RELATÓRIO - BIOFACH 2010
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RELATÓRIO: RELATÓRIO - BIOFACH 2010
BIOFACH 2010 E VISITAS TÉCNICAS
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ÍNDICE
RELATÓRIO: BIOFACH 2010 E VISITAS TÉCNICAS
RELATÓRIO - BIOFACH 2010
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1.PARTICIPANTES................................................................................................. 06 2. CARACTERIZAÇÃO DA MISSÃO TÉCNICA............................................................ 07 2.1. Evolução da Feira da Granola à BioFach 2010..................................................... 07 2.2. As Feiras BioFach e Vivaness............................................................................ 08 2.2.1. É Possível Atuação Social e Lucro de Empresas............................................... 08 2.2.2.Têxtil Orgânico.............................................................................................. 09 2.2.3. Mundusvini BioFach: Vinho Orgânico.............................................................. 09 2.2.4. Vivaness..................................................................................................... 10 3. OBJETIVOS DA MISSÃO..................................................................................... 12 4. O MERCADO ORGÂNICO E A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL.........................12 5. BRASIL NA BIOFACH 2010................................................................................. 13 5.1. Perfil das Empresas Participantes da Organics Brasil............................................ 15 6. TEMA DO ANO BIOFACH 2010: ORGANIC + FAIR............................................... 17 6.1.O que é Fair Trade?.......................................................................................... 17 6.2.História do Movimento:..................................................................................... 18 6.3.Princípios do Fair Trade:.................................................................................... 18 6.3.1.Criação de Oportunidades para os Produtores Economicamente Desfavorecidos.....18 6.4. Compromissos do Fair Trade:............................................................................ 19 6.4.1.Compromissos do produtor............................................................................. 19 6.4.2.Compromissos do consumidor......................................................................... 19 6.4.3.Compromissos das organizações de apoio ao Comércio Justo.............................19 6.5.Ações de Fair Trade na Biofach Alemanha 2010.................................................. 19 6.5.1.Tema do Ano: ORGANIC + FAIR..................................................................... 19 6.5.2.Certificação Fair Trade (Comércio Justo) e Orgânica:......................................... 20 6.5.3.Diversificação de Produtos Certificados Fair Trade:............................................ 22 6.6. Potencial de Mercado Internacional para Produtos Fair Trade................................. 23 6.7. A Evolução das Formas de Comercialização........................................................ 24 6.8. O Mercado Atacadista...................................................................................... 25 6.9. O Mercado Varejista........................................................................................ 26 6.9.1. Principais Varejistas de Fair Trade no Mundo.................................................... 27 6.9.1.1 The Network of European Worldshops –NEWS!.............................................. 27 6.9.1.2 European Fair Trade Association (EFTA)....................................................... 27 6.9.1.3 GEPA the Fair Trade Company..................................................................... 28 7. RESUMO DA MISSÃO INTERNACIONAL DO SEBRAE - NA BIOFACH 2010...............29 7.1. Os Caminhos da Missão................................................................................... 29 7.2. Produtos, Sua Procedência e a Relação dos Produtores com o Mercado..................30 7.3. Como os Produtores se Organizam para Acessar o Mercado.................................. 31 7.4. Palestra MDA – Planeta Orgânico...................................................................... 31 7.5. Visitas Técnicas.............................................................................................. 32 7.5.1. Basic – Nuremberg....................................................................................... 32 7.5.2. Hutzelhof..................................................................................................... 33
Expediente do relatório da missão BioFach/Alemanha (fevereiro de 2010)
Áreas que contribuíram com a organização da missão
Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios
Unidade de Assessoria Internacional Gerente: Vinicius Lages Paulo Volker (analista técnico)
Gerente: Paulo Alvim Coordenação: Newman Costa (analista técnica)
Unidade de Acesso a Mercados Gerente: Wang Hsiu Ching Iuri Barbosa de Andrade (analista técnico) Luciana Pecegueiro Furtado (analista técnica)
Edição final Abnor Gondim (planomidia@gmail.com) Revisão Eliana Silva Diagramação Daniel Ribeiro
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7.5.3. Dottenfelderhof............................................................................................ 34 7.5.4. Basic- Frankfurt............................................................................................ 34 7.5.5. Alnatura...................................................................................................... 35 7.5.6. Dennree – Denn’s Biomarkt – Frankfurt........................................................... 36 8. EMBALAGENS................................................................................................... 36 8.1. Embalagens Compostáveis................................................................................ 36 8.2. Embalagem de Amido...................................................................................... 37 8.3. Modelos de Embalagens Diferenciadas na Biofach................................................ 40 8.4. Embalagem para Salada Pronta para Consumo sem Contato Manual.......................42 8.5. Embalagens Utilizadas pelo Distribuidor Almaverde-Itália....................................... 43 8.6. Embalagens para Bebidas................................................................................. 44 8.7. Embalagens com Materiais Sustentáveis............................................................. 45 8.8. Embalagens para o Mercado Internacional........................................................... 46 8.8.1. Produtos Prontos para o Varejo...................................................................... 46 8.8.2. Embalagens para Distribuidores...................................................................... 47 8.8.3. Utilização da Marca Brasil para Promocão do Café da Colômbia..........................48 8.9. Embalagens com Marca de Terceiros.................................................................. 48 9. OPORTUNIDADE DE CONQUISTA DE MERCADO NA EUROPA................................ 49 9.1. Uso de Embalagens e Marcas de Distribuidores Locais na Europa...........................49 9.1.1. A Concorrência por Preço.............................................................................. 49 9.1.2. Acesso ao Mercado por Oportunidade............................................................. 50 9.2. Período de Fornecimento de Frutas do Distribuidor Almaverde na Itália...................50 9.3. Período de Fornecimento de Frutas do Distribuidor............................................... 50 10. O MERCADO ATACADISTA............................................................................... 51 11. POTENCIALIDADES DO MERCADO DE ORGÂNICOS NA EUROPA..........................51 11.1. Água............................................................................................................ 51 11.2. Cadeia do Soja Orgânica................................................................................. 52 11.2.1. Mercado Comprador.................................................................................... 52 11.2.2. Potencial de Crescimento da Produção da Soja Brasileira.................................. 53 11.3. Cadeia de Cosméticos.................................................................................... 53 11.3.1. Principais Grupos de Produtos Potenciais para Uso em Cosméticos Orgânicos....55 11.3.2. Fotos de Cosméticos, com os Respectivos Preços em Pontos para Venda ao Consumidor....................................................................................................... 55 12. CADEIA DE FRUTAS ORGÂNICAS...................................................................... 56 12.1. Pesquisa de Mercado Potenciais para Produtos Orgânicos Brasileiros....................56 12.2. Gráfico com Aspectos Determinantes para Iniciar a Negociação...........................57 12.3. Gráfico da Decisão de Compra das Empresas Entrevistadas................................ 57 13. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO DA CACHAÇA BRASILEIRA CÉSAR NA ALEMANHA........................................................................ 59 14. O MODELO ASSOCIATIVO E O MODELO EMPRESARIAL NA COMERCIALIZAÇÃO DE ORGÂNICOS NA BIOFACH................................................................................. 60 15. ORGÂNICO BOM E ORGÂNICO RUIM................................................................. 61 16. AÇÕES PARA ALAVANCAR O COMÉRCIO DE PRODUTOS ORGÂNICOS BRASILEIROS NA EUROPA...................................................................................... 62 16.1. Centro de Distribuição de Produtos Orgânicos na Europa.................................... 62 16.2. Participação do Sebrae Brasil na BioFach Alemanha em 2011..............................63 17. A FORMAÇÃO DE CESTAS NA HUTZELHOF........................................................ 63 18. QUADRO DE OPORTUNIDADES......................................................................... 66 19. AVALIAÇÃO FINAL......................................................................................... 68 20. FOTOS DO EVENTO......................................................................................... 70
1. RELAÇÃO DE PARTICIPANTES DA MISSÃO BIOFACH 2010
SEBRAE - MS
CONSELHEIRO SEBRAE - CE
SEBRAE NACIONAL
SEBRAE - PB
Marcus Rodrigues de Faria
Francisco de A. B. de Sousa
Newman Maria da Costa
João Bosco da Silva
SEBRAE - PA
SEBRAE - RN
SEBRAE - CE
EMPRESÁRIO - PI
Joseni Soares da Silva
Franco Marinho Ramos
Silvio Moreira Barbosa
Jose Augusto R. Oliveira
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6 SEBRAE - PI
SEBRAE - PA
SEBRAE - CE
SEBRAE - PA
Ana Lucia Pereira Oliveira
Thânia C. O. da Silva
Antônio Maria de Oliveira
Maria de F. de Jesus Paixâo
CONSULTORA Eliane Mattioli
SEBRAE - PA
SEBRAE - ES
SEBRAE - RJ
Marcus T. Bastos Alves
Adriano Matos Rodrigues
Antonio B. Ribeiro Neto
SEBRAE - RO
SEBRAE - MG
SEBRAE - AL
SEBRAE - GO
Desostenes M. do Nascimento
João C. Fernandes da Silva
Maria de F. dos Santos
Renato Gonzaga Jayme
CONSULTOR Marcos André Collet
TRADUTOR Gustavo Mussato Gonçalves
TRADUTORA Camila Von Treuenfels
CONSULTOR Jair Mauro Pelegrin Dias
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2. MISSÃO TÉCNICA À BIOFACH 2010 2.1.
EVOLUÇÃO DA FEIRA DA GRANOLA À BIOFACH 2010
Há muito tempo, a “Feira da Granola” se tornou a principal feira mundial de um ramo cujo faturamento não para de crescer. Número de expositores e visitantes da BioFach-Alemanha (2006-2010)
Fonte: Biofach-DE
outros), agricultura orgânica e mercadotecnia, meios de comunicação e serviços. Um dos setores que mais crescem está relacionado ao setor de higiene pessoal (cosméticos, cremes, perfumes), que já neste ano conta com pavilhão próprio na feira. Juntamente com a feira, é realizada também a Conferência BioFach, onde são debatidos temas sobre futuros acontecimentos, tendências e perspectivas do setor orgânico. Participação do Brasil Os principais alimentos expostos por empresas brasileiras são a soja orgânica, o açúcar e o café que, juntos, registraram 9,5 milhões de dólares em exportação em 2008. Para se ter uma ideia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que, no Rio de Janeiro, um dos principais mercados de produtos orgânicos do País, o setor cresce em média 30% ao ano, o dobro do crescimento mundial anual, 15%.
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A primeira BioFach aconteceu em 1990 no Centro Cívico de Ludwigshafen e em algumas barracas montadas ao lado daquele centro. Nos dois anos seguintes (1991 e 1992), mudou-se para Mannheim e em seguida para Wiesbaden (1993 e 1994). De 1995 a 1998, foi realizada em Frankfurt, onde, a partir de 1996, adotou-se a ideia de país-tema, sendo a França a primeira homenageada. A BioFach foi transferida, em 1999, para Nuremberg, onde permanece até hoje. Em 2005, o Brasil foi o tema do ano. Na oportunidade, o Brasil teve a maior participação na feira (87 empresas). Para 2014, ano da Copa do Mundo, o Brasil pleiteia novamente ser o país-tema, associando ao evento a idéia de sustentabilidade e incentivando o consumo de alimentos orgânicos. A BioFach, maior feira no mundo no segmento orgânico, apresenta os seguintes produtos: alimentos ecológicos, produtos naturais (brinquedos, presentes, tecidos, entre
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2.2. BioFach e Vivaness 2010 Duas exposições voltadas para os orgânicos com valor agregado A BioFach e a Vivaness, realizadas nos dias 17 a 20 de fevereiro de 2010, em Nuremberg, desafiaram a crise com 2.534 expositores de 84 países. Todo o setor orgânico expôs uma grande variedade de produtos. Além da Alemanha, com 823 fabricantes, os seguintes países foram fortemente representados: Itália (384), Espanha (174), França (169), Áustria (103) e Holanda (83). 2.2.1. É possível atuação social e lucro de empresas? A feira foi fonte de prazer e bem-estar para os apreciadores de produtos orgânicos. Mas eles podem fazer ainda mais: a agricultura orgânica é fundamental para o ambiente e o clima, e consequentemente para as gerações futuras. Com isso, a filosofia de muitas empresas fabricantes de orgânicos também está orientada para aspectos sociais como a equidade, por exemplo.
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SELO DE IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTO FAIR TRADE
Neste ano, a feira apontou que os produtos orgânicos podem ganhar mais valor e mais reconhecimento pela sociedade se conquistarem uma certificação Fair Trade, mais conhecida no Brasil como Comércio Justo. As vendas de produtos do Comércio Justo no varejo foram de 2,9 bilhões de dólares na União Europeia em 2008. Dois terços de todos os produtos do Comércio Justo, entretanto, vêm da agricultura biológica. Feiras de produção orgânica estão se tornando cada vez mais importantes para os clientes de produtos Fair Trade, que procuram se atrelar ao conceito orgânico como forma de aumentar o número de clientes potenciais. Assim a BioFach e Vivaness chamam a atenção em 2010 sobre o Comércio Justo com a certificação de produtos orgânicos.
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AMBIENTE DE RECEPÇÃO REFERENTE AO TEMA DO ANO, O FAIR TRADE OU COMÉRCIO JUSTO, NO PAVILHÃO 05
2.2.2. Têxtil Orgânico Destaque da feira foi a área têxtil: moda na pista no salão 8. Na segunda edição do Espaço Têxtil, em 2010, 49 expositores procuraram convencer os visitantes com outra atração, além do ambiente elegante e purista e uma variedade de novas criações: desfiles ocorreram várias vezes por dia. Expositores de 13 países apresentaram coleções da moda ecológica e tecidos naturais. O conceito de ético e ecologicamente correto está crescendo no vestuário. Atualmente as vendas mundiais de têxteis orgânicos chegaram a 5,3 mil milhões de euros, segundo os especialistas da Organic Exchange. Os países recém-chegados Dinamarca,
Grã-Bretanha, Hong Kong, Índia, Japão e Paquistão se juntam a USA, Itália, França, Espanha que já estavam presentes na feira de 2009. Os fóruns têxteis do Congresso forneceram informações de mercado em 13 palestras, com temas que foram desde “Nós já estamos estabelecidos! Eco Fashion em números” e “Amanhã Rotulagem de Produtos Têxteis: O que logo vai pegar?” entre outros. 2.2.3. MUNDUSVINI BIOFACH: Vinho Orgânico Viticultores de todo o mundo apresentaram seus produtos de vinhedos orgânicos para especialistas de vinho em 2010. Mais de 200 expositores de 24 países se inscreveram, sendo 61 da Alemanha, o líder internacional foi a Itália com 78, seguida pela Espanha com 50, França com 30 e Áustria com 14. Os viticultores estão convencidos de que os consumidores vão gostar dos produtos orgânicos. E os clientes cada vez mais procuram vinho orgânico originário do Comércio Justo. Um total de 557.000 litros de vinho com rótulo “Comércio Justo” foram vendidos no mundo em 2008, 72% a mais que no ano anterior. A parte orgânica teve aumento de 63%.
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Na área especial para o tema do ano, os visitantes puderam ver 96 apresentações de produtos de 52 expositores de 14 países que refletiram sobre todos os aspectos do Comércio Justo. As 14 palestras sobre o tema e associadas ao evento incluíram os tópicos: “Orgânico é bom – Organic & Fair é melhor”, “Uma ideia justa, as normas de concorrência – é a harmonização possível?” e “De Comércio Justo para a cooperação ética: é a interpretação tradicional do Comércio Justo até hoje?”
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2.2.4. Vivaness Natural, lindo, verde, social, Feira de Cosméticos: é a Vivaness 2010
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nômica teve um efeito surpreendentemente pequeno sobre o setor, que manteve o recorde de crescimento estável por muitos anos. De acordo com a análise de uma amostra do mercado internacional, do Instituto de Pesquisa Informação de Nuremberg (IRI), os cosméticos naturais alcançaram um crescimento de 7,6% nas vendas no varejo em supermercados e drogarias da Alemanha no primeiro semestre de 2009 e alcançou uma quota de mercado de 5,6% do total de vendas de cosméticos. Foram 180 empresas expondo milhares de produtos, em um mercado de ingredientes e produtos cosméticos orgânicos que movimenta mais de US$ 717 milhões/ano, somente na Alemanha, segundo o Organic Monitor. Desodorantes, batom, hidratantes, bases, enfim, um universo em que é possível esquecer o mundo de produtos convencionais, mergulhando com segurança em um mercado novo onde há a garantia da integridade dos produtos ofertados.
