Mês 12 Portal Caminhos de Ogum
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Diretor responsável Caio Augusto
Novidades, textos, eventos, matérias, tudo que você Umbandista procura.
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Redação: Diretor Geral: Caio Augusto Colaboradores: Douglas Elias; Glauco Mariani; Felipe Campos; Hugo Lapa; Orlando Aparecido; Jean de Ogum; Claudio Vieira; Bruno Stanchi; Maria Aparecida; Rosana Souza; Equipe Para Sempre Umbanda EAD; Roberta de Souza; Pablo Araújo Flavio Fukuda Correção e textos: Equipe Geral Artes e Distribuição: Caio Augusto
NOTA: Comunicamos que, o Jornal de Umbanda Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço livre que altores enviam seus textos e trabalhos e é comunicado a na mídia Umbandista, cada um tem total responsabilidade por seu texto, então o jornal em geral só si responsabiliza pela montagem e divulgação!!! Boa leitura.
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(Caio Augusto)
Entra ano e sai ano temos as mesmas reclamações, a que a casa não presta, a pôr que fulano está lá, a por que o pai é isso, a pôr que está caro a parcela, e assim vai sempre a uma desculpa para tudo mas, devemos pensar em algumas coisas fundamentais primeiro você está indo para que no terreiro? Pois se você vai para encontrar deus ele não vai deixar de lhe atender sendo uma casa humilde ou sendo um palácio, segundo a primeira coisa que o Umbandista deve intender que não pode haver vaidade isso é um câncer para ele e ele deve evitar da sua vide então horas se você não pode ter vaidade por que insiste? Terceiro você é um religioso ou um analista de ambientes? Oque devemos se atentar irmãos e que nada está bom, antigamente com a umbanda um pouco mais antiga existia uma doutrina rígida sobre hierarquia ao qual não devia haver nenhum desses problemas e isso foi um pouco afrouxado para melhorar o convívio das pessoas com a casa mas gerou esses problemas, afinal se você tanto critica muda de casa 4 vezes no ano será que é problema da casa ou é problema seu? Será que as vezes o que tanto você reclama não está dentro de você mesmo? Devemos procurar sempre se policiar vigiar e evoluir, o nosso eu interior vem programado para evoluir cabe você fazer isso ou não, fofocas, vaidades, reclamações sem motivo não vai levar você a lugar algum, então para entrar 2016 bem pense bem se você se dedica realmente a casa que frequenta, pense se realmente você está indo para cultuar seu orixá ou está indo por ir resgate o amor pela religião dentro de você. A casos e casos mas na maioria das vezes as pessoas reclamam de barriga cheia a umbanda não é pastelaria pediu e logo está na sua mão tudo tem que ser trabalhado preparado feito com amor, tenha amor aos seus irmãos mais que aja um ou outro que você não gosta conviva o respeite afinal somos todos irmãos em uma religião não faça para o outro ou comungue para o outro o que você não quer para você mesmo, ame muito as pessoas pois só assim intendera que o amor puro pelo seu irmão faz a engrenagem girar, receba nesse natal uma inspiração do mestre Jesus Cristo que ensina a mar a todos sem olhar a portalcdo@bol.com.br
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quem, as pessoas trabalham duro nas suas casas para levar esse amor adiante se não se sente bem num local troque mas tenha em sua mente se você gira mais que pião em festa junina de casa em casa esse é o momento de ter uma reflexão sobre o que é a religião para você. Em fim desejo a todos que no fim de cada ciclo aja uma melhora nunca uma piora, que ogum encaminhe a vida de cada um para o seu melhor e que a evolução seja constante na vida de todos buscando seus objetivos pois, cada um tem o direito de conquistar tudo que procura sendo do seu merecimento e sem afetar ao próximo muito sucesso a todos.
Olá amigos estaremos montando esse grupo de estudos muito bacana e gratuito para uma única turma no ano: GRUPO DE ESTUDOS DESPERTANDO PARA UMBANDA. Qual a finalidade desse curso ele não é um desenvolvimento e sim um curso teórico com aulas visando a iniciação da pessoa perante a religião em seu lado teórico vamos falar de muitas coisas: tipo de mediunidades, história da umbanda, guias orixás mentores, o ritual, Em fim será um cronograma bem bacana e para uma única turma que farei por ano pois, cada turma mais ou menos de um a um ano e meio, é para quem quer conhecer a sua religião ou gosta dela, ou acha bacana ter mais conhecimento em fim, será um grupo para unirmos ideias e aprendermos cada dia mais! abrirei 14 vagas então se quiser participar mande mensagem inbox ou um amigo que você sabe que queria, estamos
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programando as turmas para quinta-feira a noite mas pode a ver variação o importante é saber quem quer mesmo participar para unir esse grupo, seja bem-vindo! Vai ser ministrado por: Pai Caio com duração de 1 ano podendo se estender. Valor: 25,00 reais de inscrição o resto do curso é gratuito, todo material será passado via ditado ou alguns em pdf. Material: 1 caderno e uma caneta, boa vontade, vontade de se espiritualizar dentro da doutrina de Umbanda Sagrada. "Formamos pessoas não por interesse e sim interesse de ver novos adeptos levando a Umbanda com seriedade e conhecimento a frente!" Pai Caio Augusto PS. AVISE SEUS AMIGOS! PARA INSCRIÇÕES E CADASTRO ENTRE NO GRUPO: https://www.facebook.com/groups/222807587848406/
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(Caio Augusto)
Fundamentos Doutrinários de Umbanda Autor Rubens Saraceni. Páginas: 320
Descrição: Este é um livro a respeito dos fundamentos doutrinários da Umbanda, uma religião fundada no Brasil em 16 de novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, a partir de uma manifestação espiritual do Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão espírita. Os umbandistas cultuam Deus e suas divindades, os Orixás, e, durante as suas giras, contam com a presença dos Guias espirituais incorporados em seus médiuns, para o cumprimento de uma das suas finalidades primordiais: a prática da Caridade. Nesta obra, Rubens Saraceni explica com desenvoltura fundamentos ritualísticos e doutrinários dessa religião centenária, com destaque para a cosmogênese umbandista e seus Orixás, discorrendo sobre suas firmezas, irradiações, oferendas e seus assentamentos, bem como aborda de modo claro as Sete Linhas de Umbanda. Outro ponto importante é a Escrita Mágica Divina, que se trata da própria escrita dos Orixás, e que os Guias chefes, com ordens de trabalho, riscam e ativam o poder das divindades por meio da magia riscada umbandista. O autor discorre ainda sobre o Orixá Exu e sua forma de atuação, e a respeito da formação sacerdotal umbandista. No final da obra, o leitor encontra um glossário que facilita o entendimento dos termos
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utilizados na obra. Trata-se, portanto, de um livro indispensável a todos os umbandistas e estudiosos do assunto. Release: Esse é um livro a respeito dos fundamentos doutrinários da Umbanda, uma religião fundada no Brasil em 16 de novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, a partir de uma manifestação espiritual do Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão espírita. Os umbandistas cultuam Deus e suas divindades, os Orixás, e, durante as suas giras, contam com a presença dos Guias espirituais incorporados em seus médiuns, para o cumprimento de uma das suas finalidades primordiais: a prática da Caridade.
