Revista Phocal Photovisions Nº 03 - Maio 2012

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Fotografos Concursos Penumbra Chuva Interiores

Galeria Imagens que inspiram

LOCAIS Sintra

Grupos N.A.F.A

opiniao Resolução de imagem Retrato Macro

Rui David Luís J Pedro Mar6ns Pedro Moreira Ricardo Gonçalves

Mestres Adams, Robert Hickman



sumário Editorial | 04 Galerias dos membros Imagens que inspiram | 05 opinião Exportar fotos |12 Macro | 13 Retrato | 14 Mestres da fotografia Adams, Robert Hickman

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Locais Sintra | 18 Fotógrafos Pedro Moreira | 24 Rui David Luís | 31 J Pedro Martins | 39 Ricardo Gonçalves | 50 Grupos N.A.F.A | 57 Concursos Phocal Penumbra | 58 Chuva | 72 Interiores | 83

Phocal Photovisions Nº 03 Março 2012 92 Páginas Revista do Grupo FB -­‐ Phocal Photo Visions www.facebook.com/groups/phocalphotovisions/ Edição e Direção da Revista Pedro Sarmento Jorge Manur Periodicidade: Mensal Distribuição On-­‐line Contatos: phocal.photovisions@gmail.com WEBSITE: h]p://www.wix.com/phocalphotovisions/facebook


editorial

“Três foi a conta que Deus fez”, diz o ditado popular e em “Maio onde se comem as cerejas ao borralho”, diz outro ditado. Ora aí está, em Maio, o número três da Revista que vos mostra Fotografia: -­‐ a “Phocal Photovisions”. A vossa Revista de Fotografia transpira qualidade, desde a impressão, aos trabalhos nela publicados, os conteúdos... Diz quem já a leu que está ao nível do melhor que por aí se faz, e nós, modés6a à parte, concordamos. É um gozo enorme pensar, projetar, elaborar e levar até todos vocês este trabalho editorial na área da Fotografia, até porque para o fazer, sabemos que contamos com todos. Todos os meses tentamos trazer até vós, para além daquilo que se passa no Grupo, mais fotógrafos com qualidade, mais gente de quem vale apena ouvir falar e conhecer, gente que se dedica a esta paixão que é fotografar, nas diversas áreas em que a fotografia nos concede cria6vidade, e são muitas as possibilidades. Um destes dias enquanto fazia uma pesquisa pela internet para esta Revista, encontrei as seguintes frases das quais nem me dei ao trabalho de ver aquilo que os autores (que desconheço) queriam dizer, mas que em ficaram na memória: Fotografe uma ideia !!! Fotografar é preciso!!! Ora fotografar uma ideia, diz-­‐nos bem das imensas possibilidades que esta arte que tanto nos apaixona nos oferece, e quando algo assim acontece e nos dá tanto como a fotografia nos dá, realmente Fotografar é preciso pois seria um crime desperdiçar tudo aquilo que podemos aprender fotografando. Duas frases................. dois autores dis6ntos mas que se complementam. Boa Revista e boas fotos...............


galerias

IMAGENS QUE INSPIRAM

José Alpedrinha | Cacilhas III | Canon 7D Canon 18-­‐135 | Abri 2012

António Leão de Sousa |”good feeling” | Lisboa | Canon 7D F9 1/250 sec ISO 100

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IMAGENS QUE INSPIRAM

Fá6ma Mendes | Pescarias ao poente | Costa da Caparica | Canon Powershot SX 20 IS | F/5.7 1/500 seg. ISO 200

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IMAGENS QUE INSPIRAM

Graça Quaresma| Olhar | Porto| Nikon D80 Nikon 18-­‐70 | F/4,5 1/2000 seg. ISO 100

João Vaz Rico| Vidas| Canon EOS 60D| Canon 18-­‐135 F 5,6| 1/50 F 5,6 ISO 100

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IMAGENS QUE INSPIRAM

ACPinho Ao anoitecer do dia, vejo o luar| Pentax K10D | Pentax 16-­‐50 |F/2.8 1/180 seg. ISO 100

Etã Sobal Costa | Tarantula Ibérica | Serra da Estrela | Nikon D60 | Macro Nikkor 60mm | F2,8 ISO 100 1/200

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IMAGENS QUE INSPIRAM

Maria Lázaro | Almada | Pentax K200D | Pentax 18-­‐55 AL | F 5,6 1/20 ISO 100

Rui Fonseca | Serenity | Praia de Carcavelos | Nikon D90 | Nikon 10-­‐24 | F7.1 1/200” ISO 100

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IMAGENS QUE INSPIRAM

Maria José Lara | Nuvens à minha altura | Açores-­‐Faial-­‐Caldeira | Nikon D90 Nikkor 24-­‐70mm | F/8 1/320seg ISO 200

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IMAGENS QUE INSPIRAM

Paulo Fonseca | “Quinta do Pisão” | Pentax K100D -­‐ Pentax DA 18-­‐55 AL | f13 1/45 ISO200

Johnny Santos "Lusco Fusco" | Mira Douro da Graça | Canon EOS 600 D Canon 18-­‐55

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editorial aprender

EXPORTAR FOTOS

Dimensionamentos e tamanhos de impressão Desde sempre a fotografia teve várias etapas durante a sua realização sendo a impressão a etapa final do processo fotográfico. Quando se pretende imprimir uma fotografia digital convém ter presente e obedecer a alguns conceitos importantes que nos permitam transpor para o papel, com qualidade, aquilo

Obs.: A resolução de uma imagem é definida em PPi (pixel per inch). Erradamente usa-­‐se o termo DPi, que serve, em rigor, para medir a resolução de impressoras (dots per inch). Daqui resulta que existe, portanto, um tamanho máximo até ao qual uma fotografia pode ser impressa com qualidade,

que vemos nos nossos monitores. A primeira preocupação que devemos ter é saber qual a dimensão ysica, da fotografia que pretendemos imprimir e qual o seu rácio de aspecto, entendendo-­‐se este como o rácio da largura pela altura da imagem. Existem diversos rácios sendo os mais comuns os : 3x2 , 4x3 , 16x9, 5x4 , 1x1 etc. Assim se a nossa fotografia 6ver um rácio diferente do tamanho de papel onde vai ser impressa, teremos que a ajustar, tendo o cuidado de, ao fazer esse ajuste ( através de um crop), em que permaneçam dentro da imagem e da forma mais equilibrada possível, os elementos que queremos manter. Ajustada a imagem ao rácio de aspecto que pretendemos, teremos que escolher a dimensão a que a pretendemos imprimir, tendo em atenção que uma fotografia para ser

sendo esse tamanho função da dimensão do sensor da câmara u6lizada. Se tomarmos, por exemplo, uma câmara DSLR com um sensor de 10 megas e rácio de imagem de 3x2, o tamanho máximo de imagem que esse sensor comporta será 3827X2551 pixeis. Isso permite imprimir fotografias com muito boa qualidade (324 PPi) na dimensão 30X20, com uma qualidade ainda razoável na dimensão 45X30 (216 PPi) e já numa qualidade só sofrível na dimensão 60X40 (162 PPi) Concluindo diria que, para se saber qual o tamanho máximo em cm, que a minha câmara me autoriza imprimir com qualidade fotográfica, basta-­‐me dividir os pixeis da altura e da largura máxima do sensor por 300 e em seguida mul6plicar por 2,54.(uma polegada = 2,54 cm). Quer isto significar que não se pode ultrapassar esta

impressa deve apresentar uma resolução entre os 300 PPI ( qualidade fotográfica) e os 150 PPI( qualidade de jornal), entendendo-­‐se PPI como pixeis por polegada (inch em inglês) e que este valor da resolução é diretamente influenciado pelo o tamanho final da impressão. Exemplificando: Se se desejar que uma imagem de 3000 pixeis de largura por 2000 pixeis de altura seja impressa numa dimensão respec6vamente de 30 X 20 cm isso vai resultar numa imagem com uma resolução de 254 PPi; e se for impressa em 60 X 40 terá somente uma resolução de 127 Ppi

limitação? A resposta é não e pode-­‐se imprimir em tamanhos maiores do que os autorizados pelo nosso sensor, recorrendo a programas que através de so•ware geram pixeis circundantes adicionais até à dimensão pretendida. Em contrapar6da e dependendo da qualidade do so•ware u6lizado, tal operação resulta em maior ou menor grau na degradação da qualidade da imagem pelo que deve ser usada com circunspecção

Resolução de imagem (PPI) 640 x 480 pixeis 1024 x 768 pixeis 1280 x 960 pixeis 1600 x 1200 pixeis 2048 x 1536 pixeis 2288 x 1712 pixeis 2560 x 1696 pixeis 2560 x 1920 pixeis 2816 x 2112 pixeis 3200  x 2400 pixeis

Impressão Altura x largura 150 dpi 10.84 x 8.13 cm 17.34 x 13.00 cm 21.67 x 16.26 cm 27.09 x 20.32 cm 34.68 x 26.01 cm 38.74 x 28.99 cm 43.35 x 28.72 cm 43.35 x 32.51 cm 47.68 x 35.76 cm 54.19 x 40.64 cm

Ar@go: Afonso Chaby h]ps://www.facebook.com/afonso.chaby PHOCAL PHOTO VISIONS | 12

Impressão Altura x largura 300 dpi) 5.42 x 4.06 cm 8.67 x 6.50 cm 10.84 x 8.13 cm 13.55 x 10.16 cm 17.34 x 13.00 cm 19.37 x 14.49 cm 21.67 x 14.36 cm 21.67 x 16.26 cm 23.84 x 17.88 cm 27.09 x 20.32 cm


MACRO

A Fotografia MACRO é a fotografia de pequenos seres e objetos ou detalhes que normalmente passam despercebidos no nosso dia-­‐a-­‐dia; são fotografados no seu tamanho natural ou levemente aumentados através de aproximação da câmera ou ainda fazendo uso de acessórios des6nados a este 6po de fotografia; as macrofotografias são exibidas em tamanho bastante ampliado para maior impacto visual. Classicamente, o campo da macro fotografia está delimitado pela captura de imagens em escala natural ou aumentada em até cerca de dez vezes seu tamanho natural (entre 1:1 e 10:1 de ampliação), mas uma definição precisa está cada vez mais diycil, uma vez que as muitas câmeras digitais usam sensores diminutos. Por outro lado, muitas fotos são ob6das à distância, com o uso de teleobje6vas para captura da imagem, e nem por isso a foto capturada deixa de ser uma macrofotografia. Técnicas e acessórios A maioria das câmeras digitais compactas são capazes de capturar imagens em macro por simples aproximação da câmera. Em algumas, simplesmente fixa-­‐se o zoom no limite máximo e seleciona-­‐se o modo macro no menu de modos de cena. Já as câmeras DSLR herdaram das câmeras 35 mm diversos acessórios específicos para macrofotografia como obje6vas macro, foles e tubos de extensão, lentes close-­‐up, anéis de inversão, etc Cada um deles com suas vantagens e desvantagens: As obje@vas macro são obje6vas projetadas para focalizar a distâncias curtas e fixas, em escala natural, algumas provocando algum aumento no tamanho natural. Os foles de extensão aproveitam a obje6va normal da câmera SLR proporcionando um aumento maior que as obje6vas macro, até cerca de 8X. Os anéis de inversão (ou de reversão) são disposi6vos de origem artesanal que permitem montar a obje6va SLR inver6da para obter ganhos significa6vos no campo focal. Lentes close-­‐up aumentam o tamanho dos objetos em duas, quatro ou mais vezes e focam a distâncias fixas do objeto. Os flashes circulares, são ideais (quando não são absolutamente necessários) para iluminação em macrofotografia, iluminam suavemente e não provocam sombras pronunciadas.

