Revista Portal dos Condomínios - mar/abr

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PORTAL DOS Po r

O seu condomínio em revista

CONDOMÍNIOS Distribuição gratuita Ano 09 . Nº 101 Mar/Abr de 2013

Quando o sonho vira pesadelo Conheça casos de pessoas que compraram imóveis na planta e se deram mal. E outras que utilizaram a tecnologia para resolverer a situação.


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Portal dos CondomĂ­nios . Mar/Abr 2013


EDITORIAL

ÍNDICE

Quem é APÊ ZERO 1?

* Home Office * Condomínio pode divulgar

Marcas estão sujeitas a mudanças e muita das

Por este motivo, a partir da próxima edição

vezes no próprio nome, mas o DNA de uma empresa

você receberá uma revista com muito mais edi-

nunca deve perder sua essência. Para esta publicação,

torias. Serão reportagens de diversos temas e fi-

que iniciou sua trajetória em formato de jornal, pas-

nalidades, aproximando o seu dia a dia da nossa

sou para revista, se especializou em informações de

publicação. E convidando você a participar, seja na

condomínios, honrou com seus compromissos co-

edição impressa, seja na virtual.

merciais e conquistou credibilidade, está na hora de uma nova, grande e positiva mudança!

A nova revista também vem para receber uma injeção de ânimo com uma nova identidade visual.

A necessidade de renovação bateu à porta. As

O projeto gráfico será moderno, atraente e de fácil

reportagens precisavam de uma nova visão e abor-

assimilação. Separaremos os anúncios, ao máximo,

dagem. O design gráfico, também. E, por que não,

do conteúdo editorial, reservando mais espaço para

alterar o nome da revista para facilitar a assimilação?

as mentes criativas da revista expor seu trabalho.

No campo editorial, sabemos que, com a facili-

E a maior surpresa será a despedida do nome

dade de acesso à informação, cada vez mais devemos

Portal dos Condomínios. Ele ficará na história, muito

tratar o conteúdo de uma mídia com cuidado, rele-

bonita e conquistada em 10 anos, deixando lugar para

vância e ineditismo. Por isso, desde que mudamos

a revista APÊ ZERO 1, que continuará sendo o seu con-

para o formato revista, aprofundamos nas reporta-

domínio em revista. Continuará sendo a melhor revista

gens sobre condomínios. Viramos referência no mer-

dirigida e gratuita de Jundiaí e Região!

cado. Agora, o desafio é continuar carregando essa

APÊ ZERO 1 indica energia na área de comunica-

responsabilidade e oferecer outras editorias dentro

ção. E vamos direcionar essa energia para oferecer o

da revista, para suprir uma necessidade grande que

melhor conteúdo editorial possível para você, mora-

encontramos: o público que não está interessado em

dor de condomínio. Aguarde, são apenas 60 dias para

assuntos condominiais, mas preza por informação de

a próxima edição. Vem aí APÊ ZERO 1. Confira a nova

qualidade e instrutiva.

marca na página 24.

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inadimplente? * Portal Debate: as dúvidas

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do seu condomínio * Capa: a compra do

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imóvel na planta * Novidade: Portal muda

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o nome para APÊ ZERO 1 * Terrário

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EXPEDIENTE Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras

mediante protocolo para moradores de condomínios

CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142

constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.

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Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142.

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Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471 Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy Planejamento: Júlia Hirano Tiragem: 10.500 exemplares.

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Estagiário: Paulo Toledo

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Decoração & Design

Divulgação

Que tal trabalhar sem sair de casa?

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Por Vivian Lourenço Enfrentar trânsito pesado, congestionamento, acordar horas mais cedo para não chegar atrasado ao trabalho, procurar vaga para estacionar; tudo isso desanima muita gente. Quem nunca acordou e pensou em telefonar para o chefe falando que ia trabalhar em casa? De pijama, sem passar estresse para chegar ao escritório e com a internet, não fica difícil ter em casa o mesmo ambiente do trabalho. Por isso, muitos brasileiros optam por uma tendência mundial, o Home Office, e estão adaptando pequenos espaços dentro de casa para montar o escritório. Trabalhar sem sair de casa faz os olhos de muita gente brilhar, porém, é preciso seguir algumas regras e não misturar vida pessoal e profissional. Além de mais qualidade de vida, participar da rotina familiar é o que mais pesa para quem opta por esse estilo de trabalho. Uma pesquisa realizada por uma consultoria internacional, com 24 mil

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profissionais, de 90 países, mapeou os três maiores obstáculos para quem trabalha em casa e no Brasil. As maiores dificuldades são os filhos, falta de concentração e exigência de atenção por parte da família ou animais de estimação, o que acaba atrapalhando, por exemplo, as ligações telefônicas. Para quem pensa em adotar esse estilo de trabalho, a arquiteta Carol Abumrad explica que não é necessário dispor de uma área muito grande. “O Home Office pode ser montando em um cômodo da residência, ou adequando o tamanho dos móveis a um espaço disponível, que pode ser em um canto da sala ou dormitório“. O mais comum é montar o Home Office no quarto, o que pode acabar sendo tentador, principalmente para os cochilos ou a dispersão da atenção. Para deixar o local com cara de escritório, Carol recomenda alguns móveis básicos, como, no mínimo, uma bancada bem iluminada com espaço que você possa escrever ou apoiar eletrônicos, como notebook, impressora, telefone. Não se esqueça de pensar também no conforto, o ideal é ter uma cadeira ergonômica. Nada de dividir o espaço com outras pessoas, como os filhos, por exemplo. É preciso deixar claro que ali é um local de trabalho e não de diversão. Você pode usar uma parede ou divisória para delimitar a área. Agora se a pessoa não achou um espaço definitivo para montar o Home Office, a solução é colocar algumas prateleiras para guardar o essencial e usar uma mesa dobrável, por exemplo. Para decorar o escritório, Carol aconselha usar cores claras. “É legal escolher um ambiente com ventilação e iluminação de preferência naturais. Indispensável, também, ter tons agradáveis aos olhos e evite as cores fortes. O ideal é mesclar e utilizar de uma iluminação suave com os tons claros”. Você pode começar montando uma bancada com altura total entre 72 e 74 cm, do chão, com cadeira ergonômica para proporcionar uma postura correta e prateleiras que podem ser em cima da ban-

