JN 0722

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Redação: Diretor Geral: Caio Augusto Colaboradores: Matuka Castro; Caio Cassola; Sebastião Cabral; Kelli Garcia; Krsna Fonseca; Daniel Grecco; Hugo Lapa; Pablo Araújo; Janine Oliveira; Alex S. de Oliveira Correção e textos: Equipe Geral Artes e Distribuição: Caio Augusto João Paulo Capa: 15º Festa de Ogum na Mooca Facebook: Portal Caminhos de Ogum Instagram: @PortalCaminhosdeOgum Telegram: Portal Caminhos de Ogum

NOTA: Comunicamos que, o Jornal de Umbanda Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço livre que autores enviam seus textos e trabalhos e é comunicado na mídia Umbandista, cada um tem total responsabilidade por seu texto, então o jornal em geral só se responsabiliza pela montagem e divulgação!!! Boa leitura. (Algumas imagens de fonte de internet)

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Quando as pessoas chegam à gente e falam "seja positivo" como assim? Quais as formas de ser positivos? É em uma ação? ou é em um estado de espirito? Pois é meus amigos hoje nesse breve pensar venho trazer essa reflexão, oque é ser positivo ? A vida é um pouco engraçada, pois por mais que você tente ser um cristal puro todos os dias a mudança de energias no nosso dia a dia que faz nossa "positividade" dês positivar, e isso é normal! Não é por que você não está 24 horas no positivo que você é negativo, temos que refletir por quais passos daremos em um dia todo e aonde queremos chegar, a positividade nasce de pequenas ações que você tem com você e com as pessoas isso lhe torna uma pessoa positiva, o positivar é entrar em uma energia direcionada à positiva, algo que ti eleva, algo que ti faz bem, a positividade vem de gestos e ações que temos para nos, todos os dias! Ninguém estando na terra é um ser de luz que nunca se desiquilibra, que nunca cai, que nunca tem problemas NÃO, já estamos aqui para aprender com os dois lados, reflita isso na sua vida e na sua geração! VIVA!

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Heitor viveu no século XVII. Por seus atos e forma de agir, fora nomeado juiz pela população. Sempre foi um homem justo, mas, depois de começar a sofrer por um amor não correspondido, resolveu escolher suas próprias decisões e caminhos. Cegou-se por algo que nem ele mesmo sabia o que poderia acontecer, tudo em troca de propinas e até mesmo prazeres com mulheres. De justo, passou a agir de forma injusta, sentenciando pessoas inocentes à morte.

