso, Campanha de Natal, par cipação do movimento InterPET, Mural PET, par cipação em Laboratórios de Pesquisa e o Jornal Tarja Preta. Alguns desse projetos até hoje são realizados e outros sofreram mudanças estruturais, como o Ciclo de Seminários que tornouse o Projeto Sobremesa Acadêmica, em que, hoje, é um ciclo de palestras com tema geral ministrado por estudantes, profissionais e pós graduandos, ocorrendo uma vez a cada semestre. A segunda seleção, realizada após 1 ano, mais seis integrantes foram selecionados. O grupo, agora com nove pe anos e, sala própria cedida pelo Departamento de Análises Clínicas, deram con nuidade aos projetos já iniciados e definiram novos, dentre estes o site do grupo: www.pet.farmacia.ufc.br criado no segundo semestre de 2009, a Biblioteca PET/UFC-Farmácia (BiblioPET), a Aprendizagem de língua estrangeira e o Projeto Melhoria da qualidade de vida de internos em uma ins tuição educa va localizada no município de Fortaleza, o qual o grupo além de analisar parâmetros hematológicos, bioquímicos e parasitológicos em parceria com o Laboratório de Análises ClínicasLACT/UFC e, também ministrava palestras para promoção da saúde e convidava outros grupos PET. E no final de 2009 foi realizado o I Curso de Férias em Ciências Genômicas e Biotecnologia de carga horária de 40 horas e 150 vagas abertas para alunos de graduação, pós graduação e profissionais.
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No ano de 2010 os 12 integrantes definiram novos projetos de extensão/pesquisa como o Acompanhamento Farmacoterapêu co de Idosos residentes em um abrigo público localizado no município de Fortaleza, com parceria do Centro de Estudos em Atenção Farmacêu ca - CEATENF e Avaliação Microbiológica das Mãos de Crianças e Adolescentes Internos de uma Ins tuição Educa va de Fortaleza-CE, o qual gerou resumo apresentado no 8º Internacional Congress of Pharmaceu cal Sciences-CIFARP. Também foi implantado o projeto de pesquisa Como a Comunidade Acadêmica entende a Biologia Molecular: Aplicações e Aspectos É cos, Legais e Sociais, o qual gerou resumo em inglês para o 3º Congresso de Biotecnologia e, projeto de ensino/pesquisa Estratégias de Biossegurança para o Curso de Farmácia. E, no mesmo ano foi realizado o II Curso de Férias em Ciências Genômicas e Biotecnologia para a promoção e a disseminação de conhecimento sobre o tema. A grande novidade do ano seguinte foi a organização, junto ao Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo-CART UFC, da I Jornada da Farmácia da UFC – JOFAR/UFC evento des nado aos alunos de farmácia da Universidade com obje vo de compar lhar ideias, discu r temas relevantes, atuais e importantes, formar profissionais mais qualificados e atualizados, promovendo uma formação ampla e de alta qualidade acadêmica. E, também, a par cipação na organização do I Encontro dos Grupos PET/UFC. Em 2012, o Projeto Biologia Molecular nas Escolas: um Novo Conceito de Aprendizagem ganhou forma e foi implantado no segundo semestre. Inicialmente para alunos do nono ano do ensino fundamental, o curso nha carga horária de oito horas e os doze pe anos ministraram aulas teóricas e prá cas sobre o tema. O Projeto Natal Solidário aconteceu no final do ano, contemplando a Creche São João do Tatuapé. Nesse ano o PET/UFC-Farmácia par cipou no XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia-ENEF. Já em 2013 os projetos que os integrantes deram con nuidade foram: Natal Solidário, par cipação no InterPET, Jornal Tarja Preta, Estratégias de Biossegurança, Projeto Biologia Molecular nas Escolas, BiblioPET, Aprendizagem de Língua Estrangeira, Mural PET, site, par cipação em Laboratórios de Pesquisa e a JOFAR, projetos que con nuam até os dias atuais. No ano seguinte demos con nuidade aos projetos anteriores www.petfarmacia.ufc.br
Revista PET/UFC-Farmacia Espaço PET - Breve História
e iniciamos um novo projeto de pesquisa Avaliação do Conhecimento, Aceitação e Uso de Medicamentos Genéricos em parceira com o Professor Doutor Paulo Sérgio Dourado Arrais. Outra novidade foi a inclusão do Projeto Biologia Molecular nas Escolas no Programa Novos Talentos, em pareceria com a Professora Doutora Luzia Kalyne Almeida Moreira Leal e Professor Doutor Pedro Jorge Caldas Magalhães. O projeto sofreu algumas alterações estruturais devido a maior carga horária e novos temas foram incluídos como: Gené ca e Biotecnologia na área de saúde e, também, u lizamos outros recursos visuais como a preparação de vídeo sobre exame de detecção de grupo sanguíneo e fator Rh, em pareceria com o LACT/UFC. Nesse
mesmo ano, de 2014, outro projeto sofreu alterações, na JOFAR/UFC foram incluídos apresentação de trabalhos cien ficos, premiação do melhor trabalho e visita técnica monitorada, tornando o evento mais amplo. E com a construção do Prédio Didá co do curso, o PET ganhou uma nova sala. No início de 2015, devido aos recentes e importantes acontecimentos em relação a profissão como a prescrição farmacêu ca, iniciamos com a organização do Projeto Sobremesa Acadêmica e a V JOFAR/UFC focando nessas mudanças. O Ciclo de palestra terá como tema Semiologia e na Jornada da Farmácia foram incluídos minicursos de prescrição. Durante o ano, con nuaremos com os projetos atualmente desenvolvidos e novos estão por vir.
por Luciana Kurosaki INTEGRANTES 2008
Isabela Ribeiro Pinto Hellen Crisitne Saraiva Dutra Mariana Costa de Menezes Raquel de Castro Chaves Sibelle Rodigues Maria da Rocha Vivian Romero Santiago 2009
Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Mariana Costa de Menezes Rodolfo de Melo Nunes Sibelle Rodigues Maria da Rocha 2010
Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Aquiles Paulino Peres Mota Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Mariana Costa de Menezes
Samanda Lima Oliveira Sibelle Rodrigues Maria da Rocha Thiago Lima Sampaio 2011
Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Aquiles Paulino Peres Mota Davi PaivaAlves Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Hilania Valéria Dodou Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Mariana Costa de Menezes Rafael Soeiro dos Santos Samanda Lima Oliveira Sibelle Rodrigues Maria da Rocha Thiago Lima Sampaio 2012
Aduana Francisca Carneiro da Silva Ana Luiza Ribeiro Aguiar Aquiles Paulino Peres Mota Carine Soares Neto Cibelle Ferreira de Moura Carlos Diego Moreira Runo Davi PaivaAlves
Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Glauton José Barroso Uchoa Hilania Valéria Dodou Thales Alves Campelo Iandra Prado Magalhães Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Ludmila Alves Freitas Nickolas Marlles Falcão Mendonça Rafael Soeiro dos Santos Samanda Lima Oliveira Sibelle Rodrigues Maria da Rocha Thales Alves Campelo Thiago Lima Sampaio 2013
Ana Luiza Ribeiro Aguiar Carine Soares Neto Carlos Diego Moreira Runo Francisco Thiago Guedes Holanda Hilania Valéria Dodou Iandra Prado Magalhães Jonatas José Lobo Oliveira Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Ludmila Alves Freitas Nickolas Marlles Falcão Mendonça
Rafael Soeiro dos Santos Thales Alves Campelo 2014
Ana Luiza Ribeiro Aguiar Carine Soares Neto Carlos Diego Moreira Runo Deyzilene Cardoso Araújo Fátima Daiana Barroso Dias Francisco Thiago Guedes Holanda Gabrielle Dantheias Barroso Hilania Valéria Dodou Iandra Prado Magalhães Jéssica Andrade Barreto Jonatas José Lobo Oliveira Kézia Nobre Bezerra Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Maria Emília Pessoa Farias Rafael Soeiro dos Santos Thales Alves Campelo Vicente de Souza Lima Neto 2015
Deyzilene Cardoso Araújo Francisco Thiago Guedes Holanda Gabrielle Dantheias Barroso Iandra Prado Magalhães Jéssica Andrade Barreto Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Vicente de Souza Lima Neto
LOGOS Todas as logotipos do grupo. Sendo as duas últimas utilizadas ocialmente
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Revista PET/UFC-Farmacia Espaรงo PET - Atividades Desenvolvidas
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Revista PET/UFC-Farmacia Espaço PET - Atividades Desenvolvidas
Atividades Desenvolvidas Ao longo dos anos o PET/UFC Farmácia tem desenvolvido diversos projetos que beneficiaram alunos e a comunidade. Entre os projetos, atualmente desenvolvidos pelo PET/UFC Farmácia podemos destacar:
por Vicente de Sousa SOBREMESA ACADÊMICA Descrição: Ciclos de palestras que abordam assuntos atuais per nentes à área das Ciências da Saúde. As palestras são ministradas por profissionais da área, professores, alunos da graduação e pós-graduação, tem duração de 1h e 15min e são realizadas quinzenalmente. Tipo: Projeto de Ensino
JORNADA DA FARMÁCIA DA UFC Descrição: O PET/UFC-Farmácia promove anualmente a Jornada da Farmácia da UFC, que se propõe ser um evento acadêmico inovador com o obje vo de ampliar o conhecimento no âmbito farmacêu co. Para tanto o evento conta com mesas redondas, palestras, conferencias e minicursos, com temas que abordem o universo farmacêu co, o curso de graduação e assuntos relacionados a saúde. Além de apresentação de trabalhos cien ficos e visitas técnicas. Tipo: Outras A vidades
NATAL SOLIDÁRIO Descrição: Tendo em vista a importância de trabalhos sociais para construção de uma vida mais justa, o PET realiza anualmente o Natal Solidário, tornando o Natal de crianças carentes, de creche ou orfanato, recheado de alegria e diversão. Alem de par ciparem de uma festa com jogos e brincadeiras, todas as crianças da ins tuição ganham presentes, doado por alunos e professores do curso de Farmácia. Tipo: Outras A vidades
SITE Descrição: Site do grupo PET/UFC-Farmácia, www.pe armacia.ufc.br, criado em 2009, foi reformulado em 2012 e é permanente atualizado. Nele são divulgadas no cias cien ficas e eventos promovidos pelo grupo PETfarmácia e pela UFC. Tipo: Outras A vidades www.petfarmacia.ufc.br
InterPET-CE Descrição: Ação dos grupos PET do Estado do Ceará de extrema importância para discussão e tomadas de decisões e para a socialização das experiências vivenciadas pelos pe anos. Esses momentos proporcionam uma maior interação entre alunos e tutores, e colabora para uma maior vivência entre grupos e seus diferentes ideais. Tipo: Outras A vidades
PADRIN Descrição: O Projeto de Acompanhamento Discente aos Recém Ingressos - PADRIN, consiste no apadrinhamento de alunos recém-ingressos do curso de Farmácia, pelos alunos do PET, para esclarecer dúvidas, emprestar material e dar dicas, ajudando no que for preciso. Tipo: Outras A vidades
JORNAL TARJA PRETA Descrição: Jornal publicado 5 vezes ao ano pelo PET/UFC-Farmácia, apresentando no cias nacionais e internacionais relacionadas a saúde, levando informações aos alunos do curso de Farmácia. Nele são divulgados congressos, cursos, eventos e entrevistas, além de sugestões de livros e filmes. Tipo: Outras A vidades
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Revista PET/UFC-Farmacia Espaço PET - Atividades Desenvolvidas
CURSO PRÉ-SAÚDE Descrição: A vidade desenvolvida pelos grupos PET da Farmácia, Medicina, Enfermagem e Odontologia, além do Centro Acadêmico do Curso de Fisioterapia, em que os cursos da Saúde são apresentados aos alunos recém-ingressos da UFC, tendo com foco o contato dos alunos de diferentes cursos e promoção da interação mul disciplinar entre os futuros profissionais da área de saúde. Tipo: Projeto de Ensino
REVISTA PET/UFC-FARMÁCIA Descrição: Uma inicia va que vem inovar a comunicação dentro da comunidade acadêmica do curso de Farmácia da UFC, além de proporcionar conteúdo produzido por esta comunidade a outras comunidades de interesse. A revista é produzida por integrantes do PET/UFC Farmácia em colaboração com docentes, discentes da Universidade Federal do Ceará. Revista Tipo: Outras A vidades
PET
UFC - farmácia
