0 6
j2 u0 l h1 o2
Fotografos DDiArte LUÍS GARÇÃO NUNES ANDRÉ BOTO PEDRO MARTINS TIAGO XAVIER
OPINIAO COMO TIRAR BOAS FOTOS COMPOSIÇAO FOTOGRÁFICA EDIÇÃO – DPI’S TÉCNICA – FOTOGRAFAR AVES
VIAGENS LONDRES
COLUNISTAS CAÇADORA DE MOMENTOS FOTOGRAFIAS ESCRITAS
Galerias IMAGENS QUE INSPIRAM
LOCAIS ILHA DAS FLORES
Concursos
OLHOS NOS OLHOS
GRUPOS F. A. R. FOTOGRAFOS AMADORES DO RIBATEJO
PHOCAL PHOT OVISIONS NÚMERO 06 – Julho 2012 REVISTA DO GRUPO PHOCAL PHOTO VISIONS
www.facebook.com/groups/phocalphotovisions/ EDIÇÃO E DIREÇÃO DA REVISTA PEDRO SARMENTO JORGE MANUR
FOTO DE CAPA JOSÉ VIEIRA Upupa epops -‐Poupa| Abril 2010 Olympus E3 | Olympus 70-‐300mm ED F4 – 5.6 | F11 1/500 169,0 mm ISO 200
EDITORIAL PEDRO SARMENTO COLABORADORES: MARTA FERREIRA AFONSO CAHBY ROSA ARMANDO DUARTE ETÃ COSTA JOSÉ VIEIRA PAULO CESAR RODRIGO BELAVISTA SAMUEL PIMENTA JOSÉ PEDRO LIMA PERIODICIDADE MENSAL DISTRIBUIÇÃO ON-‐LINE CONTACTOS: EMAIL
phocal.photovisions@gmail.com revista.phocal.photovisions@gmail.com WEBSITE h^p://phocal-‐photovisons.weebly.com/index.html
sumário
04
EDITORIAL PEDRO SARMENTO
05 12
GALERIAS DOS MEMBROS IMAGENS QUE INSPIRAM
CAÇADORA DE MOMENTOS MARTA FERREIRA
15 19
OPINIÃO | COMO TIRAR BOAS FOTOGRAFIAS ETÃ SOBAL COSTA
OPINIÃO | COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA AFONSO CHABY ROSA
20 23
LOCAIS | ILHA DAS FLORES AFONSO CHABY ROSA
EDIÇÃO | DPI’S ARMANDO DUARTE
24 28
VIAGENS | LONDRES PAULO CÉSAR
GRUPOS | F.A.R FOTOGRAFOS AMADORES DO RIBATEJO
31 37
FOTOGRAFIA | AVES JOSÉ VIEIRA
FOTOGRAFIAS ESCRITAS RODRIGO BELAVISTA
39 DDiArte 50 LUIS GARÇÃO NUNES 60 ANDRÉ BOTO 70 PEDRO MARTINS 80 TIAGO XAVIER 90 CONCURSOS TEMÁTICOS
PHOCAL PHOTOVISIONS FACEBOOK
FOTO: PEDRO SARMENTO | UP SIDE DOWN | CASA DA MÚSICA| PORTO JUL 2012
editorial
pedro sarmento
Hoje 15 de Julho de 2012, é o dia em que mais uma Phocal Photovisions chegas ás “bancas” um pouco por todo o lado por esse Portugal fora e, para certamente espanto de muitos, também a vários cantos do Mundo. A vossa Revista é vista e desfolhada on-‐line, em locais tão distantes como vários países da UE como a Inglaterra, Itália, Espanha, França. Alemanha, Suécia, Dinamarca, depois claro o Brasil, Angola, Moçambique, Timor, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, ArgenFna, Rússia etc. Ou seja, o projeto que com a vossa ajuda iniciámos, tem crescido.....e como veem não só na qualidade, na Impressão, nos conteúdos, e na fotografia, mas também no alcance que tem em termos mundiais. O facto do Facebook ser esta comunidade Global que uwlizamos, faz com que todos nós tenhamos amigos nos 5 cantos do Mundo, ajudando à “propagação”. Assim, a imagem desta maçã que escolhi para ilustrar o “Editorial” da Edição de Julho de 2012 e que representa o “Mapa Mundo” e que nos dá uma ideia de até onde as nossas ideias e os nossos trabalhos fotográficos conseguem ser vistos. Significa também que a nossa ideia do Grupo e da Revista foi uma aposta mais do que certa, em torno de uma paixão que se chama “Fotografia” um simples passatempo A Phocal não é... aliás nunca o foi .... que se coloca on-‐line. Logo ao 1º número a Revista foi publicada na Internet e impressa em papel, com conteúdos de muita qualidade o que nos levou a querer mais. Procurámos e encontrámos melhor serviço e melhor qualidade de impressão. Diz quem já a leu que é muito provavelmente uma das melhores, se não a melhor Revista de fotografia que se edita e pública em Portugal. É a única que dá voz e imagem aos fotógrafos amadores e não só, mostra e fala de Fotografia. É por isso um projeto credível, e com muita qualidade!!!Dedico-‐vos todo este sucesso, pela força e pelos conteúdos com que nos brindam mês após mês de forma a sermos melhores e mais dinâmicos. Mas ainda assim temos assiswdo a algum Folclore que sempre rodeia estas coisas. É sempre muito mais fácil criwcar do que por ventura meter mãos à obra e fazer algum coisa. É sempre bom que falem de nós, bem ou mal sinal de que estamos vivos. Na fotografia quando não há “luz” o “ruído” aparece... mas na vida não existe “Luminância”........ Existe Creme Nivea que faz mais ou menos o mesmo efeito. Uma nota final que quero parwlhar hoje : ARROGÂNCIA............. quando convidamos alguém a falar e a mostrar o seu trabalho na Phocal esperamos tudo menos que nos digam que de borla nem pensar que não se pode pagar o colégio dos filhos com fotografias, que a sua “humilde” parwcipação apenas traria dividendos à Revista, que precisa de €€€€ e não de visibilidade, o que só demonstra que a técnica se pode aprender em WS e com práwca mas a educação essa ou se tem ou....... O genwl senhor pensou que a sua presença na Phocal faria com que se vendessem revistas ás paletes – 50.000 unidades digo eu..... Que ficaríamos ricos com o seu estrondoso trabalho. ...........depois nem é o que se diz, é como se diz............ Ainda por cima dizendo mal de GRANDES fotógrafos que já na revista parBciparam. Arrogância e falta de educação quanto baste foi o que recebemos pela primeira vez de alguém a quem endereçámos um convite para parwcipar neste Projeto, e vejam só quem este mês temos na revista, Cinco fotógrafos e projetos verdadeiramente de sucesso reconhecido não só em Portugal como no estrangeiro, e apesar disso não nos pediram nada em troca, nem um obrigado..... Obrigado esse que já dei pessoalmente e que aqui deixo publicamente. Como se diz aqui no Norte e voltando a olhar para a “maça”... ATÉ OS COMEMOS. ANTÓNIO LEÃO DE SOUSA | ESTRELINHA DA SORTE| COSTA DA CAPARICA | CANON 7D | CANON 15-‐85 | F4.5 1/80 ISO 100
04 | PHOCAL PHOTOVISIONS
AFONSO CHABY ROSA| PRAIA DA LAGOA DA ALBUFEIRA | CANON 5D MKII | CANON EF 70-‐300MM F/4-‐5.6L IS USM F:5,6 : 1/1300S -‐ ISO 100
PAULA CORREIA | BLUE – PRAIA FLUVIAL DO SAMOUCO | NIKON D3100 | F8 1/1250 ISO 100
PHOCAL PHOTOVISIONS | 05
FATIMA CONDEÇO |FOZ COA | NIKON D90 | TAMRON 18-‐250 | F/8 1/500S ISO 200
LUCIA NETO | A CLOUDY DAY AT THE BEACH|MIRAMAR | CANON 600D | CANON 18-‐135 | F4,5 1/800S ISO 100
06 | PHOCAL PHOTOVISIONS
MARIO MEDEIROS SANTOS | SALINAS DE RIO MAIOR | CANON EOS 50D | CANON18-‐200 |F13 1/100s ISO 100
PEDRO CARMONA SANTOS | OLHOS NOS OLHOS | CANON 5D MK II | CANON 70-‐200MM F/2.8L IS II| F5.6 1/200 95MM ISO 640
PHOCAL PHOTOVISIONS | 07
RICARDO MENDES | A GOTA | PORTO BRANDÃO | NIKON D3000 | SIGMA 70-‐300MM | F5,6 10/5000 ISO 560
PATRÍCIA ALVES | OURO SOB AZUL | BAIXO ALENTEJO (ALJUSTREL) | NIKON D90 | TOKINA 11-‐16MM | F6.3; 1/400 11MM ISO 100.
08 | PHOCAL PHOTOVISIONS
LUIS MATA |ADRAGA | CANON 7D | CANON EFS 10-‐22 MM | F18 1/4S ISO 100
SANDRO PORTO | MAR PORTUGUÊS | LISBOA | NIKON D300 NIKON 50MM 100 | F6.3 1/500 ISO 100
PHOCAL PHOTOVISIONS | 09
PEDRO SARMENTO | ESPELHO MEU | RIBEIRA DO PORTO | PENTAX K5 |PENTAX 14MM F2,8 | F8 30S ISO 100 FILIPE P NETO | EU SOU A RIA | CANON EOS 500D |10 – 22 MM |F5 1/50 ISO 100)
10| PHOCAL PHOTOVISIONS
HORACIO AZEVEDO | COROA DE REY-‐LYRIO | COIMBRA | LEICA D-‐LUX3 F2,8 1/100 ISO 100
JOSÉ SOBRAL | GUADALUPENSES | CANON EOS 550D | TAMRON 70/300 | F4 1/60 ISO400
FRANCISCO GIL PINHEIRO | TORRE DA GALP | CANON 400D | SIGMA 10-‐20 | F9 1/80 ISO 100
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m a r t a f e r r e i r a
momentos
Caçadora de Momentos Nem sempre a inspiração está do nosso lado… não sei se vos acontece o mesmo, mas comigo, é uma constante… Quando é mais precisa ela teima em fugir e esconder-‐se entre medos e silêncios… mas eu resmungo! Bato com a mão na mesa e digo: -‐ Quem manda? E ela, perante o meu grito agudo baixa as orelhas e lá volta com os olhitos postos no chão. Passo-‐lhe a mão pelos sonhos, dou um beijinho à criawvidade, levanto o véu do silencio e tudo recomeça… as mãos escrevem ao som do wc tac do coração… e a inspiração? Essa corre para me conseguir acompanhar a toda a velocidade, subindo e descendo arco iris de risos, e ilusões. Onde tudo começou… Há muitos, muitos anos atrás, (mais ou menos 7) havia uma pequena (com 1.69 de altura), que adorava estar nos camarins, nos baswdores, entre cores, e fantasias, entre o sonho e a realidade, entre utopias e senwmentos… e sempre que algo mexia, com a sua pequena maquineta lá ia disparando uma e outra foto, e guardando na caixinha, sorrindo debaixo das suas pestanas compridas, enquanto da sua boca surgiam murmúrios atrás de murmúrios… uauuu… Deliciada com o que ia captando, dia após dia, entre tarefas e lazeres foram surgindo fotos que se tornaram a delicia de muitos, e depressa descobriram que a pequena caixinha escondia pequenas pérolas, que pediram para parwlhar… um pouco a medo, mas cheia de tudo a que wnha direito, lá mostrou, e nos momentos seguintes, tudo o que wnha sido espontâneo, começou a ser provocado, e as poses e caretas surgiram com maior facilidade… a caixinha depressa se encheu de momentos únicos, de momentos inquietantes, diverwdos e tão amadores…” o que conta é o senwmento”… diziam eles… e sim, lá nisso wnham razão… podia não haver técnica, nem luz, nem definição… mas senwmento não faltava com certeza. Sorriso ao vento, maquineta em punho, faixa de coragem e lá vai ela, fazer pequenas sessões para grandes arwstas, -‐ preciso para um caswng, não te importas? – E eu queria tanto colocar um quadro lá em casa, fazes-‐me esse favor? – É para oferecer ao meu namorado. – Ou ainda – adoro fotografia, wras-‐me também? Com o ego a bater no teto e tanta vontade de fazer mais e melhor, com tantos comentários bons, a confiança foi surgindo pé ante pé, até chegar bem perto dela, e transformar-‐ se em coragem de ir mais além… | PHOCAL PHOTOVISIONS 12
E não é que ela foi? Pois é… humildemente, foi subindo escada após escada, o dedo foi tremelicando cada vez menos, sempre que carregava no botão do disparo e quando chegou a meio das escadas, apercebeu-‐se que afinal, até wnha algum jeito para aquilo e pensou para com os botões – Já sei o que quero ser quando for grande (nessa altura wnha 26 anos), vou ser Caçadora de Momentos, dizia ela, já bem alto, para ver se quem estava por perto aprovava tal ideia… xsssss silencio total… olhares estranhos na direção daquelas palavras… bem… talvez esteja na hora de crescer mais um bocadinho… e então ainda a medo lá disse – Fotografa? Fotógrafa, parecia a palavra certa… mas agora, wnha de se despachar, já não podia subir uma escadinha de cada vez… agora que ela sabia o que queria, quis pular e saltar montanhas de sonhos, quis poder chegar a qualquer lado e dizer… eu sei fotografar isto, posso mostrar o meu trabalho? Deixam-‐me parwlhar convosco tudo o que estão a senwr? E teatro após teatro, encenador após encenador, coreógrafo após coreógrafo, músico após músico, ela foi mostrando e melhorando, dia após dia… as portas iam-‐se abrindo, algumas vezes entrava mesmo pela janela, ou dava pulinhos até que reparassem que estava ali… mas depois de conseguir a atenção deles, ela sabia que com a caixinha magica ia congelar momentos únicos e repletos de tanta coisa… Passo a passo, ela trocou de máquina (mas não da sua magia) Passo a passo, aprendeu a trabalhar com ela (ligando e pedindo conselhos a muitos dos colegas mais experientes) Passo a passo, comprou lentes, cartões e baterias (que até então lhe emprestavam sempre que havia uma estreia) Passo a passo, frequentou alguns workshops, concorreu a alguns concursos, envolveu-‐se em projetos, sujeitou-‐se a novos desafios… Passo a passo, cresceu… e transformou-‐se numa mulher, que ama o que faz, e que nunca em pequena sonhou vir a ser fotógrafa… mas quando a oportunidade surgiu, quando o universo lhe mostrou que esse podia ser um caminho, ela meteu o medo no bolso, ergueu o pescoço e sem medo awrou-‐ se do precipício… (felizmente levava paraquedas). Conclusão: Não deixem de sonhar, não deixem de tentar, não importa a idade, não importa o que a cabeça diz, acreditem mais em vocês e encontrem-‐se neste mundo de fotógrafos e máquinas fotográficas… Qualquer um pode fotografar… mas nenhum o vai fazer como tu! Como eu! Como ele… tornem-‐se únicos e sorriam perante cada degrau que tenham de subir ou descer… o importante é nunca desiswr… pois se desiswrem, é certo que nunca conseguirão! Beijos fotográficos a todos Qualquer dúvida, comentário, ou críwca construwva, será sempre bem-‐vinda. -‐ (obrigada ao Rui, pela sugestão deste tema, e obrigada ao Pedro pela oportunidade de o parwlhar convosco, de uma forma nada fotográfica, nada técnica, mas muito senwda) Marta Ferreira
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e t ã s o b a l c o s t a
opinião
Etã Costa tem uma paixão “genéwca” pela Fotografia. O pai andava sempre de máquina na mão e a mãe em 1982 revelava em casa os seus p&b. Durante anos esteve do lado errado das máquinas até que em 2008 comprou a sua primeira Reflex para uma v iagem a Marrocos.
Depois de uma fase de aprendizagem de, muito workshop o primeiro dos quais com Pedro Marwns sobre Macro Fotografia e muito passeio com amigos onde sempre tentou perceber e aprender algumas técnicas, nunca mais parou, e conwnua à procura como todos “daquela foto” "... porque acredita que a melhor fotografia que wrar será sempre... a próxima!
