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Editorial Divulgação
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia e Gilmar Bitencourt Consultor de Redação: Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: foto por Gilmar Bitencourt Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares. Filiada à
Quando a vocação vem do berço
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uitas são as reportagens desta edição que chamarão atenção do leitor, seja pela pertinência do assunto na dinâmica dos negócios, seja pelo interesse dos seus olhos no mercado atual. A reportagem sobre a indústria de brinquedos, por exemplo, mostra que o setor se recupera e retoma um pouco do espaço perdido pelos produtos plásticos importados. Outra matéria mercadológica que despertará a atenção do leitor é a que aborda a busca do transformador paranaense pela tão almejada competitividade e quais são os elementos fundamentais para alcançá-la. Já para quem tem interesse maior pelos assuntos técnicos, há duas interessantes reportagens que mostram como os moldes e os periféricos, elementos imprescindíveis no processo produtivo do plástico, podem auxiliar no ganho de produtividade e na redução de custos, aspectos cruciais nos dias de hoje. Mas está na Plast Vip desta edição um assunto que gostaria de abordar neste editorial. O Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Rio Grande do Sul (Sinplast/ RS), em parceria com o Instituto Sucessor, formou a primeira turma do Projeto Herdar. Trata-se de uma ação para a preparação de sucessores na indústria do plástico da região de abrangência do sindicato. Tal iniciativa é extremamente relevante tendo em vista que 95% das empresas produtoras de material plástico no Brasil são de micros e pequenos portes, demonstrando a forte característica familiar no dia a dia das fábricas. Na experiência de 12 anos de atuação neste mercado, vivendo o cotidiano dos empresários da terceira geração, percebo claramente que realmente grande parte dos empresários são os próprios fundadores das empresas, que com muito suor prosperaram e, em alguns casos, se transformaram em grandes companhias lideradas pelos filhos. E isso é realmente uma tendência neste setor. Quem trabalha junto à empresa da família, iniciada pelas gerações anteriores, sabe das dificuldades da gestão familiar e de seus vícios intrínsecos desde a raiz. Sabe também que o processo de transferência de decisões é por vezes complicado para toda corporação, tenha ela o tamanho que tiver. A sucessão familiar, quando mal dirigida, é desgastante em empresas de qualquer porte. Por isso, existe a necessidade de uma preparação antecipada, pensada e estratégica a fim de não gerar marcas e traumas em integrantes, sejam da família ou mesmo nos colaboradores. Para quem pretende assumir a empresa do pai ou da mãe porque acredita no que foi construído até então e ama o trabalho que é feito, colocando razão e emoção na balança, acredite que no final tudo valerá à pena. Inclusive o fato de ter que chamar o seu pai pelo nome das 8:00 as 18:00 e as “conversas de trabalho” travadas em um domingo depois do almoço. Boa leitura!
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PLAST VIP Magda Geyer Ehlers
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Conhecer, amar, herdar
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inguém ama aquilo que não conhece. Este é um dos pilares do Projeto Herdar, uma iniciativa do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast) em parceria com o Instituto Sucessor, que iniciou a preparação de sucessores da indústria plástica gaúcha. Em seis encontros, foram tratados temas familiares e de gestão em três áreas, família, empresa e sociedade, com participantes de nove organizações, empresários na faixa dos 30 anos. O Projeto Herdar tem como princípio a ideia de que a empresa familiar não pode ser uma prisão, o herdeiro não deve estar lá para não ficar mal com o pai, deve estar em um lugar em que produza bem, seja alinhado com seu perfil e competência. Um fato interessante foi a presença de um empreendedor de primeira geração, de uma empresa que tem seis anos, interessado em conhecer aquilo que está por vir a longo prazo. De acordo com a Abiplast, 95% das 11,5 mil empresas do setor são micro e pe-
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quenas, o que significa gestão familiar. A associação informa que um dos seus desafios é atuar na melhoria e gestão profissional das empresas de transformados plásticos. Recentemente, aconteceu na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) sob a coordenação de Magda Geyer Ehlers, do Instituto Sucessor, a reunião-almoço de encerramento deste primeiro grupo, quando os integrantes apontaram o que marcou no treinamento. Na ocasião, Magda concedeu uma entrevista para a Plástico Sul.
empresas da área plástica são de micro e pequeno porte. Isso facilita ou dificulta o processo de sucessão? Magda - Independe. O que caracteriza, dificulta ou não, é a participação e o comprometimento, além, claro, da saúde da empresa e da família.
Revista Plástico Sul - Como surgiu a ideia do Projeto Herdar? Magda Geyer Ehlers - O Sinplast teve a ideia depois que apresentamos uma palestra do Instituto Sucessor sobre sucessão nas empresas familiares. O Sinplast nos convidou para um programa específico. Criamos o nome, eles o logo; criamos o nome e o produto, eles criaram a marca.
Plástico Sul - No processo sucessório, qual a maior dificuldade? Magda - Não tem uma específica. Importa o nível de preparação e a maturidade do processo. Na passagem da primeira para a segunda geração, existe mais intimidade, são filhos do mesmo pai e da mesma mãe e viram a criação da empresa, os sacrifícios, o espírito empreendedor está mais presente. Da segunda para a terceira geração, o processo é mais afastado, mais profissional, está mais presente a gestão que o empreendedorismo. Os sucessores não são tão próximos, podem ser primos, pessoas com diferentes culturas e formação.
Plástico Sul - Sabemos que a maioria das
Plástico Sul - Em se tratando de sucessão >>>>
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Integrantes do primeiro grupo do Projeto Herdar, uma parceria entre Sinplast e Instituto Sucessor
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PLAST VIP Magda Geyer Ehlers
familiar, quais as peculiaridades do setor plástico? Magda - Há uma necessidade de profissionalização. A tecnologia é de fácil absorção e a margem de lucro é pequena. A tecnologia de fácil absorção facilita a presença de mais concorrentes. Plástico Sul - Em se tratando de sucessão familiar de modo geral, quais os índices de sucesso? Magda - Estes dados são muito abrangentes, são muitas empresas, mercados. Plástico Sul - Mas e aquela ideia de que o avô constrói e o neto destrói? Magda - Essa ideia já não é tão considerada porque sucesso é relativo. Vender uma empresa pode ser um sucesso, comprar uma empresa e vender caro pode ser um sucesso. O sucesso está relacionado ao que se quer. Uma pessoa bem sucedida em sua profissão que herda uma empresa e vende não é um sucesso? Plástico Sul - Em projetos empresariais, cursos e treinamentos sempre surgem fatos surpreendentes, por menores que sejam. O que apareceu nos encontros do Projeto Herdar? Magda - A inovação do Sinplast nessa iniciativa, de criar esta oportunidade, e o interesse dos jovens em convencer os pais da sua importância. No Projeto Herdar, o movimento dos jovens foi bem importante, foram eles que trouxeram os pais. Plástico Sul - É mais difícil escolher o sucessor ou comunicar à família o escolhido? Como um empresário que tenha mais de um candidato, especialmente se forem todos filhos, pode fazer a passagem sem prejudicar as relações familiares? Magda - É mais difícil escolher. Até porque não há um momento de comunicar, é um processo, de acompanhamento, evolução, treinamento, conquista, um passo a passo. Plástico Sul - Há casos em que o filho deva ser preterido em nome de outro parente? 8 > >Plástico 08 PlásticoSul Sul> >Setembro Setembrode de2012 2012>>>>
O que foi abordado nos encontros Em relação à família: poder, dinheiro, status, imagem, governança familiar, regulamento familiar, escritório da família, educação e gerenciamento de conflito. Em relação à empresa: profissionalização, modelo de gestão, novos papeis e estudo de caso. Em relação à sociedade: acordo de acionistas, estrutura societária, holding, plano sucessor, governança corporativa, conselho administrativo e conselho independente. Como lidar? Mesmo que o filho tenha menos competência técnica, questões familiares que possam surgir em razão desta escolha não podem atrapalhar o bem estar da empresa? Magda - Sim, há casos e pode atrapalhar. Mas não se trata de preterir. Tem o melhor perfil para a melhor posição. Isso se vê com critérios, avaliações técnicas, isenção. Mas tem que cuidar, não vai colocar outra pessoa menos capacitada. Plástico Sul - O que fazer quando os filhos não querem seguir com a empresa porque escolheram outras carreiras sem relação alguma com Administração ou o setor plástico? Magda - Profissionaliza, treina os filhos para serem acionistas/sócios e implanta a governança corporativa. Plástico Sul - No encontro final da primeira edição do Projeto Herdar, todas as famílias relataram que alguns filhos trabalham na empresa e outros, não. Como fica a divisão quando uns trabalham pela sobrevivência da organização e outros não? Magda - Tem que separar bem, quem traba-
lha recebe salário, tem duas remunerações, pelo trabalho e a de acionista. Quem trabalha em outra área recebe apenas como acionista. Plástico Sul - A senhora tem conhecimento de projeto semelhante ao Herdar no Brasil? Magda - Não. Sei que a Mercedez-Benz fez com franqueados, a Fiat também teve um projeto parecido. A Natura me parece que teve, mas são ações que tenho conhecimento há tempo. Da parte de um sindicato, foi a primeira vez que vi. PS
Empresas participantes Coin Ind. e Com. Sulforte Plásticos Ilp Têxtil Injetados Maguibeth Bioplast Ind. e Com. Sulprint Embal. Plastilimpe Ind. e Com. Sulpol Ind. Com. Plastécnica Ind. Ltda
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Por um Paraná
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DESTAQUE Indústria do Paraná
mais competitivo
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Paraná é um dos mais fortes estados na transformação de plásticos nacional e na luta por uma configuração mais justa para a obtenção de resultados nas fábricas de produção de material plástico. Dados recentes indicam que há 934 empresas convertedoras no estado, a maioria de pequeno e médio porte, distribuídas nos segmentos de extrusão, injeção, sopro, termoformados e reciclagem atendendo os setores alimentício, higiene, hospitalar, construção civil, eletrodomésticos e automobilístico. Segundo informações do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep), em 2011 os transformadores apresentaram um crescimento de aproximadamente 11%, entretanto a perspectiva para 2012 é de retração, pois os números apurados até agosto apontam um encolhimento de 7,12% no setor. “Estamos em um ano de realinhamento setorial aliado ao aprendizado de uma nova realidade brasileira”, explica a presidente da entidade, Denise Dybas Dias. O motivo da reorganização do setor é mes-
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mo necessário e demanda tempo de adaptação. A menos de uma década a cadeia petroquímica apresentava composição muito diferente, com opções para a compra das matérias-primas nacionais e sem grandes concorrências com as importações de produtos acabados. “Hoje, temos a matéria-prima com um dos preços mais altos do mundo e enfrentamos barreiras para a alternativa de importar, como o recente aumento do imposto de importação e a dificuldade que pequenas e médias empresas, que são a maioria, possuem no processo de importação”. Além disso, o setor encontra-se sufocado com a alta carga tributária e a mão-de-obra eficiente escassa. “Se atitudes não forem tomadas visando a proteção do setor de maneira que atinja todas as gerações das indústrias de transformação de plásticos, estaremos fadados a perder grande parte das empresas e principalmente ver muitas migrando para outros países do Mercosul”, desabafa a dirigente paranaense. Com redução de aproximadamente 7% nas vendas no período de agosto/2011
a agosto/2012, indústria de plásticos local não obteve nos últimos dois meses nenhum crescimento perceptível que demonstre melhora neste cenário. Denise Dybas Dias tem justificativas que explicam o ocorrido. Para a dirigente o Paraná vem sendo muito prejudicado pelos benefícios fiscais de outros Estados, principalmente aqueles que possuem Petroquímicas instaladas em seu território, onde os Governos locais fazem programas para atrair as indústrias de transformação com alíquotas de ICMS zeradas na entrada e alíquotas subsidiadas nas saídas. “Isso determina uma concorrência desleal para os demais estados da federação”, reflete Denise. O Paraná possui uma refinaria instalada na cidade de Araucária, onde o Simpep está fazendo um trabalho junto ao Governo do Estado no sentido de realizar uma análise mais criteriosa para que possa ser instalado um Polo Petroquímico ampliado, já que existem empresas instaladas produzindo outros sub produtos de petróleo. “Este projeto seria muito importante para o fortalecimento do >>>>
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DESTAQUE Indústria do Paraná Denise, do Simpep: “Estamos em um ano de realinhamento setorial aliado ao aprendizado de uma nova realidade brasileira” Gilmar Lima, da MVC: unidade paranaense responde por 60% da receita bruta da empresa
Estado e do setor”, avalia a presidente da instituição.