SITE Descrição: Site do grupo PET/UFC-Farmácia, www.pe armacia.ufc.br, criado em 2009, foi reformulado em 2012 e é permanente atualizado. Nele são divulgadas no cias cien ficas e eventos promovidos pelo grupo PET-farmácia e pela UFC. Tipo: Outras A vidades
PARTICIPAÇÃO EM LABORATÓRIOS DE PESQUISA Descrição: Os integrantes do grupo PET/UFC-Farmácia par cipam de pesquisa, sob a orientação do professor/pesquisador responsável pelo laboratório. Esta a vidade representa uma possibilidade dos pe anos conhecerem diversas linhas de pesquisa e contribui para a formação de melhores profissionais, além de promover a interação entre o grupo PET, demais alunos e professores. A a vidade é realizada durante todo o período em que o aluno é vinculado ao PET Tipo: Projeto de Pesquisa
BIOLOGIA MOLECULAR NAS ESCOLAS Descrição: Integrantes do P E T/ U F C Farmácia e alunos do curso de Farmácia da UFC apresentam aulas prá cas e teóricas para alunos de escolas, de nível fundamental e médio, abordando temas de “Ciências Genômicas e Biotecnologia”. Nossas principais metas são aproximar o estudo dessas ciências nas escolas de ensino básico e despertar o interesse nos alunos par cipantes. Além disso, os par cipantes do projeto tem a oportunidade de experimentar a troca de experiências e a prá ca da docência. Tipo: Projeto de Extensão
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO, USO E ACEITAÇÃO DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS Descrição: Esse estudo permite a avaliação do grau entendimento sobre medicamentos genéricos em relação a sua aceitação, uso e conhecimento. Público alvo: pacientes atendidos na Farmácia Ambulatorial do Hospital Universitário Walter Can dio (HUWC) e estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e Fisioterapia do Centro Ciências da Saúde da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tipo: Projeto de Pesquisa
ESTRATÉGIAS DE BIOSSEGURANÇA Descrição: A realização desse projeto, que permeia a pesquisa, a extensão e o ensino, proporciona a avaliação do nível de conhecimento das prá cas de biossegurança pela comunidade do Centro de Ciências da Saúde. Para isso, são aplicados ques onários aos funcionários dos serviços de limpeza e manutenção, alunos, técnicos administra vos e professores. Os pe anos também ministram uma aula sobre Biossegurança para os alunos do primeiro semestre e avaliam por meio de ques onário o conhecimento desses alunos. Na forma de uma ação extensionista, os pe anos promovem um Dia de Ação em torno do Campus do Porangabuçu, em parceria com outros grupos PET da área da saúde, para a conscien zação de alunos e profissionais dos perigos do uso do jaleco fora dos locais apropriados, especialmente em lanchonetes e restaurantes. Tipo: Projeto de Pesquisa, Ensino e Extensão www.petfarmacia.ufc.br 10
Revista PET/UFC-Farmacia Notícia em Evidência
Profissão Farmacêutica
Farmacêutica Pro ssão
Histórico, Avanços e Desa os
por Dra. Lúcia Sales Trajetória da Profissão Farmacêu ca no Brasil: histórico, avanços e desafios
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Farmácia é uma ciência milenar e a profissão farmacêutica no Brasil é uma das mais antigas, sendo a Escola de Farmácia de Ouro Preto a pioneira no ensino de Farmácia desvinculado das Faculdades de Medicina no país e foi criada em 4 de Abril de 1839. A Farmácia brasileira enquanto profissão regulamentada por uma Autarquia Pública Especial, tem 54 anos de existência e se deu com assinatura da Lei 3820 pelo então presidente da república, Dr. Juscelino Kubitschek, criando o Conselho Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais de Farmácia. Em toda sua trajetória a profissão farmacêutica tem passado por grandes desafios, traduzidos em lutas das entidades representativas e dos profissionais de uma forma geral, para garantir seus direitos, e o direito do cidadão de contar com os serviços desse profissional nem sempre presente nas equipes multiprofissional de saúde.
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Revista PET/UFC-Farmacia Profissão Farmacêutica
De forma simplista podemos relacionar três fases da profissão a par r do século passado. Na primeira fase, a profissão estava voltada essencialmente para o estabelecimento farmacêu co, onde o profissional exercia um papel importante no campo da saúde, cujo desempenho nha relevância e reconhecimento social. Mesmo assim, travamos diversas disputas e lutas corpora vas com outras profissões que tentavam ou invadiam nosso campo de atuação profissional, como exemplo, os prá cos de farmácia e os químicos. A segunda fase é do mundo pósguerra, que impulsionou o desenvolvimento da indústria farmacêu ca, as farmácias foram transformadas em mercearias e o medicamento tratado como uma mercadoria qualquer, desconsiderando sua essencialidade como insumo estratégico na terapia medicamentosa, assim como o risco que representa quando não é considerado seu uso racional. Nesse momento, os cursos de farmácia passaram a formar profissionais voltados para o desenvolvimento das análises clínica e valorizar de tal forma essa a vidade que o farmacêu co passou a ser reconhecido como bioquímico, que não é a formação profissional e sim, uma das áreas de atuação do farmacêu co, deixando de lado a formação original do profissional e perdemos o eixo central ou a iden dade da profissão.
Legenda: Símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta a Antiguidade, sendo parte da mitologia grega Fonte: http://megaarquivo.com/tag/farmacologia/
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Aqui vemos e ainda temos disputa de mercado com outros profissionais, visto que a a vidade não é exclusiva do farmacêu co. Tudo isso contribuiu para que a profissão não vesse o devido reconhecimento social, consi-derando que a maioria das a vidades profis-sionais regulamentada pelo Conselho federal de Farmácia que são mais de 70, elas são desenvolvidas com ou sem a presença ou atuação do farmacêu co, o que ra o caráter de essencialidade desse profissional. Com isso, não querem dizer que não somos importantes no contexto da saúde, somos mais do que a sociedade reconhece, só precisamos provar com a nossa capacidade e competência técnica, que somos importantes e essenciais porque a nossa presença na equipe mul profissional faz a dife-rença, que nós somamos para garan r maior efe vidade no trabalho, na qualidade do atendimento ao usuário do sistema de saúde ou ao cliente da empresa privada. A terceira é a que vivenciamos até o momento. Eu diria que se iniciou a par r da crise de iden dade profissional. Quem somos e a quem servimos? Precisamos resgatar nosso status de profissional de saúde que trabalha com e para o paciente, usuário ou cliente, ou seja, precisamos voltar o foco da profissão para o atendimento e atenção farmacêu ca, e nos inserirmos na equipe de saúde, através da prestação de serviço, no cuidado e acompanhamento ao paciente, para conquistarmos o reconhecimento e a valorização pelo desempenho profissional. Neste cenário, ainda na década de 1990 surgiram os primeiros movimentos na categoria para reverter este quadro. O fato emblemá co foi o Projeto de Lei nº 4.385/94, da exsenadora Marluce Pinto (PMDB-RR) que “dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêu cos e correlatos, e dá outras providências”, e se
propunha a rar a responsabilidade Técnica dos farmacêu cos dos estabelecimentos registrados como drogarias. O projeto foi recebido pela Câmara e o deputado Ivan Valente do PT de São Paulo à época, entrou com u m s u bs t u vo a o q u a l fo ra m apensados mais vinte projetos nos vinte anos que tramitou.
‘’A Farmácia é uma ciência milenar e a profissão farmacêu ca no Brasil é uma das mais an gas.‘’ Nesse tempo a expecta va de vida aumentou, vivemos uma transição epidemiologia no país em decorrência do envelhecimento da população, trazendo o aumento das doenças crônicas e degenera vas. A oferta do aparato tecnológico de produtos para a saúde, os meios de diagnos co e terapêu co no mercado é imensa, mas o acesso a esses meios é limitado. No mundo contemporâneo a necessidade de ampliar a cobertura dos serviços de saúde e incrementar a capacidade de resolução desses serviços vem desenvolvendo a idéia de expandir para outros profissionais, entre os quais o farmacêu co, maior responsabilidade no manejo clínico dos pacientes, intensificando o processo de cuidado, fato esse que tem propiciado alterações nos marcos de regulação da profissão farmacêu ca em vários países. Nesse modelo de atuação do farmacêu co na atenção à saúde, a farmácia clínica e a prescrição farmacêu ca cons tuem o melhor exemplo de avanço da profissão, ressaltando que a Prescrição Farmacêu ca, prescinde da atuação Clinica do Farmacêu co. Existem dois modelos de prescrição farmacêu ca, a Prescrição Farmacêu ca Dependente e Independente, e para cada uma delas existem critérios que são rigorosamente cumpridos. O Brasil, pela importância que representa no con nente sul americawww.petfarmacia.ufc.br
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americano, deve avançar com relação ao entendimento do papel que o farmacêu co pode desempenhar para contribuir efe vamente enquanto profissional de saúde, para a prestação de serviços de atenção à saúde. Com base na análise da conjuntura atual da profissão no mundo e atuação do farmacêu co no país, o Conselho Federal de Farmácia- CFF fazendo uso de suas atribuições claramente expres-sas no inciso “m” do art. 6º da Lei nº 3.820, publica duas resoluções no dia 29 de agosto de 2013, que talvez cons tuam o marco regulatório que causara maior impacto na profissão farmacêu ca e possa a par r de então, definir ou dar peso a iden dade profissional com reconhecimento social que tanto buscamos, são elas: 1-A Resolução 585/2014 que regula as atribuições clínicas do farmacêu co, com o propósito de proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e o mizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente, por meio da promoção, proteção e recuperação da saúde, alem da prevenção de doenças e agravos à saúde.
rela- vas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. O Conselho Federal de Farmácia foi extremamente cauteloso e respon-sável no propósito de avançar na regulamentação dessa nova a vidade profissional. Para se chegar até a publicação da norma, o processo envolveu vários atores, mais preci-samente da área acadêmica e da área técnica do CFF e passou por varias etapas incluindo consulta púbica e no final foi subme da a apreciação do plenário do CFF, e aprovada. Discu r prescrição farmacêu ca não é tarefa fácil, este termo ainda é tabu no Brasil quando faz parte da linguagem técnica dos farmacêu cos em vários países, há mais de uma década. Estas normas representam um grande passo para que a profissão se adéque as novas exigências da sociedade e do mercado, e aponta uma mudança de paradigma, mas, por si só a norma não resolve nenhum problema se não houver o esforço cole vo de mudar o status quo. Antes de tudo é preciso querer mudar e avançar no processo de evolução da profissão, e para isso as en dades de classe têm o dever de
‘’No mundo pós-guerra as farmácias foram transformadas em mercearias e o medicamento tratado como uma mercadoria qualquer‘’ 2-A Resolução Nº 586, que regula a prescrição farmacêu ca, que estabelece Art. 2º -... cons tui prerroga va do farmacêu co legalmente habilitado e registrado no CRF de sua jurisdição. Art. 3º -... define-se a prescrição farmacêu ca como ato pelo qual o farmacêu co seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farma-cológicas, e outras intervenções
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defender a proposta, os órgãos de formação profissional devem se aparelhar e adequar o currículo para a formação do profissional com esse novo perfil, e o farmacêu co também devera se capa-citar, se quiser desenvolver as novas a vidades regulamentadas. Outra ação estratégica de inicia va do CFF foi a criação do Fórum Naci-
onal de Luta pela Valorização da Profissão.
