FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Rua Cel. Fernando Machado, 21 CEP 90.010-321 - Centro Histórico Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3392.3975 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção:
10
Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação:
28
Erik Farina Gilmar Bitencourt
Da Redação Por Melina Gonçalves. >>>> Pág.
05
Balanço & Perspectivas
Júlio Sortica Departamento Financeiro:
Petroquímica. >>>> Pág.
06 Transformação. >>>> Pág. 10 Máquinas. >>>> Pág. 12
Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes
Artigo
Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777)
Por Otávio Carvalho. >>>> Pág.
Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual -
14
Resinas (por aplicação)
Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração
Construção Civil. >>>> Pág.
16 Indústria Automotiva. >>>> Pág. 20 Embalagens Plásticas. >>>> Pág. 28 Mercado Calçadista. >>>> Pág. 32 Brinquedos. >>>> Pág. 36 Eletroeletrônicos. >>>> Pág. 38 PET. >>>> Pág. 42
petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte.
Cursos
Tiragem: 8.000 exemplares.
Que tal se qualificar? >>>> Pág.
Filiada à
46
Foco no Verde
ANATEC
A era da Sustentabilidade. >>>> Pág.
PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS
52
Listagens
ANATEC - Associação Nacional
Variados segmentos. >>>>
das Editoras de Publicações Técnicas,
Pág. 55
Anunciantes
Dirigidas e Especializadas
Os parceiros desta edição. >>>>
Pág. 210
52 Capa: divulgação
404 >> Guia GuiaPlástico PlásticoSul Sul > 2010/2011 2010/2011>>
ARQUIVO/PS
Da Redação
É isso que queremos para o Brasil? “...a sobrevalorização do real, as taxas de juros e o custo Brasil fizeram o setor privado perder o fôlego em 2010.”
N
a edição anterior do Guia Plástico Sul (2009/2010), o então presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, disse que caso o governo não fizesse alguma manobra radical, o Brasil correria o risco de ser importador de quase tudo. “E é isso que queremos para o Brasil?”, questionava o ex-presidente em outubro de 2009. Passado mais de um ano, vem nossa resposta: não, senhor Merheg, não é isso que queremos para o Brasil, mas sim, senhor Merheg, é isso que infelizmente está acontecendo com nosso país. Embora os empresários e dirigentes do setor plástico tenham lutado arduamente em 2010 para ganhar competitividade, fatores macro- econômicos tem dificultado a arte de gerir uma empresa de transformação. A visibilidade brasileira no cenário internacional e o aumento do consumo da população atraem investimentos e benefícios, mas a sobrevalorização do real, as taxas de juros e o custo Brasil fizeram o setor privado perder o fôlego em 2010. E para 2011, nada de boas perspectivas. O cenário tende a permanecer e com isso, permanecerá também a balança comercial extremamente desequilibrada. Sim, hoje somos importadores de quase tudo que envolve plástico. Ainda temos um trunfo na manga, o petróleo afinal, é nosso, mas importamos brinquedos, alimentos já embalados, calçados. Bens duráveis e não duráveis. Commodities e valor agregado. Com tanta con-
corrência externa, os transformadores plásticos, que já carregam nas costas as dificuldades econômicas ficam cara a cara com os chineses, que entram no país com facilidade e baixo custo. No meio de tantos obstáculos o que resta ao transformador brasileiro a fim de minimizar as perdas? Importar suas matérias-primas. Com isso, o setor petroquímico registrou déficit comercial no acumulado do ano de US$ 1,39 bilhão, alta de 119,2% sobre 2009 (US$ 635,1 milhões). Essa talvez seja uma resposta a todos os setores envolvidos no processo de transformação de plásticos e um recado direto aos governantes. O empresário precisa de um fôlego, precisa de ar para respirar, precisa de uma solução para os encargos tributários, para a questão do câmbio e tantos outros entraves que dificultam a competitividade. O Brasil quer ser visto como um robusto país que abastece o mercado interno com bons custos e que exporta seu excedente com competitividade e sustentabilidade. É isso, definitivamente, que queremos para o Brasil.
MELINA GONÇALVES / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br < Setembro < 2010/2011 de 2009 < Guia < Plástico PlásticoSul Sul<<05 5
DIVULGAÇÃO
BalançoPetroquímica
Déficit comercial em 2010 cresce 119,2%, colocando a petroquímica nacional cara a cara com a concorrência estrangeira.
A
De frente com os importados 06 6 >>Guia GuiaPlástico PlásticoSul Sul > > 2010/2011 2010/2011 >
demanda aquecida e a questão cambial favorável às importações colaboraram com a entrada de resinas termoplásticas de outros países no Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) coletados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a perda de competitividade da resina brasileira em relação ao produto importado, associada à recuperação da demanda interna, resultou em um salto de 25,8% nas importações brasileiras. Em 2010 as importações chegaram a 1,9 milhão de toneladas, ante 1,5 milhão de toneladas de 2009. A indústria nacional, atenta ao aumento do consumo brasileiro e à concorrência internacional, deu prioridade ao mercado interno e, por isso, reduziu as exportações no período em 17,2% em relação a 2009, para 1,3 milhão de toneladas. O setor encerrou 2010 com balança comercial negativa de 619 mil toneladas, ante um resultado positivo de 42 mil toneladas em 2009. A receita brasileira com as exportações de resinas termoplásticas cresceu 12% em 2010, ante o ano anterior, para US$ 1,87 bilhão. As importações tiveram alta de 41,6% na mesma base comparativa, para US$ 3,26 bilhões. Com isso, o déficit comercial no acumulado do ano foi de US$ 1,39 bilhão, alta de 119,2% sobre 2009 (US$ 635,1 milhões). Os principais fornecedores de resinas termoplásticas para o mercado brasileiro foram a América do Norte, a Ásia (com exceção do Oriente Médio) e a União Européia. Já o principais destinos da produção nacional foram o Mercosul e demais países latino-americanos, com exceção do México. O presidente-executivo da Abiquim, Eduardo José Bernini ressalta ainda que o Pacto Nacional da Indústria Química, estudo entregue ao governo pela Abiquim, estima um potencial de investimentos no setor de US$ 167 bilhões até 2020. “É necessário estimular a rea- >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 7
lização de investimentos, o que possibilitaria o atendimento à demanda interna, a recuperação do déficit comercial, o desenvolvimento de uma indústria química de base renovável, a agregação de valor às matérias-primas a serem extraídas do pré-sal e o aumento dos investimentos em inovação, algo fundamental para garantir o crescimento sustentável do País”, disse. O aumento da importação das resinas é um desafio para a única produtora nacional de commodities, a Braskem, e sinaliza, principalmente, o período de incertezas pelo qual passa a indústria de transformação plástica. Mesmo assim, a empresa comemora bons resultados. No melhor trimestre em consumo de resinas termoplásticas do mercado brasileiro, as vendas domésticas da Braskem acompanharam essa tendência e cresceram 17% no terceiro trimestre em comparação ao anterior, refletindo as altas taxas de operação das unidades industriais da Companhia. O aumento dos volumes e da produção, especialmente na Quattor, compensou a queda dos preços das resinas no mercado internacional e brasileiro, permitindo à Braskem aumentar em 12% sua receita líquida no período, para R$ 7,3 bilhões. Do mesmo modo, o aumento de 30% nos volumes exportados de resinas e de 20% nos coprodutos aromáticos, quando consideradas as vendas da Braskem America, levou a uma receita com exportações de US$ 1,2 bilhão (29% da receita líquida), em linha com o segundo trimestre. No acumulado dos 9 primeiros me-
8 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
DIVULGAÇÃO
BalançoPetroquímica Setor petroquímico encerrou 2010 com balança comercial negativa de 619 mil toneladas
destacar ainda os investimentos feitos na Quattor, no valor de R$ 191 milhões, contribuíram para a melhoria da eficiência operacional de seus ativos.
Recorde
ses do ano, a receita líquida total cresceu 31%, atingindo R$ 20,1 bilhões, reflexo principalmente dos melhores volumes, já que os preços de resinas, em reais, permaneceram estáveis ao longo do ano. O EBITDA consolidado da Braskem no 3T10 foi de R$ 1.03 bilhão, em linha com o registrado no trimestre anterior. Nos 9M10, o EBITDA ficou em R$ 3,0 bilhões, com alta de 24% em relação ao mesmo período de 2009. Os investimentos da Braskem totalizaram cerca de R$ 1,0 bilhão ao longo de 2010, dos quais R$ 311 milhões foram destinados à conclusão da planta de eteno verde, com capacidade de 200 mil toneladas/ano, inaugurada no final de setembro. Cabe
A Braskem encerrou o ano com recorde de produção de polietileno (PE) no Rio Grande do Sul. Foram processadas 1,13 milhão de toneladas, 8% acima do registrado no período anterior. O resultado devese em boa parte à conclusão do investimento de R$ 65 milhões iniciado no final de 2009 na aquisição de uma nova extrusora e na ampliação da capacidade produtiva do conjunto de plantas dessa resina em Triunfo para 1,3 milhão de toneladas. Até abril deste ano, serão investidos mais R$ 25 milhões no desgargalamento das plantas de alta pressão de PEBD – polietileno de baixa densidade, concluindo as benfeitorias para tornar a unidade totalmente preparada para receber a carga de 200 mil toneladas de eteno verde ao ano. Conforme Sérgio Scander, diretor industrial de PE no RS, o resultado também foi alcançado graças à boa oferta de matéria-prima, ao mix de produção ajustado, ao processo de melhoria contínua, à demanda aquecida e às boas práticas em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que têm garantido a não-ocorrência de acidentes pessoais (SAF e CAF) nas unidades.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 9
BalançoTransformação
DIVULGAÇÃO
Na busca do equilíbrio das no ano. Já as importações de transformados plásticos acabados devem crescer aproximadamente 15% na mesma base de comparação, para cerca de 700 mil toneladas. O dirigente confirma: juros altos, elevada carga tributária e câmbio sobrevalorizado dificultam investimentos na ampliação dos negócios, fazendo o setor amargar um grande déficit comercial. Outro contratempo é em relação a compra de matéria-prima, já que a produção de resinas termoplásticas commodities é feita por poucas empresas no país. Esta é uma nova realidade adquirida através de fusões e aquisições do setor petroquímico. O segmento reúne hoje no País 12,5 mil empresas, que geram juntas cerca de 350 mil postos de trabalho.
