Out/Nov/Dez - 2019 Nº 262 - Ano 46 Dez - 2020 Nº 266 - Ano 47
EXERCÍCIO OPERACIONAL
TÍNIA TREINAR PARA OPERAR
ENTREVISTA
performance
espaço
Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas fala sobre o envolvimento da FAB em Operações simultâneas
Com foco na alta performance dos militares, reações motoras e fisiológicas são coletadas por sensores instalados em aeronave e nos próprios pilotos
Centro Espacial de Alcântara avança após assinatura de acordo entre FAB e Agência Espacial Brasileira
ARTE: SubdivisĂŁo de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER
Plano de voo Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
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Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Edição nº 266 Ano 47 Dezembro - 2020
ENTREVISTA
Força Aérea de prontidão
Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, fala sobre o envolvimento da FAB em Operações simultâneas, como a COVID-19, a Verde Brasil 2 e a Pantanal.
OPERACIONAL
Guerra simulada no EXOP Tínia
Militares do efetivo da Força Aérea Brasileira (FAB) estiveram envolvidos na segunda edição do Exercício Operacional (EXOP) Tínia realizado em Canoas e Santa Maria.
EXPEDIENTE Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF
Tiragem: 18 mil exemplares. Período: Dezembro 2020 - Ano 47 Contato: redacao@fab.mil.br
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Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior
Diagramação: Sargento SDE Pollyana Dias
Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Ricardo Feijó Pinheiro
Revisão Ortográfica e Gramatical: Sargento SST Rogerio Braga Bandeira
Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.
Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana
Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao
Edição: Tenente Jornalista Jonathan Jayme (MTB - 2481) Tenente Jornalista Flávia Rocha (DRT - 1354)
Impressão: Edigráfica.
Divulgação:DCTA
Veja a edição digital
BUSCA E SALVAMENTO
Uma nova chance em alto-mar
Esquadrão Falcão (1°/8° GAV) resgata homem que se acidentou em embarcação estrangeira e coloca em prática o preparo especializado da Força Aérea.
FOTO: 1-º/8º GAV
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Pilotos sob sensores
Com foco na alta performance dos militares, reações motoras e fisiológicas foram coletadas por sensores instalados em aeronaves e nos próprios pilotos.
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INTEROPERABILIDADE
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CINQUENTENÁRIO
Três Forças e um só Centro
Unidade foi inaugurada com o objetivo de realizar de forma conjunta as inspeções em aeronaves das Forças Armadas.
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DESENVOLVIMENTO AEROESPACIAL Brasil: porta da humanidade para o espaço Concretização do Centro Espacial de Alcântara avança após assinatura de acordo entre Força Aérea Brasileira e Agência Espacial Brasileira.
METEOROLOGIA DA FAB
Serviço indispensável para um voo seguro O DECEA tem investido no emprego de novas tecnologias para garantir a vigilância meteorológica e o monitoramento da atmosfera.
Lançar, suprir e resgatar: a sagrada missão do Esquadrão Onça Esquadrão Onça (1°/15° GAV), localizado em Campo Grande (MS), completa 50 anos de ativação, atuando na integração do Centro-Oeste com as demais regiões do País.
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Aos Leitores MAIS UMA PÁGINA DE NOSSA CORAJOSA HISTÓRIA guerra simulada. Mais de 400 militares participaram da atividade. Outra matéria aborda uma iniciativa do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), na qual pilotos de helicóptero, com diferentes níveis de experiência e de treinamento, são submetidos a ensaios em condições de emergência. Suas reações motoras e fisiológicas são coletadas por sensores instalados nas aeronaves e nos próprios aviadores. Sob a perspectiva de que o futuro de uma Força Aérea moderna e capaz passa pelo desenvolvimento de ações na área espacial, abordamos a concretização do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão, que avança com a assinatura de um acordo entre a FAB e a Agência Espacial Brasileira (AEB). A efetivação do CEA deve colocar o País na elite de lançadores de veículos espaciais. Em entrevista, o Comandante de Operações Aeroespaciais, TenenteBrigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, trata da versatilidade daquele Grande Comando, o qual tem demonstrado sua capacidade de
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Dos gloriosos capítulos que compõem a história da Força Aérea Brasileira (FAB), 2020 certamente será sempre lembrado por apresentar tantos desafios e, ao mesmo tempo, resultados importantes que foram alcançados com o labor incessante de seus integrantes. Essa parte do nosso enredo acontece às vésperas de completarmos 80 anos de história em prol do Brasil, e esta edição da revista Aerovisão apresenta um resumo de como chegamos a essa nova era. Assumo a Chefia do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica diante desse imponente cenário, agradecendo ao Brigadeiro do Ar Paulo César Andari, que me passa essa nobre missão. Parabenizo-o pelo tempo que esteve à frente do CECOMSAER, zelando pela melhor gestão e pela missão de projetar e a preservar a imagem da FAB. Aos trabalhos, nossa reportagem de capa traz o Exercício Operacional Tínia, realizado no mês de novembro no Rio Grande do Sul. Esquadrões da FAB se juntaram para treinar as capacidades de aeronaves e efetivo em um cenário de
“Nossa capa: Esta edição fala sobre o Exercício Operacional (EXOP) Tínia 2020, realizado em Canoas e Santa Maria, no sul do País. Em nossa capa, foto do Soldado Wilhan Campos, aeronave de caça F-5 decola para mais uma missão simulada de combate aéreo.
prontidão para atender às diversas missões aéreas simultaneamente, como aquelas realizadas em proveito das Operações COVID-19, Verde Brasil 2 e Pantanal. Caro leitor, concluímos o ano de 2020 certos de que a Força Aérea Brasileira, com coragem, escreveu mais uma bela página em sua história. Particularmente, sinto-me honrado e privilegiado por estar à frente do CECOMSAER. Estou certo de que a competência de comunicadores e outros profissionais de apoio da equipe será determinante para alcançarmos êxito em todas as nossas ações. Que sigamos motivados para ingressar em um novo tempo de conquistas, estampando em nossas páginas cada desafio superado no cumprimento de nossa missão. Boa leitura! Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
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Palavras do Comandante APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE A Força Aérea Brasileira passou por grandes transformações nos últimos anos, adquirindo aeronaves, incorporando tecnologias e implantando sistemas que exigiram a intensificação no aperfeiçoamento de militares e equipagens, bem como a atualização de nossa doutrina de preparo. Assim, ao mesmo tempo em que estamos atuando em diversas missões de relevância nacional e com grande impacto na vida dos brasileiros – como a Operação COVID-19, a Operação Pantanal e a Operação Verde Brasil 2, todas coordenadas pelo Ministério da Defesa e demonstrando o êxito na interoperabilidade entre as Forças –, mantivemos o trabalho de preparo do nosso efetivo. Considerando todos os cuidados necessários ao enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus, no qual estivemos engajados desde o início, realizamos ao longo desse ano diversos exercícios operacionais que treinaram e capacitaram militares, demonstraram a importância do trabalho integrado de diferentes organizações militares e mediram as capacidades dos nossos vetores e equipamentos. O Exercício Operacional Tínia, realizado recentemente nas Alas 3 e 4, no Rio Grande do Sul, trouxe elevação operacional e incremento ao treinamento de pilotos, controladores de tráfego aéreo, profissionais de manutenção e militares dos Grupos de Defesa Antiaérea. Em outra frente, um estudo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), reuniu pilotos com diferentes níveis de experiência de voo e os submeteu a situações de emergência para avaliar suas reações. Os resultados podem contribuir sobremaneira para melhorar ainda mais a capacitação de nossos combatentes. Esses são apenas dois exemplos entre muitos na nossa Instituição e que apresentamos nesta edição da revista Aerovisão. Todo esse empenho se reflete nas atividades diárias realizadas pela Força Aérea Brasileira, como as Operações já citadas, e vai além, contribuindo para o cumprimento de nossa missão, nesta jornada que continua rumo ao futuro.
Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica
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ENTREVISTA
Tenente-Brigadeiro Domingues diz que uma de suas diretrizes à frente do COMAE é a intensificação de parcerias, sejam elas alicerçadas nas Forças Armadas ou em outras Instituições
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Empregar o Poder Aeroespacial com vistas a garantir a soberania do Espaço Aéreo e a integração do Território Nacional. Em um país de dimensões continentais, a missão do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) requer preparo, capacidade de pronta-resposta e profissionalismo dos militares da Força Aérea Brasileira (FAB) que atuam nesse espectro. O Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas assumiu o COMAE no primeiro semestre de 2020 com o desafio de liderar esse trabalho em diversas frentes, como na Operação COVID-19, mantendo a prontidão de militares e aeronaves para acionamentos simultâneos. Em entrevista, o OficialGeneral fala sobre as principais diretrizes do seu Comando, os esforços da FAB para atender às demandas do País em um ano desafiador, o desenvolvimento de políticas no setor espacial, entre outros aspectos. Confira na íntegra. TENENTE JORNALISTA JONATHAN JAYME
Quais foram as principais Diretrizes de Comando que o senhor estabeleceu quando assumiu o COMAE no primeiro semestre desse ano? Em consonância com os planos e orientações sistêmicas do Comando da Aeronáutica, buscamos aprimorar três eixos estruturantes que envolvem a capacitação e a valorização dos nossos Recursos Humanos, a revisão dos processos atinentes ao emprego do poder aeroespacial e a sinergia com as demais Forças e Órgãos Federais nas Operações Conjuntas e Interagências. A despeito de haver assumido o COMAE durante a maior pandemia vivida pela humanidade, buscamos implementar um trabalho de aprimoramento e melhoria contínua dos processos desempenhados por esse
Comando em busca da excelência em tudo que for executado, seja no âmbito dos Recursos Humanos, seja no Organizacional ou no Operacional. No aprimoramento dos processos de capacitação do Recurso Humano, buscamos dar subsídios aos nossos militares de forma que eles atinjam os resultados esperados. Nesse processo, a intenção é proporcionar cursos e intercâmbios com o que há de mais atual e eficiente para a Força. A Valorização do Recurso Humano é outro aspecto que gosto de abordar e deixar bem claro aos nossos militares, pois eles têm importância fundamental no resultado final do processo como em um sistema de engrenagens. Para isso, buscamos a satisfação e a realização profissional, bem como usar reconhecimento meritório dos militares de forma
que eles trabalhem motivados. Nesse processo de melhoria contínua, o aprimoramento e a intensificação dos Recursos Materiais também são de fundamental importância para o bom cumprimento da missão do COMAE, que é “Empregar o Poder Aeroespacial com vistas a garantir a soberania do Espaço Aéreo e a integração do Território Nacional”. Aqui posso citar o Serviço de Monitoramento e Vigilância Aeroespacial, que, embora tenhamos avançado bastante nos últimos anos, buscamos uma intensificação maior desses recursos, que vão nos possibilitar, cada vez mais, ser uma Força Aérea operacionalmente moderna em um cenário mundial e ampliar nossa capacidade de defender os interesses Nacionais.
