FOTOS: DIVULGAÇÃO/PNE
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Rua Cel. Fernando Machado, 21 CEP 90.010-321 - Centro Histórico Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@gmail.com Direção:
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Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844
"Crédito de cheque especial lembra muito a visita de parentes distantes. Eles chegam quase sem avisar para um único final de semana. Então, vão ficando, testando sua hospitalidade, invadindo sua privacidade e desafiando sua paciência."
(Tom Coelho)
Coordenação Editorial: Júlio Sortica Redação: Gilmar Bitencourt Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira, Lenise Mattar e Sandra Tesch Representante em Nova Iorque
Da Redação
(EUA): Rossana Sanchez
Por Melina Gonçalves >>>>
Pág. 04
Plast Vip NE Especial
Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual -
A reciclagem e a região Nordeste >>>> Pág. 10
Mercado 28
Representante em Caxias do Sul: Nédy Conde (54 9126.9937)
Nilo Augusto, do SEBRAE/PE >>>> Pág. 06
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(rogu13associated@yahoo.com)
Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil,
A Braskem e a nova petroquímica >>>> Pág. 20
Destaque
formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral.
Maria Tavares reeleita no Sindiplast/RN >>>> Pág. 24
Bloco de Notas Novidades variadas sobre o setor. >>>> Pág. 26
Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.
Giro NE Uma “blitz” pelos estados da Região. >>>> Pág. 28
Galeria Fotos da confraternização em Recife. >>>> Pág. 26
Filiada à
ANATEC PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS
ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas
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< Plástico Nordeste < 3
Da Redação
É preciso algo mais
“...é importante lembrar que, além de todos os benefícios conhecidos, a reciclagem ainda é uma grande propulsora de emprego.”
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ema principal da Revista Plástico Nordeste desta edição, a reciclagem também é pauta importante das empresas e instituições relacionadas ao setor plástico de uma forma geral. Infelizmente, o assunto está em segundo plano para o poder público que, conforme indicam nossas fontes, faz vistas grossas no que se refere ao apoio da reciclagem no Nordeste. Pensando no meio ambiente e no reaproveitamento de recursos já existentes, o Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Domésticos e Industriais no Estado do Ceará (Sindiverde), promoverá a Recicla Nordeste, em Fortaleza (CE), no mês de novembro. O assunto traz à Plástico Nordeste diversas opiniões de dirigentes e empresários, que pelo jeito estão fazendo sua parte e aguardando a lição de casa do governo federal. O presidente do Sindiverde, Marcos Albuquerque, na página 12 revela que a reciclagem não é identificada como atividade de preservação ambiental, portanto é penalizada com alta carga tributária e falta de linhas de crédito. Aí vem a pergunta: Reaproveitar produtos que iriam para o lixo, poluindo o ambiente e transformá-los em artigos prontos para serem utilizados novamente não é preservar o meioambiente? O que é reciclagem então? O presidente do Sinplast de Alagoas, Wander Lobo Araújo Silva, na página 14, diz que o cenário da reciclagem em seu estado é regular, “mas faltam incentivos do governo em nível municipal, estadual e federal para coleta seletiva, capacitação e desoneração de imposto’, explica. Segundo Wander, aproximadamente 12 empresas dedicam-se à reciclagem em Alagoas. Outra deficiência é falta de coletiva seletiva. Falando nisso, é importante lembrar que, além de todos os benefícios conhecidos, a reciclagem ainda é uma grande propulsora de emprego. Através da coleta seletiva cria-se trabalho e renda para uma camada da população que tem baixa qualificação e dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Portanto, com todos esses argumentos, o que falta para o empresariado e as entidades ganharem o apoio do poder público na batalha pela reciclagem? Alguns governos já fazem algum trabalho. A Prefeitura de Recife, por exemplo, auxilia a Associação dos Catadores de lixo da cidade, na parte administrativa e cedendo galpão. Mas é preciso algo mais. É necessária uma mobilização maior de todas as esferas para que o nordeste cresça nesse sentido e torne-se uma referência nacional. Nós queremos isso, e você? MELINA GONÇALVES / Editora melinagoncalves@conceitualpress.com.br
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PLAST VIP NE Nilo Simões
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arantir o bom desempenho de micro e pequenas empresas (MPEs) é uma das principais funções do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS). Em Pernambuco a entidade é liderada por Nilo Augusto Câmara Simões, advogado e agropecuarista baiano. Bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Recife, UFPE, em 1976, possui pós-graduação em Direito da Economia e da Empresa pela Fundação Getúlio Vargas, em 2001. Atualmente exerce a função de Diretor Executivo da Agropecuária Vale do Ipojuca S/A. Profissional respeitado nas áreas em que atua, possui participação na elaboração e consultoria de diversos projetos técnicos – econômico, agropecuários, agroindustriais desde 1978 e é consultor jurídico de diversos grupos econômicos. Ele é o entrevistado do mês pela Revista Plástico Nordeste. Plástico Nordeste - Qual a importância do Sebrae em Pernambuco para as empresas da região? Nilo Simões - O Sebrae tem, como uma de suas missões, o estímulo ao empreendedorismo e, especialmente para o ano de 2010, a entidade estabeleceu um audacioso programa de formalização de mais de 55 mil empresas. Quando o Sebrae pensa em formalização, pensa em dar às empresas o conhecimento do que é ser empresário para que ele possa iniciar o negócio, ou os que já iniciaram, melhorar a capacidade de gestão e, desta forma, adquirir capacidade de competitividade. Entendemos que por esta missão, o Sebrae se torna importante para as empresas da região. Plástico Nordeste - Qual foi a dotação orçamentária para 2009 e qual a previsão para 2010? Nilo Simões - Em 2009, o orçamento inicial era de aproximadamente R$ 56 milhões, mas houve incremento. A previsão orça-
mentária para 2010 é acima de R$ 62 milhões, constituída por contribuição social ordinária, oriunda do Sebrae Nacional, receitas de convênios e receitas próprias. Além destas receitas já asseguradas no Plano Plurianual, o Sebrae em Pernambuco aprovou um grande projeto inovador, na ordem de R$ 7 mi, que se somará a esse cenário, e há ainda, recursos adicionais para um projeto voltado para a Copa do Mundo de 2014 e outros projetos que serão elaborados durante o exercício de 2010, que assegurarão mais recursos. Plástico Nordeste - Qual a filosofia do Sebrae/PE sobre a capacitação profissional? Nilo Simões - O mundo está cada vez mais exigente no conhecimento e o Sebrae, dentro de suas missões, trabalha fortemente na capacitação empresarial e na capacitação profissional dos funcionários e dos credenciados que prestam serviço para a entidade. Plástico Nordeste - A atual gestão do Sebrae assumiu para dar continuidade aos projetos de apoio às micro e pequenas empresas. Explique como será? Nilo Simões - Entendemos que todos os bons projetos voltados para a micro e pequena empresa devem ser intensificados e aperfeiçoados permanentemente, independente de sua criação ter se dado em gestões anteriores. Exemplificando: no final da gestão passada foi concluído um trabalho denominado Cidade do Futuro, que esta gestão aproveitou inteiramente o conceito, introduzindo outros produtos, cuja cesta de serviços tem tido uma aceitação excepcional pelo público-alvo desse projeto (prefeituras municipais) com um contingente de adesão de mais de 120 municípios no Estado. Plástico Nordeste - O Sebrae/PE centrou seu foco na geração de emprego e renda . Esta proposta será mantida e ampliada? Nilo Simões - Indiscutivelmente, no momen-
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Sebrae/PE garante o desenvolvimento das MPEs
Simões promete atualizar estudos no setor plástico e dar mais atenção ao segmento
to em que o Sebrae estimula o empreendedorismo e a formalização de empresas, ele está proporcionando uma elevação no número de empregos e, consequentemente, proporcionando uma circulação de riquezas, elevando a renda local.
Plástico Nordeste - Havia um projeto para identificar as carências dos municípios? Já existe algum resultado? Nilo Simões - O Sebrae realizou jornadas em todos os municípios de Pernambuco. Destas jornadas foram elaborados os cenários econômicos de todos os municípios e construído o projeto Cidade do Futuro, cuja meta é dotar esses locais de uma infraestrutura atraente para o desenvolvimento, especialmente de micro e pequenas empresas, o que contribuirá no fortalecimento da economia de cada município, fixando, desta forma, o >>>> homem nas suas raízes.