Tripés asseguram ni6dez nas imagens, evitando tremores de câmera. A macrofotografia, sendo detalhista, deve procurar privilegiar: baixa sensibilidade do filme ou sensor pequenas aberturas de diafragma altas velocidades de obturação planos chapados de topo, lateral ou frontal. Para se obter boas fotografias macro é importante estar atento a um grande número de questões. A iluminação, a profundidade de campo e até mesmo a existência de temas secundários deve ser mo6vo de preocupação para o fotógrafo que se dispor a fotografar em close-­‐up. Para ter certeza que nada vai atrapalhar a visualização da sua macro, o ideal é contar com um fundo bastante desfocado, que irá destacar o seu tema de forma surpreendente. Para obter esse efeito de fundo borrado, é necessário uma câmera que permita o ajuste de abertura, e deixá-­‐la no menor número possível. Caso sua câmera não permita esse ajuste, não tem problema, se ela 6ver um modo macro, é só selecioná-­‐lo que essa opção deve ser feita automa6camente pelo equipamento. Como a câmera estará muito próxima ao tema, é preciso ter cuidado para que a sombra da lente – ou mesmo do fotógrafo – não apareça na imagem, pois a iluminação é bastante crí6ca para 6po de fotografia. As sombras também podem atrapalhar no enquadramento do tema, gerando áreas escuras e claras que destoam do obje6vo da foto final. O MUNDO MACRO consegue ser tão fascinante e tão grandioso em termos de possibilidades que qualquer pessoa já 6rou pelo menos uma foto de um inseto que encontrou no seu jardim ou de uma qualquer flor colorida num passeio de sábado à tarde. Mas quando equipado convenientemente podem alcançar-­‐ se resultados ainda mais fascinantes. Geralmente, lentes macro têm abertura fixa de f/2.8 (às vezes f/2.5). Existem uma variedade enorme de Lentes Macro para todas as marcas de equipamentos, 35MM , 50MM, 90MM, 100MM. etc

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Retrato

Pessoas e retratos são, provavelmente, o mo6vo fotográfico mais popular. Uma boa iluminação é sem dúvida indispensável para qualquer pessoa obter fotos de qualidade, e sendo assim, a sua correta u6lização dá origem à obtenção dos efeitos pretendidos. Tentar captar uma emoção ou estado de espírito é essencial no retrato, mas existem muitos factores a ter em conta. Uma objec6va de 50mm é aconselhável para os primeiros planos e a nível técnico ter sempre em conta o modo de exposição, recomendável a u6lização de prioridade à abertura. Não esquecer também a escolha da sensibilidade ISO adequada. 100 ou 200 ISO confere maior qualidade e evita ruído digital no registo. Por fim, e não menos importante, o ajuste do balanço de brancos, sendo a escolha indicada o balanço de brancos automá6co, uma vez que pode ser modificado no computador aquando da edição da imagem.

CONTROLE DE LUZ EM RETRATO DE INTERIORES Existem três 6pos de luzes: A direta, difusa e a reflec6da. No primeiro caso a pessoa fotografada recebe a luz diretamente, o que pode dar origem a sombras verdadeiramente duras e perda de detalhes em diversas zonas do retrato. Além deste facto, também poderemos ser surpreendidos por brilhos bastante fortes. É pois uma iluminação não muito aconselhável devido à sua complexidade. Com luz difusa os efeitos ob6dos serão naturalmente diferentes. A u6lização de uma tela difusora ou outro material específico, permite a obtenção de uma iluminação sem sombras, com um rosto bem mais suave e com detalhes mais visíveis.

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Retrato

Por fim resta-­‐nos a opção da luz reflec6da. Basta colocar a pessoa que se quer fotografar de forma a que a luz solar não i n c i d a diretamente no seu rosto mas que se aproveite a i l u m i n a ç ã o v i n d a d o exterior. A escolha da m e l h o r l u m i n o s i d a d e para o retrato é s e m p r e u m a incógnita. Cada momento d e v e s e r e x p l o r a d o cuidadosamente de forma a obter u m c o n t r o l o total da luz e a par6r daí 6rar parte das suas potencialidades. Ar@go e Fotos: José Neves h4ps://www.facebook.com/profile.php?id=1437743960

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Retrato

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mestres Adams, Robert Hickman (1937 -­‐ ) fotógrafo americano de natureza e paisagem Depois de obter um doutorado em Inglês e se tornar um professor universitário, Adams decidiu mudar de carreira e concentrar se no seu verdadeiro amor, a fotografia, em 1970. Desde então, ele criou uma carreira, com mais de 20 livros, principalmente narrando o Oeste americano, sobretudo a paisagem do Colorado e em torno de Denver. Ele atribui a sua afinidade com a paisagem ocidental pelas aventuras de infância, como caminhadas, ra•ing e camping. As suas fotografias em preto e branco de paisagens, trouxeram-­‐lhe dois Na6onal Endowment for the Arts bolsas de Fotografia (1973, 1978), um prêmio Guggenheim (1973), e uma bolsa MacArthur (1994). Paisagem ... parece convidar-­‐nos a ter in6midade com nós mesmos, como que a despertar em nós, prazeres, memórias, ou esperanças que ainda não estão aculturados. O significado da paisagem está indiscu6velmente ligado com um apelo à ilusão, de que dentro de cada um de nós, existe algo compar6lhável e ainda não socializado. Isto é em parte por causa da sensação ungrasped, percebida nos alcances distantes da terra ao ar livre e e m p a r t e p o r q u e a i n d a a g r a d a aos americanos, fantasiar sobre a natureza, não como cultura e, portanto, não como uma experiência comunitária. Claro que sabemos muito bem, que a reserva em que colocamos as nossas idéias sobre a natureza é uma reserva cultural. Mas, ainda podemos imaginar o nosso contato real com a natureza para entender o passado, com reserva, como se houvesse uma fronteira que ainda não havia transgredido. Um fotógrafo que, conscientemente, funciona dentro desse c o n fl i t o e n t r e o i m a g i n a d o e o transgredido é Robert Adams.

Adams, Robert Hickman Da estrada perto de Colton, Califórnia, Adams subiu a um morro erodido. Com fumaça, neblina, e efluentes, forma graficamente silhuetas em preto e branco, tons de fotografias como este e outros que ele fez para o seu livro "Los Angeles Primavera". Embora os efeitos sejam redundantes, as composições são individualmente realizadas, cada uma das variantes tem uma expansão poé6ca. O que procura Adams é uma poesia de depredação. Numa era de paisagem a cor, permeia as cenas de uma brutalidade de outra forma monótona. Não é que Adams pareça par6lhar carinhosamente destes pontos de vista, mas quer capturá-­‐los, como momentos de experiência solitária e projetá-­‐los de volta a uma tradição da paisagem do século XIX e perceber nos seus horizontes, como aparentemente desertas agora, como eram então. A visão de Robert Frank, de uma América dos anos cinquenta combina com o imaginário da pós-­‐Civil War Carleton Watkins Yosemite. Adams mostra árvores de eucalipto secas, laranjais abandonados e demolidos, trechos quebrados de terra. Depois de ganhar a sua atenção, eles permanecem na mente como formas naturalizadas, perdidas para um processo simbolizado pelo caminho do desenvolvimento. Na introdução de "O Espaço Americano: Significado do século XIX na Fotografia de Paisagem", Adams escreve: "Fisicamente grande parte da terra [o Ocidente] é quase tão vazia como era quando Jackson e Timothy O'Sullivan 6nham fotografado lá, mas a beleza do espaço no sen6do de que tudo o que nele está vivo e valioso é ido. " Adams considera os fotógrafos do século XIX privilegiados porque os céus limpos que viram, poderiam ilustrar os "versos de abertura do Gênesis sobre a peça luz em dar forma ao vazio." As suas câmeras, poderiam estar repletas de cenas, que estão agora obscurecidas ou desbotadas, por uma brancura amorfa contra a qual, o fotógrafo lembra, agora tem de lutar para descrever a profundidade. Por Vitor Rocha h4ps://www.facebook.com/VitorManuelAbreuRocha Excertos re6rados de um texto sobre a obra de Robert Adams, Max Kozloff, "Lone Visions, Crowded Frames".

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editorial locais

Sintra

Quando falamos de Sintra, lembramo-nos obrigatoriamente dos seus Palácios e Casas Senhoriais, do Castelo e da sua Vista deslumbrante, dos inúmeros Miradouros onde se pode disfrutar de magníficos Panoramas desde a Planície até ao Convento de Mafra, Ericeira, Guincho, Cascais e, de alguns pontos, até se avista a foz do Tejo e Lisboa... Declarada Património Mundial pela UNESCO, a

Ao longo de toda a costa é frequente a Pratica de modalidades desportivas, como o Surf e Bodyboard, sendo que a Praia Grande é por muitos considerada, uma das melhores Praias a nível Mundial para a estas modalidades, realizando-se anualmente o Campeonato do Mundo de Bodyboard. É usual vermos por estes lados muitos dos Grandes nomes do Surf e/ou Bodyboard a nível Nacional / Internacional. Nestes

misteriosa Sintra é única, e está repleta de locais dignos da sua visita. A serra de Sintra 'começa mesmo no centro da vila' e acaba no Oceano, no ponto mais ocidental da Europa continental - o Cabo da Roca. E como vamos fazer um passeio pelo litoral de Sintra, comecemos por este Emblemático Cabo. Aqui, respirase a custo, sentindo-se o peso do Continente nas costas, enquanto contemplamos o azul do mar e a vista soberba sobre a Praia da Ursa. Para além das mais conhecidas praias desta região, São Julião, Magoito, Maçãs, Grande e Adraga, existem neste Concelho verdadeiros paraísos a não perder, que nos convidam a belos passeios ao longo de todo o ano. Ao longo desta costa podemos ver inúmeros labirintos de grutas, cavernas e enormes fendas, que nos

últimos anos tem-se assistido à pratica de um cada vez maior numero de desportos náuticos nesta zona, sendo que este ano, esta será também palco do Campeonato do Mundo de Jetski. Situada a cerca de 10Kms da Vila de Sintra, a Praia das Maçãs é conhecida pelo seu Elétrico Centenário, restaurantes, cafés e bares. O Entardecer nesta Região, proporciona-nos diariamente espetáculos variados de luzes e contrastes. Nos dias em que o mar se encontra mais revolto, proporcionam-se verdadeiros momentos de cortar o folgo, na zona das arribas das Azenhas do Mar. As Azenhas caracterizam-se pelas casas construídas em cascata ao longo do declive da arriba até ao mar. Esta pequena praia tem a particularidade de ter uma Piscina Oceânica. Considerada por muitos, uma das mais Belas

proporcionam uma Paisagem única e arrepiante. Muitas são as Espécies Animais e Vegetais por aqui existentes.

