Asas que integram o país Conheça a atuação da FAB na logística da Região Amazônica
Polo operacional
Ala 10, em Natal, recebe dois novos esquadrões aéreos
Livro
Obra retrata 35 anos do EMB-312, batizado na Força Aérea como T-27 Tucano
Prepare seu plano de voo Edição nº 256 Ano 45 Abril / Maio / Junho - 2018
Cb André Feitosa / Agência Força Aérea
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ENTREVISTA
Major-Brigadeiro Aguiar
Presidente da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais fala sobre desenvolvimento do setor
Força Aeroespacial
ESA-CNES-ARIANESPACE/S. MARTIN
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CAPA
FAB se articula para fomentar o desenvolvimento espacial do país
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OPERACIONAL
Super Ala
Com o processo de Reestruturação, Ala 10, no Rio Grande do Norte, recebe dois novos esquadrões
EXPEDIENTE
Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Paulo César Andari
Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF
Tiragem: 18 mil exemplares. Período: Abril / Maio / Junho 2018 - Ano 45
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Aerovisão
Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Bruno Pedra Edição: Tenente Gabrielli Dala Vechia (Jornalista Responsável - 16128/RS)
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao Impressão: Gráfica Pallotti ArtLaser.
Veja a edição digital
INTEGRAÇÃO
Desafios da logística
Conheça a atuação dos esquadrões da FAB em apoio à Região Amazônica
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
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Veja na FAB TV CARA NOVA A FAB TV é o canal oficial da Força Aérea Brasileira no YouTube e está de cara nova. Desde o início deste ano, o programa traz, de forma dinâmica, os principais destaques recentes.
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ENSINO
Vida de cadete
Faça um tour em imagens pelos bastidores da Academia da Força Aérea
INTERCÂMBIO
Multicultural
Militares de nações amigas fazem formação em escolas da FAB
MEIO AMBIENTE
Em defesa do verde
FAB inicia parcerias com órgãos ambientais para reforço nas ações de fiscalização
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Aos Leitores
Passado, presente e futuro Em 2041, a Força Aérea Brasileira completará cem anos de vida. E foi com um olhar voltado para o que pretendemos ser na chegada do nosso centenário que foi desenvolvido um plano, denominado Força Aérea 100. Dentre as diversas diretrizes desse documento, depreendemos que cada vez mais devemos caminhar no sentido da evolução de uma Força Aérea para uma Força Aeroespacial. A capa desta edição da revista oficial da FAB mostra bem essa preocupação. Com uma expertise represada há um bom tempo na área espacial, a Força Aérea busca cada vez mais sensibilizar o Governo Brasileiro da importância de um novo modelo de governança para esse setor, de modo que o Brasil ocupe um lugar compatível com sua grandeza junto aos demais players mundiais. Entretanto, para que um futuro grandioso seja atingido, devemos estar muito focados no presente, sem deixar de reverenciar todos aqueles que tanto fizeram pela Força Aérea Brasileira no passado. Uma vez mais, esta edição da revista Aerovisão é muito feliz em retratar
esses sentimentos. Ao mostrar, com detalhes, o imprescindível trabalho de integração dos nossos militares diariamente na Região Amazônica, levamos a todo o Brasil uma parcela da rotina de quem se dedica de corpo e alma em prol de uma área tão importante e tão dependente do meio aéreo para sua sobrevivência. Voltando os olhos para o passado, reverenciamos uma das pedras fundamentais da Força Aérea Brasileira, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça na campanha da Itália. Suas histórias de heroísmo e dedicação foram a base de uma Força Aérea ainda incipiente e ávida por uma identidade. Enfim, esta edição traz a todos os nossos leitores uma viagem pelo tempo, presente, passado e futuro, na esperança de deixar em seus corações ao menos uma parcela do orgulho que sentimos diariamente ao portar o azul da Força Aérea, na nobre missão de CONTROLAR, DEFENDER e INTEGRAR toda a DIMENSÃO22.
“Nossa capa: Foto da Agência Espacial Francesa mostra o exato momento em que o veículo Ariane 5 decola levando a bordo o primeiro satélite geoestacionário brasileiro
Boa Leitura!
Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
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ENTREVISTA
“Precisamos investir nessa tecnologia para baratear os serviços que são prestados no nosso País” A tecnologia a que se refere o Major-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar é aquela relacionada à área espacial – que, no atual nível de desenvolvimento, diz respeito a uma gama muito ampla de serviços e atividades. Presidente da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), unidade criada em 2012 para organizar os variados projetos de fomento à área espacial, o oficial-general explica que investir na área não significa apenas poderio militar, mas ganhos para toda a sociedade. Na entrevista à Aerovisão, o Major-Brigadeiro Aguiar conta que outros países, inclusive latinos e com taxas de desenvolvimento menores que as do Brasil, já reconheceram a importância do poder aeroespacial e estão tendo bons resultados. “Não se trata exclusivamente de um atraso do Brasil. Nós temos o conhecimento e ele está represado. Precisamos reivindicar esse conhecimento para não perdermos a possibilidade de avançar. O problema é que o país não coloca prioridade sobre esse tema”, afirma TENENTE JORNALISTA GABRIELLI DALA VECHIA
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Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Major-Brigadeiro Aguiar pela é Desenvolvido Presidente da CCISE, co- & Divisão de Defesa missão que, no organograma Segurança da Embrada Forçaer,Aérea Brasileira, o KC-390, aeronaestá sob a ve direção do multimisDeparmilitar tamento desão, Ciência Tecno- a deveeintegrar logia Aeroespacial (DCTA) frota da FAB a partir de 2018
Ministério da Defesa. Então, sempre teremos essa conjugação de esforços da parte militar com a civil. Isso dá um ganho muito grande, uma economia em escala elevadíssima, e insere a parte de Defesa num projeto maior, que é o projeto de espaço da nação.
“Quando utilizamos o celular, aplicativos de GPS ou vemos televisão a cabo, estamos utilizando serviços de satélite, mas que são fornecidos por outro país ” Major-Brigadeiro Aguiar explica que o uso estratégico do espaço não se refere apenas à soberania militar, mas também ao desenvolvimento e barateamento de serviços usados pelos cidadãos
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
O Programa Espacial Brasileiro (PEB) envolve uma estrutura governamental que vai além da Força Aérea Brasileira. Qual é o papel da FAB dentro dessa estrutura que visa a fomentar o desenvolvimento espacial do Brasil? O país, na verdade, tem uma política de espaço bastante definida, um projeto estratégico de espaço e nós, como Ministério da Defesa (MD), nos inserimos como parte desse projeto. Então, não existe um projeto de Defesa exclusivamente na área de espaço. Ele está atrelado ao projeto maior da nação, pois a nossa intenção é sempre trabalharmos com a iniciativa civil conjugada com a área de Defesa. Hoje, temos um satélite chamado SGDC, que é o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que atende à parte de comunicação, da Telebras, e à parte de Defesa, do
Qual é a importância do investimento espacial para os brasileiros? Eu diria que um exemplo ligado à nossa vida cotidiana seria o fator econômico. Quando utilizamos o celular, aplicativos de GPS ou vemos televisão a cabo, estamos utilizando serviços de satélite, mas que são fornecidos por outro país. Então, em última análise, estamos pagando para empresas localizadas no México, nos Estados Unidos ou na Europa. Não importa que a gente tenha esse tipo de parceria, mas também precisamos investir nessa tecnologia para baratear os serviços que são prestados no nosso país. Então, se nós pensarmos nisso, e raciocinarmos que as tecnologias poderiam estar sendo empregadas daqui, lançadas daqui, o nosso bolso seria menos penalizado com as taxas que pagamos para os serviços espaciais que nós adotamos. O PESE é uma das principais bandeiras da FAB na área espacial. O que ele prevê para os próximos anos? Em decorrência da Estratégia Nacional de Defesa, foi criado, em 2012, o primeiro Programa Estratégico de Sistemas Espaciais, conhecido pela sigla PESE. No ano passado, nós fizemos uma atualização. Esse novo programa foi assinado pelo Ministro da Defesa justamente porque representa a demanda das Forças Armadas. O programa trata de satélite, de tecnologia, de centros de lançamento, e trata, inclusive, de lançadores. Porque uma coisa é falar de uma área de lançamento, como é o caso de Alcântara [Centro de Lançamento de Alcântara], outra coisa são os lançadores, o equipamento, a estrutura que coloca um foguete com satélite no
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Nos últimos anos, a questão espacial se tornou mais visível para os brasileiros até mesmo por conta do lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), mas esse não é um assunto muito novo para a FAB, certo? É verdade. As iniciativas nessa área partiram inicialmente do setor militar e, na década de 1960, vários pesquisadores já trabalhavam com isso. O
Em maio, completa-se um ano desde o lançamento do primeiro satélite geoestacionário brasileiro - o SGDC, de uso dual civil e militar
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Como o senhor disse, são vários segmentos envolvidos até a colocação de um satélite em órbita e na prestação de serviços por esse satélite. O PESE abarca todas essas áreas? Ele contempla tudo isso, porque um satélite, diferentemente de outra máquina, tem que ser testado plenamente antes do lançamento, pois não tem como ir até o espaço corrigir um problema que deveria ter sido corrigido aqui. Então, dentro do PESE, nessa área de tecnologia e espaço, nós damos muita atenção ao pessoal do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), porque entendemos que, quando lançarmos esse artefato, ele deverá estar em plena capacidade de operar. E, se possível, que ele seja lançado de nosso país. Alcântara, pela sua localização próxima à Linha do Equador, possibilita uma economia sobremaneira no combustível do lançamento dos foguetes e, quando isso acontece, é possível aumentar a carga disponível para colocar no espaço. Então, se eu tenho um satélite geoestacionário de cinco toneladas sendo lançando de Alcântara ou de um ponto perto do Equador, posso aumentar a tonelagem do satélite para ele ter mais carga útil, porque diminui a quantidade de combustível necessário.
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espaço. Tudo isso está contemplado nesse programa estratégico.
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serviços prestados por essa área tão importante que é a área espacial.