Mas o que, afinal, é uma boa fotografia? Responder a essa pergunta, não é tão simples quanto parece, porque envolve factores diferentes e demasiado complexos para awngirem consenso. Tentaremos, com o presente arwgo, promover uma reflexão sobre o assunto, mais do que dar uma resposta precisa que, como veremos, seria sempre tendenciosa. Em primeiro lugar, precisamos perceber que “correto/ incorreto” é diferente de “bom/mau”. Ora, uma fotografia correta do ponto de vista técnico, como todos sabemos, segue algumas regras básicas (foco bem feito, ausência de ruído, exposição e enquadramento adequados, entre outras). Mas nem sempre uma obra feita dentro dos parâmetros técnicos é considerada uma boa fotografia ou agrada visualmente a todos. Por outro lado, numa visão mais subjewva, também pode ser considerada correta a fotografia que retrata exatamente aquilo que o seu autor pretendia, a que representa o que ele imaginou antes do “click”. Isto é muito pessoal, e sempre vai
verdadeira sawsfação depois do “click” é aquela realizada sob uma boa luz “mágica” (subjewvo), dentro dum tema “perfeito” (novamente subjewvo) e que me agrade visualmente (totalmente individual e subjewvo) onde, antes mesmo de a obter, no exato momento da ocorrência da cena, já estava “feita” na minha mente (novamente individual), aliada à técnica e equipamento adequados (que nem precisam de ser, como pensam muitos, os equipamentos de topo, mas isso já é tema para outra “discussão”). Em suma, é estar no lugar certo à hora adequada, e com o equipamento nas mãos. Isso é algo que nem sempre é possível, pois são muitos factores a conjugar. Às vezes temos o equipamento e o cenário adequado, mas a luz está péssima, ou temos uma luz adequada, mas o cenário não é o mais agradável aos nossos olhos e desejos ou, ainda, temos boa luz e cenário perfeito, mas deixamos o equipamento em casa (a mim já me aconteceu muitas vezes). Há, no entanto, momentos felizes, onde temos o equipamento, a luz e o cenário certos, o que será boa parte do trabalho para produzir “aquela foto”. De qualquer forma, há quem não comungue da opinião acima.
variar de fotógrafo para fotógrafo. De dois olhares sobre o mesmo tema poderão resultar trabalhos bem diversos, dependendo da criawvidade (e, também, das vivências ou da
Haverão pessoas para quem a luz não interessa nada, enquanto outras gostam do “ruído” na imagem obwdo com os ISO elevados, e outras ainda hão que valorizam aspectos menos
cultura de cada um). Em suma, será correta a fotografia na qual o seu realizador saiba aplicar adequadamente a técnica para, imprimindo o seu eswlo, realizar aquilo que a sua vontade e a sua criawvidade
fieis à realidade, com jogos de cores e saturação exageradas, e com enquadramentos pouco usuais. Talvez a opinião do conhecido fotógrafo Ansel Adams responda à pergunta com a qual iniciamos este arwgo. Para ele, “não há
imaginou. Deste modo, para se julgar qualitawvamente uma fotografia (e poder considerá-‐la boa), é preciso analisar quer a parte técnica quer a parte estéwca. Mas aqui é que as coisas se complicam, porque embora o aspecto técnico possa awngir consenso, o aspecto estéwco é muito subjewvo, uma vez que para gostarmos ou não duma imagem concorrem inúmeras variáveis que dependem de cada indivíduo, da sua cultura e das suas experiências, que
regras de boas fotografias, existem apenas boas fotografias” (seja isso o que for para cada um). Em jeito de ilustração, e para demonstrar quão subjewvo pode ser julgar uma foto como boa ou má, e quão interessante (ou mesmo aliciante, em tudo o que envolve de criawvidade e olhar) pode ser fazê-‐la, deixo o que considero serem boas fotografias (em diferentes temas) e suas respecwvas “histórias” e explicações técnicas e/ou estéwcas. Mais uma vez, não é para
serão obviamente diferentes da cultura e das experiências dos demais. Na minha opinião, uma grande fotografia, que me dá
concordarmos todos, apenas para vermos que há vários pontos de vista sobre um mesmo objecto ou cenário.
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ETÃ SOBAL COSTA ERICEIRA – PORTUGAL ETASOBAL@GMAIL.COM| | HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/ETACOSTA TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © ETÃ SOBAL COSTA
Foto 1 – Floresta de bétulas na Mata da Penoita, Caramulo | Fotografia obwda com arrastamento (de baixo para cima) da câmera sobre tripé, ISO 100, f/22, 1 seg.Totalmente abstrata, há quem não perceba a imagem.
Foto 2 – Mata da Penoita, Caramulo | O cenário “encantado” da floresta foi obwdo aproveitando uma entrada de luz na mata fechada. Uwlizou-‐se um filtro neutro onde, do lado de fora, espalhou-‐se vaselina, dando a direcção com os dedos, consoante os raios de sol que estavam a entrar. Tripé, ISO 100, f/16, 1/6. 16 | PHOCAL PHOTOVISIONS
Foto 3 – Parque das Nações | A ideia, nesse dia, era fotografar a Ponte Vasco da Gama, mas o nevoeiro que permaneceu para além do meio-‐dia não o permiwu. Aproveitando o movimento das pessoas a correrem, e valendo do cenário misterioso criado pelo nevoeiro, realizou-‐se esta foto. ISSO 100, f/4.5, 1/400.
Foto 4 – A vespa e os namorados | Estava a fotografar a vespa, e a procurar melhores enquadramentos para uma fotografia mais minimalista (apenas com partes da mota), quando aquele casalinho de adolescentes se foi sentar junto ao muro. ISO 100, f/4.8, 1/80. PHOCAL PHOTOVISIONS | 17
Foto 5 – Ribeira | Fotografia nocturna (a aproveitar as luzes coloridas dos prédios que reflecwam na água) de longa exposição com tripé, ISO 100, f/18 (para dar um formato meio estrelado às luzes dos postes, mas sem ser exagerado), 30 seg.
Foto 6 – Cogumelo | Esta foto foi obwda com uma objecwva 55-‐300 (sem função macro), o que demonstra que não é apenas o equipamento bom que realiza uma boa fotografia. ISO 100, f/6.3, 1/20. O enquadramento quase central do fungo, é juswficado pelas cores da foto, apenas o verde e o castanho/preto. Não há elementos distractores, pois a profundidade de campo reduzida encarregou-‐se de os eliminar. 18 | PHOCAL PHOTOVISIONS
afonso chaby rosa
O ato de compor uma fotografia é a forma como o nosso olhar escolhe , organiza e dispõe os diversos assuntos que pretendemos registar, dentro do espaço que visualizamos através da nossa câmara. O formato com que esse espaço nos é apresentado, não obstante a possibilidade de “cropping” que a tecnologia digital proporciona, tem uma forte influência no aspecto final da imagem. Isto porque é muito diŽcil para os fotógrafos não serem influenciados pelo que estão a ver no momento e conseguirem compor a fotografia final, mentalmente, ignorando as zonas que não pretendem que façam parte da mesma. Existem diversos formatos com que trabalham as câmaras fotográficas sendo antes da era digital e porque o filme usado nas maioria das máquinas analógicas apresentava em cada fotograma a dimensão real de 36X24mm, o formato 3x2 o mais popular entre eles . Com o advento da era digital deixou de haver as restrições relacionadas com a dimensão Žsica dos filmes pelo que a maioria das câmaras actuais, com excepção das SLR digitais, optaram pelo formato 4x3, mais natural, e que se adapta bem aos formatos dos papeis de impressão e dos clássicos monitores de televisão. No entanto, nota-‐se cada vez mais uma tendência para formatos mais alongados. Pensemos na crescente uwlização que esse wpo de formatos vem assumindo nos objectos com que lidamos diariamente , sendo as novas dimensões dos ecrãs televisivos um exemplo marcante. Formato 3x2 Conwnua a ter uma presença muito importante na era digital, pois é o formato escolhido para os sensores das câmaras SLRS, as mais populares entre os profissionais e amadores avançados. Este é o formato que mais naturalmente conduz o fotógrafo a enquadrar e a conceber a fotografia horizontalmente. Há razões para tal, não sendo a menor dessas a que se prende com a ergonometria dos corpos deste wpo de máquinas pois estes foram construídos para obter fotografias horizontais. É diŽcil conceber uma câmara, de uwlização ao nível dos olhos, que seja tão fácil de uwlizar tanto horizontal como verwcalmente. A uwlização horizontal é mais cómoda e os fotógrafos tendem a uwlizá-‐las dessa maneira; outra razão, e esta mais profunda ,prende-‐se com a natureza da visão humana que é binocular e por via disso horizontal.
Composição Fotográfica
Como o formato do visor pode influenciar a orientação de composição “A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a wrar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade...” (Henri Carwer-‐Bresson) Um formato de tendência horizontal, como o 3x2, facilita uma aproximação razoável a essa realidade; finalmente uma úlwma prende-‐se com a generalizada percepção que o formato 3x2 ,por ser um formato demasiado alongado, não é um formato que se adapte, de forma confortável, à composição fotográfica verwcal . Conclui-‐se pois, que este formato facilita um enquadramento horizontal até porque se ajusta bem à linha do horizonte o que facilita a composição de imagens de paisagens tanto rurais como urbanas . Também facilita a captura de fotos em que a rapidez do enquadramento seja essencial, wpo “streets” e “candids”. De notar que tem tendência para produzir composições a incidir sobre o plano inferior do enquadramento, pois isso aumenta a sensação de estabilidade da imagem. Só em mowvos que tenham um eixo principal niwdamente verwcal, é que este formato pode sugerir uma composição verwcal. Um exemplo muito comum é a figura humana, pelo que os retratos de corpo inteiro se ajustam bem a esta proporcionalidade. O Formato 4X3 Com o nascer da era digital acabaram as restrições impostas pela dimensão do filme e que wnham generalizado o formato 3x2. Assim optou-‐se, na generalidade dos casos, por um formato mais cheio que o 3x2 embora ainda adaptado ao nosso olhar binocular o que obriga a uma certa horizontalidade, c formato 4x3. Tendo ainda uma relação de tendência horizontal mas em que o eixo dominante é menos evidente, torna a composição mais flexível . Embora mantendo uma diferença entre os eixos , influencia menos o fotógrafo para a opção horizontal dando-‐lhe mais liberdade para escolher o wpo de composição – verwcal ou horizontal -‐ que melhor se enquadre com o que pretende. Por outro lado , as máquinas fotográficas que uwlizam este wpo de formato ( câmaras não SLR) têm corpos muito mais pequenos que as SLR, sendo normalmente o visor subswtuído por um display, por vezes arwculado, o que diminui em muito, se não eliminar de todo, a desvantagem ergonómica atrás mencionada. Por estas razões a composição verwcal torna-‐se uma composição de uwlização mais confortável e mais generalizada com este formato. PHOCAL PHOTOVISIONS | 19
locais A Ilha das Flores | Uma maravilha na Terra Um paraíso para os fotógrafos
A ilha das Flores é uma das 9 ilhas que conswtuem o arquipélago dos Açores e conswtui, juntamente com a pequena
serem frequentadas pelas armadas baleeiras, inglesa e americana, que lá buscam manwmentos e também homens
ilha do Corvo, o seu grupo ocidental . Pequena no tamanho,
para reforçar as suas tripulações. Este facto está na origem da
cerca de 142 km2 (16,6 quilómetros de comprimento e 12,2
caça ao cachalote exiswndo ,ainda hoje ediŽcios, daquela
quilómetros de largura máxima ) e 4000 habitantes ((dados de
altura, vocacionados para a extração de óleo de baleias.
2008)) , é enorme na beleza com que a natureza prodigamente a contemplou.
A inauguração do aeroporto em 1972, em conjunção com melhoramento e a modernização das instalações portuárias ,
Pertencendo já à plataforma conwnental americana e nela que
transforma a vida da ilha e mostra-‐se um equipamento
Portugal e consequentemente o conwnente europeu tem o seu ponto mais ocidental.
fundamental para combater o isolamento a que esta esteve sujeita até à sua realização. Inicialmente era o culwvo de
Foi descoberta no início da segunda metade do século 15 por Diogo de Teive e pelo seu filho João os quais em sequência
cereais, a criação de ovinos e a pesca que serviam de suporte à economia da ilha.
dessa descoberta receberam, em concessão, o monopólio da
No entanto e por hoje, dada a maior integração do grupo
exploração do açúcar da Ilha da Madeira. Julga-‐se que o nome Flores foi atribuído à novel ilha devido à proliferação de flores
Ocidental com as demais ilhas do arquipélago já é o sector terciário a ter o papel principal nessa economia, sendo
naturais que desde logo lhe foi notado. O seu povoamento inicial, a exemplo do que aconteceu noutras
responsável pela ocupação de 60% da mão-‐de-‐obra graciosense.
ilhas dos Açores é é de origem flamenga, designadamente sob
Uma das awvidades que apresenta interessantes níveis de
os esforços Willem Van der Haghen o, qual após uma temporada em S. Jorge decidiu tentar a sua sorte , de novo, em
expansão e valorização é , naturalmente , o turismo a wrar parwda das invulgares condições que a Ilha Flores oferece. Na
paragens mais ocidentais. No entanto a experiência não resulta e Van der Haghen
verdade a Ilha das Flores não se diswngue, nem pela arquitetura nem pela dimensão das suas povoações, mas sim
regressa a S. Jorge, pelo que só, anos mais tarde por alturas de
pela surpreendente e deslumbrante beleza das suas paisagens.
1508 o povoamento da ilha é retomado, desta vez sob a égide da família Fonseca sendo mais tarde conwnuado e
A origem vulcânica da ilha proporcionou-‐lhe uma natureza diversificada e montanhosa com elevações de relawva
impulsionado pelos Mascarenhas
expressão, awngindo no seu ponto mais alto, Morro Alto, uma
Na sequência deste bem sucedido povoamento surgem as
alwtude de 915 metros. Sendo conswtuída na sua grande parte
primeiras povoações que devido ao acidentado do seu interior
por terreno montanhoso, nela encontramos grandes ravinas e
preferem a as terras mais acessíveis do litoral para se instalar. Lajes das Flores, por hoje o porto mais importante da ilha e por
gigantescas falésias que nos cortam a respiração e lavam os olhos e a alma. Nas Flores parece estarem reunidas e
onde ela recebe os produtos necessários à sua subsistência, vê-‐ se elevada a vila em 1515.
potenciadas todas as caracteríswcas dos Açores o que a torna um deswno definiwvamente a não perder.
Em 1548 é a vez da presente capital, Santa Cruz das Flores,
Lá encontramos os verdes intensos das pastagens, o dramáwco
receber foral semelhante. Hoje Santa Cruz das Flores é uma pequena mas airosa população, com cerca de 2000 dos
das formações vulcânicas, o azul / verde das lagoas, a altura verwginosa das falésias, a beleza das hortênsias bordejando os
habitantes. Durante os primeiros séculos a ilha tem uma existência
caminhos e carreiros, e ainda cascatas e cursos de água que serpenteando pelas encostas das colinas caiem de grande
tranquila embora isolada. Esse Isolamento só era quebrado pelos eventuais ataques dos
altura, precipitando-‐se para um mar de um azul intenso, sempre presente. Uma Ilha que é de facto um paraíso para os
navios corsários que cruzavam eventualmente aqueles mares,
amantes de uma natureza ainda genuína e quase virgem e que
emboscando para os pilharem os galeões espanhóis,
oferece aos nossos olhos maravilhosas e diversificadas
carregados do ouro e da prata das Américas e as naus
paisagens. Foi muito recentemente designada reserva da
Portuguesas oriundas do Oriente. Esta situação mantém-‐se até
biosfera pela Unesco juntando-‐se nesta designação ás ilhas do
meados do século 18 altura em que as Flores, começam a
Corvo e Graciosa que já aí constavam desde setembro de 2007.
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AFONSO CHABY ROSA LISBOA – PORTUGAL AFONSO.CHABY@GMAIL.COM| | HTTP://FACEBOOK.COM/AFONSO.CHABY TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © AFONSO CHABY ROSA
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a r m a n d o d u a r t e
Em primeiro lugar há que diswnguir os conceitos: tamanho da imagem digita, medida em píxeis (há quem chame resolução -‐ não é a minha opinião), tamanho Žsico da imagem (em unidades de comprimento), densidade ou resolução da imagem, que é a relação entre os dois tamanhos referidos, e se mede habitualmente em DPI’s (pontos por polegada), ou seja, a quanwdade de pontos que são impressos por cada unidade de comprimento. Como já referido, e bem, no arwgo do Chaby, a resolução mínima adequada para uma imagem ser impressa com qualidade, é de 200 dpi’s, sendo aconselhável a uwlização de 300 dpi’s, sempre que possível. Sobre este assunto, estaremos esclarecidos como já referi, pelo arwgo citado, embora eu acrescentasse que esses requisitos se referem a imagens para ver à vista desarmada, quando impressas em tamanhos relawvamente pequenos, isto é, até 20x30cm ou 30x40cm. Para imagens maiores, é expectável que o observador veja a imagem com um afastamento maior, e não apenas à distância do seu braço, e por essa razão terá uma acuidade visual menor, o que permite uma imagem impressa com menor resolução, mantendo a mesma percepção visual. Por exemplo, se quisermos imprimir uma foto num tamanho relawvamente grande (por exemplo 100x150cm) para colocar numa parede da nossa sala, não será necessário usarmos essa resolução, e nem sequer possível, pois não teremos píxeis suficientes. Já agora, para imprimir a 300 dpi’s uma imagem de 100x150cm teríamos que ter um ficheiro com 100/2.54 x 300= 11811 píxeis de largura, e 150/2.54 x 300= 17714 píxeis de c o m p r i m e n t o , o u s e j a , u m fi c h e i r o c o m 11811x17714=200Mpíxeis aproximadamente! Não está ainda ao alcance dos sensores das nossas máquinas... Em senwdo contrário, se observarmos uma foto com uma lupa, a resolução de 300 dpi’s não é suficiente... Resumindo este ponto, a tal resolução mínima de 200 a 300 dpi’s é um requisito para imagens a imprimir numa revista, por exemplo, ou para fotos de tamanhos relawvamente pequenos, para visualização digamos, à distância dos nossos braços, e “à vista desarmada”. O mito dos DPI’s: pedir uma imagem com 300 dpi’s, para imprimir por exemplo numa revista, é quase o mesmo que entrar num supermercado e pedir camarão 10/12...
