Nº2 Ano 2 Semestral 2016 www.petfarmacia.ufc.br Distribuição gratuita
Revista
PET
UFC- Farmácia
100 ANOS FARMÁCIA & ODONTOLOGIA | UFC
40 ANOS ENFERMAGEM | UFC
I Encontro Integrado da FFOE
Entrevista
Farmácia UFC
Destaque
Entenda o papel do Farmacêutico na Farmacoeconomia e na Saúde Mental
Fique por dentro das atividades desenvolvidas na Farmácia Escola, no CART e na Ipharma
Pesquisadores da UECE trabalham no desenvolvimento de vacina contra a dengue por meio de plantas
Revista
PET
UFC- Farmácia
www.petfarmacia.ufc.br A revista PET/UFC Farmácia foi idealizada, organizada e projetada pelos integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC). A primeira edição foi lançada no dia 12 de Março de 2015, na V Jornada da Farmácia da UFC.
Tutora/ Editora chefe Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira
Revisão Ortográfica Vicente de Souza Lima Neto
Colaboradores
Cristianne Oliveira Medina Corpo editorial
Co- Tutora Professora Doutora Maria Goretti Rodrigues de Queiroz Layout Carla Thays Laurindo Pontes Fotografia Gabrielle Dantheias Barroso Carla Thays Laurindo Pontes
Deyzilene Cardoso Araújo Francisco Thiago Guedes Holanda Aline Albuquerque Almeida Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Bianca Rodrigues Farias Vasconcelos Vicente de Souza Lima Neto Carla Thays Laurindo Pontes Caroline Ribeiro de Sousa Fábio Ferreira Menezes Prof. Dr. Fernando S. de Moraes Bezerra Fernando Henrique de Castro Pedrosa Profa. Dra. Cristiani Lopes C. G. de Oliveira Gabrielle Dantheias Barroso Professora Maíra Barroso Pereira Jéssica Andrade Barreto Prof. Dra. Maria Izabel Florindo Guedes Jéssica Sales Araújo Farmacêutica Andréia Maluf Fávaro Mariana Tajra de Castelo Branco Profa. Dra. Lidiany Karla A. Rodrigues
Tratamento de imagem Carla Thays Laurindo Pontes
FALE CONOSCO REDAÇÃO Sugestão de temas, opiniões ou dúvidas sobre o conteúdo. PUBLICIDADE Para anunciar: petufc@gmail.com
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NOSSAS PUBLICAÇÕES Revista
PET
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Rua Capitão Francisco Pedro s/n esquina com Rua Major Weyne Rodolfo Teófilo - Fortaleza - CE - Brasil CEP 60430-170
Editorial
A
educação superior passa pelo desafio de transformar um indivíduo ao ponto de assumir uma nova característica, uma nova identificação, a do ser profissional. Ser esse, que estará inserido na sociedade com serviços prestados e com a formação um coletivo de opiniões e ideias. Porém, mais desafiador ainda é expandir esses objetivos, levando a universidade para fora dos muros; trazendo a comunidade para dentro dos muros; capacitando e formando mentes criadoras. Cabe aqui dizer que Paulo Freire pensa nessa expansão como um agente transformador e capaz de refletir sobre a sociedade e a opressão. Por isso, os projetos criados na Universidade trazem esse peso de importância, criando oportunidades e incentivando a união dos discentes, da comunidade e dos docentes. O Programa de Educação Tutorial (PET) nasceu dessa ideia transformadora, unir o ensino, a pesquisa e a extensão. Unir, pois estas são três esferas tão fundamentais que dentro de uma Universidade fazem tudo acontecer e fazer sentido. Com esse pensamento, o PET/UFC Farmácia vêm há 8 anos auxiliando na formação de alunos e colaborando para tornar a educação farmacêutica mais sólida. Vários são os exemplos de alunos que passaram pelo PET e que, hoje, tem a consciência da importância do Programa para sua formação. A nova visão que o programa proporciona expande as ideias e os anseios tanto sobre o curso de farmácia, quanto sobre a profissão farmacêutica. Por isso, tantos alunos se interessam e fazem o programa acontecer, sempre com a visão no futuro e com a vontade de estar sempre inovando.
Vicente de Souza
Sumário
FALA AÍ, TUTOR! ESPAÇO PET
05 06
Quem somos Atividades Desenvolvidas Biologia Molecular nas escolas:“Um Novo Conceito De Aprendizagem” Sempre petianos
DESTAQUE fio
12
Combate a dengue: um grande desa-
A Transmissão da esquistossomose e a transposição do Rio São Francisco
PROFISSÃO FARMACÊUTICA ENTREVISTAS
27
Ceatox, o que é e por que ele é tão importante?
29
Você sabe o que é Farmacoeconomia? Profissional farmacêu co na Saúde Mental
MATÉRIA DE CAPA
39
I Encontro integrado da FFOE
FARMÁCIA UFC
45
Farmácia Escola : o elo entre o ensino farmacêutico e a prestação de serviços à comunidade.
EVENTOS CIENTÍFICOS
54
Eventos científicos em destaque que irão acontecer em 2016
V JOFAR/UFC
61
Trabalhos apresentados na V Jornada da Farmácia da UFC
I Encontro PPGCF UFC
69
Resumos dos trabalhos premiados no l Encontro do PPGCF UFC
Centro de Informação sobre Medicamentos: uma ferramenta que promove o uso racional de medicamentos Ipharma Jr CART
Fala aí, tutor!
H
á um século nascia a FFO, a Faculdade de Farmácia e Odontologia. Chegamos aos 100 anos e há 40 anos ganhamos uma "irmã", a Faculdade de Enfermagem , e hoje somos a FFOE, a Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem. Nessa segunda edição destacamos algumas conquistas e sonhos realizados em nossa Faculdade de Farmácia. Apresentamos a Farmácia Escola e o Centro de Informação sobre Medicamentos, relatamos o l Encontro do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e a V Jornada da Farmácia da UFC. Lembramos da importante atuação dos alunos através da Ipharma Jr., do CART e do PET. Em março, mês de aniversário da FFO, o PET/UFC-Farmácia também é aniversariante, completa 8 anos. Procurando nossos egressos, tivemos a imensa satisfação de encontrá-los atuando em diversas áreas da Farmácia: laboratório de análises clínicas, farmácia comercial e hospitalar, industria, distribuidora de medicamentos entre outras. Também tivemos a alegria de encontrar petianos egressos seguindo nossos passos, cursando mestrado e doutorado, procurando mais conhecimento e qualificação. Tivemos, sobretudo, a imensa felicidade de ouvir palavras de reconhecimento e gratidão aos anos de PET, e de saber o quanto esses anos contribuíram para o crescimento pessoal e profissional de cada um deles, de cada um que nos deu a alegria da convivência e do aprendizado mutuo. Agradecemos a colaboração e apoio de todos que acreditam ser possível realizar sonhos, ter alunos humanizados, tornar da vida melhor e mais justa. Dedicamos essa segunda edição da Revista PET/UFCFarmácia aos nossos queridos petianos egressos. Profa.Tutora Nádia Accioly 05 Revista PET/UFC Farmácia
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Quem somos Tutora Nádia Accioly
Fábio Bezerra
Carla Thays Bianca Vasconcelos
Jéssica Andrade
Mariana Tajra Jéssica Sales
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Fernando Pedroza
Aline Bezerra
06 Revista PET/UFC Farmácia
Gabrielle Dantheias
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Atividades desenvolvidas ENSINO DISCUSSÃO DE ARTIGOS EM INGLÊS
AULA DE BIOSSEGURANÇA
Grupo de estudos, realizado quinzenalmente, no qual os petianos se reúnem para traduzir e interpretar artigos escritos na língua inglesa, praticando e aumentando os conhecimentos sobre o idioma, além de ter contato com a linguagem científica.
Aula ministrada aos alunos do S1 do curso de Farmácia. Tem como objetivo: alertar sobre a importância do tema, transmitindo conhecimento sobre os riscos e perigos em laboratórios e a necessidade de saber do uso correto dos EPIs e EPCs.
CURSO PRÉ-SAÚDE Evento organizado pelos PETs da Enfermagem, Farmácia, Medicina e Odontologia e o Centro Acadêmico Sônia Gusman (Fisioterapia). Direcionado para os estudantes recém ingressos nos cursos da Área de Saúde da UFC, tem o objetivo de complementar a formação acadêmica de maneira multidisciplinar e promover a integração dos futuros profissionais da saúde. O evento contém palestras abordando temas ligados aos cursos da área da saúde.
SOBREMESA ACADÊMICA: CICLO DE PALESTRAS O Projeto Sobremesa Acadêmica destaca-se pela sua grande importância para a melhoria do ensino de graduação, através de organização de palestras nas quais são abordados temas atuais e imprescindíveis para a formação do profissional da saúde sob um olhar multidisciplinar. As palestras são realizadas quinzenalmente com duração de 1 hora e 15 minutos.
07 Revista PET/UFC Farmácia
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Atividades desenvolvidas EXTENSÃO
BIOLOGIA MOLECULAR NAS ESCOLAS: UM NOVO CONCEITO DE APRENDIZAGEM Tem por objetivo ampliar o conhecimento dos alunos do ensino fundamental e médio sobre o tema “Ciências genômicas e biotecnologia” por meio de aulas teóricas e práticas ministradas pelos petianos em escolas públicas e particulares de Fortaleza-CE. Assim como, possibilitar aos integrantes do PET/UFC-Farmácia, maior contato com a docência.
ÃO DO AVALIAÇ NTO, IME CONHEC USO DE E O Ã Ç A S ACEIT ENÉRICO G S O T N EDICAME
M
m como te e u q a pesquis eitação e e c d a , to to je n o r e P im r o conhec enéricos pelos a li a v a o v g objeti icamentos saúde da UFC e d e m e d o e us o centro d s na farmácia d s te n a d estu atendido s ário te n ie c a l Universit a por p it p s o H ial do ambulator alter Cantídio W (HUWC).
08 Revista PET/UFC Farmácia
PESQUISA
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Atividades desenvolvidas OUTRAS ATIVIDADES JOFAR A Jornada da Farmácia é um evento anual promovido pelo PET/UFC–Farmácia que tem como objetivo ampliar o conhecimento, promover a discussão sobre temas éticos, científicos e a inclusão no âmbito farmacêutico para os estudantes da graduação.
PADRIN O Projeto de Acompanhamento Discente ao Recém Ingresso tem como objetivo ajudar o aluno do primeiro semestre a adaptar-se ao ambiente universitário através do fornecimento de materiais, dicas e esclarecimento de dúvidas sobre as disciplinas, curso, funcionamento da universidade, dentre outros. JORNAL TARJA PRETA Publicação bimestral, contendo dicas de saúde, filmes e livros; notícias e entrevistas que mantém os graduandos informados a cerca dos acontecimentos mais relevantes na profissão, mundo científico, curso de farmácia, universidade, além do incentivo às atividades culturais.
09 Revista PET/UFC Farmácia
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Atividades desenvolvidas OUTRAS ATIVIDADES
NATAL SOLIDÁRIO Atividade realizada com o apoio dos alunos de farmácia da UFC, na . qual uma instituição é beneficiada com uma festa de natal. São preparados brincadeiras, lanches e um momento interativo. Ao final distribui-se presentes para os moradores da instituição.
REVISTA A Revista PET/UFC- Farmácia , elaborada e produzida pelo PET/UFC-Farmácia, com o apoio e a colaboração de docentes e discentes do curso de Farmácia da UFC e de profissionais da saúde, leva informações sobre o universo farmacêutico para os graduandos, pós-graduandos, professores e, por ser eletrônica, abre fronteiras para estes conhecimentos à inúmeras pessoas. A primeira edição foi lançada no dia 12 de Março de 2015, no dia do 99ºAniversário dos Cursos de Farmácia e Odontologia da UFC.
PAPA PILHAS E BATERIAS É um projeto de descarte adequado de pilhas e baterias usadas. A coleta é realizada em papa pilhas e baterias, localizados em diversos locais da Universidade. Posteriormente, esses materiais são encaminhados para postos de coleta.
10 Revista PET/UFC Farmácia
Espaço PET
PET/UFC Farmácia Atividades desenvolvidas O QUE VEM POR AÍ?
U FA R M A
LANDO
das entos im c e h n UFC s e co cia da e á õ ç m r a a , m F Infor aforma so de t r la u p c a o s, nas d em um e texto discipli d izados il io ib e n o do r m isp serão d do Aluno, po ara os alunos p . s al ssados e r o Port las e exercício e t in au FC e vídeos, cia da U á m r a F e curso d
EST R A N
.
L Í N G UA GEIRA P AR
O Língu A TO D O como o a Estrangeira p S bjetivo a r a Todos ( língua e a dissem L E T st ) tem inação d curso d rangeira em es o estud e Inglês colas pú o de um , blicas p a curso co Espanhol, Fra or meio n n c d ê t e a com a s, Alem um intercâm ão e Ita poio de bio em li a a lu n o U n .O o n s que fiz ivers tem a re eram sponsab idades estrang e conhec imentos ilidade de devo iras. O projeto lv o btid er a intercâm bio, bem o pelos alunos o país du populaç como d e favore rante o ão com m c er uma enos op estudo ortu de uma segund nidades ao a Língua .
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Espaço PET
PET/UFC Farmácia Conhecendo nossos Projetos Biologia Molecular Nas Escolas: Um Novo Conceito De Aprendizagem //Luciana Kurosaki Curso de Extensão Tipo – Aulas teórico-práticas de Biologia Molecular Público Alvo – Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental e 1º Ano do Ensino Médio. Início – Outubro de 2012. Resultados – 10 turmas formadas em 9 colégios. O Projeto Biologia Molecular Nas Escolas foi idealizado no início do ano de 2012 com o objetivo de ampliar o conhecimento dos alunos de nono ano do Ensino Fundamental e primeiro ano do Ensino Médio quanto ao tema “Ciências Genômicas e Biotecnologia”, por meio de aulas teóricas e práticas, ministradas pelos integrantes do grupo PET/UFC-Farmácia, em escolas públicas e particulares, localizadas na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Após aprovação na Pró Reitoria de Extensão (PREX) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o projeto começou com duas turmas do nono ano do Ensino Fundamental de colégios particulares no segundo semestre de 2012. As aulas teóricas incluíam temas como: biologia celular, aminoácidos, divisão celular, síntese proteíca e biotecnologia e, a aula prática, extração de DNA de morango. Em um total de 8 horas. A fim de ampliar ainda mais os objetivos do projeto foram incluídos duas aulas após um ano do início do projeto, uma sobre genética e a outra, uma dinâmica sobre a síntese proteica. O curso passou a ter carga horária de 10 horas. Em agosto de 2014, em parceria com a Professora Doutora Luzia Kalyne de Almeida Moreira Leal e Professor Doutor Pedro Jorge Caldas Magalhães, o projeto foi integrado ao Programa Novos Talentos, aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O projeto Interação Universidade-escola com Ciência e Educação, coordenado pelo Professor Doutor Pedro Jorge Caldas Magalhães desempenha várias atividades com os alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Joaquim Alves. Para atender aos objetivos do . Talentos, foram incluídas 10 aulas no cronograma do Projeto Biologia Programa Novos Molecular nas Escolas, dentre elas: aula teórica de Biotecnologia na Área de Saúde, aula de Determinação de Grupo Sanguíneo através de vídeo expositivo gravado em parceria com o Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas (LACT) da UFC. Totalizando 20 horas de aulas teóricas e práticas.
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Espaço PET
Ao final de 3 anos de trabalho foram formadas 10 turmas em 9 colégios, sendo 5 públicos e 4 particulares e mais de 340 alunos já participaram do projeto. --------COLÉGIOS PARTICIPANTES Colégio São Rafael – 2012.2/9º Ano EF Colégio Jim Wilson – 2012.2/9º Ano EF E.M.E.I.F Monsenhor Linhares – 2013.1 / 9º Ano EF E.E.F.M Dr. César Cals – 2013.1/9º Ano EF e 2015.1/1º Ano EM Colégio DeoclécioFerro – 2013.2/1º Ano EM Colégio Juvenal de Carvalho – 2013.2 1º Ano EM E.E.E.P Presidente Roosevelt – 2014.1/1º Ano EM E.E.M Governador Adauto Bezerra – 2014.1/1º Ano EM E.E.F.M. Joaquim Alves – 2014.2/1º Ano EM E.E.F.M Dr. César Cals – 2015.1/1º Ano EM --------Saiba mais sobre o Programa Novos Talentos em http://www.capes.gov.br/educacaobasica/novos-talentos.
Gostou desse projeto? Você sabia que você, também, pode participar?! Se você já fez a disciplina optativa Biologia Molecular aplicada a Farmácia e deseja participar, entre em contato conosco através do e-mail , facebook ou na sala do PET/UFCFarmácia e fale com um de nossos integrantes.
