PLANEAR - Revista Nº1

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REVISTA Nยบ1 2014


Uma edição de:

Com o Apoio de :

Concepção gráfica: Amália Souto de Miranda Imagem de capa e contra capa: Jóni Monteiro As restantes imagens são dos respetivos colaboradores Porto, Fevereiro 2014


A equipa da PLANEAR

É com enorme entusiasmo que lançamos a primeira revista da PLANEAR, Núcleo de Arquitetura Paisagista do Porto existente desde 2004. 2013 foi o ano em que entrámos, enquanto Direcção, para a PLANEAR, constituímos uma equipa dinâmica, motivada, que desenha ideias e projetos para os próximos dois anos de mandato. No panorama da Arquitetura Paisagista este foi um ano de grande agitação. Foi em 2013 que a população de Istambul se manifestou ativa e persistentemente pela não demolição e privatização de um Parque público, o Parque Guezi. Foi também o ano em que o prémio de Arquitetura Paisagista Jeofrey Jelicoe, prémio que “reconhece um arquiteto paisagista cuja obra e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da profissão” foi atribuído a um arquiteto paisagista português: Gonçalo Ribeiro Telles. Também para a Arquitetura Paisagista do Porto, nomeadamente os alunos e antigos alunos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto foi um ano de aventuras e sucessos como poderá constatar nas páginas que se seguem. Para a PLANEAR este foi o tempo de trazer uma nova dinâmica e obter novas conquistas. Foram dinamizadas algumas atividades de interesse para os alunos e antigos alunos de Arquitetura Paisagista, como pode ser observado nas nossas principais plataformas, website e facebook. Para 2014, nos nossos atuais departamentos: Comunicação e Marketing, Projeto, Recreativo, Pedagógico e Formação, Emprego e Empreendedorismo, queremos continuar a trabalhar ativamente para cativarmos e satisfazermos os interesses dos Arquitetos Paisagistas (alunos e profissionais) e divulgar a profissão. A primeira Semana de Arquitetura Paisagista que aí vem traz novidades e oportunidades de aprendizagem para o nosso público e pretendemos, deste modo, abrir oportunidades para que os Arquitetos Paisagistas se possam inserir cada vez mais no mercado de trabalho, com mais ferramentas formativas e expandindo a sua rede de contactos profissionais. Esta Revista é um dos outputs do trabalho que temos vindo a desenvolver, e por isso, agradecemos a todos os que connosco colaboraram na sua execução Pela Direção da Planear, Amália Miranda, Coordenadora do Departamento de Comunicação e Marketing


COLABORADORES

APAP

Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas

Daniel Oliveira

23 anos, é um recém Mestre em Arquitectura Paisagista pela FCUP no ano de 2013 e conta com um período de estágio académico na cidade de Barcelona no atelier Bellmunt+Buscemi Arquitectes. Luís Simões Fundador da getSkilled, Técnico e Formador de Competências Pessoais (criatividade, apresentações, liderança, teambuilding)

Marta Seabra

24 anos, recém Mestre em Arquitectura Paisagista pela FCUP no ano de 2013 e conta com um período de estágio académico na cidade de Amesterdão no atelier B+B.

Pedro Teiga e Rui Francisco

Coordenador Nacional do Projeto Rios Técnico de Apoio do Projeto Rios

Raquel Meireles

30 anos, licenciada em Arquitectura Paisagista na FCUP em 2006. Trabalhou no atelier PROAP, foi arquitecta paisagista/ bolseira no CIBIO, arquitecta paisagista e cordenadora de projectos e obras no atelier LUIS ARESTA, trabalhou como Freelancer durante três anos e atualmente é Arquiteta Paisagista sénior na CRACKNELL no Qatar.

Renata Ferreira

26 anos, Mestre em Arquitetura Paisagista pela FCUP em 2012. Arquiteta Paisagista na Regaflor - Paisagismo e Ambiente Lda.

Paula Trigueiros

PhD, Investigadora doutorada da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


ÍNDICE

BARCELONA, p.6 um símbolo Modernista

PROJETO RIOS, p.8 une pessoas une Rios

PRÉMIO JOVEM ARQUITETO PAISAGISTA, p.10 Flowpark

SEMANA DE ARQUITETURA PAISAGISTA, p.11 ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ARQUITETURA PAISAGISTA, p.11 FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS - PONTE DE LIMA, p.12 Alquimia ‘con’sentida

E DEPOIS DA FACULDADE?, p.14 da FCUP ao Qatar

ERA UMA VEZ UMA ORDEM, p.16 DICAS PARA APRESENTAÇÕES, p.17 PLANEAR - dept. Formação, Emprego e Empreendedorismo e Getskilled

