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Olá, Phehidíssimos leitores! É sempre um grande prazer escrever esse editorial para vocês, e nós estamos quase aprendendo a fazer direito, não é? Esse mês a Pheha completa seis meses de existência, e aproveitamos a ocasião para escrever absolutamente NADA sobre o fato (a não ser, é claro, esta pequena menção no editorial). Por outro lado, ponham o tacho no fogo e cortem o toucinho pois trouxemos farofa a dar com pau. Já que falamos de farofa, recomendo a matéria de Julio de Castro sobre comida de praia e os esforços de Eduardo Paes para acabar com o ganha-pão do bom e velho vendedor de empada praiana e mate gelado. De brinde, uma dica da Maluh: Aproveite o passeio em Copacabana para NÃO comprar a sua Papete, a mais nova tendência suicida da moda carioca. Em vez disso, preparamos um Guia Ilustrado de Vantagens sobre a Criação de Ornitorrincos, um melhor uso para o seu suado dinheiro. Sob a ofuscante luz dos refletores a fama parece um mar de rosas. Mas o buraco é mais embaixo, e cavamos fundo para descobrir os aaspectos da trilha da fama que são normalmente omitidos, e para isso nosso intrépido João Márcio Dias entrevista Giselle Madonninha e Lucas Celebridade, dois brasileiros famosos na internet e com histórias diferentes sobre sua busca pelos holofotes. Por outro lado, nossa querida Maysa desce o relho na indústria de subbbcelebridades que assola o horário televisivo de tempos em tempos. Tem muita coisa melhor na TV, como recomenda Murilo Souza ao indicar o seriado musical pós-moderno Glee. Desiludida com a televisão, no entanto, Maysa sequer deixa a bola quicar e denuncia a patente fuleirice da minissérie Dalva & Herivelto. Como vocês podem ver, a música e o mundo dos famosos está bombando esse mês. Todo mundo de férias, nada pra fazer em casa, dá nisso. Aproveitando o clima, João Márcio avalia e faz projeções sobre Adam Lambert, a nova promessa do Pop internacional. Há quanto tempo não tínhamos um bofe com competência para o estrelato, néam? Num horrendo e impedoável trocadilho, a gente liga Adam Lambert a Christopher Lambert e lembra de Highlander, o Imortal, passando daí à matéria de Murilo Souza sobre sua crise de um quarto de idade e as pessoas que se recusam a envelhecer (Peter Pan não conta). Agora que já passamos das preliminares, João Márcio nos fala sobre sexo este mês, voltando suas carícias para os exibicionistas de plantão, além de versar um pouquinho sobre sexo em locais públicos. Ainda por cima, damos várias rapidinhas em diversas pseudo personalidades e acontecimentos. Depois dessa boa gozada, acenda seu cigarrinho (desde que você esteja em um local onde é permitido fumar, o que inexiste em quase todo o eixo Rio-São Paulo) e curta a história em quadrinhos cedida pelo artista Gabriel Vianna. E se vocês acham que em fevereiro estão livres de nós, muito se enganam. Mas por hora, deixamos beijinhos e muito amor para vocês, e até mês que vem para mais opinião travestida de informação.


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Para que viver para sempre? por Murilo Souza

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omecei este janeiro com um pensamento um tanto quanto incômodo. Dentro de trezentos e poucos dias, terei completado um quarto de século de existência. Pois é, envelhecer é um saco e ninguém gosta de ser lembrado disso. Na infância, os aniversários são marcados por presentes, guaraná morno, salgadinhos com gosto de óleo, bala de coco no papel colorido, muita gritaria e balões estourando. Mais adiante, o foco são os amigos, as primeiras paixonites, as músicas ruins, os tragos escondidos de Cantina da Serra embaixo da mesa do bolo. Passamos dos dezoito e vêm as noitadas em boates, one-nightstands pontuados por porres homéricos e idealismo político. Eis que de repente você tem vinte e cinco anos e pensa: "Nossa! Como passou rápido!" Se passou rápido, quer dizer que não falta muito para você conquistar aquele shape invejável do seu tio cinquentão, exibindo a barriga debruçada para fora da bermuda enquanto cuida da carne do churrasco familiar de domingo, que é sempre regado a muita cerveja e música ruins. Dizem que na

juventude é que a gente mais se diverte, e também que o tempo voa quando estamos nos divertindo, o que pode tranquilizar um pouco, mas não se engane: Cedo ou tarde, e sempre meio que "do nada", todos chegaremos lá. Nem todo mundo lida bem com esse fato. Afinal, preocupações prosaicas como notas no boletim, receitas de drinks e roteiros noturnos começam a perder espaço para como ganhar um dinheiro minimamente digno, lugar onde morar, preparar comida tragável, lavar a própria roupa... em suma, manter-se vivo. À medida que se envelhece, novos objetivos vão se estabelecendo, e nem sempre somos nós que os escolhemos. Às vezes são as circunstâncias, outras são as pressões sociais... Será mesmo? Não temos outras escolhas? Bem, hoje esta discussão não me pertence. O caso é que muitos chegam aos cinquenta ou sessenta, já à beira da terceira idade, querendo alongar a juventude. "Velho com espírito jovem", batem no peito com orgulho. Tem coisa mais besta do que ser um velho com espírito jovem? Você tem um corpo já

gasto, o qual por mais que você exercite e submeta a dezenas de cirurgias jamais irá se equiparar ao que se pode obter com muito menos esforço de um corpo três décadas mais novo, e não obstante deixa de lado sua maior vantagem que é a sabedoria e conhecimento adquiridos. Pessoas idosas tentando dar a impressão de terem vinte anos a menos me deprimem, por constatar que há gente no mundo que passou por meio século de existência e ainda assim amadureceu tão pouco. A existência humana tem muitos mistérios não desvendados, mas posso afirmar com certa margem de segurança que consiste (dentre outras coisas) num constante vira-ser que culmina na morte do indivíduo. Não faz sentido tentar parar o tempo para manter-se numa espécie de auge quando o crescimento humano é praticamente ilimitado. Claro que as células cerebrais também estão sujeitas à degeneração, porem é muito mais lenta do que das epiteliais e musculares, que possuem capacidade de renovação. A vivência proporciona centenas


de vantagens em relação aos mais jovem, mas é necessário saber e querer usufruir dela. Não como um artifício para parecer descolado, jovial. Jovial, inclusive, é um adjetivo exclusivo para velho. Jovem é jovem e pronto. Só velho pode ser jovial. Em vez de tentar enganar as câmeras e comportarse como um adolescente para ganhar atenção, que tal pegar tudo que você aprendeu nessa vida e tentar tirar alguma coisa boa disso? Não precisa ser nada megalomaníaco, basta ser algo que você ache bom, importante e sempre quis fazer. A atenção virá naturalmente, ainda que talvez em menor quantidade, certamente em maior qualidade. Aproveite o seu tempo, agora que tem uma idéia clara do que fazer com ele. Se possível, cultive o hábito ainda jovem, para já estar acostumado à idéia quando chegar a hora boa de pô-la em prática. Lembrando, é claro, este não é um guia para sobrevivência na selva da velhice, mas apenas uma amigável sugestão. Nunca deixa de ser uma escolha viável dedicar a velhice à experimentação da grande variedade de alucinógenos disponíveis na boca mais próxima. Ou algo que o valha.