‘’Precisamos voltar o foco da profissão para o atendimento e atenção farmacêu ca, e nos inserirmos na equipe de saúde‘’ Pela primeira vez na história recente da Farmácia brasileira, es veram reunidos em Brasília representante do Conselho Federal de Farmácia (CFF), conselhos regionais, Federação Nacional dos Farmacêu cos (Fenafar) e sindicatos filiados, e Federação Interestadual dos Farmacêu cos (Feifar) e sindicatos filiados, Associação Brasileira de Educação Farmacêuca (ABEF) e Execu va Nacional dos Estudantes de Farmácia (Enefar). A plenária final dessa reunião, aprovou por unanimi-dade a imediata instalação de um fórum permanente de âmbito nacional e fóruns estaduais e regionais de en- dades farmacêu cas pela valorização profissional com os obje vos de promover a qualificação da inter-venção farmacêu ca na sociedade (técnica, polí ca, assistencial), e tra-balhar para provação dos PECs e PLs de interesse a profissão, inicialmente com foco nos Projetos de Lei subs tu vo do Deputado Ivan Valente ao Projeto de Lei- PL nº 4.385/94, da ex-senadora Marluce Pinto. O Fórum propôs uma atualização o projeto subs tu vo que passou a se chamar de Subemenda Aglu na va Subs tu va, e trabalhou com esta proposta junto às lideranças parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Houve um esforço concentrado liderado pelo CFF no sen do de mobilizar a categoria através das en dades representa vas, que trabalharam para conseguir
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o consenso em torno da proposta apresentada. Depois de idas e vindas a proposta foi endossada pelos representantes da indústria e do comércio farmacêu co, pelas lideranças de todos os par dos polí cos representados no Congresso Nacional e Casa Civil da Presidência da República. Recebeu ainda, moções de apoio do Fórum das En dades Nacionais dos Trabalhadores da área de saúde (Fentas) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
‘’ Somos importantes e essenciais porque a nossa presença na equipe mul profissional faz a diferença‘’ No dia 02 de julho de 2014, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 4385/94, o qual classifica a FARMÁCIA COMO UMA UNIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, DESTINADA A PRESTAR ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E ASSISTÊNCIA À SAÚDE E ORIENTAÇÃO SANITÁRIA INDIVIDUAL E COLETIVA À POPULAÇÃO. Foi nossa primeira grande vitória, mas a luta permanecia visto que, o PL teria que voltar ao Senado Federal para votação. No Senado o PL 4385/94 passa ser o Subs tu vo da Câmara dos Deputados (SCD) nº 41/93, que foi a plenário, votado e aprovado com louvor, no dia 16 de julho de 2014. No dia 11 de agosto, a presidente da república do Brasil, Dilma Rousseff, sanciona a Lei nº 13.021/14, que muda o conceito de farmácia no Brasil. Apesar de todos os acordos firmados, foram vetados alguns dos ar gos. De acordo com o Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, antes que o texto do PL chegasse à Casa Civil, foi construído um grande acordo entre as en dades farmacêu cas, o comércio varejista, a indústria e o poder legisla vo, com o apoio do Governo Federal. “Infelizmente, esse acordo, pelo texto sancionado, não foi levado em consideração em sua totalidade, pela Presidência da República, mas a essência do PL foi aprovada, os farmacêu cos são profissionais da saúde, as farmácias são unidades de prestação de serviço em saúde e a população contará, com mais segurança quanto ao uso de medicamentos”. Estaríamos muito felizes se as surpresas vessem parado por ai, infelizmente no pacote veio a Medida Provisória (MP) Nº 653/2014, que altera a Lei Nº 13.021/2014. A luta con nuou e mais uma vez entra em cena o Fórum Nacional de Luta Pela Valorização da Profissão 14
Farmacêu ca, Comissão Parlamentar/CFF, os conselheiros Federais e Conselhos Regionais de Farmácia-CRFs, para derrubar a MP que caiu por decurso de prazo o que não significa tranquilidade, pois ela pode vir a ser reeditada, portanto, a nossa luta con nua em favor do farmacêu co e da saúde da população, razão de ser da nossa profissão.
Texto: Doutora Lúcia de Fátima Sales Costa Conselheira Federal de Farmácia pelo Ceará
Acesse para mais informações: www.feifar.org.br
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www.abenf.org.br
www.fenafar.org.br
www.conselho.saude.gov.br
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Imagem cedida pelo CRF/CE
Farmácia Estabelecimento de Saúde: uma luta travada também pelo CRFCE
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importância dos farmacêu cos para a saúde da população brasileira foi reconhecida pelo plenário do Senado Federal. Em votação unânime, no dia 16 de julho, em Brasília, foi aprovado o Subs tu vo da Câmara dos Deputados (SCD nº 41/93) que classifica a farmácia como unidade de assistência farmacêu ca, assistência à saúde e orientação sanitária individual e cole va. O momento é histórico para a categoria, pois o Projeto de Lei nº 4.385/94, da exsenadora Marluce Pinto, que deu origem ao SCD, esteve em tramitação por quase 20 anos, 17 dos quais, na Câmara dos Deputados. Essa vitória da classe se deu após grande mobilização, par cipação e união das en dades de Farmácia, onde o CRFCE está integrado, sob coordenação dos Fóruns Regionais e Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêu ca. Em abril foi iniciada a primeira tenta va de levar a proposta à Câmara dos Deputados, por meio de uma subemenda aglu na va contemwww.petfarmacia.ufc.br
plando as atuais necessidades da saúde pública em relação ao profissional farmacêu co. A conscien zação e a disseminação do real perigo para a classe farmacêu ca caso o projeto fosse novamente engavetado por mais longos anos foi ar culada pelos fóruns que organizou umas das maiores mobilizações dos farmacêu cos no Brasil. Em maio, o presidente do CRFCE, Dr. Jacó Albuquerque, se uniu a 1800 profissionais e acadêmicos na Catedral de Brasília em defesa da aprovação de projeto de lei. No início de junho, o Ceará também mostrou toda a sua força na Câmara dos Deputados com a par cipação do Dr. Jacó Albuquerque, do vicepresidente, Dr. Júlio Peixe, e da tesoureira, Dra. Emília Pimentel, na luta pela aprovação do projeto, mas apesar de previsto para ser votado, não foi incluído na pauta. Após o acordo histórico entre en dades farmacêu cas, representantes do
comércio varejista e Casa Civil, os principais líderes dos par dos e a grande maioria dos deputados passaram a se mostrar a favor do texto do projeto, inclusive com manifestações públicas em defesa no plenário da Câmara. A deputada pelo PCdoB da Bahia, Alice Portugal, farmacêu ca, também foi árdua defensora e coordenadora de toda a luta no Congresso para aprovação do projeto. Agora resta apenas a sanção da presidente Dilma Rousseff, que pode apresentar seu posicionamento a qualquer momento.
A LUTA CONTINUA. Texto: Jackson de Moura Assessor de Comunicação/ Conselho Regional de Farmácia do Ceará
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Ipharma Jr. A Empresa Júnior da Farmácia UFC NOME: Ipharma Consultoria Farmacêutica Júnior TIPO: Empresa Júnior CURSO: Farmácia IES: Universidade Federal do Ceará - UFC CRIAÇÃO: 2 de Julho de 2013 MISSÃO: Ser agente transformador da sociedade pelo ideal empreendedor, prezando pela capacitação e qualidade dos acadêmicos para a sua inserção no mercado farmacêutico. VISÃO: Até o nal de 2015, ser a empresa júnior reconhecida pela área farmacêutica como referência na formação de alunos empreendedores que prestam serviços que impactam a sociedade. VALORES: Integridade, Responsabilidade social, Aprendizado contínuo, Brilho no olho, União, Compromisso e Busca por excelência.
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Ipharma Consultoria Farmacêu ca é a primeira empresa júnior da área da saúde no estado do Ceará, estando vinculada à UFC. Foi fundada em 2013 e atualmente conta com a colaboração de 15 membros. A Ipharma oferece consultorias que, por meio do diagnós co e da formulação de soluções, auxiliam o cliente a tomar as melhores ações e decisões em relação a um assunto. Os serviços prestados pela empresa estão relacionados ao campo de atuação do farmacêu co no mercado de trabalho, abrangendo quatro grandes áreas: Análises Clínicas, Drogarias, Indústria e Manipulação. Os serviços prestados pela empresa vão desde o treinamento de funcionários em drogarias ao plano de gerenciamento de resíduos de indústrias farmacêu cas. As empresas juniores proporcionam aos acadêmicos uma aplicação prá ca do conhecimento teórico e empresarial, promovendo o aprendizado em gestão de negócios. Os membros assumem cargos de gerência e direção, com visão e responsabilidades gerais sobre a empresa, o que permite tanto a qualificação profissional como o desenvolvimento pessoal. Além disso, os alunos desenvolvem não só a sua capacidade empreendedora, mas também a sua rede de contatos e relacionamentos dentro e fora da faculdade. Saiba mais sobre os serviços e funcionamento visitando o website (h p://www.ipharma.ufc.br) e a fanpage no facebook (Ipharma Consultoria Farmacêu ca Jr.). 16
“A Ipharma me fez ver que empreendedorismo não é apenas ter capital e abrir uma empresa, é uma forma de mudar a vida das pessoas e transformar a sociedade com ideias inovadoras e conscientes que quando postas em prá ca com planejamento, paixão e principalmente propósito, podem sim mudar o mundo.” Fabrício César - Diretor de Projetos Ipharma “A Ipharma se preocupa em estar sempre capacitando os membros para oferecer um serviço melhor para nossos clientes. Em pouco tempo tomei conhecimento de assuntos que realmente fazem a diferença para o bom exercício da minha profissão, como análise de mercado, marke ng pessoal e gerenciamento de projetos.” Diego Moreira - Diretor de Marke ng da Ipharma. Texto: Cristianne Oliveira Medina - Presidente da Ipharma Jr. Fabrício César Fernandes - Diretor de Projetos da Ipharma Jr. Carlos Diego Moreira Runo - Diretor de Marketing da Ipharma Jr. -
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Revista PET/UFC-Farmacia Notícia em Evidência
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Atenção Farmacêutica
Manipulação
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Matheus Nóbrega
por Prof. Dr. Carlos Couto
BREVE HISTÓRICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA E ODONTOLOGIA DO CEARÁ ANOS
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ANTECEDENTES
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s tempos eram di ceis. Muito di ceis mesmo. Vivia-se o ano de 1916.
O Ceará sofria as duras consequências da “seca do quinze”, período da falta de chuvas que se iniciara em 1913 e que perdurou até 1917. Em 1915, devido a migração de flagelados do sertão para Fortaleza causada pela falta das chuvas, criou-se o campo de concentração (era assim mesmo que se chamava) do Alagadiço, nos arredores da capital cearense, cenário do livro de Rachel de Queiroz O Quinze, que chegou a juntar mais de 8 mil esfarrapados, que recebiam alguma comida e permaneciam vigiados por soldados. Devido às péssimas condições da saúde pública em virtude da seca, o ano de 1916, começa em Fortaleza com uma forte campanha contra a realização do carnaval promovida por representantes da igreja e pelo jornal Correio do Ceará. O bispo diocesano Dom Manuel da Silva Gomes dirigira ao Presidente da República Venceslau Brás e ao Loyd Brasileiro telegramas implorando a vinda de vapores que auxiliassem a imigração para outros Estados da federação, dos flagelados da seca. (OLIVEIRA,1997,p.99). Em 1915, Dom Manuel já havia ido ao Rio de Janeiro, onde “visitou jornais, deu entrevistas, penetrou os ministérios, o Senado e a Câmara, foi aos colégios católicos e pregou em todos os púlpitos dos templos cariocas, conclamando o povo a olhar a terra márr” (Quinderé,1957,p.119). O Ceará vivia ainda os resquícios da Sedição de Juazeiro, guerra civil encerrada a 14 de Março de 1914, com a intervenção federal e deposição do então governador Franco Rabelo. Em 1916, era governado por Benjamin Liberato Barroso eleito em 1914, 18
tendo como seu vice Padre Cícero Romão Ba sta. Ainda em 1916 o mundo vivia o horror da Primeira Guerra Mundial, onde os jornais e o rádio voltavam-se para no ciar uma das principais batalhas daquele conflito que durou de 21 de fevereiro a 18 de dezembro, acontecida na França, ao norte da cidade de Verdun-sur-Meuse, onde tropas francesas enfrentaram tropas alemãs fazendo quase um milhão de ví mas. Estes entraves polí cos, sociais e econômicos dificultavam a vida das pessoas, principalmente daquelas que nham algum sonho como projeto a ser posto em prá ca. Era o caso de Francisco de Sá Roriz cearense nascido em 18 de Abril de 1867 na cidade de Jardim, militar que, durante o tempo em que serviu no Rio Grande do Sul, graduou-se como cirurgião den sta na Faculdade de Odontologia daquele Estado. Desejava voltar ao Ceará preocupado com a carência do ensino superior em nosso Estado e sonhava com o projeto de criação de uma faculdade na área de saúde, com o fim de ampliar as oportunidades para aqueles que, por falta de recursos, não podiam estudar em outros centros mais adiantados. Em Fortaleza, na época, a oportunidade de graduação superior, concentrava-seexclusivamente em direito, curso este ofertado pela Faculdade de Direito criada no ano de 1905. Para tanto, Sá Roriz sabia que as dificuldades seriam muito grandes
num Ceará muito pobre, sem dinheiro sequer para socorrer as ví mas da seca. O apoio financeiro governamental era impossível, devido às dificuldades econômicas sociais enfrentadas na época, num Estado de economia frágil, eminentemente agropastoril. Havia ainda o trauma deixado pelo governo de Pedro Borges que em 1903, revoltou a população, pois, fechara 90 escolas primárias no interior para aplicar os recursos a elas des nados na fundação da Faculdade de Direito. (Farias, 2013 p.241). Portanto, com tantos problemas de ordem poli co, social e econômica, no ano de 1916, as prioridades governamentais eram outras que não a fundação de uma faculdade na área de saúde. Mesmo assim, Sá Roriz, odontólogo, visionário, individuo dotado de extraordinária visão de futuro, a princípio, entendido por poucos, perseguiu seu sonho e propôs a fundação da Faculdade de Medicina Tropical, Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Ceará.
