Revista Plástico Sul #94

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EDITORIAL ///Carta ao leitor

O que desejamos ao Brasil s 23h59min do dia 31 de dezembro de 2008, naquele momento de fazer um balanço final do ano e pensar no amanhã, em que você, empresário do setor plástico, pensava? Em sua família, acredito. Ou então não pensava em nada demais. Mas creio que, naquele instante, pode ter vindo um desejo de que o país supere essa crise financeira com certa tranqüilidade. É provável que tenha pensado nas diversas crises que o setor plástico já enfrentou e saiu mais forte do que entrou. Pensamos talvez, em como é difícil manter uma empresa de pequeno e médio porte operando num país com impostos abusivos, com dificuldade de acesso ao crédito, com problemas na legislação trabalhista, e com a crise agravando ainda mais o quadro. Mas que isso fique lá em 2008, um ano que cá entre nós, não foi tão ruim em seus resultados. O transformador plástico tem em seu discurso muitas queixas de entraves que dificultam seu trabalho. Mas não faltam a esses bravos empresários força de vontade de desabafar, arregaçar as mangas e trabalhar. Para 2009, eles desejam que o governo faça a parte dele e deixe com que as fábricas também possam fazer seu trabalho. E desejam que a crise seja um período de oportunidades. Que neste momento nos atentemos as oportunidades que surgem como investimentos, parcerias e fusões. É como diz Orlando Marin, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). “É o momento de readequar preços, rever mercados, buscar o melhor custo de produção, abrir novos negócios, enfim, é momento de adequação”. E não temos o que temer tanto, afinal, dos países emergentes, somos um dos mais bem preparados e o mercado interno em bom patamar tranqüiliza de certa forma o empresário. É preciso estar ao lado das entidades representativas para se fortalecer e reivindicar ao governo o que se define como justo. E trabalhar muito, buscando a redução de custos, ampliação de mercados e melhoria nos processos internos. Se o Brasil aproveitar o momento para resolver ao máximo seus problemas, sairemos da crise muito melhor do que entramos.

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Melina Gonçalves - Editora

Plástico Sul # 94 - Janeiro de 2009

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Em meio a instabilidade financeira mundial, o segredo é crescer através das oportunidades

/// Carta ao Leitor

/// Balanço

06 Entrevista •

Nelson Reis, do

balanço é positivo

Sinproquim, faz um

/// Plástico no Agronegócio

balanço de 2008

/// Perspectivas O que os dirigentes

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EXPEDIENTE

oportunidades.

46 Anunciantes

Tecnologias avançadas agregam o setor

42 Logística /// Armazenamento

esperam de 2009. O cenário é de

Por Júlio Sortica

30 Destaque

16 Especial •

Apesar da crise, o

46 Plástikos

e Transporte

A importância desse segmento para o setor

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03 Editorial

04 4

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SUMÁRIO

/// Plástico Sul # 94 - Janeiro de 2009


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Plรกstico Sul # 94 - Janeiro de 2009


ENTREVISTA

///Nelson Reis

A força da indústria química e petroquímica nacional

Com foco voltado a ações que estímulem a sustentabilidade e incentivem as linhas de crédito para o setor, o Sinproquim e Abiquim mostram que estão ao lado do empresário nesse momento delicado da indústria brasileira

Em entrevista a Revista Plástico Sul, Reis, que também é diretor de meioambiente da FIESP, faz um balanço de 2008, fala sobre as perspectivas para 2009, os benefícios gerados com a queda do preço do petróleo e a desvalorização cambial, e claro, coloca na pauta temas importantes ligados a responsabilidade ambiental.

de outubro veio naturalmente uma reviravolta em todo esse quadro. O setor como um todo teve uma forte retração que ocorreu imediatamente por questões de crédito, falta de liquidez da indústria, dificuldades dos financiamentos dos seus clientes. Realmente causou uma reviravolta num quadro que vinha bastante positivo. No caso específico das resinas termoplásticas, as vendas internas, isto é, a produção da indústria para o mercado interno, teve uma queda perto de 6%. Naturalmente nós tivemos alguns fatores que colaboraram para isso, já que o consumo aparente nesse ano foi positivo.

esmo em tempos de crise, o ano de 2009 promete ser de crescimento dos setores químico e petroquimico brasileiro. Quem faz a afirmação é o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo (Sinproquim) e vice – presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Nelson Reis. Defensor de políticas que auxiliem na liberação de créditos ao médios e pequenos empresários do setor e de estratégias que contribuam para o consumo de bens duráveis por parte da população, o engeheiro mostra-se ativo na busca de estratégias que contribuam para o desempenho da indústria química e está alinhado ao poder público na busca de soluções para o setor.

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Plástico Sul - Como foi o ano de 2008 para a indústria química e petroquímica, em especial a do plástico? Nelson Reis - Tivemos claramente no ano dois períodos. Um que foi até setembro, e o outro que foi até o final do ano. O primeiro foi bastante vigoroso, com crescimento bastante acentuado tanto das vendas no mercado interno como exportações. Na entrada do mês

PS - Quais são os números gerais do setor químico e petroquímico brasileiro? Reis - Se observarmos o ano de 2008


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ENTREVISTA

///Nelson Reis de dólares. Portanto tivemos 23.2 bilhões de dólares de déficit. É um setor altamente deficitário de balança comercial. PS - Quanto a indústria química e petroquimica representa do PIB brasileiro? Reis - A indústria química está classificada hoje como o terceiro maior segmento da indústria de transformação, só perdendo para a indústria de alimentos e petróleo e gás. É uma indústria de grande repercussão no PIB de uma maneira geral.

Divulgação/PS

contra 2007 nós tivemos como indústria global, ou seja, o setor químico e petroquímico como um todouma queda nas vendas de 12%. Se nós pegarmos o índice de produção da indústria eve uma queda de 8,3%. Analisando o pessoal ocupado da indústria nós tivemos um aumento de 1,27%. Se nós pegarmos a massa salarial por empregado ela também cresceu 1,15% no ano. A capacidade instalada da indústria ficou em 81%. E o índice de preços indicou um aumento de 5,3%. A importação teve uma queda de 0,5% no ano e a exportação teve uma queda de 26,5%. Hou-

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Reis explica os benefícios da valorização cambial e da queda no preço do petróleo

ve uma forte retração na exportação. O consumo aparente teve um crescimento de 3,6% no ano no setor químico e petroquímico de maneira geral. PS - A balança comercial do setor químico foi positiva ou negativa? Reis - Tivemos um déficit na balança comercial, as exportações em 2008 foram de 11.9 bilhões de dólares e as importações foram de 35.1 bilhões

PS - A indústria química é um setor competitivo mundialmente? Reis - É competitivo, tanto que é exportador, com bastante vigor. Dependendo naturalmente do segmento ele é mais ou menos competitivo. E acreditamos que, agora com a queda nos preços das matérias-primas especialmente no setor petroquímico, a competitividade da indústria vai melhorar. Porque nós não somos auto-suficientes em al-

“A indústria química... está classificada hoje como o terceiro maior segmento da indústria de transformação...” “Pelos movimentos de queda de preço de matérias-primas e desvalorização cambial, as empresas nacionais se fortalecerão e a melhorarão ainda mais a sua competitividade...” gumas matérias-primas, como nafta, já que ainda importamos cerca de 1/3 da nafta consumida no Brasil, e naturalmente com a queda de preço da nafta o diferencial de custo fica menor. O que melhora a competitividade da indústria nacional. É um setor que tem sim uma competitividade tanto no que diz respeito a custos quanto à qualidade. E quanto ao setor petroquímico, é uma indústria que tem grande potencial de crescimento. E em 2008 nós tivemos movimentos importantes na indústria, como a criação da Quattor e o fortalecimento da Braskem ajudando a encorpar mais ainda o setor. O presidente da Petrobras anunciou os investimentos da empresa para 2009 e teremos muitos investimentos previstos para a área petroquímica, no Rio de Janeiro e Pernambuco e das próprias empresas do setor privado com projetos em andamento, como a Braskem, por exemplo, com o PP verde. Então é uma indústria bastante ativa e olhando o futuro com bastante confiança. PS - O que se projeta para 2009? Reis - É prematuro definir. Mas o Brasil


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ENTREVISTA Plástico Sul # 94 - Janeiro de 2009

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///Nelson Reis encontrou essa crise num momento mais fortalecido. Não que a crise não vá impactar, ela já está impactando. Mas nós temos alguns diferenciais. Temos um sistema financeiro ainda robusto e um mercado interno em pleno crescimento. Então isso anima porque a indústria vai encontrar forças para contrabalançar todos esses problemas da crise. Nós acreditamos que o mercado interno vai ser o principal motor da indústria nesse ano de 2009. Temos uma situação cambial que vai favorecer a isso. Pelos movimentos de queda de preço de matérias-primas e desvalorização cambial, as empresas nacionais se fortalecerão e a melhorarão ainda mais a sua competitividade, portanto nós devemos ter um avanço nas vendas internas da produção nacional. As exportações sofrerão mais, deverá levar algum tempo para se reestabelecer as exportações. Se bem que as empresas já estão encontrando seus nichos para começar esse movimento de reversão. Acredito que a indústria irá operar bem em 2009. O setor petroquímico estará com a capacidade plena para atender todo o mercado nacional e ele vai buscar cobrir toda a demanda nacional. Com isso se espera até um ligeiro crescimento das vendas em relação a 2008. PS - A tendência de 2009 é de queda mundial na química e petroquímica? E no Brasil? Reis - A tendência para 2009 é de crescimento no Brasil. Já em termos mundiais vai ser um problema porque terá retração nos mercados principais como EUA, Europa e Japão. Todos os países desenvolvidos estão em recessão. Houve uma queda de mercado o que conseqüentemente vai fazer com que a indústria trabalhe numa carga menor. Eles

vão procurar outros mercados, inclusive o brasileiro, mas eu creio que nós estamos preparados para enfrentar essa concorrência. Pois a capacidade que nós temos é suficiente para cobrir o mercado interno. E não havendo práticas desleais no comercio internacional nós vamos atender a demanda do Brasil. PS - O preço dos insumos e resinas estão caindo. Por quê? Essa tendência é geral? Reis - Estão caindo por dois movimentos: primeiro pela contração de mercado e segundo pela queda do preço da nafta, derivada da queda do preço do petróleo. A origem toda está na queda dos preços do petróleo. Isso puxou todos os preços da cadeia para baixo, o que ao nosso entender é um movimento que não é ruim, primeiro porque a indústria brasileira ganha competitividade, já que ela ainda importa. E segundo porque vai baratear os preços dos produtos finais. PS - De que forma o preço do petróleo em queda pode melhorar a competitividade dos produtos plásticos brsileiros? Reis - Porque você vai ter uma diferença menor em custos. Os países no oriente médio, por exemplo, tem o preço do petróleo muito baixo em relação ao nosso. Então nós temos um diferencial grandes de custos. Esse diferencial fica menor, o que melhora a competitividade em toda a cadeia de plásticos. PS - O câmbio valorizado pode nos ajudar em algo, exportação, por exemplo? Reis - Com certeza ele nós ajudará nas importações que ficarão mais caras. E as exportações mais competitivas. O

“...tivemos reuniões nos diversos níveis de governo para levar sugestões e esperamos que sejamos ouvidos nisso.” “Um dos principais desafios para 2009 é financiar o capital de giro das empresas, principalmente das médias e pequenas, e financiar as exportações.” problema hoje nas nossas exportações não é só o cambio e mas principalmente encontrar os mercados para exportar e o crédito para financiar as exportações. As empresas estão encontrando dificuldade para conseguir recursos para financiar suas exportações e estes recursos estão caros. Então é outro ponto que levamos ao governo que está procurando formas de combater os efeitos da crise. PS - Quais são os principais desafios do ano? Reis - Um dos principais desafios para 2009 é financiar o capital de giro das empresas, principalmente das médias e pequenas, e financiar as exportações. Nós tínhamos um fenômeno onde 20% de todo o crédito disponível para as empresas do Brasil eram créditos de linhas do exterior. Essas linhas acabaram. Então se está trabalhando com um volume menor de crédito. E ainda mais que muitas empresas maiores conseguiam linhas diretas no exterior e agora


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ENTREVISTA

///Nelson Reis estão tendo que vir competir no mercado interno para conseguir essas linhas. Então acabam deslocando as empresas menores no acesso ao financiamento. PS - E quais são as estratégias para superá-los? Reis - Nós estamos propondo algumas coisas ao governo sobre essa questão de crédito, como por exemplo que o governo estenda o prazo de pagamento de impostos. Além de desoneração, nesse momento achamos que uma solução rápida é prorrogar o pagamento de impostos. O IPI, por exemplo.