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Forte não é aquele que agride uma pessoa porque esta o ofendeu. Forte é aquele que, mesmo sendo ofendido, não se sente atingido, não se sente ferido, não se sente diminuído com a ofensa. Essa sim é a verdadeira força… a força interior, que não permite sermos atingidos por coisa alguma. É como uma cidade com muros fracos. O exército estrangeiro pode facilmente destruir os muros instáveis e já debilitados dessa cidade. O que acontece então? A cidade atrás dos muros fracos é obrigada a se defender e reage, atacando quem está destruindo suas muralhas. Mas o que acontece com uma cidade cujas muralhas são poderosas e impenetráveis? Vários exércitos podem atacá-la o quanto quiserem, podem jogar todo tipo de bombas, podem atirar pedras, que a muralha não pode ser derrubada. Nesse caso, seria necessário contra-atacar o exército inimigo, já que estamos protegidos dentro da muralha? Obviamente que não… Se a muralha protege bem a cidade e não permite que exércitos inimigos penetrem suas fronteiras, os habitantes estão protegidos, e não há nenhuma necessidade de agredir o inimigo de volta. Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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O mesmo ocorre com relação ao fraco, cujas muralhas interiores são frágeis, e o forte, cujas muralhas interiores são impenetráveis a qualquer ofensa. O forte não precisa agredir quem o ofendeu, pois não se sentiu agredido, já que está protegido por sua muralha interior. O fraco já é diferente. Quando alguém lhe profere uma ofensa, o fraco logo se sente ferido em seu orgulho, sente que foi atingido por aquelas palavras, sente que aquilo desestabilizou seu emocional. Quanto mais nos sentimos atingidos pelas ofensas, calúnias e palavras ferinas, mais fragilizados interiormente estamos. Nosso ego é grande, e sendo grande, faz-nos sentir pequenos. O forte é diferente… Podem ofendê-lo de todas as formas, podem critica-lo, podem calunia-lo, podem dizer o que quiser… o forte nunca se sente afetado ou ferido. O fraco sente-se atingido por qualquer coisa… e por ter se sentido ferido, atacado, humilhado, sente que precisa revidar, precisa agredir, precisa devolver a ofensa… Precisa destruir o outro, para não se sentir destruído. O fraco sente que precisa ferir o outro da mesma forma que ele se sentiu ferido. Precisa ofender, da mesma forma que se sentiu ofendido. Precisa humilhar, para com isso não se sentir mais tão humilhado. O fraco ataca porque a todo momento se sente atacado… O forte não sente nenhuma necessidade de atacar ou agredir, porque simplesmente não se sente atacado, não se sente ofendido, não se sente humilhado. Por isso, todos devem compreender que a verdadeira força é colocar-se acima das ofensas, das calúnias, das humilhações. O verdadeiro poder não é aquele que exercemos sobre o outro, mas aquele que temos sobre nós mesmos. Poderoso não é o que agride… não é o que subjuga o outro. Poderoso é aquele que não se sente agredido, pois sua muralha interior é impenetrável a qualquer palavra. Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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O poderoso tem uma força em seu interior que o protege de qualquer tipo de agressão verbal. Aquele que não é poderoso é fraco interiormente, qualquer palavra mal colocada pode feri-o, pode faze-lo se sentir mal, pode faze-lo se sentir rebaixado. A reação, então, é diminuir o outro, para que ele não se sinta tão por baixo. Mas colocar o outro para baixo, não significa que você esteja por cima. Qualquer pessoa estará por cima somente quando a ofensa não puder a alcançar. Coloque-se, portanto, acima das ofensas… somente assim você estará verdadeiramente fortalecido. (Hugo Lapa) me siga no facebook!

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Eu visto Branco, a cor da paz, da luz de Oxalá, não faço o mal, não prejudico ninguém, eu sou amor! Respeito à diversidade e as religiões, não amarro, não poluo a natureza, respeito os animais! Prego a caridade e o perdão, não levo nem trago ninguém de volta, não sou oráculo, nem vidente! Não cobro, não renego a ninguém, não tenho preconceito, somos todos iguais! EU SOU UMBANDA!

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"UMA VIDA DEDICADA AO SEU 7 ENCRUZILHADAS REI DA LIRA"

"É trabalhando que se vence a guerra, é trabalhando que se conga, então vamos trabalhar sempre no caminho do bem!!" Cacilda de Assis foi uma figura importantíssima e polêmica na historia da religião na década de 70 e 80. Nascida em 15 de março 1917, na Cidade Fluminense de Valença, filha de fazendeiros, até os cinco anos de idade era uma menina comum, quando então começou a pedir para sua mãe que lhe desse um cachimbo. Achando aquilo ridículo, sua mãe lhe prometia uma boa surra, mas isso não resolvia, até que Cidinha (como era chamada) conseguiu um cachimbo e fumava escondida nos matos da fazenda em Valença. Em seguida veio o álcool, Cidinha começou a pedir cachaça para os Pais, em uma dessas ocasiões sua mãe lhe deu um litro de álcool, o qual Cidinha