Gargalos
Um dos principais entraves para o crescimento não apenas dos transformadores do estado, mas também dos empresários de todo o Brasil, são os impostos em Cascata. Diversos setores já foram beneficiados com a redução e isenção do Imposto sobre produtos industrializados (IPI), enquanto que no do setor plástico, que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, não é revisto. “Apesar de inúmeros apelos, estudos e reuniões em Brasília pela Abiplast, até agora não houve resultados positivos e continuamos esperançosos por ser uma questão de justiça”, atesta a presidente do Simpep. Outro fator preponderante para o desenvolvimento do plástico paranaense é, segundo Denise Dybas Dias, a revisão do Imposto de Importação para que o setor tenha uma alternativa e balizamento de preços e
se torne competitivo a nível Global afastando o fantasma de entrada de acabados via Mercosul e concorrência desleal, para que o produto plástico nacional possa entrar no mercado exportador expandindo horizontes e não vivendo exclusivamente do mercado interno. “Isto trará crescimento, investimentos junto com inovação”. Uma reivindicação presente na pauta da dirigente paranaense é o preço das matérias-primas petroquímicas. “Estamos atrelados à resina, que representa mais de 50% do custo do produto e em alguns casos acima dos 60%. Precisamos alternativas de fornecimento e preços para ganho de competitividade não somente o Paraná, mas o Brasil como um todo”, acrescenta.
Escola do Plástico
Apesar dos inúmeros entraves presentes em contexto nacional que acabam prejudicando a indústria local, o Paraná é reconhecido com uma região prospera que não desiste aos primeiros sinais de conflito. Ao perceber a carência na mão-de-obra qualificada no setor plástico, as indústrias e instituições arregaçavam as mangas e criaram a Escola do Plástico. A iniciativa, que é uma parceria entre o Senai e o Simpep, está sendo uma grande ferramenta para as necessidades na mão
Fornecedor paranaense vence Prêmio Sesi
A paranaense Colorfix Masterbatches, indústria especializada em ofertar produtos e serviços para o mercado de transformação de plástico, injeção, sopro, extrusão, termoformagem, rotomoldagem entre outros é uma das vencedoras do Prêmio SESI Qualidade no Trabalho – categoria ‘Cultura Organizacional’ 2012. A companhia, que tem mais de 200 colaboradores na matriz em Colombo (RMC) e nas filiais de São Paulo e Pernambuco atua no mercado há mais de 20 anos e prima por práticas diferenciadas na gestão e valorização de seus colaboradores, o que a credência ao título. “Buscamos despertar em todo corpo colaborativo o exercício da cidadania nas relações do trabalho, inserir a família no contexto e valorizar as melhores práticas dentro da companhia”, explica o Diretor Superintendente, Francielo Fardo. 12 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
de obra, pela baixa lucratividade que o setor vem sofrendo ao longo dos anos e com a concorrência de outros setores que estão aquecidos e vem ofertando salários em patamares elevados e sem necessidade de qualificação. “Como no Plástico a grande parte da mão de obra se qualifica nas Indústrias com a experiência, existe uma demora na formação de mão de obra. O Simpep, junto com a Fiep, estão avançando no sentido de fazer profissionais que saiam da Escola com qualificação necessária e já empregados com salários compatíveis com a função e qualificação adquirida nos cursos”, explica. A primeira turma, que iniciou no dia 13 de agosto, está realizando o curso “Operador em Processos de Transformação de Plástico e Polímeros”, com carga horária de 160 horas. Aline Alves, com apenas 25 anos, trabalha há dois meses na empresa Madeplast e conta que ficou surpresa com a oportunidade de especialização. “Nunca trabalhei em indústria antes e este curso é uma realização pessoal, porque acho que pode me ajudar a crescer na empresa”, afirma a jovem que promete continuar buscando o seu aprimoramento profissional nos cursos da escola.
Gigante na transformação
A MVC Soluções em Plásticos está entre as principais empresas da região e direta e indiretamente movimenta mais de 4.000 pessoas. Pertencente ao Grupo Artecola e à Marcopolo, a empresa iniciou suas atividades em 1989, em São José dos Pinhais, Paraná, com foco na transformação de plásticos de engenharia para a indústria automotiva, sobretudo para o segmento >>>>
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DESTAQUE Indústria do Paraná de ônibus. Os negócios foram crescendo e a empresa passou, gradativamente, a atuar em outros segmentos, como de infraestrutura e construção civil. Tendo a inovação tecnológica como um dos seus diferenciais e para estar mais próxima de seus clientes, a MVC expandiu suas operações e criou unidades fabris em Caxias do Sul, Rio de Janeiro, além de inaugurar, em 2001, a filial da MVC em Catalão, GO. Atualmente as soluções em Plásticos de engenharia da MVC são focados nos mercados de transporte, automotivo, construção civil, ferroviário, agronegócio e eólico. Conforme o diretor geral da Companhia, Gilmar Lima, a unidade paranaense responde por 60% da receita bruta da MVC, que deve fechar o ano com R$ 200 milhões, e atualmente produz todas as linhas de produtos do seu portfólio. Esta estrutura diversificada e com várias unidades permite que a empresa possa ter investimentos otimizados e custos competitivos. “O Paraná é muito importante em função da infraestrutura do estado, localização estratégica para atendimento de
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diversos clientes e principalmente pela qualificação da sua gente”, observa Lima. O executivo acrescenta que uma das duas novas operações de joint ventures recentemente firmadas, a BFG Brasil que é focada no segmento ferroviário, também irá funcionar no complexo paranaense. Já a Stabilit-MVC que produzirá perfis em compósitos reforçados com fibra de vidro pelo processo de Pultrusão será instalada em Caxias do Sul.
Política Industrial
Para o diretor da empresa, o único ponto que o estado do Paraná deixa a desejar é em sua política industrial, principalmente de incentivos. Lima afirma que a MVC cresceu com seus recursos próprios e sem nenhum apoio do Governo estadual. “Esta é uma das razões que hoje estamos repensando quais os estados que devemos investir para ampliar os nossos negócios e criar novas unidades”, diz. Hoje, MVC emprega 840 pessoas em suas unidades, sendo que cerca de 60% está em São José dos Pinhais (PR).
Expansão
Fornecedora de máquinas e equipamentos importados, a BPS, situada no Paraná, é uma das empresas direcionadas a atender o transformador plástico não apenas da região, mas do Brasil. Segundo o diretor, Venceslau Salmeron, a empresa iniciou suas atividades no Paraná, e somente no ano passado passou a contar com uma filial em Atibaia (SP). “O Paraná nos ajudou muito, mas para melhor poder atender aos clientes paulistas, nos vimos obrigados a investir na filial. Porém o mercado paranaense e toda a região sul sempre esta em expansão”. Salmeron explica ainda que a BPS em seu 4º ano de vida, vem crescendo aceleradamente ano após ano e diversificou sua área de atuação, trabalhando com segmentos como moldes e injetoras e com parceiros da China e Taiwan. Com os incrementos no portfólio, o ano de 2012 está apresentando um salto na empresa, com acréscimo de 150 % no seu volume, tanto de equipamentos como de faturamento. “Para este ano pretendemos ter ainda um crescimento de cerca de 50%”. PS
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Brinquedos
Por Brigida Sofia
Costa, da Abrinq, acredita que o mercado pode fechar o ano com 60% de produção nacional contra 40% de importados
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Dia das Crianças já passou, mas a melhor data do ano para o comércio se aproxima. Assim como todas as indústrias, a de brinquedos quer faturar alto, a despeito de suas batalhas, algumas antigas, como a questão dos importados, e outras mais recentes, mas igualmente desafiadoras, como a inserção crescente de eletrônicos na lista de desejo das crianças e a redução de filhos por família. Com expectativa do setor de brinquedos crescer 7% este ano, faturando cerca de R$ 7 bilhões nas vendas ao consumidor, o presidente da Abrinq-Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, Synésio Batista da Costa, estima a criação 16 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
de 1,8 mil empregos nos próximos dois anos com a desoneração da folha de pagamento e o maior controle sobre importados. Junto com o Natal, as vendas da Semana da Criança representam mais de 65% do movimento do ano, informa a Abrinq. As 523 fábricas, que contam com 26 mil funcionários, produziram cerca de 1.800 lançamentos e estão preparadas para abastecer os lojistas. Estão entre as metas da indústria para este ano o aumento da escala econômica, a retomada de 10% do mercado dos importados e a redução de 2% no preço do brinquedo ao consumidor. A previsão é crescer 14% em 2012, totalizando R$ 3,944 bilhões de vendas ao varejo. Costa acredita que o mercado pode fechar o ano com 60% de produção nacional contra 40% de importados – em 2011, essa relação foi de 50,9 de nacional e 49,1% de importado. Nesse setor, as meninas têm a força; as bonecas continuam representando a maior parte do negócio, cerca de 40%, e o Nordeste vêm aumentando seu espaço nas vendas, ao contrário de São Paulo, que viu reduzida sua participação majoritária para 35,6%. Apesar do plástico ser visivelmente presente no universo infantil, a indústria de brinquedos é pequena no setor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), há cerca de 30 empresas cadastradas que atuam com essa linha de produtos. Quando se compara a participação dentro do universo de transformados plás-
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Uma brincadeira séria
ticos, setor bastante abrangente e que fornece para praticamente todos os segmentos da economia, o percentual dos brinquedos de plástico não chega a 1% e está inclusive enquadrado dentro da categoria de “outros produtos fabricados de plásticos” nas estatísticas do PERFIL 2011. A Abiplast ressalta, no entanto, a importância do setor no caso específico das empresas que produzem. Além da questão dos importados, os fabricantes nacionais assistem a popularização entre as crianças dos eletrônicos, como celulares, há um bom tempo, e mais recentemente tablets. Isso pode causar preocupação, visto que um eletrônico tem menos plástico que uma boneca, por exemplo. Para a Abrinq, no entanto, os brinquedos convivem perfeitamente com os eletrônicos, até porque novos contingentes de crianças surgem no mercado. Neste sentido, cabe pensar na ascensão social das famílias brasileiras, sem desconsiderar que elas também estão sujeitas a tentação dos importados de baixo preço. “A ascensão das novas classes sociais e o aumento do poder aquisitivo são favoráveis para a indústria de brinquedo, pois a tendência é consumirem cada vez mais brinquedos nacionais, pela redução de preço do produzido aqui e pelas barreiras naturais impostas aos importados, como o aumento da
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Louzão, da Basf, afirma que as principais resinas para a produção de brinquedos são de baixa e média viscosidade Isabelle Lavin: ”A Gulliver busca sempre utilizar cores vivas, atraentes e produtos resistentes, de qualidade”
cotação do dólar, por exemplo”, diz Costa. Neste sentido, cabe pensar na necessidade de conscientização destes novos consumidores a respeito da insegurança de importados sem procedência. Em agosto, a Abrinq e a Receita Federal assinaram um termo para a destruição de 18 toneladas de brinquedos irregulares em Mato Grosso do Sul, uma ação que resguarda o bem estar das crianças e da economia nacional. A redução das taxas de natalidade também não preocupa a Abrinq, que acredita que a tendência do consumo de brinquedo acompanha o aumento da renda familiar brasileira, que no atual cenário está em crescimento.
Dos dois lados
Fabricante e importadora de brinquedos, a Gulliver está dos dois lados. A empresa informa que chegou a ter o faturamento total composto por 80% de importação e 20% de fabricação nacional. “Hoje estamos indo no sentido contrário, sendo que nossa fabricação local representa 80% do nosso faturamento enquanto as importações correspondem apenas a 20%.”, diz Isabelle Lavin, diretora de marketing da Gulliver. “O que está acontecendo é que a China está cada dia mais cara (mão-de-obra e matéria prima) e muitas vezes o imposto de importação faz com que seja desvantajoso importar. Porém alguns produtos, como peças eletrônicas, componentes com mais tecnologia, ainda continuam vantajosos para importarmos. Na verdade nós fazemos um misto de importação e de fabricação local,
sempre analisando o que é mais vantajoso para a empresa”, afirma a executiva. Isabelle diz que o plástico é essencial para o brinquedo, e na Gulliver ele está presente em 100% dos produtos. A empresa acaba de lançar a linha para a praia, com peças fabricadas em plástico injetado, e diz que entende a escolha de brinquedos não plásticos para algumas ocasiões. “Existem diferentes opções para as crianças como artigos em tecido ou em pelúcia. Essa era digital afeta no consumo de brinquedos, porém acreditamos que as crianças sempre continuarão consumindo brinquedos mesmo que também tenham os eletrônicos como games, computadores, tablets, entre outros”, avalia Isabelle. A participação da empresa pelo país se dá da seguinte maneira: Centro-oeste: 7,5%, Sudeste: 60,9%, Nordeste: 17%, Norte: 5,8% e Sul: 8,8%, confirmando a posição destacada do Nordeste pela Abrinq. Ao contrário da entidade, no entanto, Isabelle não desconsidera a questão da redução de natalidade, afirmando que sempre existirão fatores que influenciarão negativamente no consumo de brinquedos. “Isso foge ao controle. Tentamos investir em lançamentos, em personagens licenciados e novidades para aumentar nossas vendas mesmo com a diminuição da população”, afirma. Em relação ao Dia das Crianças, ela diz que as vendas foram muito boas e prometem para o Natal. A empresa espera alavancar em 15% o faturamento esse ano por conta do contrato assinado com o jogador Neymar Jr. para uma linha bem completa de Futebol com itens que variam de R$ 6,90 até R$ 139,90 aos consumidores. Além do preço, o estilo das peças é muito importante. “As crianças estão cada vez mais exigentes e temos que seguir essa evolução. Querem produtos com mais tecnologia, com sons, luzes, mais interativos.
