PlásticoSul #123

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Da Redação ARQUIVO/PS

Expediente

O grande truque

Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Gilmar Bitencourt Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira, Leandro Salinos e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: divulgação Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

Filiada à

ANATEC PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS

ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas

T

irar coelho da cartola, desaparecer no palco, levitar. Quem dera estivéssemos aqui falando das manobras feitas por grandes ilusionistas. A palavra mágica citada na capa desta edição, neste caso, trata-se de uma expressão figurada para ilustrar o grande jogo de cintura que os empresários da distribuição oficial dizem precisar para competir no mercado atual. As Companhias que atuam com bandeira autorizada pelas petroquímicas enfrentam um ano repleto de obstáculos. O aumento desenfreado da chegada de importados spot no mercado nacional dá dor de cabeça nos administradores mais experientes, enquanto a participação das revendas na comercialização de matérias – primas preocupa os gerentes mais otimistas. Não é para menos: incentivos que estimulam a importação ajudam a aumentar o déficit da balança comercial do setor químico e petroquímico brasileiro. É importante ressaltar, entretanto, que não é apenas este setor que sofre de um quadro deficitário. O mesmo acontece com os transformados plásticos, que perdem terreno para o que vem de fora. Desta forma, percebemos que os fabricantes de plásticos nacionais, que precisam competir com os produtos baratos chineses, necessitam levar em consideração o preço no momento da escolha da resinas que irão comprar,

muitas vezes em detrimento do serviço. No cenário atual em que o transformador plástico precisa lidar com altos custos como energia, impostos e juros, ele precisa buscar estratégias para enxugar despesas e ter competitividade. Com isso, os fabricantes de resinas importadas acabam ganhando pontos, já que o nosso distribuidor local também tem seu custo Brasil para pagar e também não pode vender suas resinas a preço asiáticos, por exemplo. Tudo isso acaba virando uma grande bola de neve, já que competitividade global é uma característica que não existe no Brasil atualmente. Com seus encargos exorbitantes, nosso país pouco estimula a produção nacional. É preciso lembrar que não vivemos em um mercado fechado e que hoje estamos inseridos em um panorama internacional, onde não somos mais concorrentes do nosso vizinho e sim de um país onde as vezes, nunca sequer colocamos os pés. Portanto, abrir espaço para o que vem de fora, desde que respeitando os limites competitivos, é extremamente natural. O que não é normal é não termos incentivos aqui dentro à industrialização, a geração de empregos, ao fôlego financeiro de nossas corporações. Os empresários não precisam de mágica, nem de um grande truque. Respeito e apoio dos governantes já seria um belo coelho tirado da cartola. Boa leitura.

MELINA GONÇALVES / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br 404 > Plástico > Plástico Sul > SulAgosto > Agosto de 2011 de 2011 >> >>


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PLAST VIP Janaína Miotti

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Mais perto do consumidor Com 107 produtos lançados em 2010 e perspectivas de crescimento na ordem de 23% em 2011, a divisão de Utilidades Domésticas da Soprano, de Caxias do Sul (RS) destaca-se no universo de transformação de plásticos. Em entrevista exclusiva, a vice-presidente da Companhia, Janaina Miotti, fala sobre os planos da empresa para esta área, opina sobre o mercado e diz: “a indústria erra quando fica longe do consumidor”.

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ara fabricar um produto é preciso conhecer o público que irá consumi-lo, suas necessidades e desejos. É assim que a Soprano, situada em Caxias do Sul, no nordeste gaúcho, atua desde 1954, quando abriu as portas ao mercado de acordeões. Mais de 50 anos depois, a Companhia hoje é referência em diversos segmentos como equipamentos hidráulicos, filmes, materiais elétricos, construção civil e utilidades domésticas, gerando 1500 empregos diretos. Na divisão da empresa que atua na área 6 >>Plástico 06 Plástico SulSul > Agosto > Agosto de 2011 de 2011 >> >>

de UDs, a Revista Plástico Sul foi recebida pela vice-presidente, Janaína Miotti. A empresária, formada em comunicação social pela PUC – RS, com mestrado em marketing nos Estados Unidos, é uma das lideranças da unidade que em 2010 lançou 107 produtos e que pretende para 2011ultrapassar os 140 lançamentos. A DUT, como é chamada a divisão, possui capacidade instalada de 12 mil m² e 170 colaboradores. Com consumo aproximado de 1950 toneladas de resinas por ano, a unidade de utilidades da empresa faturou R$ 41 milhões no ano pas-

sado e pretende crescer 23% em 2011. Para conquistar este objetivo Janaína conta que a proximidade com o consumidor e o lançamento constante de novos produtos são exercícios fundamentais para quem objetiva o sucesso neste mercado. “A indústria erra quando fica longe do consumidor”, garante a empresária que planeja a abertura de uma loja conceito, visando buscar a percepção do público sobre as cores, design e produtos. Revista Plástico Sul - O que o plástico re-


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Com o slogan "Um universo de possibilidades", a empresa aposta em utilidades domésticas com design criativo

presenta dentro da Soprano? Janaína Miotti - Hoje o plástico representa 15%. É um mercado que vem crescendo muito. Na verdade, começamos a trabalhar com o plástico como uma aposta no segmento das utilidades. Na época meu pai quando foi a Itália viu como estava crescendo o segmento do plástico em casa. O material estava ganhando mais, vida, cor e design. Ele viu que isso se propagaria para o Brasil e inclusive para as classes mais simples. Hoje a divisão vem crescendo em média nos últimos anos em torno de 15% a 20%. Nos utlimos anos nós estamos investindo muito na questão de lançamento de produtos, com foco em completar as linhas que temos e criando uma lógica de novidades. Começamos lançando uma garrafa e hoje temos seis modelos de garrafas e estamos com mais uma linha que deve entrar em produção em 2012. Apostamos muito na linha camping, por exemplo. O mercado americano é muito forte nessa parte de caixas térmicas. E no Brasil há uma tendência de termos mais tempo para o lazer, para a família. Então começou a entrar nas casas produtos que antes não entravam. Começamos com uma linha de caixas e hoje estamos com quatro. E a demanda vem crescendo.

Plástico Sul - Quais os principais mercados dentro da área de UDs da empresa? Janaína Miotti - Hoje o foco das nossas UDs é varejo. Ampliamos a força de vendas para não atingir somente os grandes clientes, mas os pequenos e médios. Hoje o maior mercado em termos de faturamento é região sudeste, que representa 40% das nossas vendas, embora a nordeste venha crescendo muito. O sul não é o maior mercado, até porque temos uma linha de isotérmicos que são usados mais em lugares quentes. Além disso, é importante observar que não buscamos market share a qualquer preço. Então trabalhamos mostrando quais são os diferenciais do nosso produto. O plástico em si é um material que pode vender muito valor, através do design. Plástico Sul - A empresa atua na exportação? Janaína Miotti - Sim. A nossa unidade de UDs, nos últimos 15 anos vem fazendo um forte trabalho no Paraguai e Argentina. Hoje o Paraguai é um belo mercado para as UDs da Soprano. Temos uma garrafa específica que é muito vendida lá em virtude do terere (bebida típica da região que utiliza garrafas térmicas para a conservação da água). Então junto com essa garrafa, vai à caixa térmica,

o prato etc. Os isotérmicos são os mais exportáveis. Além destes países, fizemos também algumas exportações para Moçambique. Mas é importante lembrar que hoje nosso grande concorrente, tanto no mercado nacional quanto no internacional, não está na indústria brasileira. Ele está na China. Infelizmente nós, da indústria brasileira, ficamos em situação difícil para competir com as utilidades chinesas. Acredito que estamos em um movimento de desindustrialização muito forte, devido a fatores como carga tributária, custo de mão-de-obra. E hoje ainda, por mais que o governo tente baratear o custo do dinheiro, não é fácil começar e manter um negócio no Brasil.

Plástico Sul - Quais foram os últimos investimentos da empresa na unidade de UDs? Janaína Miotti - Nos últimos dois anos tivemos em torno de R$ 2,5 milhões investidos em máquinas. Entretanto, investimos muito em ferramenta também. Acabamos de instalar uma sopradora nova e estamos trazendo outra. Estamos com estudo de uma linha de rebarbação automática para essa linha de garrafas térmicas, instalamos silos para a alimentação automática das máquinas e estamos trabalhando forte na>>>> << Agosto de 2011 < Plástico Sul < 7


PLAST VIP Janaína Miotti questão de troca rápida de ferramentas. Plástico Sul - Como avalias o mercado de UDs atualmente? Janaína Miotti - Vejo como crescente. Hoje temos uma população que está consumindo mais, tendo mais acesso a credito. Inclusive esses programas como Minha Casa, Minha Vida, auxiliam no consumo dos nossos produtos, pois as pessoas estão se mudando e comprando coisas novas para suas casas. É um mercado que exige grande competitividade das empresas e atualmente por conta do câmbio, tem muito distribuidor importando direto. Com o dólar baixo o Brasil acaba sendo muito pouco competitivo. O produto asiático acaba chegando muito barato aqui. Então isso faz com que as empresas brasileiras precisem ser mais criativas, mais inovadoras, o empresário nacional precisa investir mais em pessoas, mais em marca, em marketing e em design. Isso nos torna diferente e pode sim fazer com que consigamos sobreviver e passar esse período, que acredito que tende a melhorar ao longo dos anos. Precisamos tornar nossas fábricas mais eficientes e buscarmos mais produtividade no parque fabril. Plástico Sul - Como avalias a mão-de-obra brasileira no teu setor? Janaína Miotti - Quanto a questão da qualidade da mão-de-obra, acredito que é boa. Vem evoluindo muito, principalmente na nossa região, onde temos boas escolas técnicas. O brasileiro é um povo trabalhador. Entretanto, acredito que hoje há um custo alto que nem a empresa nem o trabalhador ficam com esse dinheiro pois ele vai para o governo. E infelizmente não vemos essa verba ser aplicada nem na saúde, segurança ou educação. Na Soprano nós investimos em educação e inclusive temos

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um programa de bolsa auxílio para nossos funcionários estudarem, temos plano de saúde e damos transporte para eles.

segmento de UDs, nós temos empresas muito criativas no Brasil, que não perdem em qualidade para os americanos e europeus.

Plástico Sul - A questão tributária é o que mais pesa então? Janaína Miotti - Hoje quando tu vais calcular um preço de venda, se tu fores calcular o que representa a parcela que vai para o governo, dentro daquele produto que tu estás colocando na prateleira de um cliente, é muito alto. E o pior é que ele está sendo mal administrado pelo poder público.

Plástico Sul - Como avalias os preços das matérias-primas? Janaína Miotti - Nós hoje compramos do mercado nacional,mas também importamos muito por conta do dólar, principalmente da Argentina e Ásia. Mesmo sendo indústria e tendo o dólar do jeito que está, eu acho que de forma alguma o Brasil pode voltar ao jeito que era e se fechar. Acredito que nós temos que aprender a ser melhores e não é fechando o mercado que aprenderemos isso. O governo que precisa nos ajudar a progredir. Penso que o preço do PP oscila muito. Às vezes não conseguimos enxergar o motivo que a resina sobre tanto no mercado nacional. O que eu vejo é a necessidade da buscar por vários parceiros.

Plástico Sul - Além de tributos quais os outros entraves do setor? Janaína Miotti - Acredito que outro obstáculo é a questão da logística. Está muito difícil no Brasil fazermos a distribuição, pois está caro e ineficiente. As nossas estradas estão ruins e existe falta de segurança. O Brasil deveria usar mais a cabotagem. O meio rodoviário está precário e o custo é alto. Além disso, a energia é outro fator que dentro do custo da fábrica é um absurdo e dentro do processo de injeção é maior ainda. Nós precisamos encontrar alternativas. Plástico Sul - Quais são as oportunidade do universo de UDs? Janaína Miotti - Acho que temos mais oportunidades do que problemas. Mesmo com todos esses desafios, o empresário brasileiro é muito criativo e flexível. E isso faz com que consigamos sair das crises mais fortes e com mais aprendizados. Temos 188 milhões de habitantes e a base da pirâmide está começando a consumir. O mercado brasileiro é emergente, temos oportunidades de desenvolver produtos para atender, existem carências de coisas novas que podem ser desenvolvidas. As indústrias estão investindo em design e no aumento de produtividade. Neste

Plástico Sul - Como a Soprano vê a questão da sustentabilidade? Janaína Miotti - Fui à feira Ambiental este ano e vi que existe muito para se fazer no plástico. Não precisamos eliminar o plástico para sermos eco sustentáveis, nós podemos trabalhar com matérias-primas que são recicláveis. Ainda não colocamos em prática a aplicação do bioplástico, mas estamos estudando a melhor forma de trabalhá-lo. Eu vejo que nós, como indústrias de UDs, temos como reduzir em embalagens e texturas. Como exemplo, hoje o plástico, nas utilidades, ele é volumoso. Então as vezes em uma caminhão são poucas garrafas, por exemplo, que ele está tranportando. Se desenvolvermos garrafas que se encaixam umas nas outras, se poupa em espaço, com isso se consome menos combustível, etc. Então pequenas ações geram grandes resultados. PS


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Distribuição

“Hoje a distribuição atravessa um dos piores momentos de sua história” A frase do presidente da Adirplast, Laércio Gonçalves, traduz o momento atual: margens de lucro cada vez mais apertadas, entrada massiva de importados e aumento das revendas fecham o cerco da distribuição oficial e colocam o setor em xeque no país. Em meio a tantos obstáculos, os empresários não esperam por mágicas ou milagres, mas por uma atitude política mais coerente que auxilie na geração de competitividade do setor em âmbito internacional.