. Farmácia PET/UFC
www.petfarmacia.ufc.br
petfarmaciaufc@gmail.com
(85) 98824-3756
EF – Ensino Fundamental;EM – Ensino Médio; E.M.E.I.F. – Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental; E.E.F.M. – Escola de Ensino Fundamental e Médio; E.E.E.P – Escola Estadual de Educação Prossional; E.E.M. – Escola de Ensino Médio
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PET UFC/Farmácia Sempre Petianos 2008 Isabela Ribeiro Pinto Hellen Cristine Saraiva Dutra Mariana Costa de Menezes Raquel de Castro Chaves SibelleRodigues Maria da Rocha Vivian Romero Santiago
Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Mariana Costa de Menezes Rafael Soeiro dos Santos Samanda Lima Oliveira SibelleRodigues Maria da Rocha Thiago Lima Sampaio
2009 Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Mariana Costa de Menezes Rodolfo de Melo Nunes SibelleRodigues Maria da Rocha
2012 Aduana Francisca Carneiro da Silva Ana Luiza Ribeiro Aguiar Aquiles Paulino Peres Mota Carine Soares Neto Cibelle Ferreira de Moura Carlos Diego Moreira Rufino Davi Paiva Alves Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Glauton José Barroso Uchoa Hilania Valéria Dodou Iandra Prado Magalhães Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Luciana SatieKurosaki Castro e Silva Ludmila Alves Freitas NickolasMarlles Falcão Mendonça Rafael Soeiro dos Santos Samanda Lima Oliveira SibelleRodigues Maria da Rocha Thales Alves Campelo Thiago Lima Sampaio
2010 Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Aquiles Paulino Peres Mota Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Igor Emerson de Oliveira Sá Isabela Ribeiro Pinto Luciana de Brito Siebra e Oliveira Mariana Costa de Menezes Samanda Lima Oliveira SibelleRodigues Maria da Rocha Thiago Lima Sampaio 2011 Aduana Francisca Carneiro da Silva Aline Santos Monte Anielle Torres de Melo Aquiles Paulino Peres Mota Davi Paiva Alves Diogo Siebra Alencar Felipe Moreira de Paiva Hilania Valéria Dodou Igor Emerson de Oliveira Sá
2013 Ana Luiza Ribeiro Aguiar Carine Soares Neto Carlos Diego Moreira Rufino Francisco Thiago Guedes Holanda Hilania Valéria Dodou Iandra Prado Magalhães Jonatas José Lobo Oliveira Luciana SatieKurosaki Castro e Silva Ludmila Alves Freitas Nickolas Marlles Falcão Mendonça
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45 petia nos f izera m par te dessa história
Rafael Soeiro dos Santos Thales Alves Campelo 2014 Ana Luiza Ribeiro Aguiar Carine Soares Neto Carlos Diego Moreira Rufino DeyzileneCardosoAraújo Fátima Daiana Barroso Dias Francisco Thiago Guedes Holanda Gabrielle Dantheias Barroso Hilania Valéria Dodou Iandra Prado Magalhães Jéssica Andrade Barreto Jonatas José Lobo Oliveira Kézia Nobre Bezerra Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva Maria Emília Pessoa Farias Rafael Soeiro dos Santos Thales Alves Campelo Vicente de Souza Lima Neto 2015 Aline Albuquerque Almeida Bianca Rodrigues Farias Vasconcelos Carla Thays Laurindo Pontes Deyzilene CardosoAraújo Fábio Ferreira Menezes Fernando Henrique de Castro Pedrosa Francisco Thiago Guedes Holanda Gabrielle Dantheias Barroso Iandra Prado Magalhães Jéssica Andrade Barreto Jéssica Sales Araújo Luciana SatieKurosaki Castro e Silva Mariana Tajra de Castelo Branco Vicente de Souza Lima Neto
Espaço PET
PET UFC/Farmácia Sempre Petianos Nesta edição, confira quais os caminhos trilhados por ex-integrantes do PET/UFC Farmácia.
Residência a Fa r macêu tic
Indústria Farmacêutica
Mestrado/ Doutorado
Fa r mácia em Ma nipula ção
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An
Fa r mácia Comercia
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Espaço PET
PET UFC/Farmácia Sempre Petianos
Luciana de BritoSiebra e Oliveira – 2010 a 2012
Tiago Lima Sampaio – 2010 a 2012
" Eu me formei em 2013.1 e continuei no mestrado em ciências farmacêuticas, na área de biologia para saúde. Minha pesquisa foi a continuação da minha monografia, relacionada à atividade antifúngica de óleos essenciais extraídos de plantas medicinais, minha orientadora foi a Prof. Nádia Accioly. Concluí o mestrado ano passado (em dezembro) e atualmente estou trabalhando como responsável técnica na Extrafarma e tentando criar coragem para fazer o doutorado, mas está difícil decidir. Com a experiência no PET aprendi a ser proativa, a lidar com pessoas diferentes de mim, respeitando essa individualidade (a gente fica um pouco mais paciente e passa a tratar as pessoas com mais cortesia quando convive muito tempo em grupo), exercitei minha criatividade e meu espírito de liderança (está me ajudando muito agora que sou RT de uma farmácia comercial). O PET me ajudou a crescer como pessoa e como profissional, e sou muito grata pelo tempo que passei na nossa salinha amada."
" Eu terminei o mestrado em farmacologia na UFC no semestre 2015.2 e estou ingressando no doutorado, do mesmo programa no semestre 2016.1 A linha de pesquisa é farmacologia renal com enfoque em bioquímica clinica e farmacologia de produtos naturais principalmente em pesquisas envolvendo cultivo celular. "
Hilánia Valéria Dodou – 2011 a 2013 Atualmente é mestranda nas ciências farmacêuticas, na área de microbiologia. Aline Santos Monte – 2009 a 2010 Atualmente está fazendo doutorado. Aquiles Paulino Peres Mota – 2010 a 2012 Mestrado em patologia. Felipe Moreira de Paiva – 2010 a 2012 Trabalha na indústria Fresenius Kabi na área de garantia da qualidade. Rafael Soeiro dos Santos – 2011 a 2014 Atualmente trabalha na FarmaFórmula.
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Espaço PET
PET UFC/Farmácia Sempre Petianos Samanda Lima Oliveira – 2010 a 2012 " Trabalho no Laboratório Evandro Pessoa e na DASA, a empresa dona do Laboratório Pasteur. Fui petiana de 2010 a 2012. Atualmente trabalho na área de análises clínicas no LabPasteur e no Hospital da Mulher de Fortaleza e estou concluindo especialização em Análises Clínicas e Toxicológicas. No PET eu pude aprender o verdadeiro significado de trabalho em equipe e de organização. Vejo muito em mim, no meu dia-a-dia como profissional, várias coisas que aprendi no PET. Sabe aquele ditado popular "se é pra fazer, que seja bem feito?” É o que aprendi nesses dois anos. Além disso, conquistei amizades que trago até hoje, e que são muito mais que amigos, são uma família para mim. Nos encontros sempre são muito risadas garantidas do nosso tempo. Não me arrependo de ter feito parte desse grupo, foi uma das minhas melhores experiências quando estudante e se eu pudesse fazer tudo novamente, eu faria tudo da mesma forma. Obrigada PET/UFC Farmácia e Prof. Nádia por tudo que aprendi com vocês. Sou eternamente grata. "
Carine Soares Neto – 2012 a 2014 " Meu nome é Carine, sou farmacêutica recém-formada. Eu participei do PET Farmácia durante 2 anos e posso dizer que foi uma experiência muito determinante para minha formação profissional e pessoal. No PET você convive com pessoas de diferentes semestres e diferentes opiniões, para isso você precisa trabalhar o espírito de equipe, a boa convivência e paciência também. Porque no fim cada um contribui para o sucesso das nossas atividades e do programa em si. No PET você consegue desenvolver competências como boa comunicação, dinamismo e também pode viver experiências com gestão de pessoas, de projetos e liderança. Hoje eu trabalho numa indústria multinacional e tenho um cargo de gestão, e com certeza a minha experiência no PET UFC Farmácia foi muito válida e me ajudou a adquirir um pouco dessa experiência de liderança, trabalho em equipe e gestão de pessoas. Quem tiver a oportunidade de participar do PET, participe, dê o seu melhor e com certeza você só terá a ganhar. "
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Espaço PET
PET UFC/Farmácia Sempre Petianos Diogo Siebra Alenca- 2010 a 2012 " Logo que concluí a graduação, comecei a dar aula na escola de saúde pública, em um curso de formação de citotécnicos. Em seguida, entrei na área de farmácia hospitalar e farmácia comunitária, onde atuo até hoje. Estou concluindo uma pósgraduação em farmácia clínica e prescrição farmacêutica. A importância do PET em todo esse processo esteve relacionada principalmente no que diz respeito à superar suas fraquezas e encarar novos desafios. Pode parecer clichê, mas ser pró-ativo é algo que eu aprendi com o PET. Isso é bem importante na vida profissional, antecipar-se aos problemas antes que eles possam se estabelecer. Trabalhar com pesquisa, ensino e extensão, simultâneamente, nos ensina muito. Adquirimos conhecimentos e experiências de vários gêneros, do científico ao social. Outra lição importante foi valorizar o trabalho em equipe, o companheirismo e a amizade. Tenho muito orgulho de ter feito parte de tudo isso e sempre lembro do grupo com muitas saudades. Uma vez petiano, sempre petiano!"
Igor Emerson de Oliveira Sá – 2009 a 2011 " Trabalhei na rede de farmácias Aldesul e na OfficinaHomeopatica Farmácia com Manipulação, em fortaleza. Passei em um concurso para farmacêutico na Prefeitura de Iguatu, mas ainda não fui chamado, enquanto isso estou trabalhando na Farmácia Pague menos de Iguatu. Também estou concluindo a especialização em atenção farmacêutica e farmacoterapia clínica. "
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Espaço PET
PET UFC/Farmácia Sempre Petianos Hellen Cristine Saraiva Dutra - 2008 " " Sou Hellen Dutra, formada pela UFC 2012.1, fui petiana e acredito que este último fez muita diferença no meu modo de exercer minhas atividades como estagiária da indústria farmacêutica, como farmacêutica e atualmente como consultora técnica de uma distribuidora de medicamentos oncológicos. O PET nos ensina não somente a sermos pró ativos, mas a também a sempre irmos atrás de objetivos além do que imaginamos. No PET, aprendi assuntos relacionados à pesquisa, fazendo da minha graduação não somente de aulas, mas também do exercício do que se aprendia na teoria. Na parte do ensino, tive a oportunidade de expor conhecimentos, área essa extremamente necessária a atividade que atualmente exerço. E na extensão, tive contato com o principal motivo de nossa formação na área da saude: o bem estar e qualidade de vida da população. Hoje, sou consultora técnica, onde tenho a oportunidade de esclarecer aos profissionais de saúde conhecimentos acerca de determinado produto, atuando na área da oncologia, mas para chegar onde cheguei várias sementes plantadas pelo PET tiveram de florescer para que os frutos pudessem ser colhidos hoje."
Mariana Costa de Menezes - 2008 a 2011 " A minha história acadêmica se confunde com a história do PET/UFC-Farmácia. Entrei para o grupo na primeira seleção e permaneci até o final da graduação. Durante os três anos e meio que fui petiana de direito (sim, porque costumamos dizer que, de fato,uma vez petiano, sempre petiano) pude desenvolver habilidades inaptas a mim e descobrir outras. O programa permite a vivência do estudante nos três âmbitos da faculdade: ensino, pesquisa e extensão. Dessa forma, estimula a formação de um estudante e futuro profissional atuante, proativo, pensador e capaz de ligar e trabalhar em diversas situações e ambientes. Comigo não foi diferente. Optei por seguir o ramo das Análises Clínicas e vejo no dia-a-dia a herança deixada pelo PET, seja no aspecto profissional ou pessoal. Das reuniões de planejamento trago a capacidade de organizar tarefas, estipular e cumprir prazos e compreender a importância burocrática do sistema. Foram vários cursos organizados e palestras ministradas que me ajudaram a estimular a boa capacidade de comunicação, importante para esclarecer dúvidas de pacientes e médicos. As visitas e desenvolvimento de projetos de extensão e pesquisa em instituições fizeram-me valorizar e enxergar as pessoas de maneira mais humana, observando, na prática, a importância do farmacêutico na garantia da saúde e melhoria da qualidade de vida da população. Todas as nossas atividades eram pensadas e planejadas em grupo, ressaltando a importância do trabalho em equipe e da presença de um líder que oriente e organize as tarefas. Este fato é extrapolado para a vida profissional, onde o bioquímico é a liderança de um grupo maior de profissionais. Ao PET/UFC-Farmácia meu muito obrigada por tantos ensinamentos e meu desejo de que muito outros tenham e saibam aproveitar as oportunidades que esse programa traz ao estudante. Sucesso!"
Isabela Ribeiro Pinto - 2009 a 2012 " Sinto-me grata por estar trilhando um caminho profissional e pessoal de prosperidade. Atualmente, sou doutoranda pela Rede Nordeste de Biotecnologia/UFC, Mestre em Biotecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia/UFC-Sobral e Especialista em Biologia Molecular e Bioquímica pela UECE e faço parte de uma equipe do Laboratório de Farmacologia (UFC/LAFS/Sobral), que desenvolve projetos de pesquisa na área de inflamação no modelo de reabsorção óssea, atividade antioxidante de produtos naturais, eficácia e segurança de fitoterápicos em estudos pré-clínicos. Participar do Programa de Educação Tutorial por 4 anos (PET/UFC-Farmácia), com muito orgulho, foi maravilhoso, e os reflexos desse desafio consigo observar até hoje. O PET me proporcionou descobrir atitudes como responsabilidade, resiliência, criatividade, liderança e gratidão. Nossos encontros diários, reuniões, seminários, cursos, palestras e confraternizações, fizeram o período da graduação tornar-se mais especial, oferecendo-me maturidade e oportunidades. Acredito que a implantação do PET no Curso de Farmácia foi como um insight, gerando uma eclosão de benéficos à Faculdade, como também, à Universidade. Por fim, estou feliz por escrever esse depoimento e poder agradecer, principalmente, à nossa tutora, profa. Nadia Accioly e todos os integrantes que convivi diretamente por tanto tempo e tenho prazer de tê-los como amigos. Esse foi o meu maior ganho! "
19 Revista PET/UFC Farmácia
DESTAQUE
Combate a dengue: um grande desaf io "Para ser um PESQUISADOR, você tem que ser um bom OBSERVADOR!"
//Thiago Guedes A Dra. Maria Izabel Florindo Guedes, pós-doutora em Bioquímica de Proteínas e Biologia Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), é professora Associada da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e chefe do Laboratório de Bioquímica Humana e compartilha as diculdades enfrentadas no desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, utilizando plantas.
uedes
O desafio de combater a dengue, em subsídios para a realização da conduta médium tempo em que não havia alternativas de ca correta pode levar a complicações e morte prevenção, diagnóstico e tratamento contra do paciente, sendo de suma importância a o vírus, impulsionou a professora Maria Iza- elaboração de técnicas inovadoras que auxilibel a empreender o projeto de Vacina contra em esse processo. Atualmente, no Brasil, a a Dengue. A única alternativa que existe atu- realização do diagnóstico é feito pela detecalmente éo controle do mosquito. No entan- ção dos anticorpos IgG ou IgM. Esses marcato, em um Estado como o Ceará, que tem as dores levam uma semana para serem producondições climáticas adequadas para a proli- zidos pelo corpo e alcançarem os níveis plasferação do mosquito, essa ação representa máticos que sensibilizem a técnica usada para uma medida paliativa “Fui OBSERVANDO esse a realização do exame. O e pouco eficaz. cenário. Eu SENTI o que é ter Ceará é uma região endêmica e a população corre um Depois de terdengue. Então comecei a grande risco ao depender minar o doutorado e, observar que até mesmo do dessa tecnologia para o diagtendo assumido o magistério na UECE, ponto de vista clínico se fazia nóstico. Existem outras téca doutora Maria Iza- muito pouco, até o diagnóstico nicas como o PCR que, além bel resolveu iniciar a da dengue é complicado, pois de ser demorada, representa um grande custo para os pesquisa com dena sintomatologia se confunde cofres públicos. “A pesquisa gue. Os primeiros com outras viroses, tornando contra a dengue não cometrabalhos giraram em çou com a vacina, mas foi se torno da produção o diagnóstico impreciso.” desenvolvendo”,explica a de anticorpos, visando desenvolver técnicas sorológicas para doutora. Por ter uma vasta experiência no m e l h o r a r o d i a g n ó s t i c o . A f a l t a d e manuseio de vírus em plantas, a doutora
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Comecei do nada em uma Universidade Estadual. Quando apresentava o projeto, recebia o parecer mais absurdo - isso não existe, porque ela não produz as proteínas em bactérias? eu não queria produzir em bactérias, meu ponto focal é tornar as plantas uma grande fábrica de produção de proteínas vacinais e outros fármacos.
Maria Izabel começou a produzir proteínas nesse sistema. Desde o doutorado, a professora já havia idealizado trabalhar com plantas em detrimento de embriões de galinha, pois esta representa uma técnica mais limpa, mais avançada e ecologicamente correta. À medida que estudava a resposta imunológica do vírus da dengue, a Professora se deparou com o obstáculo de produzir uma vacina para os quatro sorotipos. Ao compreender a resposta imunológica, nasceu a ideia de realizar a imunização com a capa proteica de cada vírus, ou seja, somente com as proteínas externas dos vírus, pois os sorotipos são sorologicamente relacionados, porém antigenicamente diferentes. Diante dessa informação, os pesquisadores recortaram e copiaram o terceiro domínio do envelope do vírus da dengue do tipo 1, 2, 3 e 4. Esse fragmento representa uma das 10 proteínas que o constitui e a única que gera anticorpos protetores. Em seguida, conectaram um fragmento ao outro e produziram uma poli proteína que foi clonada em planta. A poli proteína, em contato com o sistema imune, gera anticorpos protetores. Em seguida, conectaram um fragmento ao outro e produziram uma poli proteína que foi clonada em planta. A poli proteína, em contato com o sistema imune, gera anticorpos protetores que impedem a entrada do vírus na célula.