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bebeu tudo e voltou a ficar "tranqüila", não lhe acarretando nenhum mal. Mudou – se para o Rio de Janeiro. Aos sete anos de idade ocorreu a primeira manifestação espiritual. Em seu aniversário de sete anos tudo corria normalmente, quando de repente Cidinha desmaiou e entrou em coma profundo. Um de seus tios conhecia uma "rezadeira", contou a situação de sua sobrinha e descobriu que ela poderia ser curada. Porém, os pais de Cidinha não queriam que essa rezadeira fosse até a sua casa. Como a situação de Cacilda não melhorava os pais acabaram aceitando. Com um copo de água e uns "cantos misteriosos" Cacilda melhorou, e a rezadeira descobriu que ela estava sendo "possuída" por uma entidade espiritual e recomendou que Cacilda fosse levada até um Centro Espírita. Levada ao Centro Espírita, manifestou-se o Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira. A partir dali, Cacilda ficou curada e começou a realizar curas que, até então, ninguém conseguia explicar. Em 13 de junho de 1938, o Pai Benedito Galdinho do Congo fez seu assentamento na Mina de Santé, em Coroa Grande no Rio de Janeiro, onde ficava a Tenda Oriental de W.W. Da Matta e Silva. A partir de então, Cacilda começou a trabalhar oficialmente com o "Seu Sete", mas foi formada Yalorixá no Terreiro Pai João do Congo, Mangaratiba – RJ, e seguia a Umbanda Traçada. Filha de Xangô e Iansã, além do Seu Sete, Cacilda também trabalhava com Audara Maria - tida como "esposa" de Seu Sete, Rosa Vermelha, Cabocla Jurema, Vovó Cambinda, Ogum Delocó e Filimpo (Erê). Dona Cacilda tinha uma rotina normal e se dividia entre sua vida espiritual e seu trabalho. Nunca estava de mau humor, sempre trabalhou para o bem de todos, dando coragem, orientando, ajudando a arrumar emprego, dando comida aos necessitados, auxiliando a todos que a procuravam. Dizia ela: “Eu Sigo a linha de meu Pai, Seu Sete só pede amor e paz, minha casa esta sempre aberta para quem precise.”