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A

distribuição nacional já viveu momentos melhores. Embora, sempre haja quem chore por margens menos apertadas, as empresas passaram por bons momentos no passado, mesmo que se digladiando entre diversos concorrentes. Atualmente, entretanto, o cenário é outro. Quem acredita que trata-se de mais uma reportagem queixosa sobre um setor que vive bem, mas que não perde o vício de reclamar, engana-se. O mercado da distribuição passa por momentos difíceis e prova disso é o semblante dos diretores que buscam sobreviver em meio a sérios embates econômicos e mercadológicos. O mesmo motivo que faz os setores de máquinas e de plásticos transformados temerem a desindustrialização no Brasil, atingiu em cheio os prestadores de serviços. A entrada de produtos fabricados em outros países altera os ânimos da distribuição também. As importações de resinas commodities (PE’s, PP, PVC, PS, PET) cresceram quase 30% no primeiro semestre de 2011 quando comparado com o mesmo semestre de 2010. Foram quase 720 mil toneladas importadas no semestre, com destaques para o PVC e o PEAD que representaram metade deste total. Em 2011 o Brasil importará perto de 1,5 milhão de toneladas de resinas. “O Distribuidor autorizado vem sobrevivendo num mercado bastante competitivo e de baixa barreira de entrada aos produtos importados, o que piora bastante o cenário”, revela o diretor comercial da Piramidal, Amauri dos Santos. Outro fator determinante para a preocupação dos distribuidores oficiais de matérias-primas é a participação acirrada da revenda no mercado. Esse filme, já visto no ano passado, segue dando dor de cabeça mesmo aos empresários mais experientes. “A Distribuição no Brasil passa por um momento de elevadíssima concorrência, há muitos Distribuidores, Revendas e até Transformadores vendendo resinas, o que gera muita oferta de produtos, contribuindo para uma forte competição e elevada compressão das margens”, afirma Celso Ferraz, diretor comercial da Resinet. Estimativas apontam que as revendas, algumas inclusive de matériasprimas nacionais, comercializam em média 10 mil toneladas de resinas por mês e que a mesma quantidade também é o número de importados distribuídos nos país por intermédio de vendedores spot. Já a distribuição oficial vende 40 mil toneladas men->>>>


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Distribuição

salmente. Para 2011, as perspectivas são de aumento de 4% neste volume com incremento de 15% no faturamento. Além dos fatores citados acima, o desequilíbrio na balança comercial de transformados plásticos também tem causado

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transtorno aos fornecedores, que vêem materiais que poderiam ser produzidos em solo brasileiro, com suas matérias-primas, serem descarregados em portos e aeroportos vindo de outros países. “A concorrência vem se acirrando muito principalmente pelo forte

aumento das importações de resinas e também por produtos acabados que tem entrado no Brasil em condições muito competitivas”, destaca Ferraz, que é avalizado pelo diretor comercial da Piramidal, Amauri dos Santos. O empresário afirma que a importação de materiais acabados e semi-acabados é favorecida pela matriz câmbio + incentivos fiscais, inibindo o crescimento da indústria de transformação nacional, impactando diretamente no consumo de resinas do transformador local. “E todo esse quadro faz com que a fatia de mercado do distribuidor nacional fique menor, está muito difícil prever a que tamanho esse mercado ficará”, avalia Santos. Se de um lado o setor possui todos esses entraves mercadológicos, de outro vive um momento delicado em relação a imagem de uma das mais importantes distribuidoras de resinas da América Latina, a Sasil. Alvo de investigação por parte da Polícia Federal, a empresa teve seu nome citado na mídia de forma intensa no último mês, como envolvida em problemas como sonegação fiscal. A Operação Alquimia, como é chamada,>>>>


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Distribuição envolveu não apenas a Companhia liderada por Paulo Cavalcanti, mas outras empresas do Brasil e exterior. Agora, além de reforçar sua idoneidade junto às autoridades competentes, a Sasil precisa fortalecer sua marca. Acompanhe no box abaixo entrevista com o presidente da empresa, Paulo Cavalcanti. Para levantar a bandeira do segmento, os distribuidores oficiais contam com uma associação, formada em 2007, que busca a promoção do desenvolvimento e especialização da atividade no país. Hoje a faixa presidencial da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas (Adirplast) pertence ao também empresário Laércio Gonçalves. O dirigente é diretor de uma das maiores companhias do ramo, a Activas. Para Gonçalves as margens de lucro do setor vêm mantendo o nível. Entretanto, a grande maioria dos associados precisou se enquadrar às novas realidades de mercado.

Paulo Cavalcanti, da distribuidora Sasil: críticas severas sobre a Operação Alquimia

“ Esperávamos volumes melhores o que não aconteceu, devido a política brasileira, como taxa de juros alta, que retraiu a economia, além de outros fatores como importação e atuação da revenda”. O dirigente conta que toda a estrutura que as empresas especializadas tem, como qualificação profissional e atendimento personalizado, serve para atender uma demanda bem maior de mercado que não está sendo absorvida pelos distribuidores oficiais. Por isso as empresas não veem outra alternativa a não ser reduzir custos através por exemplo, de uma estrutura mais enxuta. “Hoje não se vende mais por ter caminhão e outros serviços”, desabafa Gonçalves. >>>>

“Tenho certeza de que a justiça será feita” De acordo com a última pesquisa (base 2010) realizada pela consultoria ICIS, a Sasil está posicionada como a 3ª maior distribuidora do país, 4ª da América Latina e 30ª do mundo. Envolvida em investigações sobre sonegação fiscal, o empresário e presidente da Companhia Paulo Cavalcanti respondeu às perguntas da Plástico Sul.

Plástico Sul – Quais as origens das acusações envolvendo a Sasil? Cavalcanti – Inicialmente, quando perguntado se achava que esta investigação poderia ser motivada pela concorrência, eu disse que não posso acreditar em fantasmas. Não acredito que as instituições possam ser utilizadas a serviço de interesses privados.

Plástico Sul – Qual sua visão sobre a Operação Alquimia e o envolvimento da Sasil no caso? Paulo Cavalcanti – Para deixar claro, até o presente momento não há acusação. Tratase de uma investigação e acredito nas nossas instituições (Polícia Federal, Receita Federal, o Ministério Público Federal, na imprensa, e principalmente no nosso poder Judiciário). A minha opinião é que a Operação Alquimia utilizou de informações desastrosas, cometeu atos inconstitucionais, aplicando o instituto da prisão temporária de forma arbitrária e inconseqüente. Expôs famílias, empresas, sem sequer nunca haver sido acusado de nada e nunca tendo sido intimado a prestar qualquer esclarecimento, tendo a regularidade jurídica e fiscal atestada pela própria Receita Federal do Brasil e estando rigorosamente em dia com minhas obrigações tributárias.

Plástico Sul – A empresa continua atuando normalmente na distribuição de resinas petroquímicas? Cavalcanti – Sim, a empresa segue atuando normalmente. O nosso planejamento segue o curso. Vamos nos fortalecer ainda mais como distribuidores nacionais e continuamos no rumo da internacionalização juntos com o movimento da petroquímica brasileira.

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Plástico Sul – O transformador pode contar com o mesmo atendimento e produtos ofertados? Cavalcanti – Sim, a nossa empresa está ainda mais forte e mais motivada para seguir em frente. O bom atendimento ao transformador é nosso objetivo e base do negócio e isto não mudará. Cavalcanti – Quais os possíveis impactos para a imagem da Sasil?

Cavalcanti – O que posso dizer é que encontrei apoio em todos os lugares. Clientes, fornecedores, parceiros de negócio, público interno. Todos aqueles que conhecem a minha história, minha conduta ética e moral sabem que somos uma empresa acostumada a lidar com dificuldades e com esta não será diferente. Estamos preparados para ultrapassar esta barreira e reforçar a imagem da Sasil como uma peça fundamental no negócio de distribuição de produtos químicos e petroquímicos nacional. Plástico Sul – Quais as providências que a Companhia tomará a partir de agora e quais estratégias para reverter o eventual desgaste? Cavalcanti – Trabalhamos com uma excelente equipe de profissionais que nos dá a segurança necessária para seguir em frente com a cabeça erguida. Houve um esforço para expor a real situação a veículos nacionais de grande credibilidade, uma vez que não ficamos livres do jornalismo sensacionalista por parte de alguns da imprensa. Precisamos trabalhar com os fatos, não há espaço para suposições neste tema. Tenho certeza de que justiça será feita e sairemos mais fortalecidos desta crise.


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Distribuição

Mesmo assim, o mercado da distribuição tem muito potencial, já que são aproximadamente nove mil empresas de transformação pequenas e médias que não podem ser atendidas diretamente pelos fabricantes

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Presidente da Adirplast, Laércio Gonçalves, fala sobre as dificuldades do setor

de resinas. Mas o presidente da Adirplast afirma que o futuro da distribuição depende exclusivamente de uma política coerente das petroquímicas. “Este segmento só sobreviverá se forem tomadas atitudes praticas e rápidas para reverter o atual quadro do mercado, correndo risco de vida se não houver uma política da petroquímica, do governo e dos distribuidores”, revela. Segundo pesquisa realizada pela Maxiquim sob encomenda da Adirplast, o distribuidores de resinas associados à entidade faturaram no 1º semestre do ano R$ 1.246 milhões, sendo 48% deste resultado proveniente da comercialização de polietilenos, 29,4% de polipropilenos, 15,1% de especialidades, 6,8% de poliestireno e 0,5% de PVC. Em termos de volume, nos primeiros seis meses do ano foram comercializadas 249 mil toneladas de resinas plásticas via distribuidores da Adirplast,

sendo que 51,3% foram PEs. O sul do país foi responsável por aproximadamente 30% do volume total comercializado ao longo do semestre ficando atrás somente do sudeste que abocanhou uma fatia de 62% das 249 mil toneladas vendidas. Já em todo o período de 2010 a pesquisa revelou 509 mil toneladas comercializadas, com um faturamento de R$ 2.462 milhões.

Incentivos Com a concentração da produção nacional de resinas commodities em um único player, a importação segue em curva ascendente. Ancorada ainda pela situação cambial e por incentivos e benefícios fiscais em determinados estados, a entrada de matérias-primas importadas spot preocupa os distribuidores autorizados. Além disso, os preços que chegam a ser 10% inferiores aos praticados pelos distribuidores de dentro do país, jogam as margens para baixo e exigem ainda mais criatividade para sobreviver no mercado. Os empresários, entretanto, não levantam bandeira contra a entrada de resinas importadas no país, mas defendem que é preciso


haver limite para que a indústria nacional não perca a competitividade. Gonçalves, da Adirplast, acredita que, para estimular uma concorrência saudável o limite de importados a entrar no Brasil não deveria ultrapassar 20 a 25%, realidade longe da atual. “Hoje o número chega a 30 pontos percentuais”. A distribuidora Piramidal, não saiu ilesa dos momentos difíceis vividos pelo setor. Amauri dos Santos explica que a Companhia passou por profundas mudanças e adaptações constantes nos últimos anos e que o primeiro semestre de 2011 foi marcado pelo desafio de sobreviver em um ambiente de negócios que exigiu grande capacidade de gestão e coragem para tomar decisões importantes que mantivessem a empresa forte e saudável para enfrentar o momento. “O Distribuidor autorizado vem sobrevivendo num mercado bastante competitivo e de baixa barreira de entrada aos produtos importados, o que piora bastante o cenário”, avalia o empresário enfatizando que o segmento se mostra com muitas variáveis e dinâmico em suas mudanças, o que exige do distribuidor um bom fôlego financeiro para sustentar os solavancos nos resultados. Na opinião do diretor da Piramidal, hoje os distribuidores brasileiros concorrem com materiais de todas petroquímicas do mundo e há cerca de três anos o país se tornou um grande importador de resina. Entretanto nos últimos meses os volumes de importação têm aumentado e o número de empresas presentes nesse mercado também. Sem dúvida, o câmbio é um dos principais responsáveis por esse cenário. “E quando soma-se ao câmbio favorável, a substituição tributária oferecida por alguns Estados para beneficiar seus portos, o panorama é esse que temos, ou seja, um número crescente na importação de resinas”. Apesar dos desafios, o empresário não demonstra desânimo e afirma que o Brasil tem excelentes perspectivas, onde ao mesmo tempo em que há grandes ameaças, existem boas oportunidades. “ Isso nos mantém firmes no planejamento para os próximos anos e muito otimistas com o futuro”. Quem tem pensamentos semelhantes é o diretor da Ravago no Brasil, Osvaldo Cruz. Para ele, os fatores negativos do mercado são de caráter estrutural do Brasil. Cruz destaca um que considera o maior, e que está na raiz das dificuldades de crescimento e desenvolvimento do negócio. “Temos que en-

Braskem

“O mercado brasileiro é aberto à concorrência internacional” Líder em produção de resinas termoplásticas nas Américas, a Braskem atua no Brasil com o apoio de empresas distribuidoras de seus produtos. A Companhia faz sua comercialização direta a clientes que compram grandes volumes e deixam a tarefa de vendas aos pequenos e médios por conta dos distribuidores de resinas. O grupo atual de empresas que compõem este braço da petroquímica é composto por Companhias oriundas da distribuição da Braskem e Quattor. “O processo de renovação / oficialização da nova estrutura está em curso”, afirma Antonio Luís Acetose, gerente de contas da Braskem. No primeiro semestre do ano a empresa líder nas Américas comercializou no país 738.133 toneladas de Polietilenos, 562.527 toneladas de Polipropilenos e 226.177 toneladas de PVC. Os distribuidores representam cerca de 8% do volume de resinas comercializadas pela Braskem no mercado interno. “O papel da distribuição para Braskem é de extrema importância já que temos, além dos clientes atendidos diretamente pela Braskem, cerca de 6.000 compradores no mercado nacional que devem receber atendimento, serviços e fechar negócios com as resinas da Braskem através deste nosso “braço” que é a distribuição”, afirma Acetose. Desta forma, o executivo acredita que o papel da distribuição desejado pela Companhia é de ter um grupo de empresas que garantam a capilaridade para atender estes clientes com um elevado nível de serviço e gestão do negócio de modo à garantir o retorno correto para toda a cadeia. Um dos pontos fortes citados pelos distribuidores que impede a competitividade do setor é concorrência dos importados. Sobre o assunto, o executivo da Braskem diz que o mercado brasileiro é aberto à concorrência internacional e, portanto, há presença de produtores de outros países no mercado nacional. “Acreditamos que nossos distribuidores têm no seu conjunto de produtos e serviços vantagens importantes em relação a empresas concorrentes”, pondera Acetose, afinal, para ele, a distribuição tem e terá um papel essencial nos serviços aos clientes, que exigem um atendimento de proximidade e de grande capilaridade. frentar uma concorrência na maioria das vezes de maneira desigual, e fundamentalmente em virtude de uma guerra fiscal que se trava no país, que cria distorções competitivas, margens para as más condutas e todo tipo de problemas de competição salutar. E quem paga essa conta? É a sociedade como um todo, já que apenas uma parte inferior tem algum ganho e setores empresariais que estão fora desses chamados benefícios”. Mas há uma luz no fim do túnel e quem a enxerga é o diretor da SM Resinas, James Tavares. Para ele, na medida em que as diferenças entre os preços de venda do mercado brasileiro e o dos produtos importados nacionalizados se reduzam, esse negócio tenderá a ficar mais difícil e passará a ser feito somente por empresas profissionalizadas e com experiência nesse tipo de operação. Entretanto para o executivo, no ano de 2011 e enquanto permanecer este cenário, a distribuição oficial perderá fatia de mercado. Situação cambial e guerra fiscal a par-

te, o diretor comercial da Resinet, Celso Ferraz, acredita que o movimento das importações é uma tendência em face de o país ter um único produtor local. “Assim, teremos sim o espaço da Distribuição da Braskem como o espaço da Distribuição da DOW e também de outros Importados. O mercado é soberano e continuará ter a livre concorrência de marcas, o que é saudável”, pondera Ferraz afirmando que a participação de cada marca dependerá de aspectos básicos como condições comerciais, disponibilidade e credibilidade das empresas.

