FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br
24
Rua Cel. Fernando Machado, 21 CEP 90.010-321 - Centro Histórico Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@gmail.com Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Coordenação Editorial: Júlio Sortica
16
Redação: Gilmar Bitencourt Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio
"A economia significa o poder de repelir o supérfluo no presente, com o fim de assegurar um bem futuro e sobre este aspecto representa o domínio da razão sobre o instinto animal." (Thomas Atkinson)
Departamento Comercial:
Da Redação
Débora Moreira, Lenise Mattar e Sandra Tesch Representante em Nova Iorque
Por Melina Gonçalves. >>>> Pág. 05
(EUA): Rossana Sanchez
Plast Vip
(rogu13associated@yahoo.com)
José Ricardo Roriz Coelho. >>>> Pág. 06
Representante em Caxias do Sul:
Destaque
Nédy Conde (54 9126.9937) Design Gráfico & Criação Publicitária:
O desempenho das embalagens . >>>> Pág. 16
José Francisco Alves (51 9941.5777)
Artigo
Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual -
Por Fábio Mestriner . >>>> Pág. 22
Publicações Segmentadas, destinada às indústrias
Especial
produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração
O design nas Utilidades Domésticas. >>>> Pág. 24
petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.
Filiada à
ANATEC PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS
ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas,
06
Foco no Verde Ações e novidades pelo país. >>>> Pág. 38
Petroquímica As expectativas para 2010. >>>> Pág. 39
Painel da Indústria Plástico impulsiona a economia. >>>> Pág. 40
Institucional Simpep sob nova diretoria. >>>> Pág. 40
Bloco de Notas Novidades variadas sobre o setor. >>>> Pág. 41
Anunciantes + Agenda Fique por dentro. >>>> Pág. 42
Dirigidas e Especializadas
Capa: foto gentilmente cedida pela BASF.
404 >> Plástico PlásticoSul Sul>>Novembro Novembrodede2009 2009>>>> >>
Da Redação
Desejos e promessas
A
qui para os lados da Região Sul do país, o calor começa a chegar devagarinho. Esse clima tropical de verão traz um ar de otimismo para os rostos, até então franzidos, de 2009. A brisa que chega traz também esperanças de um 2010 melhor e acreditem: o ano que finda não foi tão ruim assim. O susto talvez tenha sido muito maior do que o efeito real da crise que começou a se espalhar em outubro de 2008. Mas o que esperar destes 12 meses novinhos em folha que começam? No editorial escrito em janeiro de 2009 explanamos o que o setor desejaria para o ano. Neste de novembro eu me antecipo e descrevo o que nós, da revista Plástico Sul, desejamos para o segmento. Amor e paz, todos querem. Saúde e dinheiro também. Mas pensamos em desejar também realizações mais práticas e que possibilitem um futuro mais saudável aos negócios do plástico. Desejamos, portanto, uma solução para a altíssima carga tributária que emperra os negócios de muitos empresários. Que em 2010 o câmbio alcance patamares que facilitem as exportações de transformados. E que haja um preço justo nas resinas petroquímicas para que não pese no bolso do transformador. Desejamos, com muito afinco, uma sociedade mais consciente sobre os 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar – e um setor ainda mais unido em prol da sua própria imagem. Que o BNDES faça como em 2009: facilite a vida do empresário e possibilite a aquisição de máquinas nacionais com juros mais baixos e prazo longo para pagamento. E que o Governo Federal permita um consumo maior da população através da redução e isenção do IPI para alguns produtos, o que deu muito certo em 2009. Desejamos ainda que as feiras do ano sejam um sucesso e que permitam muitos negócios.
Que as máquinas não parem. Que o faturamento aumente e que a rentabilidade não seja esquecida. Mas além dos desejos também existem as promessas, tudo aquilo que não conseguimos realizar no ano que termina e que queremos concretizar nesse que está aí, pronto para começar. Na lista de promessas, entre as dietas e as juras de parar de fumar, não podemos esquecer alguns itens. Criar soluções ambientalmente corretas para o material plástico, buscar uma produção mais limpa na fábrica, investir ainda mais em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, unir-se a outros empresários e executivos em busca do fortalecimento do setor e propagar os benefícios do plástico para o dia-a-dia da população são boas sugestões. Da nossa parte, uma revista cada vez mais ética, com informações relevantes, participativa e interativa são apenas algumas das inúmeras promessas para 2010. Por isso pense, reflita e faça seus pedidos. Sabemos que para que eles se concretizem é necessário muito esforço por parte de toda a cadeia e também do nosso governo. É claro que esses presentes não virão enrolados em papel com laços de fitas, dentro do saco do Papai Noel. Mas não custa nada desejar, ter esperanças. Porque mesmo que trabalhemos muito, nossos pedidos às vezes não se realizam. Por isso, se lutarmos e eles se concretizarem de verdade, já é uma bela surpresa. E claro que a paz o amor e a prosperidade estão inclusas nos nossos votos ao setor nesse ano que termina. Afinal, desejos bons não fazem mal a ninguém. Um Feliz 2010 para todos nós que fazemos parte desse setor que pulsa no coração da economia brasileira e na casa dos consumidores de todo o país.
MELINA GONÇALVES / Editora melinagoncalves@conceitualpress.com.br <<<< <<<< Novembro Novembro dede 2009 2009<<Plástico PlásticoSul Sul<<05 5
PLAST VIP José Ricardo Roriz Coelho
entado na cadeira da presidência da Vitopel, maior fabricante de embalagens plásticas flexíveis da América Latina, está um rosto conhecido pela indústria petroquímica. Hoje líder da empresa transformadora de plásticos, José Ricardo Roriz Coelho acumula uma vasta experiência na segunda geração. É ex-presidente da Polibrasil e Suzano Petroquímica, além de ter presidido o Sindicato das Indústrias de Resinas Plásticas (Siresp) por dois mandatos. Atualmente diretor da Abiplast e diretor de competitividade da Fiesp, Coelho abre as portas à revista Plástico Sul e mostra um conhecimento de quem já atuou em todos os elos do setor, da petroquímica nacional à transformação. Revista Plástico Sul - Como foi a ano de 2009 para os negócios de filmes flexíveis em BOPP? José Ricardo Roriz Coelho - Eles começaram mal e, a partir de maio, tiveram grande melhora. Eu diria que o mercado no segundo semestre foi até melhor do que antes da crise. Então no contexto geral o ano foi bom para os filmes flexíveis. Plástico Sul - Haverá crescimento? Coelho - Todos os anos o crescimento tem sido entre 6 a 8%. Já em 2009 teremos um crescimento na ordem de 3% devido aos meses de resultados negativos que puxaram para baixo o desempenho. Mas, se você analisar o segundo semestre, possivelmente teríamos um crescimento igual ao dos bons anos que tivemos no passado. Devemos lembrar que grande parcela do mercado de BOPP vai para a indústria de alimentos e bebidas, setores estes que foram muito bem este ano. Plástico Sul - A crise afetou o setor?
Coelho - Com a crise há uma queda de renda da população. Desta forma quem vai jantar fora, come em casa. A pessoa tende a comprar o produto embalado e comer em casa. Desta forma a indústria de embalagens de biorientados tem uma vantagem muito grande porque ao mesmo tempo em que é utilizada para produtos sofisticados, principalmente pelas cores e qualidade de impressão (os orgânicos hoje são todos embalados em BOPP), é também uma grande fornecedora de produtos mais baixos, pois consome menos matéria prima, se tornando mais barato. Então temos esta flexibilidade de mercado. Plástico Sul - Como se comportou o mercado em termos de importação exportação? Coelho - A importação foi nos mesmos níveis dos anos anteriores que significa entre 15 a 20% do nosso mercado, dependendo do ano. É lógico que temos uma preocupação grande com o câmbio. O câmbio favorece muito as importações e tira a competitividade das exportações. Desta forma, no estamos preocupados com essa situação do câmbio devido a esta valorização do real, não só para este setor, mas como para todas a indústria manufatureira. Plástico Sul - Então o câmbio se tornou um obstáculo para o crescimento? Coelho - Você tem três grandes problemas na indústria e que tiram a criatividade na hora do investimento. Pela ordem, a primeira é o custo de capital no Brasil. Nós temos taxas de juros muito altas e muito maiores do que as dos países que concorremos. Em segundo lugar a carga tributária afugenta novos investimentos. Em terceiro é o câmbio, por dois fatores: tira a competitividade das exportações e aumen-
6 >>Plástico 06 PlásticoSul Sul>>Novembro Novembro dede 2009 2009 >>>> >>>>
ELLEN ZURITA/PS
A voz da experiência S
Por Melina Gonçalves
Roriz Coelho fala sobre os rumos da Vitopel e o desempenho do setor de BOPP
ta a competitividade das importações. E além do problema de que o real é valorizado, esta instabilidade do câmbio dificulta a precificação do produto. Quando você exporta não sabe quanto vai ganhar, porque o câmbio no Brasil varia muito. O Brasil foi um dos países do mundo que depois da crise teve a valorização da moeda local, o real, que também é uma das moedas mais instáveis do mundo.
Plástico Sul - Dentro das questões das exportações, existe uma previsão de crescimento? Coelho - As exportações de BOPP devem até aumentar em 2009 em relação aos anos anteriores, porque teve um aumento de capacidade aqui na região. As exportações brasileiras têm o direcionamento principalmente para América do Sul, América Central e EUA, este último é um grande demandante de BOPP, tem um déficit muito grande e um consumo crescente, porque eles querem embalagens mais baratas e que gerem menos lixo. Embora os EUA seja um país desenvolvido ainda vai ser um grande demandante de BOPP. Na Vitopel 60% das nossas exportações vão para os EUA. Temos clientes tradicionais no mercado americano. Mas nós temos também uma >>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 7
DIVULGAÇÃO/PS
PLAST VIP José Ricardo Roriz Coelho mentado o consumo de produtos embalados o que tem sido muito bom para os nosso negócios e cria uma expectativa muito favorável para os próximos anos. Plástico Sul - O que a Vitopel destaca no mercado brasileiro em 2009? Coelho - A migração de rígidos para flexíveis. A maioria dos desenvolvimentos que temos hoje em embalagens, são as que eram pesadas que geram muito lixo e estão sendo desenvolvidas alternativas mais leves. Plástico Sul - Como foi a atuação da Vitopel na Argentina em 2009? Coelho - A vantagem é que na Argentina o consumo per-capita de biorientados é quase o dobro que no Brasil. Os argentinos
ELLEN ZURITA/PS
Papel sintético feito de plástico reciclado foi um dos principais lançamentos do ano
O executivo diz que a Vitopel encerra o ano com bons motivos para comemorar
presença em outros continentes, como mais força na América do Sul e Central. Plástico Sul - Como a Vitopel se comportou no primeiro e segundo semestre deste ano em relação a 2008?
