REVISTA Nยบ2 2014
Uma edição de:
Com o Apoio de :
Idealização e Concepção gráfica: Amália Souto de Miranda Imagem de capa: Paisagem cultivada: Terceira, Açores; Autor: Jóni Teixeira As restantes imagens são da autoria dos respetivos colaboradores. Porto, Setembro 2014
A equipa da PLANEAR
EDITORIAL Fruto de um trabalho conjunto de uma equipa jovem e dinâmica de estudantes e jovens profissionais da Arquitetura Paisagista do Porto, a primeira edição da revista da PLANEAR – Núcleo de Arquitetura Paisagista do Porto alcançou um elevado êxito e interesse no meio profissional e comunidade estudantil, tratando temas da atualidade e levantando questões no âmbito da profissão. Nesta segunda edição da revista serão abordadas temáticas relativas aos desafios e oportunidades da Arquitetura Paisagista em Portugal, ao Encontro Nacional de Arquitetura Paisagista, a projetos desenvolvidos em território nacional e experiências além-fronteiras e ainda à conferência anual do ECLAS que este ano decorre na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto subordinada ao tema “LANDSCAPE: A Place of Cultivation”. 2014 foi um ano repleto de acontecimentos no âmbito da Arquitetura Paisagista dinamizados pela equipa da PLANEAR com o apoio de parcerias levadas a cabo no decorrer do mandato. Decorrerá este ano a bienal de Arquitetura Paisagista em Barcelona, à semelhança de anos anteriores, com o tema “A Landscape for you” nos dias 25, 26 e 27 de Setembro. Em 2014 celebram-se ainda os 10 anos de existência da PLANEAR – Núcleo de Arquitetura Paisagista do Porto como associação juvenil sem fins lucrativos, fique atento às novidades! Da nossa parte esperaremos poder continuar a desenvolver o trabalho levado a cabo pela atual Direção, bem como cativar o interesse de novos membros a dar continuidade ao mesmo e agradecer os apoios de diversas entidades que demonstraram interesse em suportar o nosso projeto. Carlos Dias, Presidente da Direção
MENSAGEM DE BOAS VINDAS Em nome das Comissões de Curso da Licenciatura e Mestrado em Arquitetura Paisagista, gostariamos de felicitar todos os alunos neste início de ano letivo, muito em particular os novos alunos nesta casa, a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Desejamos a todos um ano letivo com muito sucesso académico, mas também com muita partilha e alegria! Isabel Martinho da Silva, Maria José Curado
COLABORADORES Iolanda Araújo
Arquiteta Paisagista, em estágio profissional, na C.M. de Tábua, e coordenadora do Dep. de Formação, Emprego e Empreendedorismo da PLANEAR. Em 2013 realizou estágio curricular na C.M. de Oeiras e adquiriu o grau de mestre pela FCUP. Integrou os órgãos sociais da AEFCUP como Vice-presidente do Conselho Fiscal (2012/2013), Presidente da Assembleia Geral (2010/2011) e membro da Direção (2008/2009).
Inês Sousa
20 anos, de Vila Nova de Famalicão, é finalista da Licenciatura em Arquitetura Paisagista na FCUP. Membro da Comissão de Acompanhamento da Licenciatura.
Laura Costa - Arquitetura Paisagista
Atelier de Arquitetura Paisagista localizado em Matosinhos e fundado em 2005.
JBJC - Arquitetura Paisagista Lda.
Atelier de Arquitetura Paisagista localizado em Vila Real e fundado em 2011.
Habitat
Atelier de Arquitetura Paisagista coordenado por Malvina Gonçalves e Tiago Gonçalves, 26 e 27 anos, mestres em Arquitectura Paisagista pela FCUP em 2011.
Carlos Dias
25 anos, atualmente a concluir o mestrado em Arquitetura Paisagista na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Presidente da PLANEAR desde 2013. Em 2012 estagiou no atelier de Arquitetura Paisagista Bureau B+B em Amsterdão e durante 2013/2014 foi estagiário nos ateliers HOSPER Sweden e Mandaworks em Estocolmo.
Catarina Ferreira
Licenciada e mestre em Arquitetura Paisagista pela FCUP em 2013. Vice-Presidente da AEFCUP em 2012/2013, e Vice-Presidente da PLANEAR desde 2013. Atualmente é estagiária na empresa OpenGreen – Arquitectura Paisagista Lda., em Vila Nova da Barquinha, e formadora na entidade TomarForma, nas áreas de Ordenamento do Território e Ambiente.
Henrique Pereira dos Santos
Licenciado em Arquitetura Paisagista em Évora em 1983, com uma carreira profissional essencialmente ligada ao ordenamento e gestão em áreas de conservação da natureza. Tem desenvolvido investigação sobre alimentação e gestão da paisagem, estudando em especial a evolução da paisagem rural de Portugal continental no século XX e sua relação com a dinâmica da biodiversidade.
Renata Ferreira
25 anos, mestre em Arquitetura Paisagista pela FCUP em 2012. Fez o seu estágio académico na Câmara Municipal do Porto. Atualmente é Arquiteta Paisagista na Regaflor-Paisagismo e Ambiente, Lda. e efetua o estágio de Técnica Superior de Segurança no Trabalho. Trabalha ainda como freelancer.
ÍNDICE
CALENDÁRIO DE EVENTOS, p.6 Acontecimentos a não perder nos próximos meses
O ENCONTRO ECLAS NO PORTO p.8 The Cultivation of Landscape
...À CONVERSA COM OS ESTUDANTES p.9 O Curso de Arquitetura Paisagista na FCUP
OEIRAS MARCA O RITMO, p.10 Estágio curricular na Câmara de Oeiras
COBERTURAS AJARDINADAS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, p.14 OPORTUNIDADES E DESAFIOS DA AP EM PORTUGAL, p.16
Conversa com os ateliers: Laura Costa Arquitetura Paisagista e JBJC Arquitetura Paisagista, Lda.
