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Editorial Divulgação
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Gilmar Bitencourt Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: imagem promocional Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares. Filiada à
Os Jetsons
A
década de 1980 foi onde vivi minha infância. Naquela época imaginávamos como seria o futuro e toda tecnologia que seria desenvolvida nos próximos anos. Nesta fase existia um desenho feito pela Hannah-Barbera, cujo nome é Os Jetsons. Criado em 1962 a série mostrava uma família no futuro, onde havia carros voadores, cidades suspensas, empregadas robôs e trabalho automatizado. Mais de 30 anos depois estamos nós aqui, vivendo na pele esse futuro proposto por Hannah Barbera. Claro, os automóveis ainda precisam de rodas, as casas, de terra e a senhora que limpa a sua casa, ainda é de carne e osso. Mas precisamos observar que tal desenho é uma caricatura dos tempos atuais, que preenchia na época seu papel de incentivar a imaginação da criançada e fazê-la hoje tentar colocar em prática toda a criatividade exercitada nos anos 1980. Sim, porque é esta geração de adultos que hoje começam a se posicionar a frente das empresas em busca de inovações e tecnologias. Dentro deste contexto vale ressaltar o trabalho automatizado que naquela época já era previsto pelo desenho animado. Se formos observar nos dias de hoje vivemos uma era extremamente robótica e que com certeza só aumentará. Não que deixemos na atualidade de valorizar a mão de obra qualificada que nenhuma máquina substituirá. Mas a automação, principalmente dentro das indústrias, é um caminho sem volta já que gera diversos benefícios nas fábricas, como aumento de produtividade, redução de perdas e melhoria nos processos. Os que atuam no setor plástico há décadas podem facilmente perceber a diferença na automação em comparação com 20 anos atrás. E pode ainda constatar através da experiência os diferenciais encontrados no chão de fábrica atual. Na matéria que produzimos nesta edição sobre automação industrial tivemos a necessidade de focar em determinados equipamentos, já que este universo abrange uma série enorme de tecnologias que surgem anualmente no mercado, provando que a estrada da automação não tem seta de retorno. As empresas precisam atentar para a busca de conhecimento sobre equipamentos que auxiliem na praticidade e redução de custos dos processos de produção. Os Jetsons arriscaram as novas tecnologias que surgiriam nas décadas seguintes. Algumas projeções ainda não se concretizaram, outras já estão ultrapassadas e há ainda as que estão tornando-se realidade nos dias de hoje. Não estamos dentro de um desenho animado e o futuro, já começou. Ou alguém vive sem celular? Boa leitura!
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PLAST VIP Christian Dihlmann
Moldes na vitrine J
oinville (SC) vai sediar uma das principais feiras de ferramentais, moldes e design da Europa, realizada anualmente em Frankfurt/ Alemanha. A primeira edição da EuroMold Brasil será realizada paralelamente à Interplast, no período de 20 a 24 de agosto deste ano. De acordo com os organizadores da feira internacional, o Brasil foi escolhido como sede do evento por concentrar grandes polos industriais e por ser um mercado promissor para esse segmento. A EuroMold Brasil está sendo viabilizada através de uma parceria entre a DEMAT, organizadora alemã do evento, e a Messe Brasil, umas das principais organizadoras de feiras do Sul do país. O evento deve contar com a participação de 90 empresas, ocupando espaço de 4.000 m². “Já confirmaram participação expositores brasileiros, alemães, norte-americanos e sul-coreanos”, destaca a Messe Brasil. Para falar sobre a importância da realização da feira em solo brasileiro, principalmente para as empresas produtoras de moldes, 6 > >Plástico 06 PlásticoSul Sul> >Junho Junhode de2012 2012>>>>
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Feira internacional abre espaço aos ferramentais brasileiros e acontece em um momento importante para a indústria nacional do setor.
entrevistamos o consultor técnico da exposição e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentarias (Abinfer), Christian Dihlmann. O consultor destaca que a mostra vai ocorrer em um dos principais polos de ferramentarias do país e que deve agregar valor a indústria nacional do setor. Na entrevista Dihlmann também faz uma análise detalhada sobre o segmento no Brasil. Comenta sobre as dificuldades enfrentadas pelos matrizeiros nacionais com o crescimento das importações de moldes e com a falta de competitividade da indústria brasileira. O dirigente salienta que o cenário atual é delicado para a indústria de moldes e que é preciso, entre outras iniciativas, regulamentar o comércio exterior de ferramentais. Mas apesar dos desafios, Dihlmann é otimista e prevê o crescimento do setor nos próximos anos. Porém destaca que é necessário a qualificação dos empresários da área e o investimento em novas tecnologias para se tornarem mais competitivos.
Plástico Sul - O Brasil é considerado um país forte na área de moldes? Dihlmann - A produção brasileira de ferramentais não é representativa, colocando o País em posição entre o 12º e o 15º fabricante mundial. Entretanto, por ser o Brasil um país emergente, entendemos que a demanda deve aumentar significativamente com relação ao consumo de moldes nos próximos 15 anos. O que deve ser monitorado pelos fabricantes e governantes brasileiros é o nível de importação destes produtos, atualmente em curva de crescimento exponencial. Esse nível é prejudicial para a economia brasileira e, em especial, para o desenvolvimento da cadeia produtiva de ferramentais.
tem crescido vertiginosamente. A demanda por moldes aumentou nos últimos 10 anos, mas a produção interna caiu consideravelmente. A diferença é suprida pelas importações. Entretanto, não é só este setor que está sob ameaça. Diversos segmentos do setor metal-mecânico estão em dificuldades. Entendo também que o comércio internacional é saudável e necessário. Tanto os outros países querem vender para o Brasil quanto o Brasil quer vender para outros mercados. A nossa defesa tem se pautado na igualdade das relações comerciais internacionais. Não é possível e nem viável economicamente concorrermos com regras desiguais. Assim, vamos buscar, em todos os níveis da gestão pública e privada, a melhoria da nossa competitividade. Temos muitas lições de casa para fazer em nossas empresas. E o governo precisa reorganizar muitas das regras atuais.
Plástico Sul - Quais os principais entraves e desafios enfrentados pelas indústrias do segmento? Dihlmann - É importante comentar que tanto os entraves quanto os desafios estão postos para duas componentes importantes da cadeia produtiva: os empresários e os governos municipal, estadual e federal. Todas as tecnologias disponíveis no mundo podem ser adquiridas por qualquer país. Entretanto, alguns segmentos exigem capacitação específica de equipes. Neste ponto precisamos evoluir muito. Um grande diferencial e impeditivo para o crescimento dos fabricantes nacionais é a complexa legislação de nosso país. Além de diversas outras leis, precisamos urgentemente regulamentar o comércio exterior de ferramentais, por exemplo, na exigência de responsabilidade técnica nos moldes importados. As ferramentarias nacio- >>>>
"...por ser o Brasil um país emergente, entendemos que a demanda deve aumentar significativamente com relação ao consumo de moldes nos próximos 15 anos."
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Revista Plástico Sul - Qual a importância da primeira edição da EuroMold Brasil dentro do atual contexto brasileiro do setor? Christian Dihlmann - Joinville é a 3ª maior cidade da região sul do Brasil. Tem há muitos anos vocação metal-mecânica. Está estrategicamente próxima a três complexos portuários do sul (São Francisco do Sul e Itajaí/Navegantes em Santa Catarina e Paranaguá no Paraná). É uma cidade que oferece profissionais qualificados para as empresas que aqui se instalam. É hoje um dos três maiores polos de ferramentarias do país. Tem a maior fundição da América Latina. A General Motors vai inaugurar em breve sua nova fábrica de motores e de transmissões na cidade. Diversas outras empresas do setor metal mecânico estão prospectando a operação em Joinville. Portanto, precisamos constantemente ampliar, e com qualidade, a base de fornecedores para o segmento. Além disso, Joinville é a sede da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), que representa a cadeia de fabricantes de moldes e que trabalha pelo fortalecimento e consolidação do segmento a nível nacional e internacional. Uma feira especializada como a EuroMold, que traz a expertise da parceira alemã Demat – organizadora da EuroMold em outros continentes – tem muito a agregar ao setor e ao País e vem de encontro aos objetivos estratégicos da Abinfer.
Plástico Sul - Qual o cenário atual do setor no país? Dihlmann - O setor de fabricação de moldes no Brasil está passando por um momento crítico uma vez que o nível de importação << Junho de 2012 < Plástico Sul < 7
Para o dirigente, o comércio internacional é necessário mas deve ser regido por regras corretas e não predatórias
nais são monitoradas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), que exige, por meio de seus Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e de uma lei federal, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), onde um profissional (engenheiro ou técnico mecânico) assina a responsabilidade pelos produtos fabricados aqui. Entretanto, um ferramental importado não tem essa exigência. Isso tem dois lados negativos: o primeiro é uma desigualdade com os fabricantes nacionais e o outro, é a falta de um responsável em caso de alguma falha técnica ou acidente. Neste caso, o próprio cliente é o prejudicado. Plástico Sul - Além da falta de regulamentação do comércio exterior do segmento, quais outros desafios do setor de ferramentaria? Dihlmann - Outro desafio, não menos importante, é a redução ou eliminação de cobrança de impostos sobre os meios produtivos. Em qualquer país desenvolvido os impostos sobre a venda de máquinas são mínimos (ou até não existem), pois elas são a base da indústria de um país. O imposto deve ser cobrado na ponta, sobre o produto produzido. Nestes países, o acesso a financiamentos é facilitado. As taxas de juros são baixíssimas. Também a revisão da legislação trabalhista, no sentido de desonerar a folha, traria fortes benefícios à competitividade de todos os setores produtivos do Brasil. Esse item já está sendo negociado entre empresários, governo e sindicatos. Por fim, a reforma fiscal e tributária é a única saída para o futuro desse país. A ACIJ, associação empresarial de Joinville, está coordenando, junto a outras entidades, o Movimento Brasil Eficiente. Sugiro aos leitores uma visita ao site www. brasileficiente.org.br e adesão ao projeto. Essas são tarefas a serem conduzidas junto aos órgãos públicos. As medidas tornariam os custos de fabricação bem mais enxutos e, consequentemente, o preço final muito mais atrativo. No tocante aos empresários, uma das grandes carências do setor ferramenteiro nacional é a falta de conhecimento de si 8 > >Plástico 08 PlásticoSul Sul> >Junho Junhode de2012 2012>>>>
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PLAST VIP Christian Dihlmann censão, superando os US$ 500 milhões/ano. No passado o Brasil exportava moldes de baixo valor agregado e importava os moldes mais complexos. Atualmente até mesmos os mais simples têm vindo do exterior. Os principais países concorrentes são os asiáticos, entretanto, face a crise na Europa, já temos também uma concorrência acirrada de países daquele continente. As linhas de produtos mais afetadas são a automobilística, de construção civil e de embalagens. Mas todas as outras, como por exemplo, eletroeletrônicos, também tem forte concorrência.
