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Capítulo 30
Higiene e Manipulação dos Tecidos Moles: Duas Perspectivas
Jack T. Krauser
Lynn D. Terraccianao-Mortilla Jan LeBeau
C A P Í T U L O
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HIGIENE E MANIPULAÇÃO DOS TECIDOS MOLES: DUAS PERSPECTIVAS Higienização pós-cirúrgica e manipulação dos tecidos moles são componentes que completam qualquer caso de implantes odontológicos. É preciso uma equipe de profissionais altamente qualificados, juntamente com o paciente, para a obtenção do sucesso. Cada membro da equipe de implantes odontológicos desempenha um importante papel (Tabela 30-1). Este capítulo examina a higienização pós-cirúrgica e a manipulação dos tecidos moles o mais próximo da perspectiva do paciente, do dentista e do higienista dental.
A Perspectiva do Dentista As taxas de sucesso em longo prazo de implantes odontológicos já são bem documentadas. O aumento na instalação e na restauração de implantes odontológicos tem causado uma explosão de pesquisas e tecnologias para auxiliar os clínicos na busca do sucesso do implante. A natureza dinâmica da implantodontia oferece incríveis avanços aos nossos conhecimentos e compreensão, ao nos desafiar a manter os parâmetros e protocolos em constantes mudança e revisão, em um esforço de fornecer aos profissionais uma escala padronizada da saúde dos implantes. A avaliação e a análise da presença ou da ausência de saúde são o primeiro passo no tratamento das complicações dos implantes. Além das necessidades legal e ética, uma documentação completa e minuciosa com dados de referência e todas as consultas de manutenção feitas pela equipe odontológica são imperativas no monitoramento dos implantes e suas restaurações. Com o aumento do conhecimento e da utilização dos implantes, o potencial para complicações e desafios de manutenções em longo prazo também aumenta. Os profissionais são obrigados a ver um aumento de problemas relacionados aos
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implantes odontológicos, especialmente nos casos complexos.1 Este capítulo descreve os fatores que o profissional precisa considerar em todo o processo pós-cirúrgico do implante.
Avaliação e Análise Alterações precoces dos dados de referência (normalmente coletados pelo higienista dental) são frequentemente indicadoras de uma complicação que necessitará de avaliação adicional e possivelmente de intervenção ou correção (Quadro 30-1). A coloração, a textura da superfície, o tamanho, o sangramento e a inflamação do tecido mole devem ser avaliados.2 Achados negativos ou mudanças dos dados de referência devem ser investigados, e uma atitude apropriada deve ser tomada para evitar a progressão dos problemas. É importante lembrar que os implantes não são dentes naturais e como tais podem necessitar de diferentes interpretações dos resultados.3 Como nos dentes, os resultados de falha dos implantes incluem inflamação, bolsas e perda óssea progressiva.4 A arquitetura periodontal é bem conhecida,5 e índices para medir as mudanças no periodonto humano têm sido usados por muitos anos. A adaptação dos índices para os implantes tem sido uma fonte de controvérsias entre os profissionais. O primeiro passo para a avaliação deve ser o conhecimento do sucesso e do fracasso. Escalas de qualidade da saúde do implante foram estabelecidas por James e depois desenvolvidas por Misch.2,6 Em 2007, a Consensus Conference in Pisa, Itália (patrocinada pelo International Congress of Oral Implantologists, Upper Montclair, NJ), modificou a escala de saúde de James-Misch e desenvolveu categorias para o sucesso, a sobrevida e o fracasso dos implantes7 (Tabela 30-2).