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Ano XXXVIII
Nº 07
Julho, 2015
ISSN 1518-8558
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
Um caça novo Veja por que o Gripen NG vai gerar reflexos de longo prazo para o Brasil. (Págs. 04 e 05)
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
INTERNACIONAL Como a FAB coopera na instrução aérea de outros países. (Pág. 07)
SEU DINHEIRO
OPERACIONAL Exercícios
reabilitar militares reformados. (Pág. 10)
mantêm operacionalidade e preparam equipes para as Olimpíadas Rio 2016. (Págs. 08 e 09)
SEGURANÇA DE VOO Bastão de
selfie pode provocar acidentes. (Pág. 12)
FOTO: INTERNET
INCLUSÃO SOCIAL Projeto busca
Veja as mudanças que tornaram mais segura a contratação de empréstimo consignado. (Pág. 11)
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Quer ver sua unidade no NOTAER?
CARTA AO LEITOR
Cada um de nós é um elo com a sociedade
Aguardamos seu email redacao@fab.mil.br
FOTO: OARF
De Norte a Sul, a Força Aérea Brasileira está presente no dia a dia dos brasileiros. Como? Nas páginas desta edição, você verá os profissionais de saúde levando atendimento médico e odontológico às comunidades do interior da Amazônia, durante uma das maiores cheias do Rio Solimões; ou a centros urbanos, como é o caso de Osasco, na Grande São Paulo; e Recife, em Pernambuco. Outro exemplo vem da capital federal. A maquete do avião Gripen NG, exposta na Esplanada dos Ministérios, é uma iniciativa de levar à sociedade informação sobre os projetos estratégicos da Aeronáutica e das Forças Armadas. Entendemos que o assunto “Defesa” deve ultrapassar os muros dos quartéis para que todos saibam sua importância e seus desdobramentos para
Tem um comentário, sugestão de reportagem ou crítica?
outras áreas, como por exemplo, a economia. Neste processo, cada um de nós é um elo importante. Diante de familiares, grupo de amigos ou comunidade, fardados ou não, personalizamos a instituição. Figuramos como uma referência e por isso devemos estar atentos e informados sobre o que ocorre, pois poderemos ser
questionados a respeito. A gravação de um dos episódios do programa televisivo Masterchef na Academia da Força Aérea é outro caminho para mostrarmos um pouco das nossas atribuições. A competição culinária foi oportuna para a sociedade conhecer a rotina dos cadetes. Para finalizar, quando produzimos este jornal, tam-
Fale com a gente! bém estamos pensando em levar a você informações importantes que possam contribuir como o seu dia a dia, em questões pessoais e profissionais. A sua participação é essencial para construirmos juntos o nosso futuro. Boa leitura! Brig Ar Pedro Luís Farcic Chefe do CECOMSAER
PENSANDO EM INTELIGÊNCIA
A proteção do conhecimento passa pela segurança orgânica Os conhecimentos considerados estratégicos desempenham um importante papel para as atividades de pesquisa e desenvolvimento, notadamente pelo oportuno atendimento às crescentes demandas por inovação científica e tecnológica. Dentro de uma perspectiva eminentemente militar, a geração de inovações tecnológicas no segmento da defesa, conjugada com a implementação de novos conceitos doutrinários e operacionais, sugerem a obtenção da desejável ‘surpresa estratégica’, efetivamente capaz de causar o desequilíbrio de poder durante a condução das operações militares.
Sendo assim, em razão de sua importância para a defesa nacional, aliado aos riscos e aos elevados custos que envolvem a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias militares sensíveis, os conhecimentos estratégicos tornaram-se alvo potencial de interesses e interferências diversas, por meio de diferentes tipos de ameaças. Com o objetivo de salvaguardar os conhecimentos sensíveis e/ou sigilosos produzidos em suas organizações, consoante ao disposto no Decreto N° 4.553, de 27 de dezembro de 2002, o Comando da Aeronáutica norteou a formulação
de medidas preventivas e obstrutivas. A Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA - 200-5/2009) estabelece todas as fases para a elaboração do plano de segurança orgânica e seu gerenciamento, medidas obrigatórias para todas as organizações militares. O plano define procedimentos, orientações e treinamentos para o efetivo atuar na proteção do conhecimento. Isso abrange os detentores dos conhecimentos sensíveis e/ou sigilosos, o suporte físico que os contêm, o meio que os vincula e os locais em que se encontram: pessoas, documentos, materiais, os meios
de tecnologia da informação (comunicação e informática) e as áreas e instalações. Por fim, os conhecimentos estratégicos voltados para o cumprimento da missão constitucional da Aeronáutica devem ser constantemente identificados, avaliados e contemplados com as devidas medidas de segurança no plano. Nesse sentido, é importante ter em mente que a segurança orgânica não é atribuição de uma área ou atividade específica, pois ela só pode ser obtida com o efetivo comprometimento e atitudes individuais de cada um dos integrantes da unidade. (Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER)
E-mail do leitor O leitor Sargento Robson Garrido, de Recife, nos enviou email sugerindo reportagens sobre educação ambiental. Em relação à reportagem do Notaer publicada na edição de maio de 2015, ele também observou que, de acordo com seus estudos, os cães-guias ou cachorros empregados em quartéis se aposentam aos seis anos. Segundo os veterinários dos canis ouvidos pela reportagem, o tempo de trabalho dos cães, especialmente as raças empregadas em atividades de faro e guarda e segurança, é em média de oito anos.
