PlásticoSul Ed. 120

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Da Redação ARQUIVO/PS

Expediente

O Poliestireno está vivo. E as sacolas?

Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Rua Cel. Fernando Machado, 21 CEP 90.010-321 - Centro Histórico Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3392.3975 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Erik Farina Gilmar Bitencourt Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira, Leandro Salinos e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: arte de Charis Tsevis Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

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ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas

E

sta edição da revista Plástico Sul está recheada de assuntos pertinentes à diversos segmentos da indústria do plástico. Na Plast Vip, publicamos uma entrevista com o diretor comercial da Unigel, Marcelo Bianchi. A empresa, que há um ano e meio vem investindo pesado no poliestireno, acaba de anunciar uma planta de ABS no Guarujá. Bianchi aposta no futuro destas duas resinas e na integração das matérias-primas para ganho de competitividade. Além disso, ele se mostra um defensor árduo do poliestireno: acredita na sobrevida da resina no país e afirma que ela deve ganhar parte do espaço perdido para o polipropileno nos últimos anos. Ao contrário dos palpites ouvidos no passado de que o poliestireno morreria, para Bianchi o material está mais vivo do que nunca e o executivo aposta no rejuvenescimento da resina, inclusive com a possibilidade de novas aplicações. Enquanto Bianchi faz suas apostas no poliestireno, na seção Foco no Verde publicamos uma matéria com outro defensor do plástico, Miguel Bahiense, presidente da Plastivida - Instituto Socio-Ambiental dos Plásticos. O tema, atualmente um pouco mais preocupante para o setor plástico como um todo, é o banimento das sacolas na cidade de São Paulo a partir de janeiro de 2012. Mesmo que a medida acabe em pizza, a atitude deixará reflexos desastrosos na imagem

do plástico diante da população. Mais do que afetar diretamente esta indústria, o acontecimento afeta a liberdade de escolha do cidadão e responsabiliza o material pela degradação do meio-ambiente, como se o plástico tivesse asas, pernas e pés. Ao contrário do que o prefeito Gilberto Kassab afirma, não é a sacolinha plástica que polui os mananciais, os boeiros e que causa enchentes. Esses fatos ocorrem devido a uma falta de estrutura do Estado como um todo para formar uma população com educação e consciência dos deveres de cidadão. Além disso, o prefeito acredita que “essa conta não vai ficar para o consumidor”. Se os supermercados deixarão de fornecer gratuitamente sacolas plásticas e o consumidor terá que pagar pelo acondicionamento de suas compras, quem afinal pagará a conta? A esperança está nas mãos de varejistas como a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), que preferiu um discurso mais brando e reflexivo, levando aos empresários o convite a um debate mais realista sobre o verdadeiro papel das sacolas plásticas para a sociedade moderna. Pessoas que lutam pela imagem do setor e pela ampla utilização do material em todos os setores da economia, como Marcelo Bianchi e Miguel Bahiense, representam nesta edição uma indústria que movimenta emprego, renda e ajuda o Brasil a crescer e prosperar. Você faz parte deste time?

MELINA GONÇALVES / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br 404 >> Plástico Plástico Sul Sul > Maio > Maio de 2011 de 2011 >> >>


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PLAST VIP Marcelo Bianchi

Depois de fazer investimentos no segmento de poliestireno, Unigel acelera seus planos e entra para o mercado de ABS. Em entrevista à Plástico Sul, o diretor comercial da empresa, Marcelo Bianchi fala sobre os objetivos da Companhia neste segmento e opina sobre o futuro do PS no Brasil dizendo acreditar que a resina deve recuperar o espaço perdido pelo PP nos útlimos anos.

M

arcelo Bianchi, engenheiro de materiais formado pela Universidade Federal de São Carlos, é um nome conhecido no setor petroquímico brasileiro. Com mais de 20 anos de experiência no segmento e passagens em importantes empresas como OPP (atual Braskem) e Innova, o executivo é praticamente um especialista quando o assunto é estirênicos. Prova disso é seu mais novo cargo, como responsável pelos negócios desta unidade em uma das maiores companhias petroquímicas do Brasil, a Unigel. Há cerca de um ano e meio Bianchi aceitou o desafio e entrou para o time da Companhia, que em outubro de 2009 debutou no negócio de poliestireno e durante a Brasilplast 2011 anunciou uma nova planta de ABS no país, que será localizada no Guarujá (SP). Bianchi, com fala pausada e muita cordialidade, recebeu a reportagem da Revista Plástico Sul em seu escritório, dentro da Unigel, em São Paulo, abrindo as portas da empresa e apresentando os objetivos de tantos investimentos. E pelo visto, a Companhia não está mesmo para brincadeiras. Revista Plástico Sul - No que se refere a plásticos, quais as capacidades das plantas da Unigel no Brasil? 6 >>Plástico 06 Plástico SulSul > Maio > Maio de 2011 de 2011 >> >>

Marcelo Bianchi - No caso do poliestireno, hoje temos capacidade de 310 mil toneladas divididas em duas unidades, uma em São José dos Campos (SP) e outra no Guarujá (SP). Em São José era a antiga planta da Basf, que compramos em 2009, com 190 mil toneladas e no Guarujá era a antiga planta da Dow com 120 mil toneladas. Temos também uma planta de Policarbonato e de PMMA na Bahia. Plástico Sul - A produção de ABS, que estará em operação no final de 2012, será de 90 mil toneladas. Quanto é o consumo anual da resina no Brasil? Bianchi - Como atualmente o Brasil não produz, acompanhamos pela estatística de importação. No ano passado, o Brasil importou quase 82 mil toneladas de ABS. Mas quando falamos em capacidade não significa que vamos utilizá-la totalmente. Significa que temos capacidade de produzir até 90 mil toneladas. Pensamos em atender prioritariamente o Brasil e região, como a Argentina, que também é grande consumidor de ABS. Eventualmente, pretendemos até exportar. O ABS é um mercado que tem crescido no Brasil. As principais aplicações são as indústrias automobilistica, eletroeletrônica e eletroportátil. Nós estimamos uma demanda crescente nestes setores. Além disso, quando falamos em capacidade é importante reforçar: é possível fazer até 90 mil toneladas, ou seja, o investimento que se faz para fazer 90 ou 50 é praticamente o mesmo, agora, quanto maior a capacidade e maior a utilização dessa capacidade, conseguimos ter otimização de custos. Plástico Sul - Hoje, como não há produção nacional de ABS, não há taxação sobre as importações do produto. A partir do momento em que partir a planta, haverá possibilidade de taxação sobre o ABS importado? Bianchi - A resina encontra-se na lista de exceção, justamente pelo fato de não ter produção local. Mas a partir do momento em que tiver produção local de ABS, a expectativa é que retome a alíquota normal de importação, que é de 14%, compatível

GILMAR BITENCOURT

Pisando fundo no ABS

"Independente do que se passa, nós ainda consideramos o ABS um plástico de engenharia." com as demais resinas termoplásticas. A ideia é que ele deixe de constar na lista das exceções. Essa é a nossa expectativa. Plástico Sul - Para produção do ABS são necessárias três matérias-primas: A Acrinolitrila, que é produzida pela Unigel, o estireno, que também é fabricado pela companhia e o butadieno. Como se dará a compra deste produto? Bianchi - Nós pretendemos utilizar somente matéria-prima local. Hoje a acrinolitrila e o estireno, que representa mais de 90% em peso do produto são produzidos pela própria Unigel. A terceira matéria-prima, o Polibutadieno, deve ser fornecido pela Lanxess no Brasil cuja planta está localizada em Pernambuco. Hoje nós fornecemos o monômero de estireno para a Lanxess e compramos o polibutadieno deles para fazer o poliestireno de alto impacto. Portanto, hoje eles já nos entregam na mesma


planta no Guarujá o polibutadieno. Então a logística será a mesma. Plástico Sul - E porque foi escolhido o Guarujá para abrigar a planta de ABS? Bianchi - O Guarujá, além de ter uma logística muito facilitada, com terminal próprio para o recebimento dessas matérias-primas, nos possibilitará o compartilhamento de uma série de facilidades da planta atual de poliestireno. Isso vai nos permitir inclusive uma redução do valor do investimento a ser realizado. Então a escolha se deu principalmente por conta de dois itens: compartilhamento de alguns equipamentos da unidade já existente e utilização da logística. Então no local há um terminal próprio, com tanques próprios de matérias-primas. Hoje já produzimos o poliestireno nessa planta recebendo estireno via cabotagem e descarregando diretamente nos tanques. Com a acrinolitrila não será diferente, receberemos diretamente nos tanques e abasteceremos a fábrica. Por isso é uma posição estratégica fantástica, pois para exportação já estamos dentro do porto. Teremos uma economia de logística importante. Plástico Sul - Quando a empresa estima o faturamento anual adicional de R$ 330 milhões, já está projetando um preço futuro para esse ABS. Ele será mais competitivo do que o mercado internacional? Bianchi - Todas as resinas plásticas no Brasil seguem a dinâmica de preços internacionais. Com o ABS não será diferente. Evidente, quando fizemos o calculo da receita futura estamos baseados em expectativas de preços futuros para o ABS, utilizando como referencia publicações de consultorias internacionais. Plástico Sul - O ABS já é considerado uma commodity devido a demanda? Bianchi - Nós sempre consideramos o ABS um plástico de engenharia até pelas características especiais que tem. Eu não o consi-

"...a partir do momento em que tiver produção local de ABS, a expectativa é que retome a alíquota normal de importação, que é de 14%, compatível com as demais resinas termoplásticas."

dero uma commodity, mas é evidente que com o passar do tempo, a tendência é que todos os plásticos de engenharia se tornem cada vez mais commodities devido a ampliação das aplicações e redução de preço em função de uma maior competitividade. Mas independente do que se passa nós ainda consideramos o ABS um plástico de engenharia. Plástico Sul - Como o Brasil se posiciona frente à demanda mundial de ABS? Bianchi - O consumo de ABS no Brasil é pouco significativo comparado com o consumo total no mundo. Mas isso ocorre com todas as resinas. É evidente que o Brasil tem crescido a taxas maiores que o restante do mundo. Ao longo dos anos o país vai ter posição de maior destaque comparativo. Mas quando falamos em consumo per capita de todos os plásticos, o do Brasil é muito pequeno quando comparado a outras regiões, inclusive comparado com a própria Argentina e México. Por isso acreditamos num potencial de crescimento brasileiro muito maior. O ABS não está em todos os segmentos de mercado, ele está muito concentrado em peças técnicas e indústrias em que o Brasil tem crescido a taxas muito elevadas. Um dos grandes diferenciais da Unigel e motivador da decisão de entrar com ABS, além da integração com matéria-prima e além de ter uma unidade possível de ser compartilhada, é porque nos temos uma penetração muito forte nestes principais segmentos de mercado, seja através do PC e do acrílico na indústria automobilística, com PS em peças da indústria eletroeletrônica e de eletrodomésticos. Então isso faz acreditarmos numa reversão muito grande deste quadro. Plástico Sul - No passado, a Unigel tinha uma planta de ABS que foi vendida para a Bayer, que posteriormente foi fechada. Desde então não se fabrica mais ABS na América Latina. Essa ideia de produção de ABS no país não seria uma volta da Unigel às origens, uma reinvenção? Bianchi - O Brasil já foi produtor de ABS no passado, mas era uma produção um pouco mais fragmentada, com escala de produção menor, sem integração de matérias-primas e em um momento em que o mercado era muito incipiente. A situação atual é totalmente diferente. De fato é uma volta as origens: o Grupo Unigel sempre foi muito empreendedor. Durante a Brasilplast inclusive trabalha-

"Todas as resinas plásticas no Brasil seguem a dinâmica de preços internacionais. Com o ABS não será diferente.” mos com o tema Vocação, que na verdade é isto: resgatarmos um pouco daquilo que fizemos e desenvolvemos ao longo do tempo, entregando ao mercado algo com valor agregado muito maior, conhecimento adquirido e experiência ao longo dos anos. O ABS tem a vocação da integração já que é mais um produto dentro da cadeia estirênica mas também é um resgate daquilo que a gente já fez e daquilo que conhecemos. É lógico que a tecnologia é totalmente diferente daquilo que foi feito lá atrás. E se tem alguém que poderia fazer isso hoje no Brasil com competitividade é a Unigel. Plástico Sul - A estratégia do ABS não é a mesma do acrílico(PMMA) e do policarbonato (PC) no Brasil, onde a Unigel é a única produtora nacional? Bianchi - Eu não sei se é estratégia, porque acredito que negócio é sempre uma questão de oportunidade, mas com competitividade e com um escala importante. É difícil fazer comparação. No acrílico lógico, nós somos o único produtor pelo fato de sermos também o único produtor das matérias-primas. No caso do PC a Unigel detém também a única planta na América Latina hoje mas por questão de oportunidade. Não tem o mesmo nível de integração do PS e do acrílico. Mas é difícil comparar pois são coisas completamente distintas.

Plástico Sul - Falando em poliestireno, qual a participação da Unigel neste mercado? Bianchi - Nós somos um novo entrante neste mercado. A Unigel entrou no negócio há um ano e meio quando comprou a planta da Basf. De lá para cá temos crescido em participação no mercado local e também aumentado as exportações. Agora, ao final do ano passado, assumimos a planta de PS da Dow que fica no Guarujá (SP) e que estava parada há alguns meses. Retomamos a produção dela no final de março. Nós estamos cada vez aumentando mais nossa penetração no mercado. Somos integrados, temos o estireno que é a matéria-prima, possuímos as unida->>>> <<<< MaioMaio de 2011 de 2011 << Plástico Plástico SulSul<<07 7


PLAST VIP Marcelo Bianchi des mais modernas do Brasil e temos uma posição privilegiada. Plástico Sul - Qual o tamanho do mercado de PS no Brasil e qual o consumo atual da resinas? Bianchi - No Brasil se consumiu no ano passado 390 mil toneladas. A nossa estimativa para esse ano é que ultrapasse as 400 mil toneladas. Nós estamos assumindo no mínimo um crescimento igual ao do Produto Interno Bruto. O crescimento de 2010 comparado com 2009 foi significativo, na ordem de 13%. No caso do poliestireno ele é muito impactado pela linha branca, principalmente refrigeradores, setor em que o Brasil cresceu nos últimos anos, além do segmento de embalagem. Plástico Sul - O poliestireno já perdeu muito mercado para o polipropileno. Isso ainda ocorre? Bianchi - Isso ocorreu muito no passado. A nossa avaliação é que onde o PP poderia avançar ele já avançou há anos atrás, no Brasil e no mundo. Agora o que está acontecendo é uma valorização maior dos preços do PP em relação ao PS. Então acreditamos que parte deste mercado que foi perdido possa ser recuperado no médio prazo. Plástico Sul - Mas o PS é um produto que foi ficando mais caro com o tempo... Bianchi - Na verdade o PS aumentou de preço nos últimos anos basicamente em função do aumento de preço da principal matériaprima dele que é o benzeno, que hoje tem uma oferta muito mais limitada e é muito impactado pelo elevado preço do petróleo. Hoje o benzeno é 3 ou 4 vezes mais caro do que era a média histórica dele há alguns

"...ao contrário da previsão que se fazia no passado, o poliestireno não morreu, ele cresceu com taxas importantes e o que percebemos é um rejuvenecimento da resina, com possibilidade inclusive de novas aplicações." 8 >>Plástico 08 Plástico SulSul > Maio > Maio de 2011 de 2011 >> >>

anos atrás. Este fato elevou o preço do poliestireno provavelmente mais do que outras resinas nos últimos anos. Mas hoje nossa avaliação é que houve uma reversão deste quadro. O PS, comparativamente, principalmente ao PP, tem um preço muito mais competitivo. Acreditamos que deva ter alguma reversão no médio e longo prazo em algumas aplicações onde o PP avançou, em função dos preços comparativos, ou seja, o poliestireno deve recuperar parte do terreno perdido para o PP nos últimos anos. Plástico Sul - Segundo dados de mercado, há aumento do consumo de poliestireno no Brasil, só que o crescimento é menor... Bianchi - É verdade. Se você comparar, o PP é um plástico muito versátil e é mais moderno, com possibilidades maiores de fazer um composto e modificações de propriedades. Por isso que ele tem uma penetração de mercado maior, mas não em cima do mercado de poliestireno. Então são duas coisas distintas. O PP de fato tem crescido a taxas mais elevadas do que o poliestireno e nos últimos anos ele ganhou um pouco de mercado em cima do poliestireno por questão de competitividade. Eu quero dizer que o PP deve continuar tendo crescimento significativo, porém parte do mercado que ele ganhou em detrimento do poliestireno será recuperado por que as es-

"...o poliestireno deve recuperar parte do terreno perdido para o PP nos últimos anos." timativas dizem que ele vai continuar mais caro. Portanto, hoje, o que vemos é que ao contrário da previsão que se fazia no passado, o poliestireno não morreu, ele cresceu com taxas importantes e o que percebemos é um rejuvenecimento da resina, com possibilidade inclusive de novas aplicações. Plástico Sul - Existe possibilidade de no futuro haver uma sinergia entre empresas, como aconteceu nas poliolefinas? Bianchi - O que eu posso dar é uma visão muito pessoal. Todo o negócio petroquímico exige uma consolidação cada vez maior, pois é preciso ganho de escala e competitividade. Foi o que ocorreu no modelo da Braskem. No caso do poliestireno eu acredito que era um negócio muito fragmentado, já houve um primeiro passo de uma consolidação maior de ativos, com a Unigel adquirindo os ativos que pertenciam a Basf e Dow. Há anos eram 4 players, hoje já são 3 e minha visão é de que é necessário uma integração cada vez maior. A minha opinião pessoal é de que a consolidação é um caminho sem volta e natural.PS

Empresa deve fazer IPO e ter fábrica no México Conforme divulgado na Reuters, a Unigel deve realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&F Bovespa até o final deste ano, após o adiamento dos planos em 2008, por conta da crise financeira mundial. Segundo as informações, a companhia já escolheu os bancos e escritórios de advocacia para a abertura de capital. “A Unigel já é auditada há muitos anos... e já estamos no tamanho para abrir capital”, disse o presidente da empresa, Henri Slezynger. No ano passado, a Unigel registrou faturamento de US$ 2 bilhões, e a estimativa para este ano é de que a companhia tenha receita entre US$ 2,3 bilhões e US$ 2,4 bilhões. Além de unidades no Brasil, a companhia possui uma fábrica no México produtora de metacrilato, matéria-prima para a produção de acrílico, com capacidade para produzir 25 mil toneladas/ano. A Unigel também produz 100 mil toneladas anuais de metacrilato na unidade de Candeias (BA), sendo que metade da produção é exportada. A companhia vai investir entre US$ 300 e US$ 400 milhões, em uma unidade que vai produzir outras 100 mil toneladas de metacrilato. A localização escolhida foi o México e a unidade, destinada à exportação, deverá ser construída no Estado de Veracruz.