cada, para guardar papéis e materiais de escritório. “Não se esqueça das instalações elétricas dos equipamentos e a altura ideal dos mesmos”, explica Carol. Como geralmente as salas são maiores que os dormitórios, Carol dá a dica de ter um Home Office integrado com a sala. “Faça dele uma continuação de sua sala. Use os mesmos acabamentos nos móveis, tapete, pendente sobre a mesa, cortina etc.”, assim será possível criar um ambiente profissional, sem dispersão. Depois de montar o espaço, é preciso ter consciência da rotina. Trabalhar em casa é tentador e não fica difícil focar as atenções em qualquer outra coisa, que não o trabalho; principalmente para quem tem filhos em casa, que demandam mais atenção. Então nada de visitar a geladeira o tempo todo, ou sair pra fazer compras de tarde, e compensar as horas de trabalho depois. A psicóloga Luciane Rossi Alves explica que, para poder criar uma rotina em casa, é preciso que a pessoa compreenda o sentido do trabalho. “Pois somente criamos rotina a partir de algo que faz parte de nossa vida e, principalmente, ter em mente que é preciso valorizar a sua atividade”, ressalta Luciane. Toda facilidade de trabalhar em casa, no entanto, não pode tirar o senso de responsabilidade da pessoa. Ela precisa organizar a sua rotina mais do que quando se deslocava até o ambiente de trabalho. “A casa oferece muito mais possibilidades de não conseguir se adequar” Luciane ressalta que começar a trabalhar em casa não é das tarefas mais simples. “Muitas coisas poderão atrapalhar na organização e no andamento do processo como: não conseguir impor limites nas pessoas da casa, principalmente nos filhos, nas atividades cotidianas, nos afazeres, nas distrações e principalmente se a pessoa não perceber que ela que precisará se limitar e muitas vezes se cobrar”. Por isso é tão importante definir uma rotina, como se estivesse trabalhando fora de casa; delimitar o tempo entre trabalho e questões domésticas, é fundamental. “Caso a pessoa tente trabalhar e ao mesmo tempo resolver problemas da casa, isto pode atrapalhar. Os adeptos a mudanças vão ter mais sucesso na nova empreitada”, revela a psicóloga. Porém, se você tem dificuldade, fique tranquilo, que, segundo Luciane, com um pouco de treino e dedicação, é possível aderir a esse modelo de trabalho. “O erro mais comum destas pessoas é misturar o profissional com o pessoal e se perder neste processo”. Mais do que reduzir o estresse e aumentar a qualidade de vida, trabalhar em casa requer disciplina; a pressão do dia a dia continua a mesma e as cobranças também. Por isso se organize, crie um ambiente adequado e desfrute de todas as vantagens que o Home Office possui.


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VIVER EM CONDOMÍNIO

O CONDOMÍNIO PODE DIVULGAR AS UNIDADES INADIMPLENTES? Sempre vimos com muita cautela a questão da cobrança da contribuição condominial, considerando o modo como ela é realizada e especialmente quanto a divulgação da inadimplência ou aplicação de restrições de uso de áreas comuns por condôminos inadimplentes. Nossa legislação é muito clara ao determinar que “na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça” (artigo 42 CDC). Este mandamento trazido do Código de Defesa do Consumidor tem orientado muitas decisões com relação aos condomínios, embora não exista relação de consumo entre condômino e condomínio. O cuidado nos levou a sempre indicar que fosse divulgada apenas a quantidade de unidades inadimplentes e o valor da inadimplência, pois qualquer outra forma que pudesse levar a identificação do inadimplente poderia lhe trazer uma exposição ilegal, surgindo assim o dever do condomínio em indenizar o ofendido. Como sabemos, o condomínio funciona por um rateio de despesas, todos devem contribuir na justa medida para que tudo funcione em benefício coletivo. Quando alguém deixa de contribuir surge o desequilíbrio e, aqueles que pagam, acabam pagando por aqueles que não contribuem, mas continuam desfrutando de tudo o quanto o condomínio oferece até que a situação se torna insustentável e demasiadamente onerosa para aqueles que mantém suas contas em dia. Sempre nos pareceu uma situação muito perversa esta de “carregar o inadimplente nas costas” e nem ao menos poder divulgar aos demais “sócios” que pagam a conta quem é que está a onerar a situação. Mas a legislação acabou por beneficiar os maus e prejudicar os bons. É claro que existem inadimplentes que passam por momentos difíceis na vida que as vezes os conduz à beira da insolvência civil, mas estes sempre que se recuperam procuram saldar seus

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débitos. Nossa preocupação é com aquele vizinho que não paga o condomínio e troca de carro todo ano, vive adquirindo novos eletrodomésticos e sempre tem umas caixinhas de “pizza delivery” no seu lixo. O novo Código Civil de 2002 trouxe às claras as obrigações do síndico elencadas no artigo 1348 e dentre elas cita a obrigação de cobrar dos condôminos suas contribuições condominiais e também a de dar ciência à assembleia de quaisquer processos administrativos ou judiciais de interesse do condomínio. Se o síndico não comunica a adoção de atitudes de combate à inadimplência ou não adota atitudes para cobrar importâncias devidas ao condomínio, pode ser responsabilizado por sua omissão. Como poderia então o síndico cumprir sua missão de informar os demais condôminos sem cair no risco de expor o condomínio a ações de indenização por dano moral que agravariam ainda mais a situação financeira, sobrecarregando os adimplentes com o custeio de vultosas quantias? Em consulta à doutrina e a jurisprudência (que é o entendimento de nossos tribunais) pudemos encontrar alguns ensinamentos como o de Hamilton Quirino Câmara que diz: “Não configura dano moral a mera indicação das unidades que se encontram em débito em um condomínio. Pelo contrário, o síndico tem o dever de prestar contas, sendo obrigado a sempre informar a relação das unidades devedoras. O que poderia em tese constituir dano moral seria a exibição do nome do devedor de forma destacada em quadros de avisos, vindo a comprovadamente causar-lhe vexames e constrangimentos. Note-se que a obrigação do condômino é pagar sua cota-parte, e não usar a descul-

pa da divulgação para fugir à responsabilidade, pois hoje existe uma verdadeira indústria de dano moral.” i Ainda a reforçar tal assertiva o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: “Não constitui abuso ou exposição ao ridículo a simples inclusão do nome do condômino no rol dos devedores, nos balancetes mensais, não justificando cobrança de indenização por danos morais. A revelação de devedores é obrigação e não existe prova de que o réu tenha obrado com intuito de submeter o condômino à situação vexatória. Aliás, de igual intensidade é o sentimento daquele que paga suas obrigações em dia, mas se vê obrigado a suportar no rateio da parte dos inadimplentes.” ii Ou ainda mais: “A inclusão do condômino em débito na lista de inadimplentes configura mero exercício regular de direito, porquanto visa à preservação dos interesses da coletividade condominial.” iii Como pudemos notar, alguns julgadores admitem até a divulgação do nome do devedor, desde que esta divulgação não ultrapasse os limites da informação restrita aos demais condôminos e a estrita finalidade de noticiar acerca da realidade financeira do condomínio. Por outra sorte, encontramos


também decisões judiciais que condenam o condomínio em dano moral por divulgação do nome e não somente da unidade: “A pretexto de obrigá-los a efetuar o pagamento dos débitos condominiais em atraso, o apelante expôs os autores, de forma absolutamente desnecessária, submetendo-os a vexame e afrontando sua honra subjetiva.” iv Voltamos então ao dilema: como poderia o síndico cumprir sua missão de informar os demais condôminos sem cair no risco de expor o condomínio a ações de indenização por dano moral? Por tudo o quanto pudemos pesquisar e concluir, salvo melhor juízo, a maneira mais adequada seria a divulgação restrita ao boleto mensal citando apenas a unidade devedora, pois a natureza do débito condominial vincula a obrigação à unidade devedora. É o quê chamamos em direito de “propter rem”,