A Gulliver busca sempre utilizar cores vivas, atraentes e produtos resistentes, de qualidade. Nos preocupamos muito com a segurança dos nossos consumidores”, avalia.
Novidades e tendências
As principais resinas para a produção de brinquedos são de baixa e média viscosidade usadas em processo de rotomoldagem na fabricação de bonecas, mordedores, bolas, etc, informa o coordenador de Negócios do Departamento de Químicos Industriais da Basf, Álvaro Louzão. A Braskem atende o mercado de brinquedos com o Polipropileno (PP) e o Polietileno (PE). Na família dos PP’s, o uso prioritário é do Polipropileno Copolímero de Alto Impacto, que tem como característica principal uma elevada resistência ao impacto com boa rigidez, o que confere resistência à quebra do brinquedo durante o uso. Entre os principais grades utilizados pelo mercado, estão as resinas EP 440L e CP 442XP para injeção, informa a empresa. O Polietileno é utilizado principalmente para a fabricação de brinquedos de maior porte, como aqueles de playgrounds – casinhas, escorregadores, etc. – e também carrinhos de pedal e cavalinhos vai e vem. Por suas características, o PE se adapta bem a esse tipo de brinquedo, tornando-se competitivo no mercado. O polietileno tem como principais características a leveza, a segurança na utilização – por não ter pontas, pregos e felpas, que outros materiais, como madeira e >>>> << Setembro de 2012 < Plástico Sul < 17
metal, poderiam apresentar –, a facilidade no transporte e resistência a produtos químicos. Além disso, o PE permite ser moldado em diferentes formatos, podendo ter design diverso, além de poder ser trabalhado com uma multiplicidade de cores. Entre as resinas mais utilizadas, estão o PEAD (polietileno de alta densidade) para sopro, HS5502, e os PEMD (polietilenos de média densidade) para rotomoldagem, ML3400N e ML36001U. A Braskem também atende o mercado com o PVC, utilizado em bolas e bonecas. Nicolai Duboc, gerente de Eng. de Aplicação e Desenvolvimento de Mercado da Braskem, diz que as novidades em PP estão relacionadas a uma família de PP’s especiais, desenvolvidos para diferentes aplicações que necessitem elevada transparência: Braskem Prisma®. “No caso de brinquedos, esta linha de produtos permite a produção de peças transparentes aliada a uma boa resistência à quebra por impacto. E, no caso de ocorrer a quebra da peça, o produto tem menor tendência a formar pontas, que poderiam causar acidentes com as crianças”, explica. Louzão, da Basf, destaca a importância dos concorrentes estrangeiros no não desenvolvimento nacional. “Mesmo com o aumento do poder de consumo, a entrada de produtos importados ainda impede o crescimento do setor”. A supervalorização do custo também pode impedir novidades. “Atualmente o mercado é mais voltado ao preço, talvez por isso não haja perspectivas de investimento em novidades e lançamentos de outras resinas”, afirma. As negociações para final de ano não estão fechadas, mas ele faz uma análise. “Apesar do mercado ainda estar trabalhando para atender aos pedidos de Natal, a produção de alguns clientes se mantém estável, o que indica que não houve aumento na produção conforme esperado e para 2013 ainda não há perspectiva formada”, diz Louzão. Apesar das conhecidas, e questionáveis, vantagens asiáticas em relação à produção, o estrangeiro não possui canais de vendas de atacado e varejo desenvolvidos, logo tem trabalhado também via contratos com empresas globais cujas marcas já são bem consolidadas. “Essas grandes empresas - Matel, Disney, Hasbro, etc. - têm buscado expandir seus canais de venda através de licenças de produção/comercialização via fabricantes locais, o que tem sido, no Brasil, um bom negócio de incremento de receita 18 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
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Brinquedos
Linha para a praia da Gulliver, com peças fabricadas em plástico injetado
e proteção de mercado. Tais licenças, entretanto, devem ser muito bem estudadas, pois a forma como se calcula a parte da empresa, descontinuidade de modelo, etc. devem ser levados em contato pelo fabricante local”, explica Marcus Vinícius Trisotto, da coordenação de Marketing PP da Braskem. Apesar desta forma de receita extra funcionar no Brasil, há um efeito, provavelmente global, de migração do brinquedo convencional para o eletrônico, destaca o executivo. “Cada vez mais cedo a criança/ adolescente tem acesso a tablets, celulares, etc., que acabam competindo com o mercado de brinquedos. Brinquedos elétricos também têm sido opções de valor agregado maior, porém, neste caso, novamente há um conteúdo importado significativo (componentes elétricos, baterias, etc.)”, diz Trisotto. Paralelamente, a ascensão social do brasileiro traz um efeito compensador. “O aumento da renda no Brasil tem proporcionado mais acesso a brinquedos pela população de classes mais baixas. Tais brinquedos não necessariamente possuem partes elétricas ou competem com eletrônicos, logo, há uma vantagem da indústria local em atingir este público-alvo”, avalia Trisotto. PS
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Novos aliados Cresce a participação dos periféricos na indústria do plástico, auxiliando na redução dos custos, ampliando a produtividade e a qualidade do produto final
Por Gilmar Bitencourt
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Destaca que estes equipamentos evitam as perdas e a contaminação das matérias-primas, possibilitando uma melhor organização da área produtiva, “considerando estoque de matéria-prima a granel e alimentação automática dos equipamentos de produção”, acrescenta. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a Bettoni também salienta a importância destes equipamentos. De acordo com o diretor comercial da empresa, Roberto Bettoni, os periféricos contribuem decisivamente para evitar a dependência do processo manual, dando maior repetibilidade e economia. A AWS, empresa do Grupo Sapage, faz coro ao afirmar que os periféricos são equipamentos auxiliares que ajudam e contribuem para uma produção mais econômica e precisa. Salienta ainda que estes equipamentos geram retorno e colaboram para ampliar a qualidade dos produtos transformados. “Os desperdícios acabam e aparece a praticidade na troca de pedidos de materiais diferentes”, acrescenta Camila Sapage, >>>>
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ordem do momento para os transformadores de plásticos é produzir mais com menos. A equação é simples: para se manter em um mercado cada vez mais disputado e com margens baixas de lucratividade, a saída é reduzir os custos de produção, mas sem afetar a qualidade do produto final. Para fechar esta conta, as medidas necessárias vão além da organização administrativa da empresa, é preciso investimentos no parque industrial. É justamente nesta hora que os periféricos vêm ganhando espaço e se tornando grandes aliados da empresas da terceira geração petroquímica para otimizar o processo produtivo, ampliar a qualidade dos transformados e reduzir as despesas. Estes equipamentos que muitas vezes foram considerados supérfluos, já são vistos com outros olhos pelos conformadores de plásticos. Conforme o gerente geral da Theodosio Randon, Júlio Randon, a utilização de periféricos corretos possibilita a redução de custo e o aumento de produtividade.
Alimentador Monofásico, uma tecnologia da Bettoni
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Periféricos da AWS receberam melhorias, como o Secador Alimentador
do departamento de marketing do Grupo. A Piovan fala sobre esta nova realidade no mercado. “Vemos que a onda do momento é a melhoria de produtividade e redução de custos operacionais”, comenta
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Ricardo Prado Santos, vice-presidente da empresa para América do Sul. Ele fala que a indústria brasileira precisa adquirir competitividade e cabe ao empresário ter a melhor produtividade global possível. “Dentro desta premissa, os periféricos de boa tecnologia são de extrema importância, pois além de serem fundamentais para manter o processo controlado e portanto produtivo, também evitam desperdícios”, salienta. O diretor da Mainard Medidores de Espessura, Amilton Mainard, comenta que essa conta de produzir mais com o menor custo e melhor qualidade, passa necessariamente pelos periféricos, que cada vez ganham mais importância nessa equação se tornando uma ferramenta imprescindível. Falando mais especificamente da área de extrusão, o diretor da BY Enge-
nharia, Marco Antônio Gianesi, comenta que qualquer componente para o segmento é vital para a melhor performance da linha tanto em termos de produção como de qualidade. Ele destaca que a escolha do desenho de uma rosca de extrusão com o perfil correto, dedicado para o polímero a ser processado, e um sistema eficaz de troca telas que permite que a linha de extrusão não sofra interrupção para a troca de telas na tarefa de eliminar impurezas do polímero e diversas cargas utilizadas, são periféricos essenciais para garantir que se obtenha o melhor resultado. Como exemplo ele cita que uma rosca com perfil errado para processar um certo polímero vai diminuir a produção horária e consequentemente vai afetar a qualidade do produto final. Segue afirmando que uma linha de extrusão sem um troca telas ou com um troca telas manual, acarretará por exemplo a interrupção ou parada da linha para que seja feita a troca de telas saturada com contaminantes, “fatalmente comprometendo a produção da linha”, comenta. >>>>
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Em busca da economia – Os fabricantes destacam os vários benefícios que os periféricos podem trazer para os transformadores de plásticos. Porém salientam que é difícil de mensurar a economia que estes equipamentos podem gerar para o processo produtivo, mas fazem algumas estimativas. O gerente geral da Theodosio Randon estima, que dependendo do conjunto de periféricos utilizado, “esta redução de custo pode chegar a 5% de matéria-prima e a 30% de mão de obra”, informa Júlio Randon. Roberto Bettoni confirma que a redução dos custos de produção com a utilização de periféricos é muito relativa, sendo que esta conta varia de caso a caso. “A longo prazo, levando em conta custos de mão de obra, paradas de máquina e qualidade, arrisco até mesmo em falar em 50%”, comenta o diretor comercial da Bettoni. Sem entrar em números, o diretor da Piovan comenta que os equipamentos produzidos pela empresa podem auxiliar os
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convertedores de muitas maneiras. Em primeiro lugar ele destaca a redução de perdas de materiais ou de produtos processados, como ocorre com o controle de temperatura de moldes, com os sistemas gravimétricos de dosagem, entre outros. Ainda de acordo com Ricardo Prado, outra contribuição dos periféricos é a redução de consumo energético, quando comparado com situações pré-existentes. “Um exemplo neste caso são as grandes economias de energia possíveis ao se reorganizar ou reprojetar sistemas de água gelada ou na secagem de materiais, quando comparamos sistemas de secagem tradicionais, contra os sistemas Piovan inteligentes”, comenta. Para o diretor comercial da Siccus, Anibal Leonetti, os periféricos da empresa podem trazer uma economia de 66% em tempo de processo de desumidificação e de 70% em economia da energia. Ele explica que os desumidificadores da companhia são dinâmicos para polímeros ou flake-pet, ampliando a produção do cliente na quantidade e na qualidade.