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PRONTIDÃO PELO BRASIL
Com intuito de evoluir como Força, temos o dever de buscar a aplicação e a contribuição para melhoria das doutrinas de emprego, pois isso determinará diretamente no máximo aproveitamento da utilização dos vetores e sensores adjudicados ao COMAE, possibilitando-nos uma maior gama de atuação e em diferentes cenários de Operações. Para tanto, atuamos junto aos outros Grandes Comandos e podemos passar nossa projeção de aplicação para que a capacitação seja feita em compatibilidade com o emprego do Poder Aeroespacial. Outro compromisso que firmei foi a Intensificação das Parcerias por meio do estreitamento dos laços com as demais Instituições, sejam elas das Forças Armadas, Forças Auxiliares ou Agências de Segurança Governamentais. Dessa forma, houve um incremento nas trocas de informações com várias organizações e instituições, o que nos permitiu conhecer melhor as capacidades e as necessidades, e, com isso, ajustarmos apoios mútuos para que, somando forças, pudéssemos cobrir as lacunas e atuar de forma sinérgica na defesa do espaço aéreo, com mais eficiência e eficácia nas ações, principalmente nas fronteiras, o que resultou um aumento no combate aos voos ilegais. O senhor assumiu o Comando de Operações Aeroespaciais em meio a uma grande Operação, a COVID-19, que exige esforço e mobilização de guerra por parte da FAB. Como foi receber esse desafio? Sabendo das condições de preparo e de profissionalismo que a nossa Força Aérea possui, o desafio foi recebido com muita naturalidade e certeza de que a missão seria cumprida da melhor forma possível. Foram disponibilizados praticamente todos os meios de transporte da FAB para apoiar a Operação COVID-19. Em uma condição de conflito ou crise, envidamos um esforço enorme para o cumprimento das missões, e, desde a instauração da Operação COVID-19, não tem sido diferente. Em condições de atuar 24 horas por dia, 7 dias por semana, trabalhamos arduamente nos planejamentos e nas coordenações para que todas as solicitações sejam atendidas da forma mais completa e mais rápida possível,
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Oficial-General destaca a prontidão de militares e aeronaves: “trabalhamos arduamente nos planejamentos e coordenações para que todas as solicitações sejam atendidas”
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alinhada com o Ministério da Defesa e com as diretrizes do Comandante da Aeronáutica, estamos logrando êxito e minimizando os tempos de respostas...
bilização de toda Força, não poupando esforços, a fim de mitigar os impactos dessa pandemia, e os números nos mostram os resultados alcançados. Agindo de forma alinhada com o Ministério da Defesa e com as diretrizes do Comandante da Aeronáutica, estamos logrando êxito e minimizando os tempos de resposta conforme as necessidades diferenciadas que o Estado Brasileiro apresenta. O COMAE desempenha, junto com outros órgãos da esfera federal, uma atuação de protagonismo junto ao Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, coordenando as operações aéreas que apoiam as mais diversas atividades. Como essas atribuições têm sido planejadas e executadas? Renan Lopes
Interação entre as Forças Armadas tem apresentado resultados significativos no COMAE, explica o Oficial-General
“Agindo de forma
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tanto no Brasil quanto no exterior, como foi o caso da repatriação de 34 brasileiros que estavam retidos na China e de 70 brasileiros que se encontravam na mesma situação no Peru. Nossas aeronaves e nossos militares estão permanentemente prontos para engajar na Operação e apoiar as demandas solicitadas por intermédio do Ministério da Defesa, que ativou dez comandos conjuntos distribuídos em todo o território nacional na Operação denominada COVID-19. Esse estado de prontidão e profissionalismo nos deu a confiança que iríamos realizar um ótimo trabalho no combate à pandemia. É importante destacar que a Força Aérea está de corpo e alma nesta Operação, assim como todo o Brasil, portanto, temos vivido uma mo-
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Tenente-Brigadeiro Domingues ressalta os desafios de atuar em um país de dimensões continentais: dependendo da época do ano, algumas localidades somente podem ser atendidas pelo vetor aéreo
“As demandas chegam
pelo Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, que é o órgão responsável por centralizar, gerenciar e distribuir toda demanda proveniente de outros órgãos governamentais e não governamentais.
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Para responder essa questão, é importante fazer algumas considerações primárias: temos um País de dimensões continentais, com realidades bastante distintas em cada Região; determinados munícipios, comunidades ribeirinhas e tribos indígenas, dependendo da época do ano, somente podem ser atendidos pelo vetor aéreo, pois não possuem estradas ou o regime de cheias dos rios não permite a chegada de embarcações. Portanto, essa realidade nacional, aliada à urgência de cada estado brasileiro por equipamentos ou insumos hospitalares, demanda um planejamento extremamente complexo e permanente. Tendo realizado essas considerações iniciais, podemos passar a explicar como esse planejamento é executado. As demandas chegam pelo Centro
de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, que é o órgão responsável por centralizar, gerenciar e distribuir toda demanda proveniente de outros órgãos governamentais e não governamentais. As demandas que necessitam de meio aéreo chegam ao COMAE, que, por sua vez, atua diretamente no planejamento, disponibilizando o meio mais eficiente para a execução das missões de Transporte Aéreo Logístico, a partir de uma variedade de possibilidades. Essas demandas são planejadas pela Divisão de Planos e Ordens (DIVPLAN), que norteia as futuras ações de acordo com a realidade, priorizando e concatenando os movimentos aéreos. Após esse planejamento, a Divisão de Programação (DIVPROG) adequa as demandas às aeronaves disponíveis e capazes de atender Aerovisão
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Na Operação COVID-19, ficou evidenciada a importância da interoperabilidade no âmbito das Forças Armadas. Em relação aos resultados alcançados, como o senhor avalia essa interação entre as Instituições? Esse é um dos grandes destaques dessa operação, que reflete o amadurecimento, o comprometimento e o profissionalismo das Forças Armadas do Brasil, que, irmanadas com as instituições hospitalares, com os profissionais de saúde e tantos outros profissionais e instituições, colocaram-nas na linha de frente no combate à COVID-19. Graças a esse espírito, os resultados são bem significativos e atingiram, até o início de dezembro, mais de 1.810 horas voadas, o que corresponde a 20 voltas em torno do globo terrestre, mais de 754.873 toneladas de cargas e mais de 2.500 pessoas - sendo a maioria profissionais de saúde - transportadas. Esses índices elevados são reflexos dessa interoperabilidade, que, nos dias atuais, é fundamental para o êxito de Operações de grande vulto, como é o caso da Operação COVID-19. Estamos focados nessa Operação e trabalhando diuturnamente para auxiliar em todas as ações sob nossa responsabilidade. Entendemos que a participação da Força Aérea e, em
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especial, a atuação do COMAE na gestão de suporte às atividades que demandam o uso de aeronaves são cruciais e acentuam as próprias características de uma Força Aérea, como mobilidade, prontidão e velocidade. E, como somos um Comando Conjunto permanentemente ativado e centralizado, nosso envolvimento é rápido e assertivo, facilitando, assim, o suporte à sociedade brasileira. Nesse sentido, as características das três Forças Armadas se complementam: a Marinha, o Exército e a Aeronáutica,
“Como bem sabemos, os
nossos recursos são finitos, e o grande desafio é utilizar os meios de forma eficiente e inteligente de forma a cumprir o maior número de missões e demandas com a menor quantidade de recursos possível.
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às missões propostas. Por fim, a Divisão de Operações Correntes (DIVOC) acompanha a execução, concluindo o ciclo de comando e controle do emprego da Força Aérea. O meio aéreo é normalmente empregado em razão da sua característica de pronto atendimento e velocidade, que são essenciais no atendimento de missões emergenciais. As solicitações de missões são, prioritariamente, para transporte de medicamentos, ambulâncias, equipamentos de proteção individual (EPI), respiradores, entre outros produtos, além de equipes médicas, ligando com rapidez as diversas regiões do País e, assim, diminuindo o tempo de resposta no apoio às vítimas e no combate ao novo Coronavírus.