que podemos traduzir livremente como “próprio da coisa”, ou seja, quem é inadimplente é a unidade e não a pessoa. Explicando melhor: quando alguém vende uma unidade condominial o débito não acompanha a pessoa e sim permanece sobre a unidade nascendo assim para aquele que seja o possuidor da unidade no momento da, seja proprietário, locatário ou comodatário, obrigação de pagar, mesmo porque essas situações são transitórias, especialmente pelo fato de que os contratos de locação se findam mais cedo ou mais tarde e os negócios de compra e venda também fazem com que proprietários se alternem na titularidade do bem. Desta maneira, acreditamos que seja possível dar conhecimento à comunidade condominial esclarecendo aos condôminos adimplentes quais são as unidades inadim-

plentes, por qual período se encontram devedoras e qual o valor do débito, desde que se faça com parcimônia seguindo a cautela de preservar a identidade do devedor divulgando apenas o número da unidade no boleto mensal. * Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP. i Câmara, Hamilton Quirino. Condomínio Edilício - Manual Prático de Perguntas e Respostas, 2ª edição revista e atualizada, editora Lúmen Juris, 2007, pág. 223. ii Ap. c/ Rev. 1.165.120-00/8 32ª Câmara Rel. KIOITSI CHICUTA - J. 15.05.08. iii Ap. nº 0014767-60.2010.8.26.0562, 26ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. ANTÔNIO NASCIMENTO, j. em 30.11.2011. iv APL 1708194920098260100 SP 0170819-49.2009.8.26.0100, Paulo Alcides, 06/10/2011, 6ª Câmara de Direito Privado, Publicação: 13/10/2011.

Envie sua sugestão de tema jurídico para viveremcondominio@condominioemrevista.com.br

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PORTAL DEBATE

Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você Edson Alexandre Gallera: Quando o inquilino recebe uma multa, deve-se mandar algum comunicado para o proprietário, para o mesmo ficar ciente do que aconteceu ? Portal Debate: Normalmente as multas se referem à conduta do morador, mas como acabam recaindo sobre a unidade condominial seria prudente encaminhar cópia ao proprietário do imóvel, pois este pode vir a ser compelido ao pagamento desta no futuro. Ademais é interessante para o condomínio dar ciência ao locador sobre a conduta do locatário, pois existem fatos que podem até mesmo culminar com a rescisão do contrato de locação, seja por parte do próprio locador ou por pedido do condomínio. João Cláudio dos Anjos Rodrigues - Condomínio Villaggio di Firenze: Pode-se protestar um boleto em separado para cobrir despesas aprovadas em assembleia para cobrir garagem

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em vagas indeterminadas? PD: O protesto do boleto de condomínio está previsto na legislação paulista (Lei nº 13.160/2008) e desde que siga os pressupostos legais poderá ser efetivado. Elisângela Massucati, Ed. Névio Borgonovi: Pretendemos fazer reforma em nosso condomínio, a qual compreende serviços de pintura na parte externa. Há um mês, chamei um engenheiro para elaborar um laudo técnico para solicitarmos os orçamentos. Ao comunicar o vizinho do condomínio, o mesmo informou que, para o engenheiro descer na parede que faz divisa com a edificação dele, seria necessário a permissão dele com dia e hora marcados. E a pintura ele disse que eu teria de justar um preço contratualmente pelo fato de usar o espaço dele também. Enfim, com isso, as minhas dúvidas são as seguintes: Ele pode impedir que eu realize a obra de pintura? Como faço para pintar a parede que faz di-

visa com ele? Afinal, qualquer coisa como lavagem, pintura, andaime ou cadeirinha, ficarão rente a edificação dele. Preciso pagar por utilizar esse espaço? O que fazer para não ter dor de cabeça com esse vizinho? PD: Sobre esta questão podemos citar os ensinamentos do célebre ministro Cesar Peluso que ao comentar o artigo 1313 do Código Civil aduz: “Exige a lei que o ingresso se dê mediante prévio aviso. Há comunicação, não consenso. Em termos diversos, não se exige a anuência do vizinho onerado, mas apenas sua prévia ciência, para que possa preparar-se e tomar as providências necessárias a seu alcance para evitar eventuais danos. Tomem-se como exemplo a remoção de veículo ou proteção de móveis e utensílios que se encontrem na proximidade da divisa onde será feita a obra. A negativa injustificada abre ao vizinho prejudicado o direito de reclamar o acesso forçado judicialmente, não se admitindo, todavia, a autotutela ...”.


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Capa

O que era

sonho

virou um pesadelo

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Por Vivian Lourenço Todo mundo tem um sonho na vida. Sonhar faz parte do cotidiano de todas as pessoas e é através dele que refletimos nossos desejos e ambições; mesmo que elas sejam impossíveis de serem realizadas. É aquela sensação de que você pode fazer tudo; ou te dá várias ideias de como seguir na busca para poder concretizá-los. Desde muito tempo a humanidade sonha; eles representam mensagens, projetos e incentivo às lutas, tanto pessoais, quando da sociedade. De tão importante, a psicanálise dedicou-se a estudar os efeitos que eles possuem no ser humano. Os vários personagens que aparecem nos sonhos revelam traços da personalidade de quem sonha, como por exemplo, a forma como ele conduz sua vida. Quanto mais cultivamos o nosso ser interior, mais os sonhos ganham realidade e significado. Deixam de ser meras imagens noturnas e passam para o plano da realidade. Os sonhos são necessários para a manutenção da saúde e do equilíbrio emocional. Pessoas que são impedidas de sonhar manifestam instabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade e agressividade. O psiquiatra suíço, Carl Jung, diz que os sonhos expressam um autorretrato espontâneo, em forma simbólica, da real situação do inconsciente. Evidenciam uma situação específica e imediata de nossa vida. Outro psiquiatra famoso, o inglês Sigmund Freud, afirmou que todo o material que compõe o sonho procede de nossas experiências, daquilo que foi por nós vivenciado. Este material é recordado no sonho, embora não seja imediatamente reconhecido pelo sonhador como originário de suas próprias experiências. Os sonhos mudam conforme os séculos. Se hoje compararmos nossos sonhos com os sonhos das pessoas na época da ditadura, por exemplo, poderemos ver que os sonhos comuns de toda a sociedade eram direitos iguais para todos e o direito do voto, muito diferente da nossa realidade. Muitos homem e mulheres são considerados heróis, por terem conseguido realizar seus sonhos. Um grande exemplo isso é Santos Dumont, que conseguiu construir o seu modelo de aeronave. Mesmo sendo ridicularizado, ele continuou com a cabeça erguida e mostrou a todos que seu sonho não ia ficar apenas no papel. Imagine se ele tivesse desistido ou não desse valor para o sonho; provavelmente hoje não poderíamos nos locomover com tanta facilidade. Por isso, de nada adianta sonhar se não colocar em prática. Imaginar como pode ser sua vida, ou suas conquistas, nos próximos anos, ajuda você a ter metas; com elas definidas, fica mais fácil ter um plano de ação. É claro que nem todos os sonhos se tornam


