Revista PlásticoSul #96

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EDITORIAL ///Carta ao leitor

Os velhos e os novos tempos

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Melina Gonçalves - Editora

Plástico Sul # 96 - Março de 2009

O

Rio Grande do Sul não é mais como era antigamente. Está certo que essa afirmação pode soar negativa, mas acreditem, não é. Nesta edição, o leitor poderá conferir uma retrospectiva do setor petroquímico e plástico do Rio Grande do Sul nos últimos anos e sentirá que realmente o estado gaúcho mudou e muito. Primeiro, cresce a cada ano o comando do Pólo Petroquímico de Triunfo pela Braskem que, como estratégia de internacionalização, acabou por abocanhar o Grupo Ipiranga, Copesul e tudo indica que em breve a Petroquímica Triunfo. O Estado é protagonista nessa nova configuração da petroquímica brasileira na busca de tornar-se um player mundial. Este é o sinal dos novos tempos, onde a globalização é necessária e ganhar escala é sinônimo de competitividade. Neste sentido, há os que vêem os pontos positivos e outros que enxergam os negativos na predominância da baiana no Rio Grande do Sul. Mas não esqueçamos: somos todos brasileiros e pertencemos de uma forma direta ou indireta, ao mesmo setor. Ou seja, precisamos torcer e trabalhar para que os segmentos petroquímico e plástico brasileiros prosperem e ganhem destaque mundial. Já o segundo ponto não é tão animador. Nos últimos anos o Rio Grande do Sul perdeu espaço no ranking de transformados plásticos e hoje ocupa o quarto lugar. Nada contra a prosperidade de Santa Catarina e Paraná, pelo contrário. Entretanto, esta edição trata especialmente do pólo plástico gaúcho e não podemos deixar de abordar o assunto. O estado já foi o segundo do país, só perdendo para São Paulo e hoje não consegue subir na escala. O RS conta com o diferencial de possuir um Pólo Petroquímico, com produção local de matériasprimas de primeira e segunda gerações. Tem ainda a presença de distribuidores competentes e fabricantes de máquinas com alta tecnologia. E possui também um setor de transformação pulverizado e qualificado. Afinal, o que falta para o estado crescer e voltar aos velhos tempos? Essa pergunta é respondida nas próximas páginas. Confira.


Divulgação/PS

SUMÁRIO

/// Plástico Sul # 96

- Março de 2009

Calçados brasileiros: enquanto exportações reduzem, importações, principalmente da ásia, não param de crescer

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/// Carta ao Leitor

36 Eventos •

06 Entrevista •

Fernando Abrantes abre jogo sobre a quantiQ.

Da nova configuração à incorporação da Triunfo.

28 Destaque

38 Institucional •

Indústria se proteje

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Plástico Sul # 96 - Março de 2009

EXPEDIENTE

contra a China.

Alfredo Schmitt é o novo presidente da Abief.

39 Plástikos •

Por Júlio Sortica.

40 Balanço •

Crescem vendas de resinas.

/// Plástico no Calçado

Balanço e projeção do

com balanço positivo.

18 Especial /// Pólo Plástico Gaúcho

Plast 2009 vence a crise

42 Mercado

universo de borrachas.

46 Agenda & Anunciantes Foto de capa: por Izilda França, gentilmente cedida pela empresa ViaNews

Bayer apresenta os seus resultados.

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03 Editorial


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Plรกstico Sul # 96 - Marรงo de 2009


Q Izilda França/PS

ENTREVISTA

///Fernando Rafael Abrantes Por melina Gonçalves

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Plástico Sul # 96 - Março de 2009

“A paixão é que faz a diferença”

É com tradição e experiência de uma empresa de 18 anos que a QuantiQ se apresenta ao mercado. E é com a mesma paixão e entusiasmo que sempre norteou seu trabalho, que o presidente da empresa, Fernando Rafael Abrantes recebeu a Revista Plástico Sul para conversar sobre o novo nome, os desafios para o amanhã, os resultados atuais e relembrar a história. O executivo revela também detalhes sobre a relação com sua controladora Braskem e sobre os principais focos que sempre, independente do Grupo a que pertenceu, guiaram a empresa: o ser humano e a paixão pelo que se faz. Ex-Ipiranga Química, a nova marca busca construir um futuro com base no presente, mas nunca esquecendo seu passado.

Quem é a QuantiQ e como foi o processo de transição da nova marca? A Quantiq é resultado da aquisição do Grupo Ipiranga pela Braskem. A troca da marca foi devido a uma clausula da venda do Grupo Ipiranga em março de 2007. Então todas as demais empresas tinham que mudar o nome Ipiranga. Tínhamos o prazo de dois anos. Na verdade a Ipiranga Petroquímica e Copesul foram incorporadas à Braskem. Porque Braskem é um nome dado somente para a atividade de produção de resinas. Desta forma, a Ipiranga Química tinha que mudar de nome. Então aproveitamos essa oportunidade para dar uma reenergizada na empresa. Era uma opor-


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tunidade única para criarmos uma marca a partir da própria identidade. Era um momento importante para criar uma marca baseada em nós mesmos. Quando ocorreu a mudança do controle da empresa, nos focamos em três ações: manter a integridade do negócio, manter a equipe focada e motivada, e garantir a performance. Foram três mudanças: a troca de controladora, a mudança de endereço e a nova marca. Tivemos que ter sabedoria e humildade para entender que é preciso conquistar o coração dos funcionários porque é a paixão que faz a diferença. Porque o nome QuantiQ? O principio básico que me orientou na construção dessa marca e com a ajuda da GAD (agência de publicidade) foi que queríamos uma marca que traduzisse o maior valor da Ipiranga Química que são as pessoas. A capacidade das pessoas de fazer diferente e de construir relações. Aí acabou surgindo a palavra Quantum do latim que quer dizer “tanto quanto” ou “mais possível”. Começamos a trabalhar na palavra Quantum. Nós precisávamos ter uma razão social que é IQ Soluções e Química S/A. Mas tínhamos decidido que a razão social deveria ter uma marca. Então queríamos que representasse esse valor da empresa e que fosse um nome curto e fácil de dizer em qualquer língua. QuantiQ é QuantiQ em qualquer lugar. Fizemos um evento no dia 7 de fevereiro onde chamamos os funcionários de todo o Brasil. Nós criamos um filme de três minutos que sucedeu uma campanha que fizemos dentro da empresa durante três semanas, que era “Uma nova marca, a mesma paixão”. Ao final da apresentação todos os funcionários estavam chorando e con-

cluí que acertamos na mosca.

“Era uma oportunidade única para criarmos uma marca a partir da própria identidade.”

Quem é Fernando Rafael Abrantes? Qual a sua história dentro da QuantiQ? Sou gaúcho, engenheiro civil formado na Universidade em Rio Grande (RS). Tenho pós- graduação em Tecnologia do Concreto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tenho vários outros cursos. Tem um que destaco que é Sênior Executive Program que fiz e 2001. Eu estou na QuantiQ desde janeiro de 1996. Mas eu trabalho na Ipiranga

bi que tinham pessoas com muito conhecimento, mas estava faltando a construção de um plano conjunto sobre o futuro da empresa. Então esse foi o convite que eu fiz.

Izilda França/PS

ENTREVISTA Plástico Sul # 96 - Março de 2009

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///Fernando Rafael Abrantes

Marca é resultado do termo Quantum, originário do latim

desde 1980. Passei pela área de fertilizantes, de depois trabalhei em São Paulo numa Joint Venture também na área de fertilizantes e 1992 voltei para o Grupo para criar a diretoria de administração e finanças das empresas Ipiranga em São Paulo. No fim de 1995 o Grupo resolveu fazer uma separação: negócios de petróleo de um lado e negócios relacionados a química e petroquímica do outro. Aí eu fui convidado assumir a Ipiranga Química. Quando eu cheguei na empresa perce-

Como a empresa passou de um faturamento de R$ 80 milhões para mais de R$ 800 milhões? O diferencial é mesmo a Química Humana? Naquela época a Ipiranga Química faturava R$ 80 milhões e tinha na faixa de R$ 2 a R$ 4 milhões de prejuízo. Nós estávamos num buraco e a primeira coisa a fazer era parar de cavar o buraco. E foi assim que começamos. De 1996 a 1998 foi o período para parar de cavar, sair e tapar o buraco. Ao fazer isso o acionista já passou a nos ver com outros olhos, criamos a pré-disposição nele. Neste período passamos a importar mais numa fase de internacionalização da empresa, aumentando o portfólio de produtos. Nesse meio tempo fizemos uma análise que até hoje nos acompanha que faz os seguintes questionamentos: Quais são as características do negócio que nós estamos e que qualidades e habilitações eu tenho que ter para tratar desse negócio. A partir daí as coisas começaram a andar muito melhor, porque eu sabia o que o meu negócio demandava e sabia o que eu precisava ter para fazer isso. Aí começamos a entrar nesse conceito de que eu tinha que vender soluções e que precisava ter pessoas realmente qualificadas porque elas


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que fariam a diferença. No nosso negócio de química a diferença é feita pela química humana. Em 2001 viemos com o nosso Sistema Integrado de Gestão, onde tínhamos muito claro que nós éramos uma empresa que só tínhamos clientes e que eram três: o meu fornecedor, o meu consumidor e o meu acionista. Cada uma deles comprava uma coisa de nós. O meu cliente fornecedor que me entrega seu produto para ser vendido compra de mim capacidade de venda e conhecimento do mercado do produto. O meu cliente consumidor cobra de mim o conhecimento da atividade dele e que eu tenha capacidade de lhe dar um diferencial competitivo ou estratégico e de tornar seu processo mais fácil. E o cliente acionista compra de mim capacidade de gerar riqueza e expandir o negócio. Uma vez que soubemos disso, a nossa postura foi buscar ser uma garantia de alta performance nos compromissos assumidos com nossos clientes e tendo como grande diferencial a química humana. Aí começou toda essa nova história em cima de conceito. E lá em 2001 nós definimos que iríamos dobrar de tamanho até 2006. Então para isso tínhamos a idéia da química humana, o conceito de que a empresa só tem clientes e estruturar a nossa base logística em cima da diversificação de produtos. E assim chegamos a 2006 com o objetivo alcançado. E começamos o outro ciclo que é maximizar os resultados a partir de três grandes ativos que eram as pessoas, os nossos fornecedores e nossos ativos operacionais. Com isso chegamos no ano passado a R$ 803 milhões de faturamento que é dez vezes mais que o faturamento que tínhamos em 1996. Ao

longo desse período nós crescemos em média 18% ao ano.

“Um dos grandes benefícios que tivemos é que hoje vivemos 100% o negócio que nós estamos.”

Como é a relação da QuantiQ com sua controladora Braskem? Ela é muito boa. É uma relação baseada no reconhecimento. A QuantiQ é a maior distribuidora de produtos químicos e petroquímicos do Brasil. Somos líderes na nossa atividade. Estamos entre as TOP 15 do mundo. Isso traz um respeito muito grande. Temos uma equipe com muito conhecimento e muito ética. E temos todo o reconhecimento por parte do nosso acionista.

Izilda França/PS

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///Fernando Rafael Abrantes

Abrantes destaca os três tipos de clientes da empresa

Temos autonomia para gerir o nosso negócio. Então eu acerto com o meu acionista quais são as metas do ano e partir daí tenho autonomia. Evidentemente que em áreas em que temos comunhão de interesses em famílias de produtos nós temos um alinhamento estratégico, como na área de polímeros (PP e PE) e solventes aromáticos. Ou seja, nós somos distribuidores oficiais da Braskem, como tantas outras distribuidoras. Essa é uma relação de negócio.

O que muda com a aquisição da Ipiranga pela Braskem? Quais foram os benefícios? O Grupo Ipiranga foi vendido como um todo, incluindo a ex-Ipiranga Química. Isso fazia parte de uma estratégia da Braskem de integração na geração de produção de matérias-primas. A Ipiranga Química, hoje QuantiQ, se soma no negócio como um todo. Um dos grandes benefícios que tivemos é que hoje vivemos 100% o negócio que nós estamos. Quer dizer, antigamente tínhamos uma parte que vivia na petroquímica e outra na distribuição de combustíveis. Hoje nós estamos inseridos no nosso mundo, o mundo químico e petroquímico.