PROJETO DE ESPAÇOS VERDES REALIZADO EM PORTUGAL, p.20 Habitat Arquitetura Paisagista
ESTÁGIO AP NO ESTRANGEIRO p.22 em HOSPER SWEDEN, Estocolmo
A EXPERIÊNCIA DO ENEAP, p.24 Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura Paisagista O PROJETO MONTIS, p.26 CAMÉLIA...A COR DO INVERNO, p.27
SETEMBRO 22 Data limite para participar no concurso 27 Workshop “Produção de mirtilo em
fotográfico da Faculdade de Ciências da U. vaso”, Tberries Produção Mirtilos, Coimbra | 45€ (inscrições até 24/09) Porto “A Arte, a Ciência e as Pessoas” | 0€
25-27 Internacional Biennial of
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Festa do Outono 2014, Quinta de Landscape Architecture, Barcelona | bilhetes esgotados - transmissão gratuita em directo Serralves, Porto | 0€ no auditório do COAC, Plaça Nova, Barcelona
30 Data limite para participar no
27 Encontro de diários gráficos “(a)Riscar o
concurso fotográfico do Parque Biológico de Património / Heritage Sketching”, Igreja de S. Gaia “Parque e Vida Selvagem 2014” | 0€ Francisco, Porto | 0€
30 Workshop “Passos para a criação do
próprio emprego”, Cidade das Profissões, Porto | 0€ (inscrição prévia obrigatória)
OUTUBRO
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1-3 Feira “Iberflora”, Valência | 30€
elaborados no âmbito do “(a)Riscar o Património / Heritage Sketching” para exposição e publicação
(entrada gratuita para empresas mediante solicitação prévia)
4-12 Feira “Intercasa”, Lisboa | 5€ ou 2.5€
22 Data limite para participar no
(estudante)
concurso para jovens designers “Talents 2015”. Prémio: oferta de um stand na Feira internacional “Ambiente”, Frankfurt | 0€
10-12 Feira do Património 2014
“Comunicar património”, Guimarães | 2€ (1 dia) ou 5€ (3 dias)
31 Data limite para participar no
concurso de fotografia Quercus - BMWi nas categorias “Natureza e Paisagem”, “Flora Autóctone tem Vida”, “Aves” e “Prémio Especial BMWi” | 5€ 6
NOVEMBRO 2 Data limite para participar no concurso
15 Data limite para entrega de
fotográfico da Royal Horticultural Society “RHS Photographic Competition 2014” | 7.53€ (£6)
candidaturas de participação no Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima 2015, tema: “A água no jardim”
13 Workshop “C3 Currículos, cartas e
15 Data limite para entrega de
cartões de visita” Cidade das Profissões, Porto | 0€ (inscrição prévia obrigatória)
candidaturas de participação no Festival Internacional de Xardíns de Allariz 2015, tema: “A música no xardín”
DEZEMBRO 10 Workshop “10 competências para o
mercado do trabalho”, Cidade das Profissões, Porto | 0€ (inscrição prévia obrigatória)
12 Workshop “10 passos para um CV mais
atrativo”, Cidade das Profissões, Porto | 0€ (inscrição prévia obrigatória)
15 Workshop “Incentivos para o jovem
agricultor”, Cidade das Profissões, Porto | 0€ (inscrição prévia obrigatória)
+ eventos em
http://www.planear.fc.up.pt/
O ENCONTRO ECLAS NO PORTO The Cultivation of Landscape
ECLAS 2014 no Porto. 21 a 23 de Setembro O European Council of Landscape Architecture Schools promove a sua conferência anual sendo a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto a sua promotora. O programa da conferência pode ser consultado em www.eclas2014.pt. A Comissão Organizadora convida a PLANEAR – Núcleo de Arquitetura Paisagista no Porto para estar presente na conferência de abertura no domingo dia 21 de setembro às 18 horas em FC6 – Auditório Ferreira da Silva. A sessão de abertura conta com a presença do Diretor do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da FCUP, Professor António Guerner e a presença do Presidente da Associação Portuguesa de Arquitetura Paisagista, Arquiteto Paisagista Miguel Braula Reis. A conferência inaugural será proferida sobre o tema da conferência “THE CULTIVATION OF LANDSCAPE” pelo arquiteto paisagista holandês Michael van Gessel, Presidente da Foundation Landscape Architecture Europe. Fez a sua formação em arquitetura paisagista na prestigiada universidade de Wageningen tendo concluído os estudos em 1978. Michael van Gessel desempenhou desde então uma intensa atividade profissional tendo trabalhado durante dezoito anos no atelier Bureau B+B que chefiou durante os últimos sete anos que aí exerceu. Dedica atualmente o seu tempo à supervisão de projetos de grande escala e projetos de outra escala como o Stadspark e o Waterpark Osdorp em Amsterdam; o Parque do Museu na propriedade de Oranjewoud Rijsterborgherpark em Deventer; Valkenbergpark em Breda; Oranjepark em Vlaardingen e Twickel em Delden. Esperamos que a ECLAS na FCUP seja um momento de reflexão e intenso debate para a qualificação do ensino da arquitetura paisagista europeia. O envolvimento da PLANEAR é para todos nós docentes uma grande alegria. E, até dia 21 de Setembro às 18 horas em AP FC6! WE WILL CULTIVATE THE LANDSCAPE!
A COMISSÃO ORGANIZADORA Teresa Andresen Cláudia Oliveira Fernandes Gonçalo Andrade José Miguel Lameiras Luís Guedes de Carvalho Maria José Curado
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À CONVERSA COM OS ESTUDANTES O curso de Arquitetura Paisagista na FCUP por Joana Castro, entrevistando a estudante: Inês Sousa
J: Já alguma vez tiveste que fazer direta para uma entrega? I: Não, nunca. Para mim dormir é sagrado, prefiro abdicar de certas coisas durante o meu dia para dedicar ao projeto do que abdicar do meu sono. O que faz com que muitas vezes fique mais de 8, 9 horas seguidas a trabalhar durante o dia, esquecendo-me muitas vezes de comer de tão focada que estou, no entanto não é penoso porque me dá bastante gozo até. O mais tarde que estive a trabalhar foi na faculdade, acho que até às 4h da manhã no segundo ano para Projeto – Vegetação em Espaço Urbano, mas estávamos todos juntos, uma turma inteira focada naquilo e quando assim é, apesar de stressante também pode ser muito divertido com a companhia certa.
Joana Castro: Como é que ouviste falar do curso de Arquitetura Paisagista, e o que te fez escolhê-lo para os teus estudos? Inês Sousa: Foi através de aconselhamento com a psicóloga do secundário quando eu entrei para o 10º ano. Não sabia muito bem o que queria seguir, então ela através de algumas perguntas, análise da minha personalidade, gostos pessoais, aconselhou-me a pesquisar todos os cursos, dentro das minhas áreas de interesse, e tentar fazêlos corresponder com as minhas características, sendo que Arquitetura Paisagista foi o que coincidiu mais. Confesso que até aí, apesar de saber da existência deste curso, não me tinha suscitado qualquer interesse. A partir daí fui-me informando cada vez mais e fui-me apaixonando até ao dia de tomar a decisão, tendo sido AP a minha primeira opção.
J: Que recursos usas quando precisas de pesquisar para trabalhos? I: Maioritariamente confesso que é a internet, faço uma grande seleção da informação, tenho cuidado com os sites que utilizo e as fontes. Mas também uso alguns livros, uns que já adquiri, outros da biblioteca, mas é a minoria.
J: Agora que já estás no teu terceiro ano, achas que o que aprendeste até agora se assemelha à ideia que tinhas do curso? I: A ideia que eu tinha do curso antes é muito semelhante ao que tenho vindo a vivenciar porque me informei bastante para saber em que é que me estava a meter. No entanto, confesso que antes de aqui chegar achava que isto ia ser muito mais fácil e veio a revelar-se muito mais abrangente do que aquilo que eu pensava, vim a aprender coisas que não são só úteis para o curso mas que me enriquecem enquanto pessoa e a minha cultura geral, para além do que é especificamente nosso. Respondendo então à pergunta, sim até supera a ideia que eu tinha.
