Guia PlásticoSul 2011 - 2012

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Editorial Divulgação

Expediente GUIA PLÁSTICO SUL - 2011 / 2012 Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Gilmar Bitencourt Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira, Leandro Salinos e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: imagem promocional Guia Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares. Filiada à

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Quem espera, sempre alcança

ano de 2011 foi marcado pelo aumento desenfreado das importações de transformados plásticos no Brasil a preços bem inferiores aos praticados pelos fabricantes nacionais. Tal diferença deu-se em grande parte pelos grandes desafios que a indústria brasileira tem, como o valor dos insumos brasileiros, excessiva carga tributária, o câmbio desfavorável e os juros altos taxados ao empresariado. Soma-se a estes fatores o famoso custo Brasil que se manifesta principalmente através de uma tarifa de energia incrivelmente acima do que é cobrado em outros países. Como se não bastasse tantos obstáculos, a Europa passa por uma crise financeira que direta ou indiretamente acaba atingindo a indústria brasileira, já que países como o Brasil tornam-se alvo de escoamento de produção internacional. Tal contexto acarreta na falta de competitividade dos setores produtivos que, se por um lado enfrentam a concorrência estrangeira no mercado interno, por outro enfrentam dificuldades na hora da exportação. O resultado desta equação é uma balança comercial de plásticos deficitária que

em 2011 deu um salto de 38% no déficit em relação a 2010. Este desempenho não um caso isolado apenas da indústria do plástico, mas de outros setores de transformação do país. O que se almeja não é o protecionismo nem o fechamento do país para o mercado externo. O que se busca é o fortalecimento das indústrias brasileiras para competirem com igualdade com a concorrência internacional. Precisamos primeiramente resolver os problemas dentro “de casa” e não apenas culpar o vizinho pelas fragilidades que temos. Felizmente parece que 2012 será um ano diferente. O Governo Federal, através da Presidente Dilma Rousseff, manifestou o entendimento de que é preciso baixar a carga de impostos e aumentar a taxa de investimento real para pelo menos 24%. Os empresários de todas as indústrias se uniram em uma só voz para reivindicar em prol do país. Agora é arregaçar as mangas e fazer de 2012 um ano de inovação, de desenvolvimento e progresso. Além claro, de ficarmos de olho nos próximos passos de incentivo a competitividade e contra a desindustrialização. Boa leitura!

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Na corrida pela competitividade Com inúmeros entraves internos e facilidade de entrada dos importados, indústrias química e petroquímica amargam uma balança comercial deficitária e enxergam no Pacto Nacional uma luz no fim do túnel.

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e para a indústria de transformação de plásticos o ano de 2011 foi marcado pela dificuldade de ganho de competitividade frente aos importados e pela entrada desenfreada dos mesmos no Brasil, para o setor químico a situação não foi muito diferente. Carregando nas costas um alto custo de energia elétrica, juros elevados e carga tributária excessiva, a indústria química, e também a petroquímica, conviveram com a novela dos incentivos à importação praticados em alguns

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estados da federação. Se o contexto é resultado de um processo de reestruturação do setor petroquímico ou se faz parte das conseqüências da globalização, o próprio leitor pode fazer suas conclusões, mas o fato é que o impacto na balança comercial atinge quase todos os setores da indústria química e as perspectivas para 2012 talvez não sejam muito otimistas. O déficit na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 26,5 bilhões em 2011, o maior já registrado na história. O valor representa um aumento de 28,3 % em relação a 2010 e crescimento de 14,2% em relação ao déficit registrado em 2008, de US$ 23,2 bilhões. Em 2011, as importações de produtos químicos foram de US$ 42,3 bilhões, equivalente a um crescimento de 25,5% em relação a 2010. Já as exportações, de US$ 15,8 bilhões, tiveram um aumento de 21,0% na comparação com o ano anterior. As importações de intermediários para fertilizantes alcançaram US$ 8,7 bilhões, valor 78,5% maior do

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Química & Petroquímica

Fernando Figueiredo da ABIQUIM

que o registrado no ano de 2010. De acordo com o presidente-executivo da ABIQUIM, Fernando Figueiredo, o avanço acentuado do déficit do setor nos últimos anos é explicado, em parte, pelo fato de o aumento da demanda interna por produtos químicos ser cada vez mais atendido por importações. Figueiredo ainda destaca o Pacto Nacional da Indústria Química como um movimento para recuperação do déficit comercial do País no setor químico. Para o executivo, é fundamental que sejam realizados investimentos associados à substituição de importações e à >>>>


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Química & Petroquímica

ampliação das exportações. De acordo com o estudo, os investimentos na indústria química brasileira devem chegar 167 bilhões de dólares até 2020, criando mais de 2 milhões de empregos. Guia Plástico Sul - Como foi o ano de 2011 para o setor? Fernando Figueiredo - Caso se considere a demanda por produtos químicos no Brasil, 2011 foi um ano bastante positivo. A demanda esteve aquecida durante praticamente todo o ano, com elasticidade em relação ao PIB de quase 3 (três) vezes. O consumo aparente nacional (que é a soma da produção mais as importações menos as exportações, ou seja, tudo que efetivamente foi consumido no País) cresceu entre 8 e 10% no ano, enquanto o PIB deve ficar em 3%. Patamar bem acima do que se registrou nos últimos anos, em que a elasticidade média ficou entre 1,25 e 1,5 vezes o PIB. Todavia, quando se fala na indústria brasileira, que possui plantas no País, o ano não foi nada animador. Apesar do desempenho positivo na ponta, quem realmente se beneficiou do crescimento da demanda foi o fabricante de produtos químicos no exterior. A maior parte do acréscimo da demanda de 2011 foi atendida por produto importado, enquanto a ociosidade das fábricas instaladas no Brasil manteve-se elevada. Atualmente, as importações ocupam 1/3 de toda a demanda por produtos químicos no mercado brasileiro. 8 > >Guia 08 GuiaPlástico PlásticoSul Sul> >2011 2011/ /2012 2012>>>>

GPS - Quais foram os números do segmento neste ano? Figueiredo - No segmento de produtos químicos de uso industrial, representado pela Abiquim, o faturamento alcançou US$ 76,2 bilhões em 2011, com crescimento de 24,5% sobre o ano anterior, porém, no que se refere à produção, houve crescimento de apenas 2,3%. Vale registrar que nesse valor está considerado o grupo de intermediários para fertilizantes, cujo desempenho em 2011 foi atípico, na comparação com os demais grupos de produtos analisados pela Abiquim. Os intermediários para fertilizantes possuem um elevado peso em termos de volume e tiveram o melhor desempenho entre os grupos que compõem o segmento de produtos químicos de uso industrial, com elevação superior a 10% na produção, enquanto a maioria dos outros grupos exibiu queda de produção. Caso os intermediários para fertilizantes sejam excluídos, a produção do segmento de produtos químicos industriais registrou queda de 3,1% em 2011. As importações de produtos químicos industriais foram de US$ 33,1 bilhões e as exportações de US$ 13,3 bilhões, gerando um déficit recorde no segmento de US$ 19,8 bilhões. GPS - Quais foram as principais dificuldades em 2011? Figueiredo - Como dito anteriormente, o ano de 2011 foi complicado para as empresas com fábricas no Brasil. Houve uma perda considerável de competitividade em

Investimentos na indústria química brasileira devem chegar 167 bilhões de dólares até 2020

relação aos principais países com os quais a indústria química brasileira compete. Dentre as principais razões para essa perda de competitividade, destacam-se: - Elevado custo do gás natural: o preço no Brasil está três vezes maior do que o praticado no mercado americano. A química é a maior usuária de gás natural dentre as indústrias brasileiras. Além do uso tradicional para geração de calor, no segmento de produtos químicos o gás pode ser utilizando como matéria-prima, agregando excepcional valor em diversas cadeias (alguns produtos fabricados a partir do gás: amônia, uréia, metanol, hidrogênio, isocianatos, negro de fumo, oxo-álcoois, entre outros). O preço elevado do gás tem inviabilizado plantas já instaladas no País, que estão, atualmente, operando a baixa carga, e não tem permitido que novos investimentos efetivamente saiam do papel. Com isso, o País tem importado uma série de produtos derivados, direta e indiretamente, do gás, pressionando ainda mais a balança comercial de produtos químicos. - Tarifa de energia elétrica: a energia elétrica é um insumo de grande importância para a indústria química, cujas plantas operam em sua grande maioria em processo contínuo. Há também, neste caso, o uso da energia como matéria-prima para segmentos eletrointensivos, como produção de cloro-soda e gases industriais. Apesar de o Brasil possuir a maior parte de sua geração de energia proveniente das hidroelétricas, a tarifa nacional é o dobro daquela usualmente praticada no mercado americano. Segundo um levantamento recente, elaborado pela Abrace, a tarifa brasileira é a terceira mais cara do mundo. Esse fato também tem pressionado muito os custos e desestimulado novos investimentos. - Incentivos para importação concedidos em alguns estados em detrimento à produção local, que tem trazido consequências das mais desastrosas possíveis. Esses incentivos variam entre 3 a 4% do preço dos produtos. - Juros elevados, com peso relativamente maior na indústria química, por conta de a >>>>


