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a2 b0 r i1 l2
Exemplos de vida Pedro Monteiro -‐ Fotografo João Ma2as -‐ Modelo
Street photo Yanick Delafoge
Fotografos Marta Ferreira Joel Santos Artur Cabral
Concursos Alma Lusa Amarelo
Galeria
Imagens que inspiram
mestres William Klein
LOCAIS Alcochete
Mercado Canon 60Da Fuji x-‐Pro1
Opiniao Cor ou Preto & Branco
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Sumário
Editorial - 03 Galeria Imagens que inspiram - – 04 Locais Alcochete - 11 Street photo yanick Delafoge- 16 Mestres da fotografia William Klein - 25 Mercado Canon 60ª - 26 Fuji x-Pro1 - 27 Opinião Cor ou Preto & Branco - 28 Fotógrafos
Phocal Photovisions Joel Santos - – 30 Nº 02 Abril 2012 86 Páginas Marta Ferreira - – 41 Revista do Grupo FB -‐ Phocal Photo Visions www.facebook.com/groups/phocalphotovisions/ Artur Cabral - 50 Edição e Direção da Revista exemplos de Vida Pedro Sarmento Jorge Manur Pedro Monteiro | Fotografo - 57 Periodicidade: Mensal João Matias –| Modelo - 65 Distribuição On-‐line Concursos Phocal Contatos: phocal.photovisions@gmail.com alma lusa – - 69 WEBSITE: h_p://www.wix.com/phocalphotovisions/facebook Amarelo – - 77
editorial Um dia decidimos sair do sofá e meter mãos à obra. Não nos passava pela cabeça a cha2ce que este projeto nos ia trazer, as horas perdidas com pormenores lamentáveis, para os quais não estávamos preparados...... Quer dizer não era uma questão de preparação, estávamos era convictos de que a educação estaria presente entre pessoas de bem e que afinal aquilo porque 2vemos de passar nem sequer exis2ria. Assim como assim, as adversidades que vão surgindo vão-‐nos vacinando contra futuros vírus, e aquilo que não mata só nos fortalece. Esta edição da Phocal, a Nº 02 que neste momento vos está a chegar “ás mãos”, é portanto em parte, fruto das melhorias de um an2bió2co fornssimo que nos fez acordar para a realidade daquilo que é contribuir para publicar uma Revista e nos fez ainda alertar para em quem confiar para um projeto deste 2po. Esta edição contou com a colaboração de muitos, temos o orgulho de ter nas nossas páginas um dos melhores fotógrafos Portugueses, a felicidade de contar com dois exemplos de vida, e a sorte de contar também com pessoas de grande nível fotográfico e cultural. Agora imaginem que todos vocês contribuíam mais um bocadinho.... Vêm ai o Nº 03 a 15 de Maio !!!
Foto de: António leão de Sousa – Título: Sexta Feira 13
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 3
galerias
Imagens que Inspiram
Dominique Abreu -‐ Titulo : “Solitude” -‐ Local : Vila Verde – Braga -‐ Canon 60D -‐ Canon 50mm 1.4 -‐ F22 – 8seg – iso160
Maria João Rijo -‐ Título: “Repouso” -‐ Local : Espinho -‐ Canon 600 D -‐ F/13 -‐ 1/80 – iso100
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 4
Imagens que Inspiram
Anita Nunes -‐ Titulo: “Poppy” -‐ Nikon D90 -‐ lente 18-‐55 -‐ F/8 1/125 iso360
Manuel Magalhães -‐ Título: "Madrugada” -‐ Local: Cais do Bico – Murtosa -‐ Pentax K20 -‐ Pentax-‐DA12-‐24mm F4 -‐ F9 – iso320
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 5
Imagens que Inspiram
Dário lemos -‐ Título: “ Nazarena” -‐ Local : Nazaré -‐ Canon 400d – 28-‐90 F7. -‐ 1/160 -‐ iso100 -‐ 86mm
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 6
Imagens que Inspiram
Sónia Guerreiro -‐ Titulo: “Un2l the end of 2mes” – Costa Vicen2na -‐ Canon EOS 7D Canon EF-‐S 10-‐22mm F/3.5-‐4.5 USM -‐ F/4 @ 0,4 sec ISO 100
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 7
Imagens que Inspiram
Fá2ma Mendes -‐ Título: "só, ao ocaso " Local: Fonte da Telha-‐ HP Photosmart Mz 60 -‐ Lente:7,9mm-‐47,4mm -‐ F/5,6 1/1502 seg. iso -‐ 100
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 8
Imagens que Inspiram
Vítor Rocha Título: “À noite na cidade”-‐ Nikon D3100 – 55-‐200 VR F/3,5 1/125 seg. iso – 100 – DF 270mm
Joel Correia – Praia do Evaristo – Albufeira – Canon 7D – Canon 17-‐50 F2,8 – F5,6 -‐ 1/80 – iso 100
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 9
Imagens que Inspiram
Lúcia Neto Título: O terminar colorido de mais um dia” Praia de Matosinhos Canon 600d – 18/135mm F7. -‐ 1/125s -‐ Iso100
António Sousa -‐ Titulo: Cores do Mar -‐ Local: Setúbal – Porto de Pesca -‐ Panasonic DMC-‐FZ30 -‐ F/5.6 – 1/250s – ISO 80 – 170mm
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 10
Imagens que Inspiram
Jorge Fernandes -‐ Titulo:A echarpe do Pico -‐ Madalena -‐ Ilha do Pico -‐ Canon 50D -‐ Lente: Canon 24-‐70mm F 2.8 L -‐ Exif: F / 5.0
Paulo Serfaty -‐ Titulo: Azenhas -‐ Azenhas do Mar -‐ Canon 1100D -‐ Lente:18-‐55 Is F22 iso 100
PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 11
locais
Alcochete
Alcochete onde a vida tem outro sabor! A vila de Alcochete é um município português, com cerca de 17569 habitantes e uma área de 128,5 km, integrado no distrito de Setúbal, na região de Lisboa e na sub-região da Península de Setúbal, sendo composto por três freguesias, Alcochete, São Francisco e Samouco. Alcochete é uma pacata vila que tem tido um crescimento urbanístico acentuado, beneficiando assim da construção da Ponte Vasco da Gama, com a facilidade de acessos para Lisboa, foi alvo de atenções e investimentos de várias infra-estruturas modernas, entre as quais, destaca-se o centro Outlet Freeport e a Academia do Sporting/Puma. No cento histórico da vila a traça das casas típicas não foi perdida e são muito interessantes para fotografar, bem como o património edificado constituído por igrejas e pela Ermida da Nossa Senhora da Vida, não faltando monumentos com muita história. O seu património Natural é riquíssimo, uma vez que uma parcela do território municipal está afecta à Reserva Natural do Estuário do Tejo, possuindo várias salinas onde nidificam diversas espécies de aves aquáticas, cerca de 150 espécies.
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Alcochete Sendo assim podemos apreciar e fotografar a beleza do Estuário, fazendo belos passeios pela reserva, começando pelo Sítio das Hortas, pois é de fácil acesso e onde durante a enchente da maré podemos observar várias aves que por lá habitam, seguimos em frente até à Ribeira das Enguias onde outrora funcionava a produção de sal (riqueza de Alcochete), agora inativa e é frequentada por diversas espécies de aves e é um local muito bom para ver os flamingos bem de perto. As Salinas do Samouco são alvo da criação de habitats, pois a maior parte da sua área é constituída por um intrincado sistemas de canais e tanques que servem de abrigo para as populações de aves aquáticas, no Inverno principalmente podemos observar por lá flamingos, pernilongos, garça-real, garça branca pequena , águia-sapeira e águia-pesqueira, entre outras. Para quem gosta de fotografar encontra em Alcochete motivos muito interessantes, sendo a maior tentação a margem ribeirinha e junto ao cais onde habitualmente se encontram muitas embarcações de pesca artesanal ancoradas. A luz é muito variada e quase sempre com tonalidades bem distintas e quentes, principalmente ao entardecer tornando o pôr do sol mágico e único, pelos belos tons que nos proporciona, acrescentado ainda a vista espetacular sobre a Ponte Vasco da Gama e a cidade de Lisboa, como pano de fundo temos ainda a Ponte 25 de Abril. A magia do pôr do sol é o ponto que mais atrai os olhares dos fotógrafos, pois traduz-se num “mar de cores” de um misticismo de luzes e porque não de romantismo que parece ressaltar aos nossos olhos e tocar nos nossos sentimentos e emoções.
TEXTO E FOTOS: PAULA CORREIA PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 13
Alcochete
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Alcochete
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temas
Street photography – Yanick Delafoge
Yanick Delafoge Tendo acabado de completar 37 anos de idade, sen2a–se ainda jovem para construir família e estabelecer-‐se num lugar a que chamaria casa. Por isso, largou o emprego, armazenou todos os seus móveis e começou esta viagem de 80 semanas ao redor do mundo acompanhado pela namorada. Fotografia de rua é a sua principal principal paixão, é uma peça chave desta viagem. Por isso, decidiu construir o site h_p://www.yanidel.net/ como se fosse de Notebook um álbum de fotos para poder registar a prá2ca e a experiências de fotografia de rua. Como fotógrafo de rua, Yanadel considera-‐se parte da tradição humanista. Respeita a dignidade humana e foca-‐se em pequenos fatos do quo2diano das pessoas. Tenta dar uma dimensão surrealista e lírica ás suas fotos, divergindo de uma pura abordagem documental. Algum humor e posi2vismo serão juntos de tempos a tempos
Tornei-‐me fotógrafo de rua há cinco anos atrás durante longas caminhadas na cidade de Paris. Comecei a perceber que algumas das cenas que observava valeriam a pena serem registadas e a par2r daí pensei em adquirir uma nova câmara para o efeito. Durante os três anos seguintes, eu passava a maior parte dos meus fins de semana nas ruas, procurando essas imagens que representam para mim a essência de Paris. Também me embrenhei bem em termos de fotografia de rua, o que resultou de forma fácil numa cidade onde a fotografia é uma parte tão importante da cultura local. Olhando para trás, 2ve o melhor ambiente durante esses três anos para aprender, pra2car e desenvolver uma visão e um es2lo de fotografia de rua. Na verdade, eu acredito que o meu es2lo está na tradição dos mestres humanistas como Brassaï, HCB, e Doisneau, Boubat, que também fotografou durante muitos anos em Paris. Obviamente, tentei adicionar um visual moderno ás minhas fotos através de um pós-‐processamento muito específico.
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Street photography – Yanick Delafoge
A determinada altura entendi que o tempo para me afastar de Paris 2nha chegado tendo em conjunto com a minha namorada decidido fazer um pausa nas nossas carreiras (eu trabalhava em Marke2ng) e não voltar à minha base na Suíça. Aos 38 anos de idade pensámos que era uma boa altura para embarcar numa grande viagem ao redor do nosso planeta. Portanto o projeto que nasceu de 80 semanas à volta do Mundo permi2a combinar a minha paixão pela fotografia de rua e simultaneamente a descoberta de outras culturas , a vivência de muitas emoções de uma longa viagem. Como calculam tem sido uma grande aventura e já com apenas
Por exemplo as pessoas gostam de ser fotografadas em países como a Índia, Mianmar, Filipinas, enquanto isso pode ser muito di‚cil por exemplo no México ou no Peru Acrescente-‐se a isso que as condições de fotografar também variam muito de local para local por exemplo da neve no Japão até ao calor extremo do deserto australiano, e dessa forma pode sen2r-‐se a dificuldade que é construir uma história coerente com as imagens que 2rei durante a viagem. No final, acho que é simples perceber aquilo que “fotografia de rua -‐ Street Photorgaphy” representa e as suas diferenças para outro 2po de fotografia.
mais 10 semanas para terminar esta Jornada, já consegui refle2r sobre aquilo que este tempo e estes conhecimentos trouxeram à minha fotografia
Trata-‐se de uma série de acontecimentos aleatórios, que retratam momentos da vida.
Gostava de salientar nesta experiência, que a fotografia de rua enquanto viajamos constantemente é um desafio enorme. Não existe um lugar favorito para ir dia após dia, existe muito pouco tempo para se ficar à espera da fotografia perfeita e existe uma necessidade constante de adaptação à cultura local.
No meu caso, eu só acrescentei a isso uma nova dimensão que inclui vários países a essa forma de retratar a vida, e as minhas fotos são simplesmente um extensão disso, através do meu es2lo muito próprio , bem como da minha visão pessoal do mundo.
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Street photography – Yanick Delafoge
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Street photography – Yanick Delafoge
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Street photography – Yanick Delafoge Qualquer cidade é boa para a fotografia de rua, não há dúvidas sobre isso. No entanto, alguns des2nos são defini2vamente mais atraente quando se pensa em fotografia de rua combinando a fotografia com algum tempo de férias. A listagem abaixo sugere, portanto, 12 des2nos que possuem configurações excelentes para a fotografia de rua, mas também
de lazer ofertas culturais. Eu faço fotografia de rua em todas essas cidades e considero-‐as como "andar amigável". Por outras palavras, você pode vaguear sem rumo nas ruas durante horas sem qualquer perigo. Evidentemente, nenhuma cidade é 100% segura, por isso deve informar-‐se antes de viajar e usar seu bom senso quando não tem certeza sobre um determinado bairro.
