Transcrição dos áudios das entrevistas dos técnicos dos laboratórios do IFTM. Laboratório de análises de carne. Entrevistado: Técnico em alimentos, formado em Vassouras, sistema Efijanio. O requisito mínimo para se trabalhar ali na “planta” era ser técnico. Como os professores utilizam esse espaço? “Então, a principio como vocês viram, antigamente, há uns dois anos atrás, o intuito dessa planta aqui era ser um planta que desse aula, realmente tinha carteiras pra aula e utilizava o quadro, hoje não mais né, porque não tinha esses blocos de salas de aulas como está tendo agora. Aqui funciona da seguinte maneira: os professores agendam aula prática, eles tem uma carga de que 40% da disciplina do curso deles tem que ter aula prática, aqui é especifico de carnes e análise sensorial, especifico pra todos laticínios vegetais.” Os alunos, como eles utilizam o espaço? “Geralmente é feito uma rotina antes da aula, passado um bom tempo dessa aula os alunos veem pra cá, geralmente os professores divide os grupos em competências, por exemplo: fica responsável uma equipe pela higienização, outra responsável por manusear o alimento. Nós como técnicos, eu particularmente, não atrapalho muito alunos de estar usando os equipamentos, mas estou sempre próximo pra se precisar interferir em algum tipo de brincadeira, pois essa planta especificamente é a mais perigosa delas, como é a que lida com carne são equipamentos cortantes, roscas sem fim, então tem que tomar muito cuidado aqui, mas o ideal é deixar os alunos trabalharem com liberdade, manusear e a gente dar somente orientações.” Quando você fala planta... “Eu falo planta, alguns falam laboratório, mas a gente não faz análise aqui. Aqui, para mim, é uma planta piloto. O que seria uma planta piloto? A gente tem equipamento de escala industrial, outros não de escala industrial e aqui simula uma área de processo, então isso aqui pra mim é uma planta de processamento, ela reduz a realidade de uma indústria, mas entra na sensação do que é.”
Após uma aula aqui na “planta” como você vê os alunos, eles são motivados, como que é? “Aqui quem mais usa o espaço é a professora Isaura, do curso de Agroindústria, ela é uma professora diferenciada, ela tem muita experiência, é simpática e ela é aquela pessoa que sabe liderar sem ficar dando ordem, sabe como é? Então aproveita muito, a questão é o seguinte: têm alunos que têm a facilidade pra aquilo, outros descobrem na sequência do curso, vamos supor: aluno do primeiro ano você dá uma aula prática é um aluno que fica mais quieto, no canto, desanimado, mas quando você vê ele mais pra frente no curso já esta craque, porque vive isso aqui, então eles ficam motivados sim. Na verdade, os alunos do primeiro ano até reclamam quando não tem aula prática, porque a vontade deles é por a mão na massa. A intenção desse curso técnico é você passar a teoria na sala de aula e fixar ela aqui, a mesma coisa da química. Aprende fazendo.” Os alunos podem utilizar esse espaço pra pesquisa? “Sim é utilizado, né!? É utilizado pra pesquisa!” Isso é só para os alunos do ensino superiorou os do ensino médio podem vir quando quiser? “Não, a gente não tinha essa realidade do ensino superior a dois anos atrás no Instituto, a gente tinha só o técnico, então hoje nossa realidade está em transição, os meninos podem fazer pesquisa tranquilamente, fazem pesquisas tranquilamente.” A algum obstáculo, que possa ser melhorado aqui, você acha o ambiente propicio, se falta algo? “A visão didática que você quer, não técnica ne!? Não, eu acho que está bom para um curso, tem uns equipamentos, o problema que se tem aqui é dimensionamento dos equipamentos. Eu tenho esse Goter aqui que serve pra fazer salsicha, pra homogeneizar a massa ele bate 15kg, ai depois eu tenho que passar ele na botinteira que só passa 5kg, então fica inviável bater 15kg.” Como funciona a higienização dos que usam o espaço?
“Seria necessário o uso de botas, porém hoje em dia não produzimos para o consumo, estar sem barba ou uso de mascara, luvas e para usar o espaço precisa sempre estar higienizado.”
Apresentação dos equipamentos: Freezers que serve pra conservação, dois expositores para resfriamento onde somente um funciona, uma máquina de gelo, uma empitideira para fazer embutidos, uma chapa de aquecimento modelo de lanche mesmo, moedor, celadores para selar e vacúar, balanças, tanble a vácuo para fazer marinada e amaciar, enjetora manual para inserir tempero nas partes internas, misturador para homogeneizar a massa, fogão duas bocas, um culter e outro mais adaptado. Banquetas de inox e bancadas.
Laboratório de análises de leite. “Professores da área de panificação e vegetais, é usado pelo mesmo curso do de processamento de carne, no caso, agroindústria. A didática é a mesma que a outra “planta” a única coisa que muda é os alimentos, só é separado devido a contaminação que haveria se fossem juntos. Há um forno de panificação, um armário para pães, uma sorveteira, pasteurizador, yogurteira, forno elétrico, autoclave, expositor para refrigeração, máquina de gelo, fatiador, dois descascadores, despoupadeira para tirar a poupa de fruta, estufa, máquina para água gelada, batedeira, modeladora de pão.”
Laboratório de química. “Professores da química e da agroindústria usufruem do laboratório, os alunos que utilizam é do integrado, do concomitante, dos processos químicos e alunos do ensino médio em geral, porém para um uso menos específico. O que é possível ser feito pelos professores dentro do laboratório o espaço passa a ser usufruído, porém não é 100% das vezes.”
A estrutura: “Um pouco limitada, até pelo curso de química ser novo, como todo o IFTM, e a cada ano que passa a uma melhora dentro do laboratório. Irá ser construído um novo bloco para a química e lá haverá laboratórios mais preparados, mas isso á longo prazo.” A acessibilidade: “A acessibilidade é limitada, mesmo o Instituto ter sido projeto com acesso a todos os locais por cadeirantes, as mesas do laboratório são de alturas normais. Quando falamos em deficiência visual é todo o mercado da química que é delicado quanto a isso, pois a cobrança da visão é algo fundamental dentro de um laboratório.” “O uso do laboratório pode ser feito por qualquer um, desde que seja marcado horário e acompanhado de um técnico, mas ao mesmo tempo tem que haver uma autorização de responsabilidade.”