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Química & Petroquímica mesma ser fortemente intensiva em capital. - Carga tributária excessiva, embasada em um sistema tributário complexo, complicado, burocrático e anacrônico. - Custos elevados em relação à logística. - Efeitos do real fortemente valorizado. Fora essas questões, no início do ano houve o apagão de energia elétrica no nordeste, com impactos nas empresas da região até abril. GPS - Quais foram as oportunidades marcantes da indústria química? Figueiredo - Apesar de todas essas dificuldades, o ano poderá ser lembrado por alguns acontecimentos importantes, como o lançamento do Plano Brasil Maior, que, apesar de não ter tido ainda um pacote voltado especialmente para a indústria química, caminha na direção correta na medida em que há uma preocupação com a questão da piora nos resultados da balança comercial e a perda de competitividade da indústria nacional. Todavia, ainda faltam questões específicas que precisam ser tratadas, bem como um olhar para o longo prazo. Como os investimentos químicos demandam entre três e cinco anos entre a decisão de investir e a efetiva produção, o horizonte precisa ser de 15 a 20 anos, pelo menos. Acreditamos que o Governo está preocupado com essa questão e vemos na criação dos Conselhos de Competitividade, entre os quais o de Química e Petroquímica, uma excelente oportunidade para que efetivamente os problemas específicos da química possam ser discutidos e que efetivamente se concretizem no Brasil as oportunidades de investimento previstas na ocasião da elaboração do Pacto Nacional da Indústria Química (Vale lembrar que o Pacto previa oportunidades de investimento de US$ 167 bilhões). Além disso, outra oportunidade deverá vir do grupo de trabalho interministerial sobre gás natural, criado pelo Ministro Edison Lobão, por sugestão da Abiquim. GPS - Quais foram os principais investimentos e acontecimentos ocorridos no período? Figueiredo - O segmento tocou investimentos em curso e que foram decididos em anos anteriores, como a PetroquímicaSuape, que deverá entrar em operação em breve. No que se refere aos novos inves10 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

timentos que foram anunciados em 2011, podemos citar a redefinição do Comperj, tanto em termos de matéria-prima principal a ser utilizada, quanto também do perfil de produtos de primeira e segunda geração que serão produzidos; o projeto da Basf de ácido acrílico e derivados em Camaçari; a retomada do projeto de eteno de álcool da Dow, entre outros. Evidentemente, pelos motivos apontados anteriormente, muitas oportunidades foram perdidas em 2011. Alguns investimentos que poderiam ter sido definidos para o Brasil migraram para outros países, como o México, cuja matéria-prima básica está bastante atrativa neste momento. No que se refere aos principais acontecimentos de 2011, destaca-se a comemoração em todo o mundo do Ano Internacional da Química, com inúmeras ações de todos os agentes envolvidos. Nessas ocasiões, a indústria química foi colocada no foco das discussões. GPS - Quais as principais atividades desenvolvidas pela instituição no ano e as metas para 2012? Figueiredo - O ano de 2011 foi bastante ativo. A Abiquim intensificou sua participação em diversos fóruns e instâncias de Governo com o objetivo de mostrar os problemas enfrentados pelo segmento e tentar encontrar algum tipo de solução. Destaca-se a atuação nos temas relacionados à nova política adotada pelo Governo (Plano Brasil Maior). A Abiquim trabalhou ativamente na elaboração de uma proposta para o gás natural utilizado como matéria-prima e, nesse sentido, participou de diversos painéis, reuniões e workshops com autoridades envolvidas na questão. A entidade trabalhou ativamente para rever todo o quadro de Comissões Setoriais e Temáticas, visando maior participação de todas as empresas associadas nesses trabalhos. Além disso, a Abiquim revisou o Programa Atuação Responsável, em consonância com os princípios e observando as recomendações do ICCA – International Council of Chemical Associations, e desenvolveu um novo Sistema de Gestão do Programa, que incorpora o reconhecimento das certificações obtidas pela empresa, reduzindo, assim, o custo de certificação, reforçando o componente ético dos empresários do setor químico com as questões de saúde, segurança e meio ambiente. Para 2012, o foco será

nos trabalhos relacionados ao Conselho de Competitividade, ao GT do Gás Natural como matéria-prima e elaboração do Congresso do Atuação Responsável, com revisão dos indicadores de desempenho. GPS - Quais as perspectivas para o setor em 2012? Figueiredo - Tudo vai depender do desempenho da economia brasileira e também dos reflexos da crise internacional sobre o País. De um modo geral, acreditamos que a demanda final por produtos químicos deverá manter a elasticidade entre 1,5 e 2 vezes o crescimento do PIB. Então, caso se confirmem as projeções de crescimento para o próximo ano entre 3,5 e 4%, a demanda por produtos químicos poderá crescer entre 5 e 8%. O que não será nada mal. O que não podemos perder é a oportunidade de transformar esse crescimento da demanda em agregação de valor ao País. Há uma expectativa bastante positiva com relação ao Conselho de Competitividade Químico-Petroquímico, principalmente pela competência e profissionalismo dos representantes de Governo envolvidos no trabalho. Caso tenhamos também uma solução em relação ao gás, as perspectivas serão bastante promissoras. Vale lembrar que a química está presente em praticamente todas as cadeias e com um peso bastante expressivo na construção civil, que deverá ter um bom desempenho nos próximos anos em razão dos investimentos necessários em infraestrutura. GPS - O que mais deseja acrescentar? Figueiredo - Caso se concretizem as oportunidades previstas no Pacto, a indústria química poderá contribuir com a criação de mais dois milhões de novos empregos, incluindo os diretos e os indiretos. Gostaria de estimular e convidar os jovens deste País a estudar Química. A procura por mão de obra especializada e altamente qualificada deverá aumentar expressivamente nos próximos anos, principalmente se forem levadas em consideração as oportunidades previstas, como o aproveitamento das matérias primas oriundas do Pré-Sal e a biodiversidade brasileira, que deverá alçar o Brasil a liderança mundial na produção de produtos renováveis. Além disso, a indústria química é o setor que melhor remunera seus empregados. GPS


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Química & Petroquímica

Um ano de desafios para a petroquímica

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lávio Lucena Barbosa assumiu a presidência do Siresp com a perspectiva de grandes desafios e avanços para a cadeia produtiva do plástico em 2012. De um lado haverá um intenso trabalho do Sindicato para o fortalecimento e desenvolvimento da indústria. Do outro, os avanços serão decorrentes do crescimento do mercado brasileiro e do investimento em inovações no setor. “Acredito que o trabalho nestas duas frentes pode trazer um desenvolvimento sustentável a cadeia produtiva, mesmo se desenhando um cenário internacional desfavorável para 2012”, acredita Barbosa. Todo o otimismo tem coerência, já que é sustentado por argumentos indiscutíveis. Afinal, o plástico está presente em praticamente todos os setores da economia, oferecendo sempre praticidade, bem-estar e qualidade de vida para as pessoas. Paralelo a isso, o dirigente acredita que o Brasil possui uma indústria petroquímica moderna e inovadora, que vem adequando-se às novas realidades do mercado global e por meio de reestruturações empresariais consistentes, está reforçando sua musculatura para competir neste mercado. “O Siresp acredita que a competitivida-

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Flávio Barbosa, do Siresp: entidade apóia todo o esforço de reorganização do setor

de deste setor deve ser vista de maneira abrangente em toda cadeia produtiva, buscando o entendimento com a indústria de transformação, que gera mais de 300 mil empregos diretos no país, para que os produtos brasileiros sejam mais competitivos”, afirma. Conforme Barbosa, como entidade representativa do setor, o Siresp apoia todo o esforço de reorganização do setor, que nos últimos anos vem se consolidando como um grande player global, investindo na expansão da oferta de resinas e em pesquisa e inovação. Aliado ao fato, o desenvolvimento de resinas produzidas à base de fontes renováveis se tornou um grande diferencial competitivo para a indústria brasileira no mercado global. “Meu objetivo, como presidente do Siresp, será o de elevar, acompanhar e apoiar todas as iniciativas que visem à melhoria continua de nosso setor e nosso desenvolvimento sustentável para uma competição global à

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Mesmo com um pano de fundo desfavorável ao setor, perspectivas são de avanço e conquistas.

altura do que pretendemos”. Para o setor petroquímico sem dúvida 2011 teve como marco principal o lançamento do programa Brasil Maior, que deu um primeiro passo na Política Brasileira de Apoio à Indústria. Na opinião do presidente do Siresp, a visão do governo brasileiro de que o crescimento da economia do país >>>>


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Química & Petroquímica acontecerá de modo sustentável e saudável se a indústria mantiver uma participação importante no PIB foi de grande importância para o setor. “Acreditamos que ainda há muito o que fazer, no entanto o lançamento do Programa deu os primeiros sinais de que o governo federal dará mais apoio à indústria brasileira”, comemora o dirigente. Outro fator que se mostrou forte segundo Barbosa, foram os investimentos no desenvolvimento de resinas diferenciadas e no desenvolvimento de novas aplicações, promovendo o aumento da competitividade e sustentabilidade da cadeia do plástico, por meio da redução de peso, espessura, consumo de energia elétrica e aumento da produtividade nos processos de transformação. As grandes conquistas e oportunidades de 2011 porém, não foram suficientes para diminuir os desafios que se prolongam em 2012. O forte aumento das importações, não apenas da Ásia, mas também de outras regiões foi um dos maiores empecilhos para o setor. “A China representou aproximadamente

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33% das importações de manufaturados no segundo trimestre de 2011. É bastante, mas ainda há o dobro deste volume vindo de outras origens. O que impressiona nas importações chinesas é o seu crescimento”, diz Barbosa. Em 2011 o Siresp trabalhou constantemente para fortalecer a cadeia produtiva do plástico, atuando fortemente para inibir a concorrência desleal de produtos asiáticos, por meio da defesa comercial e apoiando o fim da guerra dos portos, prática que beneficia as importações. Na visão do Siresp é importante que o setor trabalhe pelo crescimento da cadeia mantendo atenção às oportunidades de mercado de novas demandas. “Buscamos nesse ano mais apoio do BNDES e de outros organismos dos governos para os investimentos de expansão e inovação das empresas do setor e também incentivar o aumento da produtividade em cada elo da cadeia por meio da excelência industrial e busca das melhores práticas”, observa o dirigente. Em 2011 o Brasil foi palco de anúncios de grandes investimentos para os pró-

ximos anos, o que confirma a forte confiança do setor de que o país continuará crescendo e trabalhando por sua competitividade. O dirigente salienta os grandes investimentos na ampliação da produção de plantas já existentes e em novas unidades produtivas de resinas. Além disso, Barbosa observa também uma forte injeção de recursos no desenvolvimento de especialidades para suprir o crescimento do mercado interno em setores-chave como o automotivo, por exemplo. Para ele, os desenvolvimentos tecnológicos mais relevantes do setor contemplaram tanto a diferenciação das resinas como o desenvolvimento de novas aplicações, trazendo competitividade e sustentabilidade para cadeia produtiva do plástico. Para 2012, Barbosa é otimista e acredita numa perspectivas positiva. Para ele, o Brasil seguirá crescendo e, com o desenvolvimento da política industrial que se iniciou com o Programa Brasil Maior, será um ano de avanço como indústria e cadeia. GPS


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Transformador Apesar de se manter o 3º maior setor empregador industrial do país, indústria de transformação de plásticos enfrenta uma queda de 1,5% na produção física do setor em 2011 e um aumento de 20% nas importações.