O FASTFOOD PRAIANO bactéria é cultura, não factóide. por Julio de Castro

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ouve um tempo, na cidade do Rio de Janeiro, em que o cidadão comum podia levar seu franguinho com farofa para a praia ou usar sabonete nas águas do mar com relativa tranquilidade, temendo, apenas, algum eventual arrastão. Naqueles dias, abundavam homens e mulheres que, munidos de toda a sorte de guloseimas, do queijo coalho assado ao camarão no espeto, do sanduíche "natural" ao hoje controverso mate, da cervejinha à empada de pizza (sério, melhor nem perguntar), e levavam alegria aos frequentadores da orla carioca. Trabalho honesto, ainda que informal, para quem quisesse trabalhar. Mas esse tempo acabou. Hoje em dia, numa chocante imposição da Ordem, Dudu e seu xerife,

Diguinho, aplicam regras para o uso do espaço público, pelo menos a parte dele que interessa. De uniformes ao domínio do Esperanto, há regras que enquadram o comportamento tanto dos ambulantes quanto dos cidadãos. Ao invés de entrar no mérito das mudanças impostas pelas ações da SEOP (secretaria especial de ordem pública), deixo registrado que a tal "ordem" só atinge as praias durante o horário comercial. Depois disso... bem... encontra-se até pastel de pombo nas praias cariocas. O fato é que, ainda que se trabalhe para que haja algum controle da prefeitura sobre o comércio de rua, esse movimento tira a cidade das mãos de um cartel que "batiza" whisky com álcool anidro por outro que cobra R$10 por uma lata de

cerveja. E a preocupação com a qualidade do que se consome nas praias - e não só nelas, que justificou toda essa papagaiada, é rápida e facilmente esquecida. Sabe, eu poderia passar o resto da tarde discorrendo sobre essa políticas enviesadas da SEOP, mas, ao invés disso, deixarei que vocês viajem na maionese ao ler esta receita de molho rosé: [molho rosé] Para cada colher de sopa de catchup você usa duas de maionese, uma colher de chá de azeite extra virgem, limão ou mostarda e sal a gosto. Bata tudo em um processador ou com batedor de mão. Obs.: se você achar que o molho ficou muito grosso, adicione um pouco de leite. Salmonela à gosto. Julio "@antiambiente" de Castro é botafoguense, afro-blogueiro, e Mestre em Obras & Sedução.


Moda de (f)utilidade pública Por Maluh Albuquerque

Hoje o assunto é muito sério. Vamos falar sobre drogas. Existem coisas muito mais perigosas por aí que cocaína, maconha, crack e sertanejo universitário. O que vamos tratar hoje é algo que está prestes a se tornar uma pandemia. Não existem registros de algo tão destruidor quanto isso. Famílias inteiras estão perdendo seus filhos para essa terrível doença. Muito mais que uma doença, isso beira uma falha grave de caráter. Nosso tema, um assunto delicado, são as papetes.

papetes ficam banhadas em suor e tem um desagradável cheirinho de bunda mal lavada, o que pode ocasionar situações constrangedoras. Conta-se que em Pequepê do Sul, na Paraíba, um homem teve que amputar suas duas pernas devido ao extremo mau-cheiro que suas papetes exalavam. O rapaz foi embargado pelo Ministério Público daquele estado e hoje encontra-se na reabilitação, com previsão de alta no verão de 2016. Por que não usar papetes?

Papetes são aquelas sandálias ridiculas que tem tiras pra todos os lados, na maioria das vezes com velcros irritantes. As papetes tem a incrível habilidade de fazer qualquer pessoa parecer um favelado com pé 47. Normalmente, devido ao excessivo calor brasileiro, as

Ora, além de feias, desconfortáveis e fedorentas, elas não combinam com absolutamente porra nenhuma. A menos que você pretenda ser um monge franciscano hype, papetes não são para você. Ninguém tem o direito

de sair por aí com duas pranchas de surf amarradas aos pés. E se você disser que é confortável, é mentira. Por que aquela porcaria machuca, incomoda e não deixa o seu pé "mais fresquinho". E homem que é homem não curte essas palhaçadas de "fresquinho". O negócio aqui é parada maneira de macho, flw?! E para finalizar o assunto, para coroar com uma cerejinha o tema, sabe quem é o maior difusor das papetes masculinas? Dado Dolabella. Sim, o criador do megahit "Rolex" (sic) tem dado pra você várias dicas de como usar papetes super descoladas, como misturar vermelho com laranja e brilhar muito no Leblon. Bem, após citar o nome de Dadinho, qualquer argumento a favor dessa vestimenta ridícula vai por água abaixo.