atuando de forma conjunta e unindo forças, conseguem chegar rapidamente aos locais mais distantes, com a estrutura necessária e com economia de recursos. Podemos comprovar isso no nosso dia a dia aqui no COMAE, onde as três Forças, em posições chaves, interagem, trocando experiências e vivências operacionais, o que nos dá uma maior consciência situacional do que podemos apoiar. Isso possibilita que, de forma conjunta, não deixemos lacunas no cumprimento das missões, bem como não tenhamos
sobreposição de esforços. A partir das Operações COVID-19, Verde Brasil 2 e Pantanal tivemos exemplos da necessidade de flexibilidade e pronta-resposta no planejamento e na execução das missões. Como esse Grande Comando consegue atender a esses e outros acionamentos simultaneamente? Como bem sabemos, os nossos recursos são finitos, e o grande desafio é utilizar os meios de forma eficiente e inteligente de forma a cumprir o maior número de missões e demandas com a menor quantidade de recursos possível. Nosso maior desafio é justamente realizar um planejamento de adequação dos meios disponíveis para atender não só a essas operações de grande vulto, mas também manter nossa capacidade de pronta-resposta para as demais operações e as atividades que não podem parar, como as missões de Busca e Salvamento, Evacuação Aeromédica, Transporte de Órgãos, Transporte de Tropa, entre outras. Felizmente, a Força Aérea já havia se reestruturado há alguns anos para atender a desafios dessa monta. Desse modo, atualmente, todas as missões de emprego estão concentradas em um único órgão, o Comando de Operações Aeroespaciais, e, utilizando essa estrutura de unidade de Comando e Controle, a Força Aérea consegue ter uma macrovisão de todos os seus recursos, descentralizando o cumprimento dessas missões, maximizando os atendimentos com consequente redução de gastos. Essa concentração de meios, apoiada em um forte planejamento, aliada às características da FAB, permite que possamos atender, a despeito de todas as dificuldades, às diversas operações em prol da sociedade brasileira, como as Operações COVID-19, Verde Brasil 2, Acolhida, dentre outras. Um grande exemplo dessa pronta-resposta e flexibilidade pode ser demonstrada por fatos, como o deslocamento de helicópteros do 7º/8º GAV, partindo de Manaus em apoio a quatro etnias indígenas distribuídas
A consolidação do Poder Aeroespacial passa, também, pelo desenvolvimento das políticas na área espacial. Como o COMAE tem aplicado estratégias nesse setor e quais são as perspectivas nesse campo? Essa é uma questão que o País tem que enfrentar com coragem e determinação, pois o avanço científico do País depende da construção de capacidades e
“ No âmbito militar, atualmente, as Operações Espaciais vêm ganhando relevância no Teatro de
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em sete aldeias, operando com os Expedicionários da Saúde. No Maranhão, participamos da Operação Maranhão, com helicópteros do 1°/8° GAV, que partiram de Natal em socorro a cerca de 30 mil indígenas.
Operações Moderno.
tecnologias, destacando que o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) é um programa criado para atender às necessidades estratégicas das Forças Armadas e da sociedade brasileira, ou seja tem uso dual. Um programa espacial completo (condição que o Brasil persegue e permitirá a exploração do Centro Espacial de Alcântara, a fabricação e lançamento de veículos lançadores de satélites e a produção de satélites em território nacional) possibilita, especialmente, a criação de recursos necessários para o seu desenvolvimento e de capacidade tecnológica, ou seja, o investimento no programa espacial brasileiro gera inovação, criação de novos projetos e
Soldado Anderson Soares / Agência Força Aérea
Comandante de Operações Aeroespaciais afirma que o COPE está preparado para operar outros satélites decorrentes do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)
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Soldado Felipe Coelho / Agêcia Força Aérea
Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
“O COPE conta com instalações de última geração, que foram projetadas com o objetivo de operar e monitorar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), cujo uso é dual, ou seja, civil e militar”, ressaltou o Tenente-Brigadeiro Domingues.
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O Centro de Operações Espaciais já funciona a partir de sua nova sede em Brasília. Como essa nova estrutura tem colaborado para os trabalhos do COMAE, principalmente em relação ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas? O COPE foi inaugurado no dia 23 de junho de 2020, operando a partir das novas instalações após um longo período de testes e certificações. O COPE conta com instalações de última geração, que foram projetadas com o objetivo de operar e monitorar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), cujo uso é dual, ou seja, civil e militar. Utilizando a Banda Ka, a TELEBRAS
Somos uma Força “ permanentemente engajada e comprometida com a sociedade brasileira e usamos todos os meios à nossa disposição com eficiência e eficácia.
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mercados, além de pesquisas que criam e formam novas tecnologias e recursos tão essenciais para o nosso cotidiano, como o funcionamento de GPS, sinal de televisão, e até mesmo a utilização de sistemas de rede de wi-fi e internet. No âmbito militar, atualmente, as Operações Espaciais vêm ganhando relevância no Teatro de Operações Moderno. A criação da Força Espacial dos Estados Unidos, em 19 de dezembro de 2019, e a recente alteração da Força Aérea Francesa para Força Aérea e Espacial (Armée de L´Air et de L´Espace), em 24 de julho de 2020, apontam-nos para a importância e extrema dependência militar no domínio espacial. As capacidades proporcionadas pelo espaço não são soluções para todos os problemas, mas ações complementares aos domínios terrestre, naval, aéreo e cibernético. Se uma Força Armada pretende ser vitoriosa no campo de batalha, ela deve dominar todos esses meios. Dentro desse conceito, o COMAE trabalha diuturnamente, garantindo a soberania no espaço aéreo brasileiro e as operações seguras no espaço exterior. Desde o início do emprego do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), o COMAE consegue distribuir comunicações robustas, de alto desempenho, garantindo a disponibilidade e o sigilo das informações tramitadas. Por meio de dois contratos internacionais, o COMAE controla três satélites de sensoriamento remoto, (EROS-B, ICEYE X2 e X4), adquirindo imagens de pontos de interesse, de maneira soberana, oportuna, de baixo custo, na frequência que as operações militares demandam. Além disso, ainda assessoramos os processos de aquisição das novas constelações de satélites previstas no Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), sendo o primeiro fruto desse programa o Centro de Operações Espaciais (COPE), que, no futuro, será responsável pela operação desses novos satélites.
distribui conexões de internet de alto desempenho, no âmbito governamental, possibilitando conectividade aos locais mais isolados do nosso Território Nacional, com alta disponibilidade e baixo custo. Operando a Banda X, o COPE garante as comunicações estratégicas para o âmbito da Defesa, apoiando as Operações Militares. O COPE representa um marco estratégico em prol da soberania nacional na área espacial e é fruto do PESE. O Centro está preparado para operar não apenas o SGDC, mas todos os outros satélites que futuramente serão lançados, decorrentes do PESE. Ele opera de forma integral, 24 horas por dia, e conta com militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro
e da Força Aérea Brasileira, além de profissionais civis da TELEBRAS. Para assegurar a disponibilidade dos serviços prestados e atuar com plena confiabilidade, o COPE tem capacidade de operação continuada, ininterruptamente, nos mais diversos cenários. Ele trabalha com um conceito de dupla redundância, que garante a segurança de sua operação. Dentre as organizações civis e militares nessa área, o COPE possui a classificação de TIER IV, nível de Certificação que confere o mais alto grau de confiabilidade de operação para sistemas de datacenter. O senhor poderia traçar um panorama de como deve ser o futuro da Força Aérea no campo do emprego do Poder Aeroespacial? Com o dinamismo dos dias atuais e a evolução tecnológica cada vez mais acelerada, o emprego do poder aeroespacial é motivo de contínuo planejamento e estudo por parte da Força Aérea. Em particular, os cenários nacionais e internacionais nos indicam que, para ter uma capacidade de Controlar, Defender e Integrar nosso País, precisamos estar na fronteira do conhecimento. Nesse contexto, é nossa visão ter uma Força Aérea bem dimensionada, reconhecida mundialmente, com meios reagindo oportunamente e em estreita cooperação com as demais Forças. Somos uma Força permanentemente engajada e comprometida com a sociedade brasileira e usamos todos os meios à nossa disposição com eficiência e eficácia, como já ocorre atualmente dentro do Comando de Operações Aeroespaciais. Assim, projeto que a incorporação de novas ferramentas tecnológicas, aeronaves, sensores e doutrina no campo do emprego aeroespacial, como, por exemplo, as relacionadas a satélites, aeronaves remotamente pilotadas, sistemas de Comando e Controle, e Inteligência Artificial, ocorrerão de maneira automática, rápida e constante. Aerovisão
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GUERRA SIMULADA NO SUL DO PAÍS Mais de 35 aeronaves e cerca de 400 militares do efetivo de Unidades da Força Aérea Brasileira (FAB) estiveram envolvidos na segunda edição do Exercício Operacional (EXOP) Tínia, realizado de 5 a 27 de novembro, nas Alas 3 e 4, em Canoas e Santa Maria, no Rio Grande do Sul. TENENTE JORNALISTA EMÍLIA MARIA
O
Comando de Preparo (COMPREP) é o responsável pela atividade, que segue a proposta de adequar os treinamentos nacionais ao perfil encontrado no cenário internacional, simulando um ambiente de guerra convencional, também chamada de guerra regular, ou seja, quando há um conflito entre forças armadas de dois países ou alianças de Nações, por meio
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de combates aéreos que simulam a disputa de um território. O objetivo é a manutenção da operacionalidade da FAB e de seus Esquadrões Aéreos, assim como dos Controladores de Tráfego Aéreo, dos Grupos de Defesa Antiaérea e de Comunicações e Controle. Além disso, treina a capacidade de desdobramento da Força e de manutenção com a atuação em conjunto dos Grupos Logísticos. O treinamento é fundamental para garantir a conti-
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nuidade da capacitação operacional dos militares da Instituição e a pronta -resposta para emprego nas missões reais executadas pela Força. Para garantir a segurança dos participantes e da população local, foi elaborado um plano de biossegurança com base nos protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde para o enfrentamento à COVID-19. Confira nas próximas páginas algumas imagens registradas durante o EXOP Tínia 2020.
