Pnl magazine 02

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FEV/MAR#01’2016 digital issuu PNL-PORTUGAL Magazine do Instituto de Programação NeuroLinguística PNL-PORTUGAL. Integramos os desenvolvimentos mais atuais da PNL no mundo. Evidenciamos as infinitas possibilidades do inconsciente humano e a realização pessoal plena de significado de vida.

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FICHA TÉCNICA Director editorial José Figueira www.pnl-portugal.com Edição Gráfica TheBOX-Studio17 Direcção de arte João Mello Fotografia / edição Rui Pereira

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO Anabela Fernandes Practitioner de PNL Design Manager Carla Silva Practitioner de PNL Engenheira Florestal José Figueira Trainer de PNL Formador www.josefigueira.pt Manuela Peitz Master de PNL Empresária Vera Braz Mendes Trainer de PNL Coach 2


EDITORIAL PNL MAG #02

PRIMAVERA! Muitas das minhas associações mentais relacionam-se com a Holanda onde vivi parte importante da minha vida. Ao pensar em Primavera, a primeira associação que faço é com a palavra holandesa “lentekriebels”. Como se traduz? Encontrei a tradução em diversas línguas, exceto em português. Em francês: “fièvre du printemps”; em inglês: “spring fever”; em alemão: “frühlingsgefühle”. Ninguém parece escapar à “febre da primavera”?. Porquê? Os raios do sol brilham com mais força o que causa maior produção de vitamina D no corpo! A vitamina D é importante para a produção de hormonas tais como a serotonima e dopamina que podem produzir uma ligeira euforia. A serotonima afeta o humor, influencia a autoconfiança, desperta o apetite sexual e torna as pessoas mais focadas, ativas e com maior necessidade de contacto humano. Felizmente que, com mais ou menos bom tempo, a primavera chegou até nós na altura exata, ao contrário do que aconteceu na Lapónia. No inverno as temperaturas podem chegar lá aos 40 graus negativos. Leia neste número a história verdadeira (?) do lapão que decidiu investigar porque é que a primavera nesse ano tanto tardava em chegar à Lapónia. Temos mais artigos que não poderiam vir em melhor altura. A Carla Silva em “Viver a Primavera” fala-nos do amor à natureza e motiva-nos

para caminhadas… Ou vamos seguir o exemplo da Manuela Peitz no artigo “Quem quer arruma um jeito. Quem não quer arruma uma desculpa…”? Se há um momento para decidir dar mais atenção ao corpo através do desporto, é agora: a “febre da primavera” pode tornar ainda mais mágicos os “Magic Tuesdays” de que ela nos fala. E se isso ainda não for suficiente, o artigo da Anabela Fernandes fornece uma resposta simples que nos pode aumentar a energia, o ritmo, a motivação para o desporto. E não só. Quer bom humor, mais alegria, animação num jantar de amigos ou criar um ambiente mais romântico na vida de casal? Siga as dicas e encontre a música adequada. Apresentamos neste número um estilo de coaching que provavelmente despertará o interesse dos nossos leitores. Em nós, despertou um interesse tal que nos levou ao Brasil para durante 16 dias vivermos uma experiência inesquecível com Stephen Gilligan e Robert Dilts. Stephen Gilligan, PH.D., psicólogo, fez parte do grupo original de estudantes que em Santa Cruz nos anos 70 do século passado contribuiu para a criação da PNL. Teve como mentor Milton Erickson e tornou-se um dos primeiros praticantes e professores de hipnose ericksoniana no mundo. No próximo número da nossa revista publicaremos um artigo do próprio Stephen Gilligan sobre “Transe Generativo”.

da PNL. Escreveu desde então mais de 20 livros, tornando-se talvez o mais produtivo autor de PNL. Grande inovador, tem a sua sede em Santa Cruz na Califórnia, a NLP University. Stephen e Robert estão criando um projeto mundial, o IAGC (The International Association for Generative Change) que promove um trabalho de mudança generativa constituído por psicoterapia generativa, coaching generativo, transe generativo e trabalho sistémico. Exclusivo para a nossa revista publicamos uma entrevista com Robert Dilts sobre PNL e a sua história e este seu novo projeto mundial em colaboração com Stephen Gilligan. Neste número podemos ler ainda um artigo sobre o “Coaching Generativo”, uma prática ao nível da identidade, missão e propósito de vida que nos ajuda a viver uma vida consciente e criativa. Pretende despertar e intensificar os recursos mais profundos em nós contribuindo para um mundo melhor. Que estes artigos possam contribuir para agradáveis momentos de primavera interior!

José Figueira

Robert Dilts também fez parte dos investigadores que estão na origem

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EDITORIAL ENTREVISTA ROBERT DILTS

COACHING GENERATIVO

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UMA METÁFORA

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VIVER A PRIMAVERA

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QUEM QUER ARRUMA UM JEITO. QUEM NÃO QUER ARRUMA UMA DESCULPA

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I FEEL GOOD!

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AGENDA

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NÓS

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ENTREVISTA COM ROBERT DILTS POR VERA BRAZ MENDES EM ÁGUAS DE SÃO PEDRO, BRASIL, FEVEREIRO DE 2016

prio Dilts, filtrada por mim durante programa, do qual não tem conscium dos dias de treino: ência, passa a ser o seu destino. Ao contrario do Coaching tradicio“O objetivo maior do Coaching Ge- nal, não há no Coaching Generativo nerativo é viver uma vida consciente objetivos claramente definidos. Há e criativa. O oposto, é viver uma vida centramento, intenção, direção. Há controlada pelos nossos programas, espaço para acolher o que quer que programas estes que muitas vezes a conexão com o campo traga - renem são nossos: são familiares, cul- cursos positivos ou não. Pois, a difeturais, religiosos ... vivemos como ro- rença entre o positivo e o negativo, bots... até ao dia em que através de é a relação, a conexão que estabeuma crise, nos consciencializamos lecemos com eles. Qualquer coisa que a vida que estamos a viver não que apareça como obstáculo é imé a nossa... Não há brilho, preenchi- portante, tem algo a trazer, precisa mento, alegria. Só há o vazio que ser ouvida e acolhida pelo sistema, Em relação ao Coaching Generativo, tentamos preencher e onde nada é por isso, é um recurso. Há abertura eis uma pequena descrição do pró- suficiente. Qualquer que seja o seu ao novo. Há criatividade.” Entre o dia 10 e o dia 28 de fevereiro, estive no Brasil com mais quatro portugueses – o José Figueira, a Cláudia Afonso, a Joana Sobreiro e a Paula Trigo. Estivemos no Metaforum Internacional a fazer certificação Internacional em Coaching Generativo pelo IAGC (International Association for Generative Change) com os seus criadores: Robert Dilts e Stephen Giligan. Muito haveria a dizer sobre esta aventura. Aproveitámos a oportunidade única para entrevistar Robert Dilts.