Coelho - Em comparação com 2008 o primeiro semestre deste ano foi fraco porque o ano passado foi bom. O segundo semestre de 2009 foi positivo, já o segundo do ano passado foi fraco. Agora o que é positivo neste final de ano, é que começamos mal, com muitas preocupações, onde uma das principais era com o mercado, com a rentabilidade e com a dificuldade que teríamos na crise. E terminamos o ano totalmente diferente do que estávamos no início. Hoje as nossas preocupações são: desenvolver novos produtos, desenvolver mercado e desengavetar projetos que estavam paralisados. Então hoje, a nossa inteligência mercadológica dentro da empresa está voltada para aproveitar estas oportunidades. Em 2010 teremos o crescimento da construção civil, que demanda muita bebida entre outros produtos e irá aumentar o poder de renda de uma parte da população que consome muitos tipos de produtos que são embalados com os nossos filmes. Grandes obras serão feitas no Brasil, para atender estradas, portos, estádios para Copa e Olimpíadas. Tudo isso demandará muitos produtos novos. Além disso, a migração da área rural para as grandes cidades tem au-
8 >>Plástico 08 PlásticoSul Sul>>Novembro Novembro dede 2009 2009 >>>> >>>>
“As exportações brasileiras têm o direcionamento principalmente para América do Sul, América Central e EUA, que é um grande demandante de BOPP...” gostam muito de produtos como balas, doces, alfajores, chocolates, etc., e tem uma renda per-capita mais alta do que a média brasileira. Desta forma o nosso mercado não caiu na Argentina, apesar de sabermos que aquele país está passando por um delicado momento econômico. Como temos uma reputação muito grande no mercado argentino, temos alguns produtos sofisticados, onde a qualidade da nossa resina é um diferencial fazendo com que tivéssemos mantido as nossas vendas com bom nível. Em 2010, embora não esperamos nenhuma melhora na economia Argentina, esperamos ter um leve crescimento neste mercado.
Plástico Sul - Quais foram os principais mercados da Vitopel em 2009? Coelho - Principalmente os mercados de alimentos e bebidas. Em 2009 iniciamos as vendas do Vitopaper, uma patente mundial>>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 9
DIVULGAÇÃO/PS
PLAST VIP José Ricardo Roriz Coelho
Cresce apelo por embalagens com espessuras menores, e, por consequência, com menos matéria-prima
nossa. Nós reaproveitamos todo o plástico que é reciclado e fizemos o papel sintético de plástico reciclado. É uma grande notícia que temos para o mercado neste ano. A Vitopel já tinha como componente da sua estratégia, sempre fabricar produtos que
sejam 100% reciclados, que permitissem a diminuição da geração de lixo, e agora a gente fechou o ciclo. Ou seja, qualquer produto que seja fabricado por nós pode ter um destino nobre depois de descartado. É um papel de boa qualidade que teve uma excelente aceitação pelo mercado. Plástico Sul - Quanto à crise, ela não afetou muito os bens não duráveis, que são os maiores clientes do mercado de BOPP, não é mesmo? Coelho - Nós temos uma vantagem muito grande na área dos flexíveis, pois há uma tendência mundial de se fazer embalagens que consumam menos matériaprima e que cada vez gere menos lixo. É a demanda da sociedade. A demanda de consumir menos matéria-prima é uma demanda econômica. A sociedade pede menos lixo, principalmente nos países emergentes. Imagina um país emergente gerar a mesma quantidade de lixo que é gerada nos EUA. Fica inviável isto na China e na Índia, por exemplo. Então se você consumir menos matéria-prima e gerar menos lixo, a embalagem mais adequada é a flexível. E também se quer embalagens que sejam 100% recicláveis. Desta forma a flexível tem uma grande vantagens frentes as outras.
comportou em 2009? Coelho - A concorrência teve problemas como toda a indústria no primeiro semestre, mas eu gosto muito de um concorrente forte, que nos faz mais ágil, não nos permite acomodação, gera competitividade e está nos ajudando a melhorar. E a nossa empresa se comportou como uma empresa madura. Plástico Sul - Como a Vitopel vê a movimentação da Vieolar no mercado de BOPP? Coelho - É mais uma alternativa para o mercado brasileiro. O BOPP cresce mais de 25% ao ano na China e na Índia. Hoje nós temos produção suficiente para atender a demanda do mercado sul americano e com
“Nós temos uma grande vantagem na área dos flexíveis, pois há uma tendência mundial de se fazer embalagens... que gerem cada vez menos lixo.”
Plástico Sul - Como a concorrência se
Conheça a Vitopel - A Vitopel é maior companhia Latino Americana, e terceira no mundo, na produção de filmes flexíveis BOPP - material de alto valor agregado usado em segmentos com enorme potencial de crescimento, desde embalagens para alimentos e bebidas, pet foods, etiquetas, rótulos e gráficas à indústria do tabaco. - O Brasil detém 60% do consumo sul-americano de embalagens flexíveis e a Vitopel detém cerca de 52% do mercado nacional. Nos últimos anos, o crescimento médio do produto ficou acima de 10%. - A Vitopel produz anualmente aproximadamente 150 mil toneladas de filmes flexíveis de BOPP. - Atualmente, conta com nove linhas de produção em três unidades industriais: uma na Argentina e duas no Brasil. A Planta de Totoral, na Argentina, conta com modernos equipamentos e três linhas de produção. - Com presença global e escritórios no Brasil, Estados Unidos e Argentina, a Vitopel, estabelece parcerias comerciais pelos cinco continentes. Além de sua liderança no mercado brasileiro, a Vitopel exporta para o Chile, Argentina, EUA, México, países da América Central, Pacto Andino, Europa e África.
10 > Plástico Sul Sul > > Novembro Novembrode de2009 2009>>>> >>>>
forte presença no mercado americano. Com a entrada da Videolar em um primeiro momento ficaremos com excesso de capacidade no Brasil, mas cada empresa tem a sua opção.
Plástico Sul - Como analisa a movimentação da indústria petroquímica em 2009? Coelho - A indústria petroquímica passa por um momento de excesso de capacidade no mercado internacional. Isso porque foi projetado um aumento de capacidade numa perspectiva de demanda que não veio. Pelo contrário, com a crise diminuiu o consumo na maioria dos países desenvolvidos. Além disso, existe um movimento no plás->>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 11
ELLEN ZURITA/PS
PLAST VIP José Ricardo Roriz Coelho
Roriz Coelho comenta sobre o contexto e a atual competitividade do setor plástico
tico em que você diminui espessura e as embalagens ficam cada vez menores. E a indústria de resinas não imaginou a magnitude deste movimento. Então existe uma super capacidade no mundo e aqui no Brasil também. O Brasil ainda exporta mais de 30% da sua produção. Desta forma a petroquímica passou por momentos difíceis, mas acredito que no final de 2009, as condições de mercado melhoraram bastante. Houve um crescimento nas exportações, até porque teve um crescimento da capacidade instalada sem que tivesse um aumento proporcional do consumo aqui no Brasil. Mas temos que considerar que está cada vez mais difícil exportar, porque existe uma concorrência internacional muito forte. No Oriente Médio há novas plantas instaladas. Na China, que é um grande importador, teve um aumento muito grande de capacidade local. Na Europa houve um deslocamento de produtos transformados para o Leste Europeu, que tem uma forte produção de resinas. Então exportação de resinas está cada vez mais difícil e é um mercado em que as empresas devem estar bem preparadas para competir com estes novos players que estão entrando.
Plástico Sul - Qual sua opinião sobre a possível compra da Quattor pela Braskem e sobre esta reestruturação da indústria petroquímica no últimos anos? Coelho - A reestruturação é um movimento mundial, que dificilmente vai ter um retrocesso. Penso que é legítimo a Braskem querer ficar mais forte e mais competitiva. Isso é importante, mas a cadeia tem que ser competitiva também. Se isso ocorrer, a indústria de transformação brasileira tem que ter força de compra, porque senão a indústria petroquímica não vai ter para quem vender. Se o transformador não for competitivo os produtos não serão produzidos no Brasil, e sim importados. Plástico Sul - Alguns dirigentes não veem com bons olhos a participação da Petrobras no setor. O que o senhor pensa sobre isso? Coelho - A Petrobras pode ser tanto um excelente fator de competitividade, como também um grande problema para indústria do plástico. Parto do princípio de que ela terá que ter sensibilidade para entender que se não fizer parte do aumento de competitividade da cadeia, ela vai ficar muito vulnerável num grande setor e importante para o país. Plástico Sul - Como a Abiplast está trabalhando na competitividade da indústria de transformação e quais são os fatores que mais influenciam na competitividade do setor? Coelho - Hoje a Abiplast está bastante envolvida no Fórum da Competitividade em Brasília. O governo tem um plano de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e ele tem sido bastante atuante na área do plástico. Mas, o mais importante para esta indústria é o acesso a matéria-prima com preço competitivo, além de uma boa qualidade de gestão, escala e investir bastante em inovação e desenvolvimento. Estes são os pilares que vão sustentar uma indústria de transformação no futuro. Plástico Sul - Qual a sua avaliação sobre a exportação e importação de produtos transformados, considerando que as importações cresceram praticamente o dobro das exportações em 2008? Coelho - O grande problema que dificul-
12 > > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
ta as nossas exportações são estes pilares que mencionei. Primeiramente a nossa matéria-prima é cara em comparação com a concorrência. As nossas empresas têm pouca escala para competir no mercado internacional e nosso custo é alto. Além disso, investimos muito pouco em tecnologia. Estes três vetores precisam convergir. Plástico Sul - As medidas do governo federal de redução de IPI para automóveis e para a linha branca e os inventivos do BNDES para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais ajudaram a impulsionar o setor? Coelho - O governo foi muito rápido e teve um papel fundamental em ações que
“...a indústria de embalagens de biorientados é utilizada tanto para produtos sofisticados, quanto para produtos mais baixos, pois consome menos matéria-prima, tornando-se mais barato.”
minimizassem os efeitos da crise. E o BNDES foi fantástico. Ele deu um reconhecimento para toda a classe empresarial brasileira. Foi fundamental nos momentos mais críticos e demonstrou que o Brasil precisa de uma política industrial consistente e de bancos como o BNDES que incentive a produção. Até porque todas as previsões de 2010 são de que teremos aumento de demanda e consumo e o investimento ainda está muito baixo. Se não investirmos, teremos uma demanda maior e os juros terão que subir novamente. Então a alternativa para isso é investir, aumentar a capacidade e diminuir o custo da produção, tirando um pouco da carga tributária. E diminuir também um pouco o custo de capital e das taxas de juros para o investimento produtivo. Pois, se tivermos uma produção maior poderemos crescer, sem ter que aumentar os juros, >>>> para conter a demanda.
