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Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844
"Alguns homens vêem as coisas como são e dizem «Por quê?». Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo «Por que não?»" (Bernard Shaw)
Redação: Erik Farina Gilmar Bitencourt Júlio Sortica Departamento Financeiro:
Da Redação
Rosana Mandrácio Departamento Comercial:
Por Melina Gonçalves. >>>> Pág. 05
Débora Moreira, Magda Fernandes e Sandra Tesch
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Saneamento básico em pauta. >>>> Pág. 06
Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual -
Especial
Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração
Automóveis: o plástico pega carona. >>>> Pág. 10
petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos,
Destaque
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A feira K'2010 antecipa tendências. >>>> Pág. 24
fóruns, exposições e imprensa em geral.
Balanço
Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul.
Os resultados da Braskem e Lanxess. >>>> Pág. 30
É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que
Foco no Verde
citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.
36 Filiada à
ANATEC PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS
ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas
As ações ambientais do setor. >>>> Pág. 36
Painel da Indústria Desempenhos dos principais setores. >>>> Pág. 36
Bloco de Notas Novidades variadas sobre o setor. >>>> Pág. 40
Anunciantes + Agenda Fique por dentro. >>>> Pág. 42
Capa: divulgação
404 >> Plástico Plástico Sul Sul > Outubro > Outubro de 2010 de 2010 >>>> >>
ARQUIVO/PS
Da Redação
Os dois lados do Brasil
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sta edição da Revista Plástico Sul que chega em suas mãos, caro leitor, une os dois lados do país. Em uma direção apresentamos os números velozes da indústria automobilística e a comemoração do setor plástico que pega carona no desempenho. As exigências dos novos consumidores que entram nas concessionárias favorecem os fabricantes de resinas, máquinas e transformadores para este segmento de mercado: os motoristas de hoje exigem carros mais leves para gerar economia de combustível, alternativas mais sustentáveis e design arrojado. Ponto para o plástico. Do outro lado e separado por um enorme abismo está o setor de saneamento básico brasileiro que amarga resultados ruins principalmente em termos de coleta e tratamento de esgoto. Nossas crianças pagam o preço da falta de iniciativa do poder público. Empresas e Instituições tentam divulgar a importância do saneamento para a vida das pessoas, esforçam-se incansavelmente para que alguma coisa seja feita pelo bem do futuro. Tão importante quanto sustentabilidade e efeito estufa, é um país com consciência no
que se refere a coleta e tratamento de esgoto. O PVC é a principal resina termoplástica utilizada neste segmento. Os tubos e conexões auxiliam nos processos. Dentro dessa indústria estão as maiores empresas transformadoras do país, Tigre e Amanco. Desta forma, a relação entre plástico e saneamento é estreita. E antes de ser um negócio, é primeiramente a parte mais social que o setor de transformação tem. Mas pouco adianta o setor plástico fazer a sua parte, as entidades se esmerarem em esforços e o Ministério das Cidades apresentar verbas, se os municípios não se esforçam e se determinados prefeitos ainda tem a mentalidade de que “obra enterrada não gera votos”. As indústrias automobilística e de infraestrutura tem um abismo entre si, mas em comum um grande aliado: o plástico. Que este material consiga minimizar perdas e aumentar resultados positivos para o cidadão, permitindo que além de comprar um belo carro, possa também ter acesso a água tratada e saneamento básico, afinal um pouco de dignidade faz bem a saúde. Boa leitura!
MELINA GONÇALVES / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br <<<< <<<< Outubro Outubro de 2010 de 2010 << Plástico PlásticoSul Sul<<05 5
Um país parado no tempo Saneamento básico A carência na coleta e tratamento de esgoto faz o Brasil andar para trás. Em um universo onde o plástico é grande atuante saiba quais são as consequências e o que o poder público e a iniciativa privada estão fazendo para reverter o quadro.
A
falta de coleta e tratamento de esgoto afeta milhares de pessoas por ano no país. Enquanto o Brasil já possui mais de um celular por habitante dados do Sistema Nacional de Informação do Saneamento, do Ministério das Cidades, aponta que 57% da população brasileira ainda não têm coleta de esgoto. Responsável por grande consumo 6> > Plástico PlásticoSul Sul>> Outubro Outubro de de 2010 2010 >>>> >>>>
de plásticos, principalmente PVC, o saneamento básico ainda possui muito espaço para crescimento e as autoridades precisam estar atentas às carências deste setor. Édison Carlos, químico industrial de formação e há muitos anos atuando em áreas ligadas à Comunicação e Relações Institucionais nos setores químico e petroquímico, foi nomeado novo presidente executivo do Instituto Trata Brasil, uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público - que visa coordenar uma ampla mobilização nacional, para que o País possa atingir a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto. O químico vem de uma experiência de 20 anos em várias posições no Grupo Solvay, sendo que nos últimos tempos foi responsável pela área de Comunicação e Assuntos Corporativos da Solvay Indupa. Com a experiência do setor plástico e de olho nos desafios desse novo trabalho, Édison Carlos abre as portas do Insituto Trata Brasil e revela a real situação da coleta e tratamento de esgoto no Brasil e as possi-
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PLAST VIP Édison Carlos
bilidades para o futuro deste segmento que por muitos anos foi considerado o “primo pobre” da infraestrutura. Revista Plástico Sul - De uma forma resumida, o que é o Instituto Trata Brasil? Édison Carlos - O Instituto Trata Brasil nasceu em 2007 da vontade de algumas empresas e entidades da sociedade civil de fazer um movimento pelo saneamento básico no Brasil. Quando falamos de saneamento básico, o Instituto Trata Brasil foca mais nas questões de coleta e tratamento de esgoto. Plástico Sul - Porque as empresas resolveram se unir e criar uma entidade? Carlos - Já existiam muitas associações de classe falando de saneamento, mas as empresas acharam que era possível a criação de um instituto que falasse da indignação do cidadão. O Trata Brasil tem o objetivo de mobilizar a sociedade para que ela cobre de seus governantes o serviço de coleta e tratamento de esgoto. Essa parte da infraestrutura nacional é considerada o primo pobre, ou seja é aquela que menos rece-
beu investimentos ao longo das últimas décadas. Por muitos anos prevaleceu atese de que obra enterrada não dá voto.
Plástico Sul - Então a responsabilidade pelo saneamento é de quem? Carlos - Em termos de financiamento, os grandes pontos de orçamento vêm da União, Caixa Econômica Federal, BNDES e Fundo de Garantia. Depois têm as empresas privadas que entram com seu próprio capital. Já a responsabilidade legal é da prefeitura, que tem que dar o primeiro passo. Ou ela faz a concessão para empresa estadual ou faz sistema misto ou através da iniciativa privada. Formas existem, mas é preciso ter vontade política. Muitas vezes os eleitores cobram um posto de saúde, por exemplo, mas não pedem a canalização do esgoto que está passando em céu aberto na porta da casa deles. E o Trata Brasil começou desenvolvendo uma série de pesquisas com associações de grande credibilidade, justamente para levantar números do impacto que a falta da coleta e tratamento de esgoto traz para as pessoas. Plástico Sul - E quais são os impactos da falta de saneamento na vida das pessoas? Carlos - Descobrimos coisas chocantes que divulgamos e conseguimos felizmente trazer o tema saneamento para uma visibilidade nunca antes conseguida. Um dos dados que levantamos nos estudos é que há um impacto direto do esgoto na mortalidade infantil. Nós temos como parceira a Pastoral da Criança, que há muitos anos já identificava isso através dos trabalhos que executa nas áreas carentes do país.
“Dados do Ministério da Saúde mostram que 7 crianças morrem por dia no Brasil por conta da falta de coleta e tratamento.” maiores cidades do Brasil, em relação a saneamento, coleta e tratamento de esgoto. Há predominância de algumas cidades do estado de São Paulo, como as mais bem atendidas nesses serviços, além de algumas capitais como Brasília e Belo Horizonte. Mas no geral o quadro é muito ruim. Para você
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Plástico Sul - A falta de boa vontade política é um dos principais entraves no saneamento? Carlos - É o principal, sem dúvida. O recurso está lá, o Ministério das Cidades reclama que não há projetos dos municípios para acessar os recursos. Primeiramente, o prefeito precisa querer e muitas vezes ele conclui que é uma obra que não irá gerar dividendos políticos. Desta forma, ele prefere asfaltar a rua sem ter feito a tubulação embaixo. Se o prefeito não se convencer que a questão do saneamento é importante e se o eleitor não cobrar do vereador, isso não será feito.
As crianças de até cinco anos de idade que são submetidas ao esgoto aberto perto de suas casas têm 20% a mais de chance de morrer do que as crianças que não são afetadas pelo esgoto. Dados do Ministério da Saúde mostram que sete crianças morrem por dia no Brasil por conta da falta de coleta e tratamento. Crianças submetidas a essa contaminação também até os cinco anos de idade, tem uma capacidade de aprendizado escolar 18% menor. São 217 mil trabalhadores que se afastam todo ano das atividades, por até 17 horas cada um, em virtude de ter que ir ao Pronto Socorro para se tratar de diarréia, cólera ou hepatite, ou precisa levar o seu filho para fazer o tratamento.
Plástico Sul - O que significa não ter saneamento básico tanto na vida das pessoas, quanto para o Brasil? Carlos - Um atraso. A falta de coleta e tratamento de esgoto condena o país a parar no tempo. Enquanto o Brasil já tem mais de um celular por habitante, metade das pessoas não tem saneamento, ou seja, elas estão expostas seja pela vala negra, em contato com esgoto a céu aberto ou entrando em contato com água contaminada. Plástico Sul - Desta forma, como está o Brasil quando o assunto é tratamento e coleta de esgoto? Carlos - Nós fazemos um ranking das 81
ter uma idéia, os dados oficiais do Sistema Nacional de Informação do Saneamento, do Ministério das Cidades, mostra que 57% da população brasileira ainda não tem coleta de esgoto. Só a metade da população de área urbana possui. Ou seja, o problema está disseminado, não é só rural. Diria até que é mais até urbano do que rural.