realidade. Por exemplo, quando somos crianças, sonhamos em como vai ser a vida de adulto. E nessa hora entram metas como ser astronauta, rock star ou agente secreto, por exemplo. Quando crescemos e chegamos à adolescência, os sonhos mudam e com eles, nova metas de vida: sai de cena o astronauta e entra uma vaga na universidade, ou a compra de um carro; uma namorada ou simplesmente ganhar dinheiro. Na fase adulta é que temos consciência de quantos sonhos já tivemos: alguns foram deixados para trás por falta de tempo; outros porque não acreditamos que podíamos concretizar e a maioria porque preferimos seguir um caminho mais seguro. Atualmente nossos desejos ou sonhos são basicamente consumistas: conseguir um bom trabalho, comprar uma casa, um carro, viajar ou formar uma família. Nada disso faz lembrar aqueles primeiros sonhos da infância. A expectativa de concretizar um sonho é o que faz o ser humano ir além e encontrar um significado para a vida. É o momento de construir as metas para alcançar o objetivo, de ter a sensação de dever cumprido e de superar obstáculos. Se de um lado há os sonhos, por outro temos o pesadelo. Aquele conjunto de imagens apavorantes que fazem as crianças acordarem chorando e os adultos suando frio. Só existe a sensação de calma quando percebem que aquilo fazia parte do inconsciente. Os pesadelos mostram um conflito profundo. A ansiedade é tão grande que a gente acaba não aguentando e acha um jeito de fugir das imagens que assustam: esse é o momento do despertar. E quase como se o inconsciente dissesse “olhe, acorde para essa situação”. Assim como os sonhos, os pesadelos também mudam conforme a nossa idade. Primeiro são os monstros, depois passam para a sensação de perder a família, ou levar um fora de alguém que gosta. Mais tarde, mudam para aquela sensação de não ser capaz de realizar os sonhos. Mas o bom da maioria dos pesadelos é que eles acabam quando acordamos. O problema é que nem todos são assim, alguns passam para a realidade e então começa a verdadeira batalha. Isso geralmente acontece quando somos adultos. Imagine ter o desejo de comprar uma casa ou apartamento, guardar anos de dinheiro, fazer todas as economias possíveis até ver a construção quase erguida, depois de anos acompanhando tijolo por tijolo. Um verdadeiro sonho para muitos brasileiros. Só que para outros, esse sonho virou um verdadeiro pesadelo. Ninguém vai imaginar comprar uma residência, confiar na construtora ou incorporadora e depois de anos de espera não saber quando poderá ocupar a

casa, tudo porque a obra atrasou. Imagine morar de favor, não ter onde guardar os móveis e eletrodomésticos e pagar o aluguel junto com as parcelas relativas à obra, que não estavam previstas. Esses são apenas exemplos de alguns dos transtornos de quem sofre por “comprar, mas não levar”, a casa própria. Se você já teve calafrios só de imaginar que isso pode acontecer com você, tente pensar na sensação real de quem está vivendo a situação: de ver o sonho virar um verdadeiro pesadelo. De acordo com a Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências, no ano passado, 70% das queixas de compradores de imóveis contra construtoras diziam respeito ao atraso na entrega da obra, sendo que 46% de quem reclamou, entrou na justiça. Segundo a pesquisa, em 2012, foram registradas em São Paulo e adjacências 2.748 reclamações de mutuários contra construtoras de imóveis residenciais, um aumento de 25% em relação a 2011. Com o boom imobiliário, a oferta do imóvel na planta teve um considerável aumento. Juntando isso ao maior poder aquisitivo das classes B e C e o crescimento dos financiamentos habitacionais são fatores que levaram a esta demanda. Segundo estudo do Data Popular, quase 10 milhões de famílias pretendem comprar um imóvel dentro de 1 ano. Desse total, 47% delas são da classe média. Além disso, o crédito imobiliário, que elevou a concessão em 49% nos últimos 12 meses, também tem facilitado a compra da casa própria. Em Jundiaí o Procon registrou, em 2011, 194 casos de não cumprimento do contrato, mas segundo o coordenador do órgão, Adilton Garcia, não existe a possibilidade de identificação exata de casos de atraso na entrega em nosso sistema. “Em 2012 foram 223 casos de não cumprimento do contrato, da mesma forma”. O site ReclameAQUI, que abre espaço para os consumidores exporem suas reclamações, registrou, em Jundiaí, uma queda no número de reclamações. Em 2011 foram 67 reclamações e no ano passado, 52. Nesse ano o site já contabiliza 13 reclamações. Em São Paulo, há um aumento nos registros, de 2.754 de 2011 para 2.944 reclamações em 2012. Só nesse começo de ano foram 588 registros. De acordo com Adilton, no mês de janeiro de 2013 foram totalizados 3.784 atendimentos no Procon de Jundiaí, sendo que destes 56 são relacionados a construtoras. “Sempre existem reclamações com relação ao não cumprimento do contrato, no entanto, como pode perceber, o au-

No mês de janeiro de 2013 foram totalizados 3.784 atendimentos no Procon de Jundiaí, sendo que destes 56 são relacionados a construtoras

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mento do atendimento desses casos foi pequeno”, ressalta o coordenador. O atraso na entrega do imóvel não é o único responsável pelas queixas no Procon. “Existem outras reclamações, mas a maioria delas são apenas para tirar dúvidas com relação a cobrança de taxas, entre outras”. Adilton revela que, ao todo, foram 168 atendimentos desse tipo no ano de 2011, com um aumento de 279 no ano de 2012. Em São Paulo, a Fundação Procon divulgou o ranking das construtoras que mais geraram reclamações, de 1º de janeiro a 10 de maio de 2012.