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m ano difícil, assim pode ser caracterizado 2011. Conforme dados de balanço divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), houve a queda de 1,5% da produção física do setor, que encolheu de 6 milhões de toneladas, em 2010, para 5,9 milhões em 2011. “A expectativa é de que esse indicador suba para 2% no acumulado de 2012, porém apenas mantendo o crescimento registrado no ano passado”, analisa José Ricardo Roriz Coelho, presidente da entidade. Ainda no comparativo 2010 e 2011, o estudo apresentou um suave aumento de 2% nas exportações dos transformados plásticos, enquanto as importações cresceram 20%. “O grande vilão de nossa indústria é o valor dos insumos, em especial das resinas, pelas quais pagamos mais caro do que nossos concorrentes. Além disso, há a excessiva 16 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

Para Roriz Coelho perda de competitividade precisa ser revertida, sob pena de o Brasil parar de crescer

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Surfando nas dificuldades carga tributária, o câmbio desfavorável e os juros muito altos, a despeito da retração para 11% da Selic, que acaba de ser anunciada pelo Copom. Estamos perdendo mercado e teremos mais dificuldades de exportar, não só pela baixa competitividade endêmica do Brasil, como pela retração econômica mundial”, explica Roriz, referindo-se ao déficit da balança comercial do setor, que triplicou em três (2008/2011) e cresceu 40% em 2011, em relação a 2010, saltando de US$ 1,36 bilhão para US$ 1,89 bilhão. Roriz avalia que a perda de compe- >>>>


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titividade da indústria de transformação precisa ser revertida, sob pena de o Brasil parar de crescer. “O governo precisa avaliar diversos pontos, como a carga tributária, por exemplo. A indústria de transformação é o setor que mais contribui para a arrecadação de tributos: 37,4% do total, de 2005 a 2009. Há, ainda, o fator agravante da burocracia, que custa R$ 20 bilhões para os brasileiros, num complexo emaranhado de 85 tributos, com normas complicadas e ambíguas. Somente a Receita Federal cria uma nova regra a cada 26 minutos!”, desabafa o presidente da entidade. O estudo apresentou, ainda, aumento na demanda nacional por produtos transformados, que saltou de 48 bilhões para 52 bilhões em 2011, crescimento de 6,4% em relação a 2010. Porém, os dados do comércio exterior evidenciam que esse aumento está sendo suprido, em grande parte, pela importação. Apesar da queda da competitividade nacional, a indústria do plástico mantém-se, em 2011, como o terceiro maior setor empregador industrial do Brasil. São 357 mil empregados no ano, contra 347 mil em 2010, representando um crescimento de 3%. No Estado de São Paulo, o setor é o segundo maior empregador industrial e fechou o ano com cerca de 190 mil trabalhadores. Os transformadores plásticos da região Sul do país sentiram na pele mês a mês os resultados apresentados pela Abiplast. Os presidentes dos sindicatos que representam os empresários do setor nos três estados destacaram que as expectativas no início do período eram boas, mas que foram frustradas no decorrer do ano. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina (Simpesc), Albano Schmidt o “ano não foi o que esperávamos”. Segundo ele não foi o pior ano, mas ficou longe das expectativas do início de 2011. “Estávamos muito otimistas, se considerarmos o que vínhamos vendo até o primeiro trimestre. Depois disso houve uma desaceleração rápida”, acrescenta. Ele acredita que o fechamento do ano seja pouco promissor. Orlando Marin, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), observa que o ano começou com uma performance melhor do que terminou. O dirigente comenta que a expectativa é de um crescimento na ordem de 6 a 7%, porém a média do setor não 18 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

Acima: Albano Schmidt explica que 2011 não foi o pior ano, mas ficou longe das expectativas do início do período

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Transformador

Abaixo: Para 2012, Marin acredita que o setor vai continuar investindo em seus processos produtivos

deve ultrapassar os 4%. Ele destaca que no primeiro semestre os transformadores investiram muito em máquinas, equipamentos e tecnologia, com o propósito de ampliar a produtividade e a competitividade. E comenta que apesar do fechamento ter ficado aquém do planejado o ponto positivo do ano foi o aumento na geração de empregos, na ordem de 6%. Segundo a presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado do Paraná (Simpep), Denise Dybas Dias, em 2011, com exceção dos segmentos de plástico de engenharia, o setor apresentou um pequeno crescimento de faturamento, porém uma queda na produção física das indústrias. Ela comenta que as principais dificuldades foram a desaceleração da economia, o alto custo da matéria-prima nacional, carga tributária elevada e falta de mão-de-obra qualificada. Ainda conforme a dirigente, no último trimestre alguns segmentos conseguiram superar a letargia do restante do ano com a redução do IPI para a linha branca e com a demanda sazonal do final de ano. “O setor de construção civil apresentou um crescimento menor que em 2010 e já está demonstrando que está em desaceleração”, observa. O presidente do Simpesc também destaca que a indústria de transformação de plásticos teve que lidar com inúmeros desafios, como as questões de preços dos insumos e das matérias-primas, além da competição com os importados. “Transformadores de plástico asiáticos, argentinos, americanos chegam aqui com seus produtos e são mais competitivos que nossa indústria”, comenta. Ele acrescenta que a alta carga tributária e os juros praticados no país somados a infraestrutura precária, colaboram para diminuir a competitividade das empresas brasileiras frente a concorrência internacional. “Da porta da fábrica para fora é um sofrimento, não importa o quanto investimos nas nossas fábricas em atualização, tecnologia, treina-

mento. Da porta para fora somos muito pouco competitivos”, desbafa. Schmidt informa que o consumo de resinas em SC, no acumulado do ano até o terceiro trimestre mostrava queda de 1,2%. “Estamos considerando que o quarto trimestre não foi nenhum espetáculo e que provavelmente fechamos o ano no negativo”, observa. Segundo o dirigente o faturamento cresceu 22% no mesmo período. Mas salienta que as margens foram baixas, devido aos altos custos de energia, da mão-de-obra e das resinas. Entre as principais dificuldades enfrentadas em 2011, Orlando Marin do Sim- >>>>


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Transformador plás destaca a guerra fiscal. Segundo ele, outros estados continuam a oferecer vantagens com o objetivo de atrair as empresas gaúchas. Ele destaca que apesar de todo o esforço realizado em conjunto pelas entidades do setor, não houve avanços neste sentido no ano que se encerra.

produção, refletindo o aumento do consumo. Denise Dybas Dias salienta que o crescimento mais consistente dependerá de ações do governo federal no âmbito da balança comercial de produtos acabados e de políticas de incentivo para a indústria nacional.

Previsão para 2012

Se as perspectivas para o próximo ano são pouco otimistas, a crise que atinge a Europa é mais um motivo de preocupação. Schmidt, do Simpesc, fala que os efeitos da crise europeia vão ser sentidos ao longo do ano. “Deveremos ter outro ano de cautela. Não estamos criando expectativas e sentimos isso nas reuniões com nossos associados”, salienta. O dirigente destaca que com o encolhimento do mercado do velho continente, os asiáticos, americanos e nossos vizinhos sul-americanos buscam alternativas para suas exportações. “Estamos percebendo que a cada ano mais e mais produtos importados chegam ao nosso mercado. Não apenas transformados de plásticos, mas também os produtos finais que contém plásticos”,

Diante de um ano difícil e sem expectativas de grandes mudanças, o que esperar de 2012? O presidente do Simplás fala que as perspectivas não são muito pessimistas, sendo que o setor vai continuar investindo em seus processos produtivos, com o objetivo de ampliar a participação do plástico em outros segmentos. Além da melhoria do desempenho produtivo Marin prevê a ampliação na utilização dos reciclados no consumo final e a capacitação dos empresários do setor no sentido de unir ainda mais a cadeia do plástico no RS. Conforme a presidente do Simpep, as perspectivas para 2012 são de que o setor volte a apresentar um tímido aumento na

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Crise na Europa

salienta. O presidente comenta que, assim como ocorreu na indústria automobilística, a estagnação da produção e o aumento das importações para suprir a crescente demanda doméstica, também acontece em quase todos os outros setores, de alimentos, eletrodomésticos, eletrônicos, produtos de higiene, limpeza, entre outros. Marin, do Simplás, acredita que os reflexos da crise devam ser pequenos para o Brasil, pois o país tem condições de superar esta dificuldade comercial com outros continentes. “A Europa colhe o que plantou, um conjunto de países emperrados com uma relação capital versus trabalho antiga, de difícil mutação, onde cada um tem o direito de não trabalhar, pois é justificado pelo próprio estado”, comenta. Ele destaca que a principal preocupação não é a Europa, mas sim o fato do nosso país estar seguindo o mesmo rumo. “Dentro de 10 anos já vamos colher o que a Europa está passando agora”, prevê. Segundo Marin a nossa Constituição deixou de lado o princípio e o valor do trabalho. GPS


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Máquinas

Previsão é que o déficit ultrapasse os US$ 18,0 bilhões no fechamento de 2011, superando o recorde do ano anterior.