Setor plástico busca soluções para a balança comercial deficitária, resultado de inúmeros fatores como alta carga tributária, juros altos e câmbio valorizado.
Exportações X Importações
A
valorização do real, os custos de produção e a importação de produtos acabados fizeram a indústria brasileira de transformação plástica enfrentar dificuldades para aproveitar o momento de forte aquecimento da demanda doméstica, ocorrido em 2010. O resultado é uma constante busca pelo equilíbrio da balança comercial do setor, que a cada ano distancia-se mais da igualdade entre importações e exportações. O faturamento do setor em 2009 foi de R$ 35,9 Bilhões e as perspectivas da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) para 2010 é que, devido o aumento na demanda por transformados, ocorra um incremento de 10% em relação ao ano anterior. Em valores, as vendas de plásticos para outros países somaram no ano até novembro US$ 1,32 bilhão. Já as
10 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
aquisições de itens do Exterior totalizaram US$ 2,58 bilhões. Com isso, nos 11 primeiros meses de 2010 o déficit comercial (R$ 1,26 bilhão) superou o de 2009 inteiro (US$ 918 milhões). No ano que se encerrou, o País importou 600 mil toneladas de produtos plásticos, 30% mais que em 2009, enquanto as exportações (300 mil toneladas) tiveram alta de apenas 7%. Apesar do incremento ocorrido em 2010, as estimativas para 2011 não seguem o mesmo ritmo. “A expectativa é de que o crescimento não seja tão acentuado quanto o de 2010, porém considerando as projeções para economia Brasileira em 2011, estima-se que o crescimento do setor plástico seja da ordem de 6%”, revela o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, projetando que a produção brasileira deverá alcançar pouco mais de 6 milhões de tonela-
Uma das principais bandeiras defendidas por Roriz desde o inicio de seu mandato na instituição é o aumento de competitividade das empresas de terceira geração petroquímica. Com uma balança comercial deficitária, o setor de transformação de plásticos tenta vencer os desafios para tornar-se mais competitivo dentro e fora do país. Em 2009 foram exportados 280 mil toneladas de transformados plásticos, em comparação com 469 mil toneladas de produtos importados. Já em 2010 apenas de janeiro a setembro foram exportados 233 mil toneladas de transformados plásticos. Em contrapartida, foram importados 445 mil toneladas de produtos plásticos. Os números são reflexos de problemas históricos do país. Além dos entraves já citados como carga tributária e juros, Roriz salienta outros agravantes. Custo com energia e valorização do real, além da burocracia, estão na pauta que dificulta a competitividade e por conseqüência a exportação. Sem condições de encaminhar para fora do país os transformados “verde e amarelo”, os empresários ficam a mercê das importações, principalmente oriundas de países asiáticos, que aproveitam a alta demanda do Brasil para trazer seus produtos, que entram com facilidade e em alguns casos inclusive com incentivos.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 11
BalançoMáquinas
Céu nublado
ano de 2008, é possível perceber o quão longe estamos de retomar os níveis pré-crise”, aponta o executivo.
Balança comercial
Mesmo com a queda das importações para o território brasileiro entre setembro (com US$ 2,6 bilhões) e outubro (com US$ 2,1 bilhões) deste ano, representando uma queda de 19,2%, o rombo da balança comercial do setor de bens de capital mecânico continuou a sua escalada, chegando aos US$ 13 bilhões, rumando para os US$ 15,6 bilhões projetados pela ABIMAQ até o fim deste ano. Dentro do período entre janeiro e outubro de 2010, numa análise sobre o mesmo período de 2009, as importações sustentaram crescimento de 31,8%, com US$ 20,3 bilhões registrados no intervalo de 2010 contra os US$ 15,4 bilhões de 2009. EUA e China mantiveram as primeiras posições no ranking dos maiores exportadores de bens ao território nacional. Em outubro, as exportações de máquinas e equipamentos brasileiros ficaram novamente abaixo das importações, sendo a exportação de US$ 971,34 milhões FOB e a importação de US$ 2155,46. Os US$ 7,4 bilhões de exportação registrados durante os dez primeiros meses de 2010 foram superior ao resultado do ano anterior, mas representam redução de mais de 8% na participação das vendas externas no total vendido pelo setor (22% em 2010 contra 24% em 2009) e mais de 30% quando comparado com a média histórica (34% das vendas totais). Entre os principais destinos das máquinas brasileiras no exterior encontram – se EUA, seguidos por Argentina, México e Países Baixos (Holanda).
Enquanto a indústria de máquinas obtém resultados abaixo do esperado, parque industrial do setor plástico precisa continuar seu processo de renovação.
A
terceira geração é composta por mais de 11 mil empresas, sendo que 95% desse total são consideradas micro e pequenas. Os empresários do setor buscam atualização do parque industrial através de aquisições de máquinas nacionais e importadas. Entretanto, números apontam ainda para uma situação precária, onde buscar renovação torna-se um conselho fundamental. Especialistas do mercado avaliam que o parque industrial do setor conta com aproximadamente 70 mil máquinas plásticas. São 42 mil injetoras, das quais mais de 20 mil operam há mais de 10 anos. Já o parque de extrusoras opera com cerca de 25 mil máquinas, sendo que 12 mil ultrapassaram uma década. E considerando o parque industrial de sopradoras, estima-se que existam em operação 2500 máquinas onde 1200 funcionam há mais de 10 anos. Ou seja, aproximadamente 50% do parque industrial brasileiro opera com máquinas de mais de uma década de vida. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, as médias e grandes empresas, na sua maioria investem em produtividade, estão atentas às tendências tecnológicas do setor e tem uma fábrica moderna em termos de maquinários e equipamentos, demonstrando atenção as demandas e exigências globais do mercado. Entretanto, Roriz alerta para um grande número de pequenas companhias que trabalham com máquinas de segunda linha, com baixa produtividade e alto consumo de energia. “É evidente que conhecemos a relevância das pequenas e sabemos que serão as grandes de amanhã, que se esforçam muito para conhecer melhor os mercados em que estão situadas e buscam sempre desenvolver produtos inovadores”, acrescenta.
Números Gerais O faturamento nominal a preços cons12 > Guia Plástico Plástico Sul Sul> >2010/2011 2010/2011>>
tantes da indústria de bens de capital mecânico voltou a apresentar um cenário negativo no mês de outubro de 2010, em comparação com o mês anterior registrou uma queda de 9,5%, atingindo no acumulado do ano (entre janeiro a outubro de 2010) R$ 59,3 bilhões, 10,8% a mais que os R$ 53,6 bilhões registrados no mesmo período de 2009. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), os números, apurados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da entidade, demonstram um quadro deficitário e desvantajoso para os produtos nacionais frente aos importados. Para Luiz Aubert Neto, presidente da ABIMAQ, a indústria brasileira encontra-se desarmada contra as importações, perdendo mercado principalmente para a China. “A indústria de máquinas e equipamentos nacional apresenta um dos maiores preços por produto praticados no mundo, por conta da taxa de juros e excesso de tributação”, afirma. Ainda de acordo com os dados divulgados pela ABIMAQ, o consumo aparente, (soma da produção e das importações menos as exportações) que demonstra o investimento do país na atividade industrial, chegou ao total de R$ 82,3 bilhões até o décimo mês de 2010, representando um acréscimo de 12,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o último mês quando comparado com o mês de setembro de 2010, observa-se forte queda, 18,7%, o que, segundo Aubert, demonstra o real estado do nível de investimento das indústrias brasileiros no ano pós-crise. “Se equipararmos os números atuais com os de um ano atrás, verificamos crescimento, já que em 2009 o segmento passou por uma das piores crises dos últimos anos. Quando, porém, analisamos tais números com outra base de comparação, como por exemplo o
Empregos Apesar da forte perda de produtividade, 33% quando comparado com o mês que antecede a crise no setor, a indústria de máquinas e equipamentos mantém o nível de pessoas empregas elevado. O número de empregados em outubro subiu para 250.030 carteiras assinadas, 0,3% a mais que os 249.223 de setembro deste ano. Se comparado com outubro de 2009 (com 233.856 trabalhadores), o incremento chega aos 7%.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 13
ARTIGO Projeções
Por Otávio Carvalho*
Perspectivas para 2011
14 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
á um consenso de que ainda há fragilidades a serem vencidas em 2011 do ponto de vista macroeconômico, sobretudo nos países desenvolvidos. Porém, enquanto o padrão dólar for mantido, e os bancos centrais seguirem com as políticas de “afrouxamento quantitativo”, o risco de colapso do sistema financeiro é reduzido. O efeito colateral das políticas econômicas adotadas nos países centrais é o enfraquecimento do dólar, com consequente geração de inflação (ou apenas evitando a deflação), com efeito sobre os preços da maior parte das commodities transacionadas em dólares.