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PS - Existe alguma iniciativa por parte das áreas químicas e petroquímicas para a redução do IPI, por exemplo? Reis - Sim, IPI também. Nós vimos que em novembro as vendas do setor automobilístico estavam baixas. A partir do momento que o governo reduziu o IPI as vendas retomaram. A redução de impostos é a resposta mais efetiva para o enfrentamento da crise. Nós sabemos que o governo também tem seus problemas de orçamento, então que pelo menos ele prorrogue o pagamento desses impostos, já que isso não afetaria o volume arrecadado, mas apenas mexeria no fluxo de entrada de dinheiro, o que é perfeitamente administrável por parte do governo. PS - Sabemos que os bens de consumo duráveis serão mais afetados em função de crédito. Porém, bens de consumo não duráveis, como alimentos, bebidas e calçados terão melhor performance.Como o senhor avalia isso? Reis - A nossa crise principal é nos bens duráveis. Esses bens de consumo duráveis estão mais ligados com a renda das

pessoas. Até o ano passado antes da crise a renda das pessoas estava crescendo e com isso aumentando a capacidade de consumo das famílias. E com a crise, as famílias vão usar com mais parcimônia seus recursos, mais cuidado. Naturalmente elas começarão a cortar gastos nos bens duráveis: vão postergar a troca do carro, da geladeira, da segunda televisão. Elas vão tomar mais cuidado nisso. Agora nos bens de consumo isso é menor: nós vamos continuar comendo e nos vestindo. Então se houver alguma retração será menor ou nem haverá. PS - Quais são as estratégias do Sinproquim para 2009? Reis - Tanto o Sinproquim quanto a Abiquim, vão procurar continuar esse trabalho junto ao governo de levar propostas para a melhoria da atividade econômica. Nós tivemos reuniões nos diversos níveis de governo para levar sugestões e esperamos que sejamos ouvidos nisso. E vamos continuar fazendo. Agora o Sinproquim, como entidade, vai trabalhar muito esse ano na linha da sustentabilidade da indústria química. Nós lançamos o programa Preparar, dirigido a média e pequena empresa, visando apoiar as empresas na melhoria da sua performance na gestão ambiental, de segurança e de saúde ocupacional e responsabilidade social dos seus negócios. Então nós vamos continuar com isso, porque quanto mais uma empresa assumir a sua posição de sustentável, mais competitiva ela vai ser. É uma estratégia central para 2009. Atingir as empresas no sentido de apoiá-las na melhoria de performance de sua gestão. PS - Quais os programas que criarão em 2009 para ajudar os pequenos e

“O reach é um regulamento aprovado pelo parlamento europeu, e não terá flexibilização por causa da crise.” “A redução de impostos é a resposta mais efetiva para o enfrentamento da crise.” médios empresários do setor químico e petroquímico? Reis - Nós temos o programa Preparar. E ainda estamos oferecendo aos médios e pequenos uma série de cursos no SENAI. Inclusive nos preparando para se houver uma ociosidade de mão-de-obra com necessidade de requalificação dentro de um acordo entre as empresas e o sindicado dos trabalhadores e oferecendo apoio para essa requalificação. PS - E quanto a agenda ambiental como ficará o reach? Reis - O reach é um regulamento da união européia, implantando há um ano e que agora está efetivo, que exige dos produtores e importadores na União Européia de produtos químicos um registro dessas substâncias com toda uma série de regras. Hoje para se exportar para a União Européia precisa-se de um registro da substância que você está exportando. Houve uma fase anterior que acabou em novembro que era o “Pré registro”. Agora vai entrar na fase do registro. É uma fase mais complicada que vai exigir testes e uma série de coisas dependendo do produto. Não é uma barreira para a exportação, mas é um


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ENTREVISTA

///Nelson Reis complicador. Nesse sentido estamos dando um apoio bastante forte para indústria através da criação de um escritório especifico na Europa para atender as demandas que virão por parte das empresas, das dificuldades que elas estarão encontrando em ter seus produtos desembaraçados. O reach é um regulamento aprovado pelo parlamento europeu, e não terá flexibilização por causa da crise. Ao contrário, isso vai avançar no nível de se ter restrições conforme o tipo de substância. PS - As empresas brasileiras estão preparadas para preencher os requisitos dessa legislação? Reis - No geral estão. Nós fizemos ao longo desses últimos dois anos uma série de seminários e reuniões para ajudar as empresas. Houve uma mobilização muito grande e ela continua. Acredito que as empresas estejam preparadas e elas sabem onde buscar seus recursos para obter esse apoio. A questão principal são os custos que serão importantes. Dependendo do que a empresa importa é provável que ela deixe até de exportar, porque o custo que terá para fazer esse programa de registro não vai compensar pelo que ela exporta. PS - Isso pode alterar o volume de

exportações para o próximo ano? Reis - Sim, pode alterar. Várias empresas já manifestaram que a quantidade que elas exportam é tão baixa que não compensa. E tem mais ainda: não é só empresa que exporta o produto, mas às vezes aquele produto serve de matériaprima para outro produto que é exportado. É o caso do setor de couros. Tem produtos que vão no couro que eventualmente precisarão do registro. Isso tudo foi muito discutido e as empresas hoje tem um conhecimento razoável. Na Abiquim existe um setor que atende a essas dúvidas e o próprio Sinproquim dá respaldo as pequenas e médias empresas. PS - Como está o Programa de Atuação Responsável da Abiquim? Reis - É um programa chave que vai muito bem. Nós implantamos uma nova fase do programa que é o Verificar, uma auditoria externa sobre o programa. As empresas estão se submetendo a auditorias para ver se o que elas dizem que fazem realmente está sendo feito. É um novo passo de compromisso da indústria com suas melhores práticas e desempenho ambiental, social e etc. Estamos fazendo junto com o Sinproquim um programa para atrair as pequenas e médias empresas.

PS - Em sua opinão, qual a origem desses ataques às sacolas plásticas? Como a indústria vê esse fenômeno? Reis - O ataque provém de uma desinformação e de problemas causados não pela sacola, mas pelo seu uso inadequado. Então na medida em que você usa uma sacola e a joga no rio você irá causar um problema. Mas isso ocorre com outros produtos. Os ambientalistas mal informados começaram a atacar as sacolas plásticas porque ela não degrada. E ainda bem que ela não degrada porque caso se degradasse ela iria emitir CO2 e colaborar com a piora do aquecimento global. A sacola plástica, como todo o plástico, é uma unidade de energia. Se ela após o uso e reuso é bem disposta, não causa dano nenhum podendo ser usada num processo que já existe na Europa e Japão que é a reciclagem energética. Esse vai ser o grande mote. Hoje para fazer a reciclagem energética precisa-se do plástico, pois ele tem todo o conteúdo energético para fazer esse processo.É um investimento alto ainda mais que será necessário porque teremos cada vez menos espaço para aterros. Essa é uma solução. A campanha contra as sacolas já está em processo de reversão graças a entidades como o Plastivida, que tem tido uma atuação firme de esclarecimento. P S

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O que é REACH? O Sistema REACH, sigla em inglês de Registration, Evaluation and Authorization of Chemicals – é uma nova legislação sobre substâncias químicas da União Européia, aprovada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Européia. Trata-se de regulamento relativo ao registro, à avaliação e à autorização de produtos químicos, que entrou em vigor em 1º de junho de 2007. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o sistema obriga as empresas que fabricam e importam substâncias químicas a avaliar os riscos para a saúde humana e meio ambiente decorrentes da utilização das mesmas, bem como a tomar as medidas necessárias para a gestão de todos os riscos que identificarem. O ônus da prova de segurança das substâncias químicas comercializadas é de responsabilidade da indústria. Foi criada a Agência Européia de Substâncias Químicas – ECHA, em Helsinki, Finlândia, que será responsável pelo novo sistema de registro, sendo de sua responsabilidade o pleno funcionamento do banco de dados e de todo sistema de tecnologia da informação.


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ESPECIAL

///Perspectivas 2009

Quando a crise é sinônimo de oportunidade

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Com a crise financeira mundial o Brasil tem a oportunidade de crescer e ganhar amadurecimento em diversos aspectos.

O

dicionário HOUAISS revela que a palavra crise vem do grego KRISIS, que significa ação ou faculdade de distinguir, ação de escolher, decidir, julgar. Esta concepção original mostra que na sua origem a palavra crise não apontava algo ruim, mas um momento especial, marcante. Já na língua chinesa a palavra crise é ainda mais interessante. O ideograma chinês para “crise” é a combinação de dois símbolos. Um significando “perigo”, o outro pode ser traduzido como “oportunidade”. Ou seja, CRISE significa um momento de riscos e ameaças, mas também podemos estar diante de uma grande oportunidade na vida. E ao que tudo indica os empresários do setor plástico tem plena consciência do significado da palavra. Eis que no meio do furacão, com a crise econômica internacional assolando o mundo, os dirigentes não desanimam e mantém a esperança de encontrar mais que uma luz no fim do túnel: oportunidades de crescimento e amadurecimento não só do país, mas do setor plástico. As perspectivas para 2009 não são otimistas, mas passam longe dos olhares pessimistas. Os dirigentes do segmento vislumbram os próximos semestres como de crescimento e oportunidades. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina (Simpesc), Albano Schmidt, por exemplo, a crise pode ser um bom momento para se repensar algumas coisas no Brasil, como a forma de arrecadar impostos e as leis trabalhistas, que, segundo ele, continuam fomentando a informalidade. “Nesse segundo ou terceiro trimestre de 2009, talvez tenhamos que come-


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ESPECIAL

///Perspectivas 2009

Divulgação/PS

çar a nos atentar para as oportunidades que surgem, em termos de parcerias, fusões, aquisições, desenvolvimento de novos produtos, investimentos em inovação, etc” aponta o dirigente.

cios, enfim, é o momento de adequação”, afirma. Apesar da visão positiva, os empresários estão conscientes dos contratempos que virão. O presidente da Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis, ABIEF, Rogério Mani, acredita que os maiores desafios de 2009 não estejam diretamente relacionados à indústria nacional, mas ao agravamento da crise internacional e nacional. “Em maior ou menor escala haverá algum impacto no Brasil, mesmo ele sendo um dos países mais bem preparados entre os BRIC (termo utilizado para designar os quatro principais países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e

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Mani: Crise internacional é responsável pelos principais desafios de 2009

Quem concorda com a visão de Schmidt é Orlando Marin, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Nordesde Gaúcho (Simplás). “Estamos ainda buscando adequar o segmento a essa nova realidade de ameaças mas, também, de oportunidades. É o momento de readequar preços, rever mercados, buscar o melhor custo de produção, abrir novos negó-

China). Devemos considerar ainda que a Era do dinheiro fácil chegou ao fim e só terá futuro garantido os que realmente produzirem”, diz.