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 13
PLAST VIP José Ricardo Roriz Coelho Plástico Sul - O parque industrial da transformação de plásticos tem uma defasagem alta... Coelho - Hoje temos dois problemas de defasagem: por idade do equipamento e a tecnologia. Muitas vezes a tecnologia está avançando numa velocidade tão grande, que as empresas têm um equipamento novo, mas que está defasado tecnologicamente. E o empresário precisa estar muito atento a isso. Se o equipamento dele não tiver estas duas coisas ele pode perder mercado não só para outros concorrentes, mas também para a importação. Plástico Sul - Com relação à sustentabilidade. Como a Abiplast está vendo a questão das sacolas plásticas? Coelho - A sacola plástica é algo praticamente insubstituível dentro do sistema de vida que temos hoje no mundo. Agora a melhor maneira de diminuir a pressão é o bom uso da sacola plástica, através de uma boa qualidade para que elas possam ser reutilizadas, reaproveitas e recicladas.
Plástico Sul - Este problema se não for bem resolvido pode contaminar a imagem do plástico? Coelho - Assim como em outros materiais a pressão existe. Acho bom ter esta pressão, porque a sociedade está pressionando por menos geração de lixo e faz com que a indústria crie produtos que sejam mais amigáveis ao meio ambiente. Plástico Sul - Qual a posição do Brasil no ranking mundial de competitividade? Coelho - O Brasil está no 37º lugar, no ranking de 43 países que têm 95% do PIB mundial. Isso representa uma evolução, já que ele aumentou um ponto neste ranking. Embora pareça que é pouco, garanto que não é. A economia brasileira avançou muito. Mas ainda temos várias áreas para melhorar e aumentar a nossa competitividade. Além disso, o custo do negócio no nosso país ainda é muito alto e tem muita burocracia. O governo brasileiro gasta muito e investe muito pouco em infra-estrutura, gerando um
14 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
custo de logística para as empresas e diminuindo a competitividade. Plástico Sul - Quais as frentes de trabalho que a FIESP colocou para apoiar a competitividade da indústria brasileira? Coelho - Para apoiar a competitividade estamos muito engajados na política de desenvolvimento produtivo. O primeiro ponto é desonerar o investimento produtivo. Para nós da FIESP o aumento do investimento é fundamental para que o Brasil possa ter produtos mais competitivos, para que possamos aumentar a escala da nossa indústria e aumentarmos a nossa competitividade internacional. Para isso temos um grande trabalho com as indústrias junto com o governo. Outro ponto é o desenvolvimento de tecnologia. A FIESP está muito engajada neste movimento de inovação para atender o mercado que está mais exigente. E com a fabricação de produtos com maior valor agregado, você tem melhores salários, mais qualificação de mão-de-obra, etc.PS
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 15
DIVULGAÇÃO/PS
DESTAQUE Embalagem
Dos males, o menor Produção de embalagens cai, mas mesmo assim surpreende se comparado as estimativas iniciais e previsão para 2010 é de crescimento.
A
produção da indústria brasileira de embalagens deve fechar 2009 com retração de 4% a 5%, em relação ao ano passado, segundo projeções da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). O resultado, de acordo com a direto-
ra-executiva da entidade, Luciana Pellegrino, foi pressionado negativamente pela forte retração vista no 1º bimestre deste ano, quando o setor chegou a registrar queda próxima de 9% a 10%. A projeção, caso confirmada, no entanto, mostra que o desempenho do setor superou a estimativa feita anteriormente pela FGV, que faz os levantamentos para o setor e havia estimado em agosto, que a produção brasileira de embalagens cairia entre 5,5% e 7%, neste ano. Isso se explica porque o setor tem visto recuperação gradativa, no ambiente de negócios. “Até setembro os índices de produção apresentavam retração so-
16 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
bre o ano passado, mas em outubro conseguimos apurar crescimento de 1,8%, sobre igual mês de 2008”, afirmou Luciana. A Abre afirma que este ano foi melhor do que o previsto inicialmente. “A previsão era de um decréscimo de volume de 6%”, disse Luciana. “Porém, no segundo semestre, o setor teve uma boa recuperação e fecharemos 2009 com uma queda entre 4% e 5%”, explicou. A executiva complementou que, até setembro, o número era negativo se comparado ao mesmo período de 2008. A partir de outubro, houve uma recuperação de 1,8% na produção em relação ao mesmo período do ano passado. Em janeiro deste ano, 82% da capacidade produtiva total do setor estava sendo ocupada. Agora, em novembro, a utilização subiu para 88,2% - 0,7 ponto percentual abaixo do apurado antes do agravamento da situação econômica mundial. O objetivo para 2010 é alcançar o patamar de produção de setembro de 2008, que foi de 89,9%.
A recuperação do setor de embalagens, segundo a executiva, foi puxada pelo desempenho de setores como a indústria de bebidas não-alcoólicas, alimentícia e de cosméticos: “temos a expec-
DIVULGAÇÃO/PS
Desempenho da indústria alimentícia pode ajudar setor de embalagens em 2010
tativa de que, se o mercado manter a atual trajetória, possamos retomar no começo do próximo ano, padrões de produção semelhantes aos vistos no pré-crise”. A taxa de utilização do setor, que chegou a cair para 82%, no momento mais adverso da crise, já está em 88,2%, apenas 0,7 ponto porcentual abaixo do visto antes do agravamento da crise mundial.
As empresas do setor de embalagens apostam em um crescimento de até 11%, nas vendas no próximo ano, principalmente em função do desempenho dos segmentos de beleza e alimentos. A Associação Brasileira de Embalagem (Abre), no entanto, prevê um percentual mais modesto, em torno de 7%. “Temos a expectativa de que, se o mercado mantiver a atual trajetória, possamos retomar, no começo do pró-
ximo ano, os padrões de produção semelhantes aos vistos no período pré-crise”, afirmou a diretora executiva, Luciana Pellegrino. A Vitopel prevê um crescimento
de 11% nas vendas para 2010 e garante que o carro-chefe será o filme flexível, voltado para embalagens de alimento. Este ano, a empresa produziu cerca de 150 mil tone->>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 17
Aplicações em brinquedos demonstram a universalidade das embalagens plásticas
ladas de material e atendeu às demandas da Kraft Foods, responsável pela Lacta, da Nestlé, entre outros clientes. A empresa é dona de 49% do market share do setor no Brasil e de 47% na Argentina. Seguindo a mesma direção, a Antilhas aposta em um incremento de 10%, no próximo ano, focando nas embalagens recicláveis para o segmento de beleza. Este ano, a empresa consumiu cerca de 20 mil toneladas de matéria-prima, entre plásticos e papel cartão. Atualmente, é responsável por atender à demanda de sacos plásticos e embalagens da Natura e da Avon. Segundo Mauricio M. Groke, diretor comercial da empresa, a produção para as festas de fim de ano estão sendo feitas a todo vapor e as embalagens para presente do Dias das Mães, já começaram a ser produzidas. No entanto, ele não revela a quanti-
DIVULGAÇÃO/PS
DESTAQUE Embalagem
dade. “A crise não atrapalhou o volume de produção. Porém, nossos fornecedores nos pressionaram para baixar os preços devido ao momento”, comentou Groke.
18 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
Já para a Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis, este setor está como toda a cadeia do plástico: em busca da recuperação da crise atravessada
nos últimos meses. Existem estimativas de fechamento do ano de 2009 que indicam uma diminuição ainda que pequena na quantidade transformada e no faturamento. Segundo o Presidente ABIEF, Alfredo F. Schmitt, pela primeira vez a balança comercial do plástico foi negativa, demonstrando os reflexos do mau tempo vivido pela indústria mundial nos últimos meses. “O desafio do combate às importações está na resposta para a seguinte pergunta: como poderemos ser mais competitivos? “, questiona o dirigente citando entraves como preços de matérias-primas, custo de energia, custo da mão de obra e etc. “Todos estes pontos fazem parte da agenda de trabalho que a a Abief vem perseguindo”. Schmitt observa que o setor de embalagens flexíveis deve olhar com atenção para o Middle East. Segundo o dirigente, clusters de produção de transformados estão sendo
DIVULGAÇÃO/PS
Presidente da Abief fala sobre os desafios dos flexíveis para o ano de 2010
erguidos e poderão representar uma ameaça ao setor. “Ou seja, teremos que encontrar nosso caminho através da tese que defendo: o conceito de cadeia produtiva do
plástico. As centrais, a segunda e terceira geração deverão, juntas, construir o caminho de sobrevivência e perpetuação de nossos negócios”, finaliza. >>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 19
DESTAQUE Embalagem
J&J monta centro de inovação de embalagens no Brasil A Johnson & Johnson criou uma estrutura de pessoal, focada na área de design de embalagens e São José dos Campos será um dos quatro centros de inovação da companhia no mundo, para esse setor. Os demais centros ficam localizados na França, voltado ao mercado europeu, em Xangai, para a Ásia, e outro nos Estados Unidos. Até 2005, cada região tinha uma agência de desenvolvimento de design e a área de embalagem ficava subordinada à divisão de produtos de consumo. Com as mudanças, a J&J passa a centralizar as criações em uma agência própria, sediada em Nova York, que se tornou um grande repositório de todos os produtos desenvolvidos pela companhia, no mundo. As agências locais ficaram voltadas para as marcas mais regionalizadas, como o protetor solar Sundown, no Brasil, que leva um componente cultural bastante forte. “O objetivo da J&J é padronizar suas embalagens no mundo e transformar esse item, em um diferencial ainda mais competitivo para o produto”, diz o engenheiro Renato Wakimoto, diretor de Estratégia de Design e Embalagem da Divisão de Consumo da J&J. A J&J no Brasil tem lançado cerca de 230 produtos por ano, para a América Latina. Sustentabilidade está diretamente vinculada ao processo de produção das embalagens da companhia, que criou 9 diretrizes para garantir que suas embalagens, sejam produzidas com o menor impacto ambiental possível e privilegia, por exemplo, a utilização de materiais reciclados e recicláveis e de matérias-primas certificadas. A empresa será a primeira indústria de cosméticos do Brasil a utilizar polietileno verde, desenvolvido com cana-de-açúcar, pela Braskem, nas embalagens dos protetores solares da marca Sundown, a partir de 2010 e já avalia o uso do polietileno verde em outras linhas de produto e em outras regiões do mundo.
Novo sistema descartável para desenvase de embalagens Com o objetivo de atender à cres-
das com o produto envasado. Segundo Casali, a grande vantagem do sistema de rompedor descartável é a significativa redução do custo da válvula de envase. “Normalmente o cliente compra a válvula com o kit rompedor com peças feitas em torno mecânico e que chega a custar R$ 230,00. Embora ele seja infinito, os clientes acabam perdendo-o. Já com o rompedor descartável da Embaquim, o cliente compra apenas a válvula, que não custa mais do que R$ 30,00, em qualquer loja de material hidráulico.”