(Orlando Garcia)
Era sábado, acabávamos de chegar a Madrid, o sol já estava se pondo quando chegamos ao acampamento de Ítalo, um cigano muito respeitado pelo seu povo. Fomos recebidos com festa, carroças formavam um círculo tendo ao centro uma fogueira cujas labaredas atingiam aproximadamente três metros de altura. Ao fundo deste lindo cenário uma lua cheia dava um toque especial. Eu que sempre fui muito retraído, devido a perda que tive na infância onde meus pais e minha irmã morreram em um acidente; estava quieto em um canto, quando vi saindo de uma cabana uma
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moça de uns 18 anos, com um lenço e moedas cobrindo-lhe a cabeça, era a cigana mais bonita que eu vi em minha vida. Cabelos ruivos, ondulados chegando a altura da cintura, corpo de uma sereia; quando cheguei mais perto vi que seus olhos eram da cor da esmeralda. Logo meu coração já tinha dona. A noite inteira não consegui desprender os olhos dela, a sua dança e o seu jeito de caminhar me enfeitiçaram; a paixão atingira meu coração. Naquela noite não tive oportunidade de conversar com ela, não consegui pegar no sono, só a imagem dela vinha em minha mente. Pelas frestas da minha barraca vi que o dia começava a raiar, levantei e fui contemplar a bela paisagem. Distraído não notei que ela caminhava em minha direção, perguntou se podia sentar-se ao meu lado. Tomei um susto, ela sorriu e sem palavras, apenas consenti com a cabeça. Notei que ela ainda estava com a roupa da festa, porém sem lenço e as moedas, pude então ver a perfeição do seu rosto. Perguntou de onde vínhamos, falei que vínhamos da Cataluña e iríamos para Saintes-Maries-de-La-Mer, lugar sagrado para o povo cigano. Lá Santa Sara chegou com as três Marias (Maria Jacobina, Maria Salomé e Maria Madalena) depois de navegar por mar revoltoso e sem remos. Ela me disse que queria sair da Espanha, mas seu pai o velho Ítalo não queria sair de sua terra natal. Perguntou o meu nome, disse Ramirez, quis saber o dela e ela me falou Madalena. Conversamos durante horas que para mim pareceram minutos. Mais tarde durante o almoço ao saborear um carneiro assado, sentada ao meu lado logo percebi que meu amor era correspondido. Ela era a terceira filha e disse que o pai nunca a deixara namorar. Fiquei mais preocupado, falei que gostaria que ela seguisse o meu grupo como minha esposa e ela me respondeu que dificilmente teria a permissão do pai dela. Me propus a falar com o pai dela. Na mesma noite fui ter com ele. Ítalo era um cigano corpulento, seu bigode chegava ao queixo, contei que estava apaixonado por Madalena e era correspondido, queria a sua permissão para tê-la como minha esposa e acompanhar o meu grupo. Ele se levantou, andou de um lado para o outro, parou e me disse “Vou deixá-lo cortejála, mas para levá-la terá até o fim de semana para pagar o dote de 30 mil réis (este era o valor aqui na época), só assim permitirei que ela o acompanhe”. portalcdo@bol.com.br
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Era muito dinheiro, eu não tinha nem 10 mil réis, mas falei que arrumava. Agradeci e saí. Fui direto a cabana de meu tio, homem que me criou e que sempre tive como meu pai, contei o ocorrido, ele disse que também não tinha tudo, perguntou se eu queria realmente a moça, disse que a quero e que nunca mais pediria nada a ele se ele me fizesse esse favor. Ele como um bom pai me prometeu que arrumaria com os outros ciganos. Dois dias antes do prazo final paguei o dote. A noite foi feita outra festa com danças, fogueira e comida a vontade, era o meu noivado. Dois dias após, uma noite antes da nossa partida houve outra festa, agora de despedida do meu grupo e do meu casamento. Foram dias de festa interna em meu coração. Vivi bons anos com minha amada, tivemos três filhos, dois meninos e uma menina. Já em terras francesas, meu grupo que adorava aquele clima ameno, estava radiante, fomos até o porto Saintes-Maries-deLa-Mer. Um dia já com as crianças grandes, nosso grupo chegou a uma cidade pequena, onde um menino tinha sido encontrado morto a beira de um rio. Boatos relatavam que fora obra de cigano e nosso grupo foi atacado durante a noite, não pouparam ninguém. A barraca que dormíamos foi incendiada, não deu tempo de ninguém sair. Meu espírito já fora do meu corpo viu a minha amada abraçada aos meus filhos, todos mortos. Vaguei sem rumo achando tudo culpa de Deus, praguejei. Vivi como um espírito obsessor, naqueles que aniquilaram o meu povo. Depois de muito tempo vivendo daquele modo fui socorrido por irmãos de luz. Entre eles estava Madalena, a alegria tomou conta de mim, chorei até ficar sem forças. Agora com a ajuda dos irmãos de luz e de minha amada, trabalho pela bandeira da Umbanda, tendo esse irmão que me dá a oportunidade de redimir meus erros do passado e também a essa alma gêmea que ainda me auxilia, atendemos na linha dos ciganos sob o manto de Santa Sara. Salve a Umbanda!!!