Expediente O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic Repórteres: Tenentes Jornalistas Cynthia Fernandes, Danielle Gruppi, Emille Cândido, Evellyn Abelha, Flávio Nishimori, Gabrielli Dala Vechia, Humberto Leite, Iris Vasconcellos, João Elias, Jussara Peccini, Lorena Molter, Raquel Alves, Taciana Moury e Tenente Relações Públicas Marcus Lemos. Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Revisão: Gabrielli Dala Vechia, Cynthia Fernandes, Flávio Nishimori e Evellyn Abelha. Diagramação e Arte: Sargentos Santiago Moraes e Lucemberg da Silva, Subdivisão de Publicidade e Propaganda. Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF
Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A
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PALAVRAS DO COMANDANTE
O ajuste orçamentário e a credibilidade
Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica
Este mês gostaria de tratar de dois assuntos. O primeiro é o ajuste orçamentário no Comando da Aeronáutica e seus reflexos no nosso dia a dia. O segundo tem a ver com a nossa reputação perante a sociedade. No primeiro caso, reforço que, apesar da conjuntura econômica, nossa missão de defender a soberania do espaço aéreo brasileiro está sendo cumprida de acordo com os meios que dispomos. Por isso, delineamos algumas ações no âmbito do Comando da Aeronáutica para nos ajustarmos à realidade que vivemos no momento. Vamos reduzir sensivelmente os deslocamentos das unidades aéreas para missões fora de sede. Viagens de estudo internacionais ou intercâmbios considerados não essenciais também serão cancelados. Obras previstas no Plano Plurianual de Obras para 2015 serão postergadas para 2016. Nesta mesma linha de ação, vamos analisar contratos de manutenção de bens e viaturas, conservação e limpeza, telecomunicações, enfim, tudo para ajustar as despesas. Os contratos de projetos em desenvolvimento e de modernização em andamento serão readequados, com alteração de cronogramas, se necessário. Os investimentos em obras e material permanente serão aplicados criteriosamente. Contamos ainda com a ajuda de todo o efetivo para adotar procedimentos que ajudem a reduzir os gastos com serviços públicos, como água e energia. O momento é peculiar e pede a conscientização de todos para
que possamos manter nosso nível de excelência, que, aliás, remete ao segundo tópico que gostaria de tratar, ou seja, a nossa reputação perante a sociedade. A credibilidade em relação ao nosso trabalho está aumentando. A recente pesquisa realizada pela Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, divulgada em junho, apontou que as Forças Armadas são a instituição na qual os brasileiros mais confiam, à frente de outras instituições públicas. O relatório mostra que temos aprovação de 68% dos brasileiros. Certamente, isso é o reflexo da competência do trabalho de cada um de nós, militares e civis da Aeronáutica. A alta confiança decorre, segundo o estudo, do que é mais visível à sociedade, como nossa participação nas ações de defesa e controle do tráfego aéreo durante os grandes eventos - internacionalmente reconhecido e elogiado, nas operações de ajuda humanitária e nas ações cívico-sociais, onde se leva, além de atendimento médico, a solidariedade. Todo esse contato com a população se traduz em confiança. Portanto, mais uma vez, insisto na necessidade de mantermos a proatividade e, principalmente, a determinação e a persistência. É a oportunidade para sermos exemplo, com nossa disciplina e afinco em servir. Desta forma poderemos cumprir as nossas missões e continuar a figurar como a instituição mais respeitada por toda a sociedade brasileira.