Revendas

A presença de revendedores não autorizados comercializando matérias-primas é outro fator que coloca em risco a competitividade do setor. Para o diretor da 3 Rios, Marcos Spinetti, além da concorrência natural, há poucos transformadores de grandes volumes que revendem resina no mercado. “Acredito que isso acontece não só com>>>> << Agosto de 2011 < Plástico Sul < 17


Distribuição maior fiscalização por parte do governo e pelo posicionamento do cliente transformador frente a operações que podem não ser seguras em termos fiscais. Para o diretor comercial da Piramidal, Amauri dos Santos, os incentivos fiscais estaduais e portuários tem sustentado a existência dessas empresas no mercado e os governantes precisam solucionar a estrutura tributária e a guerra fiscal entre os estados para que as condições de competição sejam igualadas entre as empresas. “Só assim teremos igualdade e possibilidade de crescimento dos mais preparados e competentes”, avalia.

Campeãs de audiência

o PET, mas com o PE e PP, por exemplo”. De qualquer forma, para a 3 Rios Resinas, os clientes estão percebendo as vantagens de comprar de um produtor / distribuidor nacional, que garante a origem, segundo Spinetti, qualidade e processabilidade do

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produto com custo competitivo. Esta revenda informal acaba por prejudicar o mercado na medida que a composição dos custos não são iguais. Para Tavares, da SM Resinas, a solução passa pela limitação das fontes de acesso a produto, pela

Os números de resinas comercializadas expostos no início da reportagem já revelam quem são os principais atores de consumo. Mas há resinas que apresentam quedas de desempenho e outras que aumentam participação na planilha de vendas da distribuição. Para James Tavares, da SM Resinas, por exemplo, os PEAD de Filme e sopro aparecem como as resinas que tem mais oferta, conseqüentemente mais competição, menor>>>>


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Distribuição margem e queda do volume comercializado. Já alguns grades especiais de PP copo e random encontraram um mercado no Brasil ávido por opções e se constituíram num bom negócio. “Destacamos também os octenos da Dow em função da sua ótima performance como uma boa alternativa de negócios”, afirma Tavares. Já para o diretor da Apta Resinas, Marcelo Berghahn, o ABS e o POM tiveram suas margens bastante reduzidas, dada a disponibilidade e facilidade de importação. “Mas acreditamos que isso seja cíclico, em breve podem melhorar, enquanto outras resinas, que hoje estão escassas, podem ser mais abundantes daqui a algum tempo”, avalia o empresário. Celso Ferraz, da Resinet, é mais amplo e acredita que produtos voltados aos automóveis e construção civil têm desempenho mais estável de consumo. Porém os produtos destinados a embalagens, como sacolas de supermercados, já estão apresentando uma relativa queda de consumo, segundo o executivo.

A distribuição tem futuro? Com tantos obstáculos citados pelos

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empresários do setor, fica a dúvida se a distribuição oficial sobreviverá a tantas fragilidades de mercado. Um setor que via na consolidação da petroquímica brasileira, a esperança de uma melhor organização e estruturação, agora enxerga outros desafios. Desta vez não há diversos fornecedores nacionais competindo no Brasil e consequentemente não observa-se mais inúmeros distribuidores oficiais disputando o melhor preço. O fantasma atual chama-se globalização e talvez nem seja um monstro tão grande assim. Mas assusta, na medida em que nos deparamos com acompanhantes assombrosos como guerra fiscal, valorização do real e problemas estruturais do país, como Impostos, juros e custos absurdos. A entrada de produtos internacionais no Brasil é extremamente natural em um setor que orgulhase de ter uma petroquímica forte e global. O problema é que existem outras assombrações que impedem que os empresários comprometidos com o Brasil possam disputar de igual para igual. Dentro deste contexto, é possível sobreviver? “Na medida em que a economia se expande, estrutura-se e ganha escala,

a distribuição têm futuro sim. E no Brasil terá”, responde o diretor da Ravago no Brasil, Osvaldo Cruz. Entretanto o empresário adverte que, como em todos os outros setores, dependerá de mudanças estruturais que o país haverá de passar. “Serão tempos difíceis os próximos anos, neste ínterim temos que ir nos reinventando”. Para Cruz um dos principais pontos positivos da distribuição é o inicio de sua organização através da Adirplast. “É um avanço nesta direção da transparência e maturidade do setor”. Marcelo Berghahn, da Apta, segue firme na crença de que o futuro deve ser a consolidação do setor, com menos empresas, porem mais fortes e bem identificadas com seu mercado. Além disso, acredita na profissionalização de toda a cadeia, com as petroquímicas reconhecendo o papel do distribuidor, e o transformador valorizando este canal. “Não há mágica para se permanecer vivo na Distribuição. O negócio deve ser repensado e reinventado através da inovação, buscando soluções que gerem valor percebido ao cliente e conseqüentemente retorno ao capital investido”, finaliza o executivo da Resinet, Celso Ferraz.PS


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Distribuição

Os agentes do mercado A Piramidal, que tem direção comercial de Amauri dos Santos, atende mensalmente 2.500 clientes

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pesar da peneira realizada nos últimos anos através da consolidação da petroquímica nacional, muitas ainda são as empresas que permanecem na estrada da distribuição. Os obstáculos e as curvas desta via de mão dupla são diversos. Conheça alguns dos principais agentes deste mercado, seus desempenhos e participações na região sul.

sinas da Braskem, Piramidal trabalha ain-

lente. “A compra da Unipar, ocorrida em 2010, antecipava um ano de crescimento da empresa, mas com a realidade atual de mercado, este incremento não está se consolidando. Apesar disso, há uma projeção de crescimento de 20% no faturamento da Activas”, revela o presidente da Distribuidora. Gonçalves estima para o fechamento do ano, vendas de 65 mil toneladas de resinas com faturamento próximo de R$ 400 milhões.

da com matérias-primas da Sabic, Bayer, Unigel e Dupont. O portfólio é distribuído em duas unidades de negócios, uma de commodities e outra de resinas de engenharia. A atuação da Companhia é nacional com filiais nos Estados São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco (estoque local de 25.0002 de armazenagem com 7.500 toneladas mensais de resinas). Amauri dos Santos explica que atualmente os incentivos fiscais estaduais tem modificado a distribuição no quadro de consumo de resinas plásticas do país. O Sul, conforme o empresário, vem aumentando participação neste cenário, assim como o Nordeste e Centro Oeste. Para ele, os clientes dos três estados são atualizados tecnicamente e tecnologicamente, com máquinas novas e de alto desempenho. “O transformador sulista não quer um fornecedor que entregue somente resina termoplástica, ele quer um fornecedor que entregue também serviço”. Atualmente a Piramidal atende mensalmente 2.500 clientes assíduos em território Nacional.

Também distribuidora das re-

Outra parceira oficial da Braskem é

Ficando ao lado da Braskem após a aquisição da Quattor pela Petroquímica, a Activas possui ainda em seu portfólio de commodities os poliestirenos da Unigel. Na área de especialidades a empresa acumula as bandeiras da Basf, Eastman, Lanxess, Bayer, Formosa, Cromex, Kraton e Actplus. Além destas bandeiras, desde janeiro entrou no mercado de PET com a Indorama. Com filiais localizadas em Jaboatão dos Guararapes (PE), Londrina (PR), Rio de Janeiro (RJ), Joinville (SC) e Caxias do Sul (RS), a Activas possui matriz fincada em Manuá (SP). Dos 21 mil m² de capacidade instalada nacional da empresa, 6.000 m² estão na região sul. Apesar de manter uma linha de ascensão de crescimento em volumes nos últimos anos, desde 2008 o desempenho positivo não é o mesmo em relação a resultados financeiros. Para o diretor da empresa, Laércio Gonçalves, 2011 não está sendo pior apenas porque o primeiro trimestre foi exce-

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Spinetti: “3 Rios é única e exclusiva distribuidora de resinas PET do Grupo M&G no Brasil”

a Sasil, que comercializa ainda resinas commodities da Innova e Especialidades da Eastman. Atualmente é empresa trabalha com com 14 filiais em todo o território nacional, além de atuar com as bandeiras Varient no Sudeste (RJ, SP e ES) e Triflex na Bahia. O presidente da empresa, Paulo Cavalcanti, espera para 2011 um crescimento de faturamento na ordem de 13% com relação a 2010, e um incremento de 33% nos volumes negociados na unidade de termoplásticos. Para o empresário, o primeiro semestre do ano ficou aquém do esperado, principalmente devido ao avanço dos importados, a guerra fiscal entre os estados e a crise internacional que afeta a indústria nacional. O sul mostra-se de extrema importância para os negócios da companhia, que expõe índice de participação na região. “Temos uma unidade de negócios em cada estado, com os respectivos market share: 32% no RS, 46% em SC (Joinville) e 22% no PR. Quanto a perda de competitividade do setor, Cavalcanti avalia que o primeiro passo para o futuro melhor já foi dado. “O movimento de consolidação da petroquímica e demais distribuidores é um grande avanço em busca da competitividade”, afirma.

Única e exclusiva distribuidora de Resina PET do Gruppo M&G no Brasil, a 3Rios Vê no sul um polo importante. “Temos uma participação ativa em quase todos os clientes de Resina PET da região”, revela Marcos Spinetti. Hoje a empresa conta com um escritório administrativo em São Bernardo do

Campo (SP), um armazém na cidade de Três Rios-RJ e um em Jaboatão dos GuararapesPE, atuando em todo Brasil independente do volume ou localidade. Com capacidade instalada de 1.500 toneladas em estoque físico, Spinetti comemora o crescimento no ano de 2010 e a consolidação da marca em 2011. Apesar do bom desempenho o executivo explica que o primeiro semestre do ano foi turbulento em função das grandes variações de preço e dos custos de matéria-prima, porém superado com volumes superiores ao ano de 2010. Spinetti explica que o mercado de Resina PET no Brasil é bastante competitivo, pois os preços praticados pela M&G e 3Rios Resinas são praticamente os mesmos da China internado no Brasil, respeitando as distancias de cada região com uma pequena taxa de conforto. “Devido a essa política agressiva de preço e as complexidades da importação, existem poucas ofertas de Resina PET no Brasil”, avalia. Com a média de 140 clientes atendidos mensalmente, o produto mais comercializado pela empresa é a Resina PET M&G Cleartuf Turbo, indicada para embalagens de água mineral, cosméticos e fármaco, mercado que a 3Rios atua fortemente.

Atuando na distribuição que vai de commodities a especialidades, a Resinet tem sua matriz sediada em São Paulo, com capacidade para estocagem que supera as 10.000 toneladas. Além disso, possui duas Filiais no Sul, uma em Curitiba (PR) com capacidade para estocar 2.500 toneladas e outra em Caxias do Sul (RS) onde podem armazenar 1.000 toneladas. A empresa, que conta com 50 colaboradores, tem parcerias com Dow Química, BASF, Unigel, LG, Reliance, Tronox, Cromex, Samsung, Chi Mei, Kepital, DSM, Arkema e Mexichem. Para o diretor Celso Ferraz, o ano de 2010 apresentou um saldo positivo tanto no crescimento em volume comercializado como no faturamento. O ano de 2011 segue no mesmo ritmo. “Nos primeiros três meses acompanhamos o consumo elevado e o bom momento da nossa economia. No segundo trimestre houve uma “acomodação” do consumo que freou a demanda. Mesmo assim, o balanço destes seis>>>> << Agosto de 2011 < Plástico Sul < 23


Distribuição DIVULGAÇÃO

Ferraz afirma que sul representa o mais elevado nível percentual de crescimento nas vendas da Resinet

lação a 2009. Em 2011 a estimativa é de volumes estáveis em relação à 2010, mas no que tange as margens haverá redução. “Nossa estratégia de crescimento está focada na ampliação dos grades de polipropileno comercializados e na identificação de novos produtos que possam se constituir num diferencial de mercado”, afirma o executivo que vê na região Sul um grande mercado. Os três estados representam aproximadamente 35% das vendas da SM Resinas, sendo 20% no Rio Grande do Sul, 10% no Paraná e 5% em Santa Catarina.

meses foi bastante significativo em relação ao mesmo período de 2010, o que nos abre a manter uma boa expectativa para o fechamento de 2011”. Para absorver ao máximo o bom desempenho do mercado, a Resinet fez investimentos. O principal deles em 2011 foi a introdução do novo sistema na Tecnologia da Informação, o Dynamics AX da Microsoft, que visou garantir melhor gerenciamento das operações bem como nos proporcionar maior agilidade no atendimento aos clientes, auxiliando na ampliação da capilaridade. Dentro deste contexto, o Sul tem representado o mais elevado nível percentual de crescimento nas vendas da Companhia. “Nos três estados os resultados tem sido bastante significativos. Fato é que temos duas Filiais no Sul, cujos movimentos de produtos tem superado nossas expectativas”, revela Ferraz.