1) Paris Glamour, moda, romance, arquitetura, comida, cultura, história, ... Paris tem tudo isso. Toda a cidade oferece belos cenários para as suas fotos de rua e você vai encontrar
Finalmente, Londres tem uma comunidade muito a2va de fotógrafos de rua de modo que pode sempre tentar conversar com alguns deles para uma melhor experiência da cidade.
personagens interessantes em cada esquina. Pode perder-‐se em qualquer lugar e andar horas desfrutando a cidade. Claro que os parisienses não são sempre fáceis de lidar, mas um sorriso, geralmente você recebe e muito é perdoado aos turistas. E quando você finalmente se cansar de fotografar, qualquer esplanada servirá para um bom descanso com um bom vinho. Paris – Balloon lovers at the Trocadero – October 2009
3) Istambul Não há outro lugar como Istambul que combina a atmosfera Arabian Nights com a modernidade. As mesquitas por toda a cidade, bem como os sons das chamadas para a oração vai fazê-‐lo recuar no tempo . Entre e saia das balsas, pendure-‐se em torno da famos a ponte Galata ou perca-‐se nas ruas estreitas ao redor do Grande Bazar. Além disso, não hesite em aventurar-‐se fora das dos caminhos h a b i t u a i s e v á a o s b a i r r o s d a c l a s s e trabalhadora como Fener, que é onde você vai encontrar as melhores oportunidades. Finalmente, não se esqueça de visitar a loja de café do famoso fotógrafo de rua Ara Güler para desfrutar de um Cappuccino enquanto aprecia um dos seus livros maravilhosos.
2) Londres Londres é a cidade que melhor define a palavra "cosmopolita". A mistura de nacionalidades, culturas, comércios e bairros torna a fotografia de rua em Londres muito diversa.
Centenários bairros que fazem fronteira com os modernos e culturas alterna2vas que se misturaram com o edi‚cios muito an2gos. Claro, que não vai resis2r a incluir nas suas fotos, algumas destas caracterís2cas icônicas de Londres, como cabines telefônicas vermelhas, táxis, e autocarros de dois pisos, e porque não, uns ”Bobbies” policias Ingleses sempre simpá2cos.
Istanbul – The ferry ride – July 2011
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Street photography – Yanick Delafoge
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Street photography – Yanick Delafoge 4) Roma Dolce Vita é a palavra que muitas vezes vem à mente quando se fala de Roma é. Apesar de ser um estereó2po, Roma representa melhor a arte de viver com prazer como principal obje2vo. Você vai ver pessoas andando nas ruas sem des2no, jovens namorando e é com esta a2tude que é preciso deixar fluir a
6) Tóquio "Lost in Transla2on" é o filme que ilustra perfeitamente o seu estado de espírito durante os seus primeiros dias nas ruas de Tóquio. A cidade é diversificada e cheia de curiosidades para os olhos ocidentais. Você acaba por se acostumar com isso e vai começar
vida, sem preocupações. A arquitetura é, obviamente, magnífica, assim como é a maneira como as pessoas se vestem. Há um enorme de glamour em Roma e os Romanos são das pessoas mais expressivas. Momentos fotográficos decisivo estarão ao seu melhor nível na cidade. Finalmente, tente dedicar um dia para fotografar na rua na Cidade do Va2cano e incluir o papa numa das suas suas sessões de aparecimento em publico, onde vai encontrar algumas cenas muito interessantes. 5) Havana Havana ficou preso na década de 1950. Carros clássicos americanos, arquitetura colonial e uma frente de mar maravilhosa (Malecon) são os principais elementos de Havana. Muito mau para os cubanos porque toda a cidade agora está seriamente deteriorada, mas como um fotógrafo de rua, você vai adorar o ambiente e a forma como a vida diária se desenrola nas ruas. Havana é uma cidade única no mundo cujo centro está ainda totalmente ocupada pelas classes populares. O s c u b a n o s s ã o s i m p á 2 c o s e t ê m u m g r a n d e senso de humor (ou auto-‐escárnio), por isso deve conhecê-‐ los. Finalmente, não espere muito tempo para visitar a cidade. Havana está a mudar muito rápido. Não é uma no2cia boa para os fotógrafos de rua, mas provavelmente promessa de um futuro melhor para os cubanos. Havana – The bakers dispute – Augosto 2011
a incluir estes elemento peculiares da cultura japonesa nas suas imagens. Tóquio dispõe de avenidas movimentadas, e ruas estreitas e ainda a a luz duradoura do néon por todo o lado e ainda os silencioso bairros residenciais com templos em todos os cantos. É engraçado, que os Tokyoites são tão respeitosos que eles nunca vão gritar consigo por 2ara as suas fotos. Tente no entanto mostrar o mesmo respeito e não invadir o seu espaço privado muito quando você achar que está incomodando. 7) Barcelona Garanto que a sua equipa de futebol não presta (desculpem mas como um fã de Madrid e fervoroso adepto do Real, eu 2nha dizer isto), mas Barcelona é a melhor cidade "não-‐ capital" da Europa. É obrigatório perder-‐se nas ruas estreitas do Bairro Gó2co, visitar os bairros populares de Poble Sec e visitar a movimentada frente de praia com o sol quente do Mediterrâneo. A comida é incrível e também os bares de tapas cheio de vida para algumas fotos do interior. A vida em Barcelona é tão boa quanto o Clube ganha na Europa e assim serão também as suas oportunidades de fotografia de rua.
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Street photography – Yanick Delafoge
Barcelona – Thunderstorm – April 2009
9) Sydney Sydney (e da mesma forma Melbourne) são uma mistura de
arquitetura de es2lo americano com herança britânica. Esta é a cidade de sombras ao pôr do sol (ou nascer do sol), que irá permi2r que você jogue com formas e contrastes de uma forma cria2va. Mas isso não é tudo, Sydney é também uma cidade de praia e você vai adorar a cultura surfistas em Bondi Beach. Os seus portos são outro ponto grande fotografia com milhares
de pessoas que para lá convergem para aproveitar as noites mais agradáveis. Q u a n t o a o t e m p o d e l a z e r , n ã o s e p r e o c u p e , Sydney dará qualquer coisa que você possa imaginar. Sydney – In the dark of the day – December 2011
8) Bangkok Bangkok foi a grande surpresa de nossa viagem. Tanto que acabamos ficando por lá mais de duas semanas. Esta é sem dúvida a cidade mais caó2ca da lista, mas atenção, fazem-‐se ó2mas fotos também. Andando pelos canais apanhando os barcos no rio que são indispensáveis , bem como vagando em bairros populares 100% tailandeses . Não se esqueça de se esgueirar num templo no início da manhã e fotografar os monges durante as suas orações ma2nais. Bangkok é uma cidade bastante segura, e além de ser muito amigável, o povo de Bangkok adora ser fotografado. Como um fotógrafo de rua, fará uso da sua habilidade para vencer algumas a2tudes menos amigáveis.
10) Hong Kong Hong Kong é um local perfeito para fotografar e para comprar equipamento fotográfico. Tudo é mais barato em Hong Kong e a escolha de lojas de equipamentos novos e usados é infinita. Quanto à fotografia de rua há sempre as luzes de néon da cidade que o vão levar através da noite. M e r g u l h e n a s g r a n d e s m u l 2 d õ e s d e compradores frené2cos ande em torno da parte velha "Central" da cidade para umas ó2mas fotos. Finalmente, não se esqueça de dedicar um dia a Macau que fica nas proximidades, um outro lugar muito an2go na terra, com grandes oportunidades de imagens.
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Street photography – Yanick Delafoge 11) Lisboa A capital de Portugal é provavelmente a cidade menos conhecida da lista, pelo menos em termos de fotografia de rua. No entanto, é altamente recomendável. Construída nas colinas, com arquitetura deslumbrante e atravessadas por carros de eléctricos, Lisboa oferece um cenário deslumbrante para fotografia de rua. Aproveite o clima Atlân2co moderado e descubra nas ruas à noite os sons do fado, ou simplesmente vá até Cascais para um dia na praia. A visita a Lisboa pode ser combinada com uma viagem ao Porto, que é outro ó2mo lugar para fotografia de rua em Portugal.
Claro, por úl2mo mas não menos importante, Nova York. Um longo tempo Meca para os fotógrafos de rua, New York é a cidade para misturar fotografia lazer, cultura, compras e fotografia de rua. Os arranha-‐céus, as avenidas movimentadas, Time Square, Soho ... nada conhecido para a maioria de vocês, mas tudo é um prazer para fotografar. Note-‐se que as pessoas realmente não se preocupam com o seu paradeiro e os nova-‐iorquinos são estranhos o suficiente por isso algo especial está sempre para acontecer na esquinada da rua. Finalmente, a Big Apple é provavelmente o melhor lugar do mundo para visitar exposições e galerias dedicadas à
fotografia pelo que deve planejar algum tempo para isso. As seguintes cidades também poderiam estar nesta lista: Existem várias cidades na América do Sul, como Buenos Aires ou Rio de Janeiro que provavelmente deveriam ser incluídas nesta lista. No entanto, você simplesmente não pode andar sem rumo com uma câmera nessas cidades devido a questões de segurança. As principais cidades indianas também são boas
Lisbon – Smoke on top of the hill – July 2011 12) New York
candidatas mas ainda não as visitei. Como disse nos próximos três meses, eu vou atualizar de acordo com as minhas visitas. Finalmente, Cairo deve ria estar na lista, mas eu infelizmente ainda não a visitei .
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mestres
William Klein
William Klein, nasceu em 1928, nos Estados Unidos e desde muito cedo, conheceu as ruas de Nova Iorque, afetadas pelas sequelas da Grande Depressão de 1929. Em 1952, 2rou as suas primeiras fotografias e tornou-‐se num dos primeiros a romper literalmente com o realismo fotográfico. A monstruosidade urbana Em 1956, o seu livro de fotografias sobre Nova Iorque, causou emoção. Nas suas páginas, o caos da cidade, encarnou em imagens, que transmi2am aquilo que realmente eram, uma ver2gem de anúncios, engarrafamentos, cartazes, semáforos, mul2dões de personagens diferentes, mendigos, milionários, cruzamento de culturas e raças...Desta forma, William Klein, rompeu com a abordagem tradicional e pôs fim à obs2nação de mostrar apenas retratos, naturezas mortas e paisagens. Ao mesmo tempo, abriu caminho para novas vanguardas. Nas suas fotografias, o in2mismo deixou de ter lugar, passando exis2r a realidade, manifestada no seu próprio contexto sociológico. Por outras palavras, o urbano tornou-‐se presente, com toda a força, do século XX. Nesta captação da "monstruosidade urbana", como úl2ma etapa da industrialização e da massificação social até ao limite do grotesco, Klein situou-‐se mais perto do mundo do cinema do que da fotografia da sua época. Como assinalaram alguns crí2cos, muitas das suas fotografias, parecem fotogramas de filmes de Eric Von Stroeheim e Orson Welles. Próximo do cinema Ao mergulhar na realidade da grande quo2diano, da grande urbe, Klein desmis2ficou a ideia do progresso: a cidade deixou de ser um milagre de vidro e aço, cujo ramalhete de arranha céus, consagra um futuro melhor. É por isso, que as suas imagens transmitem marginalização, miséria, deformação e monstruosidade. Foi Alberto Moravia, um dos primeiros a assinalar , em 1959, que o livro de Klein, sobre Roma, "dá uma visão aterradora, embora terrivelmente exata, da cidade. Fellini, afirmou, por seu lado, que Klein, poderia ter feito um filme, com as fotografias deste livro. E o grande cineasta italiano, não se enganou. Com efeito, pode afirmar se, que cada livro de Klein, contém potencialmente, um guião de um filme. Como o próprio afirmou, a sua câmara, não fixa modelos, mas artes de personagens, o que o obriga a dialogar, indicar, sugerir, discu2r e até provocar, os protagonistas das suas imagens, tal como faz um realizador com os seus atores. Por Vítor Rocha Fotografia Texto, reSrado de excertos de..."William Kein in Mestres da Fotografia, Edição do Expresso"
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mercado
Canon 60DA
A Canon ampliou a sua série EOS com o lançamento da EOS 60Da – uma Digital SLR (DSLR) de alta resolução desenvolvida para astro fotografia. Baseada na especificações do modelo EOS 60D e sucedendo à EOS 20Da, a nova EOS 60Da foi concebida para captar cores avermelhadas ricas produzidas por nebulosas de emissão, com um filtro de baixa passagem modificado que a torna mais sensível aos comprimentos de onda da luz de hidrogénio-‐alfa
A EOS 60Da possui ainda um ecrã LCD de ângulo variável de 7,7cm (3.0”) e suporte Live View – ideal para compor disparos usando um tripé. Este ecrã LCD ar2culado oferece maior flexibilidade enquanto o modo Live View permite um controlo preciso e cómodo para ajustar a composição e as definições da câmara. A resolução do LCD de 1,040k-‐dot proporciona níveis
(Hα). A EOS 60Da é ideal para fotografar fenómenos astronómicos como nebulosas difusas – as favoritas dos astro fotógrafos devido à cor vermelha dis2nta provocada pela ionização do hidrogénio. Numa DSLR standard, um filtro de infravermelhos (IV) limita a quan2dade de luz Hα que passa para o sensor da câmara, reduzindo a transmissão de sinais vermelhos para evitar efeitos de cor indesejados na imagem final. No entanto, a EOS 60Da possui um novo filtro modificado, que oferece três vezes mais transparência para a luz Hα do que a EOS 60D. Este, em conjugação com o sensor CMOS de 18 megapixéis, processamento DIGIC 4 e a elevada sensibilidade do ISO oferece imagens ní2das de nebulosas de emissão de cor vermelha. Alta resolução, elevada sensibilidade e baixo ruído A EOS 60Da proporciona aos astro fotógrafos performance elevada e flexibilidade cria2va. O seu sensor CMOS APS-‐C de 18 Megapixéis é ideal para captar o detalhe de constelações e o avançado desempenho em sensibilidades do ISO elevadas até 6.400 de ISO (expansível até 12.800) assegura imagens com baixo ruído, reduzindo a necessidade de longas exposições e a u2lização de suportes “star tracker”. Trabalhando em conjunto com o potente processador DIGIC 4 de 14 bits, o sensor também oferece uma excelente relação sinal-‐ruído nos dados finais, produzindo imagens com cores naturais e gradações de tom suaves – ideal para captar, por exemplo, a sub2leza das transições de cor das nuvens de gás interestelar. Controlo fácil Com a mesma ergonomia da EOS 60D, a EOS 60Da foi desenhada para ser fácil de manusear e altamente personalizável. As suas linhas curvas integram um layout de botões fáceis de alcançar, com os controlos de uso frequente agrupados para um acesso mais fácil. Os controlos podem ser rapidamente ajustados e personalizados de acordo com as preferências de cada u2lizador. O seu ecrã LCD retro iluminado proporciona uma flexibilidade adicional para monitorizar e ajustar os parâmetros da imagem a meio do disparo. Adicionalmente, um botão Quick Control dedicado, facilita o acesso instantâneo às várias definições da câmara durante o disparo.