Como pedir imagens para impressão O Afonso Chaby escreveu um arFgo muito interessante e esclarecedor na Revista nº3, no qual é descrita a relação entre a dimensão máxima que podemos imprimir uma imagem, com qualidade, em função da sua resolução do ficheiro que temos disponível. No entanto, e a avaliar por alguns comentários que tenho visto, bem como pela forma como são pedidas as fotos para impressão, tentarei dar outra abordagem a este assunto, forma a tentar complementar o referido arFgo. de Ou seja, pede-‐se a qualidade (ou neste caso o tamanho) mas não a quanwdade. Quando se exporta uma imagem, e se escolhe a resolução (wpicamente 72 dpi’s para ecrã, ou 200 a 300 para impressão), este é apenas um atributo, que no caso da impressão, em conjunto com o tamanho em píxeis, informa a impressora do tamanho Žsico que se pretende impresso. Não serve para mais nada, e nem na práwca serve para esse efeito, uma vez que o tamanho Žsico é habitualmente definido no so‘ware de edição ou de impressão. Para verificar, basta exportarmos a mesma imagem, com o mesmo nº de píxeis, e com resoluções diferentes, e veremos que o resultado é exatamente o mesmo. Assim, o requisito que um editor deve referir é o nº de píxeis mínimo (por dimensão), pois só ele sabe qual o tamanho Žsico em que vai imprimir a imagem. Resumindo, as imagens para impressão devem ser pedidas em quanwdade de píxeis, e nada mais, pois a resolução em dpi’s só causa confusão desnecessária. Não quero dizer que a resolução não seja importante, deve ser uwlizada para calcular o nº de píxeis a requisitar, tendo em conta o tamanho que se pretende imprimir (o que só o editor sabe). Simplificando, bastaria até pedir o ficheiro na sua resolução máxima, sem reduções, e com a compressão mínima – ou qualidade máxima – se o formato for JPG. Este aspecto da compressão é muito mais importante do que o atributo da resolução em DPI’s. Já agora, também pouco adianta pedir imagens em TIFF, caso estas tenham sido obwdas em JPG, pois a sua passagem para TIFF nada beneficia a imagem, tendo em conta que esta já sofreu compressão (e por essa razão perdeu alguma qualidade). Este requisito só é importante para imagens obwdas em RAW, e sempre tratadas sem passar por nenhum processo de compressão. Nota final: O conceito de DPI’s foi aqui uwlizado apenas no que respeita à resolução para impressão. É também aplicado para visualização em ecrã, como para aquisição de imagens, mas não foi este o âmbito deste escrito, nem sequer a diswnção entre PPI e DPI. ARMANDO DUARTE | COIMBRA | JULHO 2012 h^ps://www.facebook.com/armando.duarte.58?sk=wall
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p a u l o c é s a r
viagens -‐ londres Cidade. Caos. Movimento frenéwco e dança de corpos vivos e não vivos. Cacofonia. De gritos, vozes, choro, gargalhadas, vozes. Cacofonia de vozes. Cacofonia de máquinas e gentes que urram e murmuram. Miscelânea de braços, pernas, cabeças, cabelos, olhos, bocas, mãos, pés, roupas, sapatos, malas, chapéus, jóias. Jóias de latão e de ouro e de prata, de ricos e de menos ricos e de pobres. Guerra de cor. Vermelho, azul e verde, amarelo e cinzento, roxo, preto, laranja e rosa, branco, dourado, castanho. Apoteose de cor. Cor em êxtase. Das gentes, das máquinas, das casas, dos jardins, das praças, dos prédios, do chão. E luzes, luzes por todo o lado. Umas que piscam, outras que não piscam, umas que estão sempre acesas, outras que apenas acordam quando é suposto dormir. Luzes. Cor. A cor de toda a massa que dá corpo à vida que a cidade tem. A forma. Apoteose de cor. Êxtase. Formas. E cheiros, na cidade os cheiros diluem-‐se no ar e perfumam todos os recantos. Cheira a comida chinesa, nepalesa, indiana, turca, portuguesa, francesa, italiana, japonesa, tailandesa. Cheira a cães e gatos vadios, pombos e ratos. Cheira aos perfumes que, expectantes, observam quem passa nas ruas através do vidro que os separa dos corpos que anseiam lamber. Cheira a fumo, borracha, chuva. Cheira a pó, a terra. Cheira a mijo, a suor, a podre. A cidade. Una na pluralidade que a define. Pensá-‐la é pensar em encontro. Pensá-‐la é pensar num delta de gente que se entranha num oceano humano. As pessoas. A cidade vive das pessoas. Do encontro do Eu com outro Eu. Branco e preto e vermelho e amarelo e brancos e pretos e vermelhos e amarelos. Que importa a cor da pele, o idioma de expressão, as vestes que escondem a nudez? Cidade é encontro e desencontro de iguais, singular e plural. É múlwpla em idenwdades, é múlwpla em rostos, é múlwpla em emoções. Os namorados que se abraçam no jardim e dizem amo-‐te e gosto de w; os casais que jantam silenciosamente nos restaurantes; os homens e mulheres que se pavoneiam nas ruas por nada mais terem para mostrar; os amigos que bebem nos bares e contam histórias do dia de ontem; os velhos que se 24 | PHOCAL PHOTOVISIONS
Paulo César desde sempre fotografou imenso, para ele a fotografia é mais do que técnica, enquadramento ou regra de terços, é sensibilidade, emoção e senwmento. A fotografia fá-‐lo pensar, criar mundos e inventar histórias através dos seus registos. Seja a fotografar pessoas, seja a fotografar lugares por onde passa, fá-‐lo com a mesma paixão e vontade de pensar a vida , e é com este texto “Cidade”, por Samuel Pimenta in h^p://samuelpimentablog.blogspot.com e algumas fotos suas que nos leva a viajar por Londres sentam nos bancos sobre os passeios vendo o que lhes resta da a passar; os mendigos sem cara que pedem a vossa esmola vida por favor; os turistas de boca aberta de espanto ou esplendor; as putas ou mulheres da vida com vestes diminutas à espera, à espera, à espera; os traficantes de droga que aliciam tudo o que mexe, ou quase tudo, duvido que tentem vender bolotas de cocaína aos ratos, aos pombos, ou aos cães e gatos vadios. A cidade é assim. Contém tudo e todos. É um encontro. É um encontro de pessoas e, por isso, de vontades. É múlwpla. E por ser múlwpla é singular. Unida pela mulwplicidade como une o oceano todos os peixes. É essa pluralidade que a torna coesa. E por isso a cidade é cidade, e não vila, aldeia, lugar. Cidade. Atenta ao silêncio ausente que guarda os muros quietos na noite sombria. A cidade não dorme. E dessa insónia perene nascem o inesperado e o medo, o desconhecido e a aventura, a promessa e o risco. Como útero de betão, a cidade gera o caos que a define. O caos do encontro, do incerto, da esperança. A infinitude do querer, do conseguir, do eu posso. O ir mais além, o passar os limites da condição humana. A cidade é o rewro do inconformismo, da mutação. Tudo se move, nada é estáwco. Impera o camaleónico, a fugacidade, o imediato. Diria que cidade se deveria escrever com mais duas palavras, o já e o agora. Pois tudo é para o agora e o já. A espera corrói, a paciência… A paciência é uma lenda, um mito urbano. Sente-‐se tudo e sentem-‐se todos com tamanha intensidade que o mundo parece girar mais depressa. Mas não gira. O mundo não sai do lugar onde está. Nem a cidade. Ela está ali, simplesmente ali. Apenas parece viver mais depressa. Caos. Diria que a cidade reúne a beleza do caos. A desordem ordenada que se ergue diante dos olhos que a contemplam deslumbrados. O fascínio pela mão invisível que regula o fluxo urbano. A cidade contém a beleza do caos organizado. Pintura cubista, como se o deus que a criou fosse um Picasso capaz de pintar toda a mulwplicidade que a define. Mas não é deus divino o criador da teia urbana. Não. É deus humano. E talvez por isso, sim, talvez por isso, seja a cidade um templo mundano. Um templo, sim, do melhor e do pior que o mundo tem.
PAULO CÉSAR LISBOA – PORTUGAL PCESARPHOTO@HOTMAIL.COM | WWW.PAULOCESAR.EU TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © PAULO CÉSAR
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O grupo Fotógrafos Amadores do Ribatejo, nasceu no dia 5 de Fevereiro de 2011 tendo como berço o “Facebook”. A Maria Isabel Clara, fundadora do grupo e apaixonada pela fotografia, pretendia um grupo coeso e assente em quatro grandes pilares; a parwlha do conhecimento, a divulgação dos trabalhos, os encontros de fotografia e promoção da região. Ao longo do tempo, o grupo começou a ganhar dimensão, contando atualmente com mais de 120 membros todos residentes no Ribatejo ou com fortes ligações com o Ribatejo e na gestão do grupo a Maria Isabel Clara conta com o apoio do Abílio Menezes Rodrigues de Torres Novas, o Mário Medeiros Santos de Abrantes e o Paulo Jorge de Sousa do Sardoal. Com um interesse comum – a paixão pela fotografia, e pela demografia adjacente – Ribatejo, é com alguma facilidade que realizamos encontros, tertúlias, concursos, pequenos workshops para a parwlha do conhecimento, intercâmbio de ideias e fortalecer laços de amizade que na maior parte dos casos começaram por ser “virtuais”. Como se pode depreender, os fins-‐de-‐semana são uma autênwca azáfama. É o fascínio de conhecer e descobrir novos lugares, de poder parwlhar e experimentar novas emoções, sensações e culturas, está enraizado em nós portugueses desde a nossa gloriosa época dos descobrimentos. Como que uma herança, este fascínio passou de geração em geração, até aos nossos dias e nós como muitos outros, não fugimos à regra de senwr esta necessidade, esta tentação, este desejo e, sempre que nos é possível, juntamo-‐nos de mochilas às costas e aí vamos nós explorar e captar imagens de tudo o que nos envolve. Das experiências vividas começou a surgir a ideia no grupo de dar a conhecer a forma como vemos o "mundo" que nos rodeia, ou melhor...o nosso "olhar" e, não há melhor forma de o fazer do que regressar ao clássico -‐ a exposição. 28| PHOCAL PHOTOVISIONS
grupos
O desafio foi lançado e surge a nossa 1ª exposição em Junho de 2011 com o tema “TejoSenwdo” na Biblioteca Municipal de Torres Novas que contou com 16 autores do grupo e 32 fotografias expostas. Tratando-‐se da nossa 1ª exposição contamos com um dos membros do grupo formado em fotografia -‐ Paulo Jorge de Sousa que aproveitou a parte da manhã para efetuar um Workshop de iniciação à fotografia. O sucesso da exposição foi enorme que percorreu os municípios ribeirinhos, como Barquinha, Constância, Abrantes, Santarém, Alpiarça, contando com a presença no Workshop em Santarém de António Kool e em Abrantes foi convidado o fotógrafo profissional Pedro Marwns. A experiência acumulada na 1ª exposição “TejoSenwdo” e o seu sucesso junto das gentes do Ribatejo e o amor que têm pelo seu rio, deu o mote para a 2ª exposição “Ribatejo -‐ O Outro Lado da Cor”, mantendo a mesma filosofia “fotografar no Ribatejo”. A inauguração no dia 22 de Outubro de 2011 teve lugar no Átrio do Centro Hospitalar Médio Tejo –Abrantes e com o natal à porta, o grupo pretendeu transmiwr sinais de esperança e presença. Esta exposição esteve também presente em Torres Novas e atualmente encontra-‐se exposta na galeria Pintor José Tagarro no Cartaxo e que conta com a presença de 23 autores do grupo e respecwvamente 23 fotografias expostas. Convidados pela Associação que promove o Projeto de candidatura da cultura Avieira a património nacional imaterial e da Unesco para a celebração do 3º Dia Nacional do Avieiro, Barreira da Bica (Vale de Figueira-‐Santarém), o grupo esteve presente com o 3º tema “Os Avieiros do Tejo” em que parwciparam 13 autores e 15 fotografias. Mais uma vez a recepção foi do agrado de todos e a exposição prolongou-‐se por mais 2 meses. É com esta “matéria” que o grupo aprende e se desenvolve, e sem medo do amanhã – “Todos nós somos feitos de outras pessoas.” Quanto ao futuro, conwnuar a parwlhar o nosso “Olhar” e levar mais longe o nosso Ribatejo rico em costumes e tradições segredadas pela lezíria, bairro e charneca. h^ps://www.facebook.com/groups/fotografosribatejanos/
F.A.R. -‐ FOTÓGRAFOS AMADORES DO RIBATEJO RIBATEJO | PORTUGAL FOTOGRAFOSRIBATEJANOS@GMAIL.COM | HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/GROUPS/FOTOGRAFOSRIBATEJANOS/
Exposição online em h^p://fotografosamadores.wix.com/ooutroladodacor
Exposição online em h^p://fotografosamadores.wix.com/fotografosamadores PHOCAL PHOTOVISIONS | 29
j o s é v i e i r a
A fotografia de Aves no estado selvagem é uma das awvidades mais aliciantes e interessantes, sendo um desafio constante e que requer, além de habilidade e bons equipamentos, muitas horas de campo, muita paciência, informações sobre as aves, o meio onde vivem, conhecer hábitos e comportamentos. Quando comecei a fotografar aves dei conta que além do prazer da fotografia em si senwa algo que defino como uma espécie de inswnto caçador. Mas um caçador que caça imagens e preserva a natureza. E digo isto porque há um código a respeitar com regras rígidas como sejam não destruir o meio ambiente, não fotografar as aves em plena nidificação, não mexer nos ovos, etc. Embora pareça não é nada de fácil fotografar aves em estado selvagem e acredito que este wpo de fotografia de natureza seja uma das mais diŽceis quando se a visa qualidade das imagens! Muitas vezes, mesmo depois de programar e preparar uma determinada foto poderemos passar o dia ou mesmo dias para conseguir aquela imagem e um momento de desatenção é aquela oportunidade que poderá não voltar a acontecer. Referi que é preciso habilidade e esta só se consegue com a insistência e muita práwca. Precisamos saber exatamente o que estamos a fotografar ter as parâmetros bem definidos e ser rápidos na execução. Os pássaros são, em geral, pequenos, ariscos, agitados, salwtam e costumam estar em locais que não temos fácil acesso. Por isso uma outra exigência, o recurso à aproximação da ave. E isto faz-‐se normalmente com o recurso a esconderijos, ou camuflagem. Atraia as aves com alimentadores naturais, comedouros e com bebedouros. Referi depois a necessidade de bons equipamentos por isso é fundamental uma máquina com obturador de disparos rápido e um cartão de memória de grande capacidade de armazenamento e velocidade de gravação de fotos. Necessitamos de uma teleobjewva clara e de longo alcance (entre 300 a 600 mm), que permita uma boa aproximação das imagens e grandes aberturas de diafragma. Um tripé é essencial e de grande uwlidade, pois as lentes são pesadas. Devemos ter um grande domínio de foco selecionando sempre que possível o ponto central e porque em muitas das situações o foco manual é o mais aconselhado devido a folhas ou galhos que se misturam no enquadramento. Uwlizar o modo pontual e diafragma bem aberto para ter o efeito do desfoque das folhas e galhos criando um bouket perfeito. A uwlização da prioridade à velocidade é o que aconselho pois as melhores imagens são aquelas em que os
aves