A SM Resinas é uma Empresa Espanhola, distribuidora oficial da Dow Química para os Polietilenos e distribuidora da Repsol para polipropilenos. Sua matriz está localizada em São Paulo, mas também tem disponíveis Centros de Distribuição em São Bernardo do Campo (SP), Curitiba (PR) e Novo Hamburgo (RS). Seu mercado de atuação é a região Sul e Sudeste do Brasil, dispondo de uma capacidade de armazenagem de 8.000 toneladas de resinas que atendem à aproximadamente 1.000 clientes. Conforme James Tavares, a empresa fechou 2010 com crescimento de 15% em re24 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

Vem do sul a empresa que representa bandeiras como BASF, Evonik, Radici, LAJA e Chem Trend. Com sede em São Leopoldo (RS) e filial em São Paulo a APTA resinas atua no Sul e no Sudeste, com foco voltado para Plásticos de Engenharia e Alta Performance. Marcelo Berghahn, avalia o ano de 2011 como de crescimento, porém num ritmo mais baixo e cauteloso. O grande problema para o empresário é o nível preocupante de inadimplência sentido desde meados de março. Para driblar as dificuldades a APTA aposta em levar ao cliente continuamente incrementos na linha de produtos e treinamento de equipe. “A profissionalização das atividades traz benefícios a todos envolvidos, e isso é o que a distribuição tem que buscar.”, pensa o empresário. A vasta oferta de importados à preços bem inferiores aos praticados dentro do país influenciará diretamente nos resultados da multinacional Ravago, que em 2010 viveu um bom momento, aproveitando os frutos doces da economia brasileira. Para o diretor da empresa no Brasil, Osvaldo Cruz, A estratégia é localizar setores no mercado que justifique a existência da Companhia enquanto distribuidora, que enxerguem o seu papel na cadeia econômica. “Temos tido algum sucesso, localizando setores que o plásticos tem uma função importante, porém não é determinante na formação do seus custos, mas fundamental na sua estratégia, como agricultura, cosméticos e telecomunicação”. A Ravago é distribuidora autorizada da Dow Química, Rhodia, DSM, Ticona e Unigel.PS


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Distribuição

Por que as resinas brasileiras são tão caras?

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m entrevista concedida à Plástico Sul, João Luiz Zuñeda, diretor da consultoria Maxiquim, que realiza estudos para empresas e entidades da cadeia do plástico, como a Adirplast, fala sobre a necessidade de internacionalização das empresas, a competitividade da distribuição nacional e afirma: “os preços ficarão voláteis, ao sabor das oportunidades no mercado internacional”. Revista Plástico Sul – Como avalia o mercado de resinas commodities brasileiro em relação a preços e demanda? João Luiz Zuñeda – Em relação a demanda brasileira de resinas commodities (PE’s, PP, PVC, PS, PET) de 2011 já podemos concluir que a elasticidade em relação ao PIB, ou seja, o multiplicador que a demanda (vendas internas + importação – exportação) terá em relação ao crescimento da economia ficará próxima de 1,1. Se o PIB do Brasil crescer 3,5% este ano, como muitos economistas

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estão prevendo, a demanda de resinas crescerá 3,8%. E muito deste crescimento se dará pelo aumento considerável nas importações. Ter um multiplicador próximo a 1,0 é um resultado ruim quando comparamos com a média histórica e o potencial do setor de transformação de plásticos, consumidores destas resinas commodities. E, se considerarmos ainda, que parte deste crescimento se dará pelo aumento considerável das resinas importadas, o cenário mostra que os preços domésticos praticados no mercado brasileiro estão atrativos para os produtores de resinas internacionais. A pergunta que todos fazem é: por que as resinas no Brasil são caras? Porque o Big Mac é caro, porque os carros são caros, porque as tarifas de hotéis são caras... E os preços da energia elétrica são muito, mas muito caros. Crise na Europa, crise nos EUA, e, principalmente, preços não competitivos no Brasil, em momento de crise no mundo, gera um viés de baixa para o crescimento da demanda no Brasil este ano.

E os preços ficarão voláteis, ao sabor das oportunidades no mercado internacional. Plástico Sul – Qual foi o comportamento das importações de resinas nesta 1ª metade do ano? Continua nos mesmos níveis de 2010? Zuñeda – Não continua no mesmo nível. Cresceram bem mais. As importações de resinas commodities (PE’s, PP, PVC, PS, PET) cresceram quase 30% no primeiro semestre de 2011 quando comparado com o mesmo semestre de 2010. Foram quase 720 mil toneladas importadas no semestre, com destaques para o PVC e o PEAD que representaram metade deste total. Em 2011 o Brasil importará perto de 1,5 milhão de toneladas de resinas.

Plástico Sul – Como avalia a competitividade da distribuição nacional? Zuñeda – Para analisarmos competitividade é necessário termos “benchmarks” (referencial de excelência) para se comparar. Ser com->>>>


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Zuñeda, da Maxiquim, aborda questões como competitividade, preços e importações de resinas

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Distribuição

petitivo em relação a quem? O Brasil com um custo da energia elétrica dos mais caros do mundo, com um custo logístico dos mais caros do mundo, com uma carga tributária das mais altas do mundo, com um custo do dinheiro dos mais caros do mundo... Como ser competitivo? A indústria de transformação brasileira não é competitiva, como também a indústria de plástico brasileira não é competitiva. Como a distribuição será competitiva? Ser competitivo quando se compara com os “benckmarks” de empresas que atuam somente no Brasil é uma avaliação. Ser competitivo quando se compara com “benchmarks” de empresas que atuam globalmente, é outra bem diferente. Plástico Sul – Qual o papel da petroquímica no auxílio a ganho de competitividade por parte de seu distribuidor? Zuñeda – Se considerarmos aqui os “benchmarks” somente para avaliação da competitividade interna, doméstica, quando se compara os atores do cenário competitivo do mercado brasileiro, a participação dos fornecedores de resinas no ganho de competitividade dos distribuidores é imenso. É fundamental. Mas, relembrando, ser

competitivo no Brasil diz pouco para ser competitivo em outros países. O Brasil precisa de empresas internacionais, que atuem globalmente, mas com ativos fora do Brasil, na petroquímica, na transformação de plástico, e mesmo na distribuição. Ai poderemos falar de competitividade. Plástico Sul – Em sua opinião, é viável a internacionalização dos distribuidores brasileiros de resinas? Quais são os desafios neste sentido?

Zuñeda – É viável. É um imenso desafio. Os desafios são na escolha correta dos ativos e carteiras a serem comprados em mercados na América Latina e EUA, de parceria estratégica e comercial com os produtores de resinas escolhidos como parceiros, de posicionamento de marketing. Afinal, atuar globalmente é um processo complicado, demora anos, requer recursos de toda ordem, mas precisa começar para as empresas brasileiras pensarem em ser competitivas. Inclusive no Brasil.PS

Setor químico: programação de altos investimentos As indústrias químicas e petroquímicas têm um pacote de investimentos da ordem de US$ 25 bilhões programados até 2015, como parte do plano de expansão da cadeia para atender à crescente demanda no mercado interno. Deste total, US$ 5,2 bilhões referem-se a novos projetos e já estão em andamento - boa parte dos US$ 16,1 bilhões restantes já foi aprovada e deverá ser aplicada a partir do próximo ano. Cerca de US$ 3,4 bilhões estão sendo empregados para elevar a atual capacidade de produção das companhias. O levantamento foi feito pela Abiquim, em um universo de mais de 50 empresas. Os investimentos, apesar de robustos, ainda são insuficientes para reverter o déficit do setor, segundo empresários e especialistas. A cadeia química nacional é fortemente dependente das importa28 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

ções de matérias-primas básicas para atender suas necessidades. Neste primeiro semestre, o setor registrou saldo negativo de US$ 11,67 bilhões. Em 2010, o saldo igualmente vermelho ficou em US$ 20,7 bilhões. Para cobrir esse rombo e se tornar superavitária, os desafios da indústria são grandes. Os aportes já anunciados até 2015, nem de longe conseguem reverter metade do déficit atual. Em um documento da Abiquim e entregue ao governo, o setor estima que as indústrias tenham de investir US$ 167 bilhões para que o Brasil reverta seu perfil deficitário, tenha pelo menos 10% das matériasprimas produzidas renováveis - a chamada química verde- e salte da 8ª posição para 5ª no ranking global no setor até 2020. Química renovável deverá receber aportes de US$ 20 bilhões e produtos oriundos do pré-sal outros US$ 15 bilhões.


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GILMAR GOMES

DESTAQUE Plastech 2011

Tarso Genro (direita) e Orlando Marin: Governador conferiu de perto o potencial do setor plástico na região

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ara o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Orlando Marin, a terceira edição da Plastech Brasil foi altamente positiva. A avaliação do dirigente da instituição promotora e organizadora do evento é no sentido amplo, pois feira realizada de 16 a 19 de agosto, no Complexo dos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS), além de cumprir com o seu papel de apresentar novas tecnologias e de promover negócios, também marcou um novo momento na relação entre o governo do estado e a cadeia produtiva do plástico. Na análise mercadológica os números respaldam a avaliação do presidente. A feira de 2011 contou com a participação de 250 expositores e com um público visitante superior a 22 mil pessoas, nos quatro dias do evento, representando um crescimento de 22% em relação da edição anterior. Diante do sucesso obtido, Marin já pre30 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

vê um crescimento de 40% para a realização da próxima exposição, que vai ocorrer de 27 a 30 de agosto de 2013. Entre os diferenciais da feira de 2011, destacam-se a Rodadas de Negócios do Sebrae e o Projeto Comprador do Export Plastic. Devido ao bom desempenho destas iniciativas, o presidente do Simplás promete ampliar os programas na próxima feira. Com o objetivo de aproximar e promover transações entre empresas de grande e de pequeno porte, a Rodada de Negócios do Sebrae teve a participação de 44 empresas, sendo seis compradoras e 38 vendedoras, resultando em 72 encontros de curta duração entre os empresários da região e compradores nacionais. A estimativa é de que as negociações movimentem R$ 504.613,64 nos próximos 12 meses. Em pesquisa feita com as empresas participantes, 88,89% avaliaram a Rodada positivamente e 70,37% têm expecta-

tivas de negócio como resultado da participação no evento. Pela primeira vez na Plastech Brasil, o Programa Export Plastic promoveu o 26º Projeto Comprador, que possibilitou aos expositores o contato direto com adquirentes internacionais. Quinze empresas brasileiras integraram o projeto, que contou com cinco participantes estrangeiras. A feira foi o palco 55 reuniões de negócios entre empresários nacionais e compradores vindo do México, Costa Rica, Dinamarca e da Holanda, interessados principalmente na aquisição de filmes flexíveis e de produtos termoformados. O programa, criado em 2004, é fruto de uma parceria entre a cadeia produtiva do plástico e o governo federal, por meio da Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoções e Investimentos. A iniciativa objetiva o aumento das exportações de produtos transformado plásticos, a solidificação de uma cultura exportadora das empresas


do setor, além de melhorar a imagem do Brasil no exterior e de ampliar a internacionalização de indústrias nacionais. Marin fala que o dever foi cumprido e que a feira superou as expectativas. Destaca que o sucesso obtido é consequência do trabalho realizado pela equipe organizadora da exposição. “Hoje as pessoas podem vir aqui e ver o que viram, ou o que deixaram de ver, em feiras da Alemanha ou da Itália”, comenta. Além da mostra de 2013, a feira de 2015 também já tem data marcada e será realizada de 25 a 28 de agosto.

Na avaliação política, a Plastech Brasil 2011 pode ser considerada um divisor de águas no relacionamento dos empresários do setor do plástico com o governo estadual. Na solenidade de abertura da feira, diante de uma plateia composta por empresários, autoridades e por representantes locais e nacionais de entidades do segmento, o governador Tarso Genro se comprometeu em estabelecer uma relação importante com a cadeia do plástico. “O setor é de extrema importância, pois gera empregos e tem uma tradição que precisa ser recuperada. A indústria de transformação plástica não será esquecida pelo estado”, falou o governante. O diretor adjunto da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, José Antônio Severo Martins, destaca a sinergia entre os empresários e o governo. Ele comenta que foram identificados 22 setores com grande potencial de cresci-

mento e que passaram a ser priorizados pelo executivo estadual, dentre eles os segmentos do plástico e da borracha. Com este objetivo o governo e a cadeia produtiva destes setores vêm realizando uma série de reuniões, para mapear os pontos positivo e negativos. “Identificamos onde estão problemas, como a questão de incentivos do estado, financiamentos, uma série de coisas. Identificamos vários fatores em que a cadeia produtiva é fraca e estipulamos uma meta para isso”, acrescenta Martins. Para o diretor, os setores do plástico e da borracha, são áreas com maior capacidade de expansão entre os segmentos elencados pelo governo. Ele observa que o plástico ainda tem muito para crescer, principalmente quando se compara com o consumo per capita dos transformados plásticos no Brasil com outros países. Martins comenta que atualmente consumimos em torno de 27 kg, contra 35,5 kg da Argentina e mais de 100 kg nos EUA. “Nossa ideia é ampliar o fornecimento das empresas locais para o estado, para o país e ampliar as exportações, fortalecendo estas empresas e dando mais condições”, destaca. Martins informa que o próximo passo será a realização de um plano de ação. O projeto deve ser finalizado até o dia 14 de outubro. Porém ele comenta que muitas questões que foram levantadas não estão ligadas diretamente ao governo do estado, “mas sim as empresas, ao governo federal e a alguns municípios. Já está sendo dado o andamento a estes pontos”, explica. A previsão é de que o programa do exe-

cutivo estadual, com medidas para o fortalecimento destes setores, deve ser anunciado no dia 21 de outubro.

O presidente do Simplás vê este momento como um período importante e de esperança para as empresas de transformação de plástico do estado. Orlando Marin fala que de todas as tentativas de programas que já foram realizadas entre o setor e o governo do estado, “acho que esta que começou a ser alinhavada este ano tem algo de diferente. Tem consistência e está solidificada dentro de números do setor”, observa. Ele comenta que além da cadeia produtiva do plástico, foram agrupados os setores da borracha e fibra de vidro. “Isso deu um número gigantesco que ultrapassa R$ 35 bi de faturamento por ano. Além disso, está sendo realizado um trabalho profissional no sentido de levantar os pontos fracos do estado, para buscarmos uma solução sobre aonde nós queremos chegar”, informa. Marin comenta que a expectativa é de que este seja um programa sólido e que realmente contemple o futuro do setor. Explica que os efeitos devem ser a médio e a longo prazo. “Temos que de estar presente, propor, buscar saídas e soluções e não de levarmos ao extremo, de querer as coisas na base da imposição, da briga. Este tempo já não pode mais existir. Mas sim, criarmos juntos, fazermos as coisas e pensar que o futuro não é logo ali”, comenta. Porém ele acredita que algumas medidas possam ser implementadas ainda este ano.PS

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Tendências & MercadoPeriféricos

Através de inovações tecnológicas, equipamentos que auxiliam na competitividade das empresas, ganham importância no processo produtivo e passam a ser valorizados pelos transformadores de plásticos.