Praias da zona, a Praia do Magoito tem um areal de grande extensão, com areias douradas e mar turquesa.

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Sintra

Considerada a mais rica em iodo da Europa, esta proporciona-nos um dia Maravilhoso e sempre diferente, culminando com um Pôr-do-sol único! Diversas praias e enseadas passámos até chegarmos à Praia de São Julião onde desagua o Rio Falcão que divide a Praia em dois concelhos, localizando-se a maior extensão de areal no Concelho de Sintra.

Muito fica por dizer sobre Sintra e os seus Majestosos Monumentos e Jardins, Museus, Rios, Lagos e Cascatas... de onde cada visitante leva uma perspectiva diferente desta maravilhosa localidade. Fotografias e texto de: Cris@na Menezes Alves h4ps://www.facebook.com/crisMnamenezesalves?ref=ts

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editorial fotógrafos

Pedro Moreira

e é um fotógrafo Português autodidata. Pedro Moreira nasceu em 1971, no Porto É um autor premiado em diversos concursos de fotografia e selecionado para várias exposições de renome. Já teve várias capas a seu cargo, possui fotografias publicadas em livros, cd’s, revistas consagradas cartazes publicitários, blogues, jornais nacionais e regionais de fotografia nacionais e internacionais, e mais recentemente foi júri em 2 concursos de fotografia. inúmeras exposições cole6vas, e é também par6cipante Efetuou várias exposições individuais, de fotografia de Portugal, onde já obteve centenas de assíduo de alguns dos melhores sites destaques fotográficos. Pedro Sarmento: Pedro tu um dia acordaste e pensaste vou PS: Neste teu caminho em fotografia que começa em inícios ser fotógrafo, e de moda ....... Como é que decorreu em @ de 2004 portanto 8 anos atrás, como vês este crescimento todo este processo de começar a fotografar? enorme de equipamentos e de fotógrafos que nascem todos Pedro Moreira: Eu diria que voltei a “acordar” para a os dias? fotografia com o formato digital, tal como muitos de nós, mas o meu “bichinho” pela fotografia havia nascido na minha infância, muitos anos antes, impulsionado pelo gosto dos meus pais em viajar e de registar esses momentos vividos. Posteriormente, em finais de 2003, adquiri a minha primeira reflex digital e até agora, 7 máquinas fotográficas e 11 obje6vas depois cá estou para mostrar as minhas imagens.

PM: Curiosamente na tua pergunta mencionas “os fotógrafos que nascem todos os dias”, mas deixa-­‐me acrescentar que igualmente existem inúmeros “fotógrafos” que “morrem” diariamente para a fotografia quando se apercebem que não têm o talento nem obtêm os proveitos que julgavam obter. Na verdade esses “fotógrafos” “morrem” sempre que fotografam a ‡tulo gratuito, pois ao fazê-­‐lo estão a dar um

PS: Tiveste alguma influência em casa, vias fotografar com alguma regularidade por exemplo? PM: Tal como anteriormente disse, o gosto veio de família aliado ao facto da minha mulher e modelo gostar de ser fotografada. Assim consegui aliar o ú6l ao agradável e deu-­‐me no início os conhecimentos e a prá6ca necessária para desenvolver a minha fotografia.

6ro no próprio pé e a assumirem que não são suficientemente bons para cobrarem pelos seus trabalhos. Felizmente e como ainda vão exis6ndo em Portugal fotógrafos “sobreviventes”, alguns dos quais de nível internacional, vejo de modo muito salutar esta “concorrência”. Aprendo muito com os meus colegas fotógrafos, tentado no entanto seguir a minha própria via.

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Pedro Moreira

PS: Portanto tu em 2004 dás os primeiros passos com uma máquina, e quando decides que era a Moda que querias fazer? PM: A fotografia de moda/beleza veio como um “bónus” junto com a minha paixão pela fotografia. Na verdade a moda é apenas uma das vertentes da minha fotografia. Gosto de me assumir como um fotógrafo de eventos, quer sejam estes de moda, espetáculo, despor6vos,

PS: Qual foi o teu primeiro desfile a sério, assim daqueles

social, etc. PS: Quando tens um desfile para fotografar, qual é o teu “caminho”, ou seja tens um ritual próprio de preparação do evento, material etc. para que nada falte na hora de começar a trabalhar? PM: Sim, tenho o ritual de verificar todo o material, tal como um piloto faz antes de levantar voo. Limpo as obje6vas, o sensor e os corpos das máquinas, verifico as credenciais, os horários dos eventos e não esqueço o tripé, esse grande aliado do fotógrafo de desfiles. Apesar do glamour envolvido, são inúmeros os momentos maçadores entre desfiles, onde a máquina fotográfica parece começar a pesar uma tonelada.

onde o media@smo do evento é tão grande que a responsabilidade dispara certamente em @? PM: O meu primeiro desfile a sério ocorreu no Portugal Fashion de 2005 e veio através do convite que me foi endereçado pela conceituada Es6lista Portuense Ka]y Xiomara. PS: Desse teu primeiro desfile, o que é que guardas mais para @ que possas par@lhar connosco? PM: Desse desfile tenho a boa recordação de me ter iniciado neste mundo mas há data essa boa recordação não se transmi6u na quan6dade de boas fotos. Infelizmente e por estar ainda mal preparado o número de fotos de boa qualidade não foram muitas. Mas felizmente o número de “keepers” (usando este calão fotográfico) tem aumentado substancialmente ao ponto de hoje em dia ser-­‐ me diycil escolher as melhores fotografias de cada desfile.

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Pedro Moreira

PS: Equipamentos, és uma pessoa que investe muito, gostas de “andar na moda” ou és fiel a um determinado equipamento. PM: Tenho consciência que invisto mais do que devia, mas tenho de o fazer para poder con6nuar a ser compe66vo no atual mercado. No entanto existe uma teoria que diz que é necessário inves6r o dobro para se obter um ganho de qualidade de 10% e infelizmente essa teoria aplica-­‐se na perfeição rela6vamente ao material fotográfico e lanço-­‐vos o desafio de conseguirem detetar entre as minhas fotografias quais foram ob6das com máquinas APS-­‐C de 8 mpixeis, 15 mpixeis e fullframe de 21mpixeis. É quase impossível, não é? PS: A tua primeira máquina fotográfica ainda a usas, ainda a guardas acredito que já não seja a mesma. PM: Não, infelizmente nesta “viagem digital” fui vendendo o equipamento anterior para poder inves6r no novo, por isso apenas guardo o equipamento analógico que me iniciou na fotografia.

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Pedro Moreira

PS: Formação, és uma pessoa interessada, tens feito formação ou és um autodidata muito bem realizado, uma vez que os teus trabalhos são de reconhecida qualidade por muitos de nós que acompanham a tua carreira? PM: Na verdade nunca 6ve qualquer formação em termos fotográficos, sou um autodidata que infelizmente ainda hoje passa mais tempo a ler sobre fotografia e equipamentos fotográficos do que a fotografar, mas espero inverter cada

E porquê em JPEG perguntas-­‐me? Porque me permite fornecer o resultado no mais curto espaço de tempo ao cliente, que muitas vezes tem prazos a cumprir. PS: Voltando à Moda, a determinada altura, Fá@ma Lopes, Paris etc., como é que surgiu essa possibilidade, que acredito seria um sonho para muitos de nós? PM: Foi uma verdadeira sorte! Marquei férias com a minha

vez mais essa situação e dedicar-­‐me cada vez mais à minha paixão pela fotografia. PS: Ainda em termos tecnológicos, és um fotógrafo que és adepto de muito Photoshop ou apenas dás aquele toque muito pessoal que é de facto necessário para quem fotografa em RAW? PM: Sem dúvida que sou adepto do Photoshop, tal como os bons fotógrafos do analógico são adeptos das diferentes técnicas de revelação. Para mim a edição é um passo muito importante para a imagem final, tentado no entanto, que as minhas fotografias pareçam sempre o mais naturais possível. Embora seja um grande defensor de fotografar em RAW, curiosamente muitas das imagens que mostro nesta edição

mulher para Paris e no dia anterior à minha viagem fiquei a saber que o meu amigo, fotógrafo de Moda e social Ricardo Costa, também ia estar em Paris na mesma altura. Combinei ligar-­‐lhe quando chegasse para estarmos um tempo juntos e qual o meu espanto quanto ele me disse que estavam a decorrer vários desfiles de moda, e que ele iria estar presente para os fotografar! Disse-­‐me ainda para aparecer pois iria tentar junto da organização arranjar-­‐me convites para assis6r ao desfile! Quando chego ao local, tomei conhecimento que o desfile era da Fá6ma Lopes, iria decorrer na Torre Eiffel e que era organizado pela ANJE (Associação nacional de jovens empresários), no âmbito do Portugal Fashion! Fui de férias para Paris apenas com uma máquina fotográfica e uma obje6va e passo de turista a fotógrafo do primeiro desfile de moda que ocorreu na Torre Eiffel com a ajuda de uma

foram 6radas em JPEG.

obje6va cedida pelo meu amigo fotógrafo!

