Edição do mês de outubro de 2016

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Diretor responsável Caio Augusto

Novidades, textos, eventos, matérias, tudo que você Umbandista procura. 1 Portalcdo@bol.com.br


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Redação: Diretor Geral: Caio Augusto

Colaboradores: Douglas Elias; Glauco Mariani; Felipe Campos; Hugo Lapa; Orlando Aparecido; Jean de Ogum; Claudio Vieira; Bruno Stanchi; Maria Aparecida; Equipe Para Sempre Umbanda EAD; Roberta de Souza; Pablo Araújo

Correção e textos: Equipe Geral Artes e Distribuição: Caio Augusto

NOTA:

Comunicamos que, o Jornal de Umbanda Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço livre que autores enviam seus textos e trabalhos e é comunicado à na mídia Umbandista, cada um tem total responsabilidade por seu texto, então o jornal em geral só si responsabiliza pela montagem e divulgação!!! Boa leitura.

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Um bom senso político se faz necessário Uma reflexão breve que tive nas eleições e sempre a faço, será que devemos votar em Umbandistas para política ou unir a religião a isso tornando politizada? Bem o crescimento Umbandista é um fato que voltou a ocorrer porem, estamos em um momento complicado de nossa história outras bancadas são muito fortes exatamente por se ajuntarem e eleger políticos da sua religião, tornando assim números altos de políticos da mesma, e com o preconceito (só não enxerga quem não quer) e intolerância religiosa que sofre as religiões de matrizes Africanas e Afro-ameríndias acabamos tendo muito mais problemas que as outras religiões. Por isso devemos mudar nosso jeito de pensar e de avaliar os candidatos Umbandistas não só por serem da Umbanda, também devemos como cidadão ver seus projetos e seus objetivos para

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ajudar a nossa comunidade, isso é só uma reflexão não uma ordem mas pense quantas vezes sofreremos por não termos ninguém para falar com a força da nossa voz na câmara ou prefeituras ou no governo em fim? O estado de São Paulo nessas eleições elegeu poucos Umbandistas e isso é terrível para nós, se juntarmos o Brasil todo não teremos nem 10% das outras religiões no poder ai você me fala, i dai política não tem religião... você realmente acredita que uma pessoa fervorosa da sua crença não leva seus valores éticos e de criação junto com ela? Acredita mesmo que quando tivermos uma festa de Iemanjá será mais simples conseguir instalar todo o nosso povo do axé sem problema nenhum? acredita mesmo que quando for licenciar seu culto ou terreiro pessoas contrarias lhe darão a famosa forcinha? O problema do achismo é que ele sempre está em cima do muro 3

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ele não toma partido de um ou de dois e sim do neutro, não podemos viver neutros estamos no auge da construção da umbanda no mundo e vivendo num mundo aonde o povo se mata por religiões, e que com a graça do pai maior estamos num país que se diz laico e podemos louvar nossos Orixás com amor verdadeiro e com o mínimo de respeito... Pense irmão não quero mudar sua opinião mais só abrir uma reflexão você não acha que é chegado a hora de colocarmos mentes que pensam iguais as nossas em cargos que podem nos

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ajudar? Reflitam hoje a política é muito negativa mais vivemos com ela e somos obrigados e estar nela, então faça do seu direito uma ferramenta para melhoria da sua religião e seus familiares, vote consciente e vote em irmãos que ralam o ano todo para ajudar a Umbanda, e relembrando isso é uma reflexão não tem certo nem errado só ganha é nossa mente que cada vez que reflete algo se abre mais e mais, muito obrigado pela atenção axé e viva a consciência política! Caio Augusto (20/10/2016)

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(Caio Augusto)

Saga de João Tatá Caveira, A - Um mergulho nas trevas

Marcio Martins Páginas: 160

Este livro apresenta a saga de João Tatá Caveira, a princípio como simplesmente João, um jovem comerciante bemsucedido dos anos 1870. Ele vivia com seu irmão mais velho, Jonas, que ficou cuidando dos negócios da família em São Paulo, quando João, sua mãe (Joana) e seu irmão mais novo (Paulo) mudaram para o Rio de Janeiro, onde sua irmã Patrícia morava na companhia de sua tia Lucinda. João não entendia por quê, mas sentia grande repulsa por Marcos, o noivo de Patrícia, embora este sempre fizesse de tudo para ajudá-lo, tanto na vida particular quanto nos negócios. Uma ida a São Paulo para visitar Jonas marca o início da mudança de comportamento de João, que se casa com Ana, a filha do Comendador. Jonas é assassinado, e João jura vingar a morte do irmão. A partir daí, comete crimes e outras atrocidades que o levaram, finalmente, a uma morte solitária e sofrida. Então, tem início a sua senda no mundo espiritual, onde se torna um escravo da falange de Tatá Caveira, o Senhor da Morte e dos Cemitérios. Veja como foi essa trajetória, até que o outrora comerciante se tornasse o Guardião João Tatá Caveira. Release: 5 Portalcdo@bol.com.br


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Marcio Martins é graduado em Letras pela Faculdade Interação Americana - SBC e cursa Direito na Universidade São Marcos SP. É especialista em atendimento por Hidromancia. Na senda espiritual, há 25 anos é umbandista. Atualmente, é sacerdote de Umbanda, do Templo Umbandista Irmãos Unidos na Força e União. Professor na Escola de Curimba Toque de Orixá - toque Nagô, Keto e Angola. Professor da Escola de Doutrina do Templo Umbandista Irmãos Unidos na Força e União. Foi apresentador do Programa Cura pela Espiritualidade, da TV Espiritualista. Como médium psicógrafo, tem por objetivo psicografar muitos livros, para que as pessoas possam cada vez mais ver a Umbanda e a espiritualidade de forma correta e também para que conheçam as verdadeiras histórias que regem a nossa espiritualidade. Nesta obra, Marcio apresenta a comovente história que mostra a trajetória de vida e morte de João, que na espiritualidade se tornara líder de uma falange espiritual a serviço da Lei e do Criador. Conheça a saga de João Tatá Caveira e entenda como se processa a Justiça Divina em todos os tempos. Nada fica impune, e tanto o bem como o mal pesam na balança do grande tribunal da vida. Esta é uma história comovente de um homem que viera a se tornar um Guardião.