H
Devemos lembrar que, com exceção do PET e PVC, que terão importantes investimentos em novas capacidades maturando entre 2011 e 2012, a capacidade de produção brasileira sofrerá pequenas alterações até a entrada em operação do projeto de polietilenos base etanol da Dow, recentemente retomado, e o Comperj, sendo que a nova data para esse empreendimento iniciar operações passou para 2018. Com relação ao comércio exterior de produtos plásticos transformados, o cenário que se desenha é de continuidade do crescimento das importações e expor-
Pois bem, petróleo é a principal commodity transacionada em dólares em nível global. Dito isso, há uma perspectiva de médio-prazo de pressão de preços de petróleo e, por conseqüência, de seus derivados, incluindo a nafta e também os produtos petroquímicos. Com relação ao Brasil, o real parece ter encontrado um patamar de equilíbrio entre o que o governo considera razoável, que os fluxos de comércio conseguem sustentar e que ao mesmo tempo evita maiores pressões inflacionárias vindas de fora. Com esse cenário, de preços de produtos petroquímicos em elevação, dólar relativamente estável e demanda aquecida, é bastante provável que a fatia das importações no mercado brasileiro siga crescendo pelos próximos meses e anos.
tações, sendo as primeiras em ritmo mais acelerado, fazendo com que o déficit comercial brasileiro desses produtos mantenha a trajetória de alta. O aspecto em que o Brasil pode se diferenciar do resto do mundo, e que talvez possa reverter essa tendência no longo-prazo, é o fato de termos condições de desenvolver aqui a mais competitiva indústria de bioplásticos do mundo, aproveitando o potencial do etanol e de outras fontes renováveis para gerar oportunidades para a transformação. Basta sabermos usar essa vantagem a nosso favor. GPS *Diretor da Maxiquim Assessoria de Mercado www.maxiquim.com.br
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 15
ResinasConstrução
Abalando as estruturas Indústria da construção bate recorde histórico e setor plástico projeta em 2011 um grande ano para a infraestrutura e habitação.
E
stimulado pelas obras de infraestrutura para os jogos esportivos de 2014 e 2016 e pelo aumento dos créditos imobiliários, o setor de construção vive um grande momento. Em 2010 o setor comemorou um balanço positivo que chegou a um crescimento total de 11%, o maior resultado desde 1986 quando a economia brasileira ainda não era tão fortalecida. Esses números mostram que setor cresceu como um todo, e não somente em algumas áreas. A prova disto é que este ano a construção civil movimentou quase R$ 153 bilhões do PIB brasileiro, gerou aproximadamente 3 milhões de empregos e lançou 48,17 mil novas moradias somente na grande São Paulo. Para 2011, o setor espera uma baixa natural desse crescimento expressivo. Segundo dado das entidades, estima-se que em 2011 a construção civil crescerá em torno de 6%. Segundo especialistas, este ainda é um número significativo de crescimento para o setor, apesar da queda com relação a 2010.
PVC Quem lucra com o avanço do setor é a indústria do PVC. O diretor do grupo setorial de tubos de PVC da Asfamas - Associação Brasileira de Fabricantes de Ma-
16 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
teriais para saneamento -, Natal José Garrafoli, tem expectativas positivas para os próximos anos. “Cerca de 90% dos projetos de construção usam tubos de PVC em seus sistemas de água, esgoto e eletricidade”, acrescenta Garrafoli. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e o plano Minha Casa, Minha Vida, se comprometeram a usar sistemas com tubos de PVC que cumpram com os mínimos padrões de qualidade, baseandose no plano de Qualidade da Asfamas, disse o executivo. Em geral o cenário para a indústria do PVC também é muito favorável. O Instituto do PVC prevê que o consumo local da resina terá um crescimento anual de 7% nos próximos quatro a cinco anos graças a Construção Civil e o setor de infraestrutura. O Presidente do Instituto, Miguel Bahiense Neto, lembra que estes segmentos receberão um impulso adicional com os preparativos para o mundial de futebol em 2014 e os jogos olímpicos em 2016 que serão realizados no país. Os fabricantes da resina também estão otimistas quanto aos próximos anos. Para o diretor comercial da Solvay Indupa, produtora de resinas PVC (policloreto de vinila), Gibran Tarantino, a participação do material na Indústria de Construção não é
novidade, pois os tubos e conexões já vêm sendo usados há muito tempo. “Entretanto, atualmente, além dos tubos e conexões, o PVC é utilizado na fabricação de janelas, perfis, sidings, pisos, fios e cabos, cercas, portas sanfonadas, divisórias, telhas, forros, decks e coberturas de piscinas, geomembranas, formas de concreto, entre outros”, exemplifica o executivo. Tarantino prevê que o Mercado Brasileiro de PVC para 2010 crescerá de 6 a 8% sobre 2008, que foi o melhor ano no consumo de PVC no Brasil, acima de 1 milhão de toneladas, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Química. “Para os próximos cinco anos, nossa expectativa é de um crescimento médio de 7% sustentado pelo cenário positivo do segmento da construção civil que vem demandando fortemente com as ofertas de créditos imobiliários disponíveis atualmente no país”, revela. O executivo baseia-se em cenários positivos que indicam que o crédito imobiliário no Brasil deverá triplicar a relação da proporção sobre o PIB nos próximos cinco anos, passando de 3.5% para 12% em 2015. Tarantino destaca o forte trabalho nas ações do PAC frente à carência de saneamento básico existente no país. “O Governo Federal tem demonstrado interesse e vem divulgan-
do constantemente a importância em se investir nesse setor, o que representará forte demanda de PVC para o setor”. O setor de construção civil representa hoje 68% das vendas da Solvay Indupa. Esse segmento assume uma grande importância na estratégia comercial da empresa em decorrência do crescimento sustentável que vem desempenhando desde 2008. O vice-presidente da Braskem, Rui Chammas, revela que nos primeiros nove meses de 2010, a comercialização de PVC seguiu a tendência do setor de construção civil, apresentando um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2010, a Braskem lançou, em parceria com a Fortlev, um tanque grande de polietileno que tem capacidade para armazenar até 20 mil litros. Esse tanque pode ser usado em construções, bem como em locais com escassez de água. “A telha de PVC será também uma grande tendência que deverá ter uma forte penetração de mercado em 2011”, avalia Chammas, ressaltando ainda o desenvolvimento do Poço de Visita em Polietileno rotomoldado. “Deverá se transformar em referencia para o mercado
de infra estrutura”, observa.
O presidente da Tigre, Evaldo Dreher, não poupa superlativos para descrever o ano de 2010 para a fabricante de tubos e conexões em PVC. “Foi o melhor da história da empresa”, afirma. Com crescimento de 17% em vendas e faturamento de cerca de R$ 2,7 bilhões, a companhia que completa 70 anos em 2011 sedimentou a base para alcançar uma meta mais ousada, programada para 2014. O desafio é dobrar o faturamento da Tigre nos próximos três anos, alcançando vendas acima dos R$ 5 bilhões. Aquisições, joint ventures e investimentos em novas unidades industriais vão fazer parte da cartilha para atingir o objetivo. Depois de investir R$ 200 milhões em 2010 - incluindo a aquisição de ativos da equatoriana Israriego e a ampliação da capacidade produtiva em 25% -, a Tigre prevê investimentos de R$ 250 milhões. O executivo fala em novas fábricas, marcando o plural, no Brasil e no exterior, mas não revela o destino exato desses recursos. No Brasil, o primeiro semestre deve ser marca-
do pela inauguração de uma unidade da joint venture Tigre-ADS, em Rio Claro (SP), focada na fabricação de tubos corrugados de alta densidade. Os produtos são voltados para obras de saneamento e infraestrutura, com dimensões maiores do que as usadas em obras prediais, o carro-chefe da companhia. O maior número de obras de saneamento básico no Brasil é uma das apostas da Tigre para garantir a expansão dos próximos anos. Segundo Dreher, há expectativa muito grande do setor em relação às obras para atender a Olimpíada de 2016 e a Copa do Mundo em 2014. “São projetos com prazo para começar e para se encerrar e vai haver muito controle sobre elas”, diz Dreher.
Plásticos de Engenharia Cresce também a participação de resinas de alta performance na indústria de construção. As multinacionais fabricantes de plásticos de engenharia criam constantemente novas tecnologias para este setor. O Diretor de Polímeros de Performance e Estirênicos da BASF para a América do Sul, Andreas>>>> Fleischhauer, afirma que o crescimento da
< 2010/2011 < Guia Plástico Sul < 17
construção civil alavancou o consumo de Styropor® (EPS) no Brasil. Para ele, programas governamentais como “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo, estimulam o setor da construção civil a incorporar os materiais plásticos em seus sistemas construtivos, no segmento de habitação, infraestrutura e saneamento. “A grande demanda está em materiais que reduzem o consumo de energia, possibilitam estruturas mais leves, agilidade e limpeza na montagem”, ressalta Fleischhauer. O executivo cita diversos produtos com aplicações na construção, entre eles: Basotect®, espuma de melamina usada para promover conforto acústico com vantagens como alto poder de absorção acústica, baixa densidade, resistência química e segurança em situações de incêndio pois não propaga chamas; Styropor®, poliestireno expansível que proporciona eficiente isolamento de condução e convecção do calor. Este produto tem seu destaque em aplicações como o Geofoam, solução para estabilização de solos, e de sistemas construtivos de rápida execução. Também pode ser aplicado no isolamento térmico de edificações
Projeções para 2011 sinalizam crescimento em torno de 6% na construção civil, movimentando emprego e renda
para aumentar a eficiência energética. O Geofoam é uma solução geotécnica feita com blocos de poliestireno expandido (EPS) que podem ser até cem vezes mais leves que outros materiais tradicionalmente utilizados para tal fim (terra, cinza, areia, brita etc). Por isso é especialmente adequado quando utilizado sobre solos moles (inconsistentes), minimizando as possibilidades de recalques (que o mesmo venha a ceder). Este produto está sendo aplicado no aterro do viaduto principal de acesso à BR101, em Tubarão (SC). A SABIC Innovative Plastics também está atenta ao mundo da construção. Murilo Feltrin, gerente da área de Chapas da Companhia para a América do Sul revela que para 2011 a empresa planeja um crescimento de 10% para o segmento construção. Em 2010 a empresa iniciou o trabalho de desenvolvimento de mercado para um produto chamado Thermoclick*, que na verdade é uma chapa de policarbonato alveolar autoportante, a qual se encaixa literalmente. “Com isso, diminui-se consideravelmente o uso de acessórios e perfis para instalação em aplicações verticais”, comenta Feltrin. A SABIC Innovative Plastics lançou mais uma novidade para o setor, o sistema de chapas de 50 mm de policarbonato (PC) Lexan* Thermoclick*, com 1000 mm de largura. Com o objetivo de contribuir para que os construtores e arquitetos desenvolvam projetos de prédios sustentáveis que aumentem a conservação de energia e, ao mesmo tempo, melhorem o ambiente de trabalho e convivência, este novo material de tecnologia avançada facilita muito a instalação, pois oferece aos clientes desempenho superior, economia de energia e mais possibilidades estéticas.