Plástico Sul - Onde estão os estados ou municípios com maior cobertura de saneamento básico no Brasil e quais os que>>>> <<<< <<<< Outubro Outubrodede2010 2010<<Plástico Plástico SSul ul < 7
são mais carentes neste sentido? Carlos - A melhor cobertura está no sudeste. Pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, dados de 2008, apontam que no sudeste 95,1% dos municípios tem coleta. No Sul 39,7%. Centro-oeste 28,3%. No nordeste 45,7%. E no norte 13,4%. São porcentagens de municípios com coleta de esgoto. Quando falamos em tratamento, no sudeste onde 95,1%,dos municípios coletam esgoto, somente 48,4% tratam. No sul coletam 39,7% e tratam apenas 24,1%. No Centro oeste tratam 25,3%, no nordeste só 19% e no norte 7,5%. Então a coleta já é pouca e do que se coleta muito pouco se trata. Plástico Sul - Da região sul, onde está a maior carência? Carlos - O Rio Grande do Sul é um dos piores estados em termos de saneamento básico no Brasil. Uma região desenvolvida tem uma das piores situações em termos de tratamento e coleta de esgoto. No ranking das 81 maiores cidades do Brasil, Porto Alegre está na 27ª colocação. A cidade coleta 85% do esgoto e trata 16%. Ou seja, coleta e joga no rio. Plástico Sul - Para melhorar esta situação em âmbito nacional, quais são as metas do instituto? Carlos - A meta é trabalhar pela mobilização da sociedade para que os governos, federal, estaduais e municipais garantam recursos para esses investimentos. Para ter uma idéia, pesquisas apontam que para universalizar a questão de coleta e tratamento de esgoto no Brasil, precisaríamos de R$ 270 bilhões. Ficamos 20 anos sem fazer praticamente nada em relação a saneamento e a população estava crescendo. É um buraco que vai demorar muito tempo. As empresas estaduais de saneamento são responsáveis pelo serviço de 70% da população. Essas empresas precisam de um choque de gestão para diminuir as perdas de água e vazamentos, melhorar a produtividade. 20% dos serviços estão nas mãos das companhias municipais e 10% do setor privado. Estas entradas das operadoras privadas têm trazido ganhos de gestão e uma contribuição na diminuição de perdas. Mas também tem empresas municipais e estaduais ótimas. O nosso sonho é resolver o problema do esgoto até 2025, mas para isso precisaria mais que dobrar os investimentos. 8> >Plástico PlásticoSul Sul>> Outubro Outubro de de 2010 2010 >>>> >>>>
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PLAST VIP Édison Carlos “O nosso sonho é resolver o problema do esgoto até 2025, mas para isso precisaria mais que dobrar os investimentos.” cio. Hoje percebemos uma melhoria, inclusive entrou na pauta dos candidatos a presidência, com eles debatendo abertamente o tema saneamento e isso já uma grande vitória. Agora é preciso transformar essa prioridade eleitoral em prioridade real.
O PAC 1 destinou R$ 40 bilhões em quatro anos para esgoto, são R$ 10 bilhões por ano. Mas o grande problema é que até agora só 20% desses recursos chegou na ponta, em obras. Porque há uma série de gargalos no setor como licença ambiental, burocracia, a mudança de configuração urbana das cidades e falta de capacitação técnica para criação de projetos nos municípios. Plástico Sul - Qual o orçamento do instituto para desenvolver este trabalho? Carlos - O Trata Brasil conta com um orçamento na base de R$ 1 milhão de reais por ano que vem das empresas para fazer este trabalho. Mas também há entidades da sociedade civil que não entram com aporte financeiro, mas são tão importantes quanto, como a Pastoral que dissemina a informação por todo o país, a Associação das Empresas Estaduais de Saneamento, a ADVB, o Instituto Coca-Cola e várias outras instituições que aportam conhecimento e que são tão importantes quanto o recurso financeiro. Plástico Sul - Em uma lista de prioridades, em que lugar encontra-se o saneamento básico para o Estado Brasileiro? Carlos - Até 2003 o saneamento estava abandonado. A partir daí, com a criação do Ministério das Cidades, o governo voltou a ter interesse. Hoje se sabe em que porta bater para se falar sobre o assunto. E a lei de 2007 deu um marco regulatório mínimo para que as empresas se sentissem seguras a investir, já que isso não é filantropia e sim um negó-
Plástico Sul - Como está o mundo em termo de saneamento? Carlos - Os melhores países para se viver não tem mais problema de saneamento há muitos anos. Já nós estamos pior que o Equador, estamos atrás dos países da América do sul. O país é gigante e não é simples fazer esse tipo de intervenção, mas tem que ser feito. Plástico Sul - De forma geral, como o plástico pode colaborar para a diminuição desta carência no país? Carlos - As tubulações plásticas, por exemplo, tiveram avanço enorme. Sem dúvida que o setor plástico deveria entrar nessa discussão e será um dos setores mais beneficiados nessa questão, assim como diversos outros materiais. Plástico Sul - Quais são as ameaças e as oportunidades do saneamento básico no Brasil? Carlos - As ameaças são a diminuição de recursos e que outras áreas continuem a ser prioridades sob a área do saneamento. A questão da falta de prioridade política também ameaça. Também devemos estar atentos para que o Ministério das Cidades se mantenha importante. As oportunidades são enormes: é um mercado gigante, que fomenta vários setores envolvidos. É uma oportunidade não só para as cadeias produtivas mas para a sociedade em geral. A Copa do Mundo e Olimpíadas são grandes oportunidades. O Instituto Trata Brasil não é contra os investimentos em áreas importantes como mobilidade, o que queremos é que não esqueçam da questão do saneamento. Dados dão conta que R$ 1 real em saneamento poupa R$ 4 reais em saúde. PS
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Por Gilmar Bitencourt FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS
ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva
Em alta rotação Na busca pela redução de peso dos veículos e apelo sustentável, indústria aposta no plástico para ganhar competitividade. 10 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
A
celerando. Assim pode ser definida a indústria automotiva brasileira no momento, que segundo os dados da Anfavea, associação representante das montadoras, no período de janeiro a outubro de 2010, produziu mais de 3 milhões de unidades.
Este desempenho superou em 15,3%, os números registrados no mesmo período do ano passado, que atingiu a produção de 2,64 milhões de veículos. De carona e sentado no banco da frente segue a cadeia produtiva do plástico que atende este setor. Os produtores de resinas >>>>
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva
Unanimidade: tanto os importados quando os nacionais preocupam-se com design, leveza e sustentabilidade
ículos, e que as vendas de PP seguem a reboque. “Novamente, o Brasil deve registrar boas vendas de carros, seguindo a tendência dos últimos anos”, observa. Segundo Chammas, quando o mundo enfrentou a crise há dois anos, o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como forma de manter as vendas aquecidas. O resultado foi bastante positivo, com o setor automotivo batendo recorde de vendas. Como este setor utiliza basicamente o polipropileno em seus produtos, com o aumento dos negócios neste setor, a produção e as vendas desta resina seguiram o mesmo ritmo. “Com o final da redução do IPI por parte do governo, as vendas de automóveis reduziram o ritmo, porém o mercado já se tornou maduro e as vendas tiveram bons resultados, demandando o mesmo ritmo ao mercado de PP”, acrescenta.
projetadas em 2,8 mil toneladas somente neste ano. “Foi desenvolvida para atender os diversos requisitos dos processos produtivos da indústria automotiva brasileira, e atende a todos atributos exigidos em acabamento e segurança”, informa o vice-presidente. O composto permite várias aplicações nos veículos. Na parte exterior do automóvel, é destinado principalmente para peças grandes, como parachoques e saias laterais, que requerem altos índices de fluidez, além do aumento nos requisitos mecânicos por conta da segurança. Na parte interna do carro, a empresa destaca que pode proporcionar excelente estética e aparência, além de atender as restrições crescentes de emissões de voláteis, também chamados de baixo VOC (Volatile Organic Compounds). Os investimentos da empresa não para por aí. A Braskem, que este ano iniciou a
A Braskem é uma das principais produtoras de PP, resina utilizada em larga escala na fabricação de veículos. A empresa produz anualmente três milhões de toneladas da resina, sendo dois milhões produzidas nas plantas brasileiras e um milhão na planta dos EUA. Deste total, 9% é destinado para o setor automobilístico. Com o objetivo de ampliar a sua participação neste segmento a Braskem lançou recentemente um composto de plipropileno. A nova resina, CP 286, chega ao mercado com volume de vendas
produção de polietileno verde, anunciou na feira K, realizada em outubro, na Alemanha, a construção de uma planta de PP verde, com operação prevista para 2013. “A resina PP é muito versátil em suas aplicações e por isso o setor automotivo aparece como um possível cliente potencial, assim como outros, principalmente, por se tratar de matéria-prima renovável”, comenta Chammas. O local da planta de PP verde ainda não foi divulgado. A única informação prestada pela empresa é de que será construída no Brasil. De acordo com o vice-presidente>>>>
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cientes da pujança e da força deste segmento estão ampliando a sua produção e apresentando cada vez mais novas resinas para atender as exigências das montadoras. A ordem do momento é a redução do peso dos veículos e a sustentabilidade. Na disputa pelo mercado, sai ganhando quem produzir veículos mais econômicos e que agridam menos a natureza. Dentro desta ótica, o plástico tem sido um excelente aliado desta indústria. É nítido o crescimento da utilização dos polímeros. Segundo especialistas, de uma década para cá, a quantidade de plástico embarcado nos veículos, praticamente dobrou. O diretor da unidade de negócios plásticos de engenharia América Latina da Rhodia, Marcos Curti, informa que 2010, o aumento da utilização do plástico na produção de veículos no Brasil foi em média de 5%.
Se a tendência do futuro é ampliar a produção de veículos e também a aplicação do plástico na fabricação dos automóveis, fica a pergunta no ar: não seria o momento de transformadores que atuam na fabricação de produtos de menor valor agregado, vislumbrarem este segmento? A demanda existe e tende a ficar cada vez maior. Se não tivermos produção nacional para atender este mercado, vamos sofrer ainda mais com a entrada de produtos importados.