PROJETO FUTURE CITIES .EU, p.18 Porto Living Lab

ECLAS, p.20 Porto 2014


BARCELONA Um Símbolo Modernista por Daniel Oliveira

O primeiro semestre de 2013 trouxe-me a oportunidade de estagiar fora do meu país realizando um estágio académico ao abrigo do programa Erasmus. O atelier Bellmunt Arquitectes e a cidade de Barcelona foram, durante esses seis meses, as minhas novas “casas” e é sobre esta última que me vou debruçar. Nos dias que correm, as grandes metrópoles europeias sofrem um permanente processo de transformação do seu desenho identitário e Barcelona é um exemplo claro de novas estratégias de inserção de espaço verde em espaço urbano. Um desafio difícil, fruto da rigidez do carácter que é detentora, mas que simultaneamente resulta em desafios e estratégias de ensaio para mais e melhores intervenções no futuro. Quando se fala do desenho urbano de Barcelona, rapidamente nos lembramos da sua malha quadrangular, essa retícula característica do bairro de “Eixample” desenhada por Idelfons Cerdá em meados do séc XIX. Este plano foi um estudo urbanístico pioneiro na distribuição equilibrada de parques, indústrias e zonas habitacionais que possibilitou uma extensão ilimitada das quadras, quadras essas que foram marcadamente rasgadas por eixos e avenidas pensadas criteriosamente para o fluxo do transporte viário dentro da cidade. Vários foram os arquitetos e paisagistas que se evidenciaram na fase pós “Eixample” e falar da Barcelona não seria igual sem falar do modernismo catalão de Antoni Gaudí. A destreza no desenho com inspiração nas formas orgânicas da natureza surge em quase todas as suas obras e o grande parque urbano com vistas panorâmicas sobre a cidade, o Parc Güell, vem confirmar essa linha conceptual. Com toda a seguinte evolução e crescimento, a estratégia de planear a cidade modificou-se. Passou a ser pensada de forma pontual, a diferentes escalas. Esta estratégia de intervenção numa cidade já construída, densa e com poucos espaços disponíveis baseou-se num redesenhar e reajustar da situação existente para melhor usufruto futuro da população. A cidade quis contrariar a distinção tradicional feita entre centro e periferia e apostou na construção periférica de novas praças, ruas arborizadas, parques e monumentos capazes de darem significado e carácter a outras zonas da cidade, desafogando-a do seu espaço central já consolidado. Através dum simples percurso pelos bairros periféricos da cidade rapidamente nos apercebemos do resultado destas intervenções e do sucesso que elas representam para os habitantes.

Mas não são somente estas novas intervenções que merecem destaque. Qualquer pessoa que procure uma extensa área verde junto ao centro histórico da cidade rapidamente acaba visitando o Parc de la Ciutadella, o primeiro parque público da Barcelona e certamente o mais frequentado de todos os atualmente existentes. Um ponto de encontro de barcelonenses e um espaço histórico de referência para o turismo da cidade. Já no lado oposto da cidade, a sudoeste, a exposição internacional de Barcelona de 1929, celebrada na montanha de Montjuic, veio conceder a esta zona declivosa da cidade um carácter único através da construção de diversos edifícios que atualmente são importantes e marcantes monumentos. A par destas intervenções, seguidamente muitas outras vieram valorizar ainda mais esta área: destaco a Anella Olímpica (obra realizada para acolher os Jogos Olímpicos de 1992) e intervenções mais recentes como o Jardi Botanic de Barcelona (realizado por um ícone da Arquitectura Paisagística espanhola – Bet Figueras) e o arranjo Cims de Montjuic, um exemplo claro de revalorização e de melhoria de acessibilidades a esta espaço montanhoso. (a frescura e a diversidade de áreas verdes existentes neste extremo sudoeste da cidade fazem deste local um autêntico refúgio natural à agitação e poluição urbana do centro urbano) Esta forte afluência de pessoas a espaços verdes públicos é algo rapidamente apercebido, porém denota-se que a cidade no geral, necessitaria de mais espaço livre capaz de satisfazer esta carência. Em contrapartida, é uma cidade com uma excelente e eficiente rede de transportes públicos aliada a uma rede de ciclovias muito satisfatória. A título de exemplo realço o reperfilamento do Passeig de Sant Joan ao colocar o ciclista literalmente no “centro das atenções” como é possível verificar pela foto. A cultura catalã, fortemente influenciada pelo seu carácter e importância modernista, foi, ao longo do tempo, capaz de pintar o seu próprio cenário duma forma muito característica deixando aos olhos de quem passa detalhes artísticos e arquitectónicos ao virar de cada esquina. Foi isto que mais me cativou durante o meu período de estágio e que sempre me cativará em Barcelona: a experiência de que sempre que saímos à rua há algo de novo que prende o nosso olhar e nos convida a descobrir e experienciar.

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PROJETO RIOS Une Pessoas, Une Rios por Pedro Teiga e Rui Francisco

O ser humano nas primeiras civilizações selecionou no território os lugares onde existisse água em quantidade e qualidade suficientes, para a sua fixação. Os cursos de água representam uma riqueza extraordinária ao nível de solos férteis para a agricultura, da disponibilidade de água potável para alimento e rega e de temperaturas mais amenas, favorecendo a ocorrência e residência de mamíferos, aves e peixes, igualmente importantes nos recursos naturais. Os rios constituem um elemento fundamental da paisagem, com funções ecológicas, económicas e sociais, onde ocorrem a confluência de múltiplas utilizações num território dinâmico. Os sistemas fluviais têm sido sujeitos a forte ação antropogénica incorrendo em muitos casos no incumprimento legal, nomeadamente da Lei da Água e da Diretiva Quadro da Água. O Projeto Rios que pretende dar resposta à visível problemática, de âmbito nacional e global, referente à alteração e deterioração da qualidade dos rios e à falta de um envolvimento efetivo dos utilizadores e da população em geral. O Projeto Rios é um Projeto que visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água. Pela metodologia que utiliza, este projeto, pretende promover a curiosidade científica e implementar o método científico experimental, através da recolha e registo de informações e dados geográficos, físico-químicos, biológicos, eventos históricos, sociais e etnográficos, contribuindo assim para a melhoria do espaço estudado, da qualidade fluvial global e da qualidade das populações. O Projeto Rios pela sua inovação e Empreendedorismo Social implementa iniciativas no âmbito da sustentabilidade ambiental, da gestão dos recursos naturais, resíduos e biodiversidade, mormente as relacionadas com a gestão da água, para além de promover a educação e a consciencialização e envolvimento ativo da comunidade para a importância e valorização do ambiente através da adoção de um troço de 500m de um rio ou ribeira. O projeto assenta numa metodologia de observação simples, rigorosa, de fácil aplicação e desenvolvimento, com o recurso a um kit de materiais de informação,