Commodities Além do PVC e dos plásticos de engenharia, os polietilenos e polipropilenos também atendem a indústria da construção. A Braskem, por exemplo, lançou recentemente novas resinas para suprir as necessidades de seus clientes. Os produtos S 501XP e CP 286 atenderão o setor construção. A nova resina CP 286 chega 18 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
DIVULGAÇÃO
ResinasConstrução
ao mercado com volume de vendas projetadas em 2,8 mil toneladas somente neste ano. Já para a S 501XP estima-se um volume de vendas de 30 toneladas por mês no primeiro ano, com potencial de aumento puxado pelo vigoroso crescimento do setor de construção civil no Brasil. Elaborada para ser usada em toldos e coberturas translúcidas obtidas com chapas alveolares, chega ao mercado a resina S 501XP. Desenvolvida pela Braskem para atender a demanda por materiais mais competitivos no setor de construção civil, Rui Chammas afirma que a nova resina tem como vantagem a redução no consumo de energia por meio da iluminação natural para o consumidor final. Recomendada para ambientes residenciais, toldos, fachadas, coberturas e passarelas, as chapas translúcidas de polipropileno podem se adequar a qualquer estrutura de materiais já instalada, bem como em casos de reforma ou na instalação de novas estruturas. O executivo afirma que, além de ser um material de fácil manipulação e acabamento, oferece também excelente relação custo-benefício, baixa densidade, alta durabilidade e chega ao consumidor final já tratado pelo transformador com agente anti-UV sem risco à exposição externa. A resina S 501XP é um PP homopolímero modificado de baixo índice de fluidez, desenvolvido especialmente para extrusão de chapas de alta rigidez e excelente resistência ao impacto quando exposto a baixas temperaturas.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 19
ResinasAutomóveis
Com o motor turbinado De olho no desempenho da indústria automobilística, fabricantes de resinas lançam produtos e investem em tecnologia para o transformador de plásticos deste setor.
20 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
>>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 21
DIVULGAÇÃO
ResinasAutomóveis
A
indústria automobilística continua dando show de recordes. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que no acumulado de janeiro a outubro de 2010, as vendas de veículos no Brasil chegou a 2,81 milhões de unidades representando uma alta de 8% ante os veículos comercializados em igual período de 2009. Nos 12 meses encerrados em outubro, as vendas acumulam alta de 12,8%. De acordo com a Anfavea, foram produzidas 3,04 milhões unidades de janeiro a outubro, o que indica uma alta de 15,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, além da aceleração em produção e vendas, o ano de 2010 também foi marcado pelo aumento considerável no número de veículos exportados. Segundo a Anfavea, as exportações do setor automobilístico, em valores, somaram US$ 1,32 bilhão em outubro. O resultado indica uma alta de 11,6% em relação a setembro de 2010 e um crescimento de 50,3% na comparação com outubro do ano passado. Em quantidade de veículos exportados, outubro fechou com exportação total de 78.072 unidades, o equivalente a um aumento de 6,8% ante setembro e um crescimento de 61,1% em relação a outubro de 2009. Nos 12 meses até outubro, as vendas externas em valores subiram 46,8%. De janeiro a outubro, foram exportadas 649.302 unidades, o que indica uma alta de 74,8% 22 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
Resinas são amplamente aplicadas nas lentes de vidro, carcaças termoestáveis, refletores, bem como molduras
ante o mesmo período do ano passado. Quem sente diretamente os reflexos de desempenho da indústria automobilística são os fabricantes de plásticos que atendem este setor. A cada ano, aumentam as possibilidades de aplicações e o material sai gradativamente do papel de secundário para ser um dos personagens principais nos carros.
O vice-presidente de polímeros da Braskem, Rui Chammas, percebe o mercado aquecido, com lançamentos e novos modelos. O executivo afirma que, quando o mundo enfrentou a crise há dois anos, o governo reduziu o IPI como forma de manter as vendas aquecidas. O resultado foi bastante positivo, com o setor automotivo batendo recorde de vendas. “Esta indústria utiliza basicamente o polipropileno em seus produtos e com o aumento dos negócios neste setor, a produção e as vendas da resina seguiram o mesmo ritmo”, comemora Chammas. Já com o final da redução do IPI por parte do governo, as vendas de automóveis reduziram o ritmo, porém, conforme o executivo, o mercado já se tornou maduro e as vendas tiveram bons >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 23
DIVULGAÇÃO
ResinasAutomóveis
resultados, demandando o mesmo ritmo ao mercado de PP. A capacidade atual da Braskem é de 3 milhões de toneladas anuais de polipropilenos, sendo 2 milhões produzidas nas
24 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
plantas do Brasil e 1 milhão nas plantas dos EUA (Braskem America). O setor automobilístico é responsável por cerca de 9% das vendas totais de polipropileno (PP) da Braskem. Para esse setor, a companhia está
Plástico auxilia na economia de combustível e na liberdade de design nos automóveis
desenvolvendo soluções e novos produtos para tanques de combustíveis soprados além de melhorias em grades já existentes, permitindo assim mais eficiência nas aplicações automotivas. A empresa lançou recentemente a CP 286. Desenvolvida para atender os diversos requisitos dos processos produtivos da indústria automotiva brasileira, a nova resina atende atributos exigidos em acabamento e segurança. As aplicações para este composto no exterior do veículo são principalmente em peças grandes como parachoques e saias laterais, que requerem altos índices de fluidez, além do aumento nos requisitos mecânicos por conta da segurança. Já para aplicações no interior do veículo, os compostos de polipropileno, além de proporcionar excelente estética e aparência, atendem ainda às restrições cres- >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 25
DIVULGAÇÃO
ResinasAutomóveis centes de emissões de voláteis.
A Rhodia, fabricante de plásticos de engenharia para a indústria automobilística, acredita que os resultados de 2010 se repetirão em 2011. Entretanto, o Diretor da Unidade de Negócios Plásticos de Engenharia América Latina, Marcos Curti, alerta para questões de competitividade que precisam ser tratadas rapidamente afim de evitar que o crescimento potencial do mercado interno não seja ocupado somente por veículos importados. “A competitividade é também importante no aumento da tecnologia presente nos veículos”, salienta o executivo. Para a Rhodia, das vendas da Unidade de Plásticos de Engenharia aproximadamente 50% são concentradas no mercado automobilistico. Conforme Curti, o ano de 2010 foi marcado por um aumento de escala da indústria, o que permitiu a consolidação de componentes que outrora só estavam disponíveis em modelos mais sofisticados. “Esta tendência deve se manter e até acelerar caso mantenhamos uma taxa de 5% de crescimento médio nos próximos 4 a 5 anos”, destaca.
Crescimento de aplicações A tendência é que o plástico ocupe cada vez mais espaço nos carros em substituição a outros materiais, já que deixa o veículo mais leve, o que reduz o consumo de combustível o deixa mais econômico. Rui Chammas, da Braskem, observa que a comparação de peso de plástico por veículo entre países deve ser feita com cuidado , uma vez que os modelos fabricados no Brasil são menores e menos luxuosos e portanto consomem menos material plástico. “Eliminada esta diferença o uso do plástico no nosso país é quase tão intenso quanto em outras regiões”, afirma. Já Curti, da Rhodia, estima que nos carros há 7 (sete) quilos de poliamidas e na soma total, incluindo os plásticos de massa, aproximadamente 150 quilos por veículo. “O crescimento é pouco uniforme entre as montadoras, mas podemos considerar uma média de 5%. O aumento da escala de produção de alguns modelos tende a acelerar este ciclo”, revela. 26 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
QuarmaQ: resultado da substituição de metais por termoplásticos de alto desempenho
inclusive acompanhando a curvatura da parte traseira. Além da parte de design puro e simples, a utilização de termoplásticos de engenharia no lugar de vidro e metais (lentes de vidro, carcaças termoestáveis, refletores de alumínio e molduras foram substituídos por plásticos), permite a reconfiguração dos pára-choques dianteiros, oferecendo liberdade de projeto para ousar nas formas e incluir até a função de entrada de ar.