Maré baixa 22 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

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facilidade da importação e as dificuldades na exportação seguem dando dor de cabeça aos fabricantes de máquinas nacionais. Seguindo o comportamento verificado em anos anteriores, o faturamento bruto real da indústria de bens de capital mecânicos registrou, no mês de outubro de 2011, queda de 5,8% comparado com o mês anterior. O faturamento acumulado de janeiro a outubro de 2011, alcançou o resultado de R$ 67.513 bilhões, o que representa um crescimento de 11,2% na comparação com o mesmo período de 2010, não obstante esse crescimento significativo se dá sobre uma base de comparação baixa, aquém do resultado obtido em 2008. Os setores de máquinas têxteis e válvulas tem se mostrado cada vez mais preocupante, o faturamento desses setores em 2011 ficou -48,2% e -20,8% abaixo dos valores verificados em 2010, respectivamente.Os resultados positivos foram destaques do setor de máquinas agrícolas e bens sob encomenda, os quais têm importante participação no faturamento da indústria de bens de capital e apresentaram crescimento expressivo no acumulado de 2011 na comparação com o mesmo período de 2010. O resultado da balança comercial de máquinas e equipamentos continua impactante, os déficits vêm se ampliando expressivamente ao longo dos anos, notadamente a partir de 2008, e chegou a US$ 14.668 bilhões no acumulado de 2011. Esse resultado representa um crescimento de 13,6% na comparação com o período de janeiro a outubro de 2010, e a previsão é que o déficit ultrapasse os US$ 18,0 bilhões no fechamento de 2011, superando o recorde já alcançado no ano anterior. O expressivo déficit da balança comercial se deve à elevada diferença entre os níveis de importação e exportação de bens de capital mecânicos, os quais foram de US$ 24.357 e US$ 9.689, respectivamente, no acumulado de 2011. O crescimento das exportações em 2011 foi influenciado, principalmente, por máquinas para logística e construção civil e infra-estrutura e indústria de base, setores esses que realizam um grande volume de transações intercompany, as quais dependem apenas das políticas estabelecidas entre matrizes e suas subsidiárias. Os principais destinos das exportações são os Estados Unidos, Argentina, Países Baixos >>>>


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Máquinas (Holanda) e México. Já o crescimento das importações foi puxado por máquinas para logística e construção civil, máquinas para bens de consumo e máquinas para a indústria de transformação, e dentre as principais origens das importações cabe destacar os EUA, Alemanha e China, sendo que esse último país ocupava a 10ª posição em 2004 e atualmente já é o 3º principal em termos de valor e o 1º em termos de kg importado, o que ressalta o crescimento de sua participação no mercado nacional.

Importação sobe 10% no ano

Já os importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais, que compõem o grupo dos chamados bens de capital, movimentaram cerca de US$ 2,4 bilhões em 2011, cerca de 10% mais que o ano anterior. O resultado é inferior a previsão da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas-Ferramenta e Equipamentos Industriais (Abimei), que projetava um crescimento de 15% a 20%

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para o setor, e ainda está aquém dos US$ 2,6 bilhões negociados nos três primeiros trimestres de 2008. “O ano começou bem, mas sentimos uma diminuição nos negócios a partir de outubro”, afirma Ennio Crispino, presidente da entidade. Segundo Crispino, os industriais estão apreensivos com o impacto da crise na Europa sobre a economia brasileira. “Houve uma desaceleração na atividade, porque ninguém sabe como o mercado vai se comportar”, diz. Responsável pelo consumo de pelo menos 70% dos bens de capital importados, o setor automobilístico mantém as vendas “em ritmo aceitável”, segundo Crispino, mas a produção de autopeças, parte importante da cadeia de clientes dos importadores de máquinas operatrizes, ainda sofre com a importação de componentes acabados, apesar das medidas de proteção previstas no Plano Brasil Maior. “O aumento do IPI para carros importados e a exigência de 65% de nacionalização das peças em carros nacionais abrem uma boa perspectiva para o setor de bens de capital, tanto

nacionais quanto importados, mas qualquer reflexo só será sentido em meados de 2012”, diz o presidente da Abimei. Entre os segmentos representados na ABIMEI, o setor de máquinas para o corte e a conformação de chapas metálicas foi o que teve o melhor desempenho em 2011, com alta superior a 10%. São máquinas com alto agregado tecnológico e aplicação em variados ramos da indústria, desde o automotivo até o de petróleo & gás e geração de energia, por exemplo. “Havia uma demanda reprimida por este tipo de máquina”, justifica Crispino. O setor de máquinas para transformação de plástico manteve os níveis de 2010, considerados muito bons pelos importadores, porém não mais surpreendentes, como em 2009. “O “boom” já passou; agora o setor está na normalidade”, afirma o presidente da ABIMEI. Já o segmento de usinagem não tem muito que comemorar: “Havia capacidade ociosa para estas máquinas, os empresários não precisavam comprar tanto quanto em anos anteriores”. GPS


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Construção

Nem quente, DIVULGAÇÃO

nem frio

O excelente resultado vivido pela construção civil no ano de 2010, fez com que o setor se desanimasse diante do aumento de apenas 4,8% em 2011. Para 2012 as perspectivas são boas, mas não entusiasmantes.

C

onforme divulgado na imprensa, a participação das empresas na geração do PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil aumentou 20,7% entre 2008 e 2011. Consequentemente, a maior parte da composição do valor adicionado do setor passou a ser formada pelas empresas construtoras (65%). Isso significa que a produção formal, em contraponto ao chamado “consumo-formiguinha”, passou a responder por quase 2/3 do PIB setorial. Em

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2003, as empresas geravam apenas 44% do PIB. Segundo a economista Ana Maria Castelo, professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o setor da construção cresceu 4,8% em 2011. Para 2012, a previsão é de crescimento de 5,2%. Em 2010, o crescimento havia sido de 15,2%. É certo que, conforme explicou Ana Maria, o setor partiu de uma base de comparação muito forte. Portanto, era esperado que o resultado de 2011 ficasse bastante abaixo do de 2010. Além disso, a segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida caminhou mais devagar; houve forte aumento nas importações de materiais - o que gerou discrepância entre os resultados do comércio e da indústria; e as vendas no mercado imobiliário desaceleraram na maioria das cidades. Para 2012, a previsão de crescimento se baseia em alguns fatores elencados por Ana Maria: os efeitos da crise sobre a economia brasileira permanecem restritos; o programa Minha Casa, Minha Vida deverá ter >>>>


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DIVULGAÇÃO

Construção Perspectivas: obras para eventos esportivos, como em estádios, ganharão mais velocidade

mais extenso. “Os números atuais resultam de decisões de investimentos tomadas entre 36 e 12 meses atrás. Por isso, teremos pelo menos mais três ou quatro trimestres de bons números pela frente, em função do que já foi contratado”, explica. No entanto, as perspectivas também indicam que o setor conviverá com alguns problemas já corriqueiros, como a elevação dos custos com mão de obra. Atualmente, o setor experimenta taxa de apenas 2,9% de desemprego - ante 5,8% da economia em geral. Ou seja, pleno emprego nos canteiros de obras. seu ritmo acelerado; as obras para eventos esportivos ganharão mais velocidade; o crédito continua sustentando a demanda habitacional; recursos para infraestrutura deverão crescer; haverá eleições municipais em

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2012. Além disso, conforme explicou Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP, é preciso compreender que o setor da construção trabalha com um ciclo diferente da indústria convencional, muito

Construção Sustentável

A Escola Politécnica da USP (Pole) e Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) estão desenvol- >>>>


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DIVULGAÇÃO

Construção

vendo em conjunto ações e projetos voltados para a engenharia da construção sustentável, para tecnologias de gestão de edifícios verdes, para integração entre a construção e seu entorno e, por fim, a capacitação do

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mercado imobiliário para atuar nesse novo cenário da construção civil brasileira. Segundo o professor da Poli-USP, Orestes Gonçalves, o Brasil apresenta enorme potencial para o desenvolvimento desse novo

Setor da construção cresceu 4,8% em 2011 e para 2012 a previsão é de alta de 5,2%

conceito de construção. Segundo o Green Bulding Council, o Brasil já é o quarto país com mais prédios sustentáveis no mundo. “Hoje, parece um diferencial, mas daqui poucos anos, um projeto só será aceito se for sustentável”, afirma o professor. Dentro desse contexto, a FDTE e a Poli-USP criaram os primeiros cursos de MBA e pós-graduação especificamente para esse mercado. Esta iniciativa pretende contribuir para a qualificação do mercado e o aperfeiçoamento da mão-de-obra brasileira no sentido de atender à crescente demanda por profissionais com conhecimentos sobre o tema, tecnologias e processos competitivos para o mercado brasileiro. Para os profissionais que pretendem se especializar nesse mercado, quatro cursos começam a funcionar no início de >>>>


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Construção 2012, com certificado USP e reconhecimento dos principais organismos ligados ao mercado de construção sustentável. Os cursos “Construção Sustentável”, “Tecnologia e gestão na produção de edifícios”, “Gerenciamento de facilidades – a construção e seu entorno” e “Real Estate – Economia Setorial e Mercados”. Além dos cursos, a FDTE e a Poli-USP pretendem desenvolver outras atividades educacionais e de desenvolvimento de mercado. As duas entidades trabalham para uma maior aproximação entre a iniciativa privada e a universidade, no sentido de fomentar pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e processos que atendam à crescente exigência do mercado de sustentabilidade na construção.