manual, 38 fichas de identificação (rios, fauna, flora, património etnográfico, catástrofes, bioindicadores, físicoquímicos, rochas) e inquéritos. Os grupos assumem a responsabilidade de vigilância, conservação e proteção do troço do curso de água que selecionaram, contribuindo assim para a melhoria sustentada dos recursos hídricos em geral, e do processo de reabilitação do seu troço fluvial. Ideia original deste projeto é da Associació Habitats - Projecte Rius a adaptação para o contexto português, teve como intervenientes: a Associação de Professores de Geografia (APG), a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Atualmente, a sua gestão e coordenação estão a cargo da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA). Com o Projecto Rios, foi possível criar a nível nacional uma rede de grupos, monitores e parceiros, que em conjunto visam a promoção, conservação e adoção de diferentes troços de rios de Norte a Sul do país. O Projecto conta desde 2005 em Portugal com: 300 grupos inscritos de 100municípios;150 Km de rios adotados em 20 Distritos; 7.500 Participantes e mais de 40.000 pessoas envolvidas em atividades; 600 Professores; 300 Monitores do Projeto Rios em 18 cursos de formação. Desde 2005 foram desenvolvidas centenas de atividades específicas como: Saídas de campo para conhecer a fauna, flora, condições hidrológicas, património cultural local; Palestras, workshops, tertúlias, encontros para promover a partilha, reflexão de estratégias, metodologias de educação ambiental, formas de participação pública nas zonas ribeirinhas; Ações de promoção da rede Nacional do Projeto Rios; ações de sensibilização/ formação da comunidade local; Ações de plantação de vegetação ribeirinha autóctone e de limpeza de resíduos domésticos; realização de peças de teatro, musicas, concursos, experiências científicas multidisciplinares em contexto escolar; ações de envolvimento de grupos sociais desfavorecidos, de técnicos e decisores no âmbito dos recursos hídricos. Pelo sucesso da sua implementação foi reconhecido por vários Galardões e Prémios onde se destaca: 2010 -Dragona Ibérica atribuída, pela Fundação Nova Cultura do Água; 2012 -ies+ Porto atribuída pelo Instituto em Empreendedorismo social; 2012 - Menção Honrosa do Prémio Nacional de Ambiente “Fernando Pereira”, atribuído

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pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA); 2013 prémio vencedor do Green Project Awards “CATEGORIA INICIATIVA DE MOBILIZAÇÃO SIC NOTÍCIAS”; Todos podem fazer parte de forma simples deste projeto: Inscrever-se em www.projetorios.org (projectorios@ gmail.com) com um grupo (mínimo quatro pessoas) para adotar um troço de 500 m de um curso de água, realize por ano duas saídas de campo (primavera/outono) e uma atividade para melhorar a linha de água; envolva-se com os proprietários e melhore a vegetação ribeirinha; defenda junto dos decisores locais uma boa qualidade da água; faça

um pic-nic e faça uma massagem aos pés junto ao seu rio; organize uma atividade divertida na proximidade de uma linha de água - Passe a palavra e envolva-se ativamente. Com o Projeto Rios pretende-se contribuir para um mundo melhor, formar novas mentalidades, indutoras de comportamentos favoráveis ao desenvolvimento sustentado, quer da população em geral quer das autoridades de decisão política, para a melhoria do território, das zonas ribeirinhas e, assim, cooperar para a concretização dos princípios dos direitos do Homem.

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The intervention is in Rio Tinto, near Porto, and it encompasses a total area of 21.5 ha. In here, you lacking organization and coordination. Agriculture used to be major contributor to the local economy but it has been in decline over the past y intervention such as the close proximity to the subway system, the presence of a river, high pedestrian presence of the agriculture. The name “Flow Park” was chosen after the presence of a lively and dynamic environment, where you e and water.The goal of this project is to increase the quality of this area through leveraging its natural hi alternative environment to the stressful life of the local inhabitants, through its leisure and recreati elements of the water; recover the Rio Tinto and Ribeira da Castanheira spaces, to promote its biodiv and to further the quality of urban greenspaces; reduce the pollution levels of the water in the river, auto-generation of the riperian species; create areas with various sizes of plants to promote divers greenspaces along with pedestrian and bike lanes as result of a population survey; mitigate the eleme