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PLAST VIP NE Nilo Simões dutos e serviços para esses grandes empreendimentos que estão se instalando no estado, intensificando as parcerias, especialmente com as prefeituras municipais.
Capacitação para micro e pequenas empresas é um dos principais objetivos do Sebrae
Plástico Nordeste - A idéia inicial era fortalecer a atuação para buscar mais e intensificar as parcerias com os governos municipal e estadual. Isso foi conseguido? Nilo Simões - Sim. O Sebrae tem atuado na busca constante de bons parceiros que auxiliam na execução de projetos em todas as regiões do Estado. Sem essas parcerias seria impossível para o Sebrae realizar atividades tão diversificadas e tão distribuídas, geograficamente falando. A consolidação de boas parcerias nos permitiu ir em busca de mais recursos, conforme já comentado anteriormente, tanto neste ano de 2009 e especialmente para o ano de 2010. Plástico Nordeste - Ao assumir, o superintendente disse que o Sebrae em Pernambuco iria intensificar a capacitação e o treinamento, bem como fortalecer as parceiras junto às prefeituras municipais. Isso ocorreu? Nilo Simões - Pernambuco está atravessando um momento diferenciado com grandes projetos estruturadores, a exemplo da refinaria e do estaleiro. E o Sebrae tem trabalhado intensamente articulando e capacitando micro e pequenas empresas para que elas tenham condições de ser fornecedoras de pro-
Plástico Nordeste - A nova diretoria também tem como meta estimular o setor empresarial a investir dentro das vocações dos municípios, explorando as riquezas e contribuindo para o desenvolvimento econômico. Existe resultado concreto? Nilo Simões - Inúmeros resultados poderão ser mencionados. Antes, porém, é importante destacar a importância da capacitação e da orientação, principalmente sobre mercado, pois permitem a inserção das micro e pequenas empresas tanto no mercado nacional quanto no internacional. Como exemplo, temos os produtos agrícolas, especialmente a uva e a manga da região do São Francisco, os produtos do polo de confecções do Agreste de Pernambuco, os artesãos do estado, todos com comercialização consolidada para outros estados como também para outros países. Plástico Nordeste - Outro projeto era o de atrair empresas com alta credibilidade nacional. Como está esse processo?
Nilo Simões - As parcerias firmadas pelo Sebrae com empresas de grande porte, como Alcoa, Philips, Gerdau, Copergás, Estaleiro Atlântico Sul e Refinaria Abreu e Lima, e com missões estrangeiras, permitem a inclusão das MPE por estas empresas como fornecedoras de bens e serviços, visto que todas as exigências de controle de qualidade e de certificação são plenamente atendidas, elevando a capacidade de competitividade destas MPE. Plástico Nordeste - No caso específico do setor plástico-petroquímico, o que foi ou está sendo feito em favor do segmento e o que poderia ser melhorado? Nilo Simões - O segmento plástico-petroquímico, com a instalação da Refinaria e do polo de poliéster, vai significar uma grande oportunidade de negócios para as micro e pequenas empresas, sabendo-se, inclusive, que a indústria de material plástico tem uma articulação importante com a cadeia produtiva de reciclados, que reutiliza e reaproveita resíduos. O Sebrae, com certeza, vai atualizar os estudos deste cenário e contribuir na informação destas oportunidades e na capacitação das MPE, possibilitando a sua integração a estes projetos estruturadores. PNE
O Sebrae em Pernambuco contribui para o desenvolvimento das MPEs Desde sua criação, em 1968,a instituição leva a ação empreendedora para municípios do Estado com palestras, jornadas, cursos e orientação empresarial. Trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática para que as pequenas empresas possam alcançar uma evolução sustentável e contribuir com o desenvolvimento do Estado é o principal papel do Sebrae em Pernambuco. Além de criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos pequenos negócios, estão entre os objetivos estratégicos do Sebrae a redução da informalidade e da mortalidade das micro e pequenas empresas; o incremento da participação das micro e pequenas empresas, MPE, nos mercados interno e externo; a promoção do acesso às tecnologias necessárias ao desenvolvimento das mesmas; o incentivo ao empreendedorismo; a viabilização do acesso às linhas de crédito; a implantação do sistema de gestão do conhecimento; a criação e o aprimoramento dos mecanismos de apoio à comercialização de produtos. A eleição de regiões prioritárias no Estado acompanha a visão estratégica das suas ações que estão alinhadas com o desenvolvimento de Pernambuco. Para isso, variados setores potencialmente viáveis estão representados na Zona da Mata, na Chapada do Araripe, no Sertão pernambucano e nas áreas de abrangência das unidades do Sebrae em Pernambuco. Nesse eixo de integração, as ações se desenvolvem com a adoção de setores prioritários e o trabalho realizado em parceria com entidades públicas e privadas, como Senai, Senac, Sesc, Sesi, Senar, entre outros. Sede Sebrae: Rua Tabaiares, nº 360 – Ilha do Retiro – Recife/PE Contatos: 0800 570 0800 (seg. a sex, das 8h às 20h)/www.sebrae.com.br/uf/pernambuco
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ESPECIAL Reciclagem
Nordeste evolui e terรก sua feira em 2010 10 > > Plรกstico Nordeste > Janeiro/Fevereiro de 2010 >>>>
O plástico ganha destaque na primeira feira de reciclagem que vai mobilizar a região: a Recicla Nordeste 2010, de 10 a 12 de novembro, em Fortaleza (CE) com promoção do Sindiverde, realização da Ikone Eventos e apoio da revista Plástico Nordeste.
A
reciclagem de plásticos é um segmento que ganha importância no mercado, tanto pelo conceito de gerador de receita (veja alguns dados da Plastivida nesta edição), como também pelo aspecto de preservação ambiental. Sensível a esse momento, o Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Domésticos e Industriais no Estado do Ceará (Sindiverde), percebeu que é importante desenvolver essa consciência no Nordeste. Assim, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI) e com a promoção>>>> Em 2.000 m² de área, evento terá fabricantes de máquinas e matériasprimas para reciclagem
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ESPECIAL Reciclagem da Ikone Eventos, decidiu realizar a Recicla Nordeste 2010, de 10 a 12 de novembro, em Fortaleza, capital do Ceará. Marcos Augusto Albuquerque, presidente do Sindiverde e Jurandir Picanço, diretor do INDI/FIEC, destacam que a Recicla Nordeste 2010 “é uma feira que apresentará o que há de mais moderno em máquinas, equipamentos, matérias-primas e produtos para a indústria da reciclagem, com a proposta de promover a modernização das indústrias que integram este segmento, reunindo todos os atores da cadeia produtiva da reciclagem do plástico, ferro, vidro, eletro-eletrônico, madeira, água, dentre outros”, garantem. A Feira ocorrerá no Centro de Convenções do Ceará, no período de 10 a 12 de novembro de 2010, ocupará três pavilhões e disponibilizará ao mercado cerca de 2.000 m² de área destinados a participação de fabricantes de máquinas, periféricos e matérias-primas. Também fazem parte do processo empresas prestadoras de serviços e produtos para indústrias de reciclagem e transformação.
Segundo os promotores, o setor de reciclagem possui grande potencial de expansão para as empresas que já atuam no mercado, bem como para criação de novas micro e pequenas empresas com foco na ge-
ração de negócios, emprego e renda. Ressaltam que o segmento precisa ser trabalhado e estimulado constantemente a crescer e a receber novos investimentos para seu incremento e desenvolvimento. “Isso justifica a realização de eventos como a Recicla Nordeste 2010 que movimentará a cadeia produtiva, apresentando lançamentos e novas tecnologias, profissionalizando o setor e, principalmente promovendo a consciência ecológica e a responsabilidade sócio-ambiental”, diz Picanço. A grande meta é reunir os atores da cadeia produtiva, promover a realização de negócios e o desenvolvimento do setor de reciclagem no Nordeste, contribuindo em conseqüência desta ação, com melhorias para o meio ambiente. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail coordenacao2@ikone.com.br ou fone (85) 3261-1111, com Magda Lima, da Coordenação de Eventos da Ikone. Veja mais no site www.reciclanordeste.com.br.