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(Hugo Lapa)

Um guerreiro persa teve sua família assassinada por um soldado romano numa guerra. Todos que presenciaram a cena contaram que o romano assassinou a família do persa com muito ódio em seu coração. Muito perturbado com a morte de seus entes queridos, o persa jurou que iria se vingar desse soldado. Estava com muito ódio em seu coração e só pensava em fazer o romano sofrer da mesma forma que ele também estava sofrendo. Certo dia, o persa estava caminhando por uma floresta e chegou até um rio. Viu diversos soldados romanos, dentre eles o soldado que havia assassinado sua família. Escondeu-se rapidamente atrás de uma árvore e ficou observando. Eram três soldados mais jovens e o que havia assassinado sua família, o mais velho. Os três mais jovens se afastaram do soldado mais velho, que ficou lavando seu rosto no rio. O persa

esgueirou-se até onde estavam os três soldados e, pelas costas, desferiu um golpe de espada fatal nos três, cortando-lhes a cabeça. O persa estava todo ensanguentado, e ainda mais raivoso. Foi caminhando em direção ao romano, que tranquilamente lavava seu rosto. O persa foi caminhando silenciosamente em sua direção e começou a correr gritando. Assim que o romano olhou para trás, o persa desferiu um golpe superficial em seu abdômen, fazendo o romano cair no chão, ao lado do rio. O guerreiro, muito raivoso, pulou em cima do romano, que ficou paralisado e sem reação. Nesse momento, o persa levantou sua espada e se preparou para o golpe final. Nesse momento, o romano começou a chorar copiosamente. O persa ficou tão surpreso com aquela reação, que interrompeu o derradeiro golpe e resolveu perguntar: – Mas por que você está chorando? 8

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– Os soldados que você matou – disse o romano – eram meus filhos, os três. Nesse instante, o guerreiro persa olhou bem fundo nos olhos do soldado romano. Observava seu olhar que era bem triste, desolado e prostrado. De repente, o persa contemplou, na pupila de seus olhos, sua própria imagem refletida. Ele pôde ver seu rosto todo ensanguentado, seu semblante raivoso, e naquele momento percebeu o que havia se tornado. Aquela visão parecia ter-lhe despertado de um sono profundo. O persa captou sua própria imagem nos olhos do romano e percebeu que, em última instância, não havia muita diferença entre ele e o romano. Ambos eram guerreiros, ambos lutavam por seu pais, ambos eram muito ligados à família, ambos a tinham perdido por alguém que os matou e tinham ódio de quem os tirou a vida. Parece que toda a sua vida atravessou sua consciência num segundo… Eles eram humanos, cheios de erros, de vícios, de imperfeições. Apesar de colocados em posições diferentes, eram semelhantes. A imagem de si mesmo nos olhos do romano fez o persa perceber

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a si mesmo na posição do outro, e compreendeu que essa posição era a sua mesma posição, só que do lado oposto. Podia ser o persa a morrer naquele momento, assim como podia ser o romano. Naquele momento, tudo fez sentido para ele. Se um podia estar na posição do outro, por que um haveria de matar o outro, de destruir o outro, de sentir ódio pelos erros do outro? Não eram ambos humanos? Não eram sujeitos a erros, como qualquer pessoa? Ao contemplar o olhar de tristeza do romano, suas lágrimas e seu desespero, recaiu sobre ele um profundo sentimento de compaixão. Naquele momento, o persa desistiu do seu intento e disse: – Perdoe-me. Você matou minha família há meses atrás. Eu mergulhei no ódio e acabei perdendo a mim mesmo. Mas agora pude contemplar meu reflexo no fundo dos seus olhos e ver que não há diferenças significativas entre nós. O persa ajudou o romano a se levantar, ainda abalado. O persa disse: “Me perdoe pelo que fiz aos seus filhos”. O romano, ainda chorando, disse: “Perdoe-me também, pelo que fiz a sua família”. O persa ajudou o romano a 9

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enterrar seus filhos e depois foi embora. Para que tentar destruir o outro, matar o outro, ofender o outro ou agredir o outro por defeitos, falhas e impurezas que todos nós possuímos? No fundo, não somos muito diferentes… Todos nós somos humanos e passíveis de erros. Somos todos semelhantes. Agredir uma pessoa é o mesmo que

agredir a si mesmo. Humilhar alguém é o mesmo que humilhar a si próprio. Matar alguém é o mesmo que morrer dentro de si. Todos precisam entender que o outro é um reflexo do eu e o eu é um reflexo do outro. Cada um de nós pode, um dia, ver a si mesmo no fundo dos olhos do nosso semelhante e perceber como somos todos muito parecidos.

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Galerinha vagas abertas para novos colaboradores e apresentadores para fazer parte da nossa equipe! seja você mais um guerreiro desse Portal, contate via e-mail : portalcdo@bol.com.br ou via face gratidão.

(Paulo Ludogero) Humildade X Mediunidade:

Médium significa ser um mediador entre o plano material e o plano espiritual, significa ser o meio de comunicação dos mensageiros e mestres da luz, significa também ter responsabilidade e ser muito humilde.

O que é Humildade: Humildade é a qualidade de quem age com simplicidade, uma característica das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância, prepotência ou soberba. Em teoria, a humildade é tida como uma qualidade bastante positiva e benéfica, onde ninguém é pior ou melhor do que os outros, estando todos no mesmo nível de dignidade,

de cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade. A humildade é um sentimento de extrema importância, porque faz a pessoa reconhecer suas próprias limitações, com modéstia e ausência de orgulho. fonte: http://www.significados.com. br/humildade/ Para ser médium é necessário ser humilde! Quando um médium é iniciante e entra num terreiro quaisquer, tem que ter a humildade de aceitar a doutrina da casa, se não for para aceitar não devia nem ter entrado na casa, por isso recomendamos que antes de entrar na casa conheça muito bem o terreiro onde está frequentando. O médium deve ser humilde, reconhecer em todos os irmãos a espiritualidade que lhes assiste, incorporantes 11

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ou não, pode haver sim, falta de experiência e vivência enquanto médium de incorporação, mas não são em hipótese nenhuma menos favorecidos. O médium que diz que sua espiritualidade é “forte” e demais adjetivos está agindo com vaidade e se assim continuar poderá perder as próprias forças, pois um médium vaidoso desenvolve a arrogância, a prepotência, a falta de respeito com os irmãos e com seus semelhantes. Os guias e mentores espirituais logo não conseguirão baixar sua vibração para se manifestar no médium em questão. Nessa hora as entidades vertem lágrimas mas continuam no auxílio a distância até que o médium entre em equilibro e desenvolva a humildade. Sei que hoje existem muitos cursos voltados para o desenvolvimento mediúnico, mas fazer esses cursos não torna ninguém melhor, pelo contrário exige-se mais respeito, responsabilidade e humildade. Nenhum curso substitui a prática e a vivência enquanto médium ativo de uma corrente. Assim como médicos formados necessitam fazer residência para poder se formar e se tornar um doutor, médiuns precisam