próprio. Isso se deve a falta de envolvimento dos empresários com as entidades empresariais organizadas. Não há um diagnóstico preciso do número de ferramentarias no país ou por regiões. Plástico Sul - Neste sentido, como a Abinfer está atuando? Dihlmann - Uma das ações importantes a serem implementadas pela Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer) será o levantamento minucioso do setor, identificando competências e capacidades produtivas. Informações extra-oficiais dão conta de um universo de cerca de 2.000 ferramentarias no Brasil, entre cativas e de mercado. O empresário precisa ainda perceber que há muito para buscar em competitividade e produtividade “da porta para dentro”. Via de regra, ainda utilizamos processos de fabricação ultrapassados e ineficientes. O funcionário deve entender que a capacitação não é somente uma obrigação da empresa e que ele deve, por iniciativa própria, buscar aperfeiçoamento na profissão. Enfim, muitos desafios para superar, mas todos possíveis de realizar no curto e médio prazos. Plástico Sul - Atualmente como está a importação e exportação de moldes no país? Quais os principais concorrentes dos matrizeiros nacionais e quais os principais destinos dos moldes nacionais? Dihlmann - A exportação de moldes do Brasil para outros países é insignificante. Por outro lado, a importação está em franca as-
Plástico Sul - De que forma a crise na Europa influenciou na importação de moldes no país? Dihlmann - Com a crise na Europa, muitos países daquele continente – fortes no setor ferramenteiro como Portugal, Espanha e Itália - reduziram preços e trabalham atualmente no ponto de equilíbrio a fim de pagar os custos fixos. Isso certamente aumenta a competitividade deles em detrimento da nossa. Plástico Sul - O câmbio está favorável? Qual seria o cambio ideal? Dihlmann - Com a variação ocorrida nas últimas semanas atingimos um patamar de câmbio melhor para o setor ferramenteiro. Penso que o câmbio deve situar-se e manter-se na casa dos R$ 2,10/US$ para que a competitividade seja melhorada. Plástico Sul - A importação de moldes foi um dos temas do 5º Enafer, realizado em maio, em Caxias do Sul (RS). Neste sentido qual o impacto da importação de moldes usados para o setor? Dihlmann - Discutimos no V Encontro Nacional de Ferramentarias (Enafer) o tema da fiscalização pelo sistema Confea junto as ferramentarias nacionais e a falta desta mesma vigilância sobre os moldes importados, cujos efeitos já abordamos anteriormente. Também debatemos o problema da importação predatória que prejudica a indústria nacional, apresentando aos representantes do governo federal a perda em geração de emprego e renda resultante da entrada de moldes novos e usados. A importação de moldes, sejam novos ou usados, absorve empregos que poderiam ser aplicados no Brasil. Outro fator preponderante na importação de ferramentais é a perda de conhecimen- >>>>
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PLAST VIP Christian Dihlmann Nos últimos dez anos demanda por moldes cresceu no país, mas produção interna caiu consideravelmente
endedores e para a melhoria da estrutura já disponível. Mas acredito que isso não seja impedimento para o crescimento do setor. De outro lado, o empresário não deve se conformar com a situação e sentar em “berço esplêndido”. Será necessário investir muito esforço e trabalho para, ao fim do programa, consolidar um setor forte, competitivo e sustentável.
to do “como fazer” (know-how). E, no caso de moldes usados, fica ainda a questão da obsolescência do projeto. Estes moldes são, normalmente, de produtos que saíram de linha em outros países. Assim, são repassados para países “menos importantes”. Por exemplo, a nova geração de um veículo na Europa substitui uma anterior que é enviada para os países em desenvolvimento. Não obstante, temos ainda a questão da produtividade dos ferramentais. Muito provavelmente estes moldes serão menos produtivos que os mais novos. Portanto, o custo de produção com eles será maior e a competitividade menor. Plástico Sul - Existe um pleito por parte dos matrizeiros brasileiros para extinguir a Portaria 84-10, que permite a importação de moldes usados, sem imposto de importação. Quais as ações que estão sendo realizadas neste sentido e quais as chances de sucesso? Dihlmann - Tivemos algumas reuniões em Brasília nos órgãos competentes. Estamos buscando uma equação que seja benéfica tanto para fabricantes quanto para consumidores. Mas é uma negociação política, pois deve atender aos anseios de uma cadeia produtiva relativamente grande. Qualquer ação que seja realizada com coerência tem boas chances de sucesso. Plástico Sul - Já existe a conscientização por parte do governo federal sobre o risco de desindustrialização do setor no país? Dihlmann - Existem diversas correntes, tan10 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
to no governo quanto no meio empresarial, ora entendendo que há desindustrialização, ora garantindo que o país está em franca expansão. O comércio internacional é sim uma necessidade em um mundo globalizado. Apenas deve ser regido por regras corretas e não predatórias. As últimas ações tomadas pelo governo federal no sentido de alavancar o setor industrial mostram claramente o entendimento de que havia “algo errado” no ar. Plástico Sul - A obrigatoriedade da maior utilização de produtos nacionais na fabricação de carros no Brasil já está trazendo resultados positivos para o segmento? Dihlmann - Ainda imperceptível, mas há um viés de melhora. A legislação do novo regime automotivo foi publicada e será reeditada em breve. A operação só inicia em janeiro de 2013. Mas a lógica é de que os resultados comecem a aparecer já no segundo semestre deste ano. Plástico Sul - Qual o impacto desta medida para o setor de moldes do país? Dihlmann - É benéfico porque menciona explicitamente o setor ferramenteiro na lei. O novo regime automotivo é válido para o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Penso que será necessário estendê-lo para um período mínimo de dez anos a fim de permitir o aprendizado, preparação e implantação de melhorias no parque fabril nacional e na capacitação de profissionais. Um período de cinco anos é insuficiente para formação de uma geração de novos empre-
Plástico Sul - Como presidente da Abinfer, de que forma a entidade tem reivindicado junto aos orgãos federais avanços para o segmento? Tem obtido resultados? Dihlmann - As ações da entidade são dirigidas para buscar o cumprimento do planejamento estratégico, que abrange os próximos 15 anos, com ações que envolvem melhorias em cinco pilares (capacitação, tecnologia, insumos, mercados e sustentabilidade) distribuídos no curto (até 3 anos), médio (de 3 a 8 anos) e longo prazos (de 8 a 15 anos). As propostas de estruturação do setor ferramenteiro englobam quatro macro-metas, a saber: reduzir o déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2017; gerar 2.000 empregos diretos de mão-de-obra altamente qualificada até 2017; ter superavit da balança comercial brasileira de US$ 200 milhões até 2026; e a mais audaciosa que propõe estar entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentais até 2026. Neste sentido uma equipe tem trabalhado incessantemente na busca de oportunidades de participação no desenho e construção de uma política forte e estruturada para o setor ferramenteiro nacional em diversas esferas. A proposta é de união. Temos mantido um relacionamento profissional com os órgãos governamentais e isso tem sido um grande diferencial. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) disponibilizou um profissional altamente competente para coordenar as atividades relacionadas ao setor ferramenteiro. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) agiu da mesma maneira. Assim temos buscado montar uma rede de colaboração efetiva, que objetiva trazer o melhor para todas as partes, de maneira >>>>
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PLAST VIP Christian Dihlmann democrática mas veloz. Temos sim obtido bons resultados. Plástico Sul - Como você avalia o empresariado do setor? A maioria é dinâmica e inovadora? Dihlmann - De maneira geral, o empresariado brasileiro não é preparado para a função de gestor de negócios. E no segmento de ferramentarias não é diferente. A grande competência é a parte técnica. E a falta de domínio nas técnicas de gestão é uma das maiores fraquezas dos ferramenteiros. Como todo profissional técnico, o ferramenteiro é movido por paixão pelo negócio. Assim, posso afirmar que, de maneira geral, o empresário ferramenteiro é dinâmico, mas pouco inovador. A falta de conhecimento e prática em planejamento não permite que ele se programe para pensar estrategicamente a empresa. Assim, ele vai “apagando o fogo” diariamente e não sobra tempo para pensar em inovar, melhorar processos, avaliar alternativas, vislumbrar novos negócios. Mas estamos
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trabalhando para reverter essa realidade. Plástico Sul - Como está o parque industrial nacional com relação a novas tecnologias? Dihlmann - Em um mundo globalizado, não há mais restrição à implantação de novas tecnologias. O que emperra o processo são os custos inerentes a esta implantação. E neste ponto precisamos avançar muito. Em uma análise macro, posso dizer que estamos em um nível medíocre de tecnologia. São raras as empresas que dispõe de recursos de usinagem em 4 ou mais eixos, que operam com altas velocidades de usinagem, que possuem sistemas de simulação reológica e/ou estrutural ou que tem equipamentos de prototipagem rápida. Essas são tecnologias já comuns em países mais desenvolvidos e, por consequência, mais competitivos. E nem estamos falando sobre manufatura aditiva. Plástico Sul - Quais são as oportunidades do momento? Dihlmann - O Brasil vive um momento bom
da economia nos últimos anos. A crise de 2008 fez com que algumas medidas econômicas fossem adotadas pelo governo federal, dentre elas o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que fixou a taxa do Finame em 4,5% ao ano. Com isso muitas empresas apressaram o passo na compra de injetoras e moldes, alavancando de maneira fantástica o setor nacional. Além disso, ações de entidades empresariais têm defendido junto aos órgãos do governo federal a perda de competitividade do setor de ferramentais. Também o país tem atraído diversas empresas que passam a operar no Brasil, entre elas expressivas montadoras de automóveis. Essas ações são indicadores de bons ventos e nos fazem acreditar que, nos próximos 5 anos, em conjunto com as ações de preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, teremos um crescimento sensível do setor ferramenteiro do país. A oportunidade aparece então na rapidez com que possamos nos adaptar e preparar para atender estas demandas. PS
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Plástico na Construção
O dono do terreno Enquanto em 2008 a construção civil consumia 13% da produção de plásticos no Brasil, atualmente 16% dos materiais transformados são destinados para esta indústria, demonstrando crescimento nas aplicações e um universo de novas oportunidades.
I
mpulsionado pela elevação da renda das famílias e pela maior oferta de crédito, o mercado da construção civil continua crescendo. Iniciativas do governo estão sendo muito positivas, como a redução de juros e redução de impostos, o que acaba chegando às lojas e aos fornecedores da indústria. Quem manifesta grande expectativa é a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, que projeta números de crescimento principalmente em segmentos específicos. “Revimos a expectativa de crescimento e esperamos um
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desempenho de 4% em 2012 sobre o ano passado, o que é bem positivo se levarmos em consideração que estamos vindo de uma série de crescimento recorde nos últimos 10 anos”, afirma o presidente da Anamaco, Cláudio Conz. Segundo o presidente da entidade o setor que apresentou maior desempenho em maio foi o de fechaduras (4,5%), seguido de argamassas e telhas de fibrocimento (2,5% cada). O gerente de Marketing Corporativo da Tigre, uma das gigantes no fornecimento de produtos plásticos para o setor, Guilhermo
Bressane também tem uma visão positiva do mercado, seguindo as previsões da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Material da Construção). Bressane ressalta que, nos quatro primeiros meses do ano, o crescimento foi menor do que o esperado, porém, em contrapartida houve um aquecimento das obras do programa Minha Casa Minha Vida e da Copa de 2014, além de um pequeno equilíbrio do emprego e da renda dos brasileiros. “Registramos um resultado significativo em vendas de produtos que vão desde a linha de esgoto até >>>>
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Plástico na Construção
sistemas de drenagem para as principais arenas que sediarão os jogos da Copa de 2014”, revela o executivo. A construção civil está entre as principais consumidoras de artefatos plásticos, junto com as indústrias de alimentos & bebidas e automobilística. Do total do valor da produção de transformados plásticos, 16% é destinado para este setor. “A construção civil sempre esteve entre os principais segmentos demandantes dos nossos transformados, porém em 2005 consumia 13% do valor da produção de plásticos, passando para essa ultima análise para 16%”, avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz Coelho. Para o dirigente, o plástico vem sendo cada vez mais utilizado tanto em soluções que vão "dentro da parede" como em tubulações e estruturas, e também em itens de acabamento e design. “A melhoria na demanda de artigos plásticos para construção civil pode ser reflexo dos jogos olímpicos, mas programas como o “Minha Casa, Minha Vida” também dão grande impulso à utilização do plástico como soluções para construções mais eficientes em termos de desempenho e uso de material. O Gerente de Marketing do negócio de Espumas da BASF Mariano Engelmann, também entende que o setor de construção civil está aquecido e resultando bons frutos este ano. “Acreditamos que nos próximos meses o mercado pode ficar ainda mais forte devido ao grande número de 16 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
Guilhermo Bressane, da Tigre: Copa do Mundo já começa a gerar resultados para a Companhia
obras em andamento e a projeção de crescimento do setor para o segundo semestre deste ano”. Mas o executivo salienta que neste segmento de espumas plásticas aplicadas para construção civil, o impacto do PAC e dos Jogos Olímpicos nas vendas poderá ser sentido com mais força nos próximos anos. “Muitas dessas obras ainda não saíram do papel e por isso os fornecedores deste mercado ainda não sentiram um grande aquecimento de vendas de seus produtos para essas obras”. Infelizmente parte do aumento da demanda por produtos plásticos na área tem sido absorvida por produtos acabados importados. A produção da indústria brasileira de transformados plásticos caiu 2,5%, enquanto o mercado continuou demandando, sendo abastecido principalmente pela alta nas importações, que de maneira geral foram de 20%. Outra preocupação do presidente da Abiplast são os preços das matérias-primas utilizadas pelos fabricantes de plásticos tanto voltados construção, quanto para os demais produtos. “O que se observa, e não é de hoje, é o fato dos preços domésticos de matérias-primas serem 30% mais altos do que os preços desses mesmos produtos no mercado internacional, sendo isso resultado da conjunção de fatores que
vão desde uma alíquota de importação alta, até políticas de antidumping que não servem como proteção a industria local e sim como um instrumento utilizado para reduzir a concorrência internacional na cadeia de matérias primas”, adverte Roriz. O dirigente salienta que tais procedimentos prejudicam a competitividade da indústria de transformação de plásticos, pois a matéria-prima representa cerca de 60% do custo de produção do produto transformado plástico.