ANALYSIS PLANS OF SITUATION AND LOCATION

FLOW PA R K

Polluted river

PRÉMIO JOVEM AP industriesflood hazard

Flow Park por Marta Seabra unstable slope

No passado dia 8 de Maio de 2013, os recém Mestres Arquitetos Paisagistas Alice Norinho, Jóni Teixeira, Marta Seabra e Sílvia Freitas, venceram a tão almejada 10ª edição do Prémio VIBEIRAS / JORNAL ARQUITECTURAS Jovem Arquiteto Paisagista, na categoria estudantes, com o projeto intitulado Flow Park, que tinha estado também presente na 7ª Bienal Europeia da Paisagem, decorrida em Barcelona, em Setembro de 2012. A Proposta apresentada, desenvolvida no âmbito da disciplina de Projeto – Intervenção e Recuperação da Paisagem na FCUP, teve como principal objetivo a requalificação do Rio Tinto e da Ribeira da Castanheira, promovendo a biodiversidade, a qualidade ambiental e visual, ainda como os espaços verdes urbanos de qualidade da cidade. Com uma área total de 21,5 hectares e situado numa malha densamente urbana e desordenada da cidade de Rio Tinto, o projeto FlowPark pretende proporcionar um ambiente alternativo no qual se desenvolvem espaços de lazer e contemplação. A recuperação do Rio Tinto e da Ribeira da Castanheira, através da redução dos níveis de poluição e promoção da vegetação ripícola nas margens, com a autorregeneração das espécies, resulta num espaço verde de qualidade que promove a biodiversidade e interação com o utilizador. São ainda propostos espaços com vegetação multiestratificada que promovem vários habitats assim como espaços verdes de recreio de qualidade, atualmente inexistentes, com um conjunto de circuitos pedonais e cicláveis, respondendo às necessidades da população. Ainda como estratégias de intervenção, pretende-se mitigar os elementos perturbadores da paisagem envolvente. Foi assim, com Flow Park, que os 4 jovens Arquitetos Paisagistas trouxeram mais uma “vitória” para a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, relatando que “este prémio é sem dúvida o reconhecimento de cinco anos de esforço e dedicação. Apresenta-se como uma semente de confiança depositada em cada um de nós, Jovens Arquitetos Paisagistas recentemente formados e que iniciam o seu percurso.”

N A 4

8 12Km

0km

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LEGEND: Intervention area Trees Srubs Riparian species Meadow Agriculture parcel Playground Coffee shop Pathways Deck Water line SUDS proposal slope Walls

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GO with th 10


1ª SEMANA DE ARQUITETURA PAISAGISTA

1ª SEMANA DE

ARQUITETURA PAISAGISTA 10 - 14 FEVEREIRO

DIA 10

2014

2ª FEIRA

DIA 11 3ª FEIRA

A Semana de Arquitetura Paisagista (SAP) é inteiramente dedicada aos jovens profissionais, estudantes e ex-estudantes do curso de Arquitetura Paisagista da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e caracteriza-se por uma forte componente formativa e de contacto com o mercado de trabalho.

Apresentação da PLANEAR e da Semana de Arquitetura Paisagista junto dos ciclos de estudos de AP da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Participa nesta oportunidade! Uma semana dedicada a todos os que estudam e exercem a Arquitetura Paisagista! Acompanha as nossas atividades!

• Manhã: Workshop de Sketchup - Parte I • Tarde: Workshop de Poda e Fitossanidade Arbórea

DIA 12 4ª FEIRA

Tarde: Workshop de Rega - Desenhar Planos de Rega

DIA 13 5ª FEIRA

DIA 14 6ª FEIRA

Uma iniciativa PLANEAR - Núcleo de Arquitetura Paisagista do Porto

• Manhã: Workshop de Sketchup - Parte II

• Tarde: Workshop de Fotografia

Sabe mais em: https://www.facebook.com/ semanaarquiteturapaisagistaporto

• Conferência APEV / 5ª Jornadas AP DO PROJETO À OBRA: As Realidades dos Espaços Verdes Contemporâneos

COM O APOIO DE:

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ARQUITETURA PAISAGISTA O NAPUE - Núcleo de Alunos de Arquitectura Paisagista de Universidade de Évora tem o prazer de convidar todos os estudantes de Arquitetura Paisagista em Portugal, assim como todos os interessados nesta área a participarem no Encontro Nacional de Estudantes de Arquitectura Paisagista, na Universidade de Évora. O tema geral do Encontro será “Arquitectura Paisagista em Portugal – Que futuro?”, com toda a problemática envolta na crise do sector da Construção, surge a necessidade de entender qual é a posição da nossa profissão no actual contexto e de que forma podemos continuar a ser fundamentais para a criação de uma sociedade mais sustentável. Passados tantos anos desde a 1ª geração de Arquitetos Paisagistas em Portugal, quais os princípios e valores que continuam a ser basilares e imutáveis e que legado esperam as gerações futuras? Porque “o saber não ocupa lugar”, o ENEAP pretende

inspirar e incentivar os jovens estudantes, desta área, a continuar a acreditar no futuro através de conferências, debates, visitas de campo e algumas actividades que potenciem o pensamento criativo. O contacto entre os estudantes de Arquitetura Paisagista das diferentes universidades irá sem dúvida ultrapassar os limites formais deste evento conseguindo promover o convívio que certamente irá contribuir positivamente para o enriquecimento pessoal e académico de todos.

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FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS - PONTE DE LIMA Alquimia ‘Con’Sentida por Renata Duarte

Esta aventura pelo “mundo a sério” da conceção de um projeto partiu de uma vontade de quatro, na altura estudantes e ex-estudantes de Arquitetura Paisagista da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que não queriam deixar passar mais uma oportunidade de estar presentes num Festival galardoado com o prémio Festival Internacional do Ano. A equipa constituída por: Cláudia Vilar, Inês Vasconcelos Luís, Guilherme Vieira e Renata Ferreira, sentiu que este seria o ano em que a sua pequena experiência na realidade da conceção e consequente execução de um projeto mudaria. E assim foi … Respondendo à temática do concurso – “Jardim dos Sentidos”, os projetistas foram desenvolvendo um projeto em que o ponto de partida seria a exploração da palavra “sentidos” seguindo dois rumos diferentes: sentido como direção e sentido como faculdade que permite receber as impressões do mundo exterior. Tudo isto envolto numa atmosfera de sensações, perceções, simbolismos, exploração do imaginário e uma certa distorção - uma ilusão. A alquimia no jardim! Alquimia é uma palavra que naturalmente leva o ser humano para o Mundo da magia, da arte, da química, da filosofia, da medicina e é expressa a partir de uma linguagem simbólica e interpretativa. Procura descobrir o elixir da vida. E não é isso que todos procuram dentro de si? Descobrir a sua direção - dar um sentido ao seu percurso - e, claro, explorar o vasto leque de emoções que os cinco sentidos nos podem proporcionar? Foi com enorme alegria que no ano de 2012 os projetistas ficaram a saber que o projeto – Alquimia ‘con’SENTIDA, tinha sido um dos selecionados para a 9ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima 2013, entre as 48 propostas apresentadas, e seria finalmente uma excelente rampa de lançamento para a perceção do