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viver sua mediunidade nos terreiros, precisam praticar o exercício de sua mediunidade dentro de uma corrente mediúnica aberta ao público. Digo aberta ao público, por que existe um misto de energias de consulentes e médiuns. Dentro dos terreiros, com a energia mista entre médiuns e consulentes, os médiuns precisam ter a humildade de primeiro manifestar bem suas entidades para que elas possam ajudar os próprios médiuns em que estão manifestados, para somente depois praticar a caridade através de sua manifestação. Cada terreiro tem uma metodologia de atendimento e não existe uma melhor que a outra, existem modos diferentes com o mesmo fim: Praticar a caridade. O médium continua a ser médium também fora dos trabalhos mediúnicos, por tanto a humildade deve ser inerente ao médium. O seu dia a dia será o espelho como Umbandista e médium. O médium tem que ser o que ele é como pessoa, dentro e fora do terreiro. A Umbanda ajuda o ser a evoluir não a regredir, por tanto seja humilde dentro e fora do terreiro. Busque conhecimento, mas use com sabedoria, nenhum curso forma um bom 12

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médium, mas são suas atitudes dentro e fora do terreiro que o tornarão uma

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boa pessoa e um bom médium.

(Pablo Araújo)

Ah minha sombra, reflexo de mim, sinal de que existo, sinal que estou ladeado pela luz e alguma ainda me ilumina. Sombra que indica que a escuridão total não invadiume e no seu eloquente silêncio ainda revela-me que há uma misericordiosa luz a me envolver. Ah luz, luz que reflete o meu lado sombrio ainda desconhecido por mim, luz que indica que se eu ainda tenho uma sombra é porque a minha luz é fraca diante do meu universo escuro. Luz amena, luz pouca, que é a única fonte de vida da minha sombra que se embebeda de sua luz, sim de sua pouca luz, pois quando você oh luz se fizer por inteiro no meu ambiente intimo, a sombra deixara de existir, mas ai você tornar-se a uma luz cruel que anulou e matou a sombra que ainda existia em

mim e luz amena se foi aniquilando minha sombra que outrora se alimentava da minha pouca luz. Ah por que fizeste isso luz? Luz que se fez por inteira a custa da morte de minha sombra e sentiu-se sozinha na sua completa luminosidade, luz que ao tornar-se plena anulou sua companheira sombra, que se contentava e vivia com pouco, com o mínimo de luz que à refletia, sombra esta que em seu intimo também não queria tornar-se trevas, pois sabia que a ausência total de luz é a escuridão onde também morreria ou agregar-se ia à uma escuridão maior deixando assim de existir. Oh luz por que não compreendeste a sua sombra querida? Por que quiseste iluminar-me por inteiro? Por que esse desejo de fazer-me luz? Por que 13

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esse desejo em tornar-me algo que não sou e nem quero ser? Não compreendes que a minha razão de viver e existir eram sua companhia amena, suave e com pouca intensidade luminosa, não vê que ao possuir-me por inteira estava aniquilandome, não vê que ao iluminarme por inteira estaria negando-me o direito de existir, minha amada luz da morte. Não compreendes que a sombra humana sempre deve procurar sua luz divina! Não compreendes que ao iluminar-me divinamente mata meu desejo humano em procurar-te! Não vê que és uma utopia para mim! Não vê que minha existência se justifica no ato de sempre procurar-te em parte e nunca por inteira! Talvez sua luz divina não tenha

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compreendido o meu desejo humano em vivenciar-te em partes e nunca por inteira. Aqui na luz divina jaz uma sombra humana que morreu pela vontade e a incompreensão da luz de fazer-se por inteira em mim, sombra que desejava somente alimentar-se dela e nunca ser ela por inteira, pois assim deixaria de existir. Morri pelo desejo de ser sombra, e, a luz tornouse trevas ao não compreender que se eu fosse possuída por ambas luz e escuridão assim deixaria de existir. Jaz aqui o relato e vida da sombra humana que de certa forma é invejada pela luz e pelas trevas, pois não é nem luz nem escuridão, porem traz as duas em sí mesma, qualidade impar na existência de uma sombra

(Kelly Garcia)

Durante a realização de alguns trabalhos espirituais no TEU Ogum Beira Mar, as Entidades Espirituais nos narram sobre a

importância de aproveitar o tempo.

sabermos

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O Senhor Caboclo Pedra Branca, com sua imensa sabedoria e calmaria, sempre nos diz: “ Filhos, na Terra não se corre, se anda”. Tenho aprendido muito com as Entidades Chefes nos Trabalhos Espirituais abertos e fechados, sobre as questões do tempo. Nós, seres encarnados nesta Era, nos alienamos. Vivemos escravizados pelo relógio, pelo dinheiro. Deixamo-nos moldar pelas mídias, pelo sistema governamental. A Umbanda é uma religião que nos direciona, orienta a sermos seres diferenciados, referência e modelo para os demais irmãos encarnados, na sociedade à qual estamos inseridos. Nós Umbandistas, que louvamos os Orixás, Divindades de Deus, nosso amado Pai Olorum, não podemos fazer da nossa prática corriqueira diferente ao que vivenciamos dentro do Solo Sagrado de um Templo de Umbanda. Seria muito discrepante, se na nossa prática diária, na nossa vida fora do Templo, Terreiro, Tenda de Umbanda, fizermos tudo diferente aos ensinamentos que nos são dados, que adquirimos nas chamadas “ Giras de

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Umbanda”, por nossos Guias Espirituais. O Senhor Boiadeiro Zé do Boi, que se manifestou pela primeira vez em incorporação quando eu tinha aproximadamente uns 14 anos, vem me ensinando, nesta trajetória na Terra, a aprender a aprender a louvar e saudar a Vida ( com letra maiúscula). Zé do Boi atua na linha do TEU Ogum Beira Mar como condutor dos espíritos desencarnados que precisam de ordenação e direcionamento. Este magnífico Boiadeiro, que atingiu graus na escala evolutiva, sempre trabalhando com o fator ordenador, disciplinador, ministra Palestras no Astral para os espíritos desencarnados, orientando-os sobre a importância da disciplina, do equilíbrio, da equidade, para o melhor desempenho da evolução dos seres humanos e, consequentemente, do planeta Terra. Tais palestras ocorrem duas vezes na semana, em dias e horários previamente agendados, onde o espaço físico do Solo Sagrado do TEU Ogum Beira Mar recebe estes espíritos desencarnados e através deste Ponto de Luz na Terra, abrese um portal com ligação deste 15