PVC
Com a produção anual de mais de 450.000 toneladas de produtos, a Tigre está entre as maiores fabricantes de plásticos do Brasil. Atuando na área da construção civil, o Grupo produz 15.000 itens, sendo 5.000 tubos e conexões Brasil. Como grandes especialistas na transformação de PVC, a Tigre acompanha de perto das tendências deste mercado. “Hoje, a demanda por produtos de PVC na construção continua crescendo, mas já há algumas décadas que podemos considerar que este é o padrão do
mercado, principalmente quando falamos em condução de água e esgoto em instalações prediais”, diz o executivo da empresa, Guilhermo Bressane. Tanto a indústria da construção quanto seus consumidores buscam rapidez e praticidade, e estas necessidades vêm ao encontro dos benefícios oferecidos pelos materiais de construção que utilizam plástico na sua composição. Para o gerente de marketing corporativo da Tigre, estes fatores, aliados a custos cada vez mais competitivos e a frequente busca da sustentabilidade, tornam os materiais plásticos uma opção excelente, já que são altamente duráveis e recicláveis. “Investimos constantemente em inovação para trazer ao mercado que atende o consumidor final e construtoras produtos que atendem suas necessidades. Em 2011, por exemplo, lançamos 873 produtos em nosso portfólio, o que reforça essa nossa postura inovadora”. Preparada para absorver todas as demandas que surgirem nos próximos anos, a indústria da construção também está atenta a questões importantes e que estão na ca-
beça dos consumidores, como é o caso da sustentabilidade. No ano em que diversos países se reunirão, na Rio+20, para discutir a “Economia Verde”, o mercado brasileiro de construção civil mostra que essa não é uma preocupação nova. Com crescimento estimado em 5,2% pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo), o setor vem investindo em produtos com novas composições para garantir um desenvolvimento mais sustentável e atender a uma demanda crescente por produtos com diferenciais ambientais.A tecnologia tem sido uma forte aliada no lançamento de produtos que buscam preservar os recursos naturais e ao mesmo tempo trazer mais agilidade e qualidade para as construções. Neste cenário, o plástico se apresenta como uma fonte de soluções para o setor.“A construção civil é uma área de importância estratégica para o desenvolvimento do País e que se mostra em constante desenvolvimento desde o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento, Programa Minha Casa Minha Vida e com a vinda da Copa do Mundo >>>>
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Plástico na Construção e das Olimpíadas para o Brasil. Para apoiar esse crescimento, apostamos na expansão de nosso negócio e no consequente aumento do fornecimento de matéria-prima”, afirma Marcelo Cerqueira, vice-presidente da Unidade de Vinílicos da Braskem. O PVC, já muito usado na construção para a produção de tubos e conexões, começou a ganhar aplicações diferentes. Em novembro do ano passado, Global Housing, DuPont e Braskem firmaram parceria inédita para lançar no mercado brasileiro um novo conceito para construção residencial e comercial usando como base o PVC. Apresentada como ‘Casa de Concreto PVC’, a tecnologia representa uma forma inovadora e rápida para construir, em escala industrial, diferentes tipos de edificações. O sistema proporciona a redução em perdas por entulho e desperdício de materiais, como a madeira, muito utilizada na construção civil. Economia no consumo de água e energia na obra e elevado ganho de produtividade são também vantagens do produto. Outros fatores que se destacam neste
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sistema são a rapidez na construção, sendo possível erguer uma casa com acabamento completo em até uma semana (pelos métodos tradicionais é necessário um período de 90 dias), durabilidade, facilidade de limpeza e conservação e baixa manutenção. As telhas também estão sendo produzidas com o PVC. Além dos diferenciais técnicos, inerentes à resina, como resistência a agentes químicos, leveza e durabilidade, as telhas de PVC se mantêm estáveis às tempestades, granizos e outras intempéries. Frente às variações de temperatura, sua estabilidade estrutural e de cor são superiores às telhas convencionais. Além disso, o produto é ambientalmente correto, já que o PVC é totalmente reciclável e pode ser uma alternativa mais ecoeficiente em relação a outros materiais.
Origem renovável
O polietileno produzido pela Braskem a partir do etanol de cana-de-açúcar também fez sua estreia no mercado da construção neste ano. O produto está sendo
utilizado pela Tigre na fabricação da nova linha de grelhas, que passa a ser chamada de Grelha Ecológica Tigre. A resina também é utilizada desde novembro de 2011 nos cabos elétricos Afumex Green. Produzidos pela Prysmian, são os primeiros cabos ecológicos do mundo. O “polietileno verde” tem como principais características ser de fonte renovável e absorver CO2 da atmosfera – gás causador do efeito estufa – durante o seu processo produtivo. Para cada tonelada do plástico produzida, até 2,5 toneladas de CO2 são retirados da atmosfera. O plástico também está sendo usado para conferir mais agilidade e qualidade em obras de saneamento pelo Brasil. Os poços de visita, conhecidos tradicionalmente como bueiros, feitos de polietileno, estão sendo produzidos com tecnologia moderna, tornando as tarefas de instalação e manutenção mais simples, econômicas e ecologicamente corretas. Uma das características dos poços de visita de polietileno linear é a durabilidade, já que >>>>
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Plástico na Construção FOTOS: DIVULGAÇÃO
Acima: o plástico é cada vez mais usado tanto em soluções que vão "dentro da parede" como em tubulações e estruturas Abaixo: as variadas aplicações são resultados dos benefícios do material como leveza e durabilidade
possuem excelente resistência a quebra sobre pressão e resistência de impacto. Com isso, estão menos sujeitos a fissuras e orifícios que levam ao vazamento, evitando contaminações do solo. “Nosso portfólio de produtos lançados nos últimos anos demonstra o trabalho incansável de nosso Centro de Tecnologia e Inovação para se manter à frente das tendências do mercado e encontrar soluções inteligentes e sustentáveis para contribuir com os desafios dos nossos clientes”, disse Luciano Guidolin, vice-presidente da Unidade de Poliolefinas da Braskem. 20 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
Espumas plásticas
Conseguir semear a ideia de isolamento térmico no Brasil, divulgando os benefícios e economias conquistados quando se utiliza um sistema construtivo com isolamento térmico em uma região de clima tropical, é um dos grandes desafios da Basf. O Gerente de Marketing do negócio de Espumas da BASF Mariano Engelmann explica que na cultura nacional, o isolamento térmico não é um fator primordial como é na Europa ou nos Estados Unidos. O mercado de construção civil brasileiro é acostumado a utilizar os mesmos insumos e métodos para realização de suas obras devido aos custos envolvidos. “Nosso
grande desafio é mostrar que uma obra feita com isolamento térmico rende grandes benefícios desde a compra da matéria-prima, até a entrega da obra pronta, tanto na parte qualitativa, quanto na parte de custos da construção e utilização dos recursos para o consumidor final”, diz o executivo. A área de espumas plásticas da BASF fornece o Styropor® (Poliestireno expansível) para o segmento de construção civil. Engelmann garante que este produto traz benefícios como rapidez na obra, redução de mão-de-obra, além de beneficiar a logística e manuseio do produto. O EPS é um dos isolantes térmicos mais eficientes do mercado, sendo compatível com qualquer projeto devido a sua versatilidade de aplicação. “Além disso é uma matéria-prima leve, possui resiliência elevada, estabilidade dimensional, tem uma excelente resistência mecânica e dissipa tensões concentradas sem romper-se”, afirma o gerente de marketing, destacando ainda que é um produto de excelente uso/manuseio, sustentável e 100% reciclável. “Traz maior proteção contra umidade e variações de temperatura, criando espaços saudáveis, confortáveis e sustentáveis”, acrescenta. Além deste produto, a BASF tem no portfólio para construção civil o Neopor®, que é considerado a evolução do Styropor. A diferença é percebida primeiramente na cor: cinza prateado, pois o grafite é incluído na sua formulação. Este diferencial absorve e reflete a radiação térmica superando o isolamento do Styropor em até 30%. As aplicações possíveis para os dois produtos fabricados pela Companhia são amplas e diversificadas. Engelmann explica com detalhes cada possibilidade. - Sistema construtivo ICF (Insulating Concrete Forms): Utilizado na construção de paredes, é um sistema de blocos que se encaixam facilmente uns aos outros, tornando a obra mais leve e rápida. Depois de montados, os blocos são
preenchidos com concreto para estruturação da parede. A utilização desse sistema assegura uma excelente estrutura com um alto poder de isolamento, e que pode ser utilizado em regiões frias ou quentes. - Sistema construtivo EIFS (External Insulation Finish System): Utilizado para paredes já existentes, são placas de EPS aplicadas nas paredes externas e fachadas. Podem ser fornecidas em diferentes espessuras, adaptando-se a necessidade de isolamento. Também pode ser utilizado em regiões frias ou quentes. - Sistema construtivo “Sandwish Panel”: Trata-se de um painel modular que consiste em duas malhas de aço galvanizado, ligados por conectores com uma placa de EPS. Depois de pronto, o painel recebe como finalização uma camada de concreto projetado, deixando a parede pronta para o acabamento fino. Também pode ser utilizado em regiões frias ou quentes. - Telhas com núcleo de EPS: São telhas de aço recheadas de EPS que proporcionam maior conforto térmico dentro dos ambien-
tes. Com essa tecnologia é possível chegar a uma redução de até 30% no consumo de energia. Também pode ser utilizado em regiões frias ou quentes. - Lajes em EPS: O EPS funciona como elemento de enchimento na laje, proporcionando uma estrutura mais leve. A laje passa então a trabalhar como uma grelha de várias seções “T” de concreto. Utilizando EPS nesta aplicação é proporcionada uma laje plana com excelente isolamento térmico. - Forros em EPS: O forro de poliestireno expansível é modulado e econômico. Possui bom desempenho térmico, além de diversas opções de espessura, modulações e bordas. - Geofoam: Utilizado para estabilização de solos moles através de blocos de EPS, ele é considerado uma excelente solução geotécnica. Essa aplicação se baseia no equilíbrio de cargas no aterro ao substituir todos os materiais pesados por EPS, de forma que o solo mole sofra somente o impacto do peso da estrutura de pavimentação. Seu baixo peso aliado à boa resistência mecânica o torna ideal para utilização em aterros na
construção de estradas, além de proporcionar execução fácil e rápida.