José Vieira nasceu em Angola em 1963. Desde cedo aprendeu a conviver com a natureza e a usufruir da sua beleza. Sempre gostou de fotografia mas foi na universidade que começou a abraçar com mais cuidado esta arte nos desafios que a cadeira de fotografia exigia. Tem desenvolvido diversos projetos individuais mas é em grupo que gosta de trabalhar. Criou o “GFCC”, grupo de fotógrafos de Cantanhede e orienta e coordena o grupo de fotógrafos “Os Paparazzi”. Tem parwcipado em diversas exposições individuais e colewvas. Colabora para a revista Phocal Photovisions. É formado em belas artes/pintura pela ESTAC – Coimbra. pássaros estão a chegar ou a parwr do galho, ou ter a sorte e a técnica de congelar a imagem de uma luta pelo território ou comida entre eles. Quando fotografar aves é crucial focar com precisão, independentemente do enquadramento, e fixe o ponto de foco nos olhos. Há quem use o flash neste wpo de fotografia embora eu não o faça. É, no entanto uma possibilidade que resulta em determinadas situações. Uma técnica que ajuda em situações de grandes distâncias é o digiscoping, que é um método de fotografar uwlizando uma câmara digital reflexa ou compacta, com o auxílio de um telescópio. O melhor horário para fotografar são as primeiras horas da manhã e o final da tarde. É nestes momentos que elas procuram alimento e socializam e melhores momentos criam para uma boa fotografia. O estudo dos hábitos da ave é um dos segredos das boas fotografias, é este conhecimento que nos permite “a foto”. E é isto que nos dá o ânimo para não desiswr pois muitas horas se “perdem” sem que a dita “foto” resulte e muitas vezes nem a própria ave se mostra ou aparece. A fotografia de aves é também uma awvidade que requer alguns cuidados e alguma preparação Žsica. Às vezes é preciso percorrer grandes distâncias a pé, escalar encostas, percorrer áreas alagadiças, calcar silvas, etc. É necessário uwlizar roupas apropriadas, como por exemplo botas de borracha, calças compridas, chapéu, repelente, protetor solar, saco pláswco e impermeável para acondicionar o equipamento. Devemos estar preparados para imprevistos: chuva, ventos fortes, excesso de frio ou calor, e todo o wpo de bichos. De norte a sul do país, são muitas as espécies de aves que povoam Portugal nesta altura do ano. Entre os muitos estuários, parques naturais, jardins e zonas costeiras, é possível encontrar uma enorme variedade de espécies de aves. Desde o pisco-‐de-‐peito-‐ruivo, o chapim azul, o gaio, a cotovia, as felosas, o guarda-‐rios até as aves mais exówcas, como flamingos, graças e cegonhas, não faltarão mowvos fantáswcos para apontar a nossa objewva para este ramo da fotografia. Claro que aconselho também que pesquisem em livros, revistas da especialidade, sites especializados, suportes em vídeo, a troca de experiências e workshops específicos. O ideal neste wpo de foto, que vai além de um simples registo deve ter em conta um bom enquadramento e o assunto deve ocupar boa parte do quadro; o assunto deve procurar sempre um posicionamento de maneira a compor os planos deixando o fundo “limpo” e representawvo dentro do contexto em que a PHOCAL PHOTOVISIONS | 31
ave vive; os detalhes após a captura/edição devem ser revelados de forma precisa, “com niwdez” e bem focado; os planos devem estar bem definidos, o primeiro ou o segundo plano deve ter uma profundidade de campo suave para formar um “pano de fundo” de maneira que o assunto principal se destaque e não fique perdido no meio de muita informação. Além dessas caracteríswcas é preciso escolher o momento certo que resulte na “nossa foto”. Deixo aqui duas sugestões fáceis para quem quer aventurar-‐se na experiência da fotografia de aves em estado selvagem: uma é a de como fazer um abrigo rápido e gastando o mínimo de dinheiro. Todos temos um chapéu de praia velho, portanto mãos à obra; compram uns metros de rede de vedação verde cosem-‐na à volta da aba do chapéu fazendo uma espécie de avental. De seguida forram a parte de cima do chapéu-‐de-‐sol com a mesma rede para que fique camuflada. E já está, é só colocar o abrigo perto do local a fotografar, fazer umas ranhuras no avental que rodeia o chapéu pra colocar a objewva, sentar num banquinho de caça e “clicar” deliciando-‐se com as “capturas”. A vantagem deste wpo de abrigo é a de que cabem duas pessoas, pois nestas coisas da natureza convém andarem aos pares por causa dos roubos. Claro que nas casas da especialidade encontramos uma infinidade de opções para os abrigos de observação de aves. A outra são os bebedouros/comedouros: quando sabemos do hábito e da frequência das aves podemos atraí-‐las com água e comida. Para isso basta-‐nos criar no local o nosso comedouro/ bebedouro. Então junte-‐se alguns galhos, troncos, musgo, folhas ou outros elementos da natureza e a uma altura mais ou menos de um metro a um metro e meio e façamos uma espécie de “presépio” para pássaros onde teremos um local (que não deve ser visível do ponto de vista de quem fotografa) para a comida, especifica para determinada espécie e criar também um espaço para a água num pequeno recipiente de pláswco preto (também não visível do ponto de vista de quem fotografa). Isto porque não fica bem nem estéwco ver-‐se a comida na fotografia final. A fotografia tem de parecer o mais natural possível. O comedouro deve ser bonito atrawvo e o mais aproximado do meio em que os pássaros vivem. Não deve, pelas razões acima referidas, parecer arwficial. Como resumo não esqueça: Todo o alimento a disponibilizar nos comedouros deve estar em perfeito estado de conservação. Ao publicar fotos de aves obwdas em comedouros arwficiais, evite que o alimento esteja visível na fotografia. Tal pormenor rewra naturalidade à imagem Do mesmo modo procure não publicar fotografias de aves a alimentarem-‐se em comedouros arwficiais. Procure usar como poisos ramos cuja espessura esteja adequada ao tamanho da ave a fotografar. Exemplo: para aves pequenas use ramos finos. Não publique fotografias de aves poisadas em ramos quebrados recentemente, desde que a parte parwda do ramo seja visível na fotografia. A água dos bebedouros deve ser subswtuída periodicamente. Não construa Comedouros ou Bebedouros junto de locais frequentados por predadores de aves. Mantenha, sobre este aspeto, constante vigilância. Por fim respeite a natureza, deixe tudo como encontrou. CÓDIGO DE ÉTICA DA OBSERVAÇÃO DE AVES 1. Promover o bem-‐estar das aves e de seu ambiente. 1(a). Manter a proteção de importantes habitats das aves; 1(b).Evitar stressar as aves ou colocá-‐las em perigo, ter moderação no exercício, cuidado durante a observação, seja na 32 | PHOCAL PHOTOVISIONS
fotografia, gravação de som ou filmagem. Manter-‐se bem atrás dos ninhos e colónias de ninhos, poleiros, áreas de exposição, e importantes locais de alimentação. Em tais áreas sensíveis, se houver necessidade de extensão de observação, fotografia, filme ou gravação, tente fazê-‐lo às cegas ou escondido, wrando proveito da cobertura natural. Use luz arwficial escassa para filmar ou fotografar, principalmente para os closes; 1(c). Antes de anunciar a presença de uma ave rara, avalie o potencial de distúrbio para a ave, seus arredores, e outras pessoas na área, e proceda apenas se o acesso puder ser controlado, distúrbio minimizado, e permissão tenha sida obwda do dono da área privada. Os locais de nidificação rara devem ser divulgados apenas para as autoridades próprias de conservação; 1(d). Fique nos caminhos, rastros, e pistas onde exiswrem; senão, mantenha o distúrbio ao habitat o mínimo possível. 2. Respeite a lei e os direitos do próximo. 2(a). Não entre em propriedade privada sem a permissão explícita do dono. 2(b). Prawque cortesia comum nos contatos com outras pessoas. Sua awtude exemplar gerará boa vontade daqueles que são observadores de aves como dos que não o são. 3. Cerwfique-‐se que os alimentadores, estrutura dos ninhos, e outros meios arwficiais para os pássaros sejam seguros. 3(a). Mantenha distribuidores automáwcos, água, e comida limpa e livre de deterioração ou doenças. É importante alimentar as aves conwnuamente durante tempos diŽceis; 3(b). Se você eswver atraindo aves para uma área, assegure-‐se que as aves não estão expostas à predação de animais doméswcos. 4. Observação de aves em grupo, mesmo que organizadas ou improvisadas, necessitam de atenção especial. Cada indivíduo no grupo, além das obrigações dos itens 1 e 2, têm responsabilidades como um membro do grupo. 4(a). Respeite os interesses, direitos e habilidades dos camaradas observadores de aves. Divida livremente seu conhecimento e experiência, exceto no caso de aplicação do item 1 (c). Seja especialmente úwl para observadores iniciantes; 4(b). Se você testemunhar awtude anw-‐éwca, avalie a situação e intervenha caso ache prudente. Enquanto eswver intercedendo, informe a pessoa do ato inapropriado, e tente, dentro da razão, o fim de tal ato. Se a conduta conwnuar, documente-‐a, e nowfique a organização ou pessoa apropriada. 4(c). Seja um modelo exemplar de éwca para o grupo. 4(d). Mantenha grupos em um tamanho que limite o impacto ao meio ambiente, e não interfira com outros que estejam usando a mesma área. 4(e). Cerwfique-‐se que cada um no grupo saiba e prawque esse código. 4(f). Aprenda e informe o grupo sobre qualquer circunstância especial em relação à área que está sendo visitada (Ex.: não é permiwdo o uso de gravador) Por favor, siga esse código e distribua para que possa ser ensinado a todos Extraído, devidamente autorizado, do site da American Birding Associawon’s | ABA, PO Box 6599, Colorado Springs, CO 80934, USA | Phone (719) 578-‐9703; fax (719) 578-‐1480; email: member@aba.org Tradução: Renata de Freitas Marwns
JOSÉ VIEIRA CANTANHEDE – PORTUGAL JOSEVIEIRAPT@GMAIL.COM | HTTP://WWW.JOSEVIEIRA-‐PHOTOGRAPHY.COM/ TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © JOSÉ VIEIRA
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rodrigo belavista
Gravado nas pedras. Antes de mais, pede-‐se licença para entrar. E, se for caso disso, ajeita-‐se o modo de maneira a que se deixe viciar de um modo sedento e de uma qualquer vil maneira. A razão, que nunca será para aqui chamada, é encerrada numa caixa blindada, acorrentada e deitada ao fundo do mar. A opção é roubar-‐lhe a respiração, amordaçá-‐la e não demorar a decidir que não existe, que se exwngue por sádico decreto ou masoquista submissão. Nestas coisas das pedras gravadas a sangue, a memória apresenta-‐se como a maior traidora, senhora de si e dos seus planaltos domínios, senhora da pele dura e arrepiada, senhora que detém e abana, o simples toque de uma mão. A permiwda entrada. Antes que os foguetes se façam ouvir nas estradas dos pardos silêncios, já a emoção festeja, embriagada. Vem abraçada ao bombear do entusiasmo, moço ridículo de calças à meia canela e suspensório carmesim. Ao abrir daquela porta a visão é turva, vê-‐se gente contente, vê-‐se a tremida alma de tonta gente, vê-‐se o pular de um grito, o dançar de um peito, outro vaidoso andar a preceito, vê-‐se um espelho estragado, um tapete comprido e bonito aos olhos pisados, vê-‐se um nunca mais acabar do festejo, a saliva de copo na mão, o piso dançado e lotado daquele salão. Depois, vê-‐se a entrada dos senhores de fraque, colarinho engomado por pedaços de natas, vincos certeiros comprados sem crédito, sapato engraxado pela mão do perfeito. São os verbos a liderar, cabeça lambida à certeza penteada, nariz lá no alto a esquecer a berma da estrada, olhar convincente e o saber que a convicção é canção que não esmaga. Entram os verbos, mãos dadas aos seus tempos, passos acertados aos seus pares. Entra o desejo a arfar, a posse agarrada ao querer, a certeza entre o ponderar e o possuir. Entra o ciúme abraçado à inveja, o beijo cola-‐se ao mal veswdo afago, o namoro e a circunstância entram de maneira singular. E muitos mais entram nesta dança sem convite, porta aberta porque a sorte assim o disse e o acaso também o permite.
Alentejano de alma, coração e raiz, residente dos reflexos do Sado, não se chama Rodrigo – porque assim não foi registado – não vive no apelido Belavista, embora o mesmo seja a moradia da fazenda das metáforas e das analogias. O que olha, não é necessariamente o que vê, tão só o que entende. E, nesse seu entender, iniciou a emoldurar as fracções de vida fotografadas com palavras. Palavras da razão, da emoção, da alegria e da tristeza. De tudo, porque tudo assim lhe merece ser gravado na rewna, mas também no preto gravado na virgem planície branca onde, n as mesmas, teima em semear. Confesso outsider das complexidades fotográficas, chama a si os cliques paridos na urgência de os escrever, oxigénio dos seus dias. E não sendo figura de citações, vive pendurado na beleza cantada de Antony & The Johnsons: ‘We live together, in a photograph of wme’. Entram todos e dançam aquela música que se torna canção, corpos do nada a simular união, entram as vezes que por vezes não aparecem, dançam os calores, humores, favores no círculo marcado no chão. A festa não programada, a canção que não foi cantada e o contrato sem recibo da vontade, designada animadora do entretanto. Quantos mais vão entrando, cheia e cega se descobre a proscrita, feia de andarilhos – a tal que aqui se osou não mais evocar – a razão. Muda, habita o espaço de dois pés no canto mais escuro daquele arraial. E é neste momento arrancado que se faz anunciar a paixão, pestanas a tocar o quase, lábios de vermelho inferno, cintura no molde que o olhar teceu. E se o momento serve as bebidas em bandeja de prata, também sabe que a paixão tem a lata de dizer, goela alterada e músculo nas palavras que, ali onde todos os convidados o foram sem de facto o terem sido, a casa de porta aberta serve para hoje. Diz mais, ainda. Diz que hoje já faz parte do ontem e que todos entraram sem convite na mão. E que o amor, senhorio da casa e dono do salão, ficou lá fora, gravado na pedra. Aguarda o fim da loucura, fantasia embrulhada em papel de amanhã e prefere ser duro e frio, enfeitado porteiro e segurança das poucas vezes em que, ali especado, se lhe assoma outro igual, imperfeito na forma e raro na ocasião. Porque, diz ali especado, tão duro não fica se fizerem outra festa, grandiosa ou modesta, e para ela convidarem a razão. PHOCAL PHOTOVISIONS | 37
fotografias escritas
As mil maneiras de segurar um Sol Amanhã vais perguntar-‐lhe o que não sabes. Amanhã vais perguntar-‐lhe porque se nasce, de morte anunciada, porque comemos o que não temos, porque nos encontrámos ou desaparecemos, vais querer saber o sabor dos telhados das casas de pão-‐de-‐ló, vais querer lamber feridas que não se mostram, também procurar o que não existe. Amanhã vais empurra-‐lo num caminho sem senwdo, queswonar a razão de todo e qualquer pedido, soltar gritos de espanto perante um pranto envelhecido, vais querer navegar onde a água é uma miragem, sobrevoar toda a superŽcie de um prado de argila, mergulhar a pés juntos num doce de gila e queimar um incenso sem cheiro ou outras lamparinas tão cheias de vazio. Amanhã vais embalá-‐lo sem braços, adormecê-‐lo em sonhos sem nicowna, acordá-‐lo com o silêncio da tua ausência. Amanhã vais patrocinar uma trovoada, só para mostrares o tamanho dos teus dedos, vais desvendar o que nunca foi segredo e esconder o que jamais passou da novidade, vais tricotar um colete de medos, chamar-‐lhe nomes complicados, salteá-‐lo em lume brando e provar, colher de osso na mão e olhar azedo. Amanhã vais querer um Sol só para w. Vais perguntar-‐lhe o que sabe da caça ao mesmo, insiswr e vergá-‐lo na força da conquista, vais ainda sorrir sem o querer, oferecer enfeitados presentes, dedicar bafientas canções.
