Noticiário da Aeronáutica Ano XXXIII - nº 13 - 30 out 2010
CRUZEX V – O maior treinamento aéreo da América Latina
2S Johnson / CECOMSAER
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ais de três mil militares e 92 aeronaves de seis nações. Até 20 de novembro, o céu da região Nordeste será tomado pelo maior treinamento de Forças Aéreas da América Latina, o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX), um conflito fictício com emprego real de meios militares para a restauração da paz em uma região atingida por um grave conflito armado. Os países participantes formam uma força de coalizão para repelir a invasão do país Vermelho, que tomou parte do país Amarelo, em uma região com conhecido potencial de recursos minerais a serem explorados e com histórico de problemas nas fronteiras.
Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos e França integram essa Força de Coalizão que lidera os esforços mundiais para o restabelecimento da paz, na quinta edição do treinamento. Na vida real, o exercício possibilita uma importante interação e troca de experiências entre as Forças Aéreas das nações participantes. Neste ano, também estarão presentes observadores militares da Bolívia, Equador, Canadá, Peru, Inglaterra, Colômbia e Paraguai. “No dia-a-dia, os pilotos treinam, isoladamente, os diversos tipos de missões de caça. Na CRUZEX, esse treinamento será colocado em práti-
ca”, explica o Major-Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), responsável pelas aviações de caça e de reconhecimento da Força Aérea Brasileira (FAB). No treinamento, as Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e Recife serão as principais unidades operacionais, de onde partirão todas as aeronaves envolvidas no conflito. Caças brasileiros F-5 EM, F-2000 Mirage, A-1 e A-29 Super Tucano realizarão missões com o reforço de Rafales (França), F-16 (Chile e Estados Unidos), A-4AR (Argentina), A-37 e IA-58 (Uruguai). Leia mais página 3.
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ECEMAR
AZUVER - Jogos de guerra envolvem escolas de altos estudos militares no Rio de Janeiro
Oficiais-alunos participam do exercício AZUVER, no Rio de Janeiro
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ânico generalizado, violência e vandalismo gerados por grupos paramilitares têm sido registrados em importante pólo petroquímico e minerador. A região que herdou sérios problemas de delimitação de suas fronteiras é palco de inevitável conflito armado. Tropas de ambos os lados já se encontram posicionadas. Esse é o cenário que cerca de 400 oficiais-alunos, das três escolas de altos estudos militares das Forças Armadas Brasileiras, a Escola de Guerra Naval (EGN), a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e a Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) utilizarão para o exercício de campanha AZUVER, iniciado em outubro. O AZUVER é um conflito ar-
mado fictício, motivado pela disputa da região conhecida como Topázio e realizado anualmente pelos oficiaisalunos da EGN, ECEME e ECEMAR. Os participantes trabalham em dez Estados-Maiores Conjuntos, sendo cinco grupos do país Azul e outros cinco do país Vermelho. O exercício é dividido em três fases distintas: planejamento do comando conjunto, planejamento das forças componentes e interação. A simulação é favorecida por meio de um sofisticado sistema desenvolvido pelo Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), denominado “Projeto Marte”. Os oficiais-alunos também contam com o auxílio de software para o cenário, máquina de simulação e do portal de resultados, que possibilitam
o planejamento de missões aéreas, o confronto dos planejamentos e a visualização de todas as ações do AZUVER, inclusive na ECEME e na EGN. Na ECEMAR, novas instalações da sala dos jogos de guerra foram inauguradas para a execução do exercício simulado. O ambiente foi concebido com “layout” e equipamentos de tecnologia da informação e dispõe de sala de controle do jogo, de avaliação doutrinária e de arbitragem. Os jogos são supervisionados e estimulados pelo Ministério da Defesa e tem como lema “a visão integrada entre as Forças Armadas para a solução de operações militares”, e não podem ser encarados como uma guerra com vencedores e vencidos. Com esse tipo de treinamento específico, o grande objetivo é levar aos oficiais-alunos a oportunidade de planejar e empregar o poder militar de forma conjunta. O exercício AZUVER prepara oficiais superiores que irão compor os diversos Estados-Maiores do Ministério da Defesa e das Forças Armadas. Paralelamente, é realizado outro jogo de guerra exclusivamente para os oficiais-alunos das Forças Armadas de Nações Amigas: o jogo de guerra “Araribóia”. Sob a coordenação da EGN e com a participação dos oficiais-alunos daquela escola e da ECEMAR, o exercício é um jogo de guerra seminário e unilateral, no qual os participantes buscarão um intercâmbio acadêmico, profissional e a integração. Esta é a primeira vez que se realiza a atividade para oficiais estrangeiros do Curso de Comando e Estado-Maior.
NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Está autorizada a transcrição parcial ou integral dos artigos publicados, com o devido crédito. Os textos foram produzidos pelas respectivas unidades e/ou pela equipe de jornalismo do CECOMSAER. Assista a vídeos e ouça entrevistas no site da FAB (www.fab.mil.br). ISSN 1518-8558. Tiragem: 6.000 exemplares Chefe Interino do CECOMSAER: Cel Av Marcelo Kanitz Damasceno Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Ten Cel Av Marcelo Luis Freire Cardoso Tosta Edição: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira, 1º Ten QCOA JOR Alessandro Paulo da Silva e 2º Ten QCOA JOR Flávio Hisakasu Nishimori Jornalista Responsável: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira
Arte Gráfica e Diagramação: 3S SAD Jéssica de Melo Pereira CB SAD Lucas Maurício Alves Zigunow Internet: www.fab.mil.br - E-mail: redacao@fab.mil.br. Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar - 70045-900 Brasília-DF - Telefone: (61) 3966-9665 - FAX: (61) 3966-9755.
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m menos de dez anos a Força Aérea Brasileira modificou totalmente a sua forma de empregar o poder aeroespacial. Até então, operávamos de forma semelhante ao que foi empregado na guerra do Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80”, afirma o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à frente do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), ao falar sobre a importância dos conhecimentos aprendidos com o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX). O primeiro treinamento ocorreu em 2002. “Por meio de um processo de lições aprendidas, disseminamos internamente, para todos os níveis, manuais doutrinários, documentos e normas operacionais que são adaptadas a cada novo conhecimento. Criamos cursos e estágios para os
nossos militares, visando a especialização nas diversas atividades que são desenvolvidas nas modernas operações aéreas em combate. Mas, talvez, a maior mudança que realizamos foi a adaptação do currículo do Curso de Comando e Estado Maior, que é ministrado na Escola de Comando e Estado-Maior (ECEMAR) para todos os oficiais superiores da Força Aérea. A modernidade e os conhecimentos que são ministrados neste curso não ficam atrás do que é ensinado nas melhores Forças Aéreas do mundo”, afirma o Comandante do COMGAR, um dos responsáveis pela criação do exercício. Leia a íntegra da entrevista com o Comandante do COMGAR na edição deste mês da revista Aerovisão, em www.fab.mil.br. Acompanhe as notícias do exercício em: www.cruzex.aer.mil.br
CRUZEX - Entenda o conflito fictício
S2 Sérgio / CECOMSAER
CRUZEX ajudou a revolucionar o emprego da Força Aérea
O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Burnier, Comandante do COMGAR
Aeronaves de caça brasileiras envolvidas A-1
F- 2000
A-29
F-5EM
ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
7º/8º GAV
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AMAZÔNIA SECA - Aeronaves militares transportam 600 toneladas de alimentos na região Norte havia transportado 500 toneladas, empregando duas aeronaves C-130 Hércules (1°/1° GT e 1° GTT) e dois C-105 Amazonas (1°/9° GAV) num esforço aéreo de aproximadamente 150 horas o equivalente a pouco mais de seis dias ininterruptos de voo, com a realização de missões até nas madrugadas. Cerca de 40 mil famílias do interior do Amazonas, em municípios que já se encontram em estado de emergência, serão beneficiadas com a distribuição de alimentos. “O que mais me impressionou
foi a cena do rio completamente seco perto da localidade de Tefé. Por isso a importância da distribuição de alimentos para a população ribeirinha, que agora não pode mais contar com as embarcações”, afirmou o Major Alexandre Nogueira, comandante de uma das aeronaves C-130 Hércules que auxiliam na operação de ajuda humanitária. Força Aérea FM – Ouça entrevistas em http://www.fab.mil.br/portal/ capa/index.php?page=forcaaereafm &entrevista=119
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COMAR VII
Aeronaves da FAB transportam alimentos que serão distribuídos na região Norte, para vítimas da seca na Amazônia
1º/9º GAV
