Pnl magazine 04

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FEV/MAR#01’2016 digital issuu PNL-PORTUGAL Magazine do Instituto de Programação NeuroLinguística PNL-PORTUGAL. Integramos os desenvolvimentos mais atuais da PNL no mundo. Evidenciamos as infinitas possibilidades do inconsciente humano e a realização pessoal plena de significado de vida.

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FICHA TÉCNICA Director editorial José Figueira www.pnl-portugal.com Edição Gráfica TheBOX-Studio17 Direcção de arte João Mello Fotografia / edição Rui Pereira

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO Eugénia Fonseca Trainer de PNL

Jean-Luc Monsempès Trainer de PNL

José Figueira Trainer de PNL

Rita Aleluia Trainer de PNL

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EDITORIAL PNL MAG #04

Mais um primor a juntar aos primores das nossas últimas revistas. Publicámos nos últimos números duas exclusividades: uma entrevista com um dos nomes mais consagrados no mundo da PNL, Robert Dilts e outra com Stephen Gilligan, um nome sonante da hipnoterapia e um dos maiores conhecedores de Milton Erickson no mundo. Hoje, uma entrevista exclusiva com uma mulher que, desde os primeiros momentos, participou na criação da PNL e continua contribuindo para o seu desenvolvimento: Judith DeLozier, aquela de quem se diz que, entre outras valiosas contribuições, trouxe o elemento feminino à Programação NeuroLinguística. Por volta de 1980, uma viagem feita da sinergia e sob a inspiração e diretiva de dois génios, Bandler e Grinder, rodeados de outros génios que contribuíram para a construção da PNL, chegou ao fim. Bandler e Grinder começaram então cada um deles, a seguir o seu próprio caminho. E como eles, outros traçaram para si os seus próprios rumos: Gilligan, Leslie Cameron, Gordon, Dilts, Pucelik, Andreas, e muitos outros. Felizmente que todo o arsenal de conhecimentos teóricos e ferramentas técnicas foi compilado a tempo em NLP I por Dilts, Grinder, Bandler e Judith como podemos ler a seguir no artigo sobre Judith DeLozier. NLP II nunca mais viria a ver a luz. Nunca mais?

Em 2010 surge NLP II, PNL para a Nova Geração. Os autores são: Robert Dilts e Judith DeLozier com Deborah Bacon Dilts. Oferecemos neste número um artigo baseado no capítulo introdutório deste livro e no último capítulo, a conclusão. Publicamos também a primeira parte de um artigo de Jean-Luc Monsempès, diretor do Institut Repère em Paris, com excertos de uma formação de Stephen Gilligan: “A Evolução da Hipnose”. A PNL Generativa apela a um trabalho harmonioso entre a mente cognitiva e a mente somática (a consciência e inteligência do corpo). Daí oferecermos aqui uma prática de natureza somática muito simples para lidar com problemas, dificuldades, obstáculos, estados sensoriais desconfortáveis e limitadores que nos permite uma transformação natural na vivência de situações difíceis e nos abre o caminho para novas perceções. Continuamos a nossa viagem, neste caso uma “peregrinação” no mundo da parentalidade onde tento transmitir em palavras a impressão emocional que me causou o livro da Rita Aleluia: “Mães do Mundo, a Programação NeuroLinguística ao serviço da educação com ética”. Podemos perceber a PNL teoricamente. Podemos inclusivamente praticar muitas técnicas. Sem sentir a sua alma e a aplicarmos concretamente para realizar o nosso

propósito no mundo e sem que a ofereçamos aos outros para que eles próprios espalhem valores humanos como amor e respeito, e sem que contribuamos para que a potencialidade dos novos “rebentos” possa crescer, se manifestar em bondade e ser livre, a PNL não tem sentido. É essa mensagem que se respira em “Mães no Mundo”, um dos livros mais lindos que li nos últimos tempos. Respondendo às perguntas de muitas das pessoas que diariamente nos contactam, fechamos este número com uma explicação simples e o mais exata que nos é possível, dentro da diversidade característica do mundo da PNL, com uma descrição dos diversos níveis formais de certificação. Aproximam-se dias mais escuros e friorentos. Tudo tem o seu charme. A viagem continua. Que tal luz indireta, lareira, música de fundo e, sobretudo, escutarmos em companhia o bater dos corações? Há palavras que nos aquecem a alma, há gestos graciosos que ficam ancorados na nossa lembrança. Nos dias que se aproximam não deixemos que fiquem em prateleiras esquecidas abraços que ficaram por dar… José Figueira

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Que nestes dias sejam postos em prática as qualidades que fazem de nós seres humanos empáticos, afetuosos, completos. E que 2017 seja, desde o início, a consolidação dos dons que trazem ao de cima a melhor versão de nós mesmos.

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Editorial Quem é Judith DeLozier? Entrevista exclusiva com Judith DeLozier NLP for the Next Generation ,segundo Robert Dilts

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A Evolução da Hipnose, segundo Stephen Gilligan

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UMA PRÁTICA

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Mães do Mundo uma experiência de leitura inesquecível

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Níveis formais de certificação em PNL

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AGENDA

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NÓS

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Quem é Judith DeLozier? um ARTIGO DE EUGÉNIA FONSECA