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Na ameaça de lhe sorveres o conteúdo dos olhos, ameaças a pergunta e vais querer saber as mil maneiras de segurar um Sol. Amanhã vais fazer de tudo para ele se tornar cedo, entrecosto da tarde e meio-‐irmão do nada. Amanhã, quando ele se tornar presa de dez sujos lençóis, passo amarrado a um piso abismo, vais perguntar uma úlwma vez. A voz ameaça a queda, a queda anuncia a morte, a morte anunciada, para a qual se nasce, na tua primeira pergunta formulada. E, de novo, faltará o senwdo. Antes que o amanhã acorde rabugento, responder-‐te-‐á, na esquina do medo, que o Sol não é o que te gravaram na definição, o Sol podem ser elas, eles, outros, aqueles. Pode até ser aquele pé de feijão, que cresceu para dar sombra aos três dedos do pé direito, pode ser um sorriso, uma corrida, um olá, um banco de madeira estragada onde haja espaço para duas mãos. E mais te dirá, antes que de cedo se comece a chamar tarde. Amanhã, não lhe perguntes mais. O Sol é de manobras diŽceis, escapa à asfixia de fios mandões quando a resposta é tão simples, porque tu já és Sol a queimar-‐ te o peito e mais Sol serás, por tantas chuvas que venham inundar-‐te. E afinal, sem te deixares enlear, tens um Sol a bailar nos teus fios e outro gravado na pele de um feito.
projetos e fotógrafos
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Diamanwno Jesus nasceu em Licenciou-‐se em Engenharia Química Fevereiro de 1969, na Ilha da pelo IST em Lisboa. M a d e i r a . D e s d e a i n f â n c i a Juntos desde 1999, estes arwstas demonstrou grande interesse pela criaram a DDiArte, que se dedicava à arte, revelando enorme talento para pintura, realizando exposições a pintura e desenho. Após a colecwvas e individuais, assim como licenciatura em Arte e design pela pinturas da sua autoria em tectos de Universidade da Madeira foi estudar igrejas. dois anos de restauro em Pamplona, Em 2003, surgiu o interesse pela Espanha. Zé Diogo nasceu em Março f o t o g r a fi a d i g i t a l , e c o m o de 1966, na ilha da Madeira. Desde autodidatas nesta área, produziram muito cedo revelou talento para a o b r a s d e g r a n d e q u a l i d a d e , pintura e desenho assim como consideradas como obras de arte e grande interesse por ciência e algumas das quais premiadas a nível tecnologia. internacional. Prémios e Dishnções 2012 – "Trierenberg Super Circuit Photography" -‐ Medalha de – “3th Photogarphy Masters Cup” -‐ Nova Iorque e Londres Ouro by the "Photographic Society of America" for best in 2009 – Duas fotografias publicadas na revista francesa PHOTO, show, Medalha de Ouro by the "Internawonal Federawon of uma delas com destaque de pagina inteira, como umas das photographic art", Medalha de Ouro in " DIGITAL IMAGES melhores imagens do maior concurso de fotografia do mundo, GENERAL", Medalha de Ouro in Special Themes NUDES no tema “Fotografia Digital” -‐ Paris Medalha de Ouro in "CANON-‐you can, gold medal in "DIGITAL 2008 – Uma fotografia publicada na revista francesa PHOTO, IMAGES EXPERIMENTAL " como uma das melhores imagens do maior concurso de 2012 – Uma fotografia publicadas na revista francesa PHOTO fotografia do mundo -‐ Paris após concurso internacional, como uma das melhores imagens 2007 – Duas fotografias publicada na revista francesa PHOTO, do maior concurso de fotografia do mundo, no tema “Nus” como umas das melhores imagens do maior concurso de 2011 – Primeiros Classificados em Fotografia no "Internawonal fotografia do mundo -‐ Paris Contemporary Master Award" para o World Wide Art Books -‐ 2006 -‐ European Newspaper Award -‐ Award of Excellence (Foto Stª Barbara, California, USA da Capa de um suplemento do Diário de No•cias da Madeira) -‐ 2011 –"Merit of Excellence" , Menção Honrosa e 5 nomeações Londres na categorias "Nudes", uma nomeação em "Fine Art", uma 2006 – Uma fotografia publicada na revista francesa PHOTO, nomeação em "Fashion" e 3 nomeações em "Adverwsing" no com destaque de página inteira, como umas das melhores concurso internacional "5th Annual Photography Masters Cup". imagens do maior concurso de fotografia do mundo, no tema Todas estas imagens estão incluídas no catálogo de luxo da “Charme” com a modelo Tábata Sá -‐ Paris "Internawonal Color Awards" e publicadas na PHOTO Paper 2005 -‐ Medalha de Ouro Gaudi no “Prémio Cidade de Réus de Magazine assim como no "World Photographic Arts Movie" -‐ Fotografia” na “VI Bienal Internacional de Fotografia XLV Nova York e Londres Medalla Gaudi” – 2005, com o apoio da Federação 2011 – "FEP Silver Camera", dois "Golden Awards", dois "Silver Internacional da Arte Fotográfica (FIAP). Esteve exposta na Awards" e um "Bronze Award" na categoria"Ilustrawve" e um Câmara Municipal de Réus -‐ Catalunha, Espanha "Silver Awards" na categoria "Commercial" no evento 2004 -‐ Um de quatro vencedores da recreação do logo da casa "Fotógrafos Europeus do ano 2011" -‐ pela Federação Europeia das mudas, na Madeira com um trabalho fotográfico -‐ Madeira, de Fotógrafos -‐ Bruxelas Portugal 2011 – Eleitos por unanimidade "Fotógrafos Europeus do ano 2004 – Três fotografias selecionadas em concurso internacional 2010 em "Fine Art"" -‐ pela Federação Europeia de Fotógrafos -‐ para integrar uma exposição, de 24 obras, que passou pelas Bruxelas principais sedes da Caja de España -‐ Espanha. 2011 – Três fotografias publicadas na revista francesa PHOTO 2004 – Duas fotografias publicada na revista francesa PHOTO, após concurso internacional, uma delas com destaque de como umas das melhores imagens do maior concurso de pagina inteira, como umas das melhores imagens do maior fotografia do mundo -‐ Paris concurso de fotografia do mundo, no tema “Nus” 2003 -‐ Fotografia galardoada com o prémio PHOTO / CEGETEL 2010 –Quatro fotografias incluída no catálogo de luxo da em Paris por ocasião do concurso “Liberdade do Telefone Fixo”, “Internawonal Color Awards”, entre as melhores, duas na publicada na revista francesa PHOTO e exposta em outdoors na categoria de “Nude Professional”, uma fotografia na categoria cidade de Paris durante uma semana em Agosto de 2003 -‐ Paris de "Adverwsing professional" e uma na categoria de "Fine Art 2003 -‐ Fotografia selecionada para o “Prémio Cidade de Réus Professional", após concurso internacional -‐ “4th Photogarphy de Fotografia” na “V Bienal Internacional de Fotografia XLIII Masters Cup” -‐ Nova Iorque e Londres Medalla Gaudi” – 2003, com o apoio da Federação 2009 –Uma fotografia incluída no catálogo de luxo da Internacional da Arte Fotográfica (FIAP). Esteve exposta na “Internawonal Color Awards”, entre as 50 melhores, na Câmara Municipal de Réus -‐ Catalunha, Espanha categoria de “Nude Professional”, após concurso internacional PHOCAL PHOTOVISIONS | 39
Exposições 2011 – “Corpo e Alma” – exposição individual no Aliance Underground Museum -‐ Portugal 2011 – "Família -‐ Universo de Afetos" -‐ exposição individual na FNAC-‐Madeira, Portugal 2011 – Exposição colecwva dos vencedores "Fotógrafos Europeus do ano 2011" -‐ Zoom Gallery -‐ Bélgica, Bruxelas 2011 – Exposição colecwva "Os Livros da Bíblia" -‐ Galeria João Paulo II -‐ Portugal, Madeira 2011 – Exposição colecwva "Femina" -‐ Museu Casa da Luz -‐ Portugal, Madeira 2010 -‐ "NAMBAN JIN 3"-‐ na galeria de arte Eye of Gyre Gallery -‐ Exposição Portuguesa pela Comemoração dos 150 Anos sobre o “Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e Japão” -‐ Japão, Tóquio 2010 -‐ "Baby Boom" na galeria da FNAC-‐Madeira 2009 – “Corpvs” – exposição individual no Museu Wurth La Rioja, com 25 obras de grande formato -‐ Espanha 2009 – "Era uma vez" na galeria da FNAC-‐Madeira 2009 – “People and Landscape” – Exposição de 16 Nus ar•swcos na Falkenstern Fine Art Gallery -‐ Alemanha 2008 – “Dias Felizes” Exposição Colecwva na Casa da Guia – Portugal, Cascais 2008 – “Nu Senwdo”, exposição iwnerante, em diversos Centros Culturais e galerias, das principais cidades do Brasil, em mulwmédia, com obras de nu ar•swco -‐ Brasil 2008 – Exposição colecwva “Corpo e Matéria – cinco arwstas na Madeira”, Coleção Berardo, no Sintra Museu de Arte Moderna – Portugal 2008 – "Fadinhas" na galeria da FNAC-‐Madeira Pedro Sarmento – A DDiArte foi criada em 1999 mas não Bnha nada a ver com fotografia, a vossa ideia inicial estava definiBvamente ligada ás artes, como é que isso despertou em vocês? Foi a vossa formação académica que vos influenciou para este projeto? Zé Diogo – Em 1999 criamos um atelier de pintura, após termos pintado um teto de igreja, 320m2, de criação nossa, e conwnuamos a fazer pinturas em capelas e exposições de pintura. Em 2003 compramos um computador em que vinha uma câmara digital e tudo começou aí, descobrimos o Photoshop e experiência atrás de experiência tomamos os gosto por fotografar e depois trabalhar a imagem no Photoshop o qual aprendemos tudo por nós próprios, foram muitas horas de descoberta e talhando os nossos próprios métodos de trabalhar uma imagem, o qual ainda não terminamos estamos sempre experimentado e descobrindo coisas novas. Sim podemos dizer que as nossas formações académicas influenciaram, toda esta aventura, eu como Eng Químico ligado às ciências e tecnologias e o Diamanwno como licenciado em Artes Pláswcas. PS – Mais tarde veio a fotografia, como é que foi para vocês enquadrar a fotografia e a pintura, a combinação das duas na criação de obras de arte? ZD -‐ A combinação foi perfeita e natural, foi como trocar os pinceis pelo rato e criar o mesmo wpo de obras que sempre nos fascinou. Na pintura fazíamos tudo muito à base do figurawvo e realista, tudo muito perfeito, e com a fotografia notamos que tudo ainda poderia ser mais perfeito e inovador. Brincar com a 40| PHOCAL PHOTOVISIONS
2007 – Exposição colecwva “Corpo e Matéria – cinco arwstas na Madeira”, Coleção Berardo, 25 obras, no centro das Artes Casa das Mudas -‐ Madeira, Portugal 2006 – 20 fotografias em grande formato adquiridas pela Coleção Berardo que deu origem à exposição individual “Miragens Perversas” na sede da empresa vinícola Bacalhôa Vinhos de Portugal -‐ Portugal, Azeitão 2006 – Exposição colecwva “Sem Qualidade”, no café Fora d ´Oras -‐ Madeira, Portugal Publicações com maior relevância "World Wide Art Books" -‐ Stª Barbara, California, USA -‐ Portefólio "Prawcal Photoshop" nº 8 -‐ Inglaterra -‐ "Square Sin" "Federacion Española de Profesionales de la Fotografia y de la Imagen"-‐ Espanha de Julho/Agosto -‐ 24 paginas dedicadas a DDiArte "Obvios" -‐ Brasil -‐ Portefólio "Photo Paper 2010" -‐ USA -‐ Fotos vencedoras do Master cup of photography "O Mundo da Fotografia Digital" -‐ Portugal -‐ Capa e portefólio "DP Arte Fotográfica -‐ Especial DDiArte" -‐ Portugal -‐ Capa e portefólio "DP Arte Fotográfica -‐ Conceptual" -‐ Portugal -‐ Capa e Portefólio "Edit mag" -‐ Portugal -‐ Mitologia e símbolos contemporâneos "Spirit" companhia aérea SATA Internacional -‐ Portugal -‐ Portefólio "Photo" -‐ França -‐ fotos vencedoras do seu concurso anual
luz, sombras e volumes era como pintar numa tela. PS – Esta vossa aventura pela fotografia nomeadamente pela manipulação digital de imagens foi o culminar do sucesso que à hoje o vosso projeto? ZD – Sim podemos dizer que sim, mas também podemos dizer que ainda temos muito para fazer, as ideias estão sempre surgindo, pena nao termos tempo para concrewza-‐las todas. Mas quando começamos, era tudo uma grande brincadeira, nunca pensamos que chegaríamos a ter o sucesso que alcançamos, principalmente no estrangeiro. PS – Quando vocês iniciaram este projeto, e apesar da qualidade que cada um de vocês demonstrava possuir, passava-‐vos pela cabeça um dia terem obras vossas no Museu Berardo?? ZD – Não nunca, foi coisa que nunca nos passou pela cabeça até sermos contactados pelo comendador Berardo. PS – Os DDiArte tem ganho inúmeros prémios internacionais, e em virtude disso a vossa visibilidade internacional têm sido enorme. Como é que vocês vêm o mercado Nacional? Portugal reconhece o vosso trabalho da mesma forma que o estrangeiro já o faz? ZD – Desde o inicio que nunca nos preocupamos com os mercados, nem os nacionais nem os estrangeiros, se calhar por duas razões, uma por não vivermos da nossa arte, pois temos outras profissões que exercemos como fonte de rendimento seguro.