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Periféricos conquistam valor no chão de fábrica

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disputa pelo mercado, cada vez mais competitivo, tem obrigado os transformadores de plásticos a aprimorar os seus processos, ampliando a produtividade, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos produtos. Diante desta realidade, os periféricos estão sendo vistos com outros olhos. Os equipamentos, que antes ficavam em segundo plano na hora dos investimentos, agora integram os projetos de renovação do parque industrial das empresas. Os produtores e revendedores de periféricos destacam que na atualidade estes equipamentos são fundamentais para aumentar a competitividade das empresas, como a fala o diretor da Shini, Klaus Vogel, “já passou o tempo em que estes equipamentos eram considerados caros ou supérfluos”. Rafael Rosanelli, da Máquinas Premiata, observa que as vendas estão aquecidas e que a procura não é só por preço, mas também por qualidade. Para atender este mercado e enfrentar a concorrência chinesa, a fórmula adotada pelas empresas do segmento é o aprimoramento constante de seus produtos e o atendimento focado nas necessidades dos clientes.

Para Walner Cavallieri, diretor da BGM, nos últimos dois anos, com a entrada de empresas multinacionais no ramo de trans34 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

formação de plásticos, principalmente nos segmento de masterbachs e compostos, “a visão para os periféricos começou a ficar muito mais técnica e exigente”, observa. Como exemplo ele cita, que atualmente o importante não é só a extrusora, mas todo o conjunto que compõe a linha de extrusão. “Dessa forma o fabricante de periféricos está conseguindo competir com os baixos preços da China, pois temos o plus que faz a diferença e que as empresas estão aprendendo a reconhecer”, acrescenta. Cavallieri alerta para a questão da concorrência de produtos chineses. Segundo ele, se não houver uma intervenção do governo, em poucos anos a indústria de equipamentos nacional vai estar sucateada, pois com a cotação baixa do dólar, estão sendo importados equipamentos e peças transformadas. “Se continuar assim, logo haverá muito desemprego e com isso menos impostos serão pagos, dessa forma terão que subir ainda mais a carga tributária, tornando impossível manter uma empresa funcionando”, prevê.

Walner Cavallieri, da BGM, acredita que nos dias atuais, há uma visão mais técnica e exigente

Entre as estratégias adotadas pela empresa para garantir o seu espaço no mercado, está o atendimento individualizado aos clientes, “fabricamos e comercializamos equipamentos que atendem às necessidades dos clientes, caso a caso, com qualidade e excelência no atendimento e esse é um grande diferencial que nos mantêm bastante competitivos”, complementa o diretor. Além disso, a BGM investe no avanço tecnológico de seus produtos. Conforme o executivo a cada dois anos a indústria apresenta novos lançamentos, geralmente na feira Brasilplast. A última novidade é o granulador equipado com rotor de corte que permite manutenção rápida, “não se despende mais de 15 minutos com a máquina parada”, observa Cavallieri. Outro lançamento é a empacotadora automática, Packing Line. “É um novo equi->>>>


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Tendências & MercadoPeriféricos pamento que promete revolucionar processos de envase e distribuição de materiais termoplásticos granulados”, frisa o diretor. O processo de empacotamento inicia com uma impressora jato de tinta, que imprime o logotipo do cliente em cada saco a ser envasado, em 4 cores com secagem ultra rápida (UV). No passo seguinte a máquina puxa o saco que vem da bobina até a boca do silo de armazenamento, onde uma célula de carga pré-programada envasa o material que se fecha automaticamente quando o peso é atingido. Nesse momento o saco é selado e levado por um braço mecânico para a balança de conferência e depois de aprovado é colocado no palet. Se o peso for reprovado, o material é levado até a parte traseira do equipamento onde será coletado para ser reenvasado.

O diretor da Máquinas Premiata, Rafael Rosanelli, destaca que os periféricos são fundamentais no processo produtivo, pois as empresas precisam buscar soluções de automação e consequente melhorias de processos, para ga-

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rantir o seu espaço no mercado cada vez mais competitivo. Esta nova ordem tem aquecido as vendas do segmento e segundo o executivo a procura não é só por preço, mas também por qualidade, que é uma boa notícia para os fabricantes nacionais. Além disso, ele salienta que o bom atendimento e a assistência técnica permanente são diferenciais importantes para conquistar os clientes. A disputa pela preferência dos transformadores tem levado a empresa aprimorar constantemente seus produtos, “para atender ao público que realmente valoriza o seu parque fabril”, observa Rosanelli. Neste contexto, o fabricante comenta sobre os últimos lançamentos da indústria, como os misturadores e secadores para aplicações específicas, “facilitando a limpeza, reduzindo a manutenção e melhorando o rendimento”. O diretor destaca ainda o sistema de complemento de secagem para materiais reciclados e lavados indicado principalmente para filmes de PE, PP, PS e ráfia. “Instalado em conjunto com a secadora centrífuga apre-

senta baixos índices de teor de umidade”, complementa o empresário.

A Shini Brasil também destaca

o processo constante de valorização dos periféricos. O diretor da empresa Klaus Vogel comenta que já passou o tempo em que estes equipamentos eram considerados caros ou supérfluos. Afirma que as empresas já reconhecem a importância dos periféricos para otimizar os processos produtivos, sem necessariamente pagar muito caro por isso. “Essa praticidade já se tornou conhecida no mercado, firmando um consenso entre os profissionais da transformação do plástico”, complementa o executivo. Para o diretor o segmento de periféricos está em pleno aquecimento. “E nós da Shini estamos atentos a essa realidade e trazemos o que há de melhor para atender a demanda do mercado”, salienta. Ele acrescenta ainda que a companhia acompanha as tendências do setor que está muito competitivo e exigente, visando garantir o maior ciclo de produ->>>>


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Tendências & MercadoPeriféricos

Vogel, da Shini: “Já passou o tempo em que os periféricos eram considerados supérfluos”

tividade para os clientes Vogel comenta que a linha de máquinas e periféricos que integram o portifólio da Shini visa atender integralmente as necessidades dos transformadores. Para isso a companhia oferece uma ampla gama de produtos, composta por alimentadores, controladores de temperatura, desumidificadores, dosadores, esteiras, misturadores, moinhos, secadores, transportadores, válvula proporcional, robôs, manipuladores e reguladores de fluxo de água. As mais recente novidade da empresa são os robôs e manipuladores, fabricados com servomotores importados de alta precisão. Conforme o diretor, os componentes pneumáticos que compõem os equipamentos, são produtos de marcas mundialmente famosas de alta qualidade e boa compatibilidade. A interface do robô é projetada conforme os padrões EUROMAP12, EUROMAP67 e SPI. “Eles estão preparados para realizar tarefas rápidas e precisas e a colocação no interior do molde necessário. Além disso a série oferece o modelo de braço único e o de braço duplo, afim de atender a necessidade do cliente”, complementa. 38 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

Com o objetivo de intensificar a atuação na região Sul do Brasil, a empresa inaugurou, em Julho deste ano, um ShowRoom em Joinville (SC), para atendimento dos estado de SC e PR. A unidade dispõe de produtos para pronta entrega e peças de reposição, além de assistência técnica especializada e capacitada.

A BY engenharia, que atua no segmento de periféricos desde 1989, observa que estes equipamentos também estão sendo utilizados para compensar a defasagem do parque industrial das empresas do setor. Segundo o representante da empresa, Marco Antonio Gianesi, a desatualização tecnológica de algumas linhas de extrusão, está sendo compensada com a substituição ou instalação de um novo periférico, propiciando a melhoria da qualidade do produto processado e o aumentando da produção. Ele afirma que o mercado está sempre pronto para aquisição de quaisquer periféricos, desde que exista o famoso Pay Back (retorno do investimento). A BY Engenharia, representante de empresas tradicionais na fabricação de pefiréricos, destaca o lançamento da Thermofisher, fabricante de medidores de espessura. De acordo com Gianesi o novo sistema de medição desenvolvido pela indústria é uma tecnologia ótica sem contato do sensor que mede a espessura do web>>>>


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plano contra um cilindro de precisão, que pode ser utilizado para webs plásticos, borrachas, substrados recobertos, papel e tecido. Observa que o equipamento não necessita de calibração e o sistema de medição atende a um extenso range de espessura desde 200 a 6500 microns. “A grande vantagem deste sistema é a não utilização de sensores radiativos que necessitam de um supervisor de radioproteção para operar o sistema, facilitando a vida do usuário final”, acrescenta.

Débora Woigt, do departamento de marketing do Grupo Tecnos, salienta que atualmente os periféricos são imprescindíveis na produção de transformados de plásticos, pois atuam do início ao fim do processo produtivo, como armazenagem, transporte, desumidificação, refrigeração, resfriamento, secagem, aquecimento entre outras aplicações. Ela comenta que as empresas que produzem e comercializam equipamentos do gênero, já estão sentindo a entrada dos concorrentes chineses, “que têm vindo com vo40 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

Acima: linha de redutores GU da Geremia para aplicação em extrusoras Abaixo: sistemas de câmera quente da Incoe têm grande aplicação nos moldes de múltiplas cavidades e stakmoldes

lume alto e preço baixíssimo”, observa. Apesar do aumento da concorrência a representante da empresa informa que após a crise de 2008, o mercado plástico nacional tem passado por um constante crescimento e que o ano de 2010 foi um dos melhores da história da Tecnos. “E em 2011 não tem sido diferente”, complementa. Segundo ela vários fatores têm colaborado para o bom desempenho do setor, como os financiamentos do BNDES, através do Finame, que está possibilitando que as empresas realizem investimentos em novas máquinas e equipamentos. Outros fatores apontados são a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 20126, que já estão movimento vários setores produtivos no país. Os dosadores gravimétricos estão entre os últimos lançamentos da empresa. De acordo com a executiva, são imunes a vibrações. Os equipamentos têm recalibragem automática, facilidade de operação e de troca de material. Segundo ela, eles se destacam pela repetibilidade no processo e no controle avançados que oferecem flexibilidade e responsabilidade. A área de refrigeração da empresa também apresenta várias novidades, como Tecnodry, sistema de resfriamento industrial em circuito fechado que conta com novo processo adiabático. O Microgel, chiller de resfriamento com controle preciso de temperatura, é outro lançamento. Segundo a empresa o equipamento se destaca pelo aumento da produtividade e redução do tempo de ciclo, além de gerar menos refugos. E por fim, a companhia apresenta o Thermogel, termoregulador com controle preciso de temperatura, que tem entre seus diferenciais a alta repetibilidade e produtividade, com menor perda de capacidade.

Para Miguel Angelo Gava, da

Geremia Redutores, os periféricos produzidos pela empresa têm a responsabilidade técnica de manter o conjunto da máquina em perfeito funcionamento, garantindo assim a produção continua e eficiente do material processado. Ele destaca que os redutores são parte fundamentas do acionamento do processo. “Alguns destes componentes são o coração da máquina e tem importância vital no sistema”, salienta. O representante comenta ainda, que para atender as exigências do mercado, os equipamentos devem apresentar características como alta confiabilidade, rendimento e pósvendas que acompanhe o seu funcionamento e desempenho. A empresa que atua em vários segmentos industriais destaca que a indústria de transformação de plásticos é um grande consumidor dos seus produtos. “O mercado está cada vez mais exigente, solicitando inovações que garantam um melhor desempenho, durabilidade e confiança de seus equipamentos”, acrescenta Gava. Com o objetivo de atender as exigências dos transformadores a Geremia Redutores tem se pautado pelo aprimoramento de seus produtos, com lançamentos constantes. O destaque do momento é a linha de redutores GU, que foi concebida de forma limpa e compacta para a aplicação em extrusoras. Gava comenta que o mancal axial do equipamento é fundido na própria carcaça do redutor, formando uma única peça, o que garante maior rigidez ao sistema e facilidade na manutenção. “O seu projeto previu alta capacidade de torque em um conjunto mais compacto, garantindo um melhor custo/beneficio em sua aplicação”, complementa.

Focada no mercado de moldes, a Incoe confirma o aquecimento

do mercado de periféricos e destaca que deve fechar o ano de 2011 com aumento vendas de bicos, sistemas de câmara quente, filtros e controladores. O gerente geral da indústria, Michael Rollmann, comenta que a produção de peças moldadas em plástico continua aumentando e que os transformadores procuram por melhor eficiência e redução de custo para ganhar a concorrência no mercado. “Com a produção em alta os clientes precisam>>>>


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buscar melhorias de seus processos de fabricação para atender melhor as demandas”, salienta. Rollmann informa que os sistemas de câmara quente têm grande aplicação nos moldes de múltiplas cavidades e stackmoldes, destinados para produção de peças plásticas para a área de cosméticos, da medicina, de embalagens e da indústria automotiva, para produção de peças grandes. “Observamos também que os constantes aumentos de preço de matérias-prima e o uso de resinas cada vez mais sofisticadas alavancaram a venda de nossa tecnologia por que fornecem consideráveis vantagens em termos de redução de ciclos de produção e gastos”, observa Rollmann. Um dos destaques da empresa na área da tecnologia de câmaras quentes é o novo SoftGate INCOE. Segundo o executivo, o processo, tem abertura controlada dos bicos valvulados, oferece nova confiabilidade para a qualidade da superfície na moldagem por injeção sequencial. O SoftGate é indicado para

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Brito afirma que esforços da Ineal hoje são para melhoria dos equipamentos focando a redução de consumo de energia

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grandes componentes que exigem alta qualidade de superfície. “Esta tecnologia pode ser aplicada em uma ampla gama de aplicações. O processo é rentável e pode também ser retro ajustado para os sistemas de câmara quente já existente”, acrescenta o gerente.

O gerente comercial da Ineal, Marcel Brito, destaca importância dos periféricos e comenta que em alguns casos estes equipamentos não entram no projeto apenas como acessórios, “mas como parte indispensável para se alcançar os objetivos de uma célula produtiva de transformação de plástico, com destaque principalmente para trabalhos com materiais de engenharia, onde o uso de sistemas de desumidificação é indispensável”. Ele acrescenta ainda, que os periféricos são também itens essenciais para ampliar

a competitividade das empresas, pois conseguem reduzir os custos de produção, melhoram a qualidade do produto e aumentam a produtividade. Apostando neste mercado, a empresa conseguiu alcançar o maior volume de>>>>


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Tendências & MercadoPeriféricos vendas de sua história no último mês de agosto. Segundo o gerente, este é o resultado de sucessivos investimentos em equipamentos para aumentar a capacidade produtiva da fábrica e melhoria na qualidade do produto final. Ele fala que a estratégia da Ineal é sempre de antecipar as oscilações do mercado focando os esforços comerciais e de marketing nas linhas que estão em alta e nos segmentos mais promissores naquele momento, “como nosso portifólio é extenso e a pulverização dos nossos equipamentos é nacional, temos as ferramentas necessárias para manter o crescimento em situações adversas”, complementa. Quanto aos lançamentos, Brito informa que os esforços da Ineal nesse momento são para melhoria dos equipamentos existentes focando a redução de consumo de energia através de ganho de eficiência. O executivo destaca que a empresa conseguiu avanços importantes nos sistemas de cristalização para PET Flake, nas linhas de desumidificação e nos dosadores gravimétricos. “Graças ao esforço conjun-

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to da nossa área de desenvolvimento e nossos fornecedores evoluímos consideravelmente na eletrônica das nossas linhas com a inserção de CLPs para substituir os painéis micro processados”, acrescenta.