Qual o real tamanho da empresa? Nós operamos em todo Brasil e para isso temos três grandes centros de distribuição: um em Canoas (RS), um grande centro em Guarulhos (SP), numa área de 100 mil m2, e dentro desse tamanho temos 50 mil m2 para expansão, e outro centro de distribuição em Duque de Caxias (RJ). Além disso, temos três pequenas bases logísticas: em Araucária (PR), Recife (PE) e Simões Filho (BA). E temos sete escritórios de vendas. São 103 fornecedores de 23 diferentes países dos quais temos um tipo de acordo ou somos distribuidores oficiais. Nós temos em nosso portfólio mais de 300 produtos ativos e vendas para mais de 50


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Divulgação/PS

ENTREVISTA

///Fernando Rafael Abrantes “Nós temos em nosso portfólio mais de 300 produtos ativos e vendas para mais de 50 segmentos diferentes de mercado.” blends. Nós temos a nossa linha básica, mas também desenvolvemos de acordo com a exigência do cliente. Além de distribuir produtos, nós somos provedores de solução. Centro de Distribuição de Guarulhos (SP) possui uma área de 100 mil m2

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segmentos diferentes de mercado. São 4.500 ativos, ou seja, que compram de nós no mínimo duas vezes por ano, mas nós vendemos em média para 2000 clientes todos os meses. Para dar uma idéia da capilaridade do negócio, no ano passado nós emitimos 80.000 faturas. Esse efetivamente é o papel da distribuidora: a venda capilarizada. Somos em 237 funcionários. Tivemos nos últimos 12 anos um crescimento média de vendas de 18% ao ano. Sendo que nos últimos dois anos nos crescemos 32%. Como funciona efetivamente a divisão da quantiQ? Nós atuamos baseados em três divisões de negócios. A divisão de química, a divisão de Lifescience e a de Serviços. A de Química inclui unidades de negócios de tintas e adesivos, de borracha, de química petroquímica e agrobussiness, de polímeros e plásticos especiais, a de lubrificantes e produtos manufaturados e uma unidade que concentra o nordeste e cen-

tro-oeste e aí é uma cobertura regional, porque nenhum desses mercados é suficientemente grande para se inserir na unidade de origem. A divisão de química ainda é de maior faturamento. Ela tem 85% do faturamento da empresa. Depois nós temos a divisão de negócios Lifescience que tem cinco anos onde estão inseridas unidades de negócios de farma, de cosméticos, de Nutrição humana e animal, e a de Aromas e Fragrâncias. E a terceira divisão de negócios, a de serviços, tem por objetivo o compartilhamento de todos os nossos ativos operacionais oferecendo serviços a nossos clientes ou a novos clientes. São serviços de armazenagem, de mistura de produtos, de controle de qualidade, de desenvolvimento de produtos. Então tudo isso cria uma fidelização e diferenciação de mercado. Eu não quero só vender produto, eu quero participar do negócio do meu cliente. E nós desenvolvemos produtos para eles. Na petroquímica temos como exemplo os

Qual o share da empresa? Temos uma participação entre 10 e 12% do mercado em geral. Como é a relação da QuantiQ com seus clientes fornecedores e quais são as principais marcas distribuídas pela empresa? Nós vendemos produtos com nome e sobrenome. Ele tem o nome do fabricante e o sobrenome da QuantiQ. Para nós isso significa a maior agregação possível de valor, porque tu sabes da onde vem o produto e que tens uma assistência técnica garantida. A minha atividade de distribuição só começa a partir do momento que tenho um acordo com o produtor. Essa relação representa um comprometimento com o mercado. Então precisamos garantir que podemos atender a necessidade do cliente. Mas, na verdade, é preciso dar um passo adiante, de produtor e distribuidor irem até o cliente, para ter a capacidade de estar provendo a satisfação desse cliente e entender a necessidade dele. E isso gera valor agregado. Mas a nossa proposta é também


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ENTREVISTA

irmos no cliente do nosso cliente. Aí teremos a capacidade de entender o mercado e com isso termos a capacidade de antevermos a necessidade dele. Assim promoves uma relação de longo prazo e alto valor agregado. Esse é nosso modelo de gestão. Nós temos grandes fornecedores como DOW, DSM, Innova, Braskem, Eastman, Degussa, Arkema, Akzo Nobel, Santoprene, etc. Quais os produtos carros-chefes da empresa? Em todo o segmento de mercado nós temos a posição de ser grande distribuidor. Queremos não ter uma atividade concentrada em um ou dois produtos, mas num portfólio mais balanceado, para que se tenha uma atividade mais estável.

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O que representa o setor plástico para os negócios da QuantiQ? A área de maior geração de margem é a química e petroquímica. Ela nos traz escala e geração de valor. A distribuição de polímeros representa em torno de 20% do volume da empresa e 24% do faturamento da empresa. É importante.

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///Fernando Rafael Abrantes

Os planos de investimento para 2009 se mantêm mesmo na atual conjuntura econômica? No fim de 2006 nós fizemos todo um novo ciclo de planejamento que era focado na expansão dos ativos operacionais que temos. Então criamos todo um projeto de expansão das Unidades de Guarulhos, de Canoas e Duque de Caxias. Demos alguns passos. Com a venda do Grupo isso ficou aguardando todo o período de transição, que foi no ano 2007. Em 2008 trabalhamos para fazer a geração dos recur-

sos para poder fazer esses investimentos que nós fizemos. Porém veio o ano de 2009 com todas essas incertezas e optamos nesse momento em aguardar para ver como vai se desenvolver o ano. Então dependendo de como for esse período estaremos prontos para em 2010 retomarmos esse planejamento de expansão dos ativos operacionais. Em 2009 os nossos investimentos estarão focados na área de Tecnologia da Informação (TI). Temos uma posição que destaca a questão de TI, porque entendemos que o futuro da gestão das empresas estará baseado em dois pilares, que são pessoas extremamente focadas, treinadas e motivadas e informação de qualidade na mão. E depois faremos investimentos normais de manutenção. Ao todo em informática e manutenção serão investidos aproximadamente R$ 4,5 milhões de reais. Nosso grande objetivo é gerar resultados neste ano e acumular mais geração de caixa para em 2010 retomarmos nosso planejamento estratégico em termos de investimentos. A perspectiva de aumento de faturamento para 2009 era de 19%. Esse número muda nesse cenário de crise? Nós tivemos que esperar o primeiro trimestre, trabalhando como “psicólogos”, ou seja, mantendo a equipe motivada, sem deixar que ficassem olhando para trás, porque 2008 foi um ano excepcional e temos que virar a página e escrever outro livro. Então aguardamos o primeiro trimestre para avaliar se teremos que rever nossas metas. Passado esse tempo posso dizer o seguinte: os preços em média estão bem menores do que nós imaginávamos e pre-

“A distribuição de polímeros representa em torno de 20% do volume da empresa e 24% do faturamento da empresa.”

ço influencia bastante na nossa performance. Ao longo desse mês veremos se vamos refazer a nossa meta de crescimento de 19% ao ano. Provavelmente vai haver uma revisão. Eu penso que talvez nós revejamos a meta de crescimento de faturamento, mas reveremos muito pouco a de resultados.

A pulverização de mercados e produtos ajuda nesses momentos de crise? É uma vantagem: o fato de termos produtos para setores diversificados nos ajudou. Quer dizer, quando a indústria automobilística deu aquela parada no último trimestre do ano passado, a indústria de cosméticos levantou, bem como o agrobusiness. Claro que tivemos conseqüências, principalmente pela perda de valor, porque hoje os preços estão mais baixos, nós não teremos uma demanda do mesmo tamanho de 2008. No setor plástico nós tivemos um ajuste de estoques no final do ano, porque quando começa a incerteza as pessoas consomem os estoques até esperar para ver o que acontece. E foi assim. Já está praticamente terminando esse processo de ajustes de estoques só que está vindo um nível de valor mais baixo. Então vai existir uma perda de valor agregado dos negócios. É como eu digo: No ano de2008 a conjuntura foi mais forte que a competência, em 2009 a competência tem que ser mais forte que a con-


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ENTREVISTA

///Fernando Rafael Abrantes juntura. Vai ser o ano dos verdadeiros campeões. Quais são os principais mercados da QuantiQ? A indústria no Brasil está concentrada no sul e no sudeste, já houve alguns movimentos de ida para o nordeste e nós fomos juntos. Quais são os volumes de importação da empresa? Importamos na ordem de 80 milhões de dólares por ano. São em torno de 35 a 40 mil toneladas por ano. O que importamos são produtos de maior valor agregado. Toda a parte de especialidades química é importada. Já na parte química nós temos grandes fornecedores locais.

um negócio tens que assumir os riscos dele. Agora uma vez que tu sabes que isso pode acontecer, entra a questão da gestão. E a nossa é baseada na administração muito ajustada do capital de giro e do fluxo de caixa da empresa. Demandou algum esforço de caixa para nós no fim do ano, mas nós o tínhamos. O melhor negócio para nós é o cambio estável. Quais os principais desafios para 2009 e estratégias para superá-los? Nós temos dois grandes desafios na gestão. O primeiro é a capacidade de estar reposicionando uma empresa no mercado. O segundo ponto é a capacidade de blindar os teus negócios estratégicos e protegê-lo da concorrência. E por trás disso remunerar o capital do acionista: isso é gestão. Em 2009 nós temos um foco muito grande que é o seguinte: primeiro, efetividade de vendas, ou seja, aumentar ainda mais a minha capacidade de vender, aumentar minha capilaridade e presença de mercado. Outro ponto importante na estratégia em 2009 é o que chamamos de “Projeto Capturas de Economias”. Então nós vamos buscar economias a partir da otimização de processos. Nós não cortamos sequer uma pessoa da empresa. Mas estamos buscando economias de processo. Então você economiza R$ 50 mil aqui, R$200 mil ali. Tanto é que nós implantamos um programa aqui dentro que as áreas que geram essas economias ganham uma parte da economia para seus próprios investimentos. Isso dá uma motivação grande nas pessoas. Então a efetividade de vendas significa vender mais para os clientes que tenho, conseguir novos e estar ao lado deles.

“No ano de2008 a conjuntura foi mais forte que a competência, em 2009 a competência tem que ser mais forte que a conjuntura.” Com a consolidação do setor petroquímico o Brasil torna-se um player mundial? Foi um passo que tinha que ser dado para começar a construir as condições para ser um player mundial. O grande foco da petroquímica brasileira é o mercado local. Mas ela vai ter uma parcela que vai demandar sua globalizção, ou só através da exportação ou efetivamente em investimentos em outros mercados, como a própria Braskem que tem investimentos na Venezuela. As circunstâncias fizeram com que isso fosse um fato necessário.

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Q Exportação está na pauta da QuantiQ? Não. Nós estamos totalmente concentrados no Brasil. Temos uma estratégia já definida de que a internacionalização da QuantiQ será alinhada com a estratégia dos nossos fornecedores. A exportação é um item da pauta que está cada vez mais próximo de chegar ao seu momento de aplicação e eu diria que provavelmente em 2010 será executado. Não é uma prioridade mas está chegando a hora. Nós já temos mais de dez fornecedores que nos disseram: “A partir do momento em que quiseres internacionalizar na América do Sul, focando nos mercados do Conesul inicialmente, o nosso negócio será de vocês”. Então só dessa maneira é que iremos. Quais são os efeitos da variação cambial nos negócios da empresa? A variação do câmbio no fim do ano passado foi ruim. Mas se tu estás em

Qual a importância da região sul para a QuantiQ? O que representa cada estado? Nós temos uma relação muito grande com o sul porque nós tínhamos no estado a origem do Grupo. Sempre foi uma parcela muito grande do faturamento da participação da QuantiQ na região sul. Nós temos uma tradição muito grande nos três estados. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul representam 25% do faturamento da empresa: 12% no estado gaúcho, 8% no Paraná e 5% em Santa Catarina. Todas as oportunidades que tivermos de aumentar nossa participação no sul, nos aproveitaremos. P S


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///Pólo Plástico Gaúcho

Em busca do tempo perdido

Braskem vai incorporar a Triunfo e consolidar liderança no Sul Demorou um pouco, mas era esperada essa divulgação, cinco dias depois de a notícia sair no jornal Correio do Povo de Porto Alegre (RS): a Braskem anuncia a aprovação, em reunião do seu Conselho de Administração, da proposta de incorporação da Petroquímica Triunfo S.A. (“Triunfo”) pela Braskem. A proposta será submetida à apreciação da assembléia geral de acionistas de Braskem no próximo dia 30 de abril. A assembléia geral de acionistas da Triunfo será convocada para o mesmo dia, após a devida autorização de seu Conselho de Administração, que se reunirá no dia 17 de abril. O presidente da Braskem, Bernardo Gradin, diz que “a incorporação, uma vez aprovada, representará o último passo da integralização dos ativos petroquímicos da Petrobras na Braskem, acordada em novembro de 2007, e da consolidação do setor petroquímico em empresas com capacidade de competir no mercado mundial, fator indispensável para o crescimento e fortalecimento da indústria petroquímica nacional.” [Triunfo] – A Petroquímica Triunfo, uma das mais inovadoras empresas de segunda geração do Pólo de Triunfo, entrou em operação em 1985, com uma previsão inicial de produção de 130 kt/ano de polietileno de baixa densidade (PEBD) e copolímero de etileno acetato de vinila (EVA) obtidos em processo Atochem de alta pressão através da utilização de reator tubular. A companhia iniciou a produção com seis diferentes grades de PEBD de marca Trithene® que cobriam os limites tecnológicos do processo pro-


Divulgação/PS

Unidades industriais da Braskem são referências em tecnologia avançada

dições com as respectivas ações da mesma espécie e classe existentes e terão os direitos previstos no Estatuto Social da Braskem em vigor nesta data.

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ações preferenciais classe “A”, que deverão ser integralizadas pelos atuais acionistas da Triunfo. Tais ações farão jus a dividendos em igualdade de con-

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dutivo Agora a empresa tem capacidade anual instalada de 160 mil toneladas e foi avaliada pela KPMG auditores Independentes (KPMG) com data-base em 31 de dezembro de 2008, no montante contábil de R$ 117.989 mil. Para efeitos da determinação da relação de troca das ações de emissão de Triunfo por ações de emissão da Braskem, foi efetuada uma avaliação econômico-financeira independente pelo Banco Bradesco BBI S.A, levando em consideração perspectivas de rentabilidade futura. Nesta relação de troca ficou estabelecido que para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da Triunfo será entregue 0,210428051882238 ação preferencial classe “A” de emissão da Braskem. Em contrapartida à incorporação, a Braskem deverá emitir 13.387.157


ESPECIAL

///Pólo Plástico Gaúcho Os acionistas da Triunfo que não quiserem efetuar a troca das ações da Triunfo pelas ações da Braskem têm direito a recesso no valor de R$ 1,854632473 por ação da Triunfo, conforme condições estabelecidas em Fato Relevante nessa mesma data. Com a aprovação da incorporação, a participação da Petrobras, por intermédio da sua subsidiária Petroquisa, passará a ser de 25,3% no capital total da Braskem, mantendo a participação de 31% no seu capital votante.