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Essa estratégia representa uma grande vantagem, por não se utilizar de um vírus atenuado para promover a imunização. A técnica não utiliza o genoma do vírus e não coloca em risco a vida do paciente. “Porque apostar em outras proteínas, que já sabemos de antemão não poderem gerar anticorpos protetores? Além disso, não há nenhuma reação adversa. Ainda não testamos em humanos, mas não irá gerar reações.” Existem outros projetos em andamento que utilizam vírus atenuado, ou seja, o vírus é geneticamente enfraquecido. Segundo a professora, esse método não funciona, pois, ao injetar os quatro sorotipos em um animal, este responde apenas a um sorotipo. Esse processo é semelhante ao realizado pelo mosquito da dengue, deixando o paciente susceptível à dengue hemorrágica. Quando o mosquito infecta um ser humanocom o Dengue1, ele produz anticorpos anti dengue 1, ficando imunizado contra este sorotipo. No entanto, estes anticorpos não protegem contra outros sorotipos (2, 3 ou 4) que porventura venham infectar o paciente, pelo contrário, os anticorpos produzidos facilitam a entrada dos sorotipos 2, 3 e 4 na célula. Isso se deve ao fato das células humanas apresentarem receptores para anticorpos. Os anticorpos produzidos pela
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primeira infecção, que protege contra o sorotipo infectante, ligam-se fracamente aos demais sorotipos e depois se ligam ao receptor de anticorpos da célula humana. Assim, o anticorpo preexistente formado na primeira infecção promove a aproximação e a entrada do segundo tipo de vírus na célula. Dra. Maria Izabel conta que a pesquisa, apesar da grande ajuda de sua equipe e do apoio de um grande colaborador na Inglaterra, foi uma jornada solitária e pioneira no país, pois a tecnologia de produzir proteínas em plantas era desconhecida no Brasil. “Comecei do nada em uma Universidade Estadual. Quando apresentava o projeto, recebia o parecer mais absurdo isso não existe, porque ela não produz as proteínas em bactérias? - eu não queria produzir em bactérias, meu ponto focal é tornar as plantas uma grande fábrica de produção de proteínas vacinais e outros fármacos”. A F I O C R U Z , em parceria com a Fraunhofer, uma empresa alemã, pretende instalar no Ceará uma fábrica de produção de proteínas em plantas. Os colaboradores desse projeto vislumbram desenvolver a vacina contra a febre amarela. A doutora conta que foi convidada pela FIOCRUZ para dar uma palestra no Rio de Janeiro sobre o assunto e os participantes do evento ficaram surpresos com a notícia de que no Ceará já se fazia esse tipo de trabalho. A GreenBean, empresa encubada na UECE e representante do laboratório da doutora Maria Izabel, detêm a patente da vacina contra a dengue. A UECE está à frente na organização de patentes. Isso foi possível graças à instalação do doutorado em Biotecnologia (RENORBIO) a criação da incubadora de empresa e o
NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica da UECE), que possibilitaram o avanço no número de patentes na instituição. O pesquisador escreve um pedido de patente e envia-o para o escritório contratado pelo NIT, que reescrevena linguagem de patente e faz uma busca em todo o mundo. Por fim, o escritório envia a declaração de que a ideia é inovadora. Em seguida, a ideia pode ser depositada como patente. Essa é a descrição resumida dos passos que regem os tramites da propriedade intelectual. “Nós fazemos a manutenção das patentes de nosso laboratório. Uma vez por ano, ou de dois em dois anos, temos que pagar novamente o termo de depósito. É bem caro, mas se o NIT assumisse a responsabilidade de pagar todas as patentes, tornaria o processo economicamente inviável para a universidade. Cada patente custa em tono de 3500 reais. Ao fazer o projeto de pesquisa adicionamos uma rubrica de pagamentos de terceiros, as empresas colaboradoras que nos financiam. No projeto, descrevemos o objetivo do pagamento de patentes e reservamos pelo menos 10.000 reais para esse encargo financeiro, visto que esse se dá em dois momentos, o depósito nacional e o internacional.” A GreenBean tem por responsabilidade intermediar os tramites e dar suporte nas transferências e negociações com empresas priva da. Isso facilita a chegada dos produtos de pesquisa ao mercado e supera a burocracia característica das instituições públicas. É uma empresa responsável por gerir várias pesquisas e procura trabalhar com produção de proteínas em plantas, produção de anticorpos e Biologia Molecular, com vistas alevantar recursos que mantenham o
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Minha RESPONSABILIDADE e DÍVIDA com a comunidade me impulsionaram a fazer algo em benefício da população. Eu tenho a OBRIGAÇÃO de CONTRIBUIR, de dar uma RESPOSTA.”
laboratório em pleno funcionamento. O laboratório presta vários serviços, desenha primes e tem contratos fechados com empresas que fazem análises biológicas. “Esse é o “café com leite” para sustentar a empresa, porque em cada mês nós temos quase 2.000 reais de contas para pagar. A pesquisa da vacina só poderá sair da bancada quando nós tivermos condições de levá-la para a escala comercial”. O caminho que leva a vacina à escala comercial passa pelo teste em humanos e, para isso, é necessário estabelecer uma parceria com o Hospital Walter Cantídio, que faz parte da rede da Anvisa. Além disso, é necessário a avaliação e auxílio dos órgãos e instituições competentes, além de voluntários que colaborem com esse propósito. Toda a carreira estudantil e profissional da Dra. Maria Izabel foi construída dentro da Universidade Pública. Em 1979, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Em 1983, concluiu o Mestrado em Fitotecnia, na área de concentração em virologia vegetal, pela Universidade Federal do Ceará ( U F C ).Em 1999, concluiu o Doutorado em Bioquímica em 2010, o pósdoutorado em Bioquímica de Proteínas e Biologia Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) no Rio de Janeiro. Atualmen-
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te é Professora Associada da Universidade Estadual do Ceará (UECE) no departamento de Nutrição. Toda a trajetória estudantil em escola pública e vida profissional como docente em universidade estadual despertaram na doutora a necessidade e um profundo sentimento de obrigação em retribuir e contribuir com a saúde pública.
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A transmissão da esquistossomose e a transposição do Rio São Francisco // Prof. Dr. Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra Francisco trará benefícios para o semiárido nordestino, em termos de aumento da disponibilidadede água na região, que possui somente 3% do recurso no país. Entretanto, Imagem: JUAN FELIPE ZULIAN SANTOS
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esquistossomose é uma doença grave causada, no Brasil, pelo parasito Schistosoma mansoni, que tem no homem seu hospedeiro definitivo e nos caramujos seus hospedeiros intermediários. As pessoas são contaminadas pelo verme quando plantam, lavam roupa, nadam ou se banham em rios, riachos, vales de irrigação e lagoas contaminados. A liberação de seus ovos na água ocorre pelas fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que se alojam nos caramujos que, por sua vez, liberam novas larvas que infectam as águas e, posteriormente, o homem, por meio da pele ou mucosa. A doença atinge principalmente moradores de zonas rurais. A maioria das pessoas não apresenta sintomas na fase inicial da infecção. Dependendo da fase em que a doença esteja, ela pode apresentar alguns sintomas, como diarreia, febre, tosse, moleza no corpo, prisão de ventre, dores abdominais e tonturas. A erradicação da doença se torna muito difícil, mas é possível diminuir os riscos de transmissão por meio de melhorias no saneamento básico. O projeto de transposição do rio São
Espécie: Biomphalaria glabrata
um empreendimento desse porte deveria contemplar ações para mitigar os impactos que causará à saúde da população visto que quando se aumenta a disponibilidade de água em uma determinada região, como acontecerá no semiárido nordestino, também cresce o risco do aparecimento de doenças de veiculação hídrica, como a esquistossomose. A integração das bacias hidrográficas do semiárido nordestino, com a transposição do rio São Francisco, pode contribuir para o
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aumento da incidência de esquistossomose na região. Ao interligar o "velho Chico" a pequenos rios de estados do nordeste, aumentará o risco de espécies do caramujo transmissor da doença migrarem pela água para locais onde ainda não estavam presentes e originarem a novos criadouros. O Ceará só tem uma das três espécies do caramujo transmissor da doença, a Biomphalaria straminea, e o temor é que outra espécie do molusco muito mais sensível à infecção, a Biomphalaria glabrata, que está presente em outros estados do nordeste e do sudeste, seja introduzida no Ceará por meio do projeto de transposição do rio São Francisco. A falta de saneamento básico adequado nos municípios por onde passarão os dois canais de integração das bacias hidrográficas do projeto é outro fator que deverá agravar a disseminação da doença no semiárido nordestino. O projeto prevê a construção de dois canais. O canal do eixo norte, por exemplo, que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, foi todo traçado sobre zonas rurais, onde os moradores costumam utilizar a água não tratada de rios e açudes para suas necessidades básicas. Em função disso, esses locais podem se transformar em novos focos de transmissão da doença, cujas principais causas são a falta de saneamento básico adequado e de educação sanitária. Para estimar os possíveis impactos à saúde causados pelo projeto na região, alguns projetos têm sido realizados por uma equipe que compõe o laboratório de parasitologia clínica da Universidade Federal do Ceará em parceria com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e a FIOCRUZ
Imagem: Xistose.com
Cercária do Schitassoma mansonicom
(Fundação Oswaldo Cruz). Já percorremos todo o canal do eixo norte fazendo um levantamento de quais municípios apresenta maior probabilidade de propagação da doença. Dos 44 municípios do semiárido nordestino por onde passará o canal de integração do eixo norte, seis já tiveram casos confirmados de esquistossomose e em quatro foi observada a presença de espécies do caramujo transmissor infectado, mas não houve registro de ocorrência da doença. É preciso levar em conta os investimentos que devem ser feitos na área da saúde dos municípios onde os canais passarão para garantir assistência médica à população, caso ocorra um aumento do número de casos da doença. No Estado do Ceará estamos concluindo um projeto em que analisamos os riscos e calculamos o impacto da transmissão em seis municípios por onde as águas passarão. Nessas áreas fizemos coletas de moluscos, analisamos a água, coletamos fezes, urina e sangue de escolares de 07 a 14 anos de áreas próximas ao canal e avaliamos os serviços de saúde de cada município. Além disso, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, estamos fazendo exames nos trabalhadores dos canteiros de obra da transposição (a fim de evitar uma possível
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fonte://g1.globo.com/
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Trecho da transposição do Rio São Francisco
contaminação por estas pessoas para evitar que esses sejam os primeiros a contaminar o canal. O ideal seria que esse trabalho fosse feito nos 21 municípios cearenses por onde vai passar o canal, mas infelizmente falta apoio do Governo Federal. Traçar esse perfil antes das águas começarem a correr pelos canais é de suma importância para podermos fazer futuras avaliações inerentes ao impacto que essa obra causará nas comunidades por ela atingidas.
Prof. Dr. Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra. Professor da disciplina de Parasitologia Clínica/Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enermagem/Universidade Federal do Ceará Coordenador do Mestrado em Patologia/Faculdade de Medicina/Universidade Federal do Ceará Coordenador do Grupo de Pesquisa em Esquistossomose-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Representante Regional da Sociedade Brasileira de Parasitologia-Ce
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CEATOX, o que é e por que é tão importante? // Vicente Neto
Imagem: fortaleza.ce.gov.br
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CEATOX trabalha seguindo a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (RENACIAT). Este é um dos vários centros de toxicologia espalhados pelo País. Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se a assessoria a todo corpo clínico da Emergência do IJF e de outros Hospitais com sugestão terapêutica atualizada com intervenção clínica apropriada; Informações aos demais profissionais e a população em geral sobre intoxicação exógena, prestando uma ação de educação em saúde ativa. Além disso há a coleta de dados epidemiológicos através do preenchimento da ficha de notificação e de atendimentos, usada nacionalmente por todos os Centros de Assistência Toxicológica. Essas informações alimentam o Sistema Brasileiro de Dados de Intoxicações (DATATOX), bem como geram estatísticas que são enviadas ao Sistema Nacional de I n f o r m a ç õ e s Tó x i c o - F a r m a c o l ó g i c a s (SINITOX – MS). Esse trabalho é fundamental para estudos da análise desses indicadores para a tomada de decisões e precauções toxicológicas. Devido à grande quantidade de atendimentos e a atuação desses centros isso se torna um serviço de suma importância para a continuidade dos serviços de assistência a população. Os agentes causadores de intoxicação mais frequentes encontrados no Ceará são animais peçonhentos como: Aranha Marrom
do gênero Loxosceles, escorpião da espécie Tityusstigmuruse serpentes jararaca (Bothrops), cascavel (Crotallus) e a coral verdadeira (Micrucus). Além desses, outros animais também estão nessa lista como abelhas, maribondos, lacraias dentre outros. Outros agentes de ocorrência são organofosforados, carbamatos (o mais comum é o chumbinho), piretróides, paraquat e cumarínicos. Atendem-se também intoxicações por medicamentos, por plantas tóxicas e por outros agentes que podem levar a algum grau de intoxicação humana. Atualmente, o corpo de profissionais do CEATOX-CE consiste de uma equipe formada por farmacêuticos e um médico 27
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PROFISSÃO FARMACÊUTICA
coordenador, além de 10 estagiários graduandos de farmácia e de medicina e 2 auxiliares técnicos administrativos. Esta equipe atua 24 horas por dia tanto em atendimentos de emergência presenciais quanto por telefone. A população e os profissionais de saúde podem tirar dúvidas por meio do DisqueIntoxicação, que atende pelo número 0800722-6001. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). Para o contato direto com o CEATOX o número é o 32555050.
Disk Intoxicação 0800-722-6001 CEATOX 3255-5050
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ENTREVISTAEntrevista | Maíra Barroso
Você sabe o que é Farmacoeconomia ? //Jéssica Andrade “O termo Farmacoeconomia é também utilizado de forma mais restrita como sinônimo da avaliação econômica de medicamentos. Neste tipo de avaliação, considera-se o custo e os resultados na escolha entre alternativas terapêuticas”
A
professora Maíra Barroso Pereira é graduada em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduada em Gestão Estratégica do Varejo pela Fundação Instituto de Administração da faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e em Processos Educacionais em Saúde pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. É Mestre em Ciência Farmacêuticas pela UFC (área de concentração em Farmácia Clínica) e Professora das disciplinas de Gestão Farmacêutica e Farmacoeconomia do Curso de Farmácia da UFC. PET: O que é a Farmacoeconomia? Maíra Barroso: A Farmacoeconomia tem diversas definições que refletem olhares diferentes sobre esse campo de estudo. Mas uma definição bastante utilizada é a da Sociedade Internacional para Farmacoeconomia e Pesquisa de Resultados (International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research – ISPOR), em que “Farmacoeconomia é a disciplina científica que avalia o valor global dos produtos farmacêuticos, serviços e programas para cuidados de saúde.
