NOTAER - Novembro de 2014

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Ano XXXVII

Nº 11

Novembro, 2014

ISSN 1518-8558

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

www.fab.mil.br

Brasil apresenta o KC-390 ao mundo Págs. 8 e 9 Operação Amazônia

Dia do Aviador

Mais de 4 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira participaram da Operação Amazônia 2014, promovida pelo Ministério da Defesa. O exercício conjunto foi realizado no Amazonas e em Roraima. Pág. 4

Várias atrações marcaram o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira no Mês da Asa, comemorado em outubro. Confira os eventos que foram destaque, como a entrega da Ordem do Mérito Aeronáutico. Págs. 6 e 7

Gripen NG FAB assina com a empresa SAAB o contrato para aquisição de 36 caças Gripen NG. As entregas começam em 2019. A indústria nacional vai participar no desenvolvimento e na fabricação das aeronaves no Brasil e na Suécia. Pág. 9

Missão Haiti Vinte e nove militares de unidades do Sul do país vão integrar o 21º Contingente Brasileiro na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). O embarque do Pelotão está previsto para o mês de novembro. Pág. 11


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CARTA AO LEITOR

Expediente

A edição do NOTAER deste mês tem como matéria principal a apresentação da aeronave KC-390, a maior e mais moderna fabricada no Brasil. O avião vai trazer novas perspectivas e mudanças significativas para a Aviação de Transporte da FAB, assim como para os esquadrões que irão operá-lo. Uma outra boa notícia é a assinatura do contrato de aquisição dos 36 caças Gripen NG. Preparamos também uma retrospectiva dos principais eventos que marcaram o Mês da Asa em diversas localidades do país. Nossa cobertura também

se estende para fora do território nacional. Fizemos uma reportagem especial sobre a participação de 73 militares e cinco aeronaves da FAB no Exercício Salitre, em Antofagasta, no Chile. Ainda com relação às missões no exterior, ressaltamos, neste exemplar, o engajamento do 8º Pelotão de Infantaria da FAB para compor o 21º contingente da Missão de Paz no Haiti. A Força Aérea envia militares para esse tipo de operação desde 2011. Finalmente, destacamos o trabalho incansável dos esquadrões que transportaram as urnas eleitorais, tanto no primeiro quanto no segundo

FOTO: SGTJOHNSON / CECOMAER

Novas perspectivas

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Max Luiz da Silva Barreto

Chefe da Seção de Divulgação: Major Aviador Bruno Pedra

turno. As missões foram realizadas em locais de difícil acesso nas regiões de fronteira com o Peru e Bolívia, onde só é possível chegar

por meio de helicópteros. A todos uma boa leitura!

Chefe da Seção de Produção: Major Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis

Brig Ar Pedro Luís Farcic Chefe do CECOMSAER

Chefe da Agência Força Aérea: Tenente Jornalista Humberto Leite Editor: Tenente Jornalista João Elias (Registro Profissional nº 8933 / RS)

Dispositivos suspeitos: Evil Twin Access Point informações sobre as conexões anteriormente realizadas. Se um usuário conectou seu aparelho celular, ou laptop, alguma vez em uma rede com o nome “aeronautica”, o aparelho do usuário transmitirá a mensagem: “O ponto de acesso ‘aeronautica’ se encontra por aqui?”. Os ETAPs recebem essa mensagem e respondem: “Sim. O ponto de acesso ‘aeronautica’ sou eu”. Quando o usuário conectar seu dispositivo móvel no ETAP, o atacante terá a capacidade de monitorar o tráfego do seu alvo e, até mesmo, modificar o seu conteúdo. Para que isto ocorra, o atacante precisa enviar um sinal mais forte que o ponto de acesso (roteador) original. Os ETAPs têm a aparência externa semelhante a um roteador. No geral, são pequenos, possuem antenas e pontos de

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Um ponto de acesso de rede sem fio instalado com o objetivo de explorar usuários é conhecido como Evil Twin Access Point (ETAP). Este aparelho possui um conjunto de softwares que realizam o mapeamento de todos os aparelhos que procuram por redes sem fio em uma região. Com esta informação, os ETAPs são capazes de criar redes wifi com o nome (SSID) de rede que os aparelhos dos usuários estão procurando. Assim, um usuário que tenha permitido que o aparelho celular estivesse procurando por redes sem fio abertas, ou uma que já conhecia, poderá conectar a um ETAP, passando sua conexão por este dispositivo malicioso. Isto é possível porque um aparelho que usa a tecnologia wifi (rede sem fio) é feito para transmitir pacotes que contém

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) direcionado ao público interno.

conexão USB e de rede (RJ45). Alguns modelos fazem uso de uma bateria externa. Muitos desses dispositivos permitem a conexão com redes cabeadas e redes celulares (3G ou 4G), possibilitando o controle remoto do dispositivo. O atacante instala esse tipo de aparelho nas proximidades do seu alvo de forma que o sinal seja mais forte que o ponto de acesso legítimo. Nesta hora vale a criatividade do atacante. O ETAP pode ser colocado dentro de uma caixa, uma mochila, uma gaveta, uma lixeira, ou até mesmo, no estacionamento dentro de um automóvel. Com o uso de antenas direcionais o ataque pode ser feito inclusive a distância. Há algumas maneiras de se proteger: - as equipes de segurança podem realizar varreduras;

Repórteres: Ten JOR Humberto Leite, Ten JOR Emille Cândido, Ten JOR Flávio Nishimori e Ten JOR Jussara Peccini. Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Ten FOT José Mauricio Brum de Mello, Sargento Emerson Guilherme Rocha Linares, Sargento Santiago Moraes Moreira, Sargento Marcella Cristina Mendonça dos Santos e Cabo Pedro Henrique Sousa Bezerra.