Desafios de 2009 Com o advento da crise, uma das conseqüências mais preocupantes é a dificuldade do acesso ao crédito em 2009. “Teremos muitas dificuldades já

que os bancos serão mais conservadores na análise e concessão de crédito”, afirma Mani. Assim, segundo o dirigente, a demanda por alguns bens deve cair, especialmente bens duráveis como automóveis, eletrodomésticos e vestuário.O mercado interno em bom patamar tranqüiliza de certa forma o empresário. “Provavelmente, nossas autoridades monetárias se esforçarão para manter”, arrisca Mani que completa dizendo que pelo grande consumo de embalagens, 2009 será um ano difícil, mas o setor sobreviverá a esta tempestade. Apesar do prognostico otimista, não se pode ficar esperando a chuva passar. O dirigente revela que é preciso batalhar pela desoneração total das exportações e pela redução imediata nos spreds bancários, assim como nos impostos. “Definitivamente os empresários do setor precisam amadurecer e se envolver, totalmente, em todas as ações de entidades como a ABIEF na busca por melhores práticas, normalizações, tratativas de isonomia com relação ao IPI etc”, completa. Pegando carona na pauta do IPI, Orlando Marin, presidente do Simplás, acredita que o setor automotivo foi o primeiro a sentir os efeitos da crise, mas outros também estão sofrendo, como é o caso construção civil, agrícola e utilidades domésticas. Para superar essa situação, Marin mostra que não existe fórmula mágica. “É preciso trabalhar muito, buscando a redução de custos, ampliação de mercados, melhoria nos processos internos, melhorar o atendimento aos clientes e fortalecer cada vez mais nossas entidades representativas, tão importantes nas reivindicações junto aos governos”, diz.


expansão de atividade. “Pode ser doloroso no início, mas estou confiante em um ajuste de curta duração e o retorno do crescimento no segundo semestre”. Schmidt concorda com o presidente do Simplás quanto à necessidade de resolução de entraves importantes para o crescimento do setor. Para ele, o principal desafio é tirar da crise situações que possam resolver problemas históricos como a carga tributária e a legislação trabalhista. “Ainda custa muito para as empresas produzir e admitir empregados. Nessas duas áreas deveríamos concentrar nossas ações”, revela. Outro desafio para 2009 foi citado pelo presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estando do Paraná (Simpep), Dirceu Galléas. Em sua visão deve existir uma

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cados, buscar o melhor custo de produção, abrir novos negócios, enfim, é o momento de adequação”. Os desafios se impõem constantemente no setor plástico, e para o presidente do Simpesc, Albano Schmidt, o ano de 2009 não será diferente, apenas com o agravante macroeconômico. Para ele, os empresários brasileiros estão acostumados a lidar com crises. “É evidente que a desaceleração mais aguda foi verificada nos segmentos que atendem as indústrias de bens duráveis e de construção civil, dois dos principais mercados de nosso setor no norte catarinense”. Mas, segundo o dirigente, esses dois segmentos eram também os que vinham registrando melhores resultados antes da crise. No balanço geral, o resultado será uma acomodação das taxas de

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Para se ter um ano de 2009 a contento, falta ainda tirar da teoria muitos assuntos e passá-los para a prática. O presidente do Simplás cita as muitas reformas trancadas no Congresso Nacional, como a tributária, a previdenciária e, principalmente, a trabalhista. “Somos um dos países que mais geramos e recolhemos impostos. Competir dentro deste cenário é uma tarefa para heróis”, afirma. Como fator positivo, Marin cita a retomada das exportações, com melhor competitividade das indústrias brasileiras. Os maiores desafios para 2009, segundo ele, estão diretamente relacionados à crise mundial. Para Marin, é hora de buscar adequar o segmento a essa nova realidade de ameaças mas, também, de oportunidades. “É o momento de readequar preços, rever mer-


ESPECIAL

///Perspectivas 2009 mais longe de competirmos com demais países”, desabafa .

Perspectivas

Divulgação/PS

conscientização em determinar que o setor plástico é tão importante como os demais. Ele cita diversos entraves que prejudicam o crescimento do segmento. “Nossa exportação é praticamente nula devido a falta de critérios

Para Galléas as perspectivas para 2009 estão atreladas ao desempenho da economia. Segundo o dirigente, por mais que o Brasil segundo os números, hoje se encontre em uma situação boa para enfrentamento da crise, o país não está imune a ela. “Estamos vendo que o discurso é um, mas na prática as coisas são muito diferentes”, afirma. O líder do Simpep dispara mais uma barreira para o crescimento: a falta de financiamentos diretos à indústria. “Esse será o principal problema do setor, vemos ações erradas que benefi-

Já para o presidente do Simpesc, Albano Schmidt, como as eleições presidenciais são somente em 2010, se pode imaginar uma agenda positiva no âmbito político ainda em 2009. “Seria muito bom se os investimentos anunciados em infra-estrutura saíssem do papel ainda esse ano ou no máximo no início do ano que vem”. Schmidt dá destaque para conhecido gargalo logístico em comparação com outros países emergentes, o que , segundo ele “nos torna vulneráveis na competição global, principalmente em momentos de crise, quando os compradores estão mais cautelosos”. O presidente do Simpesc une crise com crescimento. Ele acredita que a crise pode ser um bom momento para se repensar algumas coisas no Brasil, como a forma de arrecadar impostos e as leis trabalhistas. “Poderíamos citar várias linhas de ação, mas essas seriam as principais prioridades. Se o Brasil resolver os gargalos fiscais, trabalhista e logístico, sairemos da crise muito melhor preparados para competir em escala global”.

Crescimento

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Dificuldade de financiamentos é uma barreira para o setor, explica Galléas

técnicos, temos um mercado interno que depende exclusivamente da demanda, o setor fiscal está distorcido na colocação de impostos, principalmente IPI, atrasam a atualização de equipamentos, nossa carga tributaria é no mínimo abusiva, falta atualização de nossos parques industriais e ficamos

ciam somente bancos, montadoras e setores ligados a commodities em sua maioria Multinacionais, lembrando que nosso setor é composto em sua grande maioria de pequenas e médias empresas”. Para Galléas, atitudes como esta emperram a circulação financeira das empresas e aumentam seus custos.

As apostas para o desempenho de 2009 já começaram. Schmidt, por exemplo, não cita números, mas acredita que o ano será de ajustes. “Não prevemos o mesmo crescimento dos anos anteriores, mas tampouco uma depressão severa. Acredito que será o caso de tratarmos de manter os níveis de produção e empregos de 2008. Já será uma vitória em meio a tantas notícias ruins”, revela. Ele afirma que a média, em 2008 o setor plástico brasileiro fechou o ano com crescimento no consumo de resinas de 3,2%. Até setembro o crescimento era próximo de 10%. O quarto trimestre foi o início


mento acima da média dos demais setores da economia. “Este ano não deverá ser diferente, porém os números ficarão bem abaixo do ano passado, chegando, talvez, a 3 ou 4%”.

Crise O presidente do Simpesc, Albano Schmidt, revela que, com o advento da crise, os principais pontos que afetaram o setor estão no ajuste de preços de todos os tipos de matérias-primas e produtos, além da desvalorização cambial. Essas variáveis, segundo o dirigente, mexem muito com as planilhas de custos e vendas, influenciando também nas importações e exportações. “Todos esses movimentos demoram algum tempo para se consolidar, causam incertezas e fazem com que os empresários parem para ver quando as coisas

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consolidaram e a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis cresceu cerca de 5% em volume e 8% em faturamento, atingindo, respectivamente, 680 mil toneladas e US$ 3 bilhões. “Em 2008 novamente as previsões não se concretizaram e o setor fechou com um crescimento, em valor, ao redor de 3,5%”, lembra. Segundo Mani, uma das promessas para a indústria de embalagens alavancar suas vendas neste ano são as exportações. “Mas é preciso que o Brasil saia um pouco das commodities e foque mais seus negócios em produtos com maior valor agregado. Poderíamos ser grandes exportadores de alimentos prontos para consumo ao invés de exportamos apenas grãos, frangos ou carne in natura”. Para o presidente no Simplás, Orlando Marin, o setor terá um cresci-

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do ajuste. “Em Santa Catarina estávamos verificando crescimento de 17,4% no consumo de matérias-primas até setembro. Ainda não temos o resultado consolidado do ano, mas penso que o crescimento foi próximo a 10%”, diz. Já Rogério Mani, da Abief, acredita que o setor crescerá no ritmo do crescimento do PIB previsto pela Fundação Getúlio Vargas entre 2% e 2,5%. Mani afirma que a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis iniciou 2009 reforçando seu compromisso de trabalhar em prol da união e do fortalecimento da terceira geração. “E para isto precisamos desenvolver a cadeia produtiva do plástico como um todo no Brasil”. O dirigente cita o ano de 2007, quando era previsto um crescimento na casa dos dois dígitos – ao redor de 10%. As perspectivas não se


ESPECIAL

///Perspectivas 2009 Desabafo

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se estabilizam”, reflete. Esse fenômeno justifica a redução das compras de matérias-primas e de investimentos em geral ocorrida de setembro para cá. Schmidt acredita que a primeira parte da crise foi nesse sentido, o de conservar o caixa. Na segunda fase, que começará no segundo ou terceiro tri-

Já para Dirceu Galléas, do Simpep, a crise apenas reforçou problemas que há tempos vinham assolando a indústria nacional. Ele afirma que o setor industrial brasileiro já estava alertando através de instituições representativas de classe sobre a falta de critério nos financiamentos e a necessidade de desoneração através de uma reforma tributária e trabalhista voltada ao crescimento Industrial do país. “Com esta crise somente aconteceu de aparecer os problemas em escala maior através da mídia”, acredita. O dirigente acrescenta que o Brasil somente será um país desenvolvido quando forem adotadas medidas sérias e sem cunho político. E

custos internos não consegue competir em igualdade de condições”. Na carona das reivindicações, Albano Schmidt, do Simpesc, afirma que o setor plástico luta há muito tempo uma isonomia tributária com outros insumos para a construção civil e espera que neste ano se consiga essa equalização. Outra questão levantada é a importância para toda a cadeia que o Programa de Substituição de Refrigeradores antigos e ineficientes energeticamente realmente se torne uma realidade. “Outro ponto é que esperamos que seja rapidamente normatizado a exigência de isolamento térmico e acústico nas construções, isto poderia impulsionar sobremaneira todo o setor plástico, que possui soluções altamente eficientes para esses problemas”.

Meio-ambiente

Marin destaca, entre os principais momentos de 2009, a Feira Plastech Brasil

mestre, ele crê que seja o momento de começar atentar para as oportunidades que surgem, em termos de parcerias, fusões, aquisições, desenvolvimento de novos produtos e investimentos em inovação.

faz um alerta: “Exportamos o bruto e barato e importamos o industrializado caro, ou seja, exportamos o Polietileno barato e importamos produtos acabados com preços onde a Indústria Nacional devido aos altos

Por último, Schmidt deixa registrado a luta que todos os envolvidos com resinas plásticas estão passando no que tange a reciclagem. E faz um apelo: “Precisamos incutir na população a consciência de que o plástico, na sua imensa maioria, é reciclável, que já existem tecnologias disponíveis, mas que sem a participação ativa de toda a sociedade (desde Estados e Municípios até o cidadão) no processo de coleta e separação adequada, não conseguiremos solucionar o problema”. O empresário alerta que a biodegradabilidade não é solução, pois está apenas “escondendo” o problema em minúsculas partículas invisíveis a olho nu.

Impulso da indústria Tradicionalmente um dos prin-


nificativa participação dos associados. A entidade promoveu palestras, através de convênio incentivou e apoiou a participação de associados em cursos MBAs de gestão, promoveu o Seminário Internacional Sobre Competência Global em WPC e participou de feiras importantes do setor, tais como Argenplás, Plastshow, Interplast e Fiema, mostrando o trabalho da instituição e dos associados e promovendo a Plastech Brasil 2009. “Pelo que está se desenhando devido a ampla aceitação que vem tendo, o nosso grande momento em 2009 deverá ser mesmo a Plastech Brasil, a ser realizada no mês de julho, em Caxias do Sul. Ela será o maior e mais significativo evento da cadeia plástica neste ano no sul do país”, completa. Além disso, o Simplás está preparando para março uma missão técnico-comercial para a Itália, incluindo visita à empresas e à feira Plast, em Milão. Também participarão da Brasilplast e, por sugestão de associados, estão planejando mais uma missão para a China. P S

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Assim como foi para o setor em geral, para o Simplás o ano de 2008 também foi muito produtivo. Orlando Marin conta que foram realizados diversos encontros com sig-

Schmidt atenta para a questão da reciclagem

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Simplás, balanço positivo

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cipais clientes do setor de embalagens é a indústria de alimentos. Mas, segundo Mani, da Abief, por tratarse de um setor maduro, os números de crescimento desta indústria também estão enfraquecidos. Dados da Fundação Getúlio Vargas mostram que o crescimento da indústria de alimentos tem sido relativamente tímido nos últimos anos: 1,8% em 2006 e 2,51% em 2007. Mesmo assim, este setor, juntamente com a indústria de bebidas, continua sendo o principal cliente da indústria de embalagens em geral, respondendo por 55% a 60% do consumo total. “É claro que existem outros mercados bastante interessantes e com maior valor agregado como o de produtos médico/farmacêuticos, higiene pessoal e cosméticos, e de produtos de limpeza doméstica”, revela. Já para o setor plástico de Santa Catarina, até setembro de 2008, o segmento de produtos para construção civil e de bens duráveis tiveram o melhor desempenho da história. Albano Schmidt, do Simpesc, acredita que devam ter fechado o ano ainda no terreno positivo, apesar da retração no quarto trimestre. “Porém, as empresas de embalagens voltadas à exportação de alimentos, principalmente, sofreram com os embargos de países europeus em determinados períodos, embora o mercado doméstico continuasse aquecido até o final do ano”, diz.


