Aerovisão - Edição Especial - 2021

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Out/Nov/Dez - 2019 Nº 262 - Ano 46 Edição Especial - 2021 - Ano 48



ARTE: Subdivisão de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER


Plano de voo Edição Especial - nº 267 - Ano 48 Janeiro - 2021

Acervo Força Aérea

Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

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PALAVRAS DO COMANDANTE

Oito décadas servindo ao Brasil Comandante da Aeronáutica comemora os 80 anos de existência da FAB. “Trata-se de uma data extremamente simbólica”, destaca

DÉCADA DE 1940

Quando tudo começou

O início de uma estratégia visionária, que culminou com uma longa trajetória de progresso da Aviação no País

EXPEDIENTE Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF

Tiragem: 18 mil exemplares. Período: Edição Especial 2021 - Ano 48 Contato: redacao@fab.mil.br

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Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior

Diagramação: Sargento SDE Polyana Rithielly

Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Ricardo Feijó Pinheiro

Revisão Ortográfica e Gramatical: Sargento SST Rogerio Braga Bandeira

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana

Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao Impressão: Edigráfica.

Edição: Tenente Jornalista Jonathan Jayme (MTB - 2481) Tenente Jornalista Flávia Rocha (DRT - 1354) Reportagens: Jornalistas do CECOMSAER

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Aerovisão


Divulgação:DCTA

Veja a edição digital

DÉCADA DE 1960

Novos ares

Comando da Aeronáutica é transferido para a nova capital federal. E surge o Bandeirante, avião que impulsonou a indústria aeronáutica nacional

Divulgação: ITA

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DÉCADA DE 1950

Brasil ganha uma “máquina”de cérebros Década é marcada por inovações e pelo desenvolvimento das engenharias

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DÉCADA DE 1970

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DÉCADA DE 1980

O surgimento do CENIPA

Investigação de acidentes aeronáuticos no Brasil passa por uma grande mudança filosófica

Foguete no espaço O nascimento do que seria chamado de janela brasileira para o espaço: o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é criado no Maranhão

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DÉCADA DE 1990

Inovação e Desenvolvimento tecnológico Anos de 1990 foram marcados pelo progresso das mulheres na carreira e a transposição de Ministério para comando da Aeronáutica

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DÉCADA DE 2000

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DÉCADA DE 2010

Solidariedade

Época destaca-se pela participação da FAB em grandes operações de resgates e ajuda humanitária no Brasil e no mundo

Atuação em grandes eventos

Visita do Papa, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos: com participação da FAB, Brasil passa no teste de garantia da segurança

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Palavras do Comandante

OITO DÉCADAS SERVINDO AO BRASIL A Força Aérea Brasileira alcança, em 2021, um marco expressivo: 80 anos de existência. Trata-se de uma data extremamente simbólica, que traz em sua essência o registro da criação do então Ministério da Aeronáutica e vai além disso, fazendo-nos recordar do legado de nossos pioneiros. Os homens e mulheres que integraram nossa recém-criada Instituição enfrentaram e superaram grandes desafios, mostrando que nenhum obstáculo seria intransponível. Em uma Organização ainda em desenvolvimento e já engajada na Segunda Guerra Mundial, nossos antecessores precisaram demonstrar um grande senso de prontidão, inovação e adaptação, além de rapidamente aprenderem a trabalhar em equipe, entendendo a importância de cada membro para o êxito das missões. Esse é o espírito da nossa Força, composta por integrantes aguerridos e absolutamente dedicados ao cumprimento da nobre missão que foi sendo delineada ao longo da história e que hoje é assim resumida: “Manter a soberania do espaço

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aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria”. A Força Aérea Brasileira tem, portanto, papel fundamental para a manutenção da soberania do Brasil e, isto posto, busca ser uma Instituição mais operacional e mais moderna a cada dia. Chegamos a oito décadas com um nível de maturidade suficiente e necessário para compreender a importância da constante renovação e primarmos pelo aperfeiçoamento de militares e equipagens. Justamente por isso, passamos por grandes transformações nos últimos anos. Pensamos muito no futuro e nas ações que devemos adotar para que a Instituição se mantenha preparada para Controlar, Defender e Integrar os 22 milhões de km² sob nossa responsabilidade. Para tanto, estamos sempre focados na busca pela eficiência e pelo fortalecimento dos nossos princípios e valores pétreos, como a disciplina, a hierarquia, o profissionalismo, a integridade, o comprometimento e o patriotismo, sempre precedidos de ética, honestidade e idoneidade. Adquirir aeronaves, incorporar novas tecnologias, implantar sistemas mais modernos e buscar a eficiência

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administrativa são ações essenciais para nos mantermos à altura daquilo que o Brasil precisa e merece. Em um país de dimensões continentais como o nosso, a atenção precisa estar sempre voltada para a vigilância de nossas fronteiras, nossos recursos naturais e, principalmente, para a presença do Estado em cada rincão. Desta maneira, continuaremos alinhados com a nossa constante busca pela evolução e pela melhor Instituição que podemos ter para bem servir ao nosso País. Cada integrante da Força Aérea Brasileira, de ontem e de hoje, pode se orgulhar com a certeza de que nossa missão vem sendo cumprida com excelência e assim continuará sendo pelas próximas décadas. Ao alcançarmos 80 anos, olhamos para o passado com admiração pelo sólido caminho construído por nossos antecessores, assim como à frente, com as mais positivas perspectivas para a nossa jornada rumo ao futuro. Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica


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DÉCADA DE 1940

O COMEÇO DE TUDO

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á 80 anos começava uma estratégia visionária, vislumbrando uma história para o Brasil com uma longa trajetória, caminhos recheados de desafios e crença de um futuro promissor. O objetivo principal estava em impulsionar a Aviação Civil e Militar no País. O co-

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meço de tudo: 20 de janeiro de 1941, quando foi criado o Ministério da Aeronáutica, transferindo militares, servidores civis, aviões e instalações dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aviação e Obras Públicas para a Aeronáutica, com a denominação de Forças Aéreas Nacionais.

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Logo após a criação do Ministério da Aeronáutica, foi construída uma Base Aérea em Natal (RN)


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Ato da passagem de Ministério, em janeiro de 1941, com Joaquim Pedro Salgado Filho, primeiro Ministro da Aeronáutica, e sua comitiva

Criação do Ministério da Aeronáutica O Presidente Getúlio Vargas sancionou, em 20 de janeiro de 1941, o decreto-lei nº 2.961, que criava o Ministério da Aeronáutica, estabelecendo condições para o desenvolvimento da Força Aérea Brasileira (FAB). Joaquim Pedro Salgado Filho foi o primeiro Ministro da Aeronáutica, que reunia a aviação civil, a infraestrutura, a indústria nacional do setor, as escolas de formação e o seu braço-armado. Assim, a FAB foi criada a partir das aviações da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, e que recebeu essa denominação em maio de 1941. A ele coube a tarefa de edificar o alicerce do poder aéreo brasileiro. A ideia de um ministério específico para o setor não era uma novidade. As discussões no Brasil começaram no final dos anos 20 e ganharam força na década seguinte, com o lançamento de uma campanha para a criação do Ministério do Ar, sob a influência de países como a França. Pelo mundo, a aviação avançava como promissor e revolucionário meio de transporte, além de estratégica ferramenta para a defesa das nações. Mas, no Brasil, faltavam pilotos, aeronaves, pistas, equipamentos, mão de obra especializada, normas de segurança, indústrias para o setor e pesados investimentos. Por isso, era preciso recomeçar e repensar o modelo que levaria o País ao seu futuro. Aerovisão

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DÉCADA DE 1940

Expansão da Aviação Militar Aeronaves das Aviações do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, no Campo dos Afonsos (RJ), foram integradas a recémcriada Força Aérea

Para a efetiva atuação por parte do Ministério da Aeronáutica, de modo a proporcionar a expansão da Aviação Militar no Brasil, criou-se a Diretoria de Rotas. A missão estava em promover o desenvolvimento da infraestrutura e da segurança da navegação aérea. Assim, uma série de ações foram planejadas e realizadas, como a chegada de 100 aviões Fairchild PT-19, um biplace monoplano de asa baixa, para a instrução primária de pilotos brasileiros; a fábrica de aviões de Lagoa Santa (MG), entrou em funcionamento e produziu aeronaves T-6; a Campanha Nacional de Aviação reuniu empresários,

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aeroclubes e o governo para a expansão do setor no País, arrecadando recursos financeiros, materiais para construção de aviões e doações de aeronaves. Ainda com a visão de expansão, o Ministério da Aeronáutica refundou as escolas de formação, de pilotos e de especialistas; criou normas para evitar a competição predatória entre as empresas aéreas; inaugurou novas fábricas e escolas civis; diversas concessões foram fornecidas para a exploração do transporte aéreo no País; as linhas aéreas ultrapassaram as fronteiras, chegando aos países vizinhos, aos Estados Unidos e à Europa; a Força Aérea recebeu aeronaves para preparação de seus pilotos, particularmente para o patrulhamento

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da costa e treinamento de Aviadores, além de ter criado sua primeira Unidade de Caça; aeroportos, com pistas asfaltadas, foram construídos; e pilotos formados. “O Brasil está empenhado em grandes preparativos para tornar-se uma potência aérea independente. Deixei uma frota de cerca 1.500 aviões militares em condições de uso, cerca de 3.000 pilotos treinados, 15 Bases Aéreas instaladas, 580 aeroportos funcionando no País e a maioria deles, cerca de 70%, com pistas asfaltadas”, disse o ministro Salgado Filho, ao deixar o cargo, no final de 1945, de acordo com o livro Salgado Filho, Primeiro Ministro da Aeronáutica do Brasil.