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VERA: Antes de mais, quero agradecer-lhe por reservar o seu tempo para estar connosco. A nossa intenção é abrir em Portugal o caminho para o Coaching Generativo e para a Mudança Generativa. Achamos fantástico o seu trabalho e o do Stephen. É diferente. Não sei a palavra exata para exprimi-lo, mas é como feito à medida do meu “corpo-mente”. Sentimo-nos preenchidos. Representamos uma revista online muito nova sobre PNL e transformação pessoal. Tenho algumas perguntas e gostaria de ouvi-lo. DILTS: Obrigado, muito obrigado, será um prazer. VERA: Em Portugal, a terceira geração da PNL não é muito conhecida, embora a abordemos nos nossos treinos, gostaríamos que os nossos leitores se tornassem mais conscientes sobre do que se trata. Pode explicar-nos em que consistem e qual a diferença entre a primeira, a segunda e a terceira e, especialmente, o que a terceira geração

ra falamos de uma nova geração porque acrescenta toda uma nova área de possibilidades. Assim é com a PNL. A primeira geração girava muito à volta da linguagem, mas já na primeira geração, Bandler e Grinder expandiram-na para os sistemas de representação. Eu fui o principal autor do Neuro-Linguistic Programming: Volume I. E em PNL 1 andava tudo à volta dos padrões linguísticos e estratégias cognitivas. E assim foi decifrada a mente cognitiva. E se esta não tivesse sido a primeira geração da PNL, a maioria das pessoas ter-lhe-ia chamado Psicologia Cognitiva. É cognitiva. Acho veio acrescentar à PNL? que esta é a característica chave da DILTS: Penso que podemos de- primeira geração, a grande ênfase finir as três gerações em grandes na cognição, na forma como penlinhas. Evidentemente que a pri- samos, qual é a nossa estratégia. E, meira geração é a mais óbvia. Foi claro, as técnicas da primeira gerainiciada quando Bandler e Grinder ção da PNL foram primariamente o escreveram a Estrutura da Magia resultado da modelagem de teraque inicialmente era apenas sobre peutas: Satir, Pearls, Erickson. a linguagem. Ao ouvir um padrão linguístico faz perguntas e dessa As ferramentas funcionavam numa forma está a enriquecer o mapa relação um-para-um... Eu diria, do mundo de alguém através da como um programador: “Estou linguagem. É um pouco como um aqui para o ajudar a resolver o proiPhone, certo? Temos uma primeira blema”. geração, iPhone 1, iPhone 2, iPhone 3, iPhone 4, iPhone 6. Continua a ser A partir daí a PNL começou a esum iPhone, mas qual é a diferença palhar-se. No início, a maioria das ou porque não continuam todos a pessoas que utilizavam PNL eram ser ainda o iPhone 1? Porque cada psicoterapeutas ou psicólogos. Se um deles tem novas funções, o que estivesse numa sala como esta, faz com que não sejam da geração com toda esta gente, e perguntasanterior. Cada nova geração não se: “Quantos de vocês são Psicoteraacaba com a geração anterior. Não peutas?” Toda a gente iria levantar a abandona. Inclui-a e acrescenta-a, a mão. Hoje, talvez cinco, não sei. O amplia o que se pode fazer. Penso que aconteceu foi que a PNL comeque alguns dos primeiros iPhones çou a espalhar-se. Podemos usá-la não tinham Internet, alguns deles não só na terapia, mas também na nem uma câmara tinham. Ago- educação. Eu comecei a usá-la nas 7


verdade? A crença está situada no corpo e a saúde está situada no corpo. Foi um movimento de afastamento de problemas considerados apenas como mentais, emocionais e físicos e também do uso de cada vez mais aplicações na aprendizagem, nos negócios.

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A terceira geração começou com o aparecimento de toda esta noção de Campo e relacionamento. John Grinder e Judith DeLozier escreveram um livro Turtles all the Way Down. Girava todo à volta do padrão relacional. E assim se expandia esse conceito, essa ideia de uma mente-campo que não é apenas isso ou isto. Não é só esse corpo e essa mente, mas a interação entre os dois. E isso abriu toda uma área nova de aplicações. Algumas dessas coisas surgiram por causa do meu próprio trabalho. Eu estava a trabalhar com grandes empresas com grandes organizações. E percebe-se que não podemos apenas olhar para indivíduos. Há uma cultura, há um campo, há aqui qualquer coisa de diferente que não se pode apreender apenas com elementos cognitivos e que tem a ver com toda esta maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras. Eu diria que nesta terceira geração estamos a trabalhar com processos sociais, não apenas com mudança individual, mas com transformações de ordem social. É uma transformação sistémica maior. Poderíamos chamar PNL Sistémica a esta terceira geração.

escolas. Pode ser usada nos negócios, na gestão, nas vendas. Todas as gerações de PNL, tal como um iPhone é sempre um iPhone, são sobre expandir o mapa do mundo. E tudo em PNL é sobre modelagem: modelar alguém que está a fazer algo eficaz. Mais uma vez, os primeiros modelos eram pessoas que estavam a fazer algo eficaz na transformação pessoal: nas relações um-para-um.

dava apenas atenção sobre quais eram as suas pistas de acesso: “Oh, isso está-me a dizer que é visual.” A segunda geração disse: “Não, o corpo é ele mesmo, na verdade, um sistema de representação.” O sistema de representação não acaba nas pistas oculares. O corpo é um sistema de representação. No Coaching Generativo chamamos modelo somático. Na segunda geração da PNL chamávamos sintaxe somática.

Na segunda geração, a PNL começou a ser usada de forma mais abrangente que a Psicoterapia. Incluímos a mente somática que chamámos “sintaxe somática”. Então começámos realmente a empregar muito o corpo e não nos focámos apenas nas submodalidades, sistemas de representação e padrões linguísticos. A primeira geração da PNL quando olhava para o corpo,

Por outro lado, quando se conecta a mente e o corpo, começamos a mover-nos mais dentro das áreas da inteligência emocional e inteligência corporal. Por exemplo, para mim toda a área das crenças e da saúde constituem a segunda geração. Crenças não são apenas estratégias, não são apenas padrões VERA: Conhece bem a Judith e linguísticos. São crenças! E a crença gostaríamos que nos falasse um não existe apenas na cabeça, não é


pouco sobre ela porque pensamos masculino em nós, as mulheres têm que ela é uma pessoa muito, muito feminino e masculino, os homens especial. têm masculino e feminino. Penso que ela realmente trouxe essa diDILTS: Acho verdadeiramente a Ju- mensão do feminino. No início da dith uma pessoa muito especial. E PNL, e o Stephen Gilligan também Judith também lá esteve no início estava no início, tínhamos a noção da PNL. Foi casada com John Grin- de modelagem, de sistemas e de der por uns tempos. Foi co-autora generatividade. E a Judith é uma de “NLP Volume I” e co-autora de força generativa. Penso que a Judi“NLP II, The Next Generation”. Logo th foi verdadeiramente uma das pria Judith passou por todas as gera- meiras pessoas a trazer para a PNL ções da PNL. Obviamente, ela é mi- a componente da transformação nha parceira na NLP University em social. Ela tinha um programa comSanta Cruz na Califórnia. Escrevemos pleto que se chamava “Paixão em juntos a “Enciclopédia da PNL Sisté- Ação”. Era sobre empreendedorismica”. Pessoalmente, de certa forma, mo social, onde as pessoas traziam ao pensar na PNL de primeira gera- alguma coisa para criar um mundo ção, acho-a muito masculinizada. E melhor. há muita gente dentro dessa geração da PNL também muito masculi- Judy é minha sócia na NLPUniverna. Direcionada a resultados e fazer, sity há quase 30 anos. E desde o fazer, fazer, fazer. A Judith tem uma começo que somos muito, muito base de dança e estudos religiosos. amigos. Ela é feminina e representa o feminino. Ela tem uma ampla formação no VERA: Gostaria que nos contasse aspeto corporal e foi ela que trouxe um pouco sobre o trabalho profuno “corpo” à segunda geração e os do da Mudança Generativa. Qual é aspetos referentes ao Campo da ter- a essência deste trabalho? ceira geração.