Claro que gostaríamos de viver exclusivamente da fotografia ar•swca mas cá em Portugal e nomeadamente na Madeira é impossível, e outra porque fazemos aquilo que nos vem à cabeça e não o que estará na moda a pensar se vamos ou não vender, é tudo feito por mais puro prazer. PS – Dizem que vocês têm sonhos, (quem e que os não têm) mas que os vossos é o de verem as vossas obras em determinados locais do Planeta. Até quão longe vai o vosso sonho...... podem desvendar algo sobre isso? ZD – Sim, acho que qualquer arwsta que tem uma carreira como a nossa, que veio sempre em crescendo almeja por ter as suas obras em museus emblemáwcos em certos locais do mundo. PS – Outra das vossas ideias que pretendem transmiBr à sociedade, é que no vosso Mundo, o da DDiArte.... as pessoas são convidadas a ceder à tentação da imaginação e da ilusão. Têm conseguido levar essa mensagem ás pessoas? ZD -‐ Achamos que sim, pois é muito interessante estar atento aos comentários das pessoas que veem as nossas obras ao vivo, por vezes até vão bem longe na sua imaginação e veem coisas que até nós próprios não vimos. PS – Quando se tem um trabalho publicado na revista francesa PHOTO , é um orgulho para qualquer profissional ligado á fotografia, , qual foi a primeira sensação quando Bveram conhecimento disso? ZD -‐ Sim uma sensação muito boa mesmo, e de grande orgulho, quando foi a primeira vez, já lá vão 8 anos, principalmente porque foi logo no inicio da nossa aventura, que foi quando ganhamos o concurso PHOTO/CEGETEL, a parwr daí tem sido todos os anos publicadas fotos nossas em que wvemos 3 anos com página inteira de destaque. Claro que hoje em dia damos mais importância a outros concursos muito mais importantes e com publicações de luxo como por exemplo o "internaBonal Contemporary Master Award 2011" for World Wide Art Books in Stª Barbara, California, USA em que ganhámos e Bvemos direito a 6 paginas assim como no "Trierenberg Super Circuit photography" PS – Outra das vossas preocupações é o meio ambiente, como é que vocês vêm o abandono do Planeta a degradação de algumas partes do mesmo, e como é que acham que a vossa obra pode de alguma forma alertar consciências para esse problema. ZD -‐ Talvez por vivermos na madeira, que ainda tem muitas zonas paradisíacas em que a natureza ainda está intocável, e que cada vez as vemos mais ameaçadas por tanta coisa, que resolvemos fazer umas quantas obras a alertar para esse problema, e claro generalizando para o planeta terra. Daí pegarmos em temas clássicos e mitológico e adaptarmos aos nosso dias exagerando em alguns fatores para quem ver a obra não fique indiferente e que o deixe a pensar naquilo que viu, como por exemplo as nossas obras "Narciso", David e Golias" "descida da cruz" etc
PS – A Luz, as formas, e o corpo são traços constantes na vossa obra, e vocês uBlizam estes três componentes diria eu que como poucos. Achas que a conjugação destes três elementos tão importantes na vida, é um dos fatores do vosso sucesso? ZD -‐ Para nós, sempre foram 3 fatores muito importantes desde o tempo em que pintávamos, ou seja da adolescência. Sem duvida que contribuem muito para o nosso sucesso, é algo que nunca passará despercebido quando bem trabalhado e que perdurará para sempre, o fascínio pelo corpo humano já vem desde os mais anwgos e com certeza perdurará enquanto exiswr humanos. PS – Espanha têm sido um mercado interessante para vocês e o reconhecimento pela vosso trabalho por lá é evidente. Como decorreu a vossa exposição no Museu Würth em La Rioja como é que a criBca vos recebeu, ficaram saBsfeitos? ZD – sim foi muito melhor do que estávamos à espera. Fomos recebidos como verdadeiras estrelas, o museu era um espanto e para surpresa nossa batemos o recorde de pessoas numa inauguração, uma verdadeira avalanche de publico, ainda mais sabendo que já grandes nomes do mundo ar•swco internacional já wnham exposto ali. As criwcas não podiam ter sido as melhores na imprensa espanhola e nos canais de televisão pois wvemos que dar conferencia de imprensa. PS – E já que falamos em Espanha não podemos deixar de falar em Portugal, como é que nós pro cá vos tratamos?? Museu Berardo é o ponto alto do vosso reconhecimento em Portugal?? O CCB já se lembrou dos DDiArte como deveria ou nem por isso?? ZD-‐ Aqui na Madeira não nos queixamos, pois cada conquista nossa, é publicada nos jornais e até na RTP-‐M, e somos muito respeitados por toda a gente e muito apreciados e seguidos pelo jovens que admiram muito o nosso trabalho. Quanto a nível nacional os meios de comunicação social em divulgar os nossos prémios é nula, exemplo mais recente, a conquista das 6 medalhas de ouro, num dos mais importantes eventos de fotografia do mundo em 2012, nenhum meio de comunicação deu a noBcia a qual passou na CNN pois fomos os arBstas mais premiados da história do evento. As obras que temos na coleção Berardo, já esBveram em muito museus importantes do país exceto no CCB PS -‐ Para terminar como é que vocês vêm a arte em Portugal, e nomeadamente a Fotografia. Estamos bem servidos de talento made in Portugal?? ZD -‐ Achamos que estamos muito bem servidos de fotógrafos, em todas as áreas, consideramos mesmo que muitos são mesmo fabulosos nos seus trabalhos. Mas achamos que a fotografia ainda é um pouco considerada uma arte não tão nobre como as outras, o que não acontece no estrangeiro, e isso senwmos na pele pelas muitas experiências que já wvemos. PHOCAL PHOTOVISIONS | 41
DDiArte FUNCHAL – MADEIRA DDIARTE@GMAIL.COM | FACEBOOK: HTTP://WWW.FACEBOOK.COM/DDIARTE WWW.DDIARTE.COM | WWW.OLHARES.COM/DDIARTE | HTTP://WWW.BEHANCE.NET/DDIARTE TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © DDiArte
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luís garção nunes
(GEFAC), grupo esse que tem como objewvo dar a conhecer as manifestações culturais, individuais e colewvas das populações rurais nas diversas vertentes: cantares, música instrumental, danças, teatro, usos e costumes. Nesse período desempenhou vários cargos direwvos, assim como em comissões que originaram as Jornadas de Cultura Popular, que ainda se realizam. Foi diretor musical do grupo música popular da Tuna Académica de Coimbra (TAUC), durante os anos de 1984/1987. Parwcipou também em programas de rádio no Centro Experimental de Rádio (CER), atual Rádio da Universidade de Coimbra (RUC). Para além de ter frequentado o liceu na Escola Secundária D.João III, atual Escola Secundária José Falcão (Coimbra), Liceu Nacional de Portalegre, e Liceu D. Duarte (Coimbra) teve aulas no Conservatório de Música de Coimbra. Atualmente está na Luís Manuel Garção Nunes é natural de Abrantes e com 57 Academia de Música e Tecnologia de Coimbra (AMTC). Luís anos, é um músico com grande paixão pela fotografia. É um Garção Nunes revela que neste momento a música é tão elemento dos mais anwgos da “Brigada Victor Jara”, grupo que importante quanto a fotografia. Gosta de fotografar brinquedos se tem dedicado à divulgação de música de raiz tradicional e no e faz coleção de piões, assim como de outros brinquedos. Como qual Luís conwnua como executante de viola, viola beiroa e tal, Luís Garção Nunes pretende concrewzar uma ideia anwga de cavaquinho. Para o músico a idade é apenas um número. construir uma exposição com os próprios piões e outros Aproveitar ao máximo cada momento que se vive é uma brinquedos e as respecwvas fotografias de perspecwvas “regra”, afirma. diferentes. Começa nos anos 70 a manifestar interesse pela fotografia, Diz-‐se “sensível” e “atento”, sendo essas as caracteríswcas percorrendo vários locais do país e do estrangeiro tentando principais para se ser um bom fotógrafo. Tenta estar atento a sempre “guardar” momentos. De 1975 até 1989 fez parte do tudo o que o rodeia, e no caso da fotografia, tentar sempre Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra antever o “momento decisivo”. ... "ALGUNS MOMENTOS" ... * * A c o n v i t e d a O r d e m d o s ** Fotos publicadas em revistas da *EXPOSIÇÕES I NDIVIDUAIS* Enfermeiros efetuou um trabalho com especialidade. Galeria “ Quinta d a S obreira” A nçã. J.R.Garcia que culminou numa ** Capa e Contracapa do disco Casa d a C ultura d e M ora. exposição iwnerante sob o tema “Os “Contraluz” da Brigada Victor Jara. Biblioteca A ntónio B o^o, A brantes. Enfermeiros com as Pessoas Pela ** Fotos do folheto no CD do grupo Galeria Nova Almedina, (Sete Olhares), Saúde”. “Segue me à Capela”. Coimbra ** Levantamento fotográfico da ** Capa e Contracapa do CD “Da Cor da Espaço/Galeria G ostos e T raços, L ousã. Freguesia de Serpins/Lousã, inserido Madeira” de Joaquim Teles (Quim Né) “O mês da imagem”. (Fotografo nos 50 Anos do Jornal “A Voz de ** Capa do Livro “À mesa d’A convidado) E stremoz Serpins”, terminando com uma Brasileira”, de Alberto Vilaça. Centro C omercial G ira S olum, C oimbra. Exposição d e 1 2 f otos e m t ela. ** Fotos nos livros “À Mesa d’A Biblioteca M unicipal d a L ousã. ** Postal de apresentação da Brasileira”, “Tempos de Munda e Exposição de Brinquedos Tradicionais/ Mondego” de Alberto Vilaça e “80 *EXPOSIÇÕES C OLECTIVAS* Projeto C oleção B /Escrita n a P aisagem, a n o s , o S e n w d o q u e s e d á à Galeria Bertrand em Coimbra. Évora. vida” (Fotobiografia). Casa da Cultura de Santa Comba Dão. Hotel D. Luís em Coimbra...... PS – Quando começaste a fotografar, houve algo na vida que Pedro Sarmento – Luís, tu és um homem das artes, escreves te empurrasse para olhares diferentes dos que até então extraordinariamente bem, és um músico sobejamente Bnhas ? conhecido membro da Brigada Victor Jara e um fotógrafo de LGN – Quando se fotografa, queremos ver e mostrar alguma excelência. O que é que começou primeiro na tua vida em coisa. Comecei com o “filme” … o tempo de ver e mostrar era termos de artes? outro. Desde o disparo até ao momento em que se via a Luís Garção Nunes – Penso que tudo começa sensivelmente fotografia no “papel” era maior do que o atual. Daí o ver e ao mesmo tempo. No entanto a música foi sem dúvida a que rever todas as fotos que fazia, …aí comecei a perceber que mostrei em primeiro lugar aos amigos, passando depois para o além de fotografar o momento que queria, havia sempre mais público. Numa primeira fase a tocar com amigos em Festas de alguma coisa para além disso.. Começando a “olhar e ver” de Natal, de solidariedade etc., etc. , depois com o GEFAC, e daí forma diferente antes de fazer um disparo. ao salto para a Brigada Victor Jara, onde ainda me mantenho. 50 | PHOCAL PHOTOVISIONS
O pensar a fotografia é um exercício que gosto, e que de certa forma fui aprendendo a fazer. O que não quer dizer que o faça bem….mas pelo menos tento. PS – Ao serviço da música e com a Brigada fizeste viagens fantásBcas pelos 7 cantos do Mundo, fotograficamente o que é que achas que essas experiencias te trouxeram? LGN – Uma riqueza muito grande, não tanta quanto gostaria, mas mostraram-‐me outras culturas outras formas de ver as pessoas e os costumes. Aí comecei a “roubar” momentos, que são irrepe•veis, únicos, e que contam sempre uma história. PS – Dessas mesmas viagens, tens alguma de que te recordes com mais carinho, tendo em conta pessoas, lugares ou história que tenhas captados com o teu olhar?? LGN – Foram muitos os locais por onde passei em trabalho com a música. No entanto há e haverá sempre um que ficará marcado. Eswve na Coreia do Norte e aí fiz a “minha foto”. Aquela que me marcou mais. Tem uma história, tem uma vida, tem uma alma, … tem um senwr. PS -‐ Em termos de equipamentos, tu és do tempo do analógico, ainda te lembras do teu primeiro equipamento e consegues descreve-‐lo, fizeste grandes fotos com ele, ainda o guardas? LGN – Comecei com uma Zenit EM … comprada em 1977 na União Soviéwca, onde eswve em espetáculos com o GEFAC. Foi a minha primeira máquina, e foi com ela que aprendi os primeiros “acordes”… equipamento pesado, mas com alguma qualidade. Maquina já com alguma “sofiswcação”, em termos de medição da luz. PS – Do teu tempo do analógico tens alguma foto que seja para B muito especial que gostasses de juntar a esta entrevista e explicar qual é o senBmento que essa foto te transmite. LGN – Como disse anteriormente, tenho uma foto que será sempre a “minha foto”, a que dei o nome de “O Menino”….. eswve cerca de uma hora para a conseguir fazer… fiz um único disparo (hoje seriam muitos). Não ficou como a wnha idealizado, mas em função do tempo e do material (Pentax ME Super, com lente Soligor 85-‐135) que wnha na altura foi o melhor que consegui fazer. PS – Tens uma frase escrita numa das tuas úlBma iniciaBvas, de “Manuel Rocha” que diz: “ Sentado no seu lugar, a mão paira à frente das seis cordas, no gesto parado que precede o ataque do primeiro acorde. Há um músico a tocar guitarra sob o foco de luz branca e na rua há menos um fotografo a espreitar o movimento da Terra, afinal pode ser-‐se duas pessoas .....” Duas perguntas sobre esta citação do Manuel Rocha, como é para B ser “arBsBcamente duas pessoas”, e se tens um amor interior maior por uma ou por outra, e a outra pergunta é, como é que o Luís Garção Nunes espreita o movimento da Terra, aquilo que se passa à tua volta. LGN – Estas palavras do meu amigo e companheiro Manuel Rocha fazem parte de um simpáwco texto que ele escreveu para uma exposição minha…!
A pessoa é sempre a mesma e as coisas confundem-‐se nos olhares que temos em cada momento. Mas é preciso estar concentrado no trabalho que se faz no momento em que é feito. Se estou no palco tenho de ser o “músico” que o público espera que seja. Não é o Luís Garção Nunes enquanto “fotógrafo”, nem o Luís do dia-‐a-‐dia…, no palco é o Luís “músico” que está presente e que tem de dar o máximo como tal. No dia a dia, serei mais o “fotógrafo” que anda pelas ruas. O espreitar o movimento da Terra, é um exercício diário e permanente que sempre tentei fazer. Não só como “músico”, nem como “fotografo”, mas essencialmente como pessoa. Não posso estar a leste do que se passa ao meu redor, ao que se passa no mundo. Atento às desigualdades sociais, às injuswças dum mundo cada vez mais selvagem e egoísta. PS – Cor ou preto e branco, qual é a tua maior opção e porque?? LGN – Parwcularmente gosto mais do PB. Tem uma carga mais forte emocionalmente, na minha forma de ver e senwr. Mas há as fotos que só funcionam bem se for a cores. Sempre que acho que uma foto fica bem a PB é por esse caminho que vou….”senwmentos da alma”. PS – Para mim esta tua presença na Revista é muito importante não só porque tens trabalhos extraordinários e muitos deles da nossa cidade de adoção, (tal como eu também tu sentes Coimbra como tua) mas porque sou teu amigo penso que vai para 45 anos.... talvez mais. É para B especial fotografar a cidade e sempre que andas pelas ruas “espreitando o movimento da Terra” vês coisas novas que fotograficamente te atraem? Achas que é umas das vantagens que a fotografia nos oferece, a capacidade de descobrir coisas sempre novas no mesmo local?? LGN-‐ … é isso mesmo… gosto de ser “turista” na minha cidade… quantas vezes se vai para fora conhecer outras terras, outros mundos, e não se conhece a nossa rua?... Tudo tem a ver com a forma como andamos nos síwos onde passamos todos os dias. Ver com olhos de ver… Não gostamos de ver fotos anwgas de pessoas e locais que hoje conhecemos e que estão diferentes? Percorrer uma cidade com os olhos é muito diferente do que passar por ela… temos de olhar para cima, para os telhados, parar em frente de uma porta que tem um batente diferente, uma janela com flores, etc, etc, etc….. E, é assim que se pode senwr uma cidade, as pessoas, os cheiros, a alma, e quantas vezes os próprios sonhos. PS – Também és dos que acha que a melhor fotografia é aquela que farás de seguida?? Onde gostarias de a tentar fazer, tens algum local que não gostarias de falhar enquanto fotografo, e projetos futuros há???? LGN –… a melhor fotografia é aquela que ainda não foi feita… isso é um facto…. Onde gostaria de ir?... um fascínio pelo Oriente… um dia…um dia… quem sabe? Quanto aos projetos há sempre muitos na cabeça. O passar à práwca é que é muitas vezes diŽcil. Com dizes em cima…uma exposição de brinquedos com fotografias desses mesmos brinquedos…. Outro projeto é um livro com fotos associadas a pequenos textos/poemas. Veremos o que o futuro nos reserva. PHOCAL PHOTOVISIONS | 51
LUÍS GARÇÃO NUNES COIMBRA – PORTUGAL LUGARNUS@GMAIL.COM | HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/LUIS.G.NUNES HTTP://FOTOMOMENTO.BLOGSPOT.COM | HTTP://FOTODEBRINCAR.BLOGSPOT.COM TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © LUIS GARÇÃO NUNES
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a n d r é b o t o
André Boto nasceu em Lagos a 6 de Março de 1985 e fez toda a sua infância em Silves. Em 2007, concluiu a Licenciatura em Artes Decorawvas, na Escola Superior de Educação de Beja. Pedro Lima -‐ O que representou para B seres considerado o fotógrafo europeu do ano? André Boto -‐ Conseguir a diswnção de Fotógrafo Europeu do Ano de 2010, além de uma grande alegria, foi uma enorme prova de que o caminho que eu escolhi para mim e para o meu trabalho foi acertado. É sempre importante e grawficante ver o nosso trabalho reconhecido, ainda mais quando se consegue uma diswnção deste nível. O trabalho com que venci este prémio, é um trabalho de fotomontagem, bastante diferente do comum, e quando se faz algo de diferente, corremos o risco de ser muito bem ou muito mal aceites, é de extremos. A parte mowvacional também é muito importante, e este galardão mowvou-‐me a conwnuar a produção de trabalhos nesta linha com os mais variados fins, agora também para projetos de decoração de espaços. A parwr desse momento, a responsabilidade aumentou bastante para futuros trabalhos, pois a espectawva/exigência das pessoas/clientes também cresceu, o que é normal. PL -‐ Qual o impacto direto dessa dishnção no teu trabalho e na tua carreira, atendendo à visibilidade e exposição que tal dishnção representa? A.B. -‐ O impacto desta diswnção no meu trabalho foi enorme. A exposição nos “media” trouxe bastantes contatos e clientes que me procuram para produzir trabalhos de uma linha também diferente do comum. A minha estratégia teve de ser alterada, pois a onda de trabalho foi bastante grande, maior do que eu esperaria. Ter conseguido esta premiação, tem aberto algumas portas mais facilmente, pois de certa forma, quando procuramos alguém para realizar um trabalho, procuramos referências, e este prémio hoje, é a minha referência mais forte. PL-‐ O que é que te levou a enveredar pela vertente surrealista? É este o teu eshlo preferido? PHOCAL PHOTOVISIONS 60|
Em 2008 inicia a odisseia fotográfica em Lisboa, na Oficina da Imagem, completando o curso de Fotografia Avançada em 2008 e Fotografia Concetual em 2009. Em 2009, consegue o primeiro cerwficado QEP – Qualified European Photographer, na categoria de Fotografia Ilustrawva. Em 2010, torna-‐se professor na Oficina da Imagem e é o primeiro Master QEP português, sendo também o mais jovem europeu a consegui-‐lo. Ainda em 2010, conquista o prémio de Fotógrafo Europeu do Ano 2010, pela FEP -‐ Federação Europeia de Fotógrafos Profissionais. É ainda designado Embaixador do Ano Internacional da Juventude, evento sob a chancela das Nações Unidas. Neste momento, reside na área de Lisboa e efetua maioritariamente trabalhos fotográficos na área de projetos criawvos de autor e de decoração, fotografia publicitária, arquitetura, industrial. Ao todo, conta com quase 100 diferentes diswnções na área da fotografia, nacional e internacionalmente e realiza com frequência exposições colewvas e individuais A.B. -‐ Antes de me dedicar à fotografia, já wnha uma forte ligação às artes e ao desenho, e desde sempre wve um grande interesse por M.C.Esher, René Magri^e e Salvador Dali. Todos eles têm em comum uma coisa, a criação de mundos surreais e impossíveis, fantáswcos e imaginawvos, ilusões de ówca e a materialização de algo apenas possível nas suas mentes. Tudo aquilo que é “impossível” awngir, é sempre o mais apetecível, e causa sempre um grande desejo no homem, tal como quebrar barreiras e/ou superar desafios. Assim, julgo que o Surrealismo desde sempre despertou curiosidade na maioria das pessoas um fim, um meio de comunicação para transmiwr sensações. O Surrealismo é o eswlo que se adapta ao conjunto de experiências e fontes de inspiração que segui e cawvou-‐me ainda muito antes de me dedicar à fotografia. Gosto de observar trabalhos em vários diferentes eswlos, mas quando chega à hora de eu produzir o meu trabalho, o Surrealismo é mesmo o meu preferido, esta é a base do meu trabalho e do meu projeto Surrealismo. PL -‐ Os teus trabalhos surrealistas são considerados, por alguns, como fora do âmbito do conceito mais puritano de “fotografia”, já que recorres a fotomontagem/edição de imagem. O que pensas disto e do teu próprio trabalho? A.B. -‐ Fazer algo de diferente, irá causar sempre alguma controvérsia, seja ela de que wpo for. A meu ver, os contextos habitualmente explicam as situações. A minha base vem do ramo das artes, onde o conceito e aquilo que nos mowva a produzir algo se sobrepõe às questões puramente técnicas. Nasci numa era digital, e julgo que em cada diferente época devem ser uwlizados os meios tecnológicos disponíveis para tornar a produção de um trabalho o mais eficaz possível. É o que eu faço, mediante o objewvo que tenha, uwlizo o processo de construção que me faz levar a melhores resultados, seja com recurso à fotomontagem ou não.