- os usuários podem usar conexões criptografadas, como por exemplo VPNs (Virtual Private Networks). Hoje em dia existem aparelhos que são capazes de imitar redes sem fio que os aparelhos dos usuários já “conheciam”, passando-se por eles, e roubando ou modificando informações. Se você perceber a existência de algum ponto de acesso irregular, informe ao oficial de inteligência de sua organização imediatamente. (Centro de Inteligência da Aeronáutica)

Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: redacao@fab.mil.br Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


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PALAVRAS DO COMANDANTE

Um novo capítulo na história da FAB emos muito para nos orgulhar. O mês de outubro de 2014, mês do aviador, entrou para a história da Força Aérea Brasileira. Dois marcos históricos foram alcançados: a apresentação oficial do KC390 e a assinatura do contrato do Gripen NG. A partir de 2016, nossa Aviação de Transporte terá em seus pátios operacionais uma das aeronaves de transporte mais modernas do mundo. O KC-390 vai ampliar a capacidade do Brasil em todas as missões hoje realizadas pelos C-130 Hércules. O número de aeronaves, 28, também constitui uma frota à altura das dimensões e dos desafios do Brasil.

Três anos depois, em 2019, aterrissarão por aqui os primeiros caças Gripen NG. Será a primeira vez na história da Força Aérea Brasileira que iremos operar uma aeronave supersônica verdadeiramente inédita no planeta. Brasileiros irão participar do término do desenvolvimento do Gripen NG e vão construir unidades na Suécia e no Brasil. Com a transferência de tecnologia e a efetiva atuação como parceiro do projeto, o País poderá, inclusive, lucrar futuramente com exportações de caças ou de componentes únicos. O Gripen NG brasileiro, por exemplo, terá um display de tela única, criado e produzido aqui.

Além dos ganhos econômicos, essa visão conjugada entre aumento da capacidade operacional e participação da indústria brasileira representa, tanto no projeto do Gripen NG quanto do KC390, a independência necessária e o completo domínio de aeronaves fundamentais para a defesa do País. Já não somos mais apenas clientes ou espectadores do mercado internacional de aeronaves. Nesse mês do aviador, seguindo os passos de Alberto Santos Dumont, o Brasil deixou claro o seu papel de protagonista. Parabéns, Brasil!

Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito Comandante da Aeronáutica

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

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ELEIÇÕES 2014

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s Estados do Acre e A m a p á r e c e b e ra m apoio da Força Aérea Brasileira para a distribuição de urnas no primeiro e no segundo turno das eleições. Os locais são de difícil acesso, como seringais, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas. Dois helicópteros H-60 Black Hawk e um H-36 Caracal foram empregados. Duas das localidades mais distantes atendidas foram as comunidades de Foz do Breu e Aldeia Cruzeirinho, no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru. São as mais afastadas no ocidente brasileiro. Para se ter uma ideia, a cidade mais próxima, Marechal Taumaturgo, fica a dez horas de barco

dessas localidades. “Não há como medir a distância por terra. Não há estradas. São comunidades longínquas. É raro os moradores saírem até os centros urbanos”, explica o Diretor-Geral do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, Carlos Vinícius Ferreira Ribeiro. No total, o Acre possui 101 localidades de difícil acesso. Urnas e mesários foram transportados para 42 seções eleitorais situadas em aldeias, seringais e comunidades rurais. Os rios são a principal via de transporte na região. Nesta época, a maior parte deles está abaixo do nível normal ou seco, tornando a navegabilidade ruim, arriscada ou impraticável.

FOTO: TEN JUSSARA / CECOMSAER

Helicópteros levam urnas a comunidades na fronteira com Peru e Bolívia

Na aldeia Califórnia, às margens do rio Envira, dois policiais federais integraram a equipe de segurança

“Os moradores teriam que ir até as cidades e muitos não têm essa possibilidade”, explica o diretor. “A aldeia Cruzeirinho só tem acesso por um rio, que na Amazônia chamamos de

igarapé, e estamos na época de seca. O local fica no meio da mata bem fechada. Só vejo o acesso por helicóptero. Para conseguir pousar, tivemos que fazer três passagens. O acesso

era bem pequeno, um campo de futebol rodeado de casas cobertas com palha. O sopro do rotor poderia danificá-las”, detalha o Tenente Maurício Rodrigues Maciel, piloto do helicóptero.