“Eu diria até que países menores que nós estão mais avançados nessa área de espaço” A Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) ganhou nova sede, agora em Brasília (DF)
Num cenário internacional, países com o mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil têm sentido essa necessidade e voltado seus investimentos para essa área, conseguindo bons resultados. Então, hoje, a área espacial não pertence só à Europa, à Rússia e aos Estados Unidos? Eu diria até que países menores que nós estão mais avançados nessa área de espaço. Vou dar o exemplo da Bolívia, que tem dois satélites geoestacionários fabricados na China e que estão prestando serviços naquele país. E tem a Argentina, que já fez dois lançamentos de satélites geoestacionários de comunicações produzidos por eles, com o conhecimento que
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no Maranhão, fundamental para o país lançar seus futuros satélites e iniciar realmente a exploração daquela área, é da década de 1980. O primeiro lançamento foi realizado em 1990, então, nós já estamos trabalhando nessa área há um tempo. Porém, estamos muito defasados em relação ao mundo. Na verdade, nós utilizamos diversos satélites no Brasil, mas todos eles montados e lançados de fora do País, com tecnologia e know-how estrangeiros. Estamos investindo em diversos setores nessa área, mas fora do Brasil. A intenção da Estratégia Nacional de Defesa é trazer para dentro essa iniciativa, para que utilizemos o nosso pessoal, a nossa expertise, os nossos centros, os nossos técnicos e, em última análise, para baratear os
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adquiriu nos nossos Institutos. Em anos anteriores, técnicos argentinos vieram aqui, aprenderam e, agora, estão produzindo satélites. Também podemos citar como exemplo o Peru e a Colômbia. Mas não se trata exclusivamente de um atraso do Brasil. Nós temos o conhecimento e ele está represado. Precisamos reivindicar esse conhecimento para não perdermos a possibilidade de avançar. O problema é que o país não coloca prioridade sobre esse tema. O que podemos esperar da Força Aérea Brasileira para a área espacial em 2018? Quais são as prioridades do ano?
“Estamos investindo em diversos setores nessa área, mas fora do Brasil. A intenção da Estratégia Nacional de Defesa é trazer para dentro essa iniciativa, para que utilizemos o nosso pessoal, a nossa expertise, os nossos centros, os nossos técnicos (...)”
Sargento Paulo Rezende / Agência Força Aérea
Foto aérea do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, com destaque para a Torre Móvel de Integração (TMI), que poderá ser utilizada no lançamento do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), por exemplo
Nós estamos acompanhando um projeto de lei que está sendo proposto pelo Ministério da Defesa, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que prevê a mudança da governança da coordenação da área de espaço, migrando do MCTIC para a Casa Civil. Essa mudança vai fazer com que o setor espacial ganhe prestígio, coordenação e, principalmente, que faça uma junção das necessidades do País por meio de um único canal, até para que o Brasil gaste menos nesse setor com essa nova coordenação, essa nova governança. E pretendemos que isso aconteça em 2018. O quanto antes acontecer, melhor. Aerovisão
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ESPAÇO
Força Aeroespacial A Força Aérea Brasileira, cada vez mais uma Força Aeroespacial, tem sido uma das protagonistas do processo de desenvolvimento espacial do Brasil. Um ano após o lançamento do primeiro satélite geoestacionário, estão sendo incrementadas ações a respeito de centros de lançamento e de operações, lançadores, novos satélites e governança TENENTE JORNALISTA GABRIELLI DALA VECHIA
Foto de autoria da Agência Espacial Francesa mostra o momento em que o veículo Ariane 5 decola da base de Kourou, na Guiana Francesa, levando a bordo o primeiro satélite geoestacionário brasileiro
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paciais (COPE), em Brasília (DF), com um centro secundário no Rio de Janeiro (RJ), o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) está ganhando uma nova atualização e, também, estão sendo debatidas questões de governança em um comitê interministerial. SGDC já garante segurança das operações militares O SGDC é dividido em duas bandas, voltadas à comunicação – a Ka (civil, que representa 70% da capacidade) e a X (militar). Logo após ser lançado, o satélite passou por um período de testes orbitais e ajustes para, em seguida, ser entregue à operação brasileira. Exatamente dois meses após o lançamento, uma videoconferência entre as cidades de Vilhena (RO), na região de fronteira com a Bolívia, onde estava uma base desdobrada da Força Aérea Brasileira em operação de combate a
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
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beleza da imagem, registrada há praticamente um ano, pode fazer com que passe despercebido um detalhe importante: na extremidade superior do foguete, um lançador francês Ariane 5, quase totalmente envolta na escuridão dos céus de Kourou – na Guiana Francesa – está uma bandeira do Brasil. O símbolo nacional indica não só que o primeiro satélite geoestacionário brasileiro foi colocado em órbita, mas também que novos paradigmas estão sendo colocados em referência à forma como o país tem se articulado para explorar o espaço. Desde que o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi lançado, no dia 4 de maio de 2017, a área espacial ganhou novo fôlego no País. Além da operação do próprio satélite, que impulsionou a criação de um Centro de Operações Es-
Militar trabalha na sala a partir de onde é controlado o satélite geoestacionário brasileiro e de onde serão controlados os futuros satélites previstos para a área de defesa do País Aerovisão Abr/Mai/Jun/2018
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bilizar o uso da banda larga em todo o território nacional nas áreas de saúde e educação. “No dia 12 de março, 2.937 prefeitos do Brasil estiveram presentes em Brasília para assinar o contrato que vai levar conexão de alta velocidade para suas cidades. Eu desconheço outro momento na história que tenha reunido tantos prefeitos como esse”, disse o ministro. COPE em instalações definitivas e monitorando novo satélite ainda em 2018 Quem ingressa nas instalações da Ala 1, em Brasília (DF), depara-se com um grande canteiro de obras – que evolui a passos largos. Trata-se das novas instalações do COPE – estrutura de onde se dá o controle do SGDC e dos futuros satélites brasileiros. O Tenente-Brigadeiro Aquino explica que o projeto se divide em três grandes setores:
Obras do novo Centro de Operações Espaciais (COPE) andam a passos largos em Brasília (DF). A transição para as novas instalações deve acontecer ainda este ano
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o operacional, o técnico e o administrativo. “No segundo semestre, já faremos a migração de toda essa estrutura, que estava operando provisoriamente”, afirma. Para que o lançamento do SGDC não fosse atrasado pela construção das novas instalações, o COPE está operando em instalações provisórias. Por enquanto, o COPE – que possui militares das três Forças e civis ligados à Telebras se revezando durante as 24h do dia – tem trabalhado apenas com o SGDC. Esse cenário, porém, está prestes a mudar. O Tenente-Brigadeiro Aquino diz que a FAB está engajada em um processo licitatório para sensoriamento remoto por satélite, que também será operacionalizado pelo COPE. “São informações voltadas à área de inteligência, essenciais para a defesa, e também disponibilizadas a outros órgãos, para usos diversos”, afirma o oficial-general. Ele diz que, hoje, acontece de diversos
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
tráfegos aéreos ilícitos, e Brasília (DF) marcou o início do uso da tecnologia. O Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino, explica que outro importante teste realizado nesse período envolveu uma corveta brasileira que está no Líbano, em missão da Organização das Nações Unidas (ONU) – demonstrando a capacidade do satélite em abranger não só a área continental do país. “Se hoje houver a necessidade de utilizarmos o satélite para garantir a segurança das comunicações militares em algum contexto, estamos prontos para operar”, explica o oficial-general. A banda Ka - de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em conjunto com a Telebras - está prestes a iniciar as operações. O Ministro Gilberto Kassab afirmou que estão sendo organizadas parcerias para via-
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PESE atualizado O COPE e o SGDC podem ser considerados, segundo o Brigadeiro do Ar José Vagner Vital, os primeiros produtos do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE). O projeto foi criado para operacionalizar, dentro da FAB, a função atribuída à Força pela Estratégia Nacional de Defesa (2008) – documento que prevê como papel da instituição o fomento à área espacial, assim como as áreas nuclear e cibernética à Marinha e ao Exército, respectivamente. Isso significa que, dentro do grande guarda-chuva que é o Programa Espacial Brasileiro, a FAB precisa
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órgãos governamentais adquirirem a mesma imagem de satélite, para usos diferentes. À medida que a FAB congregue as demandas e distribua as informações, o processo será mais econômico e eficiente.
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
“No segundo semestre, já faremos a migração de toda essa estrutura, que estava operando provisoriamente”, diz o Tenente-Brigadeiro Aquino
Te n e n t e - B r i g a d e i ro Aquino, Comandante de Operações Aeroespaciais, junto às obras das novas instalações do COPE, em Brasília (DF)
Bandeira Nacional, na extremidade superior do foguete, indica que o primeiro satélite geoestacionário brasileiro estava prestes a ser lançado Aerovisão Abr/Mai/Jun/2018
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estabelecer – e o faz por meio do PESE – como é preciso explorar o espaço para atender à defesa do país. O oficial-general, que é Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) - estrutura da FAB que gerencia o PESE – explica que a primeira versão do PESE trata, basicamente, de algumas constelações de satélites. “Na parte orbital, temos quatro frotas: a Carponis, que é observação da Terra, do tipo ótico; a Lessônia, que é observação da Terra, com sensores ativos, como radares; a Attícora, que é órbita baixa para comunicações; e a Cálidris, que são os satélites geoestacionários para comunicações que é o caso do SGDC”, diz o Brigadeiro Vital. Essas são as prioridades para os próximos dez anos. Outros produtos, como, por exemplo, os relacionados à meteorologia, podem ser incorporados em alguma constelação, caso haja disponibilidade técnica e orçamentária. Em 2018, o PESE está sendo revisto, para acréscimo de dois novos assuntos: lançadores e centros de lançamento. Os lançadores de interesse, hoje, são aqueles capazes de colocar um objeto a uma altitude entre 700km e 1000 km (órbita baixa). O VLM - Veículo Lançador de Microssatélites - continua sendo uma boa opção, segundo o Brigadeiro Vital, pois é capaz de lançar cargas de até 50kg, atendendo a uma gama importante de microssatélites. Como evoluções do VLM, também entraram na atualização do PESE o Áquila I (carga de 300kg, acima de 700km, órbita equatorial) e o Áquila II (carga de 500kg, acima de 700km, órbita polar). Na parte relativa aos centros de lançamento, o documento aponta que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) tem capacidade de comercialização em sua configuração atual. “O documento já traz todas as condições técnicas e diretrizes que uma empresa privada, pública ou outro país precisa aceitar para realizar lançamentos a partir do CLA”, diz o Brigadeiro Vital. Uma das condições é a
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COPE deverá passar a operar outros satélites ainda em 2018. A FAB está em processo licitatório para aquisição de imagens satelitais que serão distribuídas para diversos órgãos obrigatoriedade de utilizar as estruturas existentes, como a telemetria, para que as equipes brasileiras se mantenham operacionais e qualificadas. Outro avanço, Comitê Interministerial aproxima área espacial da Presidência da República Mais uma novidade relativa ao desenvolvimento espacial é a criação do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. O objetivo da nova estrutura interministerial, que está sendo encabeçada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, é criar um ambiente de debate célere e de múltiplos atores, para fazer um diagnóstico e apresentar soluções relacionadas ao incremento da área espacial no País. O Comitê abarca nove grupos de trabalho, cada um deles voltado a um
Brigadeiro Vital, Vice-Presidente da CCISE, explica detalhes da atualização do PESE, que irá abarcar a área de lançadores e centros de lançamento
desafio relacionado à área espacial, como, além da governança, questões fundiárias e patrimoniais, desenvolvimento de veículo lançador e recomposição dos quadros de pessoal técnico. Argentina aplica onze vezes mais em investimentos na área espacial em comparação ao Brasil O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, apresentou, em uma audiência pública realizada no Congresso Nacional em 2017, alguns números que fornecem um panorama interessante sobre a questão espacial no mundo. Atualmente, 1.459 satélites estão em
órbita: os EUA têm 593; a China, 192; e a Rússia, 135. No contexto do BRICS, o Brasil não está tão desenvolvido na área espacial quanto seus pares econômicos. A Rússia é, por exemplo, o maior lançador de satélites/ano, desde 2006; e a Índia bateu o recorde mundial em 2017 ao lançar 104 satélites com um único foguete. O Brasil investe na área espacial apenas 13% do que investe a vizinha Argentina; dito de outro jeito, significa que eles aplicam onze vezes mais recursos que o nosso País. Os gráficos abaixo, retirados do relatório do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) do setor espacial (2015), demonstra esse cenário.