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AVIAÇÃO DE CAÇA
Um avião realmente novo
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uando o primeiro Gripen NG for recebido pela FAB em 2019, será um avião “novo” em termos históricos para o Brasil: pela primeira vez, receberemos uma aeronave de defesa aérea que também será novidade em seu país de origem. O Capitão Gustavo Pascotto, que esteve recentemente na Suécia - País que criou o caça, vai além. “Os reflexos que o sistema Gripen terá na Força Aérea e na indústria nacional, de uma maneira geral, vão perdurar por muitas décadas”, afirma. O piloto voou o Gripen das versões C e D na Suécia, mas o NG - de New Generation - é efetivamente uma nova aeronave. “Embora eles possam ser similares ao olhar, são consideradas aeronaves completamente diferentes”, explica o capitão. Nem a fuselagem é semelhante. O Gripen NG é maior e possui um novo design de trem de pouso para suportar duas toneladas a mais de peso e ter mais dois pilones para armamentos. O motor também é novo. O F414G é mais potente, com
capacidade de até 22 mil li- em voos de traslado. Para o bras. Sem pós-combustão, as Brasil, isso significará poder 13 mil libras de empuxo da- levar seus caças de Anáporão ao Gripen a possibilida- lis para qualquer ponto do de de voar em supercruzei- País em um tempo bem mero, quando em configuração nor. O alcance de traslado é ar-ar. Isso significa poder grande: 4 mil quilômetros. manter a velocidade super- Isso será possível porque o sônica não apenas durante Gripen NG levará 40% mais curtos combates aéreos, combustível que a versão mas durante voos de longa anterior, além de poder ser duração. Na prática, aviões reabastecido em voo. de caça só voam acima da Em relação às duas mais velocidade do som recentes aeronaquando estão em ves usadas na “Os reflexos combate. defesa aérea Com o do Brasil, o que o sistema Gripen NG Gripen NG Gripen terá na será dife- Força Aérea e na in- representa rente. O de- dústria nacional, de u m n ovo monstrador uma maneira geral, s a l to . “ É de tecnolovão perdurar por a conjugagia da Saab ção de uma muitas décajá alcançou performance das” Mach 1,2 (veloelevada, de uma cidade do som) sem característica de o uso de pós-combustão. aceleração de capacidade Quando entrar em serviço, de voo supersônico, de voo o Brasil será o único país do em altas altitudes”, afirma o Hemisfério Sul a possuir um Capitão Gustavo. caça com essa capacidade, O Gripen foi criado tamhoje disponível somente bém para operar a partir de nos F-22, Rafale, Eurofighter estradas ou pistas de pouso e Sukhoi Su-35. pequenas: bastam 500 meEssa velocidade poderá tros para o pouso. Outra ser utilizada, por exemplo, característica do projeto foi
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reduzir o tempo necessário para a aeronave ser rearmada e reabastecida para voltar ao combate. De acordo com a Saab, é possível que em menos de 10 minutos um Gripen seja preparado para uma missão. Uma das soluções de engenharia adotadas, por exemplo, foi bastante simples: para preparar o caça para o voo não é necessária sequer uma escada. Todos os painéis de acesso aos componentes ficam em uma altura adequada para o trabalho de uma pessoa em pé. Mesmo procedimentos mais complexos, como a troca da turbina, podem acontecer em menos de 60 minutos.
Algumas características do Gripen NG: 1. Probe retrátil de reabastecimento em voo. 2. Asas Canard móveis permitem pousos em pistas de 500 metros. 3. Radar capaz de monitorar alvos no ar, no solo e no mar ao mesmo tempo. 4. Sensor busca de alvos pelo espectro infravermelho. 5. Mísseis ar-ar A-Darter. 6. Mísseis antirradiação MAR-1. 7. Mísseis para combate BVR (do inglês, Beyond Visual Range). 8. Sensor para reconhecimento e designação de alvos. 9. Cabine com wide area display. 10. Datalink permite trocar dados entre aeronaves em voo.
Capitão Gustavo apresenta a cabine ao ministro da Defesa
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A primeira exposição pública da maquete do novo caça da FAB ocorreu em plena Esplanada dos Ministérios - DF, entre os dias 10 e 14 de junho
Mais de 10 mil pessoas prestigiaram a exposição em Brasília (DF)
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GIRO PELO BRASIL Médicos realizam mais de 1,3 mil atendimentos em Manacapuru (AM)
Atendimento chegou na época das cheias do Rio Solimões
A população contou com atendimentos nas áreas de clínica médica, cardiologia, dermatologia, ginecologia, otorrinolaringologia e pediatria. A funcionária pública Renata da Silva Figueire, por exemplo, levou a filha para
uma consulta pediátrica. “Aqui não temos pediatra. Como mãe, queria um atendimento especializado”, disse. Outra moradora de Manacapuru, Emely Sinanor da Silva Barbosa, de 19 anos, também procurou auxílio
médico para a filha de apenas um mês de vida. “Ela estava com uma secreção no ouvido. Depois da consulta fiquei sabendo o que era e como tratar”, afirmou. Manacapuru foi uma das localidades atingidas pelas cheias do Rio Solimões, que estava 20 metros acima do nível normal. Grande parte da cidade encontrava-se debaixo d’água. “Tivemos muitos casos de diarreia, parasitoses intestinais, manifestações dermatológicas em função da contaminação das águas”, explicou o Tenente Médico Waldyr de Oliveira, coordenador da ação social.
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
FOTO: SGT CARLEILSON / COMAR VII
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m meio às cheias do Rio Solimões, militares do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR) e do Hospital de Aeronáutica de Manaus (HAMN) realizaram 1.311 atendimentos em Manacapuru (AM). A Ação Cívico-Social (ACISO) foi promovida, entre os dias 26 e 30 de maio, no município, distante cerca de 70 km da capital do Estado. “Tivemos a oportunidade de tratar não só as doenças decorrentes da falta de atendimento especializado, mas também as que se manifestam por causa das cheias”, avaliou o diretor do HAMN, Tenente-Coronel Médico Francisco Eliomar de Oliveira.
Veja outras ações sociais realizadas por profissionais de saúde da FAB em várias regiões do Brasil: Rio de Janeiro Convivência Lar Esperança. O evento, realizado em 03 de junho, contou com palestra educativa de higiene bucal, escovação supervisionada, aplicação tópica de flúor assistida e distribuição de kits de higiene bucal. Durante a ação também foram entregues donativos arrecadados em diversas unidades do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR).