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Correio Aéreo Nacional: escola prática dos pilotos militares

O emprego do avião no transporte de malas postais teve início logo após o fim da I Guerra Mundial (1914-1918), quando as primeiras empresas aéreas surgiram na Europa. No Brasil, o Correio Aéreo Militar era realizado pelo Exército e pela Marinha, e foi transformado no Correio Aéreo Nacional (CAN). O primeiro voo do CAN, conforme o livro Asas da Solidariedade: História e histórias do Correio Aéreo Nacional, de Cosme Degenar Drumond, foi feito do Rio de Janeiro a São Paulo, inaugurando a linha pioneira entre duas capitais – justamente as mais importantes do País –, ainda perto do Litoral. O malote do Correio chegou ao Campo dos Afonsos, no dia 12 de junho de 1931. Continha duas cartas apenas. O voo, que teve mais de cinco horas de duração, foi realizado pelos Tenentes Casimiro Montenegro e Nelson Freire Lavenère-Wanderley. Este, um ano após seu falecimento, em 1986, tornou-se Patrono do Correio Aéreo Nacional. “Inexistiam outros meios de comunicação. Foi sem dúvida, a escola prática de todos os pilotos militares brasileiros, do verdadeiro civismo. Graças a este serviço era possível manter contato com regiões isoladas e distantes, onde não existia nem telégrafo, nem estradas de ferro, nem telefonia. No Correio Aéreo Militar estava o celeiro dos melhores pilotos que o Brasil conheceu”, afirmou o então ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho.

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DÉCADA DE 1940

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Foi em 1946, a partir do decreto-lei nº 9.889, que estabeleceu a Lei de Organização da Força Aérea Brasileira em tempo de paz, que organizou e definiu missões, atribuições e subordinações dos seus diversos Órgãos e Unidades. Conforme relata o livro História Geral da Aeronáutica Brasileira, do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), de 2005, surgiu, também, a Organização Territorial, divididas em Zonas Aéreas (Z.Ae.), responsável pela defesa aérea, mobilização e recrutamento de pessoal, necessidades de instrução, do suprimento de material e de sua manutenção. Elas estavam localizadas em Belém, em Recife, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, cada uma com suas Bases Aéreas, Unidades e Serviços e Órgãos.

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Força Aérea Brasileira e suas Organizações Militares

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Vista aérea do Campo dos Afonsos na década de 40


Escolas de formação

Acervo Força Aérea Acervo Força Aérea

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Com o potencial crescimento da Força Aérea Brasileira, como a chegada e produção de aeronaves, foi necessário preocupar-se com a formação dos pilotos, que se tornariam principais agentes da Instituição, no cumprimento da missão. A Escola de Aeronáutica dos Afonso passou a formar pilotos, assim como a Escola Técnica de Aviação de São Paulo. Para suprir a demanda por pessoal qualificado, foram criadas a Escola de Aeronáutica e a Escola de Especialistas de Aeronáutica, a partir da Escola de Aviação Militar e da Escola de Aviação Naval, até então, pertencentes ao Exército e à Marinha, respectivamente. Ainda na década de 40, a Aeronáutica deu os primeiros passos para a criação de um núcleo de referência em ensino, pesquisa e formação de mão de obra qualificada para a aviação, o atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Foi em 1945, que Casimiro Montenegro Filho fez uma apresentação a um grupo de Oficiais do Estado-Maior da Aeronáutica, no local que seria o futuro campus do ITA. Ao longo de 70 anos, o ITA formou 70 turmas, totalizando quase 6.500 engenheiros.

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DÉCADA DE 1940

Participação do Brasil na II Guerra Mundial O engajamento militar brasileiro na Segunda Guerra Mundial foi o ápice de um processo de evolução do panorama político-estratégico, nacional e internacional

De 1939 até o início de 1941, quando foi criado o Ministério da Aeronáutica, a hipótese de emprego em Teatro de Operações Extracontinental era improvável, já que a posição do Brasil era de estrita neutralidade. A possibilidade de participação no Teatro de Operações evoluiu rapidamente diante da entrada dos Estados Unidos na batalha – e a presença da FAB naquele contexto foi acelerada como parte integrante da estratégia de crescimento da Força. A expansão dos recursos humanos foi a primeira ação relacionada a essa determinação de evoluir a Força. As repercussões aconteceram em cadeia: melhorias nas áreas de logística – suprimento e manutenção, equipamentos e treinamentos.

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Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu as relações diplomáticas com os países do Eixo, marcando o apoio aos aliados. Assim, a Aviação de Patrulha entrou no conflito para defender os navios brasileiros dos submarinos inimigos. A declaração formal de guerra do Brasil aos governos da Alemanha e da Itália aconteceria em 22 de agosto. Diante do desafio imposto, o Alto-Comando da FAB definiu o nível e o tipo de sua participação no Teatro de Operações (TO), em defesa dos ideais de liberdade. Com isso, em 18 de dezembro de 1943 foi criado o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) e, em 20 de julho de 1944, foi ativada

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a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1º ELO). Conforme o livro História Geral da Aeronáutica Brasileira, de 1991, o engajamento militar brasileiro na Segunda Guerra Mundial foi o ápice de um processo de evolução do panorama político-estratégico, nacional e internacional, que levou o País, no interregno de três anos, de uma postura de estrita neutralidade no início do conflito ao estado de franca beligerância em 31 de agosto de 1942. Com a participação, e atuação, na II Guerra Mundial, a recém-criada Força Aérea Brasileira, enquanto se estruturava, já havia sido envolvida e forjada na batalha.


Aeronaves da década de 1940 1947, 220 foram produzidos na Fábrica do Galeão, dentro do esforço de guerra e pelo crescimento da aviação no País. Na mesma década, a fábrica de aviões de Lagoa Santa (MG) entrou em funcionamento e produziu aeronaves T-6. De 1942 a 1949, a Companhia de Aeronáutica Paulista produziu 777 aviões “Paulistinhas”, um monoplano de asa alta, que serviu à formação inicial de pilotagem em aeroclubes ao longo da Segunda Guerra. Alguns chegaram a ser exportados. Logo nos dois primeiros anos de existência, o Ministério da Aeronáutica adquiriu 500 aviões de treinamento e os distribuiu para 400 cidades em todo País. Ao longo de 1943, a Força Aérea recebeu aeronaves para preparação de seus pilotos, particularmente para o patrulhamento da costa e treinamento de Aviadores.

Acervo EDA

Acervo Força Aérea

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Acervo Força Aérea

O acervo da Força Aérea Brasileira, quando de sua criação, foi constituído pelo material que equipava o Corpo de Aviação da Marinha e a Arma de Aeronáutica do Exército. Somente com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, em 1942, o País passou a receber, dos Estados Unidos, aviões modernos e eficientes. O livro Aviação Militar Brasileira – 1916-1984, de Francisco C. Pereira Netto, relata que a Diretoria de Material do Ministério da Aeronáutica estabeleceu que todas as aeronaves passassem a ter matrícula de quatro dígitos – letras acompanhadas de números – que até hoje está em vigor. De 1942 a 1943, mais de 100 aviões Fairchild PT-19, um biplace monoplano de asa baixa foram trazidos em voo dos Estados Unidos para a instrução primária de pilotos brasileiros. Até

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DÉCADA DE 1950

Brasil ganha uma “máquina” de cérebros 1950: Década é marcada p o r i n o va ç õ e s e p e l o desenvolvimento das engenharias

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oi no início da década de 1950 que São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), deixou de ser apenas uma estância climática para tratamento de pessoas com tuberculose no Estado para seguir a vocação de pólo de desenvolvimento nacional. A transformação da cidade de 30 mil habitantes começou com a construção do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), erguido para abrigar dois institutos científicos: um para o ensino superior, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e outro para pesquisa e desenvolvimento nas áreas de aviação militar e comercial, o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD). Criado em 1950 com o objetivo de formar engenheiros de excelência e desenvolver tecnologia aeronáutica de ponta, o ITA foi idealizado pelo Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho (1904-2000), pioneiro do Correio Aéreo Nacional. Os primeiros grandes projetos desenvolvidos por professores, ex-alunos e alunos do ITA, em laboratórios do então IPD, foram o Projeto Convertiplano (aeronave híbrida de decolagem vertical, que contém características tanto de aviões quanto de helicópteros), idealizado em 1952, e o Projeto Beija-Flor (helicóptero de rotor rígido com capacidade para duas pessoas). O BF 1 Beija-Flor fez o primeiro voo em 1958, simbolizando um importante estágio da engenharia aeronáutica brasileira. Comemorava-se, afinal, o primeiro helicóptero projetado e construído no Brasil. Ao longo dos 70 anos de sua

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Criado em 1950 com o objetivo de formar engenheiros de excelência e desenvolver tecnologia aeronáutica de ponta, o ITA foi idealizado pelo Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho (1904-2000), pioneiro do Correio Aéreo Nacional

criação, o ITA se transformou numa Instituição de excelência na área da educação e um centro de referência no ensino de Engenharia no Brasil, contribuindo com o desenvolvimento de pesquisas nas mais diversas áreas: telecomunicações, informática, infraestrutura aeroportuária, automação bancária, transporte aéreo e indústria automobilística.