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(Glauco Mariani)
Exú talvez seja na Umbanda, a linha de trabalho que desperta maior curiosidade e até um pouco de medo, porém esse medo é injustificável, já que Exú trabalha de maneira espetacular e dentro da Lei. Mas que Lei é essa? A Lei Maior, pode-se dizer que Exu é cumpridor dessa Lei e não se faz nada sem Exu...pois ele é responsável direto pela comunicação entre o Plano Espiritual e a Terra. Vou dividir esse texto em duas partes: Orixá Exú e Exú de trabalho. -Orixá Exú: é o princípio de tudo, é ele que traz as mensagens dos outros Orixás para nós. Exú é movimento e nada pode acontecer sem ele, nem mesmo um pensamento. Quem já foi a uma gira de Umbanda, viu que ao se abrir os trabalhos, sempre se saúda Exú, pedindo proteção para que a gira corra de maneira tranquila, dessa forma Exú evita a entrada de espíritos zombeteiros ou quiumbas nas giras, pois esses tem como único propósito tumultuar os trabalhos. Tudo começa por ele; por isso ele será sempre o primeiro. Esse Orixá é responsável dentre muitas coisas, de esvaziar nossos sentimentos negativos e nos reestabelecer o equilíbrio necessário. Quando o médium" por exemplo" está com seu campo astral negativado, Exú atua esvaziando essa negatividade e trazendo o equilíbrio espiritual necessário. -Exú de trabalho: a gira de Exú costuma ser a que mais pessoas procuram orientação espiritual, talvez pelo simples fato de identificarse com essa linha de trabalho bem como da maneira que é conduzida uma consulta por estas entidades, de forma direta e com muita firmeza.
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Infelizmente ainda se ouve e se vê alguns desconhecedores dessa força, compararem Exú a demônios, diabos e sei lá mais o que... tudo ignorância e falta de conhecimento deste Mistério Divino e indispensável a tudo e a todos. Para se ter uma ideia os Exús de trabalho antes de incorporarem em seus médiuns, precisam baixar sua frequência espiritual, para poder chegar a nossa frequência, então como alguns falam que Exú está abaixo de nós? Na Umbanda não temos esse conceito de Céu e Inferno, que existe em outras crenças, acreditamos sim que somos responsáveis pelos nossos atos e temos livre arbítrio em nossas decisões, dessa forma cada um responde pelas suas atitudes. A presença de Exú está consignada até mesmo no primeiro ato da Criação: sem Exú, nada é possível. A força de Exú, portanto, é incomensurável. Laroiê Exú Abraços fraternos, axé.
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(Hugo Lapa)
Não fique a todo momento querendo agradar os outros. Quem fica se preocupando em ser aceito pela sociedade, pelos seus familiares, pelos seus amigos ou pelas pessoas em geral acaba por se tornar apenas uma imagem do que o outro espera que seja. Mas você não pode e não deve ser apenas uma imagem que o outro projeta em você. É necessário buscar quem somos lá no fundo, mesmo que isso desagrade algumas pessoas. Quando alguém te ama de verdade, vai te aceitar do jeito que você é; e quem não te ama pode receber todos os agrados possíveis, que não te amará por isso. Portanto, pare com esse vício de tentar agradar os outros. As pessoas não vão te dar mais carinho ou mais afeto em decorrência desse agrados; você não receberá a admiração alheia pela tua bela atuação teatral em ser o que não é. Não se transforme naquilo que os outros esperam que você seja, pois assim você perderá a si mesmo tentando ser uma imagem projetada do outro, e o outro não te dará aquilo que você mais quer: o seu amor e admiração. Não deseje conquistar os outros pelo que você não é... Apenas seja o que é, e quem te amar, vai te aceitar de qualquer forma.
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(Paulo Ludogero)
Sei que esse assunto é muito sério e tenho ultimamente me deparado com muitas situações, que me faz pensar em desistir mas prefiro
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pensar num futuro melhor. Vou explanar detalhadamente como penso sobre esse tema. Cada terreiro de Umbanda é uma casa de Deus e dos Orixás, então todos os Umbandistas deveriam ter livre acesso a todos os terreiros, assim como ocorre com os irmãos de outras crenças. Um médium ao entrar em outro terreiro deveria ter a conduta de se identificar médium de outro terreiro e que está visitando a casa, fazendo isso evitaríamos muitos constrangimentos. Por outro lado, vamos ver a conduta sacerdotal, se um médium está visitando outro terreiro, pode ser por vários motivos: o mesmo foi convidado por amigos; pura curiosidade; buscando uma palavra amiga, pois está em desentendimentos no terreiro em que frequenta; ajuda na curimba; a procura de um curso e etc. Em todas as situações a conduta sacerdotal deve ser sempre a de ser neutro! A conduta sacerdotal é muito importante pois ela será o espelho da religião! Um sacerdote jamais deve inflamar um desentendimento com quer que seja, deve sempre tentar buscar a harmonia: se existe visitantes de outra casa, receba com harmonia pois são irmãos de fé. Se identificar médiuns de outra casa, receba também com harmonia e em ambas as situações (1,2), jamais coloque as mãos em sua coroa, pois tem quem cuida dela. sempre orientar o diálogo direto com os pais espirituais, dar um passe sim, mas nunca mexer na coroa do médium. A curimba é sagrada e movimenta energias em seu terreiro, jamais desfaça de seus ogãs por causa da visita, mas receba os visitantes com harmonia, oriente a seus ogãs sempre tratar bem e não fazer caras feias quando a outra curimba puxar um ponto em tom ou melodia diferente, apenas acompanhar. Se existe médiuns de outras casas fazendo cursos em seu terreiro, trate-os com respeito, não se esqueça que são irmãos de fé. Infelizmente recebo notícias alarmantes, sacerdotes exigindo que alunos de cursos, venham em suas giras, venham participar de atividades de terreiros e exigem ser chamados de pai ou mãe, isso é falta de ética e de humildade para com o sacerdote que na confiança mandou seus filhos para aprender e não serem assediados. Recebo notícias que em visita sua curimba foi maltratada e que não deixam participar das festividades ou evento, isso é falta de irmandade e respeito Recebo notícias que sacerdotes manifestados orientam médiuns de outras casas a deixar o seus terreiros por motivos diversos e virem para sua casa, um guia de luz recebe o médium com amor e o orienta a voltar e conversar com seus pais e não o convida para sua corrente. Dentro do terreiro a falta de ética existe também desde o sacerdote até os médiuns. O sacerdote por questões de afinidade pessoal ou financeira, acaba dando a médiuns novos a posição de pais pequenos ou privilegiada sem ao menos conhecer a mediunidade de tal pessoa. E os médiuns mais velhos com anos de cumplicidade são portalcdo@bol.com.br
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deixados de lado. Médiuns do terreiro desprovidos de ética e respeito, começam a visitar terreiros sem ao menos comunicar seus sacerdotes e estes ficam sabendo por terceiros. Médiuns que se acham auto suficientes, convidam médiuns da casa para participar de giras em sua casa ou chamam médiuns da corrente para fazerem trabalhos de descarrego, desobsessão seja onde for e não comunicam seus sacerdotes. Sei que existe médiuns muito capazes, mas não lhes dá o direito de fazerem uso de médiuns do terreiro que frequentam. Médiuns mais velhos que deveriam dar o exemplo de humildade e receber com amor e orientar irmãos mais novos, se sentem ameaçados e maltratam os irmãos mais novos. Médiuns insatisfeitos com a conduta do sacerdote, ao invés de conversar diretamente com o mesmo, inflama suas insatisfações com outros médiuns, dando início a FOFOCA. E muitos outros exemplos eu poderia dar… Toda casa quando recebe irmãos que saíram de outras casas por motivos diversos, se quiser entrar em sua corrente, deveria frequentar no mínimo 3 meses na assistência. Todo Sacerdote deveria orientar sempre médiuns de outras casas a buscarem sua raíz e não querer aumentar a sua corrente. Todo médium ao sair de uma casa, deveria sair pela porta da frente. Do mesmo modo como entrou, pedir a benção, guardar para si o que foi bom e o que não foi deixar na casa, e não sair comentando e difamando a casa, pois enquanto frequentou lhe serviu.