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Uma grata surpresa da BioFach foi a realização de uma feira de cosméticos paralela à BioFach. Com o nome de Vivaness 2010, amplos espaços garantiram o acesso de milhares de pessoas a produtos do mercado de cosméticos e outros produtos de uso pessoal, tudo com certificado orgânico. Mereceu atenção a beleza do pavilhão da Vivaness: iluminação, apresentação, cores, tudo permeando a ideia de sustentabilidade e beleza, alimentando a alma daqueles que estiveram no local. Vivaness foi lançada para ser a plataforma internacional para o cuidado pessoal natural e bem-estar. Foi conhecida e valorizada por compradores entusiasmados com o comércio de produtos naturais para cuidados pessoais. Cento e oitenta e dois fabricantes de 21 países apresentaram seus produtos. A Alemanha, com 87 fabricantes, encabeça a lista, seguida pela França (29), Itália (16), Grã-Bretanha (12) e Áustria (8). O mercado internacional de cosméticos naturais está em crescimento. A crise eco-
Produtos da marca Lavera expostos em supermercado visitado pelo grupo (foto sem flash, mostrando a iluminação do local de forma natural)
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Três empresas brasileiras associadas ao Projeto Organics Brasil: Surya, Arte dos Aromas e Beraca expuseram produtos com ingredientes exóticos da Amazônia, como buriti, cupuaçu e açaí, para encantar os compradores. Além dos fortes mercados europeu e americano, desde o ano passado, as empresas brasileiras têm exportado para os mercados na Polônia, República Tcheca e Emirados Árabes. 3. OBJETIVOS DA MISSÃO
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Entre os objetivos da missão estão: • Missão Técnica dos gestores e coordenadores de projetos de agricultura orgânica e agroecologia dos SEBRAE/UF. • Visitar a maior feira mundial dedicada aos produtos e segmentos orgânicos. • Missão técnica junto a processadoras, distribuidoras e comercializadoras de produtos orgânicos na Alemanha. • Levantar informações e tendências mundiais de mercado de produtos orgânicos. • Levantar informações sobre os produtos e seus derivados com relação a mercado atual, tendências, novos produtos, bem como potenciais compradores para produtos dos projetos do SEBRAE. • Prospectar mercados para produtos orgânicos. • Conhecer o mercado orgânico no mundo, o cenário com relação a crise, exigências e tendências. • Prospectar mercado para produtos com qualidade diferenciada. • Visitar empresa de processamento e distribuição de produtos orgânicos. 4. O MERCADO ORGÂNICO E A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL
apontam ligeira subida para o mercado orgânico internacional. As vendas mundiais de produtos orgânicos superou 50 bilhões de dólares em 2008, o que significa que o mercado dobrou desde 2003. As estimativas iniciais do Organic Monitor, da Grã-Bretanha, indicam que o mercado internacional deve continuar a crescer, embora em nível inferior a 2008. Todo o mercado e o setor de orgânicos preveem taxas maiores de crescimento em 2010 em relação a 2009, segundo o diretor Amarjit Sahota, sinalizando para uma rápida recuperação comercial. Apesar dessa informação, o crescimento da comercialização em supermercados mostra dados de crescimento bem mais modestos, em torno de 3% ao ano (levantamento nas visitas do grupo) o que mostra que a venda direta ao consumidor pode estar necessitando de reflexões. Por outro lado, cabe ao empresário brasileiro avaliar para onde evolui esse mercado, pois há disparidade significativa entre o crescimento do mercado varejista em supermercados e do comércio total de produtos orgânicos. Um exemplo de fluxo de mercado que não é sentido pelo varejista é o de rações para bovinos, suínos e aves. Para cada 1 kg que chega ao supermercado, é necessário utilizar pelo menos 4 kg de matéria-prima. Indicativos são oferecidos no quadro de oportunidades para orgânicos, ao final do relatório. Alemanha: mercado orgânico estável, apesar da crise
Com uma quantidade crescente de produtos vendidos, as estimativas iniciais Mesmo com a crise financeira ainda da Federação Alemã da Indústria de Aliprovocando retração no mercado con- mentos Orgânicos (BÖLW), em Berlim, vencional, dados divulgados na feira mostram que as vendas de orgânicos em
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tor de comunicação) em Speyer, na Alemanha, confirma excelentes perspectivas para o comércio tradicional de venda de produtos orgânicos: “O comércio especializado em orgânico cresceu 3,1% em 2009, e ainda existe espaço para expansão”. Novas lojas e ampliações das existentes projetam um crescimento de 6,3% em vendas. O custo médio manteve-se constante e o lucro melhora ligeiramente, o que produzirá melhores resultados operacionais em 2011. As famílias alemãs gastaram em média 84 euros em produtos orgânicos em 2009, o que corresponde a 3,2% da despesa total com alimentos. 5. BRASIL NA BIOFACH 2010 Informações sobre a BioFach 2010 apontam entre 26 e 32 empresas brasileiras participantes na feira. No catálogo oficial, constam cinco estandes, mas foi possível nominar inúmeras empresas presentes na feira, onde totalizaram 40 empreendimentos. Esse dado por si só mostra o quanto o setor está desorganizado no Brasil, faltando informações básicas sobre o desenvolvimento da comercialização. Abaixo, a relação de empresas ou entidades brasileiras com estande na BioFach 2010: Covema, Naturais da Amazônia, IBD, Native, Bio Shrimp, ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Tozan, Preserva Mundi, Jasmine, Jales Machado, Cachaça Tiquara, Agropalma, Brazilian Forest, Arte dos Aromas, Beraca, Latinex, MN Própolis, Natural Fashion, Nutribotânica, Cearapi, Copercana, Itaipu, Cearelle, Gorresen, Surya, Comaja, Coocaram, Cooperagrepa, Copoam, Coppalj, Agreco, Aprosudoeste, Coopaflora, Coopan, Cooperafe, Cooperterra, WH - Cachaçaria Weber Haus, Coopercaju, Coopercuc e Casa Apis.
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2009, comparadas ao ano anterior, chegam a cifra de 5,85 bilhões de euros. O instituto de pesquisa de mercado GfK de Nuremberg, Alemanha, constata que o valor de alimentos e bebidas biológicos (orgânicos) caiu ligeiramente (-1%), em relação ao ano anterior, mas a quantidade adquirida aumentou (2,3%). Os vencedores claros são os serviços de entrega (cestas de produtos) em domicílio com 20,2% de crescimento e as drogarias 17,7%, com cosméticos principalmente, mas incorporando barras de cereais, barra de frutas, polivitamínicos e suplementos certificados orgânicos. Comercializadoras com marketing direto e entrega registraram expressiva taxa de crescimento com índice de 4,3% . O comércio de alimentos biológicos industrializados mostra também a necessidade de revisão das estratégias, pois apresentaram crescimento de 2,2%, o que, com a crise existente, pode ser considerado um bom índice, mas abaixo da média de crescimento do setor. O principal indicativo de tendências é o crescimento do mercado de cestas de produtos. Com os supermercados focando cada vez mais em produtos industrializados e agregando margens de lucro sobre a parte do produtor, na primeira necessidade o consumidor retorna ao contato com o agricultor, comprando direto e a preços menores. O indicativo de aumento da quantidade de produto vendido, com manutenção dos valores comercializados, mostra que deve ter havido transferência de clientes dos supermercados diretamente para associações de produtores ou empresas de agricultor individualizado. Fica evidenciada a dinâmica do mercado que, mesmo trabalhando com consumidores diferenciados, mantém a máxima que o mercado obedece a lei da oferta e procura. Em visita a BioFach, bem como em consulta posterior, Klaus Braun (consul-
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ESTANDE DA BIOSHRINP DO BRASIL NA BIOFACH 2010
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PARCERIA ITAIPU BINACIONAL/ ORGANICS BRASIL
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PARCERIA MDA/ ORGANICS BRASIL
5.1. Perfil das empresas participantes da Organics Brasil
Total Fonte: Organics Brasil
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Número de Empresas Brasileiras Participantes da Biofach (Alemanha)
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6. TEMA DO ANO BIOFACH 2010: ORGANIC + FAIR O tema do ano é o assunto que a organização da feira busca fortalecer, oferecendo destaque e priorizando ações em sua divulgação. Neste ano, com o material de divulgação colocado em todos os pavilhões e uma programação de palestras focadas no assunto, Orgânico + Fair Trade foi o tema escolhido, devido à composição de mais de 60% de produtos certificados orgânicos no mix de produtos com certificação FLO (Fairtrade Labelling Organization). Cada vez mais, consumidores de produtos Fair Trade evidenciam a necessidade de certificação orgânica e o contrário também tem-se mostrado como tendência a ser observada, ou seja, produtos orgânicos com a certificação Fair Trade. 6.1. O que é Fair Trade?
TEMA DO ANO DA BIOFACH 2010
rir produtos comercializados de maneira responsável, que possibilite remuneração justa e condições de trabalho favoráveis, incluindo o uso sustentável dos recursos naturais. Segundo a definição da IFAT (International Federation of Alternative Trade), Comércio Justo consiste em uma parceria baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional. Essa alternativa contribui para o desenvolvimento sustentável ao oferecer a produtores marginalizados melhores condições de troca e maiores garantias de seus direitos. O Comércio Justo tem como objetivo principal estabelecer contato direto entre
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Fair Trade é uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional. Ele contribui para o desenvolvimento sustentável, por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados em vários pontos do mundo. Trata-se de um movimento social e uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias produtivas. O Comércio Justo (Fair Trade) contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores localizados em comunidades e regiões de baixa renda. O movimento do Comércio Justo propõe ampliar o acesso de pequenos produtores, economicamente em desvantagem, ao mercado. O conceito se baseia na importância de o consumidor adqui-
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o produtor e o comprador, desburocratizando a relação e poupando-os da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities, evidenciando que a relação entre eles precisa obedecer a princípios precisos para ser considerada justa. 6.2. História do Movimento:
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O movimento do Comércio Justo teve início na Holanda, quando foi aberta a primeira loja baseada nos princípios do Fair Trade, em 1969. A partir dessa data, o movimento alcançou rapidamente outros países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Inglaterra, Irlanda, Itália, Suécia, Suíça. Atualmente, Japão, Canadá e Estados Unidos já foram incorporados ao movimento mundial. Em 1990, após 10 anos de cooperação informal, as várias organizações não-governamentais e de comércio alternativo que trabalhavam o Comércio Justo criaram a Associação Europeia de Comércio Justo (EFTA), a Federação Internacional de Comércio Alternativo (IFAT) e uma organização de certificação de produtos de Comércio Justo, a FLO (Fair Trade Labelling Organizations). Em 2001, o movimento ganhou força, por meio de uma associação entre as quatro principais organizações internacionais envolvidas: a FLO, a IFAT, a EFTA e a NEWS! (Network European World Shops), que se uniram numa federação internacional – a FINE. A reunião desses diversos organismos permite a conquista de definições comuns sobre o Comércio Justo, o que facilita a ampliação da compreensão internacional do conceito do Fair Trade: uma relação comercial baseada no diálogo, na transparência, no respeito, na justiça e no desenvolvimento sustentável. Os valores envolvidos nos negócios do comércio internacional convencional triplicaram nos últimos 20 anos, porém
os benefícios desse comércio não foram divididos igualmente entre os países. Os 48 países menos desenvolvidos do mundo tiveram suas exportações reduzidas para 0,4% do total mundial nessas duas décadas, enquanto Estados Unidos e União Europeia representam hoje 50% do movimento mundial. A competição é injusta. O Comércio Justo é uma das principais respostas aos problemas enfrentados pelos pequenos produtores dos países pobres. Ele dá aos consumidores a oportunidade de usar seu poder de compra para equilibrar o jogo em favor das comunidades empobrecidas. 6.3. Princípios do Fair Trade: Conheça os princípios que regem o Movimento de Comércio Justo: 6.3.1. Criação de oportunidades para os produtores economicamente desfavorecidos Comércio Justo é uma estratégia de combate à pobreza e desenvolvimento sustentável. O objetivo é criar oportunidades para os produtores que tenham sido economicamente desfavorecidos ou marginalizados pelo sistema de comércio convencional. 6.3.2. Transparência e Responsabilidade Comércio Justo envolve uma gestão transparente das relações comerciais para se tratar de forma justa e respeitosa com os parceiros comerciais. 6.3.3. Construção de Capacidades Comércio Justo é um meio para o desenvolvimento dos produtores para que eles obtenham sua independência. 6.3.4. Pagamento de um preço justo Um preço justo, no contexto regional ou local, é aquele que tenha sido acordado através do diálogo e da participação. Além de cobrir os custos de produção, também permite uma produção que é socialmente justa e ambientalmente racional. Ele oferece um salário justo para os produtores e leva em conta o princípio da igualdade de
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remuneração por trabalho igual de mulhe• Pagar preço justo, que cubra os custos res e homens. de produção e uma margem para investi6.3.5. Equidade de gênero mentos. Comércio Justo significa que o trabalho • Fazer adiantamentos para evitar que das mulheres é devidamente valorizado e os produtores tenham que pedir emprésrecompensado. As mulheres são sempre timos. pagas por sua contribuição para o proces• Estabelecer relações comerciais de so de produção e estão habilitadas em suas longo prazo. organizações. 6.4.3. Compromissos das organizações de 6.3.6. Condições de trabalho apoio ao Comércio Justo Comércio Justo significa um ambiente • Orientar os produtores sobre tendênde trabalho seguro e saudável para os pro- cias de mercado. dutores. A participação dos filhos (se for o • Orientar produtores sobre regras de caso) não afeta negativamente o seu bem- segurança e técnicas de produção que resestar, segurança, requisitos educacionais e peitam o meio ambiente . da necessidade de brincar e está em confor• Prover apoio financeiro e treinamenmidade com a Convenção das Nações Uni- to para gestão dos negócios, melhoria dos das sobre os Direitos da Criança, bem como produtos e técnicas. à legislação e às normas no contexto local. • Auxiliar no desenvolvimento de no6.3.7. O ambiente vas linhas de produtos sempre que neO Comércio Justo incentiva ativamente cessário. melhores práticas ambientais e a aplicação de métodos de produção responsável. 6.5. Ações de Fair Trade na Biofach Alemanha 2010 6.4. Compromissos do Fair Trade: 6.5.1. Tema do Ano: ORGANIC + FAIR O movimento do Comércio Justo inEm 2010, a BioFach discutiu o tema ternacional estabelece compromissos por “valor agregado da produção orgânica e parte do produtor, do consumidor e dos Comércio Justo”, mais conhecido pela exapoiadores para que as relações de venda pressão em inglês Fair Trade. e compra sejam equilibradas. 6.4.1. Compromissos do produtor “Orgânico é bom - Organic & Fair é me• Organizar-se democraticamente. lhor !!!”. • Contribuir para o desenvolvimento de sua comunidade. Afinal, a agricultura orgânica é respon• Desenvolver atividades sustentáveis sável por 2/3 do Comércio Justo mundial, do ponto de vista econômico, social e am- seus produtos são mais saudáveis tanto biental. para o produtor quanto para o consumi• Aprimorar as condições de trabalho, dor, e a produção é sustentável: não prejuorientando-se pelos padrões mínimos da dica o meio ambiente. Organização Internacional de Trabalho. • Produzir também para mercado local. A grande ênfase nos produtos Fair Tra• Não envolver crianças na produção. de”, que consiste em melhores condições • Valorizar igualmente o trabalho de comerciais para os agricultores e trabalhamulheres e homens. dores, além de oferecer oportunidade de 6.4.2. Compromissos do consumidor negócios e investir em um futuro melhor • Comprar de pequenos produtores, para os envolvidos, deu-se exatamente na evitando ao máximo os intermediários. esteira do conhecimento que Fair Trade e
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Orgânico são indissociáveis. Existe grande interesse pela pequena produção, de caráter familiar, com qualidade e certificação de origem, pelo mercado internacional consciente. Muitos estandes destacaram a importância para produtos que sejam ao mesmo tempo orgânicos e Fair Trade. Pela primeira vez, Fair Trade foi eleito como tema do ano na BioFach. Certamente, com o circuito de feiras BioFach em todos os continentes, a mesma dinâmica de discussão se dará nos demais eventos ao redor do mundo. Ou seja, essa é a nova tendência na agregação de valor para produtos no mercado europeu: qualidade + bio (orgânico) + Fair Trade. No SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os temas “orgânico” e “Comércio Justo” são trabalhados em áreas distintas. Há necessidade de ampliação do relacionamento entre essas áreas para que as atividades sejam realizadas de forma complementar para públicos comuns. Assim, serão ampliadas a agregação de valor e as perspectivas de mercado para esses produtos. Essa tendência vem-se formando ao longo do tempo, em estreito relacionamento entre compradores e produtores, que visualizam os princípios da agroecologia como referências para o processo Fair Trade. Vale lembrar que o termo Fair Trade se refere a uma modalidade de comércio, passando longe de ser um processo de assistência social. Um princípio “veladamente“ ignorado, principalmente pelos agricultores familiares, mas contabilmente levado a sério: É o Princípio do Lucro, resultado da transação comercial, atrelado aos aspectos sociais e ambientais. O que o diferencia, nesse processo, é justamente a abertura da contabilidade de toda a cadeia, identificando onde estão os gargalos da operação e permitindo conhecer as margens de ganho de cada um dos
envolvidos na transação. 6.5.2. Certificação Fair Trade (Comércio Justo) e orgânica: Toda essa diversidade de produtos tem em comum um diferencial: a certificação do processo por uma entidade externa ao processo. Na BioFach 2010, realizada em Nuremberg, em fevereiro, pela primeira vez se dá prioridade a um assunto que acompanha o movimento Fair Trade há muitos anos, mas era um fator secundário do processo. Até o momento, as duas certificações, salvo iniciativas isoladas, trilham caminhos isolados. Hoje, abertamente, a certificação orgânica passa a ser um requisito importante no processo Fair Trade, incorporando os valores da Agroecologia ao processo Justo. Entre os expositores estava o brasileiro IBD, apresentando o selo Ecosocial. Essas diretrizes do Comércio Justo, segundo o site do IBD, são “baseadas nas normas da Organização Internacional do Trabalho, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração Universal dos Direitos da Criança”. O selo Ecosocial, fornecido em conjunto com o selo orgânico, cumpre a função desejada pelos compradores, de garantia dos dois status no mesmo produto. Assim, a produção totalmente orgânica, ou seja, em que não há em nenhum momento do processo a influência de agentes químicos ou outra ação contaminante, além do estabelecimento do total respeito pelo homem e ao meio ambiente, obedecendo rigorosamente o conceito da sustentabilidade, está sendo incorporada ao processo de certificação do Comércio Justo de forma continuada e permanente. O que vinha sendo tratado como fator secundário (a certificação orgânica) agora passa a ser reconhecido cada vez mais como pré-requisito para a efetivação do Mercado Justo. Ressaltados os produtos cuja certifi-
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países em desenvolvimento, intermediando, comercializando e abrindo mercado para produtos do mundo todo. Atua principalmente em países com baixo índice de desenvolvimento. Quando questionado o CBI se ela teria interesse em atuar no apoio a empresas no Brasil, o representante da empresa argumentou “que o Brasil encontra-se em uma situação privilegiada e diferenciada, não é mais considerado um país em desenvolvimento que necessite de ajuda internacional e que já está em condições de ajudar os demais países menos desenvolvidos”. Ocorreu algo parecido em visita a uma Fazenda Biodinâmica em Hamburgo (norte da Alemanha), onde uma ONG alemã estava fazendo apresentações com auxílio de uma brasileira (dona Maria, quebradora de coco babaçu no Maranhão), para manter os aportes financeiros na região, diante das dificuldades enfrentadas pela comunidade que a brasileira representava, pois para os alemães, o Brasil não precisa mais de aporte de recursos financeiros.