Um processo difícil e a ameaça de Gorentzvaig A coluna da jornalista Denise Nunes, no Correio do Povo, de Porto Alegre, surpreendeu o universo econômico gaúcho na Sexta-feira Santa, em 10 de abril, ao noticiar: “Triunfo será incorporada à Braskem”. O texto, na íntegra, com pequenas adaptações no tempo verbal, é este: A Braskem está por abocanhar a fatia que lhe faltava no Pólo Petroquímico gaúcho: a Petroquímica Triunfo. A incorporação da empresa

como parte dos ativos entregues pela Petrobras para aumentar a sua participação no controle acionário do conglomerado baiano foi anunciado ontem à tarde aos funcionários da Triunfo. Ao mesmo tempo, a diretoria do Sindipolo, que reúne os trabalhadores petroquímicos, foi chamada para uma reunião na Petrobras, segunda-feira pela manhã. “A informação que temos é que a troca de CNPJ (registro da empresa) será feita rapidamente. A incorporação já era esperada, o que nos indignou é que o façam de surpresa, a toque de caixa”, diz o presidente do Sindipolo, Carlos Eitor Rodrigues, A operação estava prevista desde a compra do Grupo Ipiranga pela Petrobras, Braskem e Ultra, em novembro de 2007.Tanto Braskem quanto Petrobras admitiam interesse na incorporação, condiciona ao fim das pendências jurídicas que envolvem a empresa. [Reação 1] – Segue a avaliação da colunista do CP: Além das pendências antigas em torno do controle da Triunfo não estarem resolvidas (datam da privatização

da Copesul), a incorporação deve gerar uma nova ação judicial.É o que avisa Auro Gorentzvaig, ex-integrante do Conselho de Administração da empresa, destituído em 21 de março.Ele diz desconhecer a decisão e afirma que ela contraria determinação do presidente Lula, que, em uma reunião dia 26 do mês passado, incumbiu a Petrobras de nomear um juiz arbitral para açabar com os litígios. “O que fosse determinado pelo juiz seria acatado pelas partes. Convidado, o Bradesco se disse impedido, relata Gorentzvaig. [Reação II] - O ex-conselheiro diz ainda que esteve ontem (9/4) em uma reunião na Petrobras, no Rio de Janeiro, e nada foi falado a respeito. Pelo contrário, um novo árbitro seria procurado. Segundo ele, também obedecendo a uma determinação de Lula, foi registrado em ata que Gorentzvaig teria que ser incorporado ao Conselho da Triunfo até o final do mês. “Se a incorporação de confirmar, tomarei as medidas cabíveis na Justiça”, avisa. “Além disso, provavelmente o presidente Lula não vai gostar”, conclui, referindo-se à reunião do dia 26.

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Em 2007, Petrobras, Grupo Ultra e Braskem compram Grupo Ipiranga: R$ 8 bi Essa mudança, que deverá ser confirmada com a incorporação da Petroquímica Triunfo pela Braskem, na realidade, começou em 2007. Assim, prestes a completar 27 anos, o Pólo de Triunfo passa por mudanças profundas:

Uma rápida volta ao passado para entender melhor a situação atual. Veiculada na noite de um domingo, a notícia pegou o Rio Grande do Sul – e o Brasil – de surpresa. No dia 19 de março de 2007 ocorreu o desfecho do maior negócio da história do Rio Grande do Sul, surpreendendo vários setores, dando início à mudanças profundas na petroquímica

nacional e garantindo investimentos no Pólo de Triunfo. Em uma das maiores operações empresariais já realizadas no País, a Petrobras, o Grupo Ultra e a Braskem anunciaram oficialmente, em entrevista coletiva, a conclusão de entendimentos para a aquisição dos negócios do Grupo Ipiranga, consolidando e ampliando a presença nos setores


Cristine Rochol/Petrobras/PS

Gabrielli, Wongtschowsky e Grubisich no anúncio da compra do Grupo Ipiranga

de R$ 1 bilhão e lucro líquido de R$ 534 milhões. Ao adquirirem os negócios do Grupo Ipiranga, as três empresas reforçam o compromisso com o crescimento do Brasil, com o Rio Grande do Sul e com quem faz a Ipiranga em todos os seus segmentos.

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maior central de matérias-primas da América Latina; no Refino de Petróleo tem a Refinaria Ipiranga em Rio Grande (RS), com capacidade de refino de 17 mil barris/dia. Em 2006, obteve uma receita líqüida de R$ 30 bilhões, com Ebitda

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petroquímico e de distribuição de combustíveis. O valor da operação foi de cerca de US$ 4 bilhões, dividido em: Petrobras – US$ 1, 3 bilhão; Braskem – US$ 1,1 bilhão e Grupo Ultra – US$ 1,6 bilhão ( emissão de 52,8 milhões de ações). [Grupo Ipiranga] – O grupo era um dos maiores e mais tradicionais do País, que operava nos setores de refino de petróleo, petroquímico e distribuição de combustíveis, com rede nacional de 4.240 postos (2ª maior empresa do setor); no ramo petroquímico com capacidade de produção de 730 mil toneladas de resinas petroquímicas por meio da IPQ, líder no mercado brasileiro de PEAD com aproximadamente 33% de participação e compartilhando com a Braskem do controle da Copesul, a segunda


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///Pólo Plástico Gaúcho [Braskem/Divisor] - Em Porto Alegre, o presidente da Braskem na época, José Carlos Grubisich, destacava que a incorporação do grupo gaúcho passava a ser um divisor de águas na estratégia da companhia que dirigia: “Estamos entre as dez primeiras empresas petroquímicas do mundo. Temos compromisso com o crescimento do Brasil, com a Governança Corporativa e com o desenvolvimento sustentável”. E acrescentou: “Esta nova etapa da consolidação do setor petroquímico traz um potencial importante de crescimento para a Braskem, com um novo patamar de competitivi-

dade e rentabilidade para os nossos negócios”, concluiu. Para o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, o negócio estava em linha com o planejamento estratégico da empresa, reforçando sua presença ativa na petroquímica nacional, onde já possui participações importantes. Conforme Gabrielli, “a Petrobras pretende ter um papel mais relevante do que tem tido nos últimos anos na petroquímica. O negócio com a Ipiranga é um passo a mais na estratégia de consolidação de grupos econômicos importantes no Brasil, com a presença relevante da Petrobras. Com as

mudanças, a Braskem e a Petrobras dominaram o Pólo de Triunfo:

Setor petroquímico

♦ A Braskem passou a deter 60%

dos ativos do Grupo Ipiranga na petroquímica e reforçou sua posição de controle na Copesul. ♦ A Petrobras ficou com 40% das atividades do Grupo Ipiranga no setor petroquímico. Mas nos últimos anos, com as negociações entre a Petrobras e a Braskem, os acordos mudaram o perfil societário das empresas do Pólo Gaúcho. Veja como foi o processo:


Estado esperava investimentos e prometia apoio

[Copesul sai de cena] Grubisich, presidente da Braskem garantia na época que as mudanças na Copesul não traziam motivo para preocupações.

Ao contrário: afirmava que, sob a guarda da Braskem, a Copesul viveria um novo ciclo de investimentos. O executivo disse que existia o compromisso com o crescimento do país e do RS. “Já identificamos uma série de novos investimentos que são viabilizados com essa nova estrutura societária”, ressaltou. Nos próximos três anos, haverá um aumento na produção resinas termoplásticas, polietileno e polipropileno, além de compostos, na ordem de 250 mil toneladas e em 150 mil toneladas de eteno. “O negócio também aumenta a sinergia de rede da Petrobras, pois integra ainda mais a área de fornecimento de nafta e refino com a distribuição de combustíveis”, declarava o presidente. P S

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petitivo, restrito ao setor de flexíveis e depois ampliado à segunda geração. Na época, até o então presidente da Braskem, se animou: “O Geraplast passa a ser um aliado importante para ajudar na ampliação do setor e até na atração de novas indústrias, pois já provou que com a redução de alíquotas, aumenta a arrecadação de ICMS”. Yeda Crusius salientava que o Estado precisa de investimentos e que o setor petroquímico estava travado. “Estamos fazendo a nossa parte e saudamos as iniciativas que contribuem para o crescimento do Estado”, acrescentou.

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om a garantia de um investimento de R$ 700 milhões até 2009, aumentando a arrecadação de ICMS e a geração de empregos, os presidentes da Braskem na época, José Carlos Grubisich, da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, foram recebidos pela governadora Yeda Crusius, muito animada, no Palácio Piratini, naquela segunda-feira de março de 2007. Embora não tenha sido discutido diretamente, o Programa Geraplast, que projetava aumentar de 10% para 25% o consumo de resinas do Pólo de Triunfo pelas empresas gaúchas, e previa redução do ICMS de 17% para 12% para a cadeia, foi lembrado, mas não decolou. O que ficou em evidência foi o antigo RS Com-


Somente o investimento vence a crise Yeda Crusius (*) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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crise econômica que assola o mundo já impõe alta do desemprego e desaceleração acentuada da atividade produtiva no Brasil e no Rio Grande do Sul. Diante da paralisação de investimentos privados e da redução da produção e das vendas, o combate aos efeitos da crise requer uma atuação efetiva do setor público para estimular a demanda agregada, em sintonia com o chamado “receituário keynesiano”. Tal receituário permitiu dar fim à Grande Depressão mundial dos anos 30, e moldou um conjunto de ações conhecido como “política anticíclica”, que tem permitido aos governos sustentar trajetórias de desenvolvimento em todo o mundo desde então. Contudo, a expansão da demanda agregada via política orçamentária requer responsabilidade e deve ser realizada de modo consistente com a sustentabilidade fiscal. Para isso, é fundamental que a ação governamental priorize o aumento dos investimentos públicos que tenham maior potencial de geração ou manutenção de empregos, em detrimento do aumento do gasto corrente de caráter permanente. É essa visão estratégica que orientou desde o primeiro dia a política de enfrentamento da crise fiscal do estado que estamos conduzindo. O déficit continuado já levava ao investimento zero no estado. Era preciso trocar essa situação que reprimia o crescimento da produção e do emprego por uma política de déficit zero para poder investir. Agora, a crise financeira mundial nos alcança em condições

buscadas desde o princípio do governo: o aumento dos investimentos públicos. Em 2009, vamos injetar R$ 2,4 bilhões na economia gaúcha via projetos de investimentos que vão estimular todo o sistema produtivo, com impacto de 1,12% no PIB e geração ou manutenção de aproximadamente 85.000 empregos, conforme análise baseada na Matriz de Insumo-Produto do Rio Grande do Sul produzida pela FEE. Mais da metade desses empregos

te à crise que beneficia a geração de emprego e renda no curto prazo, mas também a competitividade do Rio Grande do Sul no longo prazo. Pela primeira vez em muito tempo, o setor público estadual possui condições efetivas de fazer uma política orçamentária anticíclica para ajudar na recuperação mais rápida do crescimento da economia. O Banco Mundial foi o primeiro a reconhecer esse processo de transformação. O ajuste Divulgação/PS

ESPECIAL

///Pólo Plástico Gaúcho

Governadora Yeda Crusius garante a injeção de R$ 2,4 bilhões na economia gaúcha

absorvem a classe de renda mais pobre, geralmente a mais vulnerável nos períodos de crise. Dada a importância dos investimentos para estimular a economia gaúcha, decidimos acelerar a execução dos investimentos com a liberação de R$ 700 milhões no primeiro semestre. Apenas nos dois primeiros meses do ano, o aumento dos investimentos foi de 111%. Além disso, os Programas Estruturantes devem injetar R$ 350 milhões até abril, beneficiando majoritariamente as áreas sociais - R$ 203 milhões aplicados em segurança, saúde, educação e habitação e saneamento. Essa é uma ação efetiva de comba-

fiscal foi feito, com o apoio de todos os poderes públicos, e o resultado é um Estado mais forte, que eleva o investimento público e torna-se mais competitivo para atrair investimentos privados, mesmo no atual momento adverso. Estamos no caminho certo, executando ações anticíclias com responsabilidade e compromisso com a geração e manutenção do emprego, sem descuidar do necessário equilíbrio fiscal. Unindo nossos esforços, conseguiremos superar as dificuldades decorrentes da crise. P S ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