A Força Aérea Brasileira iniciou em outubro uma operação de ajuda humanitária às vítimas da seca na Região Amazônica. A ação inclui o transporte de alimentos, medicamentos e kits de higiene arrecadados pela Defesa Civil do Amazonas para os municípios atingidos pela estiagem. Ao todo, serão transportados cerca de 600 toneladas de mantimentos para os pólos de recepção da Defesa Civil nos municípios de Tabatinga, Cruzeiro do Sul e Tefé. Até o dia 18 de outubro, a FAB já
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1º/8º GAV
ELEIÇÕES - Força Aérea transporta urnas eleitorais para 73 localidades isoladas em 6 Estados
Aeronaves da Força Aérea apoiaram o transporte de urnas eleitorais
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urante as eleições, aeronaves da Força Aérea Brasileira transportaram 495 urnas para 73 localidades de difícil acesso no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão e Pernambuco. A operação envolveu sete tipos de aviões e helicópteros para o transporte de equipamentos e de 1760 profissionais dos tribunais regionais eleitorais, infraestrutura necessária para que a
população dessas localidades pudesse exercer o direito de votar. Entre as regiões atendidas há aldeias indígenas e cidades inacessíveis por estradas e rios. “Sem o apoio da Aeronáutica, seria impossível que brasileiros de pelo menos 10 localidades votassem. Reconhecemos que é realmente uma operação gigantesca, de guerra, para fazer valer a cidadania”,
disse o diretor do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, Maydano Fernandes. As aeronaves levaram urnas para localidades distantes, como Marechal Thaumaturgo, a cerca de 600 quilômetros de Rio Branco, com 13 mil habitantes, e para Santa Rosa do Purus, a 300 quilômetros da capital, com aproximadamente quatro mil moradores. Em oito localidades na zona rural de São Felix do Xingu e de Jacareacanga, no Pará, 3.260 brasileiros, a maioria de origem indígena, puderam votar. “É um esforço muito grande e importante. O apoio da Aeronáutica faz-se imprescindível para que esse grande momento se realize com sucesso. Para nós, é uma grande alegria”, afirmou o diretor de Logística do TRE-PA, José Edgar Tocantins Melo. No Maranhão, a FAB levou com 15 urnas a seis localidades. Numa média climática de 35 graus centígrados, os pilotos voaram mais de seis horas por dia. “É muito gratificante para todos nós saber que estamos contribuindo para este momento tão importante para o país “, disse o comandante de umas das aeronaves, Capitão Waldir Gava, do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV).
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ilitares da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram, no Chile, da Operação Cooperación I, o primeiro exercício de integração entre forças aéreas americanas cujo objetivo é fortalecer a cooperação entre os países membros do Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA). O Brasil enviou 62 militares e três aeronaves, um avião C-105 Amazonas e dois helicópteros H-60 BlackHawk. Ao todo, 44 aeronaves de treze países e mais de 35 aviões civis do país anfitrião completaram o cenário do treinamento da operação, que teve como pano de fundo uma catástrofe
ocorrida na região sul do Chile, em consequência de um abalo sísmico e de um tsunami (fictício). A estrutura fornecida pelos 13 países participantes - Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai – foi empregada no apoio às vítimas desse cenário fictício de tragédia. O exercício terminou com mais de 750 horas voadas, cinco mil passageiros transportados e 60 toneladas de carga distribuídas. O objetivo do treinamento foi padronizar procedimentos e definir uma metodologia de trabalho comum. ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
SD Silva Lopes / CECOMSAER
Forças Aéreas treinam para situações de catástrofes
Helicóptero da FAB sobrevoa os Andes
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Senadores e deputados federais homenageiam a Aeronáutica em sessão solene