QarmaQ Tendências Painéis transparentes com dupla curvatura são o foco da SABIC Innovative Plastics em projetos automotivos. A meta da empresa é motivar a substituição do vidro por termoplásticos como a resina de policarbonato Lexan GLX*, por exemplo. Segundo informações divulgadas pela Companhia, a resina Lexan GLX oferece uma redução substancial no peso para áreas de painéis transparentes montados no alto, como os tetos panorâmicos, além de facilitar o projeto tridimensional do veículo. Embora os painéis transparentes com dupla curvatura venham sendo utilizados em alguns carros fabricados desde o final da década de 1990, essa aplicação ainda permanecia apenas como um nicho. A diferença é que agora há uma grande variedade de personalizações desta tecnologia facilitadora em conceitos impressionantes, tais como o Hyundai QarmaQ e o Chevrolet Volt. Outra importante área de projeto da SABIC é a fusão de faróis traseiros e painel transparente traseiro. Uma série de carros fabricados e conceitos recentemente lançados possuem faróis traseiros que são diretamente adjacentes às aplicações dos painéis transparentes também na parte de trás do carro. Com painéis transparentes de policarbonato, tanto a parte de faróis, como a de painéis podem ser integradas em um formato único e complexo,
No caso do QarmaQ, um carro conceito, resultado da parceria entre SABIC Innovative Plastics e a montadora Hyundai, o resultado da substituição de metais por compostos e termoplásticos de alto desempenho, reduziram o peso do veículo em até 60 kg, podendo proporcionar economia média de combustível de até 80 litros por ano, mais segurança para os pedestres e a possibilidade de criar formas complexas em 3D. Graças à redução de peso por meio do uso de plásticos, o QarmaQ alcançou suas metas ambientais. A GreenOrder, uma empresa de estratégia ambiental com sede em New York, EUA, que auditou o carro conceito, estimou que a utilização do QarmaQ evitaria a emissão de gases do efeito estufa em mais de 200 quilos anualmente. O QarmaQ demonstra as significativas vantagens ambientais da utilização do plástico. Por exemplo, os compostos com as resinas Xenoy iQ* e Valox iQ* são em 85% derivados do lixo plástico pós-consumo. Os materiais foram usados nas peças principais do veículo e ajudaram a evitar que aproximadamente 900 garrafas PET (tereftalato de polietileno) fossem para depósitos de lixo. As soluções sem pintura usadas no interior do veículo ajudam a reduzir as emissões de voláteis liberadas durante as operações de pintura tradicional. A resina Flexible Noryl* da SABIC possibilita revestimentos mais finos nos fios e cabos, o que ajuda a reduzir o peso do veículo, e permite mais componentes eletrônicos no mesmo espaço. GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 27
ResinasEmbalagens
Muito além da aparência
DIVULGAÇÃO
No início da segunda década do século XXI, as embalagens contam muitos pontos na hora da compra de um produto. Por isso cresce o consumo e os fabricantes lutam para atingir uma balança comercial mais igualitária.
Grande pulverização do setor é um dos desafios das exportações de flexíveis
Q
uem busca um diferencial competitivo em mercados disputados, sabe que a escolha certa da embalagem é fundamental. Ela é um dos principais canais de contato com o consumidor e influencia muito no momento da decisão da compra. Este fato parece estar bem disseminado na cabeça do consumidor e da indústria, já que os fabricantes de embalagem registram bons resultados ano após ano. Estudo macroeconômico da indústria brasileira de embalagem realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)/ Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) aponta que a produção de embalagens cresceu 16,29% no primeiro semestre de 2010, em relação ao mesmo período de 2009. A estimativa de faturamento do ano de 2010 pode che28 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
gar a R$ 40 bilhões e o crescimento previsto deve ser superior a 10%. As exportações da indústria brasileira de embalagem também cresceram. Segundo dados da Abre, as embalagens exportadas
pela indústria brasileira no primeiro semestre de 2010 somaram US$ 184,6 milhões, valor 15% superior ao apurado no mesmo período do ano anterior, quando houve retração de 43%. A entidade destaca dois >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 29
ResinasEmbalagens tos, o que pesa mais ainda para o desequilíbrio da balança comercial”, informa. Outro fator apontado por Schmitt que dificulta a exportação dos produtos nacionais é a grande pulverização do setor, diminuido o poder de escala. Atualmente são aproximadamente 4 mil empresas que produzem embalagens flexíveis no país. O impacto negativo da balança comercial não foi tão grande para os transformadores graças ao aquecimento da economia nacional. Mas Schmitt alerta que a competitividade das empresas está diminuindo cada vez mais. “Ser industrial no Brasil hoje é um ato de heroísmo”, desabafa. Segundo ele o custo Brasil sobe geometricamente. Entre os pontos positivos do ano o presidente apon-
DIVULGAÇÃO
segmentos que registraram expansão nas exportações: plástico (34,12%) e papel/ papelão (28,51%). Em contrapartida, as importações tiveram acréscimo de 57% no primeiro trimestre de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009. As embalagens de plástico, que segundo a Associação Brasileira de Embalagens (Abre) detêm o market share de aproximadamente 30% deste segmento, trilham o mesmo caminho com previsão de crescimento próximo de dois dígitos para os flexíveis. A informação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (Abief), Alfredo Schmitt. “Em 2009 retraímos cerca de 5,5% mas em 2010 esperamos um crescimento de 8%, recupe-
desenvolver adequadamente”, conta Schmitt. Ele fala que é necessário ampliar a representatividade do segmento, que representa 12% do PIB industrial do país e que emprega 330 mil pessoas. “Diante disso, que trabalhar bastante para mostrarmos que somos importantes”, observa.
Design O setor enfrenta seus desafios, mas evolui dia-a-dia e apresenta constantes avanços em termos de design, produtividade e qualidade. Fábio Mestriner, da ESPM, considera que as embalagens brasileiras têm nível internacional, tanto no design como na qualidade. “Das 20 maiores empresas de embalagem do mundo, 18 têm fábricas e atuam no Embalagens plásticas detém market share de 30% da indústria como um todo
rando a marca de 2008, de R$ 10,31 bilhões de faturamento”, vislumbra o dirigente. Embora pesquisas apontem aumento nas exportações de embalagens plásticas, o dirigente destaca a desigualdade da balança comercial das embalagens flexíveis. “Em 2009 houve um déficit de US$ 165 milhões nas vendas externas”, comenta. De acordo com o Schmitt, a tendência é do déficit aumentar em 2010. “A perspectiva para o ano é de continuar deficitária, talvez, com índices superiores a 2009. Principalmente pela falta de competitividade do setor”, acrescenta. O dirigente fala que está aumentando a exportação de produtos de maior valor agregado. “Dessa forma, exportamos produtos de baixo valor e ao mesmo importamos outros produtos com valores al30 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
ta o realinhamento da cadeia produtiva do plástico, “o conceito de cadeia produtiva”, e a luta do setor no sentido de conquistar a desoneração fiscal, “cujo objetivo é aumentar a competitividade”, comenta. Neste sentido as entidades representativas do setor estão desenvolvendo várias atividades em Brasília na busca de soluções econômicas para o segmento. “Também destaco a participação nos Programas de de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para o setor plástico”, acrescenta. Para 2011, o dirigente prevê a intensificação do trabalho representatividade dos plásticos. “Viemos trabalhando na modernização do associativismo no Brasil. Tudo isso com a finalidade de criar e dar condições para que o setor crie musculatura e possa se
Brasil. A legislação brasileira é bastante rigorosa e seguida à risca. Nossos produtos têm informação suficiente para atender os anseios dos consumidores”, diz Mestriner. Um dos principais aspectos do momento, além do design e qualidade, é sustentabilidade. Neste sentido, a Braskem inicou em 2010 a comercialização do polietileno verde, de origem renovável, cuja planta industrial, localizada em Triunfo (RS), produzirá 200 mil toneladas anuais. No Brasil e no mundo uma das principais aplicações do material será justamente nas embalagens e um dos grandes clientes da resina verde é a Natura, que utilizará o produto para agregar valor ambiental a seus cosméticos Outra resina que apresenta destaque no universo das embalagens é o copoliester. Segundo o Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Eastman Chemical do Brasil, Rogério Assad Dias, este segmento é um dos principais responsáveis pelo sucesso das especialidades da companhia que apresenta ao mercado linha de filmes de copoliéster e copoliéster tritan, livre de bisfenol. “O consumidor compra pela embalagem e ser apenas mais um na prateleira não garante sucesso de retorno em vendas às grandes marcas”, afirma o executivo garantindo que as resinas fabricadas pela empresa são uma alternativa para quem busca design, transparência , robustez e processabilidade.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 31
ResinasCalçados DIVULGAÇÃO
Um fôlego para os pés
Setor calçadista fecha ano com bons resultados, mas ainda não recupera patamares pré-crise.
A
pauta da produção brasileira de calçados é dominada pela linha de plástico e borracha, onde se inserem os chinelos e as sandálias, com mais de 50% da produção nacional. O setor no Brasil, passou pela crise mundial e recuperou o fôlego em 2010. O ano fechou com aumento de 12,9% no volume e 9,3% no faturamento das exportações. No entanto, especialista do setor afirmam que ainda não foram recuperados os patamares pré-crise, nem o preço médio por par. Estados Unidos são o maior mercado, seguido por Reino Unido. A preocupação do presidente da Associação Brasileira da Indústria Calçadista é com 32 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
a importação indireta de calçados de origem chinesa, burlando as medidas antidumping. De janeiro a outubro de 2010, o volume de sapatos exportados registrou alta de 14,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram embarcados 119,3 milhões de pares, que geraram faturamento de US$ 1,2 bilhão. Os dados são da Abicalçados, com base nos números fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O Sergipe agora passa a figurar entre os Estados com maior atividade exportadora. Embora apresente os menores números tanto em pares exportados quanto em faturamento – foram 1,6
milhão de pares vendidos de janeiro a outubro de 2010, com US$ 15,3 milhões de faturamento – o índice de crescimento é o maior de todos no ano. Houve variação positiva de 107,3% no volume e de 131,5% em divisas em relação a 2009, quando as fábricas sergipanas exportaram 772,4 mil pares, com faturamento de US$ 6,6 milhões. Já o Rio Grande do Sul, com forte atividade exportadora, apresentou somente números negativos: 13,6% de queda em pares embarcados e 5,2% a menos em faturamento. Em 2010, os gaúchos embarcaram 25,7 milhões de pares, com divisas de US$ 606,6 milhões, contra 29,8 >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 33
ResinasCalçados milhões de pares embarcados em 2009, com receita de US$ 639,9 milhões. De acordo com o Capítulo 64 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), os calçados em material injetado que já possuem a menor fatia nos embarques, registraram ainda uma queda de 30,4% no número de pares e de 34,8% em faturamento de janeiro a outubro de 2010, em relação ao mesmo período de 2009. Foram 318,8 mil pares exportados em 2010, com receita de US$ 2,3 milhões contra 457,8 milhões de pares em 2009, que gerou divisas de US$ 3,5 milhões. Já os sapatos em cabedal sintético por sua vez, tiveram variações generosas, porém positivas. Houve incremento de 25,2% em volume e
27,1% em valores. Este segmento exportou 84,2 milhões de pares com faturamento de US$ 380,6 milhões enquanto em 2009 foram 67,3 milhões de pares embarcados, gerando US$ 299,6 milhões.