(*) Yeda Crusius é governadora do Estado do Rio Grande do Sul


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ajuste fiscal que permitiu alcançar o Déficit Zero e a volta aos investimentos são duas grandes marcas que caracterizam a atual gestão no Governo do Rio Grande do Sul. Os dois fatos, ausentes das contas públicas do Estado há 37 anos, têm sido comemorados pela governadora Yeda Crusius: ‘Vamos poder voltar a investir com autonomia e sonhar alto”. Os investimentos serão destinados para infra-estrutura, segurança, habitação, saneamento, educação e saúde. Com base nesse conceito o secretário da Fazenda, Ricardo Englert participou de palestra-almoço do Sinplast, no dia 24 de março, onde tratou da “Viabilidade e Importância do Déficit Zero”. Esse foi o primeiro encontro do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul na gestão do presidente Alfredo Schmitt. Acompanhado do secretário adjunto da Fazenda, Leonardo Gaffrée Dias, e do diretor adjunto da Receita Estadual Paulo Castro, o secretário destacou os avanços obtidos em dois anos de ajuste fiscal e citou medidas de apoio ao setor produtivo, como o benefício às micro e pequenas empresas, o pagamento em dia dos fornecedores e os investimentos de R$ 2,3 bilhões a serem realizados pelo setor público gaúcho ao longo de 2009 – destes, R$ 1 bilhão e 118 milhões serão aplicados

por empresas da administração direta. No encontro que reuniu dezenas de empresários ligados ao Sinplast, Englert destacou a importância do equilíbrio das contas públicas para que o setor público possa ter maior atuação na geração de emprego e renda no Estado e apoiar o setor produtivo. “Os investimentos previstos para esse ano devem gerar cerca de 85 mil novos postos de trabalho no Estado a partir de 2009 e que a administração mantém a determinação do ajuste fiscal”. [Crise e soluções] - Sobre os efeitos da crise internacional nas contas públicas, disse que “a preservação do ajuste fiscal e a realização dos investimentos são a principal contribuição do Estado nesse momento de dificuldades”. Salientou que o governo tem mantido uma política de diálogo com os setores produtivos, avaliando seus pleitos e buscando ações que possam apoiar setores sem prejudicar a receita do Estado. “O déficit zero traz a responsabilidade de resgatarmos compromissos que o Estado tem com a sociedade, como é o caso do pagamento dos precatórios ou de reajustes dos servidores. Ainda há muito a ser feito para reverter o déficit histórico e estamos trabalhando com o setor privado para que o Rio Grande do Sul saia dessa crise ainda mais fortalecido”, ressaltou Englert. O presidente do Sinplast, Alfredo Schmitt, destacou as empresas do setor e o crescimento da transformação dentro do Rio Grande do Sul. Também solicitou audiência para avaliar demandas pontuais do setor. Englert destacou um mapeamento entregue à Receita Estadual que detalha as 1.222 indústrias gaúchas do plástico e que está servindo de base para análises sobre o setor.

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Secretário da Fazenda apresenta resultados do ajuste fiscal no Sinplast


{Entidades e Empresas} Sinplast RS acredita no futuro Diante do déficit zero alcançado pelo Governo do Estado e com a crise financeira internacional, qual o futuro do plástico no Rio Grande do Sul? Qual a solução para crescer? Os dirigentes dos sindicatos do plástico no Estado tentam responder essa pergunta para ao menos lançar o tema em debate. O presidente do Sinplast-RS (Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul), entidade com 687 associados, é otimista... apesar de tudo. “O futuro é enorme porque o plástico é solução para tudo em termos de embalagens, artefatos e utensílios”, responde. Porém, porque o Rio Grande do Sul, tendo a cadeia petroquímica-plástico completa (da fabricação de nafta ao setor de máquinas), não consegue superar Santa Catarina (que nem refinaria tem) no ranking de transformação no Brasil? Schmitt nem precisa pensar muito para comentar. “Acredito que problemas de logística, tributários contribuem muito para isto. Mas lembro que antes mesmo de haver uma planta de poliestireno em Triunfo, o vale do copinho em SC já respondia em boa medida pelo consumo desta resina no Brasil”, avisa. E Schmitt lança outra teoria, curiosa, no mínimo. “Tenho uma teoria que a estrutura fundiária do estado vizinho também contribuiu muito para o desenvolvimento do setor industrial local: por não ter grandes áreas de campo, as famílias foram empurradas para fora das áreas rurais e acabaram por desenvolver um setor industrial importante”, finaliza.

Simplás: readequar preços e ampliar mercados No Simplás (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho), que congrega 417 empresas da região, o presidente Orlando Marin avalia os novos desafios do setor diante da situação do Estado e da economia. “O setor está buscando se adequar ao cenário atual com olhos no futuro. Sempre que o momento apresenta ameaças também traz oportunidades. Além de buscar novos mercados, as empresas de um modo geral estão voltadas a rever seus custos industriais buscando melhorias nos seus processos e, com isso, Divulgação/PS

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///Pólo Plástico Gaúcho

Marin: falta de incentivos fiscais compromete o setor

ganhando em produtividade. O momento é de readequar preços e ampliar mercados”, disse. Chega a ser difícil entender porque o Rio Grande do Sul no ranking de transformação. Marin analisa a questão antes de comentar. “O nosso estado tem essa vantagem de possuir refinaria e um pólo petroquímico. Temos um número maior de empresas, no entanto, nossos vizinhos consomem maior quantidade de resinas e tem uma produção maior de artigos plásticos. O

RS consome apenas 11% das resinas produzidas no pólo de Triunfo. Nos últimos anos estamos perdendo terreno. Já fomos o segundo estado maior produtor de plásticos e hoje devemos estar em quarto lugar”, lamenta. Mas coloca em debate um explicação mais direta.”Um dos motivos pode estar no fato de que outros estados oferecem programas de incentivos fiscais muito atraentes, que vão desde o crédito presumido e diferimento total de ICMS, dilatação de prazo e abatimento na quitação, incentivos locacionais e até disponibilização de mão de obra técnica e administrativa, entre outros que não temos aqui.”, completa. [Simplavi] - O terceiro sindicato gaúcho do setor é o Simplavi (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos”, com sede em Bento Gonçalves e base territorial se estendendo por Monte Belo do Sul e Santa Tereza, englobando cerca de 17 indústrias e cerca de 900 empregos. O Simplavi atualmente é presidido por Emílio Ristow . Para ele, o futuro do setor no estado é extremamente promissor com uma previsão de crescimento em 10% para 2009. "A solução para este crescimento é acreditar no que fazemos com muita fibra e sem pessimismo", revela. Quanto a perda de espaço do Rio Grande do Sul no ranking de transformados brasileiros Ristow acredita que todos os estados tem diferencial de benefícios. "Devemos respeitar, e usar estes para transformar nosso estado no maior com trabalho e buscando superá-los de forma harmoniosa".

Deb’Maq valoriza o Estado e tem retorno Entre tantas empresas fabricantes de máquinas e equipamentos, a Deb’Maq


Bioplast sugere redução de tributos O experiente empresário Clóvis Eggers, diretor da Bioplast, de Porto Alegre, tem uma resposta curta e rápida diante da questão envolvendo o Déficit Zero. “Nessa situação o Governo do Es-

Plástico Plástico Sul Sul # # 96 96 -- Março Março de de 2009 2009

é uma das que mais investe no Rio Grande do Sul, tendo atualmente uma unidade em Caxias do Sul que também comercializa ferramentas, atraindo mais clientes. Por isso o mercado gaúcho é importante para a empresa.”O Pólo Plástico Gaúcho é um dos mais importantes do país e para a Deb’Maq também, pois representa em torno de 28% das vendas totais realizadas pela empresa”, revela Trevisan, Gerente de Marketing. Segundo Trevisan, trata-se de um mercado em plena expansão. “Nos últi-

tado poderia aumentar o percentual de redução do ICMS. Deveria ficar em 8%, assim como a taxa Selic, bem como abrir para toda a cadeia produtiva do plástico gaúcho e não beneficiar apenas alguns segmentos”, expõe. Eggers tem um conselho de como agir estes momentos de crise: “Precisamos olhar para dentro de nossas empresas e tentar criar com o que temos. É preciso fazer o que for necessário fazer para que a empresa não entre na crise, pois, se entrar será muito difícil de sair”, ensina. Segundo o empresário, a Bioplast, para crescer começou a focar a injeção de peças técnicas ( resinas especiais), saindo das commodites. “Temos clientes terceirizados, nova linha de produtos, como acessórios para Vinhos e Espumantes. Esses são apenas alguns exemplos de comportamento. Quanto à posição recuada do Rio Grande do Sul em relação à Santa Catarina, Clóvis diz que isso acontece porque não existe total integração da cadeia com o Governo, como deveria de ser. “Este processo começou muito tarde”, ressalta o empresário, que hoje comanda uma indústria com 14 empregados. P S

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Divulgação/PS

Ristow, novo presidente do Simplavi, acredita em um futuro é promissor

mos três anos a Deb’Maq tem registrado um crescimento médio de 30% nas vendas realizadas no Rio Grande do Sul. “ Esse índice gira em torno de 25% nas outras regiões”, compara.. Mas para que esse conceito (e o mercado) fosse conquistado, foram muitas ações, como conta Trevisan. “A principal medida foi a aquisição de uma estrutura ampla e moderna, hoje chamada de Deb`Maq DN”, informa o executivo. Trata-se de uma loja que atende a todos os segmentos da empresa e também o de plástico, diz Trevisan. E acrescventa que mão-de-obra especializada, tanto comercial como técnica, máquinas a pronta entrega, peças de reposição e atendimento rápido têm sido os pilares da Deb‘Maq DN e principais influenciadores do aumento da participação da empresa nesse mercado.


DESTAQUE

///O Plástico no Calçado

A ameaça chinesa e a proteção à indústria

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Por Julio Sortica

A Abicalçados revela que os dados do primeiro bimestre deste ano mostram o dilema do setor calçadista nacional. Enquanto os embarques apresentaram redução tanto no volume quanto no faturamento, as importações mantiveram sua trajetória de crescimento. Neste período, os fabricantes receberam US$ 280,1 milhões, uma queda de 24%. Já a entrada de calçados do exterior, registrou elevação nas divisas pagas pelos importadores, que aumentaram em 49%, somente em fevereiro. A evolução dos problemas dos principais setores produtivos nacionais ameaçados pela invasão chinesa, e uma imediata reação com a crescente exigência de proteção à indústria, foi tema do jornal Folha de São Paulo, em março. Esse assunto interessa à cadeia petroquímica-plástico que tem aumentado sua presença no setor calçadista. Assim, ressalta a FSP, calçados, siderurgia, têxtil e petroquímica estão entre setores que levaram ao governo demandas contra estrangeiros. Apesar da ameaça, lideranças do setor calçadista não se limitam a “chorar”, mas aconselham a tirar proveito da crise, tentando encontrar soluções e tecnologia para conquistar mercados.

preocupação da indústria, no entanto, é justificável. Há algumas semanas, diz a FSP, a Braskem encaminhou à Casa Civil um documento no qual pedia ajuda do governo à indústria petroquímica brasileira. Entre outros pontos, o setor se preocupava com um possível avanço das indústrias árabe e chinesa no mercado brasileiro. Segundo a carta, “a cadeia petroquímica brasileira é frágil à ameaça internacional, sobretudo com a ‘sobra’ iminente [de oferta]. O ‘inimigo’ está lá fora, e a crise pode ser uma grande oportunidade para o país se tornar líder global”. Porém, a área petroquímica não foi a única a recorrer ao governo. Com o aprofundamento da crise, vários setores têm pedido a criação de algum tipo de barreira, proteção ou ajuda contra o avanço dos estrangeiros, como o calçadista, por exemplo. “Enquanto o mercado de calçados brasileiro teve uma leve retração, as importações da China aumentaram 47% em dezembro e 16% em janeiro”, diz Milton Cardoso, presidente da Vulcabras/Azaleia e da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados). Segundo a FSP, a Vulcabras/ Azaleia anunciou, no início de março, férias coletivas a 1.600 funcionários, medida que já havia sido adotada recentemente.. “Pedimos ao governo medida antidumping [contra os calçados chineses], já que o quadro atual requer uma ação de emergência”, diz Cardoso. O avanço chinês preocupa também outros setores que fornecem matéria-prima para indústrias de máquinas. [Problema e solução] - A FSP ouviu de especialistas como o eco-

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[Calçados com desconto] – Segundo as contas de Cardoso, da Abicalçados, há hoje, por exemplo, calçados importados (com o dólar a R$ 2,30) com 30% de desconto sobre os

preços cobrados em junho de 2008, quando o dólar valia R$ 1,60. “Não há fundamento econômico que justifique esse desconto”, contrapõe. O problema, no entanto, é que foram essas práticas que ajudaram a aprofundar a recessão de 1929. Os economistas avaliam, porém, que o protecionismo e o nacionalismo tendem a ser menores. Hoje, muitas empresas brasileiras dependem de importados. “As medidas de proteção são necessárias, mas não se pode taxar todos os produtos da mesma maneira”, diz Márcio Utsch, presidente da Alpargatas, que produz algumas de suas marcas na China. Ele diz que a tarifa antidumping poderá resultar em pressão sobre a inflação e em perda de arrecadação. P S

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nos enfiar seus produtos goela abaixo”, diz Marcos Fernandes, professor de economia da FGV. Segundo foi apurado, para especialistas e alguns setores da indústria, em muitos casos está havendo dumping - a venda de mercadorias por preços inferiores aos de produção. Uma das alternativas apontadas por Júlio Almeida é a valoração aduaneira, que envolve a taxação por peso ou preço mínimo. “É necessário aumentar enormemente as equipes técnicas para fiscalizar a entrada dos produtos”, diz o economista da Unicamp.