que é um projeto passado do papel para a vida real. Mas, com esta notícia veio o alerta de que o projeto teria de ser reformulado, pois o canteiro que foi atribuído ao projeto não teria sido o escolhido pelos projetistas, mas sim outro de dimensões diferentes e reduzidas. O projeto sofreu então algumas mudanças, que se refletiram no modo como os visitantes interagiam no espaço, podendo ou não ter sido o fator que remeteu este canteiro para o 5º lugar da votação efetuada pelos visitantes do Festival. Durante a execução do projeto foram várias as visitas que os projetistas efetuaram ao local, efetuaram a piquetagem do terreno, pintaram e construíram alguns elementos que estiveram expostos no canteiro, e tentaram assegurar que as alterações pedidas seriam as mais favoráveis ao seu projeto. No entanto, realçam que mesmo com as inúmeras visitas e reuniões o projeto executou-se com pequenas falhas na construção, o que não o tornou 100% fidedigno. No decorrer das visitas foram contactando com todos os envolvidos na construção do projeto, e percebendo que grande parte dos materiais utilizados na construção foram reutilizados ou reciclados de outros anos, o que consideram ser uma atitude a destacar, pois a construção do canteiro - Alquimia ‘con’SENTIDA, foi financiada pela Câmara Municipal de Ponte de Lima, uma vez que não conseguiram apoios ou patrocínios de outras entidades. Para futuros concorrentes deixam a sugestão de que um financiador será a melhor solução para que não vejam algumas ideias limitadas pela falta de orçamento. Consideram que a experiência foi muito gratificante, o fato de terem ajudado na construção do canteiro foi uma mais valia e agradecem a toda a equipa do Festival Internacional de Ponte de Lima o profissionalismo, ensinamento, carinho e atenção com que sempre os receberam.

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E DEPOIS DA FACULDADE? Da FCUP ao Qatar por Raquel Meireles

“As mudanças são difíceis”, dizem. Ao longo de quase 8 anos de experiência profissional fui fazendo algumas mudanças. Melhores ou piores, mas todas elas positivas. Em todos os sítios onde estive aprendi o que podia e dei o que sabia. Acho que esta é a fórmula essencial ao longo da nossa carreira. É importante estar sempre a aprender e a evoluir mais, mas também a dar, e muito, a quem nos paga o salário ao fim do mês. Terminei o curso em 2006, saída da primeira fornada de licenciados em Arquitetura Paisagista na FCUP. Fiz o meu estágio curricular na PROAP, em Lisboa, e acabei por lá ficar a trabalhar até 2008. Com a PROAP Aprendi mais que nos 5 anos de faculdade. Dou valor ao ensino que tive na Universidade, mas não há nada como trabalhar em casos reais para se perceber o que é a nossa profissão. Após a saída da PROAP o meu percurso profissional continuou em curva ascendente. Trabalhei para empresas mais pequenas, mas em cargos de maior responsabilidade e liberdade criativa. Em 2011 comecei a trabalhar como freelancer para poder conciliar com uma segunda licenciatura em Design Gráfico na FBAUP. Comecei do zero. Sem clientes, sem trabalho. Fui à caça deles. Bati em todas as portas de gabinetes de arquitetura, com cartões profissionais e o meu portfólio. Levei com muitas portas na cara mas levei com muito mais pessoas interessadas. Sentime uma pioneira nesta técnica de arranjar trabalho. Foi um sucesso. Alguns dos arquitetos que conheci nessa procura são meus clientes até hoje. A curva continuava ascendente, agora era responsável por urbanizações em áreas centrais de Lisboa, hotéis, centros hospitalares, etc. Claro que houve momentos maus e clientes péssimos, promessas falsas e ilusões. Isso haverá sempre. Mas o importante é aprender também com esses, como devemos agir e nos proteger na próxima oportunidade. E saber desligar. Por mais desesperante que seja a nossa necessidade de trabalho temos que saber identificar aqueles (raros) casos em que mais vale perder o projeto do que o nosso bem-estar. Em 2012 sentiu-se em força o peso da crise que tanto se fala agora. Estava na altura de mudar de novo e começaram as ideias de trabalhar no estrangeiro. Demorei a tomar o passo, mas quando o fiz bastou conseguir expor a minha experiência de maneira resumida e apelativa e escolher a empresa certa. Duas candidaturas, uma oferta de trabalho. Um mês para mudar de continente. Uma mudança radical de vida.