excepcionais de detalhe no ecrã durante e após o disparo, permi2ndo aos astro fotógrafos compor e visualizar os seus disparos com total confiança. Para maior flexibilidade, a EOS 60Da é companvel com o disparador remoto TC-‐80N3 opcional – um controlo remoto programável que permite o ajuste das definições sem alterar a posição da câmara. O TC-‐80N3 proporciona a flexibilidade para captar imagens remotamente em intervalos personalizáveis ou longas exposições, tornando-‐se ideal para gravar vídeos com lapso de tempo dos céus noturnos. Um alimentador de corrente ACK-‐E6 AC fornecido, permite disparos connnuos– ideal para longas exposições – e o so‰ware EOS U2lity permite aos u2lizadores controlar as definições ou ver o enquadramento da imagem num PC ou MAC através de uma ligação USB a meio do disparo. Fazendo parte do Sistema EOS, a EOS 60Da é companvel com a mais extensa gama de objec2vas intermutáveis do mundo, desde 8mm a 800mm – proporcionando uma oferta cria2va potente e excepcional aos astro fotógrafos. EOS 60Da – principais caracterís2cas: Maior sensibilidade à luz IV Sensor CMOS APS-‐C de 18 megapixéis Ecrã LCD Clear View de ângulo variável de 7,7cm (3.0”) e formato 3:2 ISO 100-‐6.400 (expansível até 12.800) Disparos com lapso de tempo com EOS U2lity ou Disparador Remoto TC-‐80N3 opcional
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Fujifilm x-Pro1
Fujifilm X-‐Pro1 SpecificaFons Sensor: 16,3 Milhões de pixeis Metering: 256 zone, mul2 pa_ern, manual, spot. Lens Mount: Fujifilm X mount. Modo de exposição: Program AE, shu_er and aperture priority, manual. Sensor: APS-‐C type X-‐Trans CMOS 23.6×15.6mm. 35 SLR Lens Factor: 1.5x. ShuMer Speed (sOlls): 60 mins (Bulb) to 1/4000 second. Flash sync: 1/180 sec.
Tamanho de Imagem(pixels): S2lls: 4896×3264 to 1664×1664. Gravação de Video: 1920×1080, 1280×720. LCD : Op2cal plus 12mm electronic (1,440,000 pixels), 7.6cm LCD screen (1,230,000 pixels). Formato de Ficheiro : JPEG, RAW, JPEG+RAW, MPEG4. Colour Space: sRGB, Adobe RGB. ISO : Auto, 100 to 25.600. Interface: USB 2.0, HDMI mini, remote control. Alimentação: Rechargeable lithium ion ba_ery, DC input. Dimensão: 139.5×81.8×42.5 WHDmm.
Fotografia conOnua: 3/6 fps. Memoria: SD/SDHC/SDXC cards.
Peso: 450 g (card and ba_ery).
Sensor APS-‐C 16M “X-‐Trans CMOS” Desenvolvido para aproveitar a excepcional resolução das lentes XF. Um novo e revolucionário sensor inspirado no filme. “Lentes XF” FUJINON intermutáveis e o Original “X Mount” Qualidade de imagem sem limites. Três excelentes lentes de focagem individual e o “X Mount” original da Fujifilm concebido para uma superior performance das lentes, que lhe irá assegurar uma excelente qualidade de imagem. Design e Acessórios Realce a funcionalidade e beleza da X-‐Pro1 com acessórios dedicados. MulS Visor Híbrido A ul2ma geração de Visor Híbrido op2miza a ampliação em função da lente.
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opinião
Cores ou preto e branco
Durante décadas e desde que a fotografia é conhecida apenas se podia fotografar a preto e branco. A fotografia a cores só começou a tornar-‐se mais popular quando em 1935 a Kodak lançou o filme Kodachrome, no entanto e apesar da evolução muitos fotógrafos ainda se mantêm fieis ao b&W. Há quem diga que o b&w hoje é apenas uma questão e de es2lo, ou uma proposta fotográfica, pessoalmente discordo, mas vamos ás diferenças. Fotografia a Preto e Branco
Muitas das fotos que hoje consideramos Ícones da fotografia foram feitas a preto e branco, primeiro porque era essa a única possibilidade, depois porque foram fotos que marcaram uma época impar na história da fotografia. Quando se fotografava a preto e branco era muito mais simples de revelar , fazer isso em casa num laboratório quase caseiro estava ao alcance de muitos, já em cores isso não viria a acontecer. Fotógrafos que marcaram uma época de ouro na produção fotográfica como Car2er-‐Bresson ou Ansel Adamns são criadores de imagens monocromá2cas ainda hoje admiradas por muitos. 1943 – Ansel Adamns fotografa soldados americanos Nas vantagens do preto e branco está o facto de não termos muito de nos preocupar com o balanço de brancos ou cores muito fortes que possam distrair do tema principal que a foto pretende mostrar. Depois na fotografia a preto e branco existe espaço de tempo, proporciona temporalidade e pode inclusive revelar-‐nos a essência do mundo que nos rodeia. Uma das preocupações que temos é conseguir controlar o contraste e os tons de cinza, que podem variar muito de acordo com a esté2ca podendo optar-‐se por fotografias com imenso detalhe ou um forte contraste, também dependendo muito do fotografo. Ansel
C a r S e r – B r e s s o n – L e i d a g r a v i d a d e Quando se fotografava em filme 2nha de se optar de imediato se o iria-‐mos fazer em preto e branco ou cores, com o aparecimento dos equipamentos digitais isso deixou de acontecer, podendo esse escolha ser feita na própria câmara, no entanto é sempre melhor fotografar cores e depois editar a sua foto e converter em preto e branco. Por exemplo se a sua máquina apenas fotografar em formato jpg, não havendo a possibilidade de Raw, optar por fotografar a preto e branco a imagem perderá todas as suas informações de cores e não poderá reverter esse processo, o que em Raw não acontece, pois a imagem manterá sempre todas as informações os canais de cores. Fotografia a cores Conseguimos com a fotografia a cores preservar o vida tal como a vemos, mantendo toa uma enorme gama de cores e tonalidades. Desde que a fotografia a cores se tornou popular e acessível a todos, captou também grandes nomes da fotografia mundial como por exemplo os Americanos William Eggleston ou Annie Leibovitz , sendo as áreas de moda e natureza aquelas onde os fotógrafos mais se renderam à cor.
Adams “inventou” uma escala de cinzas que ainda hoje muitos fotógrafos que escolhem o B&W como forma de fotografia W i l l i a m E g g l e s t -‐ G u l f S i g n 1 9 7 3 seguem como referência nos seus trabalhos. PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 28
Cores ou preto e branco
Da heliografia ao digital, a elegância e o charme do es2lo prevaleceram a uma série de evoluções técnicas. Na fotografia, as cores têm o poder de mexer com as emoções de quem a vê. Consciente ou inconscientemente, a composição cromá2ca influencia a forma como uma pessoa define determinada posi2va ou nega2vamente determinada imagem. Na fotografia a preto e branco, como não existem cores além dos tons presentes na escala de cinza, essa teoria funciona com o preto, o branco e o cinza. Estudando separadamente cada um deles, iden2ficamos as sensações e associamo-‐las às nossas memórias. O preto é a cor do absolu2smo, do poder; na fotografia, funciona da mesma maneira que na moda, concedendo elegância e superioridade. O branco transmite o oposto, tornando-‐se a personificação de pureza e delicadeza,
Annie Leibovitz's -‐ John Lennon and Yoko Ono -‐ 1980 No entanto mesmo nestas áreas não haverá ninguém que num determinado trabalho não acabe por converter umas quantas fotos para preto e branco. O normal é, 2rando aquele 2po de fotógrafo que só faz preto e branco ou só faz cores e existem muitos, é o próprio tema levar-‐nos a decidir o que fazer. Se por exemplo nos passearmos por uma campo de tulipas na
ampliando os sen2dos de espaço e percepção. O cinza, a cor mais presente em toda a imagem monocromá2ca (ironicamente chamada de “preto e branco”), representa a estabilidade e o equilíbrio. Quer fotografe a cores ou a preto e branco tenha sempre em atenção o seguinte: 1 – Entenda a luz -‐ A luz é o elemento fundamental de qualquer fotografia. 02 – Explore o assunto -‐ Decidir o que fotografar é essencial, veja aquilo que gostaria de contar através de imagem. 03 – Fortaleça a composição -‐ Quando fotografamos podemos organizar aquilo que vemos e enquadra-‐la devidamente. 04 – Use as core... Ou não -‐ Decida se faz sen2do cores ou reto e branco as cores podem ser essenciais na imagem, mas eventualmente deverá preferir fazer sobressair texturas e jogos de luz e sombras, então aí o preto e branco faz sen2do 05 – Organize as formas -‐ Uma vez que uma fotografia é um plano, tudo aquilo que nela aparece são formas bidimensionais. Conforme as captar pode criar contrastes, equilíbrios, harmonias ou ou apenas incomodo. 06 – Elabore mensagens -‐ A fotografia é uma forma de mensagem com muito poder, uma linguagem visual que se aliada à esté2ca funciona perfeitamente. 07 – Crie -‐ A fotografia é muito mais que um simples registo fotográfico. Das máquinas de todos nós podem sair verdadeiras obras primas, depende da cria2vidade de cada um.
Holanda não faz muito sen2do converter a preto e branco pois é a beleza do colorido que faz uma foto excelente. Mas se es2vermos a fotografar um episódio de guerra ou edi‚cios abandonados, o monocromá2co pode realçar melhor pequenos detalhes que fazem a diferença. Quando se fotografa a cores é preciso ter em atenção o balanço de brancos, se está de acordo com a luz ambiente e se o controle escolhido vai manter as tonalidades corretas. Ainda assim na pós-‐produção pode sempre tentar corrigir-‐se o balanço de brancos desde que se fotografe em raw pode aumentar-‐se saturação das cores e aumenta para tonalidades mais fortes mas convém não abusar. Um dos aspectos que gostaria de valorizar é que desde que a fotografia surgiu oficialmente, em 1826, a imagem captada pela câmara obscura de Niépce era em tons de cinza. Hoje, pra2camente dois séculos depois do feito, a fotografia em preto e branco ainda está no auge e muitos dos grande fotógrafos atuais apesar de u2lizarem a cor nos seus trabalhos nunca deixam de propor e produzir grandes imagens a preto e branco como forma de expressão.