CONCURSO PARA MÉDICOS
FOTO: COMAR III
Moradores de quatro bairros de Osasco (SP) participaram de ação cívico-social organizada pelo Núcleo do Hospital de Força Aérea de São Paulo (NuHFASP). Ao longo de três dias (21 a 23 de maio), foram realizados 1.032 atendimentos nas especialidades de oftalmologia, clínica médica, ginecologia, urologia, pediatria, odontologia e odontopediatria. Avaliação nutricional, aferição de glicose capilar e pressão arterial também foram disponibilizadas à população.
Recife A Odontoclínica de Aeronáutica de Recife (OARF) realizou cerca de 275 procedimentos odontológicos na comunidade localizada próxima ao Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru, agreste de Pernambuco. A ação ocorreu no final do mês de maio durante a Operação Pastor 2015. “O mais gratificante da missão é ver a alegria e a gratidão dos pacientes ao terem acesso ao atendimento”, avalia o Tenente Dentista Nelson Studart Rocha. A unidade também prestou atendimentos na comunidade da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, para crianças de 0 a 16 anos assistidas no Espaço de FOTO: COMAR II
FOTO: COMAR IV
São Paulo
Militares de unidades do Rio de Janeiro participaram da Campanha de Doação de Medula Óssea, realizada no dia 27 de maio, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), em parceria com o Hemorio. “É um gesto de solidariedade. Você ajuda quem está em condição debilitada de saúde e pode oferecer uma esperança de cura”, afirmou o Tenente Alexandro Queiroz de Oliveira, um dos doadores.
Médicos interessados em ingressar na FAB têm até 30 de julho para se inscreverem no concurso que selecionará 112 profissionais de 23 especialidades. Para participar do exame, o candidato deve possuir nível superior, comprovar – conforme especificado no edital – a formação na especialidade a qual pretende concorrer e não vir a completar 36 anos até o dia 31 de dezembro de 2016. As inscrições para o Curso de Adaptação de Médicos da Aeronáutica (CAMAR) são feitas no endereço www.ciaar.com.br As provas escritas ocorrerão no dia 13 de setembro. Para mais informações acesse o site www.fab.mil.br/concursos
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INTERNACIONAL
Oficial-general da FAB será conselheiro militar do Brasil na ONU FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER
Militar da FAB ministra instrução para Força Aérea do Equador
FOTO: TEN ENILTON / CECOMSAER
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estino: cidade de Manta, litoral do Equador. Neste local, um piloto da Força Aérea Brasileira ficará pelos próximos cinco meses e meio. O Tenente Raphael Kersul vai ministrar instruções operacionais da aeronave A-29 Super Tucano aos militares da Força Aérea Equatoriana. “A doutrina da nossa aviação é muito forte. O preparo dos pilotos, o estudo e a dedicação, também. Espero poder passar um pouco dessa determinação e vontade que nós temos aqui, na região Norte, onde tudo é mais longe e mais difícil”, explica o militar que iniciou a missão na metade de junho. O objetivo é ajudar na formação de pilotos de caça e de líderes de esquadrilha da aviação de caça do país sul-americano. No Brasil, essas ações são realizadas pelos Esquadrões Joker, Grifo, Flecha e Escorpião. De acordo com o Tenente Kersul, a expectativa é ampliar o conhecimento e ajudar a Força Aérea Equatoriana a crescer.
“Essa é uma oportunidade única. Espero voar o máximo possível para, além de ensinar, absorver os conhecimentos do país”, afirmou. Antes da missão, a preparação foi intensa. O Tenente Kersul deixou tudo organizado, fez curso de espanhol, preparou o passaporte e a mente para o desafio de conviver com uma nova cultura. “Acredito que a adaptação ao novo país será o maior desafio”, ressaltou. Intercâmbios operacionais O Equador é uma das dez nações que adquiriram o A-29
Super Tucano, aeronave fabricada no Brasil pela Embraer. Após a venda, o país comprador requer instrutor e mecânicos para ajudar na formação operacional das tripulações que vão operar o avião. Nesta fase, entra em ação a Seção de Acordos e Intercâmbios do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). A unidade é responsável por coordenar o intercâmbio dos militares da FAB com os militares das forças aéreas de outros países. Segundo o Coronel Marco Aurélio Clarim Pereira, as missões possuem ARTE: SDPD
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naturezas diversas, de cursos a treinamentos operacionais e intercâmbios esportivos. “Em alguns países, vamos em busca de conhecimento e, em outros, compartilhamos nosso conhecimento”, afirmou. Nos últimos cinco anos, foram realizadas mais de três mil missões de intercâmbio. Dessas, 773 apenas em 2014. Como os acordos são bilaterais, geralmente os estrangeiros também vêm aprender ou dar instruções nas unidades da FAB. Em 2014, por exemplo, foram 351 missões de estrangeiros no Brasil. Segundo o EMAER, além das relações com os países da América do Sul, o Brasil tem parcerias com África do Sul, França, Polônia, Suécia e diversos outros. “É o lado diplomáti co da FAB. Quando você faz um intercâmbio como esse, você estreita os laços de amizade”, ressaltou o Tenente-Coronel Josenval Alves Franco, também da Seção de Intercâmbios do EMAER.