DIVULGAÇÃO/PS
Inovações
Seminário debate responsabilidade ambiental
O plástico está entre as 130 mil toneladas de resíduos domiciliares coletados por dia, em nosso país
cente demanda por embalagens que garantam total segurança contra contaminações, especialmente em alimentos e produtos químicos, a Embaquim desenvolveu o exclusivo sistema de desenvase de bag-in-box com rompedor descartável. O dispositivo, injetado em polipropileno (PP), possui serrilhas que rompem a membrana do saco plástico sem dificuldade, evitando a contaminação do sistema. O novo sistema está sendo adotado principalmente nas embalagens de 200 litros e nas octogonais para grandes volumes (até 1.000 litros), muito usadas para a exportação de polpas de frutas, sucos, adesivos, óleos e produtos químicos em geral. “De fato, todo o processo de desenvase é bastante simples e amigável. Depois de remover o rompedor descartável do saco plástico, basta posicionar a válvula de desenvase, rosqueála e desenvasar o produto normalmente”, explica Eduardo Casali, Gerente Comercial da Embaquim. A válvula não é descartável e o rompedor deve ser descartado junto com o bag de acordo com a legislação vigente para descarte de embalagens contamina-
20 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
No Brasil, a cada ano, são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia, segundo informações do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem. O Ministério Público e representantes da indústria e do comércio reunem-se nos dias 9 e 10 de dezembro no Seminário sobre Responsabilidade Ambiental Pós-Consumo, no Rio de Janeiro, para discutir soluções para a questão dos resíduos sólidos no país. O Seminário promove discussão entre o setor produtivo, o Ministério Público e a sociedade organizada sobre a responsabilidade ambiental pós-consumo de embalagens de produtos industrializados, os meios e instrumentos utilizados para a proteção ambiental. Juntas pela primeira vez, as entidades parceiras têm a chance de expor suas dificuldades, experiências, boas práticas e parcerias de comprovado sucesso, a exemplo do recolhimento de pneus inservíveis e de embalagens de agrotóxicos. A ideia é que, a partir de 2010, o fórum seja permanente. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, realizada pelo IBGE, coletam-se, diariamente, cerca de 130 mil toneladas de resíduos domiciliares, sendo que 47,1 % vão para aterros sanitários. O restante, 22,3%, segue para aterros ditos controlados, e 30,5% para lixões. Uma parcela mínima (nem contabilizada na pesquisa) é coletada seletivamente e destinada à reciclagem. Assim, pode-se considerar que 52,8% do total dos resíduos gerados no País são mal gerenciados.PS
DIVULGAÇÃO/PS
Natal aquece setor de embalagens As encomendas de Natal e a retomada do crescimento estão puxando as vendas do setor de embalagens, considerado um dos termômetros da atividade econômica. No mercado de embalagens plásticas, as fabricantes vêm registrando aumento de até 20% no ritmo de encomendas em relação ao mesmo período do ano passado. “A procura está surpreendendo”, diz Denise Dybas Dias, presidente da Dyplast Indústria e Comércio de Plásticos, com fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Fabricante de embalagens para as indústrias de alimentos, automóveis, vestuário e metais sanitários, a empresa, que estava produzindo 150 toneladas por mês, elevou o ritmo para 210 toneladas por mês. De acordo com Denise, que também é presidente do Sindicado da Indústria de Material Plástico do Paraná (Simpep), o bom resultado deve fazer com que o setor de plástico cresça entre 7% e 8% neste ano no estado. O último trimestre é considerado o período mais forte de vendas do ano e serve também para antecipar como será o ritmo da indústria no próximo ano. “Acreditamos que vamos entrar 2010 com a demanda bastante aquecida”, diz Valmor Picolo, gerente da Zivalplast fabricante de embalagens plásticas de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba. De acordo com ele, as encomendas estão entre 10% e 15% superiores às do ano passado. “Ampliamos nossa capacidade, mas mesmo assim estamos tendo que negar pedidos por falta de espaço na produção”, diz ele, que aumentou em 15% o quadro de funcionários, para 365 pessoas.
<<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 21
ARTIGO Embalagem
Estudo da ESPM mostra perfil de lançamentos do setor nos últimos anos Por Fábio Mestriner*
C
om o objetivo de desenvolver estudos, pesquisas e ensino na área de embalagem, o Núcleo de estudos da Embalagem ESPM tem um Laboratório que monitora em tempo real os lançamentos mundiais de embalagem. Para entender melhor o perfil e as características destes lançamentos, o Laboratório realizou um levantamento detalhado sobre o que aconteceu no mercado mundial entre os anos de 2005 até o final de 2009. O levantamento foi baseado na ferramenta GNPD, Global New Product Database da Mintel. Ressaltamos que os dados apresentados aqui se referem exclusivamente aos lançamen-
tos de embalagens efetivados no mundo conforme foram registrados pela ferramenta GNPD que cobre uma ampla parcela dos supermercados e redes de varejo das principais economias mundiais. Estes lançamentos consistem tanto em novos produtos como novas embalagens de produtos já existentes, extensão de linha e os lançamentos das marcas próprias dos supermercados que hoje já representam 18% de todos os lançamentos . O que mais chamou atenção no início das nossas pesquisas foi perceber o crescimento consistente do número de lançamentos realizados pela indústria brasileira neste período. O Brasil que ocupava a oitava posição em 2005 entre os países que mais lançaram embalagens, saltou para a quarta posi-
22 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
ção em 2009 respondendo sozinho por 6% dos lançamentos mundiais. O Brasil foi o único país que cresceu de forma consistente nos últimos cinco anos, todos os demais oscilaram e apenas os Estados Unidos, líder do ranking não mudou de posição nem uma vez, embora tenho reduzido sua participação no total de lançamentos de 18% em 2005 para 13% em 2009. Até o início do terceiro trimestre deste ano, o Brasil ocupava a segunda posição no Ranking pois enquanto as grandes potencias reduziam seus lançamentos devido a crise econômica mundial, o Brasil continuou acelerando seus lançamentos. Com o arrefecimento da crise, Japão e Reino Unido voltaram a lançar produtos no mesmo ritmo anterior a crise e conseqüentemente, voltaram as suas posições anteriores. Os lançamentos que utilizam embalagens cuja matéria prima é uma das diversas composições que o plástico pode apresentar como PE, PP, PET e Filme Metalizado, cresceram sua participação de 48% de todos os lançamentos em 2005 para 53% dos lançamentos realizados em 2009. Este crescimento expressivo e consistente
DIVULGAÇÃO/PS
se deve principalmente a ampla participação das embalagens plásticas na maioria das principais categorias de produtos de consumo. Graças a suas várias configurações, o plástico consegue participar de quase todas as categorias de consumo pois pode assumir formas que vão desde filmes flexíveis simples ou compostos até as estruturas rígidas conseguindo embalar praticamente todo tipo de produto. Quando analisamos o Ranking com as 10 categorias de produtos que mais lançamentos apresentaram em 2009, verificamos que a grande maioria delas é intensiva na utilização de embalagens plásticas. Podemos citar como exemplo as categorias que lideram o Ranking, 1- batons e maquiagem para os lábios, 2-Creme facial, 3- Biscoitos, 4- Creme para o Corpo 5- Maquiagem para os olhos, 6- Salgadinhos. 7- Queijo, 8- Produtos para o banho, 9- Esmalte de unha e 10- Shampoo. Nestas categorias, as embalagens predominantes são feitas de algum dos tipos de plásticos com exceção do esmalte de unha que utiliza prioritariamente o vidro, mas com a tampa de plástico. Assim, o crescimento da participação do plástico nos lançamentos, se deve justamente a esta flexibilidade capaz de oferecer soluções em categorias diversas. O estudo apontou como destaque o crescimento do PET que saltou da 6º posição entre os materiais mais adotados nos lançamentos em 2005 para a 3º posição em 2009, ultrapassando o Polietileno e o Filme Metalizado. As embalagens flexíveis respondem por
12% dos lançamentos mundiais desde 2005 mas neste período, o total de lançamentos saltou de 171.283 produtos lançados naquele ano para 274.273 produtos lançados agora em 2009. O tipo de embalagem mais adotado nos lançamentos continua sendo o Bottle, categoria em que participam tantos as garrafas e frascos de vidro como de plástico. Com estes estudos, o Laboratório de Embalagem ESPM vem monitorando o que acontece no setor e traçando paralelos interessantes que nos permite perceber o avanço das novas tecnologias e tendências de consumo que as acabam influenciando. Uma coisa que tem se apresentado como tendência para o futuro é a integração cada vez maior de materiais, processos e empresas para gerar novas proposições de embalagem. As embalagens do futuro se apropriarão das melhores características de cada material e tecnologia, vencendo as barreiras comerciais que separam as empresas e abrindo novas perspectivas em que todos serão beneficiados, inclusive e principalmente, o consumidor.PS Fabio Mestriner - Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM - Professor do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem MAUÁ - Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da ABRE - Autor dos livros Design de Embalagem Curso Avançado e - Gestão Estratégica de Embalagem www.embalagem.espm.br <<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 23
Em um ambiente de extrema competitividade, design é uma peça fundamental para o sucesso
24 > > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
Por Júlio Sortica DIVULGAÇÃO/PS
ESPECIAL Utilidades Domésticas
Quando o design faz a diferença Criar, desenhar, redesenhar, ousar, inventar, surpreender para ser diferente (e eficiente) e conquistar seu espaço. Ou ser simples e prático para atender às necessidades mais básicas. Assim o desenho de uma peça pode ser definido dentro do imenso universo das utilidades domésticas, que podem enquadrar desde uma simples espátula até uma linha mais sofisticada de banho ou decoração de escritório. Saiba como funciona o design de peças e sua importância para o sucesso de uma empresa. E de como alguns “complementos” podem fazer a diferença na hora de “enxergar” o outro lado do produto. O design é tão importante que o Senai-SP lançou recentemente o Senai São Paulo Design, uma nova área de negócios da instituição que tem o objetivo de prestar serviços em design para as indústrias. Outro aspecto importante é o debate em torno do tema, como vai acontecer na Bienal Brasileira de Design Curitiba 2010, evento previsto para ocorrer entre setembro e outubro de 2010, na capital paranaense. O tema da Bienal, que conta ainda com o apoio do Ministério da Cultura, será “Design, Inovação e Sustentabilidade”.