No segmento de software, a Comm5 disponibiliza ao mercado brasileiro, o Visão, que é uma solução combo (hardware e software) para apontamento automático de produção. Segundo a empresa o registro da produção é uma das etapas mais importantes na fabricação de qualquer produto, pois é nesta fase que os administradores de uma indústria precisam coletar dados com fidelidade sobre tempo de funcionamento da máquina, material consumido, sobre turnos de trabalho, entre outros dados que serão úteis para o cálculo de custos de produção e avaliação da produtividade das máquinas e dos operários Conforme Fabiana Voltolini, do departamento de vendas da empresa, ainda é muito comum no Brasil, em indústrias de pequeno a grande porte, a realização

de apontamento de produção de forma manuscrita, onde uma pessoa munida de lápis e prancheta faz as anotações diárias da produção e, na sequência, a tabulação dos números. Há casos em que este processo pode levar até mais de um dia, provocando um delay (atraso) indesejado entre as informações do chão de fábrica e as informações impressas em relatórios emitidos para a gerência. “Com o Visão, estes relatórios são gerados em tempo real e com fidelidade total”, acrescenta. Desenvolvido com tecnologia brasileira, o Visão funciona com sensores ligados a máquinas capturam sinais e os enviam para uma placa de captura conectada a um coletor de dados que alimenta o software do Visão, gerando os relatórios de desempenho. Para empresas que utilizam ERP, é possível fazer integração automaticamente. “O investimento na solução retorna rapidamente, já que o Visão contribui para um aumento da produtividade de 15% a 35% dependendo do processo automatizado”, observa a representante da empresa.PS


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Exportação

Plastrela foca em exportação e novos mercados de embalagens

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Plastrela está focada em elevar o volume de exportação de seus produtos e ingressar em novos mercados para embalagens. Estas foram as observações destacadas pelo diretor-presidente da empresa, Jack Shen. Em abril deste ano, a Plastrela iniciou a produção de embalagens para complementos alimentares e projeta entrar no mercado para sucos ainda em 2011. Segundo Shen, a intenção é oferecer produtos a segmentos de mercado que proporcionem maior valor agregado. Com o intuito de aproximar clientes com os processos produtivos, no dia 11 de abril a Platrela recebeu a presença do diretor da empresa colombiana Alimentos Nutrion, Jorge Restrepo, que adquire embalagens para ração animal: felinos, caninos e aves. Além de conhecer as instalações da unidade em Estrela/RS, Restrepo participou como convidado da Convenção Anual de Vendas da Plastrela, evento que ocorre uma vez por ano nas dependências da empresa. Conforme a assistente comercial em Mercado Internacional da Plastrela, Caroline Kremer, uma das exigências deste cliente é a fabricação de embalagens biodegradáveis. Recentemente a Nutrion solicitou uma embalagem específica para equinos. Somada à presença do cliente colombiano ao Brasil, a Plastrela também proporciona o inverso. Um grupo de empresários, formado por Shen, Luciano Puccinelli 46 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

(supervisor de Vendas da Plastrela), Ercio Klein (diretor da empresa WK Alimentos do Brasil Ltda. – Pavlat) e Jader Kilpp (gerente de Produção da WK Alimentos) esteve no início de abril na cidade de Bogotá, no país sul-americano, para uma série de visitas a indústrias de laticínios, supermercados e hipermercados. Klein afirmou que a comercialização de leite na Colômbia se baseia em embalagens “sachês”, consideradas mais econômicas ao consumidor em relação às cartonadas. “Percebemos que aproximadamente 80% das embalagens de leite fornecidas nas gôndolas dos supermercados colombianos são plásticas”, complementa o representante da Pavlat. “Nossa intenção com ações deste tipo é estreitar o relacionamento com o cliente e proporcionar um atendimento personalizado, somada à possibilidade de ingressar em novos mercados”, destacou Caroline. Ela afirmou também que a Plastrela participa de ações como o programa Export Plastic, com apoio da Apex-Brasil, para elevar a participação no mercado externo. “Os investimentos em tecnologia realizados nos últimos anos nos permitem atender clientes de diferentes países”, retratou a assistente comercial em Mercado Internacional. Além da Colômbia, os mercados externos atendidos pela Plastrela são Reino Unido, Uruguai e Paraguai. Já existem negociações para ingressar na Argentina e no Chile.PS


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Foco no Verde

Sinplast-RS organiza Fórum Brasileiro de Reciclagem Abordando o tema da geração de resíduos sólidos e discutindo soluções para os rejeitos plásticos, o Comitê de Reciclagem do Sinplast – RS organiza o ENERGIPLAST/ 2011 – Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos. O evento ocorrerá no Salão de Convenções da FIERGS, dia 22 de setembro, das 8h30 às 17h, em Porto Alegre. Entre os diversos temas que serão debatidos, destacam-se: a reciclagem energética a partir da queima do plástico e sua utilização como gás veicular; as usinas térmicas como uma realidade para a geração de energia elétrica; a discussão sobre os plásticos oxi e biodegradáveis e suas diferenças, através de uma palestra no Programa Sustenplást – RS Plástico com Inteligência. Além disso, serão apresentados cases de sucesso sobre a tecnologia na reciclagem energética do plástico no Brasil e no Exterior. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo email energiplast@sinplast.org.br./

Cromex anuncia as novas cores e aditivos para o plástico verde Líder brasileira na produção de masterbatches de cores e aditivos para plásticos, a Cromex atua há mais de 30 anos no mercado e tem hoje capacidade produtiva de 132 mil toneladas anuais e faturamento médio anual de R$ 400 milhões. Com atuação global, comercializa seus produtos em mais de 60 países da América da Latina, América do Norte, Europa Ocidental, Leste Europeu, entre outros. Em suas duas fábricas, uma na cida48 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

de de São Paulo e outra em Simões Filho, BA, tem atuado no desenvolvimento de cores e aditivos voltados aos plásticos verdes. A empresa esta colocando no mercado uma a nova linha de produtos desenvolvidos para os plásticos feitos com o polietileno (PE) verde, de fonte renovável, proveniente do etanol da cana-de-açúcar e desenvolvido pela Braskem. Com esse lançamento, a Cromex diz que pretende atender mercados como a indústria automobilística, de brinquedos, cosméticos e higiene pessoal, embalagens, entre outras, que demandam cada vez mais produtos com baixo impacto ambiental, tanto no processo produtivo, quanto no descarte. “Nossos desenvolvimentos estão em sintonia com o que há de mais atual em soluções que aliam inovação com sustentabilidade para que possamos dar respostas globais”, afirma Cesar Ortega, diretor Comercial da Cromex.

Brasil está entre os maiores do mundo na reciclagem de PET Com as 282 mil toneladas de embalagens pós-consumo que receberam destinação adequada em 2010, o Brasil manteve a posição de destaque entre os maiores recicladores de PET mundiais, mesmo não contando com sistemas de coleta seletiva abrangentes. O volume reciclado em 2010 resulta em crescimento de 7,6% sobre o ano anterior. - Os números fazem parte do 7º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), baseado em informações provenientes de instituições como Organização das Nações Unidas (ONU),

Fundo Monetário Internacional (FMI), Economist Intelligence Unit, da própria Abipet, além da Petcore e Napcor, entidades internacionais do setor. Segundo o estudo, a alta demanda pelo produto reciclado garante a sustentabilidade, inclusive econômica, da atividade que faturou R$ 1,18 bilhão em 2010, correspondendo a 36% de toda a receita do setor PET no mesmo período (embalagens PET mais produtos reciclados), que chegou a um total de R$ 3,27 bilhões. “Hoje, quase todas as montadoras de automóveis utilizam compostos feitos a partir do PET reciclado nos tapetes e forrações dos veículos”, disse Auri Marçon presidente da Abipet. Porém, segundo o executivo o crescimento do setor tende a diminuir por causa do principal gargalo deste segmento, a falta de um sistema de coleta seletiva eficiente, que limita o acesso da indústria à embalagem pósconsumo, e faz a mesma trabalhar com uma taxa de 30% de ociosidade.

Danoninho tem pote verde Os bônus pagos aos executivos da fabricante francesa de iogurtes Danone dependem da performance financeira e ambiental da companhia. Para ajudar a melhorar sua face sustentável, a filial brasileira aderiu às embalagens verdes. Depois do Activia, agora é a vez do tradicional Danoninho ser envasado em potes feitos de polietileno de cana-de-açúcar. Essa linha chega ao varejo em meados de setembro. De acordo com a direção da empresa, cada tonelada de resina verde evita o lançamento de 2,5 toneladas de carbono na atmosfera.


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Eventos

Sacola plástica não é a vilã Pesquisas revelam que as sacolinhas causam menos impacto ambiental do que as embalagens concorrentes do gênero.

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presidente do Instituto Socio-ambiental dos Plásticos (Plastivida) e do Instituto Nacional do Plástico (INP), Miguel Bahiense, foi um dos palestrantes na reunião-janta do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), realizada recentemente, no Restaurante Tulipa, no Complexo dos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS). O dirigente falou sobre a Sustentabilidade das Sacolas Plásticas. Bahiense apresentou os resultados de um estudo britânico, onde as sacolas plásticas tiveram o melhor desempenho ambiental, entre nove categorias analisadas. Segundo ele, este foi o primeiro estudo científico realizado sobre as sacolas. Na ocasião o presidente também falou sobre uma pesquisa feita pela Braskem sobre a ecoeficiência dos produtos, no qual foram analisados os mitos e as verdades em relação ao uso de sacolas plásticas (de polietileno tradicional, de polietileno de cana-de-açúcar e as aditividadas com promotor de oxibiodegradação), de papel, ráfia, tecido e TNT (não-tecido). A pesquisa revelou que a sacola plástica apresentou vantagens sobre as demais. Conforme o presidente da Plastivida, “existem cenários em que as sacolas descartáveis são melhores do que as retornáveis. À medida que aumentamos o volume de descarte do lixo, melhor será para o meio ambiente utilizarmos as sacolas descartáveis”. O estudo é inédito no Brasil e levou em consideração algumas das condições atuais no país quanto à tecnologia, métodos de produção e impactos ambientais decorrentes, quando se considera alguns cenários de uso da sacola e de descarte de lixo pelos consumidores. As alternativas de sacolas engloba50 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>

das no estudo foram avaliadas para um período de um ano, considerando variados cenários envolvendo maior ou menor volume de compras, maior ou menor frequência de idas ao supermercado e de descarte do lixo. Também foram avaliados os tipos de matériaprima utilizada na produção das sacolas, capacidade de carga, custo de cada sacola, número de vezes em que é utilizada, reutilização ou não da sacola como saco de lixo e envio ou não da sacola para reciclagem. Analisando os resultados da pesquisa, conclui-se que o vilão não é a sacola ou o plástico em si, mas sim o desperdício e o descarte inadequado. Segundo o presidente, todos os tipos de sacola apresentam impacto ambiental, mas todas também têm a melhor forma de serem utilizadas. Neste sentido foi criado o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que é uma parceria entre a indústria e o varejo cujo o principal objetivo é conscientizar o consumidor para que pratique o consumo responsável, além do descarte adequado. A meta é reduzir em 30% o consumo de sacolas descartáveis. Também foi criado o selo de qualidade para uma sacola mais resistente, o que aumenta a sua durabilidade e capacidade de reutilização. “Educação é a saída. É através dela que conseguiremos resolver a situação”, afirmou Miguel. Ele comenta que é necessário conscientizar as pessoas da importância da política dos “três erres”: reduzir, reutilizar e reciclar.

Quanto à proibição do uso de sacolas plásticas em várias cidades do país, o dirigente destaca que Belo Horizonte (MG) é a única capital atualmente que tem uma lei de fato proibindo o uso das sacolas, mas que teve a sua regulamentação suspensa por

uma audiência pública. A lei determina a utilização de sacolas biodegradáveis, que estavam sendo vendidas nos supermercados, mas que não cumpriam com a norma da ABNT sobre a capacidade de peso, apesar de trazerem impresso que suportavam 6 kg. Desta forma a determinação não pode ser aplicada. Em outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, que aprovaram normas suspendendo o uso das sacolas plásticas, as leis municipais foram suspensas liminarmente através de ações de instituições de classe que questionam a constitucionalidade. Alegam que segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a legislação sobre estes resíduos é competência federal. De acordo com o dirigente a imposição de normas por parte do poder público sem consultar a sociedade não resolve a situação. Ele destaca que o grande problema que as sacolas enfrentam é o desperdício. “Não adianta você ir ao supermercado e encontrar uma sacola sem qualidade que não suporta uma garrafa de água, obrigando o consumidor a usar uma dentro da outra para poder carregar suas compras, ampliando o consumo”, observa. Bahiense salienta que a sustentabilidade só vai ocorrer através do uso responsável, com produto de qualidade, com o consumidor sabendo consumir as sacolas de forma adequada a não gerar desperdício e também, com o poder público sabendo gerenciar o lixo pós-consumo. Neste sentido o presidente elogiou a iniciativa Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que realizou uma pesquisa junto aos seus clientes, que optaram pelo uso das sacolas plásticas. “A Agas está de parabéns, não por defender as sacolas ou por falar sobre as sacolas, mas por abrir o diálogo. Acho que o grande mérito da instituição foi de ouvir a população, para saber qual o sentimento dos consumidores”, frisa Bahiense.PS


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Pesquisa

Estudo encomendado pelos sindicatos da região mostra o potencial, dificuldades e as deficiências do setor de reciclagem nos três estados do país.