Importações De janeiro a outubro de 2010, as importações de calçados, somadas à compra de cabedais e de outras partes de calçados já apresentam alta de 25%. Em dez meses, o Brasil importou 25 milhões de pares de calçados - sendo que a maioria é proveniente da China, Indonésia, Malásia e Vietnã – 12,5 milhões de cabedais (a maior parte da China e Paraguai) e 2,7 mil toneladas de outras partes de calça-
dos, quase tudo da China. A soma de todos estes itens resulta em 40.360.777 este ano, contra 32.408.em 2009. Para ajudar o setor calçadista a ganhar força e competitividade, o plástico é um grande aliado. Exemplo disso é o lançamento feito pela Basf em 2010, da nova versão do tênis conceitual Pure 1.1, feito inteiramente de Poliuretano e Poliuretano Termoplástico. O Gerente de Negócios do segmento de Calçados e TPU, Fernando França, afirma que este projeto ilustra todas as possibilidades de aplicação do PU e TPU nos calçados (palmilhas, solas, entresolas, peças decorativas, entre outros), com foco nos benefícios de conforto, durabilidade e versatilidade destes materiais. GPS
Evolução da produção de calçados por segmento – em 1.000 pares Fonte: IEMI Nota: (1) Dados preliminares
34 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 35
DIVULGAÇÃO
ResinasBrinquedos
Bons tempos à vista Após sofrer com importados no mercado, setor prevê crescer 15% com barreira anunciada.
A
Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu elevar de 20% para 35% a alíquota de importação de diversos brinquedos. De acordo com resolução publicada no Diário Oficial da União ficarão mais caros triciclos, patinetes, bonecos e seus carros, trens elétricos, brinquedos de montar, quebra-cabeças, instrumentos musicais de brinquedo e outros brinquedos com motores. O aumento das tarifas vale até 31 de dezembro de 2011. Quem comemora a notícia são os fabricantes de plásticos para brinquedos. “A elevação da alíquota de importação deve ajudar a indústria nacional a reequilibrar o mercado brasileiro do setor, em que a participação dos chineses já chega a 60%”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista da Costa. O dirigente revela que o mercado brasileiro terminou 2010 com 60% das vendas nas mãos dos chineses e 40% com a indústria nacional. A expectativa de Costa é de que o Brasil chegue a um equilíbrio de 50% para cada lado. O setor brasileiro de brinquedos registrou crescimento de 11% em 2010. O faturamento da indústria, que combateu a entrada de produtos chineses durante todo o ano, ficou em R$ 3 bilhões, segundo levantamento da Abrinq. A elevação de 20% para 35% do tributo ao importado deve con36 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
tribuir para um crescimento de 15% do mercado nacional em 2011. Para isso são esperados cerca de 2.000 lançamentos no mercado de brinquedos. A meta do setor é ganhar mais de 5% de participação sobre os chineses, origem de quase 90% das importações brasileiras. “ O Brasil é um dos únicos sobre-
viventes do ataque chinês na América. Praticamente todos os mercados foram quebrados pela China, que produz 85% do brinquedo do mundo”, diz Costa. As vendas no último Dia da Criança, principal data para o comércio de brinquedos, com 40% da participação anual, tiveram incremento de 12% ante o mesmo período do ano anterior. No Natal, que representa 30%, a alta foi de 9% na mesma base de comparação. O maior volume ficou concentrado em jogos cartonados, bonecas e carros com controle remoto.GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 37
DIVULGAÇÃO
ResinasEletroeletrônicos
Setor prevê crescimento A busca pela tecnologia a preço acessível eleva consumo de bens duráveis, onde o plástico se faz cada dia mais presente.
O
aumento do poder de compra da população brasileira nos últimos anos impulsionou o consumo de bens duráveis. Um dos principais setores beneficiados com o bom momento vivido pela economia nacional é o de eletroeletrônicos. O consumidor vem acelerando as trocas de aparelhos de celular, televisão e computadores, estimulados pela queda do dólar e oferta de crédito. A Eletros, entidade que reúne os fabricantes do setor instalados no País, projeta para 2011 os mesmos índices previstos em 2010, com crescimento de 15% em eletrônicos, 10% no setor de portáteis e 7% na chamada linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras e freezers). Do computador de mesa para o notebook, do celular comum para o smartphone, da TV de tubo para a de tela plana, o plástico está presente em todos os cantos desta indústria e comemora os números do setor de eletroeletrônicos. Segundo o diretor-geral da GfK Retail e Technology, José Guedes, no acumulado de janeiro a setembro de 2010, o mercado de TVs de LCD deu um salto de 85% em unidades e 68% em valor sobre o mesmo período de 2009, movimentando R$ 8,2 bi-
lhões. A maior arrancada foi nos smartphones, que cresceram três dígitos, com vendas de R$ 2,6 bilhões nos primeiros nove meses. Em linha branca, favorecida em 2009 pela redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), as vendas apresentam ligeira alta: 1,7% em unidades e 3% em valor. O mercado de fogões apresentou a única queda entre as principais categorias medidas pela GfK. “É um produto com menor índice de inovação em relação aos refrigeradores e às lavadoras de roupa”, diz Guedes. Líder do mercado latino-americano de eletrodomésticos, a Whirlpool Latin America, detentora das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, projeta crescimento de até 10% da linha branca (que levam plásticos em seu processo produtivo). O otimismo da fabricante é baseado, segundo a diretora de Marketing da empresa, Cláudia Sender, no cenário favorável da economia do Brasil. “Os juros não impactam o consumidor para este ano. Apesar do crescimento mais modesto da economia do Brasil, estamos otimistas em comparação ao resultado do ano passado, quando a linha branca não teve um
aumento expressivo nas vendas, já que os consumidores buscavam pela linha marrom, por conta dos televisores” explica Sender. As fabricantes coreanas de eletroeletrônicos Samsung e LG, atentas ao movimento do mercado brasileiro, já prospectam instalação de fábricas de eletroeletrodomésticos no interior paulista, onde atuam as concorrentes Mabe (Campinas), Whirlpool (Rio Claro) e Electrolux (São Carlos). A Samsung, desde o ano passado, importa eletrodomésticos. Já a LG projeta para este ano uma fábrica no interior paulista para a produção de geladeiras, fogões e outros produtos da linha branca. Segundo a empresa, isso pode ocorrer em uma nova fábrica ou em uma planta já existente. A japonesa Panasonic também investirá no segmento. O aporte de cerca de 53 milhões de euros será para a construção de uma fábrica de eletrodomésticos em São Paulo em 2012. O complexo terá capacidade de produção anual de 500 mil refrigeradores a partir de outubro de 2012, e a expectativa é de que a partir de março de 2013 inicie a produção de 200 mil máquinas de lavar anualmente.GPS
seus funcionárias empresas motivem os e qu s mo ere Qu as. ad fili s Empresas de em sidente do Sindicato da ag pre cl o ci se re dis ”, a iv tes en nt cli ce e in os o Paret. A entiProjeto s Janeiro (Seprorj), Benit co de ni Rio rô do et el ca áti s ho orm el (TI) Inf do formatado. de apar ormação e comunicação do projeto, que está sen s inf ere da líd ia s log da no a um tec é de de O setor o isolada. “O iva da ciclaação não é uma açã o Reciclaação, que objet Re jet o pro e o qu r da cou un sta rof de ap á ret Pa diminuição nacional dever vimento permanente de os em todos os locais em mo nic trô um a ele sej ar e icl qu rec é de to o cei con A ideia é que difundir o hábit uso. Criado pela RioSoft, á sendo desperdiçado. em est e m qu eja o est nic os trô nic ele trô o lix ele ei- do e a transforque aparelhos no federal no Rio de Jan ntual.” O projeto propõ po ver o go açã do a x um fte a So sej ma o gra nã o desenvolcor- isso agente do pro o em matéria-prima para as empresas o descarte nic tre trô en r ele ula o im ídu est res a a do vis ro, o projeto meio ambiente. mação lusão digital. uzindo as agressões ao de ações sociais e de inc to en vim sas pre reto e a reciclagem, red em s as da ação que seja não apen “Queremos motivar uma 38 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 39
DIVULGAÇÃO
ResinasEletroeletrônicos
Electrolux transforma plástico descartado nos mares em aspiradores de pó
A
Electrolux dá continuidade ao projeto ambiental Vac From the Sea e exibe os primeiros modelos de aspiradores de pó produzidos com plástico reciclado recolhido de mares e oceanos. O material que compõe os eletroportáteis foi coletado em parceria com instituições voltadas à preservação ambiental. Durante a coleta, voluntários retiraram o plástico do Oceano Pacífico (Havaí - E.U.A), Mar do Norte (Skaegrrak - Suécia), Mar Mediter-
40 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
râneo (Saint Cyr-sur-Mer - França), Oceano Índico (Ilhas Phi Phi - Tailândia) e Mar Báltico (Gdansk - Polônia). “O principal objetivo do projeto é o investimento em institutos de pesquisas empenhados em encontrar soluções que auxiliarão na logística necessária para a limpeza e triagem do plástico encontrado nos oceanos”, comenta Cecília Nord - vice presidente de sustentabilidade e assuntos ambientais da divisão de Eletroportáteis da Electrolux na Suécia. Os modelos
estão previstos para exposição no inicio de 2011 no Brasil, mas enquanto o projeto Vac from the Sea não chega às praias brasileiras, a Electrolux se empenha em oferecer aos consumidores do país produtos que reduzam o impacto causado no meio ambiente. Recentemente, a empresa lançou no mercado dois modelos de aspiradores de pó que utilizam plástico reciclado e emitem menos ruído do que outros modelos da mesma categoria: o UltraSilencer Green e o Flex Green. GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 41
ResinasPET
Sede de reciclagem Refrigerantes são responsáveis por 61% das embalagens PET produzidas no Brasil, que é o segundo maior reciclador do material no planeta, com 55,6% de aproveitamento.
