Atrás das portas - machismo

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Atrás das portas Jornal PIBIC IFG—Senador Canedo—GO | Agosto —2016 N° 03

MACHISMO


Atrás das portas

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EDITORIAL

Com alegria apresentamos aos nossos leitores o terceiro número do jornal Atrás das Portas, fruto do projeto de inciação científica em filosofia intitulado Engenho Filosófico: Pensando Sobre Sexualidade, integrado por Gabriella Rodrigues do Nascimento, Samilla Alves Tavares e Thainá Oliveira de Sena, estudantes do curso técnico integrado ao ensino médio em Mecânica do IFG – Câmpus Senador Canedo. Consolidando seu propósito de divulgar textos de autoria discente, este novo número, em sintonia com os 10 anos da Lei Maria da Penha, discute machismo e violência contra as mulheres. Debater este tema, de uma atualidade incontestável, traz à superfície inquietações que atravessam nossas relações afetivas, familiares e profissionais, podendo causar algum desconforto. No entanto, o desconforto, assim como o estranhamento e a curiosidade, são móveis do nosso pensamento. Estar desconfortável com uma ideia, na maoiria das vezes, significa que fomos por ela tocados, interpelados, atravessados; isso nos impulsiona a pensar de outra maneira. Os textos que compõem este número dão forma às inquietações, dúvidas e desconfortos presentes em nossas relações. O artigo de abertura, escrito por Thainá Oliveira, discorre com pitadas de ironia sobre o machismo e seu enraizamento social. Na sequência, o leitor poderá acompanhar as reflexões de Gabriella Rodrigues sobre a cultura do estupro. O terceiro texto redigido por Samilla Alves trata os conceitos de homossexualidade e homofobia em uma perspectiva histórica. Em seguida, Thainá Oliveira apresenta ao leitor um texto de apoio aos estudantes que ocuparam o Câmpus Cidade de Goiás do IFG em protesto ao racismo e à homofobia. Seguindo a leitura, há um pequeno texto de Samilla Alves inspirado em Simone de Beauvoir que interpela os motivos da desigualde de gênero. Ao final, as autoras apresentam uma entrevista com servidor do IFG. Além disso, o jornal é pincelado do começo ao fim com bom humor e entusiasmo. Este terceiro número encerra um ciclo de debates e discussões. Deixamos aqui nosso muito obrigada àqueles que nos auxiliaram nessa tarefa. Mas não pensem que é o fim. Voltaremos com novidades no quarto número do Atrás das Portas. Boa leitura.

Marcela Castanheira


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Machismo: o que é? Será que sabemos mesmo?

N

ão vivemos em uma sociedade machista.

O machismo, ao contrário do que pensam, é uma qualidade inata a homens que possuem virilidade e macheza. E por possuírem qualidades inatas e superiores, mulheres tem inveja e por isso lutam constantemente contra homens para que eles se

agredidas, violentadas e inferiorizadas por, simplesmente, serem mulheres! A ideologia machista está impregnada nas raízes culturais da sociedade há séculos, tanto no sistema econômico e político mundial, como nas

sintam inferiores. Todos os dias, homens são atacados, agredidos, violentados e inferiorizados por, simplesmente, serem homens! O sistema matriarcal está tão arraigado em nossa sociedade, que homens são objetificados o

religiões, na mídia e no núcleo familiar, este último

tempo inteiro, são colocados pela mídia como

apoiado em um regime patriarcal, onde a figura

mercadorias e são rotulados para que pensem e

masculina representa a liderança.

ajam de determinada forma. Eles têm seus corpos controlados a todo momento, como marionetes. E isso tudo é culpa de quem? Isso mesmo, de mulheres invejosas, do feminismo. Opa! Há algo de errado. Devido ao senso comum e à falta de informação, podemos passar a

Neste cenário, a mulher encontra-se num estado de submissão ao homem, perdendo o seu direito de livre expressão ou sendo forçada pela sociedade machista a servir e assistir as vontades do marido ou do pai, caracterizando um tradicional regime patriarcal.

acreditar que o machismo seja realmente isso, e

O ideal machista divide o mundo em "o que é

que mulheres são mesmo as vilãs. Contudo, a rea-

feminino" e "o que é masculino", como profissões,

lidade é outra. E para entendermos melhor, é ne-

trejeitos, expressões, manifestações, comportamen-

cessário reescrevermos esta história.