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m cara que chega do nada, com credibilidade alguma e abre a boca pra cantar Bohemian Rhapsody do Queen, e instantaneamente conquista toda uma nação. Maquiagem, pinta, glamour e muita voz. Isso pode definir o estilo de Adam Lambert, a promessa masculina (sic) do Pop. Após participar do American Idol em 2009, Adam lança seu primeiro CD, "For your entertainment". Mas quem raios é este homem que veio pra ressurgir o universo pop, atualmente, totalmente dominado pelas bitches? Adam Mitchel Lambert nasceu em Indianápolis, Estados Unidos. Em sua primeira audição no reality show americano, no início do ano passado, o rapaz surpreendeu o público e o juri com sua extensão vocal e poder de interpretação. Extremamente teatral, Adam foi muito bem no jogo e roubou a cena. Infelizmente (ou não), o jovem não levou o prêmio, mas sua participação fundamental fez com que seu adversário Kris Allen caisse no ostracismo. Em novembro, após muita espera,


Por João Márcio Dias

por João Márcio Dias

saiu o seu primeiro álbum, contando com preciosas produções de nomes de peso como Lady GaGa, Red One, Pink e Sam Sparro. E o resultado? Um ótimo álbum, recheado de pop de qualidade. O disco mistura músicas extremamente dançantes como a que batiza o CD "For Your Entertainment", além de "Strut" e "If I Had You" e algumas baladinhas intensas como "Whatya want from me" e "Soaked", essa última, uma das mais bonitas do CD, com uma orquestra deliciosa. Lógico, como qualquer disco, o trabalho do garoto tem lá seus equívocos como "Aftermath" e "Broken Open", lugar-comum demais para o álbum. Infelizmente, ou contratualmente, o seu trabalho carrega um forte karma da sua participação no American Idol, sendo de facílima digestão. É tempo de inovação, fazer mais do mesmo pode ser um terrível pecado. Mas há que se levar em conta que ele está começando, é sua primeira tentativa e isso força uma necessidade de sucesso imediato, para mais adiante, jogar com mais

ferramentas. Sua aposta em misturar eletrônico e organico é algo bastante oitentista, ou seja, faz sucesso. Ainda mais em um universo pop onde parece termos esquecido que existem guitarras, pianos e baterias de verdade. Nem só de sintetizador vive o homem.

todo mundo já pegou todo mundo nessa bagaça. Ou seja, polêmica zero. Mas causa bafafá entre as senhorinhas evangélicas castas. E é pra elas que trabalhamos, afinal, elas nos ensinam o que não presta. E nós amamos o que não é certo.

Mas o que seria de um artista pop se não fosse um bom escândalo não é mesmo minha gente (aproveite esse momento e coloque a mão no peito pra denotar ternura e esperança em um mundo melhor) ?! O garoto está aí há um ano e já revelou que é homossexual (sééério? eu jamais diria isso quando o vi todo maquiado, com um boá no pescoço, rebolando em uma calça mais justa que Deus), e fez uma apresentação bastante polêmica no American Music Awards, onde tocava a sua vagina genitália, beijava um homem na boca e simulava masturbação. Não sei onde está a polêmica aí, por que, não querendo ser desagradável, mas já sendo, Michael Jackson já puxou seu macro-grelo umas 300 mil vezes em suas coreografias, Madonna já quase foi presa por tocar uma siririquinha no palco e

Agora você deve se perguntar: qual a importancia de Adam Lambert? O que ele inovou? E a resposta é: em nada. Adam não é, por enquanto, tão brilhante quanto parece ser. Mas ele é um novo ícone, uma quebra no excesso de mulheres comandando a música. Há muito, possivelmente desde Justin Timberlake, não encontramos um homem fazendo pop de qualidade por aí. Sua popularidade e carisma podem abrir espaço pra novos talentos, possíveis "concorrentes" e isso é ótimo, pois tira toda a saturação que Britneys, Perrys, Gagas e Madonnas tem deixado por aí. Então, minha amiga, fica a drica, a dica rica: ouça Adam Lambert, conheça seu trabalho, cague para as suas polêmicas baratas e espere, como eu estou esperando meu bolo de aipim ficar pronto, que vem coisa boa pra você, meu amor.



Por Murilo Souza por Maysa Monjardim (@meumundoacaiu)

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mbora toda minissérie seja altamente romanceada, “Maysa - Quando Fala o Coração”, exibida em Janeiro de 2009, trouxe à tona mazelas que nem o miserável dos seres poderia imaginar. Com Dalva de Oliveira, tal preceito não deveria ter sido diferente. Talentosa, abençoada com raro timbre de voz, presença de palco e carisma inquestionáveis, brilhou, assim como padeceu, na era dourada do rádio, cercada pelo compreensível paradoxo do ápice do glamour profissional e a decadência afetiva. A recente minissérie de nossa Estrela, com impecável fotografia e direção de arte, evidencia tais pontos em cinco capítulos ágeis, quase que voláteis, atingindo, assim, o ponto que o presente texto visa pautar: a pressa demasiada. Maria Adelaide Amaral, responsável por sucessos enfadonhos e de enredos questionáveis, assim como a tendenciosa “JK” de 2006, pareceu vislumbrar em Dalva uma personagem pseudo-equivalente a Maysa, com direito a muitas doses de conhaque em cena e pouca disponibilidade para fazer de sua protagonista algo além de uma

mera caricatura. A fabulosa habilidade de Dalva, alternando graves e agudos, durante apresentações hipnóticas e irretocáveis, foi limitada a uma Adriana Esteves que atribuiu à sua personagem o mesmo tom ora histérico, ora eufórico, usado para sua Lola, da novela “Kubanakan” exibida em 2003, onde interpretava uma cantora de rádio tragicômica e cheia de reveses amorosos. Não obstante, visando reprojetar Fábio Assunção num retorno triunfal, a autora e o galã conceberam um Herivelto Martins canastrão e inconsistente, com ares de Renato Mendes boêmio, permitindo que Fábio não se esforçasse e meramente conduzisse sua personagem quase que de forma auto-biográfica. Maria Fernanda Cândido, sempre linda e elegante, foi novamente escalada para encarnar uma amante cheia de escrúpulos e boas intenções, seu papel mais recorrente nos últimos tempos. Notoriamente inexpressiva, a atriz tinha nas mãos a personagem que dividiria as águas da narrativa, mas, não sustentou a transição temporal da trama, atuando, assim, como uma figurante de luxo na atração.

O ponto alto da trama, sem dúvida, foram os muitos coadjuvantes precariamente mencionados em cena, que não só sustentaram a cadência da história, mas situaram o público acerca da grandiosidade de suas personagens centrais, detalhe esse não encarado como fundamental nem por seus respectivos tampouco por sua autora. Fernando Eiras, Soraya Ranvele e Fafy Siqueira (como Francisco Alves, Emilinha Borba e Dercy Gonçalves, respectivamente) triunfaram em cena, assim como o preciso Nando Cunha e seu Grande Otelo. Dalva e Herivelto foram poupados de sua própria grandeza, num texto repleto de conhecimento de verniz e sem compromisso com as raízes fundamentais da trama. Encheram os olhos com seus figurinos belíssimos, mas reduziramse a figurinos, cenários e gestos limitados para personagens tão irrestritos. Agora nos resta aguardar e temer qual outra personagem história e magnânima Maria Adelaide Amaral retratará com seus juízos de valor e, não obstante, sua ótica míope e superficial. Que saudade de você e da sua realidade rasgada, Gilberto Braga...