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Veja nos gráficos mais informações Comparação entre Brasil e Argentina
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Programas espaciais - investimentos
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Super Ala No processo de Reestruturação pelo qual tem passado a Força Aérea Brasileira, alguns esquadrões aéreos foram realocados em novas sedes, formando grandes polos operacionais. A Ala 10, no Rio Grande do Norte, recebeu duas novas unidades aéreas - o 2º ETA e o 1º/8º GAV TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO
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Sargento Carlos Eduardo / ALA 10
Aeronaves A-29 Super Tucano do Esquadrão Joker (2º/5º GAV), um dos cinco esquadrões sediados na Ala 10 - onde ocorre a especialização dos futuros pilotos de caça da FAB
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Acervo Esquadrão Falcão -1º/8º GAV
Com a chegada do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV) à Ala 10, a Organização Militar conta agora com dois tipos de helicópteros: o H-36 Caracal e o H-50 Esquilo (ao lado, abaixo), que serve para instrução dos futuros pilotos de asas rotativas
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processo de Reestruturação da Força Aérea Brasileira (FAB) tem trazido novidades.Tais mudanças incluíram a reorganização de unidades, a otimização de processos e a transferência de sede de alguns dos esquadrões aéreos. Com isso, foram formados grandes polos operacionais: um deles é a Ala 10, localizada em Parnamirim, zona metropolitana de Natal (RN). A Organização Militar, que já concentrava diversas unidades aéreas - notadamente as de instrução -, agora tem dois novos esquadrões. Com um histórico marcante na FAB, ela agora se prepara para um futuro de vetores aéreos mais modernos e uma operação ainda maior no cenário da
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defesa e integração nacional. Nesse contexto, a Ala 10 chega a 2018 atingindo a composição esperada pelo Alto Comando da Aeronáutica. Os Esquadrões Pastor (2º ETA) e Falcão (1º/8º GAV), transferidos de Recife (PE) e Belém (PA), respectivamente, chegam a Natal, somando cinco unidades aéreas sob a subordinação da Ala, sendo três de instrução (1º/5º GAV, 2º/5º GAV e 1º/11º GAV) e duas operacionais (2º ETA e 1º/8º GAV). Além desses, o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE) também faz parte do complexo. Fundada em 1942, em uma parceria entre as forças armadas do Brasil e dos Estados Unidos, a unidade foi um ponto estratégico para o sucesso das tropas
aliadas na Segunda Guerra Mundial: era o chamado “Trampolim da Vitória”. Desde então, o local está intimamente ligado à instrução e à operacionalidade da FAB: abrigou o 5º Grupo de Aviação, mais antiga unidade de instrução da FAB, criada em 1947. A estrutura que agora se chama Ala 10 também já teve outras nomenclaturas: Base Aérea de Natal (BANT), Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE) e Comando Aéreo de Treinamento (CATRE). A nova concepção estratégica da FAB – Força Aérea 100, lançada em janeiro de 2016 – prevê como a instituição deve ser em 2041, quando completar cem anos.
Acervo 2º ETA Sargento Carlos Eduardo / ALA 10
Militares do Esquadrão Pastor (2º ETA) posam com C-95 Bandeirante e caminhões que ajudaram na transferência do esquadrão de Recife (PE) para Parnamirim (RN)
Substituindo a lógica adotada após a Segunda Guerra, quando as unidades eram mais descentralizadas e espalhadas pelo litoral, a Força está agora preparada para um cenário com aeronaves mais modernas, com maior autonomia e capacidade de realizar variadas missões em todas as regiões do País. O Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, destacou outra vantagem importante da concentração de esquadrões na organização militar. “A FAB possui amplitude nacional, tem ao mesmo tempo alcance e flexibilidade. Então, o que precisamos é concentrar os esforços e aumentar a operacionalidade. Daqui de Natal, o 2º ETA continuará cumprindo sua missão do mesmo jeito e o 1º/8º GAV vai cumprir sua missão de uma forma muito mais eficiente. Trazendo eles [os esquadrões] para cá, a Força está diminuindo a carga pública, mantendo a operacionalidade e tornando seus meios mais eficientes”, lembrou. Para abrigar os novos vetores, estão sendo construídos 11 hangaretes: cinco para os H-36 do Falcão e seis para as aeronaves do Pastor. O Comandante da Ala 10 explica que, além da posição geográfica favorável de Natal, o fato de o aeródromo ser exclusivamente militar também contriAerovisão
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bui para a gerência das operações dos esquadrões. Com o início das atividades do novo terminal da cidade em 2014 - o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves -, o antigo Aeroporto Augusto Severo foi desativado para voos comerciais e a pista é utilizada apenas pela FAB. “No Recife e em Belém, a demanda civil dos aeroportos está aumentando. A partir do momento em que foi feito o Aeroporto de São Gonçalo e a gente ficou com esse complexo todo para a operação militar, tornou-se mais conveniente trazer essas unidades para cá, até mesmo para utilizar essa estrutura e facilitar a coordenação das operações”, explica o Brigadeiro Medeiros. De acordo com o Comandante do 2º ETA, Tenente-Coronel Aviador Marcio Henrique Santos da Costa, a expectativa dessa união na nova casa é muito positiva, por todas as possibilidades de operação em Parnamirim. “Essa é uma das maiores Alas do Brasil, não só pelo
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Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Acervo Esquadrão Falcão -1º/8º GAV
Helicóptero H-36 CaraCaborerf ernatiorum quis at cal, do Esquadrão Falcão, Ebis molut elloribus porum, sobrevoa cenário potiguar que optate odi consequi em nati sua chegada à nova core ad queseadit sede.volest A aeronave dedi-quod maxim dolupta turiati ca ao transporte aéreo,orendi à bea cone eris quae autati busca salvamento e àscoribusam, serion explabo. operações especiais
espaço físico, mas em relação à estrutura para comportar o esquadrão e para termos uma boa operação. O que facilita para a gente é o fato de a preparação ser melhor observada; primeiro, pela proximidade do 1º/5º GAV, que de alguma forma dita a doutrina; e segundo, porque tem Maxaranguape aqui do lado”, completa o Tenente-Coronel Marcio, citando o estande de tiro de Maxaranguape, de responsabilidade da Ala 10, que permite,
O estande de tiro de Maxaranguape faz parte da estrutura da Ala 10, embora fique em uma área a 80km de distância, por questões de segurança
também, o treinamento de lançamento de fardos e paraquedistas. Os esquadrões aéreos O Esquadrão Rumba (1º/5º GAV) foi ativado em abril de 1947, em Natal (RN), sendo a primeira unidade aérea do 5º Grupo de Aviação a ser ativada. Dotado de aviões North American B-25J Mitchell, tinha a missão de ministrar a instrução aérea para os pilotos de
bombardeio da FAB. Além de Natal, o Esquadrão Rumba já foi sediado em Recife (PE) e Fortaleza (CE), e operou ainda aeronaves T-27 Tucano, formando pilotos de ataque. Atualmente, utiliza aviões Embraer C-95 Bandeirante para a formação nas aviações de transporte, patrulha e reconhecimento. O Esquadrão Gavião (1º/11º GAV) foi criado em 1967, junto ao Destacamento da Base Aérea de Santos. Desde o princípio, sua missão foi a instrução de aviadores e especialistas na Aviação de Asas Rotativas - tanto para a pilotagem quanto para a manutenção das aeronaves. O helicóptero utilizado é o Eurocopter H-50 Esquilo. Ele permite treinar todas as missões e atividades desenvolvidas pela Aviação de Asas Rotativas da FAB - instrução básica, uso
de equipamentos especiais e emprego armado com metralhadoras e foguetes. O Esquadrão Joker (2º/5º GAV) está ativado desde 1953, quando o então 3º/1º Grupo de Aviação de Caça, sediado em Santa Cruz (RJ), foi desativado. Seus pilotos e aviões (P-47 Thunderbolt) foram transferidos para Natal, a fim de ministrarem instrução básica de caça aos aspirantes da FAB. Em boa parte de sua história, o Joker operou com a aeronave AT-26 Xavante, utilizada até 2004 na instrução básica dos pilotos até ser substituída pelo Super Tucano A-29B, utilizado até hoje. O código de chamada Joker é herança do 1º Esquadrão de Instrução Aérea, que também era sediado em Natal. O Esquadrão Pastor (2º ETA) nasceu em 1969, com sede na Base Aérea do
Sargento Carlos Eduardo / ALA 10
Com a mudança do aeroporto civil para outra área, a pista, antes compartilhada, agora é de uso militar exclusivo
Recife (PE), e atualmente está equipado com aeronaves C-95 Bandeirante, C-97 Brasília e C-98A Grand Caravan. O Pastor participa de operações aeroterrestres, realizando lançamento de tropas paraquedistas e cargas, pousos de assalto, pousos em áreas não preparadas e toda sorte de missões voltadas ao preparo de suas tripulações para o pronto emprego. Em seus 48 anos de existência, cumpriu diversas missões em apoio às calamidades e emergências sociais, resgate de feridos, ressuprimento aéreo em apoio às tropas de terra e à população. Entre outras operações no cenário nordestino, participou das buscas ao Air France 447, além de ser um dos esquadrões mais acionados no transporte de órgãos para transplante. Antes de Natal, o Esquadrão Falcão (1º/8º GAV) era sediado na Ala 9, em Belém (PA). Suas origens estão ligadas ao 1º Esquadrão de Reconhecimento e Ataque (1º ERA), com sede em Canoas (RS). Em 1972, foi desativado para a criação do 1º Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque (1º EMRA), em Belém (PA). Em 1980, sua denominação passou a ser o atual 1º/8º GAV, com o dever operacional de: transporte aéreo, ligação e observação, busca e salvamento e operações aéreas especiais. Na mesma década, sua sede alternou entre Manaus (AM) e Belém. Atualmente, opera o helicóptero H-36 Caracal, tendo em seu histórico ainda o CH-55 Esquilo bi-turbina e o UH-1H. O Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE) foi criado em 1983, com a missão de ser um centro de instrução operacional da FAB. Sua criação padronizou e otimizou o Curso de Tática Aérea, anteriormente ministrado na Base Aérea de São Paulo (BASP). O curso tem como finalidade preparar os oficiais subalternos da FAB para o emprego tático das unidades aéreas, assim como para o exercício das funções no âmbito administrativo. O GITE ainda é responsável por ministrar, dentre outros, o Curso de Preparação de Instrutores de Voo. Aerovisão
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OPERACIONAL