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editorial

Pedro Moreira

PS: Essa tua experiência em Paris, como é que correu, já vi algumas imagens fantás@cas, mas contado na primeira pessoa é mais interessante? PM: Foi verdadeiramente uma experiência fantás6ca! Entramos numa sala de espetáculo fechada e escura, ouve-­‐

PM: Sim, já 6ve o prazer de fotografar gente lindíssima, mas curiosamente quem eu mais gostaria de fotografar não são propriamente modelos, mas sim um “crossover” de outras áreas, refiro-­‐me à Natalie Portman e ao David Beckham, que tanto furor têm feito ul6mamente em campanhas de moda.

se uma ba6da forte e cadenciada, as primeiras modelos surgem a deslocarem-­‐se como se levitassem e de repente abrem-­‐se as cor6nas negras das enormes janelas panorâmicas onde se pode observar Paris do alto da Torre Eiffel, com uma amplitude de 180º que vai desde o Sacre Coeur ao Les Invalides….Surreal e inesquecível! PS: Quando vais numa viagem dessas, tens tempo para visitar a cidade, fazer umas fotos, ou realmente não te resta muito tempo livre. PM: Sim, tento reservar sempre tempo para junto com a minha mulher poder conhecer belos locais e de usufruir do prazer de fotografar e de escolher livremente os assuntos a fotografar. Aliás, quem vir o portefólio fotográfico vai certamente aperceber-­‐se que há muito mais fotografia para além daquela que faço de moda. PS: Por exemplo num desfile de moda, tu gostas de fotografar os bas@dores, a azáfama que nenhum de nós vê? Já @veste essa possibilidade? PM: Sim, já 6ve em diversos eventos a possibilidade de fotografar o chamado backstage e é curioso verificar que o glamour das passarelas não tem contraponto nos bas6dores, onde por vezes é bem diycil conseguir “arrancar” um sorriso dos modelos que passam horas a fio entre maquilhagem, cabeleireiro e tempos mortos. PS: Para um fotógrafo como tu, qual seria o topo da tua

PS: Pedro Moreira, Portugal parece-­‐me que deu um salto qualita@vo na moda, com alguns eventos organizados de reconhecida qualidade, quer em termos de modelos, quer em termos dos es@listas Portugueses | Portugal Fashion, Moda Lisboa etc , ainda assim, Portugal con@nua a ser um País pequeno para um fotógrafo de moda? Ir lá fora é fundamental? PM: Eu penso que não, apesar da crise que se vive, acho que vale a pena relembrar o trabalho notável que a ANJE tem 6do na organização do Portugal Fashion, que já vai na 30ª Edição e já ultrapassou as “fronteiras” do Porto, chegando a Lisboa, S. Paulo e Paris. Eu acho que é possível sermos excelentes em Portugal, basta ver os trabalhos dos fotógrafos de moda Mário Príncipe e André Brito e apercebemo-­‐nos que estão ao nível do que melhor se faz lá fora! Quanto aos modelos e es6listas Portugueses só tenho uma palavra: TOP! PS: Para terminar Pedro, para seguirmos o teu trabalho, onde o podemos fazer? PM: Podem seguir-­‐me por exemplo em: Facebook| www.facebook.com/pedroxmoreira Olhares| www.olhares.com/pedroxm Website pessoal | www.pedroxmoreira.com

carreira, em que projeto te que imaginarias para um dia dizeres que te sentes completamente realizado? PM: Aqui há uns anos eu pensava que ficaria sa6sfeito a nível fotográfico quando conseguisse publicar na pres6giada revista Francesa PHOTO. Hoje, duas publicações depois nessa pres6giada revista, uma das quais em destaque de página inteira, penso que ficaria sa6sfeito quando fotografasse um catálogo inteiro de moda para uma marca conceituada. PS: Certamente já fotografaste gente lindíssima, mas haverá alguém que tu darias tudo por 30 segundos na tua frente? Que modelo não gostarias de perder a oportunidade de fotografar.

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Rui David

Rui David é fotógrafo amador desde 2007, ano em que adquiriu a sua primeira câmera fotográfica digital. Desde então o gosto pela fotografia tem sido crescente, tornando-­‐se parte muito importante na sua vida. A fotografia de paisagem natural é uma das suas paixões sendo que no seu porŒólio também se encontram outros es6los e abordagens fotográficas. A sua aprendizagem e conhecimento fotográfico resulta maioritariamente

duma abordagem autodidata. Rui David tem visto seus trabalhos serem reconhecidos por inúmeras revistas da especialidade. Em 2010 foi o vencedor da VII Meia Maratona Fotográfica de Setúbal tendo sido p remiado t ambém n outros concursos fotográficos. Rui David é também músico, compositor, produtor e membro fundador da banda portuguesa Hands On Approach. Jorge Manur: Quando começaste a fotografar? Foi sempre E isto aplico a todos os es6los fotográficos mas normalmente uma paixão ou uma vocação tardia? faço-­‐o mais na fotografia de paisagem que con6nua a ser o Rui David: Comecei a fotografar em 2007, altura em que meu es6lo preferencial. comprei a minha primeira máquina fotográfica digital, uma Canon 400D. Sempre gostei de fotografia mas meramente JM: Como decides onde ir ou o que fotografar? É um pelo seu sen6do prá6co, quo6diano... como forma de processo natural , seguindo oportunidades que surgem, ou registar momentos passados com os amigos ou com a família procuras planear as tuas saídas fotográficas com um ou locais que visitava. No entanto sempre dei importância há propósito em mente? qualidade da imagem e por isso decidi comprar uma máquina RD: As minhas saídas fotográficas normalmente resultam da melhor. A par6r daí foi uma bola de neve... mas sim foi sem dúvida uma vocação tardia (não me importava nada de ter começado muito mais cedo J ). JM: Tens alguma formação na área? RD: Basicamente sou autodidata tendo feito 2 workshops fotográficos. As maiores lições, contudo, foram apreendidas no terreno, sozinho ou com outros fotógrafos amigos com quem tenho realizado vários encontros fotográficos e com quem ainda con6nuo a par6lhar muitas experiências e conhecimentos.

vontade e do gosto pela fotografia. Muitas vezes vou sozinho, outras acompanhado mas o objec6vo é sempre o mesmo, ou seja, diver6r-­‐me acima de tudo e fugir da azáfama diária, relaxar um pouco e manter o contacto com a Natureza... algo tão simples e tão clichet mas se não fosse a fotografia provavelmente faria muito mais raramente. Vivemos a um ritmo louco, condicionados pelos mais diversos factores que nos obrigam a estar cada vez mais longe da Natureza. Por isso sabe sempre muito bem juntar o ú6l ao agradável. JM: Como é habitualmente o processo cria@vo dos teus

JM: Há algum fotógrafo que te sirva ou tenha servido de referência? RD: Existem inúmeros fotógrafos que me influenciam. Vejo diariamente dezenas ou até centenas de fotos de grandes fotógrafos portugueses e estrangeiros e é diycil destacar nomes...talvez um dos que sigo há mais tempo na área da paisagem natural seja o Mark Adamus mas há muitos outros

trabalhos fotográficos? Vais à procura de uma foto ou ela encontra-­‐te a meio do caminho? RD: : Gosto de ambas as abordagens. Quando conheço bem um local e tenho a possibilidade de o visitar com alguma frequência acabo por me dar ao “luxo” de fazer um planeamento porque sei qual a melhor hora do dia, altura do ano, fase da maré, etc., etc., para o poder

de grande talento. JM: Que temas te despertam interesse na fotografia e porque é tão importante para @ fotografar? RD: Gosto dos silêncios, da simplicidade, das sub6lezas, da temporalidade, harmonia... procuro sempre captar o lado mais belo, mais posi6vo, mágico, sublime.

fotografar como quero e consoante o objec6vo que pretendo a6ngir. Mas também gosto de ir à descoberta e à mercê do acaso... por vezes acontecem “coisas mágicas” que nunca iria prever por muito planeamento que fizesse. Na área do retrato maioritariamente opto pelo planeamento prévio. Enfim...depende um pouco do es6lo e do objecto fotográfico.

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JM: : Certamente o "instrumento" mais precioso de um fotógrafo é o olhar. Existe alguma maneira de se apurar esse olhar, ou esse olhar é um dom que nasce com a pessoa? RD: O olhar é o mais importante instrumento do fotógrafo. É possível treinar o olhar e torná-­‐lo mais apurado e há quem tenha mais facilidade nesse processo. Essas pessoas são as que têm um olhar fotográfico (mesmo essas necessitam de treino, de prá6ca, de experiência). Mas de facto tem que

Tento que a captação seja o mais equilibrada possível e mais fiel ao que vejo no momento. Mais tarde, se necessário (e quase sempre o faço), recorro à edição para ajustes em termos de ni6dez, contraste, saturação. O meu objec6vo no fundo é obter uma imagem que seja o mais fiel possível ao que vi ou... ao que imaginei. Sim...nem sempre pretendo que a foto seja realista...

haver de alguma forma um dom natural e aliás, é esse dom que em minha opinião vai alimentar a vontade, duma forma inconsciente. E essa vontade empurra-­‐nos para um processo evolu6vo. Toda esta sequência pode não chegar a acontecer ou pelo menos não ser completada se a pessoa não 6ver o tal dom do “olhar”. JM: Usas a luz natural como fonte para o resultado final das tuas fotografias, ou também confias o resultado final ao tratamento digital através de programas de edição fotográfica? RD: Acima de tudo a luz natural pois é ela que define tudo na foto, é a fonte.

JM: Consideras-­‐te mais técnico ou arps@co? RD: Pegando no final da resposta que dei na pergunta anterior... por vezes o que vejo quando fotografo não é exatamente o que lá está mas sim o que deveria ou que eu gostava que lá es6vesse. Não quero dizer com isto que posteriormente irei re6rar ou colocar elementos que não façam parte dessa paisagem... nada disso. O que quero dizer é que provavelmente irei tentar realçar determinados aspectos que compõe a paisagem de forma a aproximar-­‐se mais da forma como a vejo e não da forma como realmente é. E esses aspectos são as tais “sub6lezas” que para mim são importantes. E nessa perspec6va considero-­‐me mais ar‡s6co do que técnico.

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Rui David JM: : As tuas fotos denotam uma grande carga emo@va e uma sensibilidade vincada. Achas que tem que se ter

JM: De que modo interligas a tua vocação musical à fotográfica e vice versa? Conseguirias viver feliz sem uma

sensibilidade para conseguir passar emoções diversas numa foto, ou basta ter conhecimentos técnicos e material

das duas? RD: Não.

adequado? RD: Penso que são necessárias ambas as coisas quando se

Ambas con6nuam a ser muito importantes na minha vida e tendem até a fundir-­‐se.

quer passar emoções através da fotografia. Ter sensibilidade

Há um paralelismo muito interessante entre elas e o que

é determinante mas sem técnica e equipamento torna-­‐se mais diycil pois estes elementos são a forma que temos de

sinto é que em vez de compe6rem uma com a outra tendem a reforçar-­‐se mutuamente.

materializar essas emoções e dão-­‐nos a capacidade de

sermos mais precisos nesse processo.

JM: Onde podemos apreciar os teus trabalhos fotográficos online?

JM: como se desenvolve o ins@nto para saber quando se

RD: Ou na minha página pessoal : h]p://ruidavid.1x.com/ ou

deve apertar o botão?

no Facebook : Rui David Photography. Tenho também algum

RD: Depende. Quando o mo6vo é muito forte sentes-­‐te

do meu portefólio no site 1X e no FineArt Portugal.

impelido a pegar na máquina com a mesma velocidade a que

o Lucky Lucke pega na sua pistola e começar a “disparar” em

JM: Perspec@vas futuras no que concerne a fotografia? Onde

todas as direções. Só depois de o fazeres é que acalmas e realmente começas a

te vês daqui a uns anos? RD: Pegando no que já foi falado... irei até onde o meu olhar

fotografar. No meu caso é um bocado assim... muito

me levar.

raramente as primeiras fotos que 6ro dum local são as melhores.