A VITÓRIA D A

tire a primeira pedra quem nunca acompanhou nada na televisão. Pelas mais variadas razões, acabamos simpatizando com um ou outro programa e ficamos querendo mais. Há pouco menos de 10 anos, o jeito era estar em frente à TV na hora e dia certos e às vezes até mesmo pagar por um sinal de parabólica para ter o canal onde o programa passaria. Hoje, não tem mais tanto trabalho e sacrifício envolvidos. Basta a comunidade do orkut certa e TCHANS, você terá todos os episódios de todas as temporadas na ponta dos seus dedos faceiros, ao alcance de um clique. Sim, é de seriados que estou falando. Na verdade, nunca fui um grande fã de séries, pois para mim eram todos muito parecidos entre si, beirando o irritante. Até hoje não suporto assistir cinco minutos de Friends, e fico horrorizado com a persistência de Jennifer "Rachel" Aniston no cinema. Minha última experiência agradável envolvendo seriados havia sido Seinfeld, e fazia muuuito tempo. Então, de um ano para cá, voltei a me interessar por seriados. Ainda

assim, mantenho-me longe de seriados com claque - aquelas risadas de fundo estilo Chaves - e mesmo o espirituoso Big Bang Theory me estarrece com as risadinhas fantasmagóricas. Voltei a assistir seriados atraído pelo drama médico House, M.D., que me encantou mesmo com a dublagem pouco brilhante e exibição recortada da Rede Record. Tão logo percebi que não estava aproveitando inteiramente meu tempo assistindo o arremedo tupiniquim que me era oferecido, me lancei aos blogs, comunidades e fóruns à caça dos episódios originais legendados por fãs. E fuça daqui, fuça dali, acabei esbarrando em Supernatural, Lost e tantos outros. Comecei a ver um cá e outro lá, e quando me dei conta acompanhava cinco ou seis séries simultâneas. Quase sempre, seriados com tom mais sisudo, não por me achar cool em fazê-lo, mas era a simples tendência natural de meu interesse. Eis que um dia me chega uma pessoa para lá de estranha com um DVD esquisito e pergunta: "Vamos assistir um seriado musi-

cal?" "Como assim, musical?" _eu pergunto. "Ah, é tipo uma comédia, com um coral daquelas escolas de filme americano, todo bonitinho"_e neste momento emergiam em minha mente as gargalhadas assombradas das tardes no SBT, misturadas a um frêmito de horror a dramas recheados de pieguice. Tudo bem, vamos lá, pela amizade. Respirei fundo e apertei o play. Em pouco mais de cinco minutos, meus olhos já brilhavam de alegria e eu acompanhava atentamente cada passo do Sr. Schuester, professor de espanhol que resolve reavivar o coral escolar - também conhecido como Glee Club - na tentativa de trazer uma nova perspectiva à vida dos alunos que não se encaixam nos dois clássicos grupinhos populares da escola, os Jogadores de Futebol Americano e as Líderes de Torcida. O clube Glee passa a contar com vários esquisitos estereotípicos como Mercedes, a negra gordinha cheia de atitude, Tina, a japa alternativa caladona, o franzino menino gay Kurt e Artie, um nerd guitarrista paraplégico. Completando o time básico, temos


DOS LOSERS por Murilo Souza

o par romântico formado pela talentosa Rachel, uma garota baixinha e nariguda que sonha em ser uma estrela pop e Finn, o jogador de futebol americano altão e desajeitado com uma latente desenvoltura para dança e canto. A presença de Finn atraiu dois estranhos para o clube: Puck, seu amigo do time de futebol que entrou para tentar dissuadi-lo do clube mas passa a gostar da coisa e Quinn, sua namorada líder de torcida que veio para espioná-los. O clube Glee ainda tem de lidar com a perseguição da diretora do clube das Líderes de Torcida, a professora Sue Sylvester, que não está nada contente em ter que dividir o orçamento dos clubes com um bando de perdedores. A trama ainda ganha um colorido com o impasse romântico de Schuester entre Terri, sua esposa materialista e a sonhadora e misófoba Emma, orientadora vocacional que o ajuda em sua cruzada pelo Clube Glee. Bobo e óbvio, diríamos sem nenhuma cerimônia. O diretor Ryan Murphy, no entanto, não vê problemas em ser óbvio. Pelo contrário, faz questão de não se afastar do estereótipo para

poder assim construir sua proposta de musical pósmoderno, recheado de drama e comédia na dose certa, proporcionando um gostoso escapismo cheio de autenticidade, como Ryan diz em uma de suas entrevistas: "Há tanta coisa no ar sobre pessoas armadas, ficção científica, advogados correndo. Este é um gênero diferente, não há nada assim no ar nas redes e TVs a cabo. Tudo é tão escuro no mundo agora, é por isto que Idol funcionou. É puro escapismo". Apostando na caricatura, Ryan nos dá uma importante lição sobre contar histórias. Mais importante do que a história em si, é como ela será apresentada. E nesse quesito, Glee é cheio de energia e originalidade, não deixando a peteca cair em nenhum episódio e mantendo o interesse da audiência sempre em alta, sem desrespeitar a inteligência de ninguém, e muito menos descambar para a pieguice. Pelo contrário, o seriado ainda encontra brechas para disparar críticas bem ácidas a diversos tabus e dogmas sociais, sem medo de levar puxão de orelha.

Outro grande destaque da série são as versões Glee de clássicos e atualidades da música pop, brilhantemente interpretados por seu elenco. As músicas da série são um estrondoso sucesso de downloads no iTunes, o que não passou desapercebido. Diversas gravadoras e astros do pop, e mesmo a própria rainha Madonna já ofereceram os direitos de suas músicas para serem incorporadas ao repertório do clube Glee em episódios futuros. Crédito dado por Murphy ao tom leve, jovem e otimista do seriado, além de se tratar da reinterpretação de grandes sucessos para novas audiências. Glee já foi selecionado pela Fox para continuar seu caminho promissor e terá pela frente o maior desafio de todo seriado que começa bem: a famigerada segunda temporada. No entanto, avalio que Ryan Murphy e o excelente elenco de Glee não nos deixarão na mão, e a segunda temporada servirá para consagrar um novo grande seriado. O melhor de tudo é: Glee não tem claque! Viva!