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nomista Julio Sérgio de Almeida, professor da Unicamp, que a adoção de medidas que protejam a indústria nacional não é considerada absurda, uma vez que o mundo inteiro tem feito o mesmo. ”Na verdade, eu diria que é uma medida totalmente necessária. Temos de evitar a concorrência desleal.”, enfatiza. Segundo os economistas, a origem do problema é o excesso de oferta, causado pela retração no consumo global. Sem poderem vender nos mercados tradicionais e sem quererem carregar estoques, as indústrias oferecem a produção em países com grande mercado consumidor, por preço cada vez menor. O Brasil é um dos escolhidos.”É compreensível a reação das empresas nacionais porque o mundo todo tenta


Editorial da revista do IBTeC reflete a situação O editorial da revista Tecnicouro,do IBTec (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos), aborda de forma interessante a questão da crise e a busca de soluções, destacando a busca de alternativas, como a aplicação do Selo Conforto como diferencial para conquistar novos mercados. E há um potencial altíssimo que em breve se tornará realidade. Rui Guerreiro diz que é preciso estar preparado para isto. Divulgação/PS

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///O Plástico no Calçado

Chorar ou vender lenços Rui Guerreiro (*)

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O ano de 2009 se apresenta desafiador para o mercado global. Passado o susto inicial quando, no ano passado, uma das mais importantes crises econômicas mundiais se iniciou nos Estados Unidos e atingiu todo o planeta, as organizações se viram obrigadas a rever as suas políticas empresariais e buscar alternativas para garantirem a existência no mercado. O sistema coureirocalçadista, ao longo da sua história, tem enfrentado vários períodos de tensões. Dólar desfavorável, práticas de dumping, perda de mercados importantes para novos países produtores, alta carga tributária e guerra fiscal interna são alguns exemplos de contratempos que já atingiram o setor fabril. Enquanto algumas empresas sucumbem em meio às turbulências ocorridas no percurso, outras não só conseguem se sustentar no mercado, mas se fortalecem. O executivo de hoje, seja de uma grande empresa ou de um empreendimento de pequeno porte, precisa compreender não só o que se passa no ciclo dos negócios da sua área de atuação, mas em todos os setores correlatos, e até em segmentos que aparentemente não tenham influência no seu empreendimento. Como estamos percebendo, uma crise que teve como estopins os mer-

cados imobiliário e especulativo nos EUA acabou por afetar o acesso ao crédito em todo o planeta, criando dificuldades financeiras e inviabilizando negócios mundo afora. Mas enquanto alguns choram pelas perdas decorrentes de uma situação de mercado, outros se anteciparam e passaram a vender lenços. Esses últimos, por vislumbrarem uma oportunidade para fazer diferente, naturalmente reúnem melhores chances de crescimento. Se a indústria nacional já não consegue exportar os mesmos volumes de outros tempos, tem que buscar alternativas. Reposicionar a marca no mercado interno ou exportar com maior valor agregado são duas possibilidades oferecidas pelo mercado. O IBTeC prefere se posicionar entre aqueles que não pretendem chorar, mas vender lenços. Se para empresas de outros segmentos estar na zona de conforto é uma ameaça, para a indústria calçadista o Conforto é uma excelente oportunidade de diferenciação. Ciente dessa realidade, o instituto investe cada vez mais em equipamentos e capacitação profissional para atender e superar as expectativas do mercado. O Selo Conforto é uma ferramenta que está disponível para agregar esse valor e proporcionar maior visibilidade ao produto nacional perante os mercados mais exigentes.

Guerreiro: “IBTec aumenta investimentos e qualificação”

Se existem crises, também existem oportunidades. Segundo relatório da ONU, divulgado pela BBC Brasil, o mundo terá nove bilhões de pessoas em 2050. Só na América Latina, serão 200 milhões de moradores urbanos adicionais até 2030 um aumento de 50% em relação a hoje. Já na Ásia e na África, carroschefes do crescimento das cidades, a população urbana dobrará neste período. Sua empresa já está se preparando para acompanhar esse crescimento, deixando de competir por preço, mas disputar mercado com produtos de alta qualidade? Vender lenços - neste caso atingir esta expectativa - parece ser bem melhor do que chorar. P S ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

(*) Rui Guerreiro é presidente do IBTec (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos)


Rhodia oferece matéria-prima e software A Rhodia é tradicional fornecedora de produtos, tecnologias, insumos e matérias-primas para o setor de couro, componentes e calçados. Conforme Antonio Sérgio Luvizeto, Diretor da Rhodia Intermediários América Latina e coordenador do Grupo de Calçados da empresa, “os destaques são matérias-primas para sistemas de PU (poliuretano) aplicados em calçados, sílicas (reforço de borracha de solados), solventes oxigenados derivados da acetona e de etanol para adesivos, tecnologias para várias fases de curtimento de couro, fios têxteis, fibras e fios industriais para tecidos e linhas de costura industrial e plásticos de engenharia para aplicação em componentes como biqueiras de sapatos de segurança. Luvizeto ressalta que a empresa também oferece serviços como o Solsys 3.0, que é um software que ajuda na melhor escolha do solvente, tanto do ponto de vista econômico, quanto técnico e ambiental. Sobre a avaliação do setor em 2008, o executivo diz que para o setor industrial, de uma forma geral, o ano de 2008 foi excelente até o último trimestre, quando houve os reflexos na economia brasileira da crise internacional que começou nos Estados Unidos. “De todo modo, encerramos 2008 no azul”. Quanto a 2009, ele revela que “para superar esse momento da conjuntura econômica, em particular nos segmentos voltados à indústria coureiro-calçadista, temos reforçado nosso posicionamento de inovação, oferecendo aos clientes soluções (mostradas durante a Fimec) que combinem avanço tecnológico e ganhos de produtividade no processo de produção”, diz. [Novidades] - Segundo Luvizeto, todos os produtos mostrados durante a Fimec - PUBD para entressolas, nova geração de sílicas, fios industriais de costura, fios têxteis, solventes para adesivos, plásticos - estão em linhas com essas necessidades dos clientes e dos mercados. A nova geração de sílicas Zeosil 185 GR, é uma evolução em performance e translucidez quando aplicada como reforço de borrachas para solados, com destaque para calçados esportivos. Tratase de um produto que oferece avanço tecnológico combinado com ganhos de produtividade para os fabricantes de componentes de calçados.

Durante quatro dias, os Pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo (RS), receberam um público de 45 mil visitantes, com um perfil técnico e formador de opinião. “Com cada expositor que conversamos as palavras foram de otimismo e satisfação. Os negócios começam na feira e não têm data para terminar”, observou o executivo. Dos expositores já confirmados para o próximo ano, 40% manifestou o interesse em dobrar o espaço físico dos estandes. Um dos expositores, Amilton Mainard, da Mainard Medidores de Espessura, de São Paulo, que trabalha com instrumentos de medição, durômetros e balanças de gramatura, estava satisfeito na sua quinta participação. “A feira pode

ter diminuído no número de visitantes, mas melhorou no perfil técnico”, destacou. [AICSul] – “O grande objetivo da Fenac é ser uma ferramenta para proporcionar o desenvolvimento do setor coureiro-calçadista e estamos vendo este resultado de uma forma muito positiva”, complementou o prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann. O presidente da AICSul, Francisco Gomes, enfatizou a preocupação inicial dos expositores de que não seriam alcançadas as expectativas, em função da crise econômica mundial. “Mas o que vimos foi um resultado extremamente positivo. Temos a ousadia de dizer que a grande novidade

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A satisfação estava estampada na face do diretor-presidente da Fenac S.A, promotora da 33ª Fimec (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes), Ricardo Michaelsen, quando deu início à coletiva de avaliação sobre a feira, no dia 27 de março, último dia do evento. “Todas as expectativas foram superadas. Visitantes e expositores ficaram satisfeitos com os resultados da feira, dentro da variada gama de produtos expostos, tanto que 70% dos estandes já estão confirmados para a Fimec do próximo ano, que acontece de 13 a 16 de abril”, destacou Michaelsen.

Plástico Plástico Sul Sul # # 96 96 -- Março Março de de 2009 2009

Fimec empolga com resultados positivos


DESTAQUE

///O Plástico no Calçado desta feira foram os couros. Trouxemos estreantes de micro e pequenas empresas, apresentando artigos diferenciados de primeiro mundo e que terão colocação no mercado nacional e internacional”, comemorou.

[Assintecal/ Abramaq] -

Divulgação/PS

Para Milton Killing, vice-presidente da Assintecal, o setor de componentes ficou satisfeito com o resultado da Fimec. “Tivemos um público bastante selecionado e qualificado. Realizamos o Projeto Comprador, com 523 reuniões, que resultaram em um milhão de dólares em

satisfeito. O clima total foi de otimismo”, afirmou. [IBTeC] - O presidente do IBTeC, Rui Guerreiro, relatou a tranquilidade que os visitantes mostraram encontrando a solução para seus anseios na Fimec. “Substituição de componentes e diversos materiais, apresentados de uma forma inovadora, foi o grande diferencial nesta edição”. A presidente da ACI-NH/CB/EV, Fatima Daudt, avaliou a satisfação dos associados da entidade multissetorial, que estavam expondo na feira. “A qua-

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Ricardo Michaelsen durante o primeiro dia de Fimec, em Novo hamburgo (RS)

negócios fechados e mais de três milhões de dólares previstos até o final do ano”, salientou Killing. A mesma posição foi ressaltada pelos demais presidentes de entidade, como o da Abrameq, Délcio Schmidt. “Sabíamos que teríamos uma visitação muito positiva, principalmente pelos pré-contatos com os países sul-americanos. Embora tenhamos observado uma pequena queda no número de visitação, a qualificação dos visitantes aumentou. O setor de máquinas está

lidade dos compradores, com fechamento de bons negócios, diante da conjuntura econômica que estamos vivendo, foi surpreendente para a maioria dos expositores”. [ABQTic / Àbeça] – Na opinião de Vilmar Trevisan, presidente da ABQTic, o resultado do couro na feira mostra que os técnicos estão buscando alternativas com artigos de ponta, enfrentando a crise de uma forma criativa. O pensamento é complementado pelo presidente da Abeca, Juan Almada.

“Tivemos uma grata surpresa nesta Fimec, e observamos uma visitação maior do que em outras feiras internacionais do segmento que temos acompanhado”. [Pleitos na feira] - O prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann aproveitou a vinda do deputado Henrique Fontana, durante a Fimec, apresentando quatro solicitações ao líder do Governo na Câmara. Ele reivindicou que o deputado trabalhe em Brasília por uma ampliação de parcerias com o Governo Federal, através de entidades como a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Zimmerman solicitou ainda um posicionamento forte diante da disputa política para a imposição de medidas do antidupping do calçado chinês, a manutenção do imposto de importação do couro wet blue, e apoio nos projetos do IBTeC, para dar ainda mais qualidade e conforto aos produtos do setor. “Queremos exportar o couro já manufaturado. A Dilma (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil) afirmou na Fenac que lutaria para manter a taxa de exportação de wet blue e precisamos que ela mantenha sua palavra”, ressaltou o prefeito.

Governadora quer mais eventos no Sul A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB) marcou presença durante a abertura oficial da 33ª Fimec no início da noite do dia 24 de março, recebida pelo diretor-presidente da Fenac, Ricardo Michaelsen. Yeda demonstrou um verdadeiro encantamento pela feira e, principalmente,


Visitantes puderam conferir as novas tecnologias do setor calçadista

nados para utilização em atividades físicas de baixo, médio e alto impacto, desde a caminhada até corridas e outros exercícios de grande impacto sobro o corpo humano. [IBTec avalia] - Antônio Dematté, pesquisador do laboratório de calçados da Rhodia diz que esse sistema “deve ser capaz minimizar o impacto sofrido principalmente na coluna dorsal e na musculatura do usuário, proporcionando desta forma, maior conforto e segurança na

entressola de EVA, num total de 300km com os dois tipos de tênis. Na avaliação final, em todos os quesitos o PUBD apresentou melhor desempenho, mesmo quando comparado ao PU de densidade maior. Segundo os especialistas, a superioridade da inovação da Rhodia/Coim fica ainda mais evidente quando comparada ao EVA padrão de mercado: no item deformação, por exemplo, a vantagem do PUBD é o dobro do EVA. [Tecnologia Coim] – A

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Uma inovação da parceria entre a Rhodia e a Coim apresentada na 33ª Fimec, aumenta o conforto, a leveza e a qualidade de calçados esportivos. Estudos conduzidos durante um ano pelo IBTec (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos), comprovam os benefícios do PUBD – poliuretano de baixa densidade aplicado na produção de entresssolas de tênis e outros calçados esportivos. “Eles são muito mais confortáveis e sofrem menos deformações depois de usados cotidianamente do que produtos confeccionados de EVA, outra matéria-prima utilizada pelo setor”, revela Antonio Sérgio Luvizeto, diretor da Rhodia Intermediários América Latina e Coordenador do Grupo de calçados da Rhodia. O executivo conta que a parceria com a Coim surgiu verificar a qualidade superior do PU em relação ao EVA em termos de durabilidade e resiliência. Mas o mercado havia substituído o PU pelo EVA, lembra. “Quando fomos buscar a base dessa mudança, vimos que não era uma melhora de qualidade, mas de custo. E quando fomos nos aprofundar com algumas empresas, tínhamos uma melhora de custo, pois os custos de maquinários são menores em investimento com TPU do

prática de exercícios”. Os estudos de comprovação dos benefícios do novo produto foram avaliados pelo IBTec em quesitos técnicos como sistema de amortecimento e deformação, que impactam o nível do conforto. Os testes de campo foram realizados por sete atletas amadores da Faculdade de Educação Física de Santa Catarina entre maio de 2008 e janeiro de 2009. Cada atleta fazia um percurso de 5km/dia, alternando o uso de tênis com entressola de PUBD e no outro dia um com

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Rhodia e Coim

que EVA. Verificou-se que a base de tudo era a densidade dos produtos. Então, hoje, um molde de calçado, uma entressola, se são usadas 15 gramas, 150m ml de produto, como a densidade do EVA era mais baixa, usava menos produto. Acertamos essa densidade e passamos a oferecer mais benefícios”, diz Luvizeto. O diretor da Rhodia explica que as entressolas são sistemas de amortecimento aplicados em em calçados esportivos, como tênis e assemelhados, especialmente confeccio-

Divulgação/PS

pela inovação e garra do setor. “Eu peço que o presidente (Ricardo Michaelsen) e o prefeito (Tarcísio Zimmermann) me ajudem a trazer mais feiras para o Rio Grande do Sul”. Para a governadora, é preciso que governo do Estado, Município e Fenac se ajudem. “Tenho orgulho desta feira e acredito que as instituições unidas ficam fortalecidas”, afirmou.