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Empresaria, compositora e radialista, Cacilda tinha um programa na rádio metropolitana no bairro de Inhaúma - RJ. Líder em audiência com um programa voltado para a religião espírita, em especial a Umbanda. Foi neste programa que Cacilda cedeu o primeiro espaço para o hoje líder da "Igreja Universal Reino de Deus", Edir Macedo, começar a evangelizar. Em 1943 fundou seu primeiro terreiro em Cavalcanti, a "Tenda Espírita de Umbanda Filhos da Cabocla Jurema" que ficou conhecida como "Terreiro do Seu Sete", e foi onde a fama de Seu Sete iniciou. Todos os sábados mais de mil pessoas iam tomar passes e buscar a cura para as mazelas que lhes acometiam. A fama de mãe Cacilda de Assis foi crescendo devido à forma que as giras eram tocadas, pois, além das sessões de mesa, havia uma animada roda de samba onde eram tocadas varias músicas populares brasileiras que o Seu Sete gostava, vez que era um Exu com profunda ligação com a música e que utilizava-se das mesmas para seus trabalhos de energização. Também, as várias curas e milagres que o Exu vinha realizando despertou o interesse e a fé de milhares de pessoas. Rapidamente começou a correr os boatos e a fama de Cacilda e de Seu Sete crescia cada dia mais, tanto que vários famosos como, Tim Maia, Freddie Mercury, Banda Kiss, Gretchen, vários políticos, atores, jogadores de futebol foram visitar Seu Sete. Um grande admirador de Seu Sete era o Jackson do pandeiro, que fazia questão de contar a quem quer que fosse que o Exu havia salvado sua vida, prevendo um acidente de carro que realmente acontecera. Fieis de altas patentes da Força Aérea Brasileira se faziam presentes nas sessões. O reconhecimento do trabalho de caridade era referendado em constantes homenagens pelos mais diversos segmentos da sociedade, com troféus e honrarias, os quais em nada abalavam a simplicidade e o ego da Mãe Cacilda. Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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Rapidamente o local onde eram feitos os trabalhos ficou pequeno, e encontraram em Cascadura – RJ, um local maior. Ao pensarem em como iriam conseguir meios para comprar o local maior, Seu Sete, durante uma sessão, aconselhou um de seus filhos a comprar um bilhete de loteria federal, o qual obedeceu rapidamente. Ao final da sessão esqueceu completamente do bilhete. Passando pela rua, ouviu um vendedor gritando os números, ao se lembrar do bilhete e conferir os números viu que havia ganhado na época Cr$ 400 mil. Com esse dinheiro foi comprada a área onde foi construído o terreiro. Como o terreiro em Cascadura também ficou rapidamente pequeno, em 13 de junho de 1971, dia de comemoração a Santo Antonio e dia em que era comemorado o dia do Seu Sete, com a presença de 18.000 pessoas, foi inaugurado um novo terreiro em um sitio localizado em Santíssimo a 42 km do centro do RJ. O acesso ao terreiro era péssimo e, em dias de chuva, ficava praticamente intransitável. Para realizar a construção desse novo espaço foi lançada uma campanha, a qual gerou muitas difamações e críticas. Mãe Cacilda foi acusada de coisas que jamais fizera. Com muito esforço e trabalho a Lira foi inaugurada, possuía proporções jamais vistas dentro da religião Umbandista: 2.000 metros quadrados de cimento armado que abrigavam mais de 2.000 doentes sentados em um dos seus 770 bancos de madeira; em seu centro a maior mesa de madeira do mundo, tendo 112 metros de comprimento em "ziguezague" em cujas bordas se revezavam os doentes durante as famosas "Mesa de Cura". Como o acesso ao terreiro de Seu Sete era difícil, vários carros transitavam até o Posto de Gasolina "Sete da Lira" que existe até hoje, a partir dali varias kombis pegavam os fieis e os levavam até o terreiro. Era impossível se perder, pois haviam várias placas indicando o local e no caminho, haviam varias barraquinhas de vendas de lanches. Aproveitando o grande movimento no terreiro, Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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alguns vizinhos faturavam, sem autorização de Mãe Cacilda, cobrando estacionamento dos fieis. Alguns chegaram a adquirir casas na localidade para poder ter um acesso mais fácil ao terreiro. Haviam pessoas que chegavam às cinco da manhã para poder ficar mais próximo da mesa de cura, e recebiam auxilio - comida e cobertores da família de Dona Cacilda. A fama de Seu Sete era tão grande que chegou a marca de 5.000 pessoas por sessão. Durante as sessões, o Seu Sete chegava a consumir de 40 a 60 litros de cachaça e 16 caixas de charutos. Entretanto, ao desincorporar, Mãe Cacilda não tinha qualquer vestígio do uso do álcool e fumo, sendo que ao final dos trabalhos permanecia tão normal e calma como quando no início. As sessões duravam, em média, de 12 a 14 horas. A bebida era uma importantíssima ferramenta de trabalho do Seu Sete, pois era utilizada como um dos elementos para a realização das curas e descarregos. O elevado consumo de álcool durante as sessões sem influenciar a Mãe Cacilda, se dava em razão da “Coroa de Palha de Cana” que Seu Sete possuía. Através dela, a ingestão desse elemento impedia que sua médium fosse afetada por seus efeitos. Seu ponto riscado é um mistério até hoje, pois nunca foi revelado. Segundo informações ele esta guardado a sete chaves em sua tronqueira. A fama de Seu Sete foi tão grande, que na década de 70, vários eram os carros que transitavam com adesivos de um 7 preto em um fundo em vermelho, demonstrando a devoção daquela família ao seu Sete da Lira. Um dos momentos mais esperados pelos fieis em Santíssimo era o “Pino da hora grande”, que ocorria exatamente a meia noite, momento em que seu Sete realizava as preces e convidava seus fieis a realizarem um auto exame de consciência, sempre dizendo “Olhem para dentro de si mesmos”. Essa auto análise, muitas vezes revelava defeitos que seus fieis reconheciam que só lhe davam prejuízos, acarretando os males que lhes afligiam. Sem hora para acabar, a noite parecia pequena para Seu Sete da Lira e seus fieis que varavam a madrugada sem qualquer sinal de desânimo, aliás, muito pelo contrário. A Lira era uma grande festa na qual a alegria contaminava a todos que cercavam o Protagonista das sessões de sábado à noite em Santíssimo. Semanas após semanas, meses após meses e anos após anos eram sempre assim. Para os “Setistas” era como se o tempo parasse, os problemas eram deixados Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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de lado e a emoção tomava conta de todos que, entre um “golinho” e outro, de seu poderoso marafo se deixavam contagiar pela sagrada gira do Rei da Música. Incorporar o Exu Sete da Lira não era tarefa fácil, Dona Cacilda mantinha-se em jejum absoluto 24 horas antes das sessões, os paramentos de Seu Sete eram complexos e extremamente pesados e chamavam a atenção pela riqueza de detalhes: Capas que tinham em média 7 quilos, gorro que cobria os cabelos de Cacilda e que provavelmente produziam intenso calor em