Pesquisa da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos aponta que a reciclagem de plásticos no Brasil deu um importante salto nos últimos anos. Desenvolvida com base em 2007, de acordo com metodologia do IBGE, a pesquisa mostra que, em cinco anos, a atividade no País tem crescido a uma taxa de 13,7% ao ano. Se em 2003 eram recicladas 702.997 toneladas de
plásticos, em 2007, esse montante passou para 962.566 toneladas. As 780 empresas recicladoras no Brasil faturaram R$ 1,8 bilhão e geraram 20 mil postos de trabalhos diretos em 2007. Destas 780, a região Sudeste concentra a maior parte, ou seja, 464 empresas, que representam 59,5% do total. Na seqüência, a região Sul se apresenta com 204 empresas (26,2%). 69 empresas encontram-se no Nordeste (8,8%), o Centro-Oeste conta com 33 empresas (4,2%) e a região Norte do País com 10, que equivalem a 1,3% do total. (Confira mais informações na próxima edição)
Plastivida e DOW Uma parceria exemplar foi feita entre a Plastivida e a Dow, através do lançamento de um folder específico sobre sustentabilidade. Seus principais pontos referemse aos esclarecimentos sobre as embalagens plásticas, ao mesmo tempo em que propõem uma reflexão capaz de guiar a indústria para o futuro. O folder foi preparado com a intenção de contribuir para este debate. Ali estão reunidos alguns “Mitos e Fatos” sobre o impacto do plástico e das embalagens sobre o meio ambiente. A Plastivida se sente muito honrada em participar de iniciativas como essa, informa a diretoria, que se coloca à inteira disposição de todos os seus associados para que adotem atitude semelhante.
Linha Direta Marcos Albuquerque, presidente do SINDIVERDE/CE
Em busca de capacitação e competitividade Plástico Nordeste - Como está o nível do processo de reciclagem de plásticos e borracha no seu Estado: bom, regular, fraco. Por quê? Marcos Albuquerque – Regular. Os recicladores do Estado do Ceará enfrentam algumas dificuldades devido à insensibilidade do Poder Público. A reciclagem não é identificada como atividade de preservação ambiental, portanto é penalizada com alta carga de impostos e falta de linha de crédito. Outro fator importante e fundamental para o crescimento do setor é a falta de matéria prima (resíduo sólido). Por não existir em
nosso Estado uma coleta seletiva, os recicladores só aproveitam 35% dos resíduos sólidos domésticos, o restante, 65% é desperdiçado nos aterros sanitários. Plástico Nordeste - Como surgiu a idéia de realizar a Recicla Nordeste? Marcos Albuquerque – No Estado do Ceará temos 240 micro recicladores. O Sindiverde sensibilizado com a situação, e seguindo exemplo de Estados mais desenvolvidos, idealizou a RECICLA NORDESTE que oferecerá oportunidades de capacitação de pessoal e melhoria das máquinas e equipa-
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mentos dessas empresas, para que possam melhorar a participação neste mercado competitivo Plástico Nordeste - Qual é o principal objetivo do evento? Marcos Albuquerque – Modernização das empresas de reciclagem e preparação para atuação no mercado globalizado.
Plástico Nordeste - Como em sido a receptividade no Ceará e nos demais estado nordestinos? Marcos Albuquerque – O Ceará está sendo o >>>>
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primeiro Estado nordestino a realizar uma feira de reciclagem com fórum de debates sobre preservação ambiental. A aceitação no Ceará e demais Estados da Região Nordeste tem sido ótima. Esperamos reunir recicladores de plástico, papel, papelão, vidro, metais, pneus e eletrônicos. Plástico Nordeste - É possível saber quantas empresas se dedicam à essa atividade no Estado? Marcos Albuquerque –Sim. São 240 micro e 48 médias e grandes empresas. Plástico Nordeste - Existe coleta seletiva em algumas cidades do Estado? Marcos Albuquerque – Não. Os Órgãos Públicos estão direcionando seus recursos para construção de aterros sanitários sem consórcio de empresas recicladoras. Plástico Nordeste - Quais são as principais carências (ou necessidades) desse setor? Marcos Albuquerque –Matéria-prima, isenção de impostos e financiamentos com parte subsidiada. Plástico Nordeste - Como tem sido a atuação dos órgãos públicos em termos de apoio, treinamento ou investimentos? Marcos Albuquerque –Não temos apoio ne-
nhum. Temos acompanhado pelos meios de comunicação que o Governo ajuda a classe de catadores e cooperativas, mas o reciclador que gera emprego e renda, paga impostos e preserva o meio ambiente, não recebe nenhum tipo de benefício. Plástico Nordeste - Recentemente o Instituto Sócio-Ambiental Plastivida fez palestras em vários estados nordestinos. Passou pelo seu Estado? Quais foram os ensinamentos? Marcos Albuquerque – Temos inclusive grande admiração pelo Instituto e o reconhecemos como um dos poucos órgãos sérios que atuam a favor do reciclador e da preservação ambiental. Ainda não passou no nosso Ceará, mas já os convidamos para a Recicla Nordeste. Plástico Nordeste - Como o sindicato avalia a realização da feira Recicla Nordeste? Alguma empresa associada vai participar ou algum membro da diretoria? Marcos Albuquerque –A Recicla Nordeste é uma realização do SINDIVERDE com apoio da FIEC. Vários de nossos associados já adquiriram seus estandes e toda sua diretoria está trabalhando no evento. Plástico Nordeste - Algo mais que deseje acrescentar?
Entidades de classe apóiam o evento Vários sindicatos do setor plástico consultados manifestaram-se sobre a Recicla Nordeste. Maria da Conceição Rebouças Duarte Tavares, presiden te reeleita do Sindiplast/RN, do Rio Grande do Norte, avalia o segmento no seu Estado e elogia a iniciativa. “O processo de reciclagem de plástico no Estado do Rio Grande do Norte tem evoluído constantemente, em um ritmo que podemos considerar como bom”, disse. Maria da Conceição, que também é vicepresidente da Federação das Indústrias do RN (FIERN), faz parte do conselho do CORES
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ESPECIAL Reciclagem
– Comissão Temática de Responsabilidade Social. “Nosso sindicato possui parceria com o SESI e SENAI, colocando-se à disposição dos associados cursos de capacitação industrial”, revela. Para Wander Lobo Araújo Silva, presidente do Sinplast/ Alagoas, o cenário da reciclagem em seu estado é regular, “mas faltam incentivos do governo em nível municipal, estadual e federal para coleta seletiva, capacitação e desoneração de imposto’, explica. Segundo Wander, aproximadamente 12 empresas dedicam-se à reciclagem em Alagoas. Uma
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Albuquerque: sem apoio do poder público, entidades privadas lutam pela reciclagem
Marcos Albuquerque –Temos absoluta certeza que esta Feira será um grande evento para o Ceará e o Nordeste, trazendo tecnologias novas, equipamentos de última geração e abrindo o mercado nordestino para o resto do Brasil e do Exterior.
deficiência é falta de coletiva seletiva. Entre as outras carências o dirigente lembra que o material selecionado só pode ter aproveitamento com a capacitação dos catadores e incentivos. “Coleta seletiva e criação de cooperativas”, sugere. Ele também comenta que não há nenhum apoio do poder público. Wander Lobo ressalta que o Instituto Plastivida esteve em Alagoas recentemente “em parceria com o Sinplast e o Sebrae para se fazer uma agenda de trabalho.” O sindicato considera a realização da Recicla Nordeste uma boa iniciativa. Enquanto isso, Fernando Zarzar Pinheiro, diretor da Linerplásticos (PE) e associado do Simpepe, comenta que o nível do processo de reciclagem de plásticos e borracha em Pernambuco é fraco, “pela falta de políticas eficientes que promovam a coleta seletiva nas cidades e principalmente na região metropolitana, os aterros sanitários não dispõe de estrutura de separação do lixo e to->>>>
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dos os insumos possíveis de serem reciclados são absurdamente enterrados para passarem séculos sem utilidade e ocupando espaço. O empresário ressalta que a política de pagamento dos aterros por quantidade enterrada torna esta prática, absurda, bastante lucrativa. “E as empresas que atuam neste seguimento ainda sofrem diversas perseguições e não são incentivadas pela políticas governamentais”, completa. Fernando Pinheiro informa que o seu sindicato apóia o evento e que várias empresas associadas vão estar na feira em Fortaleza. Obs: na próxima edição apresentaremos mais comentários de empresários.