tos, emoções e etc. De acordo com a convenção

Nós vivemos sim em uma sociedade machista. O machismo, ao contrário do que pensam, é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o sexo masculino sobre o feminino. Todos os dias, mulheres são atacadas,

social do machismo, o homem deve seguir o estereótipo masculino, enquanto a mulher deverá agir segundo o que foi pré-definido como feminino. A mulher deve ser de casa, lavar a louça, as roupas, a casa, fazer a comida, cuidar dos filhos e ainda ter tempo para ser bela e ‘feminina’. Enquanto o marido só pode ter tempo para o trabalho e, ao chegar


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em casa, deve descansar e ser servido por sua bela

dos elos dessa corrente tão dura que somos obriga-

esposa.

dos a suportar. Enquanto eles existem, crianças

Assim, essa ideia de que homens são para

crescem com complexos por sofrerem bullyng na

trabalhar fora e mulheres só servem para ser donas

escola, por verem suas mães apanhando, bebês/

de casa vai se enraizando nas famílias. Os filhos

crianças/adolescentes/mulheres são estuprados (as),

são acostumados a ver suas mães sendo submissas

pessoas matam e pessoas morrem. A igualdade de

e inferiorizadas por seus maridos. Os filhos ga-

gênero é mais do que necessária, é essencial. Con-

nham como presente videogames e carrinhos, fi-

tudo, ela não pode ser construída com um sistema

lhas ganham bonecas, fogãozinhos e casinhas para

que privilegia e oprime pessoas, ela deve ser cons-

brincarem. Sem perceber, pais também vão edu-

truída com suas bases em um sistema igualitário e

cando seus filhos para serem instrumentos de uma

justo para com todos.

cultura machista e opressora. Thainá Oliveira

É através de estímulos desta forma e de estímulos feitos pela mídia, que a mulher vai sendo tratada como um ser sem voz e sem direitos, e é assim que a violência contra a mulher só vai crescendo. A mulher é a todo momento vulgarizada, sendo retratada como a ignorante da história. Assim, a violência contra a mulher vai sendo banalizada e tratada como algo natural em nossa sociedade. Já que as mulheres supostamente não se dão ao respeito, também não merecem ser respeitadas. Com isso, percebemos que o machismo não é nada legal. Porque ele abusa, destrói e até mata. E fica a pergunta: será que o machismo tem medo de mulheres? Porque está claro o ódio que ele tem em relação à elas, e como, através da mídia, dissemina preconceitos e estereótipos na sociedade, perpetuando a desigualdade de gênero. Não é rebeldia querer o fim deste sistema tão opressor. É necessidade. Devemos nos libertar

Filmes 

O silêncio de Melinda (2014)

Terra fria (2006)

Virou o jogo (2012)

Nunca mais (2001)


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Cultura do estupro?

enso que ler o tema que vai ser abordado neste texto cause alguma reação de dúvida e de estranhamento a você leitor, mas creio que já tenha ouvido falar de cultura do estupro. Nesses últimos meses em nosso país, aconteceram diversos casos de estupro. Não que antes não houvesse, mas devido à brutalidade dos casos, tenha começado a se discutir se vivemos ou não em uma sociedade que alimenta uma cultura do estupro.

Os dados da nota técnica do IPEA mostram que 88% das vítimas de violência sexual são mulheres, 90% dos agressores são homens e apenas 10% dos casos são registrados pela polícia. Ainda assim, como abordado numa matéria da Superinteressante, o estupro é o único crime onde a vítima é julgada junto com o criminoso. A segurança que todo cidadão sente ao procurar a polícia quando é furtado ou assaltado não

Definindo conceitos: cultura é todo aquele complexo que inclui o jeito de agir, o conhecimento, a moral, a arte, crenças e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano; estupro é a prática não consensual do sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer natureza. Então, imagino que você, leitor, entenda que qualquer prática sexual sem o consentimento de uma das partes é estupro!

existe para as vítimas de estupro. Ao contrário da

Agora, conhecendo o que cada uma das palavras-chave deste texto significam, vamos buscar entender o que quer dizer cultura do estupro!