sua matéria; camisa; colete; calça; bota e cartola. Por volta das 22 horas, os Ogãs recebiam o sinal de que Seu Sete estaria pronto e assim faziam a saudação para iniciar os trabalhos. Já incorporado desde o interior da residência de sua médium, Seu Sete ia percorrendo com passos lentos e firmes o grande quintal que separava a casa de seu congá. O campo de força do Seu Sete poderia ser sentido por quem dele se aproximava emanando uma espécie de “ quentura energética”. Durante o carnaval, Seu Sete era homenageado por varias escolas de samba e blocos de carnaval do Rio de Janeiro, e haviam alguns que eram comandados diretamente por ele, como o bloco “Os Carijós” que mais tarde herdaria o nome de “Sete da Lira”. Em uma oportunidade, incorporado em plena avenida, Seu Sete comandou o bloco. Inevitavelmente, atraia olhares, aplausos e assovios da multidão que assistia. Nos sete dias que antecediam o inicio do carnaval, Seu Sete realizava o "Ebó de Carnaval", geralmente paramentado com fantasias nas cores verde e rosa comandava o ritual de limpeza do corpo, da cabeça e dos caminhos, para proteção para o ano que praticamente acabara de começar. Os confetes e serpentinas se destacavam no galpão durante essa época, demonstrando a alegria que pode ser obtida através da música. Como dito acima, Seu Sete recebia várias honrarias pelo seu trabalho de cura e caridade, dentre eles um troféu de Rei do Carnaval, o qual ficava guardado em sua sala de troféus, e que não era exposta ao público. Após o Pino da hora grande, o momento mais esperado por seus fieis era a “Mesa de Cura”, momento em que Seu Sete ia, rodeado por seus cambones, andando por uma enorme mesa de madeira, jogando marafo nas pessoas que ali se encontravam e realizando seus descarregos e suas curas. Quando julgava necessário ia de pessoa em pessoa e pedia para cantar uma "marchinha de carnaval", enquanto a Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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pessoa cantava ele realizava a cura. O fato de uma pessoa em dificuldades cantar uma música alegre, alterava seu padrão vibracional, o que facilitava a realização da cura. Durante a sessão, Seu Sete ganhava constantemente presentes de seus fieis. Eram cartas, bebidas, charutos, etc., tudo como forma de agradecimento pelos seus “milagres”. A mesa não tinha hora para acabar e às vezes ia ate o amanhecer. Uma das curas mais impressionantes praticada pelo Seu Sete, se deu com Luzia de Assis, filha caçula de Cacilda, a qual nasceu cega e teve a visão devolvida ainda criança em um dos primeiros "milagres" do Seu Sete. Várias curas eras testemunhadas durante a “Mesa de Cura”, desde as mais simples até as mais complexas como: câncer, cegueira, tetraplegia e paralisia entre muitos outros. As giras de sábado eram muito esperadas, pois possuíam um destaque que era a marca de Seu Sete, após o Pino da Hora Grande e a Mesa de Cura, por volta das 4 horas da madrugada, o terreiro virava uma festa onde eram tocadas vários tipos de músicas, desde samba atá marchinhas de carnaval, mas mesmo assim o Seu Sete não deixava de realizar seu trabalho de cura. A Tenda Espírita Filhos da Cabocla Jurema tinha outras sessões. As giras de Caboclo eram realizadas pela Cabocla Jurema, as giras de Ogum pelo Ogum Delocó, as de Preto Velhos pela Vovó Cambinda, e as de Exu e Pomba Gira pela Audara Maria e Rosa Vermelha. "Muito mais severa que Seu Sete da Lira, Sra. Audara Maria comandava sua gira com extrema beleza, mas também cobrava o que de errado estivesse acontecendo no Terreiro e não media palavras para colocar tudo nos “eixos” e até ditar punições. A Pomba-gira chegava colocando ordem na casa e advertindo àqueles que "pisaram na bola" com Seu Sete ou com o santo em geral." Os feitos de Seu Sete chegaram aos ouvidos de Flávio Cavalcanti, o qual rapidamente mandou sua produção até Santíssimo para convidar Dona Cacilda e Seu Sete para participar do programa, o qual aceitou sem hesitar. Seu Sete foi anunciado com todo estardalhaço de uma grande atração. Ao ver o anúncio, Chacrinha ficou louco para levá-la ao seu programa e mais o rápido possível mandou sua produção entrar em contato com Cacilda, a qual já era conhecida de Chacrinha. No dia 29 de agosto de 1971 em plena Ditadura Militar e data que marcou a historia da TV brasileira e da Umbanda, a produção de Chacrinha chegou em Santíssimo muito antes do que a produção de Flavio Cavalcanti, engabelou a Dona Cacilda dizendo que já havia Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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conversado com Flavio Cavalcanti para se apresentar antes na Buzina do Chacrinha. Enquanto Flávio Cavalcanti andava de um lado para o outro a espera de Dona Cacilda. Incorporada com o Seu Sete da Lira, Cacilda adentrou ao programa do Chacrinha, quando algum "poder" realmente tomou conta das pessoas, pois a platéia, cantores, assistentes de câmera, seguranças, contrarregras e outros entraram em transe, desmaiaram ou foram "mediunizados" por exus e outras entidades. Incorporada Cacilda saiu da Buzina do Chacrinha, levada pela produção de Flavio Cavalcanti entrou em um carro acompanhada de seus cambones, e se dirigiu até as emissoras da TV Tupi, quando nem bem tinha entrado no programa, o mesmo fenômeno aconteceu: dançarinas, músicos, diretores e outros entraram em transe. Ocorreu também um suposto caso envolvendo o Presidente Medici e sua Esposa. Relata-se que os mesmos estavam naquele dia assistindo o programa em que Seu Sete da Lira participava, quando indignado o Presidente disse que tomaria medidas contra Dona Cacilda. De repente sua esposa levanta-se "incorporada" dá uma gargalhada, pede um champanhe e uma rosa e lhe diz para "não mexer com quem não pode!" Muitas foram as críticas lançadas contra a Mãe Cacilda após a exposição do Exu na televisão. Muitos achavam apelação por audiência. Na Censura Federal centenas de telefonemas de protestos e de narrativas de pessoas que haviam entrado em transe em suas casas entupiram as centrais telefônicas. Incomodada a igreja católica demonstrou sua indignação, pensando na imagem do País no exterior. Reuniu sua cúria para debater o problema e a concessão das duas emissoras de TV quase foram suspensas pelo governo, sob a alegação de defesa da "moralidade" e dos "bons costumes". E não somente a Igreja Católica ficou incomodada com a aparição de Seu Sete na TV, mas o Conselho Deliberativo dos Órgãos de Cúpula de Umbanda acusou Mãe Cacilda de Deturpar a religião e afirmou que Seu Sete não era da Umbanda, pedindo maior censura aos programas de televisão. A aparição de Seu Sete na TV, naquele agosto de 1971 causou tanta polêmica que vários críticos, artistas, arcebispos e até Pais de Santo se pronunciaram a favor ou contra a presença desse guardião. Na imprensa não se falava em outra coisa se não nesse grande fato. Cacilda foi alvo de tantas críticas que decidiu, por fim, não expor mais Seu Sete na mídia e não dar mais entrevistas, sejam escritas ou Edição 07/22 contato: centralcdoemail@gmail.com