DESTAQUE

///O Plástico no Calçado çados esportivos. O produto é mais durável, confortável e leve do que as matérias-primas usadas normalmente. Todas as partes do calçado são feitas em poliuretano ou poliuretano termoplástico Em menos de um ano a Elastogran, empresa do grupo Basf, desenvolveu o Pure 1.0, calçado feito somente em poliuretano e poliuretano termoplástico. O projeto do “calçado conceitual” foi desenvolvido para demonstrar todas as possibilidades de utilização do material na confecção de calçados. “O objetivo é demonstrar o potencial do poliuretano como

Divulgação/PS

Coim contribuiu para a proposta fornecendo o PUBD aplicado na produção do tênis, e a manifestação do presidente da empresa, Josá Paulo Victorio, demonstra toda a satisfação pelos resultados. Segundo ele, o desenvolvimento desta solução é uma resposta às necessidades dos produtos de calçados esportivos, que buscam atender aos desejos dos usuários por produtos que ofereçam mais conforto e qualidade. “ o foco no nosso trabalho é desenvolver tecnologias, processos, produtos e serviços que valorizem o setor e contribuam para sua evolução. É

Entresolas feitas com resinas da Rhodia são exemplo das últimas tecnologias

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isso que representa o lançamento de entressolas fabricadas com PUBD”, ressalta.

Basf faz protótipo de tênis 100% em PU e bota inédita Inovar é preciso e a Basf fez isso no segmento calçadista: o Pure 1.0 foi criado em parceria com várias empresas européias e de acordo com as exigências do mercado de cal-

um material inovador e versátil, além do comprometimento da Basf com a indústria calçadista”, destaca Fernando França, Gerente de Vendas da Unidade de Poliuretanos. O calçado foi confeccionado com Elastollan® e Elastopan®, produtos que são utilizados em diversos campos da indústria. O mercado de calçados esportivos já era explorado pelos produtos, mas não de maneira

tão abrangente como demonstrada com a produção do Pure 1.0.

[A parte de cima do tênis] – que cobre os dedos – é produzida com Elastopan®, tem base em poliéster altamente resistente à hidrólise, além de ter maior tempo de uso em comparação com os materiais utilizados normalmente. O material pode ser utilizado em vários campos da indústria. A sola externa é formada por duas partes independentes e é o que dá a segurança necessária para utilizar o calçado esportivo. A parte da frente , produzida em poliuretano termoplástico Elastollan®, tem o peso reduzido e isolamento térmico, além de ser muito prática para o fabricante, pois não possui necessidade de acabamento (pintura, costura etc.). O material pode ser moldado em unidades convencionais de moldagem e a sola atende a todos os requisitos da indústria de calçados. Já a parte do calcanhar da sola do calçado tem propriedades antiderrapantes, resiste muito bem à abrasão e é flexível mesmo em baixas temperaturas. Por fim, os decorativos da sola, produzidos com Elastollan®, tem características semelhantes às da borracha, além de ter plastificante livre de ftalato. São flexíveis mesmo em baixas temperaturas e antiderrapantes até em pisos molhados. “O projeto, finalizado em 2008, foi uma grande conquista de inovação, porque mostra as vantagens do poliuretano em relação aos outros materiais utilizados por fabricantes de calçados”, complementa Fernando. [Fujiwara] - Lançada na FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção –, a bota de poliuretano é


de desenvolvimento da Basf Poliuretanos. “Com relação aos agentes químicos, o PU tem apresentado excelente resistência a maioria deles”, completa Carreiro. É comum acontecer, com o constante uso do calçado, o desgaste do solado do sapato. Este desgaste, chamado de abrasão, juntamente com a flexão, indicam dois itens essenciais para a qualidade do produto, inclusive porque são exigidos quando submetidos a aprovação dos órgãos reguladores. O poliuretano tem se mostrado extremamente resistente à abrasão e flexão, principalmente se comparado a outros materiais. Outra questão importante com relação a calçados de segurança é a proliferação de fungos e bactérias, pois em muitos casos estas botas são utilizadas em frigoríficos e câmaras frias, ambientes onde o desenvolvimento destes micro-organismos é propício. Desta forma, é necessário que todas as roupas e acessórios utilizados não dêem condições de proliferação dos fungos e bactérias. Este é mais um diferencial do poliuretano,

Plástico Plástico Sul Sul # # 96 96 -- Março Março de de 2009 2009

Poliuretanos são excelentes soluções para calçados como botas

pois ele se mantém neutro no ambiente e atua como antifungo e antibactéria. “Analisamos o cenário internacional e visitamos as principais feiras do setor para verificar em quais tipos de indústria existe a procura por este produto”, afirma Miguel Vieira Filho, gerente de desenvolvimento de produto da Fujiwara. E foi com base nesta pesquisa que o foco inicial de distribuição serão as indústrias petroquímicas, alimentícias, de agronegócios e serviços, pois necessitam de produtos altamente seguros e de boa qualidade. As botas de poliuretano são a grande inovação no que diz respeito a calçados industriais e fazem parte da linha EcoBoots da Fujiwara. P S

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Divulgação/PS

mais uma inovação da BASF e nasceu da parceria com a Fujiwara, a maior exportadora de Equipamentos de Proteção Individual do Brasil. Este novo produto é feito de PU, uma matériaprima nunca usada antes para esta aplicação e que pode trazer benefícios em seu uso. A bota de poliuretano tem características diferentes e melhores do que as feitas com outras matériasprimas, como por exemplo, as feitas com PVC. Elas são mais confortáveis, mais leves, possuem mais resistência a baixas temperaturas, a agentes químicos e biológicos, a abrasão e flexão, e têm também tratamento antifungo e antibactéria, que são grandes diferenciais. [Mais conforto] - O poliuretano empregado no calçado como solado proporciona mais conforto para todo o corpo. Além de ser mais leve que as outras matérias-primas utilizadas em calçados de segurança, suas características diminuem a pressão na planta do pé, eliminando as vibrações que vão para a estrutura músculo-esquelética, principalmente nos tornozelos, joelhos e quadris. O conforto é sempre um fator a ser considerado em um calçado, e por isso, o poliuretano é, sem dúvida, o componente mais indicado. “Calçados de segurança, principalmente botas, são geralmente utilizados em locais de manuseio de agentes químicos e com a temperatura bem abaixo do normal. O poliuretano já é utilizado para isolamento térmico de diversas formas e a aplicação deste componente nestas botas evita que a temperatura baixa penetre no calçado”, afirma Marcos Fernandes Carreiro, químico


EVENTOS

///Internacional

Por Melina Gonçalves, enviada especial a Milão

Plast 2009 vence o fantasma da crise

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CONVERFLEX, o que levou alguns expositores de edições anteriores da PLAST a dividirem seu foco nestas outras exibições simultâneas. Realmente os resultados concretos estiveram abaixo dos números da edição de 2006. Na edição anterior a feira obteve 1551 expositores de 50 países. Já em 2009, 1478 empresas expuseram seus produtos oriundas de 45 países diferentes. Os italianos evidentemente predominaram com 856 empresas. Já o número de visitantes

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cenário impressiona pelo tamanho do complexo de exposição. Foram diversos pavilhões da Fiera Milano que abrigaram a Plast 2009, feira que aconteceu de 24 a 28 de março em Milão, na Itália. Quem já participou do evento em outras edições, garante que a feira sentiu o impacto da crise. Mas, apesar de sofrer os efeitos da atual situação mundial, os expositores e visitantes saíram satisfeitos com o que viram: alta tecnologia

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Plast 2009 contou com expositores de mais de 50 países e vence desafios globais

em equipamentos e máquinas, lançamentos e tendências em matérias-primas e visitantes interessados no que há de mais atual na Europa. Felizmente, o número e a qualidade de visitantes italianos e estrangeiros deram uma pequena mas notável e positiva contribuição. Comparado a PLAST’06, foi registrada uma diminuição no número de expositores, também devido à concomitância não só da IPACK-IMA mas também da

foi de 55.175 pessoas onde a predominância também foi italiana: 37.586. A Alemanha apareceu em segundo lugar com 8,4% de vistantes, seguida da França com 8% e Espanha com 5,6%. Mas evidente que o tropicalismo brasileiro mereceu destaque no evento europeu. O estilo verde amarelo marcou presença na Plast 2009 seja através de expositores ou visitantes. Exemplo disso foi a fabricante de

injetoras Romi. A empresa, que recentemente adiquiriu a Sandretto da Itália, participou do evento com um estande de 500m2. Presente no mercado internacional desde 1944, em 2008 a empresa expandiu suas bases de produção e de mercados com a aquisição de um conjunto de ativos da tradicional fabricante italiana de injetoras de plástico Sandretto Industrie S.r.l., com unidades fabris localizadas nas cidades de Grugliasco e Pont Canavese, na região de Turim, e quatro subsidiárias comerciais (Reino Unido, Holanda, Espanha e França). Além da operação italiana, a Romi tem subsidiárias comerciais nos Estados Unidos e na Alemanha e mantém parcerias com distribuidores sediados em todos os continentes para a comercialização e prestação de serviços para seus produtos. Em 2008, exportou 16% de sua produção para os principais centros industriais do mundo, com destaque para a Europa (43,3%) e Estados Unidos (41,9%). A empresa lançou na Plast 2009 a primeira injetora elétrica da marca Sandretto, a EL150. A injetora elétrica Sandretto EL150 foi desenvolvida em conjunto pelas equipes da empresa no Brasil e na Itália. O trabalho dos dois times permitiu o lançamento em tempo recorde, complementando a linha da Sandretto e oferecendo mais opções aos seus clientes. A injetora tem painel de controle e-ONE derivado da série Nove HP, da Sandretto, e é indicada para injeção de peças de elevada precisão, como componentes de aparelhos celulares, peças médicas e eletroeletrônicas, entre outras. P S


Fotos: divulgação/PS

Missão do Simplás foi a Milão conhecer as principais inovações inovações ee tendências tendências européias européias do do setor setor plástico plástico

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uem caminhava pelos corredores a Plast 2009 ouvia os diversos idiomas que davam a feira um caráter internacional. Entre os sotaques estava o português, mais precisamente vindo do Brasil, e em específico originário do Rio Grande do Sul. Isso porque o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás)

organizou uma Missão de aproximadamente 20 participantes. Na comitiva estavam empresários de Caxias do Sul e arredores com o objetivo de conhecer novas tecnologias e tendências. Diretores do sindicato se fizeram presentes através das presenças de David Pistorello da Daviplast Ind. Embalagens Plásticas Ltda, Lourenço Stangherlin da Anodilar Ind. de Utilidades Domésticas Ltda e Eugênio Razzera da Refarplast Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. Além deles, o diretor executivo Luiz Triches dos Reis também participou do evento e deixou os pavilhões com uma

boa imagem do evento. Para ele o resultado foi positivo. A Plastech Brasil, feira organizada e realizada pelo Simplás, que ocorre de 28 a 31 de julho, em Caxias do Sul não deixou de participar da exposição de Milão. Quem a representou foi Célia Marin, assessora comercial da Plastech, que trouxe na bagagem, além de contatos, diversas idéias e tendências para aplicar futuramente no evento de Caxias do Sul. Entre os integrantes da Missão que deixaram a Itália satisfeitos estão executivos da Engisul, da Multi Nova, da Carlos Becker e da Niquelfer. P S

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Missão do Simplás participa do evento e volta com mais conhecimento e novos contatos.

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Nordeste Gaúcho marca presença na Plast 2009


INSTITUCIONAL

///Nova Gestão

Novo presidente da Abief assume com o compromisso de reduzir IPI para o setor Empresário que também é presidente do Sinplast-RS promete incentivar às exportações e a integração da cadeia do plástico.