DILTS: Stephen também esteve no início da PNL, depois saiu e seguiu o seu caminho mais na direção de Erickson que foi um dos seus modelos, mais ligado à hipnoterapia e à psicoterapia. Eu segui o caminho da educação, empresas e coaching. O Stephen e eu sempre tivemos uma ligação forte, mas durante alguns anos não nos vimos muito. Já depois do nascimento das nossas filhas, quando elas tinham dois ou três anos, encontrámo-nos numa conferência sobre Milton Erickson e demo-nos conta que: “Wouw, temos tanto em comum nos nossos princípios e temos vindo a fazer caminhos diferentes!” E estávamos realmente intrigados e começámos a pensar: “Wouw! O que podemos fazer juntos?” À medida que continuámos a trabalhar juntos, começámos a perceber isso. “Ok, então o que é que nos entusiasma tanto que nos mantém juntos? E que é diferente da psicoterapia, da hipnose tradicional de Erickson, da PNL tradicional, do coaching, … o que faz

Poderia quase pensar na primeira geração da PNL como estando muito situada no lado esquerdo do cérebro. A segunda geração e terceira geração tendem mais e mais para o lado direito do cérebro, na direção do cérebro completo e, finalmente, da pessoa na sua totalidade. Acho que Judith contribuiu muito para isso. A Judith representa muito mais uma qualidade feminina de graciosidade, beleza, integração, corpo... E quando falo de feminino e masculino… todos temos feminino e

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com que estejamos realmente conectados?” Estas coisas acontecem na vida. A cura é a irmã e o irmão da criatividade. Apercebemo-nos que realmente ambos estamos interessados em criatividade. Estamos constantemente a criar novas coisas. Estava há pouco a dizer a mim mesmo que ao ensinar juntamente com Stephen ele está constantemente a trazer coisas novas. Pensei: “Wouw! isto é incrível.” Quando estamos a ensinar juntos, damos por nós a aprender uma série de coisas um com o outro e em ressonância. E isso tornou-se um modo de chegar à resposta em torno de certos princípios. Até onde se pode chegar? “Isto não é um princípio de Erickson. Isso não é um princípio da PNL. É outra coisa que emerge da nossa interação”. O primeiro princípio foi essencial, a noção de generatividade: faça algo novo. Como é que uma pessoa cria uma vida nova? Escrevemos juntos o livro “A Jornada do Herói?” É todo à volta do apelo. Fui chamado para trazer algo ao mundo. E é isso que queremos patrocinar, de forma a trazer algo novo ao mundo. É isso que queremos apoiar: que as pessoas o façam também, para que percebamos a importância daquilo a que chamámos “estado generativo”. A PNL fala muito sobre estados, mas sentimos: “Oh, trata-se deste estado na nossa estrutura profunda”, é disto que realmente se trata, vai mais além e é realmente mágico. Isso não significa que excluamos os outros esta-

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dos. É isso o que estamos realmente a incentivar. Trata-se desta noção maior de direção versus resultados e metas ou objetivos. O Coaching Generativo é diferente da maioria do coaching tradicional e é diferente da terapia tradicional. É profundamente diferente. Dirigimo-nos, neste estado generativo, na direção de uma Intenção que não é um ponto específico de chegada. É mais um caminho. E ainda mais, esta noção tem a ver com o Campo, as três conexões do Estado Generativo: Intenção, Self e Campo. É um processo requintado e não existe em qualquer outra tradição que eu conheça.

base, que na nossa humanidade somos indivíduos únicos e fazemos parte de algo maior. Penso que, como o Stephen diz, estamos sempre nestes dois mundos: o mundo quântico e o mundo concreto. Todas estas coisas aparecem também noutros sítios, mas não assim, não como princípios fundamentais.

Penso que esta noção de humanidade, de conexão e que a magia está na humanidade, no relacionamento, na conexão. A conexão é extremamente significativa, extremamente importante no Coaching VERA: Para mim, que acabei de fa- Generativo. zer o curso, houve uma palavra que usou que fez toda a diferença, hu- Outra questão importante e que dimanidade, conexão. ferencia o Coaching Generativo é a forma como vemos os obstáculos. DILTS: Sim, rapport significa imitar os Mais uma vez, podemos ver algumovimentos, e isso não é conexão. ma coisa semelhante no trabalho Outra palavra que penso que faz a de Erickson mas... diferença é a noção de holon. Esta ideia de que eu sou um holon e VERA: Podemos ver um pouco no que sou parte de um holon maior. modelo de partes, mas não é mesNa verdade, acho um princípio de mo.


DILTS: Não é. Mais uma vez, tudo o que estamos a tentar fazer é levarmos estas coisas, estes pequenos pedaços que estão em toda parte, e colocá-los na fundação do Coaching Generativo. Há um pouco na PNL, um pouco de coaching tradicional... Mas nós pusemos numa estrutura. VERA: numa estrutura fácil, porque é fácil. A estrutura é fácil. DILTS: Isso é outra coisa que nós realmente trabalhamos muito no Coaching Generativo: os seis passos que dão uma estrutura, mas que também dão muita flexibilidade. Lembro-me que na PNL original, quando começámos, não havia técnicas. Havia alguns pressupostos fundamentais, mas estava presente muita criatividade. Depois, começaram as técnicas. Então anotavam-se os movimentos dos olhos e depois anotavam-se as etapas e, de repente (e eu lembro-me de sentir isso), era como se toda a magia desaparecesse. Tornou-se apenas tecnologia. Não era tão interessante. Erickson, é claro, não fez o mesmo. Erickson não seguiu uma técnica. É claro que as pessoas queriam as técnicas porque dava estrutura. Em relação ao Coaching Generativo pensámos “ok, precisamos dar estrutura, mas não uma estrutura que seja como uma prisão”. Então, damos às pessoas estrutura suficiente para que possa fazer alguma coisa que é simples, mas deixa em aberto possibilidades e uma grande flexibilidade. VERA: Isso é o princípio do universo.

DILTS: Sim, essa estrutura profunda. Eu acho que sim. É por isso que digo que o holon é tão importante. O universo está em cada um de nós.

momento estamos a estabelecer conexões. Num nível legal, na verdade, já passámos pelo processo de obter uma marca. E agora estamos a construir centros IAGC noutros loA mesma estrutura de generativida- cais, como no Japão e na China. de, como o universo gera, como a natureza gera, está em nós. E pode- VERA: Vai ser global? mos segui-la e então tudo é suave. Quando não a segue, então tudo se DILTS: Nós gostaríamos que fostorna difícil, trabalhoso, apertado, se global. Estamos atualmente no doloroso, todas essas outras coisas. processo generativo. O nosso maior obstáculo é o tempo VERA: Para terminar, sinto que o projeto IAGC é um projeto de vida VERA: Em cinco palavras, qual é a para si e para o Stephen. Pode falar- intenção e visão para o IAGC? -nos um pouco sobre este projeto? DILTS: Eu acho que a intenção e DILTS: IAGC é Associação Interna- visão do IAGC é a Conexão, a Criacional para a Mudança Generativa tividade, a Contribuição e diria que (International Association for Gene- também a Congruência. Há pouco rative Change) e a Mudança Gene- falaste em humanidade. Se puserrativa é maior do que o Coaching mos todas estas coisas juntas, coGenerativo. O Coaching Generati- nexão, criatividade, contribuição e vo é uma modalidade da Mudança algum tipo de congruência... totaliGenerativa. O que percebemos é dade. Teremos o que para mim para que estes princípios são princípios mim é integridade e humanidade. base que podemos levar para a sociedade, para as famílias, para a pa- VERA: Tenho de dizer que realmenrentalidade. Eu uso-os no meu tra- te sinto isso. balho com empresas, empresários, usamo-los no trabalho com grupos. Antes de terminarmos quero agraComeçamos a criar outros cursos decer novamente. Também quero e, por vezes, Stephen e eu fazemo- dizer que me vou lembrar deste -lo juntos e às vezes fazemo-lo se- momento para o resto da vida. O paradamente. A ideia é que outras Robert é um modelo para mim. pessoas também contribuam, por exemplo, como a Judith DeLozier DILTS: Obrigado eu. Quem sabe se que é uma praticante natural de um dia não vou a Portugal. Eu gosmudança generativa. Assim, outras tava de ir, toda a gente diz que é pessoas estão a fazer coisas que muito bonito. correspondem a este critério e visão de mudança generativa. Queremos levar essa visão e expandi-la e, duas pessoas não são suficientes. Neste