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Santa Catarina

Por Melina Gonçalves

Crescimento por todos os lados Com forte potencial futuro e bons resultados no passado, o setor plástico catarinense vive um momento excepcional no presente. Enquanto algumas regiões não chegaram aos patamares pré-crise, o estado dá um salto, cresce 29% em faturamento e 15% em consumo de resinas ante 2009. Saiba os motivos que fazem de Santa Catarina um exemplo de crescimento sustentável. 10 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

O

estado de Santa Catarina é destaque em todos os segmentos em que trabalha atualmente. Prova disso, é a previsão de investimentos da indústria catarinense de R$ 2,48 bilhões para o período 2011-2013, sendo que mais da metade (R$ 1,60 bilhão) deve ocorrer ainda este ano. Conforme dados apresentados pela publicação Desempenho e Perspectivas da Indústria Catarinense>>>>


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Santa Catarina DIVULGAÇÃO

Carvalho, da Maxiquim, ressalta o empreendedorismo como um dos motivos do bom desempenho do setor no estado

2011, até 2013 os maiores investimentos serão realizados nos setores de metalurgia, celulose e papel, e alimentos e bebidas. A principal finalidade são aquisição de máquinas e equipamentos, aumento da capacidade produtiva e atualização tecnológica. Com a injeção de verba, estima-se que sejam gerados 18 mil novos empregos, sendo 14 mil em Santa Catarina e quatro mil fora do estado. Os investimentos mostram que a indústria catarinense vive uma fase de expansão de sua produção, aproveitando o momento econômico do país. Os produtos

voltados aos mercados de construção civil, embalagens, descartáveis e peças técnicas seguem sendo os principais motores da indústria de plásticos do Estado, que consumiu em 2010 pouco mais de 1 milhão de toneladas de resinas, resultado 15,1% maior do que 2009 quando o valor chegou a 921.630 toneladas. O crescimento acentuado se deu tanto no volume de matérias-primas consumidas quanto no faturamento do setor no estado, que pulou de R$ 7.263.675 para R$9,3 bilhões de reais em 2010, um salto de quase 29%. Os números fazem de Santa Catarina o se-

FIESC anuncia agraciados com Ordem do Mérito Industrial A Federação das Indústrias (FIESC) anunciou recentemente os nomes dos industriais e entidades que receberão a Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina, a mais alta condecoração da indústria do estado. Entre os homenageados está o presidente da Termotécnica, de Joinville, Albano Schmidt. O empresário, que também dirige o Simpesc, será agraciado juntamente com Nivaldo Pinheiro (Procave Investimentos, de Balneário Camboriu), Walgenor Teixeira (Jawi indústria Gráfica, de Rio do Sul), Walter Mueller (Grupo Mueller, de Timbó), além da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), que comemora 100 anos em 2011. A solenidade de entrega das comendas será no dia 17 de junho, durante o Encontro Catarinense da Indústria 2011. Neste dia também será homenageado o empresário Adolfo Fey, que receberá a Ordem do Mérito Industrial da CNI, mais importante condecoração da indústria brasileira. Também serão homenageados sete sindicatos de indústria com o Mérito Sindical (veja a lista abaixo). A Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina, criada em 2000, reconhece as contribuições de industriais e instituições ao desenvolvimento da indústria catarinense. O Mérito Sindical é conferido aos sindicatos que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiados por um longo período.

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gundo estado em transformação de plásticos no Brasil, atrás apenas de São Paulo. Na verdade, o estado catarinense demonstra franca recuperação dos fracos resultados obtidos em 2009 em todo o Barsil e em quase todos os segmentos. Os efeitos da crise impactaram volumes e faturamentos, o que foi bravamente revertido pelos transformadores da região. Desta forma, o setor volta a se equiparar aos níveis pré-crise, quando em 2008 consumiu mais de um milhão de toneladas de resinas, conforme o diretor da Maxiquim, Otávio Carvalho. O consultor observa que o crescimento do setor de transformação de plásticos no estado teve crescimento médio de 39% em cinco anos e os resultados de 2010 demonstram recuperação frente aos períodos turbulentos da economia mundial onde a combinação de queda na demanda e nos preços fizeram muitos setores amargarem prejuízos. “Nem todos os estados demonstraram essa recuperação”, observa Carvalho, lembrando que Santa Catarina cresce acima da média há muito tempo. Mas quais o motivos que levam o estado a apresentar expansão e posicionarse cada vez mais como um dos líderes na transformação de plásticos brasileira? A resposta segundo o consultor está não apenas em incentivos governamentais, mas principalmente no perfil do empresário catarinense. “São pessoas muito empreendedoras, as histórias de como montaram suas indústrias demonstram muito audácia e coragem”, observa Carvalho. Um destes exemplos de personalidade catarinense é o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Santa Catarina (Simpesc), Albano Schmidt, que faz coro à Carvalho quanto à recuperação ocorrida no ano passado. O dirigente salienta que a economia teve um importante repique. “Soubemos aproveitar o bom momento”, comemora Schmidt.

Consumo europeu

Além de ser tradicionalmente conhecida como grande consumidora da resina PVC, Santa Catarina é também considerada>>>>


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Santa Catarina DIVULGAÇÃO

Schmidt, do Simpesc: “Poderíamos ter crescido mais se tivéssemos maior competitividade frente aos importados”

a principal consumidora de poliestireno do Brasil. Enquanto o viés da construção civil tem ênfase na produção de tubos e conexões, outros pólos merecem destaque na região como a produção de descartáveis e embalagens flexíveis. “A produção de transformados do estado é equivalente a Europa”, revela o diretor da Maxiquim, ressaltando que o mesmo não acontece com o consumo de plásticos, já que nem tudo que é produzido em Santa Catarina fica dentro

do estado. Apesar do bom desempenho e do futuro promissor, há muitos percalços para serem ultrapassados. O presidente do Simpesc ressalta que os mercados foram impactados pelo dólar fraco, importações de produtos plásticos e também de bens finais. “Poderíamos ter crescido mais se tivéssemos mais competitividade frente aos importados”, opina Schmidt. Além dos entraves gerados pela entrada de produtos transformados no país, Santa Catarina não

Espanha banca estudo sobre reciclagem em Santa Catarina O governo do Estado de Santa Catarina vai criar um plano diretor específico para detalhar oportunidades de negócios no segmento de reciclagem de variados produtos. A decisão de estimular esta área decorre da percepção de que a economia precisa ser cada vez mais sustentável. O custo do estudo é de 390 mil euros, cerca de R$ 900 mil, e será bancado pelo governo da Espanha. O protocolo de parceria será assinado na terça-feira pelo presidente da Fundação de Meio Ambiente do Estado (Fatma), Murilo Flores. O plano vai detalhar onde há matérias-primas, que tipo de negócios são viáveis, em que cidades será interessante instalar indústrias, além de dimensionar o tamanho da atividade econômica e a legislação correspondente. A região de Joinville é grande candidata a receber investimentos nesta área. Até porque a crescente industrialização impõe cuidados para evitar maior degradação ambiental. A lógica econômica é a consolidação de empreendimentos ecologicamente corretos que atendam a todos os municípios do Norte-Nordeste de Santa Catarina. Em troca, empresas espanholas deverão ter acesso privilegiado por aqui. O Badesc deverá financiar projetos e a SC Par vai tentar viabilizar parcerias público-privadas. Do lado da iniciativa privada, a Fiesc vai participar das negociações. Flores é claro: Se SC não aproveitar o momento, se tornará mais tarde apenas fornecedor de matéria-prima para indústrias que se instalarão no Paraná ou no Rio Grande do Sul.

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é um estado com resultados excepcionais na exportação. “Proporcionalmente a sua produção, a exportação na região é muito baixa”, avalia Carvalho, da Maxiquim. Albano Schmidt confirma: “Somos o segundo estado em produção de plásticos, mas apenas o quinto em exportações. No ano de 2010 foram exportadas 12,8 mil toneladas, o que significa algo como 1,2% do que foi produzido”. Praticamente não houve crescimento frente a 2009, quando foram exportadas 12,1 mil toneladas. Os principais produtos enviados a outros países foram conexões, acessórios para tubos de PVC, embalagens de polietilenos e utilidades domésticas.

Futuro otimista A expectativa de que a economia brasileira siga em ritmo de crescimento, faz com que o presidente do Simpesc demonstre otimismo frente a 2011 e aos próximos anos. “Em sua maior parte, há um crescimento saudável, mesmo que a base de comparação de 2010 seja bastante forte”, acredita. Para o dirigente, haverá espaço para crescimento, diversificação, especialização e, sobretudo, inovação.

Grande produtor de sacolas Segundo dados da Maxiquim, Santa Catarina é um dos maiores produtores de sacolas plásticas do país. Os reflexos para o estado da lei aprovada na cidade de São Paulo, ainda não é dimensionado por Schmidt, que afirma estar justamente avaliando a situação. “Essa campanha de difamação deveria ser contra o comportamento de quem a descarta incorretamente e não contra a sacola em si. Pois bem, já que os políticos estão decidindo nessa direção, nossa indústria vai se adequar”, revela o dirigente afirmando que a demanda por sacos de lixo vai crescer já que o cidadão precisa ter onde colocar o lixo doméstico, algo para o qual as sacolinhas servem.

Fornecedores

Diversos fornecedores para a indús->>>>


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DIVULGAÇÃO

Santa Catarina soluções para pigmentação em termoplásticos. Com uma capacidade instalada de 8.400 ton/ano a empresa, localizada em Joinville, comercializa 3.120 toneladas den* Principais motores do setor no tro do estado catarinense. “É um estado:construção civil, embalagens, mercado com grande potencial e descartáveis e peças técnicas; com alta exigência na qualidade * Consumo de resinas em 2010 foi de e preço”, revelam os diretores da 1.060.835 toneladas, crescimento de Cristal Master. Eles afirmam que para o trans15,1% ante 2009; formador Catarinense a Qualidade * O valor da produção no ano passaesta em primeiro lugar, em segundo do chegou a R$ 9.354.896, quase 30% lugar o Serviço e o preço deve estar superior a 2009; compatível com o mercado e a qua* 2º Estado em produção de plásticos no Brasil; lidade do produto. Como desvantagem de estar sediado em Santa * 5º em exportações: em 2010, 12,8 mil toneladas de produtos transforCatarina, os diretores da Cristal mados foram enviados ao estrangeiro; máster salientam a circulação den* Principais itens exportados: conexões, acessórios para tubos de PVC, emtro do Estado do ICMS de 17%. “Muibalagens de polietileno e utilidades domésticas. tas empresas importam via Trade por Santa Catarina, transformam em outria do plástico estão com pés fincados de masterbatches e aditivos estão atentos tros Estados, e vem competir com as emno estado catarinense. ao perfil da região e cravam matrizes e filipresas catarinenses, principalmente as de Distribuidores de resinas, fabricantes ais em solo catarinense. Entre estas emmenor porte cadastrada no Simples, onde o de máquinas e equipamentos e produtores presas está a Cristal Master, fabricante de ICMS é custo”, observam. PS

O Plástico catarinense

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GILMAR BITENCOURT

Brasilplast 2011 Durante abertura do evento, José Ricardo Roriz Coelho, da Abiplast, falou sobre avanços e entraves da indústria

A vanguarda chega ao Brasil Com resultados altamente positivos para expositores e visitantes, a edição de 2011 da Brasilplast apresentou as últimas tecnologias para o setor, apontando a preocupação ambiental como uma das principais exigências da cadeia do plástico.

O

s 65 mil visitantes que estiveram no pavilhão do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 09 e 13 de maio, conferiram as últimas novidades em processos e soluções para o setor plástico mundial. A 13ª Feira Internacional da Indústria do Plástico (Brasilplast), promovida pela Reed Exhibitions Alcântara Machado foi marcada pela apresentação de diversas tecnologias, com destaque para a reciclagem e biodegradação. Na pauta de grande parte das empresas expositoras do evento estava redução de consumo de energia e matérias-primas com apelo ambiental. Para grande parte dos 1390 expositores, sendo 504 internacionais, o balanço foi positivo, com realização de negócios. Para o presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), 18 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

Henri Slezynger, os negócios realizados e o número de visitantes, do Brasil e do exterior, são indicativos da expectativa de forte crescimento do mercado para produtos plásticos nos próximos anos. “Os fornecedores de matérias-primas, de máquinas e equipamentos e os transformadores que participaram da Brasilplast demonstraram que estão preparados para atender ao aumento da demanda do mercado e competir no mercado externo”, afirma. Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria de Resinas Plásticas (Siresp), Luiz de Mendonça, a Brasilplast teve resultados muito positivos: “mais uma vez, a feira abriu espaço para que a indústria pudesse mostrar o seu potencial para contribuir com o desenvolvimento do País, no momento em que o Brasil se apresenta como palco de opor-

tunidades e de investimentos. Para um crescimento projetado do PIB brasileiro de 4,5% em 2011, o consumo aparente deve evoluir acima de 9%, mantida a elasticidade histórica de aumento da demanda ao redor de duas vezes em relação ao PIB”. Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, destacou durante a Brasilplast que a importação de produtos transformados dobrou nos últimos anos no Brasil, o que prejudica o desempenho da indústria nacional. Segundo ele, o crescimento da indústria de transformação em países como a China gera serviços altamente qualificados, como criação de software e design, que agregam valor aos produtos e colabora para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, o Brasil tem que se esforçar para aumentar


os investimentos nessas áreas, e resolver alguns dos entraves para as empresas brasileiras, como os juros altos, os impostos e a tarifa de energia, que é uma das mais altas do mundo e penaliza os produtores nacionais. Roriz destacou que o ideal para o Brasil seria unir a produção de commodities à fabricação de produtos de valor agregado, o que representaria uma enorme vantagem para o País.

Outro destaque do evento foram as linhas de crédito oferecidas pelo BNDES e Nossa Caixa que também contribuíram para fomentar negócios na Brasilplast. Segundo o gerente de promoções e eventos do BNDES, Sidney Ferreira de Carvalho, 80% dos atendimentos realizados durante a feira eram de micro e pequenas empresas e 20% de médias empresas, interessadas em financiamentos de máquinas. Nos cindo dias de feira, foram registrados 158 atendimentos. A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa emitiu Cartas de Crédito no valor de R$ 5 milhões, para financiar o desenvolvimento de pequenas e médias empresas paulistas, assim como a compra de equipamentos. Além de consolidar as marcas e estreitar contatos com novos clientes, várias empresas conseguiram fechar negócios na feira. Expositores do setor de máquinas e equipamentos realizaram vendas que, somadas, atingiram aproximadamente R$ 6 milhões. Os excelentes resultados foram atingidos pela Staübli, que superou a cifra de R$ 1 milhão, seguidas pela Wortex, com R$ 3 milhões em equipamentos, e a Coperion, com R$ 2 milhões. Sem revelar o volume de negócios, a Carnevalli vendeu 10 máquinas.