Como resultado natural da necessidade dessa avaliação, essa disciplina aborda os aspectos clínicos, econômicos e humanísticos das intervenções de cuidados à saúde, aplicados à prevenção, diagnóstico, tratamento e gerenciamento de doenças”. Os estudos farmacoeconômicos, então, devem fornecer informações baseadas em evidências científicas para que a decisão a ser tomada quanto à alocação dos recursos de cuidados a saúde seja a mais eficiente possível. O termo Farmacoeconomia é também utilizado de forma mais restrita como sinôni-
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ENTREVISTA | Maíra Barroso
mo da avaliação econômica de medicamentos. Neste tipo de avaliação, considera-se o custo e os resultados na escolha entre alternativas terapêuticas. PET: Como é a atuação da Farmacoeconomia nos sistemas de saúde (público e privado)? MB: Observa-se no atual cenário do setor saúde, seja ele público ou privado, um aumento crescente da demanda e dos gastos com medicamentos, e em contrapartida uma limitação de recursos. Por isso que as decisões dos gestores e dos prestadores de serviços devem ser baseadas nos Estudos Farmacoeconômicos, pois são exatamente esses estudos que geram subsídios para uma melhor tomada de decisão. É uma ferramenta de grande utilidade para medir os efeitos que tem as decisões sobre os recursos disponíveis e também as possibilidades existentes para quantificar o impacto, em termos de saúde, de uma intervenção sanitária. As informações oriundas dos Estudos Farmacoeconômicos têm ampla possibilidade de utilização. Podemos destacar principalmente na autorização da comercialização de medicamentos, na fixação de preços e negociação de compra, na escolha dos critérios do financiamento público de medicamentos, no suporte às decisões sobre investigação e desenvolvimento na indústria farmacêutica e na definição de estratégias de marketing, na incorporação de medicamentos em guias farmacoterapêuticos, no suporte à tomada de decisões clínicas e na decisão de aquisição ou incorporação de medicamentos via processo judicial. PET: Como são feitas as escolhas de trata-
mento com medicamentos, entre outros, para o benefício do paciente, que critérios são utilizados nessas escolhas? MB: Geralmente, os critérios de escolha do prescritor são baseados nas informações que os profissionais têm a respeito da eficácia dos tratamentos e não da sua efetividade e da sua eficiência, isto é, da relação entre o custo e o benefício. Muitas vezes, estas informações são advindas da indústria farmacêutica, informações que podem ter um viés de credibilidade e veracidade.O ideal seria que os critérios clínicos para a prescrição de medicamentos fossem baseados em evidências científicas, informações que podem ter um viés de credibilidade e veracidade. O ideal seria que os critérios clínicos para a prescrição de medicamentos fossem baseados em evidênciascientíficas, como também em Estudos Farmacoeconômicos, para otimizar a utilização dos recursos. PET: Quais são os critérios de seleção utilizados na inclusão de medicamentos nas listas padronizadas de medicamentos no SUS e qual o órgão governamental responsável por isso. MB: Em nível nacional, temos a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) que foi criada em 2011 e que tem por objetivo assessorar o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à incorporação, a exclusão ou a alteração de tecnologias em saúde pelo SUS, bem como na constituição ou na alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Nas avaliações, a CONITEC se fundamenta na análise baseada em evidências, levando em conside-
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ENTREVISTA | Maíra Barroso
ração aspectos como eficácia, acurácia, efetividade e segurança da tecnologia, além da avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já existentes. Existe todo um processo para que haja a incorporação de medicamentos. Para maiores informações, eu sugiro consultar o site da CONITEC (http://conitec.gov.br/), onde há todas as informações sobre o processo de incorporação de medicamentos no SUS. PET: Como são feitas as análises de custos dos tratamentos com medicamentos? MB: Primeiramente, a definição do que é custo tem que estar clara. O custo é definido como o valor monetário de recursos consumidos na produção de outros bens e serviços em um determinado período (ou a impossibilidade de utilização de um recurso, no caso das perdas de produtividade). Posteriormente, o profissional, seja ele um gestor, um técnico ou um pesquisador, tem que ter bem claro o objetivo desta estimativa e qual a metodologia a ser utiliza -da para medir o custo. Com relação especificamente aos Estudos Farmacoeconômicos, temos dois principais tipos de custos, os tangíveis e os intangíveis, que podem ser mensurados ou não em um estudo.Os Custos Tangíveis possuem valor monetário agregado e são fáceis de serem quantificados. Esses custos podem ser classificados como diretos ou indiretos. Os Custos Diretos são aqueles relacionados diretamente com a intervenção farmacoterapêutica (exemplos: mão-de-obra direta, material, medicamentos, etc.). Incluise aqui os Diretos Sanitários (remuneração dos médicos, medicamentos, exames, diárias hospitalares) e os Diretos Não-sanitários
(alimentação, transporte, adaptações hospitalares). Os Custos Indiretos ou de produtividade são aqueles relacionados com as mudanças na capacidade produtiva do indivíduo pelo acometimento de alguma doença – dias de abstinência laboral (perda de dias de trabalho) ou falecimento. Esses tipos de custos são importantes para determinadas doenças crônicas e, ao contrário dos custos diretos, não representam despesas efetivamente incorridas. Os Custos Intangíveis estão relacionados às mudanças na qualidade de vida e às consequências da doença em si ou do tratamento, como dor, ansiedade, sofrimento, tristeza, etc. Temos então uma valorização subjetiva do custo. PET: Como funciona o processo de judicialização para tratamentos/medicamentos no Brasil? MB: O que se chamamos de judicialização da saúde não é nada mais do que reivindicações feitas pela sociedade civil, fundamentadas no direito constitucional à saúde, que inclui o o dever do Estado de prestar assistência à saúde individual, de forma integral, universal e gratuita, por meio do SUS. Mas existem critérios que devem ser avaliados e julgados quando se trata em oferecer um produto ou um se rviço por me io d o S U S , como efetividade, segurança, eficiência, equidade, o que não está acontecendo, porque o poder judiciário tem limitado a determinar o cumprimento pelos gestores de saúde da prestação requerida pelos reivindicantes, respaldados por uma prescrição médica individual, sem a avaliação prévia desses critérios. Há implicações orçamentárias e técnicas que envolvem a incorporação de
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ENTREVISTA | Maíra Barroso
tecnologias na assistência à saúde que não podem passar desapercebidas. Por isso é que os estudos farmacoeconômicos são de grande valia e podem ser a principal fonte de informação para as decisões do judiciário. PET: Fale um pouco sobre a atuação do farmacêutico na Farmacoeconomia. M B: O farmacêutico é, sem dúvida, o profissional com maior atuação na área da Farmacoeconomia no Brasil e no exterior. É importante que o farmacêutico, sendo o profissional do medicamento, atue dentro de uma equipe multidisciplinar para que a visão sobre a decisão a ser tomada seja mais abrangente. Estou agora tendo a oportunidade de cursar um M B A em Economia e Avaliação de Te c n o l o g i a s e m S a ú d e ( A T S ) p e l o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), onde aproximadamente 50% dos alunos são farmacêuticos, isto é, a partir de uma seleção criteriosa e que focou naqueles profissionais que trabalham ou fazem pesquisa na área de ATS, onde a Farmacoeconomia também está inserida, os farmacêuticos são a categoria profissional que mais têm contribuído com a área. Isso é excelente para nós! E nos dias atuais, tem se observado que os principais mercados de atuação do farmacêutico na área de Farmacoeconomia são: na indústria farmacêutica, onde são feitos estudos farmacoeconômicos para o registro e também como estratégia de marketing; no setor de saúde suplementar, como critério de seleção e autorização da aquisição de medicamentos; na área da
Farmácia Clínica, como critério de seleção da melhor alternativa terapêutica para um paciente; e nas instituições governamentais e não governamentais também como ferramenta na inclusão ou exclusão de medicamentos em protocolos clínicos e nas listas padronizadas de medicamentos. PET: O que você considera de mais importante na sua atuação na Farmacoeconomia? MB: A minha atuação hoje é basicamente acadêmica, o que eu acho que tem um valor inestimável. Torço muito para que a Farmacoeconomia seja uma disciplina presente em todos os cursos de graduação e que o conhecimento advindo dessa disciplina possa ser posto em prática por muitos farmacêuticos em seu âmbito de trabalho. Esse hoje é meu papel, de sensibilizadora e promotora da prática da farmacoeconomia. Mas também pretendo, quando entrar no doutorado, trabalhar na área de avaliação de tecnologias em saúde, com foco na Farmacoeconomia como linha de pesquisa. PET: Em sua opinião, o currículo do curso de graduação em Farmácia prepara o farmacêutico para atuar na Farmacoeconomia? MB: Deve-se salientar que o currículo do Curso de Farmácia da UFC é um dos no país a ter a disciplina de Farmacoeconomia na grade curricular da graduação. Essa foi uma das vitórias conseguidas pela Professora Eneida Porto, Professora da disciplina, e do Departamento de Farmácia da UFC. Do meu conhecimento, dentre as maiores faculdades da farmácia do país, somente a da USP tem a essa disciplina na graduação. Muitas vezes o
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ENTREVISTA | Maíra Barroso
tema é tratado dentro de outras disciplinas, sendo trabalhado de forma superficial em sala de aula. A disciplina de Farmacoeconomia da UFC permite ao estudante desenvolver competências, principalmente no âmbito da compreensão e da aplicação dos conceitos e ferramentas da farmacoeconomia. Mas para aquele profissional que irá atuar especificamente na área, seria importante e necessário um aprofundamento maior que ele pode conseguir em uma pós graduação.
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Entrevista entrevista | Andréia Maluf
Prossional Farmacêutico na Saúde Mental // Gabrielle Dantheias
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Hoje a Saúde Mental trabalha com a visão da reabilitação psicossocial e biomédica, na tentativa de integrar pacientes, que possuem transtornos ou problemas mentais, com a comunidade, através dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS)
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Andréia Maluf Fávaro, nossa entrevistada, a direita, é Farmacêutica formada na Universidade Federal do Ceará e possui especialização em Saúde Mental na Universidade Estadual do Ceará. Trabalha na Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Fortaleza, na Célula de atenção em Saúde Mental. A esquerda, Carolina Aires, gerente da célula de atenção à Saúde Mental .
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entrevista | Andréia Maluf
PET: O que é Saúde Mental?
tocante ao abastecimento e a dispensação de medicamentos, mas não existia um farmaAndrea Maluf: De maneira sucinta, em saúde cêutico clínico, que hoje está presente em mental devemos promover novas possibilida- cada unidade dos CAPS. A função destes é des de melhorar, qualificar as condições e realizar constantemente o monitoramento modos de vida, orientados pela produção de das condições clínicas do paciente, para vida e de saúde. E não se restringindo a cura prevenir agravos de efeitos colaterais dos de doenças. Isso significa acreditar que a vida medicamentos, como síndrome metabólica e pode ter outras formas de ser percebida, problemas com a tireóide. experimentada e vivenciada. Para tanto, é Portanto, atualmente existem nos necessário olhar o sujeito em suas múltiplas CAPS dois farmacêuticos, o que atua na parte dimensões, com seus desejos, anseios, valo- logística, na assistência e dispensação de res e com suas escolhas. medicamentos controlados, e o que atua na Atualmente, a saúde não pode ser clínica e atenção farmacêutica do paciente. A considerada a ausência de doenças, principal- atuação do farmacêutico clínico nos CAPS é mente quando se fala em saúde mental, recente, pois em Janeiro deste ano, foi realitanto é que a equipe de um Centro de zada uma capacitação de 20 horas pela Atenção Psicossocial (CAPS) é uma equipe Coordenadoria De Gestão do Trabalho e multiprofissional composta por farmacêuti- Educação Na Saúde (COGETS) /Secretaria co, psiquiatra, psicólogo, assistente social e Municipal da Saúde (SMS), em que fui à terapeuta ocupacional. Então são realizadas, orientadora e facilitadora desse processo. além de um diagnóstico e tratamento farma- Foram capacitados 14 farmacêuticos na área cológico efetivo, intervenções psicossociais, de farmácia clínica e atenção farmacêutica na tentativa de proporcionar uma melhor em saúde mental. É importante salientar que qualidade de vida aos pacientes. esse projeto no município de Fortaleza é Portanto, ocorre uma assistência pioneiro, inclusive no Brasil, pois não há outro integral ao sujeito, pois o grande objetivo é projeto como este no país com uma proposta devolver para o paciente a autonomia de deste porte. vida. PET: O que foi a reforma psiquiátrica e no PET: Quando a profissão farmaceûtica que ela contribuiu para a modificação da s u r g i u n o c a m p o d a s a ú d e m e n t a l ? assistência farmacêutica? AM: Sempre existiu o farmacêutico atuando na saúde mental, por meio da dispensação dos medicamentos controlados. Posteriormente surgiu a farmácia clínica em saúde mental que é pioneira no Ceará. No CAPS existiam farmacêuticos responsáveis fpela logística da assistência farmacêutica no
AM: Antigamente, o modelo Eugênico de saúde, os pacientes que tinham transtornos ou problemas mentais, eram alienados da sociedade e isolados em manicômios. A reforma psiquiátrica começou na Itália tendo como protagonista e porta voz do movimento, o psiquiatra Franco Basaglia,
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entrevista | Andréia Maluf
revoltado na época com as condições desumanas com que os pacientes da saúde mental eram tratados. Já no Brasil, a maior referência dessas condições desumanas está na tragédia singular da nossa história que ocorreu na cidade de Barbacena, Minas Gerais. Essa tragédia é bem descrita na obra de Daniela Arbex, intitulada “Holocausto Brasileiro Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”. A reforma psiquiátrica surgiu justamente para quebrar com o modelo vigente manicomial e tratar o sujeito sem retirá-lo do seu contexto de vida em sociedade. Atualmente, no modelo de atenção psicossocial, quando realmente há necessidade de estabilizar o quadro psiquiátrico do sujeito, trabalha-se com o acolhimento e permanência breve nos serviços da rede de atenção psicossocial, a fim de estabilizá-lo e reabilitálo, pois hoje trabalhamos com a visão da reabilitação psicossocial e biomédica, na tentativa de integrar esses pacientes com a comunidade, por meio dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS). Uma vez estabilizado e reabilitado, o usuário recebe visitas dos profissionais do CAPS para avaliar como ele se encontra e a situação familiar que está vivendo. Nos casos em que os usuários estejam com dificuldades de mobilidade e não possam ir ao CAPS, por motivos diversos, estes também recebem visitas domiciliares dos profissionais do CAPS em suas casas, realizando um acompanhamento e fazendo sua medicação, caso seja necessário. Além disso, nos próprios CAPS os usuários encontram uma forma de se reabilitar, por meio de oficinas de pintura e música que ocorrem nesses centros. Mas o grande objetivo é que esses usuários possam
realizar essas atividades em locais no seu próprio território de referência, em equipamentos públicos como os da Rede Cuca, por exemplo. Pois em saúde mental, muitas vezes, dependendo da condição de agravo, não se trabalha com a perspectiva de cura e sim com a estabilização do usuário e sua qualidade de vida, com a remissão de sinais e sintomas. Sob a perspectiva da farmácia clínica, trabalha-se também com o monitoramento do seguimento farmacoterapêutico do usuário enquanto ele está fazendo uso de medicamentos, para que ele não venha a adoecer de uma possível co-morbidade induzida por efeito colateral de sua medicação de uso contínuo, como síndromes metabólicas (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus II, hipercolesterolemia, obesidade) entre outros, já que os medicamentos que são utilizados possuem uma faixa terapêutica estreita, ou seja, a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica. PET: Em quais segmentos da Saúde Mental o profissional farmacêutico pode atuar? AM: Existem tipos de CAPS que se diferenciam pelo numero de habitantes e pelo grau de complexidade do serviço ofertado, em Tipo I, II e III (24hs), estes equipamentos estão distribuídos em cada uma das Seis Secretarias Regionais (SR) presentes no município de Fortaleza.O CAPS tipo III (1 Geral e 2 Álcool e Drogas-ADs) funciona durante 24 horas e é considerado o serviço de maior complexidade que nós temos no município. Integrado à estes serviços tipo III temos os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), em que são acolhidos os pacientes egressos de interna-
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ções de longa permanência em hospitais psiquiátricos e que perderam por completo os vínculos familiares, além dos leitos de observação psicossocial (24 horas), o atendimento ambulatorial, a dose supervisionada para pacientes sem cuidadores ou com dificuldades de adesão a terapêutica prescrita, os grupos de costura, dança, artes e música, que também fazem parte do CAPs tipo III. Neles há o atendimento de todos os pacientes envolvidos com a saúde mental, exceto crianças e adolescentes que são acolhidos nos CAPS Infantis até os 16 anos de idade. Já o CAPS Gerais e ADs (usuários de álcool e outras drogas) atendem os usuários em idade adulta e idosos. Portanto o profissional farmacêutico pode atuar em três segmentos diversos na saúde mental, com base no perfil dos pacientes que são atendidos em cada CAPS. PET: Quais são as atribuições do farmacêutico na área da Saúde Mental? Como é a rotina de trabalho da senhora? AM: Como assessoria técnica da Assistência Farmacêutica da Célula de Atenção em Saúde Mental, atuamos na organização da rede de atenção psicossocial (RAPS), colocando em prática as diretrizes da Saúde Mental preconizadas pelo Ministério da Saúde. Ou seja, a célula possui a função de fazer com que essas diretrizes sejam aplicadas, realizando, dessa forma, o monitoramento da aplicação dessas diretrizes dentro da rede de saúde mental do município de Fortaleza. Além disso, da célula partem ações, como organização de capacitações e das diretrizes de matriciamento das equipes de saúde mental, para que os profissionais que estão trabalhando nos CAPS
saibam como manejar as situações do cotidiano dos serviços na contenção de crises e urgências em saúde mental. Na célula ocorre a lotação dos profissionais e a orientação na organização do fluxo nos serviços. Atualmente a célula está em processo de elaboração de uma Linha Guia de tratamento dos usuários de saúde mental na atenção primária de saúde, feito por uma equipe multidisciplinar. Essa Linha Guia é destinada aos profissionais da atenção primária (APS), com o objetivo de ajuda-los e direcioná-los, tanto no âmbito psicossocial, quanto no âmbito farmacológico, a como cuidar diante da demanda constante de usuários na Atenção Primária que necessitam de cuidados em saúde mental. Na célula também ocorre o recebimento de relatórios consolidados da farmácia clínica mensalmente que são enviados por todos os CAPS do município de Fortaleza, relatando as intervenções farmacêuticas (IF) que foram realizadas, bem como os Resultados Negativos a Med icamentos ( R N M s) e Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs) detectados e condições comórbidas mais prevalentes. Além disso, visitamos uma vez por mês os CAPS de cada regional, tanto para fazer uma supervisão do trabalho dos farmacêuticos clínicos, tirar dúvidas, conversar sobre o manejo farmacoterapêutico, bem como a supervisão da alimentação do sistema BPA/Registro das Ações Ambulatoriais de Sa úde (RAAS) do Ministério da Saúde (MS). PET: O que é necessário (cursos, especialização, etc) para um farmacêutico trabalhar nessa área? AM: Através de capacitações, como a realiza
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da em janeiro deste ano pela Secretaria Municipal de Saúde, e dos matriciamentos que são articulados pela Célula de Atenção a saúde mental (SMS) ou via equipes CAPS dos serviços. PET: Quais as perspectivas do profissional farmacêutico nessa área? AM: As perspectivas são de que o medicamento volte para o seu “devido lugar” que é o de coadjuvante do projeto terapêutico singular (PTS) do usuário e não mais como protagonista do cuidado, como infelizmente ele tem ocupado hoje. Já que o protagonista do cuidado de um usuário de saúde metal são as intervenções psicossociais, em que tudo é pactuado com o paciente e o medicamento é uma ferramenta à mais no PTS do sujeito.
mental, você se envolve com todo um grau de complexidade de estudo da farmacologia de uma maneira mais profunda e complexa. Com isso, eu acho que a graduação poderia passar a contemplar a farmácia clínica voltada para a saúde mental. O conselho que eu dou para a pessoa que queira seguir a área da saúde mental, é que adquira uma boa literatura de farmacologia especializada em psicofarmacologia e interações medicamentosas para ter boa base de compreensão dos mecanismos envolvidos, acerca do uso dos psicofármacos.