Adilton Garcia, coordenador do Procon de Jundiaí

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Nesse período foram atendidas 3.017 queixas, pedidos de orientação e esclarecimento de dúvidas sobre compra de imóveis. O principal motivo pelo qual os consumidores procuram o Procon-SP é pelo atraso na entrega de imóveis. “As reclamações sobre atrasos na entrega estão aumentando e preocupam. Tentamos negociar a solução do problema junto às construtoras, mas se isso não for possível, as empresas são autuadas pelo abuso”, explica o diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes. Apesar do número relativamente baixo de reclamações em Jundiaí, quem passa pelo problema nem sempre busca o Procon para ajudar a solucionar o caso. Muitos escolhem alternativas mais fáceis, como as redes sociais para reclamar, ou esperam para poder entrar com processo contra a construtora ou incorporadora quando conseguirem finalmente habitar a residência. E quem vive esse pesadelo de “comprou, mas não levou”, não esconde a frustração. É o caso da futura moradora de um condomínio de Jundiaí, que preferiu não ter o nome real revelado, então, vamos identificá-la pelo pseudônimo de Jéssica. Ela começou a busca por uma casa própria no 2º semestre de 2012, escolhendo um imóvel que já estivesse construído. Depois de pesquisar muito, ela se decidiu por um apartamento de dois quartos com suíte. “Em agosto de 2012 assinei o

contrato de compra e venda junto à imobiliária. O prazo para averbação do Habite-se era de novembro de 2012 e durante esse período eu deveria aguardar para iniciar o processo de financiamento, pois sem o Habite-se a Caixa Econômica Federal (CEF) não financia imóveis prontos para morar”, diz Jéssica. E em novembro do ano passado que ela começou a ter problemas. Ela declara que foi informada que o empreendimento teria um reajuste mensal e que ela deveria pagar diretamente à construtora. “Em dois meses esperando o Habite-se o valor do rejuste já era de R$ 17.000”. De acordo com Jéssica, no momento da assinatura do contrato de compra e venda, esta clausula não foi explicada, ao contrário, ela foi informada de que após o pagamento das taxas de corretagem e o sinal para construtora, ela não pagaria nenhum outro valor, além do financiamento. “O sentimento era de enganação... e impotência! Era sonho ou pesadelo?”. Em novembro de 2012, Jéssica teve o crédito aprovado junto à CEF e mais problemas apareceram. “Desde então a cada follow up realizado com a Consultoria a resposta era diferente. Se falássemos com duas pessoas diferentes no mesmo dia, teríamos respostas distintas”. Para piorar a situação da futura moradora, a partir de setembro começou a ser cobrada a taxa


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Capa condominial “do apartamento que eu não estava morando”. Passaram-se quatro meses, sem notícias concretas e, quando ela acionou a construtora, o direcionamento era procurar a Consultoria, ou seja, sem apoio e notícias. Morando em casa alugada e com a pressão do locatário para liberar o imóvel, ela não sabe como vai resolver a questão. “O prazo não foi cumprido, continuo com a pressão do proprietário para liberar o imóvel e, além disso, tenho gastos extras. Para reservar a vaga do transporte escolar no novo endereço estou pagando quatro prestadores de serviço, desde janeiro, sendo que tenho apenas duas crianças! Tenho tido custos de condomínio, sem ter recebido o apartamento, custos de aluguel e fora o estresse que essa situação está nos causando”, desabafa. Na segunda quinzena de fevereiro, Jéssica assinou o contrato com a CEF, com todos os reajustes impostos pela construtora. “Juros sobre juros, de uma morosidade em um sistema que eu não tinha controle. Enfim, até a presente data não recebi a chave do imóvel e a construtora não retorna meus contatos para agendar a liberação das chaves”. Não é raro ver notícias de pessoas que adiaram outros sonhos para realizar o da casa própria: há casos de casamentos cancelados, casais morando de favor com parentes; tendo gastos adicionais com aluguel e ainda pagando as parcelas do financiamento, sem poder morar no imóvel. É o caso, por exemplo, dos futuros moradores de um condomínio na Zona Leste de São Paulo. Eles esperam há três anos pelas chaves das casas. Alguns deles já tiveram que morar com parentes, pagar aluguel ou adiar a data do casamento enquanto aguardam um prazo final. Nesse condomínio da capital, uma professora já teve que adiar o casamento por duas vezes, já que não sabe quando vai poder morar na própria residência. Para agravar o problema, o prédio foi invadido por sem-tetos. Outro caso na capital também exemplifica esse pesadelo. Depois de um ano de atraso na entrega das chaves, os moradores ainda se depararam com pare-

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des e teto com rachaduras e infiltrações. A facilidade de se obter crédito faz com que mais pessoas consigam realizar o sonho de poder comprar a casa própria, mas o problema agora é outro: se primeiro era a falta de crédito, agora é a falta das chaves. Nos últimos anos, o número de processos contra construtoras em São Paulo cresceu mais do que o mercado imobiliário. “Com o grande aumento na venda de imóveis nos últimos anos, resultado da elevação da renda e da facilitação do crédito, muitas construtoras acabam lançando vários empreendimentos simultâneos na ansiedade de ‘surfar a onda’ e acabaram se complicando pelo caminho e causando muitos prejuízos e dissabores aos consumidores”, explica o Vice-presidente adjunto de Administração e Comercialização Imobiliária da PROEMPI/SECOVI Jundiaí e membro efetivo da Comissão Estadual de Direito Urbanístico da Ordem dos Advogados (OAB) de São Paulo, Carlos Eduardo Quadratti. Além de problemas internos, há os externos. Não é raro encontrar consumidor reclamando de irregularidades como o alagamento da área de entrada do local, playground não finalizado e acúmulo de água no segundo subsolo na época de chuvas, cimento saindo com a água e infiltração na sauna.

midor busque um contato junto ao fornecedor. Porém, caso você, mesmo com uma proposta de solução, não esteja satisfeito ou que não tenha resolvido, pode procurar o Procon para buscar solucionar o problema ou dúvida. Quem buscar o órgão para reclamar, precisa estar atento aos documentos. “O usuário precisa tem em mãos os documentos pessoais e o contrato. O consumidor pode ser representado por outra pessoa, neste caso é necessário uma procuração, bem como cópia dos documentos pessoais e o contrato”. De janeiro a maio do ano passado foram 3.017 queixas em São Paulo. Em Jundiaí tem havido problemas de atraso com algumas construtoras, mas as empresas locais têm cumprido seus prazos a contento. Carlos Eduardo Quadratti orienta que o ideal é notificar via cartório a construtora para que proceda a entrega do imóvel ou justifique seu atraso, solicitando na mesma notificação alguns direitos que o consumidor possa pleitear, tais como: Receber aluguéis mensais a 1% sobre o valor do imóvel (atualizado), por cada mês de atraso; Receber juros de mora a 1% sobre o valor do imóvel (atualizado), por cada mês de atraso; Receber multa de mora de 2% sobre o valor do imóvel (incidência única); Receber indenização por Danos Morais; Congelamento do saldo devedor durante o período de atraso, com restituição em dobro do valor pago; Anulação da cláusula de tolerância (180 dias); Suspensão da cobrança (e restituição se for o caso) de taxas condominiais e de IPTU antes do re-

“Muitos consumidores reclamam da cláusula dos contratos, que permitem que a construção atrase até 180 dias para a entrega. “A Fundação Procon entende que esta cláusula é abusiva, portanto, nula de pleno direito”.

Meu imóvel atrasou, e agora? E como proceder em casos como esses? O Coordenador Procon Jundiaí, Adilton Garcia, explica que inicialmente é importante que o consu-


Distribuição gratuita Ano 03 . Nº 13 Mar/Abr de 2013 que é seu; que você pode investir de acordo com a sua vontade”, explica Almir.

Comprar imóvel ou continuar no aluguel?