J: Há alguma disciplina/tópico em especial que aches que faz falta no curso? I: Para já, acho que em termos artísticos temos algumas lacunas, devíamos ter alguma coisa que nos fizesse explorar e estimular mais a nossa criatividade e expressão gráfica, claro que isso vem muito de fora e é um trabalho muito individual, mas acho que essa componente quer a nível manual quer informático seria bastante útil no nosso plano de estudos. Em termos de fitossanidade creio que também não é assunto suficientemente abordado e é de extrema importância.
J: Quantas vezes já tiveste que explicar o que faz um Arquitecto Paisagista aos teus amigos? E corrigir quando dizem Arquiteta Paisagística? I: Acho que tive que explicar a todos os meus amigos, várias vezes, o que faz um Arquiteto Paisagista, mesmo no início quando nem eu sabia bem devido à nossa abrangência, lá me ia atropelando com as ideias. Mas com o decorrer dos anos a ideia vai ficando cada vez mais clara e torna-se mais simples de fazer os outros perceberem. Quanto ao Paisagística acho que isso faz comichão no cérebro de todos nós, e ainda existe muita gente que o diz dessa forma, costumo em tom de brincadeira perguntar se também dizem tosta mística, já não sei quem foi, mas sei que ouvi isto pela parte de um colega mais velho do curso logo quando entrei.
J: Pretendes continuar os estudos na área? Se sim, continuavas na mesma faculdade? I: Sim, quero seguir com Mestrado aqui na FCUP, no âmbito de estágio é que gostava de ir para fora. J: Depois de acabares os estudos, gostavas de ir para fora ou preferias arranjar trabalho em Portugal? I: Preferir preferia ficar por Portugal sem dúvida, por causa da família, dos amigos e do país em si. Mas se tiver que ir para fora terá de ser, desperdiçar estes 5 anos da minha vida é que não. No entanto, só mesmo em último recurso. Para já não penso muito no assunto, um ano de cada vez, nunca se sabe o que nos espera.
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OEIRAS MARCA O RITMO Estágio curricular na Câmara de Oeiras por Iolanda Araujo
Olá a todos! Estou a estagiar na Câmara Municipal de Oeiras, a trabalhar sobre a minimização do risco de cheia numa ribeira problemática do concelho. Venho-vos mostrar a minha experiência e dar a conhecer um pouco esta terra.
de Pombal, com o magnífico palácio do século XVIII: o exlíbris da vila. Hoje, parte da quinta compõe a Estação Agronómica Nacional, onde é cultivada a vinha que dá origem ao premiado Vinho de Carcavelos (produzido e engarrafado pela Câmara Municipal de Oeiras na adega da quinta). É aqui que se pode vislumbrar uma obra hidráulica de grande complexidade, atribuída ao arquiteto húngaro Carlos Mardel, composta por um canal que o Marquês mandou construir para que pudesse navegar de barco dentro da propriedade, pela Casa da Pesca alimentada por um imponente aqueduto, cujo propósito servia para disponibilizar ao Marquês um local onde ele pudesse pescar (para isso seriam depositados previamente peixes vivos no lago) e várias cascatas, das quais se destaca a dos poetas na imagem seguinte.
Oeiras é uma vila situada na margem direita do rio Tejo e tem como vizinhos os concelhos de Lisboa, Cascais, Sintra e Amadora. À primeira vista, a zona urbana, parece apenas um aglomerado residencial ou “dormitório de Lisboa” resultado da proximidade à capital e, consequentemente, do aumento da população que se fez notar acentuadamente a partir da década de 70. No entanto, um olhar mais atento permite descobrir pontos interessantíssimos pelo seu valor e carácter patrimonial que definem esta vila com uma identidade tão particular.
Com a chegada do caminho-de-ferro e a construção da estrada marginal (que liga Lisboa a Cascais), Oeiras tornou-se um local acessível e privilegiado para o recreio, onde se instalaram chalés e moradias da elite portuguesa que frequentava esta “zona de banhos”, como comprova a fotografia abaixo (década de 1950) do autor António Passaporte que deixou um magnífico legado fotográfico ao concelho. A história desta vila é também indissociável da de Sebastião José de Carvalho e Melo – a quem foi atribuído o título de 1º Conde de Oeiras e de Marquês de Pombal. A partir dos bens que herdou, investiu na aquisição de terrenos e conseguiu transformar uma amálgama de propriedades num todo, juntamente com os seus dois irmãos, dando origem à Quinta de recreio dos Marqueses
Casa da Pesca Em 1965, Gonçalo Ribeiro Telles interveio na quinta no âmbito do projeto de reintegração histórico-artística dos jardins. O recente vencedor do Prémio Sir Geoffrey Jellicoe foi co-autor, na década de 50, de um projeto de urbanismo bastante inovador para a época, onde foi aplicado o conceito da cidade-jardim e fundamentos de corrente modernista. Em forma de gota e composto por seis torres envoltas de espaço ajardinado e moradias com jardim
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são vários ao longo de toda a costa, dos quais destaco o enorme Forte de S. Julião da Barra: residência oficial do Ministro da Defesa Nacional. Foi junto a este forte que deixei a minha primeira marca no concelho. Umas problemáticas cortaderias que exigiam constante manutenção (corte: dado que obstruíam um passeio) foram por minha sugestão substituídas por dois Metrosiderus excelsa. Acompanhei todos os trabalhos de remoção e plantação, neste momento o prado foi ressemeado devido às operações que foram necessárias. E daqui avanço para a minha experiência na Câmara Municipal. Não podia estar mais satisfeita!!
surge assim então o bairro Nova Oeiras.
Dão-me total liberdade para trabalhar a tempo inteiro no meu tema de estágio, no entanto, todos os colegas da Divisão (DEV: Divisão de Espaços Verdes) se mostram interessados em saber o que estou a fazer e estão sempre prontos a dar sugestões e a ajudar. O facto de, em meados de Março, a Divisão ter mudado de instalações levou a que eu deixasse de trabalhar numa sala (com mais 4 Arquitetos Paisagistas) e me juntasse a toda a equipa em open space. Apesar de ser mais difícil de gerir o barulho e a concentração acho que foi uma mudança bastante positiva, porque permitiu-me passar a conhecer todos os colegas, com funções distintas. A equipa é composta por Técnicos, Jardineiros, Arquitetos Paisagistas, Engenheiros, Geólogos e Gestores, que se distribuem por várias áreas: projeto, ordenamento, manutenção e gestão dos recursos, nomeadamente dos viveiros municipais. O edifício (“Atrium”) situa-se entre o shopping Oeiras Parque e o Parque dos Poetas.
Exemplos de projetos de outra figura de renome da Arquitetura Paisagista em Portugal, Francisco Caldeira Cabral, são o Estádio Nacional do Jamor e o Parque dos Poetas. Falando agora um pouco da minha experiência em Oeiras, posso dizer que gosto bastante de estar cá, pois é uma vila bastante sossegada, histórica e ao mesmo tempo muito moderna (não é à toa que já foi várias vezes premiada pela qualidade de vida e de trabalho que oferece). É apelidada como o Silicon Valley português pelos 5 institutos de investigação científica que possui, bem como pelos 8 parques empresariais onde estão instaladas empresas como a Nestlé, Microsoft, Netjets, HP, Nokia, Toshiba, Philips, LG, as estações de televisão SIC e TVI, entre outras empresas de destaque a nível nacional e internacional. Em termos de transportes fui surpreendida pelo SATU quando aqui cheguei. Apesar de estar concluída apenas a 1ª fase da obra, e por isso ter pouca adesão, é de notar que é um meio de transporte muito prático e inovador dado que a locomotiva elétrica se desloca sobre uma linha elevada, e que oferece vistas fantásticas sobre a foz do rio Tejo (de onde se destaca o forte do Bugio e a serra da Arrábida no horizonte).