PET: Qual seria seu conselho para o estudante de graduação que pretende seguir nessa área? AM: O meu conselho é que o estudante deve gostar da área da farmacologia que envolve a área da psiquiatria, que tenha perfil para o trabalho diferenciado e especializado em saúde mental com a farmácia clínica e a atenção farmacêutica. Apesar de ser uma área que “assusta” um pouco, pois o mecanismo de ação de alguns fármacos que são utilizados na área da neuropsiquiatria, ainda não estão completamente elucidados, hoje em dia temos muita literatura disponível para um trabalho baseado em evidência e uso racional dos psicofármacos. Então as pessoas sentem uma dificuldade, já que é tudo muito complexo quando se envolve sistema nervoso central. E quando você trabalha em saúde
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I Encontro Integrado da FFOE Comemoração dos 100 anos da Faculdade de Farmácia, Odontologia e 40 anos da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará \\Conselho Regional de Farmácia A abertura das comemorações dos 100 anos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi uma noite de homenagens àqueles que contribuíram para o crescimento e consolidação da graduação. Também foram homenageadas personalidades e instituições que colaboraram com a trajetória de 40 anos do Curso de Enfermagem e centenário também da Odontologia. A solenidade foi realizada pela UFC no Hotel Wirapuru, no bairro Dias Macedo, na sexta-feira (18/03). Durante o evento, deliberação da IV Reunião Plenária Ordinária, a diretoria do CRFCE conferiu Menção Honrosa ao Reitor da universidade, professor Henry de Holanda Campos, e à coordenadora de Farmácia, professora Nirla Rodrigues Romero. A história dos dois cursos centenários foi resumida num cordel de autoria de José Rômulo Mesquita apresentado ao público no início do ato solene, antecedendo a fala do Prof. Carlos Couto de Castelo Branco, que, ao se referir ao surgimento dos cursos de Farmácia e Odontologia (em 1916), destacou a "coragem, desprendimento e arrojo" de seus fundadores.Outros nomes dos cursos de Odontologia e Enfermagem também foram homenageados. A mesa dirigente dos trabalhos foi composta pelo Reitor Henry Campos; pela Profª Lidiany Karla Azevedo; pela Profª Ana Karina Bezerra Pinheiro; pelo Secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda; pelo Prof. José Arimateia Dantas, Reitor da Universidade Federal do Piauí; pelas professoras Maria Vera Lúcia Cardoso, Nirla Romero, Viviane Martins da Silva e Mirian Parente Monteiro; e pelos professores Antônio Materson da Silva e Juliano Sartori Mendonça.
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I Encontro integrado da FFOE
Durante o evento, os integrantes do PET/UFC Farmácia entrevistaram alguns participantes do I Encontro Integrado da FFOE. Conra!
Farmácia Na foto, da direita para esquerda, a entrevista Prof. Nádia Accioly, tutora do PET/UFC Farmácia, e as Professoras Renata, Alice, Goretti. PET: O que mais lhe chamou atenção no I Encontro Integrado da FFOE? Nádia Accioly: A alegria, a gratidão e o reconhecimento de todos os que fazem a FFOE. PET: Defina o evento em uma só palavra. NA: Reconhecimento. PET: Durante esse tempo de 100 anos, qual foi a contribuição do curso para o mercado e para a profissão? NA: Formar excelentes profissionais, cada vez mais humanizados. Alem de tornar possível a atuação de farmacêuticos em inúmeras áreas, como a saúde, indústria e ensino. PET: Quais as dificuldades que o curso enfrenta? Quais futuras barreiras você imagina que terão de ser vencidas? NA: Em toda a história da Farmácia da UFC, enfrentamos muitas dificuldades. Temos dificuldades financeiras, atualmente agravadas pela atual situação do país; e, dificuldades estruturais, pois como o curso encontra-se em constante e notável crescimento, precisamos cada vez mais de melhores infraestruturas e maiores espaços. Apesar das dificuldades que enfrentamos temos a certeza que o curso de Farmácia continuará em constante crescimento, formando farmacêuticos qualificados para novas tecnologias e para as exigências do mercado de trabalho, através de uma formação de qualidade e generalizada. Nádia Accioly Pinto Nogueira Professora Associada da Área de Biologia Molecular da Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará.
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I Encontro integrado da FFOE
Odontologia PET: O que mais lhe chamou atenção no I Encontro Integrado da FFOE? Lidiany Karla: A união entre os 3 cursos, o que não é comum. PET: Defina o evento em uma só palavra. LK:Comemoração PET: Durante esse tempo de 100 anos, qual foi a contribuição do curso para o mercado e para a profissão? LK: Inúmeros profissionais e conhecimento. PET: Quais as dificuldades que o curso enfrenta? LK: Infraestrutura física deficiente. PET: Quais futuras barreiras você imagina que terão de ser vencidas? LK: Infraestrutura física e renovação do quadro docente. Lidiany Karla Azevedo Rodrigues Professora Associada da Área de Dentística da Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará.
Na foto, do lado direito está a entrevistada Lidiany Karla Azevedo Rodrigues, Diretora da FFOE; do lado esquerdo, Profa. Ana Karina Pinheiro Bezerra, ViceDiretora da FFOE
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I Encontro integrado da FFOE
Enfermagem PET: O que você teria a relatar sobre os 40 anos da faculdade de Enfermagem da UFC? Caroline Ribeiro: Durante esses 40 anos, de forma resumida, podemos dizer que muitas lutas e conquistas fizeram parte dessa história e que que hoje, tudo o que conseguimos foi a partir da força de vontade das professoras do nosso departamento, especialmente a professora Grasiela que fundou o curso. PET: Como você definiria a atual estrutura do curso? CR: Atualmente, o curso passa por um processo de mudança e adaptação, estamos mudando o currículo e sabemos as dificuldades que acontecem durante esse processo. A nova estrutura oferece muito mais oportunidades para os alunos se desenvolverem. Hoje, também contamos com um maior número de alunos. PET: Como você imagina a faculdade de Enfermagem quando completar seus 100 anos? CR: Eu imagino que o curso esteja mais desenvolvido ainda, com uma estrutura física mais nova. Sempre esperamos mudanças que vão acrescentar os alunos e também um ambiente que favoreça o professor ensinar. PET: Durante esse tempo, qual a contribuição do curso para a sociedade? CR: Durante esse tempo, o curso contribuiu de forma positiva para a sociedade. Desenvolvendo pesquisas significativas, atividades de extensão para a comunidade, diversas ações desenvolvidas nos estágios acadêmicos, além de formar profissionais enfermeiros competentes para o mercado de trabalho e para as necessidades da população. Caroline Ribeiro de Sousa Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará - UFC Bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET/MEC/SESu
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I Encontro integrado da FFOE
Professores do curso de FFOE
Petianos e Professores dos cursos de Farmácia, Odontologia e Enfermagem
Petianos do curso de Farmácia
Professoras do curso de Farmácia
Petianos do curso de Odontologia Cerimônia de abertura 43 Revista PET/UFC Farmácia
I Encontro integrado da FFOE
Mural dos 40 anos de história da Enfermagem no Ceará Mural dos 100 anos de história da Odontologia no Ceará
Hotel Wirapuru
Mural dos 100 anos da história da Farmácia no Ceará
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FARMÁCIA UFC
Farmácia Escola O elo entre o ensino farmacêutico e a prestação de serviços à comunidade // Profa. Dra. Cristiani Lopes C. G. de Oliveira
A
subunidade Farmácia Escola da Faculde de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (FFOE/UFC) tem como meta apoiar as atividades acadêmicas do Curso de Farmácia/UFC, bem como as atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à área do medicamento (desenvolvimento, produção e controle de qualidaImagem: Arquivo pessoal de) e a de atenção farmacêutica. Isso contribui para a formação de profissionais farmacêuticos e para a geração e a transferência de conheci- exigências legais para o seu funcionamento, mentos técnico-científicos para a sociedade, sendo cadastrada na Agência Nacional de ao mesmo tempo em que atende à própria Vigilância Sanitária e na Vigilância Sanitária Subunidade com produtos de qualidade e Municipal e Estadual, com farmacêutico acessíveis à comunidade em geral. responsável pelo estabelecimento. Na Farmácia Escola da UFC, os alunos A subunidade foi fundada há mais de 30 do curso de Farmácia têm a oportunidade de anos e acompanha e apoia o desenvolvimenrealizar atividades práticas em atenção far- to do Curso de Farmácia, oferecendo um macêutica, dispensação de medicamentos, ambiente rico para os estágios obrigatórios e manipulação magistral alopática, fitoterapia, extracurriculares dos alunos do curso. A cosméticos, entre outras, vivenciando o Farmácia Escola é uma unidade de apoio aprendizado adquirido em sala de aula. Ela também ao professor colaborador, auxilianfunciona então como um laboratório didático do-o no desenvolvimento de pesquisa no e que atende à comunidade interna e externa âmbito farmacêutico. com a prestação de informação e serviços de Nestes anos de atividade, a Farmácia qualidade. Escola tem apoiado outros cursos dentro da A Farmácia Escola atende a todas as UFC, como campo de estágio ao discente e
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FARMÁCIA UFC
desenvolvimento de atividades técnicas e científicas de apoio às dúvidas da população e da comunidade farmacêutica. A produção industrial da Farmácia Escola direciona-se prioritariamente para o fortalecimento do ensino farmacêutico, proporcionando ao estudante a vivência da manipulação de medicamentos e promovendo o acesso da população menos favorecida economicamente aos seus produtos. Dessa forma, é importante frisar que os produtos desenvolvidos na Farmácia Escola não visam lucro, uma vez que ela atua como um ambiente de aprendizado para os estudantes. Dentre os produtos manipulados atual visando colocar a Farmácia-Escola em destacamos: sintonia com os marcos regulatórios da gestão ambiental, do setor industrial de Cápsulas de: Alcachofra 300 mg, berinmedicamentos do País e da Política Nacional jela 250 mg, carbonato de cálcio 500 de Medicamentos, garantindo a qualidade mg e 600 mg com vitamina D, ginkgo biloba 40 e 80 mg, isoflavona de soja dos medicamentos fornecidos 45 mg e Sachê de glucosamina 1,5 g e A Farmácia também atende à demanda condroitina 1,2 g. de empresas, condomínios e pessoa física Produtos semi-sólidos: Fotoprotetor para a análise de água potável quanto aos solar FPS 30, creme de aroeira, creme parâmetros físico-químicos e microbiológinutritivo de pepino, loção hidratante cos. de ureia a 10 %, repelente, pomada de salicilato de metila, unguento mentocanforado e leite de pepino.
Diretora: Profa.Dra. Cristiani Lopes Capistrano Gonçalves de Oliveira Vice-Diretora: Dra. Artuzinda Silva de Serpa
Produtos líquidos: Xarope de cumaru, elixir de aroeira.
Os produtos são comercializados nas unidades de venda da Farmácia Escola, localizadas no prédio do curso de Farmácia,na Rua Capitão Francisco Pedro, 1210, Rodolfo Teófilo, e na Avenida da Universidade, 2995, Benfica. Aliado ao processo de produção, o Departamento da Garantia da Qualidade
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FARMÁCIA UFC
Centro de Informação sobre Medicamentos - CIM Uma ferramenta que promove o uso racional de medicamentos. //Gabrielle Dantheias
O
s Centros de Informação sobre Medicamentos (C I M) são locais onde atuam profissionais com treinamento e com experiência na provisão de informação sobre medicamentos e que reúnem fontes de informação técnico-científica baseada nas melhores evidências científicas disponíveis e que visam garantir o uso racional destes produtos. O Centro de informação sobre medicamentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciou suas atividades em 1994, atuando como um projeto de extensão da UFC, vinculado ao programa de extensão intitulado Grupo de Prevenção ao uso Indevido de Medicamentos (G P U I M), fornecendo desde então informações técnico-científicas sobre medicamentos de forma objetiva, visando à orientação e promoção do uso racional de medicamentos. As atividades principais desenvolvidas pelo CIM/UFC são: Informação passiva – que inclui o atendimento aos solicitantes, bem como a análise das perguntas; a pesquisa em fontes de informação (sejam estas primárias – por exemplo: artigos originais publicados em revistas e/ou jornais médicos; secundárias – por exemplo: LILACS, MEDLINE, EMBASE, MICROMEDEX; ou terciárias – por exemplo: livros generalistas e/ou especializados); avaliação das informações obtidas, e elaboração da resposta que pode ser fornecida em forma oral ou escrita, imediato
ou no prazo de dois dias conforme a necessidade e possibilidade. Durante o atendimento da solicitação, é preenchida uma ficha técnica com indagações importantes para a compreensão do caso e para a elaboração da resposta, com posterior inserção em um banco de dados. Já a Informação ativa consiste na elaboração e divulgação do boletim informativo CIM/UFC, artigos científicos, matérias para jornal, entrevistas em rádio, televisão e jornais; participação e promoção de cursos de extensão e oficinas. Na área acadêmica, o CIM/UFC tem colaborado de forma sistemática em disciplinas como Farmacoepidemiologia e Farmacovigilância e Introdução à Prática Farmacêutica do Curso de Farmácia da UFC. Os operadores do CIM/UFC são farmacêuticos, professores da U F C e estudantes de farmácia ou de enfermagem que ingressam através de seleção para bolsas de extensão ou bolsas da Pro Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) ou ainda podem atuar como voluntários. Os farmacêuticos representam o principal solicitante dos serviços do CIM/UFC e dentre as informações solicitadas por eles, destacam-se as sobre reações adversas a medicamentos, interações medicamentosas e estabilidade. O funcionamento dos CIMs constitui uma intervenção positiva no sentido de reduzir a prevalência do uso indevido de
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medicamentos, funcionando como um observatório epidemiológico. No entanto, como os CIMs ainda não fazem parte da rede de serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), embora com a publicação da Portaria Nº 2.647/2013, que institui a Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação sobre Medicamentos (REBRACIM), já se vislumbre um melhor horizonte para os CIMs no país, se faz necessário que os Centros de Serviços de Informação possam ser inseridos de fato no SUS, tendo assim recursos destinados à sua implantação e implementação. Somente desta forma será possível que os profissionais de saúde, usuários e gestores do SUS, utilizem essa rica ferramenta, como forma de subsidiar, tecnicamente, o processo de atenção à saúde prestada ao paciente, aumentando a segurança e a qualidade do serviço.
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Imagem:Pixabay
FARMÁCIA UFC
FARMÁCIA UFC
Conheça a Ipharma - Consultoria Farmacêutica Jr A Empresa Júnior pioneira na área de saúde do Ceará // Cristianne Medina Cristianne Medina - Presidente da Ipharma - Consultoria Farmacêutica Jr. Foi bolsista de Iniciação Cientíca no Laboratório de Produção de Medicamento e Cosméticos. Atualmente estagiária do laboratório Madrevita.
E
mpresa júnior é um grupo sem fins lucrativos formado e gerido por alunos de graduação com o intuito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento do país e de formar profissionais capacitados e comprometidos com esse objetivo. Fundada em 2013, a Ipharma é a Empresa Júnior formada por estudantes do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo a primeira Empresa Júnior de Farmácia do Ceará e a segunda do Nordeste. A Ipharma realiza projetos de consultoria e assessoria farmacêutica nas áreas de: Indústria de Medicamentos, Cosméticos e Alimentos, Drogarias, Farmácias de Manipulação e Laboratórios de Análises Clínicas. Por ser uma empresa sem fins lucrativos, os serviços prestados têm preços abaixo do mercado e todo o dinheiro
arrecadado é investido na própria empresa e na capacitação de seus membros, que trabalham voluntariamente. Além do preço reduzido, uma outra vantagem competitiva é que a Ipharma possui o suporte de professores da U F C, sendo orientada atualmente pelo Professor Tutor Said Gonçalves da Cruz Fonseca. Alguns dos serviços realizados pela Ipharma são: elaboração e revisão de manuais e procedimentos operacionais padrão, rotulagem nutricional, realização de treinamentos técnicos presenciais e in company, e planejamento de eventos para o público (como aferição de pressão e teste de glicemia). Além de oferecer soluções na área farmacêutica, alavancando os resultados dos clientes, a Ipharma tem por finalidades: proporcionar a seus membros as condições necessárias para a aplicação prática dos conhecimentos teóricos referentes à área de formação profissional, proporcionar o
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FARMÁCIA UFC intercâmbio entre universidade e meio empresarial e incentivar a capacidade empreendedora. Como exemplo de incentivo à capacidade empreendedora, recentemente a Ipharma promoveu o Fórum sobre Empreendedorismo Farmacêutico e Tecnologia, que ganhou destaque por reunir grandes nomes, como Maurício Filizola, das Farmácias Santa Branca, e José Dias de Vasconcelos, da Biomátika, os quais colaboraram com a Ipharma no intuito de disseminar a transformação da sociedade pelo ideal empreendedor. Cristianne Medina, presidente da Ipharma, considera o empresário júnior como um universitário diferenciado: “Através da vivência empresarial, os membros podem adquirir competências gerenciais, técnicas e empreendedoras, o que confere um aprendizado ímpar para a formação profissional. Também é possível desenvolver atitudes e habilidades pessoais e expandir a rede de relacionamentos.” A Ipharma conta com 24 membros, distribuídos em 6 diretorias: presidência, vicepresidência, projetos, administrativo-financeiro, gestão de pessoas e marketing. Para ingressar na Ipharma é necessário participar do processo seletivo, que ocorre semestralmente ou de acordo com a necessidade da empresa.