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Acervo Força Aérea

Acervo ITA

Acervo ITA

Acervo ITA


DÉCADA DE 1950

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Equipe da COMARA pavimentando pista, contribuindo com a missão de projetar, construir e recuperar aeroportos em regiões inóspitas e de difícil acesso na Amazônia Legal. Ao lado, pista construída pela COMARA em Surucucu (RO)

COMARA: a construtora de pistas de pouso na Amazônia Legal Comissão projeta, constrói e recupera aeroportos em regiões inóspitas e de difícil acesso na região amazônica Criada em 1956, a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) surgiu pelo espírito visionário do então Brigadeiro Eduardo Gomes, ao compreender a necessidade de integrar a Amazônia às demais regiões do Brasil por meio do Correio Aéreo Nacional (CAN). Inicialmente, a missão da COMARA era construir, ampliar e pavimentar 56 pistas nas principais cidades da região, suficiente para a segurança da aviação. A partir de 1980, as pistas foram ampliadas,

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reforçadas e dimensionadas de acordo com padrões internacionais. Hoje, a COMARA – subordinada ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP) – tem sua sede em Belém (PA) e dispõe da atuação de 470 integrantes (Oficiais, Graduados, Praças e Civis), entre eles engenheiros de infraestrutura, engenheiros civis, arquitetos, mecânicos, agrimensores, eletricistas, administradores, além de operadores de equipamentos, marinheiros e topógrafos.

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FUMAÇA... JÁ! De acrobacias à comunicação social da FAB ção social responsável por difundir a imagem institucional da FAB em âmbito nacional e internacional. Com sede na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), a Esquadrilha é composta, geralmente, por 13 pilotos. Além de aviadores, possui oficiais de outras áreas, como Manutenção de Aeronaves, Comunicação Social e Medicina, além de graduados especialistas, chamados de “Anjos da Guarda”, responsáveis pela manutenção das aeronaves, e praças, que auxiliam nas mais diversas atividades do Esquadrão. Atualmente, o EDA realiza as demonstrações aéreas com sete aeronaves A-29 Super Tucano. Acervo Pessoal

inaugural com as aeronaves North American T-6, executando manobras de precisão como “Loopings” e “Tounneaux”. Posteriormente, os aviadores passaram a voar com três aeronaves e, finalmente, com quatro. Diante do elevado número de pedidos de demonstração, dava-se, então, o início da função de Comunicação Social da Esquadrilha, aumentando cada vez mais o número de cidades que passavam a conhecer a FAB por seu intermédio. E, em 1982, era criado o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA). Com o intuito de expandir a notoriedade da Força Aérea Brasileira, o EDA é um instrumento de comunica-

Acervo MUSAL

Acervo Pessoal - Rob Poyton

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Às 8h da manhã do dia 14 de maio de 1952, nascia a Esquadrilha da Fumaça, quando quatro pilotos fizeram a primeira demonstração aérea sobre a Escola de Aeronáutica no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, durante uma cerimônia em que delegações estrangeiras visitavam o local. Com o passar dos anos, as acrobacias realizadas com o intuito de incentivar os Cadetes a confiarem em suas aptidões e treinar os futuros aviadores militares concretizam-se como instrumento de difusão da política de Comunicação Social do Comando da Aeronáutica. Oficializada naquele dia, a Esquadrilha da Fumaça, como é popularmente conhecida, fez sua apresentação

Com sede na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), a Esquadrilha é composta, geralmente, por 13 pilotos Aerovisão

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Acervo MUSAL

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Gloster Meteor: o primeiro avião a jato do Brasil Na década de 1950, o Brasil trocou com a Inglaterra 15 mil toneladas de algodão por 60 aviões que, após a montagem, na Fábrica do Galeão, no Rio de Janeiro, equiparam a Força Aérea Brasileira até 1974. Tratava-se de jatos que mudaram a história da aviação militar no País. Incorporado à Força Aérea Brasileira (FAB) em 1953, o Gloster Meteor foi o primeiro avião a jato do Brasil. Com ele, a FAB ingressou na “Era das Turbinas”. Começava a

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troca dos antigos caças P-47 Thunderbolt e Curtiss P-40 pelo jato de combate bimotor britânico. A partir da experiência da Força Aérea, as companhias aéreas no Brasil também foram impulsionadas. Para operar jatos, a FAB teve de montar uma logística de combustíveis e lubrificantes, isso porque os motores eram movidos a querosene de aviação, inexistente no País à época. Apesar de ser mais seguro, o combustível importado requeria cuidados no armazenamento e manuseio.

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Gloster Meteor em exposição no Museu Aeroespacial (MUSAL), no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro

Desse modo, a aquisição do Gloster Meteor revolucionou não apenas a aviação militar, mas também a civil. Por ser o principal avião de caça da FAB até 1970, os Glosters se transformaram em sinônimo de aeronave de ataque e foram empregados em missões de ataque ao solo.


“Invaders” A Força Aérea Brasileira adquiriu seus primeiros “Invaders” (DOUGLAS A-26B) em 1957, sendo, até 1975, o maior operador desses aviões depois das forças armadas dos Estados Unidos e da França. Avião com capacidade para três tripulantes, destinado a missões de bombardeio e ataque ao solo, o DOUGLAS A-26B voou pela primeira vez em 1942, sendo considerado o melhor bombardeiro bimotor dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

CESSNA 305C (L-19E) O CESSNA 305C é um avião com capacidade para dois tripulantes, destinado a missões de observação, ligação, controle aéreo de tiro e controle aéreo avançado. A Força Aérea Brasileira passou a receber esses aviões dos Estados Unidos a partir de 1957 através do “PAM” (Programa de Assistência Militar) e os operou até 1980.

O Albatross (GRUMMAN G-64) é um avião anfíbio destinado a missões de busca e salvamento, sendo capaz de operar na água, na terra, na neve e no gelo. No Brasil, foram utilizados pela Força Aérea Brasileira em missões de busca e salvamento de 1958 a 1980.

Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea

Acervo MUSAL

Albatross

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Pilotos da FAB realizaram demonstrações aéreas na inauguração da capital federal

Na foto ao lado, aeonaves da FAB utilizadas para o transporte de autoridades, recursos humanos para a construção da nova capital

máquinas e apoio humano para o pontapé inicial na construção da nova capital brasileira, inclusive o prédio onde sedia o Comando da Aeronáutica atualmente. Aerovisão

Acervo Força Aérea

O local da primeira sede do Ministério da Aeronáutica, atual Comando da Aeronáutica, situava-se no Rio de Janeiro (RJ). No entanto, com a transferência da capital federal do Rio de Janeiro (RJ) para Brasília (DF), em 21 de abril de 1960, o Comando da Aeronáutica ganhou nova sede. Em 1959, uma comissão foi designada para coordenar as providências para a transferência e a instalação dos órgãos de cúpula da Aeronáutica. E, em 1960, seguiu para Brasília o pessoal destinado ao Gabinete do Ministro da Aeronáutica, iniciando-se, então, as atividades na nova capital federal. Entretanto, a relação da FAB com a capital federal iniciou em 1956, quando o então Presidente Juscelino Kubitschek pousou no aeroporto Vera Cruz, próximo ao Eixo Monumental, a bordo de um avião Douglas DC-3 da FAB para conhecer as terras onde seria erguida a nova capital da República. Quando a cidade ainda era um canteiro de obras, aeronaves da Força Aérea ajudavam a trazer o material necessário para a concretização do projeto de Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer. Naquela fase, a participação do Correio Aéreo Nacional (CAN) foi fundamental. Com o emprego de aviões da FAB, foi possível minimizar os 1.200 quilômetros de distância entre o Rio de Janeiro e Brasília para o translado de insumos de construção. Os aviões do CAN traziam toneladas de materiais,

Acervo Força Aérea

A primeira sede do Comando da Aeronáutica e a mudança para Brasília (DF)


Acervo Força Aérea Acervo MUSAL

Edifício onde era sediado o então Ministério da Aeronáutica no Rio de Janeiro (RJ)

C-47 Douglas atuou no transporte de autoridades para conhecer as terras onde seria a nova capital Aerovisão

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Acervo EMBRAER

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Acervo EMBRAER

O primeiro protótipo do Bandeirante, então denominado de IPD6504, realizou o voo de teste inaugural em 22 de outubro de 1968, com a presença da equipe técnica do projeto


Em 26 de outubro de 1968, centenas de convidados testemunharam o voo da aeronave que partiu da pista - na época não pavimentada - de São José dos Campos, interior de São Paulo. O primeiro protótipo do Bandeirante, então denominado de IPD-6504, realizou o voo de teste inaugural em 22 de outubro de 1968, com a presença da equipe técnica do projeto. O avião, pintado nas cores da FAB, deixou o hangar X10, do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), para decolar às 7h07 e retornou para pouso 50 minutos depois, sob o comando do Major Aviador José Mariotto Ferreira e do Engenheiro de Voo Michel Cury. Digno de seu nome, o avião Bandeirante liderou o desenvolvimento da aviação regional e impulsionou a indústria aeronáutica brasileira, com o início de uma história de sucesso que permitiu transformar ciência e tecnologia em engenharia e capacidade industrial, hoje reconhecidas em todos os continentes nos quais voam os aviões fabricados pela Embraer. O avião Bandeirante liderou o desenvolvimento da aviação regional e impulsionou a indústria aeronáutica brasileira, com o início de uma história de sucesso

Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea

Acervo 6º ETA

Bruno Noro Vargas

C-95 Bandeirante

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Acervo Força Aérea

DÉCADA DE 1960

C-130 Hércules: o avião produzido por mais tempo na história O C-130 Hércules é o avião produzido por mais tempo na história do Brasil, de acordo com o Museu Aeroespacial, subordinado ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. As três primeiras aeronaves chegaram ao País em 1964, seguidas de mais duas que chegaram em 1965. O C-130-E foi incorporado ao Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT), da Base Aérea do Galeão, a partir de 18 de fevereiro de 1965. Desde o seu voo inaugural, mais de 2.500 exemplares foram produzidos

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para cerca de 70 operadores militares, em versões de transporte tático, busca e salvamento, reabastecimento em voo e muitas outras. Segundo o jornalista aeronáutico Jackson Flores Jr. (1959-2013), no livro Aeronaves Militares Brasileiras (19162015), o C-130 Hércules colocou a aviação de transporte em outro patamar quanto ao emprego tático. “Podemos dividir a história da FAB, nesse quesito, em antes e depois do C-130”, sintetizou. Com 54 anos de serviço, os C-130

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Desde o seu voo inaugural, mais de 2.500 exemplares foram produzidos para cerca de 70 operadores militares, em versões de transporte tático, busca e salvamento, reabastecimento em voo e muitas outras

juntos com os F-5 são as aeronaves com mais tempo de serviço na Força Aérea Brasileira. Para atender os novos requisitos operacionais da FAB, a previsão é de que os Hércules da FAB sejam substituídos pelo Embraer KC-390 Millennium, maior avião militar desenvolvido e produzido no hemisfério sul.