Judith Ann DeLozier (1947-) esteve presente nesta viagem no mundo da PNL que teve início nos inícios de 1970 no campo da Universidade de Santa Cruz na Califórnia. Ela viveu ao lado de Richard Bandler, compartilhou a mesma habitação em Scotts Valley com Frank Pucelik, Leslie Cameron Bandler e tantos outros curiosos, investigadores e visionários dos chamados tempos “selvagens”. Formada em antropologia e estudos religiosos, uma grande amante e praticante de ballet, deu enorme atenção 6

ao corpo, postura e movimento como sendo uma ferramenta primária da Programação NeuroLinguística. O corpo não é simplesmente um lugar onde se experimentam impressões sensoriais mas é em si mesmo um sistema representacional inteligente e veículo de riquíssimas expressões. Penso que é graças à Judith que deixou de se dar uma atenção por vezes demasiado exclusiva aos aspetos cognitivos. A componente somática passou a ter uma importância muito maior. A sua experiência com o ballet e com as danças do Congo conduziu-a a promover o uso da dança e do movimento como

uma ferramenta fundamental. Um resultado concreto disso foi o desenvolvimento da técnica da Dança do S.C.O.R.E. e a criação com Robert Dilts do processo de Sintaxe Somática. Considerada como a mãe da PNL, as suas contribuições são unanimemente encaradas como tendo tido alto valor para o desenvolvimento de numerosos modelos e processos da Programação NeuroLinguística, entre os quais o modelo básico de Ressignificação que traz à luz o papel da ecologia e da intenção positiva. Frequentou a casa de Milton Erickson nos seus últimos quatro anos de vida e modelou a estratégia que ele utilizava para a criação e utilização dos estados de transe


Em 2010 surge NLP II, The Next Generation, Enriching the Study of the Structure of Sjective Experience. Este trabalho é um caminho para a PNL do futuro, um precioso caminho dentro da variedade enorme de caminhos que nos oferece este riquíssimo mundo. Os autores de NLP II são: Robert Dilts, Deborah Bacon Dilts e, mais uma vez, Judith DeLozier. Quem a conhece sabe que ela vive, pratica e respira o que ensina. Passados todos estes quarenta e tal anos de PNL, a Judith mantém aceso o mesmo espírito das origens. Tem sido toda uma viagem feita de transformação, uma viagem excitante de descoberta e criatividade transmitindo à próxima geração um legado de “génios aos ombros de génios”e uma contribuição para a construção de um mundo melhor. Judith fecha o capítulo que escreveu para o livro sobre as origens de PNL sob a redação de Grinder e Pucelik, com estas palavras:

e metáforas. Foi casada com John Grinder e assim, como ela diz, a PNL tornou-se uma forma de vida. Com ele publicou em 1987 Turtles All the Way Down: Prerequisites to Personal Genius. Nesse livro Judith explorou os inter-relacionamentos entre a PNL e a cultura, a comunidade, a arte, a estética e a epistemologia. O resultado desse trabalho foi a criação da NLP New Coding que, segundo ela, abriu o caminho para uma aproximação mais sistémica e relacional da PNL e um ressurgimento de interesse em Gregory Bateson. Este trabalho, como ela conta em The Origins of Neuro Linguistic- Programming, criou o fundamento para as próximas gerações da PNL.

Colabora há cerca de 30 anos com Robert Dilts na NLP University em Santa Cruz e esteve portanto, desde os primeiros momentos, estreitamente ligada à evolução desta metodologia fornecendo com Grinder os fundamentos da segunda geração e construindo com Dilts a epistemologia, metodologia e a nova tecnologia da terceira geração. Com Dilts criou uma obra gigantesca que constitui uma das maiores preciosidades da PNL. Mil e seiscentas páginas, publicadas no ano 2000 sobre o Novo Código e a PNL Sistémica, a Encyclopedia of Sistemic Neuro-Linguistic Programming and NLP New Coding.

“Se agora olho para trás para os anos que passaram e estendo a minha vista até os primeiros dias de descoberta e excitação, posso encontrar os mesmos básicos princípios de então na nova geração da PNL. Os novos descobridores e as almas criativas que são formadas hoje têm uma maravilhosa e excitante viagem pela frente. Lembre-se: a viagem é ela mesmo o destino”.

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Entrevista exclusiva com

Judith DeLozier por Rita Aleluia Com uma energia e bom humor contagiantes, é assim Judith DeLozier. Mas é muito mais do que isto. Aos 69 anos, Judith respira uma humildade ímpar e assume que está na hora de passar a pasta à nova geração da PNL que “tem tanto ou mais para dar que eu.” Chega pontualmente aos compromissos e apresenta-se a cada pessoa desconhecida. A mãe e avó que um dia foi bailarina, não pratica meditações tradicionais, “a minha energia não permite”, assegura com uma gargalhada. Prefere fazer caminhadas diárias, enquanto passeia os seus cães e diz que “num 8

passo estou aqui, dois passos estou ausente e volto em seguida com mais um passo ao agora”. Ao contrário do seu amigo e colega Robert Dilts, DeLozier não é vegetariana, come de tudo, com moderação e ingere muitos líquidos ao longo do dia, sobretudo água. Quanto à metáfora que a define, não tem dúvidas em afirmar: “sou como uma espiral!” Como se sente quando dizem ser a mãe da Programação NeuroLinguística? (Risos) Sinto-me velha...