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televisivas. Mas a imprensa insistia em se infiltrar no terreiro de Seu Sete, e sempre publicava manchetes tendenciosas para tentar denegrir a imagem e o trabalho de caridade que era exercido pelo Exu. À medida que as curas e milagres de Seu Sete iam criando fama, cada vez mais as críticas iam aparecendo, principalmente da Igreja Católica e da Censura Federal que diziam que Seu Sete era “Crendice Popular”, baixo espiritismo, charlatanismo. Depois de toda essa polêmica e "disse me disse" em 1983 Cacilda de Assis resolveu voltar a dar entrevistas. Fiel ao seu Guardião por toda uma vida inteira, Mãe Cacilda de Assis, permanecia firme em sua missão de emprestar seu aparelho ao grande Rei, que seguia obstinado em seu objetivo maior: prestar caridade a todos que o procuravam. Apesar da avançada idade Dona Cacilda continuava cumprindo sua missão com o Seu Sete, longe da mídia dos holofotes e esquecida por muitos, porém, rodeada por devotos de muita fé. Já com 82 anos, no inicio do ano 2000 Cacilda continuava a cumprir sua missão, ia incorporada com Seu Sete dentro de uma "Belina" direto de sua casa, até o terreiro para economizar forças para a gira que se arrastava até de manhã. Seu Sete se manifestou publicamente pela última vez em 2002, e em particular para a família Assis até 2009. Para evitar que "marmoteiros" e mistificadores incomodados com a fama de Seu Sete usassem a fragilidade e a fé dos fieis que o seguiam, a família Assis registrou o nome e o logo do Seu Sete em “Marcas e Patentes” da família. Como a popularidade de Seu Sete era muito grande, várias pessoas diziam trabalhar com o mesmo Exu, e se aproveitavam da fé e inocência das pessoas para tirar dinheiro e denegrir a imagem de Dona Cacilda. Inclusive, teve até boatos que o Seu Sete teria a abandonado, o que é tido como absurdo pela família! Até os dias de hoje, existem matérias denegrindo a história da Mãe Cacilda. Sobre a aparição de Seu Sete na TV, não existem vídeos, todos os que foram gravados na época foram tirados da mídia e se perderam com um incêndio que ocorreu no dia 04 de junho de 1976 devido a curto circuito nas emissoras da TV Tupi e Rede Globo. No ano de 2015 a Federação Espírita de Umbanda lançou uma nota de esclarecimento pedindo desculpas à família Assis por ter falado que Mãe Cacilda e Seu Sete não faziam parte da Umbanda e lançaram um vídeo contando a historia de Mãe Cacilda e Seu Sete.