o telão da Câmara dos Deputados, a decolagem, o voo de tantas máquinas, a defesa aérea, o trabalho humano, operacional, profissional. A sessão do dia 20 de outubro nem havia começado e, no plenário, todos já olhavam para o alto. Olhavam também para dentro de uma instituição prestes a completar 70 anos e que seria a homenageada por deputados federais e senadores - 23 de outubro é o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB). A sessão solene no Congresso Nacional foi proposta pelo senador Inácio Arruda e do deputado federal Marco Maia. O evento contou com a presença do General-de-Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército e que também representou o Ministro da Defesa, do TenenteBrigadeiro-do-Ar Juniti Saito, do Comandante do 7º Distrito Naval, Vice-Almirante Walter Carrara Loureiro, além de oficiais-generais das três Forças Armadas. Catorze deputados e senadores discursaram durante o evento.“Orgulha-nos contar com uma Força Aérea apta a atuar em qualquer cenário e que conta com profissionais compromissados com o Brasil”, disse o deputado Marco Maia. O senador Inácio Arruda destacou
SD Sérgio / CECOMSAER
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Parlamentares destacaram as diferentes atividades da FAB e enalteceram profissionais
o papel das iniciativas da FAB no desenvolvimento do país. “O Correio Aéreo Nacional, por exemplo, tem uma história de integração do nosso território continental. O Congresso tem uma profunda admiração pela bravura desses profissionais de rara dedicação à pátria”, afirmou. O deputado Emanuel Fernandes, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), destacou os avanços nas áreas de ciência e tecnologia promovidos pela instituição. “Pela minha convivência nesse ambiente, conheço a capacidade transformadora e a colaboração com a
indústria nacional”, contou. O senador Adelmir Santana também discursou e lembrou a missão da FAB no Haiti. “Foi uma missão inesquecível de solidariedade reconhecida no Brasil e no mundo”, enfatizou. A senadora Serys Slhessarenko exemplificou que, nesta semana, a FAB realizou transporte de mantimentos para áreas isoladas na Região Amazônica por conta da seca. “A Aeronáutica tem trabalhado tanto durante secas como enchentes, mobilizando militares para atuar nas mais diferentes situações. Parabéns, vocês são heróis da Pátria.”
COMEMORAÇÕES - Portões abertos atraem 190 mil pessoas escolha do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira lembra o feito do inventor Alberto Santos Dumont que, em 1906, alçou voo, pela primeira vez, a bordo de um aparelho mais pesado que o ar, o 14-Bis. Ao longo do mês de outubro, mais de 190 mil pessoas acompanharam os portões abertos realizados pelas Bases Aéreas de Brasília, Florianópolis, Santa Maria e Campo Grande, além do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Belo Horizonte.
SO Prieto / EDA
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Mascote dos Jogos Mundiais Militares vai se chamar “Arion”
FIESP
Simpósio discute reaparelhamento das Forças Armadas
O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, participou de evento na FIESP, em São Paulo
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Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), por meio de seu Departamento da Indústria de Defesa (COMDEFESA), realizou (6/10) simpósio para discutir o reaparelhamento das Forças Armadas. Além de empresários do setor, o evento reuniu o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, os Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. No simpósio, o Ministro da Defesa ressaltou a posição estratégica de cooperação do Brasil na América do Sul detalhando que a Estratégia Nacional de Defesa está assentada em três eixos principais: reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria de defesa e composição do efetivo das Forças Armadas. O ministro adiantou ações estratégicas que estão sendo planejadas. “Entre essas medidas podemos citar a formação de um quadro de especialistas de defesa; o fomento de pesquisa de materiais e equipamentos com a utilização de tecnologia nacional e o início de uma operação de paz no Líbano, a exemplo do que ocorre no Haiti. Nesse tipo de missão a intenção não é fazer a paz, mas sim auxiliar na manutenção da paz.” O diretor do COMDEFESA, Jairo Cândido, afirmou que a finalidade do Departamento da Indústria de Defesa da FIESP é atuar no desenvolvimento de projetos de defesa.