epois de 45 anos de serviço dedicado ao Brasil, o Tenente-Brigadeiro Luiz Carlos Terciotti, agora na reserva, foi designado para ocupar o cargo de Conselheiro Militar da Missão Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). “É um desafio novo, uma área completamente nova, relações internacionais”, afirma o militar. Até 2017, o militar vai se reportar ao embaixador brasileiro na ONU, Antonio Patriota, ex-ministro de Relações Exteriores. O diplomata é responsável por conduzir toda a participação do País neste órgão. Na agenda de trabalho estão, principalmente, a participação do Brasil em missões de paz, como Haiti e Líbano, e o envio de observadores. Hoje, o País está presente em cerca de dez nações. “Vamos dar apoio incondicional e trabalhar de acordo com as novas demandas que possam surgir”, explica. Em relação a possíveis novas participações em missões internacionais, o oficial-general ressalta que o maior interesse é do País e trata-se de política de Estado. A transmissão do cargo será realizada em 13 de agosto em Nova Iorque. O mandato de dois anos é rotativo entre Marinha, Exército e Aeronáutica.
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OPERACIONAL
Harpia e Falcão aprimoram navegação a baixa altura e uso de óculos de visão noturna Técnicas foram treinadas durante exercício de capacitação operacional
R FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
apel, formação de líderes de esquadrilha, de elemento e de tripulantes operacionais, além do uso dos óculos de visão noturna (NVG, do inglês Night Vision Goggles). Estas foram as principais técnicas treinadas por cerca de 100 militares dos Esquadrões Falcão (1º/8º GAV), sedia-
do em Belém (PA), e Harpia (7°/8°GAV), de Manaus (AM), para aprimorar os métodos de busca e salvamento em combate (CSAR, do inglês Combat Search and Rescue). O Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), no sul do Pará, transformou-se no cenário de guerra simulada para receber o exercício
que possibilitou a capacitação operacional e o aperfeiçoamento dos militares. Cinco helicópteros H-60L Black Hawk e dois H-36 Caracal foram empregados em atividades diurnas e noturnas. Pilotos, mecânicos, artilheiros e homens de resgate, que operam na região Norte do Brasil, simularam
As Forças Armadas preparam-se para as Olimpíadas Rio 2016 Marinha, Exército e Aeronáutica realizam adestramento conjunto para segurança dos jogos
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Rapel foi uma das técnicas treinadas pelos militares dos Esquadrões Falcão e Harpia
s cinco grupos de operações especiais das Forças Armadas se preparam, em adestramento conjunto, para atuar durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. Cerca de 90 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica treinam para atuarem em situações que exijam conhecimento especializado, como uma ameaça terrorista ou sabotagem. Durante todo o período da competição, os grupos estarão de prontidão e estrategicamente posicionados a fim de garantir a segurança dos jogos.
Desde o início de 2015, os grupos realizam manobras conjuntas para padronizar os procedimentos e trocar experiências. Os militares já fizeram o adestramento para operações ribeirinhas, em Manaus (AM), e salto livre operacional, em Campo Grande (MS). Esse último coordenado pelo Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), mais conhecido com PARA-SAR, que pertence à Força Aérea Brasileira. “Treinando em conjunto e com um comando único, a gente com certeza vai estar muito mais apto a ter uma
Paraquedismo foi uma das etapas do trein
pronta reposta”, afirma o coordenador da manobra, Major de Infantaria Wanderson Menezes dos Santos. Considerados unidades de elite das Forças Armadas, os grupos de operações especiais são capazes de cumprir
FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
Troca de experiências entre esquadrões aprimora técnicas operacionais
namento conjunto das unidades de elite
tarefas que as tropas convencionais não estão aptos. Entre as atividades estão situações de guerra não convencional, contra-terrorismo, reconhecimento militar, incursão em território inimigo e táticas especiais. “Há várias amea-
treinamento e estudo”, diz. Durante essa operação também foi realizado o treinamento da NOE (do inglês, Nap of the Earth), tática em que a aeronave navega a baixa altura e com velocidade reduzida entre obstáculos. “Usamos o aprendizado desses exercícios também para nos prepararmos e atu-
armos na defesa aérea em eventos, como as Olimpíadas de 2016, para que a sociedade sinta-se protegida e consciente de que nosso trabalho está sendo realizado com sucesso”, afirma o Oficial de Operações do Esquadrão Harpia, Major Denys Martins de Oliveira.
ças que podem atingir grandes eventos, por isso precisamos estar prontos para todas as possibilidades”, explica o integrante do Primeiro Batalhão de Ações de Comandos do Exército (1º BAC), Capitão Herlon Stricker do Valle. Os militares ainda passarão pelo adestramento conjunto de mergulho em julho, na cidade de Angra dos Reis (RJ), e de combate urbano em Goiânia (GO), no mês de outubro. Além do PARA-SAR e do 1º BAC, participam da manobra o Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC); o Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, da Marinha; e o Primeiro Batalhão de Forças Especiais do Exército (1º BFESP). Essa não é a primeira vez que os grupos de operações
especiais participam de grandes eventos. Os militares já foram empregados na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Jogos Mundiais Militares e Copa do Mundo 2014. “O Ministério da Defesa vislumbrou que estas tropas têm que estar preparadas e, acima de tudo, interagindo”, finaliza o Major Wanderson.