São todos profissionais bastante acessíveis, e apesar de saberem que estou a trabalhar num projeto independente, nunca deixam de me integrar no que estão a fazer, por isso, geralmente acompanho sempre as visitas ao exterior onde acabo por aprender um pouco de tudo. Já pude fazer provas de vinhos produzidos pela Câmara, acompanhei a construção de hortas sociais, do novo canil e gatil municipal, remoção de árvores caídas devido às intempéries, tratamentos fitossanitários, transplantações, podas, abates e plantações, nomeadamente a da “Comemoração da Primavera” onde monitorizei um grupo de participantes nas plantações de arbustos do novo Parque das Perdizes. Foi uma experiência muito divertida, com voluntários de todas as idades e um agrupamento de escuteiros, e enriquecedora dado que aprendi os procedimentos desde o plano de plantação à plantação propriamente dita.
O tempo já começa a convidar para umas idas à praia e a preferência dos residentes por esta zona é notória! Isto porque o passeio marítimo (com 3500m) é muito agradável e frequentado por quem quer praticar desporto ou simplesmente caminhar. Lá também se podem encontrar várias esplanadas e as piscinas oceânicas que espero poder experimentar o quanto antes! Marcos da arquitetura militar, nomeadamente os fortes,
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Sempre que acompanho Arquitetos/Engenheiros/Técnicos a obras a minha opinião é quase sempre solicitada e atentamente ouvida, o que me deixa muito satisfeita pois sinto que estou a ser útil ao município, e consigo estabelecer diálogos onde acabo por aprender bastante. A Câmara acolhe muitos estagiários em todas as áreas. No meu caso tenho trabalhado na companhia de duas estagiárias de AP da Universidade de Évora. Trabalho 7 horas diárias, almoço na copa que o novo edifício disponibiliza (com micro-ondas), o que me permite poupar algum dinheiro dado que levo sempre de casa e onde todos os dias conheço colegas de outros departamentos / divisões da CMO. Ao fim da tarde costumo ir praticar desporto ou relaxar no spa do ginásio, que fica mesmo ao lado do meu local de trabalho (as distinções de “Qualidade de vida e trabalho” para Oeiras estão mais que aprovadas por mim!).
De Belém recomendo tudo, inclusive os pastéis! Também já tive oportunidade de visitar o Estoril e Sintra: património Mundial da UNESCO. É uma vila muito bonita e recomendo a visita aos palácios e chalés que tanto a caracterizam. Na imagem seguinte podemos ver o Castelo dos Mouros à esquerda e o Palácio da Pena à direita.
No caminho para casa, que dura entre 7 a 10min (a pé), passo pelo shopping (o que dá muito jeito porque tem hipermercado), por uma escola de ténis com campos ao ar livre onde me distraio sempre um pouco, e por um velhote que me dá os bons dias e as boas tardes enquanto dá de comer aos gatos que param por ali. De facto moro numa pacata zona de vivendas e pequenos prédios muito próxima da Câmara, mas como o meu apartamento fica na ponta oposta tenho que andar os tais 10min, mas a maioria do caminho já é feita dentro da urbanização, o que inspira pouca confusão e alguma segurança. De comboio facilmente me desloco a Lisboa, aproveito para passear e é onde apanho o comboio intercidades quando vou a casa. A viagem é confortável, no entanto demoro sempre cerca de 5H30 a chegar de Oeiras a Santo Tirso, por causa das trocas de meio de transporte que preciso de fazer ainda em Oeiras e Lisboa, ou 5H caso faça OeirasPorto.
É de visita obrigatória e já prometi a mim mesma que tenho que voltar em breve a Sintra, nem que seja para comer novamente os típicos travesseiros e as queijadas.
Que acham da Quinta da Regaleira?
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Subi também ao santuário da Peninha em pleno Parque Natural Sintra-Cascais que oferece vistas num raio de cerca de 50km! A sensação de tocar o céu e de ver todo o recorte do desenho da nossa costa é de cortar a respiração. Recomendo!
Deste lado podemos ver toda a paisagem desde Lisboa a Cascais e Praia do Guincho (direita), bem como a serra da Arrábida ao fundo
E com esta bela paisagem me despeço. Espero que tenham gostado de conhecer esta terra tanto quanto eu. Este artigo data de 25 de Abril de 2013 e foi publicado no blog de estagiários de arquitetura paisagista da FCUP, segue todas as publicações no blog: uplainterns.blospot.pt E se estiveres a fazer estágio, participa!! Vista para o cabo da Roca
É divertido e interessante partilhar e ter acesso às experiências dos nossos colegas. A imagem abaixo mostra um pouco de alguns dos artigos que vais poder encontrar...
COBERTURAS AJARDINADAS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA por Landlab
de edifícios com cobertura ajardinada mostraram ser de menos 3 / 4º C, quando comparados com edifício com cobertura tradicional (Peck et al. 1999). Em climas onde o ar condicionado é essencial para a manutenção de condições de trabalho adequadas, esta poderá ser uma razão fundamental para se adotar uma cobertura ajardinada: cada redução de 0,5º C na temperatura interior do edifício reduzirá o consumo de energia (destinada a aparelhos de ar condicionado) em mais de 8%. A Environment Canada, identificou esta situação típica num edifício de escritórios em Toronto que, após a instalação de uma cobertura ajardinada com 10 cm de espessura de substrato, reduziu em 25% a necessidade de uso de ar condicionado durante o período quente..