A logística da Integração Com intuito de integrar o país, a Força Aérea Brasileira emprega seis esquadrões em missões de apoio logístico na Amazônia. Só em 2017, foram mais de três mil horas de voo na região TENENTE JORNALISTA IRIS VASCONCELLOS
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Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Aeronave da Força Aérea Brasileira em aproximação para pouso na pista que fica perto do Pelotão Especial de Fronteira de São Joaquim (AM)
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m plano de suporte logístico para as operações das Forças Armadas na Região Amazônica. Esse é o objetivo do Programa de Apoio à Amazônia (PAA), que envolve o esforço aéreo de seis esquadrões da Força Aérea Brasileira (FAB) nos Estados do Norte do país, especialmente nas áreas isoladas, inóspitas e fronteiriças. “O PAA, parceria entre a FAB, o Exército e a Marinha, possibilita o cumprimento da missão institucional das três Forças em apoio à Amazônia, além de promover integração e segurança nacional”, ressalta o Adjunto da Divisão de Planejamento do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Tenente-Coronel Silvestre Luiz Almeida Cerqueira. O órgão é o responsável por definir as missões cumpridas pelas unidades da FAB dentro do PAA. Em 2017, foram 3.247 horas de voo distribuídas entre os esquadrões Arara (1°/9° GAV) e Cobra (7° ETA), sediados em Manaus (AM); Onça (1°/15° GAV), sediado em Campo Grande (MS); Gordo (1°/1° GT) e Cascavel (1° GTT), localizados no Rio de Janeiro (RJ), e Tracajá (1° ETA), sediado em Belém (PA). Por estar localizado na capital amazonense, o Esquadrão Arara é a unidade aérea que realiza mais missões de PAA. Segundo o Comandante, Tenente-Coronel Fábio Luiz Barbosa Rastelli, o Arara faz a integração de toda a região amazônica há 48 anos, desde a sua criação. “Esse apoio chega à região de fronteira, principalmente à parte oeste. Nós auxiliamos os PEFs [Pelotões Especiais de Fronteira], que são 24
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O C-105 Amazonas é um dos principais vetores aéreos para logística em locais de difícil acesso. Na foto, militares descarregam aeronave em Maturacá (AM). Ao fundo, o Pico da Neblina - ponto mais alto do Brasil
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
situados em toda região do extremo oeste do Brasil. Também apoiamos a Marinha, que tem tropas desdobradas na região amazônica”, ressalta. De acordo com o Tenente-Coronel Rastelli, o esquadrão também dá suporte logístico a unidades da própria FAB que possuem papel estratégico para o controle de tráfego aéreo na Amazônia e para o desenvolvimento da malha aeroviária na região. “Nossas aeronaves levam suprimentos aos Destacamentos de Controle de Tráfego Aéreo subordinados ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) e para a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA)”, exemplifica o Tenente-Coronel Rastelli. Outro fator que torna estreita a relação entre o Esquadrão Arara e o Programa de Apoio à Amazônia é a aeronave C-105 Amazonas. O avião cargueiro é o principal vetor aéreo do PAA. Um dos pilotos do 1°/9° GAV, Tenente Adalberto Martins Pereira e Souza, explica o motivo de o avião turboélice ser ideal para esse tipo de operação. “O C-105 foi feito para pousar em pistas curtas. Outra aeronave não teria o mesmo desempenho, pois o C-105 freia muito rápido e também pode operar em pistas que não são de asfalto ou concreto”, ressalta, em relação ao avião que tem envergadura de 25,81m, comprimento de 24,50m, peso máximo de decolagem de 23.200 kg e velocidade máxima de 457 km/h. As dimensões das pistas de pouso, os aspectos climáticos e a infraestrutura de apoio tornam complexa a operação na região amazônica. Por isso, antes dos pilotos serem empregados em missões de PAA, eles passam por um sistema de progressão operacional com duração de cerca de dois anos. “Há toda uma preparação até a gente poder pousar sem o instrutor, pois a Amazônia é o único lugar do Brasil que possui esse tipo de operação, com essas peculiaridades. A pista é crítica, pois a maioria é pequena. Além disso,
Aeronave C-98 Caravan opera em pista de Iauaretê (AM), mostrando os desafios e a complexidade da logística aérea na Amazônia
Aeronave C-105 sendo carregada em Manaus (AM), com mantimentos que serão levados para regiões de fronteira
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
“O C-105 foi feito para pousar em pistas curtas. Outra aeronave não teria o mesmo desempenho, pois o C-105 freia muito rápido e também pode operar em pistas que não são de asfalto ou concreto”, disse o Tenente Adalberto
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
o piloto tem que estar acostumado com a navegação visual, que sempre é feita na Amazônia”, complementa o Tenente Adalberto, integrante do Esquadrão Arara há quatro anos. O que são os Pelotões Especiais de Fronteira? Mais conhecidos pela sigla PEF, são unidades do Exército distribuídas na fronteira da Amazônia com os países da América Latina. As estruturas possuem efetivos que variam de 20 a 80 militares com a
O 1º Pelotão Especial de Fronteira fica em Iauaretê (AM) e é um dos 24 PEFs da fronteira oeste que recebem apoio aéreo da FAB
responsabilidade de vigiar e reconhecer as áreas pertencentes ao Brasil, controlar as embarcações que navegam nos rios fronteiriços e coibir a entrada de produtos ilícitos no território nacional. São 24 PEFs espalhados por locais pouco conhecidos no País. Um exemplo é o Pelotão Especial de Fronteira de Iauaretê, localizado no extremo oeste do Brasil, a 1100 km de Manaus (AM), vizinho de um canteiro de obras da COMARA e de uma pista de pouso em reforma. A rotina dos militares do PEF de Iauaretê inclui a realização de bloqueios Aerovisão
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A relação com as comunidades indígenas é atividade cotidiana dos militares que atuam em áreas de difícil acesso. Acima, indígenas de aldeias próximas a São Joaquim (esquerda) e Maturacá, no Estado do Amazonas. Abaixo, crianças de comunidades indígenas conhecem avião da FAB
e a ganhar traços de cidade. O local possui três escolas, estradas e postos de saúde. Porém, o apoio, tanto aos militares quanto à população local, chega apenas por via aérea ou por embarcações pequenas. “A FAB apoia com a parte logística, por exemplo, com a COMARA, que conserta as pistas de pouso e permite a chegada de aviões da companhia de
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
nos rios Papuris e Auapés que fazem fronteira com a Colômbia, o contato direto com as lideranças indígenas da etnia Tucano, além da defesa e integração do território e da população local composta por cerca de 4.000 habitantes. Depois da instalação do PEF e do fluxo frequente de aeronaves, especialmente os aviões da Força Aérea Brasileira, Iauaretê começou a crescer
rede elétrica, além do desembarque de suprimentos transportados por meio do PAA”, explica o comandante do PEF de Iauaretê, Tenente Eduardo Luis dos Santos Henrique. Já no PEF de São Joaquim, também localizado no Amazonas e na fronteira com a Colômbia, a comunidade é menor. São 200 habitantes indígenas da etnia Kuripako. Os índios, além das ações de subsistência, têm como principais atividades econômicas o alistamento para servir no PEF e os benefícios assistenciais do governo, os quais são coletados pela população na cidade mais próxima: São Gabriel da Cachoeira (AM), distante cerca de 295 km de São Joaquim. Em dias com a chegada programada do C-105 em missões do PAA, os integrantes da comunidade formam filas para embarcar na aeronave da FAB e ir até São Gabriel para buscar os benefícios sociais e resolver problemas burocráticos e de saúde. “Essas aeronaves são muito importantes para a gente. Não tem outro meio para nossas coisas virem - café, feijão, comida. O avião sempre leva as pessoas. Podemos ir para São Gabriel resolver nossos problemas, tirar documentos e, por vezes, marcar consultas médicas”, destacou a moradora da comunidade, Fátima Nogueira, que possui três filhos.
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Centros Logísticos O Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira é um dos três principais centros logísticos do PAA. Assim como outras unidades localizadas em Boa Vista (RR) e Tabatinga (AM), o Destacamento de São Gabriel funciona como polo de distribuição de diversos suprimentos, como combustível, alimentos, itens de sobrevivência, itens de segurança, material para construção e até estruturas pesadas, por exemplo, guindastes. Esses materiais chegam aos centros logísticos em balsas do Exército
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e, em seguida, são estocados, levados aos centros logísticos para depois serem transportados aos PEFs e a outras unidades apoiadas. Nos polos de distribuição, os suprimentos são pesados, organizados e paletizados. Dentro dessa estrutura, o C-105, que tem a capacidade média de cinco toneladas para transporte de carga, viaja da sede em Manaus para o centro logístico, onde é abastecido com o material de ressuprimento e segue para os PEFs e localidades que ficam no raio de ação da unidade. “A ideia é ir para um centro logístico, de onde a carga é redistribuída. Os centros logísticos são Tabatinga (AM), São Gabriel (AM) e Boa Vista (RR). Em todos esses locais, o Exército e a FAB têm uma grande capacidade de apoio e distribuição, além de ter estrutura para receber o material de apoio por via fluvial. Além disso, nessas três localidades, o Exército possui um superestoque que abastece os pelotões isolados”, explica o Tenente Joel Costa Pierre de Messias, do Esquadrão Arara. O Destacamento de São Gabriel da Cachoeira, por exemplo, atende os PEFs de Maturacá, Querari, Iauaretê, São Joaquim e Pari Cachoeira. De acordo com o Comandante do Destacamento, Tenente Leandro Gomes, a unidade recebe e distribui 40 toneladas por mês, entre carga e passageiros e já chegou a aproximadamente 300 toneladas no mês de dezembro de 2016. “É quando os Pelotões de Fronteira trocam o efetivo e os militares fazem a mudança de localidade”, explica. O Destacamento, que possui a segunda maior pista do estado do Amazonas, com 2600 metros, perdendo apenas para o aeródromo da capital, tem a movimentação aérea de cerca de 30 pousos e decolagens por mês. “A estrutura com empilhadeira,
Mapa mostra as localidades onde estão as unidades militares citadas nesta reportagem
balança de pallet, militares para operar e o hangar onde o material fica pra aguardar o voo possibilitam que o Destacamento de São Gabriel da Cachoeira seja fundamental para as unidades da FAB e para o apoio ao PAA”, complementa o Tenente Leandro.