Participação do Plástico

Diversas são as oportunidades do plástico no setor de construção de forma geral. O material oferece a este mercado características importantes em uma época onde sustentabilidade faz parte do cotidiano das obras.

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Dentro deste contexto, a Global Housing, DuPont e Braskem firmaram recentemente parceria inédita para lançar no mercado brasileiro um novo conceito para construção residencial e comercial. Apresentada como ‘Casa de Concreto PVC’, a tecnologia representa uma forma inovadora e rápida para construir, em escala industrial, diferentes tipos de edificações com alto padrão de qualidade, uso reduzido de madeira e água e mínimo desperdício de materiais. A versatilidade do sistema é destaque, pois possibilita aplicações tanto em construções mais simples como em projetos mais complexos, incluindo hospitais, creches, escolas, centros comunitários e galpões. Outros fatores que tornam este sistema inovador são: rapidez na construção, sendo possível erguer uma casa com acabamento completo em até uma semana (pelos métodos tradicionais é necessário, pelo menos, um período de 90 dias), durabilidade, imunidade aos fungos e bactérias, facilidade de limpeza e conservação e baixíssima manutenção. Além disso, não é necessária mão-de-obra especializada para

a construção. Com estas características, o projeto visa contribuir para a reurbanização de diversas cidades do Brasil e do mundo. A sustentabilidade também representa um importante diferencial, já que o sistema proporciona a redução em perdas por entulho e desperdício de materiais, economia no consumo de água e energia na obra e elevado ganho de produtividade – se comparado aos sistemas convencionais.

Tubos

Já na parte de tubos, a Dow lançou no ano de 2011 uma novidade para a Construção Civil: o polietileno de alta resistência térmica (PE-RT). A resina possui um conjunto de atributos que permite sua utilização em quaisquer aplicações de água quente e fria. “O PE-RT é muito resistente e não transfere odor e sabor para a água. A solução já é bastante utilizada em outros países, principalmente na Europa e agora começará a ser apresentada às construtoras brasileiras”, avalia Sérgio Coleoni, Gerente de Marketing para Industrial, Consumer Packaging e Tubos. GPS


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Construção

Material ganha destaque na área de perfis e janelas, busca crescimento no sistema Concreto/ PVC e deve ser o protagonista em aplicações nos jogos olímpicos que serão sediados no Brasil.

Olhos atentos ao PVC

O

PVC possui forte participação no mercado de construção devido a características importantes como isolamento térmico e acústico. Além de aplicações já tradicionais como no saneamento e no transporte de água potável, ganha espaço também nas telhas, perfis e janelas. Mas conforme o presidente do Instituto do PVC, Miguel Bahiense Neto, serão nos jogos olímpicos sediados no Brasil que o

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material terá destaque como o grande protagonista. “Essas obras e as obras voltadas para a Copa em si, deverão ser lideres de consumo de produtos de PVC”, pensa o presidente do Instituto do PVC (IPVC), Miguel Bahiense em entrevista concedida ao Guia Plástico Sul. Guia Plástico Sul - Como foi 2011 para o PVC no país? Miguel Bahiense - Foi muito positivo.

Dentro das nossas demandas de demonstrar os aspectos sócios ambientais e técnicos do PVC, buscando promover o setor, entendemos que os resultados foram dentro do pretendido. Para as estratégias traçadas pelo Conselho de Administração, acreditamos que estamos no caminho certo para definitivamente demonstrar aos segmentos e profissionais usuários do PVC que o produto atende plenamente às imposições atuais da


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Bahiense, do Instituto do PVC: Material ganha cada vez mais espaço em telhas, perfis e janelas

sociedade em termos de desenvolvimento sustentável, seja no pilar social, ambiental e econômico. É fundamental que todos este esforço da cadeia produtiva do PVC, em termos de promover o desenvolvimento tecnológico e as atividades sócio ambientais, mostre o lado da sustentabilidade do produto, que se posiciona claramente como um produto de ótima relação custo benefício. GPS - Quais as principais atividades desenvolvidas pela instituição em 2011 e quais as metas para o próximo ano? Bahiense - No campo do desenvolvimento sustentável e de responsabilidade social, algumas atividades desenvolvidas ao longo de 2011 merecem destaques, sem dúvidas e devem ser mantidas e potencializadas para 2012. A forte vocação social do PVC, que participa de setores importantes da sociedade (é, por exemplo, o plástico mais utilizado na área médica, no saneamento básico e no transporte de água potável), nos fez atuar para reafirmar e mostrar aos interessados, como o PVC é de fato a alternativa para problemas que atingem o Brasil nestes setores. Exemplo disso é a atuação do PVC atendendo a carência de saneamento e da distribuição de água potável no país. A reciclagem do PVC também mereceu des- >>>> << 2011 / 2012 < Guia Plástico Sul < 35


Além dos tubos e conexões: PVC vem demonstrando um forte apelo social, ambiental e econômico

taque nas atividades do Instituto do PVC, já que devemos encarar de frente a problemática da gestão de resíduos sólidos nas cidades brasileiras, especialmente após a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pelo Governo Federal ao final de 2010. Apesar do PVC ser um produto de longa vida útil (86% dos produtos fabricados com o PVC não são descartáveis, pois tem vida útil media e principalmente longa) e, portanto, estar entre os materiais menos presentes no lixo sólido urbano, ele é 100% reciclável e é reciclado. Publicamos os resultados do Estudo de Reciclagem Mecânica no Brasil, mostrando que a reciclagem de PVC pós-consumo no Brasil cresceu 22,3% provando o seu potencial de crescimento. Seguem abaixo principais resultados: Na área social, destacamos a continuidade do Projeto Mobiliários Adaptados em PVC, que consiste na construção de equipamentos feitos em PVC que facilitam a acessibilidade e a reabilitação de crianças carentes com disfunções neuromotoras (www.mobiliariosadaptadospvc.com). Consolidamos, ao longo de 2011, parceria com a Faculdade de Medicina do Grande ABC, que lançou em 2010 a AdapTO – Projeto Mobiliários Adaptados em PVC , que se tornou a primeira oficina do Estado de São Paulo a produzir equipamentos feitos em PVC. Na área da educação, após dois anos de parceria com a faculdade Belas Artes (São Paulo) formamos a primeira turma do curso de extensão “Sistemas Construtivos: Processos, Materiais e Produtos”, que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento da formação de arquitetos e urbanistas. A intenção é fazer com que os futuros profissionais saiam da universidade atualizados com relação às características dos diversos produtos disponíveis no mercado, avanços tecnológicos e novas aplicações, podendo assim, especificá-los com mais segurança. Do ponto de vista tecnologico, o destaque ficou para a nossa participação na feira da Providencia, no Rio de Janeiro (RJ), quando mostramos o sistema construtivo, concreto/PVC. No evento, uma casa de PVC era montada e desmontada continuamente para mostrar ao público visitante a praticidade do sistema. 36 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

DIVULGAÇÃO

Construção

GPS - Em 2011, já houve uma maior movimentação do setor em função das obras da Copa de 2014? Bahiense - Apesar das obras para a Copa do Mundo de 2014 estarem atrasadas, já há uma maior movimentação, com as reformas e construções dos estádios que sediarão os jogos. Essas obras e as obras voltadas para a Copa em si, deverão ser lideres de consumo de produtos de PVC. Esperamos que as obras de saneamento básico, hotelaria, infraestrutura, aeroportos, etc, possam realmente impulsionar o setor em definitivo. Em todos estes casos o PVC será, sem dúvida, material protagonista dessas obras, já que é o principal plástico utilizado na construção civil. GPS - Em termos de promoção de novas aplicações do PVC e sustentabilidade, quais foram as novidades do ano que está sendo encerrado? Bahiense - Sem dúvida o mercado de perfis de PVC tem se mostrado, nos últimos anos, um segmento de forte crescimento, assim como o de janelas de PVC, mas o sistema concreto/PVC tem grandes chances de começar a ser visto com um olhar mais consistente em termos de novidades no setor nacional. Telhas de PVC também podem despontar como um produto novo e avançado tecnologicamente. Dentre suas características técnicas e de sustentabilidade, destacam-se: leveza, resistência mecânica, durabilidade, resistência a intempéries, isolamento térmico e acústico, 100% de reciclabilidade, entre outras. GPS


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Construção

Copa do Mundo e Olimpíada: desafios para a engenharia brasileira Por Ariovaldo Torelli*