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Em Canoas (RS), operaram três esquadrões das aeronaves de caça F-5, além do Esquadrão Pampa (1º/14º GAV), que é sediado na Ala 3. A manutenção dos aviões é feita de maneira integrada pelos Grupos Logísticos, otimizando recursos humanos e materiais
Os caças A-29 e A-1 realizaram as missões decolando a partir da Ala 4, em Santa Maria (RS)
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Soldado Kassiel / Ala 4
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
As aeronaves de caça F-5, A-1 e A-29 estiveram envolvidas no Exercício realizando simulações de combate aéreo. EXOP foi coordenado pelo Comandante da Ala 3, Brigadeiro do Ar Mauro Bellintani
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Cabo Ronaldo / 1º GDAE
Em Santa Maria, os Grupos de Defesa Antiaérea atuaram desdobrados no terreno
Aeronave F-5M realiza pouso com paraquedas durante o EXOP Tínia
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Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Atividades como controle de tráfego aéreo, comunicações e controle e manutenção, essenciais para o cumprimento das missões da FAB, também foram treinadas no EXOP Tínia
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Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Missões de Reabastecimento em Voo foram treinadas entre o KC-130 Hércules e as aeronaves de caça. Aeronaves radar E-99 também foram utilizadas para controle de tráfego durante as missões dos caças
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ALTA PERFORMANCE
PILOTOS SOB SENSORES: EM BUSCA DO MÁXIMO DESEMPENHO NAS ALTURAS Durante estudo com foco na alta performance dos militares, reações motoras e fisiológicas foram coletadas por sensores instalados em aeronave e nos próprios pilotos TENENTE JORNALISTA FLÁVIA ROCHA
Embora estudo seja aplicado a pilotos de helicóptero, resultados podem ser utilizados por profissionais de qualquer aviação
*Matéria produzida antes da pandemia
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Divulgação:DCTA
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Considerado como um dos
procedimentos mais difíceis
de serem realizados em helicópteros, o procedimento de autorrotação foi a escolha natural para a pesquisa, uma vez que sua correta execução é altamente de-
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om foco na alta performance dos militares, um estudo está sendo realizado no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), por meio do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), especialmente em seu laboratório de Bioengenharia, bem como pelo Hospital Israelita Albert Einstein e a empresa Edge Group, no qual pilotos de helicóptero, com diferentes níveis de experiência e treinamento, foram submetidos a voos de ensaios em condições de emergência simulada. Suas reações motoras e fisiológicas foram coletadas por um grande número de sensores instalados no helicóptero e nos próprios pilotos. A manobra escolhida foi a autorrotação, que consiste em um procedimento utilizado para pouso do helicóptero em emergência, quando, por algum
pendente de treinamento constante e específico
Coronel Aviador José Ricardo Silva Scarpari
motivo, o motor não mais fornece potência para o voo. “Considerado como um dos procedimentos mais difíceis de serem realizados em helicópteros, a autorrotação foi a escolha natural para a pesquisa, uma vez que sua correta execução é altamente dependente de treinamento constante e específico”, explica o Gerente Técnico da Divisão de Projetos do DCTA, Coronel Aviador José Ricardo Silva Scarpari. Embora realizado por pilotos de helicóptero, os resultados dessa campanha podem ser aplicados a pilotos de qualquer aviação. “Sobretudo na realização daquelas tarefas que exigem uma alta carga de trabalho e concentração dos pilotos, como na Aviação de Caça, bem como naquelas onde o desempenho depende muito da padronização e da capacidade de transferência de conhecimentos, como na instrução e formação de pilotos da AFA”, conta o Coronel Scarpari.
motor e todas as suas reações mecânicas e fisiológicas foram registradas por sensores especiais, como a seguir: Eye Tracking: permite que sejam gravados todos os movimentos dos olhos dos pilotos, a dilatação das pupilas, a frequência de piscadas e a projeção da imagem observada pelos pilotos durante toda manobra. Essa ferramenta permite a construção de “mapas de calor ” da sequência de visualizações do piloto durante determinada manobra, a verificação da velocidade de varredura, o padrão do cheque cruzado e as variações do nível de estresse, consequentes da variação do diâmetro da pupila do piloto. Galvanic Skin Response (GSR): um sensor instalado em um dos dedos do piloto e que mede a atividade das glândulas responsáveis pelo suor. Esse senNessa campanha, foram realizados testes com 12 pilotos de diferentes níveis de experiência e especialização nesse tipo de manobra
A busca pela alta performance dos militares Ainda segundo o Coronel Scarpari, as organizações e pessoas que as compõe devem aproveitar cada habilidade peculiar, potencializando-as e extraindo o máximo de desempenho, respeitando as limitações e buscando um equilíbrio entre a esfera profissional e pessoal. “Se por um lado a padronização é importante no ambiente militar, é exatamente na diversidade que reside a maior fonte de recursos para tarefas de alta performance”, diz. Nessa campanha, foram realizados voos com 12 pilotos de diferentes níveis de experiência e especialização nesse tipo de manobra, utilizando uma aeronave modelo AS-350 Esquilo da Força Aérea Brasileira, completamente instrumentada. Durante essa campanha de Ensaios em Voo, os pilotos foram submetidos a falhas inesperadas do Aerovisão
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sor capta rapidamente as mudanças fisiológicas causadas pelo estresse na manobra, refletindo as variações do sistema nervoso e indicando, de maneira muito consistente, as mudanças emocionais durante a realização das tarefas, principalmente em condições extremas e de alta carga emocional, como uma falha do motor. Respiration Belt: um sensor que mede a frequência de respiração do piloto durante a manobra permite registrar, inclusive, os momentos de apneia durante a realização de manobras de alta carga de trabalho e de estresse. Eletrocardiograma (ECG): sensor que registra a frequência cardíaca durante toda manobra, indicando as variações de velocidade de batimento do coração. Suas informações são bastante relevantes e conseguem indicar precisa e rapidamente as alterações das batidas do coração em cada umas das fases da emergência. Eletroencefalograma (EEC): sensor que mede e registra as ondas cerebrais. Com análises complexas, pode indicar os comandos do sistema nervoso, movimentos involuntários, piscadas e os níveis de concentração e atividade cerebral do piloto durante a manobra. Câmera de Reconhecimento Facial: operada por meio de um software de captação e interpretação de mais de 70 pontos de referência do rosto do piloto, indica alterações emocionais e comportamentais do piloto durante a manobra. Instrumentação de Ensaios em Voo (FTI): sensores instalados na aeronave que medem e registram todos os parâmetros importantes de voo, como os dados e regimes do motor, as atitudes, velocidades e acelerações angulares da aeronave, as informações do sistema anemobarométrico e todas as informações das posições e movimentos dos comandos de voo do helicóptero.
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Como os pilotos reagiram De acordo com o Gerente Técnico da Divisão de Projetos do DCTA, em geral, os pilotos mais experientes atingiram maiores picos de estresse durante a manobra numa velocidade maior que a dos outros pilotos e tiveram uma recuperação também mais rápida, indicando ser essa uma característica a ser buscada ou treinada. Da mesma maneira, tiveram uma variação da frequência cardíaca menor do que as dos demais pilotos e não entraram em apneia, indicando mais uma vez a importância do treinamento dedicado para uma tarefa específica. Finalmente, o uso dos óculos com tecnologia “eye tracking” forneceu “mapas de calor ” da sequência de visualização de cada instrumento, a frequência que os pilotos realizavam seus cheques cruzados, bem como a incessante procura do melhor local de pouso para aeronave. Em geral, os pilotos menos experientes concentraram sua atenção apenas na procura do local de pouso, sendo que parte dos pilotos, sobretudo os do grupo 3, não chegaram a olhar nenhuma vez para os instrumentos da aeronave, reagindo mecanicamente, ou instintivamente, nos comandos de voo, ignorando informações importantes para a solução eficiente do problema.
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BUSCA E SALVAMENTO Tripulação do 1º/8º GAV participou de resgate de homem ferido em uma embarcação na costa brasileira: momentos desafiadores
RESGATANDO VIDAS EM ALTO-MAR As missões de Busca e Salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, no mar territorial e, ainda, em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico. Foi neste ambiente, distante 500 quilômetros de terra firme, que a tripulação do Esquadrão Falcão (1°/8° GAV), sediado em Parnamirim (RN), protagonizou um resgate desafiador e emocionante. TENENTE JORNALISTA LETÍCIA FARIA
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nze profissionais: dois pilotos, dois operadores de equipamentos, um mecânico de voo, três homens de resgate, duas médicas e uma enfermeira. Essa foi a tripulação do H-36 Caracal, do Esquadrão Falcão (1°/8° GAV), que salvou a vida de um jovem que estava em um navio de Malta, na costa brasileira. Ele apresentava fratura exposta na perna esquerda, além de febre causada pela Osteomielite – uma inflamação do osso gerada por infecção
–, dor e perda de sangue. Há mais de um dia ele aguardava por socorro. O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) acionou a missão. Logo o Esquadrão iniciou o planejamento de interceptação do navio a partir do raio de atuação do helicóptero H-36, que mantém o Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro 24 horas por dia, sete dias por semana, em todos os dias do ano. “Identificamos a longa distância entre a tripulação e o navio
na costa brasileira, mais de 500 quilômetros. Isso fazia com que o socorro demorasse, a vítima corria risco de morte e, nesses acionamentos, o tempo é primordial. Por isso, o tempo resposta – notificação da ocorrência e entrega da vítima para suporte avançado de vida – precisava ser rápido para maior chance de sobrevivência e de mitigação de sequelas”, relata o Comandante do 1º/8º GAV, Tenente-Coronel Délcio Cláudio Santarem Júnior. Aerovisão
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Aeronave H-36 demonstrou sua versatilidade durante o resgate e avançou quase 500 quilômetros até o local do resgate
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Resgate desafiador No que se refere à capacidade de prover o serviço de Busca e Salvamento, para a Força Aérea Brasileira e para a modalidade de Resgate, a missão foi considerada um marco histórico. A estratégia aplicada pela Seção de Operações do Esquadrão Falcão fez com que o resgate tivesse duração de apenas cinco horas. “Para que chegasse mais rápido ao navio, a tripulação decolou de Parnamirim às 11h30 do dia 29 de maio e pousou em Fernando de Noronha para abastecimento do H-36, onde se fez necessária a utilização do tanque extra de mil litros de combustível, que adicionou à aeronave cerca de 30 minutos de autonomia. No retorno, em voo direto, às 16h30 estávamos com a vítima em solo, para encaminhamento ao hospital”, relata o Tenente-Coronel Santarem. Vários foram os momentos desafiadores para o cumprimento da missão. Dentre eles: a pouca margem de erro devido à proximidade da água e dos obstáculos do navio; a necessidade de manutenção da posição em relação à embarcação, já que o alvo estava em movimento; as restritas possibilidades de pouso; exfiltração ou extricação (quando uma vítima não pode sair por seus próprios meios); e a coordenação da equipe. “O principal desafio era socorrer a vítima antes do período noturno, o que aumentaria a complexidade do resgate. Todavia, o H-36 conta com alguns equipamentos que facilitam sobremaneira os procedimentos, como o voo pairado, com possibilidade de execução de arremetida (automatizada), característica ímpar no cenário de Asas Rotativas da FAB, além de computador de bordo capaz de fornecer continuamente a perda de altitude estimada em caso de falha de um dos motores durante o voo pairado”, lembra o Tenente-Coronel Santarem.