De acordo com o comandante do Destacamento de São Gabriel, o apoio logístico é uma das principais atividades do Destacamento. “Nós nos sentimos honrados por saber que o nosso trabalho influencia diretamente alguém que precisa”, destaca o Tenente Leandro. Aerovisão
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ENSINO
A vida de cadete em cinco imagens
A Academia da Força Aérea (AFA) é um complexo educacional de 6.500 hectares localizado em Pirassununga (SP), que comporta, hoje, em torno de 670 cadetes. Não à toa conhecida como Ninho das Águias, é na AFA que são formados os oficiais aviadores, intendentes e de infantaria da Força Aérea Brasileira. Para conhecer, relembrar ou - por que não? - inspirar-se a fazer parte, a Aerovisão traz um tour, em cinco fotos, pela vida de cadete
Uma das aeronaves de instrução da Academia da Força Aérea, o T-27 Tucano, em sobrevoo à escola
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
TENENTES JORNALISTAS GABRIELLI DALA VECHIA E CRISTIANE DOS SANTOS
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Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Na AFA, balalaica não é sorvete com refrigerante, como se diz no Sul do Brasil, tampouco instrumento musical russo. É ralação. Balalaica é um tipo de exercício físico realizado com fuzil que pesa em torno de 4 kg, muito comum em escolas militares.
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
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“Parada diária” não significa um período de descanso, ou um break para o cafezinho - como pode parecer no sentido estrito da expressão. Trata-se de uma cerimônia militar que acontece todos os dias úteis, faça chuva ou faça sol, imediatamente antes do almoço, no pátio de formaturas do corpo de cadetes. Além da apresentação da tropa ao à autoridade presente, também se hasteia a Bandeira Nacional e há o desfile dos cadetes. Aerovisão
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Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
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“Simular” é palavra-chave: quanto mais real, melhor Nessa atividade dos cadetes de infantaria, até os capacetes azuis usados pelos peacekeepers – militares que estão atuando em missões de paz da ONU – foram simulados. A foto mostra o treinamento dos cadetes em uma ação de patrulha.
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A experiência de voar, geralmente, vem antes do T-25 Existe, na AFA, um Clube de Voo a Vela muito procurado pelos cadetes do primeiro ano. A atividade, voluntária e extracurricular, é interessante porque os futuros pilotos colocam em prática, no planador, conceitos básicos de aviação que serão importantes mais tarde, quando começam os voos na aeronave T-25 Universal. 38
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Futuros gestores também põem a mão na massa Os futuros oficiais intendentes, que serão os responsáveis pela parte administrativa da Força, durante o curso na AFA, também colocam a mão na massa. A ideia é perceber, na prática, quais os desafios das equipes que, no futuro, eles irão conduzir.
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea
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INTERCÂMBIO
Força multicultural Somente em 2018, a Força Aérea Brasileira ofereceu 227 vagas em 58 cursos para capacitar militares de nações amigas. Atualmente, a instituição possui, em suas escolas de formação, argentinos, bolivianos, peruanos, canadenses, guatemaltecas, salvadorenhos e norte-americanos TENENTE JORNALISTA ALINE FUZISAKI
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ntercâmbio caracteriza um tipo de relação entre nações ou instituições, que pode ser cultural, comercial, econômico, sempre uma oportunidade de trocar conhecimentos, vivenciar novas culturas e adquirir experiências. No âmbito das Forças Armadas, esse conceito se amplia e ganha novas perspectivas. Com a reconhecida excelência no ensino da Força Aérea Brasileira (FAB), a instituição recebe, todos os anos, estrangeiros de nações amigas interessados em estudar em organizações educacionais como a Academia da Força Aérea (AFA), Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) e Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR). Da mesma forma, também envia seus militares a outros países com o objetivo de adquirir conhecimentos ou aperfeiçoar técnicas, trazendo contribuições relevantes para a FAB por meio de atividades de ensino. O principal objetivo dos intercâmbios é oferecer estágios e cursos de formação, especialização profissional e aperfeiçoamento, assim como atividades de instrução e treinamentos, além de fortalecer o vínculo, a cooperação militar e o relacionamento entre os países. De acordo com o Adjunto da Seção de Acordos e Intercâmbios Internacionais do Estado-Maior da Aeronáutica
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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
FAB oferece vagas para militares de nações amigas nas escolas de formação e, também, nas organizações que são referência internacional, como é o caso do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Os principais interessados são os países das Américas
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Da esquerda para a direita: Cadete Aviador Mouhammad (leia a história do militar na próxima página), Tenente de Infantaria Papa Magaye e Cadete Aviador Diegane , durante a formatura da Academia da Força Aérea em 2017. Todos são senegaleses
(EMAER), Coronel da Reserva Paulo Maria Nogueira de Lima, a maior procura é pelos cursos de carreira da AFA e EEAR, além dos cursos de Comando oferecidos pela ECEMAR. “Sempre oferecemos vagas nessas instituições de ensino. No entanto, a oferta em termos de Força Aérea é muito maior, pois abrange todas as áreas da FAB. A unidade que mais oferece cursos e vagas, por exemplo, é o CENIPA, na área de segurança de voo. Também há muito interesse dos militares das Forças Armadas de nações amigas em cursos de logística, operação e inteligência. E podemos dizer que os maiores interessados são os países da América Latina”, afirma o oficial. A legislação da FAB sobre o assunto é a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 37-21, que trata das atividades de ensino para integrantes das Forças Armadas de Nações Amigas. Seguindo um cronograma previamente
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definido, cabe ao EMAER coordenar as ações necessárias para a divulgação das vagas disponíveis, assim como efetivar a matrícula e o acompanhamento dos candidatos durante todo o curso, mantendo contato com o Ministério da Defesa, os adidos militares e os representantes diplomáticos estrangeiros no Brasil. Ainda segundo o documento, os interessados em disputar as vagas oferecidas pela Força Aérea Brasileira devem ser submetidos às mesmas exigências que forem estabelecidas para os demais candidatos para a admissão nos cursos, estágios ou treinamentos, como testes físicos e de conhecimentos. Além disso, o candidato estrangeiro deve ter conhecimento suficiente da língua portuguesa, tanto escrita como falada. Só após ter sido aprovado em todas as etapas, o candidato estará apto a iniciar as atividades de ensino.
“Procuramos atender todos os países que nos solicitam vagas e utilizamos como critérios de seleção os itens que estão previstos na ICA 37-21”, explica o Coronel Nogueira. Durante a estada do intercambista em uma das organizações educacionais da FAB, as despesas como soldo, transporte, alimentação e hospedagem fora da escola são de responsabilidade do país de origem do militar; além disso, o estrangeiro deve possuir um seguro médico. Cabem à FAB os custos que envolvem o curso, como alojamento, alimentação, fardamento, transporte para as atividades curriculares programadas no Brasil e assistência médica emergencial. “Mesmo assim, existem alguns países que só enviam seus militares ao Brasil se tiverem o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão do Ministério das Relações Exteriores que, por meio de
acordos com o Ministério da Defesa, disponibiliza algumas bolsas para intercâmbios entre as Forças Armadas”, afirma o oficial do EMAER. Ainda de acordo com o Coronel Nogueira, na condição de aluno, o estrangeiro participa de todas as atividades escolares previstas pela instituição de ensino, exceto dos trabalhos que envolvam documentos ou assuntos de acesso restrito. Também é submetido
aos mesmos testes e avaliações destinados aos demais alunos. No entanto, caso tenha alguma dificuldade que possa prejudicar a conclusão do curso ou estágio, o intercambista pode contar com o apoio de atividade de reforço com o objetivo de melhorar seu desempenho escolar, assim como é oferecido aos alunos brasileiros. “A ICA 37-21 prevê que o militar que vem cursar qualquer atividade em nossas
organizações assuma a responsabilidade de se submeter às orientações de ensino e às atividades em si. Se mesmo após todo o suporte oferecido o aluno apresentar dificuldade para acompanhar o curso, os órgãos envolvidos deverão enviar ao EMAER um relatório de desempenho detalhado indicando algumas perspectivas. A situação será levada à apreciação do Comandante da Aeronáutica, a quem caberá a decisão”, detalha o Coronel.