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Solo Sagrado no plano material para o Espiritual, local onde são ministradas as palestras. Os Exus e Pombagiras do Vento e do Tempo, bem como os Exus e Pombagiras da Lei, recebem esses espíritos, os conduzem às palestras e guardam o tempo todo, tanto o espaço físico material com ligação ao espiritual, quanto ao espaço propriamente dito, espiritual. Certa vez, em uma dessas palestras/terapias, uma mulher de aproximadamente uns 55 anos, chegou pela primeira vez. Com seu olhar cabisbaixo, traços marcados no rosto revelando um profundo sofrimento, trazia no peito o símbolo de um pentagrama e na alma, a dor profunda de não ter aproveitado o seu tempo na Terra, em sua ultima encarnação, em seu benefício, como ser em evolução. A mesma, foi muito bem acolhida, assim como todos os demais, para que através das palavras emitidas pelo Sr. Boiadeiro, pudessem tocar a sua essência ( e ela é Divina), e transformá-la, verdadeiramente, pois o seu tempo agora não é mais o mesmo de antes, e suas chances agora não são mais as

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mesmas que lhe foram concedidas anteriormente. O tempo é implacável, ele não nos espera! O tempo não volta para podermos reparar erros ou ainda, ele não estagna, para que possamos sair dos nossos momentos fúteis, ou de caprichos, ou de vaidades...o tempo é inquebrável, inflexível, ele apenas existe, é vivo, dinâmico e prossegue, sem cessar, sem esperar. E nós, precisamos aprender a lidar com o tempo, que a tudo nos mostra, nos ensina, nos cobra de maneira direta ou indireta. O tempo não é mal e nem bom, ele é neutro. Ele apenas segue o seu percurso, conduzindo os seres e devolvendo a cada um, aquilo que os mesmos jogaram ao tempo e ao vento: palavras, pensamentos, sentimentos, atitudes! O tempo dá a cada um segundo as suas obras. Para nós do TEU Ogum Beira Mar e para muitos ele é o Zé do Boi, o Boiadeiro bravo e ordenador. Para os espíritos que fazem o tratamento nas palestras ministradas por este mesmo Espírito, o Zé, o Boiadeiro é... ele é o Mestre, e assim é chamado nesta realidade que se abre, através de um dos Portais. 16

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Enquanto o Mestre Zé do Boi, ou apenas Mestre, para eles, abordava a questão do tempo, aquela mulher refletia, assim como os seus outros irmãos que se encontravam presentes, sobre toda a sua ultima existência na Terra. O orgulho, a soberba, ao mesmo tempo a falta de amor próprio ( o que na época ela desconhecia sofrer), a perda de tempo com coisas fúteis do mundo material. Todas essas questões vieram em sua mente e em seu coração, e ela se pôs a chorar, profundamente, lavando sua alma e o seu olhar, para uma nova vida, que se iniciara, a partir daquele momento. Muitos de nós ainda estamos totalmente mergulhados em um mar de responsabilidades materiais, em um mar de contas a pagar, de soluções a responder e resolver aqui no plano material e nos esquecemos de parar, respirar, olhar para dentro de nós, de nossos familiares, filhos, etc. Outros, presos ao que é mais importante na Terra: status! Deixam de se conhecer, verdadeiramente, para viver uma vida de aparências, de superficialidade, perdendo o tempo que lhe foi conferido pela Lei Maior e pela Justiça Divina

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para reparar erros, crescer nesta vivência e existência, evoluir. Quantos de nós vamos aos nossos Terreiros, Tendas, Templos, Casas de Umbanda por mero hábito? Para muitos médiuns (percebo os mais antigos), virou uma rotina. Quantos de nós fazemos dos momentos Sagrados um encontro social? Quantos de nós nos preocupamos apenas com a incorporação, com o “fazer bonito” e esquecemos de sentir o Trabalho Espiritual, a Gira, a Espiritualidade e aproveitar bem esse tempo, que é único, exclusivo, Sagrado, rico e nos é ofertado por Deus como uma benção, um presente e uma forma de mudarmos, transmutarmos para assim evoluir e, consequentemente, contribuir para a Evolução do nosso Planeta e dos demais irmãos que ainda se encontram em outro nível consciencial ao qual não tem esse olhar? O tempo não pára para que possamos crescer, amadurecer, desenvolver nosso nível consciencial. Muito pelo contrário: Ele é dinâmico, não é estático... E nós, estamos prosseguindo? Somos dinâmicos ou ainda resistimos ao novo, a mudanças? 17

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Buscamos a Luz ou ainda preferimos a zona de conforto, a caverna escura? Cada Gira de Umbanda nos traz o referencial de prosseguimento, de dinamismo, de movimento, de Vida, de transmutação, de magia, de TEMPO! Cada arquétipo nos ensina que o Tempo é SAGRADO! Hoje, vou parar estar reflexão por aqui. Mas, no próximo texto, continuarei abordando o mesmo tema: O tempo. Desejo, meus irmãos, que todos nós possamos daqui pra frente,

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sair da ilha ( dentro de nós) e analisar quem somos, o que fizemos com o tempo que já vivemos na Terra, e o que queremos fazer e ser daqui pra frente com o tempo que ainda teremos. Vamos fazer exercício?

juntos

este

Nos vemos no próximo tempo. Ops, quis dizer no próximo texto ( risos).

Eu saúdo a Coroa de cada irmão leitor e lhe desejo, Saravá!

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(Bruno Stanchi) Deus existe muito antes de qualquer coisa, aliás, muito antes de qualquer “muito antes”. Porém, alguns religiosos avocam para a religião da qual são adeptos a propriedade da verdade absoluta, daí, para a intolerância e os conflitos, a distância é curtíssima. Isto é resultado da ignorância, da prepotência, é o ato da criatura querendo dominar a existência do criador e de toda sua criação. O Rabino Alexandre Leoni, representante da Congregação Israelita Paulista, certa vez disse: “Há dois tipos apenas de religião, aquela que é verdadeira e a que é falsa. Aquela que é verdadeira promove o desenvolvimento humano, a falsa subjuga o ser humano e bloqueia o seu desenvolvimento”. Bloquear o desenvolvimento humano, como ser espiritual, portanto, impedindo ou influenciado negativamente

em seu progresso e, assim, na sua evolução consciencial, não só é uma afronta a ordem natural do ser, como uma afronta às Leis Universais, às Leis de Deus, do Criador, do Incriado. A verdadeira religião e, portanto, aqueles que são seus líderes, devem promover o despertar da consciência individual de cada um de seus adeptos e, dessa forma, contribuir para o despertar da consciência coletiva, aproximando o Homem das qualidades de seu Criador. A forma mais acertada para tal fim, é a inculcação de que o maior de todos os mandamentos Divinos é o AMOR, amar ao próximo como a si mesmo. Amar significa, dentre outras coisas, respeitar o caminho que o próximo escolheu para se religar ao Criador. Somente uma postura de respeito e de amor ao próximo é capaz de 19