mos, e justificarmos a violência sexual. Culparmos a

Foram divulgados dados de pesquisas sobre a violência contra a mulher que chocaram a todos. Mas eu pergunto: são tantos e tantos casos que ouvimos falar, que já não nos acostumamos que o estupro aconteça? Até nos horrorizamos, mas querendo ou não, se tornam apenas mais dados, mais estatísticas. No fim não dão em nada.

maioria dos crimes, onde a vítima precisa apenas informar às autoridades o que sofreu e essas autoridades entendem o seu relato como algo legítimo, as vítimas de estupro não são legitimadas já de início. E o que faz surgir o questionamento sobre essa cultura do estupro é justamente o fato de banalizarvítima como se ela pedisse para ser estuprada, só porque usa um shortinho curto ou um vestido colado. A culpa nunca é da vítima! É como se, então, alguém que é roubado fosse culpado também por sair com os seus pertences. Essa cultura está presente nas propagandas, novelas, seriados e livros em que a mulher é objetificada. Em alguns casos, as novelas chegam a romantizar o estuprador. As pessoas não são ensinadas a não estuprar, e sim a como não serem estupradas. O alicerce dessa cultura é o machismo! Então, com esse texto, leitor, quero que perceba a cultura em que vivemos, que normaliza o estupro e culpabiliza a vítima. A culpa nunca é da vítima e sim do agressor! Gabriella Rodrigues Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-cultura -do-estupro


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Conceituando: homossexualidade e homofobia

O

termo homofobia refere-se ao ódio, ao

Justiniano. Ele vinculou todas as relações homosse-

preconceito, à repugnância, a uma série de atitu-

xuais ao adultério para o qual se previa a pena de

des e sentimentos negativos que algumas pessoas

morte. Mais de 17 mil pessoas foram incriminadas

nutrem contra os homossexuais, os bissexuais e

e 3 mil condenadas por sodomia, numa população

até mesmo com pessoas transgêneros e intersexu-

de 40 mil habitantes. No século XX, a lobotomia

ais. O homofóbico pode reagir perante os homos-

foi declarada como um meio de cura gay. Na mes-

sexuais com agressões físicas, calúnias, insultos

ma época, diversas pessoas lutaram pelo fim do

verbais, gestos, ou com um convívio social basea-

preconceito e descriminação e a abolição da classi-

do na antipatia e nas ironias, modos mais disfar-

ficação de doença.

çados de se atingir o alvo, sem correr o risco de

A situação só começou a mudar no fim do

ser processado, pois fica difícil nestes casos com-

século passado, quando a discussão passou a se li-

provar que houve um ato de homofobia.

bertar de estigmas, quando a homossexualidade foi

Homossexualidade refere-se à característica

tirada da lista oficial de doenças mentais. Durante

ou qualidade de um ser que sente atração física,

os anos 80 e 90, a maioria dos países desenvolvidos

estética e/ou emocional por outro ser do mesmo

descriminalizou a homossexualidade e proibiu a

sexo ou gênero. Ao longo da história da humani-

discriminação contra gays e lésbicas. Em 2004, o

dade, os aspectos da homossexualidade foram

Supremo Tribunal dos Estados Unidos invalidou

admirados, tolerados ou condenados.

todas as leis estaduais que ainda proibiam a sodo-

Antigamente, ninguém saía dizendo por aí que fulano era gay, mesmo que fosse. Por milha-

mia. Samilla Alves

res de anos, o amor entre iguais era tão comum

Fontes: http://www.bulevoador.com.br/2011/07/a-

que não existia o conceito de homossexualidade.

guerra-sem-sentido-contra-a-homossexualidade

As relações sexuais não eram hierarquizadas por

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/

meio de uma distinção daqueles que optavam pe-

vale-tudo-homossexualidade-antiguidade-435906.shtml

los hábitos homossexuais ou heterossexuais. Isso começou a mudar com o advento do cristianismo. O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a máxima exigida por Deus: “Crescei e multiplicai-vos”, usando o sexo para o único fim de procriar. O primeiro texto de lei proibindo sem reservas a homossexualidade foi promulgado em 533, pelo imperador cristão


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Ocupação no IFG - Cidade de Goiás Professor, machista, racista, homofóbico.

vinham sofrendo. Usaram inúmeros artifícios para

Sim ele existe. Eles existem. O machismo também

serem ouvidos: cartazes, redes sociais, abaixo-

vai à escola. O racismo. A homofobia. Mas nem

assinados pedindo a exoneração do professor. Or-

sempre eles conseguem o seu espaço. E que bom.

ganizaram diversos movimentos que promoveram

Há mais de dois anos, estudantes do Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e

a mobilização de outras instituições. Eles não se calaram. E não permitiram serem calados.