A feira também atraiu investidores estrangeiros para a 24ª edição do Projeto Comprador, que faz parte do Programa Export Plastic, em parceria com a APEX (Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), reuniu 29 empresas brasileiras e seis estrangeiras, nas rodadas de negócios realizadas no primeiro dia da Brasilplast. Representantes de empresas americanas e chilenas, se encontraram com empresários brasileiros em 81 reuniões de negócios.

ocupa atualmente o 3º lugar entre os principais fornecedores de instalações para o mercado brasileiro, tendo quase duplicado, em 2010, o valor de suas vendas para o setor, chegando a quase 100 milhões de euros (versus 2009). A participação na Brasilplast 2011 contou com a organização do ICE Instituto Italiano para o Comércio Exterior, entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento Econômico da Itália, em parceria com a própria ASSOCOMAPLAST.

Italianos reforçam interesse no mercado brasileiro

Região Sul marca presença

A Feira contou com maior participação de empresas internacionais, em comparação com a edição anterior, que reuniu 30 países. Este ano, participaram importantes companhias de 36 países, entre eles Alemanha e Canadá. Sendo que Turquia, Dinamarca e Irã, estiveram pela primeira vez no evento. Um dos maiores destaques foi o Pavilhão Italiano, que reuniu 43 empresas líderes em seus setores de atuação, apresentando crescimento de 40% em sua área expositiva e 38% em relação ao número de participantes, comparado à edição anterior, em área expositiva de quase mil metros quadrados. Conforme Giorgio Colombo, da Associação Italiana dos Fabricantes de Máquinas para Matéria Plástica e Borracha (ASSOCOMAPLAST) um dos principais objetivos é firmar novas parcerias estratégicas, bem como consolidar a presença das empresas italianas no país. “Cerca de 15% das importações brasileiras são oriundas da Itália”, afirma Colombo. O Brasil é o 5º maior mercado mundial de exportação italiana no segmento. Além disso, a Itália

Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul compareceram em peso na Brasilplast 2011. Através de comitivas organizadas pelos sindicatos e visitas de empresas, a feira foi um ponto de encontro dos transformadores de plásticos sulistas. O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), além de levar um grande grupo de associados, divulgou na ocasião a Plastech Brasil 2011. Organizada e promovida pela entidade, a feira que ocorre em agosto deste ano está em sua terceira edição. Durante a realização da Brasilplast 2011, por exmplo, a Chiang Máquinas e Equipamentos, de Caxias do Sul – RS procurou a organização da Plastech Brasil e ampliou o espaço, dobrando a área para um total de 400m². O SIMPEP – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná montou uma comitiva de associados para participar da feira.“A Brasilplast é o principal evento do setor na América Latina e montamos esta caravana para unir os empresários e buscar as novidades tecnológicas do mercado de>>>>

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Brasilplast 2011 GILMAR BITENCOURT

Inauguração oficial foi feita com expectativas de bons negócios, o que foi confirmado no último dia de feira

transformação, principalmente em assessórios e equipamentos”, relata a presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias. “A comitiva organizada pelo SIMPEP, além de tornar o Paraná bem representado e participativo neste grande evento, também teve como objetivo dar a oportunidade aos nossos associados de reciclarem seus conhecimentos e conhecerem as últimas tendências de mercado”, afirma a presidente.

Tecnologias que favorecem o meio ambiente Sem dúvida um dos grandes destaques da Brasilplast 2011 foi a preocupação com redução de consumo energético e matériasprimas que auxiliem na preservação do meio ambiente. Mais de 16 toneladas de materiais produzidos a partir do plástico foram arrecadadas, durante a feira. Um exemplo foi a Operação Reciclar, iniciativa da Reed Exhibitions Alcantara Machado com a Plastivida e empresas do setor. A ação recolheu e deu destinação adequada aos materiais processados nos estandes da feira. Apenas parte da coleta foi reciclada na área de demonstração da OPERAÇÃO RECICLAR. De acordo com a diretora da Brasilplast, Liliane Bortoluci, a decisão de montar o projeto veio da necessidade de mostrar à sociedade que as empresas vêm desenvolvendo produtos e aplicações que não agridem o planeta. “Com a iniciativa, o setor contribui com a redução do desperdício e mostra várias possibilidades de reuso para o plástico”, afirmou. 20 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

Para ampliar esse debate, a Brasilplast também promoveu uma conferência simultaneamente ao evento, nos dias 10 e 11 de maio. Segundo Márcia Coimbra, gerente da unidade de negócios e conferências da Reed Exhibitions Alcantara Machado, a iniciativa foi muito bem sucedida. “Tivemos retorno de um público bastante qualificado, sendo a maioria vinculada à indústria do plástico”, disse. Durante os dois dias de conferência, 190 pessoas assistiram às palestras e debateram assuntos ligados à sustentabilidade de embalagens, nanotecnologia e plásticos bio degradáveis, entre outros temas. “Tivemos retorno de um público bastante qualificado, sendo a maioria das pessoas vinculadas à indústria do plástico”, afirmou. Ainda segundo ela, os temas abordados agradaram aos visitantes. “Conseguimos reunir assuntos pertinentes ao setor, o que nos incentiva a continuar com o evento nas próximas edições”, disse. Em treze edições, esta é a primeira vez que a Brasilplast abriga uma conferência.

Biopolímeros: alternativa para reduzir impactos ambientais A geração de resíduos sólidos cresce em todo o mundo. Somente no Brasil, são produzidas 230 mil toneladas de lixo diariamente. Deste total, 60% correspondem a material orgânico e 35% a reciclável - 5% não são aproveitáveis. Nos últimos anos, a indústria do plástico vem aumentando os

investimentos em produtos feitos com material biodegradável. De acordo com Júlio Harada, gerente Técnico e Desenvolvimento da BASF, enquanto o plástico comum demora em torno de 400 anos para se decompor no meio ambiente, os biopolímeros, degradados por meio de microorganismos, desaparecem em no máximo 180 dias. Em palestra realizada durante a Conferência Brasilplast 2011, Harada explicou que, com essas novas alternativas, o setor abriu espaço para o desenvolvimento de outros materiais fabricados com fontes renováveis de energia. “Ao invés de incriminar a indústria do plástico, é preciso ter um olhar mais abrangente. As possibilidades que existem hoje em termos de materiais biodegradáveis nos dão a certeza de que, sabendo usar a matéria-prima da forma correta, teremos combustíveis e produtos de fontes limpas pelas próximas décadas”, disse.

Na esteira da preocupação com a sustetabilidade, os fornecedores do setor plástico apontaram suas novidades. A SABIC Innovative Plastics anunciou durante a BrasilPlast 2011, que produzirá a resina Flexible Noryl* no Brasil para facilitar o fornecimento do material para o mercado sul-americano. Esta nova produção local reduzirá drasticamente o tempo de produção de resinas sustentáveis não halogenadas e retardadoras de chamas em até 50%, em média, e é um acréscimo bem-vindo ao já amplo portfólio de produtos da empresa fabricados no Brasil. O anúncio da SABIC Innovative Plastics ressalta o compromisso da empresa em assegurar o fornecimento local confiável de seus materiais termoplásticos sustentáveis para contribuir para que clientes locais e regionais se destaquem, cresçam e obtenham êxito nos mercados em que atuam. A produção local da resina Flexible Noryl poderá beneficiar ainda os clientes sul-americanos de fios e cabos, que atuam nos segmentos automotivo e eletroeletrônico (E/E), acelerando o tempo de colocação de seus produtos no mercado e apoiando a conformidade com as normas ambientais.PS


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Brasilplast 2011

EBITDA da Braskem alcança R$ 919 milhões no 1º trimestre Empresa anunciou, durante o evento, receita líquida de R$ 7,4 bilhões.

A

maior petroquímica das Américas aproveitou a Brasilplast 2011 para apresentar seu balanço trimestral. A Braskem teve o seu desempenho no primeiro trimestre afetado pela restrição de produto em suas plantas no nordeste brasileiro, impactadas pela interrupção de energia em fevereiro, que levou a uma parada não programada nos Polos da Bahia e de Alagoas no período. Nesse contexto, a Companhia registrou EBITDA – lucro antes dos impostos, taxas, depreciações e amortizações – de R$ 919 milhões, com alta de 1% sobre o mesmo período de 2010. A margem EBITDA do 1T11, sem considerar a revenda de nafta/petróleo, foi de 14,1%. Os três primeiros meses do ano foram marcados na indústria petroquímica pela contínua alta de preços no mercado internacional, gerada por fatores como aumento de custos de nafta, desvalorização global do dólar e retomada da demanda asiática. Em relação ao quarto trimestre de 2010, os melhores preços compensaram parcialmente o volume 12% menor de resinas termoplásticas comercializadas pela Braskem e a alta da matéria-prima. Além da redução natural dessa época do ano, as vendas foram afetadas pela queda de energia ocorrida em 4 de fevereiro, que atingiu todos os estados do Nordeste brasileiro. O episódio ocasionou uma parada não programada nas plantas da Companhia localizadas nessa região, impactando o resultado em aproximadamente R$ 230 milhões. A Braskem alcançou receita líquida consolidada de R$ 7,4 bilhões, o que representou alta de 3% sobre o quarto trimestre de 2010 e de 12% na comparação 22 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

com o primeiro trimestre daquele ano. A receita em dólares totalizou US$ 4,4 bilhões e as exportações representaram 30% desse valor (US$ 1,3 bilhão), com avanço de 47% sobre o mesmo período de 2010. O lucro líquido consolidado da Braskem atingiu R$ 305 milhões entre janeiro e março, positivamente influenciado pelo resultado financeiro do trimestre. Com a aprovação da aquisição da Quattor pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica – o processo de integração dos ativos e equipes foi intensificado, o que favorece a captura de sinergias para os próximos trimestres. Os ganhos com sinergias alcançaram R$ 75 milhões no primeiro trimestre. Para todo o ano de 2011, estima-se a captura de R$ 377 milhões, em bases anuais e recorrentes. Atendendo ao seu compromisso com a disciplina de capital e com a realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, a Braskem realizou investimentos operacionais de R$ 282 milhões no primeiro trimestre. A maior parte desses recursos foi direcionada a aumentos de capacidade, com destaque para o projeto de construção da planta de PVC em Alagoas, ao qual foram destinados R$ 63 milhões. Também merece destaque o projeto de construção da planta de butadieno, no Rio Grande do Sul, que recebeu R$ 14 milhões.PS


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Brasilplast 2011

FOTOS: GILMAR BITENCOURT

Aconteceu na feira

Activas como distribuidora Braskem Apresentando o portfólio da Braskem, o diretor da Activas, Laércio Gonçalves, comemora sua 8ª participação na Brasilplast 2011. “Começamos com 30 metros e hoje temos uma ilha (foto acima)”, vibra o empresário que prevê um faturamento na ordem de R$ 500 milhões em 2011. “Em 2009 a empresa tinha cadastro de 5000 clientes. Em virtude do recadastramento da nota fiscal eletrônica, este número caiu para 1500. Hoje, passados 2 anos, estamos com 6.500 cadastrados e 2.500 ativos” avalia. Redução de custos com gestão de pessoas, desenvolvimentos com clientes, logística e presença nacional nos pólos transformadores solidificaram a atuação da Activas no mercado. A novidade na feira é a distribuição do biopolímero da Eastman e o portfólio da Braskem. Fortalecer a marca no mercado e apresentar soluções aos transformadores foram os objetivos da Actiplus, empresa do Grupo Activas, na Brasilplast 2011. Há dois anos e meio atuando na área de masterbatches com foco na indústria alimentícia a Companhia investe para crescer no segmento. A injeção de R$ 1,5 milhão nos anos de 2009 e 2010 foram utilizados na adequação de prédios, plantas e periféricos. E a Companhia não pára por aí. Recentemente houve novo investimento de 1 milhão de reais, desta vez em uma linha de novos equipamentos. Com a aquisição, o salto de capacidade instalada será de 250/350 ton por mês para 450 toneladas. Conforme o gerente comercial Anderson Carniel, a Actiplus teve aumento de volume de negócios de 100% em 2 anos. “A projeção de crescimento é de 30 a 40% em 2011”, comemora Carniel salientando que do volume total, máster representa 50%. Os outros 50% são compostos e aditivos.

Tecnos reforçou parceria e apresentou soluções A Tecnos, localizada em Limeira (SP), reforçou durante o evento sua parceria com a Plastics System, empresa européia fabricante de periféricos especializada em sistemas de alimentação e desumidificação. A Tecnos, antes importadora de máquinas, partiu há alguns anos para a fabricação e montagem de periféricos no Brasil. O objetivo é fabricar nacionalmente alimen24 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

Pepasa: 42 anos de atuação no mercado Fundada em 1969 para atender o mercado de termoplásticos reforçados com fibra de vidro, a Pepasa é uma das pioneiras do setor no Brasil. Inicialmente importadora, desde 1973 atua como produtora de compostos com base em resinas reforçadas / aditivadas com Fibra de Vidro, Cargas Minerais, Micro Esferas de Vidro, Retardantes de Chama, Fibra de Carbono, Fibra Aramida, PTFE, MoS2, Grafite, Silicone, Anti UV, Anti estáticos, etc. Hoje a empresa tem capacidade de 500 ton/mês, com foco em compostos de PA 66, PA6, PA12, ABS, Poliacetal, PC, PP e PBT. “Atuamos predominantemente no setor de injeção com aplicações nas indústrias automotiva, eletroeletrônica, agrícola, home appliance e eletrodomésticos”, revela Roberto Moncorvo (foto acima, à esquerda) que junto com o irmão Fernando Moncorvo (foto acima, à direita) comanda uma equipe de 38 funcionários em uma área de 14 mil m2. Com 99% da produção voltada ao mercado nacional, os diretores comemoram o crescimento de cerca de 15% em 2010, mas não acreditam na repetição deste resultado para 2011. Neste ano a projeção é de um acréscimo de no máximo 2%, em virtude da competição de players no mercado. “Além disso, o cambio favorece a importação de resinas e de plásticos transformados, que poderiam ser fabricados aqui no Brasil”, explica Roberto Moncorvo que arrisca um cambio ideal de R$ 2,50. Durante a Brasilplast a Pepasa, que possui certificado ISO 9001:2008, buscou reforçar ainda mais sua marca no setor.

tadores, desumidificadores, dosadores, e secadores, com tecnologia italiana. O país foi eleito o “QG” da Companhia na América do Sul, que aumenta constantemente seu volume de vendas nacional e alça vôos maiores, expandindo mercados. Na Brasilplast, um dos destaques da Tecnos foi o sistema de desumidificação com peso, que pesa a resina e de acordo com o consumo, economiza energia, além de possuir sistema inteligente que detecta problemas com o processo.


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Brasilplast 2011

Aconteceu na feira Kraton divulgou ampla atuação no mercado Em sintonia com o mote da 13ª edição da Brasilplast, a Kraton Polymers lançou na feira novas linhas de produtos que visam a sustentabilidade. Segundo o gerente de mercados, Marcelo Quaiatti, e o gerente de aplicações avançadas, Rafael Zangarini, a participação da empresa na feira foi além da apresentação dos novos produtos. “Aproveitamos o evento para divulgar a ampla atuação da Kraton nos vários segmentos que atua”, destacam. Observam ainda que a Brasilplast propiciou o encontro entre os pesquisadores e executivos da indústria com empresas da América Latina. A Katron, uma das maiores produtoras mundiais de copolímeros em bloco de estireno "SBC", divulgou na feira quatro de seus principais lançamentos. Na área de fios e cabos apresentou polímeros que são uma alternativa ao PCV. Segundo os executivos

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os materiais possuem propriedades elétricas superiores indicados para aplicações de isolamento e são versáteis para serem usados no encamisamento e em peças moldadas. Têm como característica a leveza devido à sua baixa densidade. Além disso, são livres de halogênio, recicláveis ??e podem ser facilmente coloridos. “Sua flexibilidade é excelente para utilização em baixas temperaturas e a resistência máxima a raios UV e ozônio o torna adequado para aplicações externas”, acrescentam. Dentro da tecnologia co-extrusão apresentou polímeros adesivos para a produção de filmes de proteção de superfície. Os filmes fornecem proteção para os produtos beneficiados na indústria e produtos com aplicações para o consumidor final. Entre os vários tipos de utilizações, a tecnologia de co-extrusão está presente nas indústrias automobilística, eletroeletrônica, eletrodoméstica, mobiliária e na construção civil. “Por

essa razão, filmes de proteção utilizados nesses setores desfrutam de benefícios, como baixos custos e alta flexibilidade”, destacam os gerentes. Outra novidade destacada na feira foi o Kraton G1645, linha de polímeros que cria novas oportunidades para a substituição de PVC na área médica e em outras aplicações, incluindo filmes para bolsas de soro e tubos. Os produtos são livres de ftalato, oferecem alto desempenho, são atóxicos e “uma excelente e comprovada alternativa ao PVC”, salienta os executivos. Para a área de borrachas, lançou a Cariflex IR, borracha de poliisopreno sintético que pode ser formulada para substituir a borracha natural (NR) em várias aplicações, com em aplicações médicas que exigem elevada pureza. Os produtos oferecem excelente elasticidade e propriedades mecânicas, além de trazerem conforto no contato com pele, uma vez que são hipoalérgicos.