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“ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A CARTA MAGNA DA UMBANDA:” por Pai Ronaldo Linares
“Ao contrário do que muitos pensam, a Carta Magna NÂO TEM A INTENÇÃO DE ESTABELECER OU ELABORAR NOVAS REGRAS PARA TRABALHOS RITUALÍSTICOS. A proposta da Carta Magna é de apenas "escrever os fundamentos umbandistas e trazer as palavras de Zélio Fernandino de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzlhadas. Toda religião (de acordo com as regras sociais em que vivemos) deve se posicionar em relação as questões éticas e morais que envolvem a mesma sociedade. Nesse sentido, a Carta Magna explicita sua posição em relação aos diversos temas, conforme abaixo: Homossexualismo / Drogas / Eutanásia / Aborto / Racismo Posicionamento em relação a outras religiões. Violência doméstica / papel da mulher na sociedade / Pedofilia de modo que qualquer pessoa, leiga ou não, possa pesquisar sobre a religião, seus fundamentos, sua filosofia e como pensam os umbandistas. Cada religião tem seu livro sagrado, por exemplo: cristã (Bíblia), hinduísta (Vedas), judia (Torá), islâmica (Alcorão), budista (Tripitaka), etc. Portanto, a Carta Magna da Umbanda é a elaboração de um documento unificado, através da participação de tantas pessoas quantas quiserem participar, dando suas opiniões e pareceres para que o documento seja escrito não por uma pessoa, por um ponto de vista, mas pela opinião do umbandista. Os rituais umbandistas não serão alterados; a religião umbandista não será re-escrita, as pessoas não terão que mudar a forma como trabalham espiritualmente. Nada disso! A Carta Magna será um instrumento de pesquisa para orientar e nortear aqueles que dela recorrerem para entender seus fundamentos. Por que esse documento ainda não existe? A Umbanda é uma religião bebê em relação as demais. Veja abaixo: Datas aproximadas do nascimentos das religiões: • • • • • •
Cristianismo Hinduísmo Islamismo Judaísmo Budismo Umbanda
> 2014 ano > Entre 1700 - 100 a.C. > Por volta do séc VI > Por volta de 4.000 anos > Por volta de 2.500 anos > 105 anos
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Na história das religiões, todas elas levaram algum tempo para que pudessem surgir os livros ou reunião de regras e orientações para os seguidores. Não foi Jesus quem escreveu a Bíblia, o Alcorão levou quase um quarto de século para ser escrito. A Umbanda tem apenas 105 anos e é praticada de forma empírica. Cada médium é o receptáculo de um espírito evoluído que vem para ensinar e com eles aprendemos todos os dias. Como em todos os seguimentos de uma sociedade, existem pessoas extremamente sérias e comprometidas, outras gostam de excessos, outras gostam de exploração, outras acham que não necessitam conhecer os fundamentos da religião e acrescentam em seus rituais elementos que nunca existiram na Umbanda. Outros acreditam que fazer a entrega de um lanche comprado num fast-food e ainda embalado faz o mesmo efeito que uma oferenda preparada com todo carinho e respeito e oferecida no local adequado e da forma correta. Enquanto não tivermos um documento que oficialize a Umbanda como uma religião, onde os leigos, pesquisadores, interessados, simpatizantes, juízes, etc. possam pesquisar, continuaremos sendo vítimas de pessoas que acham que a Umbanda é uma seita, (exemplo daquele Juiz que necessitou se retratar). Se somos tantos e atuantes para fazer o Juiz voltar atrás em sua decisão, porque não dedicarmos alguns minutos para ler os termos da Carta Magna da Umbanda e aí sim, discuti-la, questionar algum termo ou colocação, criticar algo que não concordarmos. Para nos posicionarmos sobre um assunto, temos que conhecê-lo. Conhecendo o assunto podemos ser a seu favor ou contra, mas, temos que saber o porquê. O livre arbítrio é um presente divino ao homem que Oxalá ofereceu como a "cereja do bolo" no momento da sua criação. Em sua sabedoria divina e, talvez para nos testar, nos encheu de sentimentos ambíguos: amor x ódio; alegria x tristeza; sorriso x choro; bondade X maldade; agressividade x compaixão; humildade x soberba; curiosidade x desinteresse; e assim seguem uma infinidade de sentimentos que os homens podem escolher quais utilizar nas diversas situações que são expostos. Nossa intenção é que as pessoas pensem por si próprias e deem suas opiniões e suas contribuições, desde que tenham conhecimento do assunto, que participem dos fóruns, que façam perguntas, que discutam os termos. Nestes casos as críticas serão bemvindas, pois ele não é de uma pessoa, de um seguimento ou de uma cabeça. Esta Carta Magna da Umbanda será um documento construído a quantas mãos se interessarem em escrevê-lo. O sacerdócio é um chamado divino. A entrega de um dom aos escolhidos para que perpetuem os ensinamentos de Oxalá e que sejam formadores de opinião no segmento que atuam unindo as pessoas aos Guias e Orixás para que, através de seus rituais possam aproximá-las do sagrado, à praticada caridade, a compreensão e amor ao próximo – símbolos da religião. Você, sacerdote umbandista, medium, ogã, cambone, simpatizante ou leigo, mas que se importa com o senso comum; que é contra o julgamento antes do conhecimento e que se desagrada com más atitudes inspiradas em valores de grupos sociais impregnados por falsas ideias, é também sua responsabilidade contribuir e acrescentar em sua vida a expderiência de um momento histórico para a religião umbandista. Sua atitude será a resposta ao chamado divino, será a sua aceitação da missão que lhe foi confiada.