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ESPECIAL Reciclagem
Setor une-se pelo meio ambiente e faz sua parte para o futuro do planeta
Máquinas: mercado potencial e novidades Atenta aos movimentos do mercado, a Seibt Máquinas para Plásticos Ltda, de Nova Petrópolis (RS), pretende participar das duas feiras no Nordeste, a Embala e a Recicla Nordeste, segundo Adão Braga, Pinto do Departamento Comercial. “Temos muito interesse na região, por se mostrar extremamente promissora no segmento de reciclagem de plásticos. Com esta evolução da cadeia de reciclagem têm se buscado soluções mais completas que gerem produtos finais de melhor qualidade e consequentemente, maior valor agregado”, ressalta. E acrescenta: “Com a experiência de 35 anos, pretendemos nos tornar importantes aliados, proporcionando resultados crescentes para as empresas de transformação e reciclagem pós-uso da Região Nordeste”. Ele ressalta que o mercado nordestino do plástico avançou muito em um espaço de tempo muito pequeno.“ “E isto representa que existe uma grande determinação para que a região continue sendo destaque e atraia cada vez mais investimentos”, finaliza.
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Kie é aliada Com sede em Louveira (SP), a Kie Máquinas, certamente será uma grande aliada para o desenvolvimento do setor de reciclagem de plásticos no Nordeste. Fundada em 1987, a Kie tornou-se especialista na fabricação de equipamentos e linhas para reciclagem de plásticos. Utilizando-se de tecnologia própria, atenta às necessidades dos clientes e com 20 anos de existência, a empresa já comercializou centenas de equipamentos para todos os estados brasileiros e vários países da América Latina. A Kie fabrica linhas para Reciclagem de PET, PE, PP, PS, nylon ou qualquer outro tipo de termoplástico, com produções a partir de 50 toneladas mensais. O catálogo oferece moinhos, pré-lavadoras, lavadoras e secadoras, tanques, aglutinadores, extrusoras, esteiras, tanques de decantação e outros equipamentos.
LGMT evolui Tradicional fabricante de máquinas, equipamentos e acessórios para a indústria de transformação de termoplásticos em geral, a LGMT acompanha as mudanças mercadológicas utilizando-se de seus 46 anos de experiências no setor mecânico aplicando-as diretamente no segmento e oferece máquinas e acessórios para o segmento de reciclagem. A empresa prepara o lançamento da linha de reciclagem de filme com dupla degasagem pelo sistema “Cascata”, que será oficialmente apresentada durante a 7ª edição da Semana Internacional de Embalagem/Brasilpack, em São Paulo, em março. Segundo o Diretor Comercial da LGMT, Luciano Miotto, esta linha está equipada com transporte de aparas para o silo, silo de armazenagem com rosca dosadora, funil de alimentação forçada, extrusora principal com LD 36 e degasagem, troca tela hidráulico, “cascata”, extrusora secundária e troca tela hidráulico final, sistema de corte úmido na cabeça, silo de recepção e balança automática para pesagem e acondicionamento dos grânulos. PNE
criação de emprego e renda para a população e a coleta seletiva aparece como oportunidade, principalmente para a camada da população que tem baixa qualificação e, portanto, dificuldade de inserção no mercado tradicional de trabalho”. O Cempre já apoiou no Brasil mais de 450 cooperativas de catadores, que somam cerca de 25 mil cooperados. Atualmente, a ONG apoia de forma direta 50 cooperativas com capacitação e doação de máquinas e equipamentos. O modelo de reciclagem do Cempre foi o tema do segundo encontro da Aliança Global para Reciclagem e Desenvolvimento Sustentável (Garsd, na sigla em inglês), em novembro de 2009, na Tailândia. A próxima reunião do Garsd está prevista para 2011, na Colômbia.
Catadores: o conceito do Brasil e a experiência em Recife
A
evolução do processo de reciclagem surpreende a cada dia e o modelo brasileiro para a formação de cooperativas de catadores de lixo e seleção de materiais recicláveis ultrapassou as fronteiras do Brasil. Além de ser adotado por países da América Latina, ele já chegou à Ásia e ao Leste Europeu, passando a ser uma referência internacional. Criado pela organização Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), fundada em 1992, o projeto já chegou à Tailândia, na Ásia. Neste ano, outros dois países asiáticos – Filipinas e Indonésia – devem adotá-lo., enquanto a Índia estuda a possibilidade fazer o mesmo, aproveitando a sua rede de organizações de catadores. Na América Latina, onde já foi implantado pela Colômbia, o projeto deve começar
a ser desenvolvido pelo Peru. No Leste Europeu, a Rússia adota o sistema brasileiro. Na Ásia, a China já o vem usando. O diretor executivo do Cempre Brasil, André Vilhena, disse que o modelo se ajusta bem a países em desenvolvimento, no quais há a necessidade de criação de postos de trabalho para uma parte da população que tem dificuldade de se empregar. Nesse caso, a coleta seletiva aparece como uma oportunidade, afirmou.
Vilhena destacou que o modelo de reciclagem do Cempre passou a ser referência internacional, por se tratar de um projeto que dá enorme contribuição à inclusão social. “Por isso, os países em desenvolvimento têm se inspirado nesse sistema, porque, em geral, têm desigualdade social em grande escala. Há necessidade urgente de
A cooperativa em Recife
A cada ano surgem novas organizações de catadores de lixo reciclável e as coope->>>>
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Em Recife, prefeitura apóia ação, o que é uma realidade pouco vista em outras cidades
rativas têm dado bons resultados, criando alternativas de geração de renda e ajudando na preservação ambiental. Edoaldo Francisco de Souza, o Edson, 55 anos, é o presidente da Associação dos Catadores de Lixo do Recife. Procurado pela reportagem da Plástico Nordeste, revelou alguns fatos interessantes sobre essa atividade, fundamental para a reciclagem. “Por 11 anos estive ligado ao Núcleo de Triagem da Prefeitura do Recife, até outubro de 2008, quando foi criada a Associação”. Edson informa que hoje são 14 associados, mas já foram 36 e até 42. “Agora esse número deve aumentar com o fechamento do Aterro Muribeca e os catadores estão sendo treinados’. Segundo o presidente da associação, o volume de plástico coletado fica entre 1.300/1400 kg de um total de 14 mil a 16 mil incluindo todos os materiais. Ele pensa que o relacionamento com os recicladores deveria melhorar – as fábricas de reciclagem de PET ficam em Gravatá e Pontezinha. “Hou-
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ESPECIAL Reciclagem
ve uma grande redução no preço, até março era 1,60 reais o quilo e caiu para 1,00. Estamos debatendo esse assunto e esperamos que melhore’, diz. De bom existe o apoio da Prefeitura do Recife na parte administrativa e cedência do local, da IncubaCap, da CPRh, assim como
algumas ONGs, entre elas a ‘Retome Sua Vida’, e empresas privadas, que fornecem uniforme e material para manusear o lixo. Edson apóia eventos como o RECICLA NORDESTE 2010, e se for convidado vai participar e diz que sempre é importante ouvir palestras que aumentem o conhecimento.
Programa do INP e da Plastivida quer conscientizar empresário A reciclagem e o consumo consciente de produtos plásticos são temas que já se propagaram por todo o Brasil. O Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, criado pelo Instituto Nacional do Plástico (INP), pela Plastivida Instituto Socioambiental do Plástico e pela Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) pretende conscientizar as empresas a reduzirem o número de sacolas plásticas apostando na qualidade da embalagem. O argumento é inquestionável: se elas forem mais resistentes, evitam o uso de mais de uma unidade para transportar uma garrafa de refrigerante, por exemplo. Supermercados nas cidades de São Paulo, Salvador,
Brasília, Porto Alegre e Goiânia já aderiram e este ano mais seis cidades aderirão ao programa, muitas delas no Nordeste. Segundo Paulo Dacolina, diretor superintendente do INP, já houve 16% de redução de consumo das sacolas plásticas.
O plástico reciclado cada vez mais comprova sua utilidade. Mais de 4 mil garrafas de plástico agora servem como base para os uniformes dos 1.700 funcionários da ID Logistics no Brasil. A empresa francesa de logística adotou a reciclagem de materiais como um de seus pilares de sustentabilidade do negócio. O tecido é composto por 50% de algodão e 50% de resina plástica. Segundo a Associação Bra-
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sileira da Indústria do PET (Abipet), o país consome anualmente cerca de 500 mil garrafas plásticas, das quais mais da metade já segue para reciclagem. Segundo Nicolas Derouin, diretor geral da ID Logistics no Brasil, a atitude ambientalmente responsável ainda pode sair de graça para a empresa. “Reciclamos os materiais das nossas operações e geramos R$ 200 mil de receita por ano para financiar projetos como esse. É uma contribuição importante, porque a sustentabilidade se baseia em três fundamentos: o meio ambiente, as pessoas e o financeiro. Isso acaba com o mito de que ser ecologicamente correto custa caro. Todos podem fazer o mesmo e já!”, acredita. PNE
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Mercado
Por Júlio Sortica e Melina Gonçalves
Braskem adquire Quattor em uma operação aguardada há meses pelo setor plástico e petroquímico, e se prepara para a expansão internacional. Confira como se desenvolveu o processo, quais os desafios futuros, os reflexos para o Nordeste e acompanhe a visão do transformador sobre esse acontecimento que marca uma nova ordem no cenário da petroquímica nacional e do planeta.