OPERACIONAL

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ais de 4 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram da Operação Amazônia 2014, treinamento conjunto entre as três Forças Armadas, realizado em outubro no Norte do país. Promovido pelo Ministério da Defesa, o exercício tem como uma das principais características o aperfeiçoamento da logística e dos métodos operacionais aplicados de forma conjunta entre as forças. “Não há como negar a importância dessa região para o Brasil e para o Mundo. A dimensão

da Amazônia e sua distância para os grandes centros exigem que estejamos preparados constantemente para sua defesa efetiva. É nossa obrigação garantirmos a mobilização das três Forças”, ressaltou o Ministro da Defesa, Celso Amorim. O Coronel João Bosco, representante da FAB na Direção do Exercício, destaca que o trabalho integrado entre os militares é fundamental para o sucesso das operações e para a soberania brasileira. “Nosso objetivo é fortalecer a defesa do território nacional e a cada exercício melhoramos o adestramento conjunto en-

CB V. SANTOS / CECOMSAER

Forças Armadas participam da terceira edição da Operação Amazônia

Exercício reuniu mais de 4 mil militares das três Forças Armadas

tre Força Aérea, Marinha e Exército. Isso multiplica nossa eficiência, especialmente no que diz respeito ao Estado-Maior Conjunto das Forças

Armadas”, ressaltou. Nessa edição, a Operação Amazônia aconteceu nas cidades de Manaus, Boa Vista e Normandia – localizada a cer-

ca de 180 km da capital de Roraima. Para o exercício, a Força Aérea Brasileira destacou helicópteros H-60 Black Hawk, o Segundo Grupo de Defesa Antiaérea, além de caças A-29 Super Tucano e do cargueiro C-130 Hércules. Entre as ações simuladas, houve controle de tráfego fluvial e proteção de estruturas críticas, como estações de energia e barreiras; operações terrestres ofensivas e defensivas; lançamentos de paraquedistas; defesa antiaérea; missões de interdição e de combate e coordenação do espaço aéreo.


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AÇÕES INTERNACIONAL AÇÕES

FOTOS: TEN HUMBERTO / CECOMSAER

FAB exercita combate aéreo no Chile

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e durante a CRUZEX a Força Aérea Brasileira recebe outros países para treinar, entre os dias 6 e 17 de outubro, foi a vez da FAB ir até o Chile para participar, pela terceira vez, do Exercício Salitre, realizado em Antofagasta, no Deserto do Atacama. Sob a designação de Força Aérea 204, a FAB contou com 73 militares, quatro caças F-5 do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) e um KC-130 do 1°/1° GT (Esquadrão Gordo). Ao lado de aeronaves F-16 e F-5 do Chile, A-4 da Argentina, F-16 dos EUA e A-37 do Uruguai, pilotos de caça brasileiros treinaram missões de defesa aérea em um contexto de coalizão internacional. Antes e depois das missões, realizadas de acordo com o conceito de “pacote”, os tripulantes se reuniam para briefings e debriefings. “A cada exercício são incorporadas modificações que fazem com que alguns procedimentos sejam ajustados. E, certamente, no retorno para o Brasil, nós estaremos numa

situação melhor “, explica o Brigadeiro do Ar Mário Luís da Silva Jordão, Comandante da Terceira Força Aérea (III FAE) e, durante a Salitre, Comandante da Força Aérea 204. Além de tripulações do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o efetivo brasileiro incorporou militares dos Esquadrões Pampa e Pacau. Ao lado dos militares da Terceira Força Aérea, eles irão ajudar a disseminar pelas unidades aéreas de caça os conhecimentos adquiridos na Salitre 2014. Na visita ao exercício, o Comandante-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, ressaltou a relevância desse tipo de treinamento. “Essa operação, como outras que nós já participamos do mesmo nível, traz um conhecimento inestimável para a Força Aérea. As grandes modificações dos últimos anos foram decorrentes desse tipo de exercício. Podemos ver a diferença que ocorre na qualificação dos nossos pilotos”, afirmou.

Aeronaves registraram 95% de disponibilidade Os quatro caças F-5EM se destacaram pela disponibilidade: das mais de 30 saídas planejadas, duas foram canceladas. O resultado é comemorado pelos 25 militares responsáveis pela manutenção e suprimentos. “Nós somos o grupo que, nos bastidores, faz o F-5 decolar e voar com segurança”, diz o Sargento Davi Machado.

Para isso, foi necessário adotar uma rotina exigente. Como os F-5EM cumpriram até duas missões por dia, as equipes de manutenção começavam a trabalhar horas antes da primeira decolagem e terminavam só muito depois do último motor ser desativado. “Fluiu bem a manobra”, comemora o Suboficial Fernando Miranda. Segundo ele,

boa parte das peças de reposição sequer foi usada. “Nosso consumo ficou abaixo do planejado”, explica. Já o Suboficial Paulo Ricardo Ferreira lembra que os Esquadrões da FAB estão acostumados a deslocamentos como o realizado para o Chile. “A gente se adapta muito bem ao clima devido às missões que nós fazemos durante o ano”, disse.


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MÊS DA ASA AÇÕES

FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

Comemorações marcam Dia do Aviador e da Força Aérea em todo o Brasil C

om vários eventos nas mais diversas localidades do país, o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira foi comemorado no dia 23 de outubro. As unidades da FAB prepararam diversas atrações esportivas, musicais e sociais. Destaque também para as palestras do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, aos militares da ativa e da reserva em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Acompanhe como foi o Mês da Asa.