INÍCIO A proposta de se criar no Ceará uma escola de ensino superior (faculdade) na área de saúde, surgiu quando o cirurgião den sta Francisco Sá Roriz coordenou inicia va para a fundação da Faculdade de Medicina Tropical, Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Ceará. Em reunião presidida pelo médico Eduardo Salgado e acontecida no Liceu do Ceará em 22 de Novembro de 1914, com a presença de profissionais
‘’Podemos considerar a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e o Centro Médico Cearense como ins tuições pioneiras, formando as bases cien ficas das modernas ações de assistência à saúde do Ceará.‘’ www.petfarmacia.ufc.br
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médicos, farmacêu cos e den stas, Sá Roriz expôs seu grandioso e arrojado projeto. Nessa reunião ficou aprovada a criação de referida faculdade, sendo o médico Eduardo Salgado aclamado seu diretor.
co Cearense como ins tuições pioneiras da saída do empirismo do binômio, saúde-doença em nosso Estado, formando as bases cien ficas das modernas ações de assistência à saúde do Ceará.
Entretanto, Eduardo Salgado no início do ano de 1915, alegando falta de condições materiais e recursos financeiros desencorajou a inicia va jus ficando ser “empreitada di cil e fadada ao fracasso”.
A Faculdade de Farmácia e Odontologia - FFO, que a princípio se propunha a formar farmacêu cos e den stas, nesta trajetória de quase um século, extrapolou seus limites transformando-se em um grande espaço aberto a novas dimensões: pioneira no Ceará no ensino superior das ciências básicas (química, biologia, botânica, sica), das ciências da saúde (fisiologia, histologia, anatomia, farmacologia, toxicologia, bromatologia, cirurgia buco-maxilofacial, den s ca, ortodon a, etc) e outras matérias; propulsora e irradiadora da pesquisa cien fica no Ceará em áreas nobres como química orgânica, botânica, plantas medicinais, farmacologia, toxicologia, alimentos, microbiologia, saúde pública, produ-
Sá Roriz não desanimou e, na mesma oportunidade, anunciou que, se não era possível a criação da Faculdade de Medicina, podia anunciar como certa a fundação da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará. Assim, dessa maneira, estava selado o des no desta ins tuição que, mesmo nascendo em berço humilde, tornou-se grandiosa em sua existência. Segundo a Ata de sua fundação lavrada em 12 de Março de 1916, “no salão de espera do gabinete cirurgico dentário do Dr. Raymundo Gomes, à Rua Major Facundo trinta e nove(altos)”, estava criada a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, sendo seus fundadores (assinaram a ata de fundação) os cirurgiões den stas Francisco de Sá Roriz, Raimundo Gomes, Pedro Verissimo de Araújo, Mozart Catunda, Américo Marães Picanço e o farmacêu co Afonso Pontes de Medeiros. Sá Roriz foi aclamado seu primeiro diretor.
-ção, controle da qualidade e uso racional de medicamentos, dentre outras; propiciou também parcerias com ins tuições da área de saúde tanto de natureza pública quanto as par culares, visando a melhoria da formação de seus alunos, através de estágios; além de a vidades extensionistas realizadas pelos Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas, FarmáciaEscola, Grupo de Prevenção ao Uso I n d e v i d o d e M e d i c a m e nto s – GPUIM, Centro de Desenvolvimento de Especialidades Farmacêu cas – CDFAR, Centro de Informação de Medicamentos – CIM, Clinica Integrada de Odontologia, Emergência Odontológica; tem colaborado ao longo dos anos na formação de outros cursos de farmácia e odontologia no Ceará e, juntamente com a centenária Faculdade de Direito e a octogenária Escola de Agronomia, formou o tripé que originou a Universidade Federal do Ceará. A história dessa ins tuição, ao lon-
Posteriormente aderiram ao movimento os médicos José Odorico de Morais, Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda, os farmacêu cos Joaquim Frederico Rodrigues de Andrade, Jose de Moraes Studart e Francisco Dias da Rocha. Sem sombra de dúvidas, podemos considerar a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e o Centro Médiwww.petfarmacia.ufc.br
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-go deste século, é muito rica, cheia de a tudes que infundem respeito e grandeza moral a todos que a fizeram e a fazem. De origem humilde, mas que o tempo e o esforço de muitos a tornou grandiosa. Sua primeira diretoria foi composta dos seguintes professores: Francisco Sá Roriz (diretor), Mozart Catunda Gondim (primeiro secretário), Pedro Veríssimo de Araújo (segundo secre-tário), Raimundo Gomes (tesoureiro) e Mamede Cirino de Lima (bibliotecário
VESTIBULAR E CURRÍCULO Em seu primeiro ves bular para o Curso de Farmácia, acontecido no início de 1916, constavam provas das seguintes matérias: francês ou inglês(oral e escrita); Physica Geral; Chimica Geral e História Natural Aplicada à Medicina. O jovem Vicente Brito, natural da cidade de Crato foi o primeiro a solicitar, através de telegrama, inscrição para prestar este exame para Farmácia. O primeiro currículo propunha a ministração de oito disciplinas que ofertadas em duas séries (dois anos), cumpriam a formação do farmacêu co. Eram as da primeira série: História Natural, Physica, Chimica Inorgânica e Pharmacologia (parte I). As Disciplinas da segunda série: Chimica Orgânica, Chimica Analí ca, Pharmacologia (parte II) e Arte de Formular. Assim, com aprovação em todas as disciplinas cursadas no período de dois anos, estava formado o Farmacêu co. Ainda em 1916, a diretoria requereu à Assembleia Legisla va cearense que a ins tuição fosse reconhecida como de u lidade pública para efeitos jurídicos. Pelo parecer n° 57 de 23/09/1916, lhe foi concedida tal reconhecimento pela Comissão de Instrução Pública, que considerou a ins tuição merecedora de apoio do governo estadual. Foi decretada então a lei n° 1.391 de 2 de 20
outubro do mesmo ano, pela qual foi autorizado o governo do Estado a reconhecer como de u lidade pública a "Faculdade de Pharmácia, Odontologia e Curso de Parto do Ceará". Embora presente na denominação do estabelecimento, o Curso de Parto, não chegou a funcionar naquela época.
‘’O primeiro currículo propunha a ministração de oito disciplinas que ofertadas em dois anos.‘’ A validade dos diplomas emi dos foi conferida um ano depois pela Lei nº1418 de outubro de 1917. No ano de 1917, os professores lançaram a Revista Polymathica, publicação especializada organizada por Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda, Afonso Pontes de Medeiros e Mozart Catunda Gondim. A primeira turma diplomada pela FFO foi em dezembro de 1917. O quadro de formatura trazia a inscrição la na AD AUGUSTA PER AUGUSTA. Colaram grau cinco odontólogos e nove farmacêu cos. ODONTÓLOGOS:
Humberto). Entretanto, não dispondo de sede própria para funcionar, as primeiras aulas foram ministradas na sede do Centro espírita Cearense, à Rua Major Facundo. Em 1917, a diretoria conseguiu alugar um sobrado na Rua Senador Pompeu com Rua São Paulo, onde funcionou até 1920, passando em 1921 para outro sobrado, na Rua Guilherme Rocha esquina com a Rua Senador Pompeu, mudando-se em 1924 para uma casa térrea na mesma rua. Em 1925, falece o então diretor da FFO, professor Francisco de Sá Roriz, sendo nomeado para subs tui-lo o professor Raimundo Gomes. Neste mesmo ano, Carlos Ribeiro, médico laboratorista, dedicado professor da FFO, foi o generoso financiador da aquisição de sua sede própria. Adquiriu o edi cio no centro da cidade onde funcionava o Clube Iracema, situ à Rua Barão do Rio Branco nº 1321, e fez a doação para o patrimônio da FFO, caso inédito na construção da história da Universidade Federal do Ceará. Dessa maneira, a FFO passou a funcionar em sede própria resolvendo defini vamente problema de pagamento de alugueres e consequentes melhorias em suas instalações.
Ulysses Castelo Branco (orador), J. Bezerra Marinho, N. F. Carlos Peixoto, M. Trajano Borges e J. Perdigão Sobrinho. FARMACÊUTICOS: J. Augusto Barbosa (orador), Sabino Borges, F. Gonzaga de Almeida, D. Antônio Araújo, Tertuliano Vieira e Sá, Elias Siqueira Cavalcante, Vicente Brito, Nelson Gurgel e J. Gonçalves Linhares.
SEDES Podemos considerar como a primeira sede da FFO, o consultório dentário do Prof. Raimundo Gomes situ à rua Major facundo nº 39,(altos da Livraria www.petfarmacia.ufc.br
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Os dois cursos – Farmácia e Odontologia funcionaram juntas por 49 anos neste endereço até o ano de 1965, quando de acordo com a Lei nº 4662 de 02/06 /65, foram separados para a criação da Faculdade de Farmácia da Universidade do Ceará e da Faculdade de Odontologia da Universidade do Ceará. Seis meses depois, com a mudança para de denominação da Universidade do Ceará para Universidade Federal do Ceará, passaram a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Ceará e Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. A Faculdade de Odontologia muda-se para a Praça Jose de Alencar e a Faculdade de Farmácia muda-se em 1967, para o campus de Porangabuçu, na Rua Capitão Francisco Pedro. Posteriormente, em 1986 a Odontologia migra também para Porangabuçu, voltando a funcionar vizinho ao Curso de Farmácia, na Rua Monsenhor Furtado. Novamente vizinhos após 21 anos afastados.