O economista explica que o aluguel tem se destacado em Jundiaí-SP por causa da procura

O financiamento é uma

das empresas em acomodar profissionais de

ótima opção para quem quer

outras localidades. Isso acontece por causa da

comprar um imóvel, mas não

dificuldade de oferta de mão de obra especia-

tem o valor total disponível

lizada na região.

ou opta por não utilizar a

Para quem ficou em dúvidas, e não sabe se

quantia naquele momento.

a saída é o financiamento ou o aluguel, Sávio

“Além disso, o valor da par-

explica que há saídas para todos os bolsos. “O

cela trabalha para a forma-

Banco do Brasil dispõe de taxas de juros especi-

ção do patrimônio, ao invés

ais, dentro das várias linhas de crédito no âmbito

de ser apenas despesa de

do SFI e SFH, com ou sem a utilização do FGTS. O

aluguel. Já quem é dono de

programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo,

um imóvel, e quer morar em

é para famílias com renda de até R$ 3.275, com

um lugar maior ou em outra

subsídio de até R$ 25.000”.

localização, pode utilizar esse

Para quem ainda não sabe o que fazer, Almir

Por Vivian Lourenço

recurso para pagar a diferença entre as moradi-

aconselha: “quem estiver no aluguel e está com

Você provavelmente vai olhar para a pergunta

as”, ressalta Sávio.

planos, num futuro próximo, de comprar um

do título e responder que “é claro que é melhor

Apesar de todos os atrativos, nem sempre o

imóvel, deve começar a procurar as instituições

comprar”. A maior parte das pessoas vê o aluguel

financiamento é o melhor recurso a ser usado,

financeiras para saber as condições do financia-

como um desperdício de dinheiro, mas saiba que

como explica o economista. “Há algumas consi-

mento; o que cabe no bolso e até quanto pode

ele pode ser vantajoso, dependendo da situação.

derações para obter o financiamento, além da

conseguir de recurso para depois procurar um

A compra do imóvel, mesmo que financia-

renda, o tempo de serviço é um fator preponde-

imóvel que se enquadre nas condições. As opor-

do, representa uma grande conquista para boa

rante. Neste caso, você pode continuar no alu-

tunidades são muitas e vão continuar, basta pro-

parte da população. O problema é que você pre-

guel até que tenha a renda e o tempo mínimo

curar”.

cisa de um empréstimo para poder adquirir a casa

necessário no serviço para obtenção do emprés-

própria, e é por isso que muitos acreditam que é

timo”.

As condições nunca foram tão favoráveis ao financiamento de um imóvel, tanto pelas taxas de

Além da parte financeira, você precisa ver

juros, quanto a prazos e possibilidade de valori-

como está a sua vida pessoal. Caso ainda esteja

zação do imóvel. “Podemos observar os diversos

De acordo com o economista Almir Godoy,

solteiro, mas com planos de casamentos e filhos

lançamentos imobiliários, reflexo dessa situação.

as facilidades de crédito que o comprador tem

e não sabe como sua vida vai estar nos próximos

Qualquer pessoa pode buscar o imóvel adequado

atualmente são atrativas. Observando o cenário

10, 20 anos, é melhor esperar.

às suas aspirações”, ressalta Sávio.

atual com a queda dos juros nos últimos anos e

Não seria vantagem entrar no

o reajuste do aluguel com base no IGP-M, que en-

financiamento de um aparta-

carece o valor do aluguel ano a ano, financiar um

mento, sendo que, mais tarde,

imóvel ficou mais fácil para uma grande parcela

você precisará de um maior.

da população.

Nesse caso, vale a pena pro-

melhor “gastar dinheiro” em um imóvel seu do que pagar o aluguel.

O superintendente Regional do Banco do Bra-

curar um imóvel para alugar.

sil, Sávio Eduardo Capellari, explica que existem dois tipos de financiamentos. “Temos os tradicionais com base no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) ou Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), sendo o SFH o mais procurado”. São essas as opções que fazem com que o consumir não pense em duas vezes na hora de sair do aluguel. “Com estas possibilidades a chance de se conseguir uma prestação equivalente ou até mesmo menor do que o aluguel que está sendo pago é muito grande. Além disso, você estará pagando por algo Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013

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Capa cebimento das chaves. “Caso a construtora não cumpra nenhuma das solicitações, é recomendável procurar o Procon e, se mesmo assim a situação não for resolvida ainda, resta contratar um advogado e ingressar em juízo”, explica Quadratti. Muitos consumidores reclamam da cláusula dos contratos, que permitem que a construção atrase até 180 dias para a entrega. “A Fundação Procon entende que esta cláusula é abusiva, portanto, nula de pleno direito”, diz. Quadratti explica que o contrato de financiamento e aquisição do imóvel geralmente é um contrato de adesão, ou seja, o consumidor é hipossuficiente para negociar as cláusulas devendo aceitar, ou seja, aderir a um contrato padrão que geralmente incluirá a tolerância de 180 dias. “Entendemos que o consumidor lesado pelo atraso na entrega da obra pode alegar a abusividade desta cláusula com fundamento no artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor”. O coordenador do Procon revela ter sucesso com as reclamações que atende no órgão. “Temos conseguido solucionar inúmeros casos, assim, é importante que o consumidor que se sentir prejudicado que venha ao Procon registrar a sua reclamação”. Para quem entra com processo, Quadratti explica que sempre é possível solicitar uma liminar para casos de urgência e de pagamento de uma locação de imóvel igual ou semelhante ao que deveria ter sido entregue, mas o processo em si vai depender muito das condições de trabalho da vara judicial onde ele for distribuído; algumas são mais ágeis e outras mais lentas, em média o processo pode durar em torno de cinco anos. Atualmente, Adilton revela um caso que está sendo atendido pelo Procon de Jundiaí. “Pelas informações dos consumidores, a empresa não cumpriu o contrato com os adquirentes do imóvel sem informar o motivo. Pelas informações colhidas pelos usuários, o motivo é que a fornecedora não obteve a licença da Cetesb para construção”. Para tentar proteger o comprador, a Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou uma proposta que estabelece multa em caso de atrasos maiores que seis meses na entrega de imóvel. A proposta está no Projeto de Lei 178/11, que altera a Lei do Condomínio (Lei 4.591/64). Com essa alteração, se a construtora demorar mais de seis meses, da entrega das chaves, para finalizar o imóvel, ele deverá pagar multa de 1% do

valor já pago, mais 0,5% para cada mês de atraso. Essa proposta ainda tem que ser aprovada comissões de Defesa do Consumidor e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