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COACHING GENERATIVO ARTIGO DE JOSÉ FIGUEIRA TRAINER DE PNL

O COACHING EM GERAL E OS NÍVEIS NEUROLÓGICOS

Cada pessoa ou organização encontra-se num processo em que cada um destes níveis pode necessitar de atenção especial. O coach joga diversos papéis e Robert Dilts tem vindo a desenvol- aplica diferentes ferramentas conver uma abrangente metodologia soante o nível de consciência, obde coaching com PNL sistemati- jetivos, processo pessoal e necessizando o tipo de intervenções e téc- dades do coachee: nicas para cada situação particular baseando-se no famoso modelo Para questões referentes ao dos “níveis neurológicos” de comu- “mundo exterior” temos necessinicação, mudança e aprendiza- dade de um “guia” que conheça o gem. terreno. Cria condições, conhece o

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caminho mais apropriado, oferece segurança e apoio. O “coach” no seu sentido tradicional e que tem a sua origem no desporto, ajuda o coachee no “âmbito comportamental” a atingir o máximo das suas possibilidades. Contribui para uma melhoria dentro de um contexto particular. O “professor” ou “instrutor” é, por excelência, aquele que ajuda no crescimento das capacidades cog-


O QUE É O COACHING GENERATIVO? O conceito de “generatividade” refere-se à descoberta, atualização e enriquecimento de recursos de tal forma que contribuam para a criação de um resultado inovativo, algo que nunca existiu. Pretendem-se mudanças ao nível da identidade e da experiência que as pessoas têm em relação aos sistemas maiores no quadro de uma contribuição para a construção de um mundo melhor.

nitivas e alargamento das “competências”. Apoia no desenvolvimento de novas estratégias de pensar e agir. Quando se fala da descoberta das possibilidades inconscientes, influenciar e libertar a sabedoria interior, desenvolver e ativar “crenças e valores” de forma positiva, então o coach é chamado a jogar o papel de “mentor”. Quando entram em jogo aspetos ao nível da “identidade” precisamos de um “sponsor”. Envia mensagens de reconhecimento, menciona e apoia incondicionalmente a essência individual para ajudar a atingir os prodigiosos e

Com o Coaching Generativo pretende-se ativar as infinitas possibilidades do inconsciente criativo de modo a deixar emergir algo que nunca antes teve lugar. É resultado do trabalho conjunto em que uma PNL sistémica de Robert Dilts se encontra com o desenvolinfinitos recursos latentes em cada vimento de um novo conceito de ser humano ou num grupo. transe que teve o seu fundamento em Milton Erickson e que é fruto Ao nível da “espiritualidade”, do trabalho do psicoterapeuta Stequando o apoio ao outro, dentro phen Gilligan. ou fora da organização, ultrapassa os níveis de guia, coach, professor O coach ajuda o cliente no estabee sponsor precisamos um “Coach lecimento de uma conversa, muicom C maiúsculo”, um “awakener” tas vezes metafórica, entre o seu que leve as pessoas e as empresas inconsciente criativo e o seu muna realizarem uma conexão relacio- do consciente. nal com a sua missão no mundo, contribuição para a sociedade e para com o planeta. A FÍSICA QUÂNTICA

E O INCONSCIENTE

A forma encontrada por Robert CRIATIVO Dilts e Steffen Gilligan para o desenvolvimento de um Coaching Hoje há uma forte tendência em com C maiúsculo foi o “Coaching unir os conceitos quânticos às teoGenerativo”. rias sobre a consciência. Assim

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cadas. Pretende-se abrir espaço ao que nunca existiu, criar opções, aumentar possibilidades de escolha. Em vez de objetivos e metas detalhadas, trabalhamos com intenções. A pergunta básica para ser respondida em 5 palavras ou, se possível, ainda menos, é esta: O que é que deseja criar de melhor na sua vida, o que tenha o máximo de importância para si? A intenção pode ser formulada simbolicamente e terá de ser intuitivamente acompanhada por imagens emergentes de alto valor significativo assim como traduzida somaticamente na forma de postura ou movimento. também Dilts e Gilligan fazem uso da quântica como metáfora para ilustrar algumas das características do Coaching Generativo, por exemplo, o conceito superposição como uma das propriedades mais interessantes do campo quântico. Gilligan define esta superposição como sendo o campo ondulatório que contém simultaneamente todos os estados possíveis de uma coisa e aplica tal princípio ao mundo psicológico para definir o inconsciente criativo. O inconsciente criativo engloba todos os estados possíveis em termos de identidade: o futuro, o passado, campos relacionais, sistemas familiares, arquétipos... todas as possíveis expressões de nós mesmos, o que fomos e no que nos poderemos tornar.

nossa interação connosco e com os outros: ao observarmo-nos e ao observar os outros tendemos a congelarmo-nos ou colapsarmo-nos num estado particular em detrimento de todos os outros estados possíveis passando a ser escravos de um único modelo do mundo preservado por todo um sistema limitado por crenças e valores.

O ESTADO DESEJADO SÃO INTENÇÕES

O ESTADO DE PRESENÇA Exercer Coaching Generativo exige que o coach seja ele mesmo o que está a facilitar e ajudar a despertar no coachee – é essa a diferença que faz a diferença. O coach encontra-se num estado de presença, sem esse estado nada pode acontecer de mágico na relação. Presença tem a ver com a capacidade de estar presente no aqui e agora, completamente centrado, ao mesmo tempo, nele mesmo e no coachee, neurónios espelho alerta, e conectado ao campo subjetivo que os contém.

A questão toda é conectarmo-nos a esse campo criativo de recursos para “generar” possibilidades “fora da caixa”. Para tal há que sair da linguagem lógica formal e usar uma Algumas das características constituintes de um estado de presença linguagem metafórica. são: flow, plenitude de vida, criatiEste mundo interior de possibilida- Não se trabalha aqui de objetivos vidade, satisfação, empatia, calma des infinitas é condicionado pela e metas concretas bem especifi- confiante, conexão…

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O EGO E A ALMA Para entender melhor este conceito de “conexão” talvez seja o momento de introduzir dois termos comuns muito utilizados por Dilts em PNL de 3ª geração: o Ego e a Alma.

-se nos perigos, constrangimentos, e persegue o prazer imediato ou a fuga desesperada à dor. Associam-se geralmente ao “ego” capacidades de ordem cognitiva tais como análise e estratégia. O seu fim é a segurança pessoal, salvaguarda, aprovação e reconhecimento, luta, controlo e benefício próprio. Pode tomar formas de auto arrogância e narcisismo ou de auto depreciação, autojulgamento e depressão. As suas formas de ação consistem em inúmeras variações de luta, fuga, paralisação, estupefação, resignação…

Considera-se o “Ego” como sendo fabricado com base em “filtros cognitivos” (crenças, modelos mentais, regras, interpretações, linguagem…); “filtros somáticos” (estado do corpo, movimentos, postura, emoções, instinto, energia…); “filtros de campo” (resultado das gerações, da família, da profissão, O conceito subjetivo e metafórico “Alma” é definido aqui como uma do domínio social…). estrutura energética profunda que Com base em omissões, generaliza- fundamenta a identidade e não é ções e distorções, fabricamos o nos- propriamente influenciada pela so modelo do mundo ao qual temos família, cultura ou sociedade. Extendência a apegarmo-nos e tomá- pressa-se na forma de uma contribuição ao sistema mais abrangen-lo como única realidade. Estas limitações levam o “ego” a te ao qual se conecta. perceber-se a si e ao mundo a partir da sua perspetiva limitada e a estar Palavras chave para caracterizar o ocupado com a sua própria preser- Ego e a Alma são exatamente a covação. Desconectado, o Ego foca- nexão (Alma) e o isolamento (Ego). Enquanto o Ego se caracteriza como compartimento estanque, a Alma está conectada a uma estrutura profunda maior, um espaço mais abrangente pleno de significado.

orientada para uma Visão sobre o que podemos criar para enriquecer o planeta. O Ego concentra-se no seu Papel social girando à volta da sua própria Ambição.