Relawvamente à eterna questão “Fotografia vs. Photoshop”, como qualquer questão técnica, neste momento não me preocupa, julgo que nos devemos fixar apenas no que o espectador final observa, o impulso estéwco e emocional. Fotomontagem desde sempre que exiswu, a diferença é que anwgamente era feita na câmera escura, hoje é no Photoshop ou noutra ferramenta de edição de imagem, mas até as ferramentas destes so‘wares têm por base as “técnicas de manipulação” usadas na câmera escura. Como boa parte do meu trabalho é mais direcionado para os projetos de autor, tenho toda a liberdade para escolher o meu caminho e os processos de concepção. Generalizando, apenas acho que a fotomontagem não deverá entrar no fotojornalismo, ou fotografia de vida selvagem, por razões óbvias. Não se tratando de fotografia documental, não vejo qualquer problema ao usar uma edição mais extrema, e parece-‐me que ainda hoje há espaço para todos os eswlos se conseguirem estabelecer dentro da fotografia. Como eu costumo dizer, este é apenas o caminho que eu escolhi para mim e para o meu trabalho, mas temos que ter abertura para compreender (mesmo que não os aceitemos) os outros diferentes caminhos, pois só assim se evolui. Aliás, atrevo-‐me a dizer que a edição de imagem (mesmo que sejam apenas os ajustes básicos de contraste, saturação e niwdez) é imprescindível para conseguir fazer um trabalho com O máximo de qualidade possível. Digo isto porque hoje, o formato de imagem que nos permite uma maior qualidade final é o formato .RAW. Mas para se aproveitar todo o seu potencial, terá que haver um processo de edição posterior. PL -‐ Qual (ou quais) os fotógrafos que mais aprecias e/ou te influenciaram mais? A.B. -‐ As minhas influências vêm de uma época em que ainda não me dedicava à fotografia, daí que as próprias influências do meu trabalho vêm de bases longe da fotografia, são M.C.Escher, Rene Magri`e e Salvador Dali. Ainda assim, como é óbvio, tenho alguns fotógrafos de preferência que costumo seguir e analisar, deixo aqui alguns nomes: Thomas Barbèy, Misha Gordin, Jerry Uelsmann, Dave Hill ou Erik Johansson. PL -‐ Com a era digital, a fotografia abriu-‐se definihvamente ao mundo, tornando-‐se num dos “hobbies” mais apreciados. Que pensas desta generalização da fotografia? AB -‐ A mim esta generalização só me pode parecer bem, pois caso não wvesse acontecido, eu nunca me teria dedicado à fotografia, pois tudo começou com uma oferta de uma pequena camera fotográfica num aniversário, numa altura em que eu nunca wnha fotografado, e sem ter antecedentes na família com ligação à fotografia. Daí que se pode considerar que eu ter-‐me dedicado à fotografia foi fruto da sua generalização. Por outro lado, algumas vezes a generalização faz com que se banalize e desvalorize uma profissão e o próprio trabalho realizado, parece-‐me que acaba por haver alguma confusão na cabeça das pessoas na altura de encomendar um trabalho a
um fotógrafo profissional ou outro indivíduo não profissional. Isto acontece também por culpa da pouca educação visual e estéwca incuwda nas pessoas durante o seu crescimento ainda enquanto jovens (no nosso país). Ainda assim julgo que um fotógrafo profissional nunca se deverá senwr fortemente “ameaçado” por um fotógrafo amador, pois os fotógrafos profissionais, pela sua experiência e formação extra, devem conferir alguma mais-‐valia ao seu trabalho, quer seja pela diferenciação, pela excelência técnica ou estéwca, provocada por um nível de conhecimento mais elevado, que os faz situarem-‐se noutro patamar. PL -‐ Quais são os teus projetos futuros? A.B. -‐ De momento con•nuo a produzir e idealizar alguns projetos fotográficos, na onda da fotografia de autor, com recurso à fotomontagem e sem fotomontagem absolutamente nenhuma, mas procurando sempre conseguir gerar imagens de alto impacto. Nos úlwmos tempos tenho andado a dedicar-‐me fortemente à fotografia industrial, acompanhando algumas grandes obras pelo nosso país, e a fotografia de arquitetura também está a ganhar bastante espaço naquilo que é o meu trabalho, nos dias de hoje. Estas são as três áreas que mais me preenchem de momento, pelo que são as áreas em que tenciono conwnuar a trabalhar. PL -‐ Como está atualmente a fotografia em Portugal, quando comparada com o mercado global? Conseguimos ombrear com os melhores? Consideras que se faz boa fotografia em Portugal? A.B. -‐ Cada vez temos mais bons fotógrafos em Portugal, isso vê-‐se também pelos reconhecimentos que os fotógrafos começam a obter no estrangeiro, julgo que conseguimos ombrear com os melhores, mas é necessário que a sociedade/ cultura portuguesa perca alguns conceitos/preconceitos que invadem a mente do ser •pico português. É necessário que se acredite que o que se faz em Portugal realmente tem qualidade, é obrigatório esquecer a ideia de que o que vem do exterior ou tem um nome estrangeiro é sinónimo de excelência. É muito importante abrir oportunidades aos novos valores portugueses, assim como não é menos importante abrir espaço aos autores portugueses em eventos realizados em Portugal. Estas “pequenas” coisas fazem com que o espectador comum seja re-‐educado e altere a sua percepção relawvamente a nós próprios (portugueses). PL -‐ Que conselhos deixas aos fotógrafos leitores da nossa revista, que ambicionem fazer carreira fotográfica? AB -‐ Em primeiro lugar é preciso gostar mesmo daquilo que se faz, pois quase sempre que fazemos algo, o nosso gosto fica expresso/visível no trabalho que produzimos. É necessário ter uma grande dose de paciência e persistência, pois por vezes os resultados e o feedback acerca do nosso trabalho pode tardar em aparecer, o que é comum. É sempre muito importante rodearmo-‐nos de pessoas com quem possamos realmente contar para ter algum feedback/críwca construwva sobre o nosso trabalho. PHOCAL PHOTOVISIONS | 61
ANDRÉ BOTO OEIRAS – PORTUGAL ANDREBOTO@HOTMAIL.COM HTTP://WWW.ANDREBOTO.COM | WWW.FACEBOOK.COM/ANDREBOTOPHOTO TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR -‐ © ANDRÉ BOTO
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p e d r o m a r w n s
1976, S. Vicente da Beira -‐ Castelo Diário de Nowcias e internacionais Branco. É Fotógrafo Profissional exemplos do El Mundo em Espanha. Freelancer há 12 anos. Encontrou na Tem também trabalhado com várias natureza o cenário perfeito, cheio de empresas e inswtuições do nosso País cores, simetrias, formas e modelos, uma em termos de imagem e promoção. fonte inesgotável de conhecimentos e É orientador de muitos cursos, beleza. Hoje em dia trabalha a workshops e passeios nas temáwcas da reportagem com temas sociais, culturais Fotografia, Natureza e biodiversidade. É e de ambiente. É fotógrafo colaborador autor das imagens no livro “Geopark regular de várias revistas destacando-‐se Naturtejo da Meseta Meridional -‐ 600 a Nawonal Geographic – Portugal, milhões de anos em imagens” e em Nowcias Magazine e revista A23 e alguns muitas outras publicações com uso das jornais nacionais como o Publico e o suas imagens. frequentemente estou na posição de testemunha de muitos Pedro Sarmento – Pedro vamos começar pelo principio, como casos, a máquina fotográfica é uma arma! A crise, as pessoas, a é que começou a fotografia na tua vida? sociedade, obriga-‐nos a ver tudo de outra maneira, de repensar Pedro MarBns Começou com uma máquina fotográfica, onde a nossa função neste mundo, também a maneira de fotografar, tudo deve começar, muito simples mas que fez o click para este lembro-‐me que quando comecei a fotografar queria as imagens mundo fascinante, depois desse dia nunca mais parei; de idílicas, sem pessoas, o mais natural possível, hoje compreendo inveswr em equipamento, de inveswr em tempo e que a paisagem humanizada tem bastante valor e que o aprendizagem. Depois foi a simbiose perfeita a natureza, onde Homem é presença neste planeta e dele depende uma fonte de gostava de estar, com a fotografia, a minha forma de expressão conhecimento, experiência e saber fazer de grande valor ar•swca. imaterial. PS – Fotografia, foi algo que rapidamente percebeste..... é isto PS – Tens cuidados especiais quando pisas determinados que eu quero para o meu futuro?? locais que vais fotografar, ou quando por exemplo pegas PM – Não, começamos por nos embrenhar na complexidade noutros fotógrafos e os levas para o campo para um workshop deste mundo, nas técnicas e equipamentos e vamos levando a é fácil gerir esse Bpo de preocupação fotografia como algo que nos preenche e eswmula a PM – Sim, escolho os locais por grande potencial para a criawvidade, depois sim, passado muitos anos percebei que fotografia, logo na maior parte das vezes bons em termos de podia fazer algo mais profissional, também porque a sociedade biodiversidade, requer cuidados especiais por isso. Sempre que mudou e tornou a fotografia mais acessível a todos, juntei a é necessário faço os pedidos de autorização necessários e claro minha experiência na altura e tentei fazer algo diferente e um ou dois reconhecimentos dos locais a visitar, no campo inovador. tento mostrar todo o trabalho na execução de imagens, entender os locais que visitamos, mostrar e dar dicas para PS – Quando pegas numa máquina e decides captar um algumas espécies e alturas do dia e perspecwvas na paisagem. momento o que eu é que vês? Limitas-‐te a ver um pássaro, Mas principalmente mostrar formas diferentes de olhar, parar uma árvore, água ou vês muito para além disso, apercebeste-‐ e pensar nas imagens, hoje em dia dispara-‐se muito e em vão, te da vida que te rodeia e tentas enquadrar tudo isso num devemos criar imagens no cérebro sobre aquilo que vamos único registo? fazer a seguir. Outro aspecto que tento obrigatoriamente falar PM – A minha ligação à natureza vem antes da fotografia, e fazer que percebam é o quanto é frágil o que fotografamos, a comecei por gostar do que me rodeava, caminhar e descobrir necessidade de sermos nós elementos awvos na preservação na todo esse mundo, comecei por idenwficar alguma da fauna e natureza, nosso local de trabalho e criawvidade, mesmo que flora antes de pensar no processo criawvo da fotografia, este temporário. conhecimento hoje é de grande valor, porque tenho um conhecimento das espécies, relações entre elas e habitats na PS – Na fotografia o que consideras mais importante? Técnica, natureza, sempre que possível tento captar não só a espécie, conhecimento, forma de olhar, sorte se é que há sorte no ato mas o habitat e a sua ligação com o meio, porque acho que não de fotografar, o momento, se pudesses escolher uma delas se pode dissociar, não sou fã de grandes aproximações por isso, qual consideravas a mais importante e porque? acho que a imagem enriquece quando mostramos algo mais. PM – É diŽcil escolher uma, enquanto lia a pergunta quase que conseguia idenwficar imagens minhas nelas todas, tenho boas PS – Em termos fotográficos és uma pessoa sensível ao que te imagens porque apurei a técnica e saiu bem, algumas foi rodeia, as pessoas, a crise por exemplo ou os problemas claramente o conhecimento do local ou da espécies, outras ambientais uma vez que que és muito adepto da natureza?? situações o olhar foi fulcral na imagem final, também sorte, PM – Muito, e acho que isso nos afecta a todos, acho que porque naquele dia algo inesperado aconteceu ou tenho uma quem fotografa tem de ser uma pessoa sensível, o olhar luz espetacular, o tal momento especial que está muito cuidado obriga-‐nos a isso mesmo. Como elemento deste dependente da sorte ou do passar muito tempo à espera dele, planeta sou bastante awvo na denuncia de casos negligentes e com máquina fotográfica por perto! Todas são importantes criminosos com a natureza, mas também na sociedade, porque principalmente no processo de aprendizagem, mas eu acho que uso a fotografia também como uma forma de comunicação e 70 | PHOCAL PHOTOVISIONS
o olhar, a nossa forma de ver o mundo pode ser decisiva no ato de fotografar para sempre. PS – Tu és um fotografo reconhecido até pelos teus trabalhos para a NaBonal Geographic entre outras publicações, como é que se chega aí?? Ou seja tu não entras num projeto desses porque Bveste sorte numas quantas fotos que te saíram bem, o reconhecimento pelo teu trabalho parece-‐me justo, é di|cil aBngir esse patamar... que lutas travaste para o conseguir? PM – A minha colaboração à Nawonal Geographic Portugal aparece com a minha escolha como fotografo do projeto de lançamento do Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, fiz toda a imagem deles um livro e uma exposição, lembro-‐me de enviar o livro ao editor, depois fui convidado a apresentar mais imagens e estabeleceu-‐se a relação que ainda hoje perdura, costumo dizer frequentemente que a oportunidade surge a cada momento, a nossa grande aposta tem de ser sempre na qualidade, pois não temos ideia onde e quem anda a ver as nossas imagens, hoje em dia as redes sociais são excelentes veículos de promoção e criação de parceiros de trabalho. No meu caso o segredo é trabalhar muito, apresentar muito trabalho, boas histórias capazes de dar boas imagens. Algumas vezes sou contactado pela revista para fazer algumas imagens, mas a maior parte das vezes tenho de ser eu o criawvo, os que procura ideias, projetos e histórias capazes de traduzir em boas imagens. É assim que tenho trabalhado para manter a relação que já dura à 10 anos. PS – Falando de fotografia, e tendo em conta que te dedicas muito à natureza, dentro deste tema tens preferências?? PM -‐ Sim, preferências que foram mudando ao longo do meu crescimento enquanto fotografo, comecei por fotografar quase exclusivamente aves, com grande inveswmento em equipamento e tempo em abrigos, depois paisagem com muitas viagens em Portugal e no estrangeiro e agora reportagem e macro, aliás tento que cada vez mais o tema de trabalho seja a Macrofotografia, considero das temáwcas dentro da fotografia de natureza mais criawvas, onde temos hipóteses de ser diferenciadores e marcar pontos atualmente no contexto do que se faz no resto da Europa. Claro que, nesta área temos de ser muito exigentes, despender muitas horas no campo, muita paciência e criawvidade são fundamentais. Na reportagem tento manter a relação de confiança com a Nawonal Geographic Portugal, também porque em termos sumários é a única revista com conteúdos de natureza e biodiversidade e mesmo de ambiente em Portugal e depois apostar nestas áreas para alguns jornais e revistas mais generalistas, que algumas vezes publicam sobre estes temas. PS – De toda a tua já vasta experiencia tens Bdo certamente casos complicados outros mais diverBdos, e até se calhar de perigo, queres relatar alguma experiencia desse Bpo, e já agora que conselho darias a alguém que pretenda fazer fotografia da natureza, nomeadamente em termos de segurança etc... PM – Sim, algumas histórias que ficam, muitos momentos bons e alguns menos bons, sei que a máquina fotográfica é muitas vezes o meu passe de entrada ou não para muita coisa, ou temos sorte e as pessoas gostam de fotografia e temos tudo ou então fecham todas as portas. Uma coisa engraçada que me acontece muita vezes é nas aldeias as pessoas perguntarem-‐me