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transformar o nosso Planeta num lugar melhor para todos. O maior dos erros que podem ser cometidos por um líder religioso, portanto, um sacerdote, é querer infligir ao adepto de sua religião a clausura de sua consciência através da imposição de sua prática ou de seus dogmas, lembro, em razão disso, das palavras de Mahatma Gandhi (1869 – 1948), “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”. No sentido religioso parafraseio da seguinte forma: o mal não é a religião, a verdade não está num determinado credo, o

problema é que existem religiosos tão presos aos credos e, por consequência, em seus dogmas e ritos, que esquecem do fim em si, que é o da busca, pela evolução moral individual e coletiva que possibilita a todos nós retornarmos ao Criador, despertos em consciência. Em termos de religião, só podemos dar e desejar ao próximo aquilo que em nossa crença aprendemos, razão pela qual que, como umbandistas, desejamos e queremos compartilhar com toda a humanidade harmonia, paz, amor e luz. Que a Luz de nossa candeia ilumine os caminhos de todos, sem distinção! Salve irmãos em Oxalá! Salve todos irmãos da humanidade, Axé!

Lições de Vovó (Por Leni)

Meu filho Hoje, deste lugar onde me encontro, olho-te com a plenitude que a maternidade me possibilitou um dia.

Quando te recebi em meus braços, acuada pela imaturidade e ignorante das bênçãos do espírito, via-me só e com medo. Não havia um pai para te amparar. 20

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Mesmo assim, e embora as culpas que carreguei durante os anos de vida terrena, fiz o melhor que a minha pequenez possibilitava. Errei, talvez mais do que acertei; te dei não só a luz, mas te embalei, cuidei noites a fio nas tuas febres, te eduquei e propiciei a melhor escola, sacrificando para isso o apertado orçamento doméstico. E a vida foi te levando embora atrás de teus sonhos e nos distanciamos. Por isso também me culpava, pois achava que não o havia ensinado a me amar. Respeitei teu silêncio, mas sofri muito a solidão. Solidão que foi se acentuando quando a vida te trouxe uma abençoada companheira e quando pensava que os netos me trariam você de volta, a idade não me permitia mais viver só, então fui albergada num lar de idosos. E dali parti de volta, carregando saudades do bebê que carreguei em meus braços um dia. Quando cheguei aqui, fui acolhida e tratada. Eu trazia doenças na alma. As culpas, o medo e a solidão haviam maculado meu

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corpo. Mas a graça divina me concedeu conviver com outras tantas mulheres que pelas mesmas experiências haviam aprendido a se curar. Aos poucos entendi que ser mãe na Terra é antes de tudo um grandioso aprendizado e hoje observo-te daqui, com teus medos, aflições e culpas tentando ser o melhor pai para teus filhos. Quando posso, assopro em teus ouvidos aquela canção de ninar que cantei tantas vezes embalando-te em meus braços. Nestes momentos teu espírito acalma. Sei que sentes saudades de minha presença, que foi tão ausente. Saudades de ouvir a chamada para alertar-te dos enganos e que naquele tempo eram mal entendidas. Mas a roda da vida continua. Serei mãe de outros filhos. Terás outras mães. Fostes meu professor enquanto filho. Fui uma aluna que rodou muitas vezes, mas que aprendeu que é preciso amar sem apego, pois somos todos filhos do mundo. Uma MARIA que vive em espírito.

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Umbanda é considerada patrimônio cultural imaterial do Rio Terreiros onde é praticada a religião de matriz africana serão cadastrados pela prefeitura (Fonte O Globo)

Gira em terreiro de Umbanda - Bruno Gonzalez em 15/11/2012 / Agência O Globo RIO - O prefeito Eduardo Paes publicou nesta terça-feira, no Diário Oficial do Município, um decreto tornando a Umbanda como patrimônio cultural de natureza imaterial do Rio. Conforme Ancelmo Gois informou em sua coluna, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) fará o cadastro dos terreiros. A Tenda Espírita Vovó Maria Conga de Aruanda, no Estácio, é o primeiro já cadastrado.

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- Desde 2009, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade tem feito um trabalho para valorizar a cultura africana, tão presente na História do Rio. Recebemos um pedido para avaliar a importância cultural deste terreiro. Fomos a campo e vimos a necessidade de ampliar este reconhecimento para a religião. Esta chancela destaca a expressão cultural do sincretismo religioso. Os terreiros são referências dentro dos bairros cariocas e valorizam a cultural de cada local explica Washington Fajardo, presidente do IRPH. O reconhecimento foi realizado pela necessidade de políticas públicas de respeito à diversidade religiosa, além de lembrar a importância de reflexões sobre as religiões de matriz africanas. Tão celebradas no Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, as religiões de origem africana também são valorizadas no Cais do Valongo, redescoberto e aberto à exposição pública em 2012 na Região Portuária. - Esta valorização da Umbanda abrirá uma linha de trabalho e pesquisa para aumentar o cadastro dos locais onde a religião é praticada. Com estes estudos, será possível ampliar o leque de conhecimento desta manifestação e seu impacto na formação da identidade cultural do carioca - Washington Fajardo, presidente do IRPH. BOSSA NOVA E ESCOLAS DE SAMBA Com a inclusão da Umbanda, a cidade conta com 54 bens imateriais chancelados pelo município. A listagem inclui a Bossa Nova, as escolas de samba, os blocos de carnaval Cordão da Bola Preta e Cacique de Ramos, a obra literária de Machado de Assis, o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho das praias cariocas, as festas de Iemanjá, diversos bares tradicionais da cidade, a tradicional procissão de São Sebastião, a Bênção dos Barbadinhos, as marchinhas do carnaval, o frescobol, entre outros. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), são considerados patrimônio imaterial práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, grupos e indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.

Terreiro da Mãe Beata de Iemanjá, na Baixada Fluminense, vira Patrimônio Cultural O barracão do terreiro Ilé Omiojúàrò, em Miguel Couto, Nova Iguaçu, tem as paredes revestidas de fotos, prêmios e reportagens. No canto direito, um mapa da África. Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Iemanjá, entra com passo lento, a mão segurando firme na

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bengala adornada pela imagem de um elefante. A fragilidade dos 84 anos desaparece quando ela começa a falar. Conhecida pela sua luta contra o preconceito racial e religioso, Mãe Beata ganhou mais um quadro para a sua coleção. No próximo dia 27, seu terreiro receberá o prêmio de Patrimônio Cultural na 28ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O reconhecimento se deve ao trabalho de preservação da cultura africana. — Fiquei muito feliz. É um sinal de respeito ao legado dos nossos ancestrais e à nossa fé — comemora.