“No primeiro item, será devido ao pouco tempo de processo, enquanto a maioria dos desumidificadores processam o material em 3h ou mais, o da Siccus processa em no máximo 50 minutos”, acrescenta. Quanto a qualidade, Leonetti fala que fica evidente na resistência mecânica e na transparência da peça, devido ao pouco tempo de exposição ao calor. Amilton Mainard observa que não dá para se estabelecer um valor exato sobre o ganho na produtividade com os periféricos, “mas é certo que ele existe e isso depende de vários fatores como a qualidade do equipamento e da escolha certa dos periféricos”. Segundo o diretor, o objetivo de todo periférico é contribuir com a qualidade do produto transformado. Ele exemplifica, que um bom gravimetro pode assegurar um controle mais efetivo na espessura do material isso por si só já garante economia de matéria-prima e melhoria significativa na qualidade do produto, com a consequente redução nos custos. De acordo com Camila Sapage, do >>>>
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marketing da AWS, esta economia vai depender da capacidade de cada máquina/ produção, porém destaca que é visível a redução do consumo de matéria-prima e melhoria na qualidade e homogeneidade do produto final. Ela fala que os transformadores de plástico ainda têm um pouco de resistência para a aquisição de um periférico, “porém após a primeira compra, devido a economia gerada, o cliente sempre vai buscar novas opções para facilitar o seu trabalho e melhorar a qualidade de seus produtos”, complementa. Nesta questão, a Ineal condiciona a economia que pode ser obtida ao segmento de atuação e o tipo de equipamento que será adquirido. Marcel Brito comenta que a empresa atua com muita força no seguimento de reciclagem onde a automação é inevitável para as empresas que querem melhorar a qualidade do material que produzem e reduzir os custos de energia, mão de obra e do retrabalho. “Em um cliente que conseguimos fazer um trabalho completo com sistemas de secagem, transporte, dosagem e ensaque, conseguimos aumentar a produtividade em cerca de 18% e reduzimos o custo de produção em 23%, mas isso vai depender muito da situação inicial do transformador e da adaptação para uma nova forma de trabalho”, conta o gerente de vendas. A BY Engenharia salienta que a redução de custos é muito relativa, sendo necessário um estudo dedicado a cada linha de produção para avaliar os índices de economia. Marco Gianesi observa que de-
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Brito, da Ineal: “Em 2011 a empresa cresceu em torno de 16% e a previsão para este ano é repetir o resultado”
pendendo do produto que será fabricado, pode-se sugerir uma série de periféricos para aumento de performance de vazão em kg/h, garantia dimensional, redução de matéria-prima, entre outros benefícios. Para exemplificar, o diretor comenta sobre o medidor de espessura para filme, chapa ou tubo, que segundo ele é de vital importância para a garantia da qualidade do produto a nível de perfil pois garante que o produto fique sempre dentro das especificações nominais atendendo de maneira total a exigência do mercado. “Este dispositivo trabalha em sintonia fina com a matriz da extrusora fornecendo subsídios de auto correção para manutenção dos limites dimensionais estabelecidos e permitindo na maioria das vezes a economia de materia-prima”, acrescenta. Outros exemplos citados por Gianesi são a bomba de engrenagens para fabricação de filme, chapa e perfis em geral e o sistema de granulação imersa em água. O primeiro elimina a pulsação gerada pela rosca de extrusão que é refletida no produto final. “Ao instalar-se uma bomba de engrenagens entre a extrusora e a matriz da linha de extrusão, teremos a garantia de volume e pressão constante de polímero, evitando assim os problemas dimensionais no produto final. Em algumas situações,
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ao instalar-se uma bomba de engrenagens numa linha de extrusão pode-se inclusive aumentar a vazão em kg/h”, salienta. Entre os benefícios do sistema de granulação imersa em água, o empresário destaca a economia de espaço, aumento da produtividade, garantia de granulometria, redução de ruído, entre outras. “A BY Engenharia foi a pioneira em trazer esta tecnologia ao Brasil há mais de 10 anos com uma parceria com a empresa norte americana Gala Industries, fabricando estes sistemas para compostos de PVC, compostos em geral, reciclagem, hot melt, entre outras aplicações”, complementa.
Crescem as vendas e os de-
safios - Cientes dos benefícios que os periféricos podem oferecer e da sua importância no processo produtivo, a maioria dos transformadores de plásticos já está incluindo estes equipamentos nos seus projetos de investimento no parque fabril, que até então visavam exclusivamente as máquinas para a conformação dos polímeros, como injetoras, extrusoras e sopradoras. Esta nova visão dos empresários do setor tem aquecido o mercado. Os produtores de periféricos comemoram o aumento da demanda, mas ao mesmo tempo enfrentam novos desafios para atender as exigências dos clientes e o crescimento da concorrência. Neste contexto o gerente geral da Theodosio Randon destaca que a utilização de periféricos adequados esbarra no investimento necessário para uma automação plena, o que vem sendo minimizado pelo aumento da concorrência com a entrada no mercado de novas empresas fornecedoras de equipamento e novas tecnologias. Júlio Randon acrescenta que as
principais exigências dos transformadores se concentram no trinômio: custo, qualidade e tecnologia. Conforme o gerente, com o objetivo de atender a demanda do mercado, a empresa tem trabalhado na redução de custos do sistema produtivo de equipamentos e desenvolvendo silos contemplando sempre a necessidade do cliente, fornecendo dimensões que melhor se adequem a aplicação especifica desta necessidade. “Temos desenvolvido os sistemas de carregamentos dos silos com a linha de descarregadores de big-bag’s e containers com capacidade de 5 a 30 t/h”, informa. O executivo comenta que este é o momento de investir em melhorias de produção com a aplicação de periféricos adequados, “considerando o estímulo que a indústria tem recebido com financiamentos de longo prazo com taxas reduzidas para a aquisição de equipamentos para a produção”, complementa. Falando em mercado, o diretor comercial da Bettoni observa que o setor
teve um grande crescimento nos últimos anos, “mais que 100%”, informa. Porém Roberto Bettoni salienta que são muitos os desafios para os produtores nacionais. Ele comenta que os clientes exigem equipamentos confiáveis, atendimento imediato e preço. O diretor explica o grau de dificuldades enfrentado pela a indústria nacional. Fala que o maior desafio está em ser sempre mais competitivo em preço e qualidade, “pois estamos no recheio do bolo, ou seja, de um lado há equipamentos chineses baratos e que muitas vezes já vem junto "de brinde" com a máquina de transformação. Do outro lado temos os equipamentos europeus que são marcas globais. Em suma, o custo Brasil é o nosso calcanhar de Aquiles”, desabafa. A concorrência internacional também é destacada por Anibal Leonetti, da Siccus. Segundo o diretor comercial, o grande desafio é produzir equipamentos de qualidade, com preços competitivos para competir como os produtos importados. Para Ricardo Prado, da Piovan, os >>>>
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desafios estão em oferecer soluções adequadas, muitas vezes customizadas, que possibilitem a máxima eficiência do transformador. Ele acrescenta que a expertise para o sucesso nesta empreitada vem das pessoas e da tecnologia oferecida por cada fornecedor. “A indústria de transformação brasileira precisa aumentar rapidamente a sua produtividade, investindo em tecnologias mais atualizadas. Só assim poderá se tornar mais forte e mais competitiva”, analisa. Prado informa que os últimos lançamentos da empresa são o alimentador econômico S55, o dosador gravimétrico Lybra G, a linha mini-chiller e os chillers de grande porte linha CA. “No caso dos chillers,em recente pesquisa comparativa de mercado, encontramos que os mesmos podemo ferecer consumos energéticos muito baixos, em geral cerca de 20 a 30% abaixo das máquinas disponíveis neste momento”, salienta.
Processo de acreditação –
Analisando o segmento de equipamentos para medir espessura, Amilton Mainard destaca que este mercado tem crescido por volta de uns 15% ao ano. Ele justifica o crescimento da demanda, pelo fato dos transformadores de maneira em geral estarem cada vez mais preocupados com a qualidade final do produto. Como exemplo desta preocupação, o caso das sacolas plásticas. Ele informa que hoje já existe uma norma especifica para produzir esse item e as empresas preocupadas com o
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Silos da Theodosio Randon evitam perdas e contaminação das resinas
meio ambiente e com a qualidade do seu produto estão buscando parcerias com os fabricantes de periféricos (medidores de espessura no caso) e se apoiando a órgãos como o Instituto Nacional do Plástico (INP) para atingir um alto grau de excelência e padronização para melhor atender as demandas. “Ações como essa sempre levam a melhorar a qualidade dos transformados e aumento de demanda”, frisa. Segundo o diretor, a Mainard com objetivo de atender esta demanda do mercado cada vez melhor, tem ampliado o nível de qualidade dos seus produtos. Para provar a veracidade desta iniciativa, o diretor informa que a empresa iniciou um processo de acreditação de seu laboratório junto ao INMETRO para entrar na Rede Brasileira de Calibração (RBC ) até o final de 2013. “Isso vai fazer com que nossos produtos e serviços atendam cada vez mais as necessidades dos transformadores realmente preocupados com a qualidade do que produzem”, comenta. Atualmente a Mainard disponibiliza para o mercado, medidores de espessura com resolução de 0,0001mm, que antes eram mais utilizados por outros setores onde o grau de precisão sempre foi maior como a indústria aeronáutica, mecânica de precisão, ensaios, entre outros. “O inte-
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ressante é que os fabricantes de filmes em geral já estão buscando essa solução para medir seus produtos com mais precisão na hora de calcular a incerteza de medição do seu processo. Isso demonstra que os transformadores estão buscando evoluir seus produtos”, destaca.
Nova parceria - A BY Engenharia também estima um crescimento de 15% ao ano, nos periféricos do seu segmento de atuação. A grande novidade da empresa para 2012, foi assinatura de representação exclusiva com a empresa Italiana Plasmec, que atua principalmente na produção misturadores quente e frio para PVC. Conforme Marco Gianesi, a empresa foi a pioneira na fabricação dos misturadores frios >>>>
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STM1-700-1400 D Shini é um dos periféricos oferecidos pela empresa
horizontais (HEC). O executivo acrescenta que todos os equipamentos da indústria são fabricados de acordo com as normas européias e internacionais mais recentes. Com mais de 40 anos de experiência, a Plasmec já atingiu a marca de 3300 clientes ao redor do mundo, sendo que 85% dos seus equipamentos são destinados à exportação. Gianesi fala que a empresa oferece a melhor relação qualidade versus preço. Os nossos clientes podem comprar tecnologia, com bom preço, sem comprometer a performance do equipamento”, destaca. Ele explica que isso se deve ao fato da companhia ser uma empresa Full Cycle, “ou seja, tudo é fabricado na Plasmec, como vaso (panela), hélices, partes mecânicas, entre outras peças. Isso é um fator decisivo para garantir a qualidade”, comenta. Entre as vantagens do misturador quente, o executivo elenca o revestimento utilizado nas hélices, que é especial e aplicado por máquinas (não é feito manualmente), o que fornece alta resistência à abrasão e longa vida útil. O equipamento também permite a mudança da altura e geometria das hélices de acordo com a aplicação. Além disso todos os rolamentos e vedações de eixo são lubrificados apenas por uma entrada e saída centralizada, “ou seja, facilidade na manutenção”, salienta 30 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
Gianesi. Outro destaque é o sistema mecânico que evita que o sistema de transmissão de torque do motor para o eixo do misturador seja melhor alinhado, evitando quebras do eixo devido ao desalinhamento do mesmo durante a manutenção (aperto) da correia. Já o misturador frio (resfriador), modelo HEC pode resfriar um dry blend de 120°C a 50°C (formulações de PVC rígido) no período de 6 a 7 minutos. “Considerando que o resfriamento é mais rápido que o ciclo de mistura quente, existe a oportunidade de ter um composto mais homogêneo à mesma temperatura”, acrescenta o diretor. Todas as superfícies em contato com o material dentro do misturador têm acabamento espelhado, A operação é realizada com um sistema robótico automático. “Isso evita depósito de material nas superfícies mesmo nas condições mais extremas (alta humidade) e melhor fluidez do material nas superfícies”, informa. Gianesi comenta ainda que, considerando que o núcleo, e não apenas a superfície do material foi refrigerada, não haverá problemas de aglomeração durante a sua estocagem pela falta de inércia térmica. “Portanto, o transporte/alimentação do dry-blend nas extrusoras será constante”, comenta.
Inovação tecnológica - Para
atender a demanda crescente do mercado, a Shini Brasil destaca que tem um leque completo de periféricos para otimizar e capacitar linhas de produção para que possam render mais e melhor. Tatti Maeda, do departamento de marketing da empresa, observa que a companhia também está atenta à questão da sustentabilidade, oferecendo equipamentos que causam menos impacto a natureza. Em uma análise objetiva, Tatti Maeda comenta que os periféricos podem ser classificados em dois tipos, os de “linha de frente” ou “pós-extrusão”. Segundo ela, os equipamentos utilizados na “linha de frente” são os que determinam o tipo de aplicação. A executiva orienta que a escolha dos periféricos deve ser criteriosa, baseada principalmente na qualidade do equipamento. “É que isso está diretamente ligado a qualidade de produto final”, acrescenta. De acordo com a executiva, a receita para ampliar a participação no mercado é composta por avanços tecnológicos, com atenção ao meio ambiente. “Ainda que tenhamos excelentes periféricos no mercado, sempre será um desafio melhorar e inovar nas tecnologias, melhorando a performance e com isso rendendo mais produção”, comenta. Aliado a esta prática ela acrescenta as questões de sustentabilidade, destacando a relevância da reciclagem, principalmente em relação a obtenção de matéria-prima. “Estar atento a esses detalhes é fundamental para quem quer obter avanços neste cenário”, salienta. Neste sentido, a representante da empresa observa que a Shini possuí uma linha completa de periféricos, que vem para suprir as necessidades do mercado. “Nossos equipamentos estão em constante observação para que seja identificada a possibilidade de aprimoramento. Com isso estamos sempre inovando no mercado”, comenta. O destaque do seu portifólio é a linha de robôs e manipuladores, “são o grande chamariz das feiras que participamos”, conta. A companhia oferece para o mercado manipuladores e robôs de 1, 3 e 5 eixos servo motor. “Todos os componentes utilizados para a produção destes equipamentos, são referências no mercado, um exemplo é o servo motor da marca Panasonic”. Complementa Tatti Maeda.