Desde o início de Setembro do ano passado estou a trabalhar no Qatar, como Arquiteta Paisagista Senior, numa empresa Inglesa. Sou ‘project leader’ de um palácio de centenas de hectares, um resort também na ordem das centenas e duas áreas residenciais de luxo, o que inclui projetar a linha de praia também. A organização da empresa é diferente do habitual, os arquitetos paisagistas aqui fazem o desenho e a coordenação do projecto de início ao fim, mas o desenho vetorial, os projetos de rega e iluminação, a escolha de material vegetal, o caderno de encargos e os orçamentos são feitos por técnicos especializados. O que nos resta é projecto puro e duro. Outra das questões que diferencia esta empresa é a pirâmide hierárquica. Há muitas posições e com isto muitas possibilidades de ascensão na carreira. Infelizmente, neste lado do mundo a injustiça é uma constante e as origens de cada um pesam no vencimento e na posição que ocupam na empresa. Assim, a equipa de Design é constituída maioritariamente por europeus, americanos e australianos. Já a equipa de desenho vetorial e de grafismo é constituída por indianos e filipinos, respetivamente. Como project leader tenho quase 100% de liberdade de desenho, não fossem as condições especiais de alguns clientes. O cliente típico nesta parte do mundo é uma pessoa conservadora, religiosa, que dá muito valor ao conceito de família, que tem poucas limitações monetárias e que quer algo diferente mas não sabe o quê e por isso é também difícil de agradar. Por este motivo o desenho de projeto de cá não foi algo imediato para mim e o contacto com alguns clientes ainda é limitado, pelo fato de eu ser uma mulher. Alguns projetos são baseados na ortogonalidade e no conceito do jardim persa. Trabalha-se muito com padrões de pavimento de desenhos árabes, mashrabiyas e áreas semi fechadas essencialmente para famílias e para um maior sentido de privacidade. Para além disso o conservadorismo é muito presente, e embora todos os clientes queiram terraços privados no topo dos hotéis/ villas, muitos exigem que as piscinas sejam interiores por questões de privacidade. O clima é um fator que condiciona muitíssimo o projecto. Acaba por ser um pouco contraditório estar a criar espaços exteriores num país onde em mais de metade dos meses do ano é totalmente insuportável estar num espaço que não tenha ar condicionado. No verão as temperaturas chegam aos 50ºC com taxas de humidade 15

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parte de projeto para área residêncial antes (esquerda) e depois (direita) dos comentários do cliente

insustentável e um capricho de países que não sabem o que fazer com tanto dinheiro. Concordo parcialmente com tudo isto, mas para quem sempre foi ligada à área de projecto acima de todas as outras é um gozo incrível, uma aprendizagem constante e um trabalho muito exigente, na responsabilidade e nas horas de trabalho. As 9 horas de trabalho diárias muitas vezes arrastam-se bem mais, até porque a falta de recursos na área de paisagismo por cá é muito elevada. A curva continua crescente. E não foi sorte. Foi o esforço, as muitas horas extras necessárias para os trabalhos ficarem prontos, o mudar quando a escolha não foi a melhor, o aprender a recusar o que me barrava o percurso da evolução e a constante procura de trabalhar naquilo que me dá prazer. Não custou. Nunca. O futuro logo se verá. Por agora o importante é a curva continuar ascendente.

de 80%. Irrespirável. E como pouco ou nada cresce por cá as estruturas de sombreamento e as piscinas arrefecidas são um elemento imprescindível em qualquer projecto exterior nesta zona do mundo. As plantas são importadas da Tailândia e antes de irem para obra passam uma temporada num viveiro para se adaptarem às condições locais. São regadas no mínimo 3 vezes ao dia com água dessalinizada. O consumo de água e de energia atinge níveis altíssimos. O Qatar é atualmente o país menos sustentável do mundo. O resultado final das obras poucas vezes é um sonho, ou o luxo que imaginávamos. Os materiais são de pouca qualidade e os acabamentos são terríveis, em parte porque a mão-de-obra é muito pouco qualificada e trabalha em condições desumanas. Há quem defenda que não é um ‘mundo real’, que construir jardins de luxo no meio do deserto é falso, é

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ERA UMA VEZ UMA ORDEM Ordem dos Arquitetos Paisagistas por Inês Costa Macedo e Catarina Aguiar

Sobre a criação de uma Ordem dos Arquitetos Paisagistas há três aspetos a focar: o contexto em que este processo se iniciou e prossegue, as alternativas que se apresentam e as vantagens que afinal há ou não em insistir nesta batalha. Resumidamente, pode dizer-se que o processo de criação da Ordem se iniciou em 1999 com base na identificação, em Assembleia Geral da APAP, de uma necessidade: regular o acesso à profissão e aos atos próprios do Arquiteto Paisagista. De facto, por ser uma associação de direito privado, à APAP não lhe é atribuída autonomia para autorregular a profissão, ou seja, não lhe é permitido o controlo do acesso ao exercício da profissão nem possuir regime disciplinar próprio. Pelo mesmo motivo, para exercer a profissão só é obrigatória a inscrição na APAP para alguns actos de planeamento e projecto; contudo a maioria dos licenciados optar por se associar. Procurando dar resposta à necessidade identificada, nos últimos 14 anos, realizaram-se ininterruptamente diligências no sentido de criação da Ordem dos AP tendo este desenvolvimento custado mais de 60.000€. Presentemente, o seguimento deste processo depende do agendamento de novas reuniões com os grupos parlamentares para o qual a APAP está a tomar as devidas diligências. A título de informação, é de notar que, nos últimos anos, foram criadas Ordens profissionais para as seguintes profissões: nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e engenheiros técnicos… A demora nestas diligências, levou alguns sócios a encarar uma hipótese alternativa, que seria a integração dos arquitetos paisagistas na Ordem dos Arquitetos através de um colégio de especialidade. À parte o facto de esta hipótese depender de igual vontade da referida Ordem, e sem nos alongarmos, há a dizer que, segundo os estatutos da OA, apenas arquitectos poderão ser admitidos nos colégios da Ordem, ficando assim de fora os arquitetos paisagistas. Sem dúvida (o que é sempre uma opinião!) que a criação de uma Ordem dos Arquitetos Paisagistas é garantia de maior visibilidade e poder de influência politica na elaboração e alteração de legislação relevante ao exercício da profissão. Porém, caso as diligências que agora estão a ser tomadas para criação da Ordem não sejam eficazes e se a possibilidade de uma união com os arquitetos for viável de parte a parte, haverá uma outra forma de o conseguir atingindo os objetivos base do processo e que se prende com a possibilidade que a lei 2/2013 prevê de uma mesma Ordem profissional representar simultaneamente duas ou mais profissões. Este cenário pode ser pensado contemplando outras profissões com bases comuns, se bem que, no caso da junção com a Arquitetura, é de considerar o benefício de integrar uma estrutura consolidada, um caminho de notoriedade já percorrido, de obter maior proximidade com profissionais com quem habitualmente trabalham e maior número de sócios na instituição que os representa, Há, claro, a desvantagem de partilhar orgãos sociais e estatutos com outra profissão, em acentuada inferioridade numérica. A opção por uma ordem conjunta de profissões complementares foi aliás, adotada pela Alemanha e pela Itália. De resto, na maior partes dos países, dentro e fora da Europa, a Arquitetura Paisagista é representada por uma associação congénere da APAP. Integrar uma Ordem, será sempre vanguarda. Uma ordem exclusiva será pioneira! As tentativas de conclusão do processo de criação da Ordem dos Arquitetos Paisagistas conhecerão um desfecho / culminar de etapa a curto prazo. Nessa altura, todos os arquitetos paisagistas portugueses serão chamados a participar na construção do futuro da sua Organização Profissional. Às ordens!