3 FORMAS DE VIVER A VIDA Poderíamos dizer, citando Joseph Campbell (1904-1987), o célebre autor de “O Herói de Mil Faces”, que a vida pode ser vivida de três formas distintas: A primeira corresponde ao ideal do ego, a vida convencional considerada “normal” em que somos chamados a viver a vida dos outros e copiar os valores da sociedade tradicional, do sucesso na escola, diplomas, carreira, dinheiro, estatuto, uma vida sobretudo caracterizada pela reprodução da rotina. É a vida de “aldeola”.

Muitos não se adaptam a este tipo de vida e rejeitam-na como superficial ou são rejeitados por ela, seja devido à cor da pele, orientação sexual, religião, baixo valor socioeconómico, até por ser mulher. É uma alternativa aos ideais do ego e da sociedade tradicional em que muitas vezes o cinismo, a apatia e a agressividade se maniO Ego gira à volta do que é per- festam na droga, na criminalidade, mitido dentro dos quadros das no fundamentalismo, no ódio ou suas próprias crenças, direcionado no desespero. a Ter e Fazer. A Alma foca-se em motivações internas tais como Ser, O “Coaching Generativo” é uma Despertar, Serviço, Contribuição, contribuição para a construção de Conexão, e anuncia e realiza a sua uma terceira via. Tem início com Missão e contribuição ao mundo

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aquilo que Joseph Campbell denomina o “apelo”, uma espécie de despertar do piloto automático causado pelo transe negativo inconsciente em que vivemos, transe este causado por problemas de saúde, relações frustradas, ansiedade, sensações de vazio e depressão, falta de significado. Neste caminho respondemos a uma chamada subjetiva apelando-nos à realização do nosso propósito de vida e não do propósito dos outros. caracterizada por lutas entre con- três inteligências, a “cognitiva”, a flitos internos), “somática” e a “relacional”. Esta última refere-se à inteligência que ESTADOS DE COACH Hurt (Dor, ferida, sofrimento, ofen- nos liga ao todo maior e que é deE CRASH sa, vazio, falta de significado no signada como “campo”), que se faz…). A vida de aldeola e o exílio com Holding (Refere-se à hospitalias suas características desumanas, dade, uma espécie de trabalho aumentam extraordinariamente as O OPOSTO É O ESTADO mágico que consiste em acolher possibilidades da manifestação do COACH. AS CARACTERÍSe abraçar e transformar de forma que chamamos estado CRASH. TICAS ATRIBUÍDAS A UM humana, criativa e inovativa, tudo ESTADO DE COACH SÃO: o que possa surgir dentro e fora de nós). As principais características de Centered (É um estado centrado, tal estado são: ligado ao nosso corpo, às nossas O estado COACH não só nos liga raízes e à nossa inteligência somá- aos nossos recursos mais profunContraction (Contração neuro- tica, ao chamado “cérebro entéri- dos como gera automática e natumuscular e aparecimento de sin- co”, à barriga e à terra), ralmente a empatia que o mundo tomas psicossomáticos como renecessita para que possa sobrevisultado de um estado de alerta Open (Significa abertura ao outro ver. Dá-nos o sentido de responsaperante os perigos e ameaças do e ao mundo, sentindo o “cérebro bilidade e apela-nos à construção mundo que acabarão por se tra- cardíaco” situado no coração. Tan- de uma sociedade mais humana, duzir em luta, fuga, paralisação ou to o cérebro cardíaco como o en- uma sociedade a que as gerações resignação ), térico têm merecido nos últimos futuras se orgulhem de pertencer. anos especial atenção por parte Reaction (Reatividade repetitiva das neurociências), O ESTADO GENERATIVO característica do funcionamento Qualquer caminho na direção da em piloto automático), Attending with Awareness (Esta- realização da intenção significatido de alerta, consciente, desperto va ou transformação pessoal ou Analysis (Análise cognitiva carac- e liberto de apegos a crenças e va- passagem através de dificuldades terística de uma cabeça sem liga- lores, livre de preconceitos e julga- internas e externas inevitáveis dução ao corpo), mentos redutores), rante o próprio processo da “viagem do herói” que segue o seu Separation (Sentido de separação Connected (Conectado às nossas “apelo”, exige um estado sensorial 16


adequado correspondente “à melhor versão de nós mesmos”, plenos de recursos. O Coaching Generativo concentra-se na ativação e intensificação máxima de recursos. Em momentos desprovidos de bloqueio neuromuscular há uma aceleração de energia, uma força vital que se traduz em ação criativa e inovadora resultado de termos o “canal aberto”, uma expressão atribuída a Martha Graham, a fundadora da dança moderna. Em tal estado o processo criativo é experimentado como não fluindo do eu, mas através de nós, tal como nos expressam grandes génios da nossa história como Leonardo da Vinci, Einstein, Mozart e até Michael Jackson quando falam das suas criações como não surgindo deles, mas emergindo através deles independentemente dos desígnios da vontade.

O PROCESSAMENTO DA MUDANÇA O processo geral para operação da mudança ocorre em 6 passos. Começa pelo relaxamento e pela criação de um campo caracterizado por centragem, coração aberto, estado de atenção consciente, conexão tanto interna como ao campo maior e mais abrangente como a comunidade ou o universo e, finalmente, disponibilidade absoluta para acolher tudo o que possa emergir durante o processo.

cinco palavras, acompanhada pela representação simbólica e pela manifestação somática. Esta intenção enquadra-se na visão, missão, ambição e papel do coachee no mundo: que espécie de mundo deseja ver construído para as gerações futuras, qual a sua contribuição única, que tipo de vida quer criar para si e que papel vai desempenhar para que o seu dom único possa ser manifesto?

O sexto e último passo é reservado à orientação e instalação do futuro e à prática para aprofundamento da mudança generativa. São declarados compromissos, volta-se trazendo ao mundo a nossa dádiva única, o dom único que cada um trás consigo e que tende a perder-se no meio da cacofonia da sociedade global.

PARA QUEM É ADEQUADO O terceiro passo refere-se à atua- O COACHING GENERATIVO? lização do estado generativo feito de recursos de situações passadas, pessoas que serviram para nós como guias, antepassados, símbolos, figuras lendárias, energias arquétipas (por exemplo: força, afeto e humor).

O Coaching Generativo não anula qualquer outra forma de intervenção em coaching. E certamente que pode ser utilizado também para estabelecimento de metas concretas no futuro, para relacionamentos pessoais, familiares ou Finalmente, quarto e quinto pas- profissionais, para lidar com paso, passa-se à ação e transforma- drões negativos, crenças limitadoção das dificuldades em recursos. ras, etc. Geralmente vão surgir bloqueios feitos muitas vezes de crenças limi- Mas o Coaching Generativo é altatadoras, partes de nós em conflito, mente indicado quando há necesmedos. Não se trata de lutar con- sidade de rutura com formas antitra eles, mas de serem abraçados, gas de funcionar, quando romper ouvidos, integrados num nível de com estruturas rígidas se torna cruconsciência superior ocorrendo cial, quando em tempos de crise, naturalmente uma mágica trans- crescimento e transformação pesmutação em que as “sombras” se soal profunda, sair definitivamente tornam muitas vezes nas forças da caixa se torna pertinente. mais relevantes de apoio.

Qualquer passo dado ou qualquer palavra pronunciada, tudo é feito em silêncio mental, quietude somática e criando espaço no campo. A atenção primária reside na ressonância no corpo. Seguidamente, no aqui e agora na As respostas encontradas são na linha do tempo, é expressa a inten- maioria das vezes de natureza simção para a sessão num máximo de bólica.