Mercado em alta - O crescimento nas vendas de periféricos também é evidenciado pela AWS. Camila Sapage observa que a participação destes equipamentos nas empresas de transformação de plásticos deve ampliar cada vez mais. “Levando em conta, que com pequeno investimento por equipamento, você consegue formar uma célula automática de produção, o mercado vai crescer. A automação dentro das indústrias não tem volta e nossa empresa está pronta”, destaca. Segundo ela, a empresa está estruturada para aumentar a sua participação neste mercado. “Aumentamos nossa área de montagem, desenvolvemos mais fornecedores, contratamos mais técnicos, fechamos com novos periféricos para que possamos atender os clientes na sua necessidade total”, conta. Apesar destas boas perspectivas, Camila Sapage destaca que o segmento está bastante competitivo. “Percebemos que este crescimento vem aumentando ano após ano, gerando maior concorrência entre as in-
dústrias de periféricos”, informa. A representante do setor de marketing da companhia informa que nos 15 anos de atuação, a AWS tem focado na inovação tecnológica. Diz que a empresa tem uma ampla gama de produtos e que está pronta para atender transformadores de extrusão, injeção, sopro, entre outros. “Os últimos lançamentos foram de melhorias em cima dos periféricos que já são tradicionais. “Trazemos para o mercado mais eficiência com menor consumo de energia e menos desperdício”, acrescenta. A companhia fornece equipamentos para alimentação de resinas nas máquinas, dosagem, secagem e desumidificação, assim como controles automáticos de processos de fabricação de termoplásticos. “Nossa engenharia conta com engenheiros experientes e apoio técnico internacional”, complementa.
Crescimento projetado - De olho nesta tendência de crescimento, a Ineal é outra empresa que está apostando
no aumento da sua participação no mercado. Segundo Marcel Brito, toda a linha de produtos da empresa é composta por equipamentos de automação onde o retorno do investimento é de curto e médio prazo “e a maturidade de nossos clientes hoje, nos leva a crer que teremos nos próximos anos uma procura acentuada em quase todo o nossoa portifólio, mas uma tendência de maior crescimento está nos sistemas de alimentação, dosagem, secagem e desumidificação”, acrescenta. No ano passado a empresa cresceu em torno de 16% e a previsão para este ano de repetir o resultado registrado em 2011. No caso das centrais de alimentação, o gerente de vendas informa que a busca é pela melhor organização e limpeza da fabrica, diminuindo o desperdício e aprimorando o processo de compra de matéria-prima. Com isso é possível controlar melhor o consumo em relação à produção. Brito acrescenta que as centrais também minimizam a possibilidade de erro e economizam energia, quando >>>>
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substituem sistemas individuais de alimentação, que são muitas vezes mau dimensionados. “As vendas dos sistemas contínuos de secagem e desumidificação são alavancadas pela utilização cada vez maior de materiais com características higroscópicas, é o caso dos materiais de engenharia, dos materiais reprocessados e do uso cada dia maior do PET”, slaienta. Brito também comenta que os dosadores volumétricos e gravimétricos são cada dia mais indispensáveis para as empresas quem desejam ter uma maior uniformidade em sua produção, reduzir o consumo de aditivos e de pigmento. Acrescenta que estes equipamentos permitem a utilização do refugo do processo de forma responsável sem prejudicar a qualidade do seu produto, reduzindo a mão de obra sem especialização. Além de equipamentos de ponta, o gerente de vendas destaca que outro desafio encarado pela empresa para cativar os clientes é atender ao anseio de cada transformador, possibilitando a automação da
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sua produção tentando utilizar tudo aquilo que já existe e manter a forma com que trabalha. “Muitas empresas precisam de projetos especiais que possam levar as vantagens propostas por nossos projetos e que tenham o menor custo possível, pois o investimento deve retornar em curto ou médio prazo”, salienta Brito. Conforme o executivo, a Ineal é uma das empresas mais flexíveis do seguimento, que apesar de contar com uma linha de equipamentos, trabalha principalmente em projetos especiais para as mais diversas aplicações, “para conseguir esse feito contamos com uma caldeiraria própria com corte a água e todos os equipamentos necessários para a fabricação de equipamentos de pequeno e grande porte”, explica. Uma das áreas em que a Ineal mais investe no momento é o de extrusão de filmes, De acordo com o gerente, neste segmento a tecnologia apresentada para controle do processo oferece resultados consideráveis. “Mas no Brasil, os avanços conquistados pelas empresas fabri-
cantes de extrusoras não se refletem nos periféricos, ainda somos muito dependentes dos equipamentos importados que apesar da qualidade, tem um custo que impossibilita o acesso por parte da maioria dos transformadores do setor”, observa. Diante desta realidade, Brito fala que empresa tem buscado parceiros que nos possibilitem agregar os recursos tecnológicos ao seu custo de produção. “Dessa forma conseguiremos atuar em segmentos do plástico onde não temos tanta penetração e em contra partida, levar o melhor da tecnologia mundial ao alcance dos nossos clientes com dosadores gravimétricos Easy Batch que garantem homogeneidade no processo com extrema precisão tanto na mistura dos componentes como no controle do que é consumido pela extrusora”, comenta. Ele acrescenta que a nacionalização desses equipamentos poderá manter a qualidade e desempenho do equipamento produzido na Itália com um custo acessível ao mercado brasileiro. PS
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Evento
FIESC e Messe Brasil lançam programação do congresso Powergrid com foco no consumo eficiente de energia Em pauta, tecnologias, soluções e oportunidades para os grandes consumidores de energia.
E
ntre os dias 27 e 29 de novembro, Joinville/SC será palco da 2ª edição da Powergrid Brasil – Feira e Congresso de Energia. O evento tem a proposta de indicar caminhos para que as indústrias, shoppings centers, portos, construtoras e outros grandes consumidores de energia possam utilizar este recurso de maneira mais eficiente, contribuindo para sua performance e competitividade no mercado. No congresso, os palestrantes vão apresentar novas alternativas, tecnologias e tendências de evolução do setor. As discussões abrangem a implementação das redes inteligentes, integração de outras infraestruturas como petróleo e gás, investimentos e projetos de energia sustentável, eficiência energética e segurança, e as vantagens e riscos de apostar no mercado livre de energia. Na abertura do congresso, em 27 de novembro, às 18h30, o destaque é para um tema atual e que promete ser o futuro próximo da energia, as redes inteligentes. A palestra Smart Grid – Pesquisa, desenvolvimento e aplicabilidade no setor elétrico
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brasileiro será ministrada pelo diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marco Delgado. No dia 28, a programação do congresso segue com mais três palestras. A partir das 14h30, José Mauro de Morais, especialista de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), abordará em sua apresentação os Impactos econômicos e tecnológicos no setor de óleo e gás – Estudos do IPEA sobre as aquisições de bens e serviços da Petrobras e suas parcerias com universidades. Na sequencia, o engenheiro eletricista da Tradener, Jorge Tadeu Caliari, apresenta o case Mercado Livre de Energia –modalidades contratuais, vantagens, riscos, e casos reais (SC – PR – SP). O especialista líder em energia da Divisão de Energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Arnaldo Vieira de Carvalho, vem de Washington/DC, EUA, para encerrar o segundo dia de palestras com a abordagem Financiamento de projetos de energia sustentável na América Latina e Caribe. Beatriz Pedrosa Salvini, arquiteta
da Furnas, abre o último dia do congresso, com a palestra Eficiência energética e conforto ambiental na área industrial energizada, às 14h30. Em seguida, o tema abordado será Energia no contexto da economia sustentável – Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, pelo presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri. Finaliza o ciclo de palestras o engenheiro Ronaldo Scoz Duarte, consultor do SENAI/SC, com o tema Tecnologias aplicadas na segurança dos serviços com eletricidade. A Powergrid é uma realização da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), com organização da Messe Brasil, e acontece no Centreventos Cau Hansen. As inscrições para o congresso são gratuitas e limitadas. Quem tiver interesse em acompanhar as palestras deve fazer sua inscrição pelo site www. powergrid.com.br. A feira, que abre às 14 horas do dia 27, vai apresentar soluções em comercialização de energia, eficiência energética e infraestrutura. PS
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Evento
Por Gilmar Bitencourt, enviado especial ao Rio de Janeiro
Rubber Day discute o pneu verde Lanxess, junto à UFRJ, debateu sobre a mobilidade verde e destaca o pneu eficiente
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Lanxess realizou mais uma edição do Rubber Day Brasil, na Coppe - Instituto de Pós-Graduação Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, localizado no Centro de Tecnologia2 (CT2) da UFRJ, na Cidade Universitária. O encontro reuniu mais de 250 pessoas, entre especialistas nacionais e internacionais, empresários e autoridades para discutir o futuro da mobilidade e as últimas tendências no universo da borracha sintética. O evento foi realizado pela primeira vez, em 2009, na Alemanha, e já passou por países como China e Coreia do Sul. A primeira edição brasileira do evento foi sediada na cidade de São Paulo. O Rubber Day é uma iniciativa global da Lanxess para disseminar ideias e aprendizados sobre borracha sintética.O evento consiste em uma conferência de um dia no qual os principais nomes do setor reunidos em um encontro exclusivo com, painéis, apresentações e debates. O tema deste ano foi "Borracha de alta tecnologia para a mobilidade verde" (High-tech Rubber for Green Mobility) e teve a oportunidade de reunir acadêmicos e especialistas de mercado para confrontar suas ideias. 36 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
Na abertura do encontro, o CEO mundial da empresa, Axel Heitmann, destacou que a inovação não é uma opção, mas sim uma obrigação. Ele observa ainda que "o evento é um bom exemplo de como os líderes da indústria, a comunidade acadêmica e os cientistas podem trabalhar juntos para explorar soluções para os desafios impostos pelas megatendências, como a crescente urbanização e a mobilidade em franco crescimento". Para Marcelo Lacerda, presidente da Lanxess no Brasil, o Rubber Day consolida-se como uma importante plataforma de networking e troca de experiências entre todos aqueles envolvidos no setor de borrachas. Lacerda destaca que a empresa, uma das principais produtoras de borracha sintética mundial, não só continua a expandir sua rede de produção global de borracha, mas também quer criar uma maior consciência da importância deste produto para a economia e o desenvolvimento da sociedade moderna. Conforme José Carlos Pinto, professor do Programa de Engenharia Química da COPPE e um dos palestrantes do evento, é importante trazer para o ambiente da universidade um evento desse porte.