A Braskem confirma o bom momento da indústria brasileira de automóveis. A empresa destaca ainda o crescimento do uso do plástico neste setor. O vicepresidente de polímeros da empresa Braskem, Rui Chammas, comenta que os materiais poliméricos devem ocupar cada vez mais espaço nos novos modelos de automóveis, principalmente pelo fato de que deixam os veículos mais leve, reduzindo o consumo de combustível, um grande apelo desta indústria na atualidade. O vice-presidente comenta que o mercado automotivo está com o pé na tábua, com lançamentos de novos modelos de ve12 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
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QuarmaQ é resultado da substituição de metais por compostos e plásticos que reduzem o peso do veículo em até 60 Kg
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva
o projeto passou pela engenharia conceitual e em 2011 entrará na fase de engenharia básica. A etapa seguinte será a aprovação pelo conselho de administração da petroquímica. “Isto feito, a projeção é que a planta entre em operação com capacidade para produzir no mínimo 30 mil toneladas anuais de PP”, informa. Chammas destaca que a meta da empresa com o novo empreendimento é de continuar trabalhando em parceria com os clientes para desenvolver cada vez mais produtos que atendam e superem as necessidades e expectativas, “trazendo benefícios
Carro Conceito Através de uma parceria entre a SABIC Innovative Plastics e a montadora Hyundai foi desenvolvido o QuarmaQ. O resultado da substituição de metais por compostos e termoplásticos de alto desempenho, reduziram o peso do veículo em até 60 kg, podendo proporcionar economia média de combustível de até 80 litros por ano, mais segurança para os pedestres e a possibilidade de criar formas complexas em 3D. Graças à redução de peso por meio do uso de plásticos, o QarmaQ alcançou suas metas ambientais. A GreenOrder, uma empresa de estratégia ambiental com sede em New York, EUA, que auditou o carro conceito, estimou que a utilização do QarmaQ evitaria a emissão de gases do efeito estufa em mais de 200 quilos anualmente. O veículo demonstra as significativas vantagens ambientais da utilização do plástico. Por exemplo, os compostos com as resinas Xenoy iQ* e Valox iQ* são em 85% derivados do lixo plástico pós-consumo. Os materiais foram usados nas peças principais do veículo e ajudaram a evitar que aproximadamente 900 garrafas PET (tereftalato de polietileno) fossem para depósitos de lixo. As soluções sem pintura usadas no interior do veículo ajudam a reduzir as emissões de voláteis liberadas durante as operações de pintura tradicional. A resina Flexible Noryl* da SABIC possibilita revestimentos mais finos nos fios e cabos, o que ajuda a reduzir o peso do veículo, e permite mais componentes eletrônicos no mesmo espaço. para toda a cadeia do plástico e para o consumidor final”. Ele fala ainda que a exemplo do que ocorre com o PE produzido a partir do etanol, a produção do PP Verde, deve ser exportada, sendo que os mercados europeu e asiático se mostram mais maduros em relação a produtos com apelo sustentável. “Mas certamente uma parte da produção poderá consumida pelo mercado interno brasileiro”, acrescenta.
A força e o clima de euforia da indústria automobilística também é apontado pela subsidiária integral da Saudi Basic 14 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
Industries Corporation (SABIC). O gerente geral automotivo da SABIC Innovative Plastics para a América do Sul , Edson Simielli, comenta que é uma indústria forte e que está crescendo muito. Salienta que há um otimismo grande por parte das montadoras de veículos no país, com relação as projeções de crescimento para os próximos cinco anos. “O volume de investimento que está sendo anunciado para este período é muito significativo. O pessoal está falando em número na casa de U$ 23 a U$ 25 bilhões”, comenta o executivo. Diante deste quadro e com o objetivo
de suportar o crescimento do mercado automotivo, Simielli destaca que a empresa continua investindo, principalmente no processo produtivo. A indústria automobilística representa aproximadamente 50% do faturamento da SABIC Innovative Plastics. Neste sentido a empresa não está poupando esforços para apresentar inovações para o setor, vislumbrando o melhor desempenho dos seus produtos, com os olhos voltados para a questão da sustentabilidade. “A SABIC está se tornando um fornecedor estratégico para a indústria automobilística, justamente pela ampla linha de produtos”, salienta o gerente. O crescimento da participação dos plásticos de engenharia na construção dos veículos nacionais é outro ponto destacado pelo diretor. “Se você olhar qual é a tendência da indústria automobilística, para onde está seguindo, verá que busca a inovação em design e também a ampliação da durabilidade dos produtos, para que possam oferecer garantia por longo tempo, hoje já se fala em garantia de cinco anos. E quem não entrar nessa começa a perder mercado”, observa. Ele salienta ainda que a busca pela redução de peso dos veículos, para diminuir o consumo de combustível, é outro incentivo para ampliar a utilização das resinas de engenharia, por ser alternativa ideal para a eliminação de vidro e de metais nos automóveis. Segundo o executivo, a utilização do plástico na produção dos veículos nacionais ainda é inferior do que ocorre em paí->>>>
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva bricados a partir da combinação de uma resina de base de PP com fribras de vidro longas. “Eles oferecem excelente resistência e estabilidade dimensional, bem como alto fluxo para peças de camada fina”, observa o gerente ”. Comenta ainda que esses materiais permitem projetar aplicações que combinam leveza e integração funcional, incluindo FEMs (Front-End Modules, módulos front-end), módulos de portas, painéis de instrumentos, consoles centrais, blindagem sob a carroceria, sistemas de assento, tampas de portamalas e portas traseiras. A empresa também está desenvolvendo um trabalho de expansão das resinas Ultem e Noryl GTX. A primeira é uma polieterimida, amorfa, de alta resistência térmica e química, permite a substituição de materiais termofixos na fabricação de refletores de farol automotivo. “O uso da
Simielli: indústria automobilística representa cerca de 50% do faturamento da Companhia
cos de policarbonato, na Europa a Zafira já saiu com este conceito. O vidro fixo lateral que fica atrás do carro já está sendo substituído por este material, em vários veículos produzidos na Europa e no Japão”, observa Simielli. Para atender esta demanda a subsidiária da SABIC Innovative Plastics, a Exatec firmou uma parceria, em julho deste ano, com a empresa japonesa ULVAC, para acelerar a produção rentável e em larga escala da resina de policarbonato Lexan* (PC) resistente a arranhões e ao desgaste, com revestimento de plasma. De acordo com a SABIC, as tecnologias combinadas da ULVAC e da Exatec permitirão que os fabricantes de automóveis e fornecedores substituam janelas de vidro mais pesadas por painéis automotivos transparentes, a fim de atender às regulamentações para reduzir as emissões de CO2 para oferecer mais liberdade de projeto e redução de custos por meio da consolidação de peças. Edson Simielli informa ainda que em 2010, a empresa está dando ênfase para a expansão das aplicações no país da linha chamada Stamax. Estes compostos são fa16 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
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ses da Europa, Estado Unidos e em outros grande centros mundiais, principalmente quando se fala em plásticos de engenharia. Aqui no país os carros têm em torno 20 quilos destes polímeros, enquanto que lá fora este número quase dobra. Simielli explica que há uma grande produção de carros populares, que utilizam muitos materiais a base de polipropileno. “Além disso os carros produzidos nestes grandes centros são mais sofisticados e utilizam mais equipamentos eletrônicos, isso amplia o uso de plásticos de engenharia, para poder atender as es pecificações e as demandas das montadoras”, comenta. Os plásticos de engenharia, que até então tinham grande aplicação em peças utilizadas nos motores estão saindo de dentro do capô e passam a ser aplicados em vários componente dos veículos. “Hoje já começa a se falar em tetos panorâmi-
resina Ultem nesta aplicação traz benefícios ambientais como a redução de peso que ajuda a reduzir o consumo de combustível do veículo e a reciclabilidade mesmo após a metalização”, salienta o diretor. Umas das aplicações indicadas são os refletores de faróis automotivos. Já o Noryl GTX é destinada para a fabricação de para-lamas dos veículos. “Além de diminuir o peso das peças , o material oferece mais liberdade de projeto, quando comparado ao metal e aumento significativo da flexibilidade dos paralamas, em comparação com o metal”,
acrescenta o executivo. Ainda com o objetivo de oferecer soluções para o segmento automotivo, destacando o apelo ambiental, a empresa também desenvolveu as resinas Valox iQ* e Xenoy iQ*. Esses materiais são parcialmente derivados de resíduos de plástico pós-consumo, incluindo garrafas plásticas de polietileno tereftalato (PET), o que reduz o uso de combustíveis fósseis. Essas resinas possibilitam a redução de energia consumida e as emissões de CO2 na fabricação de plásticos em mais de 50% em comparação com outros plásticos presentes no mercado atual. “São soluções imediatas e ambientalmente responsáveis, pois o desempenho é equivalente ao dos compostos, das misturas e ligas que contêm o PBT fabricado tradicionalmente”, destaca Simielli. Segundo ele o material possui propriedades equivalentes ao PBT produzido de forma convencional. Portanto, praticamente todas as peças hoje produzidas em PBT e PBT/ PC podem ser substituídas pelas resinas iQ. Algumas possíveis aplicações podem ser em painéis automotivos externos, conectores automotivos, absorvedores de energia, máscaras de farol, maçanetas de porta, suporte de quebra-sol, suporte de portamalas, entre outros.
