TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
City Able aposta na acessibilidade para todos A identificação de uma necessidade de mercado motivou, em 2019, a criação da City Able, uma empresa portuguesa que converte o levantamento de condições de acessibilidade em soluções técnicas práticas com vista a melhorar as condições de vida das pessoas com diversidade funcional. Texto: Sofia Pires Fotos: Gentilmente cedida
Diogo Martins e Sérgio Alexandre Lopes, os fundadores da City Able, consideram evidente que “existe uma necessidade de obter informação das pessoas reais que usam os espaços, veículos e serviços” para através das necessidades identificadas criar soluções de acessibilidade para todos. “Nós costumamos dizer que somos conversores de necessidades das pessoas em soluções técnicas. Isto significa que nós analisamos a acessibilidade, a vários níveis, de espaços, veículos e serviços e convertemos as necessidades identificadas, com base nas pessoas que os usam, em soluções práticas que podem ser implementadas para melhorar os mesmos”, explica Diogo Martins. Mas o que realmente diferencia a City Able de outras empresas existentes no mercado é o facto, confirma Sérgio Alexandre Lopes, desta empresa “contar com pessoas com as várias diversidades funcionais”. “É uma das nossas prioridades. Foi por percebermos que havia falta de empresas que representassem exclusivamente as pessoas com mobilidade condicionada, que avançamos com este projeto”, refere.
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Diogo Martins acrescenta que se trata de aplicar o conceito de co-produção ao design inclusivo e a City Able está a dar os primeiros passos nesta nova abordagem que com o tempo, acredita, vai mostrar os seus benefícios práticos. “Continuamos com a certeza de que só incluíndo as pessoas com deficiência em todas as fases de decisão, seja legislativas ou técnicas, é que poderemos evoluir. Sabemos que só com representatividade real é que poderemos evoluir de forma estruturada e consistente”, defende. A City Able aceitou o desafio de poder criar algo que faltava em Portugal e para dar continuidade a esta visão conta com a procura tanto de entidades públicas, como municípios, como empresas privadas que têm estabelecimentos comerciais. “Conseguimos cobrir uma enorme variedade de questões. Por exemplo, podemos analisar se os processos internos de uma empresa discriminam pessoas com deficiência e como o fazem”, exemplifica Diogo Martins.