O
ano de 2009 terminou reticente, mas o início de 2010 consolidou o que se formava há algum tempo no setor petroquímico. Em janeiro deste ano a Braskem, empresa do Grupo Odebrecht, deu um salto decisivo para tornar-se competitiva no mercado internacional e comprou a Quattor Petroquímica. A Braskem, que agora é líder nas Américas em produção de resinas e pretende em alguns anos estar em 5º lugar no ranking mundial, anunciou a conclusão das negociações para a aquisição da empresa, por meio de um Acordo de Investimento celebrado entre Odebrecht, Petrobras, Braskem e Unipar. O Acordo permitirá à Petrobras consolidar seus principais ativos petroquímicos na Braskem, que se manterá como empresa privada de capital aberto e ampliará sua capacidade de competir globalmente. A consolidação dos ativos posiciona a
Braskem como a maior empresa petroquímica das Américas em capacidade de resinas termoplásticas (PE, PP e PVC), colocando-a em um novo patamar de escala e eficiência para fazer frente aos desafios do mercado internacional. Listada em 3 bolsas (BM&FBovespa, NYSE e Latibex), a empresa passa a ter faturamento anual de R$ 26 bilhões. Com integração entre 1ª e 2ª geração petroquímica, suas 26 plantas, localizadas em cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas), terão capacidade para processar 5,5 milhões de toneladas/ ano de resinas. “A consoli dação da primeira e segunda gerações petroquímicas, que são intensivas em capital, cria condições para que a indústria brasileira seja protagonista naquele que é um dos setores globais mais desafiadores e competitivos, o mercado de resinas termoplásticas. Além disso, viabiliza os investimentos necessários para acompanhar o crescimento da economia nacional”, afirma Bernardo Gradin, Presidente da Braskem. “A criação de uma empresa com porte e vocação globais está em linha com a crescente inserção do Brasil no mercado internacional”, acrescenta. A operação está avaliada em R$ 700 milhões, incluindo os valores relativos à aquisição das empresas Polibutenos e Unipar Comercial pela Braskem, que também assumirá compromissos da Unipar junto ao BNDESPar. Adicionalmente, um Acordo de Associação celebrado entre Petrobras, Odebrecht e Braskem confere à Braskem o direito de preferência em participar como sócia dos projetos do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro - Comperj - e do Complexo Petroquímico de Suape, em Pernambuco. Tais projetos, já em execução, vão aumentar de forma expressiva a oferta de petroquímicos básicos no país, bem como a de resinas. Dentre as etapas da operação estão previstas: (1) a criação de uma holding, na
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DIVULGAÇÃO/PNE
Braskem: a nova ordem no Brasil e no mundo
Gradin continua na liderança da Braskem nesse novo capítulo da petroquímica nacional
qual Odebrecht e Petrobras aportam suas ações e realizam capitalização de R$ 3,5 bilhões; (2) segue-se um aumento de capital na Braskem em um valor entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões por parte das atuais acionistas de Braskem, sendo que Odebrecht e Petrobras participariam, através da Holding criada, com os R$ 3,5 bilhões nela aportados na etapa (1); (3) aquisição pela Braskem das ações da Quattor detidas pela Unipar e de outras participações da Unipar; (4) a incorporação pela Braskem das ações da Quattor detidas pela Petrobras. O aumento de capital reforçará a estrutura da empresa permitindo maior flexibilidade financeira para continuar seu programa de investimento e de internacionalização. Segundo o presidente da Braskem, com a integração de plantas modernas e competitivas, complementação e diversificação ge-
ográfica (unidades em cinco Estados) e de matérias-primas (nafta, etano, propano, HLR, propeno de refinaria e etanol), a Braskem terá ganhos de escala, maior flexibilidade e eficiência operacional. O Acordo de Investimento será remetido à apreciação do CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, com o oferecimento voluntário de um Acordo para a Reversibilidade da Operação - APRO.Gradin afirma que a Braskem dará continuidade ao seu projeto de internacionalização, combinando vocação para o crescimento com capacidade para investir e competir globalmente. “Teremos um impacto positivo na relação de proximidade com nossos Clientes por meio de uma integração maior na cadeia produtiva, do acesso a serviços de alto valor agregado, a tecnologias inovadoras e investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento”.
Novos desafios em escala mundial A Nova Braskem agora é líder nas Américas em produção de resinas com a incorporação da Quattor. Com isso, surge o desafio de viabilizar projetos de crescimento, no
Brasil e exterior, estimados em US$ 13 bilhões no horizonte de sete anos. O vice-presidente de finanças da Braskem, Carlos Fadigas, disse que o BNDES se ofereceu, para participar da próxima aquisição da companhia, nos Estados Unidos. Entre o final de janeiro e o começo de fevereiro, a Braskem comprou a americana Sunoco Chemicals. No anúncio o presidente da companhia, Bernardo Gradin, informou que os planos de internacionalização do grupo incluem mais uma empresa nos EUA. A Braskem agora tem pressa de se posicionar nesse grande mercado, cujo consumo de plásticos é cinco vezes o do Brasil foi de 24 milhões de toneladas em 2008. A entrada nesse país é considerada estratégica para o grupo, que almeja ser o quinto produtor mundial em alguns anos. Conforme informações do Jornal Valor Econômico, a Braskem reiterou várias vezes que vem analisando vários ativos há um ano, desde pequenos e médios até um de grande porte. Este último é uma compra mais complexa e de maior demanda de capital, pois seria integrado com uma central de matérias-primas. Na nova Braskem, além de Gradin, a Odebrecht, que terá 50,19% do capital vo-
tante e de 34% a 38% do capital total, garantiu a indicação também do diretor financeiro. A Petrobras indicará o diretor de investimentos e portfólio. Mesmo assim, a estatal apresentará uma lista tríplice de nomes, da qual Gradin escolherá um para ocupar essa diretoria. Os quatro demais diretores serão escolhidos pelo presidente, sob o consenso dos dois acionistas. Buscou-se garantir uma gestão profissional à empresa, bem como uma cara privada. As decisões, tanto na holding BRK que abriga as ações de Braskem pertencentes aos dois sócios, quanto na nova companhia, serão definidas por consenso entre eles. A Odebrecht ficou com 53,8% da BRK e a estatal com 46,2%. “A Petrobras deixou de ser minoritário relevante para ser acionista atuante”, disse seu presidente, José Sérgio Gabrielli. A aliança entre o grupo construtor baiano e a estatal criou a gigante petroquímica brasileira, dona de 100% da fabricação de resinas no país, com receita bruta de R$ 25,8 bilhões e resultado operacional (lajida) de R$ 2,9 bilhões, em base anual, até 30 de setembro. Opera 26 unidades industriais de primeira e segunda geração.
O que pensam dirigentes e empresários Cenário preocupante Luiz Oliveira, presidente do Sindiplasba (Sindicato das Indústrias de Material Plástico da Bahia e diretor-presidente da Plásticos Novel do Nordeste S/A, da Bahia mostra preocupação: “O cenario configurado pelo monopólio de polietilenos é preocupante para os transformadores pequenos e médios, ou seja aqueles que consomem até 100 toneladas. Acima deste volume podem recorrer a importação, porém questões de logísticas e de capital de giro pode neutralizar esta tranqüilidade mesmo para grandes transformadores. A solução é simples: repassar para os preços os aumentos de matéria-prima. A questão passa a ser então governamental, visto contribuir para efeitos inflacionários. Não existe vantagens, espera-se no mínimo que a Braskem tenha visão de que precisa de seus clientes e não pode aniquilar os mesmos.
Existe, porém o mercado externo que pode neutralizar efeitos de cartéis internos.”