O diretor da unidade de negócios plásticos de engenharia América Latina da Rhodia, Marcos Curti, também faz uma análise positiva da indústria automotiva no país em 2010. Segundo ele, este cenário de crescimento pode se repetir no ano que vem. Mas alerta sobre a disputa do mercado nacional com os automóveis importados. “Há questões de competitividade que precisam ser tratadas rapidamente para evitar que o crescimento potencial do mercado interno não seja ocupado somente por veículos importados. A competitividade é também importante no aumento da tecnologia presente nos veículos”, observa. O mercado automotivo é de grande importância para a empresa francesa. A Rhodia tem 50% das vendas da sua unidade de plásticos de engenharia direcionados para este segmento. E seguindo o ritmo de crescimento desta indústria, a companhia deve fechar o ano com um aumento 5% na comercialização de resinas. Para Curti esta performance deve se estender para 2011. >>>>
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva Para a empresa o ano de 2010 foi marcado por um aumento de escala da indústria. E dentro do plano regional da Rhodia, a fábrica instalada em São Bernardo do Campo (SP), está recebendo investimentos na ordem de dois milhões de euros, para ampliação em 25% da capacidade de produção da unidade brasileira, que deverá estar concluída em 2012. Segundo o diretor, esta iniciativa permitiu a consolidação de componentes que antes só estavam disponíveis em modelos de veículos mais sofisticados. “Esta tendência deve se manter e até acelerar caso mantenhamos uma taxa de 5% de crescimento médio nos próximos 4 a 5 anos”, comenta o executivo. Curti estima que atualmente os veículos nacionais contam com sete quilos de poliamidas e na soma total, incluindo os plásticos de massa, a quantidade de plástico embarcada deve chegar a 150
quilos por automóvel. Fala que o crescimento da utilização do plástico na produção dos carros este ano varia de acordo com cada montadora, “mas podemos considerar uma média de 5%. O aumento da escala de produção de alguns modelos tende a acelerar este ciclo”. Além de investir no aumento da produção, a empresa também se pautou em apresentar novos produtos. Durante a feira K 2010, na Alemanha, lançou uma nova tecnologia para formulações de plásticos de engenharia em poliamida, aplicada na produção de peças para a indústria de automóveis e de eletroeletrônicos. A TECHNYL®STAR A205F é destinada, por exemplo, à produção de abraçadeiras e outras peças plásticas de alto desempenho. A inovação foi desenvolvida nos laboratórios da Rhodia no Brasil. “Essa inovação significa uma nova geração de poliamida. Suas propriedades técnicas permitem diminuir de maneira importante as temperaturas de processamento nas máquinas de injeção, contribuindo para reduzir em 15% o tempo do ciclo produtivo e em 20% o consumo de energia. Ou seja, esta nova poliamida agrega produtividade e traz be18 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
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Os plásticos de engenharia que sempre foram destaque dentro de capôs, hoje estão em todas as partes dos automóveis
nefícios ambientais”, afirma Curti. Outro lançamento regional realizado recentemente pela Rhodia Plásticos de Engenharia é o TECHNYL® A 118 V33 LP, criado para aplicação em bicos de injeção eletrônica de combustível. Ele substitui o aço no revestimento exterior. O produto conhecido como Laser Markable, reduziu em 30% o peso dessa peça, permitindo ganhos ambientais. De acordo com a empresa, os veículos que usam esse tipo de bico de injeção reduzem em 18% a emissão de hidrocarbonetos. Além desse benefício, o material pode receber gravação a laser de códigos, assegurando-se a rastreabilidade da peça. A gravação é garantida pela introdução de aditivos especiais, sem afetar as características técnicas exigidas pela aplicação, entre elas a alta resistência mecânica. Entre os lançamentos também se des-
taca o TECHNYL® Heat Performance. A nova família de produtos de poliamida 6.6 “oferece uma solução avançada para vencer os crescentes desafios das altas temperaturas sob o capô dos veículos”, destaca Curti. Ele comenta que O TECHNYL® HP propicia maior retenção das propriedades, especificamente quando exposto a altas temperaturas constantes, em relação a soluções padrão atualmente disponíveis no mercado. “Além disso, oferece maior liberdade de projeto para aplicações como circuitos de ar (coletores de admissão, dutos de ar, entre outros)”, acrescenta.
Vislumbrando o segmento
automotivo a DuPont Performance Polymers também apresenta novidades para o setor. Acrescentou a sua linha de produtos uma nova resina de nylon Zytel® PLUS e duas novas resinas Zytel® HTN PPA, que segundo a empresa buscam a proteção de longo prazo contra ambientes agressivos, “que pode, no mínimo, dobr ar a vida útil dos componentes”. Os novos polímeros podem sofrer exposição prolongada a óleo quente, cloreto de cálcio, impactos pós-envelhecimento e temperaturas de até 230ºC. Conforme a DuPont, os novos produtos, lançados na K-2010, também permitem que a indústria automobilística adote componentes plásticos mais leves e elimine o metal, ajudando a garantir que os componentes durem por toda a vida útil do veículo. O Nylon DuPont™ Zytel® PLS 95G40DH1T foi desenvolvido especificamente para atender aos atuais requisitos de impactos de pedras e envelhecimento por calor e óleo. Segundo o diretor de Marketing Global da DuPont Automotive Performance Polymers, Patrick Ferronato, a resina supera os nylons tradicionais disponíveis atualmente no mercado, ajudando a garantir que componentes como silenciadores de escapamento ou cárteres resistam a impactos de cascalhos e outros detritos presentes nas estradas, mantendo intacta a função de vedação. Além disso, o produto não mostra praticamente nenhuma perda de desempenho depois de 5.000 horas de exposição a óleo quente à temperatura de 150 graus Celsius, “tornando-se uma opção atraente para outros usos como cárteres de transmissão, módulos de filtro de óleo, tampas de válvulas e outras aplicações de transmissão”, comenta o diretor. O executivo acrescenta que, “a demanda por uma família de materiais duráveis resistentes a produtos químicos e altas temperaturas nunca foi tão grande quanto agora, quando a indústria automotiva busca reduzir o peso e o custo dos componentes para atender aos novos padrões de consumo e de emissões em todo o mundo”. Ele destaca que os motores de hoje são mais exigentes e cada componente ou sistema enfrenta uma formulação diferente de >>>>
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Curti, da Rhodia, anuncia ampliação da capacidade de produção da unidade de São Bernardo do Campo
coquetel químico ou uma escala diferente de temperatura. Seguindo a onda de lançamentos, a empresa também está desenvolvendo um produto com grande resistência a altas temperaturas. O Zytel ® PLUS 95G45DH3 está atualmente em desenvolvimento e disponível para amostras. “O produto demonstrou manter, em testes preliminares, mais de 90% da resistência à tração inicial depois de submetido a 230ºC por 1.000 horas”, frisa Ferronato. De acordo com o diretor esses materiais, juntamente com os quatro polímeros de nylon Zytel® PLUS lançados em abril são indicados para uso em motores automotivos e sistemas de óleo que enfrentam exposição a altas temperaturas por extensos períodos de tempo como refrigeradores de ar, silenci ador es de escapamento, dutos de ventilação, suportes de motor, ressonadores, cabeçotes de cilindro, cárteres, refrigera-
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva
dores de recirculação dos gases do escapamento (EGR - Exhaust Gas Recirculation), módulos de combustível, termostatos, componentes de transmissão como tampas frontais - e reservatórios do radiador onde a resistência ao cloreto de cálcio é especialmente importante devido ao tratamento aplicado às ruas em países de clima frio. PS
Grande parte dos componentes veiculares hoje são de materiais plásticos
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ESPECIAL Plástico na Indústria Automotiva
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e de um lado os fornecedores de resinas estão atentos às necessidades dos transformadores, estes por sua vez, estão aproveitando as oportunidades que o setor automobilístico está proporcionando. O diretor da Multilight Plásticos e Autopeças, Remo João Boff, comemora o bom desempenho da empresa em 2010. “Tivemos um crescimento no faturamento na ordem de 40%, em comparação com 2009”. Para ele, o aumento nas vendas empresa, que fabrica componentes para a indústria automotiva, também se deve ao aquecimento da economia brasileira, que deve fechar o ano com crescimento na ordem de 7,5% . Outro fator que pesou para esta performance, foram as exportações realizadas no primeiro semestre. “Já na se-
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Transformador comemora bom momento do setor
Entretanto, alerta para a concorrência nas peças de reposição e aumento no preço das resinas. gunda metade do ano, ficou um pouco mais complicado devido ao problema do câmbio, com a baixa do dólar, e isso dificultou as exportações”, acrescenta. A empresa fundada no ano de 2000, em Caxias do Sul (RS), tem toda a sua produção voltada para a indústria automotiva. Segundo Boff, 30% dos componentes produzidos pela Multilight são destinados para atender as montadoras de veículos e o restante da produção vai a linha de reposição de peças. E 20% do faturamento da indústria é oriundo das exportações para o Mercosul e América Central. Neste sentido, diretor da empresa se mostra bastante preocupado com a questão do câmbio, que está afetando a exportações. “Esperamos uma posição do governo, porque a nossa balança comercial está
Boff, da Multilight: dedicação total à indústria automobilística
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levando um baque com a questão do dólar baixo”, reclama. Ele fala ainda que o setor de autopeças já está sofrendo com a concorrência com os produtos importados. “O pessoal está trazendo muita coisa da China, em detrimento da nossa indústria, porque os preços são muito atrativos. Se continuar essa tendência, a indústria nacional de componentes termoplásticos para a indústria automotiva pode sofrer um revés”, alerta. Observa ainda que, “o dólar baixo facilita para quem quer importar”. Outra dificuldade apontada pelo transformador foi o reajuste dos preços das resinas durante o ano. Ele comenta que os valores das matérias-primas sofreram um aumento na ordem 15% a 20%, até o terceiro trimestre de 2010. “Muitas das resinas que trabalhamos são importadas, como o policarbonato, o acrílico, que têm os seus preços regulados pelo mercado internacional. E como este mercado também está muito aquecido, automaticamente estas resinas tiveram um aumento significativo. E isso fica muito difícil de repassar”, observa. O Remo Boff comenta que o transfor-
mador é o que mais sofre com esta situação, pois está na ponta da cadeia e não consegue repassar os aumentos. O produtor de resinas dita o preço e os clientes não aceitam o repasse. “As montadoras são muito reticentes nesta questão, não aceitam, mesmo estando cientes do aumento dos custos para produção dos componentes”, comenta. Ele afirma que as empresas do setor estão cada vez mais com as suas margens achatadas e têm que fazer uma grande ginástica para poder se manter no mercado. “Tem componente que você está trocando dinheiro para poder atender o cliente”, conta. Para 2011, o empresário acredita que
deve haver uma queda atividade econômica do país no segundo semestre. “Isso em função do que está acontecendo a nível mundial, de alguns países que ainda estão sofrendo com a crise de 2008. E com certeza vamos sofrer com os reflexos desta situação. Também devido a questão do dólar que está derrubando a nossa exportação”, salienta. Ele fala que no primeiro semestre “ainda teremos a conseqüência do final de 2010, que deverá ser bom”. A Multilight atua na fabricação de componentes automotivos na linha de finalização, como lanternas, lentes, através do processo de injeção. Utiliza principalmente plástico de engenharia na produção dos componentes. O acrílico representa 30% do consumo de resinas, seguido do ABS, também com 30% e o restante fica por conta do polipropileno. Segundo o empresário o uso do plástico cresceu muito nesta indústria, pois há uma década atrás a parte dianteira dos faróis de iluminação era todo em vidro. “Hoje as lentes praticamente são todas em policarbonato”. PS
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DESTAQUE K’2010 FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS
Flashes da Feira O evento foi palco de tecnologia e inovação. Confira algumas das inúmeras imagens gravadas na memória de quem conferiu de perto a mostra.