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fotógrafos
Joel santos
Joel santos nasceu em 1978 em Lisboa. Possui uma licenciatura em economia e mestrado em economia e gestão da ciência e tecnologia. Apesar de sua formação acadêmica, têm-‐se dedicado nos úl2mos nove anos à sua maior paixão: a fotografia. As suas fotografias e textos são frequentemente publicadas em revistas de viagens, de fotografia e até corpora2vas por todo o mundo, tendo apresentado mais de trinta capas e centenas de ar2gos. O seu trabalho também foi mostrado em várias exposições individuais e colec2vas, nomeadamente em Portugal, Polónia e Timor leste. É autor do best-‐seller “Fotografia: luz, exposição, composição, equipamento e dicas para fotografar em Portugal" , do livro “Fotografia digital com adobe Photoshop Lightroom " e do livro" Índia – A cor do contraste ”. De 2007 até 2010 foi o editor-‐chefe de "O Mundo da Fotografia Digital", a revista de fotografia líder de vendas em Portugal. Ganhou vários prêmios de fotografia nacionais e internacionais pelo seu trabalho, incluindo o Primeiro Prêmio (2006) e Menção Honrosa (2007) na natureza do Prémio Fotojornalismo Visão / BES (padrões World Press Photo e do júri), e os lugares selvagens (Natureza / Cor, 2007), Medalha de Prata FIAP (Natureza / Cor, 2009) e Melhor Português (Natureza / Cor, 2009) no Algarve Foto Salon (patrocinado pela Federação Internacional de Arte Fotográfica -‐ FIAP – e o Photographic Society of America -‐ PSA ). A trabalhar com a agência de viagens Papa-‐Léguas atualmente Joel Santos lidera viagens e workshops de fotografia em Portugal e um pouco por todo o mundo, combinando a sua vasta experiência como viajante com a sua paixão por comunicar e ensinar. Como fotógrafo profissional, é representado por AURORA FOTOS e alguns de seus trabalhos também são distribuído pela Corbis e pela GETTY IMAGES. Trabalhos exibidos em h_p://www.joelsantos.net/ Com apenas 33 anos, Joel Santos é um dos nomes mais reconhecidos nacionalmente no que diz respeito a fotografia de natureza, retrato e viagem. Venha descobrir como é que o jovem fotógrafo trocou os relatórios financeiros pela câmara fotográfica. Quem o conhece sabe que a fotografia é a sua maior paixão e se lhe 2rassem a câmara fotográfica, a sua vida perdia o
Assim, só anos mais tarde é que o gosto pela fotografia voltaria a acordar, quando Joel já se estava a preparar para escrever a sua tese de mestrado em Economia. “No final do mestrado estava tão cansado que pedi uma licença de seis meses e foi nessa altura que comecei a fotografar gotas de água em casa. Queria perceber como funcionava a luz e como é que eu a podia registar e ao mesmo tempo comecei a perceber como é que a câmara funcionava”. Foi nessa altura que começou a fotografar
enquadramento. Depois de três livros de fotografia publicados, dois técnicos e um de imagens sobre a Índia, vários prémios nacionais e internacionais, a direção de uma revista de fotografia durante três anos e centenas viagens por todos os con2nentes com a câmara em punho, Joel mantém-‐se insa2sfeito como no primeiro dia e afirma que ainda tem um longo percurso pela frente. Desde pequeno que a fotografia faz parte da vida de Joel, um gosto incu2do pelo pai que passava horas a usá-‐lo como modelo. No entanto, os seus primeiros passos na fotografia não foram, literalmente, muito firmes. “No final de cada ano lec2vo os meus pais ofereciam-‐me um presente e um deles foi uma
a costa portuguesa e a enviar as suas fotos para a revista de fotografia Foto Digital. Impressionado com o trabalho do jovem fotografo, o diretor da publicação reserva seis páginas da revista para que Joel escrevesse ar2gos mensalmente sobre um tema à sua escolha. Terminados os seis meses da licença do mestrado, Joel é selecionado para dar, durante três meses, aulas na Universidade de Economia de Dili, em Timor-‐Leste. Mas em vez de três meses, Joel acabou por ficar três anos e descobrir uma nova paixão fotográfica: o retrato. “Devido à intolerância a um medicamento an2-‐palúdico, não
câmara fotográfica. Fiquei muito contente e levei-‐a comigo nas era aconselhável fotografar natureza ao nascer e pôr-‐do-‐sol, férias para a ilha Terceira e, na Piscina Natural dos Biscoitos, caí então concentrei-‐me nos retratos e apaixonei-‐me pelo rosto dentro de água com a câmara e ela deixou de funcionar sem humano .” pra2camente a ter usado”. PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 30
Joel santos Regressado a Portugal, Joel é convidado a assumir a direção da revista O Mundo da Fotografia Digital, cargo que desempenhou ao longo de três anos. Mais tarde, acabou por acumular, na mesma editora, as funções de coordenador editorial de todas as publicações da área de tecnologia. No entanto, lentamente, estava cada vez mais afastado do que mais gostava de fazer – fotografar. “Para mim tornou-‐se paradoxal passar três anos a escrever sobre fotografia e a incen2var os leitores a fotografar,
Assim nasceu o livro ‘FOTOGRAFIA – Luz, Exposição, Composição, Equipamento’, da editora Centro Atlân2co, uma verdadeira bíblia para qualquer fotógrafo que queira ver esclarecidas questões fotográficas de forma clara. Escrito de uma forma simples e direta, o livro já vai na sua quarta edição e tem recebido as melhores crí2cas a nível nacional, tendo já estado no primeiro lugar do top de vendas na Fnac. “Basicamente, eu escrevi este livro como eu gostaria
mas sem que eu próprio 2vesse tempo para o fazer. Adorava o meu trabalho, mas estava cada vez mais absorvido por ele. Foi nesta altura que surgiu a Papa-‐Léguas, uma agência de viagens de aventura com a qual Joel viria a colaborar, modificando novamente o seu rumo profissional. “Na altura o diretor da Papa-‐Léguas, Artur Pegas, foi à editora para uma reunião e a empa2a foi mútua, pois também ele é um apaixonado por fotografia e um grande viajante. De forma quase natural chegámos ao tema das viagens fotográficas e ambos percebemos que nnhamos vontades em comum, o que me fez equacionar passar a fazê-‐lo profissionalmente. Deste modo, a primeira experiência surgiu poucos meses depois, onde fizemos uma viagem fotográfica à Islândia, a qual foi muito bem sucedida. A par2r daí nasceu a vontade de fazer viagens fotográficas de forma mais planeada e regular, bem como apostar fortemente na formação em fotografia ao nível nacional através de cursos e workshops fotográficos”. Ensinar era outro dos des2nos que para Joel estava completamente fora da equação. No entanto, quando percebe que influenciou alguém a dedicar-‐se à fotografia e que desmis2ficou toda a dificuldade que está à volta desta a2vidade, o fotógrafo sente uma felicidade gigantesca. “Olhando para trás, eu devo muito às pessoas que, com uma palavra ou com uma conversa, mudaram a minha vida. Neste sen2do, uma das coisas que me apaixonou pelo ensino foi sen2r que eu também poderia influenciar o rumo de uma pessoa e fazer com que ela se lembrasse de mim, tal como acontece com um conjunto de pessoas que, mesmo sem saberem, transformaram a minha vida para melhor. Assim, sinto que é um privilégio ter alguém que gosta do meu trabalho, que ouve aquilo que tenho para dizer. Tenho um genuíno gosto par2lhar conhecimento”. Joel é um homem de paixões e, para além de fotografar e ensinar, foi na escrita que descobriu mais uma das suas vocações. Dois anos após ter escrito o livro Fotografia Digital com Adobe Photoshop Lightroom, que esgotou em pouco tempo, Joel lançou-‐se num desafio ainda maior: escrever um
de ter lido um quando comecei a fotografar. Teria poupado as muitas horas que gastei a fotografar o meu candeeiro”, comenta diver2do. No passado mês de Outubro, Joel concre2zou mais um dos seus sonhos – publicar um livro de fotografias sobre um dos seus des2nos favoritos – a Índia. Nas primeiras páginas do livro pode-‐se ler um breve texto escrito por Joel que nos mostra bem a visão que o autor tem da Índia “A Índia é o trapo e a seda, o pobre e o bom berço, a monção e a seca, o picante e o sabor suave, o mau odor e o perfume, o negrume e a luminosidade, a crueldade e a humanidade, as lágrimas e os sorrisos, a descrença e a esperança, as rugas e a juventude, o confronto e a paz, o caos e a harmonia”, e é esta visão que encontramos a cada página virada do seu livro. RelaSvamente aos próximos anos, Joel Santos deixa-‐nos algumas pistas. “Gostava de ser capaz de fazer um percurso à altura daquilo que são os meus desejos, dando asas à minha ilimitada paixão por fotografar, sa2sfazendo a minha curiosidade em relação a vários países, povos e culturas, e fazendo registos que mereçam ser par2lhados com outras pessoas. O meu prazer está muito no ato de fotografar, mas também no de par2lhar, para que outros se possam emocionar, para que algo no nosso mundo possa melhorar através da mensagem fotográfica e para que eu tenha vontade de fazer mais e melhor. A fotografia merece tudo de mim, bem como todos os que par2lham da mesma paixão por ela.” Por Magali Tarouca Conheça os diversos trabalhos de Joel Santos em www.joelsantos.net Fique a par de todos os Cursos de Fotografia, Viagens Fotográficas e Crónicas realizadas por Joel Santos em h_ps://www.facebook.com/Joel.Santos.Photography
livro de fotografia, com técnica e dicas fotográficas para fotógrafos iniciados e avançados.
Site oficial do livro – “ÍNDIA – A Cor do Contraste’ h_p://www.centroatl.pt/fotografia/
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Joel santos Joel qual a razão do fascínio pela Índia? Na verdade, o que me fascina na Índia é um conjunto de aspectos e, em par2cular, a forma única como eles interagem. Os principais são, sem dúvida, as pessoas, os contrastes e a cor, tal como deixo explícito através da capa e da introdução do livro “ÍNDIA – A Cor do Contraste”. Começando pelas pessoas, estas são a essência da Índia, são o ingrediente mágico que a torna única, inimitável e surpreendente a cada minutos. Muitos dos indianos que conheci, através das suas histórias de vida e dos seus gestos para comigo, mudaram não só a minha forma de pensar – sobretudo acerca daquilo que realmente nos traz felicidade -‐ s, mas também o modo como observo o mundo – nomeadamente na forma como o Homem se relaciona com a Natureza e com o meio circundante. E é pela mão das pessoas indianas, que os contrastes nascem, muitos deles extremamente vincados, sejam eles ao nível social, cultural, religioso ou esté2co. Para culminar, as pessoas e os contrastes que eles criam são envolvidos por um jogo de cores absolutamente singular, presente nas roupas, na arquitetura, na gastronomia, entre tantos outros elementos. As viagens realizadas à Índia Onham como finalidade a publicação de um livro? Eu fotografo aquilo que sinto, o que me apaixona, o que me desperta curiosidade. Assim, não viajei várias vezes para a Índia com o objec2vo de fazer um livro, mas sim com a vontade de descobrir mais rostos fascinantes, de conhecer pessoas que me ensinassem mais sobre a sua forma de viver e conviver. Creio que é por isso que os rostos e os olhares presentes no livro são tão puros e genuínos, a única forma de mostrar a energia e a grandiosidade deste país e do seu povo. De facto, a Índia não se descreve, sente-‐se – e o livro pretende fazer com que quem observe cada nova página sinta algo bem profundo, sem necessidade de palavras. Em úl2ma análise, embora as fotografias não tenham sido originalmente feitas a pensar num livro, agora que ele nasceu, cons2tui o meu mais sincero tributo à Índia e aos indianos. O livro centra-‐se nas pessoas. Como é que as abordou de forma tão próxima? O facto de ter vivido e trabalhado em Timor-‐Leste durante três anos, sobretudo numa altura em que as tensões sociais
problema – a fotografia quebra barreiras, une pessoas. Mas é preciso saber respeitar as pessoas, nunca fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem e, acima de tudo, não encarnar a faceta do caçador de imagens que não olha a meios para as conseguir. Quando se conjugam todos estes elementos, a relação com as pessoas é a melhor possível e pode aprender-‐se muito, vivendo episódios únicos e que servem de pano de fundo pessoal para as imagens realizadas, valorizando-‐ as para lá do visível. O que disOngue este trabalho sobre a Índia de outros já existentes? Como seria de calcular, eu não sou o primeiro fotógrafo a ir à Índia e a apaixonar-‐me pelo país e pelas pessoas, bem patente pelos diversos trabalhos feitos e publicados internacionalmente. Contudo, a minha forma de retratar as pessoas é marcada por um grande in2mismo, com olhares diretos, genuínos e espontâneos, onde fica clara a minha proximidade ‚sica e emocional. Este 2po de abordagem é muito mais rara, mais complexa, pois não é algo que se planeie – é, acima de tudo, algo que emana da nossa forma de ser e de ver o mundo. Muitas das fotografias são os primeiros olhares, mas também existem outros que só foram possíveis porque as pessoas deixaram de me ver como um intruso, as duas únicas situações em que, a meu ver, é possível registar a verdadeira essência e alma de alguém.
con2nuavam ao rubro, fez com que eu desenvolvesse uma capacidade par2cular de me adaptar a contextos diferentes e, em especial, de me relacionar com pessoas nessas circunstâncias. Julgo que essa experiência me fez crescer enquanto pessoa e enquanto viajante, pelo que nunca visto a pele do turista ou do estrangeiro, mas sim a de uma pessoa e de um ser humano igual, que genuinamente está interessado em conviver com as pessoas e onde a fotografia é, muitas vezes, parte dessa interação. Aliás, a fotografia é uma linguagem universal, pois todos nós entendemos um sorriso ou uma lágrima sem saber uma única palavra, pelo que o facto de não falar fluentemente hindi, chinês ou indonésio, não é um
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Joel santos A maior parte dos enquadramentos é muito cerrado, para que seja visível apenas o essencial, sem distrações e com a pessoa como protagonista absoluto. Quando os planos são mais abertos, procuro ter um cuidado extremo com a composição, incluindo apenas elementos que ajudem a contar a história da pessoa ou a contextualiza-‐la – mas tudo isto acontece em segundos, pois todos os retratos são espontâneos. As são todas fruto situações de rua, com pessoas ‘normais’ em sí2os igualmente ‘normais’. Em suma, a proximidade e a in2midade é a marca do meu trabalho como fotógrafo de pessoas, não como um objec2vo específico, mas como uma extensão natural da minha própria personalidade. Uma imagem tem sempre uma história pode detrás dela, nem sempre óbvia para o observador. Existe alguma em especial que possa ser parOlhada? No seguimento do que referi antes, o facto de a minha relação com as pessoas ser muito próxima, faz com que na esmagadora maioria das vezes eu conheça a sua história e, em alguns casos, recordo-‐me inclusivamente dos seus nomes passados vários anos. Assim, sinto dificuldades em eleger “a” história mais fantás2ca, pois tenho 2do o privilégio de as pessoas me proporcionarem várias, com enredos muito longos. Todavia, existe uma recente, curta e fantás2ca pela sua improbabilidade. De facto, numa das páginas do livro, poderão ver um homem a abraçar dois búfalos no rio Ganges, em Varanasi, uma fotografia realizada em 2010. Contra todas as expecta2vas, em 2011, exatamente um ano depois, encontrei o mesmo homem, no meio dos vários milhares de pessoas que percorrem Varanasi. Foi um momento especial, pois pude-‐lhe mostrar a foto que havia feito um ano antes (um foto marcada pelos tons negros e pela dualidade homem/animal) e fotografá-‐lo de novo (agora com um aspecto de ‘messias’, devido às roupas brancas, ao cajado e à barba consideravelmente mais crescida). Para além do feliz reencontro, possível graças à viagem fotográfica que me 2nha levado novamente até ali, fascina-‐me o facto de a mesma pessoa ter proporcionado dois momentos tão dis2ntos e especiais. Deixo o desafio de encontrarem as duas imagens no livro.