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O local escolhido para a realização é o Santuário Da Umbanda Fugabc - conhecido como a Meca do Umbandista. Se você ainda não o visitou será uma excelente oportunidade de conhecê-lo. Que Xangô e Pai Oxalá abençoem a todos. Pai Ronaldo.” acesse: http://congcartamagna.wix.com/congcartamagna e saiba tudo sobre o Congresso. Maria Aparecida Linares – comunicação SANU / FUGABC www.santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br federacaoabc@terra.com.br
(Cissa Neves)
Texto: Falando um pouquinho sobre Seu Zé Pilintra. Quem nunca ouviu falar em seu Zé Pilintra? Ele é muito citado nos Centros de umbanda e também fora deles. Muitos já ouviram falar dele, mas poucos o conhecem ou procuraram estudar um pouco sobre essa entidade que, entre outros mistérios, é mensageiro da luz. Mesmo com todos os ensinamentos que vários templos de Umbanda oferecem para todos que querem aprender sobre a espiritualidade, ainda há muita ignorância sobre a Umbanda e os orixás. Por falta de conhecimento, até os dias atuais muitos acreditam que o Seu Zé Pilintra é um marginal, um desordeiro e que é uma entidade da treva, apenas porque ele tem o título de malandro. Irmão, o Seu Zé Pilintra é uma entidade de luz, que muitas vezes
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é confundidos com boiadeiro, com preto velho ou com Exu e etc. Mas em qualquer uma dessas linhas de Umbanda, nas quais ele é confundido com outras entidades, ele traz luz, ele trabalha para ajudar a quem precisa de sua ajuda e, além de ser mensageiro da luz, é portador de grande sabedoria e traz consigo os mistérios da cura e da magia e com seus poderosos mistérios, juntamente com sua malandragem tão mal interpretada, ele quebra demandas, purifica nosso negativismo, recolhe e cura os espíritos necessitados, cura e equilibra nossa matéria, fortalece a nossa fé e nos traz a alegria de viver, entre outros poderosos trabalhos que são atribuídos e confiados a ele pelo nosso Criador. Irmão, nós devemos usar a malandragem do Seu Zé da mesma forma que ele usou e usa, com ela ele nos livra até mesmo dos espíritos trevosos. Então irmão, vamos usar a malandragem do Seu Zé para dominar nossas próprias vidas e não a vida alheia. Vamos usar essa malandragem para vencer nossos desafios, os nossos obstáculos de cada dia e fazer das dificuldades um aprendizado. Vamos usar essa malandragem para encontrar a solução para os nossos problemas, fortalecer a nossa fé em meio ao caos, buscar coragem diante do medo, buscar forças diante da fraqueza, buscar o perdão ao invés da vingança, ser bondoso diante da ingratidão e silenciar diante das ofensas. Vamos usar a malandragem do Seu Zé Pilintra para viver da melhor forma possível e dentro das leis divinas essa vida abençoada que o nosso Criador generosamente nos concedeu. Vamos viver em harmonia com tudo e com todos. Vamos viver com bondade em nossos corações, com generosidade em nossos atos, vamos ajudar quem precisa, sem nos esquecermos de ajudar a nós mesmos primeiramente, pois é estando forte que podemos segurar a mão de um irmão necessitado. Vamos buscar o conhecimento em todos os campos, mas principalmente vamos buscar o autoconhecimento. Vamos viver com alegria, com sabedoria, com amor, mas principalmente vamos buscar o amor próprio. Isso é viver com malandragem, astúcia e sabedoria. Se vivermos da forma como aqui esta escrito, estaremos alegrando os olhos do nosso divino Criador, pois estaremos vivendo com fé e dentro das leis D'ele e também estaremos dando
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saravà ao Seu Zé Pilintra, pois usaremos a malandragem dele em nosso benefício e dos nossos semelhantes. os galanteios, a astúcia e a malandragem do Seu Zé Pilintra estão dentro da lei divina. portanto ele merece todo o nosso respeito. Vamos buscar conhecimento irmãos. Salve seu Zé Pilintra. Salve a nossa Umbanda Sagrada.
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(Douglas Elias)
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(Bruno Stanchi)
Essa é mais uma das questões, dentre as inúmeras que existem, que causam discussões no meio umbandista. Porém, ao que me parece, razão não há para tanta discussão. Por primeiro há que se observar que há no Brasil uma diversidade cultural enorme, muito em razão do tamanho de nosso País. Isso resulta variações regionais em várias questões, não poderia ser diferente em relação à forma de culto mesmo em se tratando da mesma crença. Nem vou entrar no mérito sobre a necessidade ou não de se manter o sincretismo dos Orixás com os santos católicos, visto ser uma questão teológica e, até mesmo, de foro íntimo, visto o próprio sincretismo existente na cultura religiosa do nosso povo, o Povo brasileiro. Mas me atendo ao questionamento que pretendo tratar, por ser tão comum o questionamento, analiso da seguinte forma: Muitos sincretizam Yemanjá com Nossa Senhora dos Navegantes, que tem seu dia de comemoração em 02 de fevereiro (tradicionalmente o Candomblé utiliza essa data), porém, há outros que sincretizam Yemanjá com Nossa Senhora da Conceição, que tem seu dia de comemoração hoje, 08 de dezembro (tradicionalmente a Umbanda utiliza essa data), razão pela qual muitos fazem suas comemorações hoje. Todavia, há ainda aqueles que sincretizam Nossa Senhora da Conceição com Oxum e a saúdam nessa data, outros sincretizam Oxum à Nossa Senhora Aparecida, saudando-a em 12 de outubro. Mas todas Nossas Senhoras estão relacionadas a uma só individualidade, que é a Virgem Maria.