JM: Para terminar, que conselhos tens para dar a quem

Outras vezes o mo6vo não parece muito apetecível mas há medida que o vais conhecendo melhor vais descobrindo

tenha a mesma paixão e deseje levá-­‐la mais a sério? RD: Se realmente têm paixão por estar arte então estão no

pequenos “submundos” fotográficos e às vezes os resultados

bom caminho. Calmamente invistam em algum material e

são surpreendentes.

treinem o vosso olhar e técnica, fotografando muito e

Claro que tudo isto acontece mais frequentemente na

regularmente. Não tenham medo de errar pois é o erro que

fotografia de paisagem, especialmente em locais que não conheças ou que não 6vesses à espera.

mais no ensina.

No retrato o ins6nto para clicar vive muito da relação com o

Rui David Luís:

modelo, da forma como o vês, de pequenos instantes, sincronismo, diálogo, interação.

h]ps://www.facebook.com/pages/Rui-­‐David-­‐Photography/ 169340499792382

JM: Já deste con@go a olhar para o mundo e a imaginares como ficaria numa fotografia? RD: Acho que iria precisar de muito Photoshop JM: Qual o Ipo de fotografia que nunca farás? RD: Provavelmente fotojornalismo por questões que se prendem com a minha vida pessoal e profissional, ou seja, é um es6lo fotográfico que iria exigir mais da minha vida do que aquilo que eu posso dar. Tenho um enorme respeito por essas pessoas que o fazem mas tenho consciência que não o poderia fazer... talvez noutra vida.

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J. pedro Martins

J. Pedro Mar@ns nasceu em 1961 em S. João da Madeira e é Professor e fotógrafo amador. O convívio desde a mais tenra idade com inúmero material fotográfico pertença de seu pai – um apaixonado pela arte – bem como a sua influência foram mo6vos determinantes para o início da sua a6vidade como fotógrafo-­‐amador em 1981. Desde então tem par6cipado em variadas exposições individuais e colec6vas. É autor premiado e editado em alguns livros da especialidade. Possui ainda trabalhos publicados em revistas de fotografia nacionais e estrangeiras, cartazes publicitários, blogues e jornais. Editou em 2005 o livro de fotografia “O Perfume da Tradição” centrado sobre a tradição dos Tapetes de Flores em Vila do Conde, localidade onde reside desde 1983. Novos e vários projetos se estão e irão sequenciar... É fotógrafo oficial do Teatro Municipal de Vila do Conde e do TFA – Teatro de Formas Animadas. Exposições mais recentes: •  Mostra de Artes Plás6cas / Imagem / Design -­‐ "ELIPSE DA DURAÇÃO", Porto, Palacete Pinto Leite, Fevereiro/Março 2011; •  Exposição individual "CINCO SENTIDOS", com textos de António F. Nabais, Vila do Conde, ESJRegio, Fevereiro/Abril 2011; •  Exposição colec6va de fotografia, vídeo e instalação "FRAME", com Nelson D’Aires, Rui Pinheiro, Margarida Ribeiro, Rita Rocha, Cesário Alves e Ana Pereira.Vila do Conde, Espaço/Atelier de Isabel Lhano, Julho 2011; •  Exposição / instalação “PHARMACIA – A Bo6ca do Zeca no século passado” S. João da Madeira, Biblioteca Municipal, Dezembro 2011 e Janeiro 2012; •  Exposição individual “THEATRUM” Vila do Conde, Teatro Municipal, A par6r de Janeiro 2012; •  Exposição colec6va – II Interna6onal Exhibi6on of Photography Irak, Sulaymaniya, Março 2012; •  Exposição / Instalação de Fotografia “MOVIMENTO”, com Rita Rocha e Margarida Ribeiro (Instalações: “The Other Side” e “3,2,1...Ac6on”) Vila do Conde, Teatro Municipal, Abril e Maio de 2012

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J. Pedro Martins

Pedro Sarmento: Pedro tudo têm um principio na vida. Na tua, como foi esta coisa de fotografar, ver o mundo de uma forma diferente?

Admiro de uma forma determinante a imaginação associada à improvisação na música de Jazz, a luz das pinturas dos principais ar6stas da Renascença, a cria6vidade das

J. Pedro MarIns: Desde a mais tenra idade que vivi e convivi com máquinas fotográficas e de filmar. O meu pai era um

encenações, coreografias e cenografias ligadas à dança (par6cularmente moderna), a realista representação dos

aficionado do Mundo das imagens e da sua captação. Possuía diversas câmaras e constantemente inves6a na atualização desse vasto rol. Mas, além de as possuir, 6rava das ditas o máximo rendimento, uma vez que era um me6culoso inves6gador de técnicas associadas à imagem. Das imagens “a preto e branco” cujo tratamento e revelação era feito por ele, principiando pelo uso de películas de vidro e posteriormente, numa segunda fase diversos 6pos de papel; passou naturalmente para a fotografia a cores e posteriormente para os diaposi6vos. No filme, idên6ca situação se repe6u. Das iniciais gravações em “Normal”, “saltou” para as captações em “Super8” e destas para as diversas etapas evolu6vas do vídeo. Sendo assim, foram muitos os momentos familiares (e não só...) eternamente registados em imagens que con6nuam a perdurar no(s) tempo(s). Viver envolto nesta realidade permi6u, de uma forma natural, que mais cedo ou mais tarde, um jovem (muito novo) quisesse iniciar-­‐se naquele Mundo (tão

esbeltos corpos humanos na estatuária clássica grega e italiana do renascimento, os devaneios cria6vos de certos autores surrealistas e de alguns projetos arquitectónicos e, tantas outras. Assumo que existem sempre pequenos elementos esté6cos que me ajudam a definir um dado percurso ou a criar um dado trabalho ou mesmo uma série de trabalhos fotográficos. Acompanho de uma forma sistemá6ca o percurso evolu6vo de diversos fotógrafos nacionais e estrangeiros. Faço-­‐o inves6ndo inclusive, desde há muitos anos, na aquisição das suas obras bibliográficas e através de visitas regulares a exposições no país e no estrangeiro. Há exposições imperdíveis (mesmo) “fora de portas” que jus6ficam visita atenta. Para mais tarde recordar. Aliás, para recordar, sempre!... Possuo uma curiosidade quase infan6l na forma calma e lenta com que normalmente desfolho livros de arte em geral e de fotografia em par6cular. Usufruo das exposições de

próprio) de imagens simples, marcantes, eternas, porque não dizê-­‐lo, mágicas. E, essa tal magia iniciou-­‐se com registos a cores u6lizando rolos 100Asa me6culosamente colocados (u6lizando um método ensinado pelo progenitor de forma a que os rolos Agfa ou Kodak de 24 imagens resultassem em 26 ou 27 fotografias finais) em máquinas analógicas Yashica, Fuji e Rollei pois o orçamento familiar não permi6a outros inves6mentos. E depois esperava-­‐se um mês pela revelação dos trabalhos. A espera era enervante. Tudo se complicava quando se registava com diaposi6vos. Estes 6nham que “emigrar” normalmente para França o que aumentava consideravelmente o tempo de espera. Estávamos por altura dos anos 70 e foi assim que tudo se iniciou. E nunca mais parou... PS: Existe algum fotógrafo que considere te tenhas inspirado ou apenas te tenha influenciado na forma como fotografas? JPM: Influências existem sempre, mais ou menos marcantes. As mais determinantes influências para mim não são

fotografia com uma atenção redobrada não só sobre o conteúdo mas também na forma como o material é exposto. Manias ... Em suma, assim se vê. Assim se aprende. PS: Numa boa fotografia, qual é mérito do equipamento e qual o do fotógrafo? Consegues quan@ficar isto? JPM: A resposta começa sempre pela tal questão básica e filosófica – Mas afinal o que é uma boa fotografia? Uma boa fotografia para quem? Para mim?! Para os outros?! Para a crí6ca ?! Para o comprador ?! E, quais os “condimentos” que geram a tal boa fotografia ?!... Mas, o que a dis6ngue das restantes ?!... Será que é possível definir, por exemplo, no “Round Midnight” de Theolonious Monk qual será o mérito do piano e qual o do executante/autor/compositor ? Será que é possível quan6ficar o mérito dos futebolistas e de, por exemplo José Mourinho para o sucesso final de uma boa equipa de futebol ? Dificilmente... A tal boa fotografia é sempre confeccionada como corolário de uma relação muito ín6ma – porque não in6mista, entre o fotógrafo/humano pensante que “ordena” o material

propriamente fotógrafos. A arte, a música, a literatura, a fotográfica e este que interpreta e responde a tal solicitação, pintura, a arquitetura, a dança, o design são mo6vos e num dado espaço e num certo tempo. momentos que marcam o que registo e a sua forma. Temperado, por vezes, com o incontornável factor aleatório. PHOCAL PHOTO VISIONS | 40


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PS: És um fotografo de emoções. Para @ uma história numa foto, uma pessoa diz-­‐te muito?

Con6nuo sem conseguir resolver a questão que ponho diversas vezes a mim próprio. Qual a área que

JPM: Costumo referir que a fotografia para mim é uma simbiose de emoção, comoção, criação, comunicação,

assumidamente tenho maior preferência? O tempo vai passando e a resposta con6nua a não surgir...

inovação, (auto)superação. Em suma, PAIXÃO. Naturalmente que um registo fotográfico

Talvez um dia!...

gera um dado referencial em quem capta e em quem

PS: Tens um gosto especial pelas artes e tens trabalhado

observa. Cria estórias. Esta relação dinâmica entre observador e observado pode criar também diferentes

em vários projetos nomeadamente no teatro. Queres falar sobre isso?

patamares interpreta6vos.