Em um momento qualquer de sua vida, o genial multi-artista Andy Warhol proclamou que "no futuro, todas as pessoas serão famosas durante quinze minutos". E outro momento, muito antes de Warhol, o gênio do caos, George Orwell criou uma previsão de um mundo dominado por um sistema totalitário e invasor, que ignoraria a privacidade, lançando olhos controladores por todos os lados. Em “1984”, Orwell retrata a sua visão de como seria o mundo na década de 80, controlado pelo Grande Irmão. Errou por pouco, apenas 20 anos separaram a sua visão da realidade. E o tal futuro incitado por Andy Warhol é hoje. Vivemos em um mundo dominado pela midia, pela necessidade de se fazer presente, pelo controle do quarto poder. A grande frase, entoada pela personagem Rachel do seriado norte-americano Glee, "é pior ser anônimo do que ser pobre", relata bem nosso cotidiano. E você, o que faz pra se expor? Até onde ser minimamente conhecido e reconhecido não te apraz? Seja franco e assuma: você também quer seu lugarzinho ao sol.


por Joรฃo Mรกrcio Dias


A insatisfação dos jovens com o próprio corpo e sua condição social demonstra ser um sentimento crescente. A busca por uma posição de destaque, de superioridade ou de onipotência é uma marca deste século. Essa nova filosofia de vida, de insatisfação pessoal permanente, como se algo quase que inalcançável faltasse, priorizandose o “eu”, é utilizada como mecanismo eficiente pela televisão para venda de seus produtos, resultando na formação de uma nova juventude, onde a prioridade é a conquista da fama, do sucesso e dinheiro, consequentemente de uma suposta felicidade. A influência dos programas de TV começa desde cedo, na infância, sequer espera, não se restringe à adolescência. Qual criança não sonhou em aparecer no Xou da Xuxa, em balançar pompons ao lado das paquitas e gravar em um VHS a sua aparição de 15 segundo no canto superior esquerdo da tela? Isso sem levar em conta nossas amáveis mães que nos adaptam a uma realidade onde tudo que é importante precisa necessariamente ser registrado e exibido a familia naqueles deliciosos almoços familiares. Não é de se espantar que sejam realizadas inúmeras pesquisas por grupos de estudo, instituições internacionais, pela Igreja e missionários que tentam desvendar qual a influência dos programas televisivos no comportamento dos jovens, defendendo teses de que a TV passa uma mensagem oculta de incentivo ao sexo, violência, homossexualidade e, até mesmo, para os mais radicais, apologia ao “satanás”.

Imagem é tudo! Esse é o conselho que ouvimos todos os dias: é preciso não apenas ser, mas ‘parecer ser’, e se não pudermos ser, que nos esforcemos para parecer, e isto até pode bastar, porque cultivar a imagem (de si mesmo, de um produto, de uma idéia) mostra-se como algo tremendamente produtivo. Basta lembrar como ocorrem as campanhas políticas ou as performances públicas dos governantes. As pessoas buscam minutos de fama na frente da telinha, sem se importar com o preço. O maior preço pago pelo telespectador que pretende ser famoso é a perda da intimidade, haja vista que não se pode mais diferenciar espaço público por espaço privado. Hoje, o mais eficiente caminho de se tornar público é estar na mídia. Todos os dias temos exemplos que beiram o ridículo de pessoas que entram em uma busta besta e vazia por popularidade, expondo sua intimidade para câmeras, sites e qualquer outro meio de comunicação, meramente em troca de afagos no seu ego. Aparecer na mídia é muito mais que ser visto, é ter virar um referencial. É se sentir popular, importante e poderoso. Essa síndrome da busca desenfreada pela Fama faz com que muitos jovens deixem de acreditar nos estudos, no empreendedorismo e em outros meios de conquistar vitórias em suas vidas. Há quem jure que nasceu para os holofotes. Dar autógrafos é sua sina e não importa o talento, o que realmente vem a calhar é o quanto o seu nome aparece. Pessoas com esse sentimento nutrem uma estranha sensação de orgulho e

heroismo. Expõem suas vidas para cairem no esquecimento daqui a poucos minutos. Quantas vagabundas de escândalos sexuais o Brasil já conheceu e esqueceu? Algumas centenas. E hoje elas se contentam em serem donas de casas prendadas com a chaga de uma revista masculina no currículo. A fama vem. Sempre. Pra qualquer um. Estamos todos abertos a isso. Mas existem diversas maneiras de ser um cara famoso. Suzane Von Ritchttofen, Família Nardoni e Fernandinho Beira-mar são famosos. E você, gostaria de ter esse tipo de fama? Ainda existem aquelas pseudo-celebridades que são notórias pelas atitudes deploráveis e exageradas para ganhar uma notinha em qualquer jornal de bairro. Quantas mães não expõem seus filhos ao ridículo de testes e danças eróticas em dominicais para realizar um sonho meramente egocêntrico. É o desejo de espelhar nos seus rebentos todas as suas frustrações. Fama é algo que pessoas perseguem ao longo da história da humanidade e, talvez, este seja o ponto: a perseguição da Fama. Talvez um dos efeitos da Fama, seja a sensação de poder que ela sugere às pessoas, afinal ao longo da história humana a graduação de lideranças foi feita pelo valor do poder que determinada pessoa detinha em seus domínios. A fama tem efeitos avassaladores em vários sentidos. Pode fazer uma pessoa expandir sua atividade além de fronteiras imaginárias e pode também trazer desafios inimagináveis.


Fama não é pecado: é um processo de aceitação pela sociedade de algo que está sendo praticado. Devemos lembrar que nossa sociedade possui várias facetas e níveis sociais e culturais, e eis aí a razão de muita coisa estranha, assim como algumas pessoas estranhas fazerem fama. Fazem a fama dentro de seu universo social e cultural, mas a fama é algo expandido para uma visão geral. A fama do fundão cai como bomba na turma do gargarejo e a fama da turma do gargarejo cai como absurdo na turma do fundão. Nossos “modelos” sociais e culturais, por receberem hoje uma forte influência das melancólicas programações televisivas, onde uma parte da população, por ausência de personalidade, termina por ser contagiada pela personalidade dos personagens novelescos, quer viver em suas vidas os titi-tis da televisão. Basta notar a avalanche de produtos que são despejados no m e r c a d o , utilizados pelos personagens d e s t a s “propostas” de vida, enxertadas pela deficiência de realidade, que causa uma ilusão

coletiva de que tudo aquilo que se vê na tela é um exemplo a ser seguido. A fama vem e vai e, às vezes, também fica. A Pheha decidiu entrevistar Lucas Britto e Gizele Silveira, duas celebridades na internet. Mais conhecido como Lucas Celebridade, o clamor Luzilandense, um jovem estudante de letras do interior do Piauí, que tem como maior sonho ser famoso. Não importa como, o

que importa é conquistar a fama. O que levaria um jovem a se expor de tal maneira em busca de algo tão abstrato quanto a fama? Do outro lado do ringue, temos Gizele Silveira, que ficou conhecida no Brasil sob o codinome "Madoninha Capixaba". Fazendo versões literais dos hits de Madonna, a moça nos presenteou com pérolas como "Garota Materialista", "A Ilha Bonita", e "Como Uma Virgem".