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Hoje em Santíssimo, só resta o esqueleto do que era o "Terreiro de Seu Sete", mas a tronqueira permanece erguida aos fundos do terreno e em seu quintal há um conjunto habitacional chamado Sete da Lira, o qual é administrado por suas filhas e netas, sonho de Dona Cacilda. O terreiro foi desativado após seu falecimento, pois, segundo informações, não havia ninguém preparado para dar continuidade ao trabalho. Toda parte espiritual, como imagem, roupas, etc, estão mantidas na casa particular da família Assis. Mãe Cacilda encerra sua missão no dia 21 de abril de 2009, com 92 anos, de morte natural. Deixa um legado de fieis que jamais irão esquecer o bem que ela realizou junto com Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira. Cada mensagem, cada palavra, cada aprendizado, cada milagre, cada cura realizada pelo Seu Sete estarão para sempre guardados no fundo do coração de cada pessoa que acompanhou de perto essa linda trajetória, junto com seu maior ensinamento “SEMPRE FAZER O BEM, SEM OLHAR A QUEM”. Mãe Cacilda marcou a história da Umbanda e jamais será esquecida! Encerro essa matéria com uma linda oração que Mãe Cacilda fazia a Seu Sete. ORAÇÃO AO SEU SETE DA LIRA "Seu Sete Rei da Lira, Grande trabalhador da Umbanda, sei que o senhor é amor e caridade, e por isso eu lhe suplico, curai o mal do meu corpo, da minha alma, da minha cabeça e do meu caminho. Sei meu senhor que sua vontade é lei e sei também das curas milagrosas que o senhor faz entre prosas e versos. Lhe suplico mais uma vez Seu Sete da Lira, olhe para os meus sofrimentos, derrame sobre mim sua vibração para que eu possa voltar a ter alegria de vida com saúde, força e coragem. Salve a força e o poder da Lira Salve as 7 notas musicais Salve o seu AXÉ meu Senhor. Boa noite Seu Sete, abre nossos caminhos! AXÉ. (Cacilda de Assis - 07/07/1975) Repost Maria Padilha Tupã Oca da Cabocla 7 Raios

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A mediunidade não blinda o médium da traição, do desemprego, da doença, da decepção, da tristeza, do desanimo e de todos os espinhos que existe na terra. É bom o Médium entender que ele está em um mundo de provas é expiações e que a Mediunidade não lhe dá nenhum privilégio perante as outras PESSOAS e nem as dificuldades que fazem parte do jornada da vida. Se você acha que por INCORPORAR alguma Entidade será superior as demais pessoas ou imune as dificuldades da vida nem entre para a Umbanda. Mediunidade lhe mostra onde tá o erro é o que você tem que fazer para concertar esse erro. A vida pode e deve ser renovada a todo momento, individual e coletivamente. O renascimento interior é sempre possível. Quando o indivíduo e a comunidade veem as causas do sofrimento, a compreensão substitui a dor. A fonte central das aflições é a ignorância. Um projeto de vida correto é inseparável de uma clara percepção do tempo cíclico de longo prazo, incluindo o processo da reencarnação. (Elisa K.)

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