Afirma que a cooperação entre academia e empresa possibilita o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas. O foco deste ano foram os pneus verdes, produto para os quais Lanxess fornece borrachas de alto desempenho. Especialistas discutiram soluções para o futuro da mobilidade, acima de tudo, para a mobilidade verde. Na ocasião a companhia também apresentou soluções sustentáveis e aplicações inovadoras de sua linha de produtos. De acordo com Axel Heitmann o mundo está mudando rapidamente e a mobilidade continua a crescer. Segundo ele, atualmente há mais de um bilhão de carros nas estradas do mundo e a previsão é de que este número suba para 2,5 bilhões até 2050. Assim a necessidade da “mobilidade verde” se tornou um desafio global. “Esse é um dos motivos da importância em desenvolver produtos e tecnologias que ajudem a conservar energia, reduzir emissões, preservar nosso recursos e proteger o meio ambiente”, acrescenta o CEO mundial da Lanxess. Frente a esta realidade o executivo observa que o pneu é responsável por até 30% do consumo de combustível dos carros devido à sua constante deformação. A Lanxess criou novos compostos químicos
que podem reduzir a resistência de rolamento e baixar o consumo em mais de 25%. De acordo com a empresa os pneus verdes oferecem alto nível de segurança devido a máxima aderência e desgaste reduzido frente a mínima resistência a rolagem. Além disso, os pneus eficientes também reduzem a emissão do CO2 para a atmosfera e o ruído, que também é um requisito importante, cuja redução minimiza a poluição ambiental e sonora, percebida principalmente em túneis. Ao final do dia, os convidados foram recebidos em um juntar, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, para um jantar de gala para comemorar a união das cidades-irmãs Rio de Janeiro (Brasil) e Colônia (Alemanha). O evento no MAM contou com a participação do prefeito da
DIVULGAÇÃO
Encontro reuniu mais de 250 pessoas para discutir o futuro da mobilidade e tendências no universo da borracha sintética
cidade alemã, Jürgen Rotters. Em setembro de 2011, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, o prefeito de Colônia, Jürgen Roters e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, firmaram um acordo com
o objetivo de estreitar as relações econômicas e culturais entre as duas cidades, promovendo o intercâmbio de experiências entre empresas, estudantes e pesquisadores brasileiros e alemães. PS
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Troubleshoting
Seminário Internacional em Injeção abordará metodologia para resolução de defeitos de moldagem
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urante a apresentação do Seminário Internacional em Injeção de Plásticos - Troubleshooting – Resolução de Defeitos de Moldagem – na primeira quinzena de novembro próximo, o especialista americano Bill Tobin abordará metodologia para resolução de problemas que podem ocorrer durante o processamento por injeção. Segundo Bill Tobin, os defeitos podem ser classificados em famílias, de acordo a etapa do ciclo de injeção em que se originam (preenchimento do molde / recalque / resfriamento / extração) ou se estão relacionados ao material, pós-moldagem, molde / equipamento. No seminário, serão analisados vários defeitos que podem ocorrer durante a moldagem por injeção, tais como: Marcas de Queima, Rebarbas, Linhas de solda / linhas de fluxo, Dispersão de cor inadequada, Variação dimensional / dimensões inadequadas, Acabamento superficial não uniforme, Cascas de laranja, Peças incompletas, Estrias prateadas, Rechupes, Canal da bucha preso, Estrias marrons, Bolhas, Peças presas na cavidade, Peças quebradiças/Rachaduras, Escorrimento, Marcas de extração, Vazios, Empenamento, Esguichamento e Pontos pretos (black specs). Para cada defeito, será identificada uma Causa Raiz e serão discutidas causas individuais relacionadas com parâmetros de processamento tais como temperaturas, pressões, tempos e velocidades, além do 38 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
molde/máquina e ambiente. O seminário Troubleshooting é bastante interativo, sendo estimulada a participação ativa dos presentes. Bill Tobin é um conferencista e autor internacionalmente reconhecido e solicitado para cursos e seminários na área de Injeção de Plásticos. Ele vem apresentando seminários há vários anos em diferentes cidades dos Estados Unidos, China, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, México, Israel, Marrocos, Arábia Saudita e Brasil. Bill Tobin tem mais de 40 anos de experiência na área de Plásticos, é Membro Senior da Society of Plastics Engineers, e autor de 23 livros técnicos e mais de 250 artigos técnicos publicados em diferentes revistas especializadas. Bill Tobin já esteve no Brasil em 2010 e 2011, apresentando o seminário “Moldagem Científica” em São Paulo, Caxias do Sul, Joinville, Manaus, Rio de Janeiro, Maceió, Curitiba e Porto Alegre. O Seminário “Troubleshooting – Resolução de Defeitos de Moldagem em Injeção de Plásticos”, organizado pela PLASSOFT TECNOLOGIA LTDA., é patrocinado pela fabricante de injetoras ARBURG e conta com o apoio da ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plásticos e dos Sindicatos da Indústria do Plástico do Estado de São Paulo (SINDIPLAST), do Nordeste Gaúcho (SIMPLAS), do Estado de Santa Catarina (SIMPESC), do Estado do Amazonas (SIMPLAST-Manaus), do Estado de Minas Gerais (SIMPLAST-MG), além da
Revista PLÁSTICO SUL, da Feira do Plástico, Borracha, Ferramentas e Moldes de Minas Gerais (MECPLAST), do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM), da Associação Mineira da Indústria do Plástico (AMIPLAST), da PLASTECH BRASIL 2013 e do Blog do Plástico. O evento ocorrerá nas seguintes datas e cidades: • 05/11/2012 – Caxias do Sul • 07/11/2012 – São Paulo • 09/11/2012 – Belo Horizonte • 12/11/2012 – Joinville • 14/11/2012 – Manaus O seminário terá tradução simultânea realizada por especialista em plásticos. Todos os participantes receberão um CD contendo o livro de Bill Tobin “Troubleshooting Injection Molded Parts”. Informações adicionais sobre o evento, inclusive sobre inscrições e programa do seminário,podem ser obtidas no site www.plassoft.com.br/seminario, através dos telefones (71) 3351 6880 e (11) 98580 0212 ou ainda pelo email info@plassoft.com.br. As informações podem também ser obtidas junto aos Sindicatos regionais que estão apoiando o evento. Associados às entidades apoiadoras tem um desconto adicional sobre o valor da inscrição. Para as empresas que efetuarem 4 inscrições, é oferecido o bônus de uma quinta inscrição gratuita. PS
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Opinião FOTOS: DIVULGAÇÃO
Por Marcio Freitas*
Produção industrial, pacotes de incentivos e o futuro da competividade brasileira
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, em agosto, a produção industrial avançou pelo terceiro mês consecutivo. A alta foi de 1,5%, a mais elevada desde maio do ano passado. Esse resultado foi alcançado graças aos setores beneficiados pela redução do IPI. O crescimento da produção foi estruturado em bens de consumo duráveis, destacando-se a de automóveis, eletrodomésticos e móveis. Todos esses segmentos são clientes do setor de transformação plástica. Nos últimos três meses o ganho acumulado é de 9,4% na produção de bens de consumo. O aumento na venda de veículos automotores, de 3,3%, foi o maior responsável pelo bom desempenho da indústria em agosto, segundo o IBGE, mas a expectativa é de que o setor automotivo deva sofrer redução de crescimento nos próximos balanços do IBGE. Isso se explica por conta da queda nas vendas de setembro, já registradas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Embora a força da indústria automobilística tenha diminuído sua intensidade, analistas de mercado acreditam que o resultado do terceiro trimestre de 2012 seja um pouco melhor. Alguns bancos trabalham com queda 40 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
de 0,8% na produção industrial de setembro. Entretanto, os resultados acumulados pela indústria, nos meses de julho e agosto, mostram que o PIB do trimestre poderá crescer algo em torno de 1%. Especialistas de mercado acreditam que há uma recuperação em curso. Porém, é difícil afirmar que é uma recuperação sustentável. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já existe um aquecimento da economia. O ministro apontou aumento da demanda por produtos industrializados e melhora nas exportações de manufaturados. Claro que a análise do ministro não viria sem o reforço de que, segundo a opinião dele, o crescimento se deu graças às medidas adotadas pelo governo na área de câmbio, uma vez que o dólar está mais favorável às exportações. Otimista, Guido Mantega diz que a expansão industrial se manterá pelos próximos meses. Do lado de cá, vamos cruzar os dedos para que a profecia do ministro se materialize, pois não é fácil para a indústria brasileira concorrer com os importados que estão chegando e massacrando a nossa produção. As medidas que estão em curso, adotadas pelo governo, podem surtir efeitos somente em 2013. Vale também lembrar que o resultado de agosto não foi o mesmo para o setor de bens de capital, que foi de apenas
0,3%, tal resultado estimula os pensadores da economia a se perguntarem se o investimento produtivo está abaixo do esperado. Embora haja consenso sobre a mão do governo e a melhora dos indicadores, o setor industrial não pode mais continuar seguindo sem uma política mais arrojada focada na melhoria de produtividade, na inovação, na melhoria das condições de infraestrutura para escoar nossa produção e investimento em educação, capacitando mão de obra, para termos melhores aparatos de competitividade no mercado global. Se continuarmos somente na dinâmica de bolsa para esse setor, bolsa para aquele outro, nunca chegaremos ao patamar de competitividade que outros países têm. Esses alívios são paliativos e não nos conduzem, em médio e longo prazo, a caminhos satisfatórios para o setor produtivo como um todo. O mundo está atravessando momentos difíceis, com economias tradicionais em frangalhos. O Brasil deve trabalhar seus desafios do presente, mas principalmente projetar sua nação para um futuro que nos dê condições de competir no mercado global. PS *Jornalista, especialista em comunicação empresarial e diretor da M.Free Comunicação
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Entre altos e baixos
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mercado de moldes para plásticos tem evoluído constantemente nos últimos 30 anos. Estas são as palavras do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), Christian Dihlmann. O dirigente observa ainda que a aplicação de produtos fabricados em termoplásticos tende a crescer muito nas próximas décadas “e isso resulta, imediatamente, na fabricação de ferramentais (moldes para injeção,sopro, termoformagem e outros processos)”, acrescenta. Apesar desta análise positiva do mercado, o presidente da Abinfer está preocu42 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
pado com o desempenho dos matrizeiros brasileiros. Segundo Dihlmann a indústria nacional registrou uma grande queda na produção, ao tempo em que as importações “têm se elevado a níveis alarmantes”, salienta. Ele comenta que a demanda do setor é crescente, mas para aumentar as vendas do moldes do país, os fabricantes precisam ter competitividade em nível global. “Essa é a principal ação a ser tomada pelas ferramentarias nacionais”, salienta. O bom desempenho do setor também é apontado pelo presidente da Organização Virtual de Ferramentarias do Brasil (Virfebras), Gelson Oliveira. O empresário,
que é diretor da JR Oliveira, informa que na atualidade existe boa demanda de solicitação de novos moldes. A invasão de ferramentais importados é confirmada pelo diretor geral da Sulbras Moldes e Plásticos, Leocádio Nonemacher. De acordo com o empresário, continua existindo uma avalanche de moldes fabricados no exterior, principalmente do mercado asiático. “Estimamos, que estamos perdendo em torno de 50% de nosso mercado de moldes para os asiáticos, ou seja, poderíamos dobrar a produção nacional”, desabafa. Dihlmann comenta sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores nacionais.
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Explica que a produção de uma peça seja em termoplástico ou qualquer outro material, tem três componentes básicos de custo: material, mão de obra/processo e impostos. “Isso ocorre também na construção de ferramentais”, acrescenta. Conforme o presidente da Abinfer o grande problema está em cumprir com estes três pontos. Para demonstrar inglória batalha dos matriseiros no Brasil, ele faz uma comparação com fabricantes asiáticos. “Por exemplo, um aço altamente empregado na construção de ferramentais é o P20, que no Brasil custa em média US$ 6,00/kg e na China cerca de US$ 2,00/kg, representando um fator em torno de três vezes”, conta. O dirigente observa ainda que no Brasil, um profissional iniciante recebe cerca de US$ 1.000,00/mês (com encargos trabalhistas), enquanto que na China este custo é de aproximadamente US$ 140,00/ mês, representando sete vezes menos. Por fim, o presidente destaca que a carga tributária naqueles países gira em torno de 17% do PIB. Já no nosso país este índice chega próximo dos 38%, ou seja, duas vezes mais. Diante deste quadro o dirigente fala que, é praticamente impossível vencer esta concorrência se não forem tomadas as medidas necessárias para a correção destes desvios. Para resolver ou minimizar essa disparidade, Dihlmann salienta que é necessário a adoção de várias ações no sentido de estimular a produção nacional, entre elas a desoneração da folha de pagamento, a flexibilização das jornadas de trabalho, a regulamentação dos processos de comércio exterior (importação & exportação), a redução da tributação dos meios produtivos, o incentivo a inovação, o investimento na capacitação de empresários e técnicos, entre tantas outras medidas. Gelson Oliveira, da Virfebras, ratifica a importância das medidas solicitadas por Dihlmann. Ele confirma que entre os principais obstáculos enfrentados pelos fabricantes de moldes nacionais, estão o preço do aço, os encargos sociais da folha de pagamento, carga tributária entre outros pontos, que afetam diretamente o empresário brasileiro. Para Leocádio Nonemacher, da Sulbras, a principal dificuldade enfrentada pelas empresas brasileiras do segmento é o rebaixamento de margens, devido ao excesso de oferta internacional de moldes. “Depois disso é a falta de capitalização para investir
em tecnologias de último nível. E não menos importante é a falta de mão de obra especializada, já que o setor prescinde de técnicos com formação de longo prazo”, acrescenta. Se existe a reclamação por parte dos produtores nacionais, os importadores de moldes também têm as suas queixas. A Brasil Plastic System (BPS) também observa que o mercado de ferramentais está em ascensão, “pois existe necessidade premente de novos desenvolvimentos em todos os segmentos de plástico injetado”, comenta o diretor comercial da companhia, Venceslau Salmeron. Mas o empresário reclama dos impostos de importação. “A carga tributária está na ordem de 72% sobre o valor FOB”, observa.
Incentivo à indústria – Para combater as dificuldades enfrentadas pelas empresas nacionais, o governo federal editou medidas que visam incentivar a indústria brasileira. Entre os setores beneficiados está a área automotiva, com a redução de IPI para os veículos que tiverem mais peças nacionais e para carros com maior economia de combustível. Essas ações devem refletir na cadeia produtiva do plástico. O presidente da Virfebras crê que essas ações devem trazer benefícios para a indústria de moldes, mas diz que ainda muito cedo para avaliar os resultados. Com mais convicção sobre o sucesso destas medidas, Christian Dihlmann conta que a Abinfer, assim como outras entidades do setor metalmecânico, atenderam o pedido do governo federal e participaram ati-
Dihlmann, da Abinfer, salienta a necessidade da adoção de ações para estimular a produção nacional
vamente na elaboração do programa Inovar Auto. “Tivemos várias conquistas, sendo a principal a inserção do setor ferramenteiro nos itens a serem considerados para a redução do IPI”, salienta. O dirigente diz que está certo de que essas medidas, de forma geral, causarão impacto em toda a cadeia produtiva de transformados plásticos e, por consequência, de ferramentais. Ele acrescenta que adicionalmente, as condições do programa serão uma grande alavanca para o desenvolvimento tecnológico, tanto das empresas transformadoras quanto das ferramentarias. “O mercado já tem se movimentado e percebe-se uma atenção especial dos potenciais clientes do setor automotivo na direção de buscar fornecedores brasileiros de moldes. De maneira ainda tímida, já há negociações em andamento”, comenta.