Lucas Britto Pheha: Você se tornou popular na internet por querer ser famoso. Por que você busca tanto ser uma celebridade? Lucas Britto: Holofotes fazem parte de minha vida e de meus sonhos, busco desde a infância, quero ser reconhecido. Pheha: Mas deseja ser reconhecido pelo o quê? Não importa a maneira de ser famoso? De onde vem esse desejo? Lucas Britto: Sou ator Teatral, comediante estilo Tom Cavalcante e Radialista. Adoraria ser apresentador, Ator de telenovelas... São vários segmentos que me enquadro. O que falta é oportunidade que, por eu residir tão longe, fica difícil, mas não é impossível. Pheha: O que você faria pra ser famoso? Lucas Britto: Como já disse, tenho talentos voltados à dramaturgia, comédia e outras aspirações... Mas assim que me formar dormirei até na porta das emissoras para pedir oportunidade, feio é roubar. Pheha: Você não tem medo de parecer exagerado ou ridiculo por isso? Lucas Britto: Às veses faço coisas que realmente ultrapassam a noção, porém, faço consciente. Mas quando estou me apresentando profissionalmente para um contratante sei conversar, sou civilizado

Pheha: Por que uma graduação tão pouco ligada a sua área de atuação? Lucas Britto: Falta de opção. A UESPI, que é um orgão estadual, oferece pra Luzilândia (cidade onde moro) poucas áreas e, devido a precisão, atuo como Professor para facilitar um pouco a vida

andava e só via televisão, conheci a historia da Madonna e ser como ela foi o meu estímulo, então um

Pheha: Você já tentou participar de algumas edições do BBB. Por que você gostaria de entrar? Lucas Britto: Para tentar ganhar notóriedade e o prêmio. Para conhecer melhor a carreira e a vida de Lucas Celebridade, espie seu blog: http:// lucasfamapop.blogspot.com/ e siga-o no twitter @lucasfamapop

Gizele Silveira Pheha: Conte um pouco da sua historia "em busca da fama"? Gizele: Não tem historia , acho que todos ja sabem, eu nao busquei e nem busco , aconteceu, caiu o cd na internet e fiquei famosa. Me diverti muito mas depois cansei! Não é este tipo de fama que quero pra mim, viver na sombra de outro nome famoso! Enfim, cresci! Pheha: De onde nasceu a idéia das versões literais da Madonna? Existe uma história de uma doença quando você era criança, não é? Gizele: Sim, eu tinha artrite, não

amigo me deu traduções e eu ficava brincando, tentando encaixar no tempo musical. Depois voltei a andar e comecei a dançar e dublar, só que cantando em português. Na verdade eu queria que as pessoas


vissem que as letras dela não eram promíscuas e sim ela que tinha atitudes sexuais muito abertas, mas

Pheha: Mas existe uma história que você fez a divulgação de um dos CDs da Madonna no interior do Brasil. Isso não é verdade? Gizele: Sério! Tem gente que acha que eu ganhei dinheiro, mas fama nem sempre é sinônimo de dinheiro. Me diverti, viajei, emoções eu vivi, igual o Roberto Carlos. (risos). No Ray Of Light eu fui convidada pela gravadora para a festa de lançamento em São Paulo. Pheha: Hoje, mais madura, depois de algum tempo morando fora do Brasil, você tentaria a fama por outros meios, como um Reality Show, ou gravar um cd com musicas suas? Gizele: Olha, morar fora do Brasil mudou muito minha cabeça, a gente amadurece. Hoje sou mais realista, sexualmente open mind, e assim, se fizesse sucesso agora, seria por algo realmente meu, pela minha bunda, meu peito, minha atuação ou minhas músicas. Mesmo que fosse um funk. É o que dá pra cantar com a voz que Deus me deu, né?

as letras eram lindas e românticas. Talvez mais do que eu mesma! (risos)

Pheha: Você sofreu muita critica quando lançou o seu CD? Gizele: Eu era criança! Todo mundo achava aquilo lindo!

Pheha: O que a fama que vc fez no Brasil trouxe de bacana pra você? Gizele: NADA!

Pheha: Quantos anos você tinha? Gizele: Nove ou dez, no máximo.

Pheha: Mas quando você fez shows, você já era mais velha... Nessa época você foi muito criticada? Gizele: Não fui criticada por que tenho bunda. O público era formado ou por gays que me amavam, ou por heteros que queriam me comer. Só isso! Pheha: O que você acha desse pessoal que busca fama a qualquer custo? Gizele: Eu acho que ser bonito é legal, mas tem que ter conteúdo, né?! Daí você merece a fama e até faz ela durar. Pheha: Hoje você trabalha como dançarina na Europa. Como está a sua vida hoje? Você se importa em ser lembrada como a Madoninha Capixaba? Gizele: Minha vida está ótima! Amo Londres. Não fujo do meu passado, me orgulho, mas estou no meu futuro que não tem nada a ver com a Madonna. Em comum hoje só temos a mesma cidade, Londres! Pheha: Agora, pra fechar, mande uma dica de riqueza e sedução pra quem tem a pele boa e o hálito de hortelã Gizele: Vista-se bem, vá ao cabelereiro três vezes por semana, seja amiga dos promoters das baladas mais finas e o resto vem! Ah sim, e evite ficar bêbada na boate e beijar os gatos lá. Faça a linha Sandy. Nunca se sabe, né gente?!


por Maysa Monjardim (@meumundoacaiu)