O

Brasil é, literalmente, um País em construção. Com diversas necessidades na área de infraestrutura e com a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada nos próximos anos, há muito a ser feito em todas as regiões do País, com inúmeros benefícios a todas as parcelas da população. São obras de grande complexidade e que se apresentam como um forte desafio para a engenharia brasileira, sobretudo devido aos prazos. São altas as expectativas geradas principalmente nas cidades-sede. Habitação, hotelaria, saneamento, transporte, saúde, energia, e mesmo centros esportivos e estádios, tudo passa pela construção, protagonista neste processo e que vem num processo crescente em termos tecnológicos e produtivos. Técnicas e produtos mais modernos e eficientes favorecem a melhor qualidade das edificações e a otimização de custos a curto, médio e longo prazos. Uma obra bem planejada, bem executada, com produtos de qualidade e corretamente aplicados, tende a exigir menos correções e manutenção futura. Isto vale tanto para uma residência quanto para uma usina hidrelétrica. Neste contexto, destaca-se o uso de impermeabilizantes, produtos que aos poucos conquistam espaço entre profissionais do setor e consumidores, demonstrando uma mudança de cultura, na qual se privilegia a qualidade construtiva à frente de soluções para suas patologias. O uso de impermeabilizantes pode representar cerca de 2% do custo total de uma obra residencial, em média, e se traduz em segurança, uma vez que detém a umidade e os males por ela causados, como manchas, vazamentos, trincas e danos estruturais, além de problemas de saúde. Fabricantes do segmento têm desenvolvido um trabalho focado na formação de mão de obra e na difusão de informações

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sobre os impermeabilizantes, bem como no desenvolvimento de produtos que atendam a uma extensa gama de aplicações, inclusive as edificações voltadas especificamente para os eventos esportivos. Estima-se que serão investidos mais de R$ 33 bilhões somente em infraestrutura para a realização da Copa do Mundo de 2014 no País, paralelamente aos projetos incluídos nos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. As obras necessárias ao atendimento destas competições serão ainda mais valorizadas com o uso de impermeabilizantes, pois serão construções que deverão durar décadas e, consequentemente, poderão exigir grandes quantias de recursos em manutenção futura. É uma relação custo/benefício positiva, uma vez que 90% da longevidade das obras têm relação direta com os serviços de impermeabilização e os produtos aplicados, que protegem as estruturas das intempéries. Esses eventos são para o Brasil, não apenas uma oportunidade de atrair a atenção do mundo para nossas belezas naturais e incrementar o setor turístico, como também de avançar em termos de qualidade de vida, infraestrutura e eficiência construtiva. Produtos que antes eram acessíveis a uma pequena parcela das obras realizadas no País, como os impermeabilizantes, hoje estão disponíveis para todos os consumidores, atendem a normas técnicas e oferecem garantia de desempenho. Se o País está crescendo, por que não crescer de forma mais eficiente, valorizando seus investimentos? GPS *Engenheiro Civil, presidente do conselho deliberativo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) e diretor da Viapol, referência nacional no segmento de impermeabilizantes e soluções químicas para a construção civil.


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Automóveis

Recuperando o fôlego Setor automobilístico brasileiro prevê crescimento de 5% em 2012, atingindo a comercialização de aproximadamente 3,81 milhões de veículos. Bom para as montadoras que investem no país, melhor ainda para os fornecedores, como a indústria de plásticos.

E

m 2011 o volume de vendas de veículos cresceu 3,3% no Brasil. Tal resultado deverá ser ultrapassado em 2012, de acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-

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motores. O volume de vendas deve ficar entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de veículos. Isso significa uma alta entre 4% e 5% em relação a 2011. “Isso tudo considerando o crescimento da economia, a baixa dos ju-

ros e a oferta de crédito”, avalia Cledorvino Belini, presidente da Anfavea. O otimismo do executivo – que também é presidente da Fiat do Brasil – está pautado no recuo da restrição aos financiamentos de veículos, >>>>


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DIVULGAÇÃO

Automóveis

que foi um dos motivos que mais inibiram o consumo em 2011. “O governo foi revertendo a política monetária, tirando a restrição ao crédito. Isso vai começar a fazer efeito no ano que vem. A expectativa é que início de 2012 seja com mercado mais morno, com um final de ano mais aquecido nas vendas”, prevê Célio Hiratuka, professor de economia industrial e da tecnologia do Instituto de Economia da Unicamp. Aliado a questões políticas e econômicas está o forte investimentos das fábricas de automóveis no Brasil, como é o caso da BMW, que deve confirmar a sua unidade fabril no país, e da Volkswagen, que cogita uma nova planta. Conforme os principais jornais do país, a Hyundai vai terminar a

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sua unidade industrial em Piracicaba/SP no primeiro semestre e as chinesas Chery e Lifan – nas cidades de Jacareí/SP e Anápolis/ GO, respectivamente – também estão com as obras de suas fábricas brasileiras adiantadas. Essas montadoras juntamente com outras companhias nacionais devem aproveitar todas as oportunidades do mercado em 2012, como o próprio crescimento da oferta de empréstimos. Entretanto, para as fabricantes brasileiras também há o benefício do aumento do IPI para automóveis importados de fora do Mercosul e México. Os 30 pontos percentuais a mais no imposto sobre produto industrializado atingiram em cheio as “marcas estrangeiras”, que tiveram um dos seus melhores anos no Brasil. Mesmo com a

O volume de vendas de veículos em 2011 cresceu 3,3% no Brasil e deverá ser ultrapassado em 2012

taxa mais alta, ainda há espaço para montadoras estrangeiras que queiram crescer no Brasil. A Chrysler, por exemplo, vai usar 2012 para marcar a sua retomada no mercado nacional. Serão quatro modelos totalmente novos lançados e, consequentemente, mais investimentos. “Com isso, esperamos um crescimento de vendas de aproximadamente 50% em relação a 2011”, projeta Luiz Tambor, gerente de marketing e vendas da Chrysler. Portanto, a expectativa para 2012 é boa. Com um crescimento maior, na casa dos 5%, a tendência é que o Brasil volte subir no ranking de vendas de automóveis mundiais. Atualmente, o país ocupa a quinta posição geral – atrás de China, Estados Unidos, Japão e Alemanha –, mas ainda há bastante mercado para ser explorado. No Brasil, a taxa de habitantes/carro ainda é baixa, na casa dos sete para um, enquanto que em mercados mais maduros, como na Europa, esse número chega a dois para um. “Temos lugar para crescer mais. Não temos duvidas nenhuma. Tanto é que 2013 a previsão de crescimento é de 5% a 7%. Nossa posição geral é mais para o quarto lugar do que para o quinto”, acredita Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil. No lado negativo, apenas a delicada situação econômica da Europa, local da matriz de diversas marcas e de bancos, pode fazer >>>>


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Automóveis

com que as transações financeiras fiquem mais lentas e menos ousadas. “Faz parte de um pacote de coisas que deixam os bancos internacionais mais rígidos. O crédito continua vindo, mas fica um pouco mais difícil”, pondera Munhoz, da GM.

Dentro deste contexto de merca-

do, o material plástico pega uma bela carona. Com o crescimento das vendas e por conseqüência da produção, aumentam também os resultados dos fornecedores que atuam no setor. Conforme um estudo realizado pela multinacional alemã LANXESS, o aumento da produção mundial de automóveis mais a também global tendência de redução de peso dos carros de passeio sustentarão a demanda por plásticos de engenharia (high-tech plastics) a um ritmo de crescimento de 7% ao ano por unidade de veículo produzido até 2020. Atualmente, em média, são utilizados 14 kg de plásticos de engenharia por carro. Já a produção global de veículos leves vai aumentar 30% até 2015. Consciente disso, uma das apostas da Lanxess para o mercado automotivo é a tecnologia híbrida, que combina material sintético e metais. Inventada pela própria Companhia, essa técnica estabeleceu-se na indústria automobilística para a fabricação de peças estruturais leves e de alta resistência, tais como front-ends, pedais e suportes de pedais de freio. O Audi A8, por exemplo, tem todo o seu front-end feito com essa tecnologia. No lugar das tradicionais chapas de aço que protegem o radiador, o parachoque 44 > Guia Plástico Sul > 2011 / 2012 >>

Sem limites: plásticos saem do papel de coadjuvantes e estão nas mais diversas aplicações

e os faróis, o novo modelo utiliza chapas de compósito de Poliamida 6 . O material é constituído por chapa de PA6 reforçadas com fibras e que podem ser termoformadas. O front-end híbrido do Audi A8, em relação à peça de alumínio utilizada na versão anterior, proporciona uma economia de peso que chega a 20%. Além disso, essas chapas compósito de PA6 têm a vantagem de não enferrujarem. Durante o processo de produção, a chapa de compósito de PA6 é sobreinjetada com Durethan BKV30 EF, reforçando toda a estrutura do front-end e proprocionando uma maior aderencia entre os materias onde a poliamida une-se mais facilmente a chapa PA6 do que ao metal, o que pode ser comprovado em testes de colisão. A SABIC Innovative Plastics é também uma multinacional que aposta no setor automobilístico e que atua fortemente na América do Sul e mais precisamente no Brasil. Entre seus diversos lançamentos, a empresa anunciou em 2011 sua colaboração com a IAV GmbH, líder mundial em sistemas de propulsores e veículos avançados, para desenvolver soluções termoplásticas que podem substituir o metal no veículo elétrico (EV) e componentes híbridos do propulsor. As duas empresas buscam novas formas de otimizar eficiência e desempenho, incluindo >>>>


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Automóveis

a redução de peso para compensar as pesadas baterias e blindagens em áreas de alta voltagem. “Nossa colaboração estratégica com a IAV tem o objetivo de criar opções inovadoras para nossos clientes, à medida que eles se esforçam para desenvolver e fornecer uma gama de veículos elétricos para os clientes, sejam eles híbridos, híbridos plug-in ou elétricos à bateria puros”, diz Gregory A. Adams, vice presidente, Automotivo, SABIC Innovative Plastics. Na área automotiva, a Evonik também desenvolve componentes para uma vasta gama de aplicações. A empresa oferece produtos aplicáveis em diversos itens: tecidos (laminação) e tapetes de carros; filtros de ar; revestimento de peças