E participar de uma missão dessa envergadura, com a real possibilidade de salvar uma vida, é motivo de emoção para toda tripulação do Esquadrão Falcão. “A capacidade de levar o suporte médico ao tripulante do navio e poder trazê-lo para um hospital, com a velocidade que o helicóptero foi capaz de fazer, foi extremamente importante para que ele sobrevivesse. Nós treinamos para isso, para salvar vidas. Isso é motivo de orgulho”, menciona o Comandante. Equipe adestrada em resgate É necessário técnica e habilidade para atuar nos resgates de Busca e Salvamento. Para isso, é preciso seguir o Programa de Elevação Operacional (PEVOP), estipulado pelo Comando de Preparo (COMPREP) e que contempla treinamentos específicos. Para o Capitão Aviador Alan Dickson Brito de Medeiros, o momento mais difícil foi a manobra até o convés, um exercício mais complexo. “Nessa hora, nós temos que manter a posição do helicóptero em relação ao navio, que está em movimento, já que precisa de certa precisão para poder fazer o embarque e o desembarque da vítima pelo guincho”, conta. O Operador de Equipamentos atua na posição de “líder tático”, que comanda verbalmente as necessidades de deslocamento por conta de sua visualização simultânea da área de pickup (onde a vítima será retirada), do deslocamento da aeronave, do “resgateiro”– como também são chamados os homens de resgate – e o seu controle sobre o guincho de resgate da aeronave. O Mecânico de Voo auxilia no monitoramento dos instrumentos do helicóptero e está pronto para atuar em caso de panes em qualquer sistema da aeronave. Já os resgateiros realizam abordagem, preparação e, por vezes, fazem os primeiros socorros na vítima ao descerem em guinchos ou em cordas de rapel, com foco na missão de salvar vidas. O
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Esquadrão Falcão realizou o resgate em apenas 5 horas. Alto nível técnico e habilidade foram fundamentais para o sucesso da missão
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Capitão Leir / 1º/8º GAV
Esquadrões da FAB passam por treinamentos e avaliação operacional constantemente
tremamente pálido e desidratado, com dor e precisou de suporte ventilatório para manter níveis de oxigenação adequados. Iniciamos os procedimentos com hidratação endovenosa, antitérmico, analgésicos e antibióticos para a provável osteomielite, que, se não tratada a tempo, poderia evoluir para o óbito”, explica.
Sargento Diogo Ramos relata que a complexidade do resgate em convés é a infiltração do homem SAR (sigla do inglês Search and Rescue). “Apesar de o navio ser grande, existiam alguns obstáculos que poderiam comprometer o acesso. No entanto, o Operador de Equipamento e os pilotos conseguiram realizar o procedimento de forma segura para que pudéssemos chegar até a vítima”, conta, referindo-se ao resgate. O preparo especializado também ocorre com a equipe de saúde a bordo, para a continuidade de todas as etapas da prestação do serviço de Alerta SAR, missões de Evacuação Aeromédica (EVAM) e Resgate. A Tenente Médica Patrícia Bastos de Aguiar Martins Costa relembra as condições da vítima quando o resgateiro adentrou com o jovem no helicóptero. “Ele estava ex-
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Preparação contínua dos militares O Comando de Preparo (COMPREP) tem a responsabilidade de promover a progressão operacional dos militares da Força Aérea. Isto é, proporcionar treinamentos e avaliação operacional constantemente. Desse modo, adestra os militares para as mais variadas missões, a exemplo da que foi cumprida pelo Esquadrão Falcão. Para o COMPREP, o fato de os militares da FAB permanecerem em constante adestramento e capacitação resulta em um sentimento gratificante, já que o sucesso de cada missão reforça o dever cumprido pela Força Aérea e ratifi ca o compromisso do Brasil com o serviço de busca e salvamento. Qualquer pessoa que realize uma viagem em território nacional ou internacional estará devidamente amparada por esse serviço.
Interoperabilidade: SALVAERO E SALVAMAR A tripulação da embarcação fez o primeiro contato com a Marinha do Brasil por meio do SALVAMAR do 3° Distrito Naval (Com3°DN), solicitando apoio ao SALVAERO. “A Marinha do Brasil teve papel fundamental na missão, pois, logo que foram acionados, fizeram os contatos necessários para iniciar a missão”, reforça o Comandante do Esquadrão Falcão, destacando a importância da interoperabilidade para o cumprimento das missões. Agradecimento O jovem Anton Ostanin, de 24 anos, de nacionalidade ucraniana, é Cadete de Convés e exerce a profissão de marítimo. Após o resgate, ele foi atendido no Hospital Memorial São Francisco, onde precisou passar por cirurgia ortopédica e sessões de fisioterapia. Ostanin conta que o acidente ocorreu no momento em que auxiliava na oficina de proa do navio. “Chapas de aço deslizaram e acertaram a perna esquerda, causando a fratura exposta da tíbia”, relata. A tripulação realizou os primeiros socorros ao jovem, levando-o para a enfermaria, conforme orientação da equipe médica do navio. Em seguida, acionaram apoio para o resgate. “A equipe de alto nível técnico e habilidade na realização da operação foi de fundamental importância para o sucesso no final”, conclui.
FOTO: 5º/8º GAV
Para cumprir missões de Busca e Salvamento, os militares passam pelo Programa de Elevação Operacional (PEVOP), estipulado pelo Comando de Preparo (COMPREP), que contempla treinamentos específicos.
FOTO: 1-º/8º GAV
Atuação dos esquadrões nos resgates em convés A tripulação do Esquadrão Falcão tem sido acionada para outras missões de Busca e Salvamento, entre elas, o resgate em convés de um tripulante filipino com suspeita de pancreatite aguda, a bordo de um navio de Nova Orleans, Estados Unidos, que estava a 325 quilômetros da costa brasileira, próximo à Fortaleza (CE). Outro resgate foi de um tripulante indiano em um navio de bandeira das Ilhas Marshall que navegava a 65 km de Maceió (AL). O resgate de um Oficial da Marinha Mercante em navio de bandeira japonesa, distante 240 km da costa, em Natal (RN), por apresentar quadro de apendicite aguda e precisava de intervenção cirúrgica imediata. O Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV) Esquadrão Pantera, sediado na Ala 4 – Base Aérea de Santa Maria (RS), também atuou em missão de resgate em convés. Um homem que estava em um navio oriundo do Panamá foi resgatado a 100 km do litoral do Rio Grande do Sul (RS), por apresentar sintomas de malária. Os resgates empregam a técnica de voo pairado, isto é, o helicóptero se mantém parado até que o homem de resgate infiltre até o convés e resgate a vítima, transportando-a para a aeronave em segurança a fim de receber atendimento médico e o encaminhamento a hospitais.
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CENTRO INTEGRADO DE MANUTENÇÃO DE AERONAVES UNE AS TRÊS FORÇAS Unidade foi inaugurada com o objetivo de realizar de forma conjunta as inspeções em aeronaves das Forças Armadas, trazendo economia para as Instituições. TENENTE JORNALISTA JOÃO ELIAS
*Esta matéria contém imagens captadas antes da pandemia
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Cabo Camillo Junior / PAMA - SP Cabo Camillo Junior / PAMA - SP
No Centro Integrado, trabalham militares das três Forças Armadas
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Com a criação do Centro “Integrado de Manutenção foi
possível otimizar o emprego de recursos financeiros, estruturais, materiais e humanos. É um modelo inovador que resulta em grande economia dos recursos disponíveis, além de promover a troca de experiência, a padronização e a integração entre as Forças Armadas.
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Capitão AviadorJoão Mário Fernandes dos Santos
Com a internalização dos serviços pelas Forças Amadas, estima-se uma economia aproximada de mais de R$ 2 milhões por inspeção
Cabo Camillo Junior / PAMA - SP
Centro Integrado de Manutenção de Aeronaves, localizado na Base Aérea de São Paulo (BASP), sob a responsabilidade do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMASP), foi inaugurado em dezembro de 2018 com o objetivo de integrar as Forças Armadas, realizando de forma conjunta e concentrada a inspeção programada das aeronaves H-225M, comuns às Forças. A primeira inspeção finalizada foi a do helicóptero FAB 8516, conhecido na Força Aérea Brasileira (FAB) como H-36 Caracal, e operado pelo Esquadrão Puma (3º/8º GAV). A aeronave possui configuração similar nas três Forças, viabilizando a integração da manutenção. Na Marinha do Brasil, é conhecida como UH-15 e no Exército Brasileiro como HM-4 Jaguar. Atualmente, o Centro Integrado está realizando quatro inspeções simultâneas nas aeronaves H-36, UH-15 e HM-14, sendo duas aeronaves da Marinha do Brasil, uma da Força Aérea Brasileira e uma do Exército Brasileiro, de matrículas
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MB 7102 e MB 7201, FAB 8519 e EB 5003, respectivamente. A inspeção é dividida basicamente em cinco fases. A primeira é o recebimento da aeronave e a realização dos cartões iniciais que possibilitam a estocagem dos grandes itens e a desmontagem da aeronave. A segunda é a desmontagem dos sistemas e dos componentes a serem inspecionados. A terceira etapa é a inspeção dos itens da aeronave. A quarta é a montagem dos sistemas e itens. Com o vetor montado, restam somente os voos de cheques, mais conhecidos como voos de experiência. Após a finalização desses voos, o equipamento está pronto para retornar ao operador. “Com a criação do Centro Integrado de Manutenção, foi possível otimizar o emprego de recursos financeiros, estruturais, materiais e humanos. É um modelo inovador que resulta em grande economia dos recursos disponíveis, além de promover a troca de experiência, a padronização e a integração entre as Forças Armadas”, ressalta o Gerente Logístico do Projeto H-36, o Tenente-Coronel Aviador Dario Silvio Antonio Ricciardelli Junior. No Centro, trabalham atualmente 36 militares, sendo 31 da FAB e 5 da MB. Desses, 18 são da especialidade de Mecânica de Aeronaves, 3 da especialidade de Estrutura e Pintura, 12 da especialidade de Elétrica e Eletrônica e 3 da especialidade de Equipamentos de Voo. Oito militares do EB foram enviados para trabalhar em uma das inspeções. A estimativa de transferência de Graduados do EB é para o início de 2021.