Zonas Aéreas, Bases Aéreas e Unidades Aéreas ranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia; e o Território Federal de Fernando de Noronha; - 3ª Zona Aérea: Estados da Guanabara, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, menos a porção do Triângulo Mineiro limitada a leste pelos municípios de Araguari, Indianópolis, Nova Ponte e Uberaba, inclusive; - 4ª Zona Aérea: Estados de São Paulo e Mato Grosso, menos o Município de Aripunã; - 5ª Zona Aérea: Estados do Paraná,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e - 6ª Zona Aérea: Distrito Federal, Estado de Goiás, e a porção do Triângulo Mineiro limitada a leste pelos Municípios de Araguari, Indianópolis, Nova Ponte e Uberaba; O mesmo decreto distribuiu os Comandos das Zonas Aéreas nas seguintes cidades: 1ª Zona Aérea, Belém (PA); 2ª Zona Aérea, Recife (PE); 3ª Zona Aérea, Rio de Janeiro (RJ); 4ª Zona Aérea, São Paulo (SP); 5ª Zona Aérea, Porto Alegre (RS); e 6ª Zona Aérea, Brasília (DF). Acervo Força Aérea

Em atendimento à determinação federal de modernização da gestão e para a organização da estrutura básica do Ministério da Aeronáutica, em 1963, o Decreto nº 53.077 estabeleceu a divisão do território nacional em seis Zonas Aéreas, conforme as seguintes jurisdições: - 1ª Zona Aérea: Estado do Pará, Amazonas e Acre; a parte do Estado de Mato Grosso correspondente ao Município de Aripunã; e os Territórios Federais do Amapá, Roraima e Rondônia; - 2ª Zona Aérea: Estado do Ma-

Início do Programa Espacial

Com a criação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), nos anos de 1950, começou no País um novo pensamento para o desenvolvimento dos programas aeroespaciais. Em 1960, o Presidente Jânio Quadros criou uma comissão para dar os primeiros passos para a elaboração de um programa nacional de exploração espacial. O resultado foi a formação, em agosto do ano seguinte, do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), com sede em São José dos Campos, subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), com o propósito de sugerir a política e o

programa de envolvimento do Brasil em pesquisas espaciais. O GOCNAE instalou-se no CTA e iniciou suas atividades com equipamentos cedidos pela Agência Espacial Americana (NASA) e pesquisadores militares e civis do Ministério da Aeronáutica. Em dezembro de 1965, ocorreu o primeiro lançamento em solo brasileiro. Era um foguete de sondagem de fabricação norte-americana – o Nike Apache. Em 1966, começou o Projeto EXAMENT para estudos da atmosfera em altitudes de 30 a 60 km. No final da década, o Grupo Executivo e de Trabalho e Estudos de Projetos Espaciais (GETEPE) foi desativado e

deu origem ao Instituto de Atividades Espaciais (IAE), no CTA. O Instituto ficaria responsável pelos projetos de pesquisa e desenvolvimento de foguetes, cabendo ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) a parte operacional de lançamento de vários foguetes estrangeiros e os nacionais, como SONDA I, II, III e IV. Apesar de o Brasil não ter conseguido o efetivo lançamento operacional de foguete na década de 60, o SONDA I foi a grande escola do Programa Espacial Brasileiro, por meio do qual a FAB deu os primeiros passos nessa área.

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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

DÉCADA DE 1970 A criação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) foi em novembro de 1971, inaugurando um novo propósito da investigação de acidentes aeronáuticos no País

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em procedimentos distintos para a punição dos responsáveis. Aperfeiçoando-se constantemente ao longo de sua trajetória, o CENIPA implementou vários serviços, que o transformaram em uma Instituição de ponta. Por exemplo, em 2018, o Sistema de Aviação Brasileiro foi submetido a uma auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Ao final da verificação, o CENIPA atingiu 94% de conformidade, o que o colocou junto ao órgão com o melhor desempenho mundial, a EASA (European Aviation Safety Agency), à frente de países como Alemanha, Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia e Itália. Aerovisão

Acervo Força Aérea

Uma grande mudança filosófica na investigação de acidentes aeronáuticos no Brasil. Ao invés de buscar culpados, foco na prevenção. No lugar de julgar, o alvo é emitir alertas, produzindo “recomendações de segurança de voo”. Foi assim que se deu a criação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) em novembro de 1971, inaugurando um novo propósito da investigação de acidentes aeronáuticos no País. AUnidade é ligada ao Comandante da Aeronáutica e coordena, até os dias atuais, a prevenção; enquanto isso, as polícias, o Ministério Público e o Judiciário trabalham

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CENIPA é criado em 1971 implantando novo foco na prevenção de acidentes


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Acervo Força Aérea

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DÉCADA DE 1970

A década de 1970 marca o início de uma nova fase para a Força Aérea Brasileira. Chegava a vez dos supersônicos. Pouco antes, em 1969, após uma série de estudos, o Ministério da Aeronáutica concebeu o Sistema Integrado de Controle do Espaço Aéreo, um projeto ambicioso e estratégico que previa a utilização conjunta de equipamentos de detecção, de telecomunicações e de apoio às atividades de defesa e de controle de tráfego aéreo. Enquanto a estrutura de detecção nascia, com uma complexa rede de radares e equipamentos espalhados pelo País, o Ministério da Aeronáutica buscava, no exterior, o que havia de mais eficiente em caças supersônicos. Assim, nos anos 1970, a FAB começava a operar a sua unidade aérea de interceptação: o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), equipado com caças F-103 Mirage III. Na mesma década, chegaram ao Brasil os caças F-5 e, sob licença, a Embraer passou a produzir seu primeiro jato: o AT-26 Xavante. Também no início dos anos 1970, o Ministério da Aeronáutica implementou no País o conceito de Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), uma inovação mundial, pois previa um sistema único controlando as operações civis e militares. Uma rede de radares e centros de controles espalhados geograficamente que forneciam, em tempo real, o posicionamento de todas as aeronaves voando no território nacional. O primeiro a sair do papel foi o CINDACTA I; sediado em Brasília, entrou em operação em 1976. Posteriormente, foram implementados os CINDACTA II (Curitiba), III (Recife) e o IV (Manaus).

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Acervo Musal

A implantação do Sistema Integrado de Controle do Tráfego Aéreo e a Era dos Supersônicos

MIRAGE F-103, que foi desativado pela FAB em 2005


Tenente-Coronel Parreiras / FAB

Recebidos pela FAB na década de 70, os F-5 passaram por um processo de modernização que incluiu a troca do radar, dos sistemas de bordo e dos armamentos

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DÉCADA DE 1970

Xavante: o primeiro avião de caça a jato fabricado no Brasil A Força Aérea Brasileira operou de 1971 a 2010 o “Xavante” – primeiro avião de caça a jato fabricado no Brasil – em missões de ataque a alvos aéreos e de superfície. O exemplar da foto (matrícula FAB 4462) foi o primeiro produzido pela EMBRAER e fez seu primeiro voo em 3 de setembro de 1971, tendo pertencido a vários Esquadrões da FAB. Produzidos sob licença da companhia italiana “Aermacchi” pela África do Sul, Austrália e Brasil, esses aviões combateram em vários conflitos.

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Acervo Força Aérea

Bandeirulha O Bandeirante Patrulha (EMBRAER 111) é um avião destinado a operações antissubmarino e missões de reconhecimento marítimo. O primeiro EMB 111 produzido em série fez seu voo inaugural em agosto de 1977. Em 11 de abril de 1978, foi realizada a primeira entrega de três unidades (de um total de 12 aeronaves da primeira encomenda) para o 1º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação, localizado em Salvador (BA). No total, foram fabricadas 22 aeronaves (12 P-95A e 10 P-95B) para a Força Aérea Brasileira.

Xingu - Embraer EMB-121

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A Força Aérea Brasileira operou seis aeronaves VU-9 “Xingu”, de 1978 a 2010, em missões de transporte de autoridades, sendo que, em 1983, foram modificadas para o padrão “Xingu II”. Um avião turbo-hélice com capacidade para 2 tripulantes e 9 passageiros, destinado ao transporte regional. Voou pela primeira vez em 10 de outubro de 1976. A Embraer produziu 106 unidades até 1987, das quais 51 foram exportadas.