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Brasilplast 2011

Aconteceu na feira

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Unicor destacou tecnologia alemã

NZ Philpolymer mostrou linha de reciclagem A NZ Philpolymer colocou em operação no seu estande (foto) uma linha de reciclagem para aparas, composta por uma extrusora mono rosca (tipo cascata) para filmes, fios e tecidos plásticos com troca de telas hidráulicos. A máquina conta com um inversor de frequência no primeiro e segundo estágio, que reduz o consumo de energia. “O inversor estabiliza a máquina na velocidade desejada”, destaca Daniel Zaude, da área comercial. Outra novidade do equipamento é o painel digital LCD, que é opcional. A divisão de máquinas e embalagens da empresa também expôs a sua linha de equipamentos laboratoriais. Entre eles destaca-se o Plastômetro XRL 400, utilizado para medição do índice de fluidez (MFR), taxa volumétrica de vazão (MVR) e densidade do material plastificado, com impressora acoplada.

A alemã Unicor, fabricante mundial de máquinas para tubos corrugados de PP, PE e PVC, apresentou, duarante a Brasilplast, suas tecnologias e diferenciais europeu. Com pelo menos 20 anos de atuação no mercado brasileiro, a empresa tem hoje quase 100 corrugadores comercializados no mundo inteiro. O executivo da empresa Volker Sprenger veio ao Brasil especialmente para feira. Ele ressaltou o ponto forte da empresa: experiência em projetar o tubo dentro da necessidade do cliente economizando matérias-primas, porém mantendo-se dentro da norma. A fabricação de ferramental apropriado, segundo Sprenger, torna a Unicor mais competitiva e eficiente, já que a manutenção fácil e o manejo simples, facilitam o acesso aos blocos formadores. “Também possibilitamos ajustes e correção de espessura durante o processo sem a necessidade de parar o equipamento, além de fazer um diagnóstico a distância para a manutenção mais rápida”, alerta. O executivo garante ainda a alta produtividade de suas máquinas. Para ele, a produção é maior porque os blocos formadores do corrugado são refrigerados diretamente com a água. Com isso a transferência de calor é mais rápida e permite a produção mais elevada. “Outro fator que melhora a produtividade é que com a disposição dos blocos no sistema horizontal o tempo de setup é bem menor”, diz. Além disso, a Companhia dispõe do sistema Swesy que é uma troca de ponteira do cabeçote injetor que elimina a necessidade da troca do cabeçote inteiro. “A Unicor está à disposição de todos os fabricantes de tubos corrugados ou não a desenvolver projetos específicos à suas necessidades”, finaliza Sprenger.

Tsong Cherng apresentou injetora série Fit Com mais de 20 anos atuando no Mercado brasileiro, a Tsong Cherng apresentou na Brasilplast o seu mais recente lançamento, as injetoras da série Fit. Segundo o gerente industrial da empresa, Newton Tien, estas máquinas vêm para atender uma demanda do mercado, de equipamentos com baixo custo de investimento, “porém sem abrir mão da qualidade, dos itens de série, da garantia dos services e da reposição de peças”. A nova linha é composta por injetoras de 90 a 528 toneladas de força de fechamento. Conforme Tien as máquinas podem ser equipadas com servomotor. Durante a feira, a Tsong Cherng apresentou o modelo de 300 toneladas, com servo motor turbo. A máquina estava equipada com um molde de pré-forma de garrafa PET, de 32 cavidades, de 17 gramas.

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Zara: linha ortogonal de motoredutores Seguindo a onda de lançamentos, a Zara Trasmissões Mecânicas levou para a feira a linha ortogonal de motoredutores para alinhamento de extrusoras, da italiana Zambello. São redutores para máquinas dupla rosca corotante e controrotante. Partem do eixo mínimo de 21,5 mm atingindo grandezas de até 200 mm em execuções horizontais (série NRB) e verticais (série ZT). Segundo o gerente comercial da empresa, Fernando Bizella Filho, os equipamentos oferecem auto rendimento e baixa manutenção “aliado a um preço compatível”, acrescenta. Os motoredurotes são produzidos sob encomenda.


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Mecanofar reforçou menor consumo de energia A Mecanofar de Farroupilha (RS), apresentou na Brasilplast toda a sua linha de moinhos granuladores de alta e baixa rotação. Entre as principais características dos equipamentos a diretora da empresa, Rosilene Rosanelli (foto), destaca o maior torque, o menor consumo de energia, a facilidade de regulagem e manutenção e a menor geração de pó. Os equipamentos da série convencional, de baixa rotação, podem operar junto às máquinas de transformação de plásticos, para recuperação imediata das sobras e rejeitos. “Ideal para processos automatizados”, observa a diretora. Esta linha de moinhos é equipada com motores de 3 a 15 CV e com rotor de 360 a 387 RPM.

Grupo Bener estréia na feira Participando pela primeira vez da Brasilplast, o Grupo Bener apresentou na feira a sua linha completada de máquinas de eletroerosão, da marca NovikElectrocut. Segundo a empresa os equipamentos passaram a integrar o catálogo da Bener Veker recentemente e representam uma opção concreta para quem procura alta qualidade com preço acessível. A nova linha compreende máquinas de eletroerosão por penetração, com aplicação principalmente no setor de moldes para plásticos e máquinas de erosão a fio de molibdênio e de latão, destinadas às ferramentarias de corte, repuxo e dobra. O gerente de vendas da Bener, Wanderley Goya, destaca que as máquinas são uma solução de usinagem diferenciada, para trabalhar com aço temperado , “o que só pode ser conseguido com eletroerosão”. Fala ainda que este setor ainda sente falta de fornecedores no Brasil. O objetivo da empresa é de conquistar 30% de participação no segmento, em dois anos.

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Aconteceu na feira

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Brasilplast 2011

Shini mostrou design europeu

Lanxess levou novidades A Lanxess participou da Brasilplast com novidades em quatro – de suas treze – unidades de negócios. Segundo a gerente regional de vendas, da unidade Functional Chemicals (FCC), Roberta Maturana, o mercado brasileiro é de grande importância para a empresa e tem sido uma escolha de investimentos em produtos específicos orientados por normas de produção. Neste sentido a FCC apresentou na feira as linhas de plastificantes isentos de ftalato, como Ultramol®, Adimol®, Unimoll® e Mesamoll®, com destaque para o plastificante Unimoll® AGF, produzido apenas com matérias-primas renováveis. O produto, que já conta com a aprovação da Anvisa, pode ser utilizado para produção de filmes estiráveis de PVC e brinquedos, justamente por ser permitido para fins alimentícios em diversos países, entre eles, o Brasil. Outro destaque da unidade são os corantes orgânicos, base solvente, para coloração de plásticos de engenharia, da marca Macrolex®. A unidade Semi-Crystalline Products (SCP), expôs as linhas Durethan® C, copoliamidas para filmes extrudados e produto injetados na área automotiva, e Durethan® DP BKV 60EF H 2.0, poliamida 6 de alta fluidez. Segundo o especialista técnico de aplicação, Anderson Maróstica, a PA6 permite o aumento a carga de fibra de vidro, mantendo a fácil processabilidade do material, proporcionando rigidez e propriedades mecânicas as peças, permitindo a redução de custos pela substituição de materiais mais caros, como, por exemplo, metais. As linhas Easy Flow e Xtreme Flow Durethan®, Pocan® T 7331, assim como os novos grades Durethan® e Pocan® retardantes à chama não-halogenados, também compõe as novidades de SCP. Já a unidade Inorganic Pigments (IPG) levou para a feira a sua linha de colorantes de plásticos Colortherm®, que está disponível para uso em coil coating e tinta em pó. Os produtos são adequados para aplicações, nas quais o pigmento é submetido a altas temperaturas. Os pigmentos de óxido de ferro da linha estão disponíveis nas cores amarelo, vermelho, marrom, preto e em tons adicionais. Já os pigmentos Colortherm® Green são produzidos à base de óxido de cromo. Ainda no evento a unidade Lanxess de Performance Butadiene Rubbers (PBR), que apresentou as linhas de polibutadieno Buna® CB e Taktene®, a borracha de butadieno estireno em solução (SSBR) Buna VSL e a borracha de butadieno estireno em emulsão (ESBR).

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Na sua participação na Brasilplast a Shini Brasil destacou a linha de Robôs e Manipuladores. Segundo o diretor da empresa, Klaus Vogel (foto), uma das principais características dos equipamentos é o dinâmico design europeu. “A disposição de seus eixos, o torna com uma aparência compacta e moderna”, comenta. Segundo ele os robôs são compostos por servo motor importado de alta precisão. Possuem um deslocamento rápido e preciso, com baixo nível de ruído e posicionamento confiável. Destaca também que os componentes pneumáticos adotam produtos de marcas mundialmente famosas de alta qualidade e boa compatibilidade. A interface do robô é projetada conforme os padrões EUROMAP12 , EUROMAP67 e SPI. Vogel observa que os robôs estão preparados para realizar tarefas rápidas e precisas. “Além disso a série oferece o modelo de braço único e o de braço duplo, afim de atender a necessidade do cliente”, acrescenta.

Himaco: foco na linha Eco As atenções do estande da Himaco na feira estiveram voltadas a linha Eco, cujo o principal diferencial é a economia de energia elétrica e produção de máquinas que não poluam o meio ambiente. “Tanto na linha nacional quanto na Eco, há preocupação com isso”, ressalta o gerente comercial da empresa, Cristian Heinen. Essa preocupação passa pelo componentes utilizados na máquina e a tecnologia empregada, como por exemplo, a bomba de vazão variável, a utilização de servo motor e a própria utilização do tipo de ferro ou de aço. “Estamos tentando colocar tudo como uma forma de economia ao cliente e ajuda ao meio ambiente”, destaca. A linha Apta Eco é composta por três máquinas: 140 toneladas e 180 toneladas para injeção nornal, e 180 toneladas para injeção de PVC rígido. Quanto ao valor das injetoras, Heinen acredita que o custo - beneficio é melhor do que a linha de injetoras da Himaco nacional. Uma das máquinas da linha Eco expostas na feira foi vendida para a Plásticos Vipal.


quantiQ

Aceleração de crescimento Com 18 anos de experiência nas áreas química e petroquímica o engenheiro de produção Edson Terra esteve presente na Brasilplast. Atual presidente da quantiQ, a maior distribuidora de produtos químicos e petroquímicos do Brasil, o executivo conversou com a reportagem da Plástico Sul no estande da Companhia. Na pauta esteve o desafio de assumir a liderança da Companhia, os planos de crescimento, a possibilidade de realizar novas aquisições e a ascensão do mercado brasileiro de especialidades. Na feira, a quantiQ apresentou a linha de elastômeros especiais Vistamaxx, produzidos pela ExxonMobil. O produto confere transparência, elasticidade, flexibilidade e resistência ao impacto. Acompanhe os principais trechos da entrevista:

Movimento natural “A mudança na presidência da quantiQ faz parte da filosofia do Grupo Odebrecht, onde existe uma dinâmica de que sempre quando se completa um ciclo há aletração de presidência. O Fernando Abrantes (ex-presidente) fez um trabalho sensacional durante 15 anos, criando junto com a equipe uma empresa que é a maior produtora de produtos químicos no Brasil. Agora é uma fase de aceleração de crescimento. Não houve nenhuma ruptura com o passado e ao contrario é uma continuidade”.

Planos de crescimento “O primeiro plano é ter um crescimento natural orgânico, pela quantiQ atuar em segmentos que devem crescer mais do que a média do PIB industrial brasileiro. Há um segundo eixo que nasce com a criação da área de novos negócios, capitaneada pelo João Chamma, que conhece esses mercados há muitos anos. Além da ideia de desenvolver novos fornecedores e novos produtos dentro do grupo de fornecedores que a quantiQ tem, há o interesse em crescer no segmento de serviços. O terceiro eixo é bus-

car o crescimento via aquisição ou algum movimento relacionado”.

Aquisições “Obviamente que uma aquisição sempre tem que ter criação de valor. Não vamos comprar só para aumentar de tamanho, mas sim temos que entender que nesses movimentos ocorre uma sinergia de portfólio e aumento de oferta para os clientes que temos hoje. Se conseguirmos encontrar uma oportunidade de estender esse relacionamento para outros países, por exemplo, da América do Sul, acho que é um movimento que pode ser interessante. Tudo tem que ser analisado caso por caso”.

Mercado de especialidades “Claramente é um mercado que em alguns segmentos específicos apresenta crescimento significativo, como o de alimentos. Na medida que se tem um aumento do poder aquisitivo, principalmente de classes que antes não tinham acesso ao consumo, se tem incremento na compra de alimentos processados por esse público. Essa é uma industria que demanda produtos especiais dentro da área de Food, que faz com que você tenha incremento de consumo de especialidades. Isso também vale para linhas de limpeza e higiene pessoal, fármacos, cosméticos e produtos que antes uma camada da população não tinha acesso. Nestes segmentos vislumbramos taxas de crescimento maiores do que o crescimento do PIB brasileiro. Na parte de plásticos, o Brasil ainda tem um consumo per capita muito baixo e tem uma necessidade de sofisticação de uma serie de utensílios domésticos e embalagens. Além disso, há uma busca pela transparência e redução de espessura de filmes ou da quantidade de plásticos numa embalagem, o que faz com que a necessidade de aditivação aumente. Essa é uma tendência mundial das embalagens. Esse é o grande retorno de crescimento das especialidades plásticas”. << Maio de 2011 < Plástico Sul < 31


Brasilplast 2011

FOTOS: GILMAR BITENCOURT

Galeria de Fotos

Adão Pinto (esquerda) e Breno Seibt, da Seibt

Antonio Carnevalli Neto, da Carnevalli

Bernard Baert (e.), Marco Reichert(c.) e Edson Gabriel, da Poly One

Expositores italianos presentes no evento

János Szegö, da Mecalor

Marcelo Quaiatti (e.) e Rafael Zangarini, da Kraton

Maurício Beduschi, diretor da Tecnos 32 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>


Paolo De Filippis, da Wortex

SĂŠrgio Wajsbrot, da Cromex

Marcos (e.) e Marcelo Prando, da Replas

Miguel Bahiense, presidente da Plastivida

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DESTAQUE Sopradoras

Lançamentos realizados na Brasilplast 2011 confirmam a aposta da indústria de máquinas no mercado de sopro.

GILMAR BITENCOURT

A ordem é crescer C

om o objetivo de traçar um perfil atual do mercado brasileiro de sopro e de apresentar as novas tecnologias e lançamentos para esta área de transformação de plásticos, a Revista Plástico Sul entrevistou produtores e importadores de máquinas sopradoras, além dos seus clientes, a terceira geração petroquímica. O resultado da abordagem foi positiva. Os entrevistados destacaram a estabilização do setor e a tendência de crescimento nas vendas para o encerramento de 2011, mas não na mesma proporção verificada no ano passado. A expectativa de crescimento foi respaldada pela feira Brasilplast, realizada no início do mês de maio, em São Paulo, que reuniu toda a cadeia produtiva do plástico e superou as expectativas dos participantes. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz Coelho, a área de sopro já conseguiu superar a crise financeira, encerrando o ano passado com crescimento em comparação com 2009. Para 2011 ele prevê que o setor deva manter um desempenho semelhante ao verificado no exercício anterior, impulsionado pelo o aumento do consumo no país. A defasagem do parque industrial também foi destacada pelo dirigente (leia entrevista na sequência desta matéria). Segundo estimativas da indústria de máquinas, o número de sopradoras comercializadas no país deve chegar a 300 unidades. Apesar de não ser uma estatística oficial e de oscilar de acordo com a opinião de cada entrevistado, é nesta fatia do mercado que os produtores e importadores estão de olho. Prova disso foi o grande número de lançamentos realizados na Brasilplast. Mesmo aqueles que não levaram novidades para a feira, apresentaram máquinas com melhorias tecnológicas ou equipamentos que 34 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

otimizam o processo produtivo do setor. A ordem é atender as expectativas dos transformadores que querem aumento da produção e redução dos custos operacionais.

Margraf, da Bekum: para 2011, a meta é investir em equipamentos e na nacionalização de tecnologias

A Bekum, por exemplo, não se pautou em apresentar lançamento de sopradora na feira. No seu estande, a empresa apresentou sistemas de automação para fabricação de embalagens industriais de 20 litros. O diretor da compannhia, Uwe Margraf, destaca que ficou satisfeito com a participação na Brasilplast, “fizemos muito bons contatos novos”. Para Margraf o mercado de sopro no Brasil é consolidado e há três marcas estabelecidas. Fora destas, existem algumas marcas importadas e outras empresas novas que concorrem no mercado brasileiro e sul-americano. Observa que as necessidades variam conforme aplicação e volume de produção, mas em geral o que se busca é o custo benefício atraente e a redução de custos operacionais. O diretor não divulga números sobre faturamento e quantidade de máquinas vendidas, mas informa que em 2010 a Bekum teve um crescimento de 138%, em comparação com o ano anterior. Ele diz que foi um ano atípico para a empresa, devido ao pro-

cesso de reestruturação que indústria passou, que “entretanto foi concluído e muito bem sucedido. Mesmo assim o executivo observa que o número de máquinas vendidas foi superior ao registrado em 2007 e 2008, anos que antecederam a crise financeira. Para 2011, a meta da empresa é o investimento no desenvolvimento de novos equipamentos e na nacionalização de novas tecnologias. A previsão do diretor é de um crescimento mais modesto, “mas em geral as perspectivas são boas para os próximos anos”, acrescenta. Falando em novas tecnologias, Margraf obseva que no momento o mercado ainda não está absorvendo as sopradoras elétricas. Ele observa que no futuro alguns segmentos vão buscar estes equipamentos atraídos pela redução de consumo de energia. Explica que o diferença principal das máquinas elétricas é a redução de consumo de energia e ciclos de produção mais rápidos.