ESPECIAL Plástico Sul # 94 - Janeiro de 2009

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///Balanço 2008

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Um ano dividido em dois

O período de 2008 foi separado em duas fases. A primeira, até agosto, teve balanço satisfatório. A segunda, a partir de setembro, teve resultados abaixo do esperado. Mesmo assim, o saldo final é positivo.

A

té setembro de 2008 o ano estava correndo bem. Com resultados dentro do esperado e investimentos a todo o vapor, a indústria petroquímica, mais especificamente os frabricantes de commodities, estavam comemorando os três primeiros trimestres do mês. Eis que a partir de então um turbilhão de conflitos financeiros começou a aparecer no mundo afetando não epenas os números do setor, mas a confiança no amanhã. Mesmo assim 2008 ficou para trás com balanço positivo. O consumo aparente de resinas termoplásticas em 2008 superou o volume de 4,7 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 8% em relação com 2007. A produção, de 4,5 milhões de toneladas, recuou 6,9% na mesma comparação, em decorrência, principalmente, das paradas para manutenção e ampliação de capacidades realizadas nos polos petroquímicos de Camaçari (BA), de Triunfo (RS) e do ABC (SP). As exportações tiveram redução de 31,8%, ficando próximas a 761 mil toneladas, e as importações cresceram 47,4% no ano, superando o volume de 1 milhão de toneladas. Foram vendidas ao mercado interno mais de 3,3 milhões de toneladas, volume 5% abaixo do de 2007. O consumo aparente é o resultado da soma da produção com as importações, menos as exportações. Em dezembro, as vendas ao mercado interno somaram 205,7 mil toneladas, volume 7,3% menor do que o de novembro. Na comparação com dezembro de 2007, houve recuo de 25,8%. As exportações, que alcançaram 79,1 mil toneladas, cresceram 57,2% sobre novembro e 11,8% ante dezembro de 2007. Foram importadas 66,2 mil to-


[Consumo de resinas cresceu 13,5% no primeiro semestre] De janeiro a junho, o consumo aparente de resinas termoplásticas ficou próximo a 2,4 milhões de toneladas, volume 13,5% maior do que o registrado em igual período de 2007. Boa parte desse crescimento, contudo, foi suprido por importações, que somaram 521,7 mil toneladas, com incremento de 60,7% na mesma comparação. A produção, afetada principalmente por paradas para manutenção de centrais petroquímicas, caiu 6,6%. No primeiro semestre, foram produzidas 2,2 milhões de toneladas. As exportações, que alcançaram 375,7 mil toneladas, tiveram redução de 39,7% em relação ao igual período do ano passado. O consumo aparente é o resultado da soma do volume da produção com o

das importações, reduzindo-se o volume das exportações.

[Produção de resinas aumenta em julho] A produção de resinas termoplásticas cresceu 15,9% em julho, na comparação com o mês anterior, chegando a 439,4 mil toneladas. Em relação a julho de 2007, houve crescimento de 7,4%. As importações, de 76,4 mil toneladas, declinaram 10,9% na comparação com junho, mas aumentaram 55,9% ante julho de 2007. As exportações, que tiveram ligeiro crescimento de 0,8% em julho, alcançando 67,2 mil toneladas, apresentam redução de 31,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

[Produção de resinas cresce em agosto] A fabricação de resinas termoplásticas voltou a crescer em agosto. Foram produzidas mais de 454 mil tone-

Plástico Plástico Sul Sul # # 94 94 -- Janeiro Janeiro de de 2009 2009

O ano passo-a-passo

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neladas de resinas termoplásticas no mês, 23,4% menos do que em novembro. Em relação a dezembro de 2007, as importações declinaram 2,1%. A produção chegou a 252,1 mil toneladas, com recuo de 31,7% na comparação com novembro e de 38,1% frente a dezembro de 2007. Para o coordenador da Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas da Abiquim (Coplast), Alfredo Tellechea, o desempenho do segmento em 2008 pode ser considerado positivo. “Certamente, sem a crise iniciada em setembro, o crescimento seria superior a 8%. De toda forma, houve significativo aumento no consumo de resinas no ano passado, mesmo com a redução nas vendas no último trimestre, em decorrência do movimento de redução dos estoques na cadeia produtiva”. Tellechea prevê resultados positivos também em 2009. “A economia mundial passa por uma fase de adaptação a novos patamares de consumo, produção e preços. Acredito, porém, que a demanda por plásticos voltará a crescer brevemente e a indústria petroquímica brasileira está preparada para atender a esse aumento”. Os dados divulgados pela Coplast não incluem a resina PET.


ESPECIAL

///Balanço 2008

ladas, volume 3,5% superior ao de julho, mês em que a produção aumentou 15,4%. Em relação a agosto de 2007, houve crescimento de 10,4% na produção. Tanto as exportações como as importações também apresentaram crescimento em agosto. Foram importadas 80,8 mil toneladas, 5,7% mais do que em julho, e exportadas 70,2 mil toneladas, o que representa incremento de 3,8% na mesma comparação. O consumo aparente de resinas termoplásticas, que é o resultado da soma da produção com as importações, menos as exportações, cresceu 16,6% no acumulado do ano, ficando próximo a 3,3 milhões de toneladas.

[Resinas em queda em setembro] A fabricação de resinas termoplásticas caiu 21% em setembro, na com-

paração com agosto. Foram produzidas 357,6 mil toneladas no mês passado. A queda é reflexo da parada para manutenção do Pólo Petroquímico do ABC, em São Paulo. As vendas ao mercado interno, de 272,5 mil toneladas, mantiveram-se praticamente no mesmo patamar de agosto, com leve redução de 0,8%. No acumulado do ano, a produção soma 3,5 milhões de toneladas, volume 3% menor do que o regis-

trado em igual período de 2007. Até setembro, as vendas internas somaram 2,6 milhões de toneladas, com crescimento de 0,9%, na mesma comparação. As importações de resinas cresceram 5% em setembro, em relação ao mês anterior, alcançando 84,9 mil toneladas, e as exportações, na mesma

comparação, tiveram uma redução de 0,6%, chegando a 70,6 mil toneladas.

[Mercado interno recua 5,8% em outubro] Os dados consolidados pela Coplast mostram que as vendas ao mercado interno alcançaram 263,9 mil toneladas em outubro, 5,8% menos do que em setembro. Na comparação com outubro de 2007, houve redução de 15,9%. As importações, que somaram 103,3 mil toneladas no mês, cresceram 21,7% ante setembro e 50,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações, de 45,3 mil toneladas, recuaram 36,1% em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2007, houve recuo de 49,8%. A produção brasileira de resinas termoplásticas manteve-se praticamente no mesmo patamar de setembro. Foram fabricadas 358 mil toneladas, o que representa uma variação positiva de 0,7%. Na comparação com outubro de 2007, houve recuo de 11,9%.

Empresas focam em investimentos

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As empresas da indústria petroquímica não se intimidam com os reflexos da crise e investem pesado em tecnologia e ampliações O ano de 2008 foi marcado por ousados anúncios de novas plantas, evoluções tecnológicas e resultados satisfatórios. A Revista Plástico Sul ouviu algumas das principais empresas produtoras de commodities para saber, além do balanço anual, os principais investimentos para 2009.

M&G amplia produção O Gruppo M&G, companhia que desenvolve Resinas PET para garrafas e frascos e Filmes para o mercado de alimen-

tos, anunciou que, a partir do mês de abril de 2009, a capacidade de produção de sua planta brasileira de Resina PET passará das atuais 450 mil toneladas/ano para 550 mil toneladas/ano. Inaugurada em 2007, a unidade é equipada com reator único e mantém a posição de maior produtora de resina PET do mundo. Em julho do ano passado a empresa havia anunciado sua intenção de expandir usando uma tecnologia de processo tradicional. Durante o estudo da ampliação as equipes técnicas envolvidas na Itália e no Brasil vislumbraram uma nova e altamente inovadora tecnologia que finalmente foi desenvolvida que permite obter com baixo investimento e rápida implantação grande incremento no volume e significativos ganhos nos custos de produção. Agora se concre-


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Carvalho, da M&G, destaca os benefícios da planta de PET para o Brasil

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ter e coloca o Brasil na era da auto-suficiência em resinas PET. “O investimento para a construção da fábrica foi de R$ 700 milhões”. O executivo afirma ainda que a planta de resina PET está trazendo inúmeros benefícios econômico-sociais ao Brasil: permite ao país ser um grande produtor mundial da cadeia de poliéster; auto-suficiente nesta resina e fomenta a criação, especialmente na Região Nordeste, de novos empregos. E conta que duas empresas também se instalaram no Estado a reboque da M&G: a Plastipak (fabricante de pré-forma) e a Topack do Brasil, que produz sacos gigantes para embalagens. “Juntas, essas indústrias investiram R$ 25 milhões e abriram 136 postos de trabalho”. Em

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tiza o investimento que será de US$ 1,65 milhão ou 16,50 US$/ tonelada. Em julho de 2008 o projeto de ampliação iria exigir entre 12 e 15 meses de obras, agora passou para três meses. Antes, com a tecnologia tradicional, era exigido investimentos na ordem de 15 a 20 milhões de dólares, agora será executado com um valor reduzido a um décimo. Antes o processo exigia aumento de capacidade de 200 mil tons, o que agora permite que seja feito em duas etapas de 100 mil, evitado sobras de excedente. A nova capacidade permitirá atender plenamente o mercado brasileiro e também exportar para os países da região com os quais o Brasil tem vantagens competitivas. O aumento da produção ocorrerá sem descontinuidade de abastecimento do mercado interno, sem aumento de custo fixo e com redução dos custos de produção. Conforme o assessor de comunicação da empresa, Plínio Carvalho, a M&G entrou no Brasil em outubro de 2002 quando levantou fundos no mercado financeiro dos EUA para financiar a aquisição de companhia brasileira Rhodia-ster. “Era um tempo de alta incerteza pelo Brasil: inflação era alta, moeda corrente fraca e déficit público inquietante. Desde então este país sofreu uma tremenda reviravolta: inflação e déficit público estão sob controle, a moeda corrente é forte, um PIB que cresce continuamente e a reputação do Brasil na comunidade financeira internacional está em um patamar histórico”, revela. Carvalho afirma que essa fábrica é um dos mais importantes empreendimentos do mundo na indústria do poliés-


ESPECIAL

///Balanço 2008 agosto de 2008, revela Carvalho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinou um decreto que concede incentivos fiscais do Prodepe às empresas Brasalpla, Lorempet, Pet Nordeste e Cristal Pet para que se instalem em Suape. “Essas empresas vão investir mais de R$ 350 milhões em fábricas destinadas a fabricação de pré-formas. Será gerado mais de 500 empregos durante a construção e mais 400 em um ano quando devem estar operando”, comemora.

Braskem: mais de R$ 1 bilhão investidos no ano de 2008 O desempenho operacional da Braskem apresentou evolução no terceiro trimestre de 2008 em relação ao segundo trimestre, como demonstra o crescimento do EBITDA – lucro antes dos impostos, taxas, depreciação e amortização – em

31%, saltando de R$ 519 milhões para R$ 683 milhões. A margem EBITDA, que expressa a rentabilidade operacional do negócio, foi de 13,6%, quase dois pontos percentuais acima da margem alcançada no segundo trimestre. Essa performance reflete principalmente o incremento da receita com petroquímicos básicos, especialmente dos aromáticos, que compensaram maiores custos de nafta no período. As exportações da Braskem totalizaram US$ 765 milhões (25% da receita líquida) no terceiro trimestre, antes da forte retração dos negócios no mercado internacional a partir de outubro. Esse montante representa um acréscimo de 40% sobre o mesmo período de 2007. No acumulado dos primeiros nove meses, as exportações alcançaram US$ 1,8 bilhão, com um crescimento de 4% em relação ao período equivalente do ano anterior. A receita líquida no 3T08 alcançou R$ 5 bilhões, o maior valor já registrado pela Braskem em um trimestre, o que representa um aumento de 9% em relação à receita registrada no 3T07. A Braskem realizou investimentos consolidados que totalizaram R$ 1,1 bilhão nos nove primeiros meses de 2008, incluindo R$ 250 milhões em paradas programadas nas suas duas centrais petroquímicas, o que se compara a R$ 769 milhões nos 9M07.“Diante dos sinais de recessão na economia mundial, a Braskem reforça o foco de sua gestão na austeridade financeira, na captura de sinergias e na aceleração do programa de redução de custos fixos. Nossa capacidade de geração de caixa e a recente operação de prépagamento de exportações de US$ 725 milhões que concluiu com sucesso o alongamento do empréstimo-ponte feito para aquisição dos ativos petroquímicos do Grupo Ipiranga nos dão tranqüilidade na gestão do nosso endividamento”, diz Bernardo Gradin, presidente da Braskem.