Casa E
Para mostrar seu portfólio e as aplicações existentes hoje no mercado de construção civil para o Brasil, a BASF está construindo a Casa E. O Brasil é o décimo país a realizar este projeto, que tem como maior objetivo mostrar a BASF como uma empresa fornecedora de soluções sustentáveis e eficientes para o mercado de Construção Civil. A BASF lançou a pedra fundamental da Casa E em 7 de Março deste ano. “Este é o primeiro projeto de casa Ecoeficiente no país que utilizará os produtos e tecnologias mais sustentáveis do portfólio BASF”, explica o executivo da empresa. A Casa E terá um conceito de casa “viva” situada em um espaço de 400 m2, na Avenida Vicente Rao, zona sul de São Paulo. “O nosso Neopor estará presente na Casa E! Ele está sendo utilizado nas paredes através da aplicação ICF e como enchimento das lajes da casa”, finaliza Engelmann. PS
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A hora é esta
P
ode até parecer chavão ou um tema batido, mas a competitividade está cada vez mais em pauta. O acirramento da disputa pelo mercado, principalmente com o crescimento a importação de transformados plásticos, está colocando a indústria nacional de transformação de plásticos em cheque. É preciso ser mais competitivo para não perder mercado. Mas como é possível se tornar mais competitivo diante dos altos custos de energia elétrica, da elevada carga tributária, dos altos preços das resinas, entre outros obstáculos enfrentados pelos convertedores brasileiros. A receita é investir na redução de custos e desperdícios, ampliar a produtividade e a
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Busca pela competitividade leva empresas a ampliarem investimentos em periféricos para automatização do processo produtivo.
qualidade do produto final. É justamente neste cenário que a automação está cada vez mais ganhando espaço no processo produtivo da empresas. Até então o que era considerado luxo ou supérfluo por muitos empresários, está sendo visto como elemento necessário para ampliar o seu negócio ou até mesmo para mantê-lo em atividade. O processo de automação vai desde o alimentador até o robô, que na atualidade está conquistando o seu lugar em empresas de todos os portes. O gerente de vendas da Ineal, Marcel Brito, confirma que é muito difícil para o transformador nacional sobreviver hoje em dia por conta dos baixos preços praticados pelos concorrentes importados. “Para
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DESTAQUE Automação
Por Gilmar
Bitencourt
continuar competitivo a empresa não pode errar, precisa ser altamente produtiva, ter qualidade, ter pouco desperdício e reduzir seus custos de produção ao máximo”, afirma. Brito acrescenta que a automação vem de encontro a todas essas necessidades pois oferece soluções para melhoria do processo, “substituindo a mão de obra sem qualificação e trazendo organização e limpeza ao ambiente fabril”, comenta. Esta mudança de comportamento da indústria do setor está sendo evidenciada inclusive pela indústria da robótica. A engenheira de vendas da Stäubli, Ana Claudia Aghazarian, comenta que a necessidade por competitividade para sobreviver no mercado está ampliando a conscientização por parte dos empre- >>>>
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DESTAQUE Automação
sários sobre a importância da automação em suas fábricas. Salienta que a demanda por robôs pelas indústrias do plástico aumentou muito e de uma forma bastante significativa em um curto espaço de tempo. “A preocupação vigente é a solução que trará o resultado desejado em ambiente de crise. E esta solução inevitavelmente envolve automação deixando de lado a compra pura e simples de uma máquina”, acrescenta. O diretor geral da Wittmann, Reinaldo Carmo Milito , comenta que os empresários já perceberam que a automação é a saída para se produzir com qualidade e cadência constante, com o objetivo de buscar melhores custos. “Os equipamentos de automação, dentre os quais o robô se enquadra, deixaram de ser um luxo, na verdade nunca foram. Em muitos casos, eles são uma extensão da injetora, não se concebendo a ideia de se produzir sem eles”, salienta. Como exemplo, Milito cita a injeção de para choques, ou de uma hélice de radiador com um inserto metálico. “Não dá para imaginar um operador ficar colocando os insertos metálicos nas cavidades dos moldes e ficar abrindo e fechando porta da injetora. Portanto, a automação é uma questão básica para a sobrevivência da empresa nos segmentos mais concorridos”, destaca o diretor.
Investimento em robótica
Conforme a Dal Maschio, que atua no mercado brasileiro desde 1992, nos primeiro 10 anos de atividade da empresa no país, o principal motivo que levava os transformadores nacionais a investirem 24 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
em automação da manipulação de peças (robotização) era a busca de aumentos de produtividade e de repetibilidade de processos. “Nos anos 90 o índice de automação no Brasil era ainda muito baixo e muitas empresas acreditavam que automação era apenas para montadoras e grandes grupos”, conta o diretor comercial da empresa, José Luiz Galvão Gomes. Segundo o diretor, a partir de 2003, com a “crescente e irreal valorização do nosso Real, as empresas começaram a buscar automação também em função da necessidade de se reduzir os custos fixos e com a mão de obra alocada nos processos, cujo custo a cada ano tem crescido de forma crítica e hostil a competitividade”. Diante deste quadro e face ao exponencial crescimento das importações (que ocorrem devido a anos de cambio sobrevalorizado), Gomes comenta que a indústria tem encontrado na automação uma necessidade e não uma opção. “Afinal, o custo da hora trabalhada em um robô chega a custar menos de dez vezes o custo de operadores. E com maior eficiência, segurança e repetibilidade”, observa. Neste sentido o diretor fala que hoje em dia a maioria dos empresários quando efetuam projetos de compras de injetoras de plásticos já incluem o investimento em a automação (robôs, quando necessários). “A produção com a retirada manual de peças está acabando no Brasil. Quem não automatizar acabará saindo naturalmente do mercado”, prevê Gomes. Reinaldo Milito, da Wittmann, também destaca esta nova visão das empresas do setor e explica que, atualmente, devido
Fábrica da Dal Maschio, que desde 1992 atua no mercado brasileiro de automação
às facilidades de se obter informações globais, os empresários não focam somente os bens produtivos, como se fazia antigamente. O executivo observa que já é comum, nos projetos atuais, se discutir uma célula de produção, buscando-se soluções de produtividade, qualidade e cadência. “Nesse caso se considera a melhor opção produtiva com os periféricos que garantirão estas exigências”, observa. A engenheira de vendas da Stäubli enfatiza que a automação no que diz respeito à robótica auxilia as indústrias em momentos de crescimento e de crise. Aghazarian destaca que em ambos os cenários a automação flexível oferecida através dos robôs indutriais permite o corte de custos sem perder qualidade. “Pelo contrário, se ganha produtividade”, comenta. A representante da empresa acrescentam que atualmente se faz em uma única estação, atividades que se encontram em diferentes locais no chão de fábrica. Como exemplo cita que, aproveitando melhor o tempo de máquina fechada (no caso de injeção), um único robô pode fazer a carga e descarga da máquina, rebarbar a peça, a inspeção e até mesmo embalar o produto concluindo o ciclo. “Isto significa, não somente valor agregado ao produto como também a diminuição de estoques intermediários e menor espaço ocupado dentro da fábrica”, afirma.
Atendendo a demanda
Para atender a esta demanda do mercado a Dal Maschio tem buscado aumentar cada vez mais a flexibilidade dos seus equipamentos possibilitando o uso dos robôs nos mais variados setores e funções. “Tudo isso com um sistema de programação simples e amigável”, salienta Gomes. De acordo com o diretor, a DM além da produção de equipamentos, também tem encorajado as empresas a buscarem novas soluções para velhos problemas. Entre as várias funções hoje realizadas pelos robôs produzidos pela indústria, destacam-se a extração e empilhamento
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Entre os equipamentos, Stäubli apresenta aos clientes Robô com seis eixos
de peças, corte de canal, etiquetagem, montagem de insertos nos moldes, montagem de decorações nos moldes, entre outras. “Temos também desenvolvido equipamentos para uso em outras funções como paletização de caixas em final de linha, automação de termo formadoras, alimentação de peças em centros de usinagem, etc.”, complementa Gomes.
Previsão de crescimento
A Stäubli está apostando no potencial do mercado brasileiro, sendo que na visão da engenheira do departamento de vendas da empresa, o índice de automação nas indústrias do plástico no brasil ainda é baixo, “mas com uma enorme tendência a aumentar expressivamente em pouquíssimo tempo, como já vem acontecendo”. Segundo Ana Claudia Aghazarian, a hora da automação é esta. A empresa oferece robôs de 4 e 6 eixos, para uma ampla gama de aplicações. “Entre os nossos diferenciais temos um pacote que oferece a solução completa para a Indústria do Plástico,sempre com foco no aumento de produtividade e diminuição de setup”, informa a representante da Stäubli. O pacote engloba, troca rápida de moldes, placas de multi acoplamento, robôs de 4 e 6 eixos com software Val Plast específico para injetoras. Também conta com interface Stäubli do robô com a Injetora de acordo coma norma padrão Eu- >>>> << Junho de 2012 < Plástico Sul < 25
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DESTAQUE Automação
romap 12/67, importante para a redução deciclo (troca de sinais mais rápida e eficiente) e intertravamento de segurança. Outra novidade da indústria é o robô ultra rápido TP80 de 4 eixos que pode chegar a 200 picks por minuto.
Evolução da mecatrônica
Com o objetivo de ampliar a sua participação neste mercado em evolução, Reinaldo Milito informa que os produtos desenvolvidos pela Wittmann seguem uma tendência mundial, acompanhando a evolução no campo da mecatrônica. “Buscamos constantemente adequar nossos equipamentos com o que há de mais atual na área da eletrônica, tendo como objetivo principal baixar custos e tornar os equipamentos mais duradouros, fáceis de serem
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Uma das soluções em robótica fabricada pela Shini, que oferece manipuladores e robôs
operados e ecologicamente adequados no tocante ao consumo de energia elétrica”, comenta o diretor. O carro-chefe da empresa é o modelo W-821 com cursos máximos no sentido longitudinal de 550mm, no vertical 1200 mm e no transversal de 1500 mm a 4000 mm, indicado paraoperar em injetoras com até 400 t de força de fechamento e carga de até 10 kg. De acordo com Milito, o conjunto servo motor/redutor e componentes mecânicos do equipamento permitem movimentos suaves sem vibrações com precisão de 0,1mm de posicionamento e acelerações que fazem com que esse robô atenda a maioria dos ciclos de injeção. “Seupainel de comando com tela “touchscreen” e possibilita um manuseio simples e fácil e seu software com programação livre, permite ao programador executar os movimentos conforme sua necessidade sem a necessidade de um programa pré-estabelecido”, comenta. O software padrão do equipamento permite fazer interfaces com operações
adicionais como, corte de canal, colocação de insertos, colocação de labels (IML) ecomando/controle de dispositivos periféricos. Também possuí recursos de programação que facilitam a operação como o ECOMODE que ajusta automaticamente as velocidades dos eixos de acordo com o ciclo da injetora, e o SMARTVACUUM para os casos em que não existe uma precisão na posição de abertura do molde. Através de sensores, o robô localiza a pega da peça e executa normalmente a rotina através do monitoramento inteligente do vácuo.
Soluções de automação
A Shini destaca que a evolução que está passando a indústria de transformação de plásticos no sentido de automatizar os seus processos e de qualificar os produtos é baseada principalmente na exigência do mercado. Conforme Tatti Maeda, do departamento de Marketing da empresa, existe um crescimento significativo de demanda em alguns segmentos da econonia, “como os setores de cosméticos e produtos de higiene pessoal”. Diante desta realidade, ela comenta que as embalagens desses produtos vão além do simples condicionamento do produto, mas também na parte estética. “Colocar cor e formas diferenciadas, gera crescimento no uso de novas tecnologias , investimentos na aquisição de equipamentos torna-se um quesito quase que obrigatório”, observa. Maeda desta que as indústrias que procuram renovar e manter sempre bem equipada sua produção se tornam mais competitivas.
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Equipamento Wittmann: produtos da companhia seguem tendência mundial, conforme Milito
Seguindo esta tendência, a representante da empresa informa que a Shini Brasil, em 2011, trouxe para o mercado brasileiro várias soluções de automação e em 2012 está reforçando esta iniciativa, com o lançamento de robôs e manipuladores. “A cada nova Feira do setor, levamos e demonstramos todas as suas funcionalidades, promovendo a quem nos visita uma avaliação concreta, a respeito da agilidade e garantia de qualidade do sistema de automação”, acrescenta. A executiva conta que a empresa oferece ao mercado uma linha de manipuladores e robôs, com 1 a 5 eixos servo motor. “Todos os componentes utilizados são referências no mercado, um exemplo é o servo motor da marca Panasonic”, salienta. A próxima participação em feira já confirma pela Shini é na Interplast 2012. A exposição ocorre de 20 a 24 de Agosto, na cidade Joinville (SC). “Participaremos com toda nossa linha de máquinas e periféricos”, observa Tatti Maeda.