José Figueira Certificado em Coaching Generativo pela IAGC (International Association for Generative Change) para ler o artigo completo: http:// www.josefigueira.pt/2016/04/16/ coaching-generativo/

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VERDADE OU NÃO?

UMA HISTÓRIA DA LAPÓNIA SOBRE O INÍCIO DA PRIMAVERA

UMA NOITE ESTÁVAMOS SENTADOS AO REDOR DA LAREIRA E UM LAPÃO CONTOU UMA HISTÓRIA QUE VOU DEIXAR EM ABERTO SE É VERDADEIRA OU FALSA, SE REALMENTE FOI VIVIDA OU SE SE TRATA DE UM CONTO DE FADAS. DISSE QUE TINHA MESMO ACONTECIDO COM ELE E, PORTANTO, ERA VERDADEIRA. SE NÃO TEM MAIS NADA PARA FAZER PODE LER A HISTÓRIA E DECIDA VOCÊ MESMO O QUE ACHA. Toda a história nunca teria acontecido se a primavera nos países do Norte não se estivesse a fazer tanto esperar. Só temporais e neve. O Lapão pensou que algo de errado estava a acontecer no céu e que era uma boa ideia ir dar lá uma espreitadela para ver o que se passava. Mas como chegar lá? O céu está lá tão alto e tão longe! 20

O Lapão, que não era nada parvo, teve uma ideia. Pegou num machado e foi para a floresta. Cortou um enorme pinheiro aos bocados. Havia agora uma grande pilha de lenha elevando-se acima da floresta. Colocou-lhe no topo uma esteira de palha molhada e sentou-se-lhe em cima. Depois deitou fogo à lenha. O fogo pegou muito bem, a esteira secou desprendendo um denso vapor que transportou o lapão na direção das alturas.

as outras e que tinha a forma de um iglu. “Ah”, exclamou o lapão entusiasmado,” afinal aqui no céu vive mesmo alguém!” Correu para a casa feita de nuvem. Entrou e o que viu lá? O Trovão, de mãos e pés amarrados. “Que bom que você tenha vindo, homem”, disse o Trovão. “Desamarre-me depressa.”

“Se eu o desamarrar você começa a trovejar”, respondeu o lapão. Em equilíbrio um pouco instável “Tenho muto medo da trovoada. subiu na direção das nuvens. Agar- Parece-me melhor que quem o rou-se à ponta de uma nuvem amarrou que o desamarre.” e saltou-lhe para cima. Curioso, olhou em volta. Não havia muito “Não se faça de pateta, por favor” para ver. Só vazio e tudo branco, disse o Trovão irritado. “Fui aqui nem uma alma, em volta nada amarrado pela Geada. Como é que mais que nuvens brancas tão ma- a Geada me poderia vir desamarcias como a neve. De repente, viu rar? Enquanto eu não puder deao longe uma nuvem maior que sencadear a trovoada não poderei


dar início à primavera na tundra.” “Oh, é assim?” refletiu o lapão. “Bem, nesse caso tenho que desamarrá-lo.” Desamarrou as mãos do Trovão e este imediatamente começou a agitar os braços desencadeando uma trovoada tão forte que o lapão caiu para o lado. Felizmente que as nuvens são tão macias. Não se aleijou ao cair. “Eh, venha cá!” chamou o Trovão. “Precisa ainda soltar os meus pés.” O que fazer? O lapão tinha agora de acabar o que começou. Com um rosto apavorado desamarrou os pés do Trovão. Oh, oh, como começou agora uma terrível trovoada. O Trovão bateu vigorosamente com os pés e os trovões espalharam-se pelo ar. Com as suas mãos arremessou relâmpagos para a terra. O lapão não sabia o que fazer à vida. Tremia e tremia de medo e de

uma coisa sabia com toda a certe- piava o ninho, viu a sua chance e za: “Daqui tenho que desaparecer aproximou-se com cuidado e, após o mais rápido possível!” saborear os três ovos, ainda tinha mais fome. Procurando, desfez o Mas a terra estava lá muito em bai- ninho com as suas grandes patas. xo para que simplesmente pudesse As garras afiadas do lobo arranhadar um salto. Como de repente um ram a cabeça do lapão que se conrelâmpago passasse justamente ao trolou fazendo um grande esforço lado do seu rosto, o lapão agarrou para não gritar de dor. o relâmpago e sibilando, a grande velocidade, aproximando-se num Finalmente o lobo virou-se e preápice da terra, aterrou no meio de parava-se para se ir embora. O laum pântano submergindo até aos pão esperou pelo momento certo ombros. Tentou salvar-se da situa- e cravou os dentes na cauda do ção, mas não conseguiu, afundan- lobo e com toda a força fincou-se a do-se ainda mais profundamente ele. O lobo assustou-se e, apavorano lamaçal. do, com um salto gigantesco, pôs-se em fuga libertando o lapão do À sua volta era agora primavera. pântano. Três grandes saltos e o laArbustos em flor e os pássaros mui- pão estava em terra firme. Largou to ocupados a construírem os seus a cauda do lobo que nem queria ninhos... Um casal de cisnes voava saber sobre o que o tinha mordido. sobre o pântano. A fêmea desco- Depressa o animal desapareceu na briu que algo se destacava no pân- floresta enquanto o lapão se dirigia tano, um tronco de árvore ou um para casa. minúsculo monte ou coisa assim. Mais que uma vez, em frenDe qualquer forma, um belíssimo te à lareira, o lapão repetia lugar para um ninho. Ela fabricou o que lhe tinha acontecido. o seu ninho no topo da cabeça Alguns dos presentes acredido lapão que tudo suportou com tavam nele, outros não. Um grande paciência. Agora, já que deles disse: “É um conto de estava preso no pântano, talvez fadas”. Um outro: “É uma infosse bom ter algo em cima da cavenção.” beça. Pelo menos protegê-lo-ia de uma insolação. E quando chovesse Mas o Lapão mantinha-se manteria pelo menos a parte de inflexível: “É a pura verdade! cima seca. Quem se lembraria de inventar uma história destas?” A fêmea cisne pôs três ovos no ninho e sentou-se em cima a chocá- Tradução de J.F. -los. Num determinado momento “De veer van de kraanvogel. Sprookjes uit teve que partir e deixou o ninho het hoge noorden van Rusland en Siberië” voor kinderen naverteld door N. Gesse en sem vigilância. Um lobo que se S. Sadunaiskaja. Omniboek, Den Haag, 1978. escondia ali já a algum tempo es- ISBN: 90-620-70-52-3 21


VIVER

A PRIMAVERA ARTIGO DE CARLA SILVA

Sempre fui muito curiosa e sempre me interessou muito o mundo que me rodeava. Lembro-me de ser uma criança que fazia muitas perguntas. Seguia sempre o meu irmão mais velho e brincávamos muitas vezes os dois organizando grandes expedições pelo campo, nos verões que passávamos na aldeia da avó Laura. Desde cedo me interessei pela natureza e mais 22

tarde pela meditação e contemplação. Passava longos períodos a ouvir música meditativa com sons de passarinhos e rios imaginando locais paradisíacos onde me poderia sentir em harmonia com a natureza, onde tudo era bonito e maravilhoso. Mais tarde fui estudar engenharia florestal numa cidade do interior onde descobri como caminhando na natureza,

ouvindo e estudando os sons dos pássaros, observando, cheirando e identificando as plantas, seguindo as pegadas de raposas e lobos, poderia sentir todo esse bem-estar que a meditação e a contemplação outrora me traziam… Hoje em dia está muito em voga o termo Mindfulness ou o conceito de viver no momento presente.


na se organizam para usufruir os momentos presentes e preencher as suas memórias de beleza, harmonia e serenidade. Experimente também! E se o fizesse todos os dias?