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Particularmente respeito todas as correntes de pensamento e de sincretismo, no entanto, saúdo Yemanjá em 08 de dezembro, por ser da tradição Umbandista no Estado de São Paulo. No final da década de 70 e início de 80, por força dessa tradição da Umbanda, as festas em comemoração à Yemanjá na Praia Grande, em SP, chegava a contabilizar mais de um milhão de pessoas num dia, estendo-se da Praia do Forte até quase a cidade de Mongaguá. Ainda tem-se que considerar questões regionais no Brasil, como dito anteriormente, portanto, em São Paulo, a maior comemoração é no dia 8 de dezembro, na Praia Grande; já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina a comemoração é no dia 2 de fevereiro, onde, Yemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, lá as cerimônias são comumente feitas à beira-mar, no litoral gaúcho, mas também ocorrem em rios, como em Porto Alegre (Rio Guaíba). No Rio de Janeiro a festa de Iemanjá é comemorada nos dias 30 e 31 de dezembro, no Ceará é comemorada no dia 15 de agosto, devido a mesma data ser dia de Nossa Senhora da Assunção padroeira da cidade de Fortaleza. Oxum, na Bahia, é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Portanto, irmãos, vale sempre lembrar que o importante é a essência e não a forma. Seja a forma que se adote, vamos saudar nossas Yabás: Para Yemanjá hoje: Odo Iyá! - Mãe do Rio!, Odô Si Iyagbá! Senhora do Grande Rio!, Odô Mi ô! - Saudamos o meu rio!, Saravá Sereia! Para Oxum hoje: Orê Yê Yê Ô! - Saudamos a mãe da bondade!
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(Pablo Araújo)
Seja crença, não seja verdade. Você escolhe!? Publicado em 16 de dezembro de 2015 Seja verdade! Seja crença! Seja verdade não, seja crença. Crença seja não, seja verdade. Verdade crença, seja não. Não crença verdade seja. Ah a verdade! O que é a verdade se não a crença no que estamos convicto. O que é o amor se não a fé no amor... O que é a justiça se não a fé na justiça... O que é a lei se não a fé na lei... O que é o conhecimento se não a fé naquele que o propaga... O que é a amizade se não a fé no amigo... O que somos nós se não uma crença indissolúvel, perene e eterna. Estamos fadado a crença. Creio logo existo... A crença não é ruim, pois ela é vida que flui e sem crença não há vida. O amigo diz para o outro: até amanhã! Crença que amanhã esteja vivo para outro encontro. O ateu fiel diz: Deus não existe! Não deixa de
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manifestar crença nesta convicção. Crer é fundamental e vitalício. O problema é a transfusão da crença individual para a verdade absoluta. Um grupo se congrega em nome de uma crença, isto chama-se afinidade, um grupo quer impor sua crença isso chama-se: barbárie e fundamentalismo. Tal como a crença que se transmuta, tal como o amor que amadurece, a verdade se renova no tempo, pois só o tempo é senhor absoluto da verdade. A crença é divina porque ela é eterna, porém quando nós por hábito tornamos uma crença em verdade absoluta, tornamos algo que é eterno e divino em algo que é perecível e humano, Levando a verdade para o caixão, lugar onde morre a nossa crença que imposta, mata a crença alheia. Crença é divina a verdade é humana. Crença sim, verdade não... Quando creio, sou livre para crer, agora quando a crença se torna verdade além de mim, ela me aprisiona e não me permite pensar em nada além daquilo que eu externei e registrei fora de mim. "A verdade absoluta se traduz em loucos conduzindo cegos" Creio naquilo que me fortalece, isso é crença. Creio naquilo que me fortalece e o que me fortalece e é bom para mim é também bom para todos, isso é fanatismo, fundamentalismo e barbarismo. Crença e verdade parecem iguais mas são diferentes. Crença quando está dentro de mim é minha verdade. Verdade quando está fora de mim e exposta ao tempo, é fundamentalismo e tudo que está exposto ao tempo, envelhece e caduca. A crença no meu íntimo é eterna, crença imposta nos outros, caduca e envelhece como tudo que é temporal. A crença é como a natureza, cada um tem um olhar sobre ela e deixa se conduzir pela cor, exuberância e odor que mais lhe apraz. Agora quando você gosta de limão e de tanto gostar de limão elege o limão como seu salvador e sai pregando: consuma limão, limão é bom, limão emagrece, limão afina o sangue, limão cura o câncer, sem limão não há vida! Pronto você elegeu e elevou uma parte como se fosse o todo e tornou-se fanático. A crença nunca se impõe, ela é como um texto que não impõe sua leitura e permite que você tire suas próprias conclusões. A crença é como o amor que deve surgir naturalmente e sem imposição, ao contrário da verdade que surge como aquele que diz: você deve me amar porque sou bonito, elegante, educado, tenho dinheiro e igual a mim tá difícil de aparecer, sendo assim é melhor você garantir o seu futuro comigo, ou seja, um encontro cheio de verdades inquestionáveis que aprisionam suas escolhas deliberativas. A crença é libertadora. A verdade é castradora. A crença é simplicidade, porque se fundamenta naquilo que lhe apetece. portalcdo@bol.com.br
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A verdade é vaidade, porque se fundamenta naquilo que você quer impor, tendo como retorno os aplausos daqueles que por você foram convencidos. A vaidade é o espelho que reflete a parte, o ego, a criatura, o ser humano ou o indivíduo. A simplicidade é o olhar que reflete o todo, Deus e o coletivo. A crença de Guimarães no grande sertão veredas diz: Pão ou pães é questão de opiniões. A verdade do corretor ortográfico diz: opinião! A verdade diz: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato de adultério e na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? E a crença diz: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela. Quando ouviram isto, perseguidos pela consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos mais novos. Crença é paz interior, verdade é violência e discussão externa. Mata-se não pela crença e sim pela verdade.