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DÉCADA DE 1980

Brasil abre sua janela para o espaço Executar as atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, bem como a execução de testes e experimentos de interesse do Comando da Aeronáutica relacionados com a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE). Com essa missão, nasceu, na década de 1980, o que seria chamado de janela brasileira para o espaço, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Com uma localização geográfica privilegiada, situado no pequeno município maranhense, separado por 10 quilômetros de faixa de mar da ilha de São Luís, o CLA foi criado pelo Ministério da Aeronáutica para assumir a responsabilidade de ser a principal base da então Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). Localizado a pouco mais de dois graus da linha do Equador, o CLA se destaca por possibilitar lançamentos de foguetes com menor consumo de combustível, ou com maior capacidade de carga. Isso é, se um foguete for lançado no CLA, o artefato poderá levar satélites até 31% mais pesados que outro semelhante que saiu de bases de outros países. Foi por esse motivo, e ainda pelo clima favorável, facilidade logística e estabilidade geológica, que, em 1982, foi criado o Grupo para Implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (GICLA). Transformar o litoral maranhense em uma moderna base do programa espacial significou investimentos em equipamentos como plataformas de lançamento, radares de acompanhamento, sistemas de telemetria, centrais de meteorologia, edifícios para preparo de satélites e

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propulsores, depósitos de combustíveis, pista de pouso e toda a infraestrutura necessária para apoiar os militares e civis que trabalhariam ali. Foi ativado em 1° de março de 1983 o Núcleo do CLA. Finalmente, em dezembro de 1989, a Operação Pioneira efetivamente inaugurou o CLA. Quinze foguetes SBAT-70 e dois SBAT-152 foram lançados para os primeiros testes. Dois meses depois, seria a vez de um foguete Sonda-2, em uma sequência de operações que teriam como destaque o lançamento de 83 foguetes em parceria com a NASA em 1994, do VS-30 e dos testes com o Veículo Lançador de Satélites (VLS). Na constante busca de ser reconhecido em nível nacional e internacional como um Centro de excelência nas atividades relacionadas com lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais, o CLA se prepara para o futuro. O local passará a ser denominado de Centro Espacial de Alcântara (CEA) e entrará no mercado global de lançamentos de cargas ao espaço, gerando recursos substanciais para o desenvolvimento local, regional e para o Programa Espacial Brasileiro (leia mais na década de 2010). Fonte: Revista Aerovisão – Edição histórica 70 anos

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Em 1982, foi criado o Grupo para Implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (GICLA), que destaca-se por possibilitar lançamentos de foguetes com menor consumo de combustível, ou com maior capacidade de carga


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Sargento Rezende / Agência Força Aérea

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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea


DÉCADA DE 1980

Mulheres passam a integrar as fileiras da Força Aérea Brasileira O ingresso das mulheres na Força Aérea Brasileira (FAB), como parte do efetivo, ocorreu a partir dos anos 1980. Na ocasião, viu-se a necessidade de ampliar o contingente e, por isso, foram realizados estudos para a inclusão da mulher como militar na Força. As pesquisas culminaram na criação, por meio da Lei nº 6.924, de 29 de junho de

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1981, do Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica (CFRA). Surgiram, então, o Quadro Feminino de Oficiais (QFO) e o Quadro Feminino de Graduadas (QFG). A primeira turma de mulheres ingressou na FAB em 1982. O recrutamento era feito regionalmente, por meio de concurso público, com as seguintes etapas: prova de conhecimento

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específico, teste psicotécnico, teste de aptidão física e inspeção de saúde. As candidatas aprovadas passavam por um estágio de adaptação à vida militar que durava, no máximo, seis meses. Concluída essa etapa, as militares escolhiam a Organização Militar que desejavam servir de acordo com a ordem de


Instrução de Graduados da Aeronáutica (CIGAR), e o das Oficiais, no Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica (CIEAR), no Rio de Janeiro (RJ). Porém, em setembro de 1983, foi criado o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), que concentrava os dois cursos do CFRA. Esse Centro possuía toda a estrutura necessária para receber essas mulheres e adaptá-las à vida militar. Fonte: Elas por Elas – A mulher militar na FAB

Com a formação da primeira turma de mulheres na FAB, elas passaram a ocupar mais espaço em diversas organizações da Força Acervo Força Aérea

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classificação. O preconizado na legislação do CFRA era que essas mulheres serviriam à FAB por oito anos, permanecendo na ativa de acordo com as necessidades da Força. Para receber o Corpo Feminino, as Escolas da FAB tiveram que se adaptar. Era necessário preparar alojamentos, ranchos, organizar a equipe de instrução, entre outras providências. A princípio, o curso das Graduadas era realizado em Belo Horizonte (MG), no Centro de

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DÉCADA DE 1980

Aeronaves T-27 Tucano e A-1 marcaram a década de 1980 O dia 19 de agosto de 1980 foi marcante para a história da FAB. Naquela data, foi apresentado o YT-27. O protótipo do treinador tinha desenho avançado para a época e várias características inovadoras que acabaram por se tornar padrão mundial para aeronaves de treinamento. O avião, por exemplo, foi o primeiro do gênero a vir equipado com assentos ejetáveis. Além disso, os dois tripulantes não sentavam na clássica posição “lado-a-lado”, e sim em “tandem”, como nas mais avançadas aeronaves de caça. Em 1981, em um concurso realizado com os cadetes da Academia da Força Aérea (AFA), a nova aeronave foi batizada de Tucano. Foi ali, em Pirassununga (SP), no dia 29 de setembro de 1983, que os primeiros T-27 da FAB foram recebidos para voarem com as cores do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a conhecida “Esquadrilha da Fumaça”. A AFA também recebeu o Tucano para a função de instrução intermediária, após a aposentadoria dos jatos T-37. Além das características inovadoras, o Tucano também se revelou estável e manobrável em baixas velocidades. Essas características, além do baixo custo de operação se comparado a outros treinadores, logo garantiram as primeiras encomendas internacionais. Além de cumprir o papel de treinador, o Tucano também possui sob as asas quatro pontos duros para receber cargas externas, como bombas e casulos de metralhadoras, e, assim, poder voar missões de treinamento armado, apoio aéreo, ataque ao solo e defesa do espaço aéreo. Essa capacidade, aliada ao envelope de voo mais lento que as aeronaves de caça a jato, deu ao avião o destaque em missões como o combate ao narcotráfico, uma vantagem a mais para os países que lutam contra os voos ilegais de aeronaves de pequeno porte.

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T-27 Tucano durante cerimônia de recebimento, no dia 29 de setembro de 1983, na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP)

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a matrícula FAB 4200. Em 16 de dezembro do ano seguinte, o YA-1 4201 também fez o primeiro voo. Em 17 de outubro de 1990, a Força Aérea Brasileira recebeu seu primeiro A-1. Ao todo, foram 56 unidades divididas em três lotes. Criado para missões de ataque, o AMX se destacou pelo raio de alcance, robustez e confiabilidade nos sistemas eletrônicos. Entre os principais recursos tecnológicos estão os sistemas de mira computadorizada (CCIP) e o alerta de emissões de radar (RWR), que avisa o piloto quando o A-1 é “iluminado” pelos inimigos. A cabine do caça também segue o conceito HOTAS, em que o piloto pode controlar toda a aeronave com comandos nas pontas dos dedos. O HUD também permite visualizar todas as informações da missão sem precisar retirar os olhos da arena de combate. Fonte: Revista Aerovisão – Edição histórica 70 anos Acervo Força Aérea

Inicialmente chamado de AMX, o A-1 foi projetado pela Embraer em parceria com as empresas italianas Aermacchi e Aeritalia. Em 27 de março de 1981, os governos do Brasil e da Itália assinaram um acordo para estudar os requisitos da aeronave, e, quatro meses depois, as três empresas recebiam o contrato de desenvolvimento. O programa contaria com a construção de seis protótipos, dois deles no Brasil. A Embraer ficou responsável pelo projeto e produção das asas, profundores, tomadas de ar, pilones, trens de pouso, tanques de combustível, equipamentos para missões de reconhecimento e instalação dos canhões DEFA, de 30mm, que seriam utilizados na versão brasileira. Em 15 de maio de 1984, o primeiro protótipo voou na Itália. Em 16 de outubro de 1985, o primeiro AMX produzido no Brasil, designado YA-1, decolou às 15h47 com

Acervo AFA

Acervo Força Aérea

Projeto AMX

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SIVAM - Os olhos do Brasil sobre a Amazônia A imensidão da floresta amazônica brasileira precisava de um olhar diferenciado. Sobrevoar a Amazônia, até os anos 90, era um grande desafio. Enfrentar variações meteorológicas, dificuldade para localizar pistas de pouso alternativas em situações de emergência e pilotar sem o apoio de comunicação e radares, como acontece na travessia do Atlântico e de regiões desérticas do mundo, não era nada fácil. Esse era o contexto das rotas aéreas que cortavam o território nacional. Por outro lado, o isolamento da floresta também representava um problema para diversas instituições brasileiras diante de um cenário de atividades ilícitas, como desmatamento, queimadas, biopirataria e tráfico de drogas, dentre outras. A integração completa do território brasileiro parecia um sonho distante até o surgimento do mais importante projeto governamental para a região: o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). O Projeto SIVAM foi apresentado pela primeira vez na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO-92, no Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa coube à Secretaria de Assuntos Estratégicos, que apresentou uma exposição de motivos em parceria com os Ministérios da Justiça e da Aeronáutica – três personagens da administração pública bastante influenciados pelo estado precário de vigilância e de presença oficial na Amazônia.

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O SIVAM começou a sair do papel em 1997. O consórcio concluiu a fase dos projetos de edificação e de levantamentos de campo em 1998, quando o software de integração do sistema, o X-4000, desenvolvido pela indústria nacional, entrou em funcionamento. Todos os equipamentos importados, como radares, aparelhos de telecomunicações e aeronaves de sensoriamento remoto, chegaram ao Brasil até 1999. A implantação e o funcionamento do SIVAM tiveram início em 2002, com a inauguração do Centro Regional de Vigilância de Manaus, depois de quatro anos de obra de infraestrutura e implantação dos radares. Surgimento do mais importante projeto governamental para a região: o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM)

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

DÉCADA DE 1990


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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea


Asas que vigiam acordo para a produção de aviões que pudessem fazer a vigilância do espaço aéreo com radares transportáveis para a Força Aérea Brasileira: os modelos EMB-145-AS, os E-99, para vigilância aérea, e os EMB-145RS, os R-99, para o sensoriamento remoto. As aeronaves são equipadas com modernos equipamentos, como o radar PS-890 Erieye, capaz de detectar aviões voando à baixa altura, e sensores de última geração, como radar de abertura sintética SAR, que fornece imagens em tempo real.

Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Acervo Força Aérea

O planejamento para colocar o projeto SIVAM em funcionamento, necessitava de uma série de providências, entre as quais a criação de uma rede de 25 sítios radares em solo, que resultaram em quase 100% de cobertura radar da região, e a aquisição de vetores aéreos que puderam prover superioridade aérea, sensoriamento remoto e alerta aéreo antecipado. Foi o passo inicial para criar as bases para o surgimento dos vetores. Em 1997, a EMBRAER assinou

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

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Cabo Vinicius Santos / Agência Força Aérea

Cobertura radar em todo País Ter acesso por meio aéreo pela imensidão verde da Amazônia antes da implantação do SIVAM era complexo. O transporte aéreo na região Norte acontecia com recursos limitados de comunicação, com o suporte da carta de navegação e identificação visual, com a possibilidade de enfrentar mudanças de meteorologia e de dificuldade para chegar a pistas alternativas, caso houvesse alguma emergência. As ações iniciadas na década de 70 implementaram no país o conceito de Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), uma inovação mundial, pois previa um sistema único controlando as operações

civis e militares. Uma rede de radares e centros de controles espalhados geograficamente, que forneciam, em tempo real, o posicionamento de todas as aeronaves voando no território nacional. Nesse período, o Brasil deu o salto tecnológico do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). No início da década de 90, grande parte do espaço aéreo nacional estava coberto pelos CINDACTA I (Brasília), II (Curitiba) e III (Recife). Por meio do SIVAM, começaram as ações para que todo o país tivesse cobertura radar. O último CINDACTA, de número 4, entrou em funcionamento em 2006, com sede em Manaus, fechando a cobertura radar no País.

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DÉCADA DE 1990

Ascensão da carreira feminina na FAB Tecnológico de Aeronáutica (ITA), pois contemplou o primeiro concurso aberto às mulheres. De um total de 3.800 inscritos, que disputavam as 120 vagas disponíveis, 530 eram candidatas. O ITA já formou 160 mulheres nesses 20 anos, tendo uma média de 8 graduadas por ano. Já na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), que abrange os ensinos de nível médio e técnico, as mulheres ingressaram em 1998. Dependendo da especialidade escolhida, elas podem alcançar o posto de Coronel.

Acervo Academia da Força Aérea

Acervo Força Aérea

Em 1995, o então Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Mauro José Miranda Gandra, deu início aos trâmites para que as mulheres pudessem, pela primeira vez, ser Cadetes da Academia da Força Aérea (AFA). Em 1996, ingressaram as primeiras Cadetes Intendentes na AFA, que atingiram o posto de Tenente-Coronel em agosto de 2017. Elas poderão chegar até o posto de Major-Brigadeiro, maior patente desse quadro. O ano de 1996 também foi considerado um marco para o Instituto

Em 1996, ingressaram as primeiras Cadetes Intendentes na AFA, que atingiram o posto de Tenente-Coronel em agosto de 2017

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Transposição para Comando da Aeronáutica Em 1995, o então Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), por determinação presidencial, iniciou estudos preliminares para a criação do Ministério da Defesa. Em 1997, foi criado um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), responsável pela implementação da diretriz presidencial que contemplava a criação e a implantação do MD e a extinção dos ministérios militares então existentes. A mudança adequava o Brasil ao panorama internacional, pois, em tantos outros países, a estrutura das Forças Armadas era unificada em uma instituição civil. Em janeiro de 1999, o Senador

Élcio Álvares foi nomeado Ministro Extraordinário da Defesa e seria o responsável pela implantação do Ministério da Defesa, o que ocorreu oficialmente seis meses depois, em 10 de junho de 1999. Com o ato de criação do Ministério, também se extinguiram os Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como o Estado-Maior das Forças Armadas. O Ministério da Aeronáutica deu então lugar ao Comando da Aeronáutica. Nos anos que se seguiram, com a melhora da situação econômica do Brasil, houve também a melhoria da capacidade da Força

Aérea Brasileira, com a aquisição e a modernização de aeronaves, a incorporação de tecnologias e a implantação de sistemas que modificaram a forma de entender e de aplicar o Poder Aeroespacial. O resultado desse período foi um perceptível ganho na capacidade de interoperabilidade de nossas Forças, comprovada em exercícios militares e operações reais, tais como a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) e as operações Ágata, destinadas a coibir o narcotráfico, contrabando e tantos outros crimes transfronteiriços em território nacional.

Acervo Academia da Força Aérea

Acervo Academia da Força Aérea

Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea

O Ministério da Aeronáutica deu então lugar ao Comando da Aeronáutica

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Preparação para uma Força Aérea mais forte Na primeira edição, em 2002, participaram Brasil, Argentina e França, e na última, em 2018, 13 países, incluindo o Brasil, com cerca de 2000 militares e 100 aeronaves brasileiras e estrangeiras. Os cenários preparados para o treinamento envolvem guerra convencional e não-convencional. No cenário de guerra convencional, são realizados os chamados “COMAO”, sigla em inglês para Composite Air Operations, em que um “pacote” com cerca de 40 a 50 aeronaves decolam em sequência para, em tempo e espaço limitados, realizar missões com objetivos comuns ou complementares.

Acervo Pessoal

O investimento na preparação de pessoal e equipagens foi um dos grandes destaques da Força Aérea Brasileira na década de 2000. Entre os exercícios operacionais que surgiram na década está o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX), o maior de combate aéreo da América Latina. Essa atividade promovida pela Força Aérea Brasileira (FAB) permite que os tripulantes treinem o combate aéreo em operações combinadas, ou seja, diferentes nações atuando em cenários de conflito de maneira integrada e cooperativa, promovendo a troca de experiências entre os integrantes das forças aéreas participantes.

Foi a partir de 2003 que as primeiras mulheres ingressaram no quadro de Oficiais Aviadores, um fato inédito para a aviação militar do País

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

DÉCADA DE 2000


A atividade promovida pela FAB permite que os tripulantes treinem o combate aéreo em operações combinadas com diferentes nações

Mulheres no céu A Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), ficou ainda mais diversa a partir de 2003, quando as primeiras mulheres ingressaram no Quadro de Oficiais Aviadores, um fato inédito para a aviação militar do País. No concurso, houve mais de 150 candidatas para cada vaga, e, ao final, 13 novas integrantes da FAB se formaram. Hoje, as pioneiras já ocupam o posto de Major. Para ingressarem na AFA, as

candidatas enfrentaram provas teóricas, além de testes físico, psicológico e de saúde. Na caminhada do curso, na Academia da Força Aérea, passaram pelo salto de emergência com paraquedas, por exercícios de campanha e pela instrução teórica e prática do voo, além da instrução acadêmica oferecida pela AFA. As militares integram, atualmente, todas as Aviações na FAB.

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Solidariedade pelas asas da FAB desapareceu em uma área igualmente hostil: o Oceano Atlântico. A bordo do voo 447, 228 pessoas, e novamente nenhum sobrevivente encontrado. Na ação, mais de 1.500 horas de voo e a atuação direta de mais de mil profissionais da FAB e da Marinha do Brasil. Ficou conhecida como a maior operação de busca e resgate da América Latina, tendo em vista as imensas dificuldades de atuar numa área que seria praticamente a metade da distância até a África. A aeronave desapareceu no dia 31 de maio de 2009. Depois que os corpos foram encontrados, foi realizada, também, uma complexa operação de transporte, do mar para o navio, daí até Fernando de Noronha, e do Arquipélago até o continente. Em 2006, quando eclodiu a guerra entre Líbano e Israel, aeronaves militares e civis, mobilizadas pelo Ministério da Defesa, estabeleceram uma verdadeira ponte-aérea entre o Brasil e a Turquia, destino final dos comboios terrestres organizados pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Mais de 1.800 brasileiros foram resgatados. No segundo dia do cessar-fogo, uma aeronave C-130 Hércules pousou em Beirute carregado com ajuda humanitária. Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Os anos 2000 foram marcados por grandes tragédias no mundo. No território nacional ou no exterior, a Força Aérea Brasileira participou de grandes operações de resgate e ajuda humanitária, amenizando o sofrimento de milhares de pessoas para as quais o Brasil enviou socorro e apoio. No período, ocorreram operações militares em locais onde houve terremotos, aeronaves acidentadas e cidades foram alagadas, mobilizando homens, mulheres e aeronaves da FAB. Em 2006, a missão era encontrar uma aeronave desaparecida na Amazônia. Montou-se, até então, a maior operação de busca e resgate da Força Aérea Brasileira. Os militares envolvidos na ação descobriram, horas mais tarde, que não havia sobreviventes entre as 154 pessoas a bordo do voo 1907. O acidente ocorreu no dia 29 de setembro e os destroços foram encontrados no dia seguinte. Calor intenso, mata fechada, um grande raio de ação, insetos, isolamento, cansaço, e mais de mil horas de voo – o equivalente a 41 dias e meio no ar de modo ininterrupto – , com 15 aeronaves para auxiliar nas buscas. Ninguém ficou para trás. Três anos mais tarde, outra aeronave

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

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Elder Delgado

Acima, imagem de ação da FAB em 2006, quando 15 aeronaves auxiliaram nas buscas das vítimas do voo 1907. Na foto ao lado, em 2009, a missão de busca e resgate do voo 447

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DÉCADA DE 2000

Enchentes ocasião, os militares a bordo dos helicópteros voltaram a resgatar pessoas de telhados de casas ou de cima de árvores. Um Hospital de Campanha foi instalado na cidade de Barreiros (PE) e superou seis mil atendimentos. Em 2007, a Força Aérea já havia atuado na Bolívia, em uma das maiores enchentes daquele país. Ao longo de mais de dois meses de operação, a FAB e o Exército Brasileiro transportaram mais de cem toneladas de alimentos e medicamentos. Duas mil pessoas foram resgatadas.

Acervo Força Aérea

No Brasil, cheias em diversas regiões mobilizaram a FAB para o transporte de alimentos e remédios, resgate de vítimas e socorro aos doentes. A operação mais difícil foi em cidades de Santa Catarina, em 2008. Foram cumpridas mais de 500 missões com helicópteros e aviões, particularmente na região do Vale do Itajaí, uma das áreas mais afetadas pelas cheias. Além da atuação das Unidades Aéreas, a equipe do Hospital de Campanha da Aeronáutica atendeu mais de três mil pessoas. Em 2009 e 2010, a FAB voltou a atuar de forma decisiva para diminuir os impactos de enchentes, dessa vez na Região Nordeste – Maranhão, Piauí, Alagoas e Pernambuco. Na

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Sargento Francisco Carlos Perfoll / BAFL

Militares da FAB em operação real de transporte de alimentos e remédios, resgate de vítimas e socorro aos doentes

Cabo Silva Lopes / Agência Força Aérea

Terremotos Em 2008, a FAB foi encarregada de transportar alimentos e remédios para a cidade de Pisco, no Peru, fato que fez a diferença em um local devastado com mais de 500 mortos. Outras cidades próximas também foram vítimas da catástrofe. Foi um ano, na história moderna, que mais sofreu com tremores de terra como o de 2010. Particularmente por causa da tragédia no Haiti. Estima-se que foram mais de 300 mil mortos. A solidariedade mundial se encontrou naquele país. O Brasil chegou até lá pelas asas da FAB, que realizou uma ponte aérea de transporte de vários gêneros. O que pode ser contabilizado é que a Força Aérea Brasileira transportou mais de 1.300 toneladas de carga e 2.329 passageiros em apoio à Operação. O Hospital de Campanha (HCAMP) totalizou 9.718 atendimentos clínicos e 218 cirurgias em Porto Príncipe. No mesmo ano, a FAB partiu com dois helicópteros H-60L Black Hawk para o Chile. O País também foi vítima de terremoto, e os militares atuaram no transporte de alimentos e no resgate de vítimas.

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Atuação da FAB nos grandes eventos Desde o anúncio de que o Brasil receberia grandes eventos, o País se preparou e passou no teste de garantia da segurança na Jornada Mundial da Juventude, quando recebeu a visita do Papa, e na Copa do Mundo. Essa sequência culminou no maior de todos eles: os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Com 28.500 atletas e comissões técnicas, o Rio de Janeiro também recebeu um público de cerca de nove milhões de espectadores de mais de 200 países. Uma das principais preocupações era que a competição tivesse um ambiente seguro. A Força Aérea fez a sua parte. Dentro do âmbito da defesa, militares trabalharam, 24 horas por dia, por ar e por terra, para garantir a manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro. Caso ocorressem emergências que envolvessem contaminações, havia hospitais especializados, aeronaves equipadas e tripulações preparadas para transportar e alocar vítimas de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares. Além do mais, ganhou destaque na década a participação de militares da Força Aérea nos Jogos Olímpicos. Com as conquistas de ouro, prata e bronze dos Sargentos da FAB Thiago Braz (salto com vara), Arthur Zanetti (ginástica artística) e Arthur Nory (bronze na ginástica artística), respectivamente, os atletas militares somaram 13 medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Os grandes eventos serviram também para mostrar que o País é grande. Turistas, delegações e Chefes de Estado de todo o mundo chegaram ao Brasil pelo ar e o nosso tráfego aéreo precisou se adaptar para dar fluidez ao aumento considerável do fluxo de aeronaves. Para isso, um esquema especial foi montado, com controladores de tráfego aéreo trabalhando incessantemente em modernos equipamentos de monitoramento.

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea Tenente Enilton Kirchhof / Agência Força Aérea

Divulgação: Comitê Olímpico Brasileiro

Durante as Olimpíadas do Rio, militares da FAB trabalharam 24 horas por dia para garantir a manutença da soberania do espaço aéreo brasileiro

A Força Aérea Brasileira mostrou sua atuação em expressivos eventos, como na visita do Papa

Sargento Thiago Braz, Campão Olímpico no Salto com Vara em 2016 nos Jogos Olímpicos Rio 2016

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Rede de Radares a Estação Radar de Corumbá, em Corumbá (MS), em 2020. A entrada em serviço dos novos equipamentos buscou potencializar a identificação de aeronaves voando a baixa altura na região de fronteira, trazendo benefícios operacionais, tanto para o controle civil de aeronaves, quanto para a defesa aérea, aumentando a capacidade de detecção de tráfegos não autorizados ou de emprego ilícito, colaborando, decisivamente, para o sucesso das ações de policiamento do espaço aéreo. Portanto, além de auxiliar no controle do espaço aéreo, a nova estação passou a proporcionar a ampliação da vigilância aérea, com foco no centro-oeste brasileiro. Soldado A. Soares / Agência Força Aérea

Em continuidade ao processo de modernização da rede de radares de vigilância do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e com o objetivo de aprimorar o controle dos tráfegos que voam na região de fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), e a Omnisys, assinaram, no final de 2018, um contrato para o fornecimento de três radares para as localidades de Porto Murtinho, Ponta Porã e Corumbá, no Mato Grosso do Sul. O primeiro a ser inaugurado foi

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A FAB desencadeou uma série de ações entre 2016 e 2018 de Reestruturação. E, posteriormente, em 2020, iniciou o Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica (COMAER)

Estudos, otimização de recursos e novos conceitos são as palavras-chave do processo que pretende levar a Força Aérea Brasileira a um novo patamar até completar seus 100 anos, em 2041. Por isso, a necessidade de atualizar conceitos de Comando e Controle para operações aéreas e terrestres, mediante a reestruturação funcional e introdução de novas doutrinas de emprego dos seus meios. Reforçado por suas intrínsecas características, como a pronta-resposta, a velocidade, a penetração, o alcance, a mobilidade e a flexibilidade, muitos dos antigos conceitos necessitaram ser revistos, como forma de adequá-los às reais peculiaridades do cenário vigente da Força Aérea Brasileira (FAB). Diante disso, a FAB desencadeou uma série de ações entre 2016 e 2018 de Reestruturação. E, posteriormente, em 2020, iniciou o Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica (COMAER) – Projeto Piloto (DCA 19-5/2020), que teve como base um estudo realizado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). O estudo

apontou para a necessidade de resgatar a referência e a representatividade do COMAER no nível regional, além da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações da FAB. Foram mantidos os principais objetivos da Reestruturação estabelecidos em 2016 de garantir a perenidade e evolução da FAB, em um processo de melhoria contínua; e aumentar a efetividade dos recursos empregados. A DCA 19-5/2020 manteve as premissas originais estabelecidas: economicidade, concentração de atividades afins, definição de processos, padronização de trabalhos e foco na atividade fim da Força (Preparo e Emprego). O trabalho reconhece, também, o legado daqueles que iniciaram o processo, importante e necessário, de Reestruturação e destaca a coragem e a determinação de seus idealizadores. Ao passo que o Comando da Aeronáutica realiza os ajustes e as adequações necessárias, que decorrem em novas condutas, acreditamos que os nossos sucessores farão o mesmo, sempre buscando o aprimoramento. Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Reestruturação da Força Aérea

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Equipe que levou ajuda humanitária aos atingidos pelo Ciclone Idai, na cidade de Beira, em Moçambique, em 2019.

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Missões humanitárias Ajuda humanitária, ações cívico-sociais, transporte de pessoas e suprimentos, transporte de órgãos e de urnas eleitorais, evacuações aeromédicas e apoio às vítimas de desastres naturais nas diversas regiões do Brasil são algumas atividades que integram o País e fazem parte da missão da Força Aérea Brasileira (FAB). Entretanto, este apoio não se restringe apenas ao território nacional. Em 2020, duas aeronaves da FAB decolaram da Base Aérea

de São Paulo (BASP) com destino ao Líbano em cumprimento à missão de Assistência Humanitária à República Libanesa, sendo o VC-2 e o KC-390 Millennium, que realizou pela primeira vez uma missão internacional tripulado apenas por militares da FAB. O avião multimissão transportou cerca de seis toneladas de medicamentos, alimentos e equipamentos de saúde para o atendimento emergencial às famílias afetadas por um incêndio.

Suboficial Manfrim / Ministério da Defesa

Suboficial Manfrim / Ministério da Defesa

Aeronaves VC-2 (à esquerda) e KC-390 decolaram da Base Aérea de São Paulo (BASP) com destino ao Líbano, onde descarregaram cargas doadas, realizaram as tratativas do Governo Brasileiro na ajuda ao País e retornaram ao Brasil

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Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea Cabo Vinicius Santos / Agência Força Aérea

Também em 2020, duas aeronaves da FAB realizaram o repatriamento de brasileiros que estavam isolados em Wuhan, China, devido ao surto do novo Coronavírus. As ações da FAB abrangeram o transporte, bem como a recepção e o acolhimento das pessoas repatriadas. Posteriormente, a FAB realizou a repatriação de brasileiros que estavam no Peru. Em 2019, outras duas aeronaves levaram ajuda aos atingidos pelo Ciclone Idai, na cidade de Beira, em Moçambique. Dois C-130 Hércules

transportaram mais de 20 toneladas de suprimentos e equipamentos, além de 40 militares da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Em 2017, a aeronave C-130 Hércules também cumpriu missões em apoio às vítimas das enchentes no Peru. Foram transportados para a cidade de Piura, localizada no norte do País, brigadistas, botes infláveis, caiaques e medicamentos. Também em 2017, a Força Aérea enviou militares para a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

KC-390 Millennium pousando em Beirute, para onde transportou seis toneladas de material para ajuda ao Líbano, em 2020 Aerovisão

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Dimensão 22 (Controlar, Defender, Integrar) A primeira versão do conceito Dimensão 22 foi criada em 2013 como um referencial para o binômio “controle e defesa” e apoiado pelo slogan “Quem controla e defende, protege”, utilizando o verbo proteger de forma a fazer a necessária associação como as “Asas que protegem o País”. O motivo foi realçar a atuação da FAB no País, cuja geopolítica é reconhecida mundialmente. O Brasil é o 5° maior país do planeta, com 8.515.767,049 km2 de área. Estes mais de 8,5 milhões de km2 representam a metade da América do Sul. Tem, ainda, mais de 23 mil quilômetros de fronteiras, terrestres e marítimas, mas quando falamos de Força Aérea, isso é só o começo. A abrangência de atuação da Força Aérea foi muito além dos ares, atingindo o espaço com o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC) em 2017. Além da ampliação no setor aeroespacial com o Projeto Estratégico de Satélites Espaciais (PESE) fazendo a transição de uma Força Aérea para uma Força Aeroespacial. Além disso, a FAB passou por uma das maiores reestruturações organizacionais de sua história com a publicação, em 2016, da - Concepção Estratégica - Força Aérea 100, que trouxe também uma mudança na missão-síntese da FAB com a inserção da integração do território brasileiro em seu escopo. Diante deste contexto, no ano de 2017 foi relançado o conceito da Dimensão 22 para divulgar ao público interno e à sociedade brasileira o cenário positivo, presente e futuro, da Instituição. Foi então realizada uma atualização conceitual da proposta de 2013, com o cuidado de manter o propósito para o qual o conceito foi criado: o público geral, incluindo o não especializado em assuntos aeroespaciais. A forma e o conteúdo do conceito foram adaptados para a realidade atual da FAB. Houve então a incorporação do verbo INTEGRAR, juntando-se ao CONTROLAR e ao DEFENDER, resumindo em três verbos de ação a missão-síntese da FAB, trazendo várias ideias-força de integração do País tais como: transporte aéreo logístico, transporte de órgãos e tecidos, ações cívico-sociais, ações humanitárias, transporte de urnas eleitorais e construção de pistas.

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As aeronaves do futuro O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, destacou a importância do avião. “Ele representa um marco na excelência de processos da FAB e, certamente, impulsionará a Base Industrial de Defesa no Brasil”, ressaltou. No mesmo ano a FAB recebeu a segunda unidade do vetor multimissão, assim intitulado KC-390 Millennium. Já a terceira e a quarta unidade foram incorporadas à FAB em 2020.

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

A FAB recebeu em 2019, a primeira unidade do gigante brasileiro, o KC390. O avião, resultado da parceira entre FAB e Embraer, firma-se como um novo padrão de aeronave para o emprego militar no cenário mundial. O maior avião militar desenvolvido e fabricado no Hemisfério Sul, tem capacidade de realizar missões de transporte aéreo logístico, reabastecimento em voo (REVO), evacuação aeromédica, busca e salvamento, ajuda humanitária e combate a incêndio, dentre outras.

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Em 2006, concretiza-se o Programa FX-2, que prevê a aquisição das aeronaves de caça Gripen NG da empresa sueca SAAB. As atividades conjuntas iniciaram em 2014 com a assinatura do contrato para o desenvolvimento e produção das aeronaves Gripen E/F para a FAB, incluindo sistemas embarcados, suporte e equipamentos. As plataformas são desenvolvidas e produzidas com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros. Essa integração faz parte da transferência tecnológica e visa a proporcionar o conhecimento necessário para a continuidade das atividades no Brasil. Em setembro de 2020, a primeira aeronave multimissão F-39E Gripen tocou o solo brasileiro. Transportada em um navio, de Norrköping, na Suécia, a aeronave desembarcou no Porto de Navegantes, em Santa Catarina (SC), local onde foi feita a preparação para o primeiro voo em espaço aéreo brasileiro. Este F-39E Gripen é uma unidade de testes equipada com instrumentos para a continuidade da campanha de

ensaios, que teve início em agosto de 2019, na Suécia. Após a preparação para o voo, realizada no aeroporto de Navegantes, o multimissão, decolou, no dia 24, de Navegantes (SC) para Gavião Peixoto (SP). A aeronave ficará alocada no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC, do inglês Gripen Flight Test Center), uma estrutura construída para a transferência de tecnologia, suporte e atualizações no ciclo de vida da plataforma na FAB. O objetivo é que o GFTC possa apoiar, nas áreas de engenharia, trabalhos de ensaios e testes, integração e modernizações, além de atuar no desenvolvimento de softwares de evoluções do projeto. O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, destacou a importância do compartilhamento de experiências por meio da cooperação entre Brasil e Suécia. “O Gripen aumenta a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsiona uma parceria que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento industrial dos dois países”, declarou o Ministro.

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

A primeira aeronave multimissão F-39E Gripen tocou o solo brasileiro, em setembro de 2020

O maior avião militar desenvolvido e fabricado no Hemisfério Sul, tem capacidade de realizar múltiplas missões Aerovisão

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

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O Poder Aeroespacial O Brasil e a Força Aérea Brasileira deram mais um passo histórico: o primeiro Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), foi lançado ao espaço no dia 4 de maio de 2017. A partir daí, o país passou a contar com um programa capaz de fornecer conexão de Internet banda larga de alta velocidade em 100% do território nacional, beneficiando a comunicação no setor de Defesa e para a sociedade de modo geral. Desenvolvido pela empresa francesa Thales Alenia Space, que assinou um contrato com a Visiona (uma jointventure formada pela Embraer e pela estatal Telebras), o SGDC tem uso dual, ou seja, civil e militar. De um lado, utilizando a banda Ka, que possibilita acesso à conexão de banda larga em todos os locais do País. De outro, a partir da banda X, é possível tramitar informações afetas às áreas de defesa e governamental. Com o SGDC, a FAB entra definitivamente na era do espaço. Cabe à Instituição a responsabilidade por operar e monitorar o SGDC. No controle do

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satélite, está o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), por intermédio do seu Centro de Operações Espaciais (COPE), uma estrutura localizada em Brasília (DF) e ativada pela FAB, em 23 de junho de 2020. Construído para servir como centro de controle do SGDC e com a possibilidade de controlar diversos satélites geoestacionários e de baixa órbita, as instalações do COPE foram projetadas com alto nível de segurança e disponibilidade de rede, tornando-se referência pela complexidade e modernidade. Provendo serviços com aplicação civil e militar e atuando com plena confiabilidade, o COPE tem capacidade de operação continuada nos mais diversos cenários. O COPE é fruto da linha diretiva do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE). A Força Aérea Brasileira tem sido uma das protagonistas do Setor Espacial no País. Conhecido como a Janela Brasileira para o Espaço, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, pode tornar-se ainda mais relevante com seus bens e serviços sendo empregados em operações com

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lançadores não militares, compondo os meios disponíveis do Centro Espacial de Alcântara (CEA), que já se apresenta como um dos principais do Hemisfério Sul. Em fevereiro de 2020, após aprovação pelo Congresso Nacional, foi promulgado o decreto legislativo que oficializou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre os governos brasileiro e norte-americano. O AST assegura a proteção de tecnologias norte-americanas utilizadas em componentes embarcados em foguetes e satélites, não bélicos, que serão lançados do CEA. A exploração de operações de lançadores não militares empregando o CEA é um novo passo e será fundamental para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e a inserção do País no mercado espacial global. De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, atualmente, o mercado espacial como um todo movimenta cerca de US$ 360 bilhões por ano. A expectativa é de que o Brasil possa atrair, pelo menos, uma pequena parte do volume de negócios deste mercado bilionário.


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