Onde nos encontrar: Ipharma – Consultoria Farmacêutica Jr Rua Capitão Francisco Pedro, nº 1210 – Rodolfo Teófilo ipharmajr@gmail.com www.ipharma.ufc.br
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FARMÁCIA UFC
CART: CENTRO ACADÊMICO RODOLFO TEÓFILO História e conquistas do CART //Mariana Tajra
O
Centro Acadêmico foi criado a partir da necessidade de uma organização que pudesse representar assuntos relevantes para os estudantes. A necessidade de se unir em torno de algum interesse comum, ou para defender direitos, acompanha a história da humanidade. Essa entidade é presente em todos os Manifestação estudantil em prol de segurança no Campus do Porangabuçú. cursos da Universidade Federal do Após os anos 70, o Centro Acadêmico Ceará (UFC), podendo estar atuante ou não. resolveu homenagear um farmacêutico O Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo renomado no estado do Ceará, Rodolfo (C A R T) é o órgão representativo dos Teófilo. Apesar de ter nascido no estado da estudantes de farmácia da Faculdade de Bahia, o farmacêutico residiu, desde a sua Farmácia, Odontologia e Enfermagem. infância, no Ceará. Rodolfo Teófilo foi um dos A t u a l m e n t e , a p r e s e n t a - s e a t u a n t e , responsáveis pela campanha de vacinação participando de eventos políticos e sociais. contra a epidemia de varíola em FortalezaDurante a sua história, sua presença foi Ceará. bastante importante em movimentos Localizado na Rua Capitão Francisco relacionados a assuntos de cunho político, Pedro, no bairro Rodolfo Teófilo, o Centro como o 1o Encontro Nacional de Estudantes Acadêmico já foi composto por diversos de Farmácia. Seu atual nome foi instituído, membros do atual corpo docente do curso de durante a Ditadura Militar, quando foi farmácia, como a professora Ana Paula obrigado a fechar suas portas.Antes, Soares Gondim e o professor Paulo Sérgio intitulado de Centro Acadêmico Rodrigues de Dourado Arrais. Em conversas com os dois, Andrade, a entidade já se mostrava bastante ambos destacaram a importância de existir atuante na luta a favor dos direitos um centro acadêmico que se importa em estudantis. lutar por causas relevantes para os
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Fonte: www.fortalezaemfotos.com.br/2012/05/de-medicos-e-vacinas.html
FARMÁCIA UFC
O farmacêutico Rodolfo Teófilo que vacinou a domicílio a população de Fortaleza contra a varíola entre 1901 e 1904 (retrato no museu do Ceará)
estudantes. Atualmente, o Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo é composto por 10 estudantes, de semestres variados do curso de farmácia, e é dividido em sete coordenadorias: Coordenadoria Geral, Coordenadoria de Finanças, Coordenadoria de Comunicação, Coordenadoria de Assuntos Estudantis, Coordenadoria de Esportes, Cultura e Lazer, Coordenadoria de Planejamento, Coordenadoria de Ensino, Pesquisa e Extensão. O primeiro semestre de 2015 foi repleto de conquistas alcançadas pelo Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo. Como exemplo, foi realizada uma mobilização, envolvendo tanto estudantes do curso de farmácia, como estudantes do curso de fisioterapia, a fim de que a segurança ao redor do campus do Porangabuçú, onde ficam situados os cursos de farmácia, odontologia, enfermagem, fisioterapia e medicina, fosse melhorada. A mobilização contou com o apoio de diversos professores, assim como o apoio da coordenadora do curso de farmácia, Professora Doutora Nirla Rodrigues Romero. O desfecho da mobilização se deu por meio de três reuniões, no qual estavam presentes
alunos do Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo, membros do Centro Acadêmico Raymundo Gomes (centro acadêmico do curso de Odontologia), autoridades da U F C e profissionais da policia militar. Os encontros resultaram no reforço do policiamento no bairro Rodolfo Teófilo, principalmente em torno das instalações da UFC. Além disso, outras medidas foram tomadas, como a utilização de câmeras e de policiais motorizados para melhorar a segurança na região. Além dessa conquista, o Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo obteve a permissão do corpo docente do curso de farmácia e dos responsáveis pela infraestrutura da UFC, para a utilização do estacionamento do prédio do curso de farmácia pelos alunos. Para melhorar o controle de entrada do estacionamento, foram confeccionados adesivos que ajudam na identificação de membros da UFC. Há algum tempo, um aparelho de televisão foi cedido à sala de convivência do bloco didático. O Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo, com a ajuda de um integrante do curso de farmácia, foi capaz de adquirir uma
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FARMÁCIA UFC conta no Netflix, que pode ser utilizada por qualquer aluno do curso, promovendo momentos de interação e de aprendizagem. No aniversário do farmacêutico Rodolfo Teófilo, por exemplo, membros do CART tiveram a ideia de utilizar a televisão para mostrar aos alunos interessados um pouco sobre a vida desse grande farmacêutico, visto que nem todos o conhecem. O Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo é uma entidade sem fins lucrativos e apresenta como objetivo principal representar os estudantes do curso perante instâncias maiores. Atualmente, o CART mantém um diálogo aberto com professores e demais membros que compõem a Universidade Federal do Ceará. O CART encontra-se de portas abertas para receber novos integrantes, além de estar sempre disposto a escutar sugestões para melhorar a sua ação. Como sempre é dito pelos membros do Centro Acadêmico: O CART SOMOS TODOS NÓS!
Atuais Integrantes
Davi Paiva
Bruna Frota
Stiven Alves
Mariana Tajra
Tiago Araújo
Thales Alves Fabio Freitas
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Elias Santos
Rebeca Ventura
Thyago Henrique
EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
Eventos Cientícos 2016 Fique por dentro dos eventos cientícos que aconteceram em vários estados do Brasil no ano de 2016. Agende-se!
LOCAL: Universidade Católica Dom Bosco. Campo Grande - MS. PERÍODO: 21 a 24 de Março de 2016. SITE: http://www.redeunida.org.br/congresso2016 TEMA: Diferença sim, desigualdade não: Pluralidade na invenção da vida. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Universidade Federal do Ceará. Fortaleza- CE. PERÍODO: 06 a 08 de abril de 2016. SITE: http://petfarmacia.ufc.br/ INSCRIÇÕES: Presenciais SUBMISSÃO DE TRABALHOS: Até 18/03/2016.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
LOCAL: Maksoud Plaza. São Paulo – SP. PERÍODO: 18 a 19 de Abril de 2016. SITE: http://www.icpm2016.com/principal INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Hotel Princesa Louçã. Belém – PA. PERÍODO: 20 a 22 de Abril de 2016. SITE: http://www.portalsbc.com.br/congresso/index.asp INSCRIÇÕES: Online. SUBMISSÃO DE TRABALHOS: Até 11/03/2016.
LOCAL: Hotel Fazenda Colina Verde, São Pedro. São Paulo – SP. PERÍODO: De 13 a 15 de Maio de 2016. SITE: http://sbmicrobiologia.org.br/5simc2016/site/ INSCRIÇÕES: Online. SUBMISSÃO DE TRABALHOS: Até 15/02/2016.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
LOCAL: Centro de Convenções Goiânia. Goiânia – GO PERÍODO: 19 a 22 de Maio de 2016. SITE: http://www.conmsaude.com.br/ TEMA: Saúde no Coração do Brasil. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Vitória – ES. PERÍODO: 19 a 22 de Maio de 2016. SITE: http://congressocisca.com.br/vii-cisca-acontecera-em-2016-em-vitoria-es/ INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Centro de Convenções de Florianópolis. Florianópolis – SC. PERÍODO: 20 a 22 de Maio de 2016. SITE: http://www.sobrafo.org.br/site/ INSCRIÇÕES: Online.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
LOCAL: Expo Unimed Teatro Positivo. Curitiba – PR. PERÍODO: 22 a 26 de Maio de 2016. SITE: http://www.iuhpeconference2016.com/index.php INSCRIÇÕES: Online
LOCAL: Arraial D'Ajuda. Porto Seguro – BA. PERÍODO: 25 a 29 de Maio de 2016. SITE: http://www.portosaude.com/ TEMA: Qualidade de Vida e Promoção da Saúde. INSCRIÇÕES: Online
LOCAL: Natal – RN. PERÍODO: 18 a 21 de Junho de 2016. SITE: http://www.sbbq.org.br/ INSCRIÇÕES: Online.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
LOCAL: Centro de Eventos Plaza São Rafael. Porto Alegre – RS. SITE: http://www.ismabrasil.com.br/congressos/congresso-2016 PERÍODO: 21 a 23 de Junho de 2016. SUBMISSÃO DE TRABALHOS: Até 27/3/2016. INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Palácio das Convenções do Anhembi. São Paulo – SP. PERÍODO: 26 a 29 de Junho de 2016 SITE: http://sbac.org.br/ INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Hotel Maksoud Plaza. São Paulo – SP. PERÍODO: 13 a 16 de Julho de 2016. SITE: http://www.sbbc.org.br/xviii-congresso-da-sbbc-2/ INSCRIÇÕES: Online.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
LOCAL: Hotel Gran Marquise. Fortaleza – CE. PERÍODO: 24 a 27 de Agosto de 2016. SITE: http://www.sbtmo2016.com.br/ INSCRIÇÕES: Online.
LOCAL: Rafain Palace Hotel, Foz do Iguaçu. Paraná – PR. PERÍODO: 04 a 07 de Outubro de 2016. SITE: http://www.sbfte.org.br/congresso-sbfte-2016-marquena-sua-agenda/ INSCRIÇÕES: Online.
ENCONTROS CIENTÍFICOS 2016 LOCAL: Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz. Fortaleza- CE. PERÍODO: 17 a 21 de Outubro de 2016. SITE: www.unifor.br/encontros INSCRIÇÕES: Online.
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EVENTOS CIENTÍFICOS 2016
ENCONTROS UNIVERSITÁRIOS 2016 LOCAL: Av. Mister Hull, s/n - Pici. Fortaleza- CE. PERÍODO: 09 a 11 de novembro de 2016. SITE: http://www.ufc.br/ INSCRIÇÕES: Online.
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V JOFAR/UFC
Trabalhos apresentados No ano de 2015 ocorreu a V Jornada da Farmácia da Universidade Federal do CearáV JOFAR/ UFC. O evento ocorreu nos dias 11, 12 e 13 de março, no bloco didático do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. Foram apresentados seis trabalhos recebendo o primeiro lugar o trabalho do aluno Matheus Rodrigues.
1º LUGAR EFEITO DE CONCENTRAÇÕES SUB-INIBITÓRIAS DO ÓLEO ESSENCIAL DA CASCA DE FRUTOS DE HYMENAEA COURBARIL L. SOBRE OS FATORES DE VIRULÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS. Rodrigues ML, Sales GWP, Batista AHM, Oliveira LBS, Nogueira NAP. Introdução: Staphylococcus aureus é um dos mais importantes agentes envolvidos em processos infecciosos. Sua alta capacidade de colonização mediada por fatores de virulência e o elevado número de cepas resistentes, tornou a busca por novas fontes de moléculas com atividade antimicrobiana iminente. Neste contexto se insere o Jatobá (Hymenaea courbaril L.), planta utilizada na medicina popular do Nordeste no tratamento de problemas dérmicos, respiratórios, renais e hepáticos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a inibição da atividade de fatores de virulência de cepas de S. aureus expostas a concentrações sub-inibitórias do óleo essencial da casca de frutos de H. courbaril L. Metodologia: O óleo essencial (OEHc) foi obtido por hidrodestilação a partir das cascas de frutos coletados do município de Ubajara (CE). Foram utilizadas duas cepas de referência: S. aureus ATCC 6538P e S. aureus ATCC 14458. Culturas de S. aureus, com densidade celular padronizada (106 UFC/mL), foram expostas por 24 horas a concentrações sub-inibitórias (CSI) (1,25; 0,625; 0,312; 0,156 mg/mL) do OEHc. Após o período de exposição foram realizados testes para avaliar a atividade dos fatores de virulência: catalase, coagulase, lipase e hemolisinas.Resultados e discussão: Foi observada uma redução na intensidade da atividade da catalase até as concentrações 0,625 e 0,312 mg/mL de OEHc para S. aureus ATCC 6538P e S. aureus ATCC 14458, respectivamente. Inativação da atividade da lípase foi constatada apenas para S. aureus ATCC 6538P, entretanto nenhuma concentração foi capaz de inibir a atividade da coagulase. Quanto a atividade hemolítica foi observada uma pequena redução para S. aureus ATCC 6538P, quando exposto a 1,25 mg/mL de OEHc. Conclusão: A utilização de CSI do OEHc reduziu a atividade de importantes fatores de virulência de S. aureus, demonstrando ser um forte candidato ao desenvolvimento de novos fármacos com atividade antimicrobiana.
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V JOFAR/UFC
EFEITOS DO USO PROLONGADO DE METILFENIDATO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIAGNOSTICADAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH). Queiroz AS, Rêgo CG, Silva AH, Neto MM, Oliveira AA. Introdução: O TDAH se tornou uma neuropatologia comum, devido ao aumento no número de diagnósticos em crianças e adolescentes (PAYÁ et al, 2012). Paralelamente, o consumo de metilfenidato, tratamento de primeira escolha dessa patologia, também cresceu. O mecanismo de ação deste fármaco não está completamente elucidado, mas há evidências de sua influência no aumento da concentração dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina (CONNERS et al, 2002; GATLEY et al, 1996).Metodologia: Este estudo, uma revisão de literatura, analisou artigos científicos das bases de dados MEDLINE, PUBMED e SCIELO, publicados entre 2009 e 2014,que abordassem alterações fisiológicas e psicológicas desencadeadas pelo uso prolongado do metilfenidato em crianças e adolescentes. Resultados: Os efeitos adversos do metilfenidato influenciam significativamente o modo de vida dos pacientes (Clavenna; Bonati, 2014), por outro lado, a boa tolerância e a baixa toxicidade favorecem a terapia (Itaborahy; Ortega 2003).Alguns autores apontam para um potencial cárdio-protetor, outros, no entanto, destacam aumento na frequência cardíaca, da pressão arterial sistólica e diastólica com uso do metilfenidato (Itaborahy; Ortega, 2003; Bangeet al, 2013). Ironside e colaboradores (2010) mostraram um atraso relevante no ritmo diário do início do sono, diferentemente, de Itaborahy & Ortega (2013), que defendem o uso do metilfenidato para a qualidade do sono. Conclusão: Embora muitos artigos evidenciem a eficácia do metilfenidato, ainda existem controvérsias quanto aos benefícios de seu uso em logo prazo. Assim, mais estudos devem ser realizados para que tenhamos segurança dos benefícios e malefícios das alterações fisiológicas e psicológicas promovidas pelo uso contínuo de metilfenidato.
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ANÁLISE DE PROPAGANDA IMPRESSA DE MEDICAMENTOS EM FARMÁCIAS COMERCIAIS DE FORTALEZA E VEICULADAS EM EMISSORAS DE TELEVISÃO E INTERNET. Rêgo CG, Queiroz AS, Oliveira FES, Alves KD, Pierdoná TM. Introdução: A veiculação de campanhas publicitárias tendenciosas, cujos objetivos são meramente comerciais estimula o consumo indiscriminado de medicamentos de maneira deliberada. Nesse contexto, a qualidade da informação veiculada é essencial para evitar o uso irracional de medicamentos, visto que os consumidores estão em contato direto com peças publicitárias em suas diversas formas, impressa, televisiva e via internet (GALATO et al, 2011). O objetivo desse trabalho foi analisar peças publicitárias de medicamentos através da RDC nº96/08, verificando as conformidades e não conformidades presentes em cada propaganda.Metodologia: Foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva através de análise documental de informes publicitários disponibilizados por farmácias e drogarias localizadasna cidade de Fortaleza, CE e propagandas veiculadas via internet e TV no período de agosto a novembro de 2014. Os medicamentos foram classificados de acordo com sua anatomia terapêutica e em categorias:referência, genéricos, similares e outros, e diante da presença de registro na ANVISA.Foi utilizada aRDC nº96/08 com adoção dos critérios apresentados para captação e avaliação daspeças publicitárias. Resultados e Discussão: O presente estudo mostrou que 3,6% dos medicamentos analisados não possuíam registro na ANVISA, apesar da sua obrigatoriedade.Dentre as peças veiculadas em televisãoobservou-se que cerca de 75% delas não apresentavam tempo hábil para a leitura das informações relevantes, além disso, uma delas apresentava informações não comprovadas cientificamente. Quanto às propagandas de internet, verificou-se que 25% dos medicamentos envolvidos nessa análise continham fármacos anti-inflamatórios e que 25% destes apresentavam frases de efeito e estímulo,sendo uma infração ao artigo 8º, inciso I da RDC.Conclusão: As informações transmitidas nas peças publicitárias são falhas ou incompletas, podendo gerar um prejuízo à saúde das pessoas que utilizam desta ferramenta para eleger seus medicamentos. Cabe então ao órgão regulamentador, ANVISA, cumprir as exigências vigentes na RDC 96/2008, intensificando as fiscalizações, podendo assim evitar problemas relacionados à automedicação e ao uso irracional de medicamentos.