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Joel santos Houve algum cuidado parOcular ao nível da edição de imagem? Para extrair (o termo correto até poderia ser ‘revelar’) o máximo potencial de uma fotografia, é sempre necessária alguma edição básica: ajustes de contraste, saturação e ni2dez. Perto de cem porcento do meu trabalho envolve apenas estes ajustes, ou seja, não gosto de manipular imagens
A comunicação social também tem sido espetacular, como já 2nha sido no meu anterior livro, o FOTOGRAFIA, tendo sido tecidas as melhores crí2cas na imprensa escrita, televisiva e online. Apesar de eu ser o meu maior crí2co, creio que esta reação posi2va é resultado de muito trabalho, empenho e crença de que a qualidade é um aspecto fulcral em qualquer faceta da
e também não aprecio especialmente técnicas intensivas de pós-‐produção (como o HDR, por exemplo) – dá-‐me prazer esperar pelas condições de luz ideais e usar toda a técnica fotográfica possível para obter o resultado no terreno. Nem recortes gosto de fazer, pois procuro enquadrar minuciosamente enquanto fotografo, da mesma forma que quando escrevo tento que o texto seja o melhor possível enquanto escrevo, para não o alterar ou cortar mais tarde. Sou a favor da edição, mas não aprecio, no meu trabalho, a manipulação de imagem. Gosto sobretudo de fotografar, pelo que cada minuto perdido no computador, é um minuto que não posso estar à procura de novos momentos especiais. Todavia, no caso específico das imagens da Índia, pela primeira vez resolvi ir um pouco mais longe, sendo que todas as imagens possuem três pontos em comum do ponto de vista da edição: temperatura de cor elevada (para traduzir o calor que eu sen2 na Índia), ajuste de contraste um pouco mais forte que o normal (para sublinhar os contrastes que a Índia encerra), vinhetagem (o escurecimento dos cantos da imagem faz com que o nosso olhar se concentre mais rapidamente no mo2vo). Todas estas técnicas de edição são ancestrais, sem grandes ar2‚cios. O aspecto mais di‚cil de ajustar foi a temperatura de cor, para que as várias dezenas de imagens, fotografadas em contextos diferentes, ficassem equilibradas entre si. Foi um trabalho muito demorado, pois não existe uma fórmula ou um template de Photoshop que possa ser criado, tendo exigido uma atenção especial foto-‐a-‐foto, mas sem nunca perder o conjunto como referência. De resto, por incrível que possa parecer, foi tudo conseguido no terreno, procurando/ esperando por 2pos de luz e contextos muito específicos. Mais de uma dezena de fotógrafos que viajaram comigo para a Índia nos úl2mos dois anos (eu lidero viagens fotográficas um pouco para todo o mundo) 2veram oportunidade de testemunhar no terreno esta forma de fotografar. Qual a impressão sobre a aceitação deste livro? Felizmente, os comentários têm sido fantás2cos. Começando pela parte mais relevante, os leitores, esses têm dirigido comentários que muito me honram, seja através do email, Facebook, cursos de fotografia ou palestras que tenho realizado.
nossa vida, sobretudo num mundo massificado. Com toda a jus2ça, tenho que dar os parabéns à Editora, Centro Atlân2co, por ter produzido um livro cuja qualidade de impressão, do papel e dos acabamentos estão ao nível do que de melhor se faz no mundo. Estou seguro que, devido a essa qualidade e ao facto de as fotografias contarem pequenas histórias que só se descobrem após várias passagens, folhear o livro será um acto repe2do muitas vezes e que irá proporcionar uma experiência visual e emocional muito forte, ao longo de muitas gerações. Possui um vasto trabalho ao nível da fotografia de paisagem, mas foi o retrato que marcou o início dos livros dedicados à fotografia de autor. Qual a razão? De facto, o meu percurso fotográfico teve início na fotografia de natureza, uma área onde possuo um extenso trabalho e, porventura, aquele que a até há algum tempo a maioria das pessoas (re)conhecia. Assim, por essa ser uma vertente tão marcante, concordo que seria expectável que 2vesse sido lançado em primeiro lugar um livro de fotografia sobre paisagens naturais. Contudo, a paixão pelo retrato espontâneo assumiu uma preponderância notável e, dada a influência que a Índia tem no meu percurso pessoal e profissional, posso afirmar que, de facto, este trabalho conquistou um lugar especial e foi por essa razão que se decidiu apostar neste projecto. Contudo, está longe de estar terminado e confesso que grande parte con2nua inédito, para além de outras vertentes que estão em curso. O mesmo se passa em relação a outros trabalhos, como o de Timor-‐Leste, Indonésia e China, locais que 2ve o privilégio de visitar várias vezes e onde apenas uma fracção das fotografias foi tornada até agora pública. Assim, entre paisagens naturais e urbanas, retratos e, como um todo, fotografia de viagem, creio que haverá lugar para trabalhos igualmente marcantes e que espero ter o privilégio de par2lhar com todos os apaixonados por fotografia.
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fotógrafos
Marta ferreira
“Por trás de uma maquina, só eu sei o que vejo” Marta Ferreira tem 33 anos, é aquariana nasceu em Valongo, e fotografa desde os 27 anos de idade. A fotografia é para ela mais que uma profissão, é uma paixão que transformou toda a sua vida e que deu asas a muitos projetos e sonhos. O principal mérito dos seus trabalhos é que todos exploram não somente a luz, mas também expressões, arrepios, performances, sonhos e a dança corporal, facilmente dirigidos pela sua cria2vidade e imaginação. Fotografa disponível para ajudar e reinventar, que tem a melhor profissão do mundo… aquela que a completa de dentro para fora… Equipamento: Canon 10 D e Canon 5 D – Lentes Série L 2.8 70/200 -‐ 17/40 e 24/70
Trabalhos importantes realizados nestes úl2mos anos 2006 – Historia Fotográfica “Grito Mudo” 2007 – Exposição do grito Mudo em Espanha ( Madrid, Barcelona, Sevilha) e no Porto, no Clube Literário. Inicio de um novo Projecto designado Sen2mentos – exposição no Bar Púcaros e na Faculdade de Direito de Lisboa Projecto de Alma em Mim (nus) – com exposições em Espanha 2008 – Historia Fotográfica “Vida do Avesso” Exposição em Espanha ( Madrid, Barcelona, Sevilha) 2009 – Inicio de um livro infan2l em parceria com Grendel que se in2tula “Um dia fora do tempo” -‐ Novos projetos com teatros e espetáculos -‐ Exposições de fotografias de Teatro, no Porto e Lisboa, algumas delas em hotéis como exposições permanentes. 2010 – Historia Fotográfica “Medo de Sen2r” (Noivas á rua) -‐ Inicio do Projecto Devaneios Fotográficos
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Marta ferreira Pedro Sarmento – Marta um dia acordaste e disseste quero ser fotografa?? Como é que essa paixão surgiu na tua vida? Marta Ferreira -‐ foi surgindo… na minha vida as coisas simplesmente acontecem, nunca sonhei ser fotografa até o dia em que decidi que era aquilo que queria seguir. Acho que tudo começou com um grande amigo Sérgio Guerreiro, que despertou este bichinho da fotografia, passando-‐me uma máquina para a mão enquanto dava um concerto, depois alguns
MF – Não é nada fácil… isto de ser mãe, mulher, profissional e irrequieta não me dá descanso J Mas ter um companheiro fotógrafo ajuda no processo, e o meu filhote, está habituado a ter a mãe ocupada desde muito pequeno e tenho sempre o cuidado de lhe explicar tudo, para que ele compreenda e não fique triste. Quando estou com ele compenso-‐o a cem por cento. E as coisas que me comprometo a fazer com ele, nunca deixo de as fazer, por muito trabalho que tenha.
colegas do teatro, começaram a pedir-‐me fotografias para enviar para cas2ngs e quando dei por mim, percebi que até 2nha jeito, e havia muita gente a dizer bem do meu trabalho. Em 2006 decidi concorrer a um concurso europeu, feito pela Universidade de Belas Artes de Madrid, onde consegui o quarto lugar e o premio de originalidade. Este concurso deu-‐me acesso a vários cursos e workshops onde pude aprofundar os meus conhecimentos e a par2r dai, nunca mais parei… em 2007 comecei a trabalhar com o Lá Féria, que me trouxe varias vantagens e onde pude fazer aquilo que mais adoro, fotografar teatro, dança, cor, luz, emoção em palco… PS – A determinada altura fizeste uma opção pelo profissionalismo, tens a tua loja, o teu estúdio, organizas eventos, fazes casamentos etc, como é conciliar isso tudo mais a vida familiar, tendo em conta que muitos fins-‐de-‐semana para S são dias normais de trabalho?
O que acontece com frequência é ter de ficar acordada até as 4h/ 5h da manha para conseguir fazer tudo a horas e ainda ser mãe dentro dos horários em que o meu filhote esta em casa. Pedro Sarmento – És uma mulher de convicções e sonhos parece-‐me, como é que surgiu em S toda esta energia que não te faz parar nunca? MF – sempre fui assim… quando era criança era maria rapaz, quando era adolescente era a revolucionaria, agora em adulta, um pouco mais controlada con2nuo a querer fazer coisas que ainda não foram feitas e dá-‐me muito gozo arrastar comigo mul2dões e ajudar as pessoas que por este ou aquele mo2vo não tem acesso a determinadas coisas. Detesto a ro2na e a monotonia, quando dou por mim, já me me2 em mais uma série de trabalhos… J
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Marta ferreira
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Marta ferreira PS – Na tua vida de fotografa aparece também o Teatro com reportagens fotográficas com grande impacto, nomeadamente no Teatro Rivoli do Porto. Como é que surgiu essa oportunidade? MF – Foi logo no inicio da minha “carreira de fotografa”. Em 2007, o La Feria veio para o Porto com a peça Jesus Cristo Super Star. E eu sempre quis fotografar aquele musical… e como queria arregacei as mangas e fiz-‐me a estrada J -‐ Soube que o La Feria não estava muito sa2sfeito com as fotos que 2nha, dizia constantemente que as fotos precisavam de mais alma, mais emoção, Fui ao Rivoli e fiz uma proposta ao La Feria, fotografava um ensaio de graça e dava-‐lhe todas as fotos, se ele gostasse falávamos a par2r daí, se ele não gostasse amigos como dantes e não 2nha de me pagar o tempo que perdesse no ensaio. Ele aceitou… muito nervosa e com a minha Canon 10D e a minha única lente 24/70 2.8 fiz as fotos do ensaio que ele adorou. A par2r daí fui contratada para trabalhar lá e estou com ele desde essa altura fotografando já uma série de musicais. PS – Também já parScipaste em diversas exposições, e não só em Portugal. Quais foram aquelas em que mais te senSste realizada e porquê? MF – em Espanha… em Espanha os portugueses são mais valorizados e o nosso trabalho ganha um destaque que aqui em Portugal não consegue. É outra mentalidade… a exposição que mais prazer me deu e que trouxe para Portugal foi o “Grito Mudo” em 2007, correu 3 cidades de Espanha (Barcelona, Sevilha e Madrid) e cá no porto foi exposta no clube literário. Esta exposição retratava uma história fotográfica de um esquizofrénico, nesta altura par2ciparam mais de 30 “modelos” na história e foi das coisas que mais prazer me deu fazer até hoje. PS – Tu tens uma frase que acho muito interessante que é “ Por trás de uma máquina só eu sei o que vejo”. Quando uSlizas a tua máquina como é que vês a vida, aquilo que te rodeia? MF – vejo com os meus olhos… as pessoas deixam de ser brancas, pretas, baixas, feias, magras e passam a ser unicamente pessoas… depois só tenho de captar a alma… a emoção… a verdade… e isso faz de mim uma fotografa mais excêntrica quando se fala em projetos, pois adoro o irreal, o diferente, o medo, o desconhecido… e as pessoas que mais gosto de fotografar… são apenas pessoas… não precisam ser modelos, nem altas, nem bonitas… apenas precisam de se entregar da mesma forma que eu me entrego. E quando se consegue isso com todo o 2po de trabalhos, a2ngimos uma alegria imensa. E os clientes ficam sempre sa2sfeitos com o resultado porque não estão a olhar para a modelo, mas sim para a pessoa que eles são, ou para a pessoa que representam.