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DICAS PARA APRESENTAÇÕES Luís Simões Dicas para apresentar em público

Antes de mais quero partilhar dois fatos que me transformaram completamente e me levaram do medo e insegurança a ser um orador profissional: O medo de enfrentar o público é bem comum, não estás sozinho! Quando as pernas começam a tremer ou as borboletas voam dentro da tua barriga (comigo é assim!) podes compreender isso e dizer à tua mente “é normal!”. Se o fizeres estás no caminho certo para te tornar mais confiante nas tuas apresentações. Apresentas melhor do que tu pensas Apercebi-me disto na primeira vez que recebi críticas a sério sobre a minha apresentação. Desde então em todos os workshops que dei encontrei imensas pessoas que se julgavam péssimas apresentadoras. Tudo o que foi preciso foi pequeno empurrão para dar confiança, umas dicas e muita prática. Apresento-te aquelas que para mim são as três etapas importantes para triunfar numa apresentação. Levanto apenas um pouco do véu sobre cada uma. 1 - O Conteúdo Hoje em dia uma pesquisa rápida no Google e bam! já quase que sabemos mais que a pessoa que está à nossa frente a apresentar. Aquilo que muitas vezes procuramos, mesmo sem saber, não é informação em quantidade, queremos sim ouvir uma história e perceber porque é que aquela pessoa decidiu escolher aquela informação para nos transmitir. Não te esqueças de contar essa história. Dicas práticas para estruturares a tua apresentação: Escreve a mensagem da tua apresentação numa linha apenas, antes de fazer qualquer outra coisa. Cria um inicio forte relacionado com a tua mensagem: uma pergunta, uma frase conhecida, uma afirmação controversa. É aqui que agarras a audiência! Divide o conteúdo no máximo em três grupos de

informação, cada um com uma mensagem principal. Reforça a mensagem com uma conclusão forte 2 - Tu como apresentador Encontras facilmente na internet imensas dicas de como te deves comportar, falar, fazer silêncios em palco, etc... Elas são importantes mas o que te vai fazer um bom apresentador não é esse conhecimento é o facto de treinares o máximo possível. A partir de hoje aproveita todas as oportunidades para apresentar. Se poderes pede a alguém que dê feedback e tenta que essa pessoa seja concreta relativamente ao que gostou e pode ser melhorado. Faz tu também essa análise. 3 - Suporte Visual O Powerpoint, a mais comum “arma” de suporte visual em apresentações, é na maioria das vezes um grande tiro que dás nos pés. Esquece o Powerpoint! Primeiro desenha a tua apresentação sem fazer copy-paste de parágrafos, frases ou gráficos de um relatório. Depois de teres a apresentação feita tenta usar imagens e palavras apenas para ajudares a audiência a ver e imaginar o mesmo que tu, e acima de tudo, reter aqueles que consideres serem os pontos chave. Pequenas mudanças têm efeitos incríveis, estás preparado para revolucionar a forma como fazes apresentações? Escolhe pelo menos um destes passos e pratica! Livros que aconselho: Garr Reynolds - Presentation Zen Florian Mueck - PLUS PLUS Patterns for better communication Salas de Treino: Workshops e consultoria de apresentações (teses, trabalhos) da getSkilled -https://www.facebook.com/ GetSkilled Toastmasters - http://www.toastmasters.org.pt/

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PROJETO FUTURE CITIES .EU Porto Living Lab por Doutora Paula Trigueiros, Investigadora Doutorada da FEUP