EXERCÍCIO,

E como é óbvio isso interessa-me muito. Com a idade, o acumular de tarefas e responsabilidade, faz-nos muitas vezes mudar o foco de “o que é melhor para nós/o que nos faz sentir bem” para o que é preciso fazer. E a maior parte das vezes não é preciso fazer quase nada! Apenas ouvir um pássaro que canta numa árvore, no meio da cidade, quando saímos do carro para entrar no trabalho. Ou ver uma flor que abre as suas pétalas no jardim ou uma figueira que cresce no telhado de um edifício, onde não era suposto ter condições para tal. E fotografar todos estes pequenos momentos com a melhor máquina fotográfica que temos sempre à mão e disponível, os nossos olhos. Fixar essas imagens no melhor rolo fotográfico, a nossa memória e arquivar esses momentos bons e pacificadores em pastas acessíveis onde com a maior facilidade poderemos obter de novo a sensa-

ção que guardamos e alcançar os estados de paz, harmonia e bem-estar guardados, em segundos. Enquanto escrevo este texto vou-me recordando de uma viagem que fiz, para ver uma árvore monumental na companhia de umas amigas (o maior castanheiro da Europa que vive em aldeia de Guilhafonso, perto da cidade da Guarda). Haverá coisa melhor que descobrir a beleza e as maravilhas que às vezes estão mesmo ao nosso lado, na melhor estação do ano que se aproxima, a estação da renovação e do reflorescimento - a primavera. Experimente fazer caminhadas, Portugal é um país lindíssimo e repleto de riquezas naturais. Deixar a mente fluir enquanto o corpo caminha ao longo de um rio, de uma praia, de uma floresta ou apenas por aí… existem imensos grupos de caminheiros e amantes da natureza que todos os fins-de-sema-

30 MINUTOS (MÍNIMO): Decida sair e passear por um qualquer lugar, sem um objetivo específico, pode ser a sua rua, pode ser um outro local agradável onde se sinta muito bem, confortável e seguro. Enquanto caminha tome total consciência dos seus pensamentos, o que pensa, o que vê, o que sente, o que ouve… foque a sua atenção apenas numa das coisas de cada vez, naquela que a cada momento for a mais agradável. Fique atento ao que o rodeia, pode ser o som de um pássaro, o som do vento nas folhas das árvores, a cor das flores, a sua forma. Maravilhe-se com tudo o que de novo pode vir a aprender ao observar o que o rodeia. De preferência faça o exercício sozinho. Repita todos os dias ou sempre que possível.

Para saber mais sobre aves: http://www.spea.pt/pt/observar-aves/as-nossas-aves/ http://www.avesdeportugal.info/ Para saber mais sobre botânica: http://www.spbotanica.pt/ http://www.flora-on.pt/ Para saber mais sobre árvores monumentais de Portugal: http://www.icnf.pt/portal/florestas/aip/ aip-monum-pt Para saber mais sobre fotografia: http://www.fotografiaportugal.com/

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QUEM QUER ARRUMA UM JEITO. QUEM NÃO QUER ARRUMA UMA DESCULPA ARTIGO DE MANUELA PEITZ

OS PILARES DA VIDA

e logo alcançar uma melhor qualidade de vida. Quando um pilar É essencial construirmos pilares na ruir a nossa vida não desmorona nossa vida. Quanto mais pilares ti- totalmente porque temos outros vermos, melhor será o equilíbrio. pilares que nos suportam. E quanto mais bem estruturada for a nossa vida, mais liberdade e Aplicando os pilares essenciais à flexibilidade teremos. Uma ponte roda da vida, qual é o pilar que ao sólida será mais resistente e durará ser melhorado, automaticamente provavelmente para sempre. alavanca todos os outros no sentido desejado? Os pilares da nossa vida poderão ser entre outros, a família, o amor, No meu caso é o bem-estar físios amigos, a saúde, o trabalho, as co que contribui para que os resfinanças, o lazer, a religião ou o de- tantes aspetos da minha vida sesenvolvimento pessoal. jam influenciados positivamente. Abrange o corpo, a saúde, a relaDecerto que cada um terá que en- ção com o nosso físico. contrar os seus próprios pilares, O corpo humano é o meio que nos de modo a melhorar o equilíbrio faz sentir, experimentar e habitar o 24

mundo. É o nosso dever alimentar, repousar, manter em forma e cuidar de todos os aspetos que envolvem a saúde física corporal. Quando estamos em forma temos maior disponibilidade para concretizarmos os nossos objetivos. Ser saudável permite o contacto com o mundo e com a nossa essência. Assim conseguimos olhar para dentro sem nos distrairmos com o mundo exterior.

QUAL É O MOTOR DA SUA VIDA? Para mim, antes de tudo, é poder sentir-me bem comigo própria, e tal pressupõe equilíbrio mental, físico e emocional.


Tal como a PNL, também o exercício físico é um modo de vida. O ser humano foi concebido para se exercitar e não para levar uma vida sedentária. Ao longo da evolução do ser humano, o homem exercitava-se: há milhões de anos, andava de povo em povo, apanhava frutos em árvores, atirava pedras para abater animais, caçava, fabricava instrumentos simples de pedra, construía cabanas, e mais tarde, trabalhava no campo e na agricultura. Já nos dias de hoje, muitas pessoas levam uma vida bastante mais sedentária. Há que compensar o corpo com exercício físico, porque ao contrário do que alguns possam pensar, não é um castigo, mas sim, uma enorme oferenda. O hábito de praticar desporto foi-me incutido desde muito pequena. Tanto em casa como na escola o exercício físico fazia sempre parte do meu dia-a-dia. O que não te desafia não te trans- ansiedade e a depressão; ajuda a forma! lidar com os sucessos e insucessos A motivação torna tudo possível da vida, a desenvolver a resiliência e a criatividade, a ordenar as ideias, a melhorar a disciplina, a persisO QUE ME MOTIVA? tência, o compromisso que temos É o bem-estar (mental, físico e connosco e com os outros, e a auemocional) que a prática regular mentar a energia vital. SOBRE A MOTIVAÇÃO de desporto proporciona. Para Motiva e inspira-me também ver É fácil acordar às 6h30 da manhã além do bem-estar, o exercício fí- no nosso grupo de treinos mulhepara ir correr ou fazer um treino? sico ajuda a focarmo-nos em nós res e homens casados, com 2 ou Obviamente que não! Muito me- próprios e nos nossos objetivos, a 3 filhos, a exercerem profissões a combater o stress do dia-a-dia, a tempo inteiro e ainda irem treinar, nos quando está frio e a chover! Adoro todo o tipo de desporto ao ar livre. Pratico exercício físico quatro a cinco vezes por semana. Faço corridas de 6 a 8 km e treinos funcionais em grupo acompanhados por instrutores. Aos fins de semana faço caminhadas.

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Também as relações humanas melhoram drasticamente, sinto-me mais bem-disposta, mais feliz, e logo com mais disponibilidade para me entregar aos outros. Há poucas sensações melhores do que sentirmo-nos bem connosco seja às 7h da manhã ou às 19h de Para mim o lema é: NÃO HÁ DES- próprios: é o primeiro passo para tão motivados pelos benefícios CULPAS! A bem ou a mal, vamos ao que a vida nos sorria de todos os que estes treinos lhe trazem. treino! O importante é ir! Mais vale lados! um mau treino do que não treinar E DESCULPAS? de todo! E A SI O QUE MAIS O tempo que algumas pessoas O MOTIVA? perdem a desculpar-se por isto e O grupo de treino de terça-feira por aquilo. A desculpa serve prin- batizou o dia de MAGIC TUESDAYS. Já definiu os seus objetivos para cipalmente para nos desculparmos Este treino em grupo é tão fantás- esta primavera? Aproveitando o a nós próprios de não sermos ca- tico que ninguém se atreve a faltar. início da primavera, como pode pazes de cumprir algo a que nos melhorar a qualidade da sua vida? propomos. “Quem quer arruma um Quando pratico desporto regu- O que vai fazer de diferente nesta jeito. Quem não quer arruma uma larmente, sinto-me uma estela de primavera? O que pode fazer para desculpa.” As desculpas que nos cinema, imparável e com a autoes- aumentar a sua vitalidade e saúde? damos a nós próprios limitam-nos tima em alta. Tudo a que me proa ir mais além do que nos julgamos ponho na vida se torna possível. capazes. 26


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I FEEL GOOD!