Coza é referência internacional
No segmento de utilidades domésticas fabricadas em plástico a Coza, fundada por Rudy Zatti em Caxias do Sul (RS) em 1983 segue uma trilha do sucesso. Hoje é referência em em seu segmento, no Brasil e no mundo. No começo, fabricava saca-rolhas, abridor de garrafas e kits para bar, entre outros produtos. Em 1987, com a morte do fundador, a empresa passou a ser comandada pela viúva, Vera Zatti, que já atuava na fábrica, e pela filha mais velha, Cristina Zatti, que é hoje diretora de Desenvolvimento de Produtos e principal designer da empresa. Esse breve histórico introduz a verdadeira vocação da Coza, pois com a mudança de comando, começou a fabricar utilidades domésticas em acrílico e poliestireno, relata Cristina Zatti. Em 1995, passou a trabalhar com polipropileno e investir mais em design. “A prati cidade e facilidade do material possibilitou trabalhar cores e levar ao consumidor final produtos de qualidade que podem ir à maquina de lavar e ao microondas”, explica Cristina. A partir de 2000 a Coza começou a ser premiada e reconhecida pelo seu design no mercado até se tornar líder no segmento e a mais distinguida no país. A empresa transforma 70 toneladas de PP por mês em uma sede de 9.200 metros quadrados, em Caxias do Sul (RS) e conta com 140 funcionários. Atualmente é comandada por um con->>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 25
Linha Coza para banheiros: um exemplo de criatividade e design em UDs
DIVULGAÇÃO/PS
ESPECIAL Utilidades Domésticas
selho de sócias-diretoras formado pelas irmãs Manuela Zatti, diretora presidente; Daniela Zatti, diretora comercial e Cristina Zatti, principal designer e diretora de desenvolvimento dos produtos. “A empresa é pioneira no uso de biopolímeros no Brasil e uma das poucas do mundo com esta experiência em seu mercado”, informa Cristina.
Uma empresa que fabrica UDs sabe que, conforme seus objetivos, o design de produtos é prioritário e pode ser atendido de diversas formas: equipe própria, serviços de agência ou “cortesia” de um dos fornecedores. Uma ou outra escolha faz a diferença. A Coza, por seu porte e conceito, tem designer próprio – Cristina Zatti, que também é sócia-diretora e atende pela diretoria de Desenvolvimento de Produtos, mas também contrata serviço de escritórios e outros profissionais de design. “Esses profissionais
trabalham com um briefing específico ou sugerem projetos”, explica a executiva. O design é um dos fatores importantes
26 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
para o sucesso de uma peça/coleção, segundo relata Cristina Zatti.”Nosso maior investimento é no design e desenvolvimento de>>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 27
ESPECIAL Utilidades Domésticas produtos. A Coza sempre deu especial atenção ao desenho, ao estilo e às cores de sua produção, além de valorizar a praticidade e a versatilidade de cada peça”, diz. Revela que a empresa sempre pesquisou e buscou novas referências para o uso do plástico no sentido de qualificar sua produção e atender uma fatia maior do mercado. “Estamos sempre testando materiais e combinações e criando novas formas e conceitos para o uso de acessórios em plástico em todos os ambientes da casa. Esta sempre foi uma preocupação da empresa”, acentua.
Cristina confirma cores e formas são partes fundamentais da história da
Martiplast destaca o “valor agregado” DIVULGAÇÃO/PS
Coza e seu maior diferencial. Isso responde a
A empresa justifica seu otimismo fazendo referência aos prêmios conquistados em concursos de nível internacional. ”Eles são resultado da dedicação da empresa em parceria com uma qualificada equipe de designers e técnicos”, explica Martini. “Com mais de 200 itens disponibilizados ao mercado, a Martiplast oferece aos seus consumidores o prazer de colocar mais cor e alegria nos ambientes de seus lares”, acrescenta o executivo. Para avaliar a importância do plástico no setor de utilidades domésticas Martini faz uma espécie de comparação. “O plástico surge como uma mudança dos tempos, de material pouco valorizado para alternativa de uma geração que aprecia a inovação, a pra-
além dos biopolímeros (da Alemanha, da Holanda e do Brasil). A designer finaliza destacando a importância do impacto visual. “A cor é um elemento importante no processo e outro diferencial da Coza. Estamos sempre de olho nas tendências, através de pesquisas, observação ou nossas participações, mesmo como visitantes, em feiras internacionais. Escolhemos algumas cores que estejam em alta na estação e que combinem com as nossas cores de linha”, completa, orgulhosa pelo trabalho desenvolvido pela empresa em seu segmento.
Muito colorido e formas variadas compõem o universo das casas e escritórios
ticidade e o design, aliados a um custo possível”. O fato de o plástico, aos poucos substituir outros materiais, indica a existência de um nicho promissor, segundo o diretor da Martiplast. “A nossa experiência sugere que a tendência é a expansão. A empresa tem dezesseis anos e percebemos que o produto vem conquistando espaços antes ocupados apenas pelo inox, vidro, cerâmica. A ampliação ocorre, entendemos, pela necessidade cada vez mais premente de opções de materiais com valor agregado”, explica. Martini calcula que o plástico ocupe cerca de 30% do espaço na produção de UDs no mercado nacional.
Os fabricantes nacionais enfrentaram no último ano dois “adversáriquestão de como enfrentar a concorrência, inclusive dos chineses quando se enquadram em alguma das categorias existentes. “Fazemos um produto de qualidade, investimos em marca e criamos novos produtos sempre, assim temos a visão de ser uma empresa inovadora e de vanguarda”, ressalta. A executiva informa que nos últimos anos, a Coza teve um significativo aumento nas vendas, resultado do investimento em design. Para criar sua peças a Coza possui um conjunto de injetoras e usa polietileno, poliestireno, polipropileno, policarbonato,
O Sul é um grande berço da indústria do plástico que se dedica com afinco no segmento de utilidades domésticas. Outra empresa gaúcha, a Martiplast, situada no pólo industrial de Caxias do Sul (RS), é especializada na criação, desenvolvimento e fabricação de artigos para a decoração, organização e utilidades domésticas. “Há mais de 10 anos se destacam entre as empresas mais inovadoras do Brasil, investindo no desenvolvimento técnico e no design”, ressalta o diretor comercial Juarez Martini.
28 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
os” difíceis, um inesperado, que foi a crise internacional, e outro mais permanente, os produtores asiáticos, principalmente chineses. Apesar de tudo, Martini confia na recuperação. “De forma particular, percebemos um ano com dificuldades, porém, com trabalho intensificado e constantes revisões no planejamento, atingiremos a meta do ano. Em 2010, com as perspectivas de um ano potencialmente positivo devemos estipular metas mais arrojadas”, avisa. Porém, para suportar o ataque chinês, em algumas áreas, a situação é mais complexa. “A China visa atender um seg->>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 29
ESPECIAL Utilidades Domésticas mento específico, onde a ‘briga’ é por valor baixo. Neste caso é difícil concorrer. O que entendemos é que podemos vender, oferecendo design, tecnologia, qualidade e responsabilidade social. O Brasil começa a entender que, se não cuidarmos de nós mesmos ninguém o fará. Ou seja, da forma pela qual trabalhamos, não sentimos os chineses como concorrentes”, avalia. A estratégia, ensina o executivo, é atuar em outro nicho de mercado, que não coloque preço como motivo de compra. Toda empresa tem um “ás na manga”, um segredo ou estratégia que a faz diferente e garante o sucesso. No caso da Martiplast, o diretor Martini revela que esse contexto se concentra no ‘valor agregado’. “Ou seja, inovação, utilidade/praticidade, design, beleza, valores percebidos pelo cliente. Combinação de tecnologia e pessoas que dá retorno prático”. A Martiplast não revela números por questões estratégicas, diz Martini, mas ressalta que o resultado depende de muito trabalho, planejamento, investimento e desenvolvimento de espírito de equipe: designers, clientes, forne-
cedores, funcionários, comunidade.
Diferente da Coza, a Martiplast não tem um designer exclusivo em seu quadro funcional ou diretivo e prefere a opção de contar com o conhecimento e competência de uma agência como a Bertussi Designdustrial, de Porto Alegre (RS). O designer Tobias Bertussi destaca a importância do design na industria de utilidades domésticas. “O segmento de UD traz alguns elementos que tornam o design especialmente importante na medida em que os produtos têm, além da sua função original, um caráter decorativo e ainda, são exigidos sob o ponto de vista ergonômico, já que as atividades domésticas exigem o manuseio e a limpeza dos objetos, diariamente”, revela. Conforme Bertussi, o design desempenha um papel fundamental na luta pela escolha do consumidor, de forma cada vez mais decisiva nos mais diversos segmentos e o segmento UD está sem dúvida entre estes de forma definitiva. Por isso se torna um diferencial diante da concorrência. “O design atribui ao produto a possibilidade de comu-
nicar uma mensagem que vai além do atendimento de uma função, é o estilo de vida, o conjunto de valores de uma marca, diariamente nos lares das pessoas”, ensina. Quanto à concorrência específica com os importados, a visão local conta muito. “O produto chinês, mesmo quando agregado de algum design, dificilmente terá expresso em sua forma o estilo de vida e os valores que fazem sentido para o consumidor brasileiro, e neste caso, o preço baixo pode não ser suficiente para gerar a receptividade no médio prazo e a fidelização deste consumidor, que é o verdadeiro valor a ser buscado por qualquer empresa”, compara Bertussi. O executivo ressalta que para atender plenamente seus clientes, a Bertussi Designdustrial conta hoje com uma equipe de 23 profissionais, altamente qualificados, dedicados “dia-e-noite” à análise das aspirações do consumidor, à gestão destas aspirações de forma a oferecer alternativas inovadoras, pioneiras e inéditas e que possam adquirir uma forma sedutora e produtivamente e economicamente viável, afim de oferecer margens expressivas aos fabricantes. “Desta forma, o processo de criação é uma ação contínua no atendimento destas demandas, aliado aos talentos individuais da equipe”, ressalta. Quanto ao uso do plástico, especificamente, Bertussi ressalta que este material tem a particularidade de aceitar formas livres, desde que se respeite os limites técnicos para a perfeita extração. “Isso, sem dúvida, é um facilitador sob o ponto de vista estético. Outra característica importante é a possibilidade de se obter diferentes efeitos a partir da variação do polímero utilizado: maior transparência, tonalidade, brilho, etc”, revela.