Quebradora de coco babaçu (Sra.Maria) em visita a Fazenda Biodinâmica, EM Hamburgo (AlEMANHA).
da palestra da Sra. Maria e a ONG responsável.
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cação orgânica ainda precisa de ajustes, como mel e água para consumo, os demais produtos deverão seguir essa tendência. E para garantir ou atestar essa condição, há hoje um número bastante significativo de empresas certificadoras, a exemplo da “Noca”, empresa indiana que certifica produtores para o mercado europeu. A empresa trabalha com grupo de famílias a um custo de € 2,00 por família, para uma quantidade mínima de 500 famílias. No entanto, há aquelas que realizam o trabalho com objetivo puramente social, e aí está a “Fair Trade – Um trato melhor”, que atua em países em desenvolvimento, com forte atuação em países africanos, apoiando a pequena produção. Contudo, para que os pequenos empreendimentos tenham acesso a esse mercado cada vez mais competitivo, por vezes são necessários esforços de instituições parceiras ou parcerias comerciais - nesse contexto encontra-se o “CBI – Center for the Promotion of Imports from developing countries”, uma empresa que apoia, inclusive com recursos, pequenas empresas em
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Produtos da Amazônia possuem grande potencial para certificação Fair Trade
Esta declaração remete ao tamanho da responsabilidade para com as micro e pequenas empresas brasileiras, perante o conceito da comunidade internacional. Nesse rol de instituições, destaca-se o trabalho diferenciado da “Sonnentor”, austríaca, e que trabalha com cerca de 150 pequenos fazendeiros (como são chamados os pequenos agricultores naquela região da Europa). O total de famílias beneficiadas é em torno de 300, incluídas as famílias de funcionários e parceiros. Os parceiros e funcionários também são objetivo de conferência do processo de certificação. Os produtores, todos da Áustria, que têm em média 50 a 500 ha - são pequenas e grandes propriedades - atuam de forma integrada na agricultura familiar, produzindo de acordo com a demanda apresentada pela compradora. Todos os anos, os produtores são informados o que produzir e a “Sonnentor” se responsabiliza em receber e comercializar tudo o que é encomendado e entregue. Neste caso, há produção o ano todo de produtos diversos. A parceria se dá pela garantia da produção com qualidade, responsabilidade do produtor, e pelo recebimento da produção, gratificação por produtividade e produção de melhor qualidade, além de regularidade da
entrega, pelo lado da compradora. A “Sonnentor” é uma empresa compradora que segue a mesma metodologia comercial empregada por uma empresa convencional, mas a segue as regras do Fair Trade. Na verdade, não fosse a existência do selo e da propaganda da empresa, ela passaria desapercebida enquanto empresa diferenciada. Quanto à relação comercial, não há compra antecipada, o pagamento se dá na entrega, com reuniões bimestrais entre as partes para esclarecimentos e manutenção do processo em andamento. 6.5.3. Diversificação de produtos certificados Fair Trade: Destaque para a grande variedade de cosméticos e seus derivados, a base de mel, essências aromáticas, óleos vegetais, dentre outros, presentes na feira. Produtos da Amazônia possuem grande potencial para certificação Fair Trade. Os produtos a base de fibras naturais, bolsas, sacolas, roupas, artesanatos e artefatos de madeira (utilitários). Tudo e toda matéria se transforma e se agrega a este mercado diverso, compondo uma grande variedade de sabores, aromas, formas, cores e uso.
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6.6. Potencial de mercado internacional para produtos Fair Trade: Em função do custo associado à logística e os fatores relacionados ao câmbio, inferese que os produtos brasileiros com foco no mercado internacional deverão passar por algum tipo de processamento. O SEBRAE, ao optar pela estratégia de trabalhar com o mercado internacional, deverá identificar e focar produtos com alto valor agregado e que possuam certificações específicas. As maiores oportunidades de negócios para os produtos brasileiros são provenientes dos seguintes setores: café, banana, açúcar mascavo, cosméticos, mel, essências natu-
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Notadamente, fazendo justiça às esta- rais, ervas aromáticas e medicinais, sucos tísticas, o café ocupa lugar de destaque na de ervas, frutas tropicais, castanhas e bebiquantidade, variedade de produtos e qua- das alcoólicas (cachaça). lidades diferenciadas. Com relação ao produto, vale destacar o modo ainda “amador” em que se dá as tentativas de comercialização do café Fair Trade brasileiro. Enquanto países da América Central têm mais de 50% de sua produção vendida nesta modalidade, o Brasil sequer possui estimativa confiável de que porcentagem da produção é destinada a essa modalidade de comercialização. Em geral, o agricultor brasileiro quer colocar seu produto em sua própria embalagem e competir com empresas estabelecidas há anos no mercado. Aparentemente, a forma mais coerente de inserção do café brasileiro (bem como outros produtos) no mercado justo se dará exatamente na mudança de embalagem. Um produto com alto potencial nesse mercado é o açúcar mascavo, mas tem de se adequar ao padrão de consumo do mercado europeu. Excesso de umidade, falta de padrão na cor e textura, irregularidade de fornecimento, dificuldade de importação, embalagem impróprio e tamanho da embalagem são algumas das dificuldades citadas pelos compradores entrevistados.
Cachaça Brasileira vendida na Europa com “nomenclatura diferenciada” (Processo de comercialização brevemente descrito ao final)
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6.7. A EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO No início do processo, a comercialização Fair Trade se dava no contato entre produtor (no máximo representado por uma associação) e o comprador, em um relacionamento direto. Com o passar do tempo e aumento da demanda, percebe-se que os produtores não possuem o empreendedorismo necessário para o aumento da produção na escala exigida pelo mercado.
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Site brasileiro dedicado a mercadorias oriundas de o“Fair Trade (fonte – www.socialweb.com.br)
Cria-se, desse fato, uma das inversões no processo, onde o mercado dita as regras da produção, o que antagoniza com princípios do Fair Trade, obrigando sua revisão. Em paralelo, começa a existir a necessidade de certificação, com seus custos envolvidos, retomando o debate sobre o mercado “SER JUSTO PARA QUEM“, pois a certificadora só inicia o processo após receber antecipadamente parte do pagamento. Definidas as regras para a certificação, outro impacto bastante forte no processo
foi a certificação de grandes empresas do segmento de comodites, como Cadburry e Starbucks, este último um dos maiores consumidores de café Fair Trade do mundo. A entrada dessas empresas de grande porte suscitou protestos generalizados de grupos e pessoas ligadas ao setor, havendo acusações de que as certificadoras estejam privilegiando empresas maiores em detrimento de grupos que precisam ser inseridos no mercado. Outro fator: as certificadoras trabalham com diárias estabelecidas em planilhas próprias, com deslocamentos não
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ramente a vertente sobre “quem vai me ajudar“, onde o produtor aguarda o Fair Trade como um “benefício por alguma coisa”, em geral bem subjetiva e não mensurável. O comprador, por sua vez, buscando manter-se no mercado e atingir lucro (mesmo que como uma etapa do negócio) tem um pensamento exatamente oposto à ideia do produtor. Entrevistas com compradores mostram um perfil destacadamente comercial, embora a preocupação se estenda por todo o processo. Quanto ao produto, ele só comprará se puder manter sua própria marca e qualidade. Assim, rapidamente fica estabelecido um impasse, não raro com interesses antagônicos. 6.8. O mercado atacadista Observe o que diz um empresário Na maioria das conversas com agri- francês, que compra produto Fair Trade cultores, está enraizado o pensamento no Brasil: “O comércio pode ser um meio para em acessar o mercado com seu produto, sua embalagem e sua respectiva marca. gerar desenvolvimento local e lutar Entrevista com potenciais beneficiá- contra a pobreza”. Thomas Favennec -Tudo Bom? rios do processo no Brasil mostra cla-
raros por via aérea e o valor de uma única diária muitas vezes ultrapassa o lucro mensal do agricultor auditado, o que não raramente acaba inviabilizando a entrada de novos produtores. Surgem como “fatores externos ao processo“ entidades apoiadoras que, em geral, trabalham na parte técnica, acompanhamento do processo de certificação e assessoria à formação de preços. A comercialização ao longo dos anos se modifica e o comércio se estrutura em duas vertentes básicas: - O mercado atacadista, em que o agricultor entra como fornecedor. - O mercado varejista, foco do empresário finalista.
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PÁGINA FRANCESA DA EMPRESA TUDO BOM? UTILIZANDO O BRASIL COMO ESTRATÉGIA DE PROPAGANDA.
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A postura do comprador é sempre muito clara: Não há espaço para ações de assistência social, sendo o COMÉRCIO A FERRAMENTA DE DESENVOLVIMENTO. Busca-se sempre incorporar parceiros que possam potencializar o processo, incluindo diminuir custos agregados, como assistência Técnica e organizacional, de resto, funções do Estado e não do comércio. O comprador atacadista de Fair Trade busca criar e manter marca própria e, para tanto, necessita manter sua autonomia, buscando comprar da seguinte forma e seguindo alguns aspectos básicos:
S
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No quesito embalagem, o comprador busca embalagens grandes, apropriadas ao fracionamento. No caso de embalar o produto, o comprador buscará colocar sua própria marca, com a sua embalagem apropriada ao mercado específico que busca atingir. 6.9. O Mercado Varejista Vale ressaltar uma singularidade sobre Fair Trade no Brasil: aqui é o único país onde temos produção e consumo (comercialização) de produtos certificados. O Brasil é uma boa exceção à regra que diz: o normal é a produção do Hemisfério Sul pobre abastecer o Hemisfério Norte rico.
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Exemplo de franquia em processo de certificção Fair Trade, no Rio de Janeiro
mércio Justo e organizar diversas exposições de ensino, programas e campanhas para promover as práticas comerciais Algumas das maiores organizações mais justas, cooperar em nível local, reem atuação no mundo, presentes na Bio- gional, nacional e internacional, apoiado por suas Associações Nacionais, fazem Fach : 6.9.1.1 NEWS Rede Européia de Lojas parte das atividades da NEWS! do Mundo (The Network of European Worl6.9.1.2 European Fair Trade Associadshops -NEWS!) Foi criada em 1994 e coordena a coope- tion (EFTA )www.eftafairtrade.org É uma rede formada por 12 organizaração entre as Lojas do Mundo na Europa. É uma rede de associações nacionais ções de nove países europeus (Áustria, de Worldshops e representa 2.500 lojas Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países em 13 países-membros: Áustria, Bélgi- Baixos, Espanha, Suíça e Reino Unido), ca, Dinamarca, Finlândia, França, Ale- que importam produtos de Comércio manha, Irlanda, Itália, Holanda, Espa- Justo de mais de 600 grupos de produtonha, Suécia, Suíça, Reino Unido. A rede res da África, Ásia e da América Latina. NEWS! promove e coordena campanhas Estabelecida em 1990, depois de muitos conjuntas de sensibilização e atividades anos de cooperação informal entre suas da Worldshops na Europa (por exemplo, organizações associadas. Tem sede na o encontro anual Worldshops Day, maio) Holanda. e defende a profissionalização das assoFora essas redes, existem lojas e suciações nacionais de Lojas do Mundo. O objetivo da NEWS! é a promoção do Co- permercados independentes que comermércio Justo em geral e do desenvolvi- cializam produtos oriundos do Fair Trade mento do movimento Lojas do Mundo, na Europa e nos Estados Unidos, sendo a em particular. Vender produtos de Co- maioria lojas apenas comercializadoras,
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6.9.1. Principais varejistas de Fair Trade no mundo
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que negociam mercadorias a partir de distribuidoras, atendendo as normativas de certificadoras e de acordos comerciais estabelecidos com base em Fair Trade. O Comércio Justo certificado tem crescido a taxas anuais acima de 20%, no período de 1997 a 2008. • As vendas de produtos do Comércio Justo no varejo foi de 2,9 bilhões de dólares na E.U. em 2008. • Beneficia cerca de 900 mil famílias, na África, América Latina e Ásia, tendo pago mais de 48,8 milhões de dólares em Prêmio Social. • Principal mercado: Suíça, com 100 milhões de euros (consumo per capita anual entre 10 e 16 euros). • 4 mil world shops (lojas de Comércio Justo) em 18 países e entre 70 a 90 mil pontos de venda convencionais (supermercados). • Banana e café são os principais produtos. • Previsões de crescimento do mercado de CJ: Crescimento de 20 a 25% em volume e valor para atingir um nível de 150 mil toneladas. (Faces do Brasil, 2008) Os principais produtos demandados são: artesanato étnico e utilitário, mel,
café, sucos, frutas frescas e secas, castanhas, confecções, calçados e artefatos de couro. 6.9.1.3. GEPA - “Sociedade para a Promoção da parceria com o Terceiro Mundo” O principal objetivo da GEPA é melhorar a vida e as condições de trabalho das pessoas no Sul, seguindo o espírito das Nações Unidas, a Agenda 21 para o social, econômica e sustentabilidade ecológica. Seu faturamento foi de 54 milhões de euros no exercício 2008/09 e a empresa tem 34 anos de existência. Possui cinco centros regionais de Comércio Justo na Alemanha, de onde faz o abastecimento de cerca de 800 lojas em todo o mundo e cerca de 6.000 grupos de ação de Comércio Justo e produtos artesanais. Numerosos supermercados e varejistas de alimentos também vendem produtos GEPA, que atendem inúmeros refeitórios de empresas, associações de estudantes, congressos técnicos, eventos como conferência, seminários, etc. O site GEPA também tem uma loja online que gera vendas importantes, tanto de produtos processados, como in natura.