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moldadas com fibras ou tecidos; hot melts (termoplásticos e termofixos); retentores de ABS; vedantes e selantes. Entre os produtos disponíveis, a Companhia destaca o ACRYLITE®, um Polimetilmetacrilato (PMMA) transparente, cristal ou colorido com excelente índice de transmissão de luz e altíssima resistência a raios UV, utilizado na fabricação de lentes do painel, lanternas traseiras, lentes de luzes de cortesia e de visor de rádios para automóveis e em coberturas de luzes de sinalização. Outros produtos são o ACRYLITE NTA®, aplicado em pilares, molduras de teto solar, carcaça de espelhos retrovisores, spoilers e painéis; VESTAMID, largamente utilizadas em linha de freios automotivos, tubos de

Atualmente, em média, são utilizados 14 kg de plásticos de engenharia por carro

combustível, revestimento de tubos metálicos, sistemas de arrefecimento e embreagem, conectores automotivos entre outras finalidades; VESTAMID HTplus; VESTAMID Terra; VESTOSINT; VESTODUR; DYFLOR; VESTANAT T1890 e VESTANAT IPDI. Na Basf o setor automobilístico é atendido por meio de diversas soluções. Segundo informações da empresa, a utilização do Ultramid® diminui 40% do peso do veículo e auxilia na redução do consumo de combustível e das emissões de gases; o Ultradur® mantém propriedades mecânicas como alta resistência à tração, elasticidade e resistência ao impacto; o Ultraform® possibilita o desenvolvimento de peças de design complexo, ao mesmo tempo em que satisfaz todas as propriedades exigidas pela indústria automobilística; o Ultrason® apresenta resistência a temperaturas de até 220°C, estabilidade dimensional, resistência à água quente e refrigerada, além de resistência a combustíveis; a espuma de polipropileno expandido da BASF, Neopolen® P, pode ser aplicada em sistemas de absorção de impacto em diversos tipos de veículos; peças de Cellasto® são utilizadas como molas auxiliares no conjunto da suspensão dos veículos, para a redução de ruídos, vibrações e asperezas. GPS


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Embalagens

Crescimento constante Indústria de embalagens deve manter o ciclo de alta e participação do plástico continua sendo relevante para o setor.

O

plástico é sem dúvida um dos principais materiais utilizados na indústria de embalagens em geral, representando 29,7% de participação neste mercado. Portanto, o crescimento do desempenho do setor de embalagens impacta diretamente nos resultados dos fabricantes material plástico que atuam na área. E a indústria de embalagens em geral parece estar vivendo um bom momento, já que deverá apresentar crescimento

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constante em 2012, enquanto a receita dos fabricantes crescerá para cerca de R$ 46 bilhões. Conforme projeções divulgadas pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) a produção física da indústria de embalagens cresceu 1,5% em 2011, patamar que deve praticamente se manter em 2012, quando a indústria avançará 1,6%. Os resultados de 2011 foram pressionados pela retração verificada no segundo semestre, quando a produção do setor caiu 0,07%, na comparação com o mesmo período de 2010. Nos primeiros seis meses do ano, a produção avançou 3,11%. Em 2010, a produção total de embalagens no país tinha avançado 10,23%. Na análise por segmento, o vidro foi o que apresentou maior crescimento no ano passado, com alta de 6,43%, enquanto o segmento de plásticos recuou 2,67%. A receita

líquida da indústria de embalagens, por sua vez, avançou de R$ 40,6 bilhões para R$ 43,6 bilhões entre 2010 e 2011. O valor total da produção ficou em R$ 42,1 bilhões, sendo que 38% desse montante foi originado do segmento de plásticos e 17,7% do papelão ondulado. As embalagens metálicas representaram 16,7% do total. A pesquisa revelou ainda que as exportações no setor somaram US$ 470,7 milhões em 2011, alta ante os U$S 415,7 milhões registrados em 2010. Já as importações totalizaram US$ 819,7 milhões, frente aos US$ 795,6 milhões verificados um ano antes.

Números

No primeiro semestre de 2011 a produção física de embalagem cresceu 2,98%, em comparação a igual período de 2010. No >>>>


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Embalagens primeiro trimestre a taxa de crescimento alcançou 5,01%, enquanto, no segundo caiu para 0,98%. Deste modo, nos doze meses encerrados em junho, a produção do setor mostra alta de 4,18%. Na análise por setor, a produção física de todos os segmentos – madeira, papel, papelão e cartão, plástico, vidro e metal – demonstrou crescimento, com forte desempenho do segmento de madeira que registrou alta de 15,83%, seguida por embalagens de vidro com expansão de 11,69% e metal com aumento de 4,38%. Já os outros segmentos obtiveram um crescimento menos robusto, com expansão de 1,45% para o papel, papelão e cartão e de 0,46 % para as embalagens de plástico. Ainda no primeiro semestre de 2011 as exportações diretas do setor de embalagem tiveram um faturamento de US$ 229.496 milhões. Este valor representa um crescimento de 24,99% em relação ao mesmo período de 2010, com forte desempenho da indústria de plásticos, correspondente a 40,13% do total exportado, seguida das embalagens metálicas (27,35%). Já as embalagens de

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papel, cartão e papelão ficaram no terceiro lugar, correspondendo a 19,87% do total exportado, seguida por embalagens de vidro (8,14%) e madeira (4,51%). Em relação ao crescimento de exportações por segmento, o setor de embalagens metálicas lidera com acréscimo de 68,13% no semestre, seguido por embalagens de vidro (60,55%), madeira (42,62%), papel/papelão/cartão (16,35%) e plástico (3,21%). Já as importações tiveram um crescimento de 20,25% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010, com faturamento de US$ 390.135 milhões. O setor de plásticos corresponde a 53,20% do total importado, seguido por embalagens metálicas (18,30%) e vidro (15,62%). Em relação ao crescimento de importações por segmento, o setor de embalagens de papel/papelão/ cartão lidera com acréscimo de 50,80% no semestre, seguido por vidro (35,71%), plástico (20,30%) e madeira (9,92%). As embalagens metálicas tiveram um decréscimo de -3,03% no período. A indústria de plástico é a que mais emprega, totalizando,

em junho, 117.750 empregos formais, correspondendo a 52,63% do setor.

Desempenho

A polêmica das sacolas plásticas não deve alterar mais a trajetória da indústria de embalagem, que deve crescer 1,6% em 2012, pouco acima da alta de 1,5% de 2011. No ano passado, no entanto, houve uma queda de 2,67% na produção de plásticos - segmento que representa 38% da produção, movimentando R$ 16 bilhões. O recuo conjuntural, porém, não refreia a evolução do produto nos últimos 26 anos, quando os plásticos cresceram 9,47% em participação no total da produção enquanto papel teve queda de 8,27% e as embalagens metálicas, de 5,49%. “Papel e vidro provavelmente perderão espaço para embalagens plásticas, o que se explica por custo, comodidade e mudanças nos hábitos de consumo”, diz o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, que coordena o levantamento feito para a Associação Brasileira de Embalagens. GPS


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Embalagens

Embalagens flexíveis na balança Acompanhe os principais números da indústria de embalagens flexíveis e saiba como está o Brasil em produção e consumo per capita.

A

proximadamente 24% das embalagens flexíveis produzidas no Brasil vem da região sul. Os grandes campeões nas aplicações continuam sendo o PEBDL, seguido pelo PEBD. E o faturamento das flexíveis cresceu em 2011, cerca de 3,2% sobre os números registrados em 2010, quando foram processadas 1,790 milhão de toneladas de resinas. Além disso, a indústria de alimentos ainda é o principal cliente do setor com um consumo de 565 mil toneladas de resinas. Estes números fazem parte de um balanço que o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis, Alfredo Schmitt, fez para o Guia Plástico Sul. Guia Plástico Sul - Quais são os números gerais dos fabricantes de embalagens flexíveis em 2010 e até o momento de 2011? Alfredo Schmitt - Fechamos 2011 com um crescimento praticamente igual ao crescimento do PIB nacional. Ou seja, com uma alta em volume e em faturamento ao redor de 3,2% sobre os números registrados em 2010 quando o setor processou 1,790 milhão de toneladas de resinas e faturou quase R$ 11 bilhões (contra R$ 8,8 bilhões em 2009). Os números de 2010 representam um aumento de 18,8% na produção e de 0,8% no preço médio em relação a 2009. Sobre os tipos de resinas utilizados, uma pesquisa realizada pela Maxiquim, com exclusividade para a ABIEF, detectou que o PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) continua líder com 40% de participação, seguido por PEBD (polietileno de baixa densidade) com 24%. PP (polipropileno) e PEAD (polietileno de alta densidade) têm cada um, participação de 18%. Em 2010 as embalagens flexíveis foram responsáveis pelo consumo de 79% de todo o PEBD produzido no país, 89% de todo o PEBDL, 33% de todo PEAD e 22% de todo o PP. Em 2011 a participação ficou bem similar. Em relação à balança comercial, as análises da ABIEF mostram que o setor se manteve deficitário em 2011. Em valores, este déficit foi de US$ 335 milhões no período de Janeiro a Outubro, podendo chegar a US$ 400 milhões até o final do ano. As importações de transformados flexíveis nesse período (Janeiro a Outubro), em comparação ao mesmo período de 2010, aumentaram 17,5%. Já as exportações, em igual período, cresceram 11%. GPS - Quais são as oportunidades vividas pelo setor? Schmitt - Entendemos que o conhecimento dos novos hábitos do consumidor, a adoção de políticas sustentáveis e a produção de embalagens funcionais e específicas para produtos marca própria, por exemplo, poderão garantir o desenvolvimento saudável de nossas empresas. Sempre, é claro, oferecendo custos competitivos e compatíveis com a realidade do setor. GPS - Quais são os principais obstáculos na atualidade? Schmitt - A nova configuração da indústria petroquímica no Brasil e no