Feira K’2010 aponta a direção dos próximos anos Por Melina Gonçalves (enviada especial) Quem percorreu os 17 pavilhões da maior feira de plásticos mundial saiu do local com alguma novidade que chamou atenção. Seja pelos arrojados estandes dos pavilhões de matérias-primas ou pela automatização de máquinas e equipamentos, o evento confirma sua tradição de apresentar tendências e mostrar que o futuro já começou. 24 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
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K 2010 - Salão Internacional de Plástico e Borracha, ocorrida em Dusseldorf, na Alemanha, entre os dias 27 de outubro e 03 de novembro reafirma sua proposta de apresentar ao setor o que há de mais novo e arrojado no mundo. Nos corredores lotados podia-se ouvir o som da globalização: dezenas de idiomas procurando as mesmas informações: tecnologias e inovações. Com expectativas elevadas, profissionais de todos os continentes aproveitavam essa integração internacional para absorver um pouco de conhecimento e nos olhos de cada um estava a curiosidade, a vontade de saber mais e de ver mais, como se grandes máquinas e arrojados estandes fosse brinquedos dados a crianças sedentas pela arte de se divertir. Para os acostumados à ir feira talvez poucas tenham sido as observações quanto a dimensão do que foi visto. Aos que “embarcaram” na K’2010 pela primeira vez talvez tenham se
Foto de baixo: missão do Simplás contou com 80 integrantes interessados em trazer conhecimento e novidades para o Brasil
deslumbrado com a magia de um lugar repleto de conteúdo por todos os lados, com ênfase para o apelo sustentável das fabricantes de matérias-primas e seus estandes interativos, e da automatização dos processos do setor de máquinas. Expectativas a parte, apesar das inúmeras novidades apresentadas durante a K’2010, muitas das tecnologias mostradas já são conhecidas pelos transformadores brasileiros. Isso não é desmerecimento da maior feira mundial de plásticos, mas sim mérito do setor em solo verde e amarelo. Conforme a Coordenadora do Curso de Tecnologia em Polímeros da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Rosmary N. Brandalise os processos apresentados na K’2010 são os convencionalmente utilizados para polímeros, não foi observado novos processos para transformação de materiais poliméricos em artefatos. Em contrapartida, o destaque do evento na visão da coordenadora foi a integração entre as diferentes etapas dos processos. “Tomamos com o exemplo a empresa que estava expondo um sistema de reciclagem de PET, fechado. Por um lado da esteira entrava a garrafa suja e do outro, saía um produto acabado. O emprego de manipuladores na integração de diferentes processos foi o que mais chamou a minha atenção em toda feira”. Para Rosmary, o fato comprova mais uma vez a necessidade do profissional da área de polímeros, mesmo o tecnólogo, ter que buscar a integração com outras áreas do saber, em uma qualificação continuada. Além dos sistemas integrados, a professora da UCS também salienta a observação de menor perda de tempo entre um processo e outro, várias atividades em um mesmo equipamento, e o uso de manipuladores, em quase todos os equipamentos expostos. Já nos pavilhões de matérias-primas, Rosmary manifesta que suas perspectivas não foram atendidas. “Confesso que minha expectativa estava na busca de materiais
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Foto de cima: a feira reúne a cada três anos profissionais de diversos países, formando um mosaico de nacionalidades
biodegradáveis, contudo não os encontrei. O único polímero biodegradável que vi na feira foi o poli(álcool vinilico) PVA”, diz a coordenadora, com ressalva ao plástico verde, de fonte renovável, que fez muito sucesso nesta feira. Aliado a isso, ela destaca os stands das matérias-primas que estavam infinitamente mais interessantes que os de processamento (máquinas), inclusive permitindo interação entre visitante e ambiente
proposto. A coordenadora foi à K’2010 como integrante da Missão do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). Com cerca de 80 integrantes, o grupo contou com a participação de fornecedores da indústria do plástico, transformadores e dirigentes.
Para o vice-presidente do Simplás, Victor Oscar Borkoski, a partici->>>> <<<< Outubro de 2010 < Plástico Sul < 25
Milhares de visitantes circularam pela K'2010, em Düsseldorf, na Alemanha
pação do sindicato na K é muito importante por se tratar da maior feira mundial em nível de plástico. “Organizamos uma missão para que nossos associados tenham acesso às novas tecnologias, materiais e tendências que estão sendo usadas no que diz respeito a parte de automação, de nanotecnologia etc”, afirma o Borkoski que salienta ainda a importância dos pavilhões de máquinas. O dirigente acrescenta que o universo das matérias-primas também esteve na pauta dos visitantes, já que muitas vezes primeiro são lançadas na Europa , durante a K, e depois são repassadas ao restante do mundo. A missão do Simplás também contou com a presença da coordenadora da Plastech Brasil, feira promovida pelo sindicato e ocorrida em Caxias do Sul (RS), Célia Beatriz Marin. Com os objetivos de divulgar a 3ª edição do evento que será realizada em 2011, visitar os expositores da feira brasileira, prospectar novos e conhecer a infra-estrutura da K, Célia surpreendeu-se com a organização e divulgação da mostra de Dusseldorf. “Me chamou atenção a administração de um número superior a 3.100 expositores e mais de 220.000 visitantes, a infra-estrutura dos pavilhões que todos nós do Brasil desejaríamos ter, as facilidades para expositores e visitantes no que diz respeito a deslocamentos e a ampla divulgação realizada antecedendo o evento”, destaca.
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DESTAQUE K’2010 executivo percebeu equipamentos e processos muito melhores que os brasileiros. Ele acredita que isto deve-se a questões culturais. “A reciclagem não e só o ato de reaproveitar ‘ lixo’ mas sim ter a consciência de que este material será reaproveitado”. Pagno volta para o Brasil satisfeito com o que foi visto e, principalmente na área de reciclagem promete ser difusor dos conceitos vistos, seja em trabalhos de conscientização ou com os recicladores que fornecem o PET reciclado.
Tecnologias verdes
Já para o gerente comercial da Lamina Indústria Plástica Ltda, também de Caxias do Sul, Maurício Pagno o objetivo em visitar a K’2010 era conhecer novas tecnologias de extrusão e secagem de PET além de moagem e lavagem do material. Pagno afirma que na área de extrusão não houve muitas novidades. “Vi inclusive que temos em nossa empresa equipamentos que foram apresentados no evento e que são compatíveis com a realidade econômica nacional. Há sim equipamentos melhores, mas que são inviáveis para comprar em função do custo e retorno de investimento”. Já na área de reciclagem o
Independente de serem biodegradáveis ou não, as inovações voltadas à sustentabilidade foram o principal destaque da K’2010 nos pavilhões das matériasprimas. Pelos corredores, além de tecnologias que melhorem a imagem do plástico e auxiliem a poluir menos o meio ambiente, também brilharam estandes interativos e admiráveis pela beleza. Além disso, o Brasil mostra-se um dos personagens principais deste palco verde.
A Cromex, por exemplo, fez o lançamento mundial de suas linhas voltadas aos plásticos com características de sustentabilidade. A empresa atuante no mercado brasileiro de masterbatches mostrou suas novas linhas de compostos de cores e aditivos desenvolvidos para os plásticos feitos com o polietileno (PE) Verde, de fonte renovável, e com as resinas biodegradáveis à base de ácido poliláctico (PLA), derivado de plantas. “Para nossa surpresa um dos carros chefes
desta feira é o PE verde. A Braskem está fazendo um grande trabalho de divulgação e as pessoas que chegaram no estande já sabem que somos parceiros da Petroquímica e isso tem sido muito motivador”, diz Cesar Ortega, diretor Comercial da Cromex. O executivo revela que a K’2010 deixou claro que o Brasil está em evidência, já que a empresa teve grande visitação. “Esta é a décima edição da feira que participamos. Houve um crescimento pela procura dos produtos da empresa. Mas é importante salientar que existem dois fatores importantes: a Cromex vem crescendo ao longo deste tempo e estamos mais conhecidos no mercado, o que auxiliou no aumento da procura, e nos últimos três anos viemos desenvolvendo um trabalho mais focado no exterior, na área de exportação. Os resultados nós constatamos nesta feira”, comemora Ortega.
A Clariant, empresa produtora de masterbatches, também obteve destaque no evento pela apresentação de soluções sustentáveis aos transformadores. Roberto Guzmán, da Unidade de Negócios de Master-
batches destacou o lançamento da linha de masterbatches compostáveis e de fontes renováveis. Para obter produtos ecologicamente corretos a um custo acessível para o fabricantes de plásticos, a empresa aposta ainda na oferta de soluções intermediárias, usando pigmentos e aditivos convencionais, que são de alto desempenho e baixo custo mas que são compatíveis com resinas de diversas fontes. “Estamos fazendo um pacote de soluções. Temos soluções para todos os bolsos. As empresas estão saindo de um período de recessão, está todo mundo tentando aumentar a lucratividade. Temos que ter opções”, revela Guzmán. Na feira o executivo também salienta o lançamento global dos masterbatches líquidos. “Estamos oferecendo os líquidos sobretudo para as indústrias de poliolefinas. Isso é uma novidade. O master líquido já era conhecido, mas só para PET já que as bases e os veículos não eram adequados para poliolefinas”, explica. Na tecnologia da Clariant, afirma Guzmán, a troca de cores é mais fácil e com menor desperdício de material. “Em muitos casos o custo total de coloração é menor”. O executivo acre-
dita que a feira foi muito positiva devido ao grande otimismo de que a indústria retomará seu crescimento, não só na América Latina como em outras regiões do mundo.