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, reuniu-se com militares da ativa e da reserva para tratar das novidades da Força Aérea Brasileira. Os encontros foram realizados em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

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1 Mais de 1.400 pessoas prestigiaram o concerto realizado pela Banda Sinfônica da Base Aérea de Brasília (BABR), em homenagem ao Dia do Aviador. O evento contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito. Outras unidades militares também organizaram apresentações musicais em comemoração à data, como a Base Aérea do Recife (BARF) e a Base Aérea de Natal (BANT). Em São Paulo, a Banda da Base Aérea de São Paulo (BASP) e a Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP se uniram em um lindo espetáculo para homenagear a Força Aérea Brasileira.

O Comando da Aeronáutica realizou em todo o país a entrega da Ordem do Mérito Aeronáutico (OMA). No Distrito Federal, a solenidade ocorreu na Base Aérea de Brasília (BABR). 5

FOTO; S1 CAIO / COMAR IV

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FOTO: SGT PETHERSON / BABV

FOTO: SD CAIO CESAR MARTON / BACG

FOTO: 3S BATISTA / CECOPMSAER

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4 Para aproximar a Força Aérea Brasileira do público, várias unidades militares do país promoveram os tradicionais “Portões Abertos”. No mês de outubro, os eventos foram realizados em Manaus (AM), Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), São José dos Campos (SP), Boa Vista (RO), Florianópolis (SC), Canoas (RS), Natal (RN) e Santa Maria (RS). Crianças e adultos puderam conferir de perto aeronaves, equipamentos militares e outras atrações. No Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), mais de 500 crianças conheceram a unidade da FAB responsável pela manutenção das aeronaves de caça F-5.

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FOTO: MUSAL

A Base Aérea de Campo Grande (BACG) organizou uma exposição comemorativa aos seus 70 anos e, também, em comemoração ao Dia do Aviador. As fotos expostas contam a história da Força Aérea na região e da BACG, desde sua criação, em agosto de 1944, com diversas curiosidades, como o registro da onça pintada, que esteve por mais de 50 anos exposta numa jaula e que acabou se tornando a mascote da Organização Militar.

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FOTO: 2S ALEX / COMAR IV

2 O incentivo à prática esportiva também foi uma forma de celebrar o Dia do Aviador. Várias corridas foram realizadas em todo o Brasil, como no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 700 pessoas. Já em Fortaleza, cerca de 500 pessoas percorreram 6 km durante a 4ª Corrida da Asa. O evento, que ocorreu dentro da Base Aérea, foi marcado pelo lançamento de paraquedistas e exposições de aeronaves, entre elas o C-95 Bandeirante, o A-29 Super Tucano e o H-50 Esquilo. Em São Paulo, mais de cinco mil atletas participaram da 11ª edição da Corrida Santos Dumont. Em Matupá, no Mato Grosso, o destaque foi o atleta Geilton Bezerra da Silva, 40 anos. Em Recife, a Base Aérea também realizou corrida em comemoração ao Mês da Asa.

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REAPARELHAMENTO

Chegada do KC-390 mudará destinos da Aviação de Transporte

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avião existe. E é imenso, avançado e um orgulho para o Brasil. O KC390 foi apresentado no dia 21 de outubro na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), e mostrou ser real o sonho de haver um produto brasileiro capaz de substituir o C-130 Hércules. A apresentação oficial, chamada de rollout, ocorreu sob olhares de representantes de 35 forças aéreas de todo o mundo, além da brasileira. O primeiro protótipo, construído com a participação da Argentina, de Portugal e da República Tcheca, deve voar ainda este ano. Para 2016, está prevista a entrega da primeira de 28 unidades compradas pela FAB. O KC-390 é seis centímetros mais baixo que o C-130 Hércules (11,84m X 11,90m) e tem suas asas enflechadas (remete ao formato de uma flecha) com uma envergadura menor (35,05m X 39,70m). De resto, o avião supera todas as marcas do seu antecessor. Ele é mais comprido (35,20m X 29,30m), mais rápido (850

km/h X 671 km/h) e leva mais carga (23 ton X 20,4 ton). Outras vantagens são o menor custo de manutenção e a autonomia. Um KC-390 poderá decolar de Brasília e chegar, sem escalas, a qualquer capital brasileira com 23 toneladas de carga, sua capacidade máxima. Nas asas, o avião poderá levar até 23,2 toneladas de combustível. A ideia é o KC-390 cumprir todas as missões hoje realizadas pelos C-130, porém, mais rápido, com mais tecnologia e melhor capacidade de autodefesa. Os dois motores a jato estão a cerca de dois metros do solo e passaram por vários testes, por exemplo, a ingestão de pedras de gelo. “Ele poderá operar tanto na Amazônia quanto na Antártica. As turbinas a jato conferem bastante agilidade à aeronave, que cumprirá todas as missões, mas muito mais rápido e melhor”, afirma o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito. “É um produto que vai marcar para sempre a capacidade da indústria brasi-

leira. Eu só posso parabenizar aqueles que trabalharam em prol desse projeto, como a COPAC (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate), o Alto-Comando da FAB e os engenheiros da Embraer”, completou. O compartimento de carga tem 18,54 metros de comprimento, um pouco maior que uma quadra de vôlei. A largura é de 3,45 metros e a altura é de 2,95 metros. O espaço é suficiente para acomodar equipamentos de grandes dimensões, além de blindados, peças de artilharia,