A Bertussi tem uma série de cases interessantes em plástico injetado
atualmente, mas para ilustrar esse sucesso, o designer cita um deles. ‘O cesto trama é um exemplo inusitado do uso do plástico, pois é um sistema de montagem de containers a partir de um módulo básico em que , a partir do maior ou menor número de módulos utilizados, obtém-se diferentes objetos como lixeiras, tulhas para roupa, cestos organizadores, entre outros”, destaca Bertussi diz que este projeto é um exemplo do uso racional do investimento em moldes, na medida em que um única peça>>>> 30 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 31
ESPECIAL Utilidades Domésticas gera uma gama extensa de produtos, rentabilizando o capital empregado, a partir do design e da inovação e este é um objetivo perseguido diariamente na agência”, finaliza.
ressalta o Coordenador de Design. “Há uma diretriz na empr esa: ‘Todo novo produto Termolar deve trazer uma proposta que ofereça, a nível mundial, originalidade e a melhor relação custo/benefício.’. E Groch acrescenta: “Assim, o design não é aplicado apenas na busca por um resultado que integre eficiência funcional, baixo investimento, baixo custo e alto valor percebido. Para ter êxito, o produto deve também traduzir os valores estéticos e simbólicos de seu público alvo. Ou seja, deve surpreender”, expõe. Com certo orgulho, Groch destaca que o design do produto é um diferencial frente à concorrência, inclusive dos chineses. “É um diferencial tão grande que alguns me-
Ainda no sul, mas saindo da Serra Gaúcha e deslocando-se para a Região Metropolitana, muda o endereço geográfico, porém o perfil se mantém com o conceito técnico da Termolar S.A, empresa que valoriza o plástico e o design em suas peças para o lar e escritório. “Atuando há mais de 50 anos, a Termolar desenvolveu nesse período uma extensa linha de produtos, buscando atender todos os nichos de mercado onde há necessidade de conservação térmica temporária”, informa José (Zeca) Carlos Broch, Coordenador de Design. O slogan “É melhor quando é Termolar” é seguido à risca pela empresa com sede em Porto Alegre (RS), que emprega cerca de 500 funcionários e é a única do segmento qualificada com o Certificado ISO 9001, versão 2000, na América Latina. “Sinônimo de qualidade, tecnologia, design e inovação, está na memória dos consumidores do sul do Brasil há sete anos consecutivos com o prêmio Top Of Mind, desde que a categoria “garrafas térmicas” foi criada.”, lembra Broch. A Termolar é um exemplo de empresa que migrou de um sistema de design para outro, sem perder o foco e a qualidade, como relata Broch. “A empresa sempre buscou oferecer o melhor produto para seus usuários, tendo no design uma ferramenta para a evolução constante. Prova disso era a parceria com a dupla Petzold e Bornancini, expoentes do design nacional, que por quatro décadas colaboraram para a Termolar introduzir inúmeros produtos inovadores no mercado, gerando um extenso portfólio de patentes junto ao INPI e agências de propriedade industrial de diversos países”, revela. Hoje, conta Broch, a empresa conta com uma equipe interna de desenvolvimento de produtos, composta por designers, engenheiros, analistas de mercado, projetistas e consultores externos.
Pode parecer simples oferecer um bom produto a preço justo, mas no caso da Termolar, a importância do design pressupõe um conjunto mais abrangente de vantagens,
DIVULGAÇÃO/PS
Termolar e o conceito em conservação térmica
dade, justamente o modelo desenvolvido pela Termolar foi escolhido para ser copiado. Nem o rótulo foi poupado do plágio”, lembra o coordenador de design. A Termolar, que usa as resinas polipropileno e polietileno como matéria-prima, conta com uma série de injetoras e sopradoras de diferentes portes e tecnologias, além de outros equipamentos. “Os produtos são desenvolvidos de modo a adaptarem-se ao parque fabril da empresa. Componentes cuja tecnologia de fabricação a empresa não dispõe, devido ao processo ou material empregado, podem ser terceirizados”, explica Groch. Segundo Groch, cores e decorações são estudadas anualmente, eguindo as tenCriatividade é peça chave para o bom desempenho nesse segmento
ses depois a concorrência já lança um produto similar”, comenta. Ele informa que a Termolar lança tendências, e isto preocupa a concorrência que, para poder apresentar um produto similar, sistematicamente entra com recurso contra os pedidos de patente da Termolar. Segundo o coordenador, essa liderança é reconhecida até por concorrentes asiáticos. “Prova disso que, recentemente, um produto da empresa foi descaradamente clonado (ver imagem “Flip Top”; o produto Termolar tem a tampa azul escuro). O clone apareceu no mercado paraguaio. Em meio a tantos produtos similares, de fabricantes de diversos países, todos com a mesma finali-
32 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
dências da moda, e aplicados em toda linha, conforme o caso, após desenvolvimento com o fornecedor das tintas e pigmentos, e comprovada estabilidade pelos testes em laboratório. Um produto que exemplifica todo esse processo é a garrafa esportiva Moove (ver imagem). Confira o relato do case: Dirigido ao público praticante de atividades esportivas, o designer diz que inicialmente foi analisado a necessidade de hidratação durante o tempo que esse público costuma se exercitar. Determinado o volume de 450ml, foi analisado o modo como os usuários manipulam produtos para esse fim, espremendo para acelerar a saída do líquido. O corpo deveria, então, ser maleável, mas também possuir isolamento térmico. Assim, foi constituído por duas paredes de polietileno de baixa densidade, separadas por uma camada de polietileno expandido. A tampa deveria ser rígida e resistente a quedas, sendo, assim, produzida em polipropileno copolímero. Por fim, o bocal deveria ser macio ao toque e oferecer boa vedação, o que foi atendido com o emprego de Santoprene. Feito o registro do modelo final no INPI e confeccionados os moldes, foi produzido um lote piloto para submeter a diversos testes e ensaios em laboratório. Depois de realizados ajustes nos moldes para corrigir pequenas falhas, o produto foi lançado com a>>>>
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 33
ESPECIAL Utilidades Domésticas devida comunicação, sendo rapidamente bem aceito pelo mercado e tornando-se um dos itens de maior margem da empresa.
Tupperware: pioneirismo eficiente
DIVULGAÇÃO/PS
Sem dúvivda, os produtos da marca Tupperware® são referência quando se aborda utilidades domésticas em plástico... e vendas. Eles foram lançados em 1946, o início de um período pós-guerra revolucionário na história. Assim, por mais de 60 anos, acompanham tendências dos mais
alguns benefícios vêem do tipo de design que o produto apresenta. Exemplo: alças ergonômicas que proporcionam conforto e segurança, tampas com recortes que encaixam perfeitamente outras bases, tornando o produto empilhável e fácil de guardar nos armários”, explica. Atualmente, seja por questões visuais ou de funcionalidade, o design do produto é um diferencial poderoso para conduzir ao sucesso. A Tupperware sabe disso e aplica alguns dos seus conceitos em larga escala,
ra, a Tupperware vem batendo recordes de venda”, revela.Adenise. Ousados e inovadores no início, os produtos da Tupperware mantém seu conceito com um design característico. Adenise Fraga revela que a empresa possui um setor próprio para desenvolver suas peças. “Temos um Centro de Desenvolvimento na nossa Matriz em Orlando onde lá são feitos os desenhos técnicos e a produção dos protótipos dos moldes dos produtos”, informa.
Garrafa esportiva Moove é um grande case da Termolar no segmento esportivo
como informa Adenise Fraga.. “O design é um diferencial importante, mas além disso a matéria-prima é levada em conta já que os produtos Tupperware são altamente resistentes frente a concorrência. O parque industrial da Tupperware é composto de máquinas injetoras. “Utilizamos o processo de injeção, e seu tamanho varia de 300 toneladas a 600 toneladas”, informa Adenise Fraga. Ela acrescenta que as resinas utilizadas são o polipropileno (PP), o polietileno de baixa densidade (PEBD), além da masterbatch para a coloração.
diversos tipos, ao longo da evolução da sociedade. Desde o movimento suburbano e a revolução feminista dos anos 1960 até o “cocooning” (encasulamento) dos anos 1990, sempre adicionando um toque organizacional único às vidas e cozinhas de todo o país. Segundo a executiva do marketing Adenise Fraga, a Tupperware está no mercado brasileiro a mais de 33 anos. Atua em todo o território nacional por meio do Sistema de Vendas Diretas (com Revendedoras autônomas). Hoje possui uma força de vendas de mais de 75.000 pessoas. No Brasil a fábrica fica na Ilha de Guaratiba, no Rio de Janeiro e conta com aproximadamente 300 funcionários. “As vendas estão em constante crescimento aqui no Brasil. Desde 2005 até ago-
Com sua larga experiência a Tupperware percebeu a importância do visual para atrair e manter o consumidor fiel. “O design é muito importante. Porque hoje em dia as pessoas estão preocupadas não só no funcional do produto, mas também se ele é uma peça decorativa. Por isso procuramos estudar as tendências de cores e formatos nos mercados locais e europeus também. Tupperware é visto hoje como um produto eficiente, elegante, e presenteável. Prezamos por esta imagem”, ressalta a executiva Conforme a executiva, pelo perfil (e porte) da empresa e seu mix de produtos e o uso a que se destina, o design é fundamental e não seria adequado recorrer a um serviço externo. “Sim, o design é fundamental e faz parte da estrutura do produto. Inclusive
34 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
O processo de criação de utilidades domésticas varia de uma empresa para outra. No caso da Tupperware, segundo Adenise Fraga, o processo é versátil. “Muitos produtos são criados baseados nas necessidades dos consumidores (através de pesquisa de mercado). Outros produtos são criados baseados no que já existe no mercado (produtos concorrentes), porém sempre tentamos agregar algum outro valor a esse produto, diferenciando-o da concorrência. Isso pode ser através do design ou mesmo de alguma outra função adicional que ele possa ter e que os concorrentes não tenham”, revela. Mas acrescenta que, pela ordem, os principais aspectos levados em conta são: cor, formato, funcionalidade, acabamento e segurança. Quanto à questão das cores, o funcionamento é determinado por categorias de produtos, como explica Adenise Fraga. “Temos um guide de cores desenvolvidos pelo nosso Centro Técnico em Orlando.PS
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 35
ARTIGO Utilidades Domésticas
Gustavo Sampaio é gerente de marketing de PP da Quattor Petroquímica
Gustavo Sampaio e Luiz Gustavo Ortega(*)
E
m meados de 2008 a Quattor lançou a família LUZZ, com algumas opções de resinas. Considerada a última geração dos copolímeros randômicos, os produtos LUZZ são uma ótima opção para o setor de utilidades domésticas. Sua principal característica é a elevada transparência, aproximadamente 50% superior à família de copolímeros randômicos comuns. Essa diferença fica muito perceptível principalmente em espessuras mais elevadas (acima de 1,5 mm). Sendo assim, os produtos que compõem a família LUZZ chegaram para quebrar barreiras e agregar valor, pois com suas características ópticas eles passam a ser considerados em aplicações premium, como, por exemplo, peças de UD com alto valor agregado. Essa melhora na transparência em peças com paredes grossas é o principal diferencial desta família. Aliado a isso, somase o fato dos produtos LUZZ terem uma janela de processabilidade superior ao PP convencional, permitindo redução de ciclo devido a temperatura de cristalização superior ao PP convencional. É importante salientar que a família LUZZ mantêm todas as vantagens do PP como versatilidade, resistência térmica e barreira à umidade. Os produtos da Família LUZZ da Quattor
possibilitam aliar esta versatilidade do plástico com uma altíssima transparência, brilho e resistência ao impacto. Além destas características, é possível trabalhar com possibilidades quase ilimitadas de design, cores transparentes e texturas, dando um efeito diferenciado no produto final. Outra vantagem desta resina é a sua praticidade de ir do freezer ao micro-ondas sem a necessidade da troca de recipiente. Todas estas características juntas fazem do LUZZ 730, o produto desenvolvido para a utilização em UD, o material ideal para aplicações como, por exemplo, em copos de liquidificador, corpo de eletrodomésticos, frascos transparentes e galões de água. Para a criação da família LUZZ, a empresa teve como objetivo um produto único, diferenciado e que atendesse a uma demanda de mercado que exigia uma alta transparência e grande flexibilidade. Desde que os produtos foram lançados, há pouco mais de um ano, vêm ganhando participação em segmentos que procuram aliar um produto considerado top de linha com um preço competitivo. Uma característica muito importante
36 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
DIVULGAÇÃO/PS
Família LUZZ da Quattor: transparência, brilho e resistência
dos produtos da família Luzz para utilidade doméstica é que são sustentáveis. Eles são 100% recicláveis e apresentam todas as características dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). São também materiais leves, e podem ser reutilizado diversas vezes.PS (*)Gustavo Sampaio é Gerente de Marketing de PP e Luiz Gustavo Ortega é Coordenador de Serviços Técnicos de PP da Quattor
Plast Mix
<<<< <<<<Novembro Novembrode de2009 2009<<Plรกstico Plรกstico Sul Sul < 36 37
Foco no Verde Japão e a moda do “tudo ecológico” O Japão recebeu o 11º Salão “Eco Products”, gigantesca vitrine da ecologia, aplicada à indústria. De telefones celulares em madeira à descarga limitada; do pó de café reciclável a uniformes ecológicos de funcionários de bancos: no país, todas as grandes marcas disputam ideias para mostrar seu respeito ao meio ambiente. O Japão é um dos países onde o rendimento energético já é o mais elevado do mundo.