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Quattor: novos desenvolvimentos A Quattor conduziu em 2008 um programa de investimentos de R$ 2 bilhões, que teve por objetivo a ampliação de sua capacidade de produção. A empresa tem capacidade instalada de 2,8 milhões de toneladas/ano de petroquímicos básicos e intermediários e 1,9 milhão de toneladas/ano de resinas. A Quattor está apostando pesado em desenvolvimento de novos produtos. Segundo Rafael Navarro, gerente de marketing de polietileno, a empresa está lançando os polietilenos para sopro e filme de alto peso molecular com tecnologia Chevron Phillips. Além disso, foram concluídas


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Quattor possui capacidade instalada de 2,8 milhões de toneladas de petroquímicos básicos

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sadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a empresa desenvolveu uma tecnologia que permite produzir o propeno a partir da glicerina, um subproduto da produção do biodiesel. P S

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as expansões das unidades de PP no ABC e em Duque de Caxias. Na área de PP, conforme Marcelo Fornereto, gerente de vendas de PP, foi lançada uma nova linha de produtos PP LUZZ que permitirá a viabilização de importantes projetos na área de embalagens e bens de consumo, além do projeto de sustentabilidade ligado ao uso de Glicerina. O projeto Propeno Verde se baseia na obtenção de propeno através da Glicerina residual da produção do biodiesel. [Propeno verde] - O Projeto Propeno Verde foi apresentado durante a 1ª Feira Internacional sobre Biocombustíveis, realizada em São Paulo, no final do ano de 2008. O evento contou com a presença do Presidente Lula e reuniu cerca de 70 expositores, entre indústrias, entidades setoriais e órgãos de governo. A exposição foi organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo do Álcool (APLA). A iniciativa, além de inédita e atraente do ponto de vista mercadológico, está alinhada a dois grandes princípios valorizados pela Quattor: inovação e sustentabilidade. Em conjunto com um grupo de pesqui-


DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio

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mostra a Tabela 1 (Veja abaixo). Conforme o especialista, a Petroquímica Triunfo tem colocado à disposição do mercado resinas de PEBD (TU 3001 e TU 3002) destinadas a produção de filmes agrícolas para recobrimento de estufas que combinam performance (excelente resistência mecânica, à intempéries ) com durabilidade mediante o uso de aditivos para estabilização UV. “Mais recentemente a Triunfo desenvolveu o copolímero de EVA TN 2005 destinado a produção de filmes de alta transparência, com efeito térmico, isto é, filmes que permitem uma maior absorção e retenção de calor dentro de estufas agrícolas o que confere uma melhor proteção contra oscilações térmicas, e economia de energia nas estufas que utilizam sistemas de aquecimento”, ressalta.

Safra em queda, tecnologia em alta

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Por Julio Sortica

ecentemente, em uma entrevista sobre o balanço do setor de aço no Rio Grande do Sul, um dirigente da Associação do Aço ressaltou que a queda na safra não preocupava o setor, pois a produção ainda se mantinha alta, estimulando o consumo de colheitadeiras, tratores e implementos agrícolas. O interessante, na entrevista, no entanto, foi a informação que o empresário destacou: tecnologia. “As máquinas modernas que operam no campo garantem um aumento incrível de produtividade, pois conseguiram, nos últimos anos, reduzir as perdas que 5% para 0,5%. Isso significa um ganho incrível”, explicou. Com base nessa informação buscamos junto aos integrantes da cadeia do plástico, também saber de que forma estes segmentos podem contribuir para melhorar a produtividade e o rendimento no agronegócio. E descobrimos que se a safra brasileira de grãos vai cair de 144 milhões de toneladas (2008) para 137 milhões, a tecnologia e os recursos de inovação caminham a passos largos para garantir mais lucro ao produtor. As indústrias de matérias-primas, aditivos e compostos investem em pesquisas e desenvolvimento para oferecer sempre produtos mais eficientes.

Petroquímica Triunfo investe em pesquisa O uso do plástico na agricultura tem crescido no mundo inteiro, prin-

cipalmente devido às vantagens conferidas pela sua utilização como: proteção da planta, melhoria no rendimento e qualidade dos produtos. Segundo Omar Renck, Especialista de Produto da Petroquímica Triunfo (RS), “em países como o Brasil, em que a economia depende fortemente da produção agrícola, o uso de plásticos na agricultura tem contribuído para melhoria da qualidade dos cultivos e ganhos em produtividade e em competitividade dos produtores”. Renck destaca que as aplicações do plástico na agricultura são bem diversas, sendo que a principal, em termos de volume, são os filmes, empregados nas mais variadas formas como

[Transporte e silagem] Omar Renck destaca que o PEBD TX


do várias resinas para fins específicos, como os polietilenos PEAD (telas de sombreamento), PEBD, PEBDL e baixa densidade linear metalocênico (filmes agrícolas – estufas, silos subterrâneos e mulching), e média densidade linear (tanques e reservatórios rotomoldados), informam Mauro Azanha, Gerente de Serviços Técnicos PE e Rafael Navarro, Gerente de Marketing PE. “Já nossas resinas de PP são transformadas em sacaria e big bag de ráfia usados principalmente para acondicionamento de fertilizantes e produtos pós colheita”, acrescenta Marcelo Fioravanti, Gerente de Serviços Técnicos PP. “Outra aplicação em que se utiliza o PP é a cobertura de nãotecido para frutas”, completa o Gerente de Marketing PP, Gustavo Sampaio. Segundo os especialistas, o agronegócio evoluiu muito, deixou de ser amador, está mais competitivo e eficiente e o setor plástico contribui para estas mudanças, segundo Mauro Azanha. “Através do desenvolvimento de resinas (tanto PE quanto PP) que

proporcionam menor custo e maior proteção, auxiliando no ganho de produtividade do agricultor e substituindo outros materiais como vidro, metal e madeira, mais onerosos e com menor eficácia”, compara o executivo. Apesar de a safra brasileira de grãos sofrer uma pequena redução (de 114 milhões de toneladas para 137 milhões), ainda é um volume expressivo. Isso pode afetar o consumo de resinas plásticas na produção e em seus desdobramentos (máquinas, logística etc). “Comparativamente a outros setores a redução é pequena em PE”, garante Rafael Navarro. Porém, no que tange ao consumo de PP, a situação é diferente, segundo Gustavo Sampaio. “Vemos um cenário mais instável para 2009 em virtude da redução de produtividade da safra brasileira estar ligada diretamente a redução do uso de fertilizantes, que deverá ter sua demanda reduzida em função da menor disponibilidade de crédito e de um custo mais caro”, pondera o executivo.

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O agronegócio também está no foco da Quattor, que oferece ao merca-

Os filmes da Petroquímica Triunfo podem ser aplicados em estufas

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Quattor oferece PE e PP ao setor

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7001 também tem sido empregado como resina base para e aplicações em bolsas para silagem para armazenagem de grãos secos e forragem para animais. Animado, ele enfatiza sobre as vantagens do sistema, pois o Brasil apresenta uma safra de grãos expressiva e uma alta dependência de caminhões e rodovias para escoar sua produção de grãos, bem como uma capacidade de armazenamento limitada nos portos. “Através da utilização do sistema de bolsas de silagem o produtor se beneficia em vários aspectos: possibilita o armazenamento no mesmo lugar onde é produzido, permite a comercialização do produto no momento mais oportuno”, revela. O especialista acrescenta que esta aplicação apresenta um grande potencial de crescimento e sendo uma grande oportunidade para o aumento do consumo de resinas plásticas na agricultura. O aproveitamento das vantagens dos filmes poderia ser maior no Brasil. Segundo Renck, “um dos maiores desafios para o aumento da demanda dos filmes plásticos no agronegócio é a transferência de tecnologia e benefícios do plástico entre os produtores rurais”. Quanto ao desempenho, o executivo diz que a participação da Petroquímica Triunfo na comercialização de resinas plásticas para o setor agrícola em 2008 foi boa no primeiro semestre e caiu no segundo semestre como a economia brasileira no geral. “Para 2009 é esperada uma retomada lenta no crescimento deste setor”, projeta.


[Mercado] - Quanto ao desempenho da empresa neste setor em 2008 e a projeção para 2009, as avaliações são distintas. “Em PE o desempenho foi regular, mas já avançamos a partir do segundo semestre, portanto a expectativa para 2009 é boa”, informa Rafael Navarro. “Em PP tivemos um bom crescimento (10%) nas vendas em 2008 e a perspectiva para 2009 é regular em virtude da oscilação do setor”, destaca Gustavo Sampaio. Por sua praticidade, eficiência e custo, o plástico poderia ter mais espaço no agronegócio. Qual é o problema? “Os principais “gargalos” para o incremento do uso de plásticos no agronegócio certamente passam pela falta de normas técnicas específicas para acondicionamento do plantio, de percepção das vantagens do material, de assistência técnica especializada que apresente melhores soluções aos produtores e de financiamento por parte dos órgãos oficiais para adoção de novas práticas”, esclarecem Mauro Azanha e Marcelo Fioravanti, respectivamente Gerentes de Serviços Técnicos PE e PP da Petroquímica Triunfo.

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Braskem destaca portfólio amplo

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DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio

Com um amplo portfólio de resinas termoplásticas a Braskem disponibiliza ao mercado matéria-prima básica para a produção de um vasto leque de produtos que irão atender ao setor agrícola. “Nossos materiais podem ser vistos em todas as fases da produção agrícola, desde peças que irão compor maquinários e implementos agrícolas até caixas plásticas que servirão para o transporte do produto acabado, passando pelo cultivo protegido e a micro

Sacaria de ráfia confeccionada com produtos da marca Quattor

irrigação”, ressaltam Marco Martinez de Oliveira e Adilson da Silva Filho, da unidade de Engenharia de Aplicação e Desenvolvimento de Mercado PE e PP, respectivamente. Dentre os produtos da Braskem que têm aplicação relacionada ao agronegócio, eles destacam os polietilenos (PE) com suas famílias PEBD, PEBDL e PEAD. Alguns clientes que atuam neste segmento são: Unipac (sopro agroquímico), Nortene/Engepol (Geomembranas, lonas, silobag, telas de sombreamento), Zaraplast (sacaria adubo), Netafim (tubos irrigação), Electroplastic (filmes estufa). No entanto, conforme os especialistas, “esses produtos têm aplicações diversificadas dentro do agronegócio como sacaria industrial para adubos, lonas simples, filmes de estufas, telas de sombreamento, silobag (bolsas para armazenamento de grãos), “mulching” (aplicação de um finíssimo filme de PE para cobertura na superfície do solo e que constitui uma barreira física à transferência de energia e vapor de

água entre o solo e a atmosfera), geomembranas para proteção e impermeabilização de solos e estruturas (onde seja necessário agregar resistência mecânica, química e aos raios solares), embalagens sopradas para envase de defensivo agrícola e tubos e tripas para irrigação de culturas.” [PP e ráfia] - Em polipropileno, o agronegócio se faz representar prioritariamente no segmento de ráfia, que responde por mais de 11% do mercado desta resina no Brasil, ressaltam Marco de Oliveira e Adilson da Silva Filho. “Como todo o agronegócio, este segmento vem apresentando crescimento significativo nos últimos dois anos, contrastando com as quedas ocorridas em 2005 e 2006. Segundo dados da Afipol (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas), o setor de sacaria apresenta um crescimento acumulado até junho de aproximadamente 6% em relação ao mesmo período de 2007”, revelam. Em ráfia, ressaltam os especialis-


- Marco de Oliveira e Adilson Arli da Silva Filho contam que a Braskem utiliza sua estrutura de inovação e tecnologia, que conta com cerca de 170 pesquisadores e mais de US$ 160 milhões investidos em ativos, para oferecer a seus clientes o que há de mais moderno em produtos e serviços. “Destaque para o lançamento em 2007 do H 503 HS, polipropileno

* Na produção: - Estufas, túneis, mulching, tubos para irrigação e micro irrigação * Pós-colheita: - Silos plásticos para armazenamento de grãos, caixas plásticas para transporte e comercialização de frutas e vegetais. [Ampliar nichos] - A Braskem, segundo Marco de Oliveira e Adilson da Silva Filho, trabalha no apoio da ampliação do uso destes produtos e no desenvolvimento de novas soluções. “Como exemplo, podemos citar o case do Silo Plástico Agrícola, que é amplamente utilizado na Argentina como solução barata para o armazenamento de grãos e que no Brasil é praticamente desconhecido. Pesando pouco mais de 100 kg e com