No meio de tanto pesadelo, tem o final feliz Ter que ver o sonho adiado e, além disso, ter muita dor de cabeça e gasto extra podem fazer com que muitos não enxerguem a luz no fim do túnel. Quando as coisas não vão bem, fica difícil acreditar que um dia elas tenham solução; com tantas notícias de compradores com problema para morar no que é seu, a esperança vai diminuindo. Mas existe a tal luz. Assim como há casos de quem ainda luta para obter as chaves da própria casa, há quem hoje comemore ter ganhado essa árdua batalha. Com muito sacrifício e colocando a boca no trombone, eles conseguiram as chaves do apartamento e enfim o direito de morar no que é deles. É o caso do publicitário Douglas de Lima Silva, 29 anos. Ele conta que, assim como muitos brasileiros, o sonho da casa própria veio junto com outro sonho, o do casamento. “Minha noiva, Talitha Souza, e eu programamos nosso casamento para o final de 2012, quando faríamos 10 anos juntos. Desde que noivamos já começamos a programar a compra de um apartamento”. Nos meados de 2011, começou a visita pelos empreendimentos: a ideia era unir um que caberia no bolso do casal, aliado a conforto e gosto pessoal. “No Feirão da Casa Própria, do início de 2012, gostamos de um empreendimento que já estava pronto, restando poucas unidades, e que estava dentro do nosso orçamento”. Depois de todo o trâmite com a construtora, o contrato foi assinado em abril do ano passado e a promessa era de entrega das chaves dentro de 3 a 4 meses. “Passaram-se os 4 meses e nada das chaves. A desculpa da administradora para a demora era que haviam vencidos as matrículas de individualização dos apartamentos e que a construtora não tinha conseguido reavê-las no cartório de imóveis. Nos deram mais um mês de prazo”. E como no caso de Jéssica, eles também começaram a ser cobrados pelo condomínio. “Em agosto recebemos um boleto para pagar o condo-

“Temos conseguido solucionar inúmeros casos, assim, é importante que o consumidor que se sentir prejudicado venha ao Procon registrar a sua reclamação” diz Adilton Garcia, coordenador do Procon de Jundiaí

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mínio e logo apareceu uma notificação da administradora, que o de junho estava atrasado e que os nomes iriam para o SPC”. A partir desse momento que Douglas e Talitha perceberam que teriam problemas. “Entramos em contato com o escritório que administra os contratos da construtora, mas nunca conseguimos nada com eles”. Ao invés de procurar o Procon ou um advogado, Douglas encontrou outra saída para tentar solucionar o seu problema. “Fizemos um post no site ReclameAQUI e compartilhamos em nossos perfis no Facebook e Twitter e pedimos a ajuda dos amigos para compartilhar”, explica. Mas nem a repercussão negativa nas redes sociais sensibilizou a construtora ou a administradora. “Mesmo com as reclamações as coisas estavam morosas e eles alegavam que suas ações estavam amparadas legalmente pelo contrato assinado. Então passamos (principalmente a Talitha) a postar reclamações em toda e qualquer postagem da Fanpage da construtora no Facebook que tem aproximadamente 7.500 likes”. A partir dessa ação é que eles revelam que começaram, enfim, a serem ouvidos. “Quando os gestores das mídias sociais identificaram a propaganda negativa que fazíamos, eles entravam em contato com a administração da construtora e resolviam nossos problemas”. E fazer barulho virtual deu resultado. Depois de muita briga nos SAC’s e nas redes sociais, no final de outubro, saíram as matrículas dos apartamentos. Finalmente eles puderam dar continuidade no processo e assinar com a Caixa. “Pegamos as chaves em dezembro, 4 meses de atraso na entrega de um apartamento pronto”. Já os condomínios atrasados foram assumidos pela construtora, depois da briga nas redes sociais, já que a entrega das chaves foi apenas no final do mês de dezembro, poucos dias antes do Natal. A dica que Douglas e Talitha passam para quem vive o mesmo problema é: Não fique calado! “Com certeza existem muito mais pessoas com o mesmo problema. Quando passamos a postar as mensagens negativas, se multiplicavam outras mensagens do mesmo teor de pessoas descontentes. Quando não postávamos, ninguém reclamava. Por isso os gestores resolviam, pois eram somente reclamações nos posts. Com certeza entramos para as estatísticas negativas da marca”. Certamente ver o sonho virar pesadelo não deve ser agradável. Mas fazer uma empresa cumprir o contrato é direito de todo o consumidor. Seja por meio de reclamações nas redes sociais, procurando o Procon ou um advogado, é preciso agir; e quanto antes as pessoas se mobilizarem e reclamarem, mais cedo podem ver os seus problemas resolvidos e dormirem tranquilas.


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Novidades

a i r ó t s i h a s s o N

Por Rodrigo Góes Contar uma estória é um desafio, porque crescemos acostumados a ouví-las. A missão desta reportagem é, em apenas duas páginas, trazer a tona o que foi e será a revista Portal dos Condomínios. Em maio de 2003 nascia o jornal Portal dos Condomínios, uma publicação tímida, pequena e focada em apenas quatro condomínios. Desde aquela época, o conteúdo editorial era tratado com relevância, e respeito ao leitor, mantendo uma linha imparcial. Em pouco tempo, meses se passaram, o jornal ganhou incentivo de moradores, síndicos e leitores de outros condomínios, que solicitaram a ampliação da entrega. Saímos dos iniciais 600 exemplares para duas mil unidades. Esse apoio fortaleceu a equipe Portal na época, pois uma publicação gratuita, ainda amadora, ganhava o que mais se busca: a credibilidade. E honramos. Crescemos, chegamos a 150 condomínios na cidade de Jundiaí, ainda como jornal mensal, mas percebemos uma lacuna que transformaria a publicação em referência comercial e editorial na região. Em maio de 2010, quando chegamos a sete anos de vida, apostamos. E acertamos. Transformamos o jornal em revista. Diminuímos, inicialmente, a tiragem, mas personalizamos. Aprofundamos o conteúdo editorial, com linguagem diferenciada, sempre preservando a imparcialidade. A primeira edição da revista Portal dos Condomínios

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saiu no final de maio com apenas 16 páginas, mas todos os leitores a recebiam com um plástico protetor e etiquetas com seus dados. Evitamos assim, qualquer perda de material no caminho entre distribuidora-portaria-residência, e demos uma garantia maior aos anunciantes. A revista passou a dedicar mais espaço, pesquisa e fontes para suas reportagens. Nos três anos que se passaram, mergulhamos na vida condominial. Publicamos uma lista de atividades que o morador, síndico, zelador, conselheiro, porteiro deve ter na ponta da língua, alertamos sobre diversos problemas técnicos que qualquer edificação possa passar, montamos passo a passo para os melhores métodos de convivência entre vizinhos e inovamos. Inovamos porque em março/abril de 2011 saímos da teoria e, no especial de capa sobre acessibilidade, imprimimos uma edição em braille, algo nunca visto na região de Jundiaí. Uma edição posterior, foi a vez de surpreender novamente. Em 21 de maio do mesmo ano a revista promoveu o primeiro Portal Debate, um evento diferenciado e dinâmico. Com três palestras curtas, os presentes podiam interagir com os palestrantes ao invés de se tornarem apenas meros ouvintes. O sucesso foi tanto que, após um ano, uma nova edição foi realizada e contou ainda com uma minifeira para promover serviços e produtos direcionados aos condomínios. Hoje a revista já é distribuída em pouco mais de 130 condomínios e loteamentos residenciais de Jundiaí, tem 10.500 exemplares e precisa renovar. Por este motivo, convidamos você a conhecer uma nova revista na região de Jundiaí. Continua...