O Centro possui capacidade de realizar inspeções em qualquer aeronave das três Forças. Atualmente, faz quatro serviços simultâneos Aerovisão
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O Suboficial Joelberte Silva Souza, da Marinha do Brasil, foi transferido do Esquadrão HU-2, sediado na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia - RJ, para o Centro Integrado de Manutenção e, atualmente, tem a função de coordenar as inspeções A/T no hangar. “Inicialmente, foi diferente trabalhar com militares e helicópteros de outra força; porém, ao padronizarmos tanto os processos de manutenção quanto os burocráticos, integramo-nos e constituímos apenas um time, o do Centro Integrado”, relata o militar. O Sargento Sebastião Alves Ferreira é o encarregado da inspeção da aeronave FAB 8519 e gerencia a execução das tarefas previstas pela Seção de Controle do PAMASP. “Toda manutenção é registrada nos livros das aeronaves e dos motores, além do registro no sistema de controle de cada Força, como o SILOMS no caso da FAB. Eu acompanho os demais técnicos em suas tarefas, verificando se os procedimentos descritos nos manuais estão sendo cumpridos, bem como na solução dos problemas e discrepâncias que possam surgir durante a manutenção. O resultado do nosso trabalho é entregar a aeronave segura
infraestrutura necessária para a execução das inspeções programadas da aeronave e os recursos humanos envolvidos propiciam uma economia de recursos financeiros significativa para a Nação
Com a criação do Centro Integrado de Manutenção, foi possível otimizar o emprego de recursos financeiros, estruturais, materiais e humanos
Coronel Aviador Marcos Dias Marschall
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Missão conjunta “O Centro Integrado de Manutenção é um resultado da aplicação de um conceito de manutenção inovador no âmbito do Ministério da Defesa. A concentração de toda a infraestrutura necessária para a execução das inspeções programadas da aeronave e os recursos humanos envolvidos, propiciam uma economia de
“A concentração de toda a
recursos financeiros significativa para a Nação. Ademais, é importante ressaltar a sinergia dos militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, na busca de soluções para uma correta gestão logística da frota, além da oportunidade de padronização e troca de experiências entre os mantenedores do projeto”, conclui o Diretor do PAMASP, o Coronel Aviador Marcos Dias Marschall.
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e disponível para operação nos Esquadrões”, destaca. Antes da criação do Centro, a inspeção A/T era realizada exclusivamente por empresa contratada. Como há uma economia de aproximadamente R$ 2 milhões por cada aeronave inspecionada, estima-se, somente no ano de 2020, conter um valor superior a R$ 10 milhões, recurso que poderá ser redirecionado para aquisição de suprimentos e aumentar a disponibilidade da frota.
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A aeronave C-105 Amazonas, operada pelo Esquadrão Onça, possibilita o cumprimento de uma vasta gama de missões: versatilidade é uma de suas características
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LANÇAR, SUPRIR, RESGATAR: 50 ANOS DA SAGRADA MISSÃO NO CENTRO-OESTE O Esquadrão Onça (1°/15° GAV), localizado em Campo Grande (MS), completa 50 anos de ativação atuando na integração do Centro-Oeste com as demais regiões do País e em missões humanitárias em diversos municípios, transportando pessoas e materiais e levando esperança para a população. TENENTE JORNALISTA JOÃO ELIAS
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esde o início da Operação COVID-19, em março deste ano, o Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1°/15° GAV) – Esquadrão Onça, Organização Militar do Comando da Aeronáutica (COMAER) sediada em Campo Grande (MS), atua no transporte de materiais (respiradores, máscaras e outros insumos), recursos humanos e enfermos entre as diversas regiões do País. Mas essas são apenas algumas das atividades dessa Unidade que foi ativada em 17 de setembro de 1970, então Base Aérea de Campo Grande, sob o comando do Major Aviador Hélio Pedreira Machado. Nesses 50 anos, o Esquadrão Onça atuou de forma a integrar o Centro-Oeste com o restante do País. Inicialmente, com as aeronaves canadenses C-115 Búffalo, realizou a sua primeira rota regular do Correio Aéreo Nacional e, algum tempo depois, essas mesmas aeronaves contribuíram para a construção das cidades de Sinop, Vera e Aripuanã, localizadas no Estado do Mato Grosso, transportando desde Aerovisão
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Acervo: 1º/15º GAV Pedro Martinelli
Inicialmente, com as aeronaves canadenses C-115 Búffalo, realizou a sua primeira rota regular do Correio Aéreo Nacional. Participou da construção da Rodovia Transamazônica, transportando óleo diesel, peças, comida e pessoal (Foto ao lado, C-115 lançando óleo diesel, no Rio Amazonas, para ser coletado)
casas pré-fabricadas até gado vivo. As condições de voo na época colocavam à prova a habilidade das tripulações. Na cidade de Aripuanã, por exemplo, os pilotos identificavam o local devido à névoa de uma cachoeira alta existente nas proximidades. O Esquadrão participou da construção da Rodovia Transamazônica, transportando óleo diesel, peças, comida e pessoal; apoiou o trabalho de cartografia do Rio Paraná e socorreu as vítimas da enchente de Santa Catarina no início da década de 80. Em 2008, aumentou seu raio de ação ao realizar missões no exterior. No mesmo ano, atuou no estado de Santa Catarina, novamente castigado pelas
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chuvas, transportando toneladas de donativos para os desabrigados. Em 2011, com a tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, o 1º/15º GAV atuou em auxílio à população atingida e aos órgãos públicos. Já no início de 2013, destacou-se no apoio às vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), tendo se destacado como meio de apoio durante a tragédia. Com o passar do tempo, os vetores também foram se atualizando. Em 1980, passou a utilizar as aeronaves de fabricação nacional C-95 Bandeirante, prosseguindo com o adestramento de suas equipagens. Nelas, suas tripulações voaram mais de 55 mil horas, lançaram mais de 150 mil paraquedis-
tas, cobrindo todo o território nacional e parte da América do Sul. Em 2008, tais aeronaves foram substituídas pelo C-105 Amazonas e, em 2009, também foram incorporadas ao Esquadrão as aeronaves C-98A Grand Caravan. As aeronaves atuais possibilitam a realização de uma vasta gama de missões. O C-105, dotado de recursos de autodefesa, de visão noturna e de comunicações seguras que inseriram a Unidade nos novos cenários da guerra moderna, é uma aeronave de categoria média que possui uma elevada capacidade operacional. Trata-se de um vetor moderno e bem equipado, o que o torna capaz de operar em qualquer Teatro de Operações da atualidade. Nas missões
1- C-105 Amazonas, aeronave de categoria média que possui elevada capacidade operacional
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2 de Assalto Aeroterrestre, destaca-se pela capacidade de efetuar lançamento de “carga leve” pelo método CDS (Container Delivery System), com um peso mínimo de 625lb (283,5Kg) até um peso máximo de 2.200lb (998Kg), excluindo o peso dos paraquedas; além do método Heavy, de cargas mais pesadas. Preparado para operação com óculos de visão noturna, possibilita o cumprimento de missões com baixa luminosidade. A Tenente Aviadora Jeciane Ribeiro de Lima Victório opera a aeronave C-105 e já participou de diversas missões. “Sinto-me imensamente grata por ter a oportunidade de pilotar esse vetor e de contribuir para o cumprimento de missões como o Plano de Apoio à
Acervo: 1º/15º GAV
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Tenente Enilton Kirchhof / Agência Força Aérea
2- O efetivo do Esquadrão no seu cinquentenário, com pilotos, mecânicos, mestres de carga e pessoal de apoio administrativo
Amazônia, levando mantimentos para as comunidades da região. Participei também de missões humanitárias contra a COVID-19, transportando materiais para os locais mais afetados. Tenho muito orgulho de fazer parte do efetivo do 1°/15° GAV, Esquadrão que tanto soma para a Força Aérea Brasileira e para o Brasil”, destacou. Já a aeronave C-98A capacita o Esquadrão a operar nas pistas curtas e, principalmente, nas regiões dos pelotões de fronteiras do Centro-Oeste. É uma aeronave versátil com capacidade de operar em campos não preparados e, comumente, é empregada nas missões de apoio à Marinha do Brasil, ao Exército Brasileiro e às diversas instituições governamentais.