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[Pesquisas e aplicações]

homopolímero destinado principalmente ao mercado de sacaria de ráfia (utilizada para envase de fertilizantes, açúcar, farinha de trigo, entre outros) que possibilitou ao transformador melhor processabilidade com conseqüente aumento de produtividade e redução das perdas de processo e ofereceu ao mercado uma sacaria ainda mais resistente e segura”, informam os especialistas De acordo com o uso do plástico no agronegócio, é possível classificar da seguinte forma: * Para a produção: - Maquinário e Implementos: peças que compõem as cabines de tratores, peças rotomoldadas para semeadeiras, colheitadeiras etc. - Sacaria de ráfia para fertilizantes

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tas da Braskem, a empresa oferece um leque completo de produtos como o H 503 HS e o H 503 para sacaria, o H 611 para big-bags, telas de aviário e tecidos de cobertura. “Além de produtos para impermeabilização via recobrimento por extrusão dos tecidos e sacarias, como o CP 144, RP 144, H 103 e H 107”, acrescentam


DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio capacidade para armazenar mais de 200 toneladas de soja, ele pode ser uma das soluções para o já conhecido problema de infra-estrutura de armazenagem em função da crescente ampliação da produção nacional de grãos”, ressaltam os técnicos. Além de investir no desenvolvimento de produtos que confiram uma melhor performance para o Silo, a Braskem tem procurado desenvolver ações em parceria com toda a cadeia de forma a introduzi-lo como alternativa de armazenagem. “O case do Silo é um típico exemplo do quanto é possível avançar no uso do plástico”, informam. Os especialistas explicam que, ali-

ando técnicas de cultivo protegido com micro irrigação é possível duplicar a produtividade da maioria das culturas de frutas e vegetais. “Para que este potencial seja melhor aproveitado, é necessário criar políticas públicas e privadas que tragam investimentos em pesquisa, divulgação e treinamento, além de crédito para aquisição dos equipamentos necessários”, argumentam Marco de Oliveira e Adilson da Silva Filho. “Hoje o plástico pode ser visto como um indicador do nível de tecnologia empregado no campo em cada país”, acrescentam. [Consumo em alta] – A Braskem confia que, apesar de uma leve

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Afipol prevê tempos difíceis Eli Kattan (*) “Em 2008 o volume de produção de ráfia de polipropileno, como são conhecidas as fibras poliolefínicas, de 110 mil toneladas, representou uma queda de 5.9% em relação a 2007, já refletindo a crise econômica mundial, especialmente nos últimos 4 meses do ano. Os segmentos que mais sofrerem o impacto da crise foram os de sacaria para açúcar, com queda de 19,7% e o de sacaria para fertilizantes, com queda de 12,9%. Os destaques positivos ficaram por conta do segmento de sacaria para farinha e farelo, que manteve tendência de crescimento, ficando 4,5% acima do ano anterior e das exportações que cresceram 25% em relação a 2007, embora em números absolutos, 7,2 mil toneladas, ainda representem um volume relativamente pequeno, se comparado ao volume destinado ao mercado interno. Os resultados de 2008 nos dão uma idéia dos tempos difíceis que o setor de ráfia de polipropileno tem pela frente. Em 2009, além das previsões de quebra da safra de grãos, que afetam diretamente o segmento de fertilizantes, um dos mais importantes para nossa indústria, temos que levar em conta a extrema sensibilidade à crise mundial do segmento sucroalcooleiro, outro importante segmento para nosso setor. Já observamos a escalada da inadimplência nesse segmento, profundamente afetado pela queda da demanda mundial e pela falta de crédito. Apesar de tudo isso, acreditamos que em 2009 teremos um pequeno crescimento em relação a 2008.” (*) Eli Kattan é presidente da Afipol (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas)

queda na safra de grãos, o setor tem volume expressivo e pode colaborar para estimular o consumo de resinas plásticas nas diversas fases do processo. “Acreditamos que sim, especialmente nos setores de máquinas, onde podemos ampliar a participação do plástico como opção ao metal. Na logística, a solução do silo bolsa pode ajudar o produtor a negociar melhor seu produto e alavancar o uso de plástico na agricultura. Também acreditamos muito na utilização do plástico para dutos de irrigação. A irrigação é onde existe o maior potencial de uso de plásticos na agricultura, especialmente no Brasil onde apenas uma área muito pequena aplica essa tecnologia”, comentam Marco de Oliveira e Adilson da Silva Filho. O aproveitamento dessas matérias-primas no setor poderia ser mais efetivo, mas os especialistas explicam o que ocorre. “A aplicação dos plásticos no setor agrícola gera retorno no médio prazo com aumento da produtividade, redução de perdas, e qualidade dos produtos, que geram retorno somente no médio prazo. No agronegócio o desenvolvimento de novas soluções e os custos envolvidos nos financiamentos direcionam o produtor para o retorno no curto prazo, o que inibe um investimento maior nessa área”, analisam Sobre o desempenho e projeções a Braskem revela que ainda não dispõe dos dados consolidados de 2008 e tampouco as perspectivas para 2009.

Dow: uso sustentável para PE Indústria petroquímica de nível internacional, a Dow também comercializa uma série de resinas de polietileno (PEBD, PEBDL, PEMD e PEAD)


químicos, pesticidas e herbicidas. Além disso, os filmes agrícolas aprimoram a qualidade do grão e ajudam a aumentar a colheita”, enfatizam Tomas Fernandez e Sidnei Lamim. Eles ressaltam que as vantagens dos filmes de polietileno sobre materiais concorrentes - como lascas de madeira, palha, esterco, tecido, estopa e fibra de vidro - incluem baixo custo, maior lucratividade e estabilidade ambiental. Outro exemplo que pode ser citado - como foi referido por outras empresas - é a aplicação dos silos flexíveis para armazenagem de grãos. Segundo os especialistas da Dow, esta é uma nova e importante alternativa logística para o agricultor. “Esses grandes túneis, com 60 metros de compri-

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Fernandez e Sidnei Lamin revelam que, “além dos filmes mencionados, o polietileno é também utilizado na produção de outros elementos utilizados na agricultura, como tubos para irrigação, caixas e recipientes, além de malhas e redes antigranizo e de sombreamento, e liners (revestimento) para recipientes.” [Futuro lucrativo] – Os especialistas não hesitam em associar a evolução do agronegócio com o uso do plástico em várias etapas da produção. “Para nossos clientes do mercado agrícola, os plásticos estão abrindo caminho para um futuro mais lucrativo e amigável ao meio ambiente. Avanços na tecnologia de filmes de polietileno para usos agrícolas, por exemplo, reduziram a necessidade de fertilizantes

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que podem ser formuladas para produzir uma ampla gama de filmes usados em aplicações agrícolas. “As aplicações do plástico na agricultura estão alinhadas à estratégia da empresa de desenvolver usos sustentáveis para o polietileno. Os objetivos são diminuir as perdas no campo, reduzir o consumo de energia elétrica e água, facilitar a cadeia de reciclagem”, informam Tomas Fernandez, Gerente de Produto de PEBD para a América Latina da Dow e Sidnei Lamim, da Technical Services & Development. As aplicações em que o polietileno se destaca são silos flexíveis (silobags), filmes para cobertura de silagem, filmes para estufas e túneis, filmes para mulching (cobertura), geomembranas para impermeabilização do solo. Tomas


DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio proteção das plantações, armazenamento de grãos e forragem, otimização da irrigação, entre outras aplicações”, contrapõem os executivos da empresa. Tomas Fernandez e Sidnei Lamim destacam que, no Brasil, visualizam hoje um cenário ideal para a implementação dos silos flexíveis. “Entre os fatores que propiciarão isso estão o crescimento da produção superior ao da estrutura logística (armazenagem, transporte) e a possibilidade de o produtor armazenar sua produção no próprio campo, para o caso de alguma eventualidade

Divulgação/PS

mento por 2,75m de diâmetro, têm capacidade para armazenar até 200 toneladas de grãos (soja, milho, trigo) sem a necessidade de grandes investimentos em infra-estrutura”, justificam. Outro aspecto que destacam se refere à qualidade do grão armazenado: depende diretamente da integridade do filme plástico. “Portanto, as características de resistência mecânica, resistência aos raios UV, flexibilidade e barreira à luz são de extrema importância. A eficiência dos silos flexíveis deve-se à exclusiva combinação

entar que para a Dow as aplicações do plástico na agricultura estão alinhadas à estratégia de desenvolver usos sustentáveis para o polietileno”, destacam Tomas Fernandez e Sidnei Lamim.

[Efeitos da crise] – O setor agrícola tem grande potencial e interessa muito à Dow, que oferece aos seus parceiros soluções de alta tecnologia com custo competitivo, ressaltam os executivos. Por isso, as avaliações são extremamente criteriosas. “Para o mercado em 2009, as perspectivas dependem de como a economia reagirá à crise global. Embora o momento dificulte projeções, a Dow segue confiante em sua expertise única e continua trabalhando para oferecer as soluções mais adequadas aos seus clientes”, avaliam. Tomas Fernandez e Sidnei Lamim comentam que, “em relação aos silos flexíveis, projetamos para o Brasil um perfil de evolução similar ao do mercado argentino, que absorveu muito bem o produto, sendo hoje um mercado maduro. A expectativa da Dow é que a utilização de silos flexíveis salte de 1% para 20% do grão colhido em cinco anos”, finalizam.

Basf tem linha biodegradável

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Embalagem plástica de vinho da Embaquim é alternativa para produtos como vinho

de características mecânicas e de processabilidade oferecidas pelas resinas da linha Dowlex™ e Elite™”, explicam Tomas Fernandez e Sidnei Lamim, os especialistas.

[Crescimento e inovação] – A pequena redução na safra de grãos não vai alterar o crescimento nas aplicações, segundo a Dow. “O uso de plásticos na agricultura, em especial o polietileno, tende a crescer, pois possibilita maior eficiência em termos de

(como o fechamento de acessos físicos, atrasos em portos, etc.),” avaliam. O caminho é investir. “A inovação leva ao crescimento. Pelo fato de a Dow investir tanto no desenvolvimento de novos produtos, podemos realizar uma expansão contínua para novos segmentos do mercado agrícola e melhor satisfazer as necessidades dos clientes. A tecnologia da Dow é a semente para melhores soluções em filmes agrícolas. “Além disso, é importante sali-

Investir em pesquisas e soluções sustentáveis para o setor do agronegócio é um dos focos da Basf. “A área de Especialidades Plásticas oferece a linha de plásticos biodegradáveis, compostáveis e/ou de fontes renováveis que podem ter várias aplicações no agronegócio. São eles os produtos: Ecoflex®, Ecovio® e Ecobras™”, destaca Letícia da Rocha Mendonça, Gerente Regional Especialidades Plásticas América do Sul A executiva faz um detalhamento dos produtos. “A primeira resina,


Letícia Mendonça, da Basf, ressalta ações sustentáveis da empresa

dicionais e permitem uma grande variedade de aplicações. “No agronegócio, as resinas podem ser extrusadas para

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compostáveis / biodegradáveis, segundo a executiva, as três resinas também são processáveis em equipamentos tra-

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[Aplicações e soluções] Além de serem certificados como

Divulgação/PS

Ecoflex®, é 100% de fonte fóssil e atende às normas européia, americana e japonesa de biodegradabilidade e compostagem. Já o Ecovio® , plástico que também atende às normas, é uma blenda e tem fonte renovável na sua formulação. Por último, a Basf comercializa o Ecobras™, que é um composto de Ecoflex® e amido de milho modificado”, informa. “O Ecobras™ é o resultado da parceria entre a Basf e a subsidiária brasileira da Corn Products, reconhecida pela sua competência no desenvolvimento de ingredientes industriais derivados do milho, mandioca e outras fontes de amido para diversas indústrias”, explica Letícia Mendonça.


DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio plásticos em geral, certamente contribuiu para a maior competitividade do segmento nos últimos anos. “Os plásticos biodegradáveis, por exemplo, permitem ao produtor uma mudança ao processo convencional, com uma proposta clara e única de valor e de inovação. Dependendo de sua aplicação, contribuirá para uma solução mais eficiente ao descarte, ao aumento de produtividade ou em redução de custos”, confirma a Gerente Regional Especialidades Plásticas.