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7.1. Os caminhos da missão A Missão Técnica Internacional do SEBRAE, composta por técnicos, gestores e coordenadores de projetos de agricultura orgânica e agroecologia dos estados brasileiros (totalizando 23 pessoas), teve como objetivos: - Visitar e vivenciar a BioFach. - Conhecer o mercado de orgânicos no mundo, suas exigências e o cenário que se apresenta em relação à crise. - Observar informações acerca das tendências mundiais do mercado de produtos orgânicos e seus derivados. - Procurar por inovações tecnológicas e potenciais compradores para a produção orgânica brasileira. Além da visitação à feira, a missão estendeu-se a visitas a produtores, processadoras, distribuidoras e comercializadoras de produtos orgânicos na Alemanha, que foram previamente contatatos e agendados, com o objetivo de verificar in loco o desenvolvimento desse segmento, desde a produção até o mercado, passando pela logística de distribuição e comercialização do atacado ao varejo, a sua relação com o consumidor final e o perfil desse público que cresce na ordem de 15% aa no mundo e 30% aa no Brasil e movimenta cerca de 24 bilhões de dólares por ano. A missão foi organizada pela Unidade de Atendimento Coletivo - Agronegócios do SEBRAE Nacional e esteve sob a liderança da Coordenadora Nacional da Carteira de Projetos Agroecologia, PAIS e Horticultura, Newman Costa - 0055 (61)-3348.73.72. A feira aconteceu no período de 17 a 20 de fevereiro de 2010. Para nortear os trabalhos, foi distribuído aos membros uma Agenda de Viagem com informações básicas sobre os objetivos da Missão.
Como suporte a língua alemã, a missão contou com dois tradutores, o grupo foi dividido em dois para facilitar a comunicação nos contatos e busca de informações nos estandes. Logo na chegada em Nuremberg foi feita uma reunião para integração e orientação do grupo. As reuniões se repetiram nos dias posteriores, criando oportunidade de melhor aproveitamento durante a feira e as visitas técnicas às unidades empresariais. Nessas reuniões todos contribuíam para a identificação de pontos e acontecimentos importantes sejam positivos ou negativos sobre produtos, serviços, tecnologia, embalagem e outros assuntos, inclusive sobre a cultura alemã. Era realizado um paralelo do que se via e o estágio de desenvolvimento da bioorgânica e biodinâmica nas cidades/projetos de origem. Dessa forma, tirou-se melhor proveito de tudo que se observou, colaborando para o sucesso da missão e para o aprendizado de todos. A participação na Feira BioFach 2010 ratificou a afirmação de que o mercado de alimentos “Bio” (orgânicos, agroecológicos, naturais, biodinâmicos, entre outras denominações) já está bem consolidado na Europa e se encontra bem disseminado em outros continentes, com destaque para a Ásia, América do Norte e Oceânia. Um ponto forte da diversificação foi em termos de materiais processados, enquanto no Brasil há ênfase para os produtos in natura, a feira apresentou os mais diferentes tipos de processados: desidratados, embutidos, pré-cozidos, cristalizados, entre outros. Essa diversificação é importante em função da ampliação do ciclo de vida dos produtos, maximizando o prazo de validade e, por conseguinte, o atendimento a mercados em distâncias mais ampliadas. Os produtos apresentados na feira foram marcados pelo design inovador das embalagens – infere-se que a feira foi,
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7. Resumo da Missão Internacional do SEBRAE-NA na BioFach 2010
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em paralelo, uma feira de designer. Como principal inovação destaca-se as embalagens focadas e formatadas conforme nichos de mercado. Por exemplo, embalagens de alimentos com foco em crianças, idosos, mulheres, etc. 7.2. Produtos, sua procedência e a relação dos produtores com o mercado
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A seguir, observações feitas durante algumas visitas a estandes. Um dos estandes visitados foi o da “Geo Fresh Orgânic”, uma pequena empresa com sede na Alemanha, que compra matériaprima de pequenos produtores da Índia, tais como especiarias, grãos, sementes e ervas, e processa e comercializa óleos e essências aromáticas. Obedecendo ao conceito de Fair Trade, atende a aproximadamente 600 famílias de produtores que cultivam em média três ha, aos quais é oferecida assistência técnica e garantia da compra antecipada. A agregação de valor se dá pelo processamento e elaboração de produtos a partir das matérias-primas, pelo desenvolvimento de rótulos, comunicação visual e embalagens conceituais e funcionais, com o objetivo de atender a uma clientela específica, que busca sustentabilidade e qualidade. Promove a inclusão social pela certificação orgânica, Comércio Justo e assistência social às famílias. Outra empresa visitada foi a “Bio Press Huilerie”, trabalha também o processamento e comercialização de óleos funcionais, alimentares e terapêuticos, a partir da combinação de óleos extraídos de sementes e especiarias, adquiridas de pequenos produtores da Espanha, Itália e França. Obedece a mesma lógica anterior de relação comercial com os produtores parceiros e estratégia de mercado, ou seja, pratica o Fair Trade, agregado à certificação orgânica e inovação no con-
ceito de designer das embalagens. Dentre os estandes visitados nos pavilhões de alimentos, vale destacar a grande variedade e diversidade de produtos processados ou semiprocessados embalados e prontos para o consumo, a exemplo das frutas e raízes cristalizadas e desidratadas, conservas e especiarias diversas (condimentares e aromáticas), óleos vegetais e bebidas fermentadas ou in natura pasteurizadas. Nos produtos de origem animal, dentre os cárneos a predominância de uma grande variedade de embutidos e defumados, dos lácteos, a presença dos queijos, iogurtes e mix de bebidas lácteas com frutas in natura pasteurizadas. Ressaltamos que a base de todos os produtos é de origem da pequena produção familiar ou de pequenas empresas parceiras que praticam o Comércio Justo. Adquirem a matéria-prima dos produtores organizados em associações ou individuais, in natura ou semiprocessadas, realizam o processamento, embalam e colocam no mercado, sempre sob o selo da produção orgânica. A “Angius Organics”, empresa com base na Flórida – EUA, por exemplo, comercializa frutas e raízes (laranja, gengibre, dentre outras) desidratadas e cristalizadas, de matéria-prima adquirida de produtores da China, África do Sul e Itália, organizados em cooperativas, remunerados de acordo com a qualidade do produto. Somente na China são atingidas milhares de famílias. No entanto, os produtos in natura, tais como os hortifruti (frutas e legumes frescos) são procedentes na grande maioria da própria Europa, da África, Oriente Médio e Austrália, exceto as frutas tidas como tropicais, que são adquiridas de comunidades da América Central, Peru, Equador e algumas do Brasil, destacando, neste caso, o açaí (utilizado para composição de sucos e mix de frutas).
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7.3. Como os produtores se organizam para acessar o mercado Destacamos aqui a “Cofrudeca. Coop. V.”, cooperativa de pequenos e grandes produtores, sendo que os grandes cultivam no máximo 10 ha. Com sede em Valência - Espanha - produz diferentes espécies de frutas e hortaliças. Os produtores recebem assistência técnica dos próprios cooperados, a exemplo dos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR) no Brasil. Os produtores são preparados para
realizar a gestão da cooperativa e os negócios são operacionalizados por gerentes comerciais contratados. A cooperativa realiza todo o processo, da produção à embalagem e a comercialização. Os produtos oriundos da agricultura convencional (não orgânicos) são comercializados por uma central cooperada, já os orgânicos são comercializados diretamente pela cooperativa. Outro exemplo de organização de produtores com o objetivo de acessar o mercado é a empresa “Agrinatura”, austríaca, cuja marca é coletiva, no entanto, a produção é individual, ou seja, a utilizam apenas para comercialização. Produzem e comercializam hortifruti in natura, mas estão começando a diversificar com produtos processados, como pastas e patês, tendo como principal produto processado o azeite. Tudo o que comercializam é produzido por eles em 300 ha, sendo 80 ha de hortaliças e 220 ha para oliveiras e uvas. 7.4. Palestra MDA – Planeta Orgânico No dia 19 de fevereiro de 2010, na Sala Budapeste, o grupo participou da palestra Agricultura Familiar Orgânica no Brasil, proferida por Arnoldo Campos do Ministério do Desenvolvimento Agrário; Maria Beatriz Costa, do Planeta Orgânico; e Newton Friederich, da Itaipu. A palestra do representante do MDA destacou a importância da agricultura familiar brasileira na produção de orgânicos e na economia brasileira. Nesse contexto, lembrou os grandes eventos mundiais que serão sediados no Brasil, dentre os quais, e em especial, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, salientando que os orgânicos terão enorme importância para manter a base da alimentação. Destacou também o incentivo que o governo brasileiro vem dando à pequena produção e os investimentos
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Dos produtos de origem animal, destaque para a empresa privada familiar austríaca “Winzerhof Anlacher”, que produz e comercializa queijo orgânico. O gado é alimentado com capim e feno de pasto natural (orgânico), com capacidade produtiva de 4 milhões de litros de leite/ano, que são processados de diversas formas e para diferentes mercados. O que chama a atenção é a declaração da sua representante: “...quando o negócio é pequeno, tem que ser muito bom para dar certo...” . O que remete à necessidade da eficiência de gestão, qualidade, produtividade e diferencial competitivo. Também igualmente diferenciada é a empresa “Rose Dansk And”, da Dinamarca, especializada em produção e comercialização de patos e frangos, em regime de pasto e ração orgânica, abrangendo a cadeia completa. Com apresentação de cortes especiais das aves, a partir da necessidade do mercado. Nessa mesma linha de produção, está a “Vingulmark”, também da Dinamarca, que se destaca na produção de ovos orgânicos. A sua diferença está no fato de não produzirem o frango e sim de os adquirirem ainda jovens de produtores familiares, para somente executarem o processo de terminação das aves e comercialização dos ovos.
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nessa cadeia responsável por praticamente 80% dos produtos componentes da cesta básica e que representa 90% da mão de obra ocupada no campo. Na ocasião, também foi realizada a apresentação do Projeto “Cultivando Água Boa”, idealizado pela Itaipu Binacional, cujo objetivo é apoia às comunidades na região de influência da barragem de Itaipu. É um projeto que reafirma a responsabilidade social dos grandes projetos que influenciam econômica e socialmente determinadas regiões, com impacto ao meio ambiente. O projeto está focalizado na educação ambiental, notadamente na importância da água. Desenvolve programas de recuperação de microbacias, com replantio de árvores, apoio a pescadores extrativistas e incentivo à produção junto à agricultura familiar de plantas medicinais e fitoterápicas. Além da coleta e tratamento do lixo, controle e análise da qualidade da água e a formação de jovens jardineiros. Presente na BioFach o proprietário da Fazenda Malunga, localizada em Brasília, referência na produção de orgânicos no Brasil. O empresário fez questão de salientar a grande oportunidade neste mercado para os produtos brasileiros da agricultura familiar, frisando também a importância do SEBRAE na Feira BioFach e a sua missão de informar e capitanear nas bases a proposta de desenvolvimento dos orgânicos como alternativa sustentável para a agricultura familiar. O MDA destacou a importância estratégica do SEBRAE na idealização do Projeto para a Copa de 2014, dentre outros, o levantamento de produtos que as diversas regiões têm a oferecer, nos diagnósticos de eixos estruturantes e as ofertas para 2014 (orgânicos, logística, hotéis, gastronomia, dentre outros). É importante construir uma imagem ex-
plorando a diversidade regional do Brasil, as diferenças e potencialidades específicas de cada localidade, tendo como principal contrapartida o legado a ser deixado após o evento. 7.5. Visitas Técnicas 7.5.1. Basic – Nuremberg Na programação de Nuremberg, visita ao Basic Supermercado, com o objetivo de conhecer a dinâmica do varejo dos orgânicos. O supermercado iniciou suas atividades no ano de 1962, com três sócios. No decorrer desses anos, expandiu para 26 unidades distribuídas na Áustria e Alemanha. Ocupa o terceiro lugar no ranking dos estabelecimentos vendedores de orgânicos. O Basic Supermercado possui 18 funcionários, que recebem treinamento direcionado ao segmento de orgânicos. O gerente trabalhou em um supermercado tradicional, onde observava a carne, as verduras e a influência dos pesticidas sobre os produtos, daí resolveu adquirir conhecimento a respeito, então optou pelo orgânico. Os fornecedores são grandes distribuidores, o supermercado não compra diretamente de produtores, devido à logística no processo das entregas e também pelo alto preço dos produtos. No período de inverno, o supermercado não investe em verduras folhosas, devido aos altos preços. Procura trabalhar com produtos de safra, desta forma, ofertam aos clientes produtos saudáveis, com preços mais acessíveis e mantém o percentual de desperdício menor (2%). Na medida do possível, o supermercado utiliza embalagem própria, como forma de redução dos custos de comercialização. Contudo a embalagem é realizada pelos distribuidores, mas o su-
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e Colômbia), beterraba (Alemanha), alho (Egito), cebola (Etiópia / Alemanha), alho poro (Itália), pepino (Itália), vagem (Holanda), laranja (Israel), gengibre (China), todos, porém, com certificação de orgânicos. Ainda segundo o relato da gerência do estabelecimento, a taxa de crescimento, embora não aumente em grande escala, tem-se demonstrado constante à média de 5% ao ano. 7.5.2. Hutzelhof Concluído o período em Nuremberg, no dia 22 de fevereiro o grupo seguiu para Frankfurt, onde há 70 km do percurso fez parada na Hutzelhof (www. hutzelhof.de). A Hutzelhof é uma empresa que funciona como uma espécie de central de compra e distribuição, além de produzir orgânicos. Ela recebe hortaliças, frutas e demais produtos de produtores associados para compor a cesta de ofertas para atender ao mercado, compra também de produtores de outros países o que não é produzido por eles, a exemplo da banana que é comprada do Panamá e outras frutas e legumes de origem da Espanha e Itália. A estratégia de distribuição baseia-se em atender e realizar a entrega de cestas até um raio de 70 km. Funciona da seguinte forma: o cliente faz a compra por telefone ou pela internet e automaticamente o seu cadastro com os produtos solicitados são passados para a central, que realiza a separação e pesagem dos produtos com o auxílio de um programa de computador que afere o peso e a mercadoria. Após a embalagem, a cesta é colocada para entrega no sistema tipo porta a porta. Apesar da sofisticação é um sistema de comercialização direta, onde o produtor recebe pela entrega da sua produção na central com um pre-
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permercado fiscaliza o processo. O supermercado apresenta 99% de produtos orgânicos, apenas 1% são utensílios para cozinha (não orgânicos - plásticos, inox e outros). Os maiores consumidores pertencem a classe A, observa-se também um grande número de estudantes, a maioria jovens, que procuram o produto pelo conhecimento e pela busca por uma vida mais saudável. Vão ao supermercado diariamente e/ou semanalmente e em média gastam € 10 / dia (ticket médio). O supermercado apoia serviços sociais diferenciados. Na unidade visitada, 5% da receita da venda de chocolates é destinada a crianças da Alemanha, e dos vinhos, 10% da receita é destinada a projetos na África. O Basic possui um departamento de marketing, mas não investe em propaganda convencional para divulgar a marca, pois acredita que pela qualidade do serviço e o diferencial de produtos disponibilizados, a divulgação surge espontaneamente (boca a boca). Utiliza outras estratégias, quanto ao layout das prateleiras/produtos (ex. vinho próximo dos pães) e iluminação direcionada. A organização do supermercado é própria, não utiliza com frequência o trabalho de “promotores”. As gôndolas devem estar sempre bem organizadas, pois os alemães são bastante exigentes. A compra de novos produtos é realizada através da central de compras da rede. Para cada produto novo, alguns critérios são estabelecidos, e muitas vezes levam dois meses para a conclusão da avaliação. Há também alguns distribuidores que optam por deixar seus produtos na loja por um determinado tempo para avaliação do cliente. Em relação às frutas, há uma diversificação muito grande de países fornecedores, dentre esses: banana (Costa Rica
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ço justo. Todos os produtores ligados à distintas, Nuremberg e Frankfurt. central têm certificação “Demeter”. O que diferencia uma da outra é pela compra de alguns produtos (da safra) 7.5.3. Dottenfelderhof diretamente do produtor. Também possuem uma seção de cosméticos, que é um Após esta visita, o grupo foi para a atrativo a mais da loja. É o único superDottenfelderhof (www.dottenfelderhof. mercado que possui uma seção de frios e de) em Frankfurt, uma escola de ní- carnes fracionada, isto é, o cliente tem a vel técnico na área de biodinâmica, que opção de comprar apenas a quantidade apresenta como principal característica a desejada. Produtos adquiridos preferenprodução integrada em harmonia com o cialmente de produtores da região. meio ambiente e o homem, principal caO supermercado oferece também a racterística do conceito da Biodinâmica. opção de servir comidas semiprontas, Seguindo aos preceitos da biodinâmica, mas a aceitação não é muito positiva, a propriedade trabalha de acordo com uma vez que os consumidores orgânicos um “arranjo” determinado, onde cada têm preferência pelo preparo do próprio setor ou produto está organizado den- alimento. tro da propriedade como se fizesse parA loja tem em torno de 8.500 itens, te de um organismo vivo. Obedecendo deste, 250 são produtos não orgânicos esse processo e os ensinamentos de Ru- (utensílios de casa). A reposição de frudolf Steiner (precursor da Biodinâmica), tas e verduras é feita todos os dias, as a Dottenfelderhof recebe a certificação perdas são de responsabilidade do su“Demeter”, com valor e reconhecimento permercado, que mantém a garantia de diferenciado no mercado, sendo conside- compra aos fornecedores. rada como um “orgânico bom”. Aproximadamente 130 produtos Nesse processo integrado e natural, a possuem a embalagem própria da loja. empresa trabalha na produção de ervas, Quanto à participação nas vendas, 45% suínos, gado leiteiro, aves para produção do lucro são representados pelas frutas, de ovos e carne (galinhas e gansos) e ca- hortaliças e laticínios e 55% vêm dos deprinos. mais produtos oferecidos pela loja. Ainda como forma de agregar valor ao Esse supermercado também apoia serproduto, a Dotenfelderhof mantém uma viços sociais, através do fornecimento de queijaria, uma padaria e uma pequena alimentos às creches e em datas festivas loja. Os produtos são comercializados (exemplo: dia das crianças, Páscoa e Natambém nos supermercados de orgâni- tal) levam as crianças até a loja e servem cos em Frankfurt e numa feira livre no biscoitos, chocolates e outros. centro da cidade. Na feira, há grande A decoração da loja é bem inovadora e procura por leite, onde os clientes levam moderna, com iluminação a base de coas embalagens de vidro vazias para a res, considerado um diferencial a mais compra do produto. das outras lojas, utilizada como estratégia para atrair os consumidores alterna7.5.4. Basic- Frankfurt tivos que buscam um novo conceito de varejo. O ambiente é facilitador às comEm Frankfurt, visitou-se outra empre- pras e ao acesso dos clientes aos produsa da rede Basic Supermercado (http:// tos. Outra estratégia é adquirir sempre www.basicbio.de), quando se pôde com- produtos novos, facilitando a chegada parar a atuação das unidades em cidades aos seus clientes.