O
s fabricantes de garrafas PET têm bons motivos para comemorar. Além de incremento na produção, o setor nacional mostra-se verdadeiro parceiro do meio ambiente e tem destaque mundial, já que é um dos países que apresenta maior ín-
42 > Guia Plástico Plástico Sul Sul> >2010/2011 2010/2011>>
dice de reciclagem do material. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), em 2009, o mercado brasileiro consumiu 521 milhões de toneladas de PET, um crescimento de 7,4% em relação a 2008, quando o consumo foi de 485 toneladas. Para 2010 estima-se que o consumo tenha atingido 565 toneladas. Os refrigerantes são responsáveis por 61% das embalagens produzidas no Brasil, seguidos por água mineral (14%) e óleos comestíveis (13%). Em 2010, a Abipet apresentou os dados do Censo da Reciclagem do PET no Brasil. Os números da pesquisa mostram que o País é o 2º maior reciclador do material no planeta, com 55,6% de aproveitamento, Número que representa um aumento de 3,6% em relação ao
ano anterior. O Brasil perde apenas para o Japão, que reaproveita 77,9% do PET produzido. Os dados mostram, ainda, que o Brasil é o país melhor preparado para a reciclagem de PET no mundo, com a maior variedade de aplicações para o material reciclado. Para o presidente da Abipet, Auri Marçon, parte do crescimento e da fixação do setor se deve à grande diversidade de produtos fabricados a partir de PET reciclado. “É preciso coletar, reciclar e aplicar o resíduo em produtos de alta qualidade”, garante Marçon. Em um lado oposto, a pesquisa também revela que 44% das empresas entrevistadas garante ter alguma dificuldade para adquirir o PET. Para Marçon, esse dado reflete o grande gargalo do setor, os baixos índi- >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 43
ResinasPET DIVULGAÇÃO
O Brasil perde apenas para o Japão, que reaproveita 77,9% do PET produzido
Associação cria destino para as garrafas
ces de coleta seletiva nas cidades. Durante o censo, foram entrevistas 462 empresas recicladoras e aplicadoras em todo o País. Em 2009, o volume de PET reciclado no Brasil chegou a 262 mi-
44 > Guia Plástico Plástico Sul Sul> >2010/2011 2010/2011>>
lhões de toneladas. Das empresas pesquisadas, 37% disseram que compram as garrafas PET de catadores, 19% adquirem com cooperativas e 44% buscam outros meios.
A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) disponibilizou em seu site (www.abipet.org.br) endereços para entrega de garrafas e outras embalagens PET, o Levpet. Em todo o País, foram cadastrados cerca de 1.200 pontos, sendo 45 em Pernambuco. O número tende a crescer, já que o Levpet é colaborativo, ou seja, qualquer pessoa que conheça um novo ponto pode acrescentá-lo à base de dados. O presidente da Abipet, Auri Marçon, diz que “é um projeto focado na educação ambiental e na disseminação de informação. Queremos que as pessoas cadastrem novos pontos de coleta e ajudem a divulgálos entre vizinhos e familiares. Ele explica que qualquer entidade pode se cadastrar como ponto de coleta, inclusive casas assistenciais que recolhem lixo reciclável para obter recursos e desenvolver ações sociais”. GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 45
CURSOS Aperfeiçoamento ao emprego dos materiais plásticos, o conforto e os benefícios que eles trazem no dia a dia é incomparável. Sua aplicação vai desde um simples copo plástico, em que a área de engenharia é responsável pelo design bem como as características e propriedades dos materiais, até produtos na área médica e odontológica, como as próteses”, lembra a professora. Por isso, abra sua agenda e comece a planejar uma qualificação para 2011. Confira o que algumas das principais instituições do setor no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná oferecerão nos próximos meses.
Que tal se qualificar em 2011?
O
ano de 2011 pode ser ideal para que profissionais das diferentes etapas de produção da cadeia do plástico coloquem em dia seu conhecimento e sua capacitação técnica. Algumas das principais instituições de ensino ou fundações especializadas no setor já possuem a grade de cursos para o próximo ano. Tanto para técnicos diretos quanto para supervisores ou profissionais que pretendem ingressar no mundo do plástico com cursos de bacharelado, as instituições da região Sul apresentam diversas opções. A necessidade de atualização está diretamente ligada às novas exigências do mercado por itens especializados, diferenciados, que exigem também um profissional com mais conhecimento em sua concepção. “A necessidade de mão-de-obra especializada cresce a cada ano, tanto na área de produção, envolvendo a transformação de materiais plásticos, como na área de desenvolvimento científico e tecnológico”, explica Palova Santos Balzer, Coordenadora dos Cursos de Engenharia de Materiais e Metalúrgica da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc). Palova lembra que a especialização de profissionais se faz necessária nos três níveis de ensino, sendo eles técnico, superior e de pós-graduação. Deve-se levar em consideração a busca da indústria por novos produtos de olho na redução de peso, facilidade de processamento, redução de custo e/ ou a forma dos produtos (design). Os profissionais que obtiverem conhecimentos nestes moldes poderão encontrar boas oportunidades no mercado de trabalho. E engana-se quem aposta em um desaquecimento deste mercado em função das restrições defendidas por parte dos ambientalistas. “Apesar da crítica quanto 46 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
A Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc), nas unidades Joinville (SC), Curitiba (PR) e Blumenau (SC) oferece o curso Técnico em Plásticos com duração de dois anos e nos três períodos (manhã, tarde e noite). A unidade Joinville também oferece o curso Técnico em Materiais com duração de dois anos que, além da área de cerâmica e metais, contempla a área de materiais. No local também é desenvolvido o curso de Engenharia de Plásticos, que a partir do próximo ano passará a ser denominado Engenharia de Materiais, tendo como ênfase a área de Polímeros. Em Curitiba, a Sociesc oferta o curso de Tecnólogo em Polímeros. A instituição também abre turmas para o curso Lato Sensu (pós-graduação em nível de especialização) denominado Desenvolvimento e Processamento de Componentes Plásticos, sendo oferecido nas suas três unidades citadas acima. A Sociesc oferece, ainda, o Mestrado em Engenharia Mecânica sendo que uma de suas linhas é a área de Materiais Poliméricos. A instituição mantém cursos de curta duração na área de polímeros, que são diversos, focando a área de processamento,
caracterização e matérias primas. Informações sobre as datas de inscrições e os preços dos cursos podem ser acessadas pelo site www.sociesc.org.br.