O conceito de cobertura ajardinada remonta aos séculos VII e VIII A.C., sendo disso exemplo os Jardins Suspensos da Babilónia. Posteriormente, também as civilizações romanas e nórdicas desenvolveram este conceito nos seus edifícios. Todavia, foi apenas no século XX, com aparecimento das coberturas planas cujo sistema construtivo possibilitava cargas maiores, que este conceito de desenvolveu e expandiu. Os benefícios deste tipo de estrutura são inúmeros e de tipologia bastante distinta: i) benefícios estéticos; ii) benefícios ambientais e de biodiversidade; e iii) benefícios económicos. No entanto, são os económicos, nomeadamente, o grande aumento da eficiência energética que as coberturas ajardinadas conferem aos edifícios, que acaba por constituir um dos principais argumentos para a instalação deste tipo de solução. De facto, as coberturas ajardinadas diminuem em 90% a ação térmica dos raios solares incidentes nas coberturas, quer pela presença da vegetação, quer pelo perfil de substrato. Estudos revelam que em dias com temperatura exterior se situa entre os 25 e 30º C, as temperaturas no interior
Também no Inverno se verifica uma poupança de energia nos edifícios que têm coberturas ajardinadas (muito dependente da espessura do substrato), pois a sua característica isolante diminui as perdas de calor. Um estudo do National Research Council Canada de 2003 quantificou em cerca de 75% de poupança energética, em aquecimento e arrefecimento, no edifício com cobertura ajardinada, após monitorização das variações térmicas
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e consumo de energia (Kw/h/dia), durante dois anos e em comparação direta com edifício com cobertura convencional. Por todos estes serviços prestados ao edifício, à população e ao ambiente, o conceito de coberturas ajardinadas está em franca expansão. Em consequência desta expansão, já é uma estrutura i) obrigatória nos novos edifícios de cidades como Copenhaga, Buenos Aires e Curitiba; ii) objeto de benefícios fiscais em cidades como Londres; ou iii) objeto de incentivos financeiros como aqueles atribuídos pelo governo belga que apoia em € 30,00 a cada metro quadrado de cobertura instalado. Os benefícios das coberturas ajardinadas, podem resumirse nos seguintes benefícios: a) Aumento da eficiência energética e redução dos custos com energia b) Aumento na produção de oxigénio e maior reciclagem de dióxido de carbono; c) Isolamento térmico: Toronto, Canada, medições de temperatura na membrana de isolamento: - Zona sem cobertura ecológica - 70 °C
- Zona com cobertura ecológica - 25 °C d) Diminuição do efeito de estufa e redução do efeito da ilha de calor nas zonas urbanas; e) Reduz os custos com a manutenção dos edifícios – protecção da impermeabilização. f) Aumento da biodiversidade e nichos ecológicos; g) Aumento significativo da área verde em contexto urbano e diminuição do impacto negativo da massificação das estruturas construídas em meio urbano; h) Absorção / filtragem de gases poluentes e partículas em suspensão da atmosfera (poeiras tóxicas); i) Importante papel na integridade e sustentabilidade dos sistemas de drenagem urbanos j) Diminui o risco de inundações: 50-80% da água da chuva é maioritariamente absorvida pelas plantas, outra é evaporada e a restante é conduzida para os coletores urbanos.
OPORTUNIDADES E DESAFIOS DA ARQUITETURA PAISAGISTA EM PORTUGAL Conversa com os ateliers: JBJC e Laura Costa Arquitetura Paisagista
A Planear falou com alguns gabinetes de arquitetura paisagista para entender quais são as escalas e o tipo de abordagens praticadas, procurando também saber quais são os desafios o oportunidades da profissão em Portugal.
estratégicas para a realização de projetos de grande dimensão ou internacionais. Qual a filosofia de trabalho? Os trabalhos que o atelier desenvolve fundamentam-se nas características específicas do local (biofísicas e de equilíbrio dos ecossistemas presentes), pois considera-se que são fortemente orientadoras das soluções a aplicar. No entanto, pelo facto de se atuar sempre em territórios fortemente marcados pela ação antrópica, considera-se imprescindível ponderar parâmetros relacionados com questões de ordem social, cultural e económica. Na abordagem analítica e prepositiva são ponderadas questões de ordem funcional, ecológica e estética pois um espaço que não garanta um correto funcionamento (sistemas naturais e humanos) não é duradouro, e que não seja belo e funcional , não é atrativo (fruição e recreio).
As questões colocadas foram: -Como descreve a experiência de gerir um atelier de Arquitetura Paisagista em Portugal? -Qual a filosofia de trabalho do atelier? -Quais os desafios futuros e oportunidades de trabalhar em Arquitetura Paisagista em Portugal? Laura Costa Arquitetura Paisagista: Atelier fundado em 2005, dedica-se à realização de trabalhos de arquitetura paisagista em todas as suas vertentes: Projeto; Fiscalização de obras; Planeamento urbanístico e Ordenamento do território.
Como principal material de construção utiliza-se a vegetação tirando-se partido de todas as suas componentes e dinâmicas (cores, texturas, volumes, silhuetas). Também é considerando o material mais plástico e mais generoso na sua capacidade de resposta ao que lhe é solicitado ao longo do tempo. Preferencialmente, a vegetação utilizada é a autóctone de cada região, mas não enjeitamos o uso de plantas exóticas, nem o podemos deixar de o fazer por respeito à herança cultural/botânica/ paisagística que gerações e gerações de portugueses nos deixaram ao longo de séculos e pela importância que damos à investigação e ao desenvolvimento científico. Em cada projeto ou plano pretendem-se definir soluções e propostas que sejam as adequadas a cada problema, de forma correta, segura, criativa e bela, havendo inclusive lugar a alguma experimentação, numa perspetiva de investigação aplicada.
Tem sede em Matosinhos e grande parte da atividade do gabinete desenvolve-se em Portugal mas tem sido fomentada uma estratégia de internacionalização através da execução de concursos e trabalhos em diversos países. Tem apostado em Angola e Moçambique através da realização de projetos e concursos mas, também, se tem apresentado trabalhos em países europeus. Como descreve a experiência de gerir um atelier de Arquitetura Paisagista em Portugal? A gestão de um atelier de Arquitetura Paisagista em Portugal neste início do século XXI passa, em muito, pela permanente gestão de recursos humanos e financeiros tendo que haver um processo criativo de diversificação do âmbito de trabalho, internacionalização, permanente modernização dos processos produtivos e gestão de parcerias de trabalho. A requalificação permanente e maior capacidade em dar resposta aos desafios que são colocados são aspetos obrigatórios porque são diferenciadores no mercado de trabalho. Empresas com custos fixos reduzidos e de pequena escala permitem fazer permanentes adaptações às flutuações do mercado e gerir a carteira de trabalhos de acordo com os princípios e estratégias definidas pelo atelier em cada momento. Outro aspeto fundamental na gestão prende-se com o desenvolvimento de parcerias
Quais os desafios futuros e oportunidades de trabalhar em Arquitetura Paisagista em Portugal? Os desafios e oportunidades de trabalhar em Arquitetura Paisagista em Portugal são os mesmos que se colocam no mundo em geral e que se relacionam com a capacidade da Arquitetura Paisagista se afirmar como profissão que acompanha os grandes temas do século XXI. Reconversão urbanística, expansão urbana, alterações climáticas, energia,
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mobilidade, biodiversidade e erosão, são alguns dos grandes temas debatidos, estudados e projetados neste início de século tendo a Arquitetura Paisagista de oferecer visões integradas, inovadoras, permanentes e menos dispendiosas na abordagem a estes temas e onde a participação pública esteja cada vez mais presente. Num mundo global os problemas são globais pelo que as profissões terão que estar atentas às oportunidades e desafios que os problemas globais oferecem de modo a poderem dar respostas.
Exemplo de um projeto: (imagem abaixo) Designação: Parque do Recinto Empresarial da Agros Promotor: Agros, U.C.R.L. Local: Vila do Conde, Portugal Área: 22ha Equipa: Laura Costa; Joana Carneiro; Manuel Cordeiro, Colaboração no projeto: Sérgio Pinto; Ana Mesquita Arquitetura: Rocha Leite, Arquitectos Associados Data de projeto: 2008-2012 Data de conclusão da obra: 2008-2012 Prémios: Prémio Nacional de Arquitetura Paisagista 2012, Categoria: Obra, Subcategoria: Parques e Jardins
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JBJC - arquitetura paisagista, Lda.
