Plural&Singular | 25.ª edição da revista digital dedicada à temática da deficiência e inclusão

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OPINIÃO

Isabel Anacleto Docente de Educação Especial- Especializada no Domínio da Visão Membro do Conselho Técnico Científico da Associação Bengala Mágica

Literacia emergente para crianças com deficiência visual em idade pré-escolar É importante providenciar, o mais cedo possível, à criança com deficiência visual um envolvimento rico em experiências de leitura e escrita equivalentes às experienciadas por crianças normovisuais. Estas últimas são expostas, de uma forma espontânea, a conceitos de literacia desde sempre. Por toda a parte existem letras, palavras e frases. A escrita está nos livros infantis, na televisão, nos cartazes publicitários espalhados pelas ruas, nas portas dos prédios, nos sinais de trânsito… Por seu lado, o braille praticamente não está alcançável à criança cega. À exceção de um ou outro produto com braille na embalagem, a possibilidade de contacto com o braille, de forma espontânea, é muito reduzido ou praticamente inexistente. Assim, compete à família e principalmente aos educadores e professores a produção dos primeiros materiais em braille com que a criança vai contactar. A quase inexistência de livros adaptados para crianças com deficiência visual em idade pré-escolar é uma barreira para a aquisição de competências de literacia. Os materiais elaborados pela família, professores e educadores, baseados na experiência pessoal de cada criança, são por isso, muitas vezes, a única ferramenta para abordar a literacia nesta faixa etária.

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