Bem, na realidade sinto-me muito bem! Eu não estive presente nos momentos iniciais da Programação NeuroLinguística. Podemos dizer, metaforicamente, que existe sempre uma pré-história antes de qualquer história. Comecei a caminhar na PNL em 1974. Além de mim, estavam presentes a Leslie Cameron, a Mary Mayers e outras pessoas, entre as quais, John Grinder e Richard Bandler, entre outros. Nessa altura, Robert Dilts ainda não fazia parte do grupo, ao contrário do Gilligan, que já frequentava o grupo apesar dos seus 19 anos. Aproximadamente um ano e meio depois conheci o Robert, também com


19 anos e, portanto, eu sentia-me mais que mãe, talvez até avó. Posso dizer que isto de ser considerada a mãe da PNL é sentido por mim como uma grande bênção. Foi a Judith quem introduziu o conceito de ecologia na PNL? Eu não sei se introduzi a ecologia mas acredito que há sempre uma intenção positiva em qualquer comportamento. A primeira técnica onde realmente percecionámos a verdadeira importância da ecologia foi no Reenquadramento em Seis Passos que desenvolvi com John Grinder. A partir desse momento, o pressuposto da intenção positiva e da importância da ecologia começou a generalizar-se por toda a PNL. Mas não me sinto responsável por ter introduzido a ecologia. O que sinto é que existe uma sabedoria que é essencial ter e algumas pessoas têm mais do que outras. O John Grinder e o Richard Bandler eram

definitivamente duas destas pessoas. Eles estavam no sítio certo, na hora certa e souberam aproveitar a oportunidade para lidar e estudar com os gurus da altura. Nos anos 70 os gurus estavam abertos à aprendizagem de miúdos novos. Havia bastante abertura sobretudo por serem também homens, já nós (as mulheres) éramos as típicas “miúdas” dos anos 70! No entanto, e apesar do caminho nem sempre ter sido fácil, as mulheres tiveram um papel essencial na PNL. Mas, como disse, não sei se me sinto a responsável pela introdução da ecologia na PNL (risos)! Sente-se uma espécie de Guru dentro da PNL? Não, não necessariamente. Conheço bem as minhas “bandeiras” na PNL. Tenho contribuído para o conceito de campo, bem como para uma visão mais somática.

O corpo é em si um sistema de representação completo com memória que codifica as informações. As pessoas costumavam tratá-lo mais como um vaso que carrega emoções, ou uma simples embarcação que as transporta. Mas o corpo é muito mais do que uma simples “embarcação” que transporta emoções. O corpo é ele próprio um sistema de representação. Até então, não era honrado como um sistema de representação tal como acontece com o sistema de representação visual, o auditivo digital e o tonal. Esta é definitivamente uma das minhas “bandeiras”. Em termos de contributo social interesso-me bastante por organizações sem fins lucrativos e pelas pessoas que nelas trabalham como voluntárias, criando espaço para que seja possível chorar e “curar-se”. Em geral, estas pessoas desenvolvem um trabalho extremamente difícil a troco de quase nada ou mesmo nada. Como vê a atual Programação NeuroLinguística? Tem sido extraordinário ver a evolução da PNL ao longo destes anos, passando pelas três fases e ter tido a sorte de ter feito parte das mesmas, ver como elas se conectam entre si fazendo a atual paisagem da PNL e: eu adoro o que vejo! Também adoro o facto de a PNL estar a ser aplicada a tantas áreas tais como: liderança, gestão, artes, saúde, educação, desporto e isso é realmente excecional e a prova de que nós podemos alcançar o “Success Factor Modeling” (N.T.: metodologia desenvolvida por Robert e John Dilts que identifica, compreende e aplica os fatores de sucesso críticos que impulsionam e apoiam o sucesso das pessoas e das organizações). Prova

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ainda que fazemos a diferença, porque somos todos humanos e temos todos o mesmo disco rígido e o mesmo hardware, embora tenhamos descarregado diferentes software! Apesar do diferente software, tudo é possível e a prova é que eu nasci numa pequena cidade, em Oklaoma, com apenas 14 mil habitantes onde eu era apenas uma pequena miúda do campo e mal poderia imaginar que hoje estaria aqui nesta universidade a falar contigo. É como se fosse magia, tudo é possível! Como é que vê a PNL aplicada à educação?

sentação. Eu veria esta possibilidade da PNL como um grande benefício no ensino e na educação. Eu tenho um amigo australiano que vive em Hong Kong onde é conselheiro numa grande escola e desenhou um pacote completo para intervenção e coaching para que, anualmente, todos os professores possam ensiná-lo aos alunos da sexta classe e estes o passem aos restantes alunos e possam, desta forma, transportar este modelo de coaching às classes mais baixas. E este é apenas um tipo de coisas incríveis que se pode fazer com resultados extraordinários.

gar. Só com o objetivo de saber como é que eu poderia ser melhor, como contribuir para um melhor ambiente à minha volta.

Que mensagem quer passar às mães? Penso que a PNL já devia estar mais presente na educação. Há já algumas figuras no mundo a aplicar a PNL especificamente à educação e há até algumas faculdades a ensiná-la como curso universitário, como as universidades da cidade do México e a de Xangai. Também é incrível percecionar como a PNL se tornou num completo sistema de terapia, como acontece, por exemplo na Áustria, onde são precisos quatro anos para se formar um terapeuta. Portanto, a PNL está entrar na educação e no ensino enquanto objeto de estudo, mas é também uma ótima ferramenta para alavancar o próprio sistema de ensino e é por isso que eu gostava de a ver mais presente na educação. Não ensinem às crianças o que pensar, mas como pensar e se elas aprenderem como pensar, estão então em condições de aprender qualquer outra coisa. Por outro lado os miúdos são muito cinestésicos, não aprendem por ouvir mas por fazer. Nenhum miúdo ficaria para trás nos objetivos do programa se tivéssemos melhores estratégias para lidar com todos os sistemas de repre-

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Eu amo-vos Mães! Eu amo todas as mães incluindo a Grande Pachamama. Amo a Mãe que te trouxe ao mundo e amo a sua Mãe que a trouxe ao mundo e a todos os batimentos cardíacos que são necessários para percorrer todo o caminho de volta lá para trás até à grande Mãe que nos alimenta: a Pachamama. Esta é a minha mensagem. Eu amo-vos Mães, qualquer que seja o significado desta palavra! Há algo mais que queira partilhar às mães dos nossos dias sobre a PNL e o que ela pode fazer pela edução dos nossos filhos? Haveria muita coisa para dizer às mães dos nossos dias. Uma das mais importantes é perguntar: - Que legado é que eu quero deixar quando partir? Pensar no que é que eu estou a ensinar, o que é que eu estou a transmitir. Pensar no tipo de modelo que sou, no tipo de modelo que gostaria de ser. Eu penso que estes são o tipo de perguntas para refletir, não para jul-

Judith, qual é a sua metáfora? A minha metáfora é a de um “tornado” Deixa-me‬ dizer isso de maneira diferente... é como uma “espiral”. A espiral corresponde à forma de um tornado, outras vezes é o próprio símbolo do ADN. Corresponde a muitas formas da natureza. A forma da espiral está constantemente presente na natureza e é muito poderosa!