A Universidade de Caxias do Sul (UCS) tem como principal oportunidade de estudo da área do plástico o curso de Tecnologia em Polímeros. O objetivo do curso é mostrar os caminhos para identificação, caracterização e seleção de matéria-prima; planejamento, organização e supervisão dos principais processos de transformação de materiais poliméricos (plásticos, borrachas e fibras) e desenvolvimento de produtos. Os campos de atuação são amplos: Indústria automobilística, moveleira, metal-mecânica, de eletrodomésticos, calçados e embalagens. O curso tem turno vespertino-noite, e duração de três anos e meio, em um total de 2,5 mil horas/aula, além de 120 horas de atividades complementares. Mais informações po-
dem ser obtidas no site www.ucs.br/portais/curso113/ A UCS também oferece os cursos de Engenharia de Materiais e Polímeros. O primeiro forma o profissional para atuar na coordenação e supervisão técnica de projetos e processos de produção, transformação, desenvolvimento e uso de materiais; o outro capacita o profissional para atuar na aplicação, na seleção, no processamento, no desenvolvimento e na pesquisa de materiais poliméricos (plásticos, borrachas e fi- >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 47
CURSOS Aperfeiçoamento bras) e nas combinações entre eles. O curso de Engenharia de Materiais, criado em 2003, é oferecido como bacharelado na Cidade Universitária e conta com 260 acadêmicosmatriculados. “A Engenharia de Materiais possui laboratórios específicos, coordenados por professores e um corpo técnico capacitado para atender as aulas práticas. Com isso, o aluno tem uma formação teórico-prático generalista e está capacitado para desenvolver produtos e implementar processos mais eficientes, eficazes e ambientalmente corretos”, esclarece o coordenador do curso, professor Alexandre Viecelli. Com 127 alunos matriculados neste semestre, o curso de Tecnologia em Polímeros é mais específico e oferecido na Cidade Universitária. Desde sua criação, em 1996, já se formaram mais de 170 profissionais. O tecnólogo em polímeros está apto a trabalhar em empresas que transformam polímeros em artefatos ou que apresentam materiais poliméricos em seus produtos, associados a outros tipos de materiais. Parte da grade curricular de ambos os
48 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
cursos é integrada, o que une a formação básica e a específica dos profissionais, considerando-se que cada curso leva em conta o perfil de aluno que pretende formar, generalista ou específico. A UCS oferece ainda a especialização em Engenharia de Processos – Tecnologia de Compósitos; o Mestrado em Materiais; e o Doutorado Interinstitucional UCS-UFRGS em Ciência de Materiais. E também abriga a seção caxiense do Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies INES, dedicado à pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de engenharia de superfícies. Dados sobre todos os cursos podem ser encontrados no site www.ucs.br/portais. No Rio Grande do Sul, outra importante alternativa de qualificação é a AEP Senai do Plástico, em Caxias do Sul. Diversos cursos técnicos e específicos são oferecidos pela unidade de ensino, de forma a preencher necessidades da cadeia do plástico. “Todos os cursos possuem horas teóricas e prática profissional nos equipamentos e máquinas do Senai, bus-
cando atender a demanda de profissionais qualificados, uma necessidade constante das empresas na região”, diz Arley Galvani, instrutor de Educação Profissional da organização. A estrutura da AEP SENAI do Plástico oferece oficinas na área de injeção, sopro, extrusão de tubos e perfis rígidos e flexíveis, reciclagem, laboratório de informática e salas de aula climatizadas. Os cursos para o setor ocorrem sempre no turno da noite. São eles: Básico de Preparador de Máquinas Injetoras (Duração 100 horas), Básico de Preparador de Máquinas Extrusoras (Duração 100 horas), Reciclagem de Plásticos (Duração 30 horas), Operador de Máquinas Extrusoras de Sopro (Duração de 24 horas), Aperfeiçoamento de Injeção (Duração 30 horas), Técnicas de Desenvolvimento de Moldes (Duração 12 horas), Manutenção de Máquinas Injetoras (Duração 90 horas). Bacharelado em Engenharia de Materiais é um dos cursos oferecidos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Análise da estrutura dos materi- >>>>
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 49
CURSOS Aperfeiçoamento ais, investigação e análise de falhas, projetos de materiais e de processos de fabricação, execução de testes, seleção de materiais e análise de desempenho de materiais e componentes estão no currículo. O curso é ministrado no Campus de Londrina em período integral e o tempo normal para a conclusão do curso corresponde a 10 semestres letivos (5 anos). De acordo com a instituição, o espaço para absorver este conhecimento é extenso. O mercado de trabalho é muito abrangente, incluindo importantes setores da economia como os de eletroeletrônica e computação, comunicações, transporte, energia, petróleo e petroquímica, biomédica, construção mecânica, indústria de transformação, entre outros. O engenheiro de materiais tem se destacado ainda em projetos de pesquisa e desenvolvimento, oferecendo soluções inovadoras em materiais metálicos, cerâmicos, poliméricos e compósitos. No Campus Medianeira, a universidade oferece o curso Técnico de Química, gerando profissionais com aptidão para atua-
50 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
rem em indústrias químicas, petrolíferas, de papel e celulose, de medicamentos, de alimentos, de bebidas, de pigmentos e tintas, de plásticos e borrachas, entre outras. O Curso tem duração de 4 anos e é desenvolvido, desde o seu início, em atividades teóricas e práticas. O aluno deverá, a partir do 3º ano, realizar o Estágio Curricular Obrigatório de 400 horas em empresas ou em instituições que tenham atividades relacionadas à área de Química. Informações adicionais estão no site www.utfpr.edu.br. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Paraná (Senai–PR) oferta cursos na área de polímeros. No ano passado, foram desenvolvidos uma série de cursos em duas cidades do Estado, e com diferentes frentes de atuação. Estes cursos ocorrerão em 2011 conforme a demanda, com possibilidades de serem desenvolvidos in company, por isso é bom ficar atento ao site da instituição: www.senai.br. Os cursos promovidos em 2010 e que devem se repetir no ano seguinte são Projetos de moldes de injeção de plástico
(CTM – Maringá), Regulagem de Máquinas Injetoras de Plástico (CTM – Maringá), Atualização para Operadores de Extrusora de Plástico (Cascavel), Operador de Extrusora de Plástico (Cascavel), Regulagem de Máquinas Injetoras de Plástico (Cascavel), Problemas na Moldagem por Injeção de Plástico (Cascavel), Tecnologia dos Materiais Plásticos com ênfase em Reciclagem (Cascavel), Mecânico de Manutenção de Máquinas Injetoras e Extrusoras de Plástico (Cascavel), Produção de Corte e Solda de Filmes Plásticos (Cascavel) e Atualização para Operadores de Extrusora de Plásticos (CTM – Maringá). O programa de aprendizagem é resultado de uma parceria na qual ambos – SENAI e empresa – têm responsabilidades e atribuições bem definidas e negociadas. Criteriosamente planejados, acompanhados, controlados e auditados, os cursos de aprendizagem na empresa representam a possibilidade de unir o cumprimento às leis, o exercício da responsabilidade social e o treinamento de futuros trabalhadores. GPS
< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 51
Foco no Verde
Bem-vindos à era da sustentabilidade Através de projetos e ações setor plástico brasileiro ganha destaque no cenário mundial e ganha competitividade através de produtos verdes.
D
iversos aspectos ambientais têm feito com que a indústria de uma forma geral esteja cada vez mais atenta à sustentabilidade. Através de diversas ações os principais setores econômicos têm buscado fazer a sua parte para poluir menos o meio-ambiente. Com o universo do plástico não poderia ser diferente. As empresas de segunda e terceira geração unem-se para criar resinas sustentáveis, incentivar a reciclagem, produzir máquinas que economizem energia e fabricar plásticos biodegradáveis. Toda a forma de contribuição é bemvinda e 2010 marca-se talvez o início de uma nova Era, principalmente para o Brasil. Foi neste ano que a Braskem iniciou a produção do seu polietileno verde, oriundo de fontes renováveis, fazendo o país entrar para a história da sustentabilidade mundial. Para os próximos anos, a Companhia já está planejando a fabricação do polipropileno verde. Segundo Marcelo Lyra, o Rio Grande do Sul, ao lado de outras regiões, é uma das áreas que apresentam condições competitivas para abrigar as unidades. O local escolhido deverá produzir 30 mil toneladas anuais do insumo produzido a partir de etanol e demandará investimentos de US$ 100 milhões, conforme anunciado pela Braskem, em outubro passado. A Dow Brasil também tem seus planos de produção de resinas verde. Os projetos da Companhia prevêem a produção de 350 mil toneladas por ano de resinas verdes a partir de cana de açúcar. Se for colocado
52 > Guia Plástico Sul > 2010/2011 >
em prática, poderá gerar 3,2 mil empregos sustentáveis. Cada quilo de resina verde produzido absorverá 2,5 quilos de gás carbônico, sendo prevista a remoção de 700 mil toneladas por ano de gás carbônico da atmosfera. Outro projeto, relacionado à reciclagem de resinas plásticas, também deve ganhar volume em 2011. A demanda para um novo produto neste segmento surgiu após uma pesquisa com empresas de reciclagem. A Dow identificou algumas necessidades como dificuldade dos recicladores em conseguir boas propriedades mecânicas (resistência ao furo, rasgo, impacto) e visuais (brilho) a partir do plástico reciclado, bem como dificuldade de reciclagem do material em virtude da mistura de vários polímeros e de processamento do material pelo mesmo motivo. Realizadas algumas experiências, a companhia chegou à conclusão de que ao combinar algumas de suas resinas já amplamente utilizadas para outros mercados ao plástico que seria usado para reciclagem é possível obter soluções para cada uma dessas dificuldades. Outra forma de favorecer o meio-ambiente, melhorando a imagem em busca de competitividade é a produção de materiais com menos peso que economizem energia e combustível. A Bayer, através de uma pesquisa, observou a busca de plásticos mais leves, que permitem menor gasto de energia e viabilizem investimentos em avião solar, pás de turbinas eólicas e edifícios ecoeficientes. Um destaque entre essas pesquisas é o avião experimental So-
lar Impulse, movido a energia solar, que deve dar a volta ao mundo em 2012: seus projetistas, o suíço André Piccard e o alemão Andre Borschberg, demonstraram, em 2010, que ele está no bom caminho ao completar o primeiro vôo noturno em julho. Parte do sucesso da empreitada devese à parceria com a Bayer MaterialScience, divisão do grupo alemão que desenvolve materiais ultraleves com diversas aplicações industriais.A empresa foi responsável pelo revestimento de poliuretano das 12 mil células de captação de energia solar do avião de 63 metros (mesma envergadura de um Boeing 747), da cabine e da carenagem dos quatro motores elétricos. Para dar andamento à mesma linha de pesquisa, a empresa desenvolveu o chamado Edifício Ecocomercial, cujo protótipo foi construído em Nova Déli, na Índia, e com unidades programadas para outros países, inclusive o Brasil. O revestimento de espuma de poliuretano das paredes do edifício reduz em quase a metade o consumo de energia e consequentemente ajuda a combater as mudanças climáticas. Quando usado para isolamento térmico nos telhados, em 50 anos, o material economiza 70 vezes o volume de energia necessário para construí-lo. Atualmente, a Bayer desenvolve espumas de poliuretano para refrigeradores, freezers, câmaras frigoríficas e no transporte refrigerado. Seu objetivo é aperfeiçoar esse material por meio da nanotecnologia, o que diminuiria o tamanho dos poros da espuma e reduziria o consumo de energia dos aparelhos.GPS
<<<< 2010/2011 < Guia Plรกstico Sul < 53
Plast Mix