Mercado em alta
As atividades básicas da área produtiva também passam por um processo crescente de automatização. Segundo o diretor da Rax, Daniel Ebel, o uso de equipamentos para alimentação, dosagem, desumidificação, moagem e armazenagem de resinas plásticas implica em significativos ganhos nos custos de produção e de qualidade do produto final. “Isto em qualquer cenário é imperativo para a competitividade”, comenta. Ele fala que atualmente o mercado tem buscado intensamente estes equipamentos, “o que faz com que a demanda continue em alta no setor”. Nesta linha de equipamentos, o diretor destaca que praticamente 100% da grandes empresas já estão automizadas. “As demais, estão em 50%, o principal fa-
tor limitante ainda é o acesso ao crédito competitivo por esta empresas”, observa. A conscientização é muito elevada. O uso intensivo de periféricos é o passo seguinte a modernização do parque de máquinas principais, quando isto não é feito simultaneamente. Ebel comenta que a Rax está em constante desenvolvimento de equipamentos para atender o crescimento da automação das indústrias do setor plástico. A últimas novidades da empresa, são os dosadores gravimétricos de grande porte (1.000 kg/h e 6 componentes) e a atualização dos comandos da linha de desumidificadores.
Escolha certa
Para vice-presidente da Piovan, Ricardo Prado, a automação executada corretamente aumenta o controle e a estabilidade de processo, reduzindo perdas e ampliando a produtividade da máquina transformadora. Destaca também que o uso de periféricos pode oportunizar a redução do consumo energético até mesmo da própria máquina injetora, em certos casos. Prado comenta que as vantagens dos periféricos já estão bem difundidas e a maioria dos empresários ou responsáveis por uma operação de transformação de plásticos já inclui nos seus planos de expansão ou de novas unidades, um projeto de aplicação de periféricos. Porém ele salienta que nem sempre os transformadores fazem a escolha certa do periférico, para a aplicação desejada, o que pode afetar o resultado final em termos de produtividade >>>>
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Dosador volumétrico da RAX faz parte do portfólio da empresa
ou consumo energético. “Por isso, a minha recomendação é sempre de se tratar um projeto destes com ajuda de engenheiros ou de um departamento de engenharia, para poder garantir a melhor solução e, portanto, o melhor resultado final”, aconselha. O vice-presidente observa que a Piovan conta em seu portifólio com uma ampla gama de produtos. Entre as novidades, ele destaca o novo dosador Lybra G, que é gravimétrico de alta precisão, para dosagem de masterbatch. “Este equipamento, que conta com a tecnologia por perda de peso e propicia uma redução importante no consumo de masterbatch em relação aos dosadores tradicionais, que gira em torno de 20%”, observa. A Piovan também está oferecendo equipamentos para transporte e dosa-
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DESTAQUE Automação
gem de pós, utilizando a tecnologia da alemã FDM, que é uma empresa do grupo Piovan. Conforme Prado, estes equipamentos são destinados, principalmente, para o mercado de PVC em pó.
Atenção na hora da compra
O gerente de vendas da Ineal também destaca que na hora de adquirir os
equipamentos é importante fazer uma análise detalhada, que leve em consideração o que será produzido, a demanda desejada e as características de processo do polímero empregado. “O conjunto de fatores pode contribuir para uma linha mais ou menos eficiente, não adianta ter uma máquina de primeira linha se os acessórios não acompanharem o rendimento da mesma”, reforça Brito. Neste sentido o executivo destaca que a Ineal apresenta soluções completas para o transporte, secagem, mistura e dosagem “dos mais diferentes tipos de polímeros utilizados pelos transformadores nacionais”, salienta Brito. A empresa, através da Joint Venture Ineal Syncro, conta agora com dosadores gravimétricos das linhas Easy Batch e Syline, “equipamentos consolidados na Europa e agora com fabricação nacional, sem dúvida a melhor alternativa para o transformador que necessita de precisão em sua mistura e um controle rígido no seu processo, esses
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Marcel Brito, da Ineal, destaca os principais equipamentos oferecidos pela empresa
Espaço em aberto
equipamentos proporcionam um aumento significativo na qualidade do filme, aumentam a produtividade da máquina e reduzem drasticamente os desperdícios, pois garantem com exatidão a homogeneidade no peso de cada metro do produto”, salienta. Além dos sistemas de dosagem, a Ineal lançou a linha de controle de espessura que passa por anéis de ar automáticos, destaque para o Flyer, que segundo Brito, garante a espessura por igual em todo filme e pode aumentar a produção da extrusora em mais de 70%. “Através desse recurso o transformador pode, em uma máquina, ter a produção de quase duas e ainda melhorar a qualidade do seu produto final”, complementa. Na linha de alimentação, a empresa oferece os alimentadores especiais para transporte de material moído, próprio para empresas de recuperação, “onde os consumos são muito altos e existe a necessidade de muita mão de obra humana para abastecimento das máquinas”, comenta o gerente. Os alimentadores para PVC em pó também são marca registrada da Ineal, que produz sistemas completos para transporte e pesagem desses materiais, “dessa forma diminui-se a propagação de pó dentro da área fabril e torna o processo automático e menos passível de erro”, fala Brito.
Para o chefe de produto, de pequenas e médias automações, da Schneider Electric, José Francisco Neto, a automação industrial possui várias vertentes de auxilio no sentido de tornar a transformação de plástico nacional mais competitiva. Entre elas destacam-se a redução de custos (por meio de eficiência energética), redução de mão-de-obra e aumento da produtividade. De acordo com o executivo estas vertentes diminuem o custo por unidade produzida, aumentam a flexibilidade da produção, fazendo com que haja maior customização e rapidez para o cliente final da indústria plástica. “Isto acontece por meio de set-ups de máquinas mais rápidas, receitas de produção e visualização de informações de chão-de-fábrica no nível gerencial”, salienta. Conforme Neto, a grande presença de automação no setor de transformação de plásticos ainda está associada à automação presente nas máquinas injetoras. “O que temos presenciado é que fabricantes destes equipamentos ainda não estão liderando a adoção das tecnologias possíveis que a automação dispõe hoje”. Complementa que os principais investimentos da área estão associados às maquinas. “Atualmente elas possuem o necessário em automação, o que abre espaço para muitas inovações no mercado, no sentido de automação do processo produtivo”, observa o chefe de produto. Neste sentido, a Schneider Electric vem desenvolvendo vários produtos para atender esta demanda. Um exemplo disso é o lançamento oficial do novo controlador de máquinas industriais M218, anunciado pela empresa para o mês de agosto deste ano. “O produto é compacto e possui excelente relação custo-benefício. Nele estarão incorporados os modelos 24 e 40 IOs e será expansível até 240 IOs”, explica Neto. Ele comenta que alguns modelos já vêm com entradas e/ou saídas analógicas incorporadas, para aplicações de controle de inversores de freqüência e monitoramento de temperaturas. ‘Outros >>>> << Junho de 2012 < Plástico Sul < 29
DESTAQUE Tema já têm porta de comunicação EtherNet incorporada, provendo conexão acima do chão-de-fábrica, disponibilizando informações de produtividade das maquinas para níveis gerencias e tomadas de decisões mais rápidas”, complementa.
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Dados em tempo real
O processo de automação vai além da parte operacional das máquinas, envolve também o apontamento de dados. Segundo a gerente comercial da Comm5 Tecnologia, Fabiana Voltolini, o controle
automático de produção faz com que a empresa tenha os números da sua produção na mão em tempo real, permitindo os gestores visualizar os problemas e combatê-los para melhorar sua produtividade e principalmente diminuir seu preço de custo, aumentando sua lucratividade e se mantendo competitivo no mercado. Conforme a gerente, com relação à área de máquinas, a automatização das empresas pode chegar a 80%, “porém no que tange o gerenciamento e dados confiáveis da produção, 40% das empresas tem esses dados hoje”. Ela comenta que a maior preocupação dos empresários está focada nas máquinas que geram receita para as indústrias, mas acrescenta que uma grande parcela das empresas precisam ter uma melhor apresentação do processo de controle de sua produção, “para entender a eficiência real de sua fábrica e quão ela pode ser melhor produtiva”. A proposta da Comm5 vem de encontro com esta carência do mercado. A empresa desenvolve equipamentos para automação industrial, controle e segurança e comercial e também oferece a parte de software para seus equipamentos. Para o controle de produção oferecemos a Solução Visão, composta por um microterminal inteligente, placa de captura e software Visão desenvolvido pela Comm5. “Nesta solução o cliente tem segurança das informações captadas, monitora sua produção on line de qualquer lugar que estiver através de computador, celular, Ipad, etc. Com os gráficos apresentados os gestores conseguem facilmente acompanhar sua produção e interver nos problemas no exato momento que eles acontecem”, explica Fabiana Voltolini. PS
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Sacolas
Batalha vencida Enquanto em São Paulo as sacolas plásticas voltaram a ser distribuídas gratuitamente pelos supermercados, no Rio Grande do Sul é lançada campanha de consumo consciente.
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ecentemente o governo do Estado do Rio Grande do Sul assinou o decreto que regulamenta a Lei 13.272/09 sobre sacolas plásticas. A Lei define que os supermercados do varejo gaúcho deverão fornecer ao consumidor somente sacolas plásticas fabricadas sob as especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Com esta medida, as sacolinhas terão melhor qualidade e se evita o consumo exagerado e o desperdício, uma vez que inibe a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados. Na mesma ocasião, aconteceu o lançamento da campanha “Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente”, promovida pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Ministério Público Estadual e Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio/RS), que tem como objetivo orientar e educar a população do estado quanto ao uso consciente das sacolas plásticas. Entre as ações, está o treinamento de empacotadores, operadores de caixa e supervisores para que orientem a população a evitar o desperdício de sacolas. A campanha visa reduzir em 20% o uso das sacolas plásticas no varejo gaúcho. A iniciativa mantém a distribuição gratuita das embalagens, mas pretende evitar o consumo de 300 milhões
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de unidades no período de um ano. Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a cobrança pelas sacolas poderá ser discutida "no futuro", mas a entidade optou por uma saída alternativa agora para não transferir o ônus da medida exclusivamente aos clientes. De acordo com ele, apenas 3% dos consumidores gaúchos utilizam as sacolas retornáveis, que já são cobradas. Longo não concorda em "marginalizar" as sacolas plásticas como vilãs ambientais porque elas também são usadas para acondicionar lixo e equivalem a apenas 40% de todas as embalagens de plástico usadas pelos supermercados. Sem o produto, os consumidores ainda gastariam mais R$ 15 por mês, em média, para comprar sacos específicos para o lixo, explicou. A campanha incluirá a distribuição de cartazes explicativos nas lojas, a impressão de um selo educativo nas próprias sacolas e o treinamento de empacotadores para estimular o uso racional das embalagens. O setor espera, para os próximos dias, a entrada em vigor da lei estadual que determina o uso de sacolas mais resistentes (para seis quilos de mercadorias), o que também vai contribuir com a campanha, afirmou Longo. Segundo ele, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões por ano, com a compra de 1,5 bilhão de sacolas plásticas. Mesmo com a redução do consumo, porém, o valor não
deverá ser alterado porque as embalagens mais resistentes custarão mais caro do que as atuais, disse. Para a coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor no MP, Têmis Limberger, a campanha Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente, que incentiva a redução do uso sem proibir o fornecimento de sacolas plásticas, é compatível com o momento de amadurecimento da sociedade gaúcha. "Queremos evitar a marcha e contramarcha que houve em São Paulo, onde as sacolas foram proibidas e tiveram de voltar atrás". Para a promotora, a ação levará os consumidores à reflexão e à redução do uso de outros materiais poluentes. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico (Sinplast) no Estado do Rio Grande do Sul, Alfredo Schmitt, é categórico ao afirmar que não há uma alternativa mais sustentável que as tradicionais sacolinhas. Ele explica que as opções encontradas até o momento não são viáveis para a adoção em larga escala.“Não existe alternativa melhor ou que não cause ônus ao consumidor. A sacola biodegradável esbarra na falta de disponibilidade de matéria-prima, e a eco bag é importada do Vietnã, gera emprego lá e desemprego aqui. Já as caixas de papelão são inviáveis para o consumidor "que carrega as compras a pé ou de ônibus", disse. PS
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Foco no Verde
SIMPEP apresentou produtos com material reciclado na Feira Reciclação
O SIMPEP -Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná- reuniu sete associados em seu estande na Feira Reciclação, que aconteceu no ExpoUnimed Curitiba, em junho. As empresas apresentaram as infinitas aplicações e funcionalidades do material plástico reciclado e mostraram os produtos que fabricam aos visitantes da feira. Uma das participantes foi a Madeplast, que fabrica uma madeira ecológica, que mistura plástico reciclado proveniente do lixo urbano e do descarte da indústria e de sobras das madeireiras e serrarias. O material pode ser utilizado em decks, pergolados, coberturas, painéis, fachadas e acabamentos. Especializada em peças plásticas sopradas, a Goodmann apresentou os seus produtos que utilizam polietileno reciclado, como as embalagens de 5l, 20l e 50 litros, além de reservatórios de aspirador de pó e reservatórios de água do limpador de para-brisa, caminhão e ônibus, dutos de água para geladeiras e dutos de ar para motores de carros. No mercado há cinco anos, a Ecologic faz a reciclagem do plástico, transformando o material pós consumo em matéria-prima para a indústria de transformação. A empresa AMK produz PVC flexível e também possui uma linha econômica, que utiliza material reciclado. Com qualidade e um preço acessível, a AMK fabrica materiais para linha branca, automobilística e móveis de escritório. A Resinea trabalha com granulado de polipropileno pós-industrial para substituir o material virgem com a mesma qualidade. O diferencial da empresa é 34 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
fornecer um material limpo e com cores diferentes e vivas. Segundo a presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias, participar de um evento como este é uma oportunidade de mostrar a importância e as tendências plásticas sustentáveis. “O plástico é um material 100% reciclável e possui uma aplicabilidade infinita, dependendo da criatividade e da vontade do homem. O mais importante é priorizarmos a reutilização e a reciclagem deste material que é sinônimo de modernidade, economia e limpeza”, afirma.