Tendência mundial Wander Lobo Araújo Silva, presidente do Sinplast/AL (Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Alagoas), destaca uma situação normal, mas espera benefícios: “Acho que é uma tendência mundial as empresas petroquímicas se associarem com outras para se tornarem mais competitivas. Espero que só tenha vantagens, pois vamos ter uma petroquímica mais forte, reduzindo seu custo e conseqüentemente o preço, ficando no mesmo patamar do mercado internacional. Acho que não haverá monopólio ou cartelização, pois o mercado internacional é quem dita o preço. Se ficar muito mais caro no Brasil, importamos.”
Expectativas animadoras Fernando Zarzar Pinheiro, diretor da
Linerplástiocos, de Pernambuco, avalia com mais otimismo a mudança: “Vemos com grandes expectativas positivas que esta nova empresa fortificada pelos ganhos de escala se fortaleça e possa acompanhar o crescimento do Brasil e da região Nordeste, em especial de Pernambuco, que almeja e trabalha para crescer bastante nestes próximos anos. É também uma oportunidade para que se corrijam problemas históricos de falta de critérios e indefinições nas políticas comerciais no mercado de resinas, um insumo que é commoditie mundial e que tem um importância enorme em quase toda cadeia produtiva. Entre as vantagens vejo a maior padronização das políticas comerciais no mercado de resina evitando o canibalismo. Temos também uma forte expectativa que com esta fusão das empresas e com o aumento da participação da Petrobras, a Braskem se consolide como uma das maiores petroquímicas do mundo, e assuma políticas que>>>>
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Mercado Wander Lobo Silva acredita nos bons ventos que trará a consolidação da Braskem
promovam maior poder de competitividade e também com a redução de custos alcançada com a escala maior, reduza na ponta os preços finais. Desvantagens: a livre concorrência sempre trás um dinamismo maior as empresas, elas precisam sempre evoluir pois tem o concorrente para vencer, com esta concentração atual no mercado ficamos sob o risco de uma acomodação no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. Cartelização? Com a maior participação da Petrobrás ficamos sob um grande risco de que as políticas de preços praticadas por esta empresa venham a prejudicar o mercado, pois os aumentos neste segmento da petroquímica demoram mais tempo para chegar no consumidor final do que quando praticados sobre os com-
bustíveis, e isto já vem ocorrendo a algum tempo e a tendência é piorar”.
Criação de agenda positiva Alfredo Schmitt, empresário e presi-
dente da ABIEF, faz a seguinte avaliação sobre a nova ordem no setor petroquímicoplástico: “A ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) diante da agora anunciada fusão da Braskem com a Quattor entende a tendência mundial de diversos setores em direção à consolidação de empresas, visando o ganho de escala mundial. Entretanto, é preciso entender também que o maior patrimônio deste setor, seja da 2ª ou de 3ª geração, é o seu mercado interno e o seu fortalecimento. Por isto a ABIEF propõe a criação de uma agenda positiva imediata que assegure que os ganhos de escala oriundos desta situação inédita serão compartilhados entre toda a cadeia produtiva do plástico. Temos certeza que este tipo de encaminhamento será um fator preponderante para a robustez de nosso setor e para a geração de empregos e de renda. Enfim, será muito importante para a valorização da indústria brasileira do plástico.”
Opinião As empresas transformadoras do plástico, que têm demonstrado sinergia e coesão no sentido de trabalhar pelo constante aperfeiçoamento de seu mercado, entendem, de maneira unânime, que a fusão das petroquímicas significa oportunidade única de se corrigirem distorções históricas e de se estabelecer com critérios técnicos uma política adequada de preços para as resinas. Também deve propiciar a ampliação e fortalecimento das exportações, por meio do excelente programa Export Plastic, coordenado pelo Instituto Nacional do Plástico (INP), com o apoio Apex-Brasil). A meta a ser perseguida é implementar as vendas externas dos produtos plásticos transformados, de maior valor agregado do que as resinas e geradores de mais empregos e renda. Considerando todo esse potencial favorável, não se pode cogitar, em hipótese alguma, a utilização dos privilégios inerentes ao grande poder da Petrobras como fator impositivo de preços artificiais à cadeia produtiva. É preciso enfatizar que a estatal já
A fusão das petroquímicas e a indústria do plástico Merheg Cachum*
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A indústria brasileira de transformação do plástico, constituída por 11,4 mil empresas, distribuídas em todo o território nacional, e empregadora de 330 mil pessoas, tem a expectativa de que a cadeia produtiva ganhe competitividade com a fusão da Braskem e a Quattor, produtoras de seu insumo básico, as resinas termoplásticas. Esse processo de consolidação resulta numa grande companhia petroquímica de segunda geração, na qual a Petrobrás passa a ter substantiva participação acionária. Ou seja, a estatal, que já tem imensa influência, aumenta ainda mais seu poder de decisão no âmbito da cadeia produtiva. Resta saber como utilizará todo esse
cacife. A questão preocupa muito o mercado, pois é fundamental garantir que a fusão verticalize os ganhos, incluindo a indústria transformadora do plástico, cuja produção tem imensos reflexos na economia, à medida que está presente em praticamente todos os setores. Automóveis, aviões, eletroeletrônicos, construção civil, brinquedos, linha branca, embalagens, sacos para numerosas finalidades, computadores e móveis, dentre outros produtos e bens de consumo, têm componentes plásticos. Portanto, não é difícil imaginar o impacto do custo da matéria-prima — as resinas — no conjunto de preços internos, no poder de compra da população e nas exportações, disputadas palmo a palmo com concorrentes poderosos, como a China.
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detém o processamento da nafta, matériaprima para a petroquímica de segunda geração. O domínio sobre esse insumo, somado ao controle também da produção de resinas termoplásticas, significa gigantesca capacidade de influência. O eventual aproveitamento dessa força para se estabelecer política distorcida de preços, em conflito com a lei da oferta e da procura e com a oscilação natural das commodities, conspiraria de modo contundente contra a competitividade de toda a cadeia produtiva. Mais do que isso, afetaria de modo negativo a economia nacional, devido ao peso e impacto dos plásticos em praticamente todos os setores. O Brasil vive um momento favorável! Foi um dos primeiros países a emergir da crise mundial e sediará a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, competições que estimulam investimentos, fomentam a
DIVULGAÇÃO/PNE
Cachum avalia a fusão da segunda geração e as consequências para o transformador
produção de petróleo e terá uma das maiores reservas internacionais quando iniciar a prospecção das jazidas da camada pré-sal. É necessário utilizar todos esses trunfos de maneira inteligente, de modo a ampliar a competitividade, pavimentar um atalho seguro ao desenvolvimento e promover um eficaz processo de inclusão social e melhoria da qualidade da vida. Inclui-se nesse contexto a gestão estratégica, norteada pelos interesses nacionais, da ampliação do já enorme poder da Petrobrás na cadeia do plástico. É preciso compreender que está em jogo a demanda de insumos fundamentais para os sistemas produtivos brasileiros. Trata-se, portanto, de uma questão que transcende ao universo setorial das indústrias transformadoras do plástico e à sua cadeia produtiva. É um tema de amplas repercussões e imenso interesse de toda a sociedade! PNE infraestrutura e suscitam ingresso substantivo de divisas. É, ainda, a nação com as melhores condições de agregar fontes renováveis e combustíveis limpos à sua matriz energética, tornou-se autossuficiente na
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*Merheg Cachum é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e do Sindicato da Indústria do Plástico (Sindiplast).
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Uma líder quer dinamizar 0 setor plástico do RN A empresária Maria da Conceição Tavares (foto), da Iplan, foi reeleita para mais uma gestão no comando do sindicato da categoria: quer mais associados e foco na capacitação.
O
Rio Grande do Norte tem o quinto maior PIB do Nordeste e a maior renda per capita da região, destaca o secretário de Planejamento, Nelson Tavares. Entre os setores da economia , o de construção civil e o comercio varejista registraram os maiores índices de dinamismo, sendo o comércio varejista, ocupando a 5ª posição entre 2005 e 2008 e a construção civil com o 3º menor custo do Brasil . Estes dados foram divulgados durante o lançamento do livro RN: Indicadores Econômicos e Sociais em novembro de 2009. Nesse cenário uma liderança feminina ganha destaque: a empresária Maria da Conceição Rebouças Duarte Tavares, reeleita em dezembro passado para mais um mandato (2009-2012) à frente do Sindiplast/RN (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Norte. Ela revela como pretende dinamizar o setor. “O Sindiplast/RN existe há 18 anos.