Rio terá programa de consumo consciente de sacolas plásticas em 2010 Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE) e Florianópolis (SC) são as capitais que receberão, no próximo ano, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, segundo o presidente do Instituto Sócioambiental dos Plásticos (Plastivida), Francisco de Assis Esmeraldo. A expectativa é que o programa seja iniciado na capital fluminense, entre março e abril de 2010. A campanha já foi lançada em São Paulo, Salvador , Porto Alegre, Brasília (DF) e Goiânia (GO). Os projetos pilotos desenvolvidos em alguns supermercados, escolhidos nessas cidades para estudar a reação da população, mostraram uma redução média de 11% no consumo de sacolas plásticas, no primeiro mês de implantação do programa.
Celular de garrafas PET da Samsung chega ao Brasil Anunciado no início deste ano, o Blue Earth, da Samsung, chega ao mercado brasileiro. O aparelho é feito com plástico reciclado a partir de garrafas PET, tem carregador solar, tela de toque e interface de usuário diferenciada.
“O Blue Earth é mais um resultado do quanto o investimento em pesquisa e desenvolvimento pode contribuir com a criação de soluções sustentáveis também no mercado da comunicação móvel”, afirmou Silvio Stagni, vice-Presidente da Divisão de Telecom da Samsung em comunicado à imprensa. Completando o perfil “ecológico”, a embalagem é produzida com papel cartão reciclado.
Brasília reduz em 9% consumo de sacolas plásticas Brasília registrou queda de 9% no consumo de sacolas plásticas em outubro. O resultado foi obtido através do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. O objetivo é promover a qualidade das sacolas plásticas, incentivar seu uso responsável, a reutilização e o descarte correto. As dez lojas das redes Carrefour e Pão de Açúcar que aderiram ao Programa passaram a fornecer sacolinhas produzidas de acordo com a norma ABNT 14.937. Ou seja, são mais resistentes, levam o Selo de Qualidade Abief-INP e garantem a segurança no transporte das mercadorias.
Acordo entre Braskem e Tetrapack já dá sinais de novos empreendimentos conjuntos A assinatura do contrato entre Braskem e Tetra Pak, para o fornecimento de polietileno (PE) verde à multinacional aproxima ainda mais a petroquímica brasileira da fabricante de embalagens, hoje entre as maiores clientes de polietileno da Braskem, e torna mais viável o plano de construção de uma segunda fábrica de PE verde - a primeira unidade deve entrar em operação, entre setembro e outubro de 2010. De acordo com o vice-presidente da Unidade de Polímeros da Braskem, Luiz de Mendonça, a decisão a respeito de uma nova fábrica, pode ser tomada antes mesmo de a unidade instalada em Triunfo, entrar em operação devido à forte demanda, pelo polietileno verde. Segundo o executivo, “a segunda fábrica deve ter escala mundial e ser instalada, muito provavelmente, próximo à base logística do etanol”. Uma fábrica com escala mundial, segundo Mendonça, teria entre 350 e 450 mil toneladas anuais, praticamente o dobro da capacidade da unidade de Triunfo, que é de 200 mil toneladas anuais e demandará investimentos, de aproximadamente R$ 500 milhões. A Tetra Pak consome atualmente 72 mil toneladas anuais de resinas, da Braskem.
Lanxess anuncia criação de borracha sintética com requisitos do REACH A Lanxess Elastômeros do Brasil está produzindo um novo tipo de borracha estendida, com óleo plastificante recém desenvolvido pela Petrobras e, de acordo com a empresa, esse novo óleo está em conformidade com os requisitos do REACH, para aplicação na indústria de pneus e bandas e atende à nova legislação ambiental européia, que entrará em vigor, em janeiro. De acordo com a diretiva européia 2005/69/EC, os óleos extensores contidos nas borrachas sintéticas e artefatos de borracha, deverão conter teor reduzido de Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAPs). 38 > Plástico Sul Sul > > Novembro Novembrode de2009 2009>>>> >>>>
Petroquímica
DIVULGAÇÃO/PS
Previsão de alta de 6,5% no mercado de resinas termoplásticas em 2010
B
ernardo Gradin afirmou, durante o 14º Encontro Anual da Indústria Química, realizado recentemente, que o mercado doméstico de resinas termoplásticas deve crescer 6,5% em 2010. O resultado contrasta com os dados de 2009, quando o setor deve apresentar “leve retração”, segundo as projeções da entidade. Gradin destacou que o aumento da demanda interna, reflete um movimento consolidado de fortalecimento da economia brasileira. “Temos o efeito dos investimentos em infraestrutura, a melhoria da renda, a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Todos acontecendo ao mesmo tempo”, destacou. A despeito do cenário favorável no mercado interno, Gradin ressaltou a preocupação, em relação à redução da competitividade da indústria brasileira, no atual cenário cambial. “O que temos de um lado como oportunidade, temos de outro o efeito do dólar desvalorizado”, explicou. A preocupação do executivo é justificada. Além de o Brasil aparecer como um mercado atrativo, para fabricantes estrangeiros, com previsão de taxas de crescimento superiores a de outros países, há ainda o agravante de que a petroquímica mundial passa por um momento de ciclo de baixa, nas margens de produção. Apesar disso, destaca Gradin, o mercado brasileiro não deve ver uma invasão de produtos importados. “A taxa de importação deve continuar entre 15% e 20%”, afirmou o executivo, referindo-se ao patamar visto nos últimos anos.
Braskem faz Novozymes para produção de plástico verde em larga escala As enzimas da Novozymes - empresa dinamarquesa líder global nesse segmento de biotecnologia, serão incorporadas aos processos de pesquisa, de duas companhias brasileiras, a petroquímica Braskem e a provedora de soluções ambientais para a indústria Cetrel, ambas do Grupo Odebrecht. As brasileiras fecharam parcerias para apostar em conjunto com a empresa nórdica, no poten cial da cana-de-açúcar. Com a Braskem, a Novozymes vai desenvolver a produção em larga escala de polipropileno a partir do etanol. Com a Cetrel, o esforço é para geração de energia, também em escala industrial, a partir do bagaço da cana. “É
uma tecnologia de ponta, que não existe em nenhum lugar”, afirmou Marcelo Lyra, vice-presidente de relações institucionais da Braskem. A Novozymes, explicou irá atuar na etapa de transformações do etanol em propeno. A sequência, que vai levar ao polipropileno, será feita com a tecnologia da brasileira. Segundo Lyra, “o desafio é fazer isso de forma competitiva com o plástico de origem fóssil”, disse Lyra. Usado em produtos que vão de embalagens de alimentos a parachoques de carros, o polipropileno respondeu, em 2008, por um mercado de US$ 66 bilhões. A concorrência do plástico de
etanol com o produto derivado de petróleo só deve ocorrer, porém, dentro de cinco anos. A parceria com a Cetrel deve chegar ao mercado antes, em 2012 aproximadamente, segundo estima Dênio Cidreira, diretor de negócios e inovação. A enzima dinamarquesa será usada no biodigestor, o que deve incrementar de 30% a 50%, a geração de energia, a partir do bagaço da cana. Com a maior produtividade, o executivo calcula que a geração de biogás terá condição de brigar no mercado, e saltar da quase insignificante participação que tem hoje, na matriz energética, menor que 1%, para até 15%, em 12 anos. <<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 39
Painel da Indústria Plástico ajuda na recuperação do setor industrial A produção industrial cresceu em dez das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em outubro ante setembro. O maior aumento nesta base de comparação foi apurado no Paraná (8,7%), enquanto o pior resultado foi registrado em Goiás (-10,3%). Em São Paulo a indústria registrou alta de 2,1% na mesma comparação. Os segmentos com produção voltada ao mercado interno estão desempenhando papel importante na recuperação da indústria, ao longo de 2009. De acordo com Isabella Nunes, gerente de análises da coordenação de indústria do IBGE, os segmentos que apresentam maior crescimento na produção, em outubro, ante dezembro do ano passado - ápice da crise para o setor industrial - têm relação direta com o mercado doméstico, como veículos automotores (107% de aumento na produção em outubro ante dezembro); material eletrônico e equipamentos de comunicações (90,8%); mobiliário (38,4%) e borracha e plástico, com índice de 33,5%. Segundo IBGE, o segmento de máquinas participa com 19,7%. Isabella disse ainda que, apesar da expansão, ante dezembro do ano passado, todos os segmentos ainda estão em patamar de crescimento inferior ao de setembro do ano passado, último mês de crescimento acelerado do setor industrial.
Indústria de autopeças investe 40% menos A dúvida que está no ar atualmente entre analistas da indústria automobilística é a capacidade das fabricantes de autopeças, de acompanharem os novos projetos das montadoras. Muitas delas dependem das matrizes que, diante da crise em seus mercados, principalmente no caso das americanas e europeias, relutam em liberar apoio financeiro às subsidiárias, o que pode levar a riscos de gargalos no futuro. Em várias ocasiões em que o mercado estava aquecido, linhas de montagem tiveram de ser paralisadas por causa do desa bastecimento de peças, ou os veículos permaneciam incompletos nos pátios. Uma saída poderá ser a importação de componentes, que este ano já levou o setor a um grande déficit, em sua balança comercial.