[Demanda e investimentos] – A Basf acredita que a crise internacional e a leve queda na safra não alteram o rumo do agronegócio brasileiro. “O papel do Brasil no mundo como

Divulgação/PS

diversos usos, como exemplo filmes do tipo “mulching”. Também é possível produzir peças injetadas e termoformadas, atendendo aos desejos e necessidades específicos de cada produtor”, esclarece a Gerente Regional Especialidades Plásticas. Em alguns casos, a proposta da Basf é que oferecer uma solução alternativa de descarte ao produtor. Por exemplo, em cultivos que usam filmes, cordas ou sacos plásticos, evita-se que os materiais fiquem no campo ou que seja necessário coletá-los. “Para outros cultivos, o produtor também pode aumentar a produtividade ou simplificar processos. Assim, há cultivos onde as mudas têm que ser retiradas de sacos

retos”, comenta Letícia Mendonça. “Mais do que isso, este foco na profissionalização e aumento de produtividade vai demandar do setor de plásticos novas tecnologias e inovações e as companhias que conseguirem superar as expectativas da cadeia, conseguirão aproveitar as oportunidades originadas”, acrescenta. A Gerente Regional Especialidades Plásticas comenta sobre questões que podem travar um maior aproveitamento do plástico no agronegócio. “No caso dos plásticos biodegradáveis não se trata de um problema, mas sim de um grande desafio: o pioneirismo”, diz Letícia Mendonça. E completa: “A linha de plásticos biodegradáveis e de fontes renováveis representa mais do que uma nova tecnológica para o agronegócio, significa uma oportunidade para mudanças nos processos dos produtores e também para desenvolvimentos de ofertas diferenciadas para transformadores de plásticos”.

DuPont agrega novas tecnologias

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Piso Vitasui da NTC: exemplo da criativa aplicação do plástico no agronegócio

ou tubetes antes de serem plantadas no campo. Com os plásticos biodegradáveis, as mudas podem ser plantadas diretamente no solo.”, informa Letícia Mendonça. Quanto à evolução do agronegócio, a executiva faz um comparativo e afirma que o desenvolvimento dos

mercado produtor tende a se reforçar com a combinação de aumento de demanda e principalmente com o maior número de investimentos no setor. Sendo assim, a demanda por resinas plásticas também deverá aumentar, acompanhando o resto da cadeia, assim como outros produtos diretos e indi-

A multinacional DuPont também direciona um dos seus focos para matérias-primas usadas em produtos para o agronegócio, segundo Adriana Goya, representante de Vendas da área de Plásticos e Polímeros Industriais da DuPont. Os produtos da DuPont oferecidos nesse segmento são: Bynel® 4104 - adesivo de coextrusão para estruturas com PE/EVOH ou PE/PA; Bynel® 41E754 - adesivo de coextrusão para estruturas com PE/EVOH ou PE/PA. Material com modificador de impacto, largamente utilizado em embalagens grandes nas quais a resistência deve ser maior; e Fusabond® EEC 603D compatibilizante para PE, PP, EVOH, PA,


o ano foi bom, pois houve um crescimento significativo em relação a 2007, mas para 2009 as perspectivas não são otimistas. “A projeção para 2009 é que não haja crescimento”, completa.

Abint destaca o agrotêxtil Com forte atuação no agronegócio, as indústrias representadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint), produzem o nãotecido, feito com polipropileno ou poliéster, que é conhecido como agrotêxtil. Segundo Jorge Saito, secretário executivo da Abint, “Agrotêxtil é uma solução simples, barata e eficiente usa-

tropicais, e da geada nas zonas mais frias. Segundo Saíto, o nãotecido, por ser permeável, permite a passagem do ar, água e luz solar, e garante ventilação e a umidade adequadas. “O agrotêxtil (nãotecido), além de proteger a planta nas plantações, pode até modificar (antecipando) a época de produção”, informa. “A agricultura de cultivo protegido é uma alternativa mais barata do que a de estufa ou a hidroponia. Basta pegar o rolo de nãotecido e estende-lo sobre as hortaliças e legumes ou colocá-los em saquinhos envolvendo-os”, diz o executivo. [Economia] - Ainda conforme Divulgação/PS

da para proteger frutas, legumes e verduras dos agrotóxicos, além de melhorar a aparência dos produtos da plantação”, ressalta. O nãotecido é utilizado em coberturas (como mantas), sacos e saquinhos para evitar a contaminação por defensivos. Esse material protege, no caso dos fruticultores, as frutas de insetos comuns, em regiões mais

Saíto, o agrotêxtil proporciona também a economia de 50% do uso de água e óleo de máquinas ou energia elétrica. Ele cita exemplos concretos para explicar as vantagens: - O ciclo de produção da alface, dependendo da região, cai de 30 para 20 dias com o uso da técnica do agrotêxtil.

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A Plastrela fabrica embalagens flexíveis para vários segmentos, como o de pet food

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adesivo, este produto auxilia a reciclagem de produtos coextrudados permitindo uma ótima homogeneização do material e a utilização de espessuras maiores de reciclado. A evolução do agronegócio em muito se baseia também no uso crescente do plástico. Segundo Adriana Goya, “o setor de plásticos contribui por meio da oferta de materiais com novas tecnologias como, por exemplo, os adesivos de coextrusão da DuPont da marca Bynel®, que possibilitam uma maior adesão e conseqüentemente a utilização de espessuras menores do material”, exemplifica a executiva. Adriana Goya cita outra tecnologia da DuPont: é o Fusabond®EEC 603D, um compatibilizante utilizado na reciclagem de plásticos principalmente em estruturas coextrudadas onde há EVOH, PA, PE, Bynel® e PP, possibilitando a produção de um reciclado sem delaminação. Sobre a redução na safra e suas eventuais conseqüências, a executiva ressalta que o consumo das resinas depende do crescimento orgânico da produção nacional, mas no caso da DuPont em específico, o aumento também vem de novos produtos e novas tecnologias que com certeza impulsionam o crescimento dos volumes vendidos para este mercado. A representante de Vendas da área de Plásticos e Polímeros Industriais da DuPont afirma: “A indústria brasileira está sempre buscando melhorar a sua competitividade e isto é possibilitado muitas vezes por matérias-primas que tenham um melhor desempenho, máquinas que permitam uma maior produtividade e otimização logística.” Quanto ao resultados operacionais em 2008, segundo Adriana Goya,


DESTAQUE

///Plástico no Agronegócio No caso do morango, a produtividade aumenta em até 50%, beneficiado pelo microclima criado sob a manta.

Vitasui Light é destaque da NTC

Divulgação/PS

A NTC Moldes e Plásticos, com sede em Caxias do Sul (RS) e filial no Mato Grosso do Sul, é uma das empresas de transformação que oferece produtos ao setor de agronegócio. Segundo Roberto Pilot, Gerente Comercial e de Produtos “a empresa fabrica o piso Vitasui Light com engenharia

também atendemos o mercado do Mercosul”, acrescenta Pilot. [Vendas e projeção] - Com o agronegócio em alta em 2008, as vendas do Vitasui foram positivas, segundo Roberto Pilot. “Foram resultados satisfatório na casa de US$ 1,5 milhão”. Quanto a 2009, um ano que pode ser afetado pela crise que começou no último trimestre de 2008, a NTC ainda assim está muito otimista. “Estamos esperando um crescimento estimado em 25%”, destaca. As perspectivas são animadoras para a empresa que, segundo Pilot, espera aumentar sua área de atuação. “Estamos em processo aberto de captação de representantes e distribuidores por todo o território nacional”, completa. A unidade do Mato Grosso do Sul, inaugurada em 2008 é onde está sendo produzido o piso Vitasui Light.

Embaquim, pioneira em BIB

Embalagem Packshot para

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alimentação de cães (Pet Food)

redimensionada para menor peso e mesma resistência. Isso proporciona custos mais competitivos”, explica o executivo. A matéria-prima utilizada na fabricação dos pisos é o polipropileno (PP) e a NTC Moldes e Plásticos, segundo Pilot, usa injetoras na produção. “Os moldes especiais são desenvolvidos pela própria NTC”, diz. Os melhores mercados são justamente aqueles onde o agronegócio tem forte predominância, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais. “E

Fundada há 28 anos, a Embaquim tem estreita relação com o segmento do agronegócio: foi pioneira na produção de sistemas bag-in-box (BIB) no Brasil; há seis anos ela também iniciou a produção dos sistemas BIB assépticos em salas limpas. “Além de produzir os filmes e formar as embalagens em máquinas de corte e solda, a Embaquim é responsável pela injeção de peças plásticas usadas no sistema, como bocais e tampas”, destaca o Gerente Comercial Eduardo Casali. Atualmente a empresa abastece várias indústrias entre elas de alimentos, bebidas e produtos químicos. Para a área do agronegócio, especificamente, a Embaquim fornece duas embalagens bem específicas: bags de 2 litros para inoculantes de soja e bags de 1.000 litros para suco de laranja des-

tinado à exportação. Conforme Eduardo Casali, a Embaquim utiliza diversas resinas termoplásticas, pois procura desenvolver estruturas específicas para a necessidade de cada produto/cliente. “Mas sem dúvida, a resina mais usada é o PE (polietileno) em suas diversas variações”, informa. E acrescenta que os materiais metalizados também constam no portfólio e são usados em embalagens que precisam garantir determinadas propriedades barreira (oxigênio, umidade, luz). Para que um produto seja perfeito, além de matérias-primas de alta qualidade também é preciso ter equipamento adequados. “Em relação às máquinas trabalhamos com os processos de extrusão e corte/solda no caso dos materiais flexíveis (filmes) e injeção para os produtos rígidos (tampas e bocais)”, revela o executivo. Ele informa que estes equipamentos são comprados de terceiros de conceito nos mercados nacional e internacional. [Qualidade] - A maior ou menor qualidade dos produtos nesse segmento, segundo Eduardo Casali, depende de vários fatores. “Poderia dizer que a sinergia entre todas as etapas de produção é que faz a diferença da Embaquim. Sabemos que não adianta apenas ter máquinas de última geração ou resinas de altíssima qualidade, se não existir o expertise técnico e tecnológico dos profissionais para tirar o melhor de cada um desses itens. O serviço pós venda é igualmente importante, assim como toda a trajetória de desenvolvimento de uma nova embalagem”, explica o executivo. Casali dá ênfase a este aspecto. “E este é justamente o diferencial da Embaquim. Ao se especializar no de-


[Projetos e inovação] – Como complemento, Eduardo Casali garante que a Embaquim continuará seguindo a risca a proposta de seu fundador: manter-se como uma empresa de especialidades e de tecnologia de vanguarda. “Nossa política é estratégica: procuramos antever e nos antecipar às tendências do mercado e oferecer aos diferentes segmentos o que nenhuma outra empresa oferece. Este é e sempre será nosso principal diferencial, a inovação antecipada”, ressalta. Porém, ele esclarece que projetos padrão continuam na pauta: “exis-

e zip fácil. Depois de apresentar a nova embalagem flexível para leite longa vida, recentemente a empresa inovou ao oferecer uma embalagem diferenciada para o segmento de pet food, a ZipFácil, com zíper. “Produzimos embalagens para acondicionamento de ração animal, prémix e indústria fumageira”, informa o Diretor Presidente Jack Shen. Segundo o empresário, a matéria-prima principal é o polietileno transformado no processo de extrusão. “Também possuímos o processo de impressão onde agregamos as cores nas embalagens”, ressalta Shen. Ele destaDivulgação/PS

tem linhas de produção capazes de atender às necessidades diárias de nossos clientes”, finaliza.