Nike lança chuteira ecológica feita de PET
Numa tentativa de provar seu compromisso com a criação de produtos concebidos de forma sustentável, a Nike criou uma nova chuteira de futebol chamada Green Speed, que está sendo apontada como o sapato mais ecofriendly da marca e também o mais leve. Ao longo de seu corpo, ela possui materiais renováveis e reciclados. De acordo com a empresa, o revestimento interno e a placa de tração são feitos com um material vegetal derivado 97% da mamona. Já o cadarço da chuteira e a língua são feitas com um mínimo de 70% de materiais reciclados, que incluem garrafas PET e poliéster. Não é só o meio ambiente que agradece. As chuteiras são 15% mais leves que os modelos tradicionais do mercado por causa do uso da mamona – elas pesam apenas 160 gramas (cada pé, tamanho 40,5), o que dá agilidade para o jogador.
Cuecas samba canção
Uma empresa recentemente criou uma cueca samba-canção
INFOGRÁFICO
feita com restos de garrafa pet e lixo de confecção. A aposta de uma confecção de lingerie masculina é que a consciência ambiental dos homens seja maior que a desconfiança e eles usem cuecas recicladas – e até as comprem pela internet, sem conhecer o tecido. "Usamos lixo de tecido, que volta em forma de tecido novo", diz o dono da empresa, Renato Adissi. A estratégia de convencimento da empresa é a aparência "rústica" e a consciência de que garrafas pet e restos de tecido poderiam estar no lixo, gerando passivos ambientais, mas estão tendo novo uso. "Acho demais, bem diferente e tem um toque muito gostoso", garante Adissi, que espera vender 5 mil peças até o fim do ano – "um mercado exclusivo". Segundo ele, a New Capitain é a única empresa do país a fabricar esse tipo de cuecas samba-canção, que poderão ser compradas na loja online da marca e em revendedoras de lingerie. Ele explica que 70% das fibras do tecido vêm das garrafas pet e os outros 30% vem dos restos de tecido de confecção, que são desfibrados – ou seja, desconstruídos – e viram um outro tecido. "É um ciclo sem fim, por isso é ainda mais sustentável", diz Adissi, que também vende os retalhos da sua produção por cerca de R$ 15 a tonelada. Fazer uma cueca reciclável é mais caro que uma com tecido 100% novo, mas o preço mais alto não chegará ao consumidor, diz Adissi. O motivo é o processo, que começa com a recolha das garrafas pet por catadores, envolve a compra de retalhos em diferentes confecções, e depende da separação dos tecidos e das garrafas por cor e da desfibração dos restos de tecidos. Ainda assim, o preço do produto será o mesmo para o consumidor: R$ 78. "A gente está subsidiando o custo para divulgar o produto", diz. A New Capitain é uma fábrica de roupas masculinas que existe desde 2009, no Brás, em São Paulo e fatura cerca de R$ 600 mil por ano. O investimento no nicho ecológico começou há dois meses. Além das cuecas, camisetas e bermudas são fabricadas com o mesmo tipo de tecido reciclado.
diariamente 243 mil toneladas de resíduos, o equivalente a 45 mil caminhões de lixo. Entre 2010 e 2011 o aproveitamento de resíduos sólidos cresceu cerca de 70%, e o número de empresas que passaram a monitorar os resíduos em processos de produção subiu de 81,3% para 94,9%, já a reutilização de materiais passou de 31,3% para 69,2%. Quando são comparados números sobre a coleta seletiva nas cidades do Brasil, o cenário também é positivo: entre 2000 e 2008 o número de municípios que praticam a coleta dobrou. E mesmo assim, o fôlego para desenvolvimento é enorme, já que apenas 19,5% dos municípios praticam separação para reciclagem, segundo o IBGE. Os eventos acontecem de 11 e 13 de setembro de 2012, no Centro de Exposições Imigrantes, abrigando também o 7º Congresso Internacional de Negócios da Indústria da Reciclagem e o 1º Congresso Internacional de Negócios do Mercado de Limpeza Pública, Resíduos Urbanos e Industriais. PS
Primeira edição da ExpoLixo quer impulsionar setor de limpeza urbana e resíduos
A necessidade de investir e trocar conhecimento nos setores de tratamento do lixo se torna cada vez mais evidente. Ciente da importância de tais assuntos para consumidores, indústrias e prestadoras de serviço do ramo, a Ecobrasil organiza pela primeira vez a ExpoLixo - Feira Internacional de Negócios do Mercado de Limpeza Pública, Resíduos Urbanos e Industriais, novidade que surge para atender e debater os desafios gerados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A nova feira acontece paralelamente à 7ª edição da ExpoSucata - Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria da Reciclagem, à MercoApara, primeiro evento na América Latina especialmente voltado para mercado de reciclagem de papel, e a Reciclaplast, feira especializada em reciclagem de plásticos. Ao todo, serão 15 mil m² de área interna, além de 8 mil e 300 m² de área externa para demonstrações de equipamentos e 2 quilômetros de pista para test drives. Empresas processadoras, consumidoras e geradoras de materiais recicláveis em larga escala apresentarão produtos, soluções e equipamentos. Estatísticas apontam para todo o potencial que os negócios do lixo e reciclagem possuem no Brasil. Ao todo, são coletados << Junho de 2012 < Plástico Sul < 35
Tendências
& MercadosControle Térmico
Sustentabilidade em pauta Segmento de controle térmico acompanha a evolução do mercado e oferece equipamentos mais econômicos e sustentáveis.
D
e uns anos para cá, a sustentabilidade tem feito parte da agenda das principais empresas brasileiras públicas e privadas. Os empresários do país já entendem que a adoção de soluções sustentáveis e ecologicamente responsáveis são importantes, não apenas para melhorar a imagem de suas empresas, como também para aumentar a competitividade e rentabilidade dos negócios. Em torno de seis em cada dez empresas nacionais sentem que as mudanças climáticas já produzem impacto diário em sua cadeia produtiva. Estes dados fazem parte de um estudo sobre o tema realizado pelo Instituto Ilos, especializado em logística empresarial. Ainda segundo esse levantamento, quase metade das empresas brasileiras já possui políticas específicas para o setor de sustentabilidade. As empresas acreditam que dois em cada três clientes já exigem soluções mais verdes para os serviços que contratam ou produtos que consomem. A cadeia produtiva do plástico brasileira já ingressou neste processo de atuação sustentável. O Brasil é pioneiro na produção de polietileno (PE) de fonte renovável. O PE desenvolvido pela Braskem utiliza como matéria prima a cana-de-açúcar. A petroquímica está finalizando outro projeto do gênero. Deve iniciar em pouco tempo a construção de uma planta polipropileno (PP) também utilizando como base biomassa vegetal. A indústria de transformação de maneira geral também segue esta tendência, com maior adesão por parte das grandes companhias. O empresariado do setor já está se conscientizando que as práticas sustentáveis trazem benefícios para as empresas e para o meio ambiente. A redução do consumo de energia e de água são exemplos claros de ações que diminuem a agressão à natureza
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e reduzem os custos industriais, ampliando a competitividade das companhias. Sem contar nos aspectos positivos para a imagem da empresa frente ao seu público alvo.
Mensagem recebida
Os fornecedores de equipamentos para a indústria de transformação de plásticos já captaram a mensagem e estão disponibilizando periféricos e desenvolvendo estudos para adequar e aprimorar seus produtos para atender estas novas exigências. Exemplo disso são os produtores de equipamentos de controle térmico para o setor, que estão oferecendo soluções para os transformadores se tornarem mais sustentáveis seja na redução de energia, no consumo de água ou no uso de fluídos menos agressivos. Neste contexto, o gerente de vendas da Mecalor, Marcelo Zimmaro, conta que a empresa realizou grandes investimentos na busca de novas tecnologias disponíveis mundialmente e para criar projetos de engenharia inovadores, “pois não adianta ter a tecnologia disponível se não souber aplicá-la adequadamente”. Segundo ele, a indústria hoje tem equipamentos genuinamente brasileiros alinhados com o que há de melhor em países como Alemanha, Itália ou Estados Unidos. “Os transformadores por sua vez, devem estar dispostos a pagar mais para adotar soluções sustentáveis, sabendo que serão beneficiados com reduções de custo operacionais, como por exemplo, redução do consumo de energia elétrica em sistemas de água gelada (Chillers) ou economia de água em sistemas de água industrial (DryCoolers)”, acrescenta. O diretor da Refrisat, Carlos Pereira, informa que a empresa esta cada vez mais preocupada com atitudes sustentáveis, buscando novas alternativas no aperfeiçoamento dos seus processos. No que se refere a equipamentos para refrigeração (unidade de água gelada), o diretor destaca que a empresa oferece opções e modelos fabricados com a utilização de fluídos refrigerantes ecologicamente corretos, tais como, R-410A, R-404A, R-134A, entre outros, que não agridem a camada de ozônio. Ricardo Prado, vice-presidente para
América do Sul, da Piovan, observa que a sustentabilidade é um conceito em geral mais amplo que o normalmente entendido no mercado. “Para nós, sustentabilidade, antes de mais nada, é a do negócio em si. Todas as ações e investimentos, tem que contemplar a sustentabilidade do negócio ao longo do tempo, garantindo competitividade e produtividade”, explica. Ele acrescenta que, “obviamente é também importante tratar a sustentabilidade do ponto de vista ecológico”. Para contemplar ambas as situações o executivo fala que a empresa tem desenvolvido equipamentos cada vez mais econômicos no ponto de vista de consumo energético e também quanto ao consumo de água, como é o caso dos Dry Coolers, que substituem as torres de resfriamento. “Normalmente muitas das soluções que tratam da sustentabilidade do negócio, também contribuem para um aumento da sustentabilidade ambiental, já que a redução do consumo de água e do consumo energético influencia diretamente no meio ambiente”, salienta. De acordo com Prado, a Piovan realiza outras ações que visam reduzir impactos ambientais, como a utilização de gases ecológicos nos chillers com baixo impacto na camada de ozônio e no efeito estufa, como R407c e R134a. Além disso, tem realizado um trabalho de revisão de todos os projetos de refrigeradores, conseguindo uma expressiva redução na quantidade de gases embarcada nos equipamentos. A Körper é outra empresa focada em oferecer ao mercado produtos com baixo consumo energético e de água. “Nossos sistemas de resfriamento de água industrial são dimensionados conforme necessidade de cada cliente”, informa Alejandro Catalán, gerente de aplicações especiais. Ele comenta que a empresa conta com uma linha de sistemas abertos com potência de motores menores e taxa de evaporação de água limitada. Catalán destaca ainda que a linha de chillers e termorreguladores da empresa foi toda reformulada, “adotamos a estratégia de produzir equipamentos com o melhor custo benefício sem alterar qualidade ou
desempenho”. Na linha de equipamento ecologicamente correta, a empresa utiliza fluídos ecológicos.