‘’No ano de 1930, ocorreu um fechamento simbólico da FFO por ter sido suspensa a fiscalização Estadual.‘’ CRISE No ano de 1930, a FFO passa por seria crise, por ter sido suspensa a fiscalização Estadual em virtude da não obtenção da equiparação federal, ou seja, os requisitos para o bom funcionamento dos cursos, não se encontravam de acordo com o recomendado pela legislação federal. Portanto os diplomas passaram a não ser referendados pela Inspetoria Estadual de Saúde. Como consequência, muitos alu www.petfarmacia.ufc.br
Legenda: Considerada a primeira sede da FFO, o consultório dentário do Prof. Raimundo Gomes situ à Rua Major facundo nº 39 (altos da Livraria Humberto).
nos transferiram-se para outros Estados a fim de concluir seus cursos. Ocorreu então, um fechamento simbólico da FFO, entretanto Raimundo Gomes e um grupo de abnegados professores, não deixaram a ins tuição sucumbir. Mesmo com todas as dificuldades, con nuaram a ministrar aulas, aos poucos alunos que permaneceram, abrindo mão de seus salários em bene cio da FFO. Em 1936, graças à influência do deputado federal Demócrito Rocha, jornalista fundador do jornal O Povo, e ex-aluno da FFO, da qual também fora docente, a situação financeira melhorou. Rocha conseguiu a liberação de verba federal com a qual foi possível a realização das reformas exigidas pela legislação e, assim, atender as exigências curriculares para a equiparação da FFO. Graças a esta grande ajuda de Demócrito Rocha, finalmente em 1940, o Presidente da República Getúlio Vargas e o Ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo Capanema, assinam o Decreto nº 5.205 de 31 de Janeiro daquele ano, concedendo o reconhecimento aos Cursos de Farmácia e Odontologia do Ceará. Finda-se assim, o chamado período histórico de lutas, compreendido na década de
1930. DIRETÓRIOS ACADÊMICOS Talvez pelo entusiasmo vivido no momento do reconhecimento dos Cursos, os estudantes fundam em 12 de Março de 1940, o Diretório Acadêmico Raimundo Gomes, homenageando aquele fundador da FFO. Este diretório congregou alunos dos Cursos de Farmácia e de Odontologia até 1965, quando houve a separação e os estudantes de Farmácia fundaram o Diretório Acadêmico Rodrigues de Andrade – DARA. Em 1968, estas duas ins tuições veram suas a vidades suspensas por decisão do Conselho Universitário da UFC, obedecendo a imposição do Ato Ins tucional nº 5 da Presidência da República. Em 1980 o Diretório acadêmico do Curso de Farmácia foi reaberto, agora como Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo – CART. ENCAMPAÇÃO E FEDERALIZAÇÃO No dia 20 de Dezembro de 1947, o Governador Faus no de Albuquerque e Sousa, sancionou o Decreto nº 833, encampando a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará e, no dia 02 de agosto de 1948, a Lei nº 256 que, “adota medidas complementares à encam21
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-pação da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará e da outras providências”. Esta medida do Governo tornou a FFO ins tuição de ensino estadual, portanto com possibilidades de conseguir financiamento a par r recursos governamentais. Mais tarde, em 1950 ocorre a federalização da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, na conformidade da lei nº 1.254, de 04 de Dezembro de 1950. Destaque-se aqui o importante papel polí co desempenhado pelo deputado federal Paulo Sarasate, que dedicou grande empenho à causa. Eduardo Bezerra Filho, farmacêu co, conduziu pessoalmente o processo de Equiparação da FFO junto ao Conselho Superior de Ensino no Rio de janeiro, às suas próprias custas. Paulo de Brito Firmeza, odontólogo, foi o baluarte da federalização da FFO. Encaminhou o processo junto aos Senadores Vitorino Freire da bancada do Maranhão e Plinio Pompeu de Saboya da bancada do Ceará obtendo sucesso. Após o sucesso da empreitada no Rio de Janeiro, Paulo Firmeza, no retorno à Fortaleza, morre em desastre aéreo. Quatro anos após de federalizada, na conformidade do que dispõe a Lei nº 2.373, de 16 de Dezembro de 1954, passamos a integrar a Universidade do Ceará sob a denominação de Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará. Em 1957, mesmo sendo da mesma unidade, o Curso de Farmácia separase do Curso de Odontologia. Em 1965, com a mudança para de denominação da Universidade do Ceará para Universidade Federal do Ceará, passaram a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Ceará e Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. 22
REFORMA UNIVERSITÁRIA A reforma universitária ex nguiu as faculdades e, de acordo com o Decreto nº 71.882 de 02 de Março de 1973. Fomos transformados em departamentos componentes do Centro de Ciências da Saúde da UFC.
as adversidades apresentadas, a história tem mostrado que sempre nossa Faculdade de Farmácia e Odontologia, mantem-se íntegra e colaborando sempre com o desenvolvimento da UFC e do Ceará.
VULTOS IMPORTANTES
Quebrou-se a unidade e perdemos quase completamente nossa iden dade. Por esse mo vo, muitos professores migraram para outros departamentos acadêmicos de outras áreas da UFC.
Alguns vultos importantes que muito fizeram por esta Ins tuição e pela saúde pública, merecem ser lembrados por seus exemplos de dedicação, apreço, desprendimento a causa universitária:
Os Cursos integralizados pelas disciplinas ofertadas pelos departamentos acadêmicos passaram a contar com uma coordenação para efeito didá co. Foi ex nto também o cargo de Diretor da Faculdade, e surgiu a função de Coordenador de Curso.
Francisco Dias da Rocha, farmacêu co, fez doação à FFO de um precioso Museu de História Natural, contendo animais empalhados e devidamente classificados e fichados, con dos em armários de vidros, dificilmente encontrados em qualquer estabelecimento de ensino do País, na época.
‘’Em 31 de Janeiro de 1940 o Presidente da República Getúlio Vargas e o Ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo Capanema concedem o reconhecimento aos Cursos de Farmácia e Odontologia do Ceará.‘’ FFOE / UFC Vinte e quatro anos depois da reforma universitária, e com muito esforço, nos reestruturamos em 1997, novamente como faculdade, desta vez, incorporando o Departamento de Enfermagem passando a ser FACUL DA D E D E FA R M Á C I A , O D O NTO LO G I A E E N F E R M A G E M DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - FFOE/UFC. Chegamos aos 99 anos. As dificuldades e os desafios con nuam sendo inúmeros. Mas, por maior que sejam
Joaquim Juarez Furtado, farmacêu co, também fez doação à FFO da Farmácia Amazonas de sua propriedade, com o obje vo de criar ambiente real de prá ca para os estudantes de farmácia. Juarez Furtado também fundou o primeiro laboratório de análises bromatológicas no Ceará junto a Secretaria de Agricultura, e colaborou na fundação da Faculdade de Agronomia do Ceará. João Ramos Pereira da Costa, médico, professor de bioquímica e fisiologia humana, sistema zou a pesquisa no seio da FFO, organizando grupos de pesquisadores e incen vando os jovens a ingressar em cursos de pós-graduação.João Ramos foi pioneiro no Brasil no estudo da “Nucleação Ar ficial”. Para tanto, coordenou junto à FUNCEME grupo de pesquisa sobre o processo de precipitação pluviométrica ar ficial causada por aspersão de nuvens com cloreto de sódio no período de secas no nordeste. www.petfarmacia.ufc.br
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Francisco José de Abreu Matos, farmacêu co, professor, um dos pioneiros no Brasil na pesquisa de plantas medicinais e idealizador do Projeto “Farmácia Viva” copiado em outros países. Recebeu diversos prêmios internacionais por seu trabalho. Zélia Roquairol, farmacêu ca sanitarista, professora e pesquisadora de pres gio nacional, com vários livros escritos no campo da epidemiologia, recebeu no ano de 2013 o troféu Seria de Ouro, prêmio ins tuído com o obje vo de homenagear aqueles que se destacaram e deram sua contribuição ao desenvolvimento do Ceará, concedido pelo Sistema Verdes Mares de Comunicação. José Dilson de Vasconcelos Menezes, odontólogo, professor, fundador e presidente da Associação Brasileira do Ensino de Odontologia - ABENO e presidente da Associação La no Americana de Faculdades de Odontologia ALAFO / e foi o coordenador do projeto de criação e primeiro coordenador do Curso de Odontologia da Universidade de Fortaleza- UNIFOR. João Hildo de Carvalho Furtado, odontólogo, professor expoente na especialidade em cirurgia e traumatologia Bucomaxilofacial. Grande formador de profissionais na área. Foi também presidente do Conselho Regional de Odontologia do Ceará e do Conselho Federal de Odontologia.
Pedro Teixeira Barroso, professor de den s ca diretor da Faculdade de Odontologia. Foi também Pró-Reitor e posteriormente Reitor da UFC. João Nunes Pinheiro, odontólogo, professor de periodon a foi PróReitor de Assuntos Estudan s da UFC. Maria Graziela Teixeira Barroso, enfermeira, professora, fundadora e consolidadora do Curso de Enfermagem da UFC, cuja trajetória de vida confunde-secom a história da Enfermagem, pois de maneira ímpar atuou plenamente no crescimento e desenvolvimento da profissão e do Curso de Enfermagem. José Mauricio Duarte Matos, farmacêu co, professor de farmacognosia, fundador e primeiro presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará. Exerceu o cargo de presidente da Comissão Coordenadora do Ves bular da UFC. Zuleica Braga de Lima Guedes, farmacêu ca, professora de bromatologia do Departamento de Farmácia e da pós-graduação e Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agrarias. Uma das primeiras professoras da UFC a receber o tulo de mestre e, a primeira mulher a receber o tulo de mestre da Faculdade de Ciências Farmacêu cas da USP. Francisco Eudes Apoliano Gomes, farmacêu co professor e economista,
Legenda: Haemacutometer utilizado na época para contagem da série branca e vermelha.
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implantou a disciplina Economia de Empresas Farmacêu cas no Curso de Farmácia e desenvolveu parcerias com as universidades federais da Paraíba e do Rio Grande do Norte, com as quais implantou e modernizou a Farmácia-Escola. Verbena Lima Vale, farmacêu ca, professora doutora pela Universidade de Oxford na Inglaterra, coordenadora do grupo de trabalho que criou o programa de pós- graduação da área de farmácia da FFOE. Helena Lutescia Luna Coelho, farmacêu ca, professora tular do Departamento de Farmácia, criou o Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos – GPUIM e, coordena o Grupo de Pesquisa de Melhores Medicamentos para crianças. Lidiani Karla Azevedo Rodrigues Odontóloga, professora, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFC recebeu o Prêmio Capes deTese 2013 da área de Odontologia pela tese “Estudos do Efeito An cárie de Materiais Odontológicos Beneficiados por Nanotecnologia”, defendida no ano de 2012.
PERSPECTIVAS A Resolução nº 02 do Conselho Nacional de Educação aprovou em de 19/02/2002 as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Farmácia, recomendando um perfil farmacêu co com formação humanista, crí ca e reflexiva para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor cien fico e intelectual, capacitando ao exercício de a vidades referentes aos fármacos, medicamentos e alimentos, as análises clínicas, ao controle e produção e análise de medicamentos e alimentos. Dessa forma, estamos no caminho do resgate da essência da profissão farmacêu ca, trabalhando sobre um 23
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perfil profissional bem definido e adequado aos novos tempos.
CONCLUSÃO Hoje somos Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, com três cursos de graduação estruturados em cinco departamentos acadêmicos, ofertando disciplinas nas áreas específicas para 1.270 alunos de graduação; progredimos de tal forma que ofertamos programas de pós-graduação nas três áreas nos níveis de mestrado e doutorado, possuindo estes cursos 240 alunos matriculados; somos 116 professores em sua maioria com tulo de doutor e 122 servidores que, juntos, nos dedicamos com afinco e compromisso às a vidades de ensino, pesquisa e extensão. Os desafios estão sempre a se apresentar. A par r de 2011, enfrentamos significa va taxa de evasão de alunos dos três cursos de graduação da FFOE, após a seleção de entrada através dos Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e Sistema de Seleção Unificada - SISU do Ministério da Educação. Ocorre que, devido ao atual sistema de seleção, grande parte dos alunos que não a nge o perfil para entrada no curso de medicina matricula-se, como segunda opção, na maioria das vagas para entrada nos cursos de Farmácia, Odontologia e Enfermagem. O resultado é que no decorrer dos semestres iniciais, parte destes alunos abandonam ou migram para outros cursos deixando vagas ociosas nos cursos citados. Necessitamos urgente de medidas corre vas para esta distorção, visto que, estão sendo prejudicados os jovens realmente vocacionados para estas carreiras. Estamos chegando aos cem anos. As dificuldades e os desafios con nuam inúmeros. Mas, por maior que sejam as diversidades apresentadas, a história tem mostrado que sempre nossa grandiosa Faculdade de Farmácia e Odontologia, mantem-se íntegra e colaborando sempre com o desenvolvimento da UFC e do Ceará.