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7.5.5. Alnatura Ainda em Frankfurt, visita a uma das quatro lojas do Alnatura (http://www. alnatura.de), a maior rede de supermercados de orgânicos da Alemanha, com 60 lojas espalhada pelo país, mantendo cerca de 1.000 funcionários e há 24 anos no mercado de orgânicos. O gerente da loja veio de um curso técnico especializado em orgânicos. As frutas e hortaliças possuem etiquetas com a certificação, país de origem e classificação (tipos) e diferencia-se pela oferta de produtos de modo fracionado e identificados por código de barra, onde os clientes podem pesar a quantidade desejada (autosserviço). Os produtos regionais também são identificados, como forma de incentivar o produtor local. Na entrada do estabelecimento, há um
quadro com folhetos de todos os produtos que existem na loja. Atualmente a loja oferece 6.000 itens, 2% destes são utensílios de cozinha (não orgânicos). Para garantir a natureza e a integridade dos produtos oferecidos, possui um autosistema de fiscalização, que avisa a loja de sua vinda com agendamento prévio e uma vez ao ano é realizada uma visita surpresa. A rede Alnatura considera a compra direta dos produtores da região como um trabalho social. Os funcionários possuem descontos nas suas compras na loja e algumas entidades (exemplo: Cáritas) vêm a loja duas vezes por semana buscar o que não foi vendido. Não é exigido dos fornecedores a reposição da mercadoria que não é vendida, a loja assume o risco e compromisso com a compra. Os pedidos são feitos três vezes por semana, e as reposições nas gôndolas são feitas à medida que os produtos vão saindo, possuem câmeras frias para manter os estoques. Dentre os produtos oferecidos há destaque para sementes (hortaliças e flores) biodinâmicas, pois o consumidor orgânico tem a preferência por cultivar seu próprio produto em casa e a aceitação da clientela é gradativa, porém constante. Os pães são adquiridos de três fornecedores da região e possuem uma vasta diversificação de queijos orgânicos. As bebidas, na sua grande maioria, possuem certificação Demeter. Como estratégia de venda, utilizam as pontas das gôndolas para expor produtos em promoção, que permanecem ali durante 14 dias, isto tem proporcionado a frequência de alguns clientes que buscam produtos com preços mais acessíveis. Uma informação que chamou a atenção se refere à existência de uma lei que trata da obrigatoriedade da alimentação de bebês de até dois anos ser de origem
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Os funcionários são capacitados e depois aproveitados como vendedores. O gerente também começou a trabalhar em um supermercado tradicional, onde observava que a venda de produtos orgânicos, apesar da pequena escala, tinha o objetivo apenas comercial, diferente dos estabelecimentos orgânicos, que visam à qualidade de vida dos envolvidos. Uma das dificuldades enfrentada ainda é a aceitação dos orgânicos por uma parcela de clientes. No entanto, a clientela tem crescido de acordo com o aumento dos jovens nas lojas, por isso o investimento em uma decoração mais moderna. Alguns produtos vêm da central de compras mantida pela empresa, outros são comprados de produtores da região, que entregam seus produtos diretamente na loja. Os funcionários trabalham em dois turnos diários, um das 7h às 14h e outro das 14h às 18h e duas vezes por semana pessoas extras à loja (repositores) fazem a reposição de mercadorias.
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orgânica. Isso tem contribuído muito para o aumento das vendas e da clientela em busca desses produtos, principalmente pela diversidade de oferta de produtos orgânicos, que vão desde fraldas descartáveis, cosméticos, embalagens, bebidas e alimentos em geral.
são de FLV (frutas, legumes e verduras) e do leite e de seus derivados.
7.5.6. Dennree – Denn’s Biomarkt – Frankfurt
Os produtos apresentados na feira foram fortemente marcados pelo design inovador das embalagens. Como principal inovação destaca-se as embalagens focadas e formatadas conforme nichos de mercado. Por exemplo, embalagens de alimentos com foco em crianças, idosos, mulheres, etc. Quando se faz referências a embalagens, os produtos orgânicos por seu conceito diferenciado exigem maior atenção, principalmente com relação à sustentabilidade, tanto do produto em seu consumo quanto de descarte das embalagens. Com o crescimento do mercado orgânico e a entrada nos grandes canais de comercialização, frequentemente surgem indagações a respeito das embalagens que são usadas para os produtos orgânicos. Muito se questiona o fato de que frutas e hortaliças orgânicas, além de serem embaladas em bandejas de isopor, também são envolvidas em papel filme de PVC. Em geral, a matéria-prima dessas embalagens não é renovável, sendo derivadas de petróleo. Nesse aspecto, deve-se procurar buscar materiais menos agressivos, já disponíveis no mercado (inclusive no mercado brasileiro), como plásticos compostáveis, produzidos a partir de celulose, ou outras matérias-primas, como aquelas originárias de amidos e derivados de cana. A seguir, sequência de degradação de embalagem tendo como matéria-prima amido de milho.
Ainda em Frankfurt, visita ao Denn’s Biomarkt (www.denns-biomarkt.de). Os gerentes Frank e Kay contaram sobre o funcionamento da rede, que possui uma central e seis pequenos depósitos, que auxiliam na distribuição das mercadorias para as lojas. Esses depósitos podem negociar diretamente com os produtores, seguindo a conveniência de cada um. Projetos sociais são desenvolvidos pela central e também pelos depósitos. A loja visitada possui 550m² de área e conta com aproximadamente 5.500 itens, sendo apenas 3% não orgânicos. O atendimento é feito por 14 funcionários. A loja pretende até 2012 utilizar estudantes para compor o quadro. Segundo os gerentes, os clientes mais específicos da loja são estudantes (universitários e de cursos de pós-graduação) e aqueles que mais gastam são as famílias de classes mais altas. Ainda segundo os gerentes, produtos com selo Fair Trade são reconhecidos pelos clientes e estes estão dispostos a pagar mais pelo produto com esta certificação, isto porque trabalham com clientes mais esclarecidos. Para eles, a confiabilidade na certificação de produtos orgânicos é “certificação estatal = 98% de segurança; certificação Bioland = 105% e certificação Demeter = 150%”, comentário feito para ilustrar a confiança nos diferentes selos presentes no mercado e de que há distinção entre eles. Mais de 50% do faturamento da loja
8. Embalagens 8.1. Embalagens compostáveis
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8.2. Embalagem de Amido Embora mais caras, já se tem tecnologia para sua produção e utilização em larga escala, sendo sua implementação apenas uma decisão política. Deve se considerar que embalagens
sustentáveis estão muito próximas de entrar em larga escala no processo de comercialização de produtos orgânicos e quem não estiver preparado ficará para trás, sendo forçado a adequar-se.
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BIODEGRADAÇÃO DE EMBALAGEM COMPOSTÁVEL
EMBALAGENS DE FIBRAS DE PALMEIRAS E BANANEIRAS PRENSADAS E AMIDOS MODIFICADOS
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Na BioFach, a presença de embalagens compostáveis em produtos já processados foi um fato comum disputando as embalagens de fontes não renováveis. Deve ser ressaltado que embalagens compostáveis estão disponíveis para uso no mercado nacional, tendo representação no Brasil das marcas principais que atuam na Europa, a exemplo da Innovia® Films e da pelicula Engeo®. Paralelo a essas empresas, existem no Brasil pesquisas com diferentes matériasprimas, a exemplo de plásticos derivados de cana (Brasken; Coopersucar) cujo uso comercial já está em andamento bem
como materiais derivados de mandioca (Abam - Associação Brasileira de Produtores de Amido). Entretanto, deve ser observado que, falando em plásticos flexíveis, os produtos existentes no mercado, derivados de amido, são mais vitrines de empresas que sucessos comerciais, pois ainda estão em desenvolvimento. Quando o assunto é produto a base de amido injetado ou termoformado (bandeja para substituir isopor), hoje já é possível o uso comercial desse material a exemplo da marca Amidoplast®, registrada no Inpi.
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EMBALAGENS E UTENSÍLIOS PARA USO EM FESTAS FEITOS DE MATERIAL COMPOSTÁVEL
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EMBALAGENS E UTENSÍLIOS PARA USO EM FESTAS FEITOS DE MATERIAL COMPOSTÁVEL
Avaliando as embalagens utilizadas em produtos na BioFach 2010, bem como as disponíveis para comercialização nos supermercados, há uma substancial diferença em relação às usadas no Brasil, para os mesmos produtos. Em relação aos componentes da embalagem, os mesmos materiais estão disponíveis tanto na Europa quanto no Brasil. Entretanto, o conjunto de fatores envolvidos na apresentação dos produtos leva a concluir que há diferenças significativas entre os produtos brasileiros e aqueles apresentados ao
consumidor europeu. Se o material é o mesmo, precisamos evoluir em formatos, cores, transparência, iluminação, facilidade de abertura, atratividade para crianças, formato adequado para idosos, facilidade de uso, além da questão da iluminação na apresentação nas prateleiras. A seguir, são apresentadas algumas embalagens dos milhares de modelos existentes na feira, que merecem destaque. As demais fotografias do trabalho também servem de referência quanto às embalagens disponibilizadas.
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8.3. Modelos de embalagens diferenciadas presentes na Biofach
EMBALAGEM DE IOGURTE COM 200 ml. FÁCIL TRANSPORTE, ACONDICIONAMENTO, MANUFATURA, BOA APRESENTAÇÃO E BAIXO CUSTO. ÓTIMA APRESENTAÇÃO VISUAL
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EMBALAGEM INDIVIDUAL PARA LEITE, IOGURTE, CHOCOLATE E DERIVADOS, COM FOCO EM CRIANÇAS. FÁCIL TRANSPORTE, BAIXO CUSTO, BOA APRESENTAÇÃO E ATRATIVIDADE PARA CRIANÇAS. ÓTIMA APRESENTAÇÃO VISUAL
EMBALAGEM LONGA VIDA, COM DESIGN VOLTADO PARA CRIANÇAS
EMBALAGEM DE QUEIJO, COM DESIGN VOLTADO PARA CRIANÇAS
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IOGURTES, TOFU E OUTROS FERMENTADOS DE SOJA EM DIVERSOS SABORES
SUCOS DIVERSOS EM EMBALAGEM LONGA VIDA EM SABORES DIVERSIFICADOS
EMBALAGEM INOVADORA DO TIPO LONGA VIDA PARA LEITE E DERIVADOS
EQUIPAMENTO PARA SERVIR IOGURTE PARA O PÚBLICO DA FEIRA PODE SER UTILIZADO PARA VENDA EM LOCAL DE GRANDE FLUXO DE PESSOAS
EMBALAGEM DE CHOCOLATE, PARA CONSUMO INDIVIDUAL SEM NECESSIDADE DE REFRIGERAÇÃO
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Para temperar a salada, vire com o fundo para cima e aperte o centro do cilindro, que afundará e libera o tempero dentro da embalagem. Agite a salada e está pronto para o consumo, sem contato manual.
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EMBALAGEM METÁLICA PARA LÍQUIDOS, SEM NECESSIDADE DE REFRIGERAÇÃO
8.4. Embalagem para salada pronta para consumo, com tempero interno, sem contato manual. CILINDRO DO TEMPERO ABERTO
Parte interna da embalagem, onde é coloca a salada. No cilindro ao centro (fechado hermeticamente) está acondicionado o vinagre, azeite e ervas condimentares. Embalagem com salada é fechada por filme plástico.
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8.5. Embalagens utilizadas pela almaverde - Itália
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8.6. Embalagens para bebidas PADRONIZAÇÃO DE EMBALAGENS PARA DIVERSAS BEBIDAS. Combinação de rótulos com a bebida engarrafada. (Produto brasileiro com apresentação muito bem feita)
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Prateleira de um supermercado em Frankfurt-Al.