“Pagando bem, que mal tem?” tem sido a moral mais propagada dessa era. Regras básicas de caráter e conduta são abolidas ou deturpadas por quem vislumbra, em 15 minutos de fama, ou, às vezes, bem menos que isso, a grande chance de uma vida inteira. Logo, sintetizando a súbita busca por lucro inescrupuloso e posteridade instantânea, formamos o conceito dos reality shows. No jogo de cartas marcadas, os organizadores, com perfis pesquisados e préconcebidos, determinam heróis e vilões, e, ainda de acordo com tendências de mercado, apontam o vencedor. Vale lembrar que, para protagonizar tal importante papel, o que conta é fazer parte de algum grupo minoritário e que esteja em voga na constância da atração. Com essas premissas estabelecidas, começa uma programação que arrasta-se por meses no horário tido como nobre, dando voz a competidores

medíocres, suscitando torcidas que nem ao certo sabem o que admiram e um host que, ao final de cada show, execra leituras clássicas e de autores memoráveis, ao citá-los ou atribuílas aos demônios da ignorância que estrelam o programa. Obviamente, para compensar a ausência de conteúdo inteligível, o apresentador, instruído pelo Big Loser que manipula a atração, conduz o show como se este fosse uma rica, densa e relevante experiência antropológica, quando, na verdade, tem-se em cena apenas caricaturas subhumanas que fazem do horário nobre palco de uma selvageria sem fim. Na corrida tanto pelo prêmio milionário quanto pelos flashes da mídia, os participantes, de etnias, religiões e culturas variadas, encarnam estereótipos típicos e que acabam por ditar padrões para quem acompanha o programa e, de quebra, identificase com a famigerada “novela da vida real”.

Na verdade, os seis dígitos da recompensa inferiorizam-se perante a glória injustificável que os expoentes da atração visam, ganhando, desta forma, o status de sub-celebridades, algumas capas de revistas e matérias em programas cujos apresentadores nem ao menos conhecem concordância verbal. As exceções da regra, ou seja, os integrantes do show com cabedal e discernimento ético, sucumbem à arena de machões bombados, piriguetes rebolativas e pseudointelectuais leitores de Paulo Coelho, saindo de cena como algozes arrogantes e indignos de reconhecimento público. É por isso que repito a pergunta: quanto vale o show? Um milhão? Um segundo da minha atenção? Um gesto meu de mobilização? Para quem não bate palmas para loucos dançarem, minha resposta é simplesmente “não”.



Algumas edições atrás comentamos sobre o vouyerismo, aquele prazer que algumas pessoas tem em assistir o sexo alheio. Mas hoje vamos abordar o outro lado da moeda: o exibicionismo. Exibicionismo é definido como "desvio comportamental que se manifesta através do desejo incontrolável de obter satisfação sexual em exibir os órgãos genitais a outras pessoas”, não importando o sexo, idade, raça, orientação sexual e afins. O negócio é colocar o negócio a mostra. Segundo a constituição brasileira, isso é crime. Sim, meu caro amigo exibicionista, qualquer dia desses você pode ser preso por colocar seus balangandãs de fora. Segundo o direito isso é importunação ofensiva ao pudor, passível de prisão. Mas o que tem de errado nisso? Não sou um exibicionista, que fique claro, mas não acho que seja algo tão grave que mereça prisão. Somos educados, desde sempre, a mostrar nossas intimidades. Vai


por João Márcio Dias

dizer que sua mãe, ao ver que você quando estava quase se mijando nas calças, aos 2 anos, não colocou seu risível genital pra fora e falou: faz xixi aí, menino! E nossa cultura a perseguida alheia, exibindo curvas e pudores em revistas masculinas. E aqueles não tão velhos programas de TV que faziam os "concursos da garota da camiseta molhada", deixando os meninos loucos? E nesse calor subsaariano que insiste em nos perseguir, usar roupas extremamente decotadas, hoje, não é algo tão agressivo. Nossa cultura nos "permite" isso. Ok, não é uma situação agradável andar pelas ruas e encontrar um homem se masturbando por aí. Mas dizer que é um crime, já é um certo exagero. Em geral, exibicionistas são pessoas que necessitam de atenção, e retraem muito do que sentem. Histórico de famílias repressoras também justificam tal ato. E como o ser humano é guiado pelos hormônios, sempre, acaba descontando tudo no sexo.

Mas calma, se você se sente mal por isso, a psicologia pode te ajudar. Não há o que temer. Você observou que eu escrevi tudo até agora para os homens? Pois bem, as mulheres são casos raros no exibicionismo. Talvez pela maior liberdade em suas roupas, mas o fato é que a ciência até hoje não descobriu por que as XX não curtem tanto assim colocar sua intimidade pra jogo. A torcida masculina agradeceria. Uma modalidade exibicionista que vem se tornando bastante comum por aí é a Agorafilia. Ok, pode ler novamente, por que a palavra é bem complicadinha. A agorafilia não é a necessidade de dar uma trepadinha agora. Até por que agora você está lendo a Pheha :D. A Agorafilia é a necessidade de manter relações sexuais ao ar livre. O vento batendo, a possibilidade de alguém chegar e pegar vocês dois (ou mais, quem sabe?!) no flagra e toda aquela coisa do proibido são bastante excitantes. Por mais que seja

proibido, é inegável que dá um tempero na coisa toda. Nas grandes cidades, os adeptos dessa prática já sabem onde, quando e como fazer pra tirar proveito dessa situação. O Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e o Autorama, em São Paulo, são locais propícios para o ato. É muito fácil saber isso. É só analisar comportamentos libidinosos por aí e pimba! Você já tem onde se divertir. E francamente, a polícia está cagando solemente se você está lá para isso. Mas é sempre bom alertar: existem aqueles policiais pouco ortodoxos que gostam de frequentar esses locais para tirar dinheiro dos "criminosos" em questão. Assim como são locais bastante visados por assaltantes. Mas sejamos francos, morando em cidades enormes como Rio e São Paulo, qualquer lugar é alvo pra malandro. Mas é sempre bom alertar. Então a dica sexual dessa Pheha é: faça o que te dá tesão, mas seja prudente e respeite o amiguinho.