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empresário Alfredo Schmitt, Diretor da FFS Filmes, do Rio Grande do Sul, assumiu a Presidência da ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) em cerimônia realizada no dia 07 de Abril, no Salão Nobre da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo. Um dos focos de sua gestão nos próximos dois anos será conseguir a isonomia do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor, “uma batalha que já se esten-

de há pelo menos dois anos”, afirma. Segundo Schmitt, enquanto as petroquímicas vendem as resinas com 5% de IPI, as empresas de embalagens plásticas flexíveis são tributadas em 15% sobre o valor de suas mercadorias. “A exemplo de setores como o automotivo, a indústria de embalagens plásticas flexíveis também precisa deste fôlego para aumentar, ou pelo menos manter, o ritmo das vendas no mercado interno.” Em 2008 o setor registrou um crescimento bastante tímido que praticamente empatou o faturamento com o de 2007: US$ 3 bilhões. Estima-se que o volume de produção tenha ficado ao redor de 680 mil toneladas no ano. Schmitt prevê que o segmento manterá, em 2009, seu crescimento histórico que é de uma e meia a duas vezes a variação do PIB. “Apostamos em uma sensível recuperação a partir do segundo semestre do ano e um impulso mais significativo no quarto trimestre.” [Mira internacional] - A criação de uma plataforma para exportação de transformados plásticos brasileiros (embalagens flexíveis) é outra meta do novo Presidente da ABIEF. Alfredo Schmitt acredita que apesar da crise internacional, a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis continuará com um ritmo positivo de vendas para o mercado externo. A meta é superar os números registrados nos dois últimos anos, quando o setor exportou quase 300 mil toneladas que geraram uma receita de pouco mais de US$ 1 bilhão. “Também buscaremos nichos, como o dos filmes técnicos (inclusive shrink e stretch) e de embalagens industriais, para expandir a performance no mercado externo. “Uma das ferramentas continuará sendo o suporte integral ao Programa Export Plastic, encabeçado pelo INP (Instituto Nacional do Plástico), apoiado pela Apex (Agência de Promoção a Exportação) e pelas empresas petroquímicas brasileiras.” “De fato todas os projetos e ações da nova Diretoria da ABIEF objetivam aumentar a competitividade das embalagens brasileiras no âmbito nacional e internacional, independente do porte da empresa”, completa Schmitt. O empresário manterá firme a proposta de “promover o fortalecimento e o reconhecimento de todos os elos da cadeia petroquímica e juntar as associações do setor em uma plataforma única de trabalho”. (Entrevista completa na próxima edição)


PLÁSTIKOS

Por

Gradin é o presidente do Conselho da Abiquim

HPP e Solvay Solexis.

O engenheiro Bernardo Gradin, presidente da Braskem, foi eleito, em assembléia geral realizada no dia 31/03, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) para o biênio 2009/ 2011. Formado em engenharia civil pela Universidade Federal da Bahia, com MBA pela The Wharton School of Business e mestrado em política internacional pela Universidade da Pensilvânia (1993), Gradin sucederá a Carlos Mariani Bittencourt, que presidiu a Abiquim por 22 anos, de 1983 a 1985, de 1987 a 1991 e de 1993 a 2009. Marcelo Lacerda, presidente da Lanxess no Brasil, foi eleito vice-presidente da Abiquim

As eleições realizadas na Afipol (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas) no dia 12 de março de 2009 elegeram o empresário Marcelo Cocozza Felipe (Tectextil) como Presidente da entidade que reúne 35 das mais representativas empresas do setor em nível nacional. Também foram eleitos, como vice-presidentes, os empresários Eli Kattan (Zaraplast) e Ricardo Vívolo (Embrasa). A nova diretoria é composta ainda pelos seguintes empresários: Gerson de Albuquerque Maranhão Neto (Fiabesa), João Alberto Panceri (Propex) e Márcio Vaccaro (Rafitec). Conselho Fiscal: Carlos Alberto Mota (Cata), Henrique Deiss (Textil Oeste), Inácio Procópio Neto (Procópio) e Luiz Carlos de Oliveira (Polijuta). (Mais detalhes na próxima edição).

Sinplast-RS presente na Fimec Pelo terceiro ano consecutivo o Sinplast-RS, através do Comitê de Feiras e Missões, apoiou a participação de empresas associadas na Fimec - Feira Internacional de Couros, Químicos, Componentes e Acessórios, Equipamentos e Máquinas para Calçados e Curtumes. Nove indústrias da terceira geração do setor plástico tiveram a oportunidade de expor seus produtos em vitrines exclusivas, estruturadas em um estande coletivo do Sindicato. Na Fimec, o Sinplast contou com um espaço de 42 metros quadrados e na ocasião realizou o pré-lançamento do Programa Sinplast de Consciência Ecológica e Sustentabilidade, com a parceria do Instituto Federal Sul-RioGrandense, com sede em Sapucaia do Sul. A iniciativa tem como objetivo trabalhar a utilidade do plástico junto à

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A Apta Resinas Termoplásticas, com sede em São Leopoldo (RS) comemora em 2009, 10 anos de atividade completados em 07/12/2008 e faz uma promoção. Ao ligar para a Apta e fazer o seu pedido informe o código “Eu quero o presente do nosso aniversário”, e ganharás de presente a extensão do prazo de pagamento do seu pedido para 60 dias, sem qualquer custo adicional. O presente é válido para todos os clientes que informarem o código durante o mês de Abril/09. Está sujeito a avaliação habitual de crédito. A Apta é uma empresa focada no desenvolvimento de aplicações em plásticos de engenharia e alta performance. A empresa é o braço estendido de seus parceiros no Sul do Brasil. Representando e distribuindo resinas termoplásticas para a Basf Poliuretanos, Basf Plásticos, Chem Trend, Evonik HPP, Evonik Acrílicos, Radici Plastics, Solvay

comunidade, a importância de seu descarte correto e, conseqüentemente, a reciclagem, uma vez que este material é 100% reciclável. Na Fimec, o Sinplast estruturou em seu estande coletivo uma vitrine exclusiva do projeto, onde foram apresentados exemplos práticos da utilidade do plástico no dia-a-dia da comunidade, os quais muitas vezes não são percebidos. Além disso, exemplos de reaproveitamento deste material como matériaprima também estiveram expostos. Esta é a terceira etapa do Projeto Sinplast de Consciência Ecológica e Sustentabilidade, iniciado em 2007 com a publicação de um encarte informativo e com a veiculação recente de frontlights sobre o tema em estradas do litoral norte gaúcho.

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Apta comemora 10 anos

Marcelo Felipe preside a Afipol

Julio Sortica


BALANÇO

///Matéria-Prima

Vendas de resinas termoplásticas aumentaram no primeiro bimestre

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s vendas de resinas termoplásticas ao mercado interno reagiram no primeiro bimestre do ano, chegando a 438 mil toneladas, o que representa aumento de 2,5% ante novembro e dezembro de 2008, meses em que os efeitos da crise econômica foram mais agudos. Em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas internas recuaram 21,6%. As exportações de resinas termoplásticas somaram 242 mil toneladas em janeiro e fevereiro. Esse volume representa crescimento de 86,4% na comparação com o último bimestre do ano passado e de 80,2% ante o mesmo período de 2008. As importações, de 154,6 mil toneladas, cresceram 1,3% em relação a novembro e dezembro, mas recuaram 9,6% frente ao primeiro bimestre de 2008. O coordenador da Comissão Setorial de Resinas Ter-

moplásticas da Abiquim (Coplast), Alfredo Tellechea, vê no aumento do volume de vendas ao mercado interno, na comparação com os últimos meses de 2008, o início de uma reação do mercado. “A crise financeira iniciada em setembro operou como um redutor na economia, estabelecendo novos patamares. Com a regularização dos estoques na cadeia produtiva, percebemos uma leve reação em alguns setores. A nossa expectativa é que esse movimento cresça nos próximos meses”. O expressivo crescimento das exportações de resinas, segundo Tellechea, é outro indicador positivo, ainda que parte desse aumento possa ser atribuído à desvalorização do real e à existência de excedentes gerados pela redução na demanda interna. “A indústri a petroquímica brasileira, como demonstram os números, tem capacidade e qualidade de produção para competir no mercado internacional”, destaca. Com o aumento das exportações e das vendas ao mercado interno, a produção de resinas termoplásticas chegou a 640 mil toneladas no primeiro bimestre. Esse volume é 3% maior do que o de novembro e dezembro. Em relação a igual período de 2008, contudo, houve redução de 20% na produção. Os números referentes ao desempenho do segmento de resinas termoplásticas não incluem a resina PET (tereftalato de polietileno). O levantamento realizado pela Coplast engloba os polietilenos (PE), o polipropileno (PP), o poliestireno (PS), o policloreto de vinila (PVC) e o copolímero de etileno e acetato de vinila (EVA). [Produtos químicos reagiram] - As exportações e importações brasileiras de produtos químicos voltaram a crescer em março. As vendas externas, de US$ 830 milhões, aumentaram 25,6% em relação a fevereiro. As importações tiveram incremento de 18,1%, totalizando US$ 1,8 bilhão. Em volume, foram embarcadas 990,3 mil toneladas de produtos químicos, acréscimo de 17% ante fevereiro. As importações, de 1,1 milhão de toneladas, aumentaram 19,8% na mesma comparação. Em relação a março de 2008, as vendas externas tiveram crescimento de 22,6% em volume e queda de 8,8% em valor. As importações recuaram 5,9% em valor e 21,6% em volume. P S


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crise não afetou apenas as pequenas e médias empresas do setor plástico. O atual cenário econômico afetou em cheio os números e previsões de umas das líderes no fornecimento de policarbonato e poliuretanos no país: a Bayer Material Science. Em 2008, a empresa registrou um faturamento mundial de £ 9,7 bilhões, o que representa uma queda de 5% em relação a 2007. Segundo o presidente da Bayer MaterialScience para a América Latina, Ulrich Ostertag, esse decréscimo é resultado da crise econômica global, que teve grande impacto nos negócios da Companhia no mundo, principalmente no quarto trimestre de 2008. Os volumes caíram cerca de 30% e a utilização da capacidade também diminuiu significativamente. Conforme o executivo, medidas como a desativação temporária de algumas fábricas e a redução da produção em outras foram introduzidas na BMS em um estágio inicial. “O lucros de 2008 foram reduzidos por um aumento de £ 0,5 bilhão nos preços de matérias-primas petroquímicas e energias”, ressaltou Ostertag. Para ele, os aumentos dos preços de vendas, as economias geradas pelo programa de reestruturação e outras medidas adotadas compensaram apenas parcialmente os efeitos negativos nos volumes e nos custos da matéria-prima. [Brasil] - Apesar dos resultados mundiais deficitários, no Brasil o desempenho da Bayer MaterialScience foi mais positivo. O faturamento de 2008 foi de R$ 629 milhões, um índice 1% maior do que o registrado no ano anterior. Na América Latina, excluindo o México, o Brasil representou 60% do faturamento total, seguido pela Andina/Centro com 24% e Conosur com 16%. Todas as Unidades de Negócios registraram um bom desempenho em seus respectivos segmentos. A Unidade de Poliuretano responde por mais de dois terços do total do faturamento da Bayer MaterialScience no Brasil, seguida respectivamente pelas Unidades de Negócios de Revestimentos,

(chapas), automobilística (lentes de faróis de automóveis) e de mídia ótica (CDs e DVDs). As vendas de poliuretanos termoplásticos também tiveram um aumento expressivo em 2008. O resultado foi impulsionado, principalmente, pela indústria calçadista, que consome o produto na fabricação de tênis esportivos, por exemplo. P S

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Fatores como queda nos bens duráveis fazem empresa ter redução de 5% em relação a 2007.

Adesivos e Especialidades; e Policarbonatos. A Unidade de Negócios Revestimentos, Adesivos e Especialidades teve um crescimento expressivo, com recorde de produção na linha Desmodur® N – fabricada em Belford Roxo (RJ) – para o segmento de tintas e vernizes. O aumento na demanda é oriundo dos setores automobilístico e moveleiro. A linha de resinas modernas também teve um excelente desempenho, com destaque para as que tem base água, que crescem acima da média da área. Foi o caso da linha Bayhydrol® / Bayhydur®, utilizadas na linha de produção das montadoras. Na Unidade de Negócios Policarbonatos foi registrado recorde absoluto de vendas nos Brasil. Esse desempenho é resultado, principalmente, da grande demanda das indústrias de construção

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Cenário é desafiador para a Bayer MaterialScience