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mundo nos levou a vivenciar um novo cenário, mais desafiador, mas que precisa ser necessariamente desbravado, entendido e de onde possamos encontrar uma espiral positiva de ações e de crescimento. GPS - Como avalia o desempenho do plástico na indústria de embalagens? Schmitt - A indústria de embalagens como um todo tem acompanhado de perto as tendências de consumo, inclusive as internacionais, que direta ou indiretamente, influenciam o consumidor local. E o plástico particularmente é o material mais usado e que tem melhores condições de acompanhar estas necessidades. Mas precisamos considerar que no modelo econômico/ industrial atual as empresas de bens de consumo estão cada vez maiores, mais poderosas e exercem cada vez mais pressão sobre os preços das embalagens. Assim, soluções como a redução da espessura dos filmes e do peso das embalagens ríogidas, que vem sendo dada há alguns anos, são bem-vindas para garantir a competitividade das embalagens plásticas. GPS - Dentro do mercado de flexíveis, qual a participação da indústria alimentícia? Schmitt - Entre os países ABC (Argentina, Brasil e Chile), o Brasil continua sendo o maior mercado e sua produção per capita de embalagens plásticas flexíveis passou de 8,1 quilos/habitante em 2009 para 9,6 quilos/ habitante em 2010. A indústria de alimentos ainda é o principal cliente do setor com um consumo de 565 mil toneladas de resinas. Na seqüência vêm aplicações industriais com 370 mil toneladas, varejo com 354 mil, bebidas

120 mil, higiene pessoal e cosméticos 74 mil, pet food 60 mil e limpeza doméstica 40 mil. GPS - Como avalia o desempenho das flexíveis dentro da indústria alimentícia? Schmitt - A indústria desde sempre trabalha no sentido de garantir as propriedades barreira a estes produtos bem como produzir de acordo com as normas de segurança alimentar. Ou seja, as embalagens flexíveis atendem na plenitude as necessidades da indústria de alimentos. Também buscamos constantemente oferecer inovações como é o caso das embalagens stand-up pouch retortable, que possibilitam que o alimento seja cozido na própria embalagem. GPS - Quanto à Lei Nacional de Resíduos Sólidos: quais são os desafios e avanços do setor? Schmitt - Não se trata apenas de atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Acreditamos que todas as ações de nossa indústria devam ser embasadas em sistemas limpos de produção e em embalagens recicláveis/ reutilizáveis, além dos materiais de fonte renovável. Precisamos, mais do que nunca, estar atentos à relação de nossos produtos com o meio ambiente, respeitando as diretrizes da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Há muito a ABIEF defende o consumo responsável como a chave para a questão. Coletar produtos e embalagens, reciclá-los e transformá-los em produtos diferenciados já é possível e a indústria está pronta para desempenhar este papel junto à sociedade. GPS

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Brinquedos

Um ano sem muitas

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brincadeiras

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A

indústria de brinquedos é uma grande consumidora de plásticos. Seja através de algumas peças ou mesmo em produtos 100% confeccionados com o material, o fato é que atualmente cresce a fatia de participação dos plásticos nos brinquedos comercializados no Brasil. Tal resultado deve-se a melhor preparação das empresas produtoras de artigos infantis que a cada dia estão mais preparadas tecnologicamente para enfrentar os desafios do mercado globalizado. Um exemplo são os plastificantes não-ftalatos, conferem atoxidade e mais segurança ao brinquedo, ajudando a incrementar os números do setor plástico nesta indústria. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos apresentou números de fechamento de vendas ao varejo que indicam crescimento de 14% em relação ao Dia das Crianças do ano passado. Segundo o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, isso se deve a uma maior produção (8% em relação a 2010) e a retomada de mercado dos importados chineses (6% no período). As vendas neste período devem chegar a R$ 1,995 bilhão e representam 35% do faturamento anual, o mais forte do ano - seguido pelo Natal (30%). “Pelas projeções, o setor deve faturar em 2011 cerca de R$ 5,7 bilhões, uma alta torno dos 15% em relação a 2011, estima Synésio Batista da Costa. O setor de brinquedos é composto por 442 indústrias que empregam 28 mil trabalhadores. Se por um lado existe a previsão de crescimento no faturamento, por outro a indústria de brinquedos, principalmente os confeccionados com material plástico, amarga sérios entraves que impossibilitam uma maior competitividade do setor. E um dos principais sem dúvida nenhuma é a importação. Entre o aumento da comercialização através de contrabandistas, que já são detentores de mais de 10% do mercado, a pirataria sempre presente adquiriu novas formas e, atualmente age em todo o país e em todas as marcas de brinquedos, tanto nacionais quanto os de origem externa, oprimindo a indústria nacional. O presidente da Abrinq cita ainda a participação das tradings que operam de forma irregular, escondendo importadores e fazendo preços praticados tão baixos, que nenhum fabricante nacional pode compe-


tir, pois reduzem ao mínimo as bases de preços sobre os quais calculam todos os tributos da cadeia. “Registre-se que reconhecemos a existência de Tradings sérias, mas são poucas”, avalia Costa. Outro fator apontado pelo dirigente é o preço de transferência, criado no passado quando o Brasil importava semi- acabados, principalmente para o setor automobilístico, baseado na correta função de concluir a fabricação de produtos em território brasileiro, a partir da importação de uma parte do produto. “No brinquedo estão usando este mecanismo de forma irregular, desviando sua função e matrizes de multinacionais na China exportam para seus escritórios de importação no Brasil brinquedos ‘ACABADOS’ prontos para comercialização, por preços imbatíveis, e a base tributária fica tão reduzida que faz o brinquedo brasileiro ficar ridiculamente ‘CARO’ e perder competitividade”, desabafa. Aliados a estes fatores citados acima, estão as importações diretas pelas redes de comercialização, a substituição tributária do ICMS que acabou sendo transferida para os fabricantes de brinquedos e o crescimento do segmento denominado 1,99 que já ocupa uma fatia significativa do ambiente de brinquedos importados.

Fornecedores

Muitas vezes os obstáculos tornam-se grandes oportunidades de crescimento. A entrada de produtos infantis vindo de países como China, exige dos transformadores plásticos nacionais que atuam neste setor um empenho ainda maior para, se não conseguirem ganhar o consumidor no preço, conquistá-lo pela qualidade. Por isso inovações tecnológicas que propiciam entre outros benefícios, a segurança da criança, podem ser uma das saídas para aumentar a margem de vendas nas lojas de todo o país. Para possibilitar isso, o Brasil tem uma série de opções de matérias-primas oferecidas aos fabricantes de brinquedos de plásticos. Resinas, aditivos e masterbatches são fundamentais para conferir o diferencial do produto.

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Apesar de perspectivas otimistas para o fechamento de 2011, indústria de brinquedos enfrenta grandes desafios

Atualmente a principal exigência existente no mercado de brinquedos é com relação ao uso de não-ftalatos na fabricação de brinquedos destinados às crianças menores de três anos. Muitas empresas estão buscando padronizar a sua produção para as demais linhas, com o objetivo de melhorar a qualidade de seu produto, comunicando ao cliente a isenção de ftalatos em sua fórmula como um diferencial. A Eastman, por exemplo, produz o Eastman 168 há mais de 30 anos, sendo utilizado em diversas aplicações, tais como brinquedos, produtos em contato com alimentos, artigos médicos, dentre outros. Desde a proibição do uso de ftalatos em brinquedos para menores de 3 anos, empresas como a Eastman vem aumentando a participação através do desenvolvimento de produtos que subsituam estes plastificantes. Para a Gerente de Contas da Companhia, Kamila Adamatti, as empresas produtoras de brinquedo têm investido muito nos últimos anos, com o objetivo de aprimorar os seus produtos, trazendo para o mercado produtos inovadores e de grande qualidade. “Órgãos como a ABNT tem trabalhado na sua normalização, cujas últimas pautas tem sido em relação à segurança dos produtos”. De olho neste mercado, no dia 1° de setembro deste ano, a Eastman anunciou a aquisição da Scandiflex do Brasil, o que foi mais um passo dentro da estratégia de crescimento na América Latina, onde

a demanda por plastificantes não-ftalatos tem aumentado, incluindo o mercado de brinquedos. Quanto ao aumento das importações Kamila explica que depende do tipo de brinquedo. “Percebe-se que para os brinquedos sobre rodas, em geral, a entrada de produtos chineses existe, mas não tem afetado muito os clientes. Por outro lado, para empresas de bonecas, a concorrência asiática mostra-se cada vez mais presente e agressiva”. Na Basf, a matriz alemã iniciou, em 1997, pesquisas para desenvolver um plastificante isento de toxicidade. No Brasil, o Hexamoll® DINCH foi lançado em 2002, como alternativa inovadora da BASF para o mercado de plastificantes nacional. O Diretor do Negócio de Químicos Industriais da BASF para a América do Sul, Carlos Eggers, também responsabiliza a Portaria 369 do INMETRO no Brasil, que obriga o uso de plastificantes livres de ftalatos em brinquedos para crianças de 0 a 3 anos, como um impulsionador do consumo industrial de plastificantes sensíveis nessa indústria. “O Hexamoll® DINCH se aplica a brinquedos fabricados a partir de PVC como bonecas e figurinos, objetos infláveis e bolas, artigos para crianças e bebês”, explica o executivo. Eggers salienta que o produto fabricado pela empresa atende às novas demandas do mercado e garante um produto de PVC com maior segurança (toxicológica), proporcionando ao fabricante utilizar desta vantagem. GPS << 2011 / 2012 < Guia Plástico Sul < 55


Plast Mix

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