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Marta ferreira
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Marta ferreira
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Marta ferreira PS – És uma pessoa muito preocupada com as questões sociais, como é que achas que a fotografia e todo este movimento que se gera à volta de S pode dar uma ajuda a quem realmente tem problemas. MF – para conseguir ajudar quem tem problemas, tenho de vocacionar o Projeto nesse sen2do e pedir algum 2po de contribuição pelo trabalho que desempenho. Não é fácil, porque nem toda a gente que diz que quer ajudar o faz na pra2ca… no entanto, eu vou fazendo dentro dos possíveis e tenho conseguido com ajuda dos meus colegas, algum dinheiro que faz muita diferença para quem não tem nenhum. Faço também com venda de fotos já expostas, e o dinheiro é entregue a ins2tuições, e até com sessões fotográficas para este ou aquele evento que também revertem a favor de associações de crianças e dos sem-‐abrigo. PS – Dentro de pouco tempo vêm aí mais um Devaneios Fotográficos, o 5º Encontro que organizas, queres falar sobre isso. MF – O tema será sobre LOUCURA, e os contactos que tenho feito nesse sen2do vão desde bailarinos, músicos, atores e grandes malucos que adoram figuração e se disponibilizam para uma sessão fotográfica. Temos a SoAnimarte connosco de novo, que vai dar muita animação ao evento assim como Allanwantou Dance Company, o professor Fernando Bagnola (que dará um workshop gratuito) entre tantos outros nomes já conhecidos de anteriores devaneios e também novas caras que estão sempre a aparecer. Fazemos dois anos de existência e regressamos ao Sanatório de Valongo (o meu 2º estúdio) … já temos mais de 30 inscrições de fotógrafos e aguardamos por outras tantas até ao dia do evento. Tem um custo simbólico de 5 euros por fotógrafo, que será entregue a associação Heróis do Mar, que ajuda na reintegração dos sem-‐abrigo na sociedade. Estão todos convidados a par2cipar, será um dia mágico. 26 de Maio das 10h as 18 horas
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Marta ferreira PS – Marta e projetos para o futuro, o que é que te vai na alma e na cabeça para colocar em práSca? MF – Neste momento quero mesmo conseguir uma revista sobre os 5 anos do meu trabalho como fotografa, 2006/2011, e também uma exposição onde reúna as melhores fotos destes úl2mos anos contemplando todos os projetos e as pessoas que es2veram do meu lado. Além disso, estou a trabalhar em dois projetos diferentes que espero concluir ainda este ano. -‐ Os signos através da fotografia, contemplando as caracterís2cas de cada um e os seus acessórios. -‐ E também as Cartas do Tarot através de fotografias. Além disto gostaria muito que o livro que iniciei em 2008, em parceria com o Grendel, ficasse concluído este ano… mas… isso ainda não é certo! PS – Para quem ainda não te conhece e queira seguir o teu trabalho onde o pode fazer? M F -‐ P o d e f a z e -‐ l o a t r a v é s d o m e u s i t e www.mfotografia.com e através do Facebook lá encontram todos os meus contactos para quem ficou com duvidas ou precise de algum 2po de ajuda.
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fotógrafos
Artur cabral Artur Cabral, nascido em Lisboa em 1979, é arquitecto licenciado pela Universidade Lusíada de Lisboa em 2002. Toda a sua vida morou na Margem Sul do Tejo tendo Almada como actual residência. Considera que sempre olhou para as coisas de forma diferente e que a fotografia foi o meio que lhe permi2u mostrar isso às outras pessoas. É certo que a sua paixão pela fotografia já é an2ga mas apenas há dois anos começou a levar as coisas a sério, até lá, era apenas um fotógrafo amador admi2ndo até nem saber manusear uma máquina fotográfica e
que por isso limitava-‐se a u2lizar o modo automá2co. Foi depois de alguns workshops de fotografia de moda, sendo esta a sua única formação na área de fotografia, que nunca mais parou de produzir. Começou a ponderar tornar-‐se fotógrafo profissional há um ano atrás quando começou a ser procurado para diversos trabalhos na área. E é em 2011 que decide largar o atelier de arquitetura onde trabalhava para se dedicar inteiramente ao mundo fotográfico – “Não está a ser fácil mas vamos ver como corre.” Sendo assim, trabalha como freelancer aceitando convites e propostas por parte de clientes par2culares ou pequenas e grandes empresas. A mais valia é que assim pode gerir o seu tempo da forma que lhe for mais conveniente, algo que não poderia fazer no atelier de arquitetura. Artur adora fotografia de moda e viagens procurando inspiração em diversos fotógrafos, não tanto pelo nome destes mas sim pelo seu trabalho e reconhecimento válido. “O que gosto mais de fotografar são instantes, momentos. Adoro fotografar pessoas, especialmente rostos, expressões, olhares.” diz. Todo o seu material é Canon tendo como máquina de eleição a 5D mark II com as lentes 70-‐200mm f/2.8 IS e a 35mm f/1.4. Saiu recentemente um editorial de moda fotografado por Artur Cabral na revista brasileira DROPS. Este tem vindo também a fotografar alguns eventos e ações de rua para clientes como a Microso‰, Onyria Golf Resort, Turismo Lisboa ou Fitness Nestle.
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Artur Cabral Pedro Sarmento – Artur a tua paixão pela fotografia teve que caminho? Quando começaste, como é que aconteceu, Sveste influências na tua vida que te levaram a pegar na máquina? Artur Cabral: Desde pequeno que gosto de fotografar, como forma de registar o momento. Sempre na brincadeira, sempre à procura daquele sorriso, daquela situação. Cresci sempre com muitos álbuns, a recordar a minha infância, as viagens que fazia, os sí2os que visitava. Acho que sempre quis dar con2nuidade a isso. Sem nunca saber muito bem o que estava a fazer, mas o momento ficava registado. PS: Na tua fotografia nota-‐se muito influência africana, como é que isso acontece na tua vida. AC: O meu pai nasceu em Angola, a minha mãe em Moçambique.
PS: ConSnuando a falar de arquitetura, alguma vez te dedicaste á fotografia de arquitetura que está muito em voga hoje, com muita gente a dedicar-‐se essa área. AC: Fiz algumas fotos de projetos dos ateliers onde trabalhei, e farei mais se 2ver trabalho para isso. Mas confesso que gosto mais de momentos, de pessoas, do que propriamente de situações está2cas, paisagens ou arquitetura. PS: A determinada altura a moda chamou por S, como é que isso começou? AC: Por brincadeira, decidi experimentar fazer um workshop de fotografia de estúdio, com uma modelo. Isto foi há cerca de 2 anos e meio. Tinha uma câmara reflex à rela2vamente pouco tempo, e nem sabia mexer nela. O modo automá2co era o meu maior amigo! Mas comecei a ver como os outros faziam, a
Apesar de não haver propriamente sangue africano, há um passado na família que traz histórias e aventuras que ficam na nossa imaginação. Hoje em dia, quer ser em viagens de família, ou outras que faço por mim, con2nuo a procurar África, pela sua fotogenia. Vida selvagem, paisagem, e especialmente as pessoas! PS: Os teus estudos levam-‐te á Arquitetura, uma área em que a estéSca e os enquadramentos são importantes. Esta tua aSvidade profissional influenciou a tua forma de fotografar ? AC: Dizem que sim, mas eu não tenho a certeza. Claro que a forma de olharmos para as coisas, de vermos como a luz
tentar fazer parecido, e o que é certo, é que no final dessa tarde do workshop, ninguém acreditava que era a primeira vez que eu fazia aquilo. Fiz mais 3 ou 4 workshops desses, ia publicando no Facebook o que fazia, e no espaço de 2 ou 3 meses, 2nha gente a procurar-‐me para fotografar, fazer books e afins. Foi o inicio de algo que ainda hoje con2nua.
trabalha o objecto, as texturas e cores dos elementos, a procura de determinados enquadramentos e formas de olhar, são tudo coisas que atravessam maior parte das formas de arte. A formação em arquitetura pode ter ajudado claro, mas... acho que essa minha tenta2va de ver as coisas da forma que vejo, já vem de trás. PS: Quando decides deixar a Arquitetura e dedicar-‐te á fotografia, o que é que mais pesou na tua decisão? AC: Por um lado, o cansaço da vida de arquiteto que levava. Por outro, a paixão da fotografia a aumentar e a começar a ser reconhecido algum talento. Depois de 12 anos a trabalhar em vários ateliers de arquitetura, muitas horas fechado num escritório sem ter tempo para mim, para outras coisas que gostava, que sen2a falta; decidi que a mudar de vida, seria o momento certo. Estava nessa fase a começar a ter algum trabalho na fotografia, e decidi que iria arriscar. Deixei o atelier no final de 2010, e de lá para cá tenho-‐me dedicado mais a fotografia. Mas não digo que não se me aparecer algum projeto aliciante de arquitetura.
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Artur Cabral PS: Ser fotografo de moda em Portugal é de alguma forma futuro para tanto fotografo que desponta com a era digital, o que achas que irá acontecer no mercado? AC: Para alguns é, sem duvida. Para mim não sei. Temos um mercado pequeno, a procura não é muita contrariamente à oferta. E o pouco trabalho que há está controlado por 2 2pos de fotógrafos. Os que realmente são bons e os que conhecem as pessoas certas nos sí2os certos. Não é fácil para quem aparece de novo vindo de fora. As novas oportunidades que vão aparecendo, acabam por ir para os “primos” de alguém, ou para
e isso dá muito mais gozo. Mas o que gosto mesmo de fotografar nestes eventos, é backstage. O contacto mais próximo com tudo o que se passa ali, com toda a azafama da produção que antecede um desfile. Adoro essa proximidade que se consegue. PS: Fotografia de estúdio versus rua, como te sentes mais á vontade em termos de fotografia de moda, sabendo nós que o estúdio oferece condições que a rua não tem e vice versa. AC: É-‐me indiferente. Dependendo de quem estou a fotografar,
que as faz de borla. PS: Tens marcado presença em desfiles importantes em Portugal, como é que te vês no meio de toda aquela gente, o teu primeiro Portugal Fashion por exemplo foi complicado??? AC: Antes do Portugal Fashion, comecei por marcar presença na Moda Lisboa. Completamente perdido no inicio, no meio de tanta gente que parecia saber muito bem o que estavam a fazer, e eu nem por isso. Não 2nha propriamente um trabalho especifico, nem alguém a quem o apresentar. Isso acabou por me dar liberdade para brincar um pouco e tentar coisas diferentes. Fotografar os desfiles em si, pode ser engraçado quando se consegue fugir à foto obrigatória da roupa. Passei muitos desfiles onde apenas me focava em pequenos detalhes,
se tem mais ou menos experiencia. Um modelo que saiba o que está a fazer, sabe trabalhar bem o “vazio” de um estúdio. O exterior abre todo um leque de possibilidade infindáveis que tb gosto de explorar. PS: quando idealizas uma sessão de fotografia, estou certo que pensas em todos os pormenores, mas com quem é que não podes mesmo deixar de contar para além de S e da modelo? AC: Confesso que sou muito do momento, ou seja, nunca pensa muito no que vou fazer, nesses detalhes todos. Grande parte das sessões que fiz, estava sozinho com a modelo. Vamos fotografando e logo se vê no que vai dar. Maior parte das vezes, foi assim que aconteceu. Mas estou a tentar mudar isso, não porque não goste, mas porque tenho noção de que uma boa produção “vende” melhor. Hoje em dia tento sempre ter quem me produza uma sessão. Make up é fundamental, mas ainda mais importante é um bom styling! PS: Em termos de moda, haveria alguém que darias tudo para fotografar, quem e porque , e o que é que a pessoa te transmite ? AC: Poderia dizer aqui tantos nomes de tantas modelos fantás2cas que se vêm por ai, mas vou optar por uma atriz que
me diz muito, e que funciona também muito bem na moda, Natalie Portman. PS: Além da moda, a tua área de trabalho está a abranger outros temas, queres falar-‐nos sobre isso? AC: Se me perguntarem o que gosto mais de fotografar, se é Moda que me enche as medidas, talvez diga que não. Viagem, viajar e fotografar... A junção dessas duas a2vidades que adoro. Até ao momento, viajo por minha conta, e tento vender algumas fotos depois, mas a minha intenção a curto/médio prazo é inverter essa situação, e ter alguém que me patrocine, que me financie essas viagens com objec2vos concretos para
fotografar. Tirando isso, e como o trabalho não abunda, vou dando resposta a outro 2po de trabalhos que me pedem. Cobertura de eventos, ações e campanhas, fotografia de produto, alguns casamentos....