(Alexandre Cumino)
ZÉLIO DE MORAES E O SACERDÓCIO DE UMBANDA
PAI ALEXANDRE CUMINO: _ Pai Ronaldo como, quando e por quê o senhor começou a ministrar um curso de sacerdócio aos umbandistas? PAI RONALDO LINARES: _ Na verdade o curso não nasceu como um curso para sacerdócio. Nós tínhamos uma vivência aqui, onde hoje é o Santuário porque buscávamos um lugar para fazer as oferendas. Este local nos uniu a outras pessoas, pela mata, pedreira e cachoeira. Naquela época eu tinha mais dúvidas que certezas. Eu me sabia médium,
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incorporava uma entidade, mas não tinha respostas. Toda vez em que ia a um terreiro diziam para bater cabeça e ninguém dizia porque, ninguém informava. Tendo a coragem de assumir que eu não sabia, comecei a fazer perguntas. A princípio, quando nós nos encontrávamos aqui eu propus às pessoas que nos encontrássemos uma vez a cada quinze dias, não para fazer trabalho de Umbanda, não para chamar Guias, mas para discutirmos sobre a Umbanda. Porque temos na Umbanda um altar católico, um ritual afroameríndio, e uma prática espírita? Eu queria entender essa coquetel, eu que vinha do Candomblé tinha uma orientação totalmente diferente do que acontecia dentro da Umbanda. A princípio nos reunimos para discutir alguma coisa, logo, esse grupo que não passava de seis pessoas, passou para quinze e foi crescendo. Nós nos reuníamos ora na minha casa, ora no terreiro de alguém para tomar um café com biscoitos, para discutirmos o que é a Umbanda. Tinha muita teoria e informação desinformando, muito livro que não esclarecia nada. Aí nasceu o “Primeiro Núcleo de Estudos da Doutrina Umbandista”, foi o nome que deram a este grupo. Sem querer, nem sei bem porquê, acabei por assumir a liderança. Este mesmo grupo evoluiu, pois havia muito mais pessoas interessadas em aprender, então isso passou a se chamar “Curso sobre Incorporação, Mediunidade e Desenvolvimento”, que eram as maiores dificuldades. Eu não tinha respostas para, por exemplo, “de onde veio a Umbanda? quem fundou a Umbanda?” A minha grande pergunta, para todos que eu entrevistava, era a seguinte,: “Há quanto tempo você está na Umbanda? Qual a Tenda mais antiga que você conhece?” Na esperança remota de poder identificar de alguma forma o veio mais antigo. Se eu encontrasse o primeiro, eu teria respostas, e era o que eu não encontrava. Assim, chegamos a figura de Zélio de Moraes. Foi uma busca incessante e não foi por acaso que chegamos a ele. PAI ALEXANDRE CUMINO: _ Então foi nessa época que o senhor conheceu o Pai Zélio de Moraes? Estamos falando de que ano? PAI RONALDO LINARES: _ Estamos falando da década de 70; mas antes de conhecer o Zélio, o curso já havia evoluído para o “Curso de Formação Sacerdotal”, porque a grande maioria dos chefes de terreiro, abriam um terreiro sem saber quase nada de Umbanda. O que acontecia era o seguinte: O indivíduo começava a freqüentar o terreiro e ao cabo de algum tempo ele começava a ver o problema das sombras. Eu explico: O indivíduo que freqüentava um terreiro era na verdade alguém que havia deixado o terreiro porque havia se destacado de alguma forma e
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causado sombra em quem o conduzia. Então começavam as medidas restritivas, do tipo “daqui pra frente ninguém mais escolhe o Guia”, “quem determina quem vai se consultar com quem é o Guia da Casa”, e isso começava a gerar descontentamento. O médium que mal havia se desenvolvido, de repente, se via numa encruzilhada. Começava a ter o seu trabalho desprestigiado. Então o que acontecia? Um belo dia ele deixava o terreiro, saía pisando duro, se ele tivesse uma imagem no Congá, tirava a imagem de lá, jogava em cima de um armário, em cima de qualquer lugar. Passada a raiva, ele pensava: “Meu Deus do céu, o meu Caboclo não tem nada a ver com isso, aquele pessoal do terreiro não queria que eu trabalhasse, ficaram com inveja dos meus Guias...” Estava um dia lá, arrumava uma toalhinha, punha uma vela de sete dias e achava que o problema estava resolvido. Não! Aí é que o problema começava: Porque as pessoas que ele estava atendendo no terreiro de origem, iam se sentir frustradas, porque justo aquela entidade que estava resolvendo a vida torta dele, os problemas que ninguém mais resolvia não estava mais no terreiro. Mas havia sempre alguém que sabia onde ele morava, então só para resolver aquele problema, as pessoas iam à procura dele em sua casa. - Não, eu não tenho terreiro. - Mas o seu Guia estava nos orientando... Então tirava-se a mesinha da sala, ou o carro da garagem para fazer um trabalho só para atender aquele caso; não era pra fazer um terreiro de Umbanda. Mas já que a entidade veio, tinha sempre mais alguém precisando... Quando a gente menos esperava, esse grupo estava se reunindo, uma ou duas vezes por semana, e de repente nascia um terreiro de Umbanda. PAI ALEXANDRE CUMINO: _ E a gente pode dizer que sem ter tido nenhum preparo e nenhuma base... PAI RONALDO LINARES: _ O sujeito mal preparado, que mal completou seu trabalho de desenvolvimento pleno no terreiro, de repente se via com a responsabilidade de tocar um terreiro que ele mesmo muitas vezes nem desejava ter aberto. Os terreiros nasciam assim, sem conhecimento, sem base... só na fé. Isto nos levou, mesmo antes de ter encontrado o Zélio, a criar o “Curso de Formação Sacerdotal” com os conhecimentos que nós tínhamos naquele momento. De repente nos éramos mais de 40 e tinhámos perguntas básicas. Nós freqüentávamos o terreiro da Dona Natália e perguntávamos: Dona Natália, como a senhora faz uma gira de desenvolvimento? Aí chegava
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para o “seu” Osvaldo que tinha outro terreiro e perguntávamos como ele fazia a gira desenvolvimento. Esse pessoal só dava orientação sobre mediunidade, incorporação e desenvolvimento. Só mais tarde que viria o “Curso de Formação”, mas isso tudo, anterior ao Zélio. A necessidade de esclarecer e o encontro daquela revista, foi muito interessante. Primeiro porque eu não acreditava que o Zélio existisse. Em segundo lugar, eu não acreditava que ele tivesse feito o primeiro terreiro de Umbanda. Nosso encontro foi determinante porque ele sabia o que eu queria e dava respostas antes mesmo de eu perguntar. PAI ALEXANDRE CUMINO: _ Sem entrar no mérito do encontro, já descrito em outras oportunidades, a pergunta é: Qual o impacto deste encontro com Zélio de Moraes para o curso de sacerdócio, e a sua concepção sobre a Umbanda? Mudou alguma coisa? PAI RONALDO LINARES: _ O impacto realmente foi muito grande. Até então a gente seguia uma orientação que eu trazia das raízes candomblecistas. A partir do momento que eu conheci o “seu” Zélio de Moraes