No Brasil desde o fim de 2014, Mouhammad Diallo deixou o Senegal para ser cadete na AFA. Atualmente, cursa o 4º ano e se prepara para se tornar aviador. Embora considere o processo de seleção para o ingresso e a rotina de estudos na Academia intensos, a maior dificuldade enfrentada pelo cadete ainda é a língua portuguesa. Mesmo assim, considera que fazer o intercâmbio tem sido também uma excelente oportunidade para a sua vida pessoal. “É uma grande descoberta e uma experiência muito gratificante. Aprendi muita coisa fora do meu quadro profissional e isso tem um grande valor para mim. O tratamento amigável das pessoas aqui foi algo inesperado e que me impressionou. É uma demonstração de respeito com os estrangeiros”, avalia o Cadete Mouhammad. Com um antigo sonho de seguir a carreira militar, Naafiou Kpeky fez a prova para o curso de formação de Sargento do Exército em seu país, o Togo, e chegou ao Brasil há um ano e meio para cursar a especialização em Estrutura e Pintura (BEP) na EEAR. “Depois que me formei, a minha unidade precisava de especialista nessa área; foi então que surgiu a oportunidade de fazer o intercâmbio”, conta. Para o Sargento Naafiou, a motivação maior para estudar em nosso País foi poder aprender os métodos de trabalho e o padrão militar da FAB, além de conhecer um pouco mais sobre a cultura brasileira. “A rotina da Escola é muito boa. Eu consigo me dedicar aos estudos, conhecer alguns lugares turísticos e ainda fazer novas amizades. É também uma oportunidade de representar meu país e deixar uma boa imagem”, afirma. Aerovisão
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LIVRO
35 anos em 256 páginas Jornalista brasileiro lança obra nos Estados Unidos sobre o aniversário de 35 anos do EMB-312, batizado na Força Aérea Brasileira (FAB) como T-27 Tucano – importante aeronave na formação dos pilotos militares. Conheça um pouco da história do avião que teve 475 unidades produzidas e foi comprado por 16 países
“O
TENENTE JORNALISTA GABRIELLI DALA VECHIA
programa do Tucano envolve uma série de curiosidades. Seu surgimento começou em 1977 após a fabricante norte-americana Cessna ter enviado uma carta para a Força Aérea Brasileira dizendo que não poderia fornecer mais peças de reposição para a frota de treinadores avançados a jato T-37C, então utilizados pelos cadetes do quarto ano da Academia da Força Aérea”, conta o jornalista João Paulo Moralez. É a partir desse comunicado que se inicia uma história de sucesso: em 2018, completam-se 35 anos desde a entrada em serviço do EMB-312, batizado na FAB como T-27 Tucano – um treinador brasileiro, desenvolvido pela Embraer, que até hoje é um vetor essencial para a formação dos pilotos militares. Marcando a data, foi lançado, em inglês, o livro EMB-312 Tucano: Brazil’s Turboprop Sucess Story. João Paulo, o autor, relembra que o avião anterior ao T-27 Tucano, o T-37C, foi comprado novo da Cessna e recebido a partir de 1967. Foram 65 aviões que tiveram sua saída de operação prematura, por conta da indisponibilidade do fabricante em fornecer o suporte logístico. Em 1978, os índices de disponibilidade eram baixos, a FAB já não conseguia mais peças de reposição e os custos para manter a frota operacional eram crescentes. “O Tucano nasceu para atender a uma necessidade urgente e operacional da FAB. Foi uma solução 100% nacio-
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Avião T-27 Tucano com uma das pinturas que recebeu na Força Aérea Brasileira sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. A aeronave é utilizada na formação dos cadetes aviadores da Academia da Força Aérea
*Todas as fotografias desta reportagem foram retiradas do livro Aerovisão
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nal desenvolvida com maestria num curto espaço de tempo. A assinatura do contrato com a Embraer foi em 6 de dezembro de 1978 e os trabalhos de desenvolvimento começaram em 15 de janeiro de 1979. Em fevereiro de 1980, um ano depois, foi iniciada a construção do primeiro protótipo, o YT-27 1300, em São José dos Campos. Havia apenas seis meses para o avião ficar pronto, compromisso que foi seguido com o protótipo voando “não oficialmente” em 16 de agosto de 1980 e, oficialmente para as autoridades e convidados, em 19 de agosto daquele ano, no aniversário de 11 anos da Embraer”, conta o autor do livro. O T-27 Tucano foi importante para a Embraer, pois a empresa desenvolveu expertise em colagem estrutural, usinagem química e na projeção de uma aeronave com assentos ejetáveis. Também permitiu estabelecer duas produções sob licença no Egito e no Reino Unido, nesse último
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país com profundas modificações no projeto para atender aos requerimentos da Royal Air Force, incluindo a sua estrutura, canopi e motor. A aeronave consome 1/3 do combustível se comparado aos jatos da sua época, sendo o primeiro turboélice a introduzir a monomanete para controlar a aceleração e passo da hélice do motor, o que normalmente é feito com duas ou três manetes. Foi o primeiro turboélice da sua categoria a dispor de assentos ejetáveis, do recurso de se usar apenas um mecanismo para dar a partida no motor, canopi em peça única sem parabrisas e arquitetura do cockpit feita para se assemelhar a um caça de 3ª geração da época. O assento da nacele traseira fica numa posição mais elevada para permitir que o instrutor tenha visão das ações do aluno. Do T-27 Tucano o aluno fazia facilmente a sua conversão para o Embraer EMB-326GB AT-26 Xavante, para o Dassault Mirage
EMB-312 da Força Aérea Colombiana. Dados do livro indicam que a aeronave já derrubou em torno de 60 aviões utilizados por narcotraficantes na Colômbia, Honduras e Peru
Foto do Coronel Rinaldo Nery durante Operação Cachimbo II
IIIE/D e para Northrop F-5E/F. Exceto pelo radar e pelo sistema de pressurização, o cockpit se aproximava do que havia nesses caças a jato. Outro ponto de destaque de João Paulo é a economia na formação dos pilotos militares, trazida pelo novo vetor aéreo. “Por ser dócil e fácil de voar, o Tucano requeria 20% a menos das horas de voo para formar um aluno. Assim, o programa de treinamento poderia ser ainda mais barato à Força Aérea, que por outro lado poderia dedicar mais horas de voo para aperfeiçoar outros módulos de instrução”, avalia. A aeronave, porém, não fez história apenas como treinador. Dos 16 países que adquiriram o T-27 Tucano – quinze Forças Aéreas pelo mundo, incluindo a Brasileira, e operadores particulares dos Estados Unidos – metade utilizou o turboélice em combate. A flexibilidade do Tucano, alta disponibilidade, possibilidade de operar em locais rústicos e com pouco infraestrutura levando até uma tonelada de bombas, foguetes e metralhadoras fez com que o avião fosse um sucesso. Angola, Brasil, Colômbia, Honduras, Irã, Mauritânia, Peru e Venezuela utilizaram o Tucano em situações reais ou em guerras. O
EMB-312 foi vendido, também, para a Força Aérea Iraniana. O Irã é um dos 16 países que adquiriram o avião
Tucano já derrubou em torno de 60 aviões utilizados pelos narcotraficantes na Colômbia, Honduras e Peru. “O que me motivou a escrever sobre essa aeronave foi o fato de que ela marcou e mudou a maneira do treinamento primário, intermediário e avançado no mundo que, até então, era majoritariamente feito pelos jatos monomotores ou bimotores”, explica o autor. As artes para o livro são de Murilo Camargo Martins, que utilizou como base mais de 500 fotografias e plantas históricas da aeronave. Livro Com lançamento realizado em janeiro deste ano, pela editora Harpia-Publishing – com sede em Houston (EUA) – a obra EMB-312 Tucano: Brazil’s turboprop success story é a primeira obra já dedicada em todo o mundo exclusivamente à aeronave. São 256 páginas impressas em papel couché de alta gramatura, capa semi-rígida e 74 perfis coloridos (incluindo vistas frontais, superior e inferior do EMB-312 e S-312 Short Tucano) de todas as pinturas feitas pelos países em que foi operado. Também conta a história de desenvolvimento e operação do Short S-312 Tucano, modificado a partir do projeto do EMB-312, com motor mais potente, estrutura reforçada para suportar maior vida em fadiga, novo canopi e aviônicos. O autor é o brasileiro João Paulo Moralez, que possui 15 anos de experiência no mercado editorial brasileiro,
com foco em aviação militar. Ele está trabalhando em um novo livro, a ser lançado em junho de 2018, sobre o EMB-314 Super Tucano, pela mesma editora norte-americana.
Detalhes técnicos: Título: EMB-312 Tucano: Brazil’s turboprop success story Livro em inglês Autor: João Paulo Zeitoun Moralez (Brasil) Ilustrador: Murilo Camargo Martins (Brasil) Editora: Harpia Publishing ISBN: 978-0-9973092-3-2 Formato: 21x28cm Páginas: 256 Fotos: 136 (quatro P&B) Artes: 74, incluindo quatro vistas (esquerda, frontal, superior e inferior) do EMB-312 Tucano e S-312 Tucano Ficha técnica completa do EMB-312 Tucano e Shorts S-312 Tucano Fleet list completo Contato: joaopaulo@hunterpress.com.br Aerovisão
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MEIO AMBIENTE
Por meio de parcerias com outros 처rg찾os governamentais, aeronaves como o C-105 Amazonas, que nesta foto sobrevoa o Rio Negro em Manaus (AM), poder찾o ser empregadas em defesa do meio ambiente
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Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea
Em defesa do verde Acordos asseguram uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira em missões voltadas à fiscalização ambiental; instituição assinou acordos com Ibama e Agência Nacional de Águas (ANA) TENENTE JORNALISTA CYNTHIA FERNANDES Aerovisão
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Área de exploração ilegal de madeira em Novo Progresso (PA)
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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Água (ANA) já firmaram essa parceria e devem começar a voar com a FAB no primeiro semestre deste ano. Outros ministérios também já assinaram o termo com a FAB, como da Integração Nacional, Justiça e Segurança Pública. E há, ainda, outros órgãos que já vislumbram melhor capacidade de atuação com o apoio logístico da FAB e estão em busca de parcerias semelhantes. No valor de quase R$ 9 milhões, o Ibama assinou o TED em que, segundo o cronograma, está previsto o transporte de equipes ambientais, equipamentos e bens necessários aos serviços de deslocamento, bem como coleta e processamento de imagens e vídeos de georreferenciamento de sensores embarcados. O prazo de finalização do acordo, se não houver aditivos, é dia 31 de dezembro de 2018. Com a ANA, são R$ 3,5 milhões -
verba destinada à inspeção do uso dos recursos hídricos no território nacional, segurança de barragens e, principalmente, à fiscalização da operação do Projeto de Integração do Rio São Francisco, cuja extensão é de 2.830 quilômetros cortando cinco estados. As viagens podem ser feitas até o fim de 2020. Integrar Baseada na missão-síntese da Força Aérea Brasileira, que é “manter a soberania do espaço aéreo brasileiro e integrar o território nacional, com vistas à defesa da pátria”, o Comando da Aeronáutica entende que firmar acordos com esses órgãos é ancorar-se num dos pilares fundamentais da instituição – que é integrar. Segundo o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho, a parcela da missão-síntese da FAB de integrar pressupõe contribuir com o desenvol-
Vinícius Mendonça/ IBAMA
as asas da Força Aérea Brasileira são levados, diariamente, militares em condições de defender a soberania do espaço aéreo brasileiro e as fronteiras do Brasil. Desde novembro do ano passado, novos passageiros podem ser acrescentados a essa lista depois da assinatura de dois acordos firmados entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e órgãos de fiscalização ambiental, com o objetivo de garantir apoio aéreo em missões de proteção ao meio ambiente. Trata-se do Termo de Execução Descentralizada (TED), que prevê a realização de missões aéreas indenizáveis de acordo com as demandas necessárias de cada órgão federal interessado, dentro do valor e tempo previsto em documento. O TED é um instrumento utilizado para ajustar a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades que integram o orçamento fiscal e a Seguridade Social da União.