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Artur Cabral
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Artur Cabral PS: A determinada altura da vida, fazes umas viagens muito interessantes abrangendo grande parte de África. Porquê pode saber-‐se?? AC: O fascínio que tenho desde criança pela vida animal, levou-‐me a tentar procurar viver a experiencia de os ver de perto, ao vivo. Isso fez-‐me procurar África. Mas depois de lá estar, há tantas outras coisas que nos prendem, que nos fazem apaixonar e querer regressar. É tudo tão intenso, tão poderoso, esmagador. Olhar uma criança nos olhos, ver uns olhos pretos, brilhantes, que refletem tudo o que os rodeia, é uma experiencia que... só vivendo para saber o que se sente. E juntar ao facto de lá estar, conseguir fotografar isso, é bastante gra2ficamente para mim. Conseguir trazer algo de lá, fazendo com que quem cá ficou, viaje através dos meus olhos, da minha experiencia. O contacto com algumas tribos ancestrais, o contacto com a vida no seu estado mais natural e selvagem, humana ou animal, é algo de indescrinvel. Estar a poucos metros de um leão, ser envolvido por uma manada de elefantes, assis2r à corrida de uma chita ou ao caminhar em fila indiana das zebras, é algo que marca! PS: Já fizeste a foto da tua vida ou ainda a procuras?? AC: A foto da nossa vida, é sempre a foto que vamos fazer a seguir! PS: Também organizas workshops, tens Sdo sucesso nessa área da formação? AC: Apesar de ter algumas pessoas que me vêm pedir formação, é coisa que nunca fiz. Não me acho capaz de ensinar. Como eu próprio nunca 2ve grande formação na área, sinto que me falta muito conhecimento técnico para o poder fazer. Ajudo quando me perguntam alguma duvida concreta, posso dar uma ou outra dica, mas para já não me sinto qualificado para formar. PS: Para terminar Artur qual o lugar do Mundo que esperas não deixar de fotografar de forma alguma. AC: Já es2ve no local que sonhava desde criança, Ngorongoro. A cratera de um vulcão na Tanzânia, que neste momento é uma fantás2ca reserva natural, repleta de vida selvagem, paisagens completamente dis2ntas, lagos, savana, pântanos, floresta, tudo reunido numa área delimitada pelas paredes internas do que outrora fora um vulcão. PS: Para quem quiser seguir o teu trabalho deixa-‐ nos por favor essas indicações.. AC -‐ Para seguirem os meus trabalhos podem fazê-‐lo em: w w w . a r t u r c a b r a l , c o m o u e m h_ps://www.facebook.com/arturcabral
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Artur Cabral
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exemplos
Pedro monteiro
Pedro Monteiro, tem 29 anos, é Licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação, contudo dedicou-‐se mais à fotografia, adora viajar, estar com os amigos, ver filmes de terror e de drama, e se for bem acompanhado, alguma comédia român2ca. Pedro é simplesmente um sonhador e adora viver Como Fotografo Pedro Monteiro já realizou vários Workshops e par2cipou em diversos eventos, nomeadamente o Portugal Fashion, a Porto Joia etc. Já realizou várias exposições fotográficas e Foi orador de várias palestras sobre a integração escolar das pessoas com deficiência; Fundador e administrador do fórum D-‐Eficiente.net, que consiste numa plataforma com intuito de proporcionar a par2lha de informações sobre a problemá2ca da deficiência. www.d-‐eficiente.net/ ;
Pedro Sarmento– Pedro tu um dia decidiste que querias ser fotografo sem mais nem menos?? Pedro Monteiro – Bem , desde pequeno sempre gostei de fotografia, ainda me lembro brincar e estragar os rolos ao meu pai que passava a vida a 2rar-‐me fotografias, contudo descobrir esta paixão a par2r do liceu, quando me deram a minha primeira máquina fotográfica, passava o dia todo a fotografar as meninas mais bonitas do liceu PS – Bem então a sério vamos lá como é que começou essa tua paixão pela Fotografia PM – Como eu disse, anteriormente, sempre gostei de fotografia, contudo apaixonei-‐me quando andava no liceu, fotografava as meninas mais bonitas do liceu e 2nha o hábito de par2lhar na comunidade de fotógrafo virtual, Olhares… Adorava receber os comentários de outras pessoas e a par2r dai foi desenvolvendo à minha arte, colaborei numa agencia de modelos, como webdesigner , a MaxModel, que foi o primeiro es2mulo para o mundo da moda, adorava as festas heheh. Contudo, só comecei a fotografar mesmo a sério, quando conheci o meu Amigo e Mestre Fernando Bagnola… PS – A tua primeira máquina, como foi o 1º dia?? Já evoluíste
Making Of -‐ Túlio Brandão Vicri – Fotografia de João Pedro Rocha
para modelos mais recentes e com mais capacidades ou ainda manténs a 1ª PM – Ainda me lembro da minha primeira máquina que foi uma Fujifilm 2.0 MP, foi uma excelente máquina e 2rei 2000 fotos com ela… sim agora tenho uma máquina mais profissional nos tempos modernos PS – Sei que tens feito muita formação, alguma dela com o Mestre Fernando Bagnola, como é que é aprender com um cara assim como o Fernando. PM -‐ Toda a minha formação que 2ve, em termos da fotografia foi com Fernando Bagnola, aprender com Fernando é, sobretudo, um grande privilégio e honra ele é um excelente professor, ele ensina e preocupa-‐se com os alunos é a grande diferença entre o Bagnola e outros, além disso, é excelente ouvir o Bagnola a falar da sua paixão que é a fotografia
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Fotografia – Portugal Fashion / 2011
Pedro monteiro PS – Foi por causa da influencia dele, e daquilo que aprendeste que decidiste dedicar-‐te à Moda e aos modelos? PM – Comecei a gostar de moda, devido à minha colaboração da Agencia de Modelos, foi a par2r dai que comecei a dedicar-‐me mais à moda, contudo comecei a saber o que era fotografar moda a par2r de conhecer o Fernando Bagnola. Porto Joias PS – Apesar disso tens feito outro Spo de trabalhos, Retratos, Arte onde Carlos Gil, Manuel Luís Goucha, Eugénio Campos tens alguns nus de muita qualidade e até fotos de viagens. Deste que aqui mencionei, qual é aquele em que te sentes mais à vontade, talvez até mais preparado. PM -‐ Sou fotografo e gosto de fotografar todas as áreas, desde eventos a nus, contudo o que gosto mais de fotografar é, sobretudo, que esteja relacionado com as pessoas, por isso Moda, Beleza, Nu e Eventos são os meus favoritos. PS – Ase te pedisse que definisses o que é para S fotografar em meia dúzia de palavras, o que te sairia assim de repente . PM – Eu vejo a fotografia como meio libertador, dá-‐nos a possibilidade única de comunicar as nossas emoções através do olhar . PS – Tu além da tua formação em fotografia onde fizeste vários cursos és um homem cheio de força nos projetos em que te metes, tens uma Licenciatura em Novas Tecnologias da Comunicação, fizeste estágios profissionais na área da mulSmédia, o que é que gostarias realmente de fazer no futuro? PM -‐ Tenho muitos projetos para o futuro em termos da fotografia, gostaria trabalhar no mundo da moda e da beleza, fotografar para boas revistas, por exemplo, Vogue ou Playboy, contudo ainda tenho muito para aprender, todos os dias temos que aprender alguma coisa nova… Só assim é que conseguimos ser um grande fotógrafo Making Of -‐ Túlio Brandão Vicri – Fotografia de João Pedro Rocha
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Pedro monteiro
PS – Quando eu te conheci Pedro, penso que no Devaneios II Moda organizado pela nossa amiga Marta Ferreira e a sua equipa , (também ela em entrevista nesta edição da Phocal) tu demonstraste uma capacidade muito grande para interagir com todos e inclusive a dar alguns palpites de como fazer isto e aquilo. Sentes-te muito bem em partilhar aquilo que aprendeste?? PM – O grande evento que é o Devaneios, que desde já dou os parabéns à Marta e a toda equipa, é um encontro entre fotógrafos profissionais e apaixonados pela fotografia; para mim a fotografia tem um sabor especial, quando é partilhada, pois ganhamos mais em partilhar informação do que deixar só para nós, e também, não sabemos tudo, no mundo da fotografia não podemos ser egoísta, o segredo é partilhar … Só assim, como tudo na vida, que conseguimos sermos realmente fotógrafos… PS – Mais tarde encontrámo-nos os dois a fotografar um desfile de moda na Exponor, lembro-me de estar desanimado porque as minhas fotos estavam uma vergonha e tu tinhas fotos muito boas. Como é para ti esse cumplicidade que tens com a máquina e a fotografia de passerele onde tens feito belíssimos trabalhos. PM - Obrigado pelo teu elogio hehehe, a cumplicidade entre mim e a máquina é muita ela é a minha menina e faz tudo o que quero, raramente ela se porta mal, digamos que a máquina é o meu Bilhete de Identidade, ando sempre com ela para todo o lado,
Estúdio Cutdesign, making of da sessão da Ana Silva Fotografia do Filipe Santos e acredita ou não, quando não a levo, parece que falta qualquer coisa…
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Portugal Fashion Fall Winter 2012 -‐ Luis Onofre
Pedro monteiro Styling Advisor: Tiago Barreiros Make-‐Up: Marta Roque Mua Modelo: Túlio Brandão (Face Models) Assistentes de Fotografia: António Cannas Edgar Tavares Fernando Bagnola Joana Pereira Luís Freitas, Marco Mendes Patrícia Ferreira Vilma Silva Making Of : Filipe Palha (Yellow Glasses) Joao Pedro Rocha Reportagem: Amol Magazine Chris Clyde Green Local: Hote Yeatman
Portugal Fashion Fall Winter 2012 -‐ Lion Of Porches
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Modelo Ana Silva – Estúdio Cutdesign (Filipe Santos)
Pedro monteiro
Portugal Fashion Fall Winter 2012 -‐ Carlos Gil
Porto Joias , Desfile do Eugénio Campos e Carlos Gil
PS – Portugal Fashion Pedro Monteiro, como é que se sente uma pessoa como tu no meio daqueles tubarões todos??
Porto, no El Corte Inglês, mas o que me dá mais “pica” é o Portugal Fashion...
PM – Para mim fotografar no Portugal Fashion é uma honra, um privilégio, é tudo, pois é aquele mundo que gosto, é aquela adrenalina de fotografar eventos e ainda mais um evento de moda eu adoro mesmo fotografar o Portugal Fashion, respondendo a tua pergunta, não são tubarões, são colegas de trabalho que me respeitam como fotografo, na altura em que estamos todos juntos à espera do começo do
PS – Além de fotografo Pedro Monteiro, quando se está conSgo a alegria que tu nos passas é contagiante, de onde te vêm toda essa força? PM – Essa força é o meu segredo de vida, vou buscar aos meus pais, aos meus amigos, ao Fernando Bagnola, à natureza, a tudo que me faz feliz.
desfile é um momento mágico, e quando ouço os barulhos da máquinas é mesmo música, e lindo mesmo!!!
PS – Pedro certamente usas as novas plataformas tecnológicas, para seguir o teu trabalho onde o podemos fazer??
PS – Acabaste de fotografar o Portugal Fashion 2012 como é que te correu? PM -‐ Este ano, como todos os anos correu excelentemente
PM – As novas tecnologias são uma ferramenta essencial para um fotografo, facilmente divulgamos o nosso trabalho pelo mundo todo, conseguindo assim, novos contactos e
bem, mais uma vez foi mais um evento da ANJE, com uma novos trabalhos … grande equipa de trabalho, eles estão de parabéns em O Facebook é essencial … J colocar um maior evento de moda português, na cidade do Porto. Podem ver os meus trabalhos a par2r do meu espaço, h_p://www.pedromonteiro.net PS – Que outros eventos de moda já fotografaste e onde ? o u p e l o F a c e b o o k , p r o c u r a n d o p o r : PM – Já cobrir alguns eventos de moda, nomeadamente em pedromonteiro@netvisao.pt centros comerciais, Glicínias, em Aveiro, Dolce Vi_a no PHOCAL PHOTO VISIONS -‐ 62
Pedro monteiro
Desfile Fashion Week no El Corte Inglês
Styling Advisor: Tiago Barreiros Make-‐Up: Marta Roque Mua Modelo : Túlio Brandão (Face Models) Assistentes de Fotografia: António Cannas Edgar Tavares, Fernando Bagnola Joana Pereira Luís Freitas Marco Mendes Patrícia Ferreira Vilma Silva Making Of: Filipe Palha (Yellow Glasses) João Pedro Rocha Reportagem : Amol Magazine Chris Clyde Green
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Pedro monteiro
WORKSHOP "FLASH PORTÁTIL -‐ MODA E RETRATO" Modelo: Gabriela Cunha – Best Models Make up/Hair: Inês Mocho Agradecimento: Meet Parque | Parque da Cidade | Porto Direção Geral e Organização: Fernando Bagnola António Cannas, Arlindo Costa, Sergio Sousa, Joana Vieira, Inês Mocho Make Up, Roberto Rodrigues, Vania Silva, e Vânia Torres.