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO FINANCEIRO ENTRE ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE FORTALEZA-CE Franca FAP, Silva RB, Júnior JQ. Introdução: Administrar as finanças não é uma tarefa fácil, principalmente quando não se detém conhecimento de como o mercado financeiro funciona. Há alguns anos a educação direcionada para as finanças pessoais era papel exclusivo da família, entretanto, esse assunto está deixando de ser abordado no ambiente familiar, por isso muitos estudantes administram seus recursos empiricamente. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de investimento financeiro pessoal dos estudantes de farmácia de uma universidade privada do Ceará. Metodologia: A pesquisa é de natureza quantitativa e como instrumento de pesquisa foi adotada a aplicação de um questionário, composto por perguntas objetivas relacionadas ao comportamento financeiro pessoal. Resultados: A pesquisa abrangeu 127 alunos, 47 (37%) do sexo masculino e 80 (63%) do sexo feminino. Do total de estudantes analisados, verificou-se que 42 (33,07%) afirmaram nunca ter recebido orientações sobre finanças pessoais. Apesar do pouco conhecimento, 74 (58,27%) alunos demonstraram-se seguros quanto aos conhecimentos que possuem, afirmando que possuem o controle das suas finanças. Da amostra em estudo, evidenciou-se que 59 (47%) estudantes possuem perfil conservador em seus investimentos, limitando-se às aplicações em poupanças e em fundos de renda fixa. Discussão: Os universitários analisados demonstram um perfil conservador nos investimentos, provavelmente motivados pelo conhecimento limitado que possuem sobre finanças pessoais e o mercado financeiro, restringindo-se em aplicações simples como a caderneta de poupança e nos fundos de renda fixa, o que traz pouco retorno financeiro quando comparado com outros tipos de investimentos, entretanto, mais arriscados. Conclusão: Diante dos fatos apresentados, conclui-se que há necessidade da inserção da disciplina de finanças pessoais em instituições de ensino, com o objetivo de suprir a carência dos estudantes em gerir seus bens, recursos e, até mesmo, seus investimentos.
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CLONAGEM DE UMA LYSOZYME-LIKE DE CHROMOBACTERIUM VIOLACEUM EM PICHIA PASTORIS. Rufino CDM, Medeiros SC, Granjeiro TB, Nogueira NAP. INTRODUÇÃO: Chromobacterium violaceum ATCC12472 é uma bactéria saprófita, Gramnegativo, que teve seu genoma sequenciado sendo encontrados vários genes com potencial biotecnológico. CV0024 é uma ORF que codifica para um proteína com 713 resíduos de aminoácidos, tendo massa molecular predita de aproximadamente 79,87 kDa. Esta possui um domínio do tipo lisozima, sendo indicativo do seu potencial antimicrobiano. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi clonar e expressar a proteína CV0024 de C. violaceum de forma recombinante em células de Pichia pastoris KM71H e GS115. METODOLOGIA: A sequência da ORF CV0024 foi clonada no vetor de expressão pPICZαA, e o vetor recombinante propagado em E. coli TOP10F'. O cassete de expressão contendo a sequência de CV0024 foi eletroporado nas estirpes de P. pastoris. Os clones recombinantes foram selecionados em Agar YPDS contendo zeocina 200 – 1000 µg/mL. Uma colônia isolada foi inoculada em caldo BMGY suplementado com zeocina, sob agitação orbital de 180 rpm, a 28 °C até uma densidade óptica (DO) a 600nm de 10,0. As células foram coletadas por centrifugação (3000 x g, 4 °C, 15 min) e ressuspendidas em caldo BMMY para uma DO 600 nm de 1,0. As culturas foram mantidas sob agitação a 17 °C, por 96h, onde diariamente foram adicionados 1% de metanol. O meio de cultura livre de células foi coletado por centrifugação, dialisado contra água destilada e fracionado com sulfato de amônio a 95% de saturação. A expressão de rCV0024 foi analisada através de SDS-PAGE. RESULTADOS: A análise da fração protéica apresentou bandas diferenciais, quando comparada ao controle (células transformadas com o pPICZαA integro), com massa molecular aparente de 104,5 e 113,1kDa para GS115 e 91,6, 80,1 e 79,2 kDa para KM71H. Esta diferença com relação a massa predita, possivelmente se deve a proteína na sua forma glicosilada, bem como a possibilidade dela apresentar pontes dissulfeto. CONCLUSÃO: A ORF CV0024 foi clonada e a proteína recombinante foi corretamente expressa em células de P. pastoris GS115 e KM71H.
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EFEITO DA CONCENTRAÇÃO SUB-INIBITÓRIA DA VIOLACEÍNA DE SOBRE A EXPRESSÃO DE FATORES DE VIRULÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS. Rodrigues ML, Nogueira NAP, Batista AHM, Moreira ACD, Sales GWP. Introdução: A violaceína, principal pigmento produzido pela Chromobacterium violaceum, é muito estudado devido seu grande potencial farmacológico. Dentre as características interessantes que este pigmento apresenta, podem-se destacar as atividades bactericidas, tripanocida, antifúngica, antiviral, antitumoral, entre outras. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de concentrações sub-inibitórias (CSI) de violaceína na expressão de fatores de virulência de Staphylococcus aureus.Metodologia: Para os ensaios foram utilizadas cepas de referência de S. aureus (ATCC 6538P, ATCC 14458, ATCC 33591, CBBH 5330). Inóculos, de aproximadamente 106 UFC/mL, de S. aureus, em caldo BHI, foram previamente expostos a CSI (1/2, 1/4, 1/8, 1/16 x CIM) de violaceína e incubados a 37ºC. Após 24h foi avaliada a expressão de catalase, coagulase, DNAse, hemolisinas e lipase pelas cepas testadas.Resultados e Discussão: As CSI da violaceína foram capazes de inibir a expressão de catalase para todas as cepas testadas, com exceção do S. aureus ATCC 14458. Apenas para a cepa S. aureus ATCC 33591, foi observada inibição da atividade lipolítica, pela ausência de halo de lipólise. A expressão de coagulase, DNAse e hemolisinas pelas cepas de S. aureus não foi alterada pelas CSI de violaceína utilizadas. Conclusão: O efeito da CSI foi dependente da atividade enzimática avaliada, reduzindo assim a atividade de importantes fatores de virulência de S. aureus.
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I ENCONTRO PPGCF UFC
I ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
O
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Ceará (PPGCF-UFC) é estruturado em uma única área de concentração - Farmácia, com duas linhas de pesquisa, 1) Biologia para Saúde e 2) Farmácia Clínica e Vigilância Sanitária nos níveis mestrado acadêmico e doutorado.Em vista de ampliar as oportunidades para a Formação de Recursos Humanos e contribuir para o crescimento sólido do PPGCF-UFC, idealizou-se o evento científico – I Encontro de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFC, que ocorreu de 24 a 26 de junho de 2015 no Auditório da Seara da Ciência da UFC. Este evento visou à estimulação dos pós-graduandos a divulgar seus trabalhos com o intuito de fomentar a pesquisa, a ciência, estreitar a relação entre os alunos e docentes do Programa, bem como promover a atualização e a troca de experiências com outros pesquisadores e pós-graduandos do Brasil e do Mundo. O tema do encontro, “Uma Ciência, diversas formas de saúde”, foi
encontro foi desenvolvido em várias atividades, incluindo palestras, comunicações orais e apresentação de pôsteres. Visando ao estreitamento das relações e a excelência do evento, o I encontro do PPGCF-UFC contou com a presença de palestrantes internacionais de destaque na comunidade científica, como o Prof. John Murphy, daUniversidade do Arizona (USA) e do Prof.RaimarLö benberg, da Universidade de Alberta (Canadá). Além destes, contamos com palestrantes nacionais de renome, como o Prof. Paulo César Pires Rosa, do Laboratório de Insumos e Medicamentos da UNICAMP; a Profa. Nádia Araci Bou Chacra,da Universidade de São Paulo; a Profa. Jane Finzi, da Waters Technologies do Brasil; o Prof. Gandhi Radis-Baptista, da Universidade Federal do Ceará; a Profa. Maria Elena Crespo Lopez, da Universidade Federal do Pará; a Dra. Liane Elizabeth Caldeira Lage, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial; o Prof. Marcelo Gurgel Carlos da
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I ENCONTRO PPGCF UFC
avaliadoras nas várias etapas do evento, incluindo-se: a Comissão Científica de Análise dos Resumos, composta pelos Professores Roberto César Pereira Lima Júnior, Nádia Accioly Pinto Nogueira, Gandhi RadisBaptista, Ana Paula Soares Gondim, Deysi Viviana Tenazoa Wong, Ana Paula Macedo Santana; a Comissão de Avaliação de Painéis, formada pelos professores Alejandro Ayala, Ana Paula Macedo, Aparecida Dias, Cecília Oliveira, Deysi Wong, Maria de Fátimae Roberto César; e a Comissão de Avaliação das Comunicações Orais, composta pelos Professores: Alejandro Ayala, Ana Paula Macedo, Cecília Oliveira, Deysi Wong e Roberto César. Certamente, esse ambiente gerou mais oportunidades para a internacionalização do Programa, incluindo intercâmbios envolvendo tanto discentes quanto docentes, o que, consequentemente, abriu perspectivas para a evolução qualitativa e quantitativa na produção científica do PPGCF-UFC. Comissão Organizadora do Evento Coordenação geral: Profa. Luzia Kalyne Moreira Leal e Profa. Nádia Accioly Pinto Nogueira. Professores: Prof. Alejandro Pedro Ayala, Profa. Ana Paula Soares Gondim, Prof. Gandhi Radis Baptista, Profa. Luzia Kalyne Almeida Moreira Leal, Profa. Marta Maria de Franca Fonteles, Profa. Nadia Accioly Pinto Nogueira, Prof. Roberto Cesar Pereira Lima Junior, Profa. Romelia Pinheiro Goncalves Lemes. Discentes de pós-graduação: Vanessa Maria de Souza Fernandes Vieira, Nivia Tavares Pessoa, Nadja Mara de Sousa Lopes, Márcia Machado Marinho, Gleilton Weyne Passos Sales, Eudiana Vale Francelino, Hilania Valeria Dodou,Richard Rarison Cavalcante
Meneses,Talita Rocha de Miranda Pinto. Discentes de graduação: Carlos Diego Moreira Rufino, Vicente de Souza Lima Neto Bolsista Pós-Doc.: Diogo dos Santos Miron Bolsistas de apoio técnico (CEFAC): Jacqueline Viana e Luciana Araújo Representante das secretarias dos programas: Maxwilliam Rodrigues e Jéssica de Castro (DITM).
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I ENCONTRO PPGCF UFC
Trabalhos premiados Dentre os trabalhos submetidos ao I ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, os seis melhores de cada linha de pesquisa foram selecionados para apresentação na forma de comunicação oral, os quais concorreram ao Prêmio Prof. Abreu Matos de melhor pesquisa científica em Ciências Farmacêuticas. Após a avaliação pela comissão organizadora, os trabalhos foram classificados como a seguir:
NA ÁREA DE BIOLOGIA PARA A SAÚDE 1º LUGAR: AVALIAÇÃO DO POLIMORFISMO A-444C NO GENE DA ENZIMA LEUCOTRIENO SINTETASE EM PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE NÃO ALÉRGICA A ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES. Vasconcelos LMF1; Oliveira ROR1; Sasahara, GL1; Francelino EV2;Rabenhorst, SHB3; Almeida TLP4; Ferreira, JFS5; Frota, NM2;Albuquerque, AA2; Araújo, SR2; Chaves EF2; Bastos, AA2;Maciel, LS2; Nagao-Dias AT1. 1
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, UFC, Fortaleza-CE. Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. 3 Departamento de Patologia e Medicina Legal, UFC, Fortaleza, CE 4 Hospital Universitário Walter Can dio, UFC, Fortaleza-CE. 5 Hospital Infan l Albert Sabin, Fortaleza-CE. 2
Introdução: Os an -inflamatórios não esteróides (AINES) são responsáveis por 20-25 % das reações adversas a medicamentos (ClinExpAllergy. 42:1772,2012). Em indivíduos suscep veis, podem desencadear reações de hipersensibilidade, as quais podem ser potencialmente fatais. Sua prevalência tem sido reportada em 0,6 a 5,7% da população geral (Allergy. 68:1219, 2013). A maioria dos pacientes apresenta reações não alérgicas com sintomas respiratórios e cutâneos após uso de AINES de diferentes estruturas químicas. Embora sejam as mais comuns, as manifestações cutâneas (ur cária e/ou angioedema e/ou anafilaxia) são as menos estudadas e os mecanismos ainda não estão completamente elucidados. Há fortes evidências de que, em indivíduos sensíveis, haja uma superexpressão de enzimas e receptores relacionada a uma superprodução de leucotrienoscisteinílicos (LTC4, LTD4 e LTE4) após a inibição da cicloxigenase pelos AINES. Em anos recentes, polimorfismos de base única (SNPs) com efeitos funcionais
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I ENCONTRO PPGCF UFC relacionados à via do ácido araquidônico tem sido estudados, como por exemplo, a enzima leucotrieno 4 sintetase (LTC4S),enzima chave na produção dos leucotrienos. A transversão de uma adenina por uma citosina na posição -444 da região promotora do gene que codifica a LTC4S está relacionada com predisposição à ur cária e/ou angioedema a dis ntos AINES em algumas populações (Lancet. 350:1599, 1997) (J InvestAllergClinImmunol. 19:375, 2009). Obje vos: Avaliar a associação entre o polimorfismo A-444C na região promotora do gene da LTC4S com o fenó po de ur cária e/ou angioedema a dis ntos AINES em uma população cearense. Métodos: Estudo do po caso-controleno qual foram incluídos pacientes (n=27)com história anterior de ur cária e /ou angioedema induzidos por AINES de diferentes estruturas químicas. O diagnós co foi definido por médico alergologista do serviço de testes alérgicos do ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Walter Can dio, Fortaleza, Ceará, Brasil.No total, par ciparam do estudo 21 pacientes do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Estes foram geno pados através da técnica de polimorfismo no comprimento do fragmento de restrição. Indivíduos controles (n=53) sadios sem história de alergia a AINES foram incluídos e igualmente geno pados. Os resultados foram analisados através do teste de Fisher e Qui-quadrado u lizando o programa esta s co GraphPadPrism 5 (EUA). O estudo foi aprovado pelo Comitê de É ca em Pesquisa do Hospital Universitário Walter Can dio, sob parecer550.608. Resultados: A análise da idade mostrou uma mediana de 34 anos para os casos (variando de 21 a 59 anos) e uma mediana de 27 anos para controles (variando de 17 a 60 anos). O genó po AC foi predominante em ambos os grupos pacientes e controles (92,6% vs 98,1%), não sendo observada diferença esta s camente significante entre os valores (p=1,006). A distribuição do alelo mutante C foi semelhante entre pacientes e controles (46% vs 51%, p= 0,58). Conclusão: A análise revelou que não houve diferença entre as freqüências geno picas e alélicas entre os dois grupos estudados, indicando que a presença do alelo C nos pacientes não está associada à suscep bilidade à hipersensibilidade não alérgica a AINES na população analisada. São necessários outros estudos para complementar as análises realizadas no presente trabalho. Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
2º LUGAR: DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE NANOCÁPSULASDE CINAMATO DE METILA: POTENCIAL ANTI-INFLAMATÓRIO. Silveira ES1;Miron D1; Nascimento júnior GA1; Albuquerque AA1; Leal LKAM1 1
Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE.
Introdução:O Cinamato de Me la (CM) é um monoterpeno encontrado no óleo essencial de váriasespécies de plantas medicinais, que possuem a vidades an microbiana e analgésica. Alémdisso, estudos têm mostrado que o próprio CM tem ação an espamódica e an inflamatória.No entanto, a considerável vola lidade do CM, pouca estabilidadee caráter lipo lico cons tui um desafio para prosseguir os estudos visando o desenvolvimento de formulações
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I ENCONTRO PPGCF UFC farmacêu cas a par r desse a vo. Nesse contexto, a encapsulação do CM em nanocarreadores, pode constituir uma alternativa no sentido de superar ou reduzir esses desafios e até mesmo melhorar as características farmacológicas do produto. Objetivos: o objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento e caracterização de nanocápsula de CM (NCCM) através de método analítico validado neste estudo, além de avaliar a possível citotoxicidade e investigar o potencial anti-inflamatório do CM e da NCCM em ensaios in vitro. Métodos: Foi desenvolvido e validado método analítico para identificação e quantificação do CM por espectrofotometria UV, conforme preconizado na resolução RE nº 899 (BRASIL, 2003). A nanocápsula de CM (NCCM) ou nanocápsula branca-NCB (sem adição CM) foram preparadas com o polímero Eudragit® RS100 pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado e caracterizadas quanto ao diâmetro (D), índice de polidispersão (PDI), potencial zeta (PZ), pH e teor; e investigada a estabilidade do produto por 60 dias, atemperatura ambiente. A toxicidade in vitro do CM e da NCCM foi avaliada em neutrófilos ou queratinócitos humanos (protocolo de aprovação CEP: 870.865) através da atividade da lactato desidrogenase (LDH) e do teste do MTT (Brometo 3[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio), enquanto o potencial anti-inflamatório do CM e da NCCM foi avaliado através do modelo de desgranulação de neutrófilos induzida por PMA (Forbol-12-miristato-13-acetato), (0,1 μM).Resultados:Para fins de caracterização e estudos de estabilidade da NCCM, o método espectrofotométrico (270 nm)foi validado, mostrando-se específico, linear, preciso, exato e robusto. No desenvolvimento deNCCM, dentre as formulações produzidas (NCCM1-3), a NCCM3 foi selecionada por apresentar um maior teor de ativo (88,50%) em relação as demais formulações (NCCM1:42,48%; NCCM2: 81,60%); além de um D médio de 136,1 ± 1,71 nm e baixo PDI(0,127 ± 0,01). A NCCM3 apresentou ainda, uma eficiência de encapsulação de 87,03 ± 0,21%. A citoxicidade da NCCM3 em neutrófilo humano (LDH) foi observada de acordo com a concentração (> 50 μg/mL) e tempo deincubação (≥30min). No teste do MTT em neutrófilos ou queratinócitos humano a NCCM3não foi citotóxica, e extinguiu a toxicidade do CM livre. O CM (1- 100 μg/mL) mostrou atividade anti-inflamatória por reduzir significativamente a desgranulação de neutrófilos humano e a NCCM3 (1-100 μg/mL) promoveu um aumento dessa atividade em relação ao CM livre, com magnitude semelhante à indometacina. Conclusão: A encapsulação do CM em escala nanométrica permitiu um aumento no tempo de estabilidade desse terpeno, além de reduzir a sua citoxicidade e aumentar a sua ação antiinflamatória em neutrófilos humano. Apoio Financeiro: CAPES.