Qual é a escala e âmbito do atelier?
João Bicho e Joana Carneiro, são Arquitetos Paisagistas, formados na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real.
O âmbito das nossas intervenções vai do pequeno jardim particular, ao ordenamento de quintas agrícolas, espaços públicos, recuperação de áreas sensíveis e degradadas, hotéis e empreendimentos turísticos. Prestamos ainda serviços de fiscalização de obras de Arquitetura Paisagista e fazemos levantamentos de vegetação e arboricultura. Sempre que possível, exploramos a construção dos jardins que projetamos e desenvolvemos a produção de plantas singulares, que fazem a diferença nos nossos jardins. Este é um trabalho muito enriquecedor, na medida em aumenta a nossa percepção das possibilidades e limitações do nosso trabalho em atelier. Como pode verificar, os trabalhos que desenvolvemos têm abrangido diferentes temáticas e as escalas mais diversas.
Em 2011, e após vários de anos de trabalho conjunto, formalizaram a empresa JBJC - arquitectura paisagista, Lda. Muitos foram os trabalhos desenvolvidos, desde 2004, abrangendo as mais diversas temáticas e escalas. O âmbito das suas intervenções vai desde o pequeno jardim particular, passando pelo ordenamento de quintas agrícolas, espaços públicos, recuperação de áreas sensíveis e degradas, hotéis e empreendimentos turísticos. Prestam ainda serviços como estudos de ordenamento do território e de impacte ambiental, fiscalização de obras de Arquitetura Paisagista, levantamentos de vegetação e arboricultura. O seu trabalho baseia-se na exploração do desenho valorizando aspectos técnicos que conduzem a uma experiência de utilização do espaço enriquecedora. Conjugando técnicas de construção tradicionais e contemporâneas, procuram assegurar respostas sustentáveis e “low cost” adequadas e individualizadas a cada cliente ou utilizador. Recentemente, reuniram uma equipa de trabalho competente que se encarrega da construção dos espaços que projetam. Desenvolvem também trabalhos pontuais na produção de plantas singulares que fazem a diferença dos seus jardins.
Qual a filosofia de trabalho? O nosso trabalho baseia-se na exploração do desenho, valorizando os aspectos técnicos que conduzem a uma experiência enriquecedora de utilização do espaço. Exploramos conceptualmente técnicas de construção tradicionais e contemporâneas procurando assegurar respostas sustentáveis e adequadas a cada situação. Cada projecto é personalizado, pois cada cliente é único para nós. Quais as ferramentas utilizadas? Os projectos são explorados em função das suas especificidades. O início, na fase de concepção, passa quase sempre pelo desenho em papel. Depois definem-se as metodologias de abordagem do projecto, há modelos digitais, fotomontagens e, se a escala o justificar, fazem-se maquetas.
Como descreve a experiência de gerir um atelier de Arquitetura Paisagista em Portugal? No nosso caso é uma procura constante de novas formas de poder afirmar a arquitetura paisagista enquanto produto e serviço de excelência, quer no que respeita à “concepção” de paisagem em jardins ou outros espaços verdes, quer no que respeita às questões de sensibilização ambiental e preservação de espaços ou de espécies com valor histórico ou cultural. Hoje, e tendo em conta as dificuldades com que nos deparamos diariamente, é um acto de resiliência.
Quais os desafios e oportunidades de trabalhar em Arquitetura Paisagista em Portugal? Crescer e consolidar o nosso trabalho. Os arquitetos paisagistas podem ter um papel mais ativo no planeamento de espaços públicos e infraestruturas, não só no que respeita às questões estéticas, mas principalmente na funcionalidade, gestão e manutenção de projetos relacionados com paisagem e ambiente.
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Acima: Integração paisagística do edifício de apoio à Quinta de Lemos; Localização: Silgueiros, Viseu, Portugal; Área:33 300 m2; Tipo: Concepção de projecto; Construção fase 1 e 2; Fase: Em construção; Coordenadores/ Autoria de projecto: João Luís Bicho, Joana Carneiro; Co-autoria de projecto: Ana Miguel Sousa; Arquitectura / Coordenação: CA - J. M. Carvalho Araújo, Arquitectura e Design S.A.; Fotografia: JBJC Arquitectura Paisagista Em baixo: Escola Secundária de Arouca; Localização:Arouca, Portugal; Área:25300 m2; Tipo: Concepção de projecto; Fase:Em construção; Cliente:Parque Escolar, E.P.E.; Coordenadores/ Autoria de projecto:João Luís Bicho, Joana Carneiro; Colaboradores de projecto: Ana Miguel Sousa; Arquitectura:CA - J. M. Carvalho Araújo, Arquitectura e Design S.A.; Consultores:Genco - Gabinete de Engenheiros Consultores, Lda.:Torção-E, Gabinete de Engenharia Civil , Lda.; Fotografia: JBJC Arquitectura Paisagista
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PROJETO DE ESPAÇOS VERDES REALIZADO EM PORTUGAL por Habitat Arquitetura Paisagista
A Habitat Arquitectura Paisagista fundada por dois antigos alunos de arquitectura paisagista da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, dedica-se ao projecto e construção de espaços verdes. Em 2012 surgiu o desafio de projectar um jardim, num espaço comercial, com características muito particulares. Devido ao carácter comercial do local, o principal objectivo consistiu em potenciar o espaço exterior ao máximo, para que fosse um espaço apelativo e simultaneamente funcional, permitindo acomodar um número predefinido de mesas (lugares). Este espaço constituía uma oportunidade de ter, no coração da cidade, um café com um espaço verde relaxante, integrado no miolo do quarteirão, que permitisse desligar do buliço da cidade. O conceito da intervenção surgiu na sequência desta particularidade, a partir da qual se procurou criar um espaço, onde o público se sentisse em casa, num ambiente calmo e descontraído. O espaço foi concebido de forma a ser simultaneamente um espaço de baixa manutenção, com grande capacidade de carga e esteticamente interessante. Da proposta resultaram três áreas distintas, uma área em deck que constitui a esplanada principal, uma área “lounge”, que permite uma estadia ao ar livre mais confortável e descontraída e um relvado que permite uma maior profundidade visual. Este espaço teve uma grande adesão do público desde o primeiro dia e a vontade de usufruir deste espaço é espelhada na sua procura contínua. Dois anos mais tarde, surge o novo desafio, de transportar
para a Casinha Boutique Café Viana o mesmo conceito da Casinha Boutique Café Porto. Dadas as novas condicionantes, optou-se por uma estratégia completamente diferente para implementar o mesmo conceito. Apostou-se num desenho de mobiliário modular de carácter descontraído, capaz de se ajustar ao espaço e às suas diferentes utilizações e mais uma vez, acomodar um grande número de clientes. Para se obter um ambiente confortável e acolhedor foi primordial a introdução de vegetação, que permitiu quebrar a rigidez do espaço e torná-lo mais aprazível. Apostou-se também na plantação de árvores focais para atrair a atenção dos utilizadores e de trepadeiras para se criarem paredes verdes. Utilizaram-se espécies sub-arbustivas de diferentes tonalidades e texturas, com florações de diferentes cores, resistentes à secura. Neste espaço havia também a necessidade de trabalhar a relação do interior com o exterior, através de uma gestão cuidada de vistas. Era importante que o espaço exterior fosse visível a partir do interior, mas não na sua totalidade, dando uma sensação de privacidade quer aos utilizadores do interior, quer aos do exterior. Estes dois projectos revelaram-se um desafio muito enriquecedor, porque mesmo com um orçamento reduzido e algumas limitações ao nível do espaço é possivel criar espaços exteriores funcionais e apelativos.