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
resgates de combatentes em território hostil com emprego de armamento. Para o Tenente Rafael Teixeira Silva Bezerra, piloto do H-36 Caracal, o exercício é fundamental para aquisição de experiência operacional. “Resgatar um militar com vida em terreno inimigo requer muito
stamos num exercício operacional e isso nos traz muito aprendizado. Quando estivermos numa situação real, estaremos preparados para colocar a aeronave pra voar”, declara o Suboficial Marco Aurélio Pereira, do Esquadrão Pacau (1º/4º GAV). O mecânico eletricista de F-5M, um dos graduados mais antigos entre as unidades aéreas da FAB, carrega na bagagem inúmeras operações realizadas no País. A troca de informações entre as equipes de suprimento e manutenção dos esquadrões, por exemplo, é uma das grandes conquistas do treinamento. Durante a Operação BVR-1, realizada em maio na Base Aérea de Anápolis (BAAN), cerca de 100 mecânicos dos esquadrões se revezaram para fazer a manutenção das mais de 30 aeronaves de caça, reconhecimento e transporte. O trabalho é integrado para que todos os envolvidos adquiram novas experiências em relação às aeronaves. “Toda missão é um aprendizado. São panes diferentes, tipos de voo diferentes, encarregados diferentes”, comenta. BVR - Dos hangares à pista de decolagem, cerca de 300 militares aprimoraram novas técnicas de combate além do alcance visual (BVR, do inglês Beyond Visual Range). As táticas são idênticas às utilizadas em unidades aére-
as da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Radares de guerra eletrônica, que ajudam na identificação de forças inimigas, foram usados no adestramento das tripulações. “Nós estamos aplicando as mais modernas técnicas de combate no adestramento dos nossos pilotos. Esse exercício serve também como uma avaliação do grau de adestramento e da prontidão, com o qual eles poderão ser utilizados em casos de conflitos”, afirma o Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, Comandante-Geral de Operações Aéreas (COMGAR). Novidade – O avião de reconhecimento R-35AM Learjet, operado pelo Esquadrão Carcará (1°/6°GAV), sediado em Recife, inaugurou uma nova etapa em missões de sustentação ao combate. Devido ao novo sensor de guerra eletrônica instalado, capaz de realizar varredura de informações de vetores aéreos num cenário de emprego operacional, a aeronave é classificada como de alto valor. Isso a torna fundamental na coleta de dados a respeito de outras aeronaves envolvidas no combate, não apenas de inimigos, mas pela própria equipe em ação. FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER
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ESPORTE
FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER
Segundo pesquisa sobre mobilidade urbana, se o trajeto for de até 6km em uma grande cidade, é mais rápido ir de bike que ir de carro. Entre 6km e 10km, o tempo é o mesmo.
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Tenente Rafael Oliveira da Rocha, engenheiro do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR), criou o hábito de usar a bike para ir ao trabalho quando ainda era mestrando do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
Andar de bicicleta todos os dias melhora a condição física, diminuindo o risco de infarto em até 50% e auxiliando na perda de peso. Também traz benefícios para as costas e os joelhos, pois é considerado um exercício de baixo impacto. Um carro VW Gol 1.0 consome, em média, 1 litro de gasolina a cada 11,8 km rodados em perímetro urbano e é considerado bastante econômico. Se a ida e volta do trabalho para casa somar 20 km, você gasta em média cerca de R$ 125 mensais. Se você substituir o carro pela bike, a economia anual será de R$ 1.500.
Projeto busca transformar militares reformados por incapacidade em atletas
FOTO: SO ARMANDO / CDA
Vá de bike!
(ITA), em São José dos Campos (SP). Quando foi transferido para Brasília, levou o hábito consigo. Todos os dias, ele pedala aproximadamente 10km, entre ida e volta. Faz cada trecho em 20 minutos. “Para mim, o maior ganho é ficar livre do estresse do trânsito, mas também não podemos esquecer do treinamento físico e da economia, especialmente após o aumento no valor dos combustíveis. O único empecilho é a preguiça”, diz o tenente.
À direita, Soldado Rodrigo participa dos treinos duas vezes por semana
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m 2002, a caminho do trabalho, no extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), no Rio de Janeiro (RJ), o Soldado Rodrigo Santos Araújo, então com 21 anos, sofreu um acidente de carro que lhe causou tetraplegia parcial. Rodrigo foi reformado e, após 13 anos, retorna à caserna duas vezes na semana. Ele é um dos participantes do “Projeto para Valorização Pessoal e Integração Social através do Esporte”, que prevê uma parceria entre Marinha, Exército e Aeronáutica. “Estou muito animado, gostava muito de ser militar e assim tenho voltado a viver um pouco da rotina do quartel”, diz Rodrigo.