“Porto, laboratório vivo” sublinha o nome do projecto “Future Cities”, liderado pela FEUP através do Centro de Competências para as Cidades do Futuro da Universidade do Porto. No início do segundo ano do seu calendário, este projecto tem oferecido inúmeras oportunidades para se reunirem alguns dos principais agentes dinâmicos da cidade – entre académicos, empresários e serviços municipais – e agrega vários trabalhos de investigação com aplicações concretas que envolvem e se dedicam às pessoas, aos cidadãos. À semelhança dos inúmeros projectos que têm vindo a proliferar um pouco por todo o mundo, de “Smart”, “Inteligent” or “Digital” Cities , também aqui o “futuro” traduz por algumas palavras-chave como tecnologia, sustentabilidade e cidadania, ilustrando um sentimento comum de optimismo e uma motivação positiva, de concorrer para o bem comum. Na verdade trata-se de uma grande intervenção urbana – uma infra-estrutura de sensorização e de distribuição do acesso à informação, que ultrapassa os limites do próprio Município do Porto. Uma rede de antenas, sensores e computadores, que abastece uma “grande nuvem” de dados. Por sua vez, estes alimentam e enriquecem a investigação académica e potenciam o desenvolvimento de inúmeros serviços socialmente úteis e oportunos, no crescente mercado das aplicações para dispositivos móveis. Uma rede de acesso à informação que também pode ser explorada por agentes privados da cidade, os criativos e os empresários. Pensemos apenas no crescimento do peso do Turismo nesta cidade e logo se multiplicam exponencialmente as ideias com base nas vantagens de oferecer informação, em tempo real, em formato digital, às pessoas da cidade e do mundo – de onde quer que venham! Estes são alguns dos aspectos em que o Projecto Future Cities permitirá equiparar o Porto, pelas melhores razões, a outras cidades com ambição para proporcionarem melhor futuro aos seus cidadãos. Porém, atentemos nesta metáfora de “Laboratório vivo”: um espaço de experimentação, de que as pessoas também fazem parte! E também recordemos que é de um Projecto que se trata – uma intervenção delimitada no tempo, com orçamento e metas definidas – e que decorre numa envolvente muito particular: a cidade do Porto. E depois do projecto? O que fica das experiências realizadas e quem garante o seu “futuro” como produtos e serviços? O que fica de “futuro” na cidade do Porto? O que irá distinguir no mapa das “cidades do futuro”? Esta perspectiva deixa-nos pistas importantes que exigem “associação harmoniosa” do conceito de “Laboratório” à nossa cidade, num Plano de Comunicação e Marketing que reforce a identidade do “Porto living Lab”. Este conceito de “Laboratório” deve ser encarado como uma nova vocação da cidade e incorporar uma estratégia de promoção e desenvolvimento do Porto – papel desempenhado ao longo da história por grandes projectos urbanos e arquitectónicos, em várias cidades do mundo.

As novas antenas e sensores da cidade do Porto – poderão vir a ser recriadas e inspiradas na cultura local?

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A diferenciação é um elemento chave neste processo, que carece do fortalecimento de uma identidade própria e durável, uma verdadeira Imagem de Marca! Uma imagem que contagie com a ideia de Inovação, a autenticidade das tradições, do azulejo e do granito, a rusticidade dos barcos rabelos estacionados no Douro ou o orgulho naif da história das Tripas à moda do Porto! Esta campanha também contemplará, necessariamente, os cidadãos – parte relevante deste “Laboratório vivo”. Conhecidas as naturais qualidades humanas e hospitaleiras das nossas gentes, é importante que se identifiquem com essa “marca” para que participem positivamente no papel que lhes cabe! A par de todas as outras qualidades de ser portuense, esta poderá ser uma “cidade-laboratório” capaz de oferecer condições excepcionais às empresas e instituições internacionais, para realização de investigação, de testes de aplicações e produtos em pequena escala, antes serem lançadas em mercados mais alargados. Esta é uma oportunidade ao desenvolvimento, também para nós que vivemos o presente, mas projetamos o nosso futuro na cidade do Porto. ___________ O projeto Future Cities é um projeto europeu (FP7-Capacities) liderado pelo Centro de Competências para as Cidades do Futuro da Universidade do Porto. Decorre entre 2013 e 2015 em parceria com dezenas de entidades públicas, universidades e empresas, como a Câmara Municipal do Porto, a Universidade de Aveiro, a STCP, entre outros.

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ECLAS

the institution

ECLAS is the European Council of Landscape Architecture Schools, it exists to foster and develop scholarship in landscape architecture throughout Europe by strengthening contacts and enriching the dialogue between members of Europe's landscape academic community and by representing the interests of this community within the wider European social and institutional context. ECLAS provides an internationally recognized forum for academic exchange and international cooperation between universities working in the field of landscape architecture, and represents a key platform for discussion of specific issues currently of concern within the discipline

ECLAS2014 Porto European collaboration within the discipline of landscape architecture began with a meeting of European landscape schools in Berlin in 1989, and two years later the subsequent establishment of ECLAS. Since then conferences have been held annually, each hosted by a different landscape architecture school. The conference is the premier event for landscape architecture education in Europe each year. ECLAS will hold its 25th Conference this year in Porto, Portugal, from 21 to 23 September and will be hosted by the School of Sciences at the University of Porto.

CONFERENCE THEME - LANDSCAPE: A PLACE OF CULTIVATION Cultivation is about growing things: from greening the earth to expanding knowledge; from valuing beauty to artful innovation; from multiplying perception to enriching experiences. 


Everything can be cultivated, grown or developed into higher, deeper or richer levels of understanding, participation and sharing. Cultivation is about developing spatial opportunities, drawing from reality to nurture the present and ease the future. Habitable spaces sustain life and significance; they prosper with safe light, breathable air, fertile soil, drinkable water, spiritual beauty and rich biodiversity. Cultivation leads to a multitude of possibilities, allowing fertility, ingenuity and creativity to blossom. Wellness thrives on the generation of ideas, the lay of the land, the wealth of nature and the wonders of art. People apprehend and cherish the experience of cultivation, and land turns into landscape. ECLAS 2014 conference will feature inspiring keynote speakers and presentations, field trips, the annual Awards presentation, and an attractive social programme.

Keynote Speakers Michael R. Van Gessel, Netherlands Martha Fajardo, Colombia Tom Armour, UK Jack Ahern, USA

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JoĂŁo Nunes, Portugal Visit our site and facebook for further information and videos! www.eclas2014.pt

Join us in september! 20


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www.planear.fc.up.pt


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