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I ENCONTRO PPGCF UFC 3º LUGAR: EFEITO TRIPANOCIDA DA VIPERICIDINACROTALICIDINA, ISOLADA DO VENENO DA SERPENTE Crotalusdurissusterrificus. Bandeira, ICJ¹; Mello CP¹ Tessarolo LD¹; Lima DB¹; Menezes RRPPB²; Sampaio TL¹; RádisBaptista G3; Martins, AMC¹. 1
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, UFC, Fortaleza-CE. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC, Fortaleza-CE. 3 Instituto de Ciências do Mar, UFC , Fortaleza-CE. 2
Linha de pesquisa: Biologia para Saúde Introdução:A doença de Chagas é uma das 13 doenças negligenciadas do mundo, que continuam a representar um problema de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 10 milhões de pessoas estão infectadas em todo o mundo e mais de 25 milhões estão em risco de doença. As drogas disponíveis para a doença de Chagas são eficazes no início da fase aguda, no entanto, são tóxicas, requerem terapia prolongada, e não são eficazes na fase crônica da infecção. A busca por novas moléculas que diminuem a viabilidade do protozoário foi intensificada na área de produtos naturais, como cobras veneno, visando o desenvolvimento de futuros medicamentos. Objetivo: O trabalho tem como objetivo avaliar o potencial tripanocidade uma catalicidina especifica, a Crotalicidina(C1AB), isolada a partir do veneno da serpente Crotalusdurissusterrificus sobre cepa Y de Trypanosoma cruzi.Métodos: O peptídeo isolado foi testado contra cepa Y de formas epimastigota e tripomastigota de T.cruzi em diferentes concentrações (200; 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,12; 1,56; 0,78; 0,39; 0,18; 0,09 e 0,045 µM/mL). As formas epimastigotas foram cultivadas em meio LIT, a 28ºC e incubadas em períodos de 24, 48 e 72horas com C1AB e as formas tripomastigotas, obtidas através de infecção de células LLCMK2 e cultivadas em meio DMEM a 37ºC e 5% de CO2, foram incubadas durante o período de 24 horas com o peptídeo. A viabilidade celular foi avaliada por contagem em câmara de Neubauer. Para avaliar o tipo de morte celular das formas epimastigotas foi utilizada citometria de fluxo, incubando-se a IC50 e o dobro da IC50 emum período de 24 horas de incubação e marcando-se as células com Anexina V-FITC e 7AAD. Três experimentos em triplicata foram realizados. Resultados: No tratamento das formas epimastigotas incubadas com C1AB por 24,48 e 72 horas obtivemos IC50 equivalente a 4,72µM/mL e 4,37 µM /mL e 9,58 µM/mL, respectivamente. A citometria de fluxo apresentou um aumento predominante de células marcadas com 7AADo que sugere a o envolvimento de necrose no processo de morte desses parasitas tratados com C1AB, uma população de células duplamente marcadas com anexina V-FITCe 7AADtambém foi observada, o que sugere que um processo de apoptose tardia envolvido no efeito tripanocida da substância em estudo. No ensaio com a forma tripomastigota foi obtida IC50 equivalente a 0,22 µM/mL.Conclusão:ACrotalicidina(C1AB) possui efeito antiparasitário sobre formas epimastigota e tripomastigota de cepas Y deT. cruzi, evidenciando morte por necrose. Apoio Financeiro: CNPq, Funcap, CAPES, UFC.
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I ENCONTRO PPGCF UFC NA ÁREA DE FARMÁCIA CLÍNICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA 1º LUGAR: MONITORIZAÇÃODA FARMACOTERAPIA EM RECÉM-NASCIDOS DE EXTREMO BAIXO PESO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Loureiro CV1,2;Chaves, EF3; Mascarenhas, MBJ4;FontelesMMF1,2. 1
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. Laboratório de Farmácia Clínica e Translacional, Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. 3 Curso de Farmácia, Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. 4 Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, Hospitais Universitários, UFC,Fortaleza-CE. 2
Introdução: O peso de nascimento relacionado ou não a prematuridade é o fator individual preponderante na determinação das probabilidades do neonato sobreviver. Recém-nascidos nascidos com menos de 1000g são denominados “recém-nascido de extremo baixo peso” e em geral apresentam comorbidades que contribuem para o agravo da sua condição clínica e maior complexidade da farmacoterapia proposta a estes pacientes. Nos últimos anos, ocorreram melhorias significativas na assistência e monitorização da evolução de recémnascidos. Dentre os profissionais que passaram a agregar a equipe de saúde em assistência ao neonato, o farmacêutico clínico tem se mostrado essencial para a monitorização e otimização da terapia farmacológica em unidades neonatais. Objetivo: Realizar a monitorização da farmacoterapia em recém-nascidos de extremo baixo peso em unidade de terapia intensiva neonatal de Fortaleza, Ceará, e avaliação por meio de indicadores de processo e resultado. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório no qual foi realizado o delineamento do perfil clínico e farmacoterapêutico dos pacientes, características maternas, bem como a análise da farmacoterapia dos pacientes pelo farmacêutico clínico, o que permitiu a detecção de problemas relacionados aos medicamentos, realização, descrição e classificação das intervenções farmacêuticas e consequentemente, análise do processo utilizando indicadores de qualidade. Resultados: Foram monitorizados 33 neonatos durante o período de outubro de 2013 a junho de 2014. Em relação às características clínicas dos recémnascidos, 54,5% eram do sexo feminino, apresentaram idade gestacional média de 26,7 semanas e peso médio ao nascer 734,5g. A média de idade entre as mães dos pacientes sob monitorização foi de 25,4 anos e prevaleceu o parto cesáreo. A análise da farmacoterapia realizada por meio da classificação AnatomicalTherapeuticChemical revelou uma predominância de fármacos dos grupos “sangue e órgão hematopoiéticos” e “antiinfecciosos de uso sistêmico”. Foram observados 37 problemas relacionados a medicamentos, sendo os mais frequentes “medicamento não padronizado na instituição” (24,3%) e “contagem equivocada dos dias de tratamento” (21,6%). Entre os resultados
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I ENCONTRO PPGCF UFC negativos associados à farmacoterapia, predominou problema de saúde não tratado (40%) e inefetividade quantitativa (32%). As intervenções farmacêuticas mais realizadas foram “correção da contagem de dias de tratamento” (21,6%), “correção da dose” e “correção da posologia”, ambas com 16,2%, sendo classificadas em sua maioria como relacionadas à efetividade e “muito significantes”. Os indicadores propostos no presente estudo mostraram-se eficientes para avaliação do processo desenvolvido e podem ser utilizados com facilidade para comparações entre metas e criação de parâmetros de avaliação do serviço. Conclusão: O presente estudo mostrou ser possível a realização da monitorização da farmacoterapia de recém-nascidos de extremo baixo peso, evidenciando o papel do farmacêutico clínico na resolução e prevenção de problemas relacionados aos medicamentos, contribuindo para a obtenção de uma farmacoterapia segura e eficaz. 2º LUGAR: ADMINISTRAÇÃO DE COMPRIMIDOS VIA SONDAS DE NUTRIÇÃO ENTERAL: ANÁLISE DE DISPERSÃO EM ÁGUA, CARACTERÍSTICAS E VIABILIDADE Portela MP1,2; Oliveira CLCG3; Fonteles MMF1,3. 1
Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, UFC. Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. 2 Hospital Universitário Walter Cantídio, UFC. 3 Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE.
Linha de pesquisa: Farmácia Clínica e Vigilância Sanitária Introdução: A indisponibilidade da via oral é uma realidade nos hospitais do Brasil e do mundo, porém persiste a necessidade de administrar medicamentos sólidos orais mesmo com esta via indisponível; assim, as sondas de nutrição enteral (SNE) se apresentam como uma via alternativa de comodidade e custo apreciáveis quando comparada às vias parenterais. As informações sobre a forma mais segura e efetiva de administrar sólidos orais via SNE ainda carecem de estudos e de sistematização desta prática. A presença do farmacêutico clínico na equipe interdisciplinar traz grandes benefícios ao paciente, pois este é o profissional que melhor associa as condições farmacotécnicas do medicamento às possibilidades de manipulação para administração via SNE. Obje vos: Apresentar formas farmacêu cas sólidas (FFS), padronizadas em hospital secundário de Fortaleza, com foco na sua administração por SNE, avaliando aspectos de dispersão em água, caracterís cas e viabilidade dos principais fatores, relacionados ao medicamento, que inviabilizam a administração da FFS via SNE.Métodos: Foram selecionadas 108 FFS, que não possuíam uma forma farmacêu ca líquida alterna va para administrar via SNE. As FFS foram adicionadas em um dosador com 10mL de água, onde foi avaliada sua dispersão. Analisou-se o tempo de dispersão, onde foram consideradas viáveis as FFS que dispersaram em menos de 20 minutos, para as que não dispersaram ou levaram um tempo superior a 20 minutos foi feito um segundo teste com a FFS triturada e novamente foi avaliado o tempo e a dispersão. Resultados: Das formulações sólidas analisadas (n=108), 75,9% (n=82) foram consideradas dispersíveis em água e viáveis para administração via SNE. Constatouse que cerca de 24% das FFS não dispersavam na água em menos de 20 minutos; destas, 61,5%
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I ENCONTRO PPGCF UFC (n=16) dispersaram após a trituração, enquanto 38,5% (n=10) foram definidas como contraindicadas para administração via SNE, pois não dispersaram mesmo após a trituração. Os principais motivos foram: insolubilidade do pó (bisacodil, carbonato de cálcio, doxiciclina, pentoxifilina, racecadotrila e sulfassalazina), conteúdo imiscível à água (calcitriole omeprazol), forma farmacêutica de liberação prolongada (diltiazem e a glicazida). Conclusão: A maioria das FFStestadas são passíveisde administração via SNE quanto ao aspecto da dispersão em água. São necessários estudos mais aprofundados quanto a efetividade destas FFS dispersadas, pois a indústria farmacêutica garante a efetividade, apenas, do comprimido íntegro, inclusive existem orientações descritas, na maioria das bulas, que não se deve partir, quebrar ou triturar o comprimido. Como é necessário tomar uma decisão clínica, mesmo sem respaldo na literatura, o farmacêutico junto à equipe deve organizar a melhor forma de administração de medicamentos via SNE de forma a minimizar os riscos aos pacientes. 3º LUGAR: UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES EM ATENDIMENTO PRÉNATAL NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS - BA. Costa DB1; Santos DB2. 1
Departamento de Farmácia, UFC, Fortaleza-CE. Centro de Ciências da Saúde, UFRB, Santo Antônio de Jesus - BA.
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Linha de pesquisa: Farmácia Clínica e Vigilância Sanitária. Introdução:Gestantes podem apresentar problemas de saúde que muitas vezes requerem o uso de medicamentos, e isso deve ser considerado um problema de saúde pública, pois existem inúmeras lacunas sobre suas consequências ao feto e à gestante(Ciênc. Saúde colet.9:984,2004). Portanto, os estudos de utilização de medicamentos durante a gravidez são relevantes para minimizar os riscos inerentes à terapia medicamentosa, além disso, podem evitar o uso indiscriminado desses durante a gestação.Objetivos: Identificar os medicamentos utilizados pelas gestantes inscritas em atendimento pré-natal do SUS no município de Santo Antônio de Jesus – BA e classifica-los segundo as categorias de risco ao feto da agência americanaFoodandDrugAdministration(FDA).Métodos:Foi realizado um estudo transversal, onde participaram 1091 gestantes usuárias do pré-natal das Unidades Básicas de Saúde. Os dados foram coletados de junho de 2012 a fevereiro de 2014, através de um questionário previamente estruturado. Esse formulário continha 116 perguntas sobre condições socioeconômicas da família, dados demográficos, história reprodutiva materna, hábitos maternos e alimentares, trabalho materno, consumo de medicamentos e assistência pré-natal, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob o protocolo nº 4369.0.000.070-10. Resultados:O perfil encontrado foi de uma mulher com idade média de 25 anos, negra, ativa, com ensino fundamental completo e que mora com companheiro. Cerca de 83,0% das entrevistadas iniciaram seupré-natal no 1º trimestre e 37,41% realizaram pelo menos quatro consultas de pré-natal. A utilização de pelo menos um medicamento durante a gravidez foi relatado por 84,69% das usuárias, sendo a média de 2,04. As classes mais utilizadas pelas gestantes foram os antianêmicos (84,09%), analgésicos (25,75%), medicamentos para distúrbios gastrointestinais (23,05%) e anti-histamínicos sistêmicos
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I ENCONTRO PPGCF UFC (10,50%). Os princípios ativos mais utilizados foram o ácido fólico (63,79%), sulfato ferroso (49,22%) e o paracetamol (21,26%). De acordo com a classificação da categoria de risco do FDA, entre todos os medicamentos utilizados 64,23% eram da categoria de risco A, 19,17% da B, 15,14% da C, 1,36% da D e 0,09% da X. Conclusão:Os resultados deste estudo são semelhantes aos descritos na literatura, onde as gestantes são expostas a uma grande variedade de medicamentos, e sugerem uma medicalização da gestação e a necessidade de medidas de intervenção para uma utilização racional dos medicamentos no pré-natal. Apoio Financeiro: FAPESB e FUNCAP.
Menções Honrosas Além da premiação para as comunicações orais, o evento contou com a atribuição de menções honrosas para os melhores painéis: NA ÁREA DE BIOLOGIA PARA A SAÚDE PAPEL DOS NEUTRÓFILOS NA PATOGÊNESE DA CISTITE HEMORRÁGICA INDUZIDA POR IFOSFAMIDA de Dornelas Filho AF, Wong DVT, Silva RO, Pinto FMM, Bingana RD, Wanderley CWS, Teixeira MA, SOUSA, N. R. P., Fernandes C, Ribeiro RA, Lima-Júnior RCP. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO ÓLEO DE COCO EXTRA VIRGEM SOBRE PARÂMETROS DE STRESS OXIDATIVO EM CAMUNDONGOS de Rodrigues HG; Dantas MB; Oliveira GP; Menezes RRC; Lima KA, Fonseca SGC; Queiroz MGR. COMPARAÇÃO DO EFEITO TRIPANOCIDA DO BENZONIDAZOL LIVRE E NANOPARTICULADO SOBRE FORMAS EPIMASTIGOTA DA CEPA Y DE Trypanosoma cruzi APÓS 48 HORAS DE TRATAMENTO de Tessarolo LD; Canuto, J. A; Lima, D.B; Menezes, R.R.P.P.B; Pereira, T. P; Martins, A. M. C.. ESTUDO FARMACOGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE Cocos nucifera de FREITAS, R.B., LEAL, L.K.A.M. CLONAGEM E EXPRESSÃO DE UMA QUITINASE (CV2736) DE Chromobacterium violaceum EM Pichia pastoris de Medeiros, SC; Rufino, CDM; Grangeiro, TB; Nogueira, NAP NA ÁREA DE FARMÁCIA CLÍNICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS: DA DESCRIÇÃO DO PROCESSO AOS DESFECHOS CLÍNICOS de Martins BC, OLIVEIRA FRP, CAVALCANTE RMA, MAGALHÃES VP, LIMA LF, SILVA AM, ADRIANO LS, PIMENTEL DB, FIRMINO PYM, FERNANDES PFCBC, FONTELES MMF
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I ENCONTRO PPGCF UFC ESTRUTURAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DE UM SERVIÇO DE TESTES ALÉRGICOS IN VIVO EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR SENTINELA NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA-CE de Francelino, EV , Vasconcelos; LMF, Almeida;TLP, Ferreira; JFS, Filho; JWA, Bastos AA, Chaves; EF, Araújo; SR, Albuquerque; AA, Frota; NM, Maciel; LS,Nagao-Dias; AT. CRIAÇÃO DE MODELO ELETRÔNICO COLABORATIVO DE REGISTRO, REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA EM FARMÁCIA CLÍNICA HOSPITALAR de Néri EDR; Fonteles MMF. DISFUNÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES COM SÍNDROME NEFRÓTICA IDIOPÁTICA E SUA CORRELAÇÃO COM MARCADORES DE LESÃO DO GLICOCÁLIX de Salmito, F.T.S,Libório, A.B AVA L I A Ç Ã O D A S D E M A N D A S D E I N C L U S Ã O, E X C L U S Ã O E A LT E R A Ç Ã O D E TECNOLOGIAS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUBMETIDAS À COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE de Nunes LMN; Fonteles MMF; Passos ACB; Arrais PSD.
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