Plastrela inova embalagens Empresa gaúcha com sede em Estrela, a Plastrela fabrica embalagens flexíveis para vários segmentos, como alimentos, lacticínios, frigorificados e pet food, utilizando processos como quatro soldas lateraus, Stand Up Pouche

ca quais são os melhores mercados regionais. “Temos um bom público comprador no Paraná, São Paulo e Minas Gerais”, diz. Sobre resultados, Shen ressalta que em 2008 as vendas neste segmento significaram 30% do faturamento da empresa. “Já para 2009, com o incremento no setor de ração animal e o início das exportações deste produtos, deveremos ter um índice de 35%”, projeta. P S

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Máquina extrusora utilizada na confecção de filmes para o agronegócio

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senvolvimento de soluções em embalagem, a empresa investe permanentemente na atualização de seus profissionais e de seu parque industrial a fim de garantir o melhor sistema de embalagem. É claro que a escolha de bons fornecedores de resinas, máquinas, etc, influencia diretamente no sucesso desse processo”, revela. O agronegócio é importante mas o Gerente Comercial não se aprofunda no assunto. “Embora não possa abrir números, posso dizer que a linha de bags de 2 litros para inoculantes de soja é bastante importante no mix de negócios da empresa. Este produto acabou desvendando potenciais novos clientes para a Embaquim em áreas correlatas”, ressalta. [Mercados] - Mas o mercado é cíclico e Casali comenta sobre os bags. “Quanto aos bags de 1.000 litros para suco de laranja destinado à exportação a importância já foi maior até porque este negócio perdeu muita força no Brasil nos últimos anos. Mas é importante ressaltar que este segmento garantiu a Embaquim a vanguarda e a liderança na produção de bags de 1.000 litros no país. Hoje estamos aptos a produzir, inclusive, bags esterilizáveis que, em algumas aplicações, já substituem os tradicionais tanques de inox para transporte e armazenagem de produtos”, destaca o executivo. Ele conta que os principais usuários destas bolsas são as indústrias de alimentos e de produtos químicos como tintas, aditivos, emulsões, adesivos, resinas acrílicas e branqueadores de papel. “Ou seja, setores com rigorosos padrões de qualidade e um nível altíssimo de exigência em relação à segurança das embalagens e aos prazos de entrega”, diz Casali.


LOGÍSTICA

///Armazenamento e Transporte

Bulktilter, novidade da JMB Zeppelin na Brasilplast

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cia no setor. Esse breve retrospectiva é apenas para situar quem eventualmente ainda não conhece a história da JMB Zeppelin, que destaca em seu portfólio as características técnicas do equipamento denominado de Bulktilter, também conheci da por CTU – Unidade Inclinadora de Contêineres que será apresentado como novidade para a Brasilplast. Mark Heinke, Gerente Petroquímica, ressalta: “O Bulktilter

Divulgação/PS

história da JMB Zeppelin justifica o conceito da empresa no setor de logística – quando ainda poucos usavam este termo – armazenagem, movimentação e transporte de produtos. Fundada sob o nome de Johannes Möller do Brasil (JMB) a saga teve início em 1976 como subsidiária da Johannes Möller Hamburg da Alemanha. A empresa atendeu o mercado brasileiro com sistemas

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Heinke destaca os benefícios do Bulktilter para armazenagem

de movimentação, transporte pneumático e ensilagem de granulados e pós para a industria química, petroquímica, de cimento e minerais, estando hoje presente em praticamente todas as fábricas do gênero no Brasil. Em janeiro de 1998 a empresa foi adquirida pelo grupo alemão Zeppelin, que tem mais de 50 anos de experiên-

é ideal para o carregamento e descarregamento de contêineres padrão de 20 pés com liner interno para diversos pellets plásticos e pós industriais. Ele permite uma solução versátil para manuseio de granéis para usuários localizados distantes dos fabricantes de resinas ou grandes centros de distribuição.”

A unidade possui as seguintes características, segundo o executivo: * Construção robusta de aço carbono completa com unidade hidráulica e controles totalmente automatizados e integrados com CLP e IHM; * Totalmente integrado com dispositivos de segurança; * Descarregamento de contêineres padrão permitindo flexibilidade ao caminhão e Carreta; * Permite recebimento de granéis com alta vantagem logística; * Propicia significante redução de custo no fornecimento de matériaprima; * Elimina estoque em big-bags e sacos; * Utilizado com silos aumenta significativamente o ganho de área industrial; * Desenvolvido para trabalhar com a Unidade de Descarga de Contêineres (CDU) para alimentação precisa através de válvula rotativa (opcional). Segundo Heinke, trata-se da solução mais econômica para a movimentação de granéis, seja para importação ou exportação de matériaprima, pois os contêineres são utilizados em vários modais tais como rodoviário, ferroviário e marítimo. Dentro do portfólio para empresas do setor plástico são oferecidos silos móveis, unidades de descarga de contêineres, unidade inclinadora e unidade móvel. P S


Braslux: Tel: (+55-54) 3218-6500 Fax: (+ 55-54) 3222- 9300

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Site: www.braslux.com

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PLAST MIX

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LOGÍSTICA

///Armazenamento e Transporte

Randon quer oferecer mais produtividade

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ressalta Pissetti. Ele ressalta que 2008 foi um “ponto fora da curva”, tendo chegado a 20% sobre 2007, “que já foi um ano bom”, revela. Pissetti destaca que até setembro de 2008 o mercado estava bem, mas com a crise internacional caiu um pouco. Sobre características técnicas, o Diretor Comercial ressalta que os silos estacionários cresceram menos que em 2007. “ Em 200 7 vendemos mais os silos com ca-

Divulgação/PS

Randon, empresa com sede em Caxias do Sul (RS), é uma referência nacional em equipamentos para logística, armazenagem e transporte de produtos ligados à cadeia petroquímica – além de setores do agronegócio. “Os principais são silos rodoviários e estacionários e semi-reboques fabricados em aço inoxidável e alumínio” destaca o Diretor Comercial César Alencar Pissetti.

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Logística e armazenagem têm extrema importância no setor petroquímico

O executivo explica que a logística como um todo é um setor pulsante dinâmico da economia. “Nosso segmento está muito ligado à área petroquímica, grãos e cana e como existe um aquecimento, os setores andam muito juntos e as vendas estão crescendo em, média 10%”,

pacidade menor, ao passo que em 2008 foram os modelos com capacidade maior, mas os negócios aumentaram em valores”, adverte.

[Investimentos para 2009] – Não resta dúvida que a crise pode se transformar em momento de oportunidade. Por isso,

Pissetti ressalta que a Randon prevê muitos investimentos em busca de inovação. “São novas formas de transporte, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Temos alguns projetos com grandes players que estão em fase de estudos”, complementa. “Mas trabalhados fortemente no sentido de ter novas alternativas para reduzir os custos do transporte”, confirma. Em época de crise financeira, a estratégia da Randon é oferecer novos produtos que agreguem tecnologia e eficiência. Pissetti explica como funciona esse processo, principalmente nas atividades ligadas ao agronegócio e à petroquímica. “Se o comprador está com recursos limitados e não vê novidade no mercado, não vai comprar. Mas se lhe for oferecido um produto que vai garantir ganhos de produção, certamente ele vai investir e um novo equipamento que proporcione melhor rendimento. É aí que pretendemos entrar”, avisa. Sobre o desempenho em 2009 o executivo prefere esperar um pouco mais para fazer projeções, mas afasta o índice de 2008, que foi o tal “ponto fora da curva”. “Ainda temos que esperar pelo Carnaval e a partir do final dó primeiro trimestre teremos melhores condições de avaliar o mercado. Porém, trabalhamos dentro da previsão de crescer como foi em 2007, um bom ano”, finaliza. P S


Amitech dá inicio ao fornecimento de tanques lação. “Com dimensões idênticas, os nossos tanques são montados em 1/3 do tempo”, calcula Marçal. Isso sem contar que o usuário pode desmontar os tanques parafusados e instalá-los em outro local, investindo apenas na construção de uma nova base de concreto. “E, caso seja necessário expandir a capacidade de armazenamento, basta elevar a altura do reservatório instalando novos painéis de aço revestidos com epóxi”, indica.

construção é uma simples parafusadeira conectada a um compressor hidráulico. “Em todo o mundo, a CST já instalou mais de 250.000 tanques desse tipo”, afirma. [Mercado] - Ao longo de 2009, o gerente comercial da Amitech acredita que a empresa consiga fornecer entre 15 e 20 reservatórios. “Apostamos na continuidade dos investimentos governamentais em obras de infra-estrutura, o que acabará Divulgação/PS

Todas essas vantagens não implicam em perda de competitividade. Por ser autoportante e contar com um leve teto de alumínio, o tanque fornecido pela Amitech dispensa pilares centrais de sustentação, o que acaba reduzindo o custo total do projeto. Além disso, o único equipamento usado na sua

obrigatoriamente beneficiando o saneamento básico”. O passo seguinte à inclusão dos tanques no portfólio da Amitech será a reabilitação de redes de água, esgoto e efluentes industriais por métodos não destrutivos, o que deve acontecer ainda neste primeiro semestre. P S

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Marçal: Amitech passa a fornecer tanques de aço revestidos com resina epóxi

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A

Amitech começou 2009 dando continuidade ao seu processo de reformulação iniciado em outubro passado, quando Gonzalo Arias assumiu a direção da empresa. A partir de agora, a companhia – maior fabricante brasileira de tubos de poliéster reforçado com fibras de vidro (PRFV) – passa a também fornecer tanques de aço revestidos com resina epóxi. Os tubos ainda podem ser utilizados para transporte de resinas termoplásticas. Fabricados nos EUA pela CST, os tanques ampliam as alternativas oferecidas pela Amitech às concessionárias de água e esgoto. “Em geral, empreendimentos como adutoras compreendem a utilização combinada de tubos e tanques, daí porque decidimos incluir mais esse produto no nosso portfólio”, explica Flávio Marçal, gerente comercial. Frente aos modelos convencionais de aço soldado, os tanques da Amitech – cuja capacidade máxima de armazenamento é de 24 mil m³ – destacam-se pela facilidade de montagem. “Por serem parafusados, dispensam a mão-de-obra especializada em soldagem”, comenta o executivo. Soldagem, inclusive, que só pode ser feita na ausência de chuvas. Outro ponto positivo é a vida útil maior garantida pelo revestimento interno de epóxi, resina comumente aplicada em ambientes agressivos. Na comparação com os reservatórios de concreto, o principal benefício fica por conta da rapidez de insta-


PLÁSTIKOS

Por

Ipiranga Química agora é quantiQ

Himaco faz 40 anos

A Ipiranga Química, maior distribuidora brasileira de produtos químicos e petroquímicos, cuja controladora é a Braskem, tem nova identidade, nome e marca. Agora é quantiQ, que mostra a força das oportunidades e a infinidade de possibilidades por meio do

Est]ao de parabéns à família Bondan, diretores e funcionários da Himaco pelos 40 anos completados no dia 2 de janeiro. A Himaco é uma empresa totalmente brasileira, fundada em 1969 por Enoré Antonio Bondan (19402006). Ela supera-se constantemente para oferecer soluções arrojadas e eficazes em máquinas injetoras termoplásticas utilizadas para as mais diversas aplicações, dentro da faixa de 80 a 450 toneladas de força de fechamento. Atende aos setores de UD, automobilístico, embalagens, brinquedos, calçadista, cosméticos, eletroeletrônicos, telecomunicações, perfumaria, hospitalar e peças técnicas em geral.

Julio Sortica

Consumo de aço cresceu no RS No balanço divulgado em janeiro pela Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), o consumo de aços planos atingiu a 1.419.989 ton. em 2008, representando um crescimento de 5,41% em relação a 2007 (1.347.093 toneladas). O presidente da AARS, José Antônio Fernandes Martins, destaca que a expectativa original de cerca de 1,5 milhão de toneladas só não foi alcançada devido aos efeitos da crise internacional. O RS manteve sua posição de 3º maior consumidor de aços planos do Brasil, atrás apenas de SP e MG.

Afipol 35 anos potencial das pessoas. “quantiQ é a tradução de um trabalho apaixonado”, explica o Diretor Presidente Fernando Rafael Abrantes. A palavra é derivada do latim quantum, que significa quanto, tanto, o mais possível. Em fevereiro a nova empresa será apresentado ao mercado.

Himaco faz 40 anos II A empresa está estabelecida em um parque industrial de 12.000m² em Novo Hamburgo (RS), conta com filiais em São Paulo, Americana (SP) e Joinville (SC). Para 2009 projeta a construção de sua nova unidade fabril, ainda sem definição de local.

A Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas (Afipol), comemora em 2009 seus 35 anos de atuação em defesa da categoria. O segmento tem atuação forte nop segmento de embalagens, com destaque no agronegócio. Eli Kattan é o atual presidente.

///Anunciantes da Edição Agebras # Airus #

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Aliplast #

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Mega Steel # Pág. 02

Plastech #

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Megacal #

quantiQ #

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Met. Wagner # Pág. 35

Replas # Pág. 11

Altmann # Pág. 48

Minematsu # Pág. 43

Resinet #

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Aspó #

Momesso #

Rosiltec #

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Brasilplast # Cermag #

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Dutoplast #

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Moynofac # Pág. 43

Rulli #

Multi-União #

Sigma # Pág. 37

Nazkon #

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Nicoplas #

JMB #

Petroq. Triunfo #

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Super Finishing #

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Itatex # Pág. 33

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Treficap #

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Valimplast #

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