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CASINHA BOUTIQUE CAFÉ PORTO
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CASINHA BOUTIQUE CAFÉ VIANA DO CASTELO
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2 viana.jpg www.habitatprojectos.pt
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ESTÁGIO AP NO ESTRANGEIRO Em HOSPER SWEDEN, Estocolmo, por Carlos Dias
Sempre me senti fascinado pelo design escandinavo, mas foi durante o verão de 2012, enquanto efetuava um período de estudos nos Países Baixos, numa visita às cidades de Estocolmo e Uppsala que decidi tentar a minha sorte pelos países nórdicos, sendo precisamente esta experiência em ambiente profissional que irei partilhar convosco.
relação íntima com o mundo natural onde se verifica uma enorme semelhança entre os espaços verdes criados pelo Homem e a paisagem envolvente. Estocolmo foi também responsável pelo desenvolvimento daquilo que viria a ser o primeiro sistema de parques públicos modernos na Europa com base no trabalho desenvolvido pelos arquitetos Holger Blom e Erik Glemme.
A oportunidade de realizar um estágio em Estocolmo surgiu com a necessidade da obtenção de grau de mestre em Arquitetura Paisagista no ano letivo 2013-2014. Ao abrigo do programa ERASMUS, fui selecionado para estagiar no atelier HOSPER SWEDEN em colaboração com o atelier MANDAWORKS pelo período de 12 meses.
Apesar dos suecos estudarem e trabalharem exaustivamente, também levam bastante a sério o tempo de descanso e lazer e como tal não poderia falar da Suécia sem mencionar os termos fika e lagom. O primeiro representa muito mais do que uma pausa para café, é uma interação social e uma parte importante da cultura nacional, sendo que o último resume os ideais culturais e sociais suecos de igualdade e justiça e simplesmente significa “o suficiente”, sem pecar por excesso ou escassez. Falando um pouco da experiência em ambiente profissional, o atelier de arquitetura paisagista e desenho urbano HOSPER SWEDEN tem a sua sede em Haarlem na Holanda e conta, desde 2006, com um outro espaço em Estocolmo no qual se encontram sedidadas outras empresas de arquitetura, urbanismo, design e arquitetura paisagista – Mandaworks, Södergruppen Arkitekter, HAG Arkitekter, Lovely Landskap – as quais diversas vezes colaboram conjuntamente em variados projetos, tornando o espaço em si bastante dinâmico e multidisciplinar.
Estocolmo foi a cidade denominada como a primeira capital verde europeia no ano de 2010, contando com uma enorme diversidade de parques e áreas naturais bem como uma elevada qualidade do ar e dos recursos hídricos e uma desenvolvida rede de transportes públicos e ciclovias. Os suecos nutrem um especial carinho pela natureza, sendo a razão pela qual as questões ambientais desempenham uma elevada importância para o país. Apenas 1% dos resíduos sólidos são depositados em aterros na Suécia, sendo os restantes utilizados para reciclagem ou produção de calor, eletricidade ou biogás. As fontes de energia renováveis são responsáveis por quase metade da produção de energia sueca e Estocolmo ambiciona ser independente dos combustíveis fósseis até ao ano de 2050.
No decorrer dos últimos anos, o atelier tem vindo a introduzir na Suécia a abordagem multidisciplinar que foi desenvolvida na Holanda nos últimos quinze anos,
No que diz respeito ao projeto em Arquitetura Paisagista, a cultura sueca segue os ritmos da natureza e os seus princípios evolucionários, onde as transformações são lentas e incorporam alterações constantes, vivendo numa
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à luz da experiência adquirida em projetos Holandeses, e contribuindo em contrapartida com conhecimento proveniente da cultura do design escandinavo como o conceito de sociedade como um instrumento coletivo e de partilha. O trabalho desenvolvido pelo atelier resulta numa abordagem multidisciplinar, sustentável e diversificada com base numa exaustiva análise e interpretação do caráter do lugar e é fruto das diversas nacionalidades e formações provenientes da jovem equipa que o constitui. Como estagiário, vi-me envolvido em bastantes projetos desde a fase de análise à conceção e foi-me permitido participar e contribuir com conhecimento na área de arquitetura paisagista e urbanismo de uma forma bastante
enriquecedora para ambas as partes. Estocolmo foi sem dúvida uma experiência única, onde pude viver num ambiente cosmopolita a uns passos de distância da natureza, onde certamente desenvolvi bastantes capacidades como arquiteto paisagista e onde aprendi a ver o mundo de uma outra forma, implementando o lagom em muito aquilo que faço hoje. O próximo passo? Aquilo que o futuro me reservar. Existe ainda muito para ver, aprender e crescer como profissional e pessoa.
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A EXPERIÊNCIA DO ENEAP por Catarina Ferreira (Vice-Presidente PLANEAR) e Catarina Silva (Presidente NAPUA)
O Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura Paisagista aproximou estudantes AP de norte a sul do país em Maio de 2014, na Universidade de Évora. Foi há cerca de 5 meses que aconteceu o Encontro Nacional de Estudantes das 5 escolas de Arquitetura Paisagista em Portugal. Movidos pela força do associativismo e pela vontade de querer aproximar os estudantes de AP, os 5 Núcleos colaboraram numa só voz através dos colegas de Évora para organizar o tão aguardado Encontro, que não se realizava desde 1999, ainda duas das cinco escolas não existiam. Hoje somos mais, e hoje queremos mais Arquitetura Paisagista – não só na vida académica e profissional, mas também no quotidiano, na rua, nas agendas políticas e sociais, e por isso a questão impôs-se durante o Encontro – Qual o futuro da Arquitetura Paisagista em Portugal? Foram 4 dias de intensa atividade, de partilha de conhecimentos, experiências e passagem de testemunhos entre estudantes, que conheceram Évora em poucos dias, mas sempre com o lápis e papel prontos a registarem a paisagem que os recebeu. Em nome da atual Direção da PLANEAR, reconhecemos todo o esforço conjunto em prol de um evento desta escala, onde o Porto marcou a sua presença através dos seus dirigentes associativos, professores e estudantes.
E porque o associativismo faz parte de nós, e do nosso percurso académico, porque a partilha do conhecimento é o caminho para uma sociedade mais justa, que faz melhores opções no futuro – desejamos que o ENEAP 2015 seja um sucesso! Participa. Convite para o próximo ENEAP: Foi com grande entusiasmo que o NAPUA – Núcleo de Arquitetura Paisagista da Universidade do Algarve – aceitou receber na cidade de Faro o próximo Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura Paisagista ENEAP, em 2015. Sabemos a importância deste evento e o valor que tem para os estudantes. Por isso, estamos determinados a organizar dias inesquecíveis com muitos convidados, visitas de campo e actividades de grupo que fomentem a partilha de experiências entre universidades. Deixamos o convite a todos os estudantes, profissionais e interessados na área a participarem neste encontro e a enriquecerem-no um pouco mais com as suas experiências, conhecimentos e boa disposição. A data ainda não está marcada mas fiquem atentos à nossa página de facebook https://www.facebook.com/nucleoapualg e não hesitem em contactar-nos via e-mail – napua.ualg@gmail.com.