Mãe Beata não larga a bengala com a imagem de um elefante africano Foto: Mazé Mixo / Extra Nascido no norte da Nigéria, na África, o bisavô de Mãe Beata chegou à Bahia no sétimo tombeiro que aportou no Brasil. Foi vendido como escravo, mas nunca abandonou o candomblé. Em janeiro de 1931, a bisneta Beatriz nasceu numa encruzilhada, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano: — Minha mãe estava pescando quando a bolsa dela se rompeu. A água foi tingida de sangue e a parteira veio correndo. Assim que nasci, ela disse que eu era filha de Exu com Iemanjá. Nos anos 60, ela deixou a Bahia porque “filha de Exu não fica num lugar só”. Escolheu a Baixada Fluminense — “esse grande pedaço de África”. Em Miguel Couto, fincou raízes. Promove oficinas e festas, e se esforça para ajudar as pessoas do bairro. Mãe Beata sentiu o preconceito contra sua cor de pele ainda pequena. Na escola, não podia vestir fantasia de anjo. “E existe anjo negro?”, perguntava a professora. Anos mais tarde, conseguiu vingança. Numa viagem a Berlim, na Alemanha, para participar de uma peça, ela colocou asas e posou em frente ao Obelisco da Vitória: — Tirei foto num monumento feito do ouro roubado daqui. Nosso país é muito rico, só falta ter uma pessoa com caráter no poder. E falar que no Brasil não existe preconceito é mentira.

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A roupa e os acessórios também remetem à sua herança Foto: Mazé Mixo / Extra Quando o assunto é o Brasil, Mãe Beata se emociona. Para quem já foi recebida pelo expresidente Lula, ela está profundamente desanimada com o país. Sobre os políticos, diz que “é tudo farinha do mesmo saco”. Se fala da violência urbana, não consegue conter as lágrimas: — Os meninos pobres estão marcados para morrer. Antes, favela era samba e respeito ao negro. Agora chamam de comunidade e entram atirando. Uma vez me perguntaram se tenho medo de morrer pelas coisas que falo. Respondi que, se morresse pela minha raça, seria rindo da cara de quem me matou. E os meus ancestrais continuariam o meu trabalho.

Mãe Beata: “Nunca recebi ajuda de político, apenas reconhecimento. Eles sabem que tem uma negra de olho neles” Foto: Mazé Mixo / Extra História guardada na memória Mãe Beata quer ir a Brasília para receber o prêmio, mas não sabe se a saúde vai permitir. Se não puder, mandará um dos seus filhos (tem quatro biológicos e já perdeu as contas de quantos de santo) no seu lugar. — Esse é o meu acervo. Meu sangue é negro e procuro guardar a nossa história. Lutarei pela memória do meu povo até quando os orixás me permitirem. Falar só aqui dentro não adianta, é preciso ir para a rua gritar — reflete.

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Autora dos livros “Caroço de dendê: a sabedoria dos terreiros” e “Histórias que a minha avó contava”, Mãe Beata defende a oralidade — modo com seus ancestrais passavam suas histórias para as novas gerações: — Com o papel, o vento leva e a chuva molha. Acaba rápido. O que Olorum põe dentro da nossa cabeça ninguém pode tirar. É uma energia muito forte.

Mãe Beata se despede, no terreiro Ilé Omiojúàrò, em Miguel Couto, Nova Iguaçu Foto: Mazé Mixo / Extra Mesmo com a dificuldade para andar, ela faz questão de acompanhar a equipe até o jardim. No último minuto, pede para incluir na matéria um agradecimento: — É para o Iphan, por acreditar em mim. Eles estão reconhecendo o trabalho de uma mulher que só tem até o 3º ano do primário. Falo muito e incomodo muita gente. Só queria mesmo que alguém me escutasse.

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Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/terreiro-da-mae-beata-de-iemanja-na-baixadafluminense-vira-patrimonio-cultural-17809815.html#ixzz4PXIVy7PP

Redação do Enem 2016 fala sobre intolerância religiosa no Brasil Tema da prova de redação foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no início da tarde deste domingo (6). (Fonte G1)

O tema da redação do Enem 2016 é "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Ele foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no início da tarde deste domingo (6). Professoras ouvidas pelo G1afirmam que o tema provavelmente foi trabalhado nas aulas e, portanto, não chega a ser uma surpresa. O que você achou? Vote e escolha o melhor entre os seis temas mais recentes O Inep usou seus perfis oficiais no Twitter e no Facebook para divulgar o tema da redação. Nas mesmas redes sociais, internautas se dividiram entre elogios ao assunto e o apontamento da polêmica que ele pode criar entre os adeptos de diferentes credos. Andrea Ramal, colunista do G1, disse que o tema foi pertinente e muito bem escolhido, porém, exige uma proposta de intervenção social diferente que não está baseada em políticas públicas. “Passa por um diálogo, mudança de atitudes das pessoas e até revisão ideológica.” Para ela, este tema vai fazer com que muitos candidatos mostrem o domínio da cultura geral. “O aluno terá de mostrar que na verdade o conflito religioso não tem razão só na religião, há uma questão econômica por trás. É preciso avaliar o conflito de maneira mais ampla e entender os interesses.” Crime e preconceito: mães e filhos de santo são expulsos de favelas por traficantes evangélicos Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/crime-preconceito-maes-filhos-de-santo-saoexpulsos-de-favelas-por-traficantes-evangelicos-9868829.html#ixzz4PXKiVJAI

A roupa branca no varal era o único indício da religião da filha de santo, que, até 2010, morava no Morro do Amor, no Complexo do Lins. Iniciada no candomblé em 2005, ela logo soube que deveria esconder sua fé: os traficantes da favela, frequentadores de igrejas evangélicas, não toleravam a “macumba”. Terreiros, roupas brancas e adereços que denunciassem a crença já haviam sido proibidos, há pelo menos cinco anos, em todo o morro. Por isso, ela saía da favela rumo a seu terreiro, na Zona Oeste, sempre com roupas comuns. O vestido branco ia na bolsa. Um dia, por descuido, deixou a “roupa de santo” 27 Portalcdo@bol.com.br


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no varal. Na semana seguinte, saía da favela, expulsa pelos bandidos, para não mais voltar. - Não dava mais para suportar as ameaças. Lá, ser do candomblé é proibido. Não existem mais terreiros e quem pratica a religião, o faz de modo clandestino - conta a filha de santo, que se mudou para a Zona Oeste. A situação da mulher não é um ponto fora da curva: já há registros na Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos do Culto Afro Brasileiro e Espírita de pelo menos 40 pais e mães de santo expulsos de favelas da Zona Norte pelo tráfico. Em alguns locais, como no Lins e na Serrinha, em Madureira, além do fechamento dos terreiros também foi determinada a proibição do uso de colares afro e roupas brancas. De acordo com quatro pais de santo ouvidos pelo EXTRA, que passaram pela situação, o motivo das expulsões é o mesmo: a conversão dos chefes do tráfico a denominações evangélicas.