A SABIC Innovative Plastics reafirmou, durante a K’2010, seu compromisso com o meio ambiente através de dois anúncios: a expansão do seu portfólio de Soluções Sustentáveis - que possui mais de 20 famílias de resinas e centenas de grades de produtos, como as resinas Noryl*, Cycoloy* e Lexan* EXL, que apresentam conteúdo pósconsumo reciclado (PCR) - e a adoção de um novo e rigoroso processo de validação para materiais e aplicações sustentáveis. O novo processo inclui um Cartão de Pontuação de Produtos Sustentáveis, desenvolvido em parceria com a GreenOrder, uma respeitável empresa de consultoria em Sustentabilidade ambiental. Esses dois anúncios ilustram o compromisso da SABIC Innovative Plastics em atender às diversas necessidades ambientais de seus clientes, incluindo o investimento contínuo em materiais, tecnologias e processos que auxiliam os clientes do>>>>
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DESTAQUE K’2010 mundo inteiro a diminuir seus resíduos de de carbono, atingir níveis melhores de consumo energético, eliminar o desperdício e garantir o cumprimento rigoroso das normas ambientais mundiais. O Diretor Presidente América do Sul da empresa, Ricardo Knecht, confirma o foco na indústria automobilística e a importância do Brasil para os negócios da Companhia. “O transformador brasileiro hoje está muito preocupado em encontrar nichos de mercado especiais para desenvolver mercados. Além disso, está percebendo que o mercado de commodities está muito competitivo e que é preciso inovar e achar aplicações novas”. O executivo destaca a pujança da América do Sul e afirma ainda que o Brasil é o motor da região. “Nos últimos anos o Brasil teve sua economia estabilizada, o que estimula os investidores a apostar no país”.
Saindo do universo das matérias-primas, a parte de máquinas e equipamentos foi o palco das novidades em termos de tecnologia de integração de pro-
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cessos, redução de perdas e economia de energia. E mais uma vez as inovações também partiram de empresas brasileiras. A Romi, por exemplo, sempre foi muito focada no mercado brasileiro, com algumas incursões pela América Latina. Mas a compra da Sandretto na Itália, abriu as portas para o mercado europeu. “Na Europa nós temos uma unidade de negócios que chama-se Romi Itália e dentro dela está a marca Sandretto”, afirma Hermes Lago Filho, diretor de Comercialização da Romi. Durante a feira, entre os lançamentos da empresa, destaca-se a injetora Sandretto EN, projetada usando a mais moderna tecnologia para obter alto desempenho, porém, com baixo consumo energético. Numa gama de 70 a 450 toneladas, a Sandretto EN possui acionamento hidráulico por servomotor, economizando até 40% de energia, com baixo nível de ruído. A Piovan é outra empresa brasileira que participou da K’2010. O vice-presidente da Companhia, Ricardo Prado Santos, chama atenção para o volume de visitas. “A feira teve uma forte presença de sul
americanos e principalmente de brasileiros. E vimos também que existe uma procura por parte de europeus e de outros países. Então, tem uma sinalização de que o mercado em geral pode estar mudando na Europa, onde tinha uma situação mais delicada. Esta edição da feira superou todas as nossas expectativas”, afirma.
Michael Rollmann, gerente geral da Incoe International do Brasil apresentou em seu estande algumas novidades. Além do SoftGate ® , controle de velocidade de pino de válvula de canais quentes, as áreas de ênfase incluiu as melhorias no programa de câmara quentes Direct-Flo ™ Gold e no “Sistema Integrado de Câmara Quente”. “Um destaque dos desenvolvimentos inovadores na área da tecnologia de camaras quentes é do novo SoftGate INCOE ® ; o patenteado controle de velocidade do pino válvula do sistema de camara quente”, destaca. O executivo afirma que profissionais de diversos países visitaram o espaço da Incoe, com destaque para Índia, Israel, Turquia, Chile, Brasil, China e Coréia.PS
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Balanço
Para a Companhia, crescimento de volume compensa queda de preços.
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o melhor trimestre em consumo de resinas termoplásticas do mercado brasileiro, as vendas domésticas da Braskem acompanharam essa tendência e cresceram 17% no terceiro trimestre em comparação ao anterior, refletindo as altas taxas de operação das unidades industriais da Companhia. O aumento dos volumes e da produção, especialmente na Quattor, compensou a queda dos preços das resinas no mercado internacional e brasileiro, permitindo à Braskem aumentar em 12% sua receita líquida no período, para
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Braskem registra aumento de 17% no volume doméstico de resinas R$ 7,3 bilhões. Do mesmo modo, o aumento de 30% nos volumes exportados de resinas e de 20% nos coprodutos aromáticos, quando consideradas as vendas da Braskem América, levou a uma receita com exportações de US$ 1,2 bilhão (29% da receita líquida), em linha com o segundo trimestre. No acumulado dos 9 primeiros meses do ano, a receita líquida total cresceu 31%, atingindo R$ 20,1 bilhões, reflexo principalmente dos melhores volumes, já que os preços de resinas, em reais, permaneceram es-
táveis ao longo do ano. O EBITDA consolidado da Braskem no 3T10 foi de R$ 1.03 bilhão, em linha com o registrado no trimestre anterior. Nos 9M10, o EBITDA ficou em R$ 3,0 bilhões, com alta de 24% em relação ao mesmo período de 2009. “O mercado brasileiro de resinas tende a se expandir acima do previsto em 2010, devendo atingir com folga um aumento da demanda de dois dígitos. O bom desempenho das nossas plantas, com destaque para a contínua melhoria operacional da Quattor, combinado a novos investimentos em capacidade de produção, está permitindo à empresa crescer junto com seus Clientes”, diz Bernardo Gradin, presidente da Braskem. “Nesse trimestre, foram dados passos importantes na implementação da visão estratégi->>>>
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ca da Companhia, com o início da produção do polietileno verde em escala industrial e o anúncio do projeto para produção de polipropileno verde a partir de 2013, consolidando a liderança mundial da Braskem em biopolímeros”, acrescenta Gradin. A Braskem registrou lucro líquido de R$ 554 milhões no terceiro trimestre, resultado do bom desempenho operacional e do impacto positivo da variação cambial. No trimestre anterior, o lucro líquido foi de R$ 45 milhões. No acumulado do ano, o lucro líquido já alcança R$ 476 milhões. A dívida líquida consolidada da Braskem encerrou o terceiro trimestre em R$ 9,9 bilhões, 9% menor que a registrada em 30 de junho, com prazo médio de aproximadamente 9 anos. Essa redução, associada à manutenção do EBITDA nos últimos doze meses (R$ 3,8 bilhões), assegurou a queda da alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/EBITDA de 2,84 vezes no 2T10 para 2,63 vezes no terceiro trimestre, em linha com o objetivo da
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Balanço
Companhia de atingir o Investment Grade pelas agências de classificação de risco. Os investimentos da Braskem totali-
zaram cerca de R$ 1,0 bilhão ao longo de 2010, dos quais R$ 311 milhões foram destinados à conclusão da planta de eteno verde, com capacidade de 200 mil toneladas/ano, inaugurada no final de setembro. Cabe destacar ainda os investimentos feitos na Quattor, no valor de R$ 191 milhões, contribuíram para a melhoria da eficiência operacional de seus ativos. A aquisição da Quattor pela Braskem recebeu em outubro parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) em que os órgãos recomendam que a operação seja aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A conclusão do processo está prevista para meados de 2011. A Braskem permanece focada na captura das sinergias da aquisição da Quattor. As oportunidades já identificadas até o final de setembro montam a R$ 235 milhões em EBITDA anual e recorrente para 2011. PS
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LANXESS: rendimentos sólidos no 3º trimestre A LANXESS conquistou um forte conjunto de resultados no terceiro trimestre de 2010, devido à forte demanda por sua borracha sintética e seus plásticos de alta tecnologia. Como resultado, o grupo de especialidades químicas aumentou, pela segunda vez este ano, sua previsão de lucro para 2010. Ele espera agora EBITDA pré-excepcionais de cerca de • 900 milhões para o ano completo, após ter previsto anteriormente em agosto aproximadamente • 800 milhões. “Estamos caminhando para um forte desempenho em 2010, o que reflete claramente a nossa bem-sucedida estratégia de focar em produtos Premium e nos mercados emergentes”, disse Axel C. Heitmann, Chairman do Conselho de Administração da LANXESS AG. EBITDA pré-excepcionais aumentou 71% em comparação ao ano passado, para • 244 milhões no terceiro trimestre. A margem EBITDA pré-excepcionais subiu
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Balanço cro líquido de • 118 milhões no terceiro trimestre em comparação com • 23 milhões um ano antes.
A América Latina registrou
para 13,2%, de 10,4% há um ano. Os dez produtos de maior venda da LANXESS no terceiro trimestre foram das atividades de borracha sintética e plásticos de alta tecnologia da empresa, que atendem principalmente às indústrias de pneus e automóveis. Estas indústrias estão lucrando com a mega-tendência de mobilidade, especialmente nos mercados emergentes. As vendas do grupo aumentaram 35% em relação ao ano anterior, para • 1,85 bilhão, como resultado dos volumes maiores em setores importantes de clientes, dos efeitos positivos da moeda e, sobretudo, dos aumentos de preços, que compensaram totalmente os custos maiores com matéria-prima. A empresa registrou um lu-
o mais forte crescimento na comparação ano a ano, no terceiro trimestre, com aumento das vendas de 86% em relação a 2009, para • 271 milhões. Este aumento foi estimulado principalmente pelo forte desempenho das unidades de negócios Performance Butadiene Rubbers e Semi-Crystalline Products no Brasil. A região representa 15% das vendas do grupo. Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) representaram 23% das vendas do grupo no terceiro trimestre, em comparação com 22% e 20% nos trimestres correspondentes em 2009 e 2008. Para o exercício de 2010, a LANXESS tem agora como meta, EBITDA pré-excepcionais de cerca de • 900 milhões, que é quase o dobro do resultado da receita alcançada em 2009.PS
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Foco no Verde
Programa Amigos da Natureza conscientiza crianças para atitude “verde”
O
Programa Sustenplást – RS Plástico com Inteligência, desenvolvido pelo Sinplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS), está desenvolvendo em Porto Alegre um projeto educativo e de conscientização infantil sobre os cuidados com o meio ambiente, em especial, relacionados aos artefatos plásticos. Denominado Programa Amigos da Natureza, a iniciativa busca, de forma lúdica, orientar os pequenos sobre o descarte correto do plástico, os benefícios do material e a sua total reciclabilidade. No programa, a boneca Cacá e seus amigos fazem amizade com os personagens “PETinho” e “Fada Bela” em uma história em quadrinhos sobre o tema do meio ambiente. A revista conta ainda com passatempos, informações educativas e dicas em prol da preservação da natureza. “Nosso objetivo é educar as crianças so-
bre a importância do cuidado com o meio ambiente, desmistificando a imagem de vilão do plástico. Se o material é descartado corretamente, podemos reciclá-lo em sua totalidade. As crianças precisam saber disso”, comenta o coordenador do Programa Sustenplást e vice-presidente administrativo do Sinplast, Júlio Cezar Roedel. Em 2010, a ação vem sendo realizada, de forma piloto, em escolas públicas e particulares de Porto Alegre. Ao todo, 5 mil crianças com idades entre 6 e 10 anos estão participando da ação. O objetivo é ampliar o projeto no próximo ano no Rio Grande do Sul.
