Plural&Singular | 25.ª edição da revista digital dedicada à temática da deficiência e inclusão

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DESPORTO

Floriano Jesus em discurso direto Plural&Singular (PS) - Há quantos anos pratica paracanoagem e porquê esta modalidade? Floriano Jesus (FJ) - Há seis anos. Comecei a praticar paracanoagem por ter vindo morar para Montemor-oVelho, onde há o centro de alto rendimento náutico. Praticava basquete em cadeira de rodas, e a equipa que representava acabou. Senti bastante a falta de praticar desporto como forma de fortalecimento dos membros superiores. É fundamental para mim no meu dia a dia e para me tornar mais autónomo ao me deslocar em cadeira de rodas. Quanto vim morar para Montemor, um dos meus vizinhos fazia parte do projeto do Município. Como nunca tinham tido um atleta com deficiência a praticar paracanoagem, foi também uma experiência para eles e para mim. A paracanoagem é importante para si? Para a sua vida? Muito importante, no que diz respeito ao meu bem-estar físico e psicológico. Sendo um desporto praticado ao ar livre, sinto-me livre. Adorava poder dedicar-me apenas à modalidade, mas infelizmente não o posso fazer, pois não é o desporto que me paga as despesas do dia a dia. Sou medidor orçamentista numa empresa de construção civil e serralharia. Já o era antes de iniciar a prática da paracanoagem. P&S - Já se fala mais do desporto paralímpico, mas ainda há um desfasamento, concorda? FJ - O desporto adaptado está na mentalidade dos portugueses como desporto para entreter pessoas com deficiência, o que não é verdade. O desporto adaptado está a um nível tão alto como o desporto regular. Quem está inserido no projeto Paralímpicos tem de treinar muito mesmo para chegar ao topo. Existem países em que os apoios são iguais aos regulares. P&S - Qual o seu principal sonho na modalidade? FJ - Neste momento é a presença nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Falhei a vaga o ano passado: em seis vagas fiquei em sétimo. Agora vamos disputar as últimas quatro vagas que existem. Alimento a esperança de ainda conseguir. No ano passado fiquei em sétimo de seis vagas. Pelo ranking atual, estou em primeiro para conquistar de umas das vagas que falta ocupar.

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BI Nome: Floriano Jesus Idade: 36 Naturalidade: Ferreira-a-Nova Clube: Clube Infante Montemor Treinadores: Dulce de São José e Ivo Quendera Treinos: média de 11 treinos por semana, cerca de 12/14 horas semanais no Centro de alto rendimento náutico de Montemor-o-Velho Tipo de deficiência: motora, paraplégico Referências: Emanuel Silva, Fernando Pimenta, João Ribeiro e David Fernandes Principal conquista: Mundial de 2018 Montemor-o-Velho – 7.º lugar, permitiu a entrada no projeto Paralímpico; Europeu 2019 – 7.º lugar; Taça do Mundo 2019 – 6.º lugar


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