Contabilizando a sua sétima participação na Brasilplast, a Pintarelli


Para Sérgio Pintarelli, transformadores têm buscado máquinas maiores, com maior número de cavidades e maior produção horária

GILMAR BITENCOURT

Industrial destaca a importância da feira e comenta o sucesso obtido na edição de 2011. Segundo o diretor industrial da empresa, Sérgio Pintarelli , a feira foi um grande ambiente de negócios, no qual estavam a maioria dos empresários brasileiros de todos o mercados voltados a transformação de plásticos. “Nesta edição da feira identificamos negócios que devem suprir nossas empresas Pintarelli Industrial e Blufer Tecnoplast por pelo menos seis meses de trabalho”, acrescenta. A Pitarelli apresentou na feira uma sopradora da linha Soprática 3600S, com cabeçote quíntuplo em conjunto com uma linha de periféricos formada por cortadora de cabeças perdidas, testadora de micro furos e enfardadeira semiautomática. Os equipamentos são fabricados pela empresa coligada Blufer Tecnoplast. Em um espaço de 30 m², a empresa montou uma produção completa de frascos de 180 gramas para iogurte, do sopro ao fardo de peças acabadas. Segundo o diretor a linha Soprática foi projetada para fácil acesso na área de trabalho, como a troca de molde e outras operações no seu interior. As máquinas estão preparadas para receber todos os periféricos necessários para a automatização do processo produtivo. Sérgio Pitarelli comenta que as sopradoras da empresa se destacam frente as concorrentes por apresentarem baixo custo inicial, facilidade de operação, baixo consumo energético, entre outros fatores. “O custo operacional por peça soprada está estimado entre 20 e 30% a menor do que o valor gasto no sopro em equipamentos convencionais”, salienta.

Com atuação nos segmentos de embalagens alimentos, cosméticos e produtos de limpeza, o ano de 2010 representou para a empresa um período para a recuperação do ritmo de vendas. Conforme o executivo, a Pintarelli passou a ser reconhecida como fabricante de sopradoras por extrusão contínua atingindo uma participação no mercado nacional em torno de 8%. “Em relação à 2009 tivemos um crescimento de 13% no número de máquinas vendidas”, informa. Ele destaca que para 2011 a companhia está projetando um crescimento de 12% nas vendas, em relação ao ano passado, “para atingir este objetivo estamos investindo em equipamentos de usinagem e na qualificação de

mão de obra de nossos colaboradores”. Pintarelli destaca que o mercado nacional de sopradoras por extrusão contínua vem se mantendo estável nos últimos cinco anos. O crescimento tem sido pequeno em unidades vendidas, “que tem crescido é o tamanho dos equipamentos (capacidade produtiva)”. Ele fala que os transformadores têm buscado máquinas maiores, com maior número de cavidades e maior produção horária. Essa demanda tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias em cabeçotes, roscas e principalmente sistema periféricos para automatizar as operações posteriores ao sopro como, rebarbação, testes qualitativos, movimentação das peças e rebarbas e embalagem das peças acabadas em caixas, fardos ou paletes. Em se tratando de máquinas elétrica o diretor comenta que estes equipamentos vêm tomando espaço em nível mundial, principalmente na área de injeção plásticos, em função da economia de energia obtida com a utilização de acionamentos elétricos. “Outras vantagens são a redução de ruído e a ausência de óleo hidráulico no sistema de acionamento das máquinas”, observa.

Para o diretor da Romi, Hermes Lago, a Brasilplast 2011 ficou dentro das expectativas, foi melhor do que a mostra ocorrida em 2009, pelo fato desta edição ter ocorrido no auge da crise financeira mun->>>>

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DIVULGAÇÃO

DESTAQUE Sopradoras

Lago, da Romi, destaca que o sopro está em expansão em áreas como produtos de limpeza e cosméticos

dial, mas aquém da feira de 2007. “Podemos dizer que ainda há espaço para melhoria de resultado”, comenta. A Romi, uma das maiores fabricantes brasileiras de máquinas para plástico, levou para feira quatro grandes lançamentos. Segundo o diretor todos com apelo sustentável, priorizando a economia de energia, reduzindo o impacto ambiental e oferecendo também ao transformador a redução nos custos de produção. Foram três injetoras e uma sopradora de PET, a ROMIPET 425. A sopradora conta com o processo totalmente automático, desde a alimentação, transporte das pré-formas, sopro e estiramento, retirada dos frascos direto para a linha de envase e armazenamento. É destinado ao sopro de embalagens de bebidas, alimentos e cosméticos, entre outros. “A máquina produz garrafas e frascos com capacidade volumétrica de até 2,5 litros e em altos níveis de produtividade”, destaca Lago. Pode chegar a uma produção de até 5 mil frascos de 500 ml por hora. O equipamento foi projetado para trabalhar com moldes de 4 cavidades. Entre os diferenciais os diretor destaca, que a sopradora conta com acionamentos pneumáticos e elétricos. Além disso, não depende da utilização de componentes hidráulicos, evitando qualquer possibilida36 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

de de contaminação. É indicado para utilização em ambientes limpos e para a produção de embalagens de bebidas, alimentos e cosméticos. Conforme Lago o investimento no mercado de sopro de PET se justifica pelo crescimento do setor. Ele destaca que além aplicação mais usual, nas garrafas para bebidas carbonatadas, o material está em expansão em outros segmentos, como o envase de produtos de limpeza, cosméticos, entre outros. Ele explica que os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto ao aspecto das embalagens e o PET se destaca neste aspecto, dando mais nobreza ao produto. “Esta é uma tendência muito forte e nós estamos indo de encontro a esta demanda”, complementa. Lago destaca que a sopradora 425 se destina aos engarrafadores de médio porte. “Estamos disponibilizando produtos mais acessíveis, com uma produção adequada para as necessidades destes clientes”, destaca. O diretor conta que este lançamento pode ser considerado o segundo estágio da iniciativa da empresa, que foi iniciada na feira da Mecânica, no ano passado, de propiciar ao pequeno engarrafador a produção de envase de seus produtos, com uma máquina injetora de pré-forma em conjunto com uma sopradora. “Agora estamos atingindo as empresas de médio porte”, informa. De acordo com a empresa o ano de 2010 foi marcado por uma forte retomada do consumo e da atividade industrial. Tal retomada foi sustentada pela política de ofer->>>>


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DESTAQUE Sopradoras ta de crédito direcionada ao mercado de bens de capital do governo brasileiro, via BNDES por meio do programa PSI (Programa de Sustentação do Investimento) o que favoreceu todo o mercado, proporcionando à Romi um forte crescimento de receita, de 41,7% no ano. A indústria é um dos maiores fabricantes brasileiros de máquinas-ferramenta e máquinas para processamento de Plásticos. Para o segmento de plástico produz injetoras e sopradoras, que representaram 8,5% e 26,0% ,respectivamente, da receita do período.

“Muito boa, foi a maior feira que já realizamos pelo investimento em número de maquinas, lançamentos e estrutura de atendimento”. Esta frase do diretor comercial da Pavan Zanetti, resume a participação da empresa na Brasilplast 2011. Newton Zanetti comenta que além das máquinas em exposição no estande da empresa, foram colocados equipamentos em estandes de parceiros para demonstração de produtos associados a injetoras e sopradoras. “Também tivemos maquina sopradora BMT3.6S na ilha da Operação Reciclar, em

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conjunto com a iniciativa da Plastivida para divulgar o plástico como uma matéria prima totalmente reciclável, que não é o vilão que vem alardeado por diversos setores da sociedade”, acrescenta. Na feira a Pavan Zanetti lançou a nova série de sopradoras de acumulação, a HPZ. Foi exposto o modelo HPZ 500, com capacidade até moldes de 50 litros de volume. Zanetti salienta que essa máquina conta com novo layout, favorecendo a saída automática de produtos soprados, visando a rebarbação futura. Também tem o sistema de translação do cabeçote para favorecer a troca mais rápida de molde e ferramental, com extrusão de alto peso molecular de 90 mm, cabeçote sistema FIFO para troca rápida de cores e comando de última geração Moog. Outro novidade foi o modelo PETMATIC 3C/2L, para sopro de pré formas de PET até 2 litros, totalmente automática e nacional, com produção de 3.000 frascos de 500 ml por hora. O executivo informa que o trabalho agora está concentrado no pós-feira. “Estamos trabalhando o mercado e aguardan-

do o resultado da feira”, comenta. Ele salienta que apesar do sucesso da mostra, será difícil atingir os resultados alcançados em 2010, “porém achamos que a queda deverá ser mínima, se trabalharmos de forma rápida e eficaz”. O objetivo é aproveitar o apoio do BNDES com o programa Finame PSI, que tem juros de 6,5% fixos ao ano, “ainda um excelente negócio”, destaca. A empresa por “questão estratégica” não divulga volume de vendas nem o número de máquinas comercializadas em 2010, mas informa que o crescimento obtido no período foi na ordem de 20%. Zanetti comenta que será difícil repetir este desempenho, considerado um dos melhores anos da história da companhia, que está completando 45 anos de atividades. Já para 2011 a principal meta da empresa é a mudança para a nova planta, que deve duplicar a sua área produtiva. A nova fábrica recebeu investimentos de 15 milhões de reais. O diretor fala que a mudança prevista para o final desse ano, vai ampliar as condições de trabalho e possibilidade de reduzir custos e prazos de entrega, “melhorando inclusive a qualidade de nossos produtos”. >>>>


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DESTAQUE Sopradoras Para Zanetti o transformador está cada vez mais exigente em termos de máquinas mais produtivas, mais econômicas e com maior tecnologia embarcada, sem contar a pressão por melhores preços. Essa demanda é encarada pelo empresário de forma salutar. Ele afirma que é importante para o setor, pois o país está com custos muito altos de produção, a tendência não é de redução e “toda e qualquer iniciativa nesse sentido é importantíssima”. Acrescenta ainda que, “sem a pressão dos transformadores e do mercado externo, com as importações, poderíamos entrar num ciclo de comodismo e atrasarmos tecnologicamente. Dessa forma, vejo a pressão como altamente positiva”. Quanto as sopradoras elétricas Zanetti diz que esta tecnologia está sendo absorvida pelos fabricantes e ainda é cara. Ele acredita que será inevitável que a indústria de máquinas comece a oferecer estes equipamentos, sendo que as máquinas híbridas, que combinam o acionamento elétrico e hidráulico, devam iniciar o processo. “A vantagem das elétricas é seguramente o consumo menor de energia, o apelo ecológico (por não

usarem óleos hidráulicos), limpeza e baixa emissão de ruído”, acrescenta.

A importadora de máquinas Meggaplástico, empresa do Grupo MEGGA, participou da Brasilplast 2011 com novidades em máquinas para a transformação de plástico, setor , que segundo a empresa, tem crescido e sustentado a recuperação econômica no Brasil após a recente crise financeira mundial. “A Brasilplast é a feira mais importante do segmento na América Latina”, destacou o diretor da empresa, Marcelo Pruaño. Entre os lançamentos da empresa, destaca-se a sopradora de mesa dupla Invex- Modelo HFBA 75 R. A máquina é equipada com sistema hidráulico proporcional em todos os movimentos – desde o sistema de fechamento e abertura até a movimentação do cabeçote responsável pela programação da espessura da parede do parison. O equipamento pode produzir em uma ou mais cavidades, por extrusão contínua ou com acumulação, permitindo ainda a utilização de cavidades de múl-

tiplas camadas (CO-EX). Esta versatilidade estrutural capacita a utilização da máquina na produção de frascos e bombonas entre 10 e 5.000 ml em PP, PE, PVC, PC e outros materiais utilizados em produtos farmacêuticos, cosméticos, higiene pessoal, produtos de limpeza, alimentícios, indústria química e peças automotivas. Este diferencial competitivo da Invex HFBA75R está na sua estrutura construtiva de fechamento com três colunas, que permite uma fácil e rápida troca de moldes, facilitando o seu uso numa gama de produtos. A força de fechamento é aplicada por meio de um sistema hidráulico proporcional diretamente na placa de fechamento. O resultado é uma distribuição homogênea e ideal da força nesta área da placa. A precisão nos movimentos é obtida graças a utilização de servo válvulas, proporcionando excelente proteção do molde e alta estabilidade produtiva, além de melhorar em muito o ciclo seco do equipamento. “As servo-válvulas utilizadas são fabricadas pela Yuken, do Japão, e a bomba hidráulica é Tokimec”, ressalta Pruaño.PS



DESTAQUE Sopradoras

Boa perspectiva A

Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) projeta um crescimento para o setor de transformação acima da previsão do PIB brasileiro em 2011 e no próximo ano. Para o fechamento deste ano prevê uma expansão de 6% e para 2012 a previsão de alta é de 5%. Segundo dados da Abiplast o consumo aparente de transformados plásticos deverá alcançar 6,4 milhões de toneladas em 2011 e 6,9 milhões de toneladas no ano que vem. O presidente da instituição, José Ricardo Roriz Coelho, destaca que a perspectiva para o setor é positiva. É com esta visão otimista que Roriz faz uma análise do segmento de sopro no país. Na entrevista que segue, ele comenta, que assim como ocorreu com os outros setores da transformação de plásticos, o sopro também

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já se recuperou da crise financeira e tem perspectivas de crescimento para o fechamento do ano. Apesar desta previsão otimista, o dirigente alerta para a necessidade de renovação do parque industrial do setor. Segundo ele, praticamente 50% das máquinas sopradoras em atividade têm mais de 10 anos de uso. Ele comenta também que algumas ações já estão sendo desenvolvidas para auxiliar na modernização do maquinário das indústrias do setor, como o programa Proplast.

Revistas Plástico Sul - Como analisa o setor de sopro atualmente? José Ricardo Roriz Coelho - O setor plástico como um todo apresentou um ótimo desempenho no ano de 2010, recuperando os efeitos da crise financeira e apresentando um bom nível de crescimento. A estima-

Defasagem do parque industrial não impede o crescimento do volume de produtos soprados em 2011. tiva é que a o consumo de plásticos no Brasil cresça 6% em 2011 e 7% em 2012. A realidade do setor de sopro não é diferente do setor de transformação geral, portanto a expectativa é positiva. Plástico Sul - Qual o número aproximado de sopradoras em atividade no Brasil? Qual a média de idade destes equipamentos? Roriz - O parque industrial instalado de máquinas plásticas gira em torno de 70 mil máquinas entre injetoras, extrusoras e sopradoras e metade dessas máquinas tem mais de 10 anos de uso. Existem aproximadamente 2500 máquinas sopradoras na ativa e dessas máquinas 1.230 já tem mais de uma década de uso. Plástico Sul - Os programas de financia-


mento, como o realizado pelo BNDES, foram suficientes para modernizar o parque industrial nacional? Roriz - O BNDES lançou no ano passado o programa Proplástico, que tem como objetivo fomentar o investimento no setor plástico e que conta com cinco programas de fomento: máquinas e equipamentos, modernização do parque industrial, inovação, fusões e aquisições e sócio-ambiental. O programa de modernização do parque industrial tem como objetivo fomentar a aquisição de nova máquina e a destruição de máquina obsoleta, ainda não foi totalmente formulado os critérios para utilização dessa linha porque se discute os critérios para inutilização de máquina antiga. Apesar do programa específico de modernização do parque ainda não estar a pleno vapor, o setor plástico investiu em 2010. Observando os desembolsos realizados pelo BNDES para financiamento do setor plástico, foram tomados mais de R$1 bilhão de recursos para financiamento, sendo 700 milhões relativos ao FINAME. Esse patamar é mais que o dobro do praticado em 2009 e também em 2008.

Plástico Sul - O que o mercado de sopro representa na produção de transformados plásticos como um todo? Há crescimento nos últimos anos? Roriz - Em 2010 foram produzidos 5,9 milhões de toneladas de produtos transformados plásticos. Desse total, 16% correspondem aos produtos plásticos soprados, ou seja, aproximadamente 950 mil toneladas. O crescimento do setor acompanha o geral da indústria de transformados que é de 7% a.a.

do câmbio, a tendência é que as importações aumentem cerca de 30% nesse ano. Esse nível de importação, que nada mais é do que uma “exportação de empregos e renda” refere-se somente ao produto plástico ainda não envasado. Quando a entrada já é do produto final, temos essa “exportação de empregos” tanto no setor transformador (que é um setor de mão de obra intensiva, que emprega mais de 350 mil pessoas) quanto nos setores a jusante.