RELATÓRIO: BIOFACH 2010 E VISITAS TÉCNICAS COMBINAÇÃO DE COR DO PRODUTO, COR DO RÓTULO E FORMATO DA EMBALAGEM
8.7. Embalagens com materiais sustentáveis Ao contrário das embalagens de produtos industrializados, como sacolas para transporte de compras, houve significativa presença de materiais sustentáveis, principalmente a base de amido. Nesse sentido, a garantia de que o material atende aos requisitos de biodegradação foi bastante enfatizada, demonstrando a seriedade do processo. Um fato importante é a utilização de amidos orgânicos no processo de fabricação das embalagens, atrelado às garantias de biodegração, atendendo as normas europeias EN13432 e ASTM D6400 E.U. (Requisitos para embalagens recuperáveis através de compostagem e biodegradação). Essa norma define que tipo de características um material deve ter para ser enquadrado na categoria de produto compostável. A utilização de amidos orgânicos representa uma grande oportunidade de mercado para o Brasil, pois o fornecedor de amido em maior escala e com melhor preço é a cul-
tura da mandioca, cujo processo de produção está tecnologicamente dominado pela indústria brasileira. Quanto à certificação, a legislação permite o processamento de matéria-prima orgânica em planta industrial que faz processamento de matéria-prima convencional, observados os requisitos específicos do processo orgânico. A mandioca, tradicionalmente, é cultivada no Brasil em áreas onde predomina o cultivo de pastagens, em rotação com a mesma. Nessas áreas, há grande estoque de solos em que não foram usados produtos proibidos nos últimos anos, permitindo certificação EUR já no primeiro ano de colheita. Exemplos dessas regiões com alto potencial podem ser citados, como Paranavaí e Umuarama, no Paraná, Ivinhema e Ponta Porã, no MS, e Iaras em SP. Em todas estas regiões, o SEBRAE desenvolve atualmente ou já trabalhou em outro momento com agricultura orgânica, mantendo contatos com grupos e indústrias.
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RELATÓRIO: BIOFACH 2010 E VISITAS TÉCNICAS
8.8. Embalagens para o mercado internacional Optando-se por buscar atingir o mercado internacional com produtos terminados, com marca ou embalagem própria, algumas considerações, a seguir: 8.8.1. Produtos prontos para o varejo
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RÓTULO BRASILEIRO ADAPTADO PARA UTILIZAÇÃO NA BIOFACH
Nesse quesito, os produtos brasileiros oriundos da agricultura familiar em geral não atendem aos requisitos do mercado internacional quanto à embalagem. Há consideráveis adequações a serem feitas na qualidade de materiais, design, expositores, cores, etc. Há necessidade de contratação de consultoria externa para adequar as embalagens a mercados específicos, focando nas necessidades do distribuidor (indiretamente do consumidor).
MODELO DE SACOLA PARA TRANSPORTE DE COMPRAS (MATÉRIA-PRIMA - AMIDO DE MILHO)
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8.8.2. Embalagens para distribuidores: Nesse item, as maiores oportunidades de negócio aparecem para ser efetivadas em curto período de tempo. Fica claro em uma feira deste porte a possibilidade do mercado atacadista ser buscado; se for pensar em atender esse setor, as embalagens podem ser as tradicionalmente utilizadas, como sacos plásticos, sacos de papel e tambor de aço de 200 litros, ou menores. Há demanda para café, ervas aromáti-
cas e medicinais, frutas desidratadas, frutas frescas, castanhas, mel, soja, artesanato entre outras; entretanto, há que se ter padrão de qualidade tanto no produto quanto nas embalagens. O interesse do mercado está em embalagem com produto a granel que permitam fracionamento na embalagem do distribuidor, mantendo a sua marca própria, o que garante sua manutenção no mercado, seu objetivo maior.
ÁREA DESTINADA À RECEPÇÃO DE MERCADORIAS DA HUTZELHOF
RÓTULO DE FORNECEDOR DE PRODUTO DA HUTZELHOF
CAIXAS DE PAPELÃO IMPERMEABILZADAS E SACOS DE PAPEL PARA MATERIAIS SECOS
EMBALAGEM PARA ÓLEO VEGETAL E MEL EM AÇO
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8.8.3. Utilização da marca Brasil para promoção do café da Colômbia Como exemplo, pode ser utilizado o café e os mercados alemão e italiano. Na Alemanha, não se planta café, mas no país se concentra a maior comercialização mundial da bebida. Expressivos volumes também são processados na Alemanha, sendo a padronização de lotes uma rotina em território alemão. A Itália, por outro lado, se especializou em cafés especiais, bem como máquinas para processamento, agregando venda agrupada às máquinas, muitas vezes fornecidas a varejistas em forma de comodato.
Neste setor, o Brasil atua como fornecedor de matéria-prima de forma continuada. A comercialização de produtos com marca própria é inexpressiva. Tradicionalmente, a marca “CAFÉ DO BRASIL” é muito forte no mercado internacional, mas marcas brasileiras são inexpressivas no mercado varejista europeu. Constatamos em visita ao Supermercado Basic em Nuremberg a utilização de embalagem de café com a inscrição “CAFÉ DO BRASIL” e, sobre ela, havia embalagem de 1kg de café colombiano, com a marca Basic. Usou-se a penetração da marca “BRASIL” para promoção de produtos de outro país.
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EMBALAGEM COM MARCA ‘CAFÉ DO BRASIL’ PARA PROMOÇÃO DE CAFÉ DA COLÔMBIA
8.9. Embalagem com marca de terceiros:
Consultor do Sebrae avaliando a embalagem de café colombiano, onde foi utilizada a marca CAFÉ DO BRASIL para promoção.
le distribuidor, atende-se o padrão técnico da embalagem e do produto, embarcando Outro mercado potencialmente forte a mercadoria, conforme o critério fornecié para atender aquelas empresas que de- do em embalagem primária, que atenda as sejam ter (ou manter) sua própria marca exigências de exportação. Na sequência, o comercial e trabalhar como fornecedor de comprador coloca a embalagem secundámercadorias embaladas. Na marca daque- ria com sua marca.
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BISCOITOS EM EMBALAGEM DA DISTRIBUIDORA DENNREE
Esta modalidade de comercialização foi bastante visualizada nas visitas em supermercados, onde os responsáveis informaram tratar-se muitas vezes de estratégia de venda do produtor, pois, mantendo sua marca própria ele enfrenta dificuldades relativas a propaganda e concorrência com marcas mais fortes. Neste caso, a opção de embalar seus produtos em marca de um grande distribuidor facilita o acesso ao mercado, sem gastos de desenvolvimento e confecção, pois a embalagem é disponibilizada pela distribuidora, com os custos diluídos em grandes volumes de diversos fornecedores.
ao mercado pode ser facilitada. Nessas opção, o item que deve receber especial atenção é referente ao tipo de produto que se busca comercializar. No geral, esta relação é extremamente vantajosa para quem entra no mercado e não tem marca fixada no comércio. Esta modalidade permite trabalhar com a marca do distribuidor por um período de tempo, avaliando a conveniência de inserir marca e embalagem própria no mercado conquistado. Em um mercado altamente especializado e abastecido como se mostra o mercado europeu, certamente a busca de oportunidades de negócio deve ser estruturada em ações que permitam avaliar com profundidade a real oportunidade de colocar produtos nesta situação de comercialização. Por outro lado, sendo especializado, abre oportunidades em pelo menos duas vertentes:
9. Oportunidade de conquista de mercado na europa 9.1. Uso de embalagens e marcas de distribuidores locais na Europa Uma alternativa de entrada nos mercados europeus, de forma rápida e estruturada, pode se dar com a utilização de marca de distribuidores já estabelecidos. Utilizando marcas de distribuidores de médio e grande porte, onde o fornecedor do produto renuncia ao uso de sua marca e incorpora a marca do distribuidor, o acesso
9.1.1. A concorrência por preço Neste segmento, busca-se o mercado através da tomada de parte do mercado já estabelecido. Assim, produtos como café, soja, cereais, chocolates, cosméticos e processados podem ser acessados concorrendo
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CHIPS EM EMBALAGEM DA DISTRIBUIDORA ALNATURA
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com preços melhores que os já praticados pelos fornecedores atuais.
9.2. Período de fornecimento de frutas do distribuidor Almaverde, da Itália
9.1.2. Acesso ao mercado por oportunidade
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Neste segmento, a inserção no mercado se torna possível graças a existência no Brasil de produtos cuja demanda no mercado Europeu ainda não estão atendidas, como frutas (secas, in natura, polpas, sucos, etc), processados de soja, algodão, açúcar mascavo, coco, peixes, camarão, carne bovina, frango, água, ração para bovinos, chocolates, cacau, óleos, plantas medicinais, extratos frescos, entre incontáveis outros produtos. Para esse segundo grupo, a oportunidade está aberta, sendo o fornecimento de amostra e o contato pessoal as formas de venda identificadas na pesquisa de dados. Como exemplo, citamos o período de fornecimento de algumas frutas pelo distribuidor ALMAVERDE, da Itália:
^
Nos meses restantes, o cliente fica sem ter a mercadoria orgânica para comprar ou compra de outro fornecedor. Nesse caso específico, está aberto o mercado, exatamente no período do ano em que no Brasil temos disponibilidade destas frutas. 9.3. Período de fornecimento de frutas do distribuidor Lehmann Natur
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Estatísticas apontam a Alemanha como principal consumidor de produtos orgânicos na Europa. Representa um atraente e rico mercado para os exportadores de produtos orgânicos, pois sua população altamente consciente em relação às questões ambientais vê no orgânico um produto benéfico ao meio ambiente e à própria saúde. No entanto, esse mercado é extremamente exigente já que eles se interessam pelo método de produção, de processamento e embalagem e por toda a cadeia industrial envolvida. As importações suprem aproximadamente 30% do mercado de orgânicos nesse país. Grandes atacadistas dominam a distribuição de produtos processados no país. Foi avaliada a forma de trabalho de duas grandes empresas distribuidoras estabelecidas na Alemanha, a Rapunzel Naturkost (localizada em Legau) e a Lehmann Natur (localizada em Dusseldorf). Essas empresas processam e embalam ou reembalam frutas em todos os estados - de secas a polpas, incluindo frutas brasileiras (manga e banana) eventualmente. Ambas as empresas processam frutas do mundo inteiro, de variedades diversas, com quantidade variáveis, sendo a unidade mínima de um contêiner, quandos se trata de transporte marítimo. Nos dois casos, a decisão de compra se dá por amostra e contato pessoal. Apenas em caso de aprovação da amostra uma das empresas utiliza datasheet (catálogo, folha de dados) para alguns produtos. Certificados orgânicos válidos na Comunidade Europeia são pré-requisitos para a negociação. Uma breve descrição do processo de distribuição de mercadorias da Rapunzel mostra centros geograficamente localizados para facilitar tanto a distribuição quanto a captação de mercadorias. Portos e aeroportos influenciam na localização, embora o transporte aéreo seja
de baixa utilização nas empresas, restrito apenas a produtos de alto valor agregado. A existência de acesso a porto e a rede ferroviária foi requisito fundamental para o estabelecimento dos centros de distribuição. As empresas possuem indústrias próprias, focadas no processamento de produtos estratégicos (não definidos na pesquisa) mas preferem terceirizar os serviços, mantendo o foco em seu negócio de comercialização e distribuição. Em sua estrutura, a Rapunzel não difere em nada de grandes distribuidoras de produtos alimentares. Tem em seu centro principal de distribuição robôs que se encarregam de organizar os pedidos emitidos a partir de um sistema computadorizado em tempo real. A distribuição para os outros centros é baseada em transporte ferroviário, com participação de caminhões. A partir dos centros de distribuição, caminhões de médio e pequeno portes completam o circuito. Guardadas as particularidades de porte e abrangência, o sistema é similar ao dos demais distribuidoras e semelhante às distribuidoras comerciais. 11. Potencialidades do mercado de orgânicos na europa 11.1 Água Nenhum produto parece ter maior potencial de crescimento para o mercado orgânico do que água para consumo humano. Esse tema é uma das últimas reservas de mercado existentes no mercado orgânico e terá imensa expansão no momento em que forem definidas as legislações para o produto, sem dúvida o mais nobre do mercado. Está se formando lentamente um mercado de “grifes de água” no mundo todo, com embalagens diferenciadas, textura, gosto, composição e outros referenciais que inte-
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10. O MERCADO ATACADISTA
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ressam diretamente ao consumidor. Há indicativos e pesquisas de mercado que mostram que o mercado de água mineral é o de maior crescimento de consumo no mercado de bebidas em todo o mundo, ficando na média mundial entre 9 e 10% . Isolando o Brasil da estatística, o crescimento de consumo hoje é superior a 15% ao ano, com picos expressivos no verão. Os números mostram o poder da água mineral, que registra faturamento no Brasil em torno de R$ 1,9 bilhão. No mundo, o consumo em 2008 foi de 226 bilhões de litros e o faturamento de 110 bilhões de dólares. A projeção para o Brasil em 2010 é de crescimento de pelo menos 12%, o que superaria a marca dos 9,3 bilhões de litros, com mais de R$ 2,2 bilhões de faturamento. Destaca-se o crescimento da água mineral frente às demais bebidas, a exemplo dos refrigerantes. Em volume total, já supera o consumo de refrigerantes no Brasil, desde 2008. O que alavanca esse mercado é a preocupação mundial com a saúde, especialmente com a obesidade e a contaminação da água. Pesquisas na Europa indicam que a ingestão de micronutrientes em sua composição também influencia a ingestão da água mineral. Esse crédito é um bom requisito para a entrada de água certificada na Europa. Hoje os Emirados Árabes são os maiores consumidores de água mineral do planeta, com 280 litros per capita/ano. Em segundo lugar vem a Itália, com 200 litros por habitante. Os dois países têm dado especial atenção ao mercado de produtos orgânicos brasileiros, sendo realizadas exportações de produtos para ambos. O Brasil tem um consumo considerado baixo, da ordem de 35 litros por habitante/ano, mas em grandes centros, como São Paulo, o consumo chega a 75 litros por habitante/ano. Nos últimos anos, um novo filão vem se formando: as águas minerais aromatizadas. “Elas chegaram ao Brasil em janeiro de 2006 e ainda têm pouca participação no mercado, com apenas 5%. Mas a
tendência é de crescimento conforme elas forem se tornando mais populares entre o mercado consumidor”. Obviamente, a manufatura de água mineral com sabor e a certificação orgânica têm um caminho a andar maior que a água mineral comum, devido ao desenvolvimento do processo. Mas, com a disponibilidade de matéria-prima certificada para a composição da água, como frutas, baunilha, guaraná e outros aromatizantes, tem-se a argumentação para o lançamento de um novo produto no mercado internacional. 11.2. Cadeia da soja orgânica Provavelmente poucos produtos brasileiros tenham tanta aplicabilidade quanto a utilização de soja orgânica e seus derivados. A soja é um vegetal rico em proteínas, podendo substituir a carne na alimentação, e ao mesmo tempo assegurar uma dieta livre de colesterol e gordura saturada. A soja orgânica, além de reter todas as propriedades da soja comum, acumula ainda o benefício claro dos alimentos orgânicos. É mais sadia, livre de agrotóxicos, não contamina o meio ambiente e estimula a inclusão social, incentivando a produção familiar e viabilizando uma receita mais justa ao pequeno produtor. 11.2.1. Mercado comprador Nem toda soja exportada é destinada ao consumo humano direto. Grande parte dos compradores a processam em leite de soja e em tofu (espécie de queijo). Parte da produção é transformada em ração e vendida aos produtores de carne orgânica, mercado potencializado pela ocorrência do “mal da vaca louca“ em diversos países. Parte da produção brasileira atual é comercializada como lecitina de soja, havendo processamento da mesma na Industria Gebana, localizada em Capanema – PR.