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exemplos
João matias
João Ma2as, nasceu a 28 de julho de 1987 tem portanto , 24 anos. Vive na Benedita no concelho de Alcobaça e defino-‐me como um jovem como qualquer outro, que adora desafiar-‐se a si próprio. O seu lema de vida é “No Walking, Just Flying!” As suas maiores paixões são o Mundo da Moda, o desporto e a representação.
Pedro Sarmento – João hoje tu estás a viver um sonho que é ser modelo, mas antes disso tomaste outras decisões na tua vida que ninguém esperaria, nomeadamente na escola, em termos de carreira queres falar-‐nos disso João MaSas – Sim, é verdade. Comecei cedo a tomar decisões que ninguém esperaria, nomeadamente na escola. Quando cheguei ao 10ºano era a altura portanto de escolher a área pela qual queria enveredar e para espanto devido à minha condição ‚sica, escolhi ciennfico-‐natural com t é c n i c a d e d e s p o r t o , p o i s d e s d e d a m i n h a e s c o l a p r i m á r i a q u e a m o desporto e costumava ver jogos de hóquei em pa2ns da minha equipa favorita, o Hóquei clube de Turquel, desde aí que nasce a minha paixão por desporto e também 2ve a sorte de ter uma turma de colegas que sempre me integraram nas brincadeiras despor2vas e tudo mais, por exemplo jogava futebol eles com as pernas e eu com um s2ck de hóquei a fazer de “minhas pernas”. PS – Desde miúdo que tu gostavas de desporto, inclusive na escola já jogavas à bola, tu que és um ganhador nato, como é que era para S por exemplo não ganhar? JM – Não ganhar para mim é um tormento, uma luta interior comigo próprio, lido mal com a derrota, digo mesmo que não sei perder porque em tudo o que entro não só no desporto, entro para ganhar. Posso-‐vos contar que recentemente mudei de modalidade por não gostar de perder, pra2quei durante muitos anos basquetebol em cadeira de rodas um desporto de equipa onde para ganhar dependo de uma equipa, hoje sou atleta federado de ténis em cadeira de rodas porque no ténis sendo uma modalidade individual tudo depende de mim, ganhar ou perder só depende de mim mesmo. PS – Tu és uma pessoa que tens várias paixões, e não viras as costas a um desafio, conta-‐nos alguns deles e as que experiências Oraste deles. JM – Para mim a vida é todo um conjunto de desafios, de manhã levanto-‐me para vencer! O Meu primeiro desafio em vida foi lutar contra a morte, com, apenas uma hora de vida 2ve de ser operado devido à minha doença “spina bífida” e consegui vencer graças ao Dr. GenSl MarSns que fez um excelente trabalho! Depois talvez a entrada em Desporto que por tão di‚cil que foi por ter sido o primeiro Deficiente Motor em Portugal a entrar em Desporto, foi também um grande desafio que envolveu também os meus pais pois não viam um futuro para mim nessa área, 2ve de os convencer que era o que queria. Consegui o curso e a par2r daí vi que nada era impossível e que devia lutar sempre pelos meus objec2vos por mais di‚ceis de alcançar que fossem! Recentemente o sonho concre2zado ser o primeiro modelo / manequim em cadeira de rodas em Portugal agenciado pela Special Factory Agency.
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João matias PS – Um dos teus sonhos e que já conseguiste realizar é ser modelo, como é que essa etapa da tua vida surgiu, e modelo porquê??
PS – No mundo da moda tens feito diversos trabalhos e tens sido fotografado por vários fotógrafos também, um deles um amigo comum e excelente fotografo, o Nuno Fernando Pereira.
JM – Ser modelo, surgiu quase que por brincadeira, uma organização internacional de mergulho adaptado ao qual pertenço convidou me um dia para um desfile de moda que ocorreu em Sesimbra e que teria a presença do também modelo brasileiro paraplégico Fernando Fernandes, aceitei o convite e conheci o Fernando, ele falou comigo e disse me ter gostado da
Como é para S estar de frente para a câmara, foi complicado para S, ou tudo surge de forma natural JM – Posso dizer que até hoje o Fotografo Nuno Fernando Pereira foi dos melhores com quem trabalhei até hoje, pois as fotos que fiz com ele não se nota qualquer 2po de deficiência da minha parte ele soube “esconder” isso muito bem, soube trabalhar me da melhor forma.
minha a2tude e perfil na passerelle e perguntou me porque não tentava uma agência, após o dia do desfile cada vez mais o Fernando me incen2vava até que ganhei coragem e fiz um book fotográfico com uma equipa excepcional o fotografo Nuno Fernando Pereira, com a stylist Diana Isabel Vinha e o Igor Gama no vídeo, a “brincadeira” deu resultados que agradaram a maior parte das pessoas e então subme2 as fotos a várias agencias, e 2ve a sorte de ser chamado para 3 a Glow Models, a Face Models, e a Special Factory, e escolhi a Special Factory onde me sinto profundamente realizado e feliz. PS – Neste momento que já és conhecido, fala-‐se de S nas redes sociais, na televisão até, já te aconteceu que alguém que em tempos te disse não, sim talvez, agora te procure? JM – Sim já aconteceu em várias situações, mas como sou fiel aos meus princípios não mudei por ser agora conhecido e os meus amigos são os mesmos que an2gamente, sou exigente até na amizade por exemplo nos trabalhos que faço a dois com outras modelos, as modelos que escolho exijo que sejam escolhidas sempre por mim pois só trabalho com gente da minha confiança e antes de trabalharem comigo têm de ser minhas amigas, porque sei que há muitas que querem fotografar comigo só à procura da fama, e isso comigo não resulta. Tenho outra situação bastante caricata em que após ter subme2do fotos numa agencia no seu formulário de scou2ng fui chamado tendo-‐me dito o booker da respec2va agencia que teria o perfil ideal para ser agenciado o que me deixou feliz como é óbvio, mas como sou sincero e 2nha enviado fotos do meu book em que não aparecia a minha cadeira de rodas achei por bem enviar um email a informar que me deslocava em cadeira de rodas, ao qual a agencia nunca mais me deu resposta e claro não 2ve coragem para lá ir, hoje que apareci nos órgãos de
Para mim estar em frente a uma câmara, é uma sensação indescrinvel, ver os resultados no fim de cada trabalho é muito gra2ficante, e tudo surge de forma natural, gosto de fotógrafos exigentes que puxem pelos modelos que deem dicas e quando assim é tudo sai de forma natural.
comunicação social já me queriam de novo, mas receberam de mim um rotundo não, pois se não me quiseram tal como sou antes de ser conhecido não era agora que me teriam. Esta agência é das mais conhecidas em Portugal, infelizmente.
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João matias PS -‐– Depois mais tarde aparece a SPECIAL FACTORY AGENCY que te dá a mão e reconhece o teu talento para abraçar a carreira de modelo. Como tem sido a experiência? JM – Antes da Special Factory Agency surgir eu já fazia desfiles de moda a 2tulo de convidado por parte das organizações de cada desfile, e 2ve a sorte de já ter desfilado com grandes nomes da moda nacional, como a Lucia Garcia, o Isaac Alfaiate, Pedro Mar2n, Mário Franco, Claúdia Borges etc, . Até que após
JM – Essencialmente tenho apostado na área da fotografia, até porque hoje em dia há poucos desfiles de moda conceituados em Portugal, vou também formar-‐me na área da representação com um curso de ac2ng promovido pela agencia que me representa. PS – Sonhas por exemplo um dia parScipar no Portugal Fashion ou na Moda Lisboa seria para S por exemplo em
um desfile surge a Special Factory Agency e a experiência até hoje não poderia ser melhor, na altura de escolher a agencia que me iria representar escolhi a Special Factory Agency em detrimento de outras como a Face Models, pois a Special Factory é uma Agência diferente que não olha para os modelos como meros números mas sim também como pessoas. É também uma agência diferente porque se destaca pelos serviços que oferece a cada agenciado pois não se preocupa só em arranjar trabalhos nas áreas que trabalha como Comercial Ac2ng e Modelling e outra das razões viram o Homem João Ma2as desde o principio e não a minha cadeira de rodas. PS – A parSr daí não tens parado, que mais tens feito, tenho visto relatos de desfiles, sessões fotográficas etc.
Portugal aquilo que mais ambicionarias? JM – Sim de facto um dia par2cipar no Portugal Fashion ou no Moda Lisboa seria mais um sonho tornado realidade, e espero um dia lá chegar. PS – E o futuro João, e ainda no mundo da Moda e da fotografia, que mais projetos estão para sair da tua cabeça e que estou certo irás concreSzar? JM – Como disse anteriormente estou a apostar na fotografia, tenciono alargar cada vez mais o meu por’ólio. Recentemente tenho trabalhado com a modelo/grande amiga Mariana Bispo e temos vários projetos em comum, pois dizem que funcionamos muito bem juntos, tencionamos um dia ser uma dupla reconhecida.
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João matias PS – Uma pergunta di‚cil e sem desprimor para as modelos que já fizeram trabalhos con2go, ou para os fotógrafos que já te captaram. Em termos internacionais haveria alguma modelo e algum fotografo com quem gostasses de trabalhar e porque esses os escolhidos? JM – Em termos de modelos sou muito sincero, a minha modelo favorita é mesmo a Mariana Bispo e não a trocava por qualquer outra, pois com ela entendo me na perfeição e consigo qualquer 2po de foto. Em termos de fotógrafos, não me surge nenhum nome em concreto mas é certo que gostaria e ambiciono um dia trabalhar com um internacional. Um dos meus objec2vos é sem duvida internacionalizar-‐me talvez pelo Brasil, por influência do meu amigo modelo paraplégico brasileiro Fernando Fernandes. PS – Sei que também sonhas passar para a escrita as tuas vivências e os teus sonhos, esse projeto está em andamento, ainda vai arrancar, já tens ideias definidas daquilo que poderá ser? JM – Sim é verdade, tenciono escrever um livro autobiográfico, esse projeto já está em andamento, e será um 2 em 1 uma vez que ao livro se juntará um documentário sobre a minha vida que irei fazer com o realizador Alberto Rocco. PS – És um u2lizador das redes sociais e das novas tecnologias, como é que vês estas ferramentas para a divulgação dos teus projetos. JM – U2lizo as redes sociais nomeadamente o Facebook e o meu site pessoal, e são ferramentas indispensáveis para a divulgação dos meus projetos, para mim é a minha “janela” para o mundo me conhecer. PS – Para seguirmos os teus trabalhos podermos fazê-‐lo onde. JM – Poderão acompanhar me através do meu site pessoal em www.joaoma2as.pt.to ou ainda através do meu Facebook h_ps://www.facebook.com/sir.rodinhas
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concursos
Alma Lusa
Maria João Rijo -‐ À boa maneira portuguesa -‐ Espinho
Fá2ma Condeço -‐ Preservar a memória -‐ Almeirim
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Alma Lusa
Fá2ma Mendes -‐ É bom ser portuguesa – Belém, Lisboa
Maria Lázaro – Camões -‐ Mosteiro dos Jerónimos
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Alma Lusa
Luís Teixeira -‐ Geometrias memoriais -‐ Belém
Jorge Manur -‐ Urso tuga – Guimarães
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Alma Lusa
Vítor Rocha Fotografia -‐ À espera de D. Sebas2ão.. -‐ Lisboa
Maria José Lara -‐ Desfile da banda da Marinha -‐Terreiro do Paço
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Alma Lusa
José Alpedrinha -‐ Poema Eterno -‐ Túmulo de Luís Vaz de Camões -‐ Mosteiro dos Jerónimos -‐ Lisboa
Afonso Chaby Rosa – Xailes -‐ Lisboa -‐ Rua Augusta
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Alma Lusa
Pedro Sarmento -‐ Galo de Barcelos -‐ Barcelos
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Alma Lusa Luís Costa -‐ Porque os Sinos tocam -‐ Capela da Lapa -‐ Sernancelhe
Helena Miguel – O amarelinho – Castelo Branco
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concursos
amarelo
António Sousa -‐ -‐ Herbie -‐ -‐ Alcochete
Pedro Sarmento -‐ S. Bento Subway Sta2on -‐ Porto Pedro Sarmento – S. Bento Subway Sta2on -‐ Porto
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amarelo
Fá2ma Condeço – Amarelo -‐ Vale de Cavalos
Ana Luar – Gémeas -‐ Fábrica da Pólvora Barcarena
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amarelo
Afonso Chaby – Alentejo -‐ Costa vicen2na
João Ribeiro -‐ "768" -‐ Tavira
Vítor Rocha -‐ Daqui Não Passarás, Introme2do – Entre-‐os-‐Rios
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amarelo
Paula Cris2na – Narciso -‐ Lisboa
Anita Nunes – A beleza não tem idade -‐ Seixal
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amarelo
Maria Lázaro -‐ A união faz a força -‐ Almada
José Alpedrinha – Táxi -‐ Praga
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amarelo
Jorge Manur -‐ O Fotógrafo De Amarelos -‐ Aveiro
Patrício Nave – Amarelinhas -‐ Caria
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amarelo
Dominique Abreu -‐ E o pi2nho piu -‐ Sabariz – Vila Verde
Maria João Rijo – Amarela -‐ V.N. Famalicão
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