Institucional Com grandes desafios Denise Dias assume o comando do sindicato O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Paraná (Simpep) passa por nova fase. Isso porque em novembro de 2009 uma nova diretoria assumiu o sindicato para o triênio 2009 a 2012. Na presidência agora está Denise Dybas Dias, da Dyplast Ltda. Conforme a nova dirigente os desafios desta nova gestão são muitos, sendo em primeiro dar continuiDirceu Galleas, dade nas ações que o ex-presidente, SIMPEP já vinha fazenao lado da nova do sob a liderança de líder do sindicato, Dirceu Galléas. “A proDenise Dias moção da união do setor é um dos nossos principais objetivos, assim teremos mais força, respeito e representatividade”, afirma. Denise diz que os desafios sempre existem, não só pela troca de gestão, mas pela rápida dinâmica do mercado. “A cada dia aparecem situações n ovas: questões tributárias, políticas, mercado internacional, etc. Temos que estar sempre atentos e em conexão com os outros sindicatos para desempenhar bem o nosso papel; que é o de representar o setor no Paraná, congregar as empresas e acima de tudo defender nossa categoria econômica, pleiteando por condições de desenvolvimento de nossas indústrias”, finaliza. Denise recebeu o apoio e a indicação da atual gestão presidida por Dirceu Galléas, que vê como promissora e importante a participação da mulher no cenário empresarial. “A Denise é muito competente, está no segmento há 17 anos fazendo 40 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
DIVULGAÇÃO/PS
Simpep empossa nova diretoria
um grande trabalho em sua empresa e tenho certeza que será uma ótima presidente para nossa instituição”, relata Galléas. A nova presidente vai encampar várias bandeiras, entre elas o aprimoramento dos serviços oferecidos pelo sindicato, aumentar o número de associados e apostar na capacitação profissional. Outra proposta da presidente é pleitear junto ao governo benefícios para as empresas do setor plástico que, segundo ela, vêm sofrendo com a alta carga tributária e a atual guerra fiscal dos Estados.“É um novo desafio assumir este cargo, mas conto com uma excelente diretoria e, juntos iremos desenvolver um trabalho sério que leve benefícios para todas as empresas de transformação”, diz Denise. Hoje o setor plástico paranaense conta com 600 empresas, que geram 18 mil empregos diretos. O faturamento anual do setor é de US$ 3,2 bilhões.
Bloco de Notas Utilizado para construção de habitações, o sistema de painéis plásticos da MVC foi homologado pela Caixa Econômica Federal. O produto poderá ser usado somente em um lote inicial de 500 unidades de empreendimentos de pequeno porte, como condomínios residenciais, por exemplo. Após a viabilidade concluída definitivamente pelo banco, outros tipos de construções poderão ser liberados. Os painéis do sistema são formados por uma estrutura sanduíche de lâminas em plástico reforçado com fibra de vidro, para permitir conforto térmico e acústico. A MVC fornece tanto um sistema básico composto pela estrutura metálica, forro e os painéis internos e externos - como a casa completa, que inclui também as telhas, esquadrias e portas, entre outros equipamentos. Os painéis de plástico foram aprovados também em testes realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
China dá largada a 1º complexo petroquímico com participação estrangeira no país
Gaúchos questionam Gabrielli sobre controle da Refap O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, esquivou-se de responder sobre o possível rompimento da parceria que a estatal mantém com a Repsol, na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), durante o seminário o Brasil e o Pré-sal, na Assembleia Legislativa gaúcha. A saída da Repsol da sociedade - a empresa tem 30% das ações - é especulada pelo mercado há algum tempo, e a grande dúvida é sobre quem vai ficar com a fatia da companhia espanhola. O mediador dos debates, deputado federal Marco Maia (PT), “salvou” Gabrielli de responder ao público presente, oferecendo a opção de o dirigente comentar o questionamento, por e-mail. Maia acrescentou que, como se trata de uma pergunta de interesse dos gaúchos, também gostaria de saber a resposta.
A ExxonMobil e suas parceiras Sinopec, Fujian Province e Saudi Aramco comemoraram o funcionamento das primeiras instalações integradas de refinaria e petroquímica da China, com participação estrangeira. Trata-se do complexo de Fujian, joint venture das companhias, que já recebeu mais de US$ 4,5 bilhões em investimentos. O complexo de Fujian pertence conjuntamente à Fujian Petrochemical Company Limited (50%), ExxonMobil China Petroleum and Petrochemical Company Limited (25%) e Saudi Aramco Sino Company Limited (25%), também totalmente integrado à Fujian Fuels Marketing Joint Venture, registrada como “Sinopec SenMei (Fujian) DIVULGAÇÃO/PS
Sistema de painéis plásticos da MVC é homologado pela Caixa
Nãotecidos e tecidos técnicos esperam crescimento de até 8% este ano A Indústria de nãotecidos e tecidos técnicos deverá crescer entre 6% e 8% este ano, avaliam executivos da Abint, entidade que representa o setor. A combinação do aumento da massa salarial, a recuperação dos empregos e os sinais de retomada de determinados mercados, como o de descartáveis e higiênicos, construção civil, obras de saneamento ambiental, automotivo e big bags, justificam o crescimento. O setor, que investiu cerca de R$ 30 milhões este ano para aquisições de máquinas conta com mais de 200 empresas, responde por cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos e tem faturamento anual da ordem de US$ 1 bilhão.
Basf PU segue segmento automotivo e cresce 3 vezes em volume de produção Líder do mercado nacional no fornecimento de PU para fabricantes de veículos, a Basf PU (Poliuretanos), de Mauá, acompanha o crescimento do mercado automotivo no País. A unidade, que fornece para a Volkswagen, General Motors, Ford, Fiat, Toyota, Mercedes-Benz, Scania e Honda, comemora 10 anos, sob controle da companhia alemã. A empresa, que foi adquirida em novembro de 1999, da Cofade, que era joint venture da Basf com a Cofap. Dissolvida a parceria, a atividade já cresceu três vezes em volume de produção, nesse período, para se ajustar à demanda do segmento automobilístico.
Redução de IPI ajuda o plástico O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a redução a zero, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os principais produtos e matérias-primas do setor moveleiro (madeira, plástico, aço e rattan, além das chapas). A medida vale até o dia 31 de março. Atualmente, as alíquotas variam entre 5% e 10%.
Petroleum Company Limited”, de propriedade da Sinopec (55%), ExxonMobil China Petroleum and Petrochemical (22,5%) e Saudi Aramco Sino (22,5%). A joint venture administra e opera 750 postos de serviços e uma rede de terminais. De acordo com a ExxonMobil, os mais de US$ 4,5 bilhões investidos no complexo triplicaram a capacidade de produção da refinaria existente, para 240 mil barris diários de combustíveis e de outros produtos refinados. O projeto acrescentou um novo complexo petroquímico, que inclui 800 mil toneladas/ano de craqueamento a vapor de etileno, uma unidade de polietileno de 800 mil toneladas/ano, uma unidade de polipropileno de 400 mil toneladas/ano e uma unidade de paraxileno de 700 mil toneladas/ano. <<<< Novembro de 2009 < Plástico Sul < 41
Anunciantes Agenda Brasil FMU – Feira de Ferramentaria, Modelagem e Usinagem Data: 02 a 05 de março Local: Joinville - SC Telefone: 47 3028-0002 http://www.marktevents.com.br
Activas # Pág. 09 Agebras # Pág. 37 Argenplás # Pág. 29 AX Plásticos # Pág. 30 Brasilpack # Pág. 31 Cabot # Pág. 43 Chiang # Pág. 13 Deb’Maq # Pág. 07 Embala Nordeste # Pág. 35 Étimo # Pág. 11 Gabiplast # Pág. 26 Heatcon # Pág. 22 Hi Tech # Pág. 43 Interplast # Pág. 27 Itatex # Pág. 18 J.R. Oliveira # Pág. 37 Kie # Pág. 43 Kraton # Pág. 43 LGMT # Pág. 19 Lorena # Pág. 21 Mainard # Pág. 37 Mecanofar # Pág. 37 Mega Steel # Págs. 02 e 03 Met. Wagner # Pág. 22 Minasplast # Pág. 33 Momesso # Pág. 18 Multi-União # Pág. 26 Nazkon # Pág. 37 NZ Cooperpolymer # Pág. 43 NZ Philpolymer # Pág. 43 Pallmann # Pág. 23 Phitec # Pág. 37 Premiere # Pág. 43 Pro Color # Pág. 15 Resinet # Pág. 44 Rone # Pág. 30 Rosciltec # Pág. 37 Rulli Standard # Pág. 17 Salvi Casagrande # Pág. 38 Santa Maria # Pág. 43 Thati Polímeros # Pág. 43 Theodósio Randon # Pág. 43 Uniezzo # Pág. 43 Wortex # Pág. 25
Semana Internacional da Embalagem, Impressão e Logística Data: 08 a 12 de março Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo – SP www.semanainternacional.com.br Techmei – Feira Internacional de Tecnologia em Máquinas e Equipamentos Industriais Data: 15 a 18 de março Local: Expo Center Norte – São Paulo-SP WWW.techmei.com.br Plastshow Data: 06 a 09 de abril Local: Expo Center Norte – São Paulo - SP www.arandanet.com.br Emabala Minas - IV Feira Internacional de Embalagens e Processos Data: 06 a 09 de abril Local: Expominas Belo Horizonte – MG www.greenfield-brm.com Fimec - 33ª Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes Data: 13 a 16 de abril Local: Parque de Exposições Fenac – Novo Hamburgo-RS www.fimec.com.br Mecânica - 28ª Feira Internacional da Mecânica Data: 11 a 15 de maio Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi - São Paulo-SP www.mecanica.com.br Metal Plast 2010 - Feira de Metalmecânica e Plásticos Data: 16 a 19 de junho Local: Parque da Efapi Chapecó – SC
42 > Plástico Sul > Novembro de 2009 >>>>
Química & Petroquímica Data: 21 a 24 Junho Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo-SP www.quimica-petroquimica.com.br Interplast 2010 - Feira e Congresso Nacional de Integração da Tecnologia do Plástico Data: 23 a 27 de agosto Local: Expoville - Joinville - SC http://www.messebrasil.com.br
Internacionais Argenplás – XIII Exposição Internacional de Plásticos Data: 22 a 26 de março Local: La Rural, Predio Ferial de Buenos Aires - Argentina www.argenplas.com.ar Plastimagen – 16ª Exposição Internacional da Indústria do Plástico Data: 23 a 26 de março Local: Centro Banamex – Cidade de México –México www.plastimagen.com.mx Chinaplas – Feira Internacional de Plástico e Borracha Data: 19 a 22 de abril Local: Shanghai New International Expo Center - China www.chinaplasonline.com Expoplast Peru Data: 12 a 15 de maio de 2010 Local: Centro de Convenciones del Jockey Plaza - Lima – Peru www.expoplastperu.com
<<<< Novembro de 2009 < Plรกstico Sul < 43