Organização do setor – Além desta ação junto ao governo, a Abinfer também está desenvolvendo várias ações no sentido de organizar e mobilizar o setor para que se torne mais competitivo. Algumas iniciativas já renderam resultados positivos. Entre elas, o presidente da entidade destaca a audiência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) onde foi possível conquistar assento no Conselho Automotivo Nacional, para o desenvolvimento do programa pró-ferramentaria, estruturado junto ao BNDES. Christian Dihlmann, também fala sobre o apoio conquistado para a aprovação do projeto de lei 176/08 e a sua regulamentação para definir a responsabilidade técnica sobre ferramentais importados. Conforme o dirigente, as propostas de estruturação do setor ferramenteiro da associação englobam quatro macro-metas: a redução do déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2017; a geração de 2.000 empregos diretos de mão de obra altamente qualificada, também até 2017; conquistar o superavit da balança comercial brasileira de US$ 200 milhões até 2026; por fim a mais audaciosa das metas é de colocar o Brasil entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentais até 2026. Dihlmann informa que a associação é >>>> << Setembro de 2012 < Plástico Sul < 43
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JR Oliveira produz moldes diversos de baixa e alta complexidade
uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, regida por estatuto e tem um grande elenco de missões a para cumprir, como promover, estimular e propor medidas que permitam aos empresários, sociedades empresariais e demais pessoas que se dedicam às indústrias de ferramentais, o desenvolvimento e fortalecimento harmônico de suas atividades; realizar pesquisas, estimulando o aperfeiçoamento técnico das indústrias de ferramentais no que diz respeito à inovação tecnológica, desenvolvimento, distribuição, venda e outras atividades relacionadas ao processo econômico de produção, distribuição e venda de moldes, estampos, equipamentos e componentes do setor. A lista de ações é bem extensa e todas se resumem no fortalecimento e crescimento do setor, conforme explica o dirigente.
Nível tecnológico – Se entre as principais metas da Abinfer está o destaque internacional da indústria de moldes brasileira, como pode ser avaliado a tecnologia nacional para a produção de ferramentais? Gelson Oliveira, da Virfebras responde que está na média dos fabricantes de moldes em nível global. Na mesma linha de pensamento Dihlmann comenta que temos no Brasil um nível tecnológico bom nos transformadores de termoplásticos e nos fabricantes de ferramentais. Entretanto, ele destaca que ainda falta a competência em algumas tecnologias específicas, como micro-moldes, moldes para peças de altíssima precisão e moldes para injeção de multi-materiais. “Considero que, do universo de cerca de 2.000 ferramentarias 44 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
brasileiras, 30% tem um bom nível tecnológico e 70% um nível mediano”, analisa. Conforme o Leocádio Nonemacher da Sulbras, o nível tecnológico dos moldes nacionais segue de regular a muito bom. O diretor fala que em geral, as ferramentarias do país são de capital fechado e sem muitos recursos para acompanhar a velocidade das inovações de tecnologia a nível mundial. Acrescenta que os produtores de moldes da Europa são os campeões em tecnologia de ponta, “me refiro às grandes ferramentarias”, salienta. “E estas, são em geral muito capitalizadas, participando muitas vezes de grupos empresariais poderosos. Nossas boas ferramentarias daqui do Brasil, são poucas e estão acompanhando o nível tecnológico internacional”, destaca. Na visão da Metalli, que fornece aço para as matrizarias, as empresas do setor estão no mesmo nível da Europa e Estado Unidos, com relação a máquinas e equipamentos. “Mas quando pensamos em capital humano, nosso país ainda tem muitas dificuldades de formar bons técnicos, o que impacta diretamente na produtividade do setor”, comenta o diretor da empresa, Francis Borelli dos Santos.
Processo de evolução - O avanço tecnológico do setor no Brasil nos últimos anos, também é destacado pelo presidente da Abinfer. Dihlmann fala que os processos de fabricação têm sido melhorados de forma considerável, permitindo a obtenção de peças de alta qualidade e precisão, “bem como com tempos de produção menores”, salienta. Nessa mesma linha de avanço, o dirigen-
te informa que os materiais para produção dos ferramentais também têm apresentado uma evolução importante, com maior durabilidade e usinabilidade. “Um exemplo é a manufatura aditiva, que permite construir insertos de moldes com canais de refrigeração não lineares, acompanhando a superfície do molde”, exemplifica. Segundo ele, esse processo resulta em maior homogeneização do perfil de refrigeração durante a injeção e, consequentemente, na obtenção de peças com menor deformação, maior qualidade e ciclomais reduzido. De acordo com presidente, outro processo que foi viabilizado pela evolução das máquinas operatrizes é a fabricação de micro-moldes para micro-peças. “Além disso, o processo de injeção passou a ser melhor controlado com o grande desenvolvimento dos sistemas de aquecimento (câmaras quentes) e do controle das máquinas injetoras”, acrescenta. Ao falar sobre o crescimento tecnológico do segmento de moldes, Leocádio Nonemacher, comenta que está sendo difundido rapidamente no mercado europeu a utilização da sinterização de aços a laser, com a finalidade de otimizar a refrigeração dos moldes. Além disso, o direto da Sulbras fala que cresce muito a integração do molde com outros sistemas de automatização da produção. Venceslau Salmeron acrescenta que a evolução tecnológica na área de moldes está diretamente ligada a tecnologias de multiplas cavidades, paredes finas e câmara quente com ciclos cada vez mais rápidos. O presidente da Virfebras observa que, atualmente estão sendo muito utilizados os softwares de simulação, de modelamento e de cálculos de usinagem, que têm colaborado para desenvolvimento de grandes avanços tecnológicos de forma muito rápida. Gelson Oliveira observa também o aumento da utilização de moldes com câmaras quentes normais valvuladas e sequenciais. Além de novos materiais, tanto para a fabricação dos ferramentais como das peças injetadas.
Aumentam as exigências - Este processo de evolução se deve principalmen-
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te ao crescimento das exigências dos clientes, os transformadores de plásticos, que segundo o presidente da Abinfer seguem na direção da qualidade e da produtividade. Conforme Dihlmann, não há sentido em fazer um molde altamente produtivo com peças de qualidade desejável. Por outro lado, ele acrescenta que é insuficiente ter uma peça de altíssima qualidade com um ciclo que não justifica economicamente a sua produção. “Portanto, há grande sacada é buscar inovação tecnológica e capacitação profissional. Processos altamente eficazes deverão, por sua vez, reduzir o custo de fabricação para que os preços praticados sejam reduzidos gradualmente”, afirma. Conforme o dirigente, com a evolução dos produtos para atender clientes cada vez mais criteriosos, pode-se dizer que têm sido constante a exigência em termos de elevação da complexidade e qualidade em todos os segmentos da produção. Fala que é comum ver hoje uma caneta com design e mecanismos de acionamento extremamente complexos, exigindo o mesmo dos ferramentais. Ou um mecanismo de acionamento de uma caixa de descarga de vaso sanitário com inúmeros componentes, para que possa ser possível controlar a vazão de água, reduzindo o consumo. Ainda os novos eletrodomésticos que, em alguns casos, até falam com o usuário. “Mas, de forma objetiva, os setores mais exigentes ainda são o automobilístico e o de eletroeletrônicos, principalmente em função de peças visuais que devem apresentar qualidade superficial impecável”, frisa Dihlmann. Nesta mesma abordagem o diretor da
Sulbras frisa que a as exigências dos clientes são voltadas para precisão, produtividade e acabamento visual da peça plástica. Assim como a incorporação de mecanismos para moldagem de detalhes complexos. Mas Leocádio Nonemacher salienta que na questão de preço não existe uma fórmula secreta. Ela fala que o investimento do molde deve
Salmeron, da BPS: “Evolução tecnológica em moldes está diretamente ligada a tecnologias como de múltiplas cavidades e paredes finas”
ser pensado para o fim a que se destina, se quiser ter uma peça plástica competitiva em preço, então o molde deve ser muito simples e visando um bom custo, sabendo das suas limitações. No caso de uma peça plástica diferenciada, com melhor qualidade, vida útil e de excelente precisão em montabilidade, o empresário destaca que o molde terá custos adicionais, portanto de maior valor agregado. Segundo ele, para que haja uma alta capacidade produtiva, com elevada confiabilidade, o molde deve ser pensado como um verdadeiro “relógio”com toda sua precisão e dinâmica, onde os custos também se elevam, porém se diluem ao longo da sua vida útil. “Enfim, pode haver uma combinação bastante satisfatória entre o requisito desejado para o molde e sua peça plástica, e o preço deste investimento”, observa. >>>>
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TECNOLOGIA Moldes Experiência e tecnologia - Para
vencer as dificuldades enfrentadas pelo setor e atender as exigências dos transformadores a Sulbra utiliza a experiência e a tecnologia para a produção dos seus ferramentais. A empresa tem mais de 25 anos de atuação na construção de moldes para injeção de peças para linha automiva, tanto de automóveis como para ônibus e caminhões. De acordo com o diretor, a companhia utiliza recursos e processos atualizados para o desenvolvimento dos moldes e produtos, como e estudo 2D de molde, modelagem 3D, estudo de simulação de moldflow (MPA), programação de CAM/CNC, fresadora high speed, eletroerosão a fio e completo parque de máquinas e equipamentos para usinagem, ajustes e manutenção de ferramentas. Segundo Leocádio Nonemacher, para o processo de aprovação do molde e da peça injetada a empresa possui equipamentos de usinagem de precisão 5 eixos, laboratórios de metrologia com tridimensionais CNC, laboratórios físico-químicos, testes de estanqueidade, testes de aceleração de peças rotativas, teste de termografia, medição de desbalanceamento, equipamento de ensaio universal EMIC. Além disso tem as certificações, ISO 9001, ISO TS 16949, ISO 14001 e UL QMMY2. A Sulbras possui quatro unidades, em Caxias do Sul (RS), Sapucaia do Sul (RS), Joinville (SC) e Salto (SP), sendo que área de desenvolvimento de moldes e produtos está localizada na unidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. “A empresa desenvolve e produz peças técnicas e subconjuntos de plásticos moldados por injeção e tem competência para atuar em todo o ciclo produtivo desde a engenharia simultânea do produto, o projeto e a ferramentaria, até as aprovações de capacidade de processo produtivo”, complementa o diretor.
Qualide e preço bom - Frente às exigências do mercado, entre elas a qualidade e custo baixo, não assustam a BPS. Venceslau Salmeron afirma que a empresa tem condições de atender este apelo de tecnologia aliada ao preço, “já que desenvolvemos moldes em Taiwan e na China”, observa. O diretor destaca que a empresa oferece aos clientes o desenvolvimento de ferramentais com bom custo, rapidez e tecnologias avançadas para as linhas de grande porte. “A BPS já importou cerca de 46 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
500 moldes de todos os segmentos, prima pela garantia ofertada aos clientes e assistência pós-vendas”, frisa.
Tradição e equipe treinada - A JR Oliveira é uma empresa com grande experiência na produção de moldes para o segmento do plástico. Segundo Gelson Oliveira, “são mais de 25 de atuação no setor, que nos deu um know-how invejável”. A matrizaria produz moldes até 25 toneladas. “Tambem executamos moldes com injeção de 2 materiais simultaneamente”, comenta o diretor. Ele acrescenta que na empresa são utilizados os softwares de simulação quando necessário e materiais de alto coeficiente de retirada de calor. Ainda quando é solicitado pelos clientes, a indústria executa o try-out internamente e define a ficha técnica de produção. “Através do modelamento 3D sempre procuramos melhorar o produto do cliente, pois temos melhor visualização”, explica. O empresário fala ainda que a JR Oliveira está apta à fabricação de moldes diversos, tanto de baixa complexidade até conjunto de moldes mais complexos, “pois contamos com uma equipe de engenheiros e projetistas experientes”, justifica. Expectativa otimista - A queda da produção nacional de moldes afetou os negócios da Metalli, que fornece matéria-prima para as matrizarias do país. Em uma análise do mercado no ano de 2012 a Francis dos Santos comenta que o primeiro semestre foi muito retraído, principalmente em função da demora na liberação de alguns proje-
Para Oliveira,da Virfebras, entre os obstáculos estão o preço do aço e os encargos da folha de pagamento
tos do mercado automotivo. “Esta retração fez com que as margens de toda a cadeia fossem afetadas e tivessem uma redução significativa”, salienta. De acordo com o diretor, o segundo semestre já mostra forte recuperação, “porém as margens ainda não retornaram aos níveis anteriores”. Para os próximos dois anos a expectativa é bastante otimista. Santos acredita que o segmento de moldes plásticos deva crescer muito acima do PIB neste período, muito em função também dos investimentos previstos pelas montadoras de automóveis no país. A Metalli foi fundada em 2001 e atua no segmento de aços para moldes plásticos com toda a linha de aços ferramenta e aços carbono. “Nos destacamos pelo foco nas necessidades das ferramentarias e também por oferecer serviços agregados ao cliente”, frisa o diretor. De acordo com Francis dos Santos, a empresa trabalha há 3 anos com a linha de produtos da usina alemã de aços Swimederwerke Groditz e “temos como nosso principal produto o aço XPM, nas versões XPM42 e XMP32”, informa o diretor. Ele salienta que este é um dos produtos mais avançados do mundo no que tangem a aços para moldes plásticos. “Tem como principais vantagens: melhor troca térmica que reduz o tempo de ciclo do molde, maior resistência e ótima soldabiliade, além de ser fornecido na dureza de 38-42HRc (XPM42)”, destaca.