Atualmente conta com 14 associados. Nosso maior desafio para o mandato 2009-2012 é aumentarmos o número de associados para nos fortificarmos perante as questões que afetam o setor de transformação de material plástico e criarmos também condições favoráveis para a redução da informalidade do setor”, revela Maria da Conceição, orgulhosa por ser a primeira mulher a ocupar uma vicepresidência na diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) em 55 anos. “Isso mostra a capacidade da mulher também nos negócios”, ressaltam a empresária da Iplan – Indústria de Plásticos Andréa, de Parnamirim (RN). Ela garante que não existe nenhuma discriminação ao fato do Sindiplast ter como presidente uma mulher. “Muito pelo contrário. Sou extremamente respeitada e além da presidência do Sindicato também fui eleita vice-presidente da FIERN (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte),
Maria da Conceição com diretoria e equipe do Sesi
a primeira em 55 anos”, diz ela com orgulho, embora considere essa vitória relativa. “Devo ressaltar, porém, que as mulheres ainda não possuem uma boa representatividade na nossa federação: existem 27 sindicatos e apenas um deles, o Sindiplast, tem uma mulher no cargo de presidente”, observa.
Embalagens em destaque Sobre sua área de atuação, revela que o segmento de embalagens é o setor plástico mais forte do RN, que representa 40% das empresas associadas ao Sindicato. Maria da Conceição quer voltar sua gestão para resolver algumas questões crônicas. “Nossa maior carência é a capacitação profissional. Os cursos oferecidos em nossa Região não são suficientes para atender a necessidade das empresas específicas locais do setor plástico. A solução então é enviar nossos profissionais para treinamentos em outras regiões onerando assim nossos custos e diminuindo nossa competitividade”, lamenta-se. PNE
SINDIPLAST/RN DIRETORIA 2009-2012 Presidente: Maria da Conceição Rebouças Duarte Tavares Vice-Presidente: Manoel Gonçalves Diniz Neto 1º Secretário: Diana de Souza Sisson 2º Secretário: Patrícia Cristina Rodrigues Alves 1º Tesoureiro: Vilma Mari a Peixoto Estefan 2º Tesoureiro: Antonio Araújo Tavares Conselho Fiscal - Efetivos: Anna Keruzza Fernandes Oliveira Luiz Inaldo Cavalcanti Rosana Daniel Suplentes: Marina Sisson Rodrigues Thiago Alberto Zamberlan Diniz
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FOTOS: DIVULGAÇÃO/PNE
DESTAQUE Maria da Conceição Tavares
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Bloco de Notas BNDES prevê investimentos de R$ 14 bi na petroquímica Os últimos movimentos no mercado petroquímico brasileiro provocam várias avaliações, como aquela feita pela chefe do Departamento de Indústria Química do BNDES, Cynthia Moreira, e pelo gerente do setor de petroquímica do banco, Gabriel Gomes. A incorporação da Quattor pela Braskem cria uma petroquímica brasileira forte no mercado internacional, mas também ajuda a proteger o mercado brasileiro da invasão de resinas do Oriente Médio. O BNDES comemora a consolidação do setor, para o qual projeta investimentos de pelo menos R$ 32 bilhões até 2013. Desse total, o banco se prepara para atender a uma demanda de financiamento da ordem de R$ 14 bilhões. Antes da definição da reestruturação da Braskem, os técnicos do BNDES viam com preocupação o cenário desenhado pela crise econômica global na petroquímica. A depressão do mercado em todo o mundo deixou sem destino a produção das novas petroquímicas projetadas pelos grandes produtores de petróleo do Oriente Médio para começar a operar este ano. Gomes avalia que isso poderia provocar uma enxurrada de resinas importadas a um custo menor, que ameaçaria a indústria petroquímica local.
Romi mantém investimentos A forte retomada de pedidos principalmente no segmento de máquinas para processamento de plástico foi um dos fatores que fez a Indústrias Romi, maior fabricante brasileira de máquinas-ferramenta, no quarto trimestre, reverter a tendência de queda acentuada nos resultados e, dessa forma, melhorar o desempenho no acumulado de 2009. Assim, para 2010 a previsão da companhia é a de manter estável, em relação ao ano passado, o investimento orgânico, em torno de R$ 45 milhões, sem considerar eventuais aquisições. A decisão leva em conta aportes em expansão realizados no passado e que conferem à companhia capacidade produtiva suficiente para atender a demanda projetada para 2010. Segundo o presidente Livaldo Aguiar dos Santos, enquanto o segmento de máquinas para plásticos mostrou recuperação acentuada na reta final do ano passado, o de fundição reagiu mais vagarosamente Com R$ 246,7 milhões em pedidos no último trimestre de 2009, Romi confirma tendência de recuperação. De outubro a dezembro, empresa recuperou ritmo de negócios, com alta de 365% na entrada de pedidos, na comparação com igual período de 2008 e de 38% em relação ao trimestre anterior
Instituto do PVC divulga radiografia do setor Representante da união de todos os segmentos da cadeia produtiva do PVC (fabricantes de matérias-primas e insumos, produtores de resinas e aditivos, fabricantes de equipamentos, transformadores e recicladores), o Instituto do PVC fez uma radiografia inédita do setor de transformação da matéria-prima no País: “Desempenho da Indústria de Transformação de PVC no Brasil”. O estudo solicitado à Maxiquim Assessoria de Mercado que avaliou a movimentação da indústria em
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dez anos (1997 a 2007). O trabalho mostra que o crescimento do consumo aparente (produção + importação - exportação) foi de 3% no período e que os fabricantes de tubos e conexões consumiram, em 2007, 44,2% do PVC, frente a 54,4% em 1997. A pesquisa também aponta que o mercado de PVC é predominantemente interno. As regiões Sul e Sudeste são as que mais comercializam o PVC, sendo a última responsável por 53%. Os empregos diretos gerados pelo setor em 2007 foram 65,8 mil, frente a 30,4 mil em 97.
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Giro NE Confira nas próximas páginas as principais notícias do setor plásticos nos estados do Nordeste. São informações divulgadas pelas entidades ou nos principais veículos de comunicação do Brasil. Saiba em um só lugar o que acontece no segmento em uma das regiões que mais cresce no país.
Maranhão Lula dá início às obras da refinaria em Bacabeira “Investimento em refinarias é política de desenvolvimento regional’. Afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referindo-se às refinarias do Maranhão, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao comentar sua visita a Bacabeira (MA) no início de janeiro para dar início às obras da refinaria Premium I, o presidente Lula afirmou que investir em refinarias representa uma política de desenvolvimento regional “que não tem mais volta”. Em seu programa semanal Café com o Presidente, Lula destacou que o investimento, apenas no estado do Maranhão, é de R$ 40 bilhões e que a refinaria deve começar a funcionar em 2013. A expectativa é chegar a 2015 produzindo 600 mil barris por dia. A nafta, base para produção de resinas termoplásticas será um dos produtos da refinaria. Ele lembrou que o governo também trabalha na construção de refinarias no Ceará, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. No Maranhão, as obras devem gerar até 130 mil empregos diretos e indiretos. “Vamos priorizar a formação de mão de obra na região, porque é a chance que a gente tem de desenvolver os estados mais pobres do Brasil. O Brasil aprendeu que não adianta ter um, dois, três, quatro estados muito ricos e o restante pobre. É preciso que a gente tenha uma distribuição das possibilidades de investimentos em todo o território nacional”.
Alagoas Cadeia da Química e do Plástico discute a formação de mão-de-obra Na segunda quinzena de fevereiro a Agência Alagoas divulgou que membros do comitê técnico da Cadeia Produtiva de Química e do Plástico (CPQP) do Estado estiveram reunidos para definir ações ligadas ao setor produtivo em expansão no Estado. O encontro contou com a participação de gestores do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para, juntos, definirem as datas e os cursos de capacitação destinados aos jovens alagoanos. Com a chegada de novas indústrias da química e do plástico no Polo Industrial de Marechal Deodoro, localizado no próprio município, e no Polo Multissetorial Governador Luiz Cavalcante, no Tabuleiro do Martins, em Maceió, o Sindicato das Indústrias do Plástico de Alagoas (Sindplast) orienta que os empregos gerados sejam destinados aos alunos que moram próximo às indústrias e tenham sido capacitados pelo Senai nos cursos de Eletromecânica e Termoplástico. “Essa iniciativa facilita muito no ato do recrutamento. É uma forma que encontramos de dar oportunidade aos alagoanos em ingressar no mercado de trabalho que está crescendo a cada ano no nosso Estado. Os treinamentos servem para preparar os alunos a ter um bom desempenho nas indústrias de plástico que estão se instalando e privilegiando a mão de obra local”, ressaltou o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Marechal Deodoro, Manoel Marques.