O objetivo do projeto, lançado no final de abril, é reunir militares reformados por terem sofrido algum tipo de acidente ou enfermidade que limitou suas condições físicas, mas que ainda estão aptos para praticar esportes. “Estamos na etapa de avaliação dos participantes, para identificar qual modalidade é mais indicada para o tipo de limitação física deles. Queremos treiná-los e incentivá-los a se tornarem atletas paralímpicos”, explica a Tenente Kathiane Dantas de Oliveira, uma das educadoras físicas que atua no projeto. A iniciativa conta com quatro núcleos, três deles na cidade do Rio de Janeiro e um em
Brasília. Na Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), onde o Soldado Rodrigo faz seu treinamento, estão sendo atendidos quatro militares: um da Marinha, um do Exército e dois da Aeronáutica, a maioria com limitações físicas causadas por acidentes de trânsito. Em visita às instalações da CDA, que estão sendo adaptadas para atender atletas com necessidades especiais, o Diretor Esportivo do World ParaVolley (Federação Internacional de Voleibol Sentado), Denis Le Brevilly, destacou a importância da iniciativa. “Essa abordagem não põe o portador de necessidades especiais como um simples praticante de esporte, mas como um verdadeiro atleta”, disse. Segundo o coordenador do projeto na FAB, Coronel de Infantaria Rubens Chaves Martins, os principais aspectos do projeto são a valorização e a inclusão pessoal. “O que estamos começando agora representa uma quebra de paradigmas nas Forças Armadas, pois é uma oportunidade inédita de nossos militares reformados por deficiência voltarem ao nosso convívio e se descobrirem esportivamente”, ressalta.
Como participar: Militares reformados por incapacidade e que possam praticar alguma modalidade esportiva são bem-vindos no projeto. Basta entrar em contato com uma das unidades abaixo:
Marinha do Brasil: CEFAN
Aeronáutica: CDA
Contato: Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1) Sergio Chaves de Jesus Telefones: (21) 2101-0889 ou (21) 2101-0886
Contato: Coronel Rubens Chaves Martins Telefones: (21) 2157-2656 ou (21) 2157-2412
Exército Brasileiro: CCFEx
Colégio Militar de Brasília
Contato: Tenente-Coronel Marco Túlio Baptista Telefones: (21) 2856-2261 ou (21) 2856-2262
Contato: Coronel (R1) Alan de Almeida Holanda Silva Telefone: (61) 3424-1072
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SEU DINHEIRO XXXXXXXXX
Faça um empréstimo para “si mesmo” e cuide do seu bolso Saiba como fazer um planejamento financeiro para não entrar no vermelho
ocê sempre se queixa que seu salário termina antes do mês? De vez em quando tem que entrar no vermelho para arcar com todos os compromissos? Ou, tenta se organizar financeiramente, mas acontecem alguns imprevistos e você acaba se endividando? Essas são algumas situações que comprovam a falta de um correto planejamento financeiro. O planejamento financeiro faz uma projeção do que você ganha e do que você gasta para indicar a sua situação econômica. Com isso, você vai saber exatamente qual o dinheiro disponível e, dessa forma, determinar o seu uso. De acordo com o mestre em economia, Major Nodgi Goyana Gomes Junior, é necessário poupar sempre. “Deve-se guardar parte do salário no início do mês e não deixar para o final do mês, caso sobre alguma coisa. É para ser encarado como se fosse um empréstimo para si mesmo”, ressalta o oficial. O Sargento Dayvison de Sousa Gonçalves, que trabalha na assessoria de atividades aéreas do Gabinete do Comandante da Aeronáutica (GABAER), segue o conselho. Ele planeja com antecedência todos os gastos do mês seguinte. “Além de pagar minhas despesas no mês, eu guardo uma parte do salário e ainda pago uma previdência complementar para comprar a minha casa no futuro”, revela o militar que tem 27 anos.
O economista destaca algumas dicas essenciais para valorizar seu salário:
“Eu penso no meu futuro”, afirma soldado O Soldado Marcos Paulo Correia Feitosa gasta seu dinheiro com responsabilidade. Ao ingressar na FAB, em 2012, como recruta, passou a economizar parte do salário. “Desde o início eu fazia o meu planejamento para o dinheiro durar o mês todo e ainda guardar um pouco”, ressalta o militar. Aos poucos, ele foi adquirindo bens para o seu
conforto pessoal. Comprou celular, computador, moto, reformou o quarto da casa em que mora com a avó. Agora está juntando dinheiro para comprar a casa própria. “A pessoa tem que saber que é necessário economizar, restringir alguma coisa no começo para ter algo a mais lá na frente. Eu penso muito no meu futuro”, afirma o militar, que ajuda a família nas despesas da casa.
Feitosa também nunca deixou de estudar. De recruta passou a soldado, fez concurso para soldado de primeira classe. Em agosto, ele começa o curso de Taifeiro. A partir do ano que vem, a nova função vai lhe render um aumento de salário. “Esse dinheiro a mais não é para eu gastar, é para investir”, conclui o militar.
Trace metas Com isso, você consegue transformar em números os seus resultados, mas seja realista sobre o rendimento dos seus investimentos.
Faça lista de compras Dessa forma, você compra somente o que precisa.