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O PROJETO MONTIS por Henrique Pereira dos Santos
A ideia de base não é original, sendo até vulgar nos países de tradição anglo-saxónica. Em Portugal, não sendo comum, tem um bom exemplo na Reserva da Faia Brava (da ATN, Associação Transumância e Natureza), a primeira área protegida privada em Portugal. Daí copiámos este modelo de gestão, simples e eficaz: a custódia directa do território aliada a um empenho forte no trabalho de campo permitindo uma gestão com resultados importantes para a conservação, ao mesmo tempo que cria riqueza e emprego em zonas deprimidas. A vontade dos sócios, a capacidade técnica de quem trabalha connosco e o trabalho em rede, permite-nos chegar a pessoas e mercados que possam valorizar a biodiversidade, introduzindo, em territórios hoje abandonados, mecanismos de gestão da paisagem. Mesmo quando, em algumas áreas, conscientemente, a não gestão seja adoptada, por ser o modelo que melhor serve os objectivos estabelecidos para a paisagem em causa. E porque não há gestão sem recursos, a quota anual é de 20 euros. Mas o melhor é mesmo vir ter connosco, conhecer o que vamos fazendo e as paisagens da nossa área prioritária de actuação, por exemplo, no dia 9 de Novembro, para passear, apanhar uns cogumelos e prová-los ao almoço e ao lanche, com a garantia de connosco vai quem os conhece como a palma da mão.
A Montis é uma associação que pretende produzir biodiversidade através de uma gestão sustentável do património natural, participada, transparente e aberta a todos. No fundo, o que queremos é criar valor com a biodiversidade, usá-la também como um instrumento de gestão da paisagem, não apenas como um seu produto, porque não acreditamos numa conservação da natureza que não se dirija às pessoas e não se relacione com a economia que gere as paisagens. Temos como objectivo central gerir com objectivos de conservação da natureza, garantindo o desenvolvimento dos processos naturais, promovendo a conservação de espécies autóctones, gerindo inteligentemente os fogos florestais e outros riscos naturais e aumentando o valor de mercado da biodiversidade. Queremos adquirir terrenos, prioritariamente na envolvente do rio Vouga, mas sem descurar oportunidades noutras localizações. Acreditamos que a capacidade de gerir é um instrumento fundamental para um uso inteligente dos territórios marginais, que sofrem neste momento um profundo processo de abandono e desvalorização social. Os sócios da Montis podem a ter a garantia de que as suas quotas serão aplicadas na compra e gestão de terrenos, que queremos valorizar pela biodiversidade, mas fugindo a uma lógica de rentabilização imediata. A Montis está ainda num processo de instalação e queremos: 1) lançar uma campanha de crowdfunding (financiamento pela multidão), para comprar cerca de 5,5 hectares, o que faremos ainda durante 2014; 2) Articular intervenções com câmaras municipais que tenham uma sólida intervenção de conservação, estando já a colaborar com um dos municípios da região de Lafões, para a instalação do primeiro parque natural local de Portugal; 3) Fazer acordos de gestão com empresas que tenham terrenos, o que iremos concretizar, pelo menos num caso, ainda durante 2014, de forma a garantir uma gestão com objectivos de conservação. Estabelecida uma primeira base que permita ao projecto ter visibilidade e sustentabilidade, os passos seguintes terão como objectivo a criação de valor a partir dessa base e replicar, progressivamente, o modelo noutras áreas de gestão com interesse para a conservação da biodiversidade.
Fotografia: Serra da Arada, por João Cosme
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CURIOSIDADE
Nome científico: Camellia sasanqua Nome vulgar: Camélia sasanqua, sasanqua, sazanka, camélia-de-Outono Floração: Setembro a dezembro - Pétalas onduladas, coloração que varia do rosa ao branco, flores delicadas e frangantes. Crescimento: Muito lento Dimensões: arbusto ou pequena árvore, 1 a 5m de altura e 1 a 4 m de diâmetro Particularidade: Existem apenas duas variedades portuguesas, Barão de Soutelinho e Baronesa de Soutelinho.
CAMÉLIA... A COR DO INVERNO por Renata Duarte
Originárias do Oriente, as camélias fazem parte do património cultural e natural Norte de Portugal há mais de 200 anos. Estas plantas fazem-se notar pela sua floração, de cores e formas variadas que florescem entre o outono e o inverno, como pelas suas folhas lustrosas de um verde brilhante que persiste durante todo o ano. O género Camellia pode incluir espécies arbóreas de porte médio ou arbustivo e compreende mais de 300 espécies. Sendo as mais representativas as Camellia sinensis (planta do chá), e as espécies que são mais utilizadas como ornamentais: Camellia japonica, Camellia sasanqua e Camellia reticulata, bem como diferentes híbridos que são obtidos por indução artificial. As camélias são classificadas em função da forma da flor (do número e da disposição das pétalas), sendo assim podem ser: Simples ou singela, Semi-dobrada, Dobrada completa ou dobrada formal, Dobrada incompleta ou forma de rosa, Anémona, Peónia e Higo. As camélias são plantas sensíveis e exigentes associadas a climas temperados e húmidos. No entanto se houver algum cuidado aquando a sua plantação conseguirá ter plantas no seu esplendor máximo tanto no Norte como no Sul do País, bem como num jardim ou até numa varanda.
Deverá colocar na cova de plantação um substrato para plantas acidófilas, pois esta planta requer solos leves, bem drenados, com capacidade de retenção de água, ligeiramente ácidos e com bom teor de matéria orgânica.
Plantação Deve plantar a sua camélia entre Novembro e Março com uma cova larga e pouco profunda (com cerca de 1m de diâmetro e 50 cm de profundidade). O local a escolher deverá ser resguardado do vento e com sombra parcial.
Aquisição das plantas Deverá ser adquirida em hortos ou viveiristas quando apresentam botão ou flor, envasadas e com cerca de 3 a 4 anos.
Manutenção Após a plantação deverá aplicar-se um fertilizante orgânico, quando surgir o crescimento dos novos lançamentos. Durante o período de floração a camélia necessita de regas abundantes, para favorecer a abertura dos gomos. As camélias sasanquas são mais resistentes à secura, sendo as mais indicadas para climas mais secos. Não é aconselhável regar as camélias com águas calcárias. Podas A poda das camélias deverá ser efetuada logo a seguir a queda das flores, e antes da formação dos novos lançamentos. Assim sendo, podam-se os ramos ladrões que não produziram flores, garantindo o crescimento equilibrado, denso e florido da planta. As camélias aguentam podas de topiária e podem ser podadas de forma a constituírem muros ou sebes vivas, ou como grandes estruturas vegetais.
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www.planear.fc.up.pt