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rion”. Assim será chamada a mascote do Rio 2011. Em votação que mobilizou, durante 22 dias, 81.537 pessoas em todo o Brasil, e até do exterior, o nome escolhido venceu com 41.069 votos, o que significa uma diferença de 15.730 votos em relação ao segundo colocado, Turi, que obteve 25.339 votos. Em terceiro lugar ficou Super-Pax, com 15.129 votos. Arion, de origem grega, significa: “o que tem energia”. As três opções que estavam em votação foram selecionadas a partir de uma pesquisa que pretendeu apresentar um nome que expressasse os valores e pontos fortes das Forças Armadas: probidade, abnegação, patriotismo, veracidade, imparcialidade e a imagem soldado-herói. Os 5º Jogos Mundiais do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) - Rio 2011 tem como tema central a promoção da paz por meio do esporte. Assim, usando o símbolo mágico da pomba branca, o desenhista Mauricio de Sousa, usou como inspiração um menino que se transforma em um superatleta militar futurista para ilustrar essa idéia. ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
Segundo o autor, a pomba acompanha o menino em todos os seus momentos e dá vida aos seus desenhos de soldadinhos da infância, criando a Tropa da Paz. Para o Coordenador Geral dos Jogos Mundiais Militares, General Jamil Megid Junior, o público teve uma participação especial na escolha do nome da mascote. “Foi importante a participação do público na seleção do nome que simboliza o espírito esportivo, a energia brasileira e a determinação do atleta para vencer.” O menino e sua tropa da paz – representando as Formas Armadas e Forças Auxiliares – estarão juntos para encantar a todos e transformar os Jogos Rio 2011 em um experiência cheia de aventuras e magia. Dentro do projeto de criação do Arion, estão previstos desenhos em 3D, animação gráfica de 30 segundos e revista em quadrinhos, assim como diversos produtos licenciados com a exposição da mascote como: jogo da memória, quebra-cabeça, imãs de geladeira e papelaria, entre muitos outros. (Assessoria Rio 2011)
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Homenagem
1960
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Academia da Força Aérea: 50 anos de uma história de pioneiros
marcha e as palavras ecoadas dos cadetes encontram-se com os olhos antigos, que insistem em ficar molhados. A vista assiste a duas histórias, como se fossem “filmes”. Uma, presente, de cenário transformado. Outra, memória, do ano de 1960, de terra, grama, tratores, construções. Os “filmes” que passam pela cabeça e pelo coração desses homens contam a mesma história. Cinquenta anos depois, pioneiros da implementação do destacamento em Pirassununga (SP), do que viria a se tornar a Academia da Força Aérea (AFA), voltaram ao lugar que ajudaram a erguer e se emocionaram com homenagens que receberam. Era unânime entre eles que tudo estava diferente, mas que, também, em cada pedaço daquele chão, parecia que o tempo não havia passado. “Voltar aqui é muito emocionante para todos nós. O que nós fizemos foi um trabalho de desbravadores. Foi tudo muito difícil e especialmente gratificante”, disse o TenenteBrigadeiro João Felippe Sampaio de Lacerda Júnior, hoje na reserva, e um dos pioneiros da construção da nova escola de aviação da Aeronáutica. Em Pirassununga, só havia dois hangares e salas vazias. Antes, os aviadores eram
formados no lendário Campo dos Afonsos (RJ) e que, com o aumento do tráfego aéreo na capital fluminense, a escola teve que ser transferida para um lugar de menor volume de aviões. Um dos comandantes do destacamento foi o então Capitão Rivaldo Gusmão de Oliveira Lima. “Passei oito anos aqui. Antes, participei dos trabalhos do destacamento de Brasília. Foi parecido. O espaço era cercado de plantações. Havia apenas a vontade e a convicção dos militares e civis que atuaram nesse lugar”, disse o coronel aposentado. Trabalhava com o Capitão, o Cabo José de Vargas Soares. Ele lembra que, além de dois hangares, havia apenas estradas de terra e mato. Ele era mecânico. “´E muito importante imaginar que participamos disso tudo aqui”, comentou. Ele lembra ainda do cheiro de querosene na pista das aeronaves que chegavam com materiais para construção da nova escola. Saudade – O Brigadeiro Roberto de Carvalho Rangel lembra que, durante a construção, os militares trocavam algumas vezes a farda durante o dia tamanho era o volume de poeira. “É muito gostoso ver tudo pronto. Fui muito feliz aqui e fiquei muito sensibiNOTAER nº 13 - 30 out 2010
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lizado ao assistir ao desfile. Não pude conter as lágrimas”, disse. O hoje Coronel Neri Nacimento também ficou sensibilizado em voltar à Academia. “Acho que surgiu uma escola muito maior e melhor do que imaginávamos. Claro que bate uma saudade muito grande de tudo aqui. Quem veio depois fez obras maravilhosas”. Ele serviu na época da construção e depois durante a década de 70 como instrutor e no setor de apoio. “Se pudesse voltar, faria tudo de novo. Com a idade que eu tenho ou com a idade que eu tinha”. Um dos pioneiros e também excomandante da AFA, o Major-Brigadeiro Lauro Ney Menezes agradeceu a oportunidade e as homenagens que a escola fazia. “Gostaria de lhes confessar a emoção que toma conta do peito do velho aviador”. Esse momento traz de volta esses homens que foram destacados para o campo de Pirassununga. O atual Comandante da Academia da Força Aérea, Brigadeiro-do-Ar Roberto Carvalho, disse que foi uma honra receber os pioneiros do destacamento precursor da Academia da Força Aérea. “Nada que existe hoje aconteceria sem que esses homens tivessem trabalhado há 50 anos”.