FOTO: BABE
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Acompanhe suas receitas e despesas Faça uma média dos seus gastos variáveis nos últimos cinco meses, como as contas do telefone celular e do cartão de crédito, para saber quanto você gasta e poder fazer a projeção. Compare os preços Sempre antes de comprar algum produto, verifique o preço em outras lojas. Com isso, você pode economizar de 10 a 20%.
Pague à vista quando tiver desconto Essa é uma forma de você comprar o produto com preço mais baixo. Utilize o cartão de crédito apenas quando for benéfico, como acumular milhas ou parcelar quando não tiver desconto.
Gaste de acordo com o que você ganha Uma coisa é alguém com renda expressiva manter um carro de luxo (já que aquilo vai corresponder a uma porcentagem baixa da sua renda), outra coisa é alguém comprar um carro de alto valor e o custo de manutenção (impostos, combustível, serviços) corresponder a 50% do seu salário.
CONSIGNADO Código único busca tornar contratação mais segura A partir do dia 05 de agosto, a Subdiretoria de Pagamento de Pessoal (SDPP) adotará o ‘Código Único’ para realização de empréstimos consignados. Similar aos ‘tokens’ usados pelos bancos, o código será gerado automaticamente no sistema digital de consignações da Aeronáutica (AERCONSIG). De acordo com o chefe da Divisão de Consignações da SDPP, Coronel Alcir Moreira de Moraes, o novo procedimento agiliza a operação – já que dispensa o militar de ir à unidade pagadora - e aumenta os níveis e controles internos de segurança nas transações de empréstimos. “É mais proteção às informações financeiras de militares e pensionistas”, explica. Atualização cadastral – A mudança requer que os interessados atualizem as informações pessoais, especialmente o endereço eletrônico, nas respectivas unidades pagadoras. Isso porque o sistema gera o código e o envia diretamente ao e-mail registrado no cadastro. O número vale por 10 dias corridos a partir da data de solicitação. Caso não seja utilizado, será necessário repetir o procedimento. Após a implantação, a atual senha de acesso deixa de autorizar consignações. Mais informações: www.aerconsig.com.br/ servidor
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FOTO: TENENTE LORENA / COMAR VII
XXXXXX OPERACIONAL
Esquadrão Arara forma primeira mulher mestre de carga na Amazônia Função tradicionalmente executada por homens envolve gerenciamento de até sete toneladas de carga do C-105 Amazonas
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Sargento Luana Eiterer deu um novo passo na carreira: tornou-se mestre de carga (load master) da Força Aérea Brasileira. A função, normalmente executada por homens, prevê o controle da carga e do pessoal transportados no avião. “Qualquer um que tem amor pelo que faz conquista seus objetivos”, afirma. O processo de formação foi de um ano e quatro meses no Esquadrão Arara (1°/9°GAV), sediado em Manaus (AM), onde trabalha
na manutenção da aeronave C-105 Amazonas. A militar teve aulas teóricas sobre configuração da aeronave, procedimentos empregados nas missões, entre outros assuntos. Entendeu todos os sistemas da aeronave e participou de instruções práticas. Todas as missões foram avaliadas. Para se formar, passou por duas provas: uma em solo e outra em voo. A nova função a fez perceber a importância de cada militar do efetivo da unida-
de aérea. “Quando comecei a viajar na nova função, ficou ainda mais claro para mim o valor de cada um do grupo, desde aqueles da manutenção até os que participam do cumprimento da missão”, disse. Desafio – De acordo com o Tenente Aviador Andrey Franklin Lima, o trabalho do mestre de carga influencia no desempenho do voo. “Eles são responsáveis pelo centro de gravidade da aeronave. Dependendo da forma
como colocam a carga, interferem na performance e na segurança”, disse. Há sete anos na função de load master do C-105 Amazonas, o Suboficial Jorge Otávio Oliveira da Silva explica que é responsabilidade destes profissionais a liberação da quantidade de carga e pessoal que pode ser transportada. “Tudo é feito em função desses limites. Depende do percurso e da quantidade de combustível”, exemplifica.
Os colegas demonstraram muita satisfação em receber uma mulher nesta função, principalmente considerando o esforço necessário na execução das tarefas. “O C-105 é de médio porte e pode transportar cerca de sete toneladas. Geralmente, manuseamos material pesado e grande. O trabalho exige energia do tripulante. Para nós, é muito bom ter uma mulher fazendo trabalho normalmente feito por homens”, explica o suboficial.
PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO O perigo de usar bastão de selfie e outros acessórios durante embarque e desembarque Um passageiro usando bastão de selfie antes de embarcar em um helicóptero no Sul do país serviu para ilustrar um risco potencial: se o objeto tocasse as pás girando, haveria um acidente aeronáutico. Diante dessa informação, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que tem a missão de prevenir acidentes
aeronáuticos na aviação civil e militar brasileira, emitiu uma “Divulgação Operacional” alertando sobre os riscos do uso desses objetos. Acessórios que não estejam presos ao corpo comprometem a segurança operacional no momento do embarque e desembarque em helicópteros com rotores acionados (principal e de cauda). Guarda-chuva, chapéus,
bastão retrátil (para fotografia) são alguns exemplos de objetos que não devem ser usados