Tecnologia de Goiás — Câmpus Cidade de Goiás

Estes professores estão por aí. E também

vinham sofrendo com abusos de um professor que

servidores. E gestores. Não podemos nos calar di-

chegava a oferecer nota para sair com alunas. Vá-

ante de uma opressão ou desrespeito. Fatos como

rios alunos foram vítimas de racismo, LGBTfobia,

este não podem ficar impunes e devem ser denun-

preconceito, assédio sexual e intolerância religiosa

ciados. Não queremos desrespeito em um lugar em

por parte deste. Chegou ao ponto de perguntar se

que deveríamos aprender condutas de socialização.

uma aluna chegou atrasada porque estava na sen-

Não queremos desrespeito em lugar nenhum!

zala. Só no Conselho Tutelar da cidade, foram fei-

Movimentos assim são necessários, pois

tas mais de trinta denúncias contra este professor.

casos assim ocorrem e permanecem por baixo dos

E nada. A situação chegou a tal ponto, que os estu-

panos, não são denunciados, fazendo com que essa

dantes não puderam mais suportar.

cultura opressora se mantenha em seu pedestal,

Diante da indiferença com que a situação

oprimindo e reprimindo. E não deve ser assim.

foi tratada, os estudantes tiveram que reagir. Na

Não somos objetos, nós temos a nossa voz e ela

manhã do dia primeiro de julho, os estudantes ocu-

não deve ser calada.

param a instituição para denunciar os abusos que

Thainá Oliveira


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Cultura do estupro De um até trinta, em um país sem leis. Espanca, abusa e mata. Mulher no Brasil não tem vez. Fuja e se esconda, para não tomar tapa. Lá vem ela de shorts curto. O homem parte para o insulto. É a cultura do estupro. A de que mulher boa só existe no culto. Ela não tem liberdade. Em um mundo de covarde.

Músicas

É muito ser humano sem amor. Na loucura de por na vida da mulher apenas sofrimento e dor. Ugo Accorsi

Ele bate nela - Simone e Simaria

1° de julho - Cássia Eller

Pagu - Rita Lee e Zélia Duncan

O segundo sexo Como foi dito por Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Da mesma forma, ninguém nasce homem, torna-se homem. Vivemos em uma sociedade em que tudo é ditado por regras e por um estilo cultural. Ninguém nasce com uma forma de agir e pensar pré-definida. Tanto o homem, como a mulher são formados no útero da mãe, possuindo DNA do pai e da mãe, os dois possuem vazos sanguíneos, órgãos genitais. Os dois adquirem ainda interesses, prazeres, capacidades de conhecer e explorar a vida. Ao crescer, meninos e meninas começam a criar sua personalidade, porém seu desenvolvimento será influenciado quando a sociedade impor o que se deve ou não fazer, o que é certo e o que é errado. E é aí onde tudo começa. As meninas ficam em casa brincando de boneca e casinha, não mexendo em coisas pesadas ou que possam machucá-las, caracterizando-as como frágeis, indefesas e sentimentais. No entanto, os meni-

nos saem para a rua, se machucam e correm perigo, aprendendo lições severas. E se não for assim, serão enquadrados como “menininhas”. Como percebemos, a nossa sociedade, que é machista, vai formando nosso gênero, intervindo em nossas escolhas, que deveriam ser pessoais. O foco central ao qual trago aqui, caro leitor, é que essas questões são construções sociais e da mesma forma que foram construídas, podem ser reconstruídas. E deixo aí a reflexão: por que o rosa tem que ser uma cor feminina e o azul uma cor masculina? Quem concordou com isso? Por que meninas ganham bonecas e meninos carrinhos? Seria uma preparação para a submissão no futuro? Pensemos. Samilla Alves


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Através de uma música podemos passar uma ideologia, uma forma de pensar, seja ela boa ou não. A música abaixo é de cunho reflexivo e peço que ela seja lida com atenção e tudo que foi dito até aqui, neste jornal, sirva para refletirmos a respeito dos valores que queremos carregar e dos ideais que queremos defender.