Mãe de santo teve terreiro fechado na Pavuna pelo "exército de Jesus" Foto: Urbano Erbiste / Extra Atabaques proibidos na Pavuna A intolerância religiosa não é exclusividade de uma facção criminosa. Distante 13km do Lins e ocupada por um grupo rival, o Parque Colúmbia, na Pavuna, convive com a mesma realidade: a expulsão dos terreiros, acompanhados de perto pelo crescimento de igrejas evangélicas. Desinformada sobre as “regras locais”, uma mãe de santo tentou fundar, ali, seu terreiro. Logo, recebeu a visita do presidente da associação de moradores que a alertou: atabaques e despachos eram proibidos ali. -Tive que sair fugida, porque tentei permanecer, só com consultas. Eles não gostaram — afirma. 28 Portalcdo@bol.com.br


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A situação já é do conhecimento de pelo menos um órgão do governo: o Conselho Estadual de Direitos do Negro (Cedine), empossado pelo próprio governador. O presidente do órgão, Roberto dos Santos, admite que já foram encaminhadas denúncias ao Cedine: - Já temos informações desse tipo. Mas a intolerância armada só pode ser vencida com a chegada do estado a esses locais, com as UPPs. O deputado estadual Átila Nunes (PSL) fez um pedido formal, na última sexta-feira, para que a Secretaria de Segurança investigue os casos. - Não se trata de disputa religiosa mas, sim, econômica. Líderes evangélicos não querem perder parte de seus rebanhos para outras religiões, e fazem a cabeça dos bandidos — afirma. Nas favelas, os ‘guerreiros de Deus’ Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico no Morro do Dendê, ostenta, no antebraço direito, a tatuagem com o nome de Jesus Cristo. Pela casa, Bíblias por todos os lados. Já em seus domínios, reina o preconceito: enquanto os muros da favela foram preenchidos por dizeres bíblicos, os dez terreiros que funcionavam no local deixaram de existir. Guarabu passou a frequentar a Assembleia de Deus Ministério Monte Sinai em 2006 e se converteu. A partir daí, quem andasse de branco pela favela era “convidado a sair”. Os pais de santo que ainda vivem no local não praticam mais a religião. A situação se repete na Serrinha, ocupada pela mesma facção. No último dia 22, bandidos passaram a madrugada cobrindo imagens de santos nos muros da favela. Sobre a tinta fresca, agora lê-se: “Só Jesus salva”. O babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), criada justamente após casos de intolerância contra religiões afro-brasileiras em 2006, afirma que os casos serão discutido pelo grupo, que vai pressionar o governo e o Ministério Público para que a segurança do locais seja garantida e os responsáveis pelo ato sejam punidos. “Essas pessoas são criminosas e devem ser punidas. Cercear a fé é crime”, diz o pai de santo.

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Mãe de santo: proibida de circular na favela com as "roupas do demônio" Foto: Urbano Erbiste / Extra Lei mais severa Desde novembro de 2008, a Polícia Civil considera como crimes inafiançáveis invasões a templos e agressões a religiosos de qualquer credo a Lei Caó. A partir de então, passou a vigorar no sistema das delegacias do estado a Lei 7.716/89, que determina que crimes de intolerância religiosa passem a ser respondidos em Varas Criminais e não mais nos Juizados Especiais. Atualmente, o crime não prescreve e a pena vai de um a três anos de detenção. 30 Portalcdo@bol.com.br


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Filha de santo, que foi expulsa do Lins: ‘Não suportava mais fingir ser o que não era’. - Me iniciei no candomblé em 2005. A partir de minha iniciação, comecei a ter problemas com os traficantes do Complexo do Lins. Quando cheguei à favela de cabeça raspada, por conta da iniciação, eles viravam o rosto quando eu passava. Com o tempo, as demostrações de intolerância aumentaram. Quando saía da favela vestida de branco, para ir ao terreiro que frequento, eles reclamavam. Um dia, um deles veio até a minha casa e disse que eu estava proibida de circular pela favela com aquelas “roupas do demônio”. As ameaças chegaram ao ponto de proibirem que eu pendurasse as roupas brancas no varal. Se eu desrespeitasse, seria expulsa de lá. No fim de 2010, dei um basta nisso. Não suportava mais fingir ser o que eu não era e saí de lá. Mãe de santo há 30 anos, expulsa da Pavuna: ‘Disseram que quem mandava ali era o ‘Exército de Jesus”. - Comprei, em 2009, um terreno no Parque Colúmbia, na Pavuna. No local, não havia nada. Mas eu queria fundar um terreiro ali e comecei a construir. No início, só fazia consulta, jogava búzios e recebia pessoas. Não fazia festas nem sessões. Não andava de branco pelas ruas nem tocava atabaque, para não chamar a atenção. Um dia, o presidente da associação de moradores foi até o local e disse que o tráfico havia ordenado que eu parasse com a “macumba”. Ali, quem mandava na época era a facção de Acari. Já era mais de santo há 30 anos e não acreditei naquilo. Fui até a boca de fumo tentar argumentar. Dei de cara com vários bandidos com fuzis, que disseram que ali quem mandava era o “Exército de Jesus”. Disse que tinha acabado de comprar o terreno e que não iria incomodar ninguém. Dias depois, cheguei ao terreiro e vi uma placa escrito “Vende-se” na porta — eles tomaram o terreno e o puseram a venda. Não podia fazer nada. Vendi o terreno o mais rapidamente possível por R$ 2 mil e fui arrumar outro lugar.

A Permanência da Imagem de Iemanjá na Praia da Macumba no Recreio dos Bandeirantes-Rio de Janeiro (AVAAZ.org) 31 Portalcdo@bol.com.br


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Por que isto é importante É um projeto para a permanência de uma Imagem de 5 metros de altura representando Iemanjá a Deusa do Mar, uma aspiração do Babalorixá Sergio de Ogum, Mãe Rose de Oyá e do Povo de Umbanda e Candomblé do Município do Rio de Janeiro.