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Leite de soja, carne (proteína texturizada de soja), soja em grãos, óleo, tofu entre outras aplicações fecham a cadeia deste grão, em que o Brasil é o maior exportador mundial. 11.2.2. Potencial de crescimento da produção da soja brasileira
Há diversos exportadores de soja no Brasil. Em geral, cada país comprador tem uma empresa que mantém sociedade com uma das empresas compradoras no Brasil, para assegurar sua fatia na compra da soja brasileira, o que por si já é um indicador de mercado com boa demanda para aquisição. Nessa cadeia, há solidez nas empresas que atuam no Brasil, que possuem excelente conceito entre os agricultores familiares. Em geral, a empresa trabalha fornecendo assistência técnica e insumos, além de comprar a produção. Na BioFach foi estabelecido contato com o representante da certificadora Italiana ICEA (Instituto para Certificação Ética e Ambiental), Fabio Piccioli, que demonstra interesse em compra de soja orgânica para composição de ração para as vacas que produzem leite para a produção do queijo “Parmeggiano Regianno“, de origem reconhecida na Região italiana de Emilia Romagna. Vale ressaltar que este contato possui amplo conhecimento do mercado internacional de soja e é membro da IFOAM (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica) a entidade promotora da BioFach. Ainda na BioFach, foi identificado uma grande quantidade de derivados de soja, principalmente na forma de iogurte e suplementos para alimentação.
11.3. Cadeia de cosméticos Uma grata surpresa na visita a Biofach foi
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RÓTULO DE LECITINA DE SOJA PRODUZIDA EM CAPANEMA PELA GEBANA
A conquista de novos mercados para derivados de soja passa obrigatoriamente por readequações no processo de produção desta cultura. A produção de soja orgânica está estabilizada no Brasil, com variações pouco significativas ao longo dos anos. Existe uma grande demanda por tecnologia de produção que vem se acumulando ao longo do tempo. Essas evoluções tecnológicas não vem sendo atendidas pelo setor de pesquisa pública, sendo hoje o maior entrave para o crescimento do setor. A percepção geral do agricultor é que a colheita de produto X o esforço dispendido na produção não compensa para manter-se na produção, pois paralelo à falta de novas tecnologias houve um envelhecimento da população rural. Nesse contexto, a iniciativa privada tem feito esforços para resolver os problemas, principalmente com máquinas apropriadas de alto rendimento. Já existem no mercado equipamentos que controlam as ervas espontâneas da soja através de eletricidade produzida por trator agrícola, e está em testes equipamento para controle de ervas através de capinadeira tratorizada, apropriada para uso em áreas de plantio direto de soja orgânica. Considerando que as ervas espontâneas são o principal limitador para o avanço da produção de soja orgânica, a perspectiva de aumento de produção é bem real. Quanto aos demais gargalos da cadeia, estão sendo encaminhados de forma tranquila.
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a realização de uma feira de cosmético paralela a Biofach. Com o nome de Vivaness 2010, amplos espaços garantiram o acesso de milhares de pessoas a produtos do mercado de cosméticos e outros produtos de uso pessoal, cumpridas as cláusulas relativas à certificação. A surpreendente diversidade de produtos deixa maravilhado, mesmo os mais otimistas admiradores do mundo biológico. Foram 180 empresas expondo milhares de produtos, em um mercado de ingredientes e produtos cosméticos orgânicos que movimenta mais de US$ 7 bilhões/ano, segundo o Organic Monitor. Desodorantes, batons, hidratantes, bases, enfim um universo onde é totalmente possível esquecer o mundo de produtos convencionais, mergulhando com segurança em um universo onde há a garantia da integridade dos produtos ofertados.
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Produtos da marca Lavera expostos em supermercado
Considerando o potencial de mercado para produtos brasileiros, o principal segmento a ser considerado é o fornecimento de matéria-prima para o mercado internacional de cosmetologia. Temos ampla disponibilidade de matérias-primas aproveitáveis no processo, sendo os principais os óleos para base e os princípios ativos para os perfumes, sabonetes, protetores, bem como para remédios. Em referência à exportação de produtos acabados, poucas são as alternativas viáveis, devido ao avanço tecnológico e comercial existente no mercado europeu. Nichos de mercado certamente existem, como sabonetes, onde podemos aproveitar princípios ativos e frutas nacionais, agregados aos conceitos de Fair Trade e aproveitamento da mão de obra de grupos de produtores (agricultores ou transformadores, em forma de associação ou empresa) de forma mais barata e eficiente que a mão de obra europeia. Uma observação interessante sobre os cosméticos é que o percentual importado é pouco, sendo a maioria dos produtos fabricados na Europa. Um bom exemplo de como os europeus selecionaram produtos de maior valor agregado para manterem a produção, importanto produtos de menor valor agregado. Um exemplo a ser tomado como base para a certificação de matérias-primas é a linha EKOS, da empresa brasileira Natura. Todos os produtos de origem amazônica desta linha são facilmente certificáveis e têm fácil aplicação na cosmetologia, sendo estes princípios ativos reconhecidos internacionalmente. Além destes, há inúmeros produtos para este mercado, oriundos de regiões de cerrado, da caatinga e da mata atlântica. Produtos como o baru, o pequi, a fava danta são facilmente encontrados no mercado nacional, incluindo áreas de preservação possíveis de coleta. Regiões como o norte de Minas Gerais, centro do Piauí, pastagens de Goiás, em áreas de morro, apenas como exemplo, têm grande quantidade de pequi para coleta.
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Óleos base: 1 – Soja 2 – Palma 3 – Algodão 4 – Babaçu 5 – Produtos do Cerrado, como pequi 6 – Produtos da Amazônia 7 – Óleo da Castanha do Brasil 8 – Óleo de abacate Extratos para perfumes, colônias, xampus, creme: 1- Buriti 2 - Andiroba 3 - Breu branco 4 - Priprioca 5 - Camomila 6 - Castanha do Brasil 7 - Copaíba 8 - Cumaru 9 - Guaraná 10 - Mate 11 - Maracujá 12 - Pitanga 13 - Café 14 - Cacau Princípio Ativo para medicamento: 1- Maracujá 2 - Café 3 - Camomila 4 - Priprioca 5 - Acerola 6 - Aloe Vera 7 - Soja 8 - Pfafia Paniculata (Ginseng brasileiro)
11.3.2. Fotos de cosméticos, com os respectivos preços em pontos para venda ao consumidor
SUPERMERCADO BASIC, EM NUREMBERG
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BRASILEIROS ADMIRADOS EM ENCONTRAR BUCHA VEGETAL PARA VENDA NA ALEMANHA
PREÇO DA BUCHA VEGETAL EM SUPERMERCADO EM FRANKFURT(origem do produto desconhecida)
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11.3.1. Principais grupos de produtos potenciais para uso em cosméticos orgânicos
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12. Cadeia de frutas orgânicas 12.1. Pesquisa de mercados potenciais para produtos orgânicos brasileiros
FOTOS DE COSMÉTICOS EM SUPERMERCADO, COM PREÇOS EM EUROS
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TINTURAS E CREMES CAPILARES
SABONETES, COM PREÇOS AO CONSUMIDOR FINAL
Embora tenhamos encontrado poucas frutas orgânicas brasileiras em supermercados e feiras na Alemanha, imaginamos que o potencial de comercialização seja imenso, como evidenciado em inúmeros trabalhos relativos ao mercado de frutas convencionais. Sobre essa cadeia, foi realizada uma pesquisa no mercado alemão para ter referências sobre as potencialidades de mercado para frutas brasileiras. Foram estruturadas entrevistas padrão para cada uma das empresas consultadas e entrevistados os responsáveis pela área de compras da empresa. O foco foram empresas processadoras e distribuidoras descartando varejistas, pois o grupo já havia visitado supermercados. Foram contatadas 22 empresas que trabalham com matéria-prima orgânica (processadoras, empacotadoras e distribuidoras), sendo 21 na Alemanha e uma na Áustria. O objetivo principal desses contatos foi pesquisar como está a comercialização de frutas brasileiras e possibilitar novos horizontes para negócios. Dezesseis empresas visitadas trabalham com produtos brasileiros. Destas 16 compradoras, oito delas importam direto do Brasil e oito adquirem de distribuidores na Europa. A maioria das empresas alegou que não faz mais negócio direto com o Brasil devido à falta de logística dos produtos brasileiros na Europa e consideram comprar de atravessadores mais cômodo. Alegam também que ao comprar direto do Brasil têm que cumprir prazos e ter um planejamento de médio prazo, sendo nesse caso mais barato comprar da distribuidora, que tem uma melhor operacionalização do processo, fazendo-o com menores custos. Os produtos brasileiros (frutas) mais comercializados com estas empresas são: acerola, banana, goiaba, maracujá, açaí, limão,
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12.3. Gráfico da decisão de compra das empresas entrevistadas
12.2. Gráfico com aspectos determinantes para iniciar a negociação
Contato pessoal (C.P.), Envio de amostras (E.A.), Datasheet (D), Certificação Orgânica (C.O.), Contato tel. ou e-mail (C.) e Lista de produtos e preços (L.P.P.)
De acordo com a Carla Salomão (Ibraf), o cenário da fruticultura orgânica no Brasil é bastante promissor, pois a demanda é maior do que a oferta. O diagrama abaixo mostra o destino das frutas produzidas no Brasil. Destino da Produção Brasileira de Frutas:
Gráfico 01. Análise residual (A.R.), Confiabilidade (Co), Embalagem (E), Certificados (Ce), Qualidade (Q), Profissionalismo (P) e Estabilidade de Preços (E.P.)
Segundo as empresas, a análise laboratorial de resíduos, juntamente com certificados de qualidade (não só de orgânicos) são fatores primordiais para estabelecimento das negociações. No Gráfico 12.3, estão relacionadas no eixo x as considerações mais relevantes com relação à decisão de compra dessas empresas, após o primeiro contato, e no eixo y o número de empresas.
fonte IBRAF
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laranja, abacaxi e manga, além destas frutas também foram citados: pimenta, chás e açúcar. Cinco empresas não compram produtos brasileiros, duas destas estão satisfeitas com os fornecedores que possuem ou se consideram pequenas para introduzir novos fornecedores e duas delas disseram que não fazem negócio com o Brasil por falta de oportunidade e apenas uma disse que não tem interesse em trabalhar com produtos brasileiros. No Gráfico 12.2, são apresentados os aspectos que as empresas consideram mais importantes na hora de estabelecer uma negociação.
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MOSTRUÁRIO COM FRUTAS SECAS, CHÁS E ESPECIARIAS
PRODUTO DIFERENCIADO: SUCO DE ROMÃ
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MARKETING DE ABACAXI DA COSTA RICA EM MERCADO ORGÂNICO
13. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE punzel, que está entre as maiores distribuiCOMERCIALIZAÇÃO DA CACHAÇA doras de orgânicos da Alemanha. O produtor, que já visitou a Gebana diversas vezes BRASILEIRA CÉSAR NA ALEMANHA e, por ser fornecedor dela, tem um canal de O proprietário da fábrica de cachaça negociação diferenciado. No processo de comercialização, a caCésar, César Colussi, é sócio da empresa Gebana Brasil, com sede em Capanema – chaça é exportada a granel; os rótulos e PR, com atividades relacionadas a compra, as garrafas são comprados na Alemanha, processamento e comercialização de pro- aonde a cachaça é embalada em garrafas definidas pelo distribuidor. O design da dutos orgânicos. A Gebana compra, processa e exporta embalagem foi criado pelo distribuidor, soja e derivados para a Alemanha e outros com aprovação do produtor brasileiro. A países da Europa. Desta forma, tem con- cachaça branca é vendida como cachaça, já tato com o mercado comprador de forma a cachaça envelhecida leva o nome de Rum, diferenciada. A decisão de investir em um nomenclatura definida pelo distribuidor. Destaque para a inscrição da certificaproduto para o mercado europeu, no caso a cachaça, veio da percepção de que havia ção, tanto Fair Trade quanto Bio. A embalapotencial de comercialização, bem como gem do produto a granel no país de origem da tradição familiar de produção de deri- é devido à economia no transporte e tamvados de cana. bém por “desconfiança“ do processo saniA Gebana Brasil é fornecedora da Ra- tário brasileiro, embora as normas do Bra-
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sil sejam superiores às alemãs. Neste caso, a embalagem é utilizada pelo importador para embalar bebidas de origens diversas, como vodka, gim, cachaça, rum, etc. Esta padronização traz substancial economia, que gera lucro também para o produtor brasileiro, pois na relação Fair Trade o lucro é dividido. Enfim, nas palavras do produtor, as exigências são parte do negócio, encaradas como uma etapa e não como um dificultador da comercialização. Em entrevista, César Colussi explicou que houve bastante dificuldade para colocar o produto no mercado no início, mas vencida a fase de adequação, o produto flui fácil no mercado e que o real motivo da embalagem ser feita na Alemanha é o controle sobre o processo, bem como, na maioria das vezes, usar a marca da importadora. A cachaça possui certificação Fair Trade (informação fornecida pelo produtor, pois não foi observado selo na embalagem à venda) e este plus foi solicitado pelo comprador, embora não fosse condicionante. A certificação Fair Trade, neste caso, não ofereceu acréscimo no preço, mas sim volume à comercialização. O produtor informou ainda que está se preparando para aumentar o volume das exportações da cachaça, mas deverá investir em estrutura para manter o padrão de qualidade. Além da produção de cachaça, ele afirmou que investirá em açúcar mascavo, pois visualiza grande potencial de mercado para o produto. A comercialização da cachaça envelhecida com o nome de rum segue a nomenclatura determinada pela empresa compradora, que criou todo o marketing da embalagem e produção de material de comercialização.