Um retrato da reciclagem no sul 52 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>


C

om o objetivo de traçar o perfil da cadeia produtiva de reciclagem mecânica de resíduos plásticos na região Sul, os sindicatos das indústrias de transformação do setor do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, encomendaram uma pesquisa para a consultoria de mercado Maxiquim. Os resultados do estudo realizado em cada estado, foram divulgados recentemente. No RS, a apresentação ocorreu durante o lançamento do Energisplast – Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos, para a imprensa. O evento ocorre no dia 22 de setembro. Segundo o presidente do Sindiplast, entidade que agrega os empresários do setor plástico no oeste catarinense, Alceu Lorenzon, a ideia de realizar o levantamento surgiu em agosto de 2010, durante a feira Interplast, em Joinville (SC), em uma reunião entre empresários do segmento e dirigentes sindicais. Na oportunidade foi lançada uma carta de intenção no sentido de chamar a atenção do governo federal com relação à isenção do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e subsídio ao desenvolvimento do setor de reciclagem. A pesquisa foi realizada simultaneamente no três estados e abrangeu todos os tipos de indústrias de reciclagem mecânicas de plásticos (IRMP). Ao todo foram contatadas mais de 450 empresas na região Sul, classificadas em quatro grupos, como Recicladoras Verticalizadas em Triagem (além do produto plástico reciclado vendem o resíduo triado), Recicladoras (comercializam o produto reciclado), Recicladoras Verticalizadas em Trasnformação (transformam o produto plástico triado em produto final e o comercializam) e Recicladoras Verticalizadas em Triagem e Transformação (comercializam tanto o resíduo plástico triado quanto o produto plástico final produzido a partir de reciclado). Acompanhe a seguir um resumo do estudo de cada estado pesquisado, além da manifestação das entidades representativas do setor de transformação de plástico, sobre a medidas que pretendem adotar após este mapeamento do segmento de reciclagem.

Reciclagem gaúcha No Rio Grande do Sul, apenas 103, das 184 empresas contatadas estão em ati-

vidade, compondo a população de indústrias de reciclagem de plástico no estado. Entre as pesquisadas, 52% é especializada em reciclagem e só comercializam o material plástico reciclado. Em segundo lugar, com 27%, vêm as recicladoras verticalizadas em transformação, que, além de trabalhar na reciclagem do plástico, o transformam em produto final e o comercializam. Outra característica do estado é a concentração destas empresas na região Metropolitana de Porto Alegre, no Vale dos Sinos e na Serra, sendo que a cidade de Novo Hamburgo sedia 11,7% do total. Em 2010, a IRMP faturou R$ 275 milhões, sendo que as principais responsáveis pelo faturamento registrado foram as recicladoras, representando 47% deste total. Com um faturamento médio de R$ de 3 milhões, as indústrias gaúchas do setor, somaram 2,5 mil funcionários. Neste caso, as recicladoras verticalizadas em transformação ocuparam mais mão de obra, 51,2%, pelo fato de transformar o resíduo triado em produto final. Ocupando em torno de 69% da sua capacidade instalada, de 154,4 mil toneladas, o RS consumiu neste período 122 mil toneladas de resíduos, oriundos principalmente das indústrias. Deste total, 56%, é resíduo industrial, enquanto que, 44% é material de pós-consumo. A maior parte da produção do material reciclado e de flake, 63,7 mil toneladas, superando o pellet, com 40,2 mil toneladas. Conforme os dados levantados 79% das empresas recicladoras gaúchas adquire os resíduos de cooperativas do próprio estado. O restante vem de SC, PR, por facilidades logísticas. Algumas compram resíduos da Argentina e Uruguai, este último tem tido maior preferência pela grande oferta e baixo custo. Entre as resinas mais recicladas estão os polietilenos (PEBD, PEBDL e OEAD), somando 43% da produção do estado. Em segundo lugar ficou o PET, com 34%, e na sequência o polipropileno, com 15%.

Os números catarinenses No estudo realizado em Santa Catarina, 187 indústrias de reciclagem mecânica de plásticos foram contatadas, deste total, 105 companhias estão ativas e assim como no RS, a maioria é focada nas vendas de material plástico reciclado, atingindo o índice de

39%. Na seqüência vêm as recicladoras verticalizadas em trasnformação, com 27%, e as recicladoras verticalizadas em triagem, com 26%. Porém na distribuição geográfica das empresas, o estado tem uma característica própria, as empresas do segmento estão distribuídas uniformemente, com maior concentração nas regiões norte e oeste. A indústria catarinense de reciclagem de plásticos faturou no ano passado R$ 308 milhões, gerando um faturamento médio de R$ 3,3 milhões. As empresas recicladoras foram responsáveis por 48% do montante gerado no estado, acompanhadas pelas recicladoras verticalizadas em transformação, com 44%. Mas em número de funcionários, esta última ficou com 62% do total de empregados do setor, que contou com 4,4 mil pessoas. A produção de material reciclado catarinense foi de 126,6 mil toneladas, em 2010, atingindo o nível operacional de 67% da capacidade instalada da IRMP do estado, que era de 189,1 mil toneladas. Para isso, consumiu 150,6 toneladas de resíduos, compostos principalmente por material de pósconsumo, representando 79% do montante utilizado. Segundo as pesquisa, “considerando-se o resíduo pós-consumo, aproximadamente 40% corresponde a resíduos não domésticos, sendo os 60% restantes resíduos domésticos”. Ainda de acordo com o estudo a maioria das empresas de Santa Catarina adquire os resíduos no próprio estado (41%) e de outros estados da região Sul, por facilidade logística. Ao contrário do que acontece no RS, 75% da produção de reciclados de SC é em forma de pellets, somando 94,7 mil toneladas, enquanto a produção flake chegou a 26 mil toneladas. Os polietilenos também foram as resinas mais utilizadas pelos recicladores do estado, seguidos pelo polipropileno e pelo PET.

A indústria paranaense

No Paraná os pesquisadores fizeram contato com 114 empresas, das quais 60 continuam em atividade e as empresas recicladoras compõem a maioria das indústrias do setor, com 43% do mercado. O que diferencia o PR dos demais estados da região é que em segundo lugar seguem a recicladoras verticalizadas em triagem, que além do produto plástico reciclado vendem o resíduo triado, com 32% de participação na produção local. A concentra->>>> << Agosto de 2011 < Plástico Sul < 53


Pesquisa ção das companhias pesquisadas se assemelha ao RS, 43% das empresas ficam em Curitiba e na região metropolitana. Os números registrados pela indústria de reciclagem mecânica paranaense foram mais modestos do que foi verificado no RS e em SC. O faturamento do setor, no ano passado, foi de R$ 125 milhões. No caso, as empresas recicladoras também se destacaram, representando 66% deste total. O faturamento médio foi R$ 2,2 milhões e o número de funcionários chegou a 1.107, porém ao contrário do que acontece no outros estados do Sul, a maioria destes empregados são de empresas Recicladoras (75%), “enquanto que as empresas recicladoras verticalizadas em transformação possuem a maior razão funcionários por empresa”, observa a pesquisa. Com uma produção de 54,6 mil toneladas de materiais reciclados, a indústria de reciclagem de plásticos do estado ocupou 52%, da capacidade instalada de 106 mil toneladas, em 2010. Sendo que as empresas recicladoras apresentam o maior nível de utilização desta capacidade.

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No tipo de resíduo e na forma de apresentação do produto, as ERMP do PR se assemelham as catarinenses. As resinas mais utilizadas também são os polietilenos, o PET e o PP. Das 61 mil toneladas de material mais consumido no estado, a maior parte é oriundo do pós-consumo, representando 46,3 mil toneladas e 76% dos resíduos utilizados, enquanto que o industrial chega a apenas a 24%. E os pellets chegam a 84% da forma de produção, frente aos flakes, que representam apenas 16%. Este é outro dado que se assemelha a SC. Quanto a origem dos resíduos, as recicladoras do Paraná compram o material das cooperativas de catadores do próprio estado, devido as facilidades logísticas e de impostos, que diferem entre outros estados.

Apuração dos dados O estudo realizado pela Maxiquim demonstra a forte vocação e o grande potencial da região na área de reciclagem de plásticos. A localidade é uma das principais do país no setor, concentrando 268 empresas em operação. O estado de Santa Catarina,

apesar de representar apenas 3% do Brasil em população e 1% em área, produz 13,3% do total de material plástico reciclado brasileiro. Já o Rio Grande do Sul possui uma indústria de reciclagem de plásticos que corresponde a cerca de 14% do faturamento nacional do setor. E o Paraná responde por 6% deste faturamento.

Preço Entre as similaridades das indústrias de reciclagem de plásticos pesquisadas pode ser destacado o preço médio de venda do material reciclado, que é semelhante nos três estados, oscilando de R$ 2,00 a R$ 2,50 por quilo. Sendo que o RS apresenta o maior valor, provavelmente por reciclar mais resíduos de origem idustrial, que têm maior valor agregado. As resinas consumidas também são outro fator comum da região, composta principalmente por polietilenos, seguido do PET e do PP.

Falta de incentivos Na análise dos fatores críticos, as indústrias contatadas demonstraram insatis-


ciativas pessoais em fação principalmente Curiosidades do setor termos de oportunicom a falta de incen- As aparas industriais representam a maior parte dos resíduos consumidos no RS; dades que surgiram, tivos governamentais - No PR e no RS, as empresas de reciclagem de plástico se concentram na capital e neste meio tempo para a atividade dos região metropolitana; muitas empresas esrecicladores e com a O faturamento do setor em Santa Catarina foi o maior da região Sul, em 2010; tão se perdendo ao alta tributação que - O RS produz mais material reciclado em flake do que em pellet; longo do caminho”, sofrem. No Brasil o - O valor médio de venda das resinas recicladas é maior no RS; salienta o dirigente. transformador não re- Ao contrário do que ocorre no RS e em SC, as recicladoras de plástico empregam Para o coordenador é cebe diferenciação o maior número de funcionários no PR. importante que seja tributária por procesfeita uma avaliação e sar resina reciclada ou tor na região, a pesquisa também é uma fer- que se busque integrar a cadeia do plástico virgem, o imposto de ambas é equivalente. ramenta que vai possibilitar que as entida- como um todo. Além disso, o reciclador não tem crédito Hartmann destaca que no âmbito esdes adotem ações para fortalecer e fomentar na compra da matéria-prima, onerando o as indústrias do segmento. O coordenador tadual a instituição pretende apresentar valor agregado na venda. As empresas do do Comitê de Reciclagem do Sinplast/RS, Luiz estes dados ao governo e desenvolver ações segmento constestam o pagamento de IPI, alegando que não deveriam pagar este tri- Henrique Hartmann, informa que os dados no sentido de conseguir créditos presumiapresentados serão analisados pelo sindica- dos para as empresas recicladoras, sendo que buto, que já foi cobrado anteriormente na to em conjunto com os recicladores do esta- os resíduos chegam como sucata, sem créindustrialização do produto. Dessa forma do. Hartmann acrescenta que o levantamen- dito na compra, e após serem processados, a alta taxação dificulta a atividade de reciclagem, principalmente para as pequeto foi muito importante para mostrar a reali- são tributados em 100% no valor final do nas empresas, colaborando para a infordade dos recicladores e esta consolidação produto. “Vamos tentar mostrar para o gomalidade verificada no setor. dos números vai subsidiar várias atividades, verno que o imposto deve incidir somente como a luta por benefícios tributários. “O sobre o valor agregado”, acrescenta. Em nível Ações para o setor setor de reciclagem é muito jovem e come- federal o pleito deve ser no sentido de con>>>> Além do mapeamento completo do se- çou de uma maneira desestruturada, por ini- seguir crédito presumido no IPI.

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Pesquisa Para o presidente do Sindiplast, de Chapecó (SC), Alceu Lorenzon, a pesquisa apresentada pela Maxiquim, demonstra claramente que é preciso traçar um plano de ações que possa preservar as empresas de reciclagem e potencializar este grande volume de indústrias instaladas no estado. Entre os fatos evidenciados, ele observa que SC necessita comprar de outros estados 59% dos resíduos processados, tornando mais cara a matéria-prima pela logística de transporte. Neste sentido, a dificuldade para aquisição da matéria-prima reduz o nível de operação, atingindo apenas 2/3 da capacidade instalada do estado. “Um ponto positivo verificado é que temos indústrias que processam os mais variados produtos, apresentando um certo equilíbrio entre os materiais consumidos e os reciclados”, destaca. Lorenzon sugere que os sindicatos catarinenses divulguem os dados levantados, promovendo um amplo debate, com o objetivo de sensibilizar a opinião pública e as autoridades políticas sobre a necessidade de que todos os municípios de Santa

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Catarina adotem a coleta seletiva, “para aumentar a oferta de matéria-prima, o que vai possibilitar que as empresas utilizarem suas capacidades instaladas e possam gerar mais empregos e diminuir o envio de materiais recicláveis para os aterros sanitários”, justifica. Ele salienta que os sindicatos devem se unir e mostrar evidenciar para governador de SC a necessidade de atenção que o setor precisa e solicitar um plano de incentivos fiscais, tributários e de investimentos. O diretor de serviços do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Paraná (Simpep), Thomas Hoffrichter, fala que há muito tempo a instituição desejava ter um estudo sobre o setor e esta pesquisa vem ao encontro deste propósito, “pois com estes números em mãos fica muito mais fácil conhecer como está o andamento do setor de reciclagem no Paraná”, salienta. Segundo o dirigente, estes dados vão fortalecer a reivindicação junto aos órgãos governamentais, de valorização deste segmento que é de suma importân-

cia para a economia e principalmente para a preservação dos recursos naturais. Conforme ele, um ponto que deve ser revisto é o incentivo com imposto diferenciado para a indústria de reciclagem, que contribui com o meio ambiente transformando um passivo ambiental em um ativo econômico, além de gerar empregos. “O Brasil é um dos poucos países que não fornecem subsídios econômicos e tributários para as empresas que trabalham com a reciclagem”, acrescenta. Destaca ainda que os produtos antes de virar material reciclado, já tiveram os seus impostos cobrados e isso gera uma dupla tributação quando são reciclados e transformados em novos produtos. “Isso diminui o interesse das empresas, pois o custo muitas vezes acaba ficando próximo do material virgem e dos importados de baixa qualidade da China”, observa. Outra reivindicação do dirigente é com relação à energia elétrica que deveria ter uma tarifa diferenciada, pois é o segundo maior custo das empresas, sendo tributado em 29% de ICMS. PS