Procura por preço
É consenso entre os produtores de que é crescente no Brasil a demanda por equipamentos com apelo sustentável, mas o dita a compra ainda é o preço. Ricardo Prado, da Piovan, comenta que os clientes em geral se preocupam com a sustentabilidade ambiental e buscam a melhor opção de periférico para esta finalidade, desde que seja economicamente viável para seu negócio. Ele afirma que independentemente da dimensão das empresas, como regra geral é analisado o investimento, sempre levando em consideração a viabilidade econômica. Para Zimmaro, da Mecalor, os transformadores como um todo, são sensíveis a equipamentos mais eficientes em termos de energia elétrica e consumo de água, pois isso afeta diretamente seus bolsos. Mas a grande maioria não está disposta a pagar muito mais caro, portanto, o desafio
é achar soluções inteligentes com preços acessíveis e que apresentem um bom retorno de investimento. “Sem dúvida, as grandes empresas, incluindo multinacionais têm esta visão de sustentabilidade um pouco mais clara”, comenta. O gerente de aplicações especiais da Körper observa que existem várias situações neste sentido. Segundo Catalán, várias empresas que atuam no setor de embalagens, eletroeletrônicos e injeção técnica se mostram preocupadas com a questão da sustentabilidade, enquanto que outras ainda não despertaram para esta realidade. “A preocupação nem sempre é dos transformadores e sim de seus clientes que possuem normas para fornecedores, o que obriga o repasse para as indústrias transformadoras”, salienta. Para o gerente, os transformadores de plástico são exigentes na compra de equipamentos para transformação. Já na aquisição de equipamentos auxiliares não têm a mesma preocupação, acabam deixando qualidade e tecnologia de lado e quase sempre
tomam decisões visando melhor preço. “O conceito ecologicamente correto ainda é um tabu nas empresas nacionais, as multinacionais pensam diferente”, acrescenta. No que tange ao caráter sustentável, o diretor da Refrisat explica que a maior procura é pela redução de consumo de energia. Mas, segundo Pereira, outras exigências como a redução do custo dos equipamentos (por tratar-se de nova tecnologia) assim como a preocupação em relação a velocidade de reposição de componentes são os maiores fatores na hora do investimento. “Pois ainda há diferenças de preços em relação aos equipamentos atuais e ainda existe pouca disponibilidade de pecas de reposição em território nacional”, comenta. Pereira salienta que já está sendo evidenciada uma mudança de comportamento no setor quanto a procura por estes equipamentos. O diretor fala que até um tempo atrás a maioria das consultas realizadas na empresa era em geral por grandes indústrias. “Mas percebe-se que as médias e pequenas empresas têm >>>>
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Tendências
& MercadosControle Térmico
aumentado o interesse em ate 30% das consultas em relação aos últimos três anos”, informa.
Linha Eco
De olho neste mercado a Refrisat apresenta novidades para os transfromadores, como a unidade de água gelada da linha Eco, com opções de refrigerantes R-410A, R-404A, R-134A, e R-407. Segundo a empresa, o equipamento dispõe de compressores Scroll e Digital (potência variável de 10% a 100%) montados em dois circuitos frigoríficos independentes com redução de consumo de energia em ate 25%. Possui ainda ventiladores axiais de alto desempenho e baixo nível de ruído, válvulas de expansão com maior precisão e estabilidade, condensador microchannel que reduz a carga de fluído refrigerante em até 40% se comparado aos demais. Carlos Pereira acrescenta que a unidade de água gelada tem tubulação de cobre continua confeccionada com menor quantidade de solda minimizando o risco de vazamento
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do fluído refrigerante. Outra novidade é o gabinete estruturado em peças de alumínio ao invés de aço carbono, que aumenta a vida útil ao eliminar os riscos de corrosão. O equipamento tem um CLP com IHM Touch colorido de 4” SIEMENS, que possui software versátil para programação personalizada de acordo com cada processo, otimizando o funcionamento e reduzindo o consumo de energia, além de permitir maior interação entre o homem e a máquina.
Amplo portifólio
A Körper apresenta um amplo portifólio de produtos visando a sustentabilidade, como o sistema de resfriamento de água industrial em circuito fechado. Na série FC, o equipamento conta com trocador de calor interno que resfria a água de processo indiretamente. Entre as principais vantagens, estão a água limpa e o baixo índice de evaporação. Além de ser menos agressivo ao meio ambiente devido ao baixo índice de tratamento químico. Na série FCA, Catalán informa que os resfriadores a ar operam com baixíssimo consumo de água. É uma versão ecologicamente correta, pois não gera efluentes que possam contaminar o meio ambiente. O resfriamento de água industrial ocorre em sistema totalmente fechado, operando com sistema adiabático garantindo temperaturas da água de processo mais baixa. Outro equipamento destacado pela empresa é o sistema de resfriamento de água gelada, das séries KRA e KRW. Conforme o gerente, os chillers e unidades compactas são fabricados com componentes de primeira linha, incluindo válvula de expansão eletrônica, compressores digital e trocadores de calor de alta performance. Preparadas para operar com fluído ecológico. “Atendem a todos os sistemas de transformação de plásticos que necessitam de troca térmica com temperatura entre 5°C e 25°C (Opcional -30°C). Melhoram a performance em sistema de injeção, sopro, termoformagem e diferentes tipos de extrusão”, destaca Catalán. Quanto a questão dos fluídos refrigerantes, o gerente informa que a atualmente a legislação brasileira permite a utilização de fluídos como o R-22 que agridem o meio ambiente, por alguns anos. “Mas existe a tendência de migrarmos para os fluídos ecológicos, provavelmente seja o R-410A, este fluído é o mais utilizado na
Europa”, salienta. De acordo com Catalán, os equipamentos Körper já contemplam esta realidade, com equipamentos ecológicos preparados para este fluído.
Gás ecológico
A Piovan também se destaca na produção de equipamentos para atender esta nova tendência do mercado. “Oferecemos chillers individuais e centralizados de alta capacidade da linha Ecosmart, onde utilizamos gás ecológico R134a e compressores de parafuso com variador de velocidade”, conta Ricardo Prado. Segundo ele, estas máquinas permitem uma economia de energia de cerca de 40 a 50% em relação às soluções tradicionais especialmente em condições de parcialização. A empresa oferece ainda uma linha completa de Dry Coolers que substituem as torres de refrigeração. O principal diferencial dos equipamentos é a redução do desperdício de água por evaporação que ocorre nas torres.
Projeto arrojado
Marcelo Zimmaro informa que a Mecalor, desde 2009, vem investindo no desenvolvimento de uma linha de chillers que utiliza o refrigerante R-410A, que opera com pressões mais altas, porém é mais eficiente e não agride a camada de ozônio. “Vencemos todas as dificuldades de projeto, disponibilidade de componentes e custo para padronizar o R-410A em toda a nossa linha a partir de julho deste ano”, destaca. O gerente observa que este é um marco importante para o setor e que a Mecalor espera incentivar os concorrentes com esta iniciativa, “para tanto, organizamos um Workshop com o tema, Novas Tecnologias em Chillers, em São Paulo”, destaca. Outro investimento da empresa é a nova linha de chillers, destinados para o resfriamento de injetoras, sopradoras, extrusoras e termoformadoras. As unidades geram água gelada de 5 a 25°C com capacidades de 5 a 600.000 kcal/h. De acordo com Zimmaro os equipamentos podem oferecer economia de energia em torno de 10 a 20%. Utilizam compressor Scroll Digital com controle de capacidade, evaporadores a placas de alta eficiência, condensadores microcanal com controle de rotação dos ventiladores e bombas de água multi-estágio com motor de alto rendimento. PS
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Fornecedores Dow fica mais perto dos jogos olímpicos
A Dow passou a ter um escritório no Rio, com foco nos jogos Olímpicos de 2016. Gigante da área química, em 2010 a Dow se tornou patrocinadora oficial das Olimpíadas, até 2020. Não teve tempo para estar mais presentes nos jogos agora de Londres, mas para 2014, na Rússia (jogos de inverno) e 2016 traçou um plano diferente, pois espera subir alguns degraus nos mercados emergentes. Seja na construção de instalações esportivas ou nas obras de infraestrutura urbana, motivadas pelos jogos, a empresa se propõe a participar com tecnologia e produtos inovadores que se tornem marcantes. Por exemplo, materiais que sejam mais eficientes em impermeabilizações, revestimentos, isolamento térmico (para se evitar o calor ou o frio) e pavimentação de vias. Os Jogos no Rio, em especial, levarão a marca da sustentabilidade, e para uma grande indústria química será um desafio, mostrar que se encaixa nessa nova perspectiva. No Brasil, o grupo americano tem unidades industriais na Baixada Santista e no Recôncavo Baiano. Até os Jogos Olímpicos de 2016 espera já está produzindo bioplásticos, a partir de cana-de-açucar, e do etanol, a pleno vapor em Santa Vitória, MG. Mas, da sede em São Paulo, não conseguia acompanhar passo a passo, a organização das olimpíadas no Rio, e por isso resolveu abrir um escritório na cidade. Uma curiosidade; o patrocínio oficial permite que alguns funcionários da Dow estejam entre os escolhidos para carregar a tocha olímpica no seu trajeto até as cidades-sede dos jogos, o que é visto como um fator de mobilização interna na empresa.
Plásticos Novel é comprada por empresa americana
Grupo FCC investe em tecnologia de TPU para alavancar seu crescimento neste mercado
O maior fabricante de elastômeros termoplásticos da América Latina, o Grupo FCC, anuncia investimentos com o objetivo de vitalizar sua linha de Poliuretanos Termoplásticos (TPU). De acordo com o gerente comercial da área, Marcelo Garcia, a empresa investiu em tecnologia, desenvolvendo novas formulações e grades e na automatização dos processos. Os resultados estão sendo apresentados ao mercado desde o início deste ano, e já resultam em significativo crescimento de vendas. A decisão de investir no processo e na evolução de seus produtos tem como objetivo aumentar a participação no mercado interno e externo, a exemplo do que acontece com outros termoplásticos produzidos pela FCC. Marcelo Garcia projeta incremento das vendas do TPU em pelo menos 40%, ainda em 2012. Como resultado, o gerente comercial da área garante que a empresa está preparada para concorrer no mundo inteiro com suas resinas.