CapĂ­tulo 3


CaPRItulo 3: Quando a revolução vem de dentro, ou é hora de correr pras ruas ou é hora de correr pro banheiro Por que é que tudo nesse mundo se resolve através de reforma? Eu só ouvi falar de contra-reforma uma vez. Não é não? Nunca li nas primeiras páginas do jornal "contra-reforma da previdência", "contrareforma tributária". O que é que se passa, meus caros? Veja você, quem é que, por exemplo, tem envergadura moral pra bater no peito e falar que está entendendo tudo de reforma ortográfica? Nem o bom velhinho que está lá, organizando, escapou das erratas. E volta o VOLP pro prelo, cheio de não-me-toques (ops...agora não-me-toques não tem mais hífen. E tenho dito). Foi com o tórax cheio de raça e despido de qualquer pudor que eu pensei em propor uma Contra-reforma ortográfica e entrar para a história, sem sair da vida. Eu quero é botar meu bloco na rua e iniciar uma carreira política brilhante. Era o cenário azul das Bahamas, deitada sobre lençóis de cetim, que me inspirava a pensar no mundo dotada de um espírito jovial, tranquilo e benevolente. Espírito este que, não achando lugar onde se meter, baixou por aqui mesmo, neste corpo sutil e meio envelhecido pelo tempo. Metade de mim era eu e a outra metade era ele/ela. A revolução estava saindo de dentro. Inteira, imponente, impaciente, inesgotável, intrínseca, imanente. Eu estava no quarto de hotel Bahamanense, auge de minha lua favode-mel, sétimo dia, com meu mais recente esposo, homem de my life. Richardi dormia, estático, petrificado. Sobre o lençol de cetim. Tanto que me lembrava aquele busto em bronze da antiga Prefeitura. E olha eu percorrendo novamente os lugares que ainda vou frequentar. Prevejo coisas. Vestido florido, longo. Nomeação. Brios, glamour. O dia da minha vez estava pra chegar e eu não conseguia parar de olhar pra mim mesma, diante do espelho e sobre o lençol, sem retalhos, de cetim. Enquanto eu pensava em tudo isso, nos novos rumos que minha vida iria tomar, Richardi dormia. "Por que é que você está aí parada?", acordou sobressaltando-se, feito uma gazela que saltita de fome no pasto, e me perguntou. Eu disse a verdade, porque para o homem da nossa vida a gente não deve esconder o jogo, não é mesmo, minhas queridas? A não ser que o jogo seja aquele de lingerie que você acabou de comprar agora há pouco. Daí vale a pena fazer um suspense. Apesar de que eu, sinceramente, acho que essas coisas são descartáveis numa relação. Primeiro, olha o constrangimento de estar diante de uma vendedora pedindo um soutien! A gente nunca esquece, mas é terrível! Depois, custa caro comprar qualquer artigo de uso feminino hoje em dia. Com a liberdade aí bombando, reclamada por nós mesmas, de mulher pra mulher, agora aguenta gastar a maior grana com a unha no salão de beleza, as mechas no salão de beleza. É certo que " há menos beleza num salão de beleza. A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão."


10 RAZÕES PARA TER UM ORNITORRINCO

Se sente sozinho? Precisa de um amigo por perto? Que tal investir em um animalzinho? Esqueça cães, gatos, lagartos e passarinhos. A nova moda é ter um ornitorrinco em casa! Veja as 10 principais razões pra ter seu próprio Ornitorrinco. Além do baixo custo de manutenção, ele pode ser seu companheiro de aventuras (junto com o Toddynho). 1) Para encontrar um, você terá que visitar a Austrália. O que é bem legal. Sem contar que você pode dizer pra todo mundo que você tem um produto importado legítimo em casa.

3) Ornitorrincos são ótimos piadistas.

2) Garotas adoram bichinhos de estimação. Um ornitorrinco pode ajudar você a comer a Claudinha.

4) Nada garante mais status social que ter um Ornitorrinco em casa. Pergunte aos seus amigos que tem. Nem um pônei é tão imponente quanto um belo exemplar de Ornithorhynchus anatinus


5) Ornitorrincos são muito animados. Divertem qualquer festa. Além do mais, você pode economizar uma grana com DJs colocando seu melhor amigo pra tocar aquela sonzeira mandada! #heteropracaralho

8) Há quem ache que as unhas desse simpático bichinho sejam venenosas. Mentira! As suas unhas são poderosos Pen Drives de 16 GB.

6) Nunca mais tenha problemas de conexão. A real função dos Ornitorrincos é sua incrível habilidade como receptores de internet banda larga.

7) Em momentos de aflição, Ornitorrincos são maravilhosos companheiros de copo. E agüentam doses homéricas.

10) Otorrino e Ornitorrinco: esse é um trocadilho supersupimpa!

9) Ornitorrincos são descolados, antenados e super ligados no que dá de fashion. Lady GaGa tem uns 3 em casa, de onde tira a inspiração de tudo que faz.


RAPIDINHAS NÃO QUEBREM O GALHO DE ARRUDA - Todo mundo está ligado que os deputados distritais responsáveis pelas investigações são seus aliados políticos e estão (visivelmente) tão sujos quando o próprio. Os amigos da onça queimarão a arruda para "moralizar" (morra, Seiya, num mar de aspas) aquela câmara ou o bundalelê vai rolar na caroça e ele se manterá no cargo até dezembro?

MODERNINHO, HEIN? - O prefeito Eduardo Paes e Claudia Costin, secretária municipal de Educação, inauguraram, no último dia 07, em plena Alegria, O EDI. De qual dos dois foi o EDI inaugurado, não se sabe ao certo. Contudo, do jeito que o Dudu nega a história, dizendo que se trata de um "ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO PARQUE ALEGRIA", já dá para imaginar quem perdeu as pregas. De todo modo, sejam cuidadosos! Dudu afirmou que inaugurará vááários EDIs até o fim de seu mandato. Tá numa siquerência só esse menino.

SORRIA QUE EU ESTOU TE LIGANDO! - O prefeito Eduardo Paes, junto com sua renca formada por Lulinha, o eneadátilo, e o pimpão Sérgio Cabral, inaugurou no fim do último mês a ligação direta entre a Zona Sul carioca e a Pavuna, formando então, a primeira tragédia anunciada do seu gorverno. Como era de se esperar, após todos dançarem o créu, a população carioca ficou eternamente grata a tal feito e o Boneco Vuduardo Paes é o mais vendido na Saara. Nosso editorial sugeriria que todos os eleitores do atual prefeito sejam obrigados a usar o metrô para pagarem pelo equívoco, mas como a Zona Oeste não merece falar nem com meu anjo e nem com o Metrô-Rio, retiramos a lei da pauta.

CALOR, CÉU AZUL E VERDE MAR - O Presidente Cinematográfico Lulinha da Silva, após deliciosas férias na camada do pré-sal, volta a atividade agora no meado de janeiro. A população subaquatica agradece por não mais presenciar os banhos de Dona Marisa Letícia de biquini.




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