Tradução de Rita Aleluia e Eugénia Fonseca


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NLP for the Next Generation, segundo Robert Dilts um artigo de José Figueira

O axioma mais básico da PNL e que forma o seu fundamento foi adotado da semântica geral de Korzysbki: “o mapa não é o território”. Lembremo-nos que vivemos no século 21 e, como diz Robert Dilts, também “o território já não é o que era”.

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A Programação NeuroLinguística cresce e desenvolve-se tal como o mundo que nos rodeia. Está em constante expansão e aprofundamento. Os fundamentos mantêm-se os mesmos: é o estudo da experiência subjetiva do ser humano e a sua aplicação prática levando do estado atual ao estado desejado através da aplicação de recursos.

Mas passou da psicoterapia para o campo alargado das empresas, da saúde, do coaching, do ensino, das artes, do desporto e é praticada por milhões de pessoas em todo o mundo. Deslocou-se o acento do campo do comportamento para níveis e fatores tais como crenças, valores, identidade e sistemas mais alargados. Há um crescimento nas


tad, James, Delozier, Haal, Dilts que tem jogado um papel crucial neste campo e, claro, os próprios fundadores Bandler, Grinder e Pucelik.

múltiplas interpretações, uma variedade enorme de novas vivências, um desejo cada vez maior de explorar experiências subjetivas alargadas tais como os campos de auto realização e espiritualidade. E seria isolar-se e morrer sem se abrir a novas contribuições vindas de brilhantes investigadores como Stephen Gilligan, Ken Wilber, Richard Moss, Eckart Tolle, Bert Hellinger, Rupert Sheldrake, Timothy Gallwey, Carol

Pierson, para nomear só uns tantos. Vive-se também, segundo Dilts, um processo de reexaminação dos clássicos tais como Erickson, Pearls, Satir, Bateson. E claro, há por todo o mundo o processo de consciência e evolução crescente dos milhões de praticantes e o trabalho de modelagem e o aprofundamento da PNL realizado por figuras explicitamente engajadas no seu desenvolvimento tais como a família Andreas, Bols-

NLP Volume I (junho de 1980, Dilts, Grinder, Bandler, Delozier) focava-se nas estratégias cognitivas. A partir de 1980 a PNL desenvolve-se então para novas áreas e aparecem novas distinções nos níveis mais altos da pirâmide dos níveis neurológicos. Caracterizaria este processo como uma passagem mais explicita da “estrutura de superfície” (que gira à volta da expressão verbal e não verbal) para a “estrutura profunda” (emoções, valores, identidade). A partir dos anos 90 e até aos dias de hoje Dilts introduz temas chave à volta do “campo” e da espiritualidade, um termo que pode levar à confusão com atividades de caráter religioso e esotérico. Entende-se por espiritualidade a experiência subjetiva da conexão ao que vai para além do individuo tais como a família, a organização, a comunidade. É uma componente sistémica da PNL. Tratam-se hoje temas como “generatividade”, inovação, criatividade, visão, missão, propósito, sistémica. Entram em cena novas práticas para um trabalho mais total que abrange as mentes cognitiva e somática e a mente de “campo” entendida como a conexão como o sistema alargado à nossa volta, a famosa “quarta posição percetiva”. As práticas e processos que utilizamos no nosso Master Practitioner completamente renovado, no instituto

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PNL-Portugal, inclui práticas de centragem, o jogo interior, a zona de excelência, a transformação generativa, a integração e uso de sentimentos desconfortáveis e dificuldades, energias arquétipas, a jornada do herói, colaboração e inteligência generativa, etc.. Em NLP II, PNL para a Nova Geração, Robert Dilts fala de PNL ao nível da Identidade cujo fundamento é aquilo a que chama Coaching com C maiúsculo e que trabalha com dois componentes: o Ego e a Alma. O Ego é uma construção cognitiva, um modelo de nós responsável pelo nosso sentido de identidade, ocupado com análise, critica, sobrevivência, segurança, controlo, aprovação, reconhecimento, ambição e que pode criar uma parte “sombra”: arrogância, narcisismo, mas também auto depreciação, auto julgamento, depressão… A Alma (a que podem chamar Essência, Cerne, Verdadeiro EU, etc.) é a força vital com que nascemos, a energia única desprovida de conteúdo e que fundamenta a nossa identidade. É uma “estrutura energética profunda” que se expressa na forma de conexão e serviço ao sistema maior que nos envolve. Enquanto o Ego se serve de análise para funcionar no mundo, a Alma opera através de “consciência” (awareness). Entenda-se que para uma saúde mental e física e para uma existência de sucesso são absolutamente necessários tanto o Ego como a Alma.