DIRETORES DA FFO
Amadeu Furtado: 1927 – 1931 Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda: 1931 – 1934 Francisco Dias da Rocha: 1934 – 1935 Américo Picanço: 1936 – 1939 José Odorico de Moraes: 1940 – 1947 Raimundo Gomes: 1948 – 1949 Torquato Porto: 1950 – 1955 Luiz Oliveira Albuquerque: 1955 – 1958 João Ramos Pereira da Costa: 1958 – 1960 Ailton Gondim Lóssio: 1960 – 1965
DIRETORES DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFC Osvaldo Rabelo 1968 – 1972 Francisco de Assis da Silva Furtado - 1972 – 1974
DIRETORES DA FFOE DA UFC Haroldo Cesar Pinheiro Beltrão - 1997 – 2003 Neiva Francenely Cunha Viera - 2003 - 2011 Maria Gore Rodrigues de Queiroz Costa 2011 – 2015
COORDENADORES DO CURSO DE FARMÁCIA DA FFOE (por ordem cronológica) Francisco de Assis da Silva Furtado Carlos Couto de Castelo Branco Edile de Medeiros Sampaio Verbena Lima Vale Maria de Jesus Carlos Maia Teresa Maria de Jesus Ponte Carvalho Luzia Izabel Mesquita Moreira Nirla Rodrigues Romero Paulo Sergio Dourado Arrais Maria de Fa ma Oliveira Nirla Rodrigues Romero
Francisco de Sá Roriz: 1916 – 1918 Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda: 1918 – 1920 Afonso Pontes de Medeiros: 1920 – 1922 Jose Odorico de Moraes: 1923 – 1924 Carlos da Costa Ribeiro: 1924 – 1925 Raimundo Gomes: 1925 – 1927 24
Texto: Professor Doutor Carlos Couto de Castelo Branco Professor do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará www.petfarmacia.ufc.br
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Entrevistas
Farmacêuticos em suas áreas de atuação
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ssa sessão da Revista PET/UFC-Farmácia abordará sobre as inúmeras áreas de atuação do farmacêutico. Você encontrará o conteúdo em forma de entrevistas, realizadas com profissionais que trabalham na área. Nessa edição serão quarto matérias: Farmacêutico no Banco de Leite Humano do Ceará, Genética Humana, Manipulação de Quimioterápicos e Transplante de Orgãos.
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Farmacêutico
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Revista PET/UFC-Farmacia Entrevistas - Banco de Leite Humano no Ceará
O IMPORTANTE PAPEL DO FARMACÊUTICA NOS BANCOS DE LEITE HUMANO
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o u to ra M a r i a M a r l y Lopes Vieira Peixoto é farmacêu ca graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Bioquímica Clínica. É Consultora Internacional da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (F I O C R U Z/ M I N I S T É R I O D A SAÚDE) e responsável pelo acompanhamento dos Bancos de Leite Humano do Estado do Ceará junto a área da Saúde da Criança e Aleitamento, Coordenadoria de Polí cas e Atenção à Saúde (COPAS/SESA). Você poderia falar um pouco sobre o que é, e como funciona o Banco de Leite Humano? Banco de Leite Humano é um elemento
estratégico da Polí ca Pública em favor da Amamentação. Os Banco de Leite Humano (BLH) surgiram da necesidade de alimentar bebês prematuros e ou de baixo peso ao nascer, impossibilitados de mamarem diretamente ao seio da mãe, mas que necessitam de leite humano, como alimentação saudável, naquele momento da vida. É um serviço especializado, responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de a vidades de coleta do excedente da produção lá ca da nutriz, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição, sendo proibida a comercialização dos produtos por ele distribuídos. O BLH deve ser vinculado a um hospital materno e/ou materno infan l. Quais as atribuições do farmacêu co e como é o dia a dia trabalhando no BLH? O Conselho Federal de Farmácia foi o primeiro Conselho de Classe a definir o papel do profissional, na Área de Banco
'’’ Na Atenção Farmacêu ca ao Aleitamento Materno, o farmacêu co tem a oportunidade de prestar assistência às mães doadoras do BLH, principalmente no que se refere a dúvidas sobre drogas, aleitamento materno e doação de leite humano.’’ 26
de Leite Humano através da Resolução 339/99 (“São atribuições do farmacêu co na área de Banco de Leite Humano, além da direção, coleta, processamento, controle de qualidade, distribuição, emissão de pareceres/laudos técnicos, pesquisa, chefias técnicas”) Qual a importância do farmacêuco no Banco de Leite Humano? O BLH trabalha com equipe mul profissional, desenvolvendo 75% das a vidades médico assistenciais, como promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e somente 25% em tecnologia de alimentos. Cabe ao profissional de Tecnologia de Alimentos, que pode ser o farmacêu co, assumir a responsabilidade técnica pelo serviço de BLH. O farmacêu co ainda pode exercer seu papel na Atenção Farmacêu ca ao Aleitamento Materno. Quais são os principais testes feitos pelo farmacêu co? A ro na do Processamento e Controle de Qualidade do BLH tem inicio com o degelo do leite cru pré-estocado, passa pela análise sensorial (cor, flavor, sujidade), análise sico-química (teste de acidez Dornic e Crematócrito),
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reenvase, pasteurização, resfriamento e análise microbiológica. Tudo executado e ou monitorado pelo farmacêu co ou outro profissional com formação compa vel.´ Para os farmacêu cos interessados em trabalhar nessa área quais os requisitos necessários? Alguma especialização? Para atuar em BLH, o profissional deve ser legalmente habilitado, com formação superior, inscrito no respec vo conselho de classe. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, por meio de seus Centros de Referencia Estaduais, oferece cursos aos profissionais que atuam nos BLHs, segundo as a vidades desenvolvidas. Para a prá ca das a vidades de controle de qualidade, o curso que respalda o profissional a trabalhar na área é o Curso de Processamento e Controle de Qualidade (BLH 101). Curso de 45 horas. Como se dá a relação do farmacêu co com as mães dodoras? Na Atenção Farmacêu ca ao Aleitamento Materno, o farmacêu co tem a oportunidade de prestar assistência às mães doadoras do BLH, principalmente no que se refere a dúvidas sobre drogas, aleitamento materno e doação de leite humano. Desde a criação do banco de leite até os dias atuais como cresceu a par cipação do farmacêu co no BLH? O Processamento e Controle de Qualidade dos BLHs podem ser exercidos por profissionais de Tecnologia de Alimentos, como nutricionistas e biomédicos, não é exclusivo do farmacêu co.
te por livre e espontânea vontade. Elas devem procurar um BLH, onde passarão por uma seleção, de responsabilidade do médico do BLH. Para que a nutriz seja considerada como doadora de leite humano, os seguintes requisitos devem ser respeitados: estar amamentando ou ordenhando o leite para o próprio filho; ser saudável; apresentar exames do pré-natal; não fumar, usar álcool ou drogas ilícitas; não usar medicamentos incompa veis com a amamentação. No BLH, profissionais que prestam assistência farão orientação sobre os cuidados higiênicos-sanitários, para coleta, transporte e conservação do leite humano ordenhado.
Entrevistada: Doutora Maria Marly Lopes Vieira Peixoto Texto: Kézia Nobre Bezerra
Acesse para mais informações: Internacional da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (FIOCRUZ / MINISTÉRIO DA SAÚDE) h p://www.redeblh.fiocruz.br/
Para mulheres que verem interesses em doar leite para o banco, o que elas devem fazer? Quais os procedimentos corretos? São consideradas doadoras as nutriz saudáveis, que apresentam secreção lá ca superior às exigências de seu filho e que se dispõe a doar o exceden-
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Revista PET/UFC-Farmacia Entrevistas - Genética Humana
A GENÉTICA AUXILIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA, DETECÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS tratamento de doenças.
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anúbio Andrade Bezerra Farias possui graduação e m Fa r m á c i a /A n á l i s e s Clínicas e especialização em Biologia Molecular Aplicada ao Diagnós co Clínico pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente é Farmacêu co- Bioquímico da Hospital São José e Chefe do Setor de Inves gação de Paternidade do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-CE). O que é Gené ca Humana? É o estudo das informações con das nos genes, incluindo a sua composição organizacional a nível celular, bem como a distribuição destes genes em determinadas populações. Qual a importância do estudo da Gené ca? Iden ficar a herança biológica, incluindo as caracterís cas estruturais, fisiológicas e bioquímicas. Por isso, é de grande relevância na medicina e na farmacologia, auxiliando e proporcionando o desenvolvimento de diferentes ferramentas para pesquisa, detecção e
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Qual a contribuição da Gené ca Humana na atualidade? Atualmente os testes gené cos são amplamente u lizados no diagnós co, prevenção e tratamento de doenças, especialmente as hereditárias. Além disso, sua u lização na medicina legal e perícia criminal incluem a iden ficação de ví mas e possíveis criminosos e os testes de paternidade. Como é feito o teste de paternidade? Qual é a técnica u lizada? É realizado pelo sangue ou saliva dos indivíduos envolvidos, Mãe, filho e suposto pai, onde se estuda regiões do DNA humano que passam de pai para filho. A técnica mais difundida atualmente se chama: “STR” (short tandem repeat), ou seja, amplificação das regiões curtas repe das em seqüência no DNA. O que é o Teste em DNA? O teste de Paternidade em D N A, amplifica regiões “STR” (regiões estáveis de pouca mutação) que passam de pai para filho, e que auxiliam na iden ficação ou não dos indivíduos genitores. Ele ajuda principalmente na iden ficação de parentesco ascendente (pai e filho/mãe e filho). Quais são as vantagens do Teste de DNA em relação ao an go Teste de
HLA? O teste de DNA tem mais “robustez” e possui mais diferenciação de regiões que o HLA, ou seja, pelas regiões em estudo do DNA serem mais polimórficas que o H L A, o poder de discriminação do DNA é maior e a iden ficação humana mais específica do que o HLA. Quais os pos de amostras que podem ser u lizadas para realização do teste? No LACEN u lizamos sangue da pulpa digital (amostra limpa), ou saliva caso o indivíduo realizou transplante de medula óssea. Mas pode ser realizado em urina, dente, bulbo do cabelo, ossos dependendo do po de kit para extração do DNA.
‘’ Os testes gené cos são amplamente u lizados no diagnós co, prevenção e tratamento de doenças. ‘’ Qual a margem de certeza do teste de paternidade em DNA? Como não temos o perfil de todas as pessoas do mundo para realizar uma comparação direta com todos, é realizado um cá l c u l o e sta s co b a s e a d o n a freqüência dos alelos em uma determinada população, esse cálculo tende aos 100%, como não existe o 100% na esta s ca, o valor tenta se aproximar disto, no caso de inclusão www.petfarmacia.ufc.br
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de paternidade. Por uma convenção esta s ca os valores têm que ser iguais ou maiores que 99,99%. Quais são as normas que devem ser obrigatoriamente adotadas pelos laboratórios que oferecem o teste? Ambiente de trabalho assép co, com divisões para cada etapa de processamento: extração, sala de mistura dos reagentes, sala de amplificação, sala de detecção, sala para recebimento de amostras e confecção de laudos periciais, local adequado para armazenamento de amostras. Treinamento específico dos funcionários, limpeza diária dos setores, fluxo correto de realização dos exames (Ex: o funcionário que entrou na sala de extração não poderá entrar na sala de mistura de reagentes). Pipetas adequadas, calibradas para cada setor, jaleco, gorro, pro-pés, máscaras para cada setor, canetas, etc, não podendo haver trocas nos setores destes materiais. O teste de DNA pode ser feito antes do nascimento da criança? Existe alguma técnica específica para isso? Qual? Pode ser realizado, mas pelo meu conhecimento só se realiza em alguns estados do Brasil, pelo Lacen-CE, nunca houve esse procedimento. A mãe tem que assinar um atestado de risco, pois a técnica pode induzir o aborto, e a coleta só pode ser realizada por médicos. Quais são as atribuições do farmacêu co na área da gené ca humana? No meu setor, sou responsável pela confecção dos laudos em teste de paternidade, maternidade e reconstrução familiar. Outros setores do Lacen, o farmacêu co bioquímico realiza sequenciamento de HIV, HCV e HBV, diagnós co molecular para Dengue e H1N1, dentre outros. O que é necessário (cursos, especialização...) para um farmacêu co trabalhar nessa área? É importante que se faça curso ou especialização, etc, na área de biologia molecular. No meu caso fiz um ano de especialização na área, mas para atuar especificamente em Paternidade. O Lacen me proporcionou realizar diversos cursos voltados para iden ficação humana.
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Quais as perspec vas do profissional nessa área? Como se trata de uma área dinâmica, onde há muita pesquisa envolvida, acredito que novas técnicas tendem a surgir nessa área, e serão necessários novos especialistas. O campo de trabalho é promissor.