Com mais de 18 anos de atuação na área comercial e 11 anos de FCC, Marcelo Garcia assumiu a gerência comercial também na área de TPU, passando a coordenar todas as vendas de compostos termoplásticos e resinas poliuretânicas para calçados no Grupo FCC. 40 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
Conforme foi divulgado no Valor Online, a Myers Industries fechou um acordo para comprar a brasileira Plásticos Novel, em transação que deve ser completada no mês que vem. Os detalhes da operação, porém, não foram revelados. Segundo o presidente-executivo da fabricante de polímeros americana, a empresa complementa o portfólio de materiais do grupo. "[A Novel] tem laços fortes com companhias que lideram seus setores no país com sua reputação de inovação e serviços", disse, em nota. A brasileira vai integrar a divisão de movimentação de materiais da Myers, que já inclui as subsidiárias Buckhorn, da América do Norte, Akro-Mils, líder em produtos de estocagem nos Estados Unidos, e a paulista Myers do Brasil. A Novel tem fábricas na Bahia e no Paraná e produz plásticos reutilizáveis para caixas, sacolas e outros produtos. Ela tem como principais clientes os produtores agropecuários e manufatureiros do Nordeste e do Sudeste. De acordo com a nota divulgada pela compradora, a aquisição da Novel faz parte do planejamento do grupo de se expandir geograficamente.
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ARQUIVO PESSOAL
Opinião
O exemplo do que não fazer Por Marcio Freitas
O
papel das entidades de classe é representar bem os interesses de seus associados, defender o setor que atua, promover seus valores e atributos, trabalhar pelo fortalecimento e crescimento de seu mercado, prezar pela condução ética da prática de suas atividades, 42 > Plástico Sul > Junho de 2012 >>
e cuidar da comunicação como ferramenta de diálogo com os diversos públicos com os quais mantem relacionamento. Recentemente, o Estado de São Paulo presenciou um modelo de atuação de entidade de classe que deve ser entendido como o exemplo que não deve ser seguido por nenhum dirigente setorial. Seguindo a máxima de que comunicação não é o que
você diz, mas sim o que os outros entendem, o exemplo dessa entidade de classe mostrou total falta de sintonia com as demandas da sociedade, falta de planejamento, causou grandes constrangimentos para seus associados e prejuízos de imagem que não se recuperam tão facilmente. A Associação Paulista dos Supermercados (Apas) desenvolveu uma campanha para
que os supermercados de São Paulo deixassem de entregar as sacolas plásticas aos consumidores, uma prática de mais de 40 anos já estabelecida na relação cliente e loja. Levando a bandeira ambiental como justificativa, a Apas e seus associados deixaram de entregar uma embalagem gratuita, passaram a cobrar por embalagens retornáveis, produzidas em sua grande maioria na China e em Taiwan, aumentaram significativamente as vendas de sacos de lixo, além de limparem seus estoques de resíduos ao repassar caixas de papelão, muitas vezes contaminadas, para o cliente levar suas compras para a casa. Para reforçar a sua postura de amiga do meio ambiente, a entidade firmou acordo com o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, criando uma atmosfera de lei para uma iniciativa que tinha objetivo financeiro e não ambiental, pois ao deixar de entregar as sacolas plásticas, os supermercados de São Paulo economizaram cerca de R$ 17 milhões por mês, sem nada repassar ao consumidor. Nos primeiros meses deste ano, a população de São Paulo começou a conviver com essa rotina imposta pelos supermercados e, aos poucos os problemas começaram a aparecer. A população não percebeu nenhuma redução nos preços dos produtos, pelo contrário. Como as sacolas plásticas são reutilizadas por quase 100% da população, começamos a perceber um aumento abusivo nos preços de sacos de lixo. Estudos científicos evidenciaram que as caixas de papelão, única alternativa gratuita para o cliente levar suas compras, eram contaminadas e poderiam comprometer a qualidade dos alimentos acondicionados nessas embalagens. Mesmo com tudo isso, a Apas continuou insistindo nessa medida torta, que, aos poucos estimulou uma verdadeira insatisfação. Começaram a aparecer manifestações da população em redes sociais, os estabelecimentos começaram a perder clientes, observou-se a queda de vendas por impulso e, aliado a todos esses fatores, a imprensa paulista começou a noticiar que as pessoas estavam levando para casa as cestas que, junto com os carrinhos de compra, são usados pelo consumidor enquanto estão escolhendo seus produtos até levá-los ao caixa. Os dois maiores jornais do Estado estampavam diariamente cartas de leitores criticando a medida, e acusando os supermercados de estarem somente visando lucro, e não a
questão ambiental como alardearam. Alheia, a Apas insistia que as lojas deveriam manter a posição de não entregar sacolas plásticas. Porém, ao ver constantes conflitos entre operadores de caixa e clientes, perder vendas e ainda ser constantemente classificado de só querer o lucro, algumas redes voltaram a distribuir sacolas plásticas, mesmo sendo constantemente ameaçadas pela Apas. A grande prova de insatisfação popular veio em 5 de maio com a pesquisa do Instituto Datafolha, que mostrou que 69% da população de São Paulo queriam as sacolas plásticas de volta; 88% eram contra a cobrança de embalagens; 90% reutilizam as sacolas para embalar lixo; 43% dos entrevistados apontavam motivação econômica para retirar as sacolas de circulação; 75% não perceberam nenhuma redução nos preços do supermercado com a retirada das sacolas, e 95% dos entrevistados afirmaram desconhecer qualquer envolvimento em prol do meio ambiente. Um verdadeiro retrato da insatisfação da população com uma medida que teve apoio do Governo do Estado e feriu frontalmente o direito do consumidor. Felizmente, em 26 de junho, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reconhecendo que tal medida feria os direitos do consumidor, determinou que os supermercados voltassem a entregar sacolas plásticas gratuitamente e em quantidades suficientes para acomodar suas compras. A volta das sacolinhas evidenciou a alegria do cliente em ver seus direitos respeitados, possibilitou uma melhora substancial na relação dos clientes com os profissionais das lojas, tirou os supermercados da linha de tiro da população e dos formadores de opinião, mas evidenciou que a medida da Apas foi mal pensada, mal planejada, estava baseada em interesses que não o ambiental, e mostrou um verdadeiro case de comunicação às avessas. O desenvolvimento sustentável só é possível pelo alicerce econômico, social e ambiental. Atitudes extremadas não são solução para salvar nem o planeta e nem qualquer outra coisa. Para termos uma relação sólida com a sociedade atual, é necessário ética, transparência e respeito pelas pessoas, pois vivemos em um mundo em que a informação circula rápido e o acesso é mais democrático. Qualquer empresa, setor, governo ou tomador de decisão que não estiver atento a cuidados como esses corre o risco de fracassar e ter sua
imagem arranhada e comprometida. A Apas deu um verdadeiro exemplo de tudo aquilo que nenhuma entidade setorial deve fazer. Para mostrar um exemplo diferente dessa da associação paulista, registro o mérito da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que entendeu que educação ambiental não é banimento, e sim diálogo com ações estruturantes e participação da sociedade desde o início das ações. A entidade, juntamente com outros parceiros, criou um programa baseado em sacolas plásticas dentro de normas, educação ambiental para a população, incentivo à coleta seletiva e reciclagem e total respeito ao consumidor. O resultado desse esforço pode ser visto pela satisfação dos gaúchos e pelo orgulho em conduzir um projeto que está realmente estruturado no desenvolvimento sustentável. Um exemplo que deve ser seguido em todo o Brasil, pois contempla ações que realmente são benéficas para a sociedade. PS *Jornalista, especialista em comunicação empresarial
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Bloco de Notas Simplás promove reunião-janta em Farroupilha
O Simplás - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho, realiza no dia 16 de julho, uma reunião-janta em Farroupilha. O encontro, organizado pelo vice-presidente da entidade, Eugênio Razzera, ocorre a partir das 20hs, no restaurante Brunetta, em Caravaggio. Na oportunidade, a diretoria da entidade estará reunida com empresas associadas da região. O objetivo do encontro é promover maior aproximação do Simplás com as empresas associadas da região, em uma forma de atuação descentralizada. Durante a reunião, também será apresentada às empresas presentes, o projeto da ilha de Farroupilha que será instalada na feira Plastech Brasil 2013. O espaço reunirá as empresas do município e região, que participarão do evento.
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US$ 12,0 bilhões é o déficit em produtos químicos
As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram mais de US$ 19,4 bilhões no primeiro semestre de 2012, enquanto as exportações somaram US$ 7,4 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2011, as importações subiram 1,9% e as exportações cresceram 0,8%. O déficit na balança comercial de produtos químicos, de US$ 12,0 bilhões, aumentou 2,7% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Somente no mês de junho, foram importados US$ 3,5 bilhões em produtos químicos, aumento de 2,5% em relação ao mês anterior e novo recorde para o ano. Na comparação com junho de 2011, entretanto, as compras externas tiveram queda de 3,7%. Já as exportações alcançaram cerca de US$ 1,2 bilhão, o que representa queda de 7,8% frente a maio e de 5,1% em relação a junho de 2011. “Os resultados do primeiro semestre de 2012 da balança comercial de produtos químicos apontam relativa estabilidade do
fluxo comercial do País. Uma análise mais cuidadosa, entretanto, remete à preocupação do setor de que são crescentes as importações de produtos químicos produzidos localmente e de maior valor agregado. Os produtos químicos brasileiros encontram cenário competitivo internacional desfavorável e expressivas dificuldades operacionais e aduaneiras em alguns dos principais mercados. Exemplo disso são as exigências impostas pela Argentina antecipadamente à celebração de suas importações, o complexo sistema de liquidação de pagamentos pela Venezuela e os onerosos registros a que devem se submeter empresas que desejam manter seus produtos no mercado europeu”, aponta a diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo. No contexto geral do comércio exterior brasileiro, os produtos químicos responderam por 17,6% de todas as importações (US$ 110,1 bilhões) realizadas pelo País de janeiro a junho. Os intermediários para fertilizantes, com compras de US$ 3,1 bilhões, foram os produtos químicos mais importados no semestre.
Nova empresa no RS
Com investimentos na ordem de R$ 25,4 milhões, uma nova empresa do setor de transformação de material plástico está em fase de instalação no Rio Grande do Sul. Batizada de Multplast Extrusão e Termoformagens, a companhia fixará uma planta em Osório (cerca de cem quilômetros de Porto Alegre), onde a resina termoplástica será transformada em produto final. O projeto da empresa,
que vem sendo desenvolvido há três anos, prevê que a indústria comece a operar já no primeiro semestre de 2013. De acordo com o diretor da empresa, Gustavo Fernandes Villac, o projeto teve início a partir de um convite de uma das empresas do Polo Petroquímico de Triunfo. "A nossa expectativa é que, com o investimento, o RS tenha uma maior participação no consumo de resinas produzidas no polo petroquímico, que hoje se restringe a cerca de 7%".
Plast Mix
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Agenda DIVULGAÇÃO
Anunciantes
Activas Apema AX Plásticos Brasfixo Chiang Deb’Maq Digitrol DM Robotics Eco Master Embala Nordeste Extrusão Brasil Freewall Furnax Gabiplast Gecomp Geremia Haitian Inbra Ineal Interplast JMB Zeppellin JR Oliveira Mais Polímeros Matripeças Mecanofar Mega Steel Met. Expoente Moretto Multi União Nazkom New Imãs Olifieri Plastech Radial Sandretto Seibt Trausi
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Joinville, em Santa Catarina
Agende-se para 2012 Plast 2012 – Salão Internacional do Material Plástico e da Borracha De 8 a 12 de maio Fiera Milano - Milão (IT) www.plastonline.org Argenplás 2012 - XIV Exposição Internacional de Plásticos De 18 a 22 de junho Centro Costa Salguero - Prédio de Exposição de Buenos Aires(AR) Buenos Aires (AR) www.argenplas.com.ar Interplast 2012 - Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico De 20 a 24 de agosto Pavilhões da Expoville Joinville (SC) www.messebrasil.com.br Euromold Brasil – Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentas, Design e Desenvolvimento de Produtos De 20 a 24 de agosto
Pavilhões Expoville Joinville (SC) www.brasilmold.de E-mail: feiras@messebrasil.com.br Metalurgia – Feira e Congresso de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio e Serviços 18 a 21 de setembro Pavilhões Expoville Joinville (SC) www.metalurgia.com.br Mercopar - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial De 18 a 21 de outubro Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul (RS) www.mercopar.com.br Powergrid Brasil – Feira e Congresso de Energia (consumo eficiente) 27 a 29 de novembro Centreventos Cau Hansen – Joinville (SC) www.powergridbrasil.com.br
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