“Quando o nosso corpo (a mente somática) e o nosso intelecto (a mente cognitiva) se conectam como dois dançarinos respondendo à música da vida (o campo) então a alma é um veículo para expressão e sentimo-nos mais vivos, com maior alegria, uma intuição reforçada e mais em casa. Carisma, paixão e presença emergem naturalmente quando estas duas forças (o ego e a alma: visão e ambição) Cito aqui o que me parece ser a estão alinhadas. O desempenho ótimais importante mensagem de Ro- mo tem lugar quando o ego está ao serviço da alma. bert Dilts para a Nova Geração:

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As mais poderosas motivações são aquelas que combinam o alinhamento da nossa visão, missão, ambição e valores… Compreender a dinâmica entre o Ego e a Alma e alcançar o balanço entre eles, é uma parte essencial do coaching de identidade e PNL de próxima geração”. Finalizo com as palavras de Dilts, as mesmas com que terminei o meu livro “Descobrir PNL”: - Como pode ver, é apenas o começo. Há muito mais para vir!


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A Evolução da Hipnose, segundo Stephen Gilligan um artigo de Jean-Luc Monsempès

A arte da hipnose Ericksoniana consiste em criar um contexto favorável (o estado de transe) para estimular o nosso inconsciente de modo a que possa criar novas soluções para os nossos problemas. A Hipnose Generativa é diferente da hipnose tradicional na qual o cliente perdia o controlo, ou mesmo da hipnose Ericksoniana em que o terapeuta benevolente contorna o consciente do cliente a fim de trabalhar com seu inconsciente. A Hipnose Generativa de Stephen Gilligan é um processo de “fluxo disciplinado” em que o consciente e o inconsciente da pessoa trabalham em conjunto de forma criativa para deixar emergir uma consciência superior capaz de gerar possibilidades que vão muito além daquelas que já tinham sido imaginadas e criar uma mudança “transformacional”. Uma das principais ideias do transe generativo é a noção da existência de dois níveis distintos de consciência: a “consciência clássica” e o “inconsciente criativo quântico”. No “transe generativo” procuramos alinharmo-nos simultaneamente a esses dois níveis e, em particular, adotar o nível quântico como um “ninho” em estado de acolher o nível clássico. 16


Parte I: As Três Gerações de Transe Segundo Stephen Gilligan, a hipnose evoluiu do transe autoritário ao transe generativo.

A primeira geração é representada pela hipnose autoritária A primeira geração partia do princípio que o consciente e o inconsciente são “imbecis”. Portanto, com a primeira geração de transe, para ajudar alguém a transformar-se, você tem que “pôr a dormir” o consciente e depois falar com o inconsciente como se

ele se tratasse de uma criança de dois anos: “tu vais fazer isto ou não vais fazer aquilo”. Nesta abordagem a hipnose é considerada como uma questão de sugestionabilidade. O inconsciente é como uma ardósia virgem sobre a qual se podem programar ideias. A partir deste conjunto de pressuposições específicas vamos viver a experiência do inconsciente como um afunilamento da atenção. Para além disso o inconsciente é considerado em sentido literal. Se tais fossem realmente as propriedades do transe, qual seria então o valor que poderia ter o transe em termos de aprendizagem criativa? Ao 17


Erickson dizia aos seus clientes “o seu inconsciente é muito inteligente”, mas esse inconsciente é sobretudo inteligente na presença de Erickson. Pode perguntar-se o que é que o cliente vinha fazer ao gabinete de consulta de Erickson com um inconsciente tão inteligente? Por que é que a pessoa vem com tais problemas tão importantes se tem um inconsciente genial? Temos de acreditar que o inconsciente não pode ser tão inteligente sem a presença de Milton Erickson. Acontecia alguma coisa quando Erickson se punha a falar com o inconsciente do seu cliente. Esta associação entre inconsciente do cliente e a organização consciente de Erickson gerava algo de criativo. Com todo o seu talento, Milton Erikson conseguia “desligar” temporariamente o consciente do seu cliente antes de poder criar a mudança. A questão agora é a seguinte: o que acontece com a pessoa quando sai do consultório de Erickson sabendo que provavelmente vai ser confrontada com novas dificuldades, novas crises? Infelizmente observei frequentemente em pacientes de Erickson, ou pessoas treinadas por ele, aquilo pela qual a hipnose é criticada: a pessoa torna-se muito dependente do hipnotizador. As pessoas entravam numa espécie de transe e questionavam-se: “O que é que Milton poderia sugerir-me agora na minha situação? “ E isto é um esquema não generativo.

ria. O consciente continuou ainda a ser considerado como um “imbecil”. No transe Ericksoniano mantém-se o mesmo princípio consistindo em primeiro “pôr a dormir” o consciente. Quanto mais rápido o consciente se afastar mais depressa a aprendizagem pode começar. Para distrair ou passar por cima do consciente vai-se utilizar a confusão. Gostaria de insistir no facto de que a abordagem de Erickson constitui uma contribuição significativa para a terceira geração de transe. Há no entanto algo de incompleto porque precisamos da inteligência consciente A segunda geração é repre- para fazer emergir a criatividade do sentada pela hipnose Erick- inconsciente, um consciente indispensável para definir uma intenção, soniana estabelecer um plano, organizar as Milton Ericksonn contribuiu para um coisas dentro de um quadro. E sem salto revolucionário na hipnose ao estas propriedades do consciente, Num trabalho de transformação considerar o inconsciente como um parece muito difícil de implementar procuramos ajudar uma pessoa a encontrar e confiar na sua própria armazém extraordinário de sabedo- uma boa atividade criativa. querer criar um estado que vos torna curto de espírito e que vos faz funcionar de forma muito literal, como poderia tornar-se criativo? E como o inconsciente é considerado um recetáculo passivo, ele é ativado por uma linguagem externa à pessoa. É o hipnotizador que propõe a linguagem que faz a mudança. Se você é um bom tipo para a hipnose, é suposto não fazer nada senão deitar-se de costas e receber mensagens. É de estranhar então a reserva das pessoas em relação a entrar em transe?