armamentos e até aeronaves semidesmontadas. O blindado Guarani e o helicóptero H-60 Black Hawk, por exemplo, cabem dentro do compartimento de carga do KC-390. Também poderão ser levados 80 soldados em uma configuração de transporte de tropa, 64 paraquedistas, 74 macas mais uma equipe médica ou, ainda, contêineres. No lugar de um grande número de janelas na cabine, como no C-130, o KC-390 tem um para-brisa de quatro janelas de grandes dimensões. O cockpit foi projetado com

equipamentos de alta tecnologia e as aeronaves adquiridas pela FAB vão incluir sistemas de autodefesa, como RWR, MAWS e lançadores de chaff e flare. São sistemas semelhantes aos disponíveis, por exemplo, no A-1 modernizado e no Gripen. O KC-390 será o primeiro avião de transporte da FAB que poderá ser reabastecido em voo. A aquisição das 28 aeronaves será também um aumento significativo da capacidade de reabastecimento em voo da FAB, hoje realizada pelo KC-130. A grande diferença do KC390 em relação a outros projetos já desenvolvidos pela indústria nacional é que, dessa vez, o avião já nasce com expectativas claras de exportação. Argentina, Portugal e República Tcheca participam


do projeto, e outros países já manifestaram interesse na aquisição. Hoje, a frota mundial de C-130 Hércules é de aproximadamente 2.400 unidades em 70 países. “O KC-390 representa para a Força Aérea Brasileira

e para a indústria nacional o ápice, o coroamento da nossa capacidade de emitir requisitos e, principalmente, a capacidade de desenvolver um produto aeroespacial de última geração”, ressalta o Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso, Presidente da COPAC, responsável pela condução do projeto. Assim como o A-29 Super Tucano, o KC-390 surgiu a partir de requisitos da Força Aérea Brasileira. Foram investidos R$ 12,1 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões para o desenvolvimento da aeronave e R$ 7,2 bilhões para a aquisição das 28 unidades.

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FOTOS: SGT BATISTA / CECOMSAER

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O primeiro protótipo deve voar ainda este ano. A FAB receberá a primeira unidade em 2016

NOVO CAÇA

Assinado contrato para a aquisição dos 36 caças Gripen NG

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caças Gripen NG, sendo 8 bipostos e 28 monopostos. A primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e a última em 2024.

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

o dia 24 de outubro, um dia após o Dia do Aviador, a Força Aérea Brasileira assinou com a SAAB o contrato para a aquisição de 36

A primeira aeronave deverá ser entregue em 2019, e a última em 2024

O contrato envolve o treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na Suécia, o apoio logístico e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras. O investimento total será de aproximadamente R$ 13 bilhões. “Nós iremos transferir tecnologia e a capacidade de projetar e construir caças”, afirmou Hakan Buskhe, presidente da SAAB, empresa fabricante do Gripen NG. A Embraer irá assumir um papel de liderança na fabricação local dos aviões, mas haverá também a participação de outras empresas brasileiras, como a SBTA, AEL, Akaer e Atech. “Vai ser um salto, não apenas para a Embraer, mas para a nossa indústria em geral”, completou o Tenen-

te-Brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A aeronave incorpora tecnologias como o radar Raven ES-05, capaz de identificar alvos aéreos ou de superfície a um ângulo de 100 graus da sua antena, um sensor de busca infravermelho e datalink, que possibilita a troca de informações entre caças sem o uso de rádio. Quando entrar em atividade na FAB, o Gripen NG também será o único caça do Hemisfério Sul capaz de voar a velocidades supersônicas por longas distâncias, o chamado supercruzeiro. “Há mais de 18 anos nós esperamos por esse momento que, com certeza, vai inau-

gurar uma nova era operacional para a aviação de caça no Brasil”, disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Alvani. As 36 aeronaves multimissão serão utilizadas pela Força Aérea Brasileira em defesa aérea, policiamento do espaço aéreo, ataque e reconhecimento. A primeira unidade aérea a receber o novo modelo deverá ser o 1° Grupo de Defesa Aérea, com sede em Anápolis (GO). Gripen C/D Após a assinatura da aquisição dos novos Gripen NG, prosseguem as negociações da FAB com a Força Aérea da Suécia para a cessão temporária de caças nas versões C/D. O plano seria utilizar os Gripen C/D até o recebimento das aeronaves novas.


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MÍDIAS DA FAB Veja as imagens enviadas pelos Elos do Sistema de Comunicação Social da FAB (SISCOMSAE) publicadas em nossas mídias sociais:

Acompanhe os canais oficiais de informação da Força Aérea Brasileira e saiba tudo em primeira mão. Veja aqui: Sintonize a rádio Força Aérea FM no seu computador. Notícias e entrevistas sobre a Força Aérea Brasileira. Música para embalar o seu dia.

Flickr/portalfab - Uma nova imagem no papel de parede do seu computador?! Imagens em alta resolução de aeronaves, operações e missões da FAB para você baixar.

Youtube/portalfab - Toda semana um novo vídeo é publicado para você acompanhar o trabalho da Força Aérea Brasileira. Aproveite e confira.