Legenda: Termociclador
Legenda: Cabine biológica
Entrevistado: Doutor Danúbio Andrade Bezerra Farias Texto: Gabrielle Dantheias Barroso
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Revista PET/UFC-Farmacia Entrevistas - Manipulação de Quimioterápicos
O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA QUIMIOTERAPIA
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ronai Salmon da Cruz Lobato é farmacêu co graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), atuando em Farmácia Oncológica do Hospital Universitário Walter Can dio da UFC e do Hospital Haroldo Juaçaba/ Ins tuto do Câncer do Ceará (ICC). Para uma pessoa leiga, como podem ser definidos os quimioterápicos? O mais correto é chamá-los de quimioterápicos an neoplásicos. São medicamentos usados para o tratamento de câncer, tanto hematológicos (na medula óssea), como de tumores sólidos (Ex. na mama, pulmão, pele, ovário, próstata, etc.). Quais seus principais usos e bene cios no tratamento de pacientes? Em geral levam à redução dos tumores ou ainda à melhora do quadro clínico dos pacientes. Quais efeitos colaterais eles podem causar? Os principais são náuseas, vômitos, irritação da mucosa do TGI (Trato gastrointes nal), alopecia (queda de cabelo), cons pação, edema (inchaço), parestesias, entre outros. Quais os avanços que precisam ser feitos para melhorar a eficácia do uso dessas substâncias? Principalmente os avanços que já estão sendo realizados no sen do de desenvolver as chamadas drogas alvo, que são medicamentos an neoplásicos imunobiológicos que atuam diretamente sobre as células afetadas, e que preservem as células sadias, aumentando a eficácia do tratamento e causando menos efeitos colate30
rais. Em relação ao profissional farmacêu co, quais suas funções nos processos relacionados à Quimioterapia? O Farmacêu co na oncologia atua em diversas áreas, por exemplo, na dispensação de an neoplásicos orais, preceptoria de residentes e estagiários, manipulação segura dos medicamentos an neoplásicos, que consiste na avaliação prévia da prescrição médica, intervenção farmacêu ca, com interação com a equipe oncológica e na manipulação segura dos medicamentos em câmara de fluxo laminar ver cal, dentre outras a vidades administra vas e gerenciais do setor, como controle de estoque, inventários mensais, elaboração de indicadores qualita vos e quan ta vos e par cipação em comissões do hospital. Como funciona o trabalho do farmacêu co dentro do Setor de Quimioterapia do HEMOCE (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará)? Aqui no HEMOCE e HUWC (Hospital Universitário Walter Can dio) o Farmacêu co exerce suas a vidades na oncohematologia e na oncologia clínica, isto é, no tratamento das doenças hematológicas e tumores sólidos, respec vamente. Contamos com o respeito e reconhecimento de toda a equipe mul profissional, com a qual interagimos constantemente para mantermos a qualidade no tratamento dos nossos pacientes. Atuamos ininterruptamente trabalhando diariamente, inclusive nos fins de semana e feriados. Esse setor se encontra muito ''aque-
cido'' no estado do Ceará? Hoje em dia há de fato uma grande procura dos estudantes de Farmácia por essa área, uma vez que, os hospitais e principalmente as clínicas oncológicas par culares estão aquecendo o mercado com sua demanda cada vez maior por profissionais Farmacêu cos capacitados em oncologia. Quais os principais locais que oferecem vagas de emprego no setor de quimioterápicos, em Fortaleza? (Hospitais, Laboratórios...) Atualmente a maioria das vagas é ofertada por hospitais públicos, como HUWC e HGF (Hospital Geral de Fortaleza), bem como pelos filantrópicos, como ICC (Ins tuto de Câncer do Ceará) e a Santa Casa de Misericórdia e, como citado anteriormente por hospitais par culares como o Hospital Regional da Unimed, CRIO (Centro Regional Integrado de Oncologia) e Fujiday e várias clínicas também par culares de médicos oncologistas e oncohematologistas (Pronutrir, Nutriquimio, Oncovie, Quimioclinic, entre outras).
‘’ Contamos com o respeito e reconhecimento de toda a equipe mul profissional, com a qual interagimos constantemente para mantermos a qualidade no tratamento dos nossos pacientes. ‘’ Entrevistado: Doutor Cruz Aronai Salmon da Lobato Texto: Deyzilene Cardoso Araújo www.petfarmacia.ufc.br
Revista PET/UFC-Farmacia Entrevistas - Transplante de Orgãos
O FARMACÊUTICO É FUNDAMENTAL NO SETOR DE TRANSPLANTES
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halita Rodrigues de Souza é farmacêu ca graduada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Concluiu Residência Integrada Mul profissional em Atenção Hospitalar à Saúde, com área de concentração em Transplante e possui especialização em Farmacologia na Farmácia Clínica pelo Ins tuto Brasil de Pós Graduação (IBRAS). Atualmente atua como farmacêu ca no Setor de Transplantes do Hospital Universitário Walter Can dio, da Universidade Federal do Ceará e no Centro de Atenção Psicossocial Geral (CAPS Geral) da Secretaria Execu va Regional III (SER III) da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Como é trabalhar em um setor de transplantes que é referência em transplantes de rins e gado? Você é a única farmacêu ca desse setor? Trabalhar em um setor que é referência em transplantes é muito gra ficante, me sinto uma profissional realizada em fazer parte dessa equipe de profissionais competentes. A equipe dos farmacêu cos é composta por mim, Bruna Cris na Cardoso Mar ns, também farmacêu ca, e mais seis residentes. www.petfarmacia.ufc.br
Como é seu dia-a-dia no setor de transplantes? As a vidades diárias no transplante compreendem discussão de casos clínicos e da terapia medicamentosa em todos os seus aspectos, apoio à equipe através do fornecimento de informações referentes a medicamentos e educação con nuada dos diversos profissionais. Atuamos no apoio à terapêu ca como integrante efe vo da equipe mul profissional e interdisciplinar, tendo como principal obje vo contribuir para o restabelecimento da saúde do paciente, o mizando a terapêu ca e minimizando seus riscos. O perfil de atuação é mais voltado para a relação do medicamento com o paciente, desde seu preparo e adequação às necessidades específicas do paciente até o acompanhamento do resultado final da terapia. Ter um farmacêu co presente em um setor de transplantes faz muita diferença para o paciente? Ter um farmacêu co presente em um setor de transplante faz toda diferença, pois se trata de pacientes polimedicados e que fazem uso con nuo de medicamentos. Como é trabalhar em uma equipe mul profisssional? É maravilhoso trabalhar em uma equipe mul profissional, pois garante a integralidade na assistência. A ação mul profissional apresenta-se como uma forma promissora de atendimento na área da saúde. A formação diversificada da equipe resulta
em mais efe vidade, em um atendimento de melhor qualidade e segurança do paciente. O que é necessário para um farmacêu co fazer parte de um setor de transplantes (qualificação, especialização, etc)? Dediquei dois anos da minha vida à Residência Integrada Mul profissional em Atenção Hospitalar à Saúde. A residência advém da necessidade de reconstruir as prá cas profissionais levando a um olhar paradigmá co, rompendo com o modelo atual de formação e consolidando as ações da prevenção e promoção na atenção básica a saúde, cons tuindo, a par r de então, uma nova realidade. Qualificação essa, necessária para tal cargo na área de transplante. O que você acha do seu trabalho? Ele é gra ficante para você? Trabalhar no transplante requer muito amor, dedicação, estudo, dentre outras coisas. Sou uma profissional que amo o que faço. Eu, como farmacêu ca clínica do transplante, tenho o paciente como foco, e não somente o medicamento. É gra ficante ver um paciente após uma orientação farmacêu ca sorrindo pra você e tendo uma adesão excelente ao tratamento.
Entrevistado: Thalita Rodrigues de Souza Texto: Maria Emília Pessoa Farias 31
Revista PET/UFC-Farmacia
Farmácia UFC Histório de Desenvolvimento do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de medicamentos - CPUIM
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Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM) foi criado em 1990, por inicia va de um grupo de estudantes do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo à frente desse processo uma docente da disciplina de Toxicologia do Departamento de Farmácia, Helena Lutéscia, contando inicialmente com o apoio de infraestrutura do Ins tuto Equatorial de Cultura Contemporânea. A ideia mobilizava os interesses polí cos e cien ficos dos par cipantes, preocupados com a realidade da questão do medicamento no Brasil e com afastamento da maioria dos farmacêu cos de suas responsabilidades perante essa situação. O grupo compreendia que a falta de acesso a informações confiáveis e per nentes sobre medicamentos era um dos fatores que contribuíam para sua u lização inadequada na sociedade e que os farmacêu cos nham um importante papel a cumprir nesse aspecto. Por isso, surgiu a decisão de adotar como estratégia principal a democra zação da informação farmacológica, desde a geração de conhecimentos, através da inves gação cien fica, à sua disseminação entre os profissionais de saúde, gestores do poder público e comunidade. O grupo aliou-se à Acción Internacional por La Salud (AIS), uma rede de grupos la no–americana voltados para a promoção da saúde. Ainda em seus primórdios, o GPUIM par cipou da criação da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (SOBRAVIME). Como problema, iden ficado e considerado como o primeiro passo da estratégica de desenvolvimento de suas a vidades, foi inves gada a indicação de medicamentos abor vos de farmácias em Fortaleza. O “caso misoprostol”, colocou o GPUIM em contato com a questão da ilegalidade do aborto no Brasil. Com a reper-
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cussão o grupo adquiriu visibilidade e, como consequência, em 1992, obteve recursos financeiros, de uma ONG alemã, denominada Medico Interna onal.. Os contatos internacionais permi ram ao GPUIM estabelecer parcerias muito relevantes para direcionar e desenvolver as a vidades do grupo, com o Ins tuto Mario Negri de Milão, Itália, e o Ins tuto Catalão de Farmacologia Clínica da Universidade Autonoma de Barcelona (ICF). Em 1994, foi implantado o Centro de Informação de Medicamentos (CIM), com a vidades relacionadas à informação a va e passiva e um programa na rádio universitária sobre medicamentos. Do intercâmbio com o ICF, surgiu, em1996, o Centro de Farmacovigilância do Ceará (CEFACE). O GPUIM conta ainda com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT), Centro de Estudos em Atenção Farmacêu ca (CEATENF) e o Centro de Apoio à Assistência Farmacêu ca (CEAAF) e mais recentemente foi criado o Centro de Estudos em Toxicologia (CETOX). Sua inserção no meio acadêmico possibilitou expandir as a vidades relacionadas à u lização de medicamentos no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, bem como a implantação das áreas de estudo, farmacoepidemiologia e farmácia clínica. Texto: Professora Doutora Mirian Parente Monteiro Coordenadora do GPUIM
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Revista PET/UFC-Farmacia Farmácia UFC
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS - PROF DR EURICO LITTON PINHEIRO DE FREITAS -
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LACT foi idealizado para promover a integração do Curso de Farmácia com a comunidade, atendendo a uma das diretrizes estabelecidas pela Universidade como essenciais à construção do conhecimento, com a integração do trinômio ensino-pesquisa-extensão. Com o tempo, foi possível realizar convênios com empresas para ampliar a população atendida e o rol de exames ofertados. Desta forma, o laboratório foi crescendo e as técnicas evoluindo. Entretanto, com o fim dos convênios e falta de recursos, o laboratório foi transferido para integrar-se ao laboratório do Hospital das Clínicas e, por alguns anos, o LACT permaneceu ina vo. No começo dos anos 2000, houve uma intensa mobilização dos professores para a reestruturação do LACT e, em dezembro de 2006, o laboratório foi rea vado. Em 2010, o laboratório passou por uma ampla reforma em sua estrutura sica com o obje vo de se enquadrar dentro das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA RDC nº. 50) e, em 2012, foi oficialmente reinaugurado, levando o nome de um de seus an gos diretores e idealizadores o Prof. Dr. Eurico Li on Pinheiro de Freitas. Atualmente, o laboratório é um órgão técnicoadministra vo cadastrado junto a Pró-Reitoria de Extensão como um projeto de prestação de serviços e subordinado hierarquicamente à direção da FFOE. O LACT atua como laboratório escola atendendo o Estágio Supervisionado em Análises Clínicas, como também auxilia nas a vidades de pós-graduação, realização de dissertações, teses e monografias, além da formação de técnicos de laboratório (através de convênio com a Escola Técnica de Maracanaú).