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suicídio? Infelizmente esta maneira de considerar o transe é ainda muito comum entre numerosos profissionais. Alimenta a ideia de que o inconsciente é como um animal selvagem que é preciso aprisionar numa jaula na cave.

A terceira geração é a do transe generativo

voz, ajudar a pessoa a apoiar-se na sua própria responsabilidade. Há, naturalmente, uma parte em todos nós que gostaria que fosse alguém de outro que o fizesse por nós. É sempre o perigo subjacente num trabalho de transe. Então, o que fazer com a forma como Erickson falava como o inconsciente do seu cliente? Erickson evidenciava muito bem como é que o consciente em geral se organiza, um consciente que gosta de controlar as coisas e ficar num quadro circunscrito. Erickson mostrava aos seus clientes que não precisavam de organizar o seu consciente de uma maneira muito rígida e que

Assumimos aqui que qualquer pessoa é capaz de aprender as competências que lhe permitem conectarem-se ao seu próprio inconsciente criativo. Cada indivíduo pode aprender a usar os recursos do inconsciente e fazê-lo de forma que faça sentido para si. Cada um pode tornar-se um Milton Erickson à sua própria maneira. É isso que constitui o transe de terceira geração onde se dá a mesma importância tanto à mente consciente como à mente inconsciente. O psicólogo William James dizia que o inconsciente é como um cavalo havia um número infinito de ma- e que o consciente é representaneiras de organizá-lo. Erickson do pelo seu cavaleiro e que tudo mostrava assim como organizar o depende da conexão entre o cavaconsciente para que pudesse estar lo e o cavaleiro. É na conversação num nível muito generativo. Cha- que tem lugar a função criativa. Na mo a isso a “função Erikson”. Agora forma tradicional o hipnotizador uma questão prática: Era Erickson colocava-se no andar de cima na o único a saber fazer isso? Ele tinha conversação. O hipnotizador está um espírito brilhante com carac- agora lá para ajudar a pessoa a deterísticas de génio, e muitas abor- senvolver esta conversação criatidagens reforçam a ideia de que va no interior dela mesma. fazia coisas únicas. Mas são então precisos hipnotizadores altamente Para desenvolver as competências treinados e licenciados para fazer e os conhecimentos precisamos como Erickson, aproximarem-se primeiramente de nos harmonide um inconsciente percebido zarmos com o nosso estado socomo perigoso, capaz de gerar mático e, em seguida, ser capaz de com raiva um homicídio ou um nos conectarmos de uma maneira

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amigável com o nosso inconsciente criativo. Se estivermos tensos ou não devidamente focados não estamos no bom lugar para iniciar uma conversação criativa. Quaisquer que sejam os padrões de pensamento desenvolvidos para esta conversação criativa devemos aprender ao nível cognitivo a aceitar “o que é”, a encontrar um equilíbrio com “o que é”, a estabelecer múltiplos mapas de “ o que é”. Ao organizar nosso esquema cognitivo a partir de “o que é”, algo interessante pode acontecer. Procuraremos adquirir habilidades que permitam uma relação 20

harmoniosa entre o consciente e o inconsciente. Estas duas formas de inteligência representam as duas dimensões da consciência humana: o mundo clássico e convencional e o mundo quântico e criativo. E ser humano consiste em avançar e progredir ao mesmo tempo nestes dois mundos.

Primeira parte de trechos de uma formação “A Arte da Hipnose Ericksoniana” com Stephen Gilligan, em novembro de 2015, no Institut Repère em Paris. Transcrições e adaptações de Jean-Luc Monsem-

pès, presidente honorário do Instituto Repère, médico em França e nos Médicos Sem Fronteiras e Master Trainer em PNL. No próximo número publicaremos a segunda parte deste artigo: “A Inteligência Consciente e Inconsciente” O texto deste artigo é a propriedade do autor Jean-Luc Monsenpès e não pode ser utilizado sem o seu consentimento e sob certas condições. Tradução de José Figueira e publicação autorizada pelo autor para PNL-Portugal.


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UMA PRÁTICA um artigo de José Figueira

Qual é o grau de contacto que tem consigo mesmo? Esta pergunta diz-lhe alguma coisa? Certamente que o leitor está, em maior ou menor grau, consciente de si mesmo. Se não fosse assim parece-me que não estaria a ler esta revista. O pressuposto aqui é: A conexão positiva connosco é a

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essência do bem-estar. Qualquer problema, obstáculo, sensação de desconforto, só existe, ou agrava-se, desde que percamos o contacto connosco. O que quer isto dizer? Um problema é provocado por uma atividade cognitiva (análise, crença, memória, luta, controlo… etc) acerca de uma sensação.

Há uma sensação somática (um estado) e há um julgamento negativo e uma atividade cognitiva tentando afastar ou resolver esse estado sensorial original, o que produz um estado meta, um estado sobre o estado. É este estado sobre o estado que causa o fortalecimento do obstáculo ou aumenta a sensação de desconforto.