Software de verificação – Para a área de usinagem a CGTech, empresa especializada em tecnologia de software para verificação, otimização e análise de Comando Numérico (CN/CNC), disponibiliza ao mercado o software Vericut®, que segundo a companhia tornou-se o padrão da indústria. A companhia destaca que o software é utilizado por empresas de todos os portes, universidades/escolas técnicas e órgãos do governo. A CGTech foi fundada em 1988 e está sediada em Irvine, na Califórnia (USA). A empresa tem escritórios em vários países. O escritório brasileiro está localizado em Tatuapé (SP). PS
Foco no Verde
Estudo aponta macrotendências das embalagens até 2020 Entre as características apontadas, estão a sustentabilidade e a reciclagem dos produtos.
A
s principais macrotendências da indústria da embalagem foram apresentadas nesta recentemente, durante o IV Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos, realizado no auditório do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em Campinas. O evento é promovido pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), com apoio da Organização Mundial das Nações Unidas para Agricultura e Alimento (FAO). Denominado “Brasil Pack Trends 2020”, o estudo foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagens (CETEA) e da Plataforma de Inovação Tecnológica do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), com o apoio da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). “Somos entusiastas do Brasil Pack Trends desde 2005, quando apoiamos o estudo pela primeira vez”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet. “Muitas das características apontadas pelo estudo vão ao encontro das características e dos desenvolvimentos que o nosso setor vem realizando.” Sob a coordenação da especialista Claire Sarantópoulos, foram identificadas as macrotendências que deverão nortear a atuação da indústria de embalagens nos próximos anos: Conveniência e Simplicidade; Estética e Identidade; Qualidade e Novas Tecnologias; Sustentabilidade e Ética; e Segurança e Assuntos Regulatórios.
• Conveniência e Simplicidade: o consumidor busca o chamado time-saving. “Está cada vez mais atento às características que trazem praticidade à sua vida, como facilidade de abertura, possibilidade de refechamento, ou o consumo
em trânsito”, afirma Claire Sarantópoulos. A facilidade de abertura, que já está presente em uma série de produtos, passa a levar em conta consumidores com necessidades especiais, como os idosos, por exemplo. De acordo com o estudo, também foi detectada a preferência por produtos que consigam agregar praticidade ao preparo e no momento do consumo, minimizando uso de copos, talheres e outros utensílios, além daqueles que sejam porcionados, com possibilidade de uso em micro-ondas. • Estética e Identidade: o novo consumidor se caracteriza cada vez mais pela maior consciência, nível de exigência e busca de informações que auxiliem na decisão de compra. A demanda tenderá para produtos premium, que são associados ao luxo e ao hedonismo, ou por itens que remetam à sensação de “fazer parte do grupo”, que valorizam a qualidade de vida e o bem-estar. O levantamento verificou que há espaço para edições limitadas e produtos atestados por celebridades, que são lançados em ocasiões específicas e atraem as pessoas que buscam algo diferenciado.
• Qualidade e Novas Tecnologias: as inovações estarão associadas a
embalagens ativas e inteligentes, a novos materiais de menor impacto ambiental e à nanociência e nanotecnologia. São os absorvedores de oxigênio, controladores de umidade, removedores de colesterol, os filmes antimicrobianos, antioxidantes, as embalagens self heating ou self cooling. Essa tendência passa pelos componentes eletrônicos menores e mais baratos, que vão favorecer a interatividade, o entretenimento e personalização, além dos biossensores e nanosensores, que serão indicadores de tempo, temperatura, frescor, presença de
microorganismos patogênicos e toxinas. O mercado de biopolímeros está crescendo e a nanotecnologia garante melhoria de propriedades como a barreira a gases, à umidade, à radiação UV, flexibilidade e resistência térmica. O uso da nanotecnologia também está relacionado à sustentabilidade, por meio da redução do peso das embalagens (lightweighting), como vem ocorrendo com as garrafas PET. • Sustentabilidade e Ética: pode ser resumida por “repensar a embalagem associada ao seu ciclo de vida”. Nela, destacam-se a otimização do sistema de produto/ embalagem (doing more with less), o reuso & reciclagem, gerenciamento de resíduos & logística reversa e credibilidade e ética. Com todas essas propriedades, a embalagem não pode ser uma fonte de contaminação química, física ou microbiológica do alimento.
• Segurança e Assuntos Regulatórios: destacam a confiabilidade, legis-
lação e conformidade, que variam entre os países, apesar dos esforços para harmonização por parte de importadores e exportadores. A tendência é pelo desenvolvimento de sistemas eficientes que estimulem a melhoria contínua e transparência dos processos de fabricação da embalagem, que incluem certificações de sistemas de qualidade (ISO, FSSC, PAS) e sistemas de gerenciamento de segurança de processo.
A rastreabilidade de materiais de embalagem já é uma exigência de algumas legislações. “Como ela se torna cada vez mais necessária para a segurança e identificação de origem dos produtos, oferece oportunidades significativas para os fabricantes, varejistas e consumidores”, conclui Claire Sarantópoulos, coordenadora do estudo. PS << Setembro de 2012 < Plástico Sul < 47
Bloco de Notas Cromex e Resinet anunciam a formação de uma única empresa
Com o objetivo de atuar em prol do fortalecimento do setor brasileiro de plásticos, as empresas Cromex, fabricante de masterbatches, e a Resinet, distribuidora de resinas plásticas comunicam sua fusão, para somarem competências e fortalecerem suas ações junto a parceiros, clientes, colaboradores e fornecedores. Com mais de 30 anos, a Cromex é a líder brasileira no mercado de masterbatches (cores e aditivos usados nos plásticos). Os produtos da Cromex atendem 18 segmentos diferentes de transformados plásticos, como brinquedos, embalagens e tampas para diversos segmentos (alimentos, bebidas, cosméticos, higiene pessoal, limpeza), segmento esportivo (assentos para estádios, entre outros produtos), construção civil, setor automotivo e de agrobusiness. Há 12 anos no mercado, a Resinet está entre as maiores distribuidoras brasileiras de resinas termoplásticas. A empresa atua em todo o território nacional e também comercializa produtos das maiores indústrias químicas e petroquímicas do mundo. operação conjunta deverá ser iniciada em janeiro de 2013, com vistas a agregar valor aos produtos e soluções para o mercado, tanto nacional, quanto internacional contribuindo com o crescimento do segmento de plásticos no Brasil.
Sistema FIESC apoia BMW na formação de profissionais
O presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, disse recentemente à direção da BMW, em Brasília, que o SENAI, o SESI e o IEL estão preparados para apoiar a montadora na formação profissional e outros serviços como os de atendimento aos trabalhadores ou na interface com as instituições de ensino. Côrte participou, junto com o governador Raimundo Colombo e outras autoridades catarinenses, de encontros com o vice-presidente mundial da BMW, Ian Robertson, com o presidente da BMW Group do Brasil, Jörg Henning Dornbusch, e com a presidente Dilma Rousseff. "Reiteramos nossa disposição, já manifestada nos outros encontros com os executivos da empresa, de apoiá-la no que ela precisar, em especial, num primeiro momento, na formação de técnicos para trabalhar na nova fábrica em Santa Catarina", relatou Côrte. Ele afirmou que a vinda da montadora é uma grande conquista para Santa Catarina. "É o fruto de um trabalho bem elaborado e que vai ajudar a consolidar um novo polo automotivo no Estado, que já possui um diversificado parque fabril", disse. Em Brasília a BMW confirmou que vai montar em Araquari a primeira fábrica brasileira da marca, que inicialmente receberá investimento de 200 milhões de euros e vai gerar 1 mil empregos diretos para produção inicial de 30 mil carros por ano. Para a FIESC, um dos aspectos mais relevantes da notícia é a agregação de valor e a tecnologia que chegarão junto com a montadora.
Abiquim promove Seminário de Tecnologia
A questão da inovação no setor químico é o assunto do Seminário de Tecnologia promovido pela ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química nos próximos dias 07 e 08 de novembro, em São Paulo. O objetivo do evento é mostrar a vantagem competitiva que o setor poderá conquistar por meio do uso de matérias-primas renováveis, a evolução das biorrefinarias e propor soluções para gargalos do desenvolvimento tecnológico no país. “A Abiquim considera essencial que a inovação ocorra dentro de um ambiente sustentável, de geração do conhecimento, de aumento do emprego de alta qualidade, e, por conseguinte, de promoção da competitividade da cadeia química no País”, declara o presidente-executivo da entidade, Fernando Figueiredo. No encontro, serão abordados temas relativos à competitividade da indústria química brasileira, o novo código nacional de tecnologia, energia e matéria-prima renovável, biorrefinarias, gestão da inovação na empresa química, EMBRAPII e novos Institutos SENAI de Inovação, a evolução e os desafios da inovação na indústria química no Brasil, dentre outros. O Seminário de Tecnologia é voltado para diretores, gerentes, pesquisadores e especialistas nas áreas de inovação e P&D das empresas, profissionais em gestão de produtos e novos negócios, profissionais da academia e centros de pesquisa, representantes de associações de indústria da cadeia química e representantes de governos municipal, estadual e federal e demais partes interessadas.
Polo Petroquímico de Triunfo realiza primeiro simulado de emergência
O Polo Petroquímico de Triunfo realizou em outubro o seu primeiro simulado de evasão de emergência. Cerca de seis mil trabalhadores das empresas Braskem, Innova, Lanxess, Borealis, Oxiteno e White Martins deixaram seus postos de trabalho por volta das 10h15min após ouvirem o som do alarme de emergência que indica a saída imediata para as rotas de fuga. O simulado teve cunho educativo e visou reforçar a importância de todos conhecerem as rotas de fuga de seu local de trabalho e os pontos de encontro internos e externos, bem como os toques de alarme característicos que definem a necessidade de evasão e o final de uma emergência. Os trabalhadores foram divididos em três grupos conforme a localização de suas empresas e caminharam até o ponto externo de fuga previamente determinado em caso de emergência. 48 > Plástico Sul > Setembro de 2012 >>
Para garantir a segurança do treinamento, a Brigada Militar deu apoio para bloquear o trânsito no local até cerca de meio dia. Após o final do exercício, os funcionários retornaram para suas atividades normais. "Este primeiro simulado de evasão teve sucesso, com todas as ações planejadas concluídas. O resultado é reflexo do comprometimento das pessoas com a importância do exercício e da gestão integrada do Cofitm (Comitê de Fomento Industrial Triunfo-Montenegro), do PAM (Plano de Auxílio Mútuo do Polo Petroquímico) e de todas as empresas do Polo para sua realização”, avalia o diretor administrativo do Cofitm, Sidnei dos Anjos. “O resultado nos dá a tranquilidade de saber que as pessoas terão segurança em uma possível emergência”, afirma. O exercício teve por objetivo treinar os trabalhadores do Polo sobre como proceder em situações de emergência que exijam a saída imediata das unidades. Objetivando a máxima eficácia do exercício, os trabalhadores não foram avisados do dia exato de sua realização.
Top of Mind da Indústria de Compósitos contempla 21 categorias
A cerimônia de premiação do Top of Mind da Indústria de Compósitos acontecerá no dia 05/11, em São Paulo. Organizado pela Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO), o prêmio conta com o trabalho independente de pesquisa e apuração da Destaque Business Research. Ao longo de quatro semanas, a Destaque contabilizou 2210 votos, divididos em 21 categorias. Nesta terceira edição, a
principal novidade do Top of Mind foi a inclusão da categoria “Resina Epóxi”, matéria-prima usada principalmente para a fabricação de pás eólicas. Segundo Gilmar Lima, presidente da ALMACO, o aumento da demanda de compósitos pelo setor de geração de energia eólica motivou a decisão de incluir essa categoria. “É um mercado em franca expansão, tanto que novas empresas estão se instalando no Brasil”, afirma. Ano passado, esse segmento consumiu 44.700 toneladas de compósitos, o que resultou num faturamento de R$ 625 milhões.
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Agende-se para 2012 Metalurgia – Feira e Congresso de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio e Serviços 18 a 21 de setembro Pavilhões Expoville Joinville (SC) www.metalurgia.com.br Mercopar - Feira de Subcontratação
e Inovação Industrial De 18 a 21 de outubro Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul (RS) www.mercopar.com.br Powergrid Brasil – Feira e Congresso de Energia (consumo eficiente) 27 a 29 de novembro Centreventos Cau Hansen – Joinville (SC) www.powergridbrasil.com.br
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