14. O MODELO ASSOCIATIVO E O MODELO EMPRESARIAL NA COMERCIALIZAÇÃO DE ORGÂNICOS NA BIOFACH A visita à Biofach foi um bom momento para avaliar o formato jurídico dos participantes da feira e compará-los com o processo de desenvolvimento da agricultura orgânica no Brasil. O público participante da caravana do Sebrae tem trabalhos com agricultura familiar, cujo público alvo atendido em geral participa de um grupo, representado por cooperativa ou associação na maioria das vezes. Logo no primeiro dia na feira, ficou patente que a maioria dos expositores são empresas que não participam do setor primário de produção, comprando a matéria- prima e na sequência processando e embalando o produto final. Estas empresas possuem significativas diferenças de porte, variando de pequenas empresas familiares até grandes empreendimentos com abrangência europeia. As empresas se apresentam como parceiras de grupos de agricultores, mas têm bem claro- a divisão de tarefas entre as figuras jurídicas. Poucos foram os estandes visitados que tinham cooperativas ou associações como comercializadoras. Este fato chamou a atenção do grupo, estabelecendo comparação com a realidade brasileira. O entendimento geral é que nesta relação as duas partes ganham, em autêntico processo de sustentação econômica, onde o agricultor produz, colhe e vende imediatamente, ficando a estocagem, processamento e comercialização a cargo de empresas particulares. Não raro, a produção se dá vinculada a um contrato de compra da empresa, mas
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onde a convivência pode no mínimo ser descrita como complementar. Óbvio que esta aparente convivência pode ser mascarada por ações de marketing, havendo inclusive relatos deste fato por produtores, analistas e principalmente consumidores entrevistados. 15. ORGÂNICO BOM E ORGÂNICO RUIM Um fato interessante a ser relatado é a descrição de um consumidor que diz existir orgânico bom e orgânico ruim à venda no mercado. Ele não se referia ao padrão de qualidade orgânica, sempre garantido por uma certificação externa, mas sim a um conjunto de fatores que engloba desde a produção até a comercialização. Sobre qualidade, foi relatado que, nestes produtos, a certificação observa o cumprimento de apenas o mínimo necessário para obter a certificação para entrada na União Europeia, desconsiderando qualquer outro compromisso. Orgânico ruim, pelas observações estabelecidas, é o produto em que não se observam cláusulas sociais, ambientais, de fair trade, de sustentabilidade de grupos, enfim, produto orgânico comprado em geral na Índia, China, Paquistão e Leste Europeu. Felizmente, este consumidor relata que o Brasil não está nesta lista de orgânico ruim, ao contrário, está “dentro da média“, o que vindo de um alemão deve ser considerado elogio. Este mesmo consumidor informa que possui dois filhos e compra “orgânico bom” para os filhos e que, por motivo de custo, compra “orgânico ruim“ para ele e a esposa! Pela sua narrativa, os supermercados que possuem apenas seções de orgânicos não têm interesse em manter controle so-
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mesmo este modelo de pré-contratação não é unanimidade, havendo relatos de empresas que compram de agricultores que produzem sem contratar a venda antecipadamente. Em amostragem, não foram identificadas cooperativas apenas de processamento, que compram a matéria-prima apenas para processar e comercializar. Este procedimento parece ser exclusivo de empresas, não sendo comum no meio a existência de grupos desvinculados da produção. Resumindo os modelos observados, conclui-se que grupos (associações e cooperativas) ficam mais na produção primária e comercialização de produtos “in natura“, que não exigem estocagem e possam ser comercializados próximos ao local de produção, no mercado regional. Empresas particulares são as responsáveis pelo processamento, estocagem e distribuição de produtos acabados, comprando a matéria-prima dos agricultores e processando, seja em indústrias próprias ou tercerizadas. A grande diferença em relação ao mercado brasileiro é o domínio do mercado por empresas que não participam do processo produtivo primário. Este domínio se dá pelo fato da comercialização ser em sua grande maioria, tanto em valores quanto em quantidade, dominados por produtos processados, que exigem um conhecimento de gestão do empreendimento muito maior que uma unidade de produção primária. Também requer investimentos maiores, principalmente em capital de giro para estocagem de mercadoria. No Brasil, o termo utilizado para estas empresas soa pejorativamente como “intermediário“, sendo que o que foi observado na Alemanha foi um mercado
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bre as fontes de onde vem o produto. Por isso, ele, enquanto consumidor, considera muito importante a certificação Fair Trade, pois julga ser uma garantia, mesmo que ele tenha que pagar mais pelo que compra. De qualquer forma, ele considera que a simples existência destes dois “parâmetros“ já é uma evolução do processo e que a quantidade de orgânico ruim tende a diminuir com o tempo, mas que mesmo desta forma ele acredita ser melhor para o produtor e para o ambiente. 16. AÇÕES PARA ALAVANCAR O COMÉRCIO DE PRODUTOS ORGÂNICOS BRASILEIROS NA EUROPA 16.1. Centro de distribuição de produtos orgânicos na europa:
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Dois fatores foram os mais citados por representantes de comercializadoras e compradores na Europa, tanto nas visitas da missão quanto nas entrevistas sobre o mercado de frutas: A ) A falta de oferta de produtos brasileiros. B ) A dificuldade em importar o produto orgânico. No item A, em todos os supermercados visitados, houve unanimidade dos responsáveis em afirmar que não existem produtos orgânicos brasileiros ofertados no mercado da Alemanha. Em uma visita à loja Denn’s, que recebe em média 10 produtos novos por mês, o responsável pela loja, em Frankfurt, não se lembrava de ter recebido alguma oferta de produto brasileiro. Ele ressalvou que os produtos podem ser ofertados pela Distribuidora Dennree, do mesmo grupo. Sobre produtos brasileiros na loja, ele citou que são “raríssimos“ e não tinha controle de quantos têm disponíveis à venda. Em análise visual na loja, observamos cachaça, castanha de caju e castanha brasileira, além de açúcar mascavo em pequena
quantidade. Certamente há um vazio de mercado para esses produtos na Europa. Sobre o item B, dificuldade em importar produtos, foi colocado pelos entrevistados que preferem comprar de distribuidores, pois o processo de importação é muito demorado e de “eficácia duvidosa“. Ressaltam que importação direta inclui burocracia, despachantes, tempo e capital de giro, fatos que os fazem preferir comprar de distribuidores locais. Também existe total desconhecimento sobre os produtos brasileiros, pois exceto feiras, onde há um contato com restritos empreendimentos, não há fonte de informação acessível sobre a oferta de produtos brasileiros. Um centro de distribuição na Alemanha permite atingir o maior mercado europeu para orgânicos e ao mesmo tempo trabalhar com distribuição para outros países. No Brasil, atualmente existem pelo menos 50 empresas de diversos ramos que podem entrar neste mercado, nas formas já propostas acima, disponibilizando, dentro de um processo articulado, dezenas de produtos para comercialização imediata. Apenas numa análise superficial, estão no Brasil os maiores produtores mundiais de têxteis orgânicos, de açúcar branco, de castanha de caju, de açúcar mascavo, de acerola, cacau e outros produtos. Isso sem citar o potencial de frutas tropicais, mundialmente reconhecidas como Identidade do Brasil. O custo desse centro de comercialização pode ser negociado com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que possui recursos disponíveis para projetos dessa envergadura. Empresários já foram consultados sobre o empreendimento e têm interesse nesse centro de distribuição, a exemplo da empresa Coexis, de São Paulo, que atua no mercado têxtil, com mais de 500 peças de algodão orgânico e corante natural totalmente certificados para o mercado europeu.
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16.2. Participação do sebrae Brasil na biofach alemanha em 2011 Para viabilizar essa participação, é fundamental o SEBRAE Nacional articular desde agora o estabelecimento de agenda em todo o Brasil para identificar e adequar produtos para a feira. Mantendo foco no produto e sua preparação para o mercado, os expositores certamente obterão sucesso. Esse processo por hora incute uma quebra de paradigma, onde troca-se o apoio a uma entidade pelo apoio a um produto. Um diagnóstico especializado feito pela missão técnica BioFach 2010 é suficiente para identificar as melhorias a serem implementadas para obter êxito, bem como os produtos preferenciais para o mercado internacional. A feira possibilitou conhecimento para uma escolha criteriosa de produtos para compor um grupo vitorioso no evento BioFach 2011ou 2012. Utilizando palavras de membros da missão em sua avaliação, o SEBRAE precisa apostar em “Cavalos Vencedores” para uma feira deste porte, permitindo que produtos de ponta acessem o mercado europeu. Nesse aspecto, a avaliação sobre o número de empreendimentos brasileiros na BioFach deve ser realizada. Levantar informações sobre a redução do número de participantes, a partir de 2005, mesmo tendo como apoiadores entidades com recursos públicos, pode ser um bom referencial para planejar qualquer ação com expositores em feiras futuras. A possibilidade de execução de um diagnóstico nos empreendimentos apoiados desde 2002 pelos diversos programas e projetos executados no Brasil deve ser levada em consideração, mesmo que o resul-
tado do trabalho seja restrito a um grupo de gestores envolvidos no processo. Com a seleção criteriosa de produtos, focando em demandas identificadas no mercado europeu e executando um trabalho de adequação do produto, teremos a garantia de que o empreendimento será coroado de sucesso. Durante a BioFach pode ser feita a abertura do Centro de Distribuição de Orgânicos, em um evento brasileiro na Alemanha, com ampla programação nacional, tanto comercial como cultural. Um evento deste porte certamente será facilitado pela proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas em 2016, facilitando a divulgação de produtos brasileiros. Como exemplo do trabalho que deve ser realizado, podemos citar melhorias na embalagem, bem como apresentação do espaço do Brasil, onde a decoração foi toda em aço aparente, sem qualquer vinculação com sustentabilidade ou mesmo mostrando algo sobre a cultura brasileira. Ressalta-se que uma das coisas vistas sobre o Brasil na feira foi a exposição de belas mulheres em roupas sumárias na festa do Centro de Exposição. É fato que os atributos físicos da mulher brasileira são inegáveis. Porém, ao contrário dessa iniciativa, há inúmeras maneiras de vender a “MARCA BRASIL“, como, por exemplo, criar um plano de marketing agressivo baseado nas condições ambientais, sociais e econômicas do momento brasileiro, bastante reconhecidas no mercado internacional. 17. A FORMAÇÃO DE CESTAS NA HUTZELHOF A visita a esta empresa familiar fundada em 1995 que trabalha com projetos de plantação e distribuição de cestas foi um dos pontos de maior expressão para os integrantes da Missão. A propriedade possui 12 hectares, sendo 3 de hortaliças (pequena parte na estufa – maio a dezembro). Os carros-chefe da produção são alface e
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A Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) do Mato Grosso do Sul também é outro possível interessado no tema, devendo ser estruturada uma proposta e apresentada aos integrantes do grupo.
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abobrinha que são entregues direto na casa do consumidor. A empresa entrega cerca de 2.500 cestas semanalmente na casa do consumidor, com o valor variando de 13 a 22,50 euros. As vendas são realizadas via telefone, fax, e-mail e devem ser feitas até determinada hora para viabilizar a entrega no dia seguinte. Os pedidos podem ser feitos dentro do estoque disponível para aquele dia. Os produtos são comprados de parceiros e empresas distribuidoras e vêm de toda a Europa bem como de outros continentes. Tomate, citrus, morango e hortaliças são adquiridos de produtores da Itália. As frutas vêm de todo o mundo, neste caso, através de distribuidores. Das frutas tropicais, havia banana do Peru. A ferramenta de controle do comércio é
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CAIXA NA BALANÇA ELETRÔNICA ONDE SÃO COLOCADOS OS PRODUTOS
SOFTWARE UTILIZADO PARA O CONTROLE DE MONTAGEM DAS CESTAS NA HUTZELHOF
um software, que viabiliza todo o processo, desde o pedido até a entrega ao consumidor. No programa, é feito o registro de todos os pedidos, emitindo na sequência uma etiqueta com código de barras com o nome do comprador e com todas as informações do pedido. Esta etiqueta é colada na caixa onde serão colocados os produtos. Ao chegar na balança digital, é feita a leitura das informações no código de barra e a tara é zerada. Aparece na tela do computador o pedido, com cada produto e seu peso individualizado. Na sequência, vai se colocando o produto na caixa até completar o peso do pedido. Com o peso do produto completo, o sistema zera o peso da balança e passa para o próximo item da lista, até o final do pedido. Na tela do computador, observa-se os produtos que faltam para completar a cesta. E em amarelo, está destacado o produto que está sendo colocado na cesta. Vale ressaltar que a empresa mantém pedidos também para carnes, ovos, lácteos, enfim, a cesta de alimentos completa. O empreendimento conta com uma frota de seis automóveis para realizar e distribuição, 25 pessoas para os trabalhos e atende um raio de 70 quilômetros. O modelo pode ser facilmente reproduzido no Brasil em todas as regiões que possua uma cidade com mais de 100.000 habitantes em um raio de 50 km. É um modelo que pode ser utilizado para escoamento de produção em cinturões verdes, como forma de agregar valor à produção e garantir acesso ao mercado de forma inovadora. O equipamento utilizado se resume a poucos itens facilmente encontráveis no mercado brasileiro, como computadores e balanças eletrônicas. O software pode ser encomendado a programadores e, no caso da Hutzelhof, foi informado que o programa para as três balanças em operação custou o equivalente a um dos conjuntos formados pela balança e computador, algo em torno de 2.500 euros.
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SISTEMA DE FORMAÇÃO DE CESTAS EM OPERAÇÃO. OBSERVAR À DIREITA CONJUNTO DE BALANÇA E COMPUTADOR
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18. QUADRO DE OPORTUNIDADES RELAÇÃO DE PRODUTOS COM POTENCIAL DE VENDA NA EUROPA, LEVANTADO JUNTO A EMPRESAS COMPRADORAS
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19. AVALIAÇÃO FINAL O FATO DO AGRICULTOR BRASILEIRO ESTAR NA FEIRA NÃO SIGNIFICA QUE ELE ESTEJA INSERIDO NO MERCADO Daniel Coelho Barbosa, jornalista brasileiro residente em Frankfurt, Germany, comentando sobre a presença de agricultores brasileiros na Biofach Nuremberg 2010.
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Uma análise bem focada no problema!! Na sequencia, da mesma pessoa a pergunta: o que fazer para aumentar significativamente a produção brasileira de orgânicos? Sem dúvida uma pergunta que os mais otimistas responderão que estamos avançando bastante rápido. Comparando com os produtos e processos vistos na Alemanha, vejo nosso avanço como “modestamente positivo“, tanto na área de produção quanto no desenvolvimento de embalagens, rótulos, enfim, o design dos produtos. Investe-se muito recurso em setores que pouco respondem. Um exemplo claro refere-se as embalagens nacionais: tivemos na Biofach 2010 diversos produtos brasileiros com rótulos às embalagens desenvolvidos por especialistas, com recursos em sua extrema maioria subsidiados por órgãos públicos. Então por que os participantes da Missão Técnica avaliaram as embalagens brasileiras como tão necessitadas de adequações? Foi unânime entre os integrantes da Mis-
são a necessidade de maior preparação dos brasileiros para estarem em uma feira deste porte. Considerando embalagem, dificuldade com o idioma, apresentação de produtos, fica fácil compreender por que, ano após ano o nÚmero de empresas brasileiras na BioFah Nuremberg diminui. Informações extra oficiais indicam que haviam 20 vagas no stand do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas que só conseguiram identificar 15 empreendimentos que conseguiam atender ao edital, ou seja, tinham produtos e nunca haviam participado. Em suma, atendendo a uma solicitação da reunião de alinhamento anterior à Missão, se participações deste tipo produzem resultados, a resposta é bastante clara e objetiva: SIM!! Os participantes da Missão voltaram com conhecimentos diferenciados em relação a seus colegas de trabalho. Mostraram nas avaliações grande capacidade de internalização de procedimentos para alavancar a agricultura orgânica (e também outros empreendimentos, fora do padrão orgânica) em suas regiões. Visualizaram produtos, processos e empreendimentos e mostraram-se comprometidos em equalizar a diferença gritante existente entre o Brasil e a Europa neste setor. Para aproveitamento deste potencial, seja dos partipantes, seja do mercado, apontamos alguns indicativos:
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PARA A EQUIPE PARTICIPANTE
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• Planejar a montagem de estande na Biofach Nuremberg 2011. • Desenvolver projetos em sua região com • Alojar em estande temático os empreos conhecimentos adquiridos na Missão endimentos brasileiros. • O objetivo desta ação é multiplicar as • Coordenar, em parceria com a APEX experiências vivenciadas na Missão Técnica. a montagem de um Centro de Importação e Distribuição de Orgânicos em Frankfurt. PARA O SEBRAE NACIONAL • Possibilitar para os compradores o acesso a produtos brasileiros, livres de de• Desenvolvimento de metodologia de sembaraços e atrasos. acompanhamento e aproveitamento do • Diagnosticar a veracidade das inforaprendizado dos participantes na Missão mações sobre comercialização de orgânicos Técnica. nas feiras internacionais. • O objetivo desta metodologia é coor• O objetivo desta ação é confrontar a redenar múltiplas ações desenvolvidas nas alidade de diminuição ano após ano do núUFs a partir da Missão. mero de empresas participantes na BioFach • Integrar ações de Fair Trade e Orgâni- com as informações de recorde de vendas cos. em $. Se vende cada ano mais, por que di•O vínculo entre um e outro processo minui? torna-se cada vez mais impossível de se • Trabalhar os desafios tecnológicos que dissociar. devem ser superados pela agricultura orgâ• Diferenciar os participantes da Missão nica brasileira. como “operadores“ de ações do Sebrae Na• O objetivo da ação é proporcionar mecional, visando acesso ao mercado interna- todologia para o crescimento da produção cional. de orgânicos no Brasil. • O objetivo desta diferenciação é trabalhar o grupo separadamente dos demais inFontes de pesquisa tegrantes do Sebrae, estimulando a geração de resultados. www.agricultura.gov.br Ministério da •Identificar empresas potenciais que Agricultura do Brasil tenham produtos para comercialização no www.mda.gov.br Ministério do Desenmercado internacional. volvimento Agrário do Brasil • O objetivo é gerar volumes de produwww.portaisdamoda.com.br tos para venda. www.abinan.com.br Associação Brasi• Focar no desenvolvimento de produ- leira da Indústria de Águas Minerais, Abitos e não de processos, de acordo com pa- nam drões do comprador. www.biofach.de Site oficial da Biofach • O objetivo é adequar produtos ao mer- Alemanha cado comprador, independentemente de www.ana.gov.br Agência Nacional de quem seja o processador; Água • Assumir a coordenação de ações de www.hutzelhof.de participação de empreendedores brasileiwww.ipd.com.br ros em feiras internacionais. www.organicsbrasil.com.br • O objetivo desta ação é atingir efetiviRelatórios técnicos de integrantes da dade nas participações em feiras. Missão a Biofach Nuremberg 2010
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20. FOTOS QUE FALAM POR SI Todas as fotos são relacionadas a orgânicos e à divulgação deles, seja na BioFach ou retiradas de páginas de produtos com certificação.
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