Plástico Sul - Como avalia o mercado de transformação de plásticos pelo processo de sopro atualmente? Roriz - Perspectivas de continuo crescimento das classes C&D apontam para um crescimento no setor de alimentos e bebidas que puxam o mercado de sopro.

Plástico Sul - Como o Sr. vê o Projeto de Lei 418/11, do deputado Eli Correa Filho (DEM-SP), que proíbe a venda de refrigerantes e bebidas alcoólicas em garrafas PET, sem estudo prévio de impacto ambiental? Roriz - A proibição de venda de refrigerante e bebidas alcoólicas em garrafa PET não tem qualquer fundamento técnico e cientifico, além do que PET é um produto 100% reciclável e com valor agregado, haja vista os índices de reciclagem do PET que chegam a ser mais de 50% do total desse tipo de embalagem produzido (Índice Reciclagem Plastivida).PS

Plástico Sul – O que representa para o setor a entrada de produtos transformados no país? Roriz - A entrada de transformados plásticos já corresponde a 10% do total de plástico produzido no País e no atual patamar

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BalançoCifras

Brasil importou US$ 3,3 bilhões em produtos químicos no mês de abril de diversos produtos químicos no mercado internacional, ocasionados pela queda na demanda mundial. Entretanto, há preocupações com o atual aumento nos preços do petróleo e da nafta petroquímica no mercado internacional”. Denise ressalta que o crescimento no preço médio das exportações decorre da venda de produtos químicos de maior valor agregado, como gases industriais, fibras e fios sintéticos, intermediários para resinas termoplásticas e cloro e álcalis. Os produtos químicos representaram 17,8% do total de US$ 66,4 bilhões em importações e 6,5% dos US$ 71,4 bilhões em exportações realizadas pelo País de janeiro a abril. As importações de produtos químicos movimentaram 10,2 milhões de toneladas. O volume das exportações chegou a 4 milhões de toneladas. DIVULGAÇÃO

O

Brasil importou mais de US$ 3,3 bilhões em produtos químicos no mês de abril. O valor, recorde para o ano, é 10,9% superior ao de março. Em relação a abril de 2010, o crescimento é de 39,5%. No quadrimestre, as compras externas somaram US$ 11,8 bilhões, o que representa aumento de 21,8% na comparação com igual período do ano passado. As exportações alcançaram US$ 1,2 bilhão em abril, recuando 3,1% ante março. Em relação a abril de 2010, as vendas externas cresceram 15,4%. De janeiro a abril, as exportações, de US$ 4,7 bilhões, tiveram incremento de 14,8% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até abril, chegou a US$ 7,1 bilhões. A diretora de Comércio Exterior da

Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, observa que o déficit até abril poderia ter sido maior, caso o preço médio das importações não tivesse caído 4,2% e o das exportações aumentado 17%. “O recuo no preço médio das importações, em relação ao primeiro quadrimestre de 2010, reflete a existência de estoques

Indústria de compósitos projeta elevação de 8,2% na receita de 2011 Faturamento do primeiro trimestre cresceu 16,3%. Nova pesquisa contratada pela ABMACO separa poliéster e epóxi. A indústria brasileira de materiais compósitos faturou R$ 715 milhões no primeiro trimestre, alta de 16,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. O consumo de matérias-primas, po44 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

rém, recuou 8,7%, totalizando 46.900 toneladas. A diferença entre os dois indicadores deve-se principalmente aos sucessivos aumentos nas cotações dos insumos petroquímicos – os compósitos são resultantes da combinação entre resinas termofixas (um tipo de plástico) e reforços, como as fibras de vidro. Os números fazem parte do último levantamento da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Brasileira de Materiais Compósitos (ABMACO). O estudo da Maxiquim também proje-

ta uma elevação de 8,2% na receita total do setor em 2011, alcançando R$ 2,796 bilhões – no ano passado, o faturamento foi de R$ 2,584 bilhões. Em relação ao consumo de matérias-primas, a consultoria estima que o Brasil processe 214.000 toneladas, volume 4,8% maior que o de 2010 (205.000 toneladas). Já o crescimento esperado do número de empregos é de 1,8%, perfazendo 75 mil vagas. “Todos os segmentos que consomem os materiais compósitos devem crescer este ano, mas acreditamos que construção civil,


Estudo separa poliéster e epóxi Dessa vez, a pesquisa contratada pela ABMACO abordou de forma separada os compósitos de resina poliéster e os baseados em resina epóxi. No primeiro caso –

DIVULGAÇÃO

geração de energia eólica e transportes serão responsáveis por índices ainda mais expressivos”, afirma Gilmar Lima, presidente da ABMACO. No caso da área de transportes, Lima destaca o impacto positivo que a antecipação das compras de caminhões e ônibus promoverá no resultado do último trimestre de 2011, por conta da entrada em vigor da norma Euro 5 no início de 2012 – os veículos ajustados à nova regulamentação, que controla a emissão de poluentes, são mais caros. “Por outro lado, nos preocupa a escassez de mão de obra qualificada no nosso setor, bem como o aumento descontrolado dos preços dos principais insumos, a valorização excessiva do real e a crônica falta de investimentos governamentais em infraestrutura”, comenta.

162.000 toneladas, ou 79% do total processado em 2010 –, a construção civil manteve o posto de maior consumidora do material, com 46%. A seguir, apareceram as montadoras, sobretudo as que fabricam veículos pesados e agrícolas, com 16%. Os mercados de corrosão (11%), saneamento (7%), energia elétrica (4%), náutico (3%), petróleo (1%) e outros (11%) As principais posições no ranking do consumo de matérias-primas se mantiveram quando o assunto foi participação no faturamento – no ano passado, os compósitos de poliéster geraram uma receita de R$ 2,011 bilhões. Mudaram, no entanto, os percentuais: construção civil (37%), transportes (24%), corrosão (15%) e saneamento (8%). O setor náutico, devido ao maior valor agregado das embarcações, respondeu por 6% da receita, ultrapassando o segmento de energia elétrica (2%). As demais aplicações ficaram com 7%. Quanto aos processos de transformação, as tecnologias manuais (Hand Lay-up e

Spray-up) apareceram bem à frente, como de costume, com 54,8%, seguidas por RTM (16,1%), Enrolamento Filamentar (9,8%), Laminação Contínua (6,2%), Pultrusão (4,6%), BMC/SMC (2,8%) e outros (5,6%). Em relação aos compósitos cuja matriz polimérica é o epóxi, a geração de energia eólica deteve 87,7% de um faturamento total de R$ 573 milhões. Bem atrás, apareceram os setores de petróleo (5,9%), eletroeletrônico (2,1%) e outros (4,3%). O processo de infusão, que é empregado, por exemplo, na fabricação das pás eólicas, foi o mais usado pelos transformadores (92,3%). Ao todo, o país processou 43.000 toneladas de compósitos de epóxi em 2010.PS

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Especialização tros de processo e fabricação de máquinas injetoras. No quesito de fabricação de materiais plásticos, o especialista comenta que existem grandes avanços em novos materiais, que somados as commodities, plásticos de engenharia e de alta performance, tem-se uma nova classificação, os ultra-polímeros que se destacam pela robustez em comparação com materiais metálicos. Ainda neste ponto, Reinert fala que o uso de pigmentos especiais metalizados na substituição de produtos anteriormente pintados e a substituição de alumínio e aço por materiais plásticos de alta performance tem sido destaque neste mercado emergente. No setor de ferramentas de injeção, o engenheiro comenta sobre o rápido acesso à tecnologia de Brasagem, Mecobond, Nitreto de Titânio e extratores refrigerados que permitem redução de ciclo de injeção garantindo a qualidade do produto final. Na a área de processamento ele salienta que cresce o uso de tecnologias como Indumold, com o objetivo de eliminar as marcas de solda fria e rechupes sobre o produto. Falando sobre as máquinas injetoras, Reinert observa que existe a maior proximidade do mercado nacional das tecnologias de fechamento de máquina que garantem maior vida útil dos ferramentais de injeção e tecnologias com a injeção em molde aberto e semiaberto para a injeção de produtos de parede fina. “Todas estas tecnologias já presentes no mercado nacional mostram o porquê o mercado brasileiro é tão importante para quem desenvolve tecnologias, visto a grande quantidade de empresas existentes com suas diferenciadas e vasta linha de produtos”, conclui.PS

Instituto lança curso em Porto Alegre Pós-graduação é destinado para engenheiros e profissionais graduados com interesse na área do plástico.

N

o dia 24 de maio, o Instituto Eckart realizou uma palestra de lançamento e apresentação do curso de pós-graduação em Desenvolvimento e Processos de Componentes de Plásticos, na sede da instituição, em Porto Alegre. Segundo a diretora de relacionamento do instituto, Angelita Luizetto Walter, o curso tem o objetivo de especializar profissionais de nível superior, no desenvolvimento e aprimoramento de produtos plásticos, “isso através da familiarização do aluno com metodologias e tecnologias modernas”, observa. Na ocasião, engenheiro e diretor da empresa Nord West, falou aos presentes sobre as Novas Tecnologias Aplicadas ao Mercado de Plásticos. Conforme a diretora, o pós-graduação na área de plásticos é fruto da parceria entre o Instituto Eckart e a Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc), de Joinville (SC). O curso será desenvolvido pelo Centro de Educação Tecnológica, do instituto, que já conta com os cursos de pósgraduação em usinagem e automação industrial. É dirigido para graduados nas áreas de engenharia e tecnologia, além de profissionais que atuam na produção e em áreas estratégicas das organizações. As inscrições para o pós já estão abertas e o início das aulas está previsto para o final

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do próximo mês de julho. Serão aulas presenciais, realizadas quinzenalmente, nas sextas-feiras e nos sábados. Angelita Walter destaca que o Instituto Eckart é um de centro de educação tecnológica com visão holística voltado, principalmente, para ciência do comportamento, “que permite o acesso de forma clara e envolvente a percepções, crenças, habilidades e competências que tornam as pessoas plenas, conectadas com sua carreira profissional favorecendo a saúde organizacional”, complementa. Ela salienta que o instituto mantêm convênios estratégicos e de tecnologia com o Instituto Superior Tupy, a Aulavox, Fundação dos Administradores do RS e o Harvest Institute.

Busca por tecnologia Na palestra o engenheiro destacou que a necessidade de aprimoramento fez com que as indústrias de transformação buscassem mais intensamente novos mercados fornecedores de tecnologias que garantissem maior eficácia dos seus processos e a redução dos custos finais dos seus produtos. Neste sentido, analisando os vários mercados ligados ao ramo plástico, ele observa que quatro grandes áreas se destacaram: a de fabricação de materiais plásticos e aditivos, ferramentais de injeção, parâme-



Mercado

Plásticos Vipal e Tubozan unem-se empresa Gilberto Borges Filho; “Hoje trabalhamos com grandes home centers e lojas de varejo, com este novo empreendimento, nossa capacidade de distribuição será mais abrangente em todo o País”. A perspectiva de um melhor posicionamento de preços decorrente da força da marca Vipal, assim como a expansão do mix de produtos com mais valor agregado também são lembrados como resultado do empreendimento. Todas as linhas de produtos da Plásticos Vipal e da Tubozan são desenvolvidas dentro dos padrões de qualidade e em conformidade com as normas técnicas do mercado. Também são certificadas pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, promovido pelo Ministério das Cidades.

Da fusão, surge a 3ª maior empresa do mercado de plásticos para a Construção Civil no País.

A

Plásticos Vipal (empresa do Grupo Vipal) e a Tubozan Tubos e Conexões de PVC anunciaram recentemente associação para a criação da BR Plásticos Participações S/ A que controlará Plásticos Vipal S/A, Tubozan Industria Plástica Ltda, Conforme Ltda e Polímeros S/A, e será a terceira maior empresa transformadora do País na produção de componentes plásticos para a construção civil. O faturamento consolidado previsto para 2011 da empresa controladora nos segmentos em que atua é de R$ 230 milhões. A BR Plásticos quer conquistar novas fatias do mercado nacional, que envolve atualmente 600 mil toneladas/ano. Neste contexto, as marcas Tubozan e Conforme (para tubos, conexões e acessórios para instalação hidráulica), e outras marcas já conhecidas da Plásticos Vipal, como a Facility (portas sanfonadas, forros, revestimentos e divisórias) e a Hanna Plásticos (portas sanfonadas) serão fortes aliadas da BR Plásticos. Além de aumentar à atuação nacional na linha de tubos e conexões, com o endosso de credibilidade da marca Vipal, a jointventure vai possibilitar a pulverização do mercado neste segmento, avalia o hoje diretor da Plásticos Vipal, e Presidente da nova

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Novos investimentos Nos próximos anos, a empresa vai investir R$ 20 milhões no atendimento de demandas para modernização tecnológica, expansão e construção de novas plantas fabris regionais. Até o inicio de 2012, serão oito as unidades em operação. Seis delas, totalmente consolidadas, estão localizadas em Cabo de Santo Agostinho (PE), Unidade de Composto (BA), Colombo (PR), Siderópolis (SC), Nova Prata (RS) e São Paulo (SP). Estão em fase de instalação as unidades produtivas em Contagem (MG) e Cuiabá (MG) que até o final do ano, serão as unidades fabris a atender a região Sudeste e Centro-Oeste do País. PS


Tendências & MercadoComponentes Automotivos

Faurecia e Rhodia juntam forças

DIVULGAÇÃO

A

Faurecia, líder no fornecimento de componentes e soluções de engenharia automotiva, e a Rhodia, líder no desenvolvimento e produção de especialidades químicas, estão unindo esforços para desenvolver uma nova geração de conjunto de componentes estruturais inovadores e leves para assentos de veículos, utilizando plásticos de engenharia de alto desempenho à base de poliamida. As duas empresas trabalham juntas desde novembro de 2009 e reforçaram a sua parceria mediante a assinatura de um protocolo de desenvolvimento conjunto em fevereiro deste ano. Este acordo tem por principal objetivo desenvolver uma gama de componentes para assentos utilizando Technyl® SI da Rhodia, um composto de poliamida de ‘superimpacto’ patenteado e inovador, projetado para satisfazer as necessidades de resistência a impacto em peças de utilização intensa. O acordo alia o avançado know-how em

design de assentos da Faurecia e a tecnologia de plásticos de engenharia da Rhodia, reforçada pelo seu know-how único em simulação preditiva avançada e design de peças. “A Faurecia trabalha com materiais inovadores – desenvolvidos pela Rhodia – e conceitos estruturais de assentos, com vista a ultrapassar os grandes desafios colocados à indústria automotiva para a fabricação de veículos mais leves. A Faurecia definiu uma vi-

são, uma estratégia e um programa claros para reduzir o peso dos assentos dos automóveis. Esta parceria deverá ajudar os construtores a cumprir os regulamentos mundiais cada vez mais exigentes sobre emissões,” afirmou Patrick Koller, Vice-Presidente Executivo de Faurecia Automotive Seating. “Este projeto de co-inovação com um líder mundial de componentes automotivos representa um passo importante para a introdução de materiais avançados de poliamida como uma alternativa ao aço em aplicações estruturais para automóveis. Este avanço foi conseguido graças ao know-how complementar de ambas as partes e a um intenso trabalho de equipe”, acrescentou François Hincker, presidente da Rhodia Plásticos de Engenharia. As estruturas de assentos concebidas em parceria pela Faurecia e pela Rhodia encontram-se atualmente em fase avançada de desenvolvimento, estando a produção em série prevista para 2014.PS

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Foco no Verde

Sacolas plásticas: polêmica em São Paulo

O

Apesar de aprovada a lei, setor ainda tem esperança de que seja declarada inconstitucional e teme pela imagem do produto.