Concurso Visando estimular as crianças a mostrarem seu aprendizado com o Programa Amigos da Natureza, o Sustenplást está realizando um concurso de história em quadrinhos sobre o tema da “preservação do
meio ambiente”. Para participar, o aluno deverá escrever e ilustrar uma história em quadrinhos em um encarte da revista Amigos da Natureza. As histórias deverão ser entregues à VMV Editora até o dia 12 de dezembro de 2010. Uma comissão julgadora formada por pedagogos, diretoria do Sinplast e da VMV Editora escolherá a melhor história, premiando aluno e professor orientador com um Ipod Nano e um Netbook, respectivamente. Outras informações sobre o concurso podem ser obtidas pelos telefones (51) 3407-1079 e (51) 3333-3646 ou pelos sites: www.sustenplast.org.br www.sinplast.org.br.
Governo do RS garante benefícios Linha BIOPOLI para Compósitos para reciclagem de plástico é lançada no mercado A governadora Yeda Crusius assinou recentemente decreto que altera o regulamento do ICMS, garantindo um crédito presumido para reciclagem de resíduos plásticos pós-consumo. O benefício garante que a carga tributária para a reciclagem do produto fique em 4,5%. A medida atende à demanda do setor e busca oferecer tratamento tributário compatível ao do Estado de Santa Catarina, equiparando as condições de trabalho, produção e competitividade do segmento. A análise para concessão foi feita por técnicos das secretarias da Fazenda e do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. “Além de incentivar o setor, o benefício tem forte caráter ambiental e de alcance social, pois atinge a atividade dos catadores e cooperativas de recicladores” afirmou o secretário da Fazenda, Ricardo Englert. De acordo as análises técnicas, a estimativa de perda de arrecadação para o Estado é de R$ 4,3 milhões por ano, devendo ser compensada pelo aumento das atividades do setor decorrente da melhoria de condições de competitividade das indústrias gaúchas de reciclagem de plásticos para matéria-prima e de outras atividades industriais. A medida atende pleito da Cirplasul, que congrega as empresas do setor. 36 36 > >Plástico Plástico SulSul >> Outubro Outubro de 2010 de 2010 >>>> >>>>
Para acompanhar os desenvolvimentos de produtos verdes, a Elekeiroz, fabricante de resinas poliéster localizada em Várzea Paulista (SP), está lançando a linha BIOPOLI de resinas poliéster insaturado (bases ortoftálicas/tereftálicas, diciclopentadieno DCPD e isoftálicas), de base vegetal, para a fabricação de peças em compósitos (também conhecido como composites, plástico reforçado ou fiberglass). Como empregam matérias-primas de fontes renováveis e resinas termoplásticas reutilizadas em sua fabricação, esta nova linha pode economizar até 20% dos recursos nãorenováveis usados nas resinas poliéster tradicionais. Com tecnologia 100% nacional e pedido de patente requerido, é resultado dos investimentos realizados pela empresa em Pesquisa e Desenvolvimento nos últimos anos. As resinas desta nova linha não exigem nenhuma alteração de processo do transformador e, segundo informações da empresa, oferecem excelente rigidez e durabilidade, requisitos fundamentais para serem aplicadas nos materiais compósitos. Além disso, mantêm todas as propriedades físico-químicas das resinas poliéster convencionais, permitindo performance similar ou superior às peças fabricadas. Estão disponíveis para os processos de moldagem aberta como laminação manual e a pistola, e moldagem fechada como RTM convencional e de baixa pressão.
Paraná destaca a sustentabilidade do plástico A importância do plástico para o desenvolvimento de diversos setores da economia é indiscutível. Em um passado recente, o plástico foi considerado uma grande solução para o meio ambiente. Segundo o SIMPEP - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná-, existem progressos que jamais retrocedem. Não é possível viver sem o uso de plástico, material presente em quase tudo o que usamos como: computadores, CDs, DVDs, carros, eletroeletrônicos, utensílios, construção civil, móveis, material de higiene, entre tantas outras coisas que são de suma importância no cotidiano das pessoas. Segundo a presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias o plástico revolucionou a vida do homem atual. “Se todos os esforços e investimentos para promover a imagem dos plásticos como poluidores do meio ambiente fossem direcionados para a promoção da reciclagem e da importância da conscientização em separar o lixo,
resolveríamos todos os problemas desta questão e ainda ganharíamos em geração de renda e riquezas”, diz. “Faltam ainda no Brasil, políticas que incentivem e valorizem as indústrias de reciclagem. Estas que atualmente sofrem como todas as outras indústrias do país com a alta carga tributária e outros desafios”, completa a presidente. Hoje o Paraná conta com mais de 600 empresas de transformação do plástico, contribuindo decisivamente com a economia do estado, dando oportunidade de empregos para cerca de 18 mil pessoas. Em torno de 200 empresas de reciclagem de resinas termoplásticas também estão instaladas no Paraná, que juntas reciclam 100 mil toneladas de plástico e geram na faixa de 3 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos.
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Painel da Indústria Setor de máquinas e equipamentos registra queda de 0,5% no faturamento nominal de setembro Faturamento da indústria brasileira é o maior da história Nunca a indústria brasileira teve um faturamento real tão elevado na história. Segundo a série histórica apresentada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador atingiu 120,3 pontos em setembro, com ajuste sazonal, superando o índice de março deste ano, de 119,6 pontos, recorde histórico até então. Os números demonstram a vitalidade do crescimento da indústria brasileira em 2010, que já superou os efeitos da crise e não mais se encontra em recuperação, mas em crescimento. Em relação ao índice précrise, o avanço é de 5,9%. No terceiro trimestre, o faturamento cresceu 3,9% ante o trimestre anterior e, mesmo em caso de não apresentar mais ganhos nos meses seguintes, a indústria já garantiu uma alta de 9,3% em 2010 na comparação com o ano anterior. Na comparação de setembro com agosto, o faturamento – já deflacionado- cresceu 1,9%, descontando a influência dos fatores sazonais. Sem os ajustes, o crescimento foi de 2,9%. Já no confronto com setembro do ano passado, o crescimento do faturamento real foi de 10%. No acumulado do ano até setembro, ante mesmo período de 2009, a alta no indicador foi de 11,3%, sinal de fôlego da atividade industrial, mas também da base fraca de comparação no ano passado.
Indústria química: vendas internas e produção crescem em setembro O índice de vendas internas dos produtos químicos de uso industrial, segundo informações preliminares, teve crescimento pelo terceiro mês consecutivo, fechando com elevação de +0,08% em setembro de 2010, sobre o mês anterior. Também houve recuperação no índice de produção, que cresceu 1,05% em setembro, sobre agosto. O aquecimento da demanda de diversos segmentos consumidores e também algum adiamento das compras nos meses anteriores, em decorrência da expectativa de queda de preços no mercado internacional, ajudam a explicar os resultados dos últimos meses. A melhora no mercado nacional de produtos químicos também pode ser constatada pela elevação do volume importado dos produtos da amostra do RAC, que cresceu 27,8% em setembro sobre agosto. No acumulado do 3º trimestre de 2010, sobre igual período do ano passado, o índice de produção subiu 3,26% e o de vendas intern as +6,99%. Tais resultados colocam o patamar médio do terceiro trimestre deste ano como o melhor trimestre dos últimos quatro anos, acima, inclusive, dos resultados alcançados no período anterior à crise mundial. O índice de preços , após três meses consecutivos de deflação, encerrou setembro com elevação de 4,04%, acompanhando o comportamento dos preços no mercado internacional. Deve-se registrar que a nafta petroquímica, principal matéria-prima do segmento, teve elevação de preços no mercado externo entre julho e agosto. 38 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
Sem a adoção de medidas antidumping e de uma flexibilização da política cambial por parte do Governo Federal, além da insistência e conservação da taxa Selic em 10,75% ao ano, medida tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetário do Banco Central), o setor de máquinas e equipamentos registrou em setembro queda de 0,5% na comparação com o mês de agosto de 2010, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da entidade, mesmo alcançando os R$53 bilhões (faturamento bruto real) com uma variação de 11,6% maior no acumulado de janeiro a setembro deste ano, numa análise com o mesmo período de 2009, a baixa no incremento do faturamento do setor capital mecânico tende a continuar com a queda que vem se acentuando desde o início do segundo semestre de 2010. Para Luiz Aubert Neto, a queda no valor do faturamento nominal da indústria de máquinas e equipamentos se deve às ações adotadas pelo governo que vão na contra mão do desenvolvimento do setor produtivo, quebrando com a competitividade do produto nacional frente aos importados de menor valor agregado. “Com o custo Brasil, e uma carga tributária perversa para a indústria nacional, além da manutenção da taxa elevada dos juros, o que mantém o País na 1ª colocação no ranking dos maiores juros do mundo, a situação só piora e a queda é uma conseqüência inevitável”, explica. De acordo com os dados divulgados pela ABIMAQ, o consumo aparente, soma da produção e das importações menos as exportações, chegou ao total de R$73,5 bilhões durante os nove meses de 2010, elevação de 15,9% em relação com os mesmos nove meses de um ano atrás, que era de R$63,5 bilhões. Porém, Aubert Neto demonstra cautela. “Se equipararmos o mês de setembro com o mês de agosto deste ano, observamos um déficit de 0,2% no consumo aparente, revelando certa sensibilidade do setor”, aponta o executivo.