– é para que canal de televisão? Outra coisa que me acontece frequentemente é wrar imagens de pessoas e depois pedirem-‐ me para enviar, tenho listas intermináveis de envios pendentes, razão pela qual gosto mais de fotografar bichos e paisagens não pedem para enviar imagens para o e-‐mail....ahahhaaha! Já me assaltaram a carrinha em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, por isso nunca deixar material fotográfico no carro, a seleção deste em função do que vamos fotografar, é feita em casa. Em termos de segurança acho que devemos sim arriscar, mostrar algo diferente do que já se faz, mas nada é mais importante e eswmulante que chegar a casa, por isso devemos ter sempre a noção que não vale tudo para fazer uma boa imagem, isto também se aplica em termos éwcos, as fotografias devem ser feitas no campo e não no computador! PS – Como fotografo de Natureza, que lugar no Mundo tu não gostarias de perder e de poder fazer uma boa reportagem fotográfica?? PM – Seguindo a velha máxima das viagens, a melhor viagem é aquela que nunca fiz, acho que nas reportagens também é um pouco isso, apesar de algumas ter ficado com um goswnho especial no final a melhor é sempre aquela que ainda não fiz, tantos são os temas a descobrir por aí fora. Ambicionava a cima de tudo fazer bem aqui em Portugal, dar a conhecer um pouco mais a nossa biodiversidade, só quem está um pouco dentro do meio percebe que existe muito desconhecimento com muitas espécies de flora e fauna, a fotografia de natureza também serve para isso mesmo. Como fotografo de natureza, que gosta de viajar, acho que temos muito por onde escolher, toda a América do Sul é muito interessante em termos de paisagem, áfrica pela sua excentricidade de espécies e Índia e Asia também interessante, diŽcil é escolher! PS – E dos locais que já Bveste oportunidade de visitar e fotografar, qual foi aquele que mais te tocou, seja lá de que forma fosse, um local que não esqueças mais?? PM – Impossível esquecer a Islândia, aquele Pais é obrigatório para quem gosta de fotografia de natureza, temos tudo ali, com uma grandiosidade, uma luz fantáswca e o pulsar da terra que se sente a cada passo, foram 16 dias a pé e de carro, que repewa muitas vezes se fosse possível! PS – Pedro para terminar, Projetos para o futuro? Já parBcipaste em Livros, exposições, revistas etc., tens mais alguma coisa pensada para o futuro? PM – Muitas ideias, pouco tempo e poucos apoios para as levar para a frente, ainda assim vamos trabalhando em alguns projetos pessoais nos preenchem e eswmulam a conwnuar a fazer fotografia. Estou neste momento a fazer a revisão de uma reportagem e mapa na Nawonal Geographic Portugal, onde assino as imagens da reportagem de 8 páginas e todas as imagens do mapa que acompanha a revista, foram três semanas a fotografar o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional que estará nas bancas em Agosto. Também enquanto terminava esta entrevista atendi uma chamada e mais um contacto para uma awvidade na área da fotografia de natureza nas aldeias do xisto para toda a família, dá para perceber que o segredo é não parar, porque os projetos aparecem naturalmente... PHOCAL PHOTOVISIONS |71
PEDRO MARTINS FOTÓGRAFO FREELANCER -‐ CASTELO BRANCO – PORTUGAL INFO@PMARTINS.NET | HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/PEDROMARTINS.PHOTOGRAPHY TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR – © PEDRO MARTINS
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Tiago Xavier nasceu no Porto em 1985. Hoje é fotógrafo, mas podia ter sido designer ou arquiteto. Ou veterinário. Criado em Torres Vedras, ainda em miúdo, wrou as suas primeiras fotografias com uma máquina das tartarugas ninja. A cara de Rafael, a tartaruga de fita vermelha, aparecia carimbada nos seus primeiros ensaios. A mãe nunca se atreveu a chamá-‐lo mais do que uma vez para jantar quando ele estava entrewdo a desenhar ou a fotografar: “não era capaz de interromper um momento desses”. Bem cedo começou a captar o mundo à sua volta. Primeiro, desenhando tudo aquilo que via. Depois, com o recurso à sua grande amiga máquina fotográfica. Viu a química e a Žsica de uma analógica transformarem-‐se na electrónica e informáwca de uma digital. Mas não lhe perdeu o encanto. O fascínio pela imagem e a busca incessante pela perfeição deixaram-‐no crescer ao sabor PS -‐ Tiago, tanto quanto sei, o teu gosto pelas artes começa cedo e não foi preciso muito tempo para te destacares na
fotografia. Mas sempre foi esse o teu sonho, ou Bnhas objecBvos em outras áreas? TX -‐ Desde já agradeço pelo convite e dou os meus parabéns à publicação. De facto, eu desde muito cedo que comecei a expressar-‐me através do desenho. Senw sempre um grande apoio por parte dos meus pais e amigos a explorar o meu lado ar•swco. Conforme fui crescendo, aumentou a minha sensibilidade e curiosidade em relação a outras artes. Tenho formação académica em Design de Comunicação, mas a minha paixão pela imagem e cinema acabaram por falar mais alto. PS -‐ Quando é que decides enveredar pelo profissionalismo e como é que o conseguiste tão cedo? Sim, porque tu és, e desculpa o termo, um “Puto Novo” já com um por}ólio invejável. TX -‐ Comecei cedo. Por volta dos meus 20 anos, estava eu na universidade a estudar design, e já ia fazendo uns trabalhitos por fora, tanto de fotografia como de design gráfico. Quando dei por mim, o curso deixou de fazer senwdo, pois aprendia muito mais com a experiência que ganhava a trabalhar. Conwnuei a ganhar clientes e a mostrar e aumentar o meu poršólio. Com o tempo e com a valorização que as pessoas foram dando ao meu trabalho fotográfico, deixei o design de lado e persegui outros sonhos -‐ Fotografia e Cinema. 80 | PHOCAL PHOTOVISIONS
dos cliques que se foram ouvindo à sua volta. A dedicação foi aumentando e os Pais nunca wveram coragem para o parar. Pelo contrário: “o caminho que ele escolheu já wnha nascido com ele”, como dizem aqueles que há mais tempo o conhecem. Apesar de tudo, o Tiago não seria capaz de casar com a sua máquina. Diz que a relação que mantêm é “estritamente profissional”. Depois de estudar e formar se em Design, em Aveiro, onde cresceu, Tiago experimentou e seduziu o mundo da fotografia de moda, retrato, entre outros. A dedicação e curiosidade que pôs em cada disparo levaram-‐no longe. Mas, como perfeccionista que é, ainda queria (e quer) aprender mais. A irreverência e originalidade da sua fotografia ainda surpreendem os amigos, mesmo aqueles que já o viram fotografar este mundo e o outro. Mais tarde, e já em Lisboa, dedicou-‐se a uma produtora, onde trabalha atualmente rodeado de amigos. Desde então, tem viajado pelo mundo do audiovisual. Além de fotografar, trabalha em publicidade e cinema, onde já se aventurou na direção de fotografia, chegando mesmo a assinar alguns spots publicitários, curtas-‐ metragens e videoclips. A mesma precisão e o rigor com que dispara o obturador fazem dele um homem capaz de captar os pormenores mais ínfimos da vida também em vídeo. Mas ainda não chega: Tiago ainda quer ser responsável por campanhas de publicidade, quer fotografar pandas e deixar a sua marca em projetos de ficção que se destaquem pela sua qualidade. Quer e vai conwnuar a aprender e a aperfeiçoar o seu trabalho cada vez mais. A irreverência e o experimentalismo vão conwnuar a dar asas à sua fotografia e a quem se cruzar com ela. E é com ela, com a fotografia, que o Tiago vai conwnuar a contar estórias e a guardar a sua história. Hoje, Tiago é fotógrafo, mas podia não ter sido e aí é que está! Rita Oliveira, Julho 2012 PS -‐ Voltando atrás, como foi que começaste a fotografar? Tiveste influências ou veio apenas do teu gosto pela arte que te impeliu a fazer experiências? TX -‐ Não wve uma influência direta. Só já muito mais tarde, no meio profissional, é que wve contacto com outros fotógrafos. Comecei a fotografar com mais frequência com a chegada do digital. No final da adolescência já me wnham passado vários modelos de câmaras fotográficas pelas mãos. Habituei-‐me a ter sempre uma câmara como companhia e nunca saia à rua sem uma. O meu gosto pela cultura da imagem e da sua criação fez da fotografia uma necessidade. Consumi sempre muitas revistas, livros e filmes, o que aumentou o meu imaginário visual. PS -‐ A moda e a publicidade são recorrentes no teu trabalho. O que é que te atrai nessas áreas? TX -‐ O arwficial, a ficção e o conceptual. Gosto de contar estórias. Estas áreas transpiram criawvidade e isso vê-‐se nos trabalhos mais interessantes. Também me atraem muito por exigirem um perfeccionismo acima da média, afinal de contas, na maior parte das vezes o objecwvo é vender e tudo na imagem tem que estar perfeito. PS -‐ Também tens retractos fantásBcos. Como foi para B fotografar, por exemplo, o Herman José?
TX -‐ O retrato para mim é sempre muito recompensador. É conhecer uma pessoa nova e no fim mostrar ao mundo o que essa pessoa é aos nossos olhos, e o que ela se permiwu a revelar de si mesma. No caso do Herman José, foi a primeira vez que o conheci. Como fã que sou e sempre fui, desse Grande Arwsta português, por vezes tão pouco compreendido, estava nervosíssimo. O trabalho era um editorial para uma revista. Acompanhei uma equipa de jornalistas na sua entrevista ao “Zézinho” e conheci de perto, o que já desconfiava, um homem muito culto, com muitas estórias para contar e uma humildade e disponibilidade enorme. Tive pouco mais de 5 minutos para o fotografar. Improvisei um pequeno flash num tripé com uma mini so‘box e aproveitei ao máximo o que o local me podia dar, mesmo que minimalista. Foi uma sessão muito curta e crua. Ainda me orgulho muito do resultado. Acho que consegui mostrar o homem simples que conheci, por detrás da estrela que é. PS -‐ Apesar de, como já referi, seres ainda um jovem. Tens integrado em equipas de grande produções áudio -‐ visuais. Para marcas como por exemplo a Vodafone, Unitel, Mini Preço e mais recentemente para a Milaneza, entre outras. Como é que te sentes quando és chamado a parBcipar em trabalhos dessa dimensão? TX -‐ Sinto-‐me valorizado e com uma grande responsabilidade. Tenho wdo a oportunidade de trabalhar ao lado de grandes profissionais e isso só me enriquece. Mais importante ainda é trabalhar ao lado de amigos, o que torna todo o resto mais fácil. Ter todo o wpo de meios ao nosso alcance, que estas produções permitem, abre-‐nos todo um mundo de possibilidades, e deixa de haver desculpas. Fica tudo a depender de nós e da nossa criawvidade quando nos põem à prova. Está muita coisa em jogo. Gosto também do factor tempo, que é tão curto na maior parte destes trabalhos e faz-‐nos evoluir mais rapidamente. PS -‐ Tu mostras, no teu trabalho, várias áreas da fotografia, tens alguma preferida? TX -‐ Acho que é o retrato. Desde que envolva seres vivos, pessoas ou animais, sinto-‐me em casa. PS -‐ Tiveste mentores? Quais são as tuas influências fotográficas? TX -‐ Eu sou autodidata. Como já disse só mais tarde, já a trabalhar, wve contacto com outros fotógrafos. Nomeadamente com muitos mais anos de experiencia que eu. Mas sempre fui um assíduo consumidor do que de melhor se faz por esse mundo fora. Mais nas áreas da publicidade, retrato e moda. Não me sinto diretamente influenciado por nenhum fotógrafo específico, mas admiro e aprendo muito com o trabalho de muitos fotógrafos, como por exemplo Amy Leibovitz ou David Lachapelle. PS -‐ És mais fotógrafo de rua ou de estúdio? TX -‐ Mostro mais o que faço em estúdio, mas de momento prefiro trabalhar mais em exteriores, e acho que foi o que sempre fiz mais. Canso-‐me de estar sempre fechado em estúdio e no meio de luzes arwficiais.
PS -‐ És um fotógrafo que escuta as ideias dos outros ou segues sempre um rumo que defines na tua forma de viver a fotografia. TX -‐ Considero o trabalhar em equipa muito importante no que faço. Assim, mostro-‐me sempre disponível e sou sensível ao que os meus colegas têm a dizer para enriquecer o que estamos a fazer. Nem falo nos clientes, que têm sempre a úlFma palavra. Contudo, tenho uma visão muito concreta do que quero fazer e sei juswficar bem a minha ideia para que sobreviva. Nesse senwdo construo e protejo o meu trabalho com uma idenwdade muito própria. PS -‐ Também já fizeste umas incursões pelo fotojornalismo. É algo que te agrada ou preferes ser mais criaBvo nas imagens que fazes e não tanto um mero espectador? TX -‐ Agrada-‐me. Mas tenho consciência que nessa área sou um mero curioso. O meu trabalho pessoal passa mais pela encenação e controlo total no processo da criação da imagem. No entanto, a reportagem de vida selvagem é algo que me atrai muito. Gostaria de numa fase mais avançada de carreira e despreocupação na vida, poder me aventurar um bocadinho nesse ramo. Pois junta duas grandes paixões, a fotografia e a natureza. PS -‐ O que é que ambicionas para o teu futuro profissional? TX -‐ A médio prazo quero instalar-‐me mais no meio da publicidade. Assinar uma campanha para uma grande marca. Conwnuar os meus trabalhos pessoais de realização e direção de fotografia. PS -‐ Como é que vês o que te rodeia? Tens preocupações sociais na tua fotografia e na elaboração dos teus trabalhos? TX -‐ Não acho que é uma constante, mas tenho essa preocupação consciente no meu trabalho. Sei, no entanto, que posso dar um grande contributo para algumas causas. Estou sempre disponível a receber convites para projetos com fins de apoio social. Se é bom senwr-‐me úwl a fazer o que melhor e mais gosto de fazer, é bom fazer algo pelos outros. PS -‐ Tiago, como vês o panorama fotográfico nacional? Fala-‐se muito de fotógrafos de outras nacionalidades, mas e Portugal? Temos bons profissionais? TX -‐ O contacto que tenho wdo com o ramo da fotografia publicitária em Portugal, mostra que são quase sempre fotógrafos estrangeiros os favoritos das agências, talvez por isso mesmo, por serem só de outra nacionalidade. São exówcos. É triste porque não vejo outra razão, nem sequer o trabalho é melhor. Temos muito bons fotógrafos, mesmo muito bons. É mesmo triste. É o País que temos. Tal como em tantas outras áreas, os portugueses só nos dão valor depois de sermos reconhecidos lá fora. PS -‐ Para terminar, uma pergunta simples. Qual é a fotografia que não gostarias de falhar na tua vida? TX -‐ Não me parece nada simples a pergunta. Quero fazer ainda tanta coisa. Fotografar tanta gente. Para mim o mais importante é fazer o que gosto e ser feliz. Sem dúvida que a nível pessoal retratar uma família que venha a construir e ir registando a sua história até ao fim dos meus dias, vai ser o melhor trabalho que poderia encomendar a mim próprio. PHOCAL PHOTOVISIONS |81
TIAGO XAVIER LISBOA – PORTUGAL INFO@TIAGOXAVIER.PT |WWW.TIAGOXAVIER.PT | HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/TIAGOXAVIERPHOTOGRAPHY TODAS AS IMAGENS ESTÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS DE AUTOR – © TIAGO XAVIER
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FOTO VENCEDORA: PEDRO CARMONA SANTOS | OLHOS NOS OLHOS | LISBOA | FEV 2011
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concursos temáwcos
PAG 90 | PEDRO CARMONA SANTOS | OLHOS NOS OLHOS | LISBOA | FEV 2011 PAG 90 | LUIS FELICIO | EU | LISBOA | JUL 2012 PAG 91 | FATIMA CONDEÇO | O ZÉ | NAZARÉ | AGO 2009 PAG 91 | JORGE MANUR | BAMBIOLHAR | ALGARVE| JUN 2012 PAG 91 | MÁRIO MEDEIROS SANTOS | NICOLAS | ABRANTES |SET 2003 PAG 91 | RICARDO MENDES | “ESSE TEU OLHAR” | SESIMBRA | MAR 2011 PAG 91 | DINA BALTAZAR | ESPELHO MEU | ALENTEJO | NOV 2012 PAG 92 | HELENA MIGUEL | OLHAR AGUÇADO | BELMONTE| AGO 2011
PAG 92 | JORGE SILVA | OLHAR INCOENTE | CANTANHEDE | JUL 2012 PAG 92 | JOÃO VAZ RICO | HALF SOUL | ABRANTES | JUN 2012 PAG 92 | JOSÉ SOBRAL | DE ATALAIA | SANXENXO | ABR 2012 PAG 93 | MARIA LÁZARO | ONE EYE | ZOOLÓGICO | JUL 2012 PAG 93 | NUNO DE SOUSA SIMPLESMENTE UM OLHAR | SINTRA | DEZ DE 2011
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