DIVULGAÇÃO

de custos, e reclamam que as mesetor plástico perdeu Você sabia? recentemente uma imdidas deveriam ser precedidas de Um estudo inglês, da Agência Ambiental Britânica, conportante batalha na debates mais amplos e claros. Na cluiu que as sacolas comuns tiveram melhor desempenho guerra das sacolas. No visão da cadeia, o principal funambiental em 8 de 9 categorias avaliadas, destacando-se dia 17 de maio, a Câmara de Veredamento do movimento é econômenor emissão de CO2 e menor consumo de matérias-primas adores de São Paulo aprovou o mico: o varejo estaria interessadurante o ciclo de vida. Elas foram comparadas com sacolas Projeto de Lei 496/2007, que disdo em ampliar as margens a parbiodegradáveis, ecobags de plástico, de algodão, pano, ráfia, põe sobre a proibição da distritir da redução das compras de sasacolas de papel e de papelão. Fica para reflexão a pergunta buição gratuita ou venda de sacolas. “Infelizmente, leis como do presidente da Plastivida, Miguel Bahiense Neto: “Porque colas plásticas aos consumidores estas, que se propõem a um bem banir um produto que tem melhor desempenho ambiental, em todos os estabelecimentos cocomum, o de preservar o meio amcontribui para a solução de questões sanitárias e sociais e merciais da capital. A partir de biente, termina por prejudicá-lo. gera renda e empregos?” janeiro de 2012, portanto, a maiE não só o ambiente, mas a quesor cidade brasileira será a seguntão social e econômica também. da capital do país —depois de Belo HorizonA sustentabilidade é um tripé, formado pete - a proibir as embalagens plásticas. los pilares ambientais, sociais e econômicos. Enquanto determinadas entidades vaUm não pode se sobressair ao outro. É funrejistas e autoridades públicas manifestam – damental a convivência ou o tripé não se se a favor das novas regras sancionadas pelo sustenta”, afirma o presidente da Plastivida prefeito Gilberto Kassab, outros tem consci- Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos -, ência da necessidade de uma discussão mais Miguel Bahinense Neto. ampla e menos autoritária. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do EsA substituição tado de São Paulo divulgou nota em que Com a lei aprovada na maior cidade sugere a implantação gradual da restrição às brasileira, surge a questão de qual seriam as sacolas plásticas. Para a federação, o assunalternativas de materiais para a substituição to deveria ser debatido “de maneira mais cantes do setor. Para a entidade, há riscos das sacolas tradicionais. Algumas correntes ampla, focando principalmente na reciclagem de perda de movimento no comércio afirmam que as embalagens deverão ser subsde lixo e coleta seletiva na cidade”. E acres- paulistano e de demissões na cadeia produtituídas por opções ecológicas, confecciocenta: “o prazo estipulado pelo projeto é tiva. Além disso, argumenta que a falta das nadas com uma espécie de “plástico verde”, que se decompõe em poucos meses. Conforcurto para conscientização da população e embalagens para acondicionar o lixo domésadaptação do comércio”. Para José tico deve acarretar um custo adicional às me divulgado nos principais jornais do país, Goldemberg, presidente do Conselho de famílias. O país consome atualmente 14 bi- cada sacolinha custará R$ 0,19 e será vendida nos caixas dos supermercados. Como ocorSustentabilidade da Fecomercio, poderia lhões de sacolas plásticas ao ano, e esse núreu em outras cidades, a ideia é que a cohaver um período para a implantação mero tem diminuído gradativamente. brança pelas embalagens diminua seu uso. gradativa da lei. “As sacolas plásticas são Além da embalagem verde, os supermercados úteis para acondicionar o lixo doméstico e é O objetivo Com a medida, o consumidor passará a venderão sacolas retornáveis de pano a R$ preciso pensar em soluções mais amplas para 1,80. Mas a viabilidade de sacolas feitas de isso”, afirma. Na opinião de Goldemberg, há pagar pelas sacolas. Enquanto o varejo afirrisco de as pessoas não acondicionarem de ma que a intenção existente com a proibi- cana-de-açucar e outras fontes não parece forma devida, o que pode provocar outros ção da distribuição das sacolas plásticas no ser tão simples. “No Brasil não se produz recomércio é puramente ambiental, a indús- sinas biodegradáveis. A de amido de milho tipos de problema, como enchentes. Quem defende a indústria das sacolas e tria levanta questões econômicas como ob- que está na moda, sendo indicada como a solução, mesmo os estudos dizendo que não avaliza a importância destas embalagens para jetivo principal da medida. Os fabricantes a vida do consumidor é o Instituto Nacional apontam que o varejo tem interesse finan- são, ao menos para esta aplicação, é importada”, explica Baihense. do Plástico (INP), que representa os fabri- ceiro na proibição, que representa redução 50 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>


A proibição ao menos criará oportunidades. Os fabricantes tentam se adaptar às mudanças que programas de eliminação das sacolinhas plásticas em supermercados, começam a provocar nos hábitos de consumo em estados como SP e MG. As principais empresas de embalagens plásticas do país apostam que o fim das sacolinhas fará crescer as vendas de sacos de lixo e estão incluindo produtos mais sustentáveis em seus portfólios. O fenômeno já é observado em cidades que baniram as sacolas descartáveis, como Belo Horizonte e Jundiaí (SP).

O que pensa a região sul? Do lado dos varejistas, a boa notícia vem do Rio Grande do Sul. A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) resolveu aprofundar o debate sobre o uso de sacolas plásticas no varejo. Além de encomendar pesquisa sobre a percepção dos consumidores, a entidade promoverá, em junho, um fórum sobre o tema. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, acredita que a extinção das sacolas, significaria apenas a troca de

cor do saco de lixo, de branco para preto. “Com o fim da distribuição gratuita, cada família seria onerada em R$ 15,00 mensais, em média, para a compra das embalagens de destino do seu lixo”, calcula Longo, ressaltando que a sacola plástica só causa dano se houver uso irresponsável. Já da parte da indústria, os sindicatos da região sul fazem coro às demais entidades do Brasil e repudiam a medida contra as sacolas. Todas as instituições ligadas ao setor defendem o uso das sacolas plásticas, porém destacam que devem ser fabricadas com a qualidade exigida pela Norma ABNT NBR14937, porque uma sacola mais resistente inibe a prática de colocar uma sacola dentro da outra para transportar os produtos pesados, além de poderem ser usadas mais vezes. O SIMPEP – Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná, por exemplo, questiona a medida e defende o benefício de seus produtos para a sociedade moderna ressaltando a importância do plástico na contemporaneidade e da necessidade de implantação de políticas de reciclagem adequadas ao perfil do homem moderno. Como

as sacolas são 100% recicláveis e reutilizáveis, a proibição é, para o SIMPEP, uma alternativa inconsistente e arcaica, já que os meios de reciclagem e de preservação ambiental devem evoluir com as novas tecnologias. Ainda segundo o Sindicato, o problema está no desperdício e no descarte incorreto, que podem ser solucionados com projetos de orientação e de conscientização, além da responsabilidade compartilhada entre a indústria, o varejo, a população e o governo. “Quem vai sofrer o impacto da proibição não será somente a população, que terá uma despesa extra com sacos de lixo, mas também os 6 mil funcionários da cadeia produtiva das sacolas plásticas de São Paulo, que poderão perder seus empregos”, afirma a presidente da entidade, Denise Dybas Dias.

Impactos

A lei acarretará em perdas de empregos e renda, não só para a indústria, mas para o Estados e municípios também. As cerca de 300 empresas fabricantes de sacolas plásticas movimentam cerca de 500 milhões de reais por ano, geram 30.000 empregos. “Ain->>>>

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Foco no Verde da não temos com computar os impactos para o setor, mas será muito ruim. Empresas que só fabricam sacolas plásticas sumirão. Outras terão redução de faturamento. Mas se levarmos a cidade de São Paulo em consideração, ela que consome quase 1/6 das sacolas fabricadas no Brasil, dá para perceber o tamanho do problema impactará o setor plástico”, diz Bahiense.

O futuro O fato da maior cidade da América Latina aprovar a lei que proíbe o uso de saco-

las plásticas no comércio, na opinião de Bahiense, não é uma tendência para os demais estados brasileiros. Para o executivo, do ponto de vista jurídico São Paulo não é mais ou menos importante que Jundiaí, Osasco, Mogi das Cruzes, Guarujá, Caçapava ou Guarulhos. “Em verdade, ao invés de outras cidades seguirem São Paulo como exemplo, será São Paulo a seguir o exemplo destas 6 cidades, onde ações judiciais alegando inconstitucionalidade já foram julgadas procedentes”, revela. Para ele, há uma certa jurisprudência que mostra que municípios e

estados não tem legitimidade para proibir o uso de sacolas, pois no Brasil já há uma Política, a Política Nacional de Resíduos Sólidos que trata o tema de embalagens. A tendência, manifesta Bahiense, é que a Lei de São Paulo seja declarada inconstitucional, como acontecerá em algum momento em Salvador, caso o prefeito a sancione. “Mas, sem dúvidas, pelo tamanho da cidade, preocupa, não pela matéria da Lei em si, mas pelo prejuízo à imagem do produto, mesmo tendo os aspectos ambientais, sociais e econômicos ao nosso lado”.

Iniciativa inédita ensina hábitos de consumo responsável Blumenau, em Santa Catarina, recebe a Escola de Consumo responsável, que une adulto consumidor e estudantes de instituições públicas de ensino. A indústria do plástico está reunindo duas pontas da sociedade numa iniciativa que poderá ser ampliada para todos os municípios brasileiros e que contempla intervenções educativas no varejo e nas escolas públicas. Batizada de Escola de Consumo Responsável, a ação pretende levar ao consumidor adulto e estudantes da rede pública de ensino, conceitos sobre consumo consciente, uso racional dos recursos e descarte correto de embalagens, como as sacolas plásticas. O objetivo da Escola é formar multiplicadores desses conceitos de sustentabilidade. “A defesa do meio ambiente só será eficaz se as ações partirem de princípios educativos e não de restrição de um ou outro produto”, afirma Miguel Bahiense, presidente da Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e do Instituto Nacional do Plástico (INP), entidades idealizadoras deste projeto, juntamente com a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (Abief). 52 > Plástico Sul > Maio de 2011 >>

Itinerante, com aulas de quatro horas, ministrada por instrutores previamente preparados e com apoio de material didático a Escola de Consumo Responsável parte do princípio que a preservação ambiental é responsabilidade de todos: poder público, iniciativa privada e população. A ação também promove o uso de sacolas mais resistentes, produzidas dentro da Norma ABNT 14937, uma vez que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras. Sacolas mais resistentes podem ser usadas em menor quantidade, evitando seu desperdício e permitindo ainda sua reutilização. As primeiras ações da escola foram realizadas em 2010 somente com funcionários do varejo e, nesta fase que se inicia em Blumenau, no dia 2 de junho, passa a agregar também a escola. “O resultado prático é a redução do desperdício das sacolas plásticas, além da conscientização e o maior envolvimento da população nas questões sustentáveis”, afirma o executivo.

Iniciativas de sucesso A Escola de Consumo Responsável já está em funcionamento no Rio de Janeiro, onde mais de 400 colaboradores de sete supermercados foram treinados. O modelo que chega a Blumenau, mais completo, também

poderá ser levado a outros locais do Brasil. Informar e capacitar pessoas para atuarem com responsabilidade e transmitir os conceitos de sustentabilidade no consumo tem sido iniciativas constantes da indústria do plástico. A Escola de Consumo Responsável é parte do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que envolve indústria, varejo e população na questão da responsabilidade compartilhada para o meio ambiente. O Programa chegou a oito capitais brasileiras (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis) e, de 2008 a 2010, promoveu uma redução de 4 bilhões de sacolas plásticas. Ele segue com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso das sacolinhas até 2012.

Educação e preservação ambiental Um recente estudo, encomendado pelo governo britânico, sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matériaprima frente às outras opções.PS


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Artigo

Avanços da Nanotecnologia e sua Aplicação em Polímeros ○

*Henrique E. Toma ○

A

conquista do mundo nanométrico vem impulsionando a nanotecnologia e as nanociências introduzindo novos paradigmas que já afetam todas as áreas do conhecimento. Historicamente, desde que os materiais, como a pedra, o ferro, o bronze e os plásticos marcaram os vários estágios do desenvolvimento humano, discutir a relação entre materiais e tecnologia parece uma tarefa quase redundante, pois um não existe sem o outro. Estamos, de fato, vivenciando o início de uma era onde os materiais já começam a ser preparados com controle nanométrico, isto é, envolvendo uma escala dimensional que começa na dimensão atômico/molecular e vai até uma centena de bilionésimos do metro (100 nm). Esse mundo é uma extensão natural do mundo micrométrico, que marcou o presente estágio de evolução tecnológica, através da microeletrônica e microtecnologias em geral. Porém, o mundo Nano é ainda mil vezes menor! Ao contrário do Micro, onde o conhecimento macroscópico, clássico, ainda se aplica relativamente bem, na escala Nano as propriedades atômico/moleculares tornam-se mais importantes e surgem novas propriedades e efeitos inusitados, que só podem ser explicadas pelas leis da física quântica. Essa evolução só foi possível com o surgimento de ferramentas avançadas, como as microscopias eletrônicas de alta resolução, microscopias de força atômica e tunelamento, microscopia Raman confocal, pinças ópticas, espalhamento dinâmico de luz, nanolitografias, entre outras. Com elas tornou-se viável a pesquisa de nanoestruturas presentes em materiais e biomateriais, como as conchas e os ossos, e mais do que isso, possibilitou orientar a síntese de nanomateriais, desde nanopartículas, nanofios, nanotubos, nanoplacas, e nanofilmes. Segundo muitos especialistas, o primeiro estágio dos nanomateriais que estamos presenciando no momento, está meramente ligado aos aspectos dimensionais, 54 >54Plástico > Plástico Sul > SulMaio > Maio de 2011 de 2011 >>>>

onde eles atuam como agentes de preenchimento, aditivos, ou componentes mecânicos dos produtos. No momento, essa tem sido a característica marcante da nanotecnologia no mercado de produtos, através dos nanocompósitos, nanorevestimentos e nanofibras. A incorporação da funcionalidade permitirá a exploração das propriedades dos nanomateriais, no uso planejado de suas propriedades magnéticas, ópticas e elétricas, para gerar produtos tecnológicos mais avançados e de maior desempenho. Já estamos entrando nesse segundo estágio de desenvolvimento. O terceiro passo será o domínio estrutural e o planejamento das nanoarquiteturas, como acontece atualmente com a microeletrônica. Finalmente, já na escala atômico/molecular, os nanomateriais poderão incorporar novas formas e conceitos, inerentes aos biomateriais e biomoléculas que a Natureza levou bilhões de anos para cri ar. Esta será talvez, a última dim ensão da nanotecnologia. Atualmente a nanotecnologia e as nanociências estão presentes em todas as frentes do conhecimento humano, e começam a ficar imperceptíveis ao permear as fronteiras que separam a diferentes áreas. Para isso, basta consultar qualquer revista científica de nível internacional, na área de química, física, biologia, engenharia, materiais, medicina, farmácia, cosméticos, têxtil, petróleo, ambiente, etc. Na área tecnológica, é possível identificar alguns produtos com o rótulo Nano, anunciado principalmente como estratégia de mercado, porém um grande número incorpora nanomateriais, e procedimentos típicos da área Nano, apostando na melhor qualidade dos mesmos, e não simplesmente no rótulo. Por isso, será cada vez mais difícil avaliar a dimensão do mercado Nano, e seu impacto. Existem previsões de um mercado mundial de trilhões de dólares ainda nesta década, para um mercado genuinamente Nano, o que poderá não acontecer, simplesmente pela assimilação da nanotecnologia como parte inerente de quase todas as tecnologias.

Esse fato já está sendo observado nas principais publicações científicas, onde as características Nano já fazem parte do glossário atual, sem qualquer destaque especial. Se esta é uma constatação, qual o sentido em se discutir a Nanotecnologia como uma estratégia empresarial? A resposta está no preço do conhecimento. Se estamos decididos a continuar importando toda a tecnologia necessária, realmente não será preciso investir em nanotecnologia. A história da Microtecnologia em nosso país já é bem conhecida, e suas marcas ficaram bem claras na nossa comparação com o Japão, Coréia, Taiwan e a China nas últimas décadas. Muitos até se lembram do jargão: O Brasil perdeu o bonde da Microtecnologia! Outros ainda acrescentam: E poderá perder o bonde na Nanotecnologia . Ao contrário da Microtecnologia, que foi focada essencialmente na eletrônica, a Nanotecnologia ao permear por todas as áreas, tem um poder de impacto muito mai or. Porém, não existe tecnologia sem recursos humanos qualificados, e sem infra-estrutura e equipamentos compatíveis para o seu desenvolvimento. Isso exige investimento, em escolas, centros de instrumentação, nucleação de grupos de pesquisa e abertura de mercado de trabalho para profissionais na área Nano. O governo brasileiro está ciente disso, e a atuação do MCT e das universidades brasileiras, apesar de ainda incipiente, já é referencial positivo a ser destacado. Contudo, no Brasil, a maior parte do investimento na área Nano ainda é governamental e esse é o grande diferencial quando passamos para um quadro mais amplo. Lamentavelmente, o Brasil ainda não está inserido nas estatísticas globais significativas na área Nano, que é liderada pela União Européia, Estados Unidos, Japão, Coréia, e China. Voltando nossa atenção para a área de polímeros, incluindo plásticos, que é o objetivo deste texto, podemos vislumbrar uma perspectiva imensa para a Nanotecnologia. Nessa área, os nanomateriais podem ser en-


quadrados inicialmente como aditivos de performance. Esse termo é interessante, pois sugere a possibilidade de projetar um material que tenha um desempenho específico através da incorporação de nanopartículas. Mesmo, em um nível muito básico de atuação, as nanopartículas podem ser usados de forma eficiente como materiais de preenchimento para conferir maior resistência mecânica, reduzir o poder de queima, aumentar o bloqueio contra a permeação de gases, melhorar as propriedades elétricas ou conferir atividade antibacteriana aos plásticos. O teor utilizado raramente ultrapassa a 5 % em massa, pois as nanopartículas têm a seu favor, uma área milhares de vezes maior que as partículas micro ou macroscópicas, e mesmo em baixo teores, já conseguem interagir com a maior parte das cadeias da matriz polimérica. Ao contrário, em elevados teores, a massa polimérica já não é suficiente para recobrir todas as nanopartículas, resultando na segregação das mesmas, introduzindo defeitos, com perda de qualidade do material. Deve ser lembrado que o uso das nanopartículas geralmente requer um agente de compatibilização, constituído por moléculas orgânicas específicas, para melhorar a interface nanopartículapolímero, e evitar problemas de agregação e defeitos estruturais.