Aerovisão
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Este relacionamento entre instituições de Estado é muito profícuo. Houve a necessidade de se firmar acordos e fazer ajustes na busca de desenvolver ações e parcerias com os órgãos da Administração Pública, de modo a se consolidar uma operação “ganha-ganha - Tenente-Brigadeiro
Chefe do EMAER, Tenente-Brigadeiro Botelho, acredita que a FAB pode dar mais capilaridade, alcance e celeridade aos órgãos ambientais
Botelho
Viatura do Ibama durante ação na localidade indígena de Porquinhos, no Maranhão, mostra a complexidade do transporte terrestre na fiscalização ambiental
vidade que está inserida no cenário de desenvolvimento de um país e dentro do escopo da integração e defesa do território nacional e, assim, bastante alinhada com a missão da FAB”, argumenta. Ele explica que as aeronaves do Correio Aéreo Nacional (CAN), por exemplo, desde a criação do Correio Felipe Werneck/ IBAMA
vimento e o progresso do país e, neste contexto, envolve o apoio às ações de preservação do meio ambiente. “As asas da FAB poderão, sim, dar maior capilaridade, alcance e celeridade ao trabalho desenvolvido pelos órgãos ambientais. A preservação do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis é uma ati-
Aéreo Militar, na década de 30, permitiram ações governamentais em comunidades de difícil acesso, como o caso do Projeto Rondon (1967) – voltado ao desenvolvimento social do Brasil, levando agentes sociais e médicos a áreas remotas do estado de Rondônia, inicialmente, e depois para todas as regiões do país. “Este relacionamento entre instituições de Estado é muito profícuo. Houve a necessidade de se firmar acordos e fazer ajustes na busca de desenvolver ações e parcerias com os órgãos da Administração Pública, de modo a se consolidar uma operação “ganha-ganha”. Tanto a FAB quanto as instituições parceiras somam esforços e saem ganhando. A integração de ações de Força Aérea com as demandas do Estado e de seus órgãos, cada um com seu viés, busca atingir melhores resultados no cumprimento da missão atribuída a cada um. Desta maneira, o conceito da interoperabilidade na administração pública é aplicado, trazendo benefícios à sociedade já que ocorre um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos”, acrescenta Aerovisão
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Felipe Werneck/ IBAMA
Ibama desativa balsas de garimpo ilegal de ouro no Pará
o Tenente-Brigadeiro Botelho. Sendo assim, a FAB já mantém acordos como esse com o Ministério da Saúde, assinado em agosto de 2016. Desde o decreto nº 8.783, de 7 de junho do mesmo ano, está prevista uma aeronave disponível para transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para garantir que chegue em tempo hábil e salve vidas. Só no ano de 2017, foram 442 órgãos transportados. “Para um país, este tipo de acordo evidencia que os entes públicos podem agir de maneira conjunta e complementar, seja no transplante de órgãos ou na proteção do meio ambiente. Trata-se de uma ação multidisciplinar, em que a Força Aérea emprega seus meios em prol de uma atividade de outro órgão público, elevando a sinergia entre os participantes, mantendo o treinamento de suas equipagens e contribuindo para o cumprimento da missão de integrar o território nacional”, acrescenta o Chefe do EMAER. Salvar o verde Pela primeira vez, o Ibama assina um
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termo dessa natureza. O órgão ambiental possui sete aeronaves contratadas e, ainda assim, percebeu necessidades logísticas para transporte mais eficiente e menos oneroso de servidores que precisam atuar em áreas remotas e, principalmente, acesso à UTI aérea para agentes envolvidos em acidentes ou que precisem de atendimento emergencial. O resgate aeromédico se tornou uma necessidade importante para a instituição depois de um acidente aéreo que ocorreu em julho do ano passado, resultando na morte de quatro pessoas, sendo três funcionários do órgão. “O acidente aéreo ocorrido no ano passado revelou a dificuldade de contratar uma UTI aérea para deslocar o agente sobrevivente de Boa Vista ao Centro de Tratamento de Queimados no Rio de Janeiro. O Instituto precisava de um protocolo para isso e concluiu que a FAB tem condições de fazer esse trabalho”, disse o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental, Renê Luiz de Oliveira. Além disso, do ponto de vista do Ibama, a dimensão continental do país exige, além da existência de unidades
permanentes, a movimentação de equipes para atividades de fiscalização, licenciamento, prevenção e combate a incêndios florestais. O foco das missões será na Região Amazônica. Para fiscalização em lugares de difícil acesso, quem deve embarcar nas aeronaves da FAB é o Grupo Especial de Fiscalização (GEF), que possui condições de pronto-emprego e equipagens diferenciadas, instituído pelo Ibama. Para essa tarefa, a rápida mobilização e o deslocamento da equipe para locais necessários, muitas vezes, esteve prejudicado pelo uso das linhas aéreas comerciais que os deixava vulneráveis às ações necessárias. “O principal ganho é a agilidade para a realização de ações mais eficientes e eficazes, com a possibilidade de levar maior número de servidores a determinada área de uma só vez. As ações de fiscalização são beneficiadas com o efeito surpresa e o combate ao fogo com a melhoria logística”, disse Renê Oliveira. Atualmente, o Ibama conta com helicópteros com capacidade para até quatro passageiros para fazer o deslocamento
Preservar os recursos hídricos Entre as justificativas da Agência Nacional de Águas para a celebração do acordo com a FAB é que, nos últimos anos, houve um aumento no número de conflitos pelo uso da água, ocasionando uma redução significativa de reservatórios em bacias hidrográficas do país. Com isso, a crise hídrica tem exigido a intensificação da aplicação de instrumentos de gestão e controle do uso de recursos hídricos, bem como da fiscalização de regras especiais e restrições ao uso da água em algumas regiões. A expectativa é que com o emprego das aeronaves da FAB, essas atividades sejam otimizadas. Os problemas mais evidentes enfrentados pela Agência, segundo o Superintendente Adjunto de Fiscalização, Alan Vaz Lopes, é a irrigação de plantações que, em períodos de escassez de água, rivaliza com o abastecimento de água de cidades em diversas regiões do País, principalmente no semiárido brasileiro, incluindo os Estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais. “É preciso destacar que são ações emergenciais, nas quais o tempo de resposta é exíguo para vistoriar uma grande quantidade de usuários. Assim, o sobrevoo é Com o apoio da FAB, serão fortalecidas as ações de preservação dos recursos hídricos. Na foto, criação de peixes em Sangrelândia (GO)
uma solução alternativa, que possibilita uma visão mais ampla, a obtenção de informações em tempo reduzido, melhor conhecimento das áreas agrícolas e identificação de interferências hídricas, orientando as ações de fiscalização terrestres e permitindo, assim, uma melhor gestão desses recursos hídricos”, declara Alan Vaz. Depois de assinado o TED, todas as demandas de voo devem ser encaminhadas ao EMAER, por meio da Ficha de Solicitação de Missão, com antecedência mínima de 20 dias. É assim que corre uma tramitação dentro da Organização Militar para definição de aeronaves, horas de voo, entre outras questões. “A escolha pela parceria se justifica pelo fato de a FAB possuir experiência, expertise e capacidade operacional quanto à utilização de aeronaves para atender a situações de caráter emergencial, onde inclui a diversidade de aeronaves para atender as demandas desta Agência”, reafirma o Superintendente. Expectativa Outro órgão ambiental que aguarda resposta da FAB para realizar missões indenizáveis é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A expectativa do órgão é que o TED seja um divisor de águas
nas ações de fiscalização ambiental e combate aos incêndios florestais, pois contribuirá na proteção de um patrimônio ambiental de mais de 78 milhões de hectares, distribuído em 324 Unidades de Conservação (UCs) Federais. De acordo com o órgão, a ideia é utilizar as aeronaves da FAB nas ações de fiscalização ambiental e combate aos incêndios florestais. As áreas de maior ênfase de atuação serão a Região Amazônica e o cerrado, no Centro-Oeste brasileiro. Segundo um levantamento feito pelo ICMBio, entre as estratégias definidas para conservação da Amazônia estão a criação e implementação de UCs. Hoje, a Floresta Amazônica conta com mais de 63 milhões de hectares protegidos por meio de 125 unidades de conservação federais instituídas pelo Estado Brasileiro. Parte dessas UC’s foram criadas com o objetivo de conter o avanço do desmatamento. “Frente ao desafio imposto para contenção do avanço do desmatamento, o ICMBio vem buscando atuar com instituições parceiras em ações de inteligência, logística e articulação. O TED com a Aeronáutica é a materialização desse esforço institucional”, declara o Coordenador - Geral de Proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca Souza.
Rui Faquini/ ANA
entre as bases das unidades do órgão e os locais de ação. Mas, no que diz respeito ao monitoramento ambiental, por exemplo, a aeronave precisa possuir os sistemas satelitais, tornando ineficiente a atividade devido ao alto custo e a redução da capacidade de transporte. “O acordo é importante principalmente porque traz segurança para a ação fiscalizatória do Ibama, mas também oferece benefícios às demais atividades”, garante o Coordenador-Geral de Fiscalização.
MEMÓRIA FAB
Heróis no céu da Itália Pilotos brasileiros que lutaram e perderam suas vidas na Itália durante a Segunda Guerra Mundial são considerados heróis pelos cidadãos italianos. Diversas localidades guardam monumentos aos aviadores e realizam cerimônias de homenagem. Em abril de 2018, mais de 70 anos após o fim da Guerra, todas as cidades nas quais os pilotos da Força Aérea Brasileira morreram passam a contar com tributos TENENTE JORNALISTA EMÍLIA MARIA
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Aeronaves P-47 foram as armas dos pilotos brasileiros que combateram na Segunda Guerra. Leia mais detalhes sobre esse avião na seção “Aeronave Histórica” desta edição, nas páginas 64 e 65
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Acervo CECOMSAER
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heroísmo demonstrado pelos oficiais e praças do 1º Grupo de Caça Brasileiro durante as operações tornaram seus serviços distinguidos e têm refletido grande crédito para eles e para as Forças Armadas Aliadas”, escreveu o oficial, à época. Assim como o Tenente Dornelles, outros sete pilotos brasileiros perAcervo CECOMSAER
ra 26 de abril de 1945. Faltavam poucos dias para o fim da Segunda Guerra Mundial quando o Tenente Dornelles, em sua 89a missão de combate, teve sua aeronave abatida e morreu. O sacrifício de Luiz Lopes Dornelles e de seus colegas fez parte de uma grande ofensiva dos Aliados para evitar que as tropas nazistas, em retirada, formassem uma nova linha de resistência. Os homens do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) – Senta a Púa! – são reconhecidos pela bravura e pela capacidade muito além dos padrões da época: 22 pilotos foram escalados para cumprir 11 missões apenas no dia 22 de abril, quando a média de surtidas do Grupo em dias normais era de quatro a seis, um número já considerado elevado. Para se ter uma ideia apenas do desgaste físico, a cada missão de duas horas, um piloto poderia perder até dois quilos. O ex-comandante da unidade americana à qual o esquadrão brasileiro estava subordinado na Itália, Major General Ariel Nielsen, reconheceu o trabalho diferenciado daqueles militares. “A brilhante capacidade, incansável devoção ao dever e extraordinário
Militares e aeronaves do 1º GAVCA em operação na Itália. Apenas no dia 22 de abril de 1945, o grupo cumpriu 11 missões - enquanto a média geral, já considerada alta, era de 4 a 6 diariamente
deram suas vidas combatendo na Itália. Na base localizada em Pisa, os brasileiros fizeram os motores de seus P-47 Thunderbolt ecoarem tantas vezes quanto necessário. Seus esforços também foram determinantes para a chamada Libertação da Itália, ocorrida no dia 25 de abril de 1945. Nesta data, os partigiani – anti-fascistas – e as forças aliadas protagonizaram a libertação da ocupação das tropas nazistas, evitando o retorno do fascismo à política italiana. Circuito de Homenagens Por tudo o que fizeram, os brasileiros são considerados heróis e seus feitos reconhecidos até hoje pelos italianos. A partir de 2018, todas as localidades com alguma representatividade da Força Aérea Brasileira (FAB) durante a Segunda Guerra contam com monumentos ou placas e cerimônias em tributo aos brasileiros. Pilotos do Senta a Púa! e, ao centro, o Major Nero Moura, oficial mais antigo do 1º GAVCA, responsável por selecionar o grupo de 49 pilotos brasileiros que combateram na Itália
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muitos brasileiros não sabem desses feitos e cabe a nós, militares, realizar a divulgação e transmissão desses valores. São tantas histórias de abnegação e de coragem que devemos sentir orgulho e nos espelhar nos exemplos deixados”, destaca o oficial. Tendo participado de diversas solenidades, ele recorda dois momentos
Acima, peça de arte marca local de falecimento do Tenente Frederico em Spilimbergo; ao lado, estátua em Pianoro homenageia o Tenente Cordeiro
particularmente marcantes. “Uma senhora de muita idade veio a mim, me abraçou e disse que só estava viva porque um militar brasileiro tinha dado comida a ela. Fiquei muito emocionado e honrado de ser brasileiro! E na cerimônia de 2017 em homenagem ao Tenente Cordeiro, emocionei-me muito quando as crianças da escola fizeram uma apresentação onde cada uma contou um pouco da história do Cordeiro – eles pesquisaram, aprenderam e transmitiram o exemplo de dedicação e de coragem do nosso conterrâneo. Na palestra que nós ministramos um pouco antes, muitos meninos e meninas narraram histórias de seus avós e bisavós durante a guerra. Eles homenageavam seus heróis e homenagearam heróis brasileiros que vieram de longe combater pela Itália”, conta o Coronel Max. O atual Adido na Itália, Coronel Aviador Reginaldo Pontirolli observa o sentimento do povo italiano pelos brasileiros. “Aqueles com os quais tive a oportunidade de conversar
Adidância Adidância da da Aeronáutica Aeronáutica na na Itália Itália
A cidade de Alessandria, onde os Tenentes Dornelles e Medeiros foram abatidos, foi a última a iniciar as homenagens. “Em um primeiro momento, deverão colocar uma placa no prédio onde ocorreu a queda do avião do Dornelles, que hoje é uma escola. Também trabalharemos em uma parceria com a instituição para envolver os alunos”, explica o Coronel Aviador Max Luiz da Silva Barreto, que foi Adido de Defesa e Aeronáutico na Itália até o fim de 2017. Veja no mapa, na página 63, as localidades que prestam homenagem aos brasileiros. O Coronel acredita que as homenagens ajudam a reforçar os laços de respeito e de amizade entre os povos brasileiro e italiano. Também marcam, segundo o oficial, a coragem e audácia dos pilotos brasileiros, que nunca pouparam esforços no cumprimento da missão. “Homenagear e recordar o valoroso sacrifício de nossos antepassados é uma honra não somente para nós, militares, mas para todo o povo brasileiro, que pode sentir orgulho de ter sido magnificamente representado na Itália. Provavelmente
Adidância da Aeronáutica na Itália
Cidadãos italianos realizam homenagem na cidade de Rodano, no extremo Norte do país, onde faleceu, em combate, o Tenente Aurélio Vieira Sampaio
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Adidância da Aeronáutica na Itália
Também em Rodano, população leva coroa em homenagem ao Tenente Sampaio, que faleceu quando cumpria sua 16º missão de guerra, em 22 de janeiro de 1945
demonstram um imenso sentimento de gratidão e deixam bastante claro o reconhecimento de que os pilotos brasileiros foram de fundamental importância na guerra”, diz. O oficial explica o trabalho da Adidância em relação aos tributos. “Desem-
penhamos um papel fundamental para manter viva a história e a relevante atuação dos militares da FAB na libertação do povo italiano. A realização dessas homenagens, juntamente com prefeituras italianas, autoridades policiais, escolas e comunidade, consolidam e reforçam os
Dia da Aviação de Caça Ao mesmo tempo em que conquistava resultados expressivos, o 1º GAVCA – que chegou à Itália em 1944, com 49 pilotos e 417 homens de apoio – perdia, em média, três pilotos por mês, número igual ao da Força Aérea Americana (USAF), incluindo abatidos, mortos, desaparecidos e capturados. Às vésperas do dia 22 de abril, os brasileiros tiveram de tomar uma importante decisão diante das sucessivas baixas: o 1º Grupo de Caça deixaria de existir, com seus pilotos e mecânicos distribuídos nos demais esquadrões aliados, ou continuariam lutando, com um número maior de voos por dia, arriscando mais a vida, mas como uma Unidade brasileira. Decidiram lutar mais. Em 22 de abril de 1945, realizaram 11 missões, cada um voando duas, até três vezes, em intervalos de poucas horas. Por isso, a data foi escolhida como o Dia da Aviação de Caça.
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laços de amizade e fraternidade entre os países”, acredita o Adido. “Para nós, brasileiros, além do reconhecimento rendido aos nossos militares, esses tributos são de extrema importância para manter viva a memória de um povo e lembrarmos para sempre da coragem e determinação dos brasileiros que ali bravamente lutaram”, completa o Coronel Pontirolli. Visitas A grande maioria dos locais de homenagem é aberta ao público, mas alguns museus têm horário de funcionamento e, por isso, a Adidância da Aeronáutica (para informações do 1º GAVCA e da Esquadrilha de Ligação e Observação, também da FAB) ou a do Exército (para informações da Força Expedicionária Brasileira, com destaque à Força Terrestre) deve ser procurada para realizar a coordenação. Além disso, os Adidos podem ajudar para melhor compreensão da situação de cada local. A Adidância da Aeronáutica na Itália está sediada em Roma e, para fazer contato, o endereço de e-mail é aditaer@mclink.it
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Possuía oito metralhadoras .50, blindagem para o piloto e um sistema de turbocompressor que possibilitava grande capacidade de manobra em altitudes elevadas e uma velocidade de mergulho imbatível, chegando a quase 800km/h. Durante a atuação na Segunda Guerra, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça
(1º GAVCA), da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou a receber um total de 68 P-47 em várias versões. Com o fim do conflito, algumas aeronaves foram transportadas para o Brasil, dando início à implantação da doutrina de emprego da Aviação de Caça na FAB. Em novembro de 1957, a aeronave encerra suas operações na Instituição.
Ficha técnica Envergadura: 12,42 m Comprimento: 11 m Altura: 4,31 m Peso máximo: 8.799 kg Velocidade máxima: 689 km/h Alcance: 763 km Aerovisão
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Considerado um importante vetor para a vitória dos Aliados contra os países do Eixo na Segunda Guerra Mundial, o P-47 Thunderbolt era o avião de caça mais pesado e o primeiro a atingir 500km/h. Ao longo da história, atuou como caça e bombardeiro por sua capacidade de transportar armamento e absorver danos em combate.
VOO MENTAL
Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Arquivo Pessoal
Marcelo Vitorino é professor e consultor de comunicação e marketing digital pela ESPM e pela empresa Presença Online
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uso da internet, mais precisamente das redes sociais, amplificou o estrago causado pela disseminação de boatos que antes ocorriam nas mesas de bar, em conversas entre vizinhos ou em casos mais elaborados, pela distribuição de panfletos apócrifos. Os boatos, agora com roupagem profissional, embutidos em supostos sites de notícias e distribuídos por robôs ou perfis falsos, com o objetivo de se tornarem críveis, podem alterar a reputação de um cidadão e até mesmo influenciar nos resultados eleitorais de um país como o Brasil, cujo orçamento da União é de quase um trilhão por ano. Além dessa nova estética, as ações de guerrilha virtual ganharam um nome no mundo: fake news. O impacto das fakes news é tão grande que, depois da influência na eleição estadunidense, em que Trump foi eleito presidente, o termo “pós verdade” foi considerado a “palavra” do ano pela Universidade de Oxford, sendo um substantivo relacionado à supremacia da crença sobre os fatos reais. O grande problema a ser enfrentado está no combate à disseminação desses boatos, dado que a internet não se trata de terreno objetivo e bem delimitado, sendo mais um espaço virtual, com poucas regras estabelecidas, o que co-
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Fake news, problemas reais
“(...) o termo “pós verdade” foi considerado a “palavra” do ano pela Universidade de Oxford, sendo um substantivo relacionado à supremacia da crença sobre os fatos reais”
loca o perigo a um clique de distância de qualquer cidadão. Por essa “virtualidade” já temos o primeiro desafio: identificar exatamente onde o crime aconteceu. A resposta simples nos levaria a crer que o crime acontece onde o primeiro botão de disseminação é apertado. O problema é que o usuário que espalha o boato virtual pode estar em qualquer lugar do mundo, inclusive em países que ainda não tenham leis específicas para qualificar a atividade criminosa. Além disso, há a possibilidade de o criminoso usar um “emulador de IP”, o que mascararia o endereço virtual da publicação. Hipoteticamente, um criminoso poderia estar dentro de um ônibus, usando uma conexão por meio de seu celular, e mascarando seu endereço para que a publicação parecesse ter sido feita em outro lugar, muito distante. Com essa questão em mente, não só o Brasil, mas também outros países do mundo, devem entrar em acordo para estabelecer um princípio de territorialidade para crimes em ambientes virtuais. Após a definição de onde é a origem dos boatos, podemos pensar na competência do julgamento de quem os espalhou. O que demanda uma discussão nacional é sobre qual esfera deve julgar esse tipo de crime: municipal, estadual ou federal. Concomitantemente, o legislativo precisa agir para alterar os códigos civil e penal, incluindo agravantes para crimes cometidos em ambiente virtual, dado que, no caso de disseminação de boatos, uma vez na internet, são potencializados os impactos causados pelas ações. Também é preciso entrar em uma discussão inóspita, que é a questão do anonimato na internet. A sociedade civil precisa debater sobre o que pretende para o futuro e até que ponto prefere resguardar o anonimato de alguns em detrimento da segurança de muitos.