eu fui obrigado a fazer uma manobra à luz de novos conhecimentos. Eu estou sempre disposto a retomar as minhas posições. O encontro com o Zélio de Moraes e a precisão das respostas dele, a antecipação, sabendo ao que eu vinha, não deixavam margem para dúvida. E principalmente o seguinte: O apoio irrestrito que ele deu ao curso. O Zélio achava que o curso era de muita importância, achava que o fato de eu ter sido escolhido de alguma forma para divulgar o trabalho dele, tinha muito com o meu trabalho anterior. De alguma forma ele sabia do trabalho que eu vinha realizando. Apesar de não me conhecer, como eu posso explicar? De alguma forma ele me conhecia, ele sabia meu nome, ele sabia tudo, não precisava me fazer perguntas... Eu nunca o havia visto, nada nos ligava anteriormente, mas ele foi totalmente favorável ao curso, e achava que as perguntas e as repostas se faziam necessárias. Uma coisa que até hoje cria impacto, diz respeito às Sete Linhas da Umbanda. Enquanto eu olho agora para você, eu vejo o Zélio de Moraes desenhando no ar a figura de um triângulo e me dizendo que as Sete Linhas de Umbanda estavam exatamente nas três faces de um prisma. Em outras palavras, na decomposição da luz. Estas seriam as Linhas da Umbanda. Fui obrigado a rever os meus conceitos... Para que não houvesse a menor dúvida sobre o que nós estávamos fazendo, o primeiro, o segundo, o terceiro, e o quarto “Barco” eu levei para que conhecessem o “seu” Zélio. Foi um sacrifício danado, mas eu levei os
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alunos dos primeiros “Barcos” lá na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, no Rio de Janeiro, onde fomos recepcionados por Zélia e Zilméia e pelo próprio Zélio de Moraes... Essas pessoas tiveram contato com ele... Essas pessoas tiveram a oportunidade de ouvir do próprio Zélio sobre o nascimento da Umbanda. Tivemos que re-arrumar o curso diante desses novos conhecimentos, nos distanciando cada vez mais do candomblé e ficando cada vez mais próximos da doutrina kardecista. PAI ALEXANDRE CUMINO: _ E o Zélio tinha algum tipo de orientação, ou senhor se lembra de algo que seria importante passar aos sacerdotes, que seja na parte doutrinária, de alguma feitura, de algum preparo que o sacerdote devia ter, alguma firmeza, algum assentamento? PAI RONALDO LINARES: _ Na verdade o Zélio de Moraes e as pessoas que ele desenvolveu tiveram uma preparação bem doméstica. Elas freqüentavam o terreiro e ele podia dar atenção individual a cada um deles. Havia esse conceito na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Ali os médiuns eram preparados. Aliás, ele preferia os médiuns que não sabiam de nada, para ensiná-los desde o princípio. Ele chegou a testemunhar algumas variações no culto umbandista. Ele, pessoalmente, nunca se conformou com o atabaque dentro do terreiro. Ele dizia que o barulho mexia com a cabeça dele. E hoje fica muito difícil de eu dizer isso. Para a comunidade umbandista o atabaque acabou ocupando um espaço que fica difícil você separar. No meu terreiro, seguindo o exemplo, eu não toco atabaque. Aqui, (no Santuário), eu não incomodo ninguém, deixo o pessoal tocar. PAI ALEXANDRE CUMINO: _ Pai Ronaldo, como o senhor colocaria as diferenças ou semelhanças entre uma pessoa que é preparada dentro de um terreiro para ser um dirigente ou um sacerdote, e a pessoa que procura um curso de sacerdócio para se preparar? PAI RONALDO LINARES: _ Olha dentro do terreiro você terá apenas a orientação que vem do chefe, do líder desse grupo. Esse chefe pode ter sido, ou não, preparado. Como os cursos são recentes, principalmente os de sacerdócio, nem todos esses antigos tem o conhecimento. Grande parte deles nem sabe quem foi que fundou a Umbanda... nem sabe de Zélio de Moraes, a não ser por ouvir
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falar... e isso agora, depois de tantos anos batendo na mesma tecla. É muito importante que pelo menos algumas regras básicas todos os cursos seguissem. Até agora não ainda conseguimos atingir esse ideal. Eu acho fundamental que hajam escolas de preparação, porque o conhecimento adquirido num curso será naturalmente transferido. Se você fez um curso de sacerdócio, você é um sacerdote formado, fatalmente as linhas básicas do que você aprendeu, você vai passar para o seu filho de fé. Ele pode até fazer algumas inovações, pode mudar alguma coisa do rito, mas o básico não vai ser alterado. Isso é uma coisa que está sendo montada agora. Veja bem, o cristianismo para chegar no que é hoje demorou dois mil anos. Nós temos cem anos, e pelo menos por cinquenta deles a Umbanda ficou praticamente restrita a grupos pequenos, depois disso é que a gente começou a ver uma divulgação maior. O dogma é uma verdade que deve ser aceita, sem contestação. Hoje a Umbanda é uma religião sem dogmas, onde tudo pode e deve ser contestado. Mas não a contestação pura e simples, e sim algo mais profundo, afinal, tudo tem um porquê de ser na Umbanda. E por isso, é muito importante que o sacerdote tenha uma preparação adequada. Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada – Edição 115 – 2008
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(Flavio Fukuda)
A vida é como um barco. Somos capitães do nosso destino e ao longo de nossa jornada terrena conforme nos é ensinado a navegar, somos conduzidos a deixar as lagoas serenas de nossa Mãe Nanã, senhora das Águas Salobras, e a desbravar novos horizontes ao longo dos leitos dos rios de nossa Mãe Oxum, senhora das Águas Doces. Neste percurso mais ainda nos é ensinado e às vezes somos surpreendidos por alguma tempestade de nossa Mãe Iansã, senhora das Águas da Chuva, que nos pega de surpresa e faz com que percamos a direção, sentindo-nos sozinhos e à deriva. Somos levados no silêncio da noite, a navegar no vazio existente entre as estrelas na tentativa de buscar uma razão, um motivo pelo qual não fomos merecedores das Bênçãos Divinas e muitos chegam ao ponto de questionar a sua Fé, em virtude da partida de um ente querido, um emprego perdido ou um coração partido. Ah, o Tempo! De encontro aos braços de nossa Mãe Logunan, senhora das Águas do Orvalho, temos nossas angústias cortadas, nossas feridas cicatrizadas e somos esclarecidos que haverá um porto seguro mais adiante, nos oceanos de nossa Mãe Iemanjá, senhora das Águas do Mar, onde enfim desembarcaremos. No vai e veem constante de suas águas, parte ocasionado por nosso Pai Omulu, existirá um farol a nos guiar por entre rochas e recifes de volta a nossa verdadeira morada, pois assim como todos os tipos de água, do Mar “viemos” e para o Mar “voltaremos”. Salve as Mães D´água! Salve Nossa Mãe Iemanjá!
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