Como exemplo, podemos lembrar que tradicionalmente, a fabricação do pneu incorpora grandes quantidades de nanopartículas de carbono sob a forma de negrodo-fumo, usado para aumentar sua resistência mecânica. Porém atualmente, várias empresas já estão investindo nos chamados “pneus verdes”, onde o carbono está sendo substituído por nanopartículas de sílica ou de argilas, resultando em um material com maior capacidade de rodagem e melhor dissipação térmica, revertendo em economia de combustível e em créditos de carbono, o que justifica o rótulo “verde”. Existem, de fato, milhares de produtos derivados da borracha, que poderiam ser beneficiados com os aditivos de performance constituídos pelas nanopartículas. As nanopartículas de prata conferem um enorme poder antibacteriano, que poderia ser incorporado aos revestimentos e materiais utilizados em ambientes limpos e hospitalares. A incorporação das nanopartículas e nanomateriais em plásticos dá origem aos nanocompósitos, cujas propriedades são su-

periores aos já bem conhecidos plásticos reforçados com fibras de vidro ou de carbono. A vantagem dos nanocompósitos é sua elevada resistência mecânica, sua capacidade de assimilar impactos, sua maior leveza em comparação com os análogos metálicos, e a possibilidade de ser moldada em peças adequadas para utilização como componentes mecânicos, principalmente na indústria automobilística. A substituição de componentes metálicos em veículos é vista com vantagens, por proporcionar diminuição de peso, facilitar a manutenção, melhorar a segurança e permitir a reciclagem. Na área de embalagens e revestimento, as nanopartículas podem ser utilizadas para aumentar a barreira contra gases, ou específicamente o ar, prolongando a vida útil dos alimentos e o tempo de prateleira. Além disso, no caso das nanopartículas de prata, elas podem acrescentar uma ação antibacteriana importante, que lembra os velhos potes de água introduzidos no Brasil pelo Prof. Robert Hottinger, com revestimento de prata coloidal, desde o início do século passado. Muitas vidas foram salvas com esse simples procedimento para garantir uma água esterilizada, numa época em que as condições sanitárias não eram as mais adequadas. Mas existe um número ilimitado de nanopartículas, com suas propriedades inerentes, à nossa disposição. Deve ser dito que a incorporação de nanopartículas adequadas podem conferir novas propriedadades às membranas, para promover separação de gases e produtos químicos, de forma mais limpa e sustentável. Um dos grandes desafios, por exemplo, é a separação do propano e propileno, que demanda enorme quantidade de energia na indústria petroquímica. Através de técnicas de eletrofiação, é possível obter nanofios poliméricos incorporando nanopartículas, para as mais diversas aplicações, seja na área textil ou médica. Nanopartículas superparamagnéticas oferecem um leque enorme de possibilidades, desde o uso em sistemas de gravação, como no desenvolvimento de ferrofluídos. O lado mais atraente desse campo, é a possibilidade de introduzir novos parceiros para melhorar o desempenho das nanopartículas, e introduzir novas propriedades ópticas, químicas ou eletrônicas. Trabalhos importantes estão sendo conduzidos com nanopartículas superparamagnéticas para captura, detecção e transporte de substâncias químicas. A imobiliza-

ção de enzimas nessas nanopartículas tem levado a avanços importantes na área de biocatálise, possibilitando a recuperação magnética das enzimas e sua reutilização em processos sucessivos, com diminuição de custo e aumento de rentabilidade. As nanopartículas semicondutoras, como as de dióxido de titânio podem ser utilizadas para promover a separação de cargas através da excitação com luz, e dessa forma fazer a destruição fotoquímica de espécies orgânicas depositadas sobre sua superfície. Colocadas em plásticos fluorados ou revestimentos cerâmicos, essas nanopartículas já são exploradas comercialmente, em escala mundial, para a fabricação de toldos e acabamentos auto-limpantes, dispensando o uso da limpeza química. Outra montagem importante é o das células solares com corantes, que convertem luz em eletricidade com alta eficiência, gerando boas perspectivas de aproveitamento na área de energia. As nanopartículas metálicas de ouro, prata e cobre apresentam um fenômeno conhecido como ressonância plasmônica, onde os elétrons de superficie interagem com a luz e dão origem a efeitos como a intensificação do espalhamento Raman. A luz espalhada pelas nanopartículas contém informações vibracionais das moléculas em sua superfície, e através da ressonância plasmônica a intensificação dos sinais pode ultrapassar 12 ordens de grandeza, ao ponto de permitir atingir o limite de sensibilidade de uma única molécula. Esse fenomeno conhecido como SERS (surface enhanced Raman scattering) já está revolucionando a área de deteção analítica, para o campo da ultradetecção, sem paralelo na química analítica tradicional. Essas nanopartículas, bem como as superparamagnéticas já estão sendo usadas na nanomedicina, tanto para diagnóstico clinico, como para remediação. Finalmente, as nanopartículas, nanotubos e nanofilmes já invadem a eletrônica com perspectivas imensas para a nanoeletrônica e eletrônica molecular do futuro. Não está longe o tempo em os componentes de silício utilizados atualmente darão lugar às moléculas e nanoestruturas, como já ocorre com os sistemas biológicos, e em particular, com o nosso cérebro. PS ○

Henrique E. Toma é do Instituto de Química - USP <<<< MaioMaio de 2011 de 2011 < Plástico < Plástico Sul < Sul55< 55


Bloco de Notas Estudo mostra oportunidades para a indústria na África

Seminários de crédito aproximam pequenas empresas e instituições financeiras

As oportunidades que os países africanos oferecem às indústrias de Santa Catarina são apresentadas durante seminário realizado pela FIESC, no dia 26 de maio, em Florianópolis. Especialistas da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) apresentam estudos que mostram os setores que tem mais oportunidades e estratégias de ingresso na África do Sul, Angola e Moçambique. O estudo sobre o mercado angolano mostra que há oportunidades para empresas para exportar artigos do vestuário, fios e fibras têxteis, pescados, produtos cerâmicos, eletrodomésticos, fios, cabos e condutores elétricos isolados, geradores, transformadores e motores elétricos, aparelhos e instrumentos médicohospitalares e odontológicos e aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia. O Brasil é considerado um importante parceiro da Angola. As relações entre os dois países se estabeleceram em 1975, quando o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência da antiga colônia portuguesa. O país tem um mercado de 18,5 milhões de consumidores.

O Sebrae/PR e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), em parceria com instituições financeiras e associações empresariais, realizam, pelo segundo ano consecutivo, um pacote de eventos intitulados Seminário Regional de Crédito, que vai percorrer em média 15 cidades do Estado em 2011. Os eventos dividem-se em dois momentos. Primeiramente, está programada a apresentação de produtos e de serviços financeiros destinados às micro e pequenas empresas. Em seguida, também está prevista uma rodada de negócios sobre crédito, ou seja, um encontro no qual os empreendedores e empresários agendam um atendimento individualizado com instituições bancárias.Os atendimentos, realizados com os representantes das instituições bancárias presentes nos seminários, servem para esclarecer dúvidas, conhecer detalhadamente os produtos ou serviços disponíveis para suas necessidades e efetuar negócios. Os atendimentos serão conduzidos nos próprios locais onde acontecerão os eventos. Em 2010, os Seminários Regionais de Crédito e as Rodadas de Negócios sobre Crédito beneficiaram quase 2 mil pessoas. Foram realizados em 14 municípios paranaenses, mobilizando 62 profissionais ligados ao Sebrae/PR e 253 profissionais de instituições financeiras. Os seminários contaram com a participação de 13 instituições financeiras e 21 cooperativas de crédito singulares. Mais de 450 atendimentos individuais foram realizados.

Uso de adesivos na indústria automobilística supera a evolução da produção de veiculos A Artecola, empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de adesivos, fechou o primeiro quadrimestre com aumento de 15%, desempenho superior à evolução da indústria automobilística, que registrou 4,1% no mesmo período. Esse resultado é consequência da crescente utilização, no segmento de transportes, de materiais para fixação química, em gradativa substituição a outros recursos, pelas vantagens que apresenta em menor tempo para aplicação, redução de

custos, flexibilidade de aplicações, eliminação do risco de corrosão e melhor aparência. Marcos Vasques, gerente comercial da empresa, informa que essa diferença de evolução do volume de adesivos em relação à dos veículos tem como explicação a natural e gradativa adesão das engenharias das montadoras a produtos mais modernos, de aplicação simplificada e que proporcionam melhores resultados para as empresas e aos próprios veículos. “Em abril, o crescimento foi de 23%, o que demonstra que a perspectiva para 2011 é de aumento contínuo da aplicação de adesivos na indústria automobilística e no segmento de transporte”, salienta o executivo.

Lanxess anuncia conclusão da aquisição da empresa DSM No dia 9 de Maio, a LANXESS fez o anúncio oficial da conclusão da aquisição da empresa DSM Elastômeros, que possui uma unidade fabril em Triunfo. Com essa aquisição, a empresa passará a ter duas fábricas em Triunfo, sendo a quinta no Brasil. O acordo de compra prevê que a LANXESS pagará cerca de 310 milhões de Euros pelos negócios da DSM Elastômeros, que, além da unidade gaúcha, envolve também o controle de uma fábrica em Sittard-Geleen, na Holanda. A DSM possui aproximadamente 420 funcionários em todo o mundo e deverá obter um faturamento de cerca de 380 milhões de euros em 2010.

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PesiCo lança copos sustentáveis nos EUA

A japonesa Sumitomo Rubber confirmou que decidiu abrir uma subsidiária no Brasil. A empresa vai investir cerca de R$ 560 milhões no país e, como o Valor antecipou no fim de abril, ela escolheu o Paraná para instalar uma fábrica que terá capacidade de produção de 15 mil pneus por dia. A unidade ficará no parque industrial do município de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, em uma área de 500 mil m2. No comunicado em que trata do assunto, a empresa justificou a decisão explicando que a indústria de automóveis no Brasil e de outros países da região tem crescido rapidamente, assim como a demanda por pneus. Também argumentou que os custos de importação e de transporte tiram vantagens de fabricantes estrangeiras, por isso ela optou pela unidade local. A Sumitomo Rubber do Brasil será estabelecida em julho e o início da produção está previsto para outubro de 2013.

Termocolor lança Antimicrobiano Orgânico A Termocolor, uma das maiores empresas especialistas em masterbatches do país, disponibiliza ao mercado neste mês uma nova linha de produtos aditivados com ação antimicrobiana. Desenvolvido a partir de um agente microbiano orgânico que inibe o crescimento de microorganismos, o aditivo tem excelente estabilidade de temperatura e está disponível para aplicações em utilidades domésticas, cutelaria, produtos de higiene pessoal, embalagens para laticínios, embalagens de cosméticos, acessórios para banheiros e outros. O novo antimicrobiano desenvolvido pela Termocolor tem como diferencial o princípio orgânico, que pode ser incorporado ao plástico sem afetar sua aparência ou formulação, sendo eficaz contra a maioria das bactérias de superfície e sua duração corresponde à

DIVULGAÇÃO

Sumitomo confirma unidade no Paraná

A PepsiCo lança cinco opções de copos recicláveis e compostáveis aos clientes fornecedores de alimentos dos Estados Unidos. As novidades serão distribuídas por engarrafadoras próprias e terceirizadas. Os novos copos de plástico transparente são totalmente recicláveis, incluindo um copo de PET contendo 20% de material reciclado pós-consumo, bem como copos de papel compostáveis e copos de cera feita com materiais de origem vegetal proveniente de florestas geridas de forma sustentável. Este mix de copos capacita os clientes fornecedores de alimentos – como restaurantes, estádios e universidades – a selecionarem as opções ecologicamente corretas de copo com base nas instalações de reciclagem e de compostagem disponíveis em sua região. Os copos da marca informam claramente os benefícios ambientais através de figuras verdes atraentes. No Brasil, a PepsiCo também há muito tempo tem dedicado esforços para tratar os resíduos. Em 2009, a empresa assinou acordo com a TerraCycle, empresa especializada na transformação de resíduos em bolsas, estojos e lancheiras. Além disso, a companhia também produziu mais de 20 mil displays reciclados de BOPP em 2010 para os pontos de venda. Para 2011 a meta é conquistar esse mesmo número de displays BOPP. Soma-se a isso a preocupação em conscientizar consumidores a reciclar, bem como informar as cooperativas de catadores de lixo. Para tanto, foram lançadas ainda em 2010 as Brigadas PepsiCo, que têm o objetivo de engajar os consumidores no processo de reciclagem de resíduos.

vida útil do produto em que for empregado. Desenvolvido para ser utilizado em resina EVA, o antimicrobiano orgânico também pode ser aplicado em outras resinas como PE, PEAD, PP, PSAI e SAN, suportando até 250ºC de caloria. O material é fornecido pela Termocolor na cor natural e pode ser aplicado em qualquer pigmento. Neste primeiro momento, serão misturadas as cores branca, marfim e caramelo. “O antimicrobiano orgânico é uma alternativa saudável para inibir o crescimento de microorganismos. Adicionado a vários tipos de plásticos, forma uma camada protetora que evita a proliferação de bactérias e fungos. A princípio, o antimicrobiano orgânico produzido pela Termocolor será encontrado, por exemplo, em acessórios para banheiros”, explica Laércio Boracini, gerente de desenvolvimento da Termocolor. << Maio de 2011 < Plástico Sul < 57


Anunciantes

Activas # Pág. 09 Apema # Pág. 29 Arburg # Pág. 39 Artek # Pág. 42 AX Plásticos # Pág. 51 Borbamec # Pág. 32 Chiang # Pág. 25 Cilros # Pág. 59 Clodam # Pág. 51 Cristal Master # Pág. 11 Crpmex # Pág. 21 Detectores Brasil # Pág. 35 Embala NE # Pág. 53 Étimo # Pág. 23 FCS # Pág. 27 Foot Hills # Pág. 31 G.A.M. # Pág. 51 Gabiplast # Pág. 43 Haitian # Pág. 33 Incoe # Pág. 36 Itatex # Pág. 42 JMB Zeppellin # Pág. 22 K. R. Ramos # Pág. 43 Kraton # Pág. 60 Lindner # Pág. 49 Maxter # Pág. 49 Mecalor # Pág. 40 Mecanofar # Pág. 48 Mega Steel # Págs. 02 e 03 Multi-União # Pág. 38 Nazkom # Pág. 45 Nova # Pág. 26 NZ Cooperpolymer # Pág. 38 Oliffieri # Pág. 46 Pepasa # Pág. 37 Pevelit # Pág. 57 Plastech # Pág. 41 Plastimaster # Pág. 17 Procolor # Pág. 16 Radial # Pág. 45 Recicla NE # Pág. 47 Replas # Pág. 13 Rone # Pág. 56 RoscilPlas # Pág. 48 Rosciltec # Pág. 46 Shini # Pág. 15 Wortex # Pág. 19 58 > > Plástico PlásticoSul Sul >> Maio Maio de de 2011 2011 >>>>

Agenda

Caxias do Sul (RS)

Nacionais Brasilplast 2011 – 13ª Feira Internacional da Indústria do Plástico De 09 a 13 de maio Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.brasilplast.com.br Feimafe 2011 - Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura De 23 a 28 de maio Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.feimafe.com.br Fispal Tecnologia 2011 De 07 a 10 de junho Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.fispal.com Plastech Brasil 2011 – Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos De 16 a 19 de agosto Parque Mário Bernardino Ramos (Parque de Eventos Festa da Uva) Caxias do Sul (RS) www.plastechbrasil.com.br Feipack - 4ª Feira Sul-Brasileira da Embalagem De 17 a 20 de agosto

Expotrade, Pinhais/Curitiba (PR) www.feipack.com.br Embala Nordeste 2011 Feira Internacional de Embalagens e Processos De 23 a 26 de agosto Centro de Convenções de Pernambuco – Recife/Olinda (PE) www.greenfield-brm.com Mercopar – Feira de Subcontratação e Inovação Industrial De 18 a 21 de outubro Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul (RS) www.mercopar.com.br

Internacionais Plásticos - Exposição Internacional da Indústriado Plástico de Buenos Aires 27 a 30 de junho Buenos Aires – Argentina Interpack - Evento Internacional de Embalagem e Processamento 12 a 18 de maio Düsseldorf – Alemanha www.interpack2011.com.br Chinaplas – Feira Comercial Asiática de Plásticos e Borrachas De 17 a 20 de maio Guangzhou – China www.chinaplasonline.com


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