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DIVULGAÇÃO

Investimento

Basf e Braskem unem-se em projeto de acrílico no Brasil

A

empresa química alemã Basf anunciou recentemente que vai construir um pólo produtor de acrílicos no Brasil, e a Braskem será a fornecedora de matérias-primas para o projeto, que terá investimentos de mais de 500 milhões de euros (US$ 750 milhões). A Braskem fornecerá propeno e soda para o projeto em escala mundial de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP) no Brasil. Os investimentos da empresa brasileira serão da ordem de US$ 30 milhões. O complexo da Basf, maior empresa química do mundo, começa a ser construído em Camaçari este ano e a expectativa é de início de produção em 2014. O projeto representa o primeiro investimento em ácido acrílico e SAP no país. Segundo a Braskem, o propeno que será fornecido tem um valor aproximado de US$ 200 milhões por ano e atualmente é destinado à exportação. “Com esse acordo, o produto passará a ser consumido no mercado interno com agregação de valor, gerando efeitos positivos para a balança comercial do Brasil pela substituição de importações de ácido acrílico, acrilatos e superabsorvente”, disse a Braskem. O ácido acrílico é utilizado em segmentos como tintas, indústria têxtil e mineração, enquanto o acrilato de butila é um insumo para a indústria têxtil e construção civil. Já os polímeros superabsorventes são usados para produzir fraldas, para tratar água e na extração de petróleo, entre outras aplicações. A capacidade instalada dos novos projetos é mantida em sigilo. Segundo o presidente da Basf para a América do Sul, Alfred Hackenberger, o complexo terá escala mundial, conceito utilizado para fábricas que produzam aproximadamente 160 mil toneladas anuais de ácido acrílico. “Somos líderes de mercado nesses produtos e nossa ideia é ampliar a participação”, explica o executivo, lembrando que essa presença hoje é composta apenas por produtos importados, à exceção do acrilato de butila produzido em Guaratinguetá. Com o início das operações das novas unidades, a compra externa de produtos químicos será reduzida em no mínimo US$ 200 milhões por ano, volume referente ao total importado pela própria Basf. O efeito na balança comercial ainda será positivo em US$ 100 milhões anuais, graças às exportações projetadas pela companhia a partir do final de 2014, quando o polo em Camaçari iniciará operações. A nova fábrica em Guaratinguetá, abastecida pelo complexo baiano, começará a produzir em 2015. PS 58 > Plástico Sul > Agosto de 2011 >>


Plast Mix

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Bloco de Notas As exportações catarinenses acumulam alta de 18,4% até agosto, para US$ 5,89 bilhões. A alta se deve ao bom desempenho dos embarques de carne de frango (23,2%), motores e geradores elétricos (34,5%), carne suína (42,4%) e blocos de motores (47,4%). O câmbio continua afetando as empresas exportadoras. O vice-presidente estratégico da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mário Lanznaster, afirma que o cenário estaria melhor se o dólar estivesse num outro patamar. “Gostaríamos que o governo federal fosse mais rápido e presente nas exportações”, disse ele, lembrando que a logística para o transporte de insumos também é um obstáculo para as exportadoras. Os dez principais países para quem Santa Catarina mais exporta registram alta nos embarques, com destaque para a Argentina (39%), Japão (28,9%), China (39,5%) e Alemanha (17,2%). Já em importações, de janeiro a agosto, as compras catarinenses no exterior registraram alta de 29,2%, para US$ 9,50 bilhões. Os produtos mais importados no período foram catodos de cobre refinado (30,7%), polietilenos (33%), fios de fibras de poliésteres (33,3%) e polipropileno sem carga (49,6%). Os principais países de quem Santa Catarina mais importou foram China, Chile, Argentina, Estados Unidos e Alemanha. No período, o saldo da balança comercial catarinense fechou negativo em US$ 3,60 bilhões.

Seguros Unimed recicla cartões A Seguros Unimed iniciou um projeto de reciclagem dos cartões de seus clientes que precisam ser renovados. Nesse primeira etapa, os cartões gerados para clientes do Sebrae, parceiro da empresa, são encaminhados para urnas coletoras e depois para uma entidade que trabalha com reciclagem, onde o material é pesado e triturado e depois enviado para uma empresa que fabrica produtos de PVC.

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C-Pack investe em ampliação na produção A C-Pack, maior fabricante de embalagens plásticas no formato bisnaga (tubo) da América Latina, investiu R$ 62 milhões para turbinar a produção de sua fábrica em São José (SC). Com a instalação de novas linhas, a capacidade da planta vai saltar dos atuais 140 milhões de tubos ao ano para 220 milhões. A meta é chegar a 300 milhões anuais de bisnagas metálicas, usadas para embalar produtos da indústria cosmética, farmacêutica e alimentícia. Além de abastecer o mercado brasileiro, a C-Pack exporta para oito países da América Latina e para os Estados Unidos

Setor de compósitos tem queda de 1,7% no faturamento do 2º trimestre A indústria brasileira de materiais compósitos faturou R$ 703 milhões no segundo trimestre de 2011, queda de 1,7% em comparação aos primeiros três meses do ano. O consumo recuou 1,4 mil toneladas, fechando em 45,5 mil toneladas, baixa de 2,8%, segundo levantamento feito pela consultoria Maxiquim para Associação Brasileira de Materiais Compósitos (Abmaco). O desempenho entre abril e junho levou à revisão das projeções para 2011. Agora, é estimado um aumento de 7,9% da receita do setor de compósitos, totalizando R$ 2,788 bilhões, ante previsão de alta de 8,2% feita, em março. Em termos de volume, o Brasil processará 211 mil toneladas, 3,2% a mais do que o registrado em 2010. DIVULGAÇÃO

Exportações de SC acumulam alta de 18,4% até agosto

Indústria de plástico gaúcha debate Gestão A criação do Comitê Sinplast de Inovação e Governança (CSIG), anunciada em reunião-almoço na Fiergs, evidencia a gestão como principal problema das mais de 700 indústrias de materiais plásticos no Rio Grande do Sul. A avaliação foi feita pelo coordenador da nova divisão do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul, Gustavo Eggers. Segundo o executivo, 88% das 750 empresas associadas e filiadas ao sindicato são de micro ou pequeno porte, e passam pelo processo de sucessão que impõe mudança de uma administração baseada nas percepções do fundador para outra guiada por uma postura profissional. “As empresas não só têm dificuldades de criar sucessores, como a cada dia são confrontadas com a realidade de que, sem um investimento mais sério em gestão, é pouco

provável que se perpetuem.” Para suprir a lacuna, os comitês da Qualidade e de Jovens Empresários se fundiram na criação do CSIG, que terá como objetivo ofertar treinamento e indicadores que auxiliem na profissionalização dos atuais gestores e na formação de seus sucessores. Uma das primeiras ações será o lançamento, nas próximas semanas, de uma nova página para o Sinplast na internet. A ferramenta colocará à disposição dos administradores uma nova série de dados, computados por um software criado para o setor plástico. O sindicato prevê, ainda, a divulgação de uma agenda de cursos, palestras, workshops, visitas técnicas, intercâmbios, estágios, missões empresariais e participação em feiras, que será montada de acordo com as necessidades das empresas filiadas. O comitê deve, ainda, coordenar as ações de premiação e reconhecimento do Sinplast.


A fabricante de itens de higiene pessoal Kimberly-Clark investiu US$ 6,5 milhões para o desenvolvimento do papel Neve compacto, cuja embalagem ocupa um espaço 18% menor no caminhão, na gôndola e no armário do consumidor. Nesse projeto, apenas os pacotes maiores, com 16, 24 e 32 unidades, passam a ser embalados com um volume de plástico 13% menor. “Vamos lançar não só o produto, mas a causa da marca Neve: ‘por um mundo mais verde’”, diz Marco Antonio Iszlaji, diretor de assuntos corporativos da Kimberly-Clark. A companhia também fez parceria com a organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC) para medir a “pegada hídrica” do papel higiênico Neve. A empresa destinará R$ 1,2 milhão para mapear e reestruturar áreas verdes na Bacia do Alto Tietê.

quantiQ é uma das vencedoras do Prêmio Anefac 2011 A quantiQ, a maior distribuidora brasileira de produtos químicos e petroquímicos do Brasil, foi eleita pela primeira vez uma das vencedoras do Prêmio Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) - Fipecafi Serasa Experian, também conhecido como Troféu Transparência. Na edição de aniversário do 15º do Prêmio, a quantiQ tem destaque na categoria Empresas de Capital Fechado. O prêmio é uma homenagem às empresas mais objetivas e transparentes em seus balanços e demonstrações contábeis. “A empresa sempre vem buscando garantir acesso às informações de maneira transparente, precisa e com isonomia, seguindo as melhores práticas de governança corporativa”, afirma Patricio Almuina, diretor de Finanças e Administração da quantiQ.

A Evonik, uma das principais fornecedoras de metacrilatos, está aumentando a capacidade de produção de suas plantas de metacrilato de metila ao redor do mundo, para suprir uma crescente demanda. A Evonik aumentará sua capacidade de produção de metacrilato de metila através de projetos de desgargalamento e uma série de expansões de plantas já existentes na Europa (Worms e Wesseling, na Alema-

nha), Ásia (Xangai, na China), e nos Estados Unidos (Fortier), em 2011 e 2012. Após finalizar os projetos, a Evonik produzirá, aproximadamente, 50.000 toneladas métricas adicionais de metacrilato de metila. Thomas Muller, vice-presidente sênior e gerente geral de Monômeros Acrílicos, disse, a respeito da expansão de capacidade previamente anunciada: “Estamos reagindo a tempo para apoiar o crescimento dos nossos clientes”. Metacrilato de metila é usado, principalmente, para resinas de polimetilmetacrilato e para revestimentos de superfícies. DIVULGAÇÃO

Kimberly usa menos plástico no Neve

Evonik anuncia aumento da capacidade de produção de metacrilato de metila

Tigre lança polietileno com listras A Tigre lançará na Fitabes 2011, que acontecerá na Fiergs, em Porto Alegre o polietileno de alta densidade com listras, para adução de água e condução de esgoto em redes pressurizadas, e as conexões Tigre/Plasson, que promovem a união de tubos para condução de água, esgoto e gás também em redes pressurizadas.

Rubbermaid amplia sua fábrica em Cachoeirinha A fabricante de equipamentos para hotelaria e limpeza institucional Rubbermaid passa a desenvolver produtos com maior valor agregado em sua fábrica de Cachoeirinha, a única da empresa, com sede em Ohio (EUA), na América Latina. A aquisição de uma nova máquina, que absorveu investimentos entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões, possibilitará a fabricação de itens de plástico mais resistentes e leves, graças a uma tecnologia de injeção chamada Estrutura de Teia. Novas linhas de produtos, como baldes, carros camareiros e carros funcionais, substituirão, gradativamente, os tradicionais itens da empresa, ampliando sua competitividade no Brasil e nos demais países do Cone Sul, para onde exporta. "Estamos

investindo no Brasil por acreditar no crescimento do País e com a meta de evitar altos custos para trazer estes produtos diferenciados à região", afirma Mark Hoyle, diretor de marketing da Rubbermaid na América Latina. No total, serão produzidas em Cachoeirinha 35 mil unidades de baldes e carrinhos ao ano, que consumirão 400 toneladas de resina de plástico. A nova máquina, importada dos Estados Unidos, também possibilitará montar mais diferentes partes dos produtos simultaneamente, o que reduzirá o tempo de fabricação e possibilitará atender aos pedidos mais rapidamente. Segundo Priscila Candido, gerente de marketing da empresa, a expectativa da companhia é ampliar sua participação no mercado de itens de higiene para o setor corporativo no longo prazo, mas não revela os números. << Agosto de 2011 < Plástico Sul < 61


3Rios # Pág. 21 Activas # Pág. 11 Apema # Pág. 16 Apta # Pág. 25 Arburg # Pág. 37 Artek # Pág. 58 Ax Plásticos # Pág. 54 Borbamec # Pág. 59 Brasfixo # Pág. 46 Chiang # Pág. 29 Cilros # Pág. 41 Clodam # Pág. 55 Cromocil # Pág. 38 Detectores Brasil # Pág. 31 Dissenha Ecompound # Pág. 36 Étimo # Pág. 45 FCS # Pág. 39 G.A.M. # Pág. 55 Gabiplast # Págs. 32 e 33 Grupo ARCR # Pág. 57 IJ Plast # Pág. 59 Illur Imports # Pág. 54 Incoe # Pág. 23 Itatex # Pág. 44 JMB Zeppellin # Pág. 24 Mecanofar # Pág. 59 Megga Steel # Pág. 02 e 03 Multi União # Pág. 44 Multinova # Pág. 18 Nazkom # Pág. 42 Olifieri # Pág. 59 Plastimaster # Pág. 15 Premiata # Pág. 59 Procolor # Pág. 12 Proquimil # Pág. 64 R. Pieroni # Pág. 26 Radial # Pág. 42 Recicla NE # Pág. 51 Replas # Pág. 09 Resinet # Pág. 13 Rone # Pág. 55 Roscilplas # Pág. 59 Rosciltec # Pág. 59 Rulli # Pág. 27 Sasil # Pág. 19 Semana da Embalagem # Pág. 49 Shini # Pág. 43 Solvay # Pág. 35 Tathi Polímeros # Pág. 63 Teck Trill # Pág. 22 Tsong Cherng # Pág. 20 Workplast # Pág. 54 62 > >Plástico PlásticoSul Sul >> Agosto Agosto de 2011 de 2011 >> >>

Agenda

Recife, em Pernambuco

Antecipe-se para os principais eventos do setor plástico em 2012 2011 Plastech Brasil 2011 – Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos De 16 a 19 de agosto Parque Mário Bernardino Ramos (Parque de Eventos Festa da Uva) Caxias do Sul (RS) www.plastechbrasil.com.br

NPE 2012 De 01 a 05 de abril Centro de Convenções de Orange County Orlando, Flórida – EUA www.npe.org Plastshow 2012 De 10 a 13 de abril Expo Center Norte – Pavilhão Azul São Paulo (SP) www.arandanet.com.br

Feipack - 4ª Feira Sul-Brasileira da Embalagem De 17 a 20 de agosto Expotrade, Pinhais/Curitiba (PR) www.feipack.com.br

Plast 2012 – Salão Internacional do Material Plástico e da Borracha De 8 a 12 de maio Fiera Milano Milão (IT) www.plastonline.org

Embala Nordeste 2011 Feira Internacional de Embalagens e Processos De 23 a 26 de agosto Centro de Convenções de Pernambuco – Recife/Olinda (PE) www.greenfield-brm.com

Argenplás 2012 - XIV Exposição Internacional de Plásticos De 18 a 22 de junho Centro Costa Salguero - Prédio de Exposição de Buenos Aires(AR) Buenos Aires (AR) www.argenplas.com.ar

Mercopar – Feira de Subcontratação e Inovação Industrial De 18 a 21 de outubro Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul (RS) www.mercopar.com.br

Interplast 2012 - Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico De 20 a 24 de agosto Pavilhões da Expoville Joinville (SC) www.messebrasil.com.br

DIVULGAÇÃO

Anunciantes


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