JPM: Há cerca de dois anos fui convidado (o tal desafio

Tenho pois consciência que nem todos os trabalhos que vou fazendo possam ter um suporte emo6vo. Mas vou

versus oportunidade referido na questão anterior) pelo Teatro Municipal de Vila do Conde, local onde resido, para

percebendo, no contacto com as pessoas que vão observando os meus trabalhos em exposições, em

acompanhar fotograficamente o dia a dia deste local de cultura da cidade. Prontamente aceitei, tendo na altura uma

publicações, nos sites que os mesmos possuem para elas,

experiência completamente nula sobre fotografia de

um elemento comum – Alma. Tem sido um termo comummente referido e que muito me

espetáculo. Foi um convite que jamais esquecerei e que eternamente

apraz. Acho que sou mais um fotógrafo com (essa dita) alma. O escritor Valter Hugo Mãe, na apresentação de uma das

agradecerei. O Teatro Municipal de Vila do Conde possui pra6camente

minhas úl6mas exposições referia que o meu trabalho é

três anos e é hoje uma referência no meio ar‡s6co

marcado por um certo glamour. Também concordo e gosto. Assim sendo, tento que o ato de

apresentando uma programação muito variada e regular nas áreas do Cinema, do Teatro, da Dança, e da Música. Tem-­‐se

criação (comunica6va) seja envolto numa áurea de sensibilidade. Não é fácil, pois obriga-­‐me a uma crí6ca

afirmado como um polo dinamizador determinante da vida cultural da cidade e do litoral norte do país.

constante do que vou construindo e à necessidade de uma

Após a aceitação da tarefa criei em mim mesmo, a

procura/pesquisa de uma permanente inovação.

necessidade de estudar/inves6gar sobre a técnica fotográfica associada a esta área uma vez que estaria a dar

PS: Ao longo deste teu caminho na fotografia, foste sempre um fotografo que te dedicaste a várias áreas, apesar de

os primeiros passos. Estes, foram muitos complicados. Os espetáculos com a normal e constante variação de

umas mais do que outras. Gostas de estar preparado para

iluminação criavam-­‐me muitas dificuldades ao qual não

novos desafios ou apenas gostas de experimentar várias oportunidades?

estava minimamente habituado. Depois do impacto inicial superado, assumo que tem sido

JPM: Interessante questão! Gosto, antes de tudo, de me testar a mim próprio e de conceber soluções personalizadas

das experiências mais gra6ficantes sobre o ponto de vista fotográfico.

para esses novos desafios e/ou oportunidades.

Vivenciar o outro lado dos espetáculos, a sua construção e

A abordagem fotográfica de várias vertentes tem permi6do aumentar consideravelmente o meu potencial técnico.

realização é algo único e ca6vante. Ter oportunidade de registar o outro lado da cor6na é marcante e enriquecedor.

Fotografar desporto cria dificuldades diferentes de registar moda, assim como fotografar ambientes urbanos levantam

E, criam-­‐se relações de amizade com gentes do palco que até então eram ídolos e passam a ser conhecidos e mesmo

problemas e questões completa díspares de captar o ambiente do(s) espetáculo(s). Mas todos eles criam

amigos. ÚNICO... Acompanhar o crescimento do Teatro Municipal de Vila do

momentos mágicos que atraem a minha atenção. Este

Conde tem sido uma tarefa mais uma menos sistemá6ca ao

experimentalismo tem-­‐se tornado muito enriquecedor e tem se reflec6do no produto final que vou produzindo nas

longo dos úl6mos anos e é uma súmula desse trabalho que está a ser apresentado graficamente neste número desta

diferentes vertentes.

NOSSA revista.

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PS: Qual foi o trabalho que até hoje te deu mais "gozo" Isso tem acontecido e é reconfortante. E para tal, há que fazer? expor o que vou concebendo, produzindo, criando... JPM: Tenho alguma dificuldade em responder a esta questão. Gosto par6cularmente de produzir séries de PS: Tens também inclusive par@cipado em diversos Júris em trabalhos. Séries, tendo um tema central e em que os também diversos concursos. Tendo em conta que a trabalhos se interligam com uma linha de con6nuidade Fotografia é uma arte, é discil avaliar o trabalho de minimamente lógica. terceiros? Tenho uma série com trabalhos a “preto-­‐e-­‐branco” que se JPM: É uma experiência diferente mas nada fácil. Analisar a encontra em fase de construção à cerca de 5 anos subje6vidade interpreta6va de variados fotógrafo é uma denominada “FÉ/FAITH”. Uma outra focada em elementos tarefa árdua mas muito enriquecedora. de arqueologia industrial, registada em diaposi6vos à espera A reunião de um colec6vo de júris é momento de grande de uma eventual publicação, centrada sobre a construções discussão, de defesa de pontos-­‐de-­‐vista, de interpretação de caravelas e naus de madeira nos estaleiros navais de Vila individual e colec6va da intencionalidade dos autores e de do Conde em pleno século XX e XXI. argumentação técnica e esté6ca. São horas (repito horas) Se houver um interessado para eventual publicação faça o para uma dada decisão que na maioria das vezes não é favor de me contactar. Construí recentemente uma série unânime. Momentos únicos e inesquecíveis de paixão pela baseada nos “CINCO SENTIDOS” com textos do Prof. António fotografia. F. Nabais, já exposta e uma outra denominada “PHARMACIA – A bo6ca do Zeca no século passado”. Esta, uma exposição/ PS: Prémios, também já és um colecionar de alguns através instalação sobre arqueologia comercial também já exibida, dos teus trabalhos fotográficos. Como vês os Concursos centrada no percurso visual de 65 anos de vida da farmácia fotográficos em Portugal? Têm qualidade, vale a pena dos meus falecidos pais. Uma homenagem. Encontram-­‐se par@cipar? em fase de produção mais três séries de trabalhos mas JPM: A ideia dos concursos para mim é um tanto idên6ca ficarão, para já, no segredo dos deuses... aquela que apontei na questão anterior sobre a exposição do meu(s) trabalho(s). PS: Exposições na tu vida foram já várias, mas como tudo Na realidade se possuímos trabalhos, há que os dar a na vida há sempre um primeira vez, ainda te lembras da conhecer. Se o conhecimento dos mesmos permi6r ainda a primeira exposição, como foi a azáfama e o sen@mento de atribuição de um ou outro prémio ou classificação, porque pela primeira vez mostrares os teus trabalhos ao publico? não tentar? JPM: A primeira com cabeça, tronco e membros surgiu em Assim sendo, só par6cipo em concursos fotográficos em 1992 conjuntamente com o escultor M. Sousa Pereira, com Portugal e no estrangeiro no qual exista júri de reconhecido quem muito aprendi. mérito e/ou competência. Recuso-­‐me a par6cipar em Chamou-­‐se “2 Ar6stas / 2 Percursos”. O verdadeiro ar6sta eventos compe66vos com votações na internet e/ou redes era e con6nua a ser, ele. Não sei como concordei com o sociais. ‡tulo da exposição. Lembro-­‐me duma quan6dade Quer em Portugal como no estrangeiro existem dezenas de assinalável de público que a visitou, do balanço muito concursos. posi6vo e de algo para mim, completamente novo – vender Os fotógrafos neste momento têm a capacidade e/ou quadros com fotografias. E foram alguns. Recordo-­‐me que os possibilidade de optar pelo 6po de concursos a que devem “escudos” de tal exposição permi6u posteriormente o submeter o seu trabalho. Devem ser sele6vos com o inves6mento numa fantás6ca Nikon F90 que con6nua a trabalho a enviar e exigentes consigo próprios. funcionar impecavelmente. Uma bomba! O resultado final posteriormente, se verá. PS: Desde aí até agora, foi um nunca mais parar? Ainda te dá o mesmo gozo? JPM: Sim. Os trabalhos que vamos concebendo devem ser par6lhados. Con6nuo dentro das possibilidades a “despir-­‐ me” das minhas imagens e dá-­‐las a conhecer a outros, para memória futura (ou eterna). É muito bom ouvir certos espectadores do meu trabalho a referirem-­‐se ao trabalho X, Y ou Z porque lhes tocou de alguma forma. Como refere Bernardo Pinto de Almeida, “a imagem talvez seja, afinal, apenas a expressão da coincidência (da simultaneidade) da ideia com a sensação”. Assumo que, me toca de sobremaneira o facto de um trabalho meu ter deixado uma dada sensação num observador em par6cular e o mesmo, se referir ao mesmo algum tempo depois. PHOCAL PHOTO VISIONS | 44


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PS: Tens imensas fotografias publicadas em Revistas da especialidade, e um livro, é um dos teus projetos? JPM: Na realidade, em 2005 foi editado, numa parceria com

JPM: Para mim, tal como para a fotógrafa Stephanie Torbert “a fotografia é como a meditação: um momento de concentração.” Mas, por vezes sinto necessidade de parar.

a Câmara Municipal de Vila do Conde, o livro de fotografia “O Perfume da Tradição” centrado sobre a tradição dos Tapetes de Flores em Vila do Conde, no decurso das fes6vidades do Corpo de Deus. São 96 páginas com 119 fotografias que incluem desde o processo de manufactura das formas até à procissão propriamente dita, passando pela concepção e construção das ditas carpetes de flores. Uma obra que faltava na altura em foi concebida e que ainda se encontra à venda. Por outro lado e numa outra perspec6va, a minha tese de mestrado naturalmente teria que englobar fotografia. Editada recentemente pelas Edições Almedina – A arte e os jogos gregos na An6guidade – compara representações de a6vidades ysico-­‐atlé6cas na cerâmica clássica grega com idên6cas imagens registadas por renomados fotógrafos despor6vos da contemporaneidade. “Um resultado espantoso” segundo a crí6ca da revista Super Foto Digital no seu número 143.

Sinto dificuldades em inovar, em criar a tal “alma”, referida mais atrás. É talvez nessas alturas em que vou registar outras coisas e mudo completamente de temas ou de áreas. Necessito de por vezes me libertar de um certo estereó6po de registo que se torna repe66vo. Esta paixão tem que possuir sempre algo de novo, de cria6vo, de inovador, de apela6vo, senão como refere Pascal, “as paixões quando mandam em nós, são vícios.” PS: O que pensas sobre o conflito entre imagem digital x imagem analógica? A fotografia nunca mais foi a mesma é uma realidade, mas achas que ganhou ou perdeu, tendo em conta que no analógico o trabalho não era imediato, havia outro glamour na espera ou nem por isso? JPM: Passei por ambas as etapas. São momentos diferentes e marcantes na prospec6va evolu6va da imagem. A imagem não ganhou, nem perdeu. Tornou-­‐se diferente,

PS: Cada vez que pegas na máquina começa tudo de novo para @?? É uma paixão que não a@nge a estagnação apesar

mais funcional, mais prá6ca, mais aberta, mais generalizada, mais livre, mais democrá6ca.

do teu já vasto curriculum?