Atualmente, o Esquadrão possui 59 militares entre tripulantes (Pilotos, Mecânicos e Mestres de Carga) e apoio administrativo. “Trabalhar no Esquadrão representa poder contribuir, na ponta da lança, com a atividade fim da Força Aérea, cumprindo missões relevantes para o Brasil. É um trabalho que exige muita dedicação e comprometimento, principalmente na Seção de Operações, onde, muitas vezes, somos acionados para trabalhar em finais de semana e feriados. Mas todo trabalho é gratificado ao saber que cada decolagem de uma aeronave do Esquadrão tem uma pequena contribuição de minha parte”, ressaltou o Mecânico de Voo Sargento Rômulo Andretto Barreiros. As missões do Esquadrão são inerentes à Aviação de Transporte, conforme demandadas pelo Comando de Preparo (COMPREP) e pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), destacando-se o Transporte Aéreo Logístico, Assalto Aeroterrestre, Infiltração Aérea, Exfiltração Aérea e Evacuação Aeromédica. “O Esquadrão Onça, além de atuar de forma a integrar o Centro-Oeste com o restante do País, contribui diretamente para o adestramento de equipagens das Unidades sediadas em Campo Grande e realiza missões juntamente com o PARA-SAR, como lançamento de paraquedistas nos mais diversos métodos; contribui no treinamento dos militares de outras Unidades que participam de operações de lançamento de carga, entre outras. Estar à frente de um Esquadrão tão importante e conduzindo um efetivo motivado e dedicado ao cumprimento da missão é extremamente gratificante”, enfatizou o Comandante do 1°/15° GAV, TenenteCoronel Aviador Marcelo Alexandre Browne Issa. Aerovisão
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DESENVOLVIMENTO AEROESPACIAL
BRASIL: PORTA DA HUMANIDADE PARA O ESPAÇO Concretização do Centro Espacial de Alcântara avança após assinatura de acordo entre Força Aérea Brasileira e Agência Espacial Brasileira. Com o projeto, País entra para a elite de lançadores de veículos espaciais. TENENTE JORNALISTA RAQUEL ALVES
Localização privilegiada de Alcântara (MA) é um dos diferenciais em relação a outros centros de lançamento no mundo
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Força Aérea Brasileira (FAB) tem desempenhado papel de protagonismo no setor espacial do País. Conhecido como a Janela Brasileira para o Espaço, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, pode tornar-se ainda mais relevante com seus bens e serviços sendo empregados em operações com lançadores não militares, compondo os meios disponíveis do Centro Espacial de Alcântara (CEA), que já se apresenta como um dos principais do Hemisfério Sul. Alcântara possui uma localização privilegiada que traz grande vantagem competitiva frente aos outros centros espaciais do mundo. Situado numa península, o CEA permitirá lançamento para amplo leque de órbitas, admitindo se alternar desde as órbitas equatoriais até as polares, sem as restrições comuns em outros centros de lançamento, operando de um único local. Outras vantagens competitivas do CEA advêm da estabilidade geológica - por estar no meio de uma placa tectônica -, da regularidade climatológica e da baixa densidade de tráfego aéreo, que minimizam a possibilidade de ocorrência de atrasos nos lançamentos e criam uma grande disponibilidade de janelas para essas atividades. Além disso, o fato de o Centro estar próximo à linha do Equador (2°18’ sul) possibilita a economia de cerca de 30% na massa de propelente para efetuar o impulsionamento dos veículos lançadores para órbitas geoestacionárias. Em fevereiro de 2020, após aprovação pelo Congresso Nacional, foi promulgado o decreto legislativo que oficializou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre os governos brasileiro e norte-americano. O AST assegura a proteção de tecnologias norte-americanas utilizadas em componentes embarcados em foguetes e
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CLA está em operação desde 1983, permitindo à comunidade científica nacional o acesso ao espaço para o desenvolvimento de estudos e pesquisas
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satélites, não bélicos, que serão lançados a partir de Alcântara. Aproximadamente 80% dos equipamentos espaciais do mundo possuem algum componente norte-americano. Por isso, o AST se mostra imprescindível para que o Centro Espacial de Alcântara entre no mercado global de lançamentos de cargas ao espaço em condições adequadas para competir. É do interesse do Brasil fomentar esse tipo de atividade comercial, pois irá atrair a indústria de produtos e serviços espaciais para o País, gerando recursos substanciais para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e trazendo novas alternativas de crescimento econômico e desenvolvimento socioeconômico. Acesso ao espaço O Centro de Lançamento de Alcântara é uma Organização Militar do Comando da Aeronáutica que opera há 37 anos, desde sua criação em 1º de março de 1983, cuja missão é executar atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, bem como a execução de testes e experimentos de interesse da Aeronáutica. Teve sua primeira operação de lançamento em 1990, com o foguete SONDA II. As operações do CLA são verdadeiros laboratórios de testes em ambiente espacial, permitindo à comunidade científica nacional o acesso ao espaço para o desenvolvimento de estudos e pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento, a exemplo
Acordo assinado em maio deste ano estabelece uma matriz de responsabilidades para a consolidação do Centro Espacial de Alcântara
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Acordo com a AEB Em maio desse ano, o Comando da Aeronáutica, em cooperação com a Agência Espacial Brasileira (AEB), firmou um acordo que permitirá à AEB atuar como interlocutora inicial para os interessados em empregar o CEA para lançamentos não militares a partir de área designada no CLA. “A referida área já estará disponível para esse fim e poderá ser utilizada a partir de 2021”, destaca o Presidente da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), Major-Brigadeiro do Ar Paulo Roberto de Barros Chã. O então Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Augusto Amaral Oliveira, disse, à época, que a cooperação firmada
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das engenharias, da biotecnologia, dentre outras. Além disso, em cada operação são testados novos dispositivos e equipamentos de segurança que passam a ser incorporados aos projetos de engenhos aeroespaciais em desenvolvimento no Brasil. A exploração de operações de lançadores não militares empregando o CEA é um novo passo e será fundamental para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro para a inserção do País no mercado espacial global. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, atualmente, o mercado espacial como um todo movimenta cerca de US$ 360 bilhões por ano. A expectativa é de que o Brasil possa atrair, pelo menos, uma parte do volume de negócios desse mercado.
Cerca de 500 veículos foram lançados pelo Centro de Lançamento de Alcântara em mais de 100 operações realizadas até hoje. Alguns dos lançamentos são da família de foguetes suborbitais VS-30, VS-40 e VSB-30. Esses veículos tiveram testes iniciais no CLA e já foram lançados em mais de 20 operações na Austrália, Noruega e Suécia, frutos de acordo de cooperação entre o Brasil e a Agência Espacial Europeia (ESA)
estabelece uma matriz de responsabilidades para a consolidação do CEA. “Isso permitirá que nós possamos, o mais rápido possível, ofertar a área de serviços que já temos disponível no atual Centro de Lançamento de Alcântara e, assim, concretizar o uso efetivo do Centro Espacial”, enfatizou o Tenente-Brigadeiro Amaral. De acordo com o Presidente da AEB, Carlos Augusto Teixeira de Moura, a cooperação dá início à fase de contato com empresas interessadas em utilizar as instalações de Alcântara para as atividades na área espacial. “Esse acordo estabelece claramente quais são os limites de atuação de cada Instituição. A AEB faz o trabalho inicial e cuida do licenciamento e, a partir disso, entrega o processo para o Comando da Aeronáutica para que estabeleça os contratos. É um passo importante para o início das atividades não militares em Alcântara”, disse. Soberania nacional A soberania nacional é respeitada no Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), pois, segundo o documento, a jurisdição de toda a área do CLA pertence ao Brasil e o acesso ao local vai continuar sendo controlado exclusivamente pelo governo brasileiro. O Vice-Presidente da CCISE, Brigadeiro do Ar José Vagner Vital, reforça o cuidado com o tema. “Com relação às operações e ao acesso às instalações dentro do Centro, as atividades serão acompanhadas e assistidas pelas autoridades brasileiras. Além disso, o AST deixa claro que as leis vigentes em toda a área são as leis brasileiras”, enfatiza. Sob a jurisdição do Ministério da Defesa, por meio do Comando da Aeronáutica, e com a participação da AEB, todas as atividades no Centro ocorrerão sob a supervisão do Brasil, exatamente como ocorre hoje.
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LANÇAMENTOS
EXCELÊNCIA NO MONITORAMENTO ESPACIAL estrutura do COPE foi preparada para que o trabalho seja realizado de forma ininterrupta. Além do SGDC, o COPE também opera a carga útil de satélites de sensoriamento remoto por meio de tratados com outros países. O Chefe do COPE, Brigadeiro Engenheiro Luciano Valentim Rechiuti, ressalta que o Centro está preparado para operar não apenas o SGDC, mas
todos os outros satélites que deverão ser lançados decorrentes do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE). “Hoje, o Centro já funciona de forma integral, 24 horas por dia, operado por militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, além de profissionais da Telebras”, completa o Oficial-General. Soldado Anderson Soares / Agência Força Aérea
Desde o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), no dia 4 de maio de 2017, o País passou a contar com um programa capaz de fornecer conexão de internet banda larga de alta velocidade em 100% do território nacional, beneficiando a comunicação no setor de Defesa e para a sociedade de modo geral. Segundo a Estratégia Nacional de Defesa, a Força Aérea Brasileira é a responsável pelo desenvolvimento da área espacial no País. É da FAB, em parceria com a Telebras, a incumbência pela operação e pelo monitoramento do satélite. O SGDC é operado e monitorado pelo Centro de Operações Espaciais (COPE), localizado em Brasília (DF), cuja nova sede foi inaugurada no dia 23 de junho deste ano. As instalações do COPE foram projetadas com alto nível de segurança e disponibilidade de rede, tornando-se referência pela complexidade e modernidade. Para suportar toda a infraestrutura da operacionalidade do satélite, a
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Nova estrutura opera a carga útil de satélites de sensoriamento remoto com tratados com outros países
PREVISÃO
METEOROLOGIA DA FAB: SERVIÇO INDISPENSÁVEL PARA UM VOO SEGURO O destino de um voo alterado por restrições das condições atmosféricas reinantes, um aviso do Comandante para atar cintos devido à presença de áreas de turbulência e uma arremetida causada por uma cortante de vento ou restrição de visibilidade ou teto são alguns dos muitos exemplos de como a meteorologia pode interferir diretamente em um voo TENENTE JORNALISTA LETÍCIA FARIA
O Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER) presta o serviço meteorológico aeronáutico de vigilância e previsão, com vistas à segurança e à eficiência do tráfego aéreo.
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“ O DECEA tem investido em novas tecnologias para garantir a vigilância meteorológica e o monitoramento da
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ara que essas situações aconteçam com a segurança exigida ou até mesmo para evitá-las, o assessoramento meteorológico se torna fundamental para a tomada de decisão do piloto. Nessa hora, entra em prática o trabalho do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que presta o serviço meteorológico aeronáutico de vigilância e previsão, com vistas à segurança e à eficiência do tráfego aéreo. O DECEA é responsável por assegurar condições necessárias para fluidez eficaz do tráfego aéreo do país, 24 horas por dia, por meio de uma complexa estrutura de radares, estações meteorológicas, centros de coordenação e outros recursos instalados no país. O Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro
atmosfera.
Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues
Estruturas e sistemas de monitoramento não sofreram alterações com a reestruturação do Serviço de Meteorologia Aeronáutica
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do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, reforça que meteorologia e aviação são atividades indissociáveis e que o Departamento emprega ações para incrementar a qualidade da prestação dos serviços. “O DECEA tem investido no emprego de novas tecnologias para garantir a vigilância meteorológica e o monitoramento da atmosfera. A centralização da prestação do serviço de vigilância e previsão meteorológica traz benefícios como a otimização de recursos humanos, a padronização das melhores práticas e a integração sistêmica”, completa. Criação do CIMAER: a Força Aérea do Futuro A ativação do CIMAER, localizado na Ponta do Galeão (RJ), completou em abril um ano e promoveu a centralização da prestação do Serviço de Meteorologia
Fabio Maciel / DECEA
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Aeronáutica, reduzindo os custos e aumentando a eficiência na prestação de serviço em apoio ao gerenciamento do tráfego aéreo. “O CIMAER obteve avanços consideráveis, como a mudança para as instalações do Centro Meteorológico Integrado (CMI) e a alocação de militares provenientes dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), localizados em Manaus, Recife, Brasília e Curitiba”, destaca o Tenente-Brigadeiro Heraldo. O Comandante do CIMAER,
Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia Francisco Pinheiro Gomes, define como intenso o primeiro ano de atuação do Centro. Os sistemas, rede de estações e constelação de radares meteorológicos não sofreram alterações com a reestruturação do Serviço de Meteorologia Aeronáutica. “O que mudou foi a centralização das atribuições e responsabilidade da rede de Centros, que era composta pelos Centros Meteorológicos Militares, de Vigilância e de Aeródromo, espalhados ao longo do território
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“O que mudou
foi a centralização das atribuições e a responsabilidade da rede dos Centros Meteorológicos Militares, de Vigilância e de Aeródromo espalhados ao longo do território brasileiro, atualmente unificados no CIMAER
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Entregáveis à sociedade O CIMAER segue as recomendações da Organização Internacional da Aviação Civil (do inglês, International Civil Organization Aviation - ICAO), para tanto, disponibiliza produtos meteorológicos indispensáveis para que a segurança aos aeronavegantes seja preservada, como: previsões para terminais de aeródromo; previsões para níveis baixos (abaixo de 10 mil pés) e para níveis altos (acima de 10 mil pés); serviço de vigilância para os 22 milhões de km² protegidos pela Força Aérea Brasileira; preparação ao elo do Sistema de Meteorologia e Defesa (SisMETDef) e do setor de Estudos e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE), localizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além de apoiar atividades que envolvem emprego militar, o CIMAER atende toda Circulação Aérea Geral, ou seja, empresas e táxis aéreos, aviação agrícola, helicópteros executivos e que Luiz Eduardo perez / DECEA
Tenente-Coronel Francisco Pinheiro Gomes
brasileiro, atualmente unificados no CIMAER”, explica.
atendem as plataformas de petróleo. “O Serviço Meteorológico Aeronáutico de Vigilância e Previsão é fundamental para qualquer intenção de voar. Nenhum aeronavegante voa sem planejamento meteorológico e isso perpassa pela atuação direta ou indireta de um previsor”, garante o Comandante. Efetivo do CIMAER: Oficiais e Graduados especialistas Com a aprovação do Regimento Interno do Comando da Aeronáutica (RICA 21-321, de 16/12/2019), o CIMAER formalizou sua estrutura organizacional com a criação das Divisões Operacional Técnica e Administrativa. “Mais de 90% do efetivo é formado por Oficiais e Graduados especializados em meteorologia aeronáutica. Assim, a vida vegetativa é tocada por especialistas”, aponta o Tenente-Coronel P. Gomes.
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alertas de condições severas em rota e das previsões meteorológicas para terminais dos aeródromos; previsões de escala sinótica, e outras. O Chefe do Centro Meteorológico Integrado do CIMAER, Major Especialista em Meteorologia Luiz Claudio Fernandez Junior, ressalta que a unificação e a integração do Serviço de Meteorologia Aeronáutica no Brasil proporcionam melhor aproveitamento dos recursos humanos e de meios técnicos. “O robusto processo de reestruturação acarretará, em um CIMAER disponibiliza produtos meteorológicos indispensáveis para que a segurança aos aeronavegantes seja preservada
futuro próximo, um salto de qualidade ainda maior nos serviços prestados aos usuários”, avalia. Para o Capitão Especialista em Meteorologia, Vicente Batista Rangel, Chefe da Comunicação Social do CIMAER, a atuação do previsor é um serviço indispensável para se voar de forma segura. Ele considera que a atuação dos profissionais do CIMAER impacta, direta e indiretamente, na soberania nacional. “Além de assessorar os vetores de defesa aérea, realizamos, ainda, uma atividade imprescindível para a economia do país, permitindo que o setor aéreo possa atuar e garantir que todas as atividades a ele ligadas sejam realizadas”, aponta.
Com 31 anos de serviço, o Chefe da Divisão de Operações, Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia José Eduardo Gonçalves Platenik, destaca que o meteorologista é o profissional com importância ímpar no contexto da FAB, seja no campo estratégico ou operacional. “Os previsores têm a atribuição de atuarem de forma integrada no Serviço de Previsão e Vigilância Meteorológica de toda a área de responsabilidade do Brasil, além de apoiar as atividades operacionais e de tomadas de decisão, relativas à meteorologia de defesa e climatologia aeronáutica”, comenta. Dentre as atribuições do previsor da FAB, estão: visualização e análise dos dados das estações meteorológicas espalhadas pelo país; processos de análises dos modelos numéricos de previsão do tempo; confecção de mensagens das condições significativas nos aeródromos, de
Quando a tendência de degradação na visibilidade horizontal durante um voo surge, é momento de alerta. Ao retornar para a Ala 6, em Porto Velho (RO), do Exercício Operacional Tápio, que acontecia na Ala 5, em Campo Grande (MS) durante o mês de setembro, a tripulação do Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º GAV) - Esquadrão Poti, a bordo do AH-2 Sabre, observou em Cuiabá (MT) uma atmosfera impactada por fumaça, com particulados suspensos que restringiam a visibilidade. A tribulação não seguiu o planejamento inicial de voo, a fim de evitar um cenário ainda mais restrito de visibilidade, optando então por retornar a local
seguro e viável para o pouso, encontrando um descampado. Porém, a única forma de comunicação era via aplicativo de mensagem, quando então foi estabelecido contato com o CIMAER, para o assessoramento meteorológico à tripulação. Diante da situação adversa presente na região do Pantanal, por conta das queimadas, o CIMAER orientou a tripulação até que houvesse condições climáticas favoráveis para seguir o planejamento de voo até o destino final. O Centro foi o prolongamento dos olhos da tripulação do Esquadrão Poti, demonstrando a proatividade, a rapidez e a perspicácia dos previsores para o cumprimento das missões. Divulgação: 2º/8º GAV / Ala 6
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PREVISORES DO CIMAER: OS OLHOS DOS PILOTOS
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Arcevo pessoal
Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
BICENTENÁRIO Por FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH é aviador, advogado e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar. Foi procurador do Estado de São Paulo, vereador, deputado estadual e deputado federal por São Paulo.
O fato mais “marcante do
Centenário foi a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Proeza notável...
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Ministro Aposentado do STM Flavio Flores da Cunha Bierrenbach
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O Brasil haverá de celebrar, em 7 de setembro de 2022, o Bicentenário da Independência. Lembro-me de que faz mais de vinte anos, o senador Marco Maciel, depois vice-presidente da República – exemplo raro de político com vocação de estadista –, formulou proposta para um planejamento do Bicentenário. Não sei o que aconteceu, se é que algo possa ter sucedido. O fato é que agora estamos a chegar perto, está logo aí, basta olhar adiante. Entretanto, é sempre útil ligeira memória; afinal, é a corrente da história que faz a ponte entre o passado e o futuro. Em 1922, a Nação festejou, com muita dignidade, o primeiro centenário de sua Independência. A cidade do Rio de Janeiro, então Capital da República, promoveu uma exposição internacional de grande prestígio. A cidade de São Paulo inaugurou o Museu da Independência e ergueu o Monumento do Ipiranga, em cuja cripta vieram depois a repousar os despojos do Imperador D. Pedro I e da Imperatriz D. Leopoldina. Enfim, o Centenário foi lembrado de norte a sul, de leste a oeste. O fato mais marcante do Centenário foi a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Proeza notável, sobretudo ao levar-se em consideração que, desde o voo pioneiro de Santos-Dumont em Paris, em 1906, sobre os prados de Bagatelle, até o Centenário, em 1922, mero lapso de quinze anos havia transcorrido. Os intrépidos aviadores navais portugueses Gago
Coutinho e Sacadura Cabral, em hidroavião Fairey, de fabricação britânica, após 60 horas de voo, chegaram com glória ao Rio de Janeiro. Foi uma navegação aérea sem precedentes, feita com bússola, relógio e sextante de bolha. Haviam decolado do Tejo, ao lado da Torre de Belém, do mesmo lugar de onde partiram as caravelas do Descobrimento, com outro almirante, Pedro Álvares Cabral. Diversos monumentos foram erguidos. Em São Paulo há um, em Interlagos, na beira da represa de Santo Amaro. Mas o Brasil ainda tem uma dívida histórica a acertar com Portugal e o Bicentenário oferecerá a melhor oportunidade de resgate. Trata-se de retribuir o feito dos portugueses, cem anos depois. Hoje é fácil. Um voo do Rio de Janeiro a Lisboa, no percurso inverso, levaria apenas cerca de doze horas. Pode levar menos, mas depende do tráfego aéreo. Mantemos esperança de que nestes dois anos tudo volte ao normal. Aliás, dois anos antes do Centenário, o País já enfrentara os efeitos devastadores da epidemia de “gripe espanhola”. Em 1922, já havia passado. Ademais, temos um avião brasileiro pronto para a missão. Projetado, construído e testado no Brasil, aí está o EMBRAER KC-390 para ser o vetor da Força Aérea Brasileira. É tarefa simples, pode ir até com uma tripulação mista, integrada por brasileiros e portugueses, aviadores e marinheiros. Mas precisa de planejamento.
Plano Odontológico Seu sorriso garantido
Três pacotes com variados procedimentos Rede credenciada com mais de 28 mil profissionais em todo o país Quem pode: militares e pensionistas das Forças
1 Obedecido o grau de parentesco estabelecido pelo plano Sujeito a alteração sem aviso prévio Consulte as normas e condições vigentes
Armadas e, como dependentes, seus familiares¹
0800 61 3040 www.fhe.org.br