Twitter/portalfab - As principais notícias da FAB na palma da sua mão. Siga o perfil e saiba tudo o que acontece no universo FAB. Durante mais um salvamento realizado pela #FAB, o Tenente Aviador Takeo registrou o momento do resgate efetuado pelo Esquadrão Falcão, publicado em nosso Facebook.

RSS - Assine os agregadores de conteúdo da Força Aérea Brasileira e não perca nenhuma atualização dos nossos conteúdos. Há um RSS para cada principal produto. e-FAB - Cadastre-se no e-FAB e receba informações diretamente no seu email.

Essas fotos foram enviadas pela Tenente Jornalista Emília, do V COMAR, no Rio Grande do Sul, mostrando uma ação de apoio ao Outubro Rosa, campanha de prevenção ao câncer de mama. Elas foram publicadas em nosso Instagram.

A Tenente Relações Públicas Simone registrou a encenação da história de Santos Dumont, realizada no IV COMAR, em São Paulo.

No mês da Asa, confira no Blog Oficial da Força Aérea matéria sobre a missão feita no deserto do Atacama, no Chile.


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11 FOTO: ARQUIVO FAB

HAITI

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inte e nove militares do Pelotão Falcão, composto por oficiais, graduados e praças das unidades de Canoas (RS), Florianópolis (SC) e Santa Maria (RS), vão compor o 21º Contingente Brasileiro na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). O embarque do grupo para Porto Príncipe, capital haitiana, está previsto para este mês de novembro. “A expectativa é fazer uma boa missão. Será uma experiência nova e uma oportunidade de mostrar o trabalho da Força Aérea Brasileira no exterior”, explica o Tenente de Infantaria Bruno Becker, comandante do Pelotão Falcão.

A escolha dos militares seguiu um processo de seleção que incluiu inspeção de saúde, teste de avaliação do condicionamento físico e avaliação psicológica. A preparação também ocorreu no 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, do Exército Brasileiro, em São Leopoldo (RS). A primeira etapa, denominada Módulo de Adaptação, teve duração de seis semanas. O objetivo foi nivelar os conhecimentos dos militares do Pelotão em táticas, técnicas e procedimentos a fim de permitir sua integração ao batalhão brasileiro de Força de Paz. No mês de outubro, as instruções foram centrali-

zadas em Santa Maria (RS). Nesta fase foram realizados os estágios básico e avançado de operações de paz. Os militares receberam também o gorro azul, símbolo da ONU que identifica os militares envolvidos em missões de paz no exterior. No Haiti, o pelotão da Aeronáutica vai realizar patrulhas a pé e motorizada, escolta de comboio e controle de distúrbios. “Estamos todos muito motivados para cumprir essa missões”, ressalta o Tenente Becker. Esse será o oitavo contingente de Infantaria da Aeronáutica a participar da missão de paz. Atualmente, 27 milita-

res do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Belém (BINFAE-BE) e dois do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) compõem o efetivo da FAB no Haiti.

O primeiro foi composto por militares do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial do Recife (BINFAE-RF), enviado ao Haiti em fevereiro de 2011. FOTO: SGT ALEXANDRE PASSOS

Militares do Sul embarcam para Missão de Paz

O pelotão da Aeronáutica vai realizar patrulhas, escoltas e agir no controle de distúrbios


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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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partir de Janeiro de 2015, entra em vigor no âmbito do Comando da Aeronáutica o projeto “Salvaguardas da Despesa Pública”. As unidades militares gestoras executoras de recursos orçamentários terão novas ferramentas à disposição para impedir contratações de empresas inidôneas e inibir a ocorrência de irregularidades nos certames licitatórios. O pioneirismo do projeto advém da integração on line de informações cadastrais dos fornecedores provenientes de diferentes órgãos públicos. O projeto vai permitir que os pregoeiros, por exemplo, tenham à disposição mais informações sobre quem são os fornecedores. “Os principais benefícios são inibir irregularidades, economizar recursos, melhorar a qualidade do serviço e do suporte aos nossos gestores”, explica o coordenador do projeto, Coronel Avia-

dor Maxneif Cabral Mendes de Castro. Uma das ações foi a elaboração da Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA 12-23) para regular as atividades relacionadas à fiscalização e ao recebimento de bens e de serviços. Além de condensar as legislações pertinentes ao processo, o documento prevê a aplicação de eventuais sanções administrativas aos licitantes e aos fornecedores de bens e de serviços. A ferramenta do Cadastro Técnico de Fornecedores (CADTEC) vai permitir o registro, a avaliação e o compartilhamento de informações de fornecedores por todas as organizações do Comando da Aeronáutica por meio de software. O Sistema de Informações Estratégicas de Economia e Finanças (SIEFA), gerenciado pela SEFA, também é oriundo do projeto. O sistema permite correlacionar dados e infor-