Camila, Camila - Nenhum de nós Depois da última noite de festa Chorando e esperando amanhecer, amanhecer As coisas aconteciam com alguma explicação Com alguma explicação Depois da última noite de chuva Chorando e esperando amanhecer, amanhecer Às vezes peço a ele que vá embora Que vá embora Camila Camila, Camila Eu que tenho medo até das suas mãos

A lembrança do silêncio Daquelas tardes, daquelas tardes Da vergonha do espelho Naquelas marcas, naquelas marcas Havia algo de insano Naqueles olhos, olhos insanos Os olhos que passavam o dia A me vigiar, a me vigiar Camila Camila, Camila

Mas o ódio cega e você não percebe Mas o ódio cega

Camila Camila, Camila

E eu que tenho medo até do seu olhar Mas o ódio cega e você não percebe Mas o ódio cega

E eu que tinha apenas 17 anos Baixava a minha cabeça pra tudo Era assim que as coisas aconteciam Era assim que eu via tudo acontecer


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Por outros ângulos ... A entrevista a seguir possui o objetivo de produzir uma reflexão a partir do ponto de vista de um terceiro, possibilitando a você, leitor, se identificar ou não com ele. De maneira nenhuma queremos expor alguém aqui, o objetivo não é este e devido a isso o entrevistado permanecerá em anonimato.

Entrevistadora: A respeito do feminismo, você acredita que ele não é mais necessário, pois homens e mulheres já estão em condição de igualdade social?

nados valores que são esperados de uma mãe e dona de casa e aquelas que não carregam esses valores. Lembrando que não há isonomia, existem pessoas que não pensam assim.

Anônimo: Eu não diria que eles estão em condição de igualdade social, mas dependendo do modo como você observa o feminismo, talvez, já seja necessário que ele seja revisto.

Entrevistadora: Você concorda que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher?

Entrevistadora: Você acredita que a criação da Lei Maria da Penha foi importante ou apenas privilegia mulheres? Anônimo: Eu acho que foi extremamente importante. Até porque ela foi criada em um momento histórico em que a mulher realmente precisa muito de ser resguardada. Ainda estamos em um momento que ela precisa desse cuidado. Não atingimos ainda o momento de dizer que a mulher não é mais violentada e colocada em situações de subjugo.

Entrevistadora: Em relação ao aborto, você acredita que quem deve decidir a respeito seja a mulher? Anônimo: Eu acredito que qualquer coisa que seja referente a um corpo, às possibilidades, situações de cada ser humano é ele que deveria decidir e não um terceiro julgar o que é melhor ou não, independente de ser mulher ou homem.

Entrevistadora: E aquela história de que há mulheres para casar e mulheres para pegar: o que você acha disso? Anônimo: (risos) De acordo com os meus valores não, não há essa diferença. Mas conversando e convivendo com jovens e com outras pessoas, a gente percebe que há sim essa diferenciação. Em alguns momentos ela pode até cair por terra, mas ainda temos vários valores que vão separar aquelas que são tidas como mulheres para casar, que vão guardar determi-

Anônimo: Apesar de eu achar que é necessário ajuda para os casais em determinados momentos, essa ajuda, se não for bem vista pelo próprio casal, não vai adiantar em nada. Então essa questão de não meter a colher vai de encontro a necessidade de cada casal resolver. Casos e casos em que pessoas tentam ajudar, no final da história, o casal reata e quem tentou ajudar é que fica em maus lençóis.

Entrevistadora: Você acredita que a igualdade social nunca vai existir porque homens e mulheres são diferentes biologicamente? Anônimo: Uma coisa é você falar em biologia, outra coisa é você falar em social. Talvez eu não acredite numa igualdade social por eu não acreditar que o ser humano aceita a igualdade, mas não pelo fato biológico.

Entrevistadora: Na nossa sociedade, você acredita que há uma tendência de se culpar a vítima pelo estupro que ela sofreu devido suas roupas e comportamentos? Anônimo: Há uma tentativa de se encontrar um culpado, que não seja aquele que fez a ação. No entanto, mesmo que não haja um short curto ou uma situação, nós ainda temos na sociedade valores que defendem a possibilidade do macho agir como tal e aí nós estamos indo além da questão humana.


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Jogo dos sete erros


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