1. Aceitação da situação pela “cabeça”, a parte cognitiva no processo (isto é feito em PNL pela aceitação da intenção positiva do comportamento ou do estado); 2. Voltar ao “corpo” e à vivência plena do corpo no aqui e agora, reencontrar a conexão plena com o que sentimos como sendo o nosso “centro somático”, a parte do corpo em que nos sentimos mais nós (em geral um pouco abaixo do umbigo); 3. Respirar mais profundamente até se imaginar que inspira e expira com todo o corpo; 4. Conectado com o centro somático e mantendo essa conexão, voltar à situação original que designava como desconfortável, obstáculo, problema ou situação indesejável. no aqui e agora. Podemos dizer que saímos do “corpo” (saímos da mente somática) para a “cabeça” (a mente cognitiva) a fim de julgar a sensação primária e arranjar maneira de nos livrarmos dela através Há uma primeira sensação que é do raciocínio. Enquanto quisermos uma sensação primária muito sim- resolver a situação somática com a ples tal como quente ou fria, pe- “cabeça” aumentamos a possibilisada ou leve, forte ou fraca, macia dade de agravar a situação – pois ou áspera, pressão, vibração, loca- é a parte cognitiva em si que faz lização, movimento… A segunda parte do problema. sensação torna-se uma sensação Daí a necessidade de fazermos as meta, uma emoção e é o resultado coisas de outra maneira, em geral dos filtros da nossa história pes- é: “sair da cabeça e viver a vida”. soal, tanto das dores do passado Como é que isso se faz? Há inúmeras formas com alguns elementos como desejos no futuro. Resumindo: um problema só exis- comuns em todas elas. Utilizamos te, ou agrava-se, graças a não vi- aqui alguns desses elementos: venciarmos a situação e a sensação Já Virginia Satir fazia sempre 2 perguntas: - Como se sente? E de seguida ela perguntava: - Como se sente sobre como se sente?

Este processo, se não resolve a situação definitivamente, causa inevitavelmente uma transformação natural na vivência da situação original e permite abrir-se para novas perspetivas. Tal processo é um complemento inestimável das técnicas de PNL a qual muitas vezes tem sido acusada por dar demasiada atenção aos aspetos cognitivos descurando o essencial, a parte somática. Estes simples passos formam apenas uns dos variados fundamentos que alicerçam novas práticas consideradas de “terceira geração”.

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Mães do Mundo

uma experiência de leitura inesquecível um artigo de José Figueira

livro da Rita Aleluia “Mães do Mundo, a Programação NeuroLinguística ao serviço da educação com ética”. Como então escrevi, estava em vésperas de ser avô e assim ainda mais sensível para o tema. Mais sensível fiquei ainda quando desajeitamento, depois de muitos anos sem prática destas coisas, tive pela primeira vez a minha neta nos braços. No momento em que a minha neta Nina teve consciência de mim e sorriu, senti uma sensação que vinha Foi para mim uma ocasião muito de muito longe e que novamente especial escrever o prefácio para o tinha sentido ao ler o livro da Rita: o

Na lombada do recente livro de Rita Aleluia podemos ler: “Mães do Mundo oferece um vasto leque de testemunhos e práticas que resgatam nos pais o lado melhor que pretendem consagrar a um filho. Seja qual for o desafio a enfrentar, o respeito pela criança enquanto pessoa que o é, será sempre o primeiro passo para a sua resolução”.

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espírito de amor e essência da vida, o fluxo do Ser. Logo na dedicatória do livro está manifesta a empatia que irradia deste trabalho. Rita dedica este livro a “ti”. Este livro não é só para Mães e sobre as Mães do mundo, este livro é dedicado ao Ser e portanto é um livro para mim, é um livro para ti, é um livro que só podia ter sido escrito por um coração que irradia empatia. É um livro de Luz para ser lido com os olhos da Luz, uma contribuição para um mundo melhor. A Rita fala no livro sobre rapport


como condição essencial para a comunicação e crescimento saudável e feliz. Mas para haver verdadeiro rapport terá de haver, em primeiro lugar, um coração empático que nos abrace sem ser mesmo necessário o contacto. Conhecemos a Rita como uma mulher corajosa de espírito positivo e prático, vital e plena de iniciativa, uma cidadã habituada a viajar por todos os continentes. Ela convida-nos agora para uma “peregrinação” no mundo da parentalidade ao encontro do Ser através da “conexão”. Dá-nos exemplos comoventes de mães que encontrou por essas terras além, e dicas práticas da sua experiência de mãe, experiências essas apoiadas em toda a sua simplicidade por princípios e ferramentas da Programação Neunós quem nós éramos realmente, roLinguística. seres de Luz? E quem nos ajudou Dá-nos, por vezes, ferramentas des- a fundamentar a crença assente na critas em passos, mas não são téc- maior verdade sobre nós, esta grannicas, todo o livro respira a mesma de verdade: apesar de todas as posmentalidade, são práticas de vida síveis aparentes manifestações conem que o modelo dos Níveis Neu- trárias, cada um de nós é OK. Quem rológicos da PNL está presente, ins- nos olhou nos olhos e nos disse: pirando e iluminando a nossa via- Este é o teu lugar no mundo e tens gem. Estes “níveis” despertam-nos todo o direito e mereces ocupá-lo? para a realidade de que por detrás de cada comportamento há um O livro fecha desvendando um seSer em busca de realização e amor: gredo de como conseguir ser me“uma criança ‘insolente’ pode estar lhor mãe, um segredo tão simples apenas a pedir atenção e carinho”! que não vou revelar aqui. Mas, ciPor detrás de cada ação, por mais tando a Rita, vou falar do que penso estranha e disfuncional que pareça, ser necessário para pôr em prática há uma intenção positiva que quer este segredo. É respeito, respeito pelo Ser vivo em cada um de nós. ser ouvida e deseja ser realizada. Quem olhou verdadeiramente para Na apresentação que fiz do livro nós na nossa vida através dos nos- da Rita na Fnac, no Centro Comersos comportamentos desajeitados, cial de Cascais, eu fechei com uma infelizes, incorretos? Quem viu em histórica verídica que acabara de

presenciar no programa de Cesar Miller. Um cachorro de raça roedora desesperou durante anos os seus donos incapazes de transformarem o seu “mau” hábito de roer a bolsa de transporte. César pegou então delicadamente no cachorro e meteu-o na bolsa ao contrário, quer dizer, em vez de entrar com o focinho pela abertura da bolsa, entrou com a parte traseira. O cachorro sentou-se então calmamente na bolsa, em paz e “sorridente”. Explicação: o cachorro, como não viu a entrada, não lhe passou pela cabeça que era um “toca” e deixou de roer. Tudo pode ser tão simples. É uma questão de respeito pela verdadeira natureza das coisas. César respeitou a natureza do animal. E para isso é necessário sintonia, conexão, empatia, amor e conhecimento. 25