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

Novas ferramentas garantem mais segurança em licitações

Projeto aprimora o processo de compras e serviços entra em vigor no próximo ano

Projeto que aprimora o processo de compras e serviços entra em vigor no próximo ano

mações internas e externas ao Comando da Aeronáutica. Execução orçamentária A SEFA também implantou novo sistema digital que agiliza as respostas às unidades gestoras no âmbito do Comando da Aeronáutica sobre solicitações de descentralização, remanejamentos e alterações dos cré-

ditos. Os relatórios de retorno dos pedidos, enviados por meio de mensagem no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), do governo federal, ou pleiteados no sistema A-5 da SEFA, são disponibilizados diariamente no site intraer da unidade (www.sefa. intraer). “Estamos melhorando

o controle, o acompanhamento e, principalmente, agilizando o feedback às solicitações de crédito. Isso facilita a comunicação entre a SEFA e as unidades gestoras”, explica o Chefe da Divisão de Créditos da SEFA, Coronel Intendente Paulo Maurício Jaborandy de Mattos Dourado.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Equipe orienta organizações para a preservação cultural

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ma equipe multidisciplinar da Subdiretoria de Cultura do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) tem realizado Visitas de Assessoramento Técnico (VAT) para difundir o Sistema de Patrimônio Histórico e Cultural do Comando da Aeronáutica (SISCULT) às organizações da Força Aérea em todo o país. O objetivo é orientar os elos do Sistema quanto à

produção de álbum fotográfico, cadastro histórico, livro histórico, ficha anual de fatos históricos, organização de espaços culturais, dentre outras alternativas de se preservar e difundir o patrimônio cultural material e imaterial do Comando da Aeronáutica. O SISCULT foi criado em 2010 com o propósito de planejar, orientar, coordenar e controlar as atividades cultu-

rais no âmbito do COMAER, de forma integrada ao Sistema Nacional de Cultura. As visitas visam não só conscientizar os segmentos militares e civis quanto à importância da preservação, da pesquisa e da difusão do patrimônio cultural, assim como capacitar os recursos humanos envolvidos para realizarem uma gestão eficiente dos bens de valor cultural para a Força Aérea Brasileira.

As atividades do SISCULT abrangem patrimônio material e imaterial, museologia, heráldica, documentos históricos, literatura, música, arquitetura, produções artísticas, tombamento, crenças e valores, tradições, usos, costumes, cerimonial e ações históricas cotidianas. As primeiras visitas de 2014 ocorreram no Centro de Lançamento de Alcântara

(CLA), no Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial do Rio de Janeiro (BINFAE-RJ) e na Base Aérea de Santa Cruz (BASC). As próximas estão previstas para Base Aérea de Campo Grande (BACG), Base Aérea de Brasília (BABR), Núcleo da Base Aérea de Santos (NuBAST), Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) e Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR).


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PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

A prevenção tem História Investigar para prevenir. A finalidade do trabalho do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) foi resultado de uma evolução mundial. Neste mês, em que completa 43 anos, vamos revisitar as origens da segurança de voo no Brasil. A aeronáutica militar começou a operar em 1920. Aviões em movimento, risco natural de acidente. O primeiro da história da aviação brasileira vitimou o Tenente do Exército Juventino Fernandes da Fonseca. Especializado em aeroestação na França, ele voava em um balão de 250m³ de hidrogênio, no Rio de Janeiro, como demonstração, quando morreu após uma queda.

A válvula de gás do balão teve problemas e o militar não conseguiu conter a subida do aparelho por causa do vento forte. Uma análise apontou que o fator* material contribuiu para o acidente: válvula de gás em mau estado. Nesse começo da aviação brasileira, os acidentes ocorridos com aeronaves das Forças Armadas eram apurados em Inquérito Policial Militar (IPM), com sanções previstas. Em alguns casos, a promoção post mortem era negada ao militar que houvesse cometido a transgressão que levou ao acidente. A apuração de culpa ou responsabilidade, praticada

entre as décadas de 1920 e 1950, teria o seu fim decretado pela Convenção de Aviação Civil Internacional. Para regulamentar o transporte aéreo internacional, um grupo de 700 delegados, representantes de 52 países, reuniu-se em Chicago, em 1944. O Brasil participou desse debate e se tornou signatário da Convenção. O Anexo 13, adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro em 1951, é o documento que justifica o motivo pelo qual o CENIPA só investiga acidentes para fortalecer a prevenção. Em 11 de maio de 1959, foi instituído o SIPAER - Serviço de Investigação e Prevenção de

Acidentes Aeronáuticos. Em 1971, quando o CENIPA se torna organização militar, a sigla SIPAER passa a designar Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. O Manual do SIPAER (Sistema) foi aprovado em 1972. Foi o CENIPA quem sugeriu à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) a substituição, em seus documentos, do termo inquérito (inquiry) por investigação (investigation). A ideia era diferenciar a investigação de acidentes realizada com o objetivo exclusivo de prevenção, eliminando a associação judicial que a palavra inquérito traz. Essa proposta foi aceita e adotada pela OACI desde 1974.

É importante esclarecer que a investigação com fins preventivos não conflita com a investigação policial. Ou seja, a culpa deve ser apurada, mas não pela autoridade que investiga, conforme os protocolos do Anexo 13. Dessa forma, a decisão de estabelecer um procedimento exclusivo para a prevenção de acidentes acelerou o progresso da aviação mundial. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) *Fator Material, Humano e Operacional: base para a investigação de acidentes aeronáuticos. Correspondem ao HOMEM, ao MEIO e à MÁQUINA.