O laboratório oferece um variado leque de exames à população, com mais de 200 exames, garan ndo assistência básica em todas as áreas das análises clínicas e, com isso, consegue subsidiar material para aulas prá cas e consolidar o aprendizado de habilidades dos estudantes de graduação. O atendimento oferecido pelo LACT é cordial a todo o público, mantendo o sigilo e o respeito ao cliente. No espaço também são desenvolvidos diferentes projetos de extensão e pesquisa dos docentes do DACT e parcerias com outros departamentos da UFC. O quadro de funcionários do LACT conta atualmente com seis bioquímicos, quatro técnicos de nível médio e duas profissionais do Estado, cedidas à Universidade. Mesmo contando com um espaço sico restrito, foi possível realizar mais de 25.000 exames ao longo do ano de 2014 e elevando o laboratório de pequeno para médio porte. Este ano, a perspec va é de um crescimento no número de exames, elaboração do site do laboratório, ampliação do setor de microbiologia, aquisição de automação para o setor de imunologia e interfaceamento dos equipamentos e proporcionar cada vez mais a qualidade na formação de profissionais, capacitando-os para o mercado de trabalho sem esquecer nossa missão que é realizar exames com qualidade e confiabilidade, provendo soluções cada vez mais completas e integradas para a gestão da saúde e o bem-estar das pessoas. Texto: Professora Doutora Renata de Sousa Alves Chefe do LACT
O LACT presta serviços de natureza assistencial, realizando exames laboratoriais de finalidade preven va, diagnós ca e prognós ca à comunidade. www.petfarmacia.ufc.br
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SERVIÇO PIONEIRO EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES CHAGÁSICOS NO ESTADO DO CEARÁ
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controle vetorial e transfusional da doença de Chagas sempre foram a grande preocupação dos governantes. Diante deste controle efe vo nossa principal preocupação foi olhar para os doentes já existentes, visto que no Brasil, a es ma va é de 2 a 3 milhões de pessoas infectadas, principalmente populações pobres que residem na zona rural em condições precárias. Para atender as necessidades do Ceará, região endêmica em doença de Chagas, foi criado no inicio de 2005 o serviço de atenção farmacêu ca aos portadores de infecção chagásica sob a coordenação da Profa Dra Maria de Fá ma Oliveira, sendo hoje a maior referencia em doença de Chagas em todo o Estado do Ceará. O serviço mantém parceria com o Hospital Universitário Walter Can dio – HUWC e Secretária de Saúde do Estado do Ceará que disponibiliza o benzonidazol para o tratamento dos pacientes. Atualmente, o serviço dispensa 47% de todo o benzonidazol distribuído no Estado do Ceará. As a vidades do serviço de atenção farmacêu ca são desenvolvidas no Laboratório de Pesquisa em Doença de Chagas (LPDC), localizado no Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, FFOE-UFC. No hospital os pacientes passam por uma avaliação sica, clínica e laboratorial e no caso de haver indicação de tratamento com benzonidazol são encaminhados ao LPDC para dispensação e seguimento farmacoterapêu co, como também realização de exames sorológicos e clínicos (eletrocardiograma) como critério de controle de cura. Hoje, o serviço conta com 480 pacientes cadastrados com prescrição de benzonidazol na faixa etária acima de 18 anos proveniente de vários municípios do Ceará: Russas, Crateús, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixeré, Independência etc. Essa prá ca de atenção farmacêu ca traz vários bene cios para o paciente como também para o estado minimizando os riscos associados ao uso do medicamento, reduzindo os custos com internação, evitando sequelas por reações adversas, reduzindo as taxas de morbi-mortalidade e melhorando a qualidade de vida de milhões de pacientes chagásicos fazendo com
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que os mesmos se sintam acolhidos dentro do sistema de saúde. O benzonidazol é único medicamento disponível no Brasil para tratar a doença de Chagas. Esse fármaco é bastante tóxico levando muitas vezes a suspensão do medicamento por induzir diversas reações adversas. O aparecimento de reações adversas intensas e de longa duração provoca varias perdas para o paciente e a sociedade tais como ausência ao trabalho, gasto com medicamentos e sofrimento. Esse serviço de acompanhamento terapêu co visa evitar essas perdas e o sofrimento do paciente, melhorando sua qualidade de vida e esclarecendo as dúvidas sobre a doença e até mesmo evitando internação.
Imagem cedida pelo LPDC Figura 1 – Mostra as a vidades desenvolvidas no serviço de atenção Farmacêu ca aos pacientes chagásicos no Estado do Ceará
Texto: Professora Doutora Maria de Fátima Oliveira Coordenadora do LPDC
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Eventos Científicos 2015
LOCAL: Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Ministro Reis Velloso, em Parnaíba-PI. SITE: h p://deltacien fica.com.br/condoner/ ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 8 de março de 2015. TEMA: As perspec vas e os desafios para o enfrentamento das doenças negligenciadas no contexto contemporâneo. INSCRIÇÕES: Online até 10 de maio de 2015. Presenciais até 14 de maio de 2015.
LOCAL: Bahia Othon Palace em Salvador-BA. SITE: h p://www.cobef.org.br/main.php?lang=por_home ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 30 de abril de 2015. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em São Carlos-SP. SITE: h p://portal.crfsp.org.br/congresso/ ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 31 de março de 2015. TEMA: Luz, Ciência e Ação. INSCRIÇÕES: Até 24 de março de 2015 com resumo e 6 de Julho de 2015 sem resumo.
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Revista PET/UFC-Farmacia Eventos Científicos
LOCAL: Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia-GO. SITE: h p://www.saudecole va.org.br/ ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 23 de março de 2015. TEMA: Saúde, Desenvolvimento e Democracia: o desafio do SUS universal. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo-SP. SITE: h p://portal.crfsp.org.br/congresso/ ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 31 de maio de 2015. TEMA: Talentos Farmacêu cos: Construindo hoje a saúde do amanhã. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Complexo Mul eventos da UNIVASF em Juazeiro-BA. SITE: h p://www.plamevasf.univasf.edu.br/index.php ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 24 de maio de 2015. INSCRIÇÕES: Online até 16 de setembro de 2015.
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Revista PET/UFC-Farmacia Notícia em Evidência
Anais IV JOFAR/UFC
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o ano de 2014 foi realizada a IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV JOFAR/UFC. O Evento ocorreu nos dias 9,10 e 11 de abril, no Bloco Didá co do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará.
Neto VSL, Rebouças LV, Oriá RB. A tecnologia de armazenamento em nuvem como nova ferramenta no gerenciamento de um laboratório de pesquisa. In: IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV JOFAR/UFC, abril 2014. Fortaleza. Protocolos, projetos, dados e resultados de experimentos são alguns dos materiais que fazem parte da ro na dos laboratórios de pesquisa. A manutenção da integridade desses documentos é fundamental para a boa prá ca das a vidades nesses ambientes laboratoriais, sobretudo pelo fato de, comumente, haver muitas pessoas vinculadas a esses locais, de modo que o constante fluxo de informações e de produção devem sempre ser man dos em ordem e compilados da maneira segura. O armazenamento em nuvem aparece como uma alterna va para manter esses dados organizados e com back-up. Desse modo, buscando melhorar a organização e gerenciamento de dados com segurança e fácil acesso, bem como melhorar a produ vidade do Laboratório de Biologia da Cicatrização, Ontogenia e Nutrição de Tecidos (LABICONTE), coordenado pelo prof. Dr. Reinaldo Oriá, sendo diretório de pesquisa do CNPq, da Universidade Federal do Ceará, avaliamos os produtos disponíveis no mercado de armazenamento de dados em nuvem. Com o auxílio da internet, foram pesquisados os principais produtos do mercado de armazenamento em nuvem, e os mesmos foram avaliados quanto à sua eficácia, segurança, facilidade de acesso, capacidade de armazenamento e preço. O preço e capacidade de armazenamento foram fornecidos ainda na página inicial do sí o. A segurança foi avaliada de acordo com a leitura das Polí cas de Privacidade de cada sí o. A eficácia e a facilidade de acesso foram discu das e avaliadas pelos próprios usuários do laboratório. O produto que mais apresentou vantagens foi o minhateca.com.br. O serviço oferecido por esse sí o foi considerado superior nos quesitos de preço, segurança e eficácia, pois se trata de um serviço gratuito, sem limite de armazenamento e permite a colocação de senhas nas pastas criadas, para restringir o acesso, e ainda possibilita a criação de senha para bloquear o download dos arquivos armazenados. A criação de pastas permite a organização de acordo com o material a ser posto na nuvem, como ar gos, dados experimentais e defesas. A atualização periódica dos usuários permite a inserção dessa ferramenta na ro na do LABICONTE. Dessa forma, os dados e informações per nentes à produção cien fica do laboratório ficam armazenados de forma segura, gratuita e fácil, além de facilitar a comunicação entre o orientador e seus discentes.
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Fernandes FC, Mendes RC, Sales GPW, Rocha LQ , Nogueira NAP. Avaliação do efeito do óleo essencial de folhas do quimio po II de Lippia alba (mill.) N.E. Brown na ação an microbiana da vancomicina e da azitromicina em cepas de Staphylococcus aureus oxacilina-resistente e oxacilina-sensível. In: IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV JOFAR/UFC, abril 2014. Fortaleza. Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Erva-Cidreira) é uma planta amplamente u lizada na medicina popular brasileira para vários fins terapêu cos. Considerando estudos recentes que comprovam o potencial an microbiano do óleo essencial das folhas de L. alba (OELa), esse estudo teve como obje vo avaliar seu efeito na ação de an microbianos (ATM) u lizados para combater infecções por Staphylococcus aureus resistente (ORSA) e sensível a oxacilina (OSSA). Foram u lizadas 04 cepas microbianas adquiridas da American Type Culture and Collec on e do Ins tuto Oswaldo Cruz, sendo 02 cepas ORSA (ATCC 33591 e CCBH 5330) e 02 cepas OSSA (ATCC 6538P e ATCC 14458). Foram determinadas as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) e Concentrações Letais Mínimas (CLM) por microdiluição, de acordo com metodologia descrita pelo Clinical and Laboratory Standards Ins tute (CLSI) M7-A6 Vol. 23 N° 2, do Óleo Essencial de Lippia alba quimio po II (OELaII) e dos ATM, além do seu efeito na ação de ATM por método de Checkerboard. As CIMs do OELaII para as cepas de S. aureus foram (CCBH 5330 e ATCC 14458 = 0,625 mg/mL; ATCC 6538P e ATCC 33591 = 0,3125 mg/mL). Para a azitromicina (AZI) as CIMs foram (ATCC 6538P = 0,125 ug/mL, ATCC 14458 = 2 ug/mL, ATCC 33591 > 128 ug/mL e CCBH 5330 = 128 ug/m). Já para a vancomicina (VAN), a CIM foi a mesma para as 4 cepas analisadas (CIM = 1ug/mL). As associações OELaII-AZI e OELaII-VAN foram sinérgica sobre todas as cepas de S. aureus ORSA e OSSA, com IFIC de 0,06 na associação OELaII-AZI para S. aureus ATCC 33591, 0,13 para CCBH 5330 e 0,12 para ATCC 6538P e AT C C 14458. Os resultados ob dos demonstram que o O E L a I I pode potencializar, consideravelmente, a ação de ATM, inclusive a Vancomicina, além de poder fazer com que um AT M antes ina vo para determinado microrganismo passe a ter a vidade quando em associação com o OELaII, contribuindo para a redução das doses terapêu cas e para o controle da resistência microbiana.
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COLABORADORES DA REVISTA DISCENTES Ana Luiza Ribeiro Aguiar Carine Soares Neto Carlos Diego Moreira Runo Cristianne Oliveira Medina Fabrício César Fernandes Fátima Daiana Dias Barroso Hilária Valeria Dodou Jonatas José Lobo Oliveira Kézia Nobre Bezerra Maria Emilia Pessoa Farias Rafael Soeiro dos Santos Thales Alves Campelo
DOCENTES Doutor Carlos Couto de Castelo Branco Doutora Renata de Sousa Alves Doutora Maria de Fátima Oliveira Doutora Mirian Parente Monteiro
PROFISSIONAIS Doutora Thalita Rodirgues de Sousa Doutor Danúbio Andrade Bezerra Farias Doutor Cruz Aronai Salmon da Lobato Doutora Maria Marly Lopes Vieira Peixoto Doutora Lúcia de Fátima Sales da Costa Doutor Jackson de Moura
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