A parentalidade, ao contrário do que nos querem fazer crer, é simples, intuitiva, parte do coração. O amor, aquele que se traduz em gestos de carinho, escuta ativa, olhos nos olhos, aquele que te permite fazer a conexão com o próximo, é sempre o caminho. E é aqui que a PNL é mestra. Ela permite-te comunicar eficazmente com o teu filho, mergulharem juntos numa viagem sem fim e dá-vos liberdade. Através 26

de uma série de ferramentas, vais perceber que a tua visão se cumpre com a missão de seres mãe e que, além de grandiosa, é uma missão única e indispensável para tornar o mundo num lugar ainda melhor para crescer. Até porque, a sociedade começa em casa e tu és sempre o melhor exemplo para o teu filho. E aqui, não há lugar para culpas! Tu fazes sempre o melhor que sabes e podes em cada momento. A trans-

formação opera-se em cada pequeno e silencioso gesto de presença, de entrega e de aceitação. A PNL oferece-te as mais desafiadoras perguntas para te colocar no topo da excelência! Agora, abraça-te, abraça o teu filho, agradece e deixa fluir… Este livro encontra-se neste momento à venda na Fnac, no Centro Comercial de Cascais.


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Níveis formais de certificação em PNL um artigo de José Figueira

Muitas pessoas têm pedido esclarecimentos no que se refere aos níveis oficiais de certificação geralmente reconhecidos pelas Associações de PNL no mundo.

Com muito menos frequência encontramos o Post Master Practitioner com uma duração de, pelo menos, 20 dias e que exige uma aprovação especial por um organismo oficial de PNL. Após o Master Practitioner segue-se o Trainers Training com uma duA certificação básica oficialmen- ração mais variável mas em geral te reconhecida é o Practitioner com também com o mínimo das 130 houma duração presencial mínima de ras presenciais. 130 horas sem contar com as pau- A certificação como Trainers Trainers sas. Segue-se o Master Practitioner não dá automaticamente direito a também com igual duração míni- que as pessoas com este título possam certificar outras pessoas. Para ma. 28

isso é necessário passar todo um processo de assistências, supervisão e treinos dados com um Trainer oficialmente reconhecido. O escalão mais alto é o Master Trainer. Só este pode certificar novos Trainers. Há raríssimos cursos para Master Trainer no mundo. Os Master Trainers podem ser nomeados por organizações internacionais, Institutos reconhecidos, “Gurus” mundiais da PNL, ou depois de realizados uns tantos critérios estabelecidos pelas Associações. Encontramos muito a classificação


Master e Trainer que certamente pode causar alguma confusão. Quando alguém se intitula assim, quer isto dizer, em princípio, que seguiu o processo oficial de certificação como Trainer: é Master e é Trainer, pois para certificação em um nível é estritamente necessário ser certificado no nível imediatamente

anterior. Podem encontrar-se, por vezes, certificações como Trainers Training que não obedecem a este critério. Esperemos ter tornado mais claro o trajeto oficial que me parece ser o mais aceite pela maioria das associações mundiais.

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JANEIRO DIA 19 // ESTORIL PRACTITIONER com Eugénia Fonseca e José Figueira

dia 24 // Estoril MASTER com José Figueira

MAIO DIA 26, 27 E 28 // ESTORIL COACHING GENERATIVO com José Figueira

O Master dá-nos novas ferramentas para coach, liderança, formação Uma certificação como Practitioner e ensino, consolida o aprendido no Ferramentas de coaching generatiem PNL é crescer em qualidade de Practitioner e apoia no processo que vo, ao nível da identidade e do nosvida ao conhecer-se melhor, pôr em faz de nós pessoas ativas que fazem so propósito. Ativa a melhor versão prática uma versão aprimorada de si a diferença no mundo de nós na realização de mudanças e aumentar a sua influência despergenerativas tando o melhor no outro DIA 28 E 29// ESTORIL CURSO INICIAL DE PNL com Eugénia Fonseca Curso intensivo e pratico em 18 horas onde compreendemos os mecanismos da mente e da motivação para desprogramar limitações e ancorarmo-nos com programas que nos facilitem a vida

FEVEREIRO DIA 3 // PORTO PRACTITIONER com José Figueira e Maria Manuel Mendes Uma certificação como Practitioner em PNL é crescer em qualidade de vida ao conhecer-se melhor, pôr em prática uma versão aprimorada de si e aumentar a sua influência despertando o melhor no outro

MARço

DIA 24, 25 E 26// ESTORIL COMUNICAÇÃO GENERATIVA com José Figueira Comunicar a partir da Missão, daquilo que sentimos como mais verdadeiro em nós, suscitando nos outros entusiasmo e entrega. É um enorme passo na “Viagem do Herói”. Ferramentas de coaching e auto coaching ao nível da identidade e da missão

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abril DIA 22 // ESTORIL PRACTITIONER com José Figueira e Eugénia Fonseca Uma certificação como Practitioner em PNL é crescer em qualidade de vida ao conhecer-se melhor, pôr em prática uma versão aprimorada de si e aumentar a sua influência despertando o melhor no outro 31


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