MERCADO TECNOLOGIA

///Borracha & Elastômeros

Exportações indicam crescimento no RS em 2009

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uase todos se queixam dos efeitos da crise financeira internacional, mas este não parece se o diagnóstico do setor de borracha gaúcho. Segundo o documento divulgado à imprensa no início de janeiro, “Balanço de 2008 e Perspectivas para 2009”, do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul (Sinborsul), as exportações serão o indicador do bom crescimento em 2009, “podendo alcançar o incremento de 13%, acima da indústria de transformação como um todo, pois com a desaceleração da atividade interna, o setor rterá que buscar novos mercados para destinar seus produtos”, destaca o presidente do Sindicato, Geraldo da Fonseca. Segundo o Sinborsul, a indústria da borracha ainda manterá, possivelmente, a criação de novos postos de trabalho, impulsionada pelo aumento do nível de produção, o qual se dará por essa busca de novos clientes. “Trata-se de uma indústria de componentes, complementar a outros setores, e necessitará das vendas externas para manter o crescimento, devido às previsões de desaceleração da economia brasileira”, acrecenta o dirigente classista. Nesse sentido de expansão, sua arrecadação de ICMS poderá ultrapassar a faixa de R$ 80 milhões. Assim, o desempenho industrial da borracha, segundo Fonseca, tem a possibilidade de crescer cerca de 3,4%, superando a expectativa para a indústria de trans-

formação, que pode chegar a 1,5%. “Estima-se de uma maneira geral, para o setor da borracha, melhor desempenho ante a indústria de transformação, com destaque para as exportações, que serão beneficiadas pelo Real mais desvalorizado perante o Dólar em 2009”, ressalta Fonseca. Com as exportações alcançando cerca de R$ 347 milhões, o nível de produção fisica industrial do setor de borracha, segundo o Sinborsul, será estimulado e o crescimento poderá chegar a 2,4%, um pouco acima das estimativas do PIB gaúcho. “Isso manterá os setor como bom empregador, para o qual se resultará em um acréscimo de mais de 200 novos postos de trabalho formal para a economia, ou ampliação de 2% aproximadamente”, conta o presidente do Sindicato. A arrecadação do ICMS, no patamar de R$ 80 milhões em 2009, estará crescendo 3%. Segundo Fonseca, com esse cenário, o desempenho industrial da borracha no Rio Grande do Sul, por meio do maior nível de produção e emrpego, incentivados principalmente pelas exportações, alcançará uma expansão próxima de 3,4%, exprimindo,desta forma, uma superação ante as expectativas para a indústria gaúcha de transformação, a qual chegará a uma ascenção mais modesta em 2009 (veja o quadro comparativo). [Em 2008] – O setor gaúcho da borracha apresentou um bom desempenho no balanço de 2008. Graças a um cenário de crescimen-

to, o segmento foi envolvido por bons indicadores econômicos de produção, emprego, desempenho industrial e arrecadaçao de ICMS. Estes fatores certamente contribuiram para o bom rendmento no ano passado, apear da desaceleração causada pela instabilidade que se instaurou no mercado mundal em função dos reflexos da crise no sistema financeiro norte-americano. Conforme a média do Indicador de Desempenho Industrial da Borracha, o ano foi de crescimento na faixa de 6,4% , acima da indústria de transformação, que obteve aproximadamente 5,4%. “Esse desempenho refletiu no aumento do nível de produção industrial da borracha em 3,1%, situação a qual manteve a criação de empregos, cerca de 150 novos postos, e a arrecadação de 3,8% a mais de ICMS em relação a 2007, com R$ 790,4 milhões”, ressalta Fonseca. Em 2008, inclusive, foram atingidos recordes de indicadores, dentre os quais o número de mão-de-obra emprega no mercado de trabalho da indústria da borracha: na faixa de 10.700 empregos formais. [Exportações] – As exportações do setor de borracha no RS atingiram o volume de US$ 307 milhões em 2008, representando 7,4% a mais do que em 2007. Para a indústria de transformação do Estado, as vendas externas alcançaramUS4 16 bilhões, com aumento de 22,1%. As mercadorias que saíram do país foram compostas basicamente de pneumáticos (51%), matérias-primas (39%) e artefatos (quase 10%). Assim, percebe-se a predominâcia de pneumáticos no comércio estrangeiros, embora a indústria gaúcha da


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Um quarto do ano já passou, mas as melhores surpresas de 2009 ainda estão por vir.

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PLAST MIX

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MERCADO

///Borracha & Elastômeros borracha seja menos atrelada a esse item nas esportações do que a brasileira, que atingiu 68%. Em 2008, as vendas externas de borracha da indústria gaúcha representaram 14% das exportações brasileiras do setor e aproximadamente 2% das exportações da indústria gaúcha de transformação.

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Plástico Sul # 96 - Março de 2009

DSM comemora ações positivas Uma avaliação em termos de conceito – por norma interna a empresa não comenta sobre números e volume de produção – revela que 2008 foi um ano positivo para a DSM, segundo Ubiratan Sá, Diretor Superintendente da DSM Elastômeros Brasil. “O desempenho da DSM Elastômeros do Brasil foi muito bom em 2008, com níveis excepcionais em qualidade, segurança e proteção ambiental. Foi estabelecido um novo recorde de produção na linha de EPDM. Partiu-se uma nova unidade de Extrusão Reativa que produz, entre outros materiais, aditivos para produtos derivados do petróleo. A pesquisa com clientes conduzida no início de 2008 mostrou que a empresa é capaz de atender as expectativas dos clientes no que diz respeito à qualidade do produto, segurança no suprimento e nível de serviço” Ubiratan Sá destaca que entre os fatos mais marcantes para a DSM em 2008, partir uma nova linha de Extrusão Reativa foi uma grande conquista. “Iniciou-se a sua operação, obteve-se os produtos na especificação e até superou-se o plano original de produção. Para conseguir tudo isso, foram feitos investimentos em prédios e equipamentos, contratou-se novos funcionários e aumentou-se nosso portfolio de soluções para os clientes”, revela. E cita com orgulho que também

estabelece-se um novo recorde de produção na linha de EPDM, com altos padrões de qualidade, segurança e proteção ambiental. “Isso só foi possível devido ao trabalho de equipe formada por pessoas altamente qualificadas”, explica. [Tecnologia] – Conforme o Diretor Superintendente da DSM Elastômeros Brasil, há outros aspectos a destacar. “Não se pode deixar de mencionar o bem sucedido primeiro teste, em escala industrial, da mais nova tecnologia em EPDM, ACE, no final de 2008, nas fábricas da DSM da Holanda. Ele ressalta que as expectativas sobre esta nova tecnologia são grandes e os primeiros testes em clientes demonstraram bons resultados. “Esta nova geração de produtos Keltan, com alto conteúdo de VNB, pode ser utilizado com muitas vantagens em aplicações que usam peróxido na cura. Tipicamente de 30% a 70% do cross-link, devido ao peróxido, pode ser reduzido na aplicação final, a depender do tipo de Keltan a ser substituído na formulação”, revela [Inovação e soluções] - É possível fazer uma projeção de como será o setor em 2009? Quem responde é Marcos Oliveira, Diretor Comercial da DSM Elastômeros Brasil: “Enfrenta-se um período volátil no cenário econômico devido à crise financeira internacional. Para encarar estes tempos difíceis, está-se focando ainda mais em inovação nos segmentos de novas aplicações e desenvolvimento de produtos, baseados na tecnologia Ziegler Natta, Extrusão Reativa e nova tecnologia da empresa a ACE”, revela Segundo o executivo, com estes três pilares de inovação, existe confiança de adaptar as condições atuais e

sair dela fortalecido. “Como a DSM é o único produtor de EPDM na América do Sul, reconhece-se a posição da empresa como exclusiva no sentido de garantir o suprimento aos nossos clientes no Brasil. Tem-se uma posição sólida no mercado, conhecimento e experiência para dar suporte aos nossos clientes assim como prover soluções num curto espaço de tempo”, garante. O que muitas empresas tentam, em época de crise, é criar novos nichos. Marcos Oliveira comenta sobre a possibilidade de explorar novos mercados – geograficamente. “A visão da empresa é: ‘Ser o líder global e inovador na indústria de EPDM’, portanto enxerga-se todo o mundo como mercado. Busca-se novas oportunidades, nos três pilares de inovação acima citados, em todas as áreas geográficas. Especialmente, no que diz respeito à América do Sul, já se está presente em todos os países, oferecendo portfolio mais abrangente de produtos para as mais variadas aplicações”, revela. E completa: “Nestes tempos em que suprimento e o nível de atendimento não podem ser garantidos todo o tempo por alguns fornecedores, é desejo da empresa se diferenciar, fortalecendo a proposição de valor nestas características críticas do negócio.”

Sai Petroflex, entra Lanxess Elastômeros A Petroflex, agora com a nova razão social, Lanxess Elastômeros do Brasil S/A, é produtora de borracha sintética com as mais variadas aplicações, sendo as principais no setor de pneus, calçados e artigos técnicos. Os produtos fabricados pela empresa são


Divulgação/PS

avaliou o desempenho em 2008 comentou sobre as projeções para 2009. “Ao longo dos primeiros nove meses de 2008 o nível de produção ficou dentro das nossas expectativas. Mas, a partir do quarto trimestre, como todos têm conhecimento, atravessamos uma crise global onde não apenas o nosso mercado consumidor tem sido impactado, mas sim a economia de maneira geral”, diz. Para 2009, ele ressalta que o cenário global ainda demonstra retração da demanda, o que traz novos desafios. “Mas esse é um bom momento para reforçar, perante nossos clientes, a excelência dos nossos produtos, que nos possibilitou, ao longo dos anos, conquistar uma boa posição no mercado”, explica. Entrea as ações para manter o conceito, Lovisi informa que desde abril de 2008, a empresa está investindo em segurança para adequar os padrões da Lanxess Elastômeros àqueles praticados no Grupo Lanxess. Ele lembra que muitos planos de ações foram claramente definidos e alinha-

dos com a estratégia da companhia, visando ao crescimento do negócio. “Não existe produção com qualidade comprovada se as atividades não forem submetidas a um ambiente seguro e adequado a seus profissionais. Com a crise atual que vivemos, globalmente, precisamos buscar diariamente níveis mais elevados de eficácia que permitam à empresa superar as dificuldades e aumentar nossas vendas, seja no mercado interno, ou externo”, pondera o executivo. Lovisi sustenta aos clientes a certeza de que a Lanxess tem um compromisso com a garantia da qualidade do produto e que está sempre próxima dos seus clientes e pronta a atendê-los com os mais elevados níveis de excelência. “Seguimos um padrão Lanxess de qualidade. Temos processos eficientes de produção e uma estrutura de custos adequada ao nosso negócio. Contamos com profissionais qualificados que nos permitem buscar inovações para atender às potenciais demandas de nossos clientes”, ressalta. P S

Plástico Plástico Sul Sul # # 96 96 -- Março Março de de 2009 2009

Exportações de borracha crescem impulsionadas por setores como o automobilístico

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os seguintes: ESBR, Latex, SSBR NdBR, LiBR e LiBR (HIPS). Segundo Humberto Lovisi, Gerente de Marketing da América Latina da Lanxess Elastômeros do Brasil, “para cada produto, a empresa possui marcas específicas que, em função da aquisição pela Lanxess, serão alteradas e passarão a adotar a marca BUNA, já tradicional no Grupo Lanxess, que só vem a fortalecer nossa liderança e aumentar nossa excelência no mercado onde atuamos”, ressalta. No quadro podem ser identificados os futuros nomes dos produtos. “Aproveitamos para informar que o processo de produção e as características dos produtos não sofreram modificação alguma, mantendo a qualidade que sempre os caracterizaram” informa Lovisi. Segundo o executuvo, esta alteração representa um passo importante para integração entre as duas organizações e colabora para o fortalecimento da marca dos produtos no cenário global. Toda mudança de controlador implica em necessidade de adaptações. E não foi diferente no caso da Petroflex-Lanxess. “Tivemos um período de integração entre as duas empresas após a aquisição pela Lanxess, em abril de 2008. Não houve problemas, mas sim ajustes de processos, aproveitamento de sinergias, troca de conhecimentos e intercâmbio de informações”, destaca Lovisi. E acrescenta: “Esse período de integração ainda não terminou, mas podemos dizer que muitos avanços já foram percebidos, com reflexos positivos, no nosso negócio. Nossa trajetória tem sido permeada por grandes projetos que aos poucos estão sendo implementados.” [Avaliações] - Humberto Lovisi


AGENDA

///Programe-se para 2009

Embala Minas De 14 a 16 de abril de 2009 Centro de Eventos ExpoMinas Belo Horizonte – MG

Mercopar 2009 De 20 a 23 de outubro de 2009 Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva www.mercopar.com.br

BrasilPlast 2009 De 4 a 8 de maio de 2009 Parque Anhembi - Av.Olavo Fontoura, 1209 - São Paulo - SP Mais informações: www.brasilplast.com.br

Tecnoplast 2009 De 10 a 13 de novembro de 2009 Fiergs - Porto Alegre - RS Mais informações: www.feiratecnoplast.com.br

Feimafe De 18 a 23 de maio de 2009 Parque Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 São Paulo - SP Mais informações: www.feimafe.com.br

OUTROS PAÍSES

BRASIL

PlasTech Brasil 2009 De 28 a 31 de julho de 2009 Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul - RS Mais Informações: www.plastechbrasil.com.br

PlastIndia 2009 De 4 a 9 de fevereiro de 2009 4-9 Fevereiro/2009 Pragati Maidan, Nova Delhi, Índia www.plastindia.org

Plasticos’09 De 29 de junho a 2 de julho de 2009 III Exposição Internacional da Industria Plástica Centro Costa Salguero Buenos Aires - Argentina www.banpaku.com.ar

Plast 2009 Feira da Indústria do Plástico De 24 a 28 de março de 2009 Pavilhão Internacional em Milão, na Itália. Site: http://www.plast09.org

NPE 2009 De 22 de junho a 26 de junho McCormick Place - 401 N. Michigan Avenue , 23rd Floor Chicago - Estados Unidos

///Anunciantes da Edição Activas #

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Plástico Sul # 96 - Março de 2009

Agebras #

Lorena Flat #

Pág. 11

Pág. 23

Pronatec #

Pág. 21

Mega Steel # Pág. 02

Rone #

Pág. 35

Altmann # Pág. 48

Met. Wagner # Pág. 38

Rulli #

Pág. 19

Bayer #

Momesso #

Seibt #

Pág. 43

Pág. 43

Pág. 07

Crstal Master # Deb’Maq #

Pág. 13

Pág. 09

Itatex # Pág. 29

Leopolymer #

Moynofac # Pág. 43

Solvay Indupa #

Multi-União #

Super Finishing #

Nazkon #

JMB Zeppelin #

Pág. 25

Pág. 40

Pág. 41

Pág. 29

Treficap #

Pág. 43

Pet. Triunfo # Pág. 05 Plastech Brasil #

Pág. 17

Pág. 47 Pág. 27

Pág. 43

Valimplast #

Pág. 39

Para anunciar, ligue 51 3062.4564




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