Foi marcada para o dia 14 de março a primeira capacitação deste ano no curso de Eletromecânica. O treinamento será ministrado pelo Senai do Polo Multissetorial, no Tabuleiro, e tem carga horária de 40h. Além disso, ele serve como pré-requisito para os interessados em ingressar no curso Termoplástico, que também será realizado pelo Senai a partir do dia 14 de junho, com carga horária de 160h. O Polo Industrial de Marechal Deodoro já tem 14 empresas, entre as de química e de plástico. Até o final deste ano, mais duas indústrias serão inauguradas e outras quatro estão previstas para 2011. A BBA Nordeste Indústria, responsável por fabricar sacolas de plástico de mil quilos, está capacitando cerca de 50 costureiras de Marechal Deodoro para trabalhar na própria empresa. De acordo com o presidente, Manoel Marques, atualmente, o Polo Industrial gera 2.400 empregos diretos e a meta é dobrar este número ainda em 2010.
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PVC: novas fábricas no Pólo de Marechal Deodoro Em Marechal Deodoro (AL), cinco novas fábricas serão instaladas no Pólo Industrial José Aprígio Vilela, no primeiro semestre deste ano. O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, apresentou os projetos de instalação dos empreendimentos, que consolidam o desenvolvimento industrial da região, ao governador Teotonio Vilela Filho e ao prefeito de Marechal, Cristiano Matheus. Dentre essas novas fábricas estão a Krona, fabricante de tubos e conexões e a Cortevivo, que fabrica compostos de PVC. Além delas, também esta a Aloés - fabricante de fraldas – que decidiu instalar uma unidade em Alagoas.
Bahia Crescimento da Braskem favorece Camaçari Existe grande expectativa na Bahia pelas reações ao crescimento da Braskem. A aquisição da Quattor deve trazer benefícios imediatos para o Pólo Industrial de Camaçari. Depois de confirmar o negócio, a empresa, que se tornou a maior da América do Sul e começa a se internacionalizar, anunciou investimentos de R$ 2 bilhões em três projetos no Estado. Confira as novidades: • A Ford – que usa plástico nos seus veículos – anunciou investimentos de R$ 2,4 bilhões na sua unidade baiana; • A Linde Gás, líder mundial na produção de gases industriais começa a operar em abril; • A indústria Reistar, produtora de eletrodomésticos e eletrônicos e a Peroxi Bahia, produtora de hidrogênio entram em operação. Atualmente o complexo de Camaçari reúne 90 indústrias químicas, petroquímicas, têxtil e de celulose.
Pernambuco Reliance pode ser sócia do Complexo Petroquímico de Pernambuco O Complexo Petroquímico de Suape dá sinais de intensa vitalidade com as novas
movimentações do mercado. O Jornal do Comércio, de Recife, ressalta que a participação da Reliance no Complexo não está totalmente descartada. Mesmo que a Braskem confirme sua entrada no negócio, um segundo sócio privado seria bem-vindo. “Primeiro temos que ver se a Braskem de fato vai entrar nessas sociedades, após a análise de avaliação dos ativos. A Braskem entrando a Reliance vai ter que se manifestar, pois ela tem preferência. Mas as duas podem acabar se tornando sócias, mesmo que entrem gradativamente”, afirmou o diretor presidente da PetroquímicaSuape, Richard Ward, lembrando que, desde o início, o complexo petroquímico foi desenhado como um projeto privado. “A idéia da Petrobras é não ter mais do que 49% de participação”, completou. As negociações tanto com a Braskem quanto com a Reliance começaram em outubro de 2008, depois que a Vicunha, controladora da Companhia Têxtil Integrada do Nordeste (Citene), decidiu se retirar do negócio. A Citene participava com 50% da PetroquímicaSuape e com 40% da Companhia Têxtil Integrada de Pernambuco (Citepe), tendo como sócia a Petroquisa. Com a saída da Vicunha, a Petroquisa comprou por R$ 31,2 milhões, as participações acionárias. Inicialmente, eram apenas duas plantas, uma de PTA e outra de fios de poliéster, mas a estatal decidiu fazer também uma unidade de PET e reuniu os projetos, que estão orçados em R$ 4 bilhões. No entanto, a crise financeira internacional fez a Reliance adiar sua decisão de participar da sociedade, firmando apenas um convênio de cooperação técnica. Segundo Richard Ward, “esse tipo de convênio não é o foco da Reliance, que tem interesse em entrar n o negócio”.
PetroquímicaSuape começa operar em junho Existia uma grande expectativa pela novas operações do setor petroquímcio em Pernambuco. E no início de fevereiro foi confirmado que as três primeiras máquinas da PetroquímicaSuape vão entrar em operação em junho próximo para produzir fio texturizado de poliéster, material apropriado para se misturar com o algodão na fabricação de tecidos. O projeto está se implantando em Suape e prevê a construção de três fábricas, que vão produzir, respectivamente, PTA (matéria-prima usada para fabricar o poliéster), resina PET (utilizada na fabricação de embalagens) e seis tipos de polímeros e fios de poliéster, incluindo o POY, usados na indústria têxtil. Até agora, a Petrobras é a dona do empreendimento, mas foram iniciadas conversas, para que a Braskem passe a ser sócia da empresa local. O investimento será de R$ 4,07 bilhões. A PetroquímicaSuape fez um acordo com a Compensa fornecimento de água bruta e tratada, para seu empreendimento no Complexo de Suape. O primeiro contrato foi acertado com a Refinaria Abreu e Lima, concretizado no ano passado. Este será o segundo maior contrato de demanda da empresa (R$ 5 milhões/ano).
As plantas estão em ritmo acelerado de construção em Suape. A de fios de poliéster deve começar a produzir já em junho, inicialmente com três das 64 máquinas de texturização previstas. “Acabamos de receber um segundo lote de máquinas do Japão e estamos empenhados para terminar a construção do galpão até o meio do ano, para começar os ajustes e a produção”, informa Ward. Segundo ele, as 64 máquinas estarão produzindo até dezembro. Uma vez
que a unidade de PTA só estará produzindo em janeiro de 2011, até lá esse insumo será importado. Em março, começam a chegar os equipamentos da fábrica de PET e em fevereiro já estará produzindo metade de sua capacidade, de 450 mil toneladas.
Odebrecht: unidades de PET e poliéster em Suape Segundo informações do portal Brasil Energia, a PetroquímicaSuape assinou contrato de R$ 453 milhões com a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) para a implantação das unidades de PET e poliéster no complexo. A CNO também vai construir a unidade de PTA, matéria-prima para a produção de resinas PET e poliéster têxtil. O contrato é de R$ 1,19 bilhão e a unidade dever ficar pronta até o final deste ano. A Braskem vai assumir participação na PetroquímicaSuape depois da operação com a Petrobras na aquisição da Quattor. Até aquele momento o projeto tinha como único empreendedor a Petroquisa.
Amazonas Telhas feitas de garrafas PET A cada dia aumenta a diversidade do uso de plástico reciclado de garrafas PET em produtos para o lar, como tapetes, bases de pufes, luminárias e sistemas de aquecimento solar. Isso já é conhecido, mas o potencial é imenso e agora surgem novidades no segmento de materiais de construção: o polietieleno tereftalato também vem ganhando destaque. Em Manaus, o engenheiro eletrônico Luiz Antônio Pereira Formariz começou a investir na resina, tradicionalmente usadas em embalagens de refrigerante e água mineral, para fazer telhas. Formariz fundou a empresa Telhas Leve. PNE
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Galeria Pernambuco confraterniza em clima de otimismo
Dia 27 de novembro de 2009 o Sindicato da Indústria do Material Plástico no Estado de Pernambuco - SIMPEPE realizou uma festa de confraternização em Recife com a presença de muitos convidados. A Revista Plástico Nordeste conferiu de perto o evento e registrou alguns momentos para seus leitores.
Entrada principal do evento, que teve excelente organização
Anísio Bezerra Coelho, tesoureiro da entidade
Turma da Greenfield também prestigiou a festa com muita alegria
Fernando Pinheiro (d), com Laércio Gonçalves, da Activas, ao lado
Evento, recheado de dança e animação uniu os transformadores
Jorge Wicks Côrte Real também compareceu à festa do Sindicato
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