UTILIZANDO A MÚSICA PARA INDUZIR E ALTERAR ESTADOS EMOCIONAIS ARTIGO DE ANABELA FERNANDES

Era uma sexta-feira de inverno, dia de escola, e a Marta tinha de acordar os filhos bem cedo. Era difícil tirá-los da cama ainda antes do sol nascer… Ensonados e aborrecidos, faziam tudo numa lentidão tal que, aos olhos da mãe, parecia ser propositada. Era preciso ajudá-los a vestir, comer e insistir repetidamente para se apressarem de modo a não chegarem novamente atrasados à escola. Quando a viagem de carro começava, o estado da Marta era já de grande ansiedade e os miúdos iam irritados e de mau-humor no banco de trás. 28

Mas nesta sexta-feira, a Marta usou uma estratégia diferente. Resolveu acordar os filhos ao som de “I Feel Good” de James Brown! O resultado foi tão surpreendente para Marta, que a partir daí passou a acordar os miúdos sempre com uma play-list divertida, que inclui temas como “Don’t Worry Be Happy” de Bobby McFerrin, ou “Happy” de Pharrel Williams, e só pára de tocar quando chegam à escola.

moço autonomamente, demoram muito menos tempo a sair de casa e, acima de tudo, não há birras! A viagem para a escola passou a ser o melhor momento do dia! Este é um exemplo de como a música pode ajudar a induzir estados emocionais mais adequados a uma determinada situação e alterar totalmente a nossa experiência relativamente a esses momentos.

Desde esse dia, os miúdos acor- A música é o tipo de som que mais dam quase sempre bem-dispostos, interfere com as nossas emoções. vestem-se e tomam o pequeno-al- Ou porque funciona como âncora,


trazendo à memória acontecimentos passados e com eles as respetivas emoções que lhes estão associadas, ou através da indução que decorre das características ou estrutura da música – tempo, tonalidade, volume, melodia e ritmo. Por exem-

esquecemo-nos muitas vezes desta poderosa ferramenta, que a maioria de nós tem hoje disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, ou seja, no telemóvel.

al for demasiado grande, convém escolher músicas que não provoquem grande dissonância. Ou seja, se o estado atual for de profunda tristeza, não há pior música para pôr a tocar que o “I Feel Good”do Mas a escolha da música mais ade- James Brown. O contraste seria tão

plo: uma música composta sobre uma escala maior (tonalidade) induz e é tipicamente associada a um estado de Alegria, enquanto uma música composta sobre uma escala menor é facilmente associada a Tristeza ou Melancolia.

quada nem sempre é simples. Na maioria das vezes a música é utilizada, não para alterar o estado indesejado, mas sim como forma de expressar e manifestar o estado atual. E assim, tendencialmente, aquele que sente o fatalismo escolhe o Fado, o que sente tristeza escolhe os Blues, o que sente melancolia escolhe Dark Indie, e o que se sente deprimido escolhe Grunge, numa tentativa de encontrar uma forma exterior de empatia com os seus sentimentos. Como consequência desta relação de empatia com a música, muitas pessoas acabam por reforçar ainda mais o estado indesejado em que se encontram.

Muitas pessoas já usam a música de forma deliberada para melhorar a qualidade das suas experiências: para alegrar a viagem nos transportes a caminho do trabalho, para sentir mais energia e empregar ritmo enquanto praticam desporto, para animar o jantar com os amigos, ou para criar um ambiente romântico para o casal. As aplicações são muito variadas e as empresas também o fazem, principalmente nas zonas Por outro lado, é importante comcomerciais e nos media, e de forma preender que se a distância entre bastante intencional. Ainda assim, o estado desejado e o estado atu-

grande que se tornaria ofensivo. Convém fazer uma escolha de músicas mais adequadas à situação e que possam ir alterando o estado de forma gradual. A música é uma ferramenta simples, extremamente poderosa e que temos ao nosso dispor de forma cada vez mais facilitada. Ao adquirir a consciência de como pode ajudar ou agravar o nosso estado, torna-se mais fácil saber como a utilizar não só para nosso proveito mas também para criar melhores experiências para aqueles que nos rodeiam. Coloquem a música ao vosso serviço, escolham as vossas play-lists de forma consciente e boas experiências! 29


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JUNHO DIA 10, 11 E 12 // ESTORIL COMUNICAÇÃO GENERATIVA Curso intensivo e pratico em 18 hocom José Figueira ras onde compreendemos os mecanismos da mente e da motivação Comunicar a partir da Missão, daquiDIAS 21 a 25 para desprogramar limitações e lo que sentimos como mais verdaPANORAMA SOCIAL ancorarmo-nos com programas que deiro em nós, suscitando nos outros com Lucas Derks entusiasmo e entrega. É um enorme nos facilitem a vida passo na “Viagem do Herói”. FerraNova psicologia do espaço mental DIA 12 mentas de coaching e auto coaching trata de todo o tipo de relações so- PRACTITIONER // ESTORIL ao nível da identidade e da missão ciais. A problemática das relações é com José Figueira trabalhada a partir das modificações das localizações entre os interve- Uma certificação como Practitioner DIA 24 // ESTORIL nientes nesse espaço mental em 3D em PNL é crescer em qualidade de MASTER com José Figueira de natureza inconsciente vida ao conhecer-se melhor, pôr em prática uma versão aprimorada de si O Master dá-nos novas ferramenDIA 27 e aumentar a sua influência desper- tas para coach, liderança, formação OPEN DOOR // ESTORIL tando o melhor no outro e ensino, consolida o aprendido no com Eugénia Fonseca Practitioner e apoia no processo que DIA 20 faz de nós pessoas ativas que fazem Vem descobrir o que é a PNL, as suas PRACTITIONER // PORTO a diferença no mundo ferramentas e aplicações. E muito com Maria Manuel Mendes mais! Uma tarde para descobrir e e Vera Braz Mendes descobrir-se. Uma certificação como Practitioner em PNL é crescer em qualidade de vida ao conhecer-se melhor, pôr em DIA 2 E 3 // LISBOA prática uma versão aprimorada de si TIME LINE THERAPY DIA 5 e aumentar a sua influência desper- com Vera Braz Mendes OPEN DOOR // PORTO tando o melhor no outro com Maria Manuel Mendes Trabalha com a mente inconsciente tirando partido das diretivas priVem descobrir o que é a PNL, as suas DIA 28 e 29 márias do Inconsciente e parte do CURSO INICIAL DE PNL // BRAGA ferramentas e aplicações. E muito pressuposto principal de que toda a mais! Uma tarde para descobrir e com Maria Manuel Mendes mudança comportamental é inconsdescobrir-se. Curso intensivo e pratico em 18 ho- ciente. O objetivo é libertar, descoras onde compreendemos os me- nectar emoções negativas e neutraDIA 7 e 8 canismos da mente e da motivação lizar decisões limitadoras CURSO INICIAL DE PNL // FARO para desprogramar limitações e com Eugénia Fonseca ancorarmo-nos com programas que nos facilitem a vida

ABRIL

MAIo

JUlhO

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