ANIVERSÁRIO

Parabéns

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Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo - CINDACTA II 01/11 - 32 anos

Base Aérea de Salvador BASV

Primeiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação - 1º/16º GAV

Casa Gerontológica de Aeronáutica - CGABEG

Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação 1º/7º GAV

05/11 - 72 anos

07/11 - 26 anos

07/11 - 30 anos

08/11 - 67 anos

Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação 1º/8º GAV

Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica de Brasília - CASSAB

Terceiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação 3º/10º GAV

Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica CFIAE

10/11 - 42 anos

10/11- 35 anos

10/11 - 36 anos

12/11 - 35 anos

Parque de Material Aeronáutico de Recife PAMA-RF

Destacamento de Controle do Espaço Aéreo: Tabatinga - DTCEA/TT

Comando-Geral de Apoio COMGAP

12/11 - 68 anos

14/11 - 41 anos

18/11 - 45 anos

Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos CENIPA 19/11 - 43 anos

Primeiro Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação 1º/6º GAV

Comissão de Promoção de Oficiais - CPO

20/11 - 63 anos

20/11 - 73 anos

Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo CINDACTA IV 23/11 - 9 anos

Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento PARA-SAR 23/11 - 51 anos


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FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

SAÚDE

Nutrição esportiva Por outro lado, não alcançar as necessidades nutricionais adequadas pode prejudicar a recuperação pós-treino e comprometer a saúde dos indivíduos. Na elaboração de uma orientação nutricional devem ser considerados rotina de treino, tipo de atividades, hábitos alimentares, histórico familiar de doenças, percentual de gordura e massa muscular, entre outros. “É indispensável o acompanhamento de um nutricionista para avaliar quais nutrientes deverão ser inseridos, para que o esportista alcance seus objetivos sem desenvolver uma carência nutricional”, explica a profissional.

Veja algumas dicas importantes para organizar a alimentação antes, durante e depois dos treinos: Antes do treino (1 a 3 horas): Prefira alimentos de fácil digestão, como uma banana. Os carboidratos com moderado índice glicêmico são digeridos rapidamente e fornecem energia. Evite os ricos em lipídeos e proteínas. Durante o treino (maior que 1 hora): O ideal é o uso de soluções contendo água, eletrólitos e 4-8% de carboidratos (glicose, frutose, sacarose, dextrose e malto-

dextrina). Visando aumentar o rendimento e retardar a fadiga muscular durante o exercício físico, a água de coco é uma boa solução. Após o treino (30 minutos a 1 hora): A ingestão de proteínas e carboidratos simples, com alto índice glicêmico, recuperam o estoque de glicogênio e otimizam a recuperação muscular, evitando o catabolismo. Uma dica é comer

um sanduíche de pão integral com queijo cottage e peito de peru acompanhado de 1 copo de suco de frutas natural. Hidratação - É essencial em todas as etapas do treinamento. Mantenha ingestão diária de pelo menos 2 litros de água, sendo 150200ml de água a cada 15-20 minutos de atividade e 1,5L para cada Kg de peso perdido após a atividade física.

Atletas da Escola de Especialistas participam do mundial master de corrida de orientação

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FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

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nutrição adequada ajuda a evitar a fadiga, otimiza o período de recuperação, diminui o risco de lesões, além de garantir a reposição dos estoques de energia dos atletas. Para aqueles que praticam alguma atividade física com regularidade, como os militares, a alimentação é um fator fundamental. “Deve ser variada, equilibrada e completa, permitindo que o corpo realize todas as suas funções adequadamente e alcance um bom desempenho”, explica a Tenente Raquel Magalhães, nutricionista da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA).

rês atletas do Clube de Orientação da Escola de Especialistas da Aeronáutica (COESPA) participam, entre os dias 1 e 8 de novembro, do Campeonato Mundial Master de Orientação para competidores com mais de 35 anos. O torneio será realizado nas cidades de Porto Alegre, Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, e deve reunir 1.590 corredores do Brasil e de outros países, sendo 440 da Suécia, 210 da Finlândia e 200 da Noruega. A equipe do COESPA é formada pelo Major R1 José Carlos Gomes e pelos

Sargentos Cláudio José dos Reis e Ueverson Dionísio de Souza. “Estamos treinando bastante. Vai ser uma competição difícil. Os atletas nórdicos são os maiores adversários. No entanto, o clima pode ser um fator positivo a nosso favor”, explica o Major Gomes. “O esporte tem se desenvolvido muito aqui na Escola de Especialistas. No mínimo formamos 30 atletas por semestre, que vão se tornar os disseminadores em suas unidades de trabalho”, complementa o oficial. Saiba mais - A corrida de orientação é um esporte ori-

ginário do norte da Europa e consta de uma corrida onde o atleta recebe um mapa de um local desconhecido no qual estão marcados entre 12 a 30 pontos de passagem obrigatórios, chamados de pontos de controle. Vence aquele que completar seu percurso, passando por todos os pontos de controle na ordem crescente, no menor tempo. O atleta dispõe apenas de uma bússola como auxílio e corre sozinho. A partida é individual e há um tempo mínimo na largada de 3 a 5 minutos entre competidores da mesma categoria.


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ENTRETENIMENTO

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

Jogo dos sete erros

Encontre os nomes de algumas das especialidades dos graduados da FAB

Confira o resultado da edição anterior:

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