O Renascimento Umbandista em Rubens Saraceni http://umbandauthis.blogspot.com.br/2016/10/o-renascimento-umbandista-emrubens.html

Por: Fernando Ribeiro Na História da Umbanda temos inúmeros personagens importantes que desempenharam papéis primordiais para consolidação de nossa Religião. Nomes como Leal de Souza, que foi um dos primeiros autores a falar de Umbanda; Zélio Fernandino de Moraes, que foi o próprio fundador de nossa religiosidade; Benjamin Figueiredo, que trouxe uma ritualística e liturgia própria para a 32 Portalcdo@bol.com.br


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Umbanda; Tata Tancredo, representante das perspectivas africanistas da Umbanda; W. W. da Matta e Silva, responsável por introduzir com profundidade a influência esotéria na religião. São inúmeros personagens além desses citados, alguns mais conhecidos, outros voltados a iniciações mais reservadas, alguns mais engajados socialmente, outros mais voltados a perspectivas intelectuais. O fato é que se pesquisarmos veremos que tem muita coisa a ser lida e investigada para quem quer entender o que é Umbanda. Nossa religião teve seu ápice na década de 60 e 70, período em que vivenciou um frescor social entre as outras perspectivas teológicas existentes conforme nos aponta os estudos do grande mestre Alexandre Cumino. Foram décadas áureas em que víamos a Umbanda sendo retratada em músicas, na televisão, no rádio sem nenhuma vergonha ou culpa diante do que pensavam os outros. Porém, aconteceu já no fim da década de 70 e início da década de 80 um evento muito parecido com o que tem acontecido atualmente com pastores evangélicos. Muitos Sacerdotes de Umbanda começaram se envolver na política, como vereadores, deputados, etc. E essa integração não deu muito certo; escândalos de corrupção fizeram com que a imagem da Umbanda fosse manchada entre o senso comum. Pessoas que tinham certo preconceito para com a nossa fé potencializaram ainda mais seus pré julgamentos, muito influenciados por essa transitação de umbandistas entre o meio político. E entre esse período que se estendeu até o início da década de 90 passamos pelos tempos escuros do qual muitos irmãos mais antigos e experientes de terreiros nos contam. Tempo em que fomos mal tratados pela sociedade, fomos vítimas dos mais diversos preconceitos. A Umbanda sobreviveu graças as pessoas que mesmo com todas as adversidades e complicações ainda foram fortes pra bater no peito e continuar com o Axé. Dentre esses personagens, um que merece imenso destaque é Rubens Saraceni. Um mestre que podemos afirmar como sendo o renascentista da Umbanda no Brasil. Numa década turbulenta como foi a década de 90, surge ele com novos conceitos unidos a perspectivas tradicionais, causando uma revolução de pensamento nos praticantes de Umbanda. Se fizermos um comparativo da importância dos personagens da Umbanda com os personagens da História da Humanidade, Rubens Saraceni seria uma mistura de [Francis Bacon, Montaigne, Da Vinci e Shakespeare]. A Renascença foi um movimento histórico que trouxe ao homem os escritos e as ideias gregas que na era medieval ficaram escondidas pelos sacerdotes católicos. Os renascentistas traduziram tais obras para as línguas de seus países e a partir 33 Portalcdo@bol.com.br


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dessas traduções exercitaram suas próprias maneiras de repensar o mundo e as coisas. Rubens Saraceni na Umbanda fez o mesmo. Trouxe a nós a Teologia de Umbanda como saber “intelectual e empírico”, uniu “tradição e inovação”, mostrou que para praticar umbanda não bastava estar no sangue mas que seria preciso também estudo e aprofundamento. Rubens fez renascer em muitas pessoas a necessidade de estudo e pesquisa. Rubens Saraceni foi o renascentista da Umbanda que deu fim a Era escura que nossa religião passou por conta de atitudes e posturas impensadas de pessoas que ao invés de lutar pela religião e seus irmãos, preferiram se envolver com propinas, corrupção. Rubens não! Ele inverteu essa lógica, mostrou que a prioridade para o umbandista é o estudo, acima de tudo o preparo de si mesmo. Colhemos com isso muitos frutos, quem conheceu Rubens como eu, quem teve acesso aos seus ensinamentos, quem teve a oportunidade de ler seus livros ganhou a capacidade intelectual de defender a Umbanda contra o preconceito social. Antes do Rubens éramos julgados por pessoas que não sabiam o que fazíamos. Depois dele, começamos a explicar aos preconceituosos o que fazíamos com qualidade, com profundidade, com destreza. Rubens codificou a Umbanda, facilitou seu entendimento, catalogou os saberes da magia, da espiritualidade, da teologia, de tudo que está presente em nosso Axé. Falou de arquétipos, símbolos, mitos. Apresentou a Umbanda como saber extremamente científico, não a limitando apenas como crença. Na história da Humanidade, após os renascentistas surgiram então os iluministas; o iluminismo que foi um movimento gerado por pensadores influenciados pelos escritos daqueles que trouxeram os saberes antes escondidos. Tais iluministas como Charles Darwin com a teoria da evolução das espécies, Isaac Newton com as leis da física, Descartes e Kant com a proposta da razão, Hume com o empirismo. Na história da Umbanda, hoje surgiram os iluministas. Os iluministas umbandistas! Que a partir de saberes renascidos do Pai Rubens Saraceni são capazes de articular com senso crítico muitos pontos a respeito da religião. Ganhamos a capacidade de problematizar as questões que nos envolvem. Alguns fazem tratados históricos de nossa religião, outros propõem uma visão filosófica e sociológica de nossos processos, outros buscam um aprofundamento científico, outros falam sobre a Umbanda pela ótica do Direito, outros abordam temas pertinentes aos nossos costumes e rituais explorando as redes para propagar nossa cultura. A verdade é que o renascimento umbandista que veio a tona com Rubens surtiu efeito. E hoje os “Umbandistas Iluministas” fazem a diferença. Vivemos mais uma 34 Portalcdo@bol.com.br


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vez a ascensão de nossa cultura, e pelo fato de estarmos fazendo isso com “conhecimento e saber”, nos dá a possibilidade de retaliar quem ousar sair do caminho. Quem usa nosso axé para ganhar dinheiro já não consegue sujar nossa imagem como antes, quem usa nosso axé para ganhar propinas, favores ou votos não transita entre nós com a mesma facilidade de antes. Tudo isso pelo fato de estarmos mais críticos, por termos nas mãos os valores implantados pelo Pai Rubens. Se tem algo que digo quando me perguntam da importância de Rubens Saraceni na Umbanda, é isso. Sua implementação de uma nova postura diante da realidade, a inversão de prioridades. Saber acima de qualquer coisa. Foi um renascentista que oxigenou historicamente nossa religião, promoveu e construiu as bases para que pudéssemos hoje respirar com mais orgulho e tranquilidade. Tem muito a ser feito ainda! Estamos no caminho certo na paz de Oxalá!! Saravá a Renascença Umbandista! Saravá ao Iluminismo Umbandista! Saravá a história do nosso Axé!!!

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