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J. Pedro Martins

PS: Como vês o panorama nacional da fotografia? Portugal está bem servido de fotógrafos nas diversas áreas?? JPM: A fotografia em Portugal está viva, intensamente viva. E a quan6dade gera uma qualidade, cada vez mais restrita. Existem fotógrafos de al‡ssimo nível que tal como no passado, dignificam o nome desta arte. Existem fotógrafos com “F” maiúsculo em diversas áreas e de diferentes gerações que ombreiam com o melhor que se faz por esse Mundo fora. PS: Para seguirmos o teu trabalho onde o podemos fazer? JPM: Os trabalhos apresentados nesta entrevista fazem parte de uma exposição muito mais vasta que se encontra (normalmente) exposta no Teatro Municipal de Vila do Conde, denominada “Theatrum”, a qual faz parte do espólio do mesmo e da Câmara Municipal da autarquia, e que pode ser visitada. Pretende-­‐se com esta exposição fazer perdurar no tempo, na re6na e na mente dos visitantes, alguns dos momentos que têm marcado a história deste neo-­‐Teatro. A mostra contempla diversas vertentes ar‡s6co-­‐culturais que têm “percorrido” o Teatro, bem como as várias localizações em que as a6vidades se têm realizado na “geografia interior” do espaço. Além desta exposição, os meus trabalhos podem ser acompanhados em: Site oficial: Facebook: hRp://www.jpedromarIns.com hRp://www.facebook.com/jpedro.marIns.5 Outros sites: hRp://1x.com/#!/arIst/69407 hRp://19730.por_olio.artlimited.net/ hRp://www.fineart-­‐portugal.com/author/259 hRp://olhares.aeiou.pt/jpedromarIns | hRp://www.zphoto.fr/jpfm1961/

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editorial fotógrafos

Ricardo Gonçalves

Ricardo Gonçalves nasceu a 11 de Março de 1980, em Faro, cidade que 32 anos depois con6nua a ser a sua casa. Acha-­‐se também 100% produto nacional e com muito orgulho. É um verdadeiro “80s kid”, pois o ano em que nasceu teve um grande impacto naquilo que é hoje, o ano do Heavy Metal, que sempre foi e sempre será a sua grande paixão e influência em tudo o que faz. Neste momento, trabalha numa empresa conhecida pela

maior parte dos fotógrafos nacionais, a Niobo. Ricardo faz também algum trabalho par6cular em fotografia. Deu os Seus primeiros passos na fotografia em 2008, encontrando no Heavy Metal e nos filmes de terror/horror a sua grande inspiração para fotografar. Jorge Manur: Quem ou o que te despertou o interesse pela JM: És mais "técnico" ou arisIco? fotografia? Quando sen@ste ou descobriste que a fotografia RG: Sempre fui uma pessoa muito teórica e muito pouco @nha que fazer parte da tua vida? ar6sta. Penso que em todas as áreas seja necessário seres Ricardo Gonçalves : Foi uma situação bastante curiosa. Eu bom técnica e teoricamente para poderes exprimir aquilo 6ve como profissão, encarregado geral da limpeza do que pretendes. concelho de Faro, pela Fagar e uma das minhas tarefas era a “fiscalização” da limpeza, onde 6nha que 6rar fotos pela cidade para poder comprovar os relatórios e foi a par6r daí JM: Consideras ter já um es@lo próprio que te dis@nga de que comecei a ganhar o gosto pela fotografia. Depois foi outros fotógrafos e que seja iden@ficável somente pelo comprar a primeira máquina compacta (Canon, hehehe) e ir olhar? Como se de uma assinatura se tratasse? evoluindo. RG: Penso que para quem segue o meu trabalho de início, JM: Há alguém que te tenha servido ou sirva de influência? seja possível iden6fica-­‐lo. Mas ainda sou apenas mais um que RG: Uma das minhas maiores inspirações no início da 6ra fotografias. Construindo o meu caminho sim, mas ainda fotografia, foi um projeto que conheci no Deviant Art, longe de me considerar fotógrafo. chamado Silent-­‐Order. Ficava completamente vidrado nas fotos deles. JM: Tens alguma formação na área ou és totalmente autodidata? RG: A única “formação” que tenho, são 3 Workshops (1 dia cada), 2 feitos na Alfa e um efectuado com o fotógrafo Carlos Santos, na altura o fotógrafo oficial das Suicide Girls em Portugal. O resto, são horas intermináveis em frente ao PC a ver vídeos sobre fotografia. JM: "Uma imagem vale mais que 1000 palavras" Concordas? RG: Nem sempre. Fazer uma imagem que valha mais que 1000 palavras, não é para todos. JM: Tens algum fotógrafo preferido? RG: A nível nacional existem excelentes fotógrafos, neste momento sigo par6cularmente o trabalho de 1 que acho fantás6co: Mário Príncipe. Como fotógrafo “LENDA”, obviamente o Joel Peter Witkin. JM: Quando fotografas pessoas, pretendes captar a sua beleza ou a sua alma? RG: Uma coisa implica a outra. Se não conseguires captar a alma da pessoa, não consegues captar a sua beleza. JM: O que pretendes expressar com os teus trabalhos fotográficos? RG: Não existe nenhuma mensagem específica cá para fora. O que sai do meu trabalho, é apenas aquilo que sinto no momento em que estou a fotografar. PHOCAL PHOTO VISIONS | 49


Ricardo Gonçalves

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Ricardo Gonçalves

JM: O que te mo@va a fazer o @po de fotografia que nos apresentas? RG: A principal razão é o facto de fazer aquilo que gosto e como compensação ser diferente do que se vai vendo por ai. Hoje em dia, em cada esquina existem 1001 “fotógrafos”, uns cópias dos outros. Eu quero ir construindo o meu porŒólio, para daqui a uns bons anos, quando me considerar fotógrafo, ser uma referência e não apenas mais um.

Tal como an6gamente, fotografar era uma arte, revelar era outra. JM: Qual a importância da edição para as tuas fotos? O fotógrafo deve ter o completo controlo de todo o fluxo da sua fotografia, ou pode delegar algumas etapas noutros profissionais? RG: A pós-­‐produção nas minhas fotos é tão importante

JM: O que podemos "ler" de @, ao visualizarmos as tuas fotos? RG: Que efe6vamente, prefiro a sombra, à luz. JM: Em geral, numa sessão, quantas fotografias Iras até encontrares aquela que consideras " a certa"? RG: No geral, não sou uma pessoa que 6re muitas fotos por sessão, disparo cerca de 300 fotos por sessão. Mas “a fotografia”, tanto pode ser a primeira, como a úl6ma. Isso não depende apenas de mim, mas de todos os que estão incluídos na sessão.

quanto a pré-­‐produção e a fotografia em si. Penso que o fotógrafo deve ter controlo total da sua sessão, desde a pré-­‐ produção até pós-­‐produção. Estar a relegar a pós-­‐produção a outra pessoa, é deixares que parte da magia da foto seja escolhida por outra mente. Se me deres uma foto para tratar no Photoshop, eu consigo devolver-­‐te 4 ou 5 versões com ambientes completamente dis6ntos, da mesma foto. JM: Gostas de ser fotografado? Ou "em casa de ferreiro espeto de pau" ? :) RG: Odeio! JM: Achas que tens ins@nto para a fotografia, ou é algo que tens que planear atempadamente? RG: No 6po de fotografia que faço, por mais ins6nto que tenhas, se não planeares as coisas atempadamente, não irás

JM: Photoshop: sim ou não e porquê? RG: Claro. A fotografia sempre foi manipulada, na altura do analógico, com químicos, hoje em dia, no Photoshop. Na minha visão, o Photoshop é uma arte que complementa a fotografia.

conseguir bons resultados. Este 6po de sessão envolve sempre várias pessoas, nunca o conseguirias fazer sozinho.

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Ricardo Gonçalves

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Ricardo Gonçalves JM: O que dificulta para a fotografia ser entendida como arte ao nível da pintura ou escultura? Achas que em Portugal existe um bom mercado “Fineart"? RG: Penso que a pouca autoexigência, que existe da parte de quem 6ra fotografias contribui para que isso aconteça. Hoje em dia toda a gente é ar6sta. Compras uma máquina qualquer, 6ras meia dúzia de fotos e tens um grupo de amigos que acham que és o maior da tua rua e pronto, és ar6sta. Penso que a nível de pintura e escultura isso é bem mais diycil acontecer, pois o teu trabalho é avaliado por profissionais consagrados. Se não fores bom, não há amigos que te salvem.

JM: Há alguma fotografia que tenhas @rado da qual gostes mais? Uma que para @ tenha um valor sen@mental ines@mável? RG: Aquelas que 6rava aos 15 ou 16 anos, quando passava os 3 meses de férias na praia, com os meus amigos. E claro, as fotos dos meus gatos. JM: O que achas necessário para te destacares num mercado tão compe@@vo como o da fotografia? RG: Não faço disso uma obsessão, vou construindo o meu caminho, fiel aos meus princípios. Penso que se con6nuar, algum dia me irei conseguir destacar, pelo trabalho que faço e não porque sou amigo deste, ou daquele. JM: Há momentos em que todos te dizem que gostam desta ou daquela foto, mas tu sentes que falta qualquer coisa? RG: Acontece várias vezes, a minha foto preferida da sessão não ser a que tem mais sucesso depois de publicada. JM: Quando tens a certeza que a foto que Iraste é realmente uma boa foto? R: Não tenho. JM: Antes de publicares as tuas fotos, pedes a opinião a alguém ou "vais atrás do teu coração"? RG: A seleção das minhas fotos é sempre feita, por mim, pela minha irmã e pela minha namorada. Nunca escolho fotos, sozinho. JM: Dá um exemplo de um @po de fotografia que nunca farás. Porquê? RG: Pouco tempo depois de começar a fotografar, dizia, nunca irei fotografar isto ou aquilo. Hoje em dia, não tenho a mesma opinião, penso que em tudo o que fotografes, ganhas sempre alguma coisa, nem que seja a certeza, que nunca mais queres fotografar tal coisa. Sem passares pela experiência, nunca saberás.

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Ricardo Gonçalves

JM: Achas que o equipamento que se usa influi no @po de foto que se faz? RG: Claramente. Como em tudo. Não vais ganhar uma corrida da Formula 1, num calhambeque, nem nunca irás correr uma maratona, com umas All-­‐Star calçadas. JM Quais os teus projetos atuais e o que podemos esperar daqui para a frente? RG: De momento tenho planeado 2 ou 3 novos sets, para as Suicide Girls e mais um ou outro projeto pessoal. A única coisa que posso prometer é con6nuar a fazer as maluquices que me vierem à cabeça :D. JM: "Sights From Beyond": fala-­‐nos um pouco desse teu projeto RG: Foi um projeto que se iniciou poupo tempo depois de eu ter começado a fotografar. Penso que a descrição que conseguimos está perfeita: Fotografia, moda e maquilhagem são as três vertentes que se uniram e deram origem ao grupo “Sights from Beyond”. Numa visão dominada pelo gó6co, pela temá6ca do terror, fantasia e pelo es6lo que é caracterizado por muitos como sendo alterna6vo, o grupo apresenta uma colectânea de trabalhos com detalhes que primam pela diversidade. Sights from Beyond” é composto por Ricardo Gonçalves como fotógrafo e responsável pela pós-­‐produção, por Marisa Amaro como responsável de moda e modelo e por Joana Gonçalves como responsável de moda, maquilhagem e cabelos e pretende transmi6r as suas proporcionando a todos um espetáculo onde o mundo do imaginário ganha vida, e as personagens que nele habitam pretendem surpreender o espectador. Ricardo Gonçalves | h4ps://www.facebook.com/ricardo.goncalves.100 | h]ps://www.facebook.com/SightsFromBeyond

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Ricardo Gonçalves

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grupos Memorizem esta sigla:

N.A.F.A 1º encontro fotográfico NAFA

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N.A.F.A. (Núcleo de Amigos Fotógrafos do Algarve) N.A.F.A. é epíteto de “carolice”, empenho e perseverança; de a6tude, bondade e par6lha; de inicia6va e sobretudo paixão. São também os atributos que definem a personalidade dos seus fundadores, três jovens algarvios que um dia se juntaram à mesa de um café e quase em consonância, afirmaram a necessidade de movimentar o gosto pela fotografia para além da fronteira dos seus próprios espaços, preferências e conhecimentos. João Ribeiro, Bruno Lima e Ruben Cavaco, três amigos residentes na bela cidade de Tavira, nutrem pela fotografia o mesmo sen6mento e empa6a e foi nesse sen6do que decidiram criar um grupo no Facebook, que fosse vocacionado para as várias vertentes da fotografia, nomeadamente um grupo que promova inicia6vas fotográficas no Algarve, pontualmente na zona da cidade de Tavira, quer através de encontros fotográficos com os membros ou em eventos municipais ou distritais que visem o apoio solidário e divulguem desta zona do País tão rica em paisagens, arquitetura, gentes e fauna diversificadas. No decorrer do caminho têm-­‐se deba6do com alguns problemas burocrá6cos e logís6cos para além da falta de apoio material sempre necessário quando se movimentam dezenas de pessoas em torno de um evento, pelo que estudam a hipótese de o grupo/núcleo evolua e passe a ser uma associação, mantendo o mesmo espírito que o viu nascer. Este sen6mento fica vincado nas palavras de João Ribeiro, (fundador do grupo e um dos principais dinamizadores do mesmo), o qual passamos a citar: “Quando criamos este grupo foi com o objec6vo de unir as pessoas que têm um interesse em comum: -­‐ o gosto pela fotografia. Existe no nosso concelho essa lacuna, alguma coisa

! 2º encontro fotográfico NAFA

que nos ensine e que nos mo6ve para aprendermos mais e levarmos o nosso interesse mais além. Os eventos que temos organizado, demonstram que existem cada vez mais apaixonados pela fotografia e cada vez mais pessoas que querem aprender mais sobre o assunto PHOCAL PHOTO VISIONS | 57

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n.a.f.a. No fim de cada evento e no diálogo que fazemos com todos as pessoas presentes, fazem-­‐nos chegar que querem mais eventos, ou explorar outras áreas da fotografia. Pois bem, nós mesmos sen6mos isso, e queremos trazer para Tavira as mesmas oportunidades que outros concelhos oferecem dentro da área da fotografia. Para isso e para fazermos coisas diferentes como workshops, cursos, exposições colec6vas ou concursos, precisamos de APOIOS. Na nossa busca de apoios para o Núcleo Amigos Fotógrafos do Algarve, impõe-­‐se um entrave: -­‐ "vocês não são uma associação ou uma enMdade legal, por isso legalmente não podemos apoiar." Esta é a resposta que ouvimos, e por isso antes de tomarmos qualquer decisão, decidimos ques6onar os membros do grupo, (por isso somos um núcleo) se por algum acaso do des6no decidíssemos enveredar pelo caminho do associa6vismo em prol da fotografia e da sociedade Tavirense, quem estaria connosco. Os princípios do grupo estão lá, os ideais que tanto nos movem a fazer os eventos em que todos par6cipam, esses estão lá, (…) mas entenda-­‐se que “virar” uma associação tem custos, manter uma associação tem custos, mas o retorno que cada um de nós irá 6rar daí é muito maior que qualquer quan6a insignificante que venha a ser a quota. Só o facto de podermos ter uma

este evento teve ainda como obje6vo principal divulgar a candidatura da Ilha de Tavira ao concurso "7 Maravilhas de Portugal -­‐ Praias de Portugal", e o mais recente, "Passeio Noturno Cidade De Tavira", realizado no dia 14 de Abril de 2012. Para o restante ano de 2012, estão já planeados diversos eventos que com certeza enriquecerão ainda mais o interessante "curriculum" deste grupo cheio de inicia6va, estando já a decorrer o desafio “Retratos Tavirenses”, durante o mês de Maio, (dias 12,19 e 26 entre as 09:00 e as 11:30 horas) e que tem como objec6vo retratar o máximo de Tavirenses possível nesse período de tempo. A meta a a6ngir são os 400 retratos, que irão fazer parte integrante de um evento comemora6vo do Dia da Cidade (24 de Junho).

sede, onde nos possamos reunir, fazer tertúlias, conversarmos sobre o que gostamos, usufruir da vasta biblioteca sobre fotografia que temos, seja em digital ou em livros e revistas, só isso já vale a pena. Podemos juntos de uma forma associa6va fazer mais e melhor pela fotografia. Juntos podemos elevar a fasquia da fotografia; juntos podemos mostrar aos jovens e menos jovens que a fotografia faz-­‐nos chegar onde quisermos, faz-­‐nos sonhar, apreciar a natureza e apreciar o belo constantemente através das nossas objec6vas. Quero apenas que todos percebam que apenas 3 abraçaram este projeto inicialmente e que agora com as mesmas vontades, gostos e sonhos já somos 230 em apenas 3 meses de vida, vamos unir esforços e levar os nossos ideais mais além. Contamos convosco.” Desde o seu recente nascimento até à presente data, este a6vo grupo passou das ideias em papel para a prá6ca e o resultado está à vista: de meia dúzia de membros, o grupo cresceu para os atuais 230 membros, num espaço de três meses, tendo até ao momento desenvolvido e posto em prá6ca, (para além de várias intervenções), três encontros fotográficos, respec6vamente: -­‐ "Passeio Fotográfico "Amendoeiras em flor" TAVIRA, realizado no pretérito dia 19 de Fevereiro de 2012; Passeio Fotográfico "Ilha de Tavira -­‐ A Maravilha de Portugal", dia 18 de Março de 2012, com a par6cularidade de dar a conhecer a Ilha de Tavira e proporcionar aos membros e amigos do Núcleo mais uma experiência enriquecedora na troca de conhecimentos sobre a arte da fotografia, sendo que

3º encontro fotográfico Nafa

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n.a.f.a.

! Ficaremos atentos ao crescimento deste núcleo que sonha um dia tornar-­‐se uma associação, até lá podemos vê-­‐lo aqui: h]ps://www.facebook.com/groups/nafatavira/

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concursos

Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Maria João Rijo | Cegueira | Casa de Camilo Castelo Branco – Seide | Mar 2009 – FOTO VENCEDORA

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Jorge Manur | A rainha da penumbra | Tavira | Nov 2011

José Alpedrinha | Abóboras | Alentejo | Dez 2011

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Anita Nunes |A tua magia | Data-­‐-­‐10/12/2011 | Local—Sintra

João Ribeiro | Titulo: Torre na Penumbra da Lua | Tavira | Out 2011

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Ana Luar | Quero amigos | Loures | Jun 2007

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Maria J. Chaby Lara |Na soleira da porta | Almoçageme |Jan 2012

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Nuno Nóbrega | Vasco da Gama | Lisboa | Fev 2012

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editorial

Penumbra

Helena Miguel | A vigilante da penumbra | Belmonte | Ago 2011

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Dário Lemos | Levantai | Caldas da Rainha

Afonso Chaby Rosa | Homenagem a Eduardo Gageiro | Minha casa | 2010

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Maria Lázaro | Titulo -­‐ J. | Local – Casa | Data -­‐ Janeiro 2012

Jorge Fernandes | "Light li•" | Ilha do Pico, Açores | Jan2011

António Sousa | Na penumbra do meu escritório | Abr2012

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Paulo Sarfaty | Luar na Ponte | Lisboa | Abr 2012

Dominique Abreu | Night Light | Braga | Mar2012

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Manuel Magalhães | Penumbra | Pateira de Fermentelos | Jan 2012

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Penumbra

Luís Felício | Titulo: Spooky" | Almada | Dez 2011

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Fá6ma Condeço | Solitária | Copenhaga | Ago2010

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Penumbra

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Pedro Sarmento | Ilumina-­‐me a subida | Casa Anderson – Porto | Out2012

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Penumbra

Graça Quaresma | Penumbra 2 | Ilha das Flores, Açores | Jul 2011

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Vítor Rocha | "Dark Tree" | Monção | Abr 2012

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concursos

Chuva

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Afonso Chaby Rosa |Homem com guarda-­‐chuva | Estocolmo |2010 – FOTO VENCEDORA

Antonio Sousa | Gotas de Prata | Alcochete | Out 2011

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Chuva

Mjoao Rijo | Chuva lá for a | Fradelos | Abr 2012

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Jorge Manur |Velvet Rain | Tavira | Abr 2007

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Chuva

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Fá6ma Mendes | "Chuva na noite" | Seixal | Set 2010

Fá6ma Condeço | Ironmens | Regensburg | Ago 2011

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Laura Mexia|Miss you more when it's raining |Monchique | Abr 2001

Dominique Abreu | Reino Molhado | Vila Verde, Braga | Abr 2012

Chuva

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Chuva

Helena Miguel | Uma flor à chuva | Tavira | Nov 2011

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Jose Alpedrinha | Vinha Virgem | Carcavelos | Jun 2009

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Chuva

Anita Nunes | Storm Days | S.Pedro de Moel | Mar 2012

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Chuva

Luis Felício | Wet Palace | Convento de Cristo em Tomar | Abr 2012

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

Miguel Quesada | A•er Rain | Lisboa | Nov 2011

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Chuva

Sónia Cardoso Sardinha | Pela minha janela | Lisboa | 2012

Victor Rocha | “Chuva no Lago" | Monção | Abril/12

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Chuva

Pedro Sarmento | Love in the rain | Porto |Nov 2011

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concursos

interiores

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Fá6ma Condeço |A curva | Copenhaga | Ago 2010 | FOTO VENCEDORA

Maria José Chaby Lara |Museu do Oriente

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interiores

Fá6ma Mendes |Estejam à vontade...! | Seixal | Mai 2012

Luís Felício | Living Room | Queluz | Out 2011

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interiores

Afonso Chaby Rosa |Conforto Rús6co | Beira -­‐ Serra do Açor | 2010

Jorge Fernandes | Bem-­‐vindos | Angra do heroísmo | Out 2010

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Vítor Rocha | Lago Vigiado | Por6mão | Set 2011

Maria Lázaro |Luxo | Queluz | Out 2011

interiores

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho

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interiores

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho José Alpedrinha |Luzes da noite na janela | Porto Covo | Jun 2011

António Sousa | Palácio de Queluz | QUELUZ | Abr 2006

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interiores

Maria João Rijo -­‐ À boa maneira portuguesa -­‐ Espinho Pedro Sarmento | Informa6on Hall | Casa da Música| Mar 2012

M. João Rijo Sem 6tulo | Riba D’Ave | Abr 2011

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