Balança comercial No cerne das preocupações de todo o setor de bens de capital mecânico nacional, a balança comercial da indústria brasileira de máquinas e equipamentos continua com o mesmo cenário deficitário do início do ano, acumulando, no período de janeiro a setembro, um saldo negativo de US$11,7 bilhões, mantendo a estimativa de alcançar acima de US$15 bilhões até o fim do ano. O nível de importação de máquinas e equipamentos no mercado brasileiro, entre os meses de janeiro e setembro de 2010, continuou com uma substancial elevação, passando de US$13,8 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para os atuais US$18,2 bilhões, marca 32% maior. Entre os principais exportadores dos bens para o mercado brasileiro, a China, alcançou o segundo lugar no ranking de importadores, ficando atrás apenas dos EUA.
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Bloco de Notas Camex estende até fevereiro imposto reduzido de PTA A Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogouo prazo de vigência da redução do imposto de importação (II) de 12% para 0% do Ácido Tereftálico e seus sais, mais conhecido como Ácido Tereftálico Purificado (PTA), que é a principal matéria-prima na fabricação da resina PET. Segundo o secretárioexecutivo da Camex, Helder Chaves, o prazo se encerraria em 24 de novembro, mas foi ampliado para 10 de fevereiro de 2011. A medida foi tomada, segundo ele, porque a demanda do produto ainda está elevada. Há perspectiva de que a Petroquisa começará a produzir o PTA no Brasil na segunda metade de 2011", disse.
Novos tubos de PVC fabricados com material reciclado recebem Certificação A empresa Charlotte Pipe and Foundry recebeu recentemente a certificação internacional NSF pela inovação na fabricação de tubos de PVC a partir de material reciclado. O RePVC® é um tubo coextrudado de paredes sólidas. Em sua camada central é utilizado 100% material reciclado, que representa 30% do tubo, e nas camadas interna e externa é empregado material virgem. Sua produção segue as especificações ASTM D 4396 e ASTM F 1760, e é um dos primeiros produtos a receber a certificação internacional NSF para a ASTM F 1760: Especificação Padrão para Tubos Plásticos Não Pressurizados de Policloreto de Vinila (PVC) Coextrudados que contêm Material ReprocessadoReciclado. A NSF International é uma organização independente, sem fins lucrativos, comprometida com a proteção e melhoria da saúde pública e do meio ambiente. 40 > Plástico Sul > Outubro de 2010 >>>>
Comissão da Abiquim apóia pesquisa sobre segurança do PU com as tecnologias substitutas aos HCFCs O Brasil já possui diferentes opções para substituir o HCFC-141 na produção de PU, conforme determinação do protocolo de Montreal, que estabelece regras para o banimento do gás mundialmente. Para dar maior suporte às empresas fabricantes de PU, a Comissão Setorial de Poliuretanos da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) apoiou a realização de pesquisa sobre aspectos de segurança – manuseio e transporte - de poliuretanos com as tecnologias substitutas. A pesquisa, realizada pela InterTox, avaliou 15 amostras diferentes para informar à indústria produtora sobre os aspectos de segurança das misturas em PU, formuladas com substitutos do HCFC-141. Os testes levaram em consideração o ponto de fulgor e de ebulição do poliuretano, seguindo normas internacionais e de entidades reguladoras brasileiras, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Electrolux transforma plástico descartado nos mares em aspiradores de pó A Electrolux, através do projeto ambiental Vac From the Sea, exibe os primeiros modelos de aspiradores de pó produzidos com plástico reciclado recolhido de mares e oceanos. O material que compõe os eletroportáteis foi coletado em parceria com instituições voltadas à preservação ambiental. Durante a coleta, voluntários retiraram o plástico do Oceano Pacífico (Havaí E.U.A), Mar do Norte (Skaegrrak Suécia), Mar Mediterrâneo (Saint Cyr-surMer - França), Oceano Índico (Ilhas Phi Phi - Tailândia) e Mar Báltico (Gdansk Polônia). “O principal objetivo do projeto é o investimento em institutos de pesquisas empenhados em encontrar soluções que auxiliarão na logística necessária para a limpeza e triagem do plástico encontrado nos oceanos”, comenta Cecília Nord - vice presidente de sustentabilidade e assuntos ambientais da divisão de Eletroportáteis da Electrolux na Suécia. Os modelos estão previstos para exposição no inicio de 2011 no Brasil.
Eastman Chemical Company lança novo polímero para aplicações em protetores faciais A Eastman Chemical Company anunciou que lançará um novo polímero óptico paraaplicações em chapas e em proteções faciais moldadas por injeção. O copoliésterEastman Tritan™é um polímero transparente e inovador, capaz desuportar altos impactos e que apresenta resistência à produtos químicos. Ocopoliéster gerou competitividade com o policarbonato em aplicações de proteçãofacial, visores e máscaras, nos setores industrial, esportivo, médico e militar. O copoliéster EastmanTritan™está disponível para aplicações de proteção facial e serácomercializado pela marca ULTRATUF™, da Spartech. A chapatransparente ULTRATUF™FS da Spartech, produzida com Tritan, estádisponível em espessuras de até 75 mm.
Evonik destaca benefícios da nova norma sobre plástico a frio A Evonik comemora o grande avanço obtido no campo da sinalização viária horizontal, com a publicação da norma técnica 15870:2010 - que traz um importante progresso na questão da segurança das rodovias, contribuindo para a redução de acidentes e mortes nas vias de tráfego. Publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no dia 25 de agosto, após discussões técnicas iniciadas em 2007, a norma 15870:2010, que especifica os requisitos mínimos exigíveis para o fornecimento e aplicação dos sistemas plástico a frio para sinalização horizontal, à base de resinas metacrílicas reativas e agente endurecedor, entrou em vigor em 25 de setembro.
Victrex aumenta sua linha de compostos da classe de desgaste premium para aplicações de desgaste mais exigentes A Victrex Polymer Solutions, uma divisão da Victrex, anuncia o lançamento que adiciona um novo composto termoplástico à sua linha de compostos da classe de desgaste VICTREX ® WG™ Premium. O composto de base
PAEK, chamado VICTREX WG102, foi desenvolvido em resposta às solicitações dos engenheiros e OEMs, fabricantes de equipamentos originais, no intuito de alcançar um nível maior de confiança, reduzir as taxas de insucesso e aumentar a eficiência energética para atender aos requisitos mais exigentes de resistência ao desgaste em aplicações nas indústrias automotiva e de equipamentos.
Plast Mix
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Anunciantes Agenda
Activas # Pág. 11 Apema # Pág. 28 AX Plásticos # Pág. 34 Borbamec # Pág. 42 Brasilplast # Pág. 39 Chiang # Pág. 09 Clariant # Pág. 44 Deb’Maq # Pág. 21 Detectores Brasil # Pág. 34 FCS # Pág. 31 Gabiplast # Pág. 30 HGR # Pág. 13 Incoe # Pág. 37 Itatex # Pág. 30 Mainard # Pág. 41 Mecanofar # Pág. 41 Mega Steel # Págs. 02 e 03 Met. Wagner # Pág. 32 Multi-União # Pág. 32 Nuevotec # Pág. 34 NZ Philpolymer # Pág. 37 Office # Pág. 41 Plassoft # Pág. 29 Plást. Ven. Air es # Pág. 41 Plastech # Pág. 35 Plastimagem # Pág. 20 Pro Color # Pág. 23 Replas # Pág. 17 Rone # Pág. 37 Rosciltec # Pág. 41 Rulli # Pág. 19 Sabic # Pág. 43 Salvi # Pág. 27 Shini # Pág. 33 Solvay # Pág. 15 Teck Trill # Pág. 26 YJ Máquinas # Pág. 41
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A
18ª Mercopar - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial superou todas as metas previstas e encerrou-se com o fechamento de bons negócios, inseridos num cenário econômico que afasta qualquer resquício de imagem de crise. Com um volume de vendas superior a R$ 60 milhões, 573 expositores numa área de 13.500 m² e mais de 31 mil visitantes, a mostra indicou que o setor está firme e que as relações do Brasil com os demais países se estreitam, na medida em que pequenas e grandes empresas têm a possibilidade de negociar, diretamente, na busca de crescimento num mundo globalizado. Entre 20 a 23 de outubro, em Caxias do Sul (RS), a Mercopar movimentou os pavilhões do Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, com expositores do Brasil (RS, PR, RJ, SC, SP), e da África do Sul, Alemanha, Argentina, Índia e China. Promovida e realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS) e pela Hannover Fairs Sulamérica, empresa do grupo Deutsche Messe AG, o evento já começou com otimismo. Como se observou nas palavras do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS e da FIERGS, Paulo Tigre, proferidas na cerimônia de abertura: “É o momento de afirmar que, neste ano, seremos testemunhas da maior edição da Mercopar em sua história de 18 anos”. A extensa programação englobou a abertura e expansão de mercados, o estímulo de negócios e parcerias entre pequenas e grandes empresas nacionais e internacionais, o investimento em inovação e o intercâmbio de tecnologias. O país parceiro da edição 2009, a Índia, compareceu com 130 expositores, num
DIVULGAÇÃO/PS
Mercopar supera metas e confirma vocação para o desenvolvimento
exemplo de parceria dos países do bloco BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) Aman Chadha, presidente da Engineering Export Promotion Council (EEPC), entidade responsável pela participação da Índia no evento, estimou em cerca de US$ 10 milhões o total de negócios gerados em quatro dias. “É um número muito bom, considerando que esta é a primeira vez que viemos”, ressaltou. O setor de transportes foi o destaque da exposição indiana. Muito forte na área de engenharia, o país forma 400 mil engenheiros por ano, enquanto os Estados Unidos colocam 70 mil/ano no mercado, lembrou. Chadha afirma que cada expositor se preparou para apresentar um item diferente: ‘’não temos produtos repetidos nesta feira’’, destacou. A linha indiana nos pavilhões foi bastante variada, passando por ferragens para construção até aparelhos de uso doméstico e produtos diversos de engenharia.PS
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