4 págin a 2


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Novidades

a u n i t n o c a i r ó t his note esse nome: Apê Zero 1.

Daqui para frente o Portal dos Condomínios será Apê Zero 1. Após uma pesquisa e meses de planejamento, resolvemos fazer uma grande e significativa mudança na publicação, que passa a se chamar Apê Zero 1. Outra grande mudança é em seu conteúdo editorial, com reportagens mais próximas da realidade do dia a dia de nossos leitores. A revista também cresceu. A partir da próxima edição, lançaremos exemplares com, no mínimo, 48 páginas. E um projeto editorial impecável. Confira as novidades:

CAPA

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om consu o. Para c Além de estimaçã e d l a seu anim

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BEM-ESTAR

Jardim dentro de um potinho Por Vivian Lourenço Chegar em casa e ver uma flor, ou um vasinho de planta, sempre transmite aquela sensação de aconchego. Eles são capazes de alegrar qualquer ambiente, mas, nem todo mundo tem a paciência – e o tempo – suficientes para dar atenção aos vasos e pequenos jardins. Muita gente desiste de alegrar a residência com plantas, porque alega não ter espaço; outros dizem que não sabem a melhor espécie para plantar, já alguns simplesmente não conseguem se lembrar de regá-las. Entretanto, todo mundo pode ter um jardim, em qualquer espaço que seja, e sem ficar com dor na consciência porque matou a plantinha de sede. Você pode fazer esse jardim dentro de um pote de vidro, uma lâmpada ou um aquário e colocar em cima da sua mesa de trabalho, por exemplo. Tudo vai depender do espaço que você tiver. Os terrários são “minijardins” de vidro que decoram qualquer cantinho da casa. Esse é um dos tipos de jardim mais encantadores e que ganharam vários adeptos nos últimos anos, justamente pela sua facilidade. Você pode usar qualquer pote de vidro ou acrílico; o importante é que ele seja transparente, já que isso vai ser essencial para a estética do jardim. De acordo com a paisagista e docente do Senac Jundiaí, Ivelise Oliveira, as plantas mais usadas nesse jardim são da família das suculentas e os cactos. Para plantar, é possível usar

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qualquer tipo de vidro. “Pode fazer em copos, taças, aquários ou qualquer recipiente de vidro transparente. Já vi miniterrários montados em bolhas de lustre”, explica Ivelise. Para não errar no tamanho da planta com o pote, a dica da paisagista é simples: vasos pequenos, plantinhas menores; vasos maiores, podem mesclar plantinhas de diversos tamanhos. “As suculentas são uma variedade de plantas que podem ter diversos tamanhos, com formato de folhas, cores e texturas diferentes”. Cuidar desse pequeno jardim também é simples. Você vai precisar colocar uma colher de sobremesa de água para cada plantinha, uma vez por semana. “A manutenção é feita apenas retirando-se as folhinhas mortas e secas e efetuando regas somente gotejando água“. Quer mais facilidade do que isso? Marque na agenda ou na porta da geladeira um dia da semana só para colocar um pouco de água dentro do potinho e pronto; você terá um jardim inteiro na sua mesa. E lembre-se também de replantar suas plantinhas a cada seis meses, pois como tem pouca terra, ela perde mais facilmente as propriedades. Assim você também aproveita para higienizar o vidro. “Caso esteja com bolor, ou perceba o apodrecimento das plantas, pode indicar que você está colocando água demais”. Agora que você já sabe tudo sobre os cuidados, está na hora de montar o seu próprio terrário. A paisagista explica que você vai precisar de

um recipiente de vidro, terra vegetal, areia e húmus; mas nada de exagerar, são apenas algumas colheradas de cada um. Misture tudo e preencha 1/3 do recipiente de vidro. Com muito capricho e paciência, faça o terrário quando tiver com tempo e bem calmo. Com uma colherzinha, plante a mudinha de suculenta – ou de cacto, escondendo toda raiz na terra. Faça isso com todas as mudinhas (dependendo do tamanho do recipiente podem caber uma ou duas ou até mais plantinhas). “Termine com pedrinhas de aquário (prefiro as brancas ou naturais). Depois, faça a primeira rega, delicadamente”, conta. Nunca encharque a terra, já que isso pode matar seu jardim. Ivelise explica que essa é uma ótima ideia para quem não tem muito espaço. “São altamente decorativos e uma opção para quem não quer gastar muito, ou quem não sabe cuidar de plantas e se esquece de regá-las”. Além disso, são excelentes para enfeitar mesa do escritório. Outra opção é deixar os vasinhos na varanda, que dão um charme especial. Não se preocupe, pois os terrários suportam o sol direto. O único cuidado que você precisa ter é acompanhar a umidade, já que fora de casa, a terra fica mais seca. De forma simples, prática e delicada você pode enfeitar até o menor canto da sua casa, ou encher de vida a sua mesa de trabalho. Ideias é o que não faltam.


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CRÔNICA

Alemão, Pagodeiro e Pagodeiro Jr. Morar em condomínio, muitas vezes não é encontrar sossego. Lembro-me bem de um amigo que morava em uma chácara na estrada de Itatiba, que tinha como vizinhos dois tipos muito antagônicos. De um lado morava um alemão de adorava música clássica, silêncio e meditação. Do outro, um pagodeiro, que todo final de semana promovia rodas de samba, movidas a muita feijoada e churrasco. Esse dois não podiam se ver: era ódio mortal e, por várias vezes, a polícia visitou a casa do pagodeiro para por fim ao barulho que já adentrava a madrugada. Pois bem, o destino é cruel e certa manhã na porta do condomínio esperando o fretado para São Paulo, a filha do alemão conheceu o filho do pagodeiro. Sabendo das desavenças de seus pais, começaram a namorar escondido, até que a menina engravidou. Para o pagodeiro, foi motivo de orgulho, samba,

churrasco e muita feijoada. Enquanto para o alemão, motivo de raiva e ódio. Sentiu–se traído pela própria filha e ameaçou até colocá-la para fora de casa. Do outro lado, a cada visita era um presente novo, uma lembrancinha ou uma peça para o enxoval do nenê. O tempo passou rápido e os nove meses voaram juntos. O alemão não se conformava, enquanto o pagodeiro festejava a cada dia a chegada do neto. O grande dia chegou e as famílias correram para a maternidade. O pagodeiro, já comprou um pagãozinho do Timão e foi com ele que tirou a primeira foto. O alemão meio constrangido, foi chegando com cara de quem não quer nada, mas quando viu a carinha do neto e a mistura das raças não conteve a emoção e começou a chorar. Hoje no condomínio, com um portão no meio da cerca ligando as duas propriedades, não dá para saber quem é mais coruja: o alemão que continua a ouvir seus clássicos ou o pagodeiro que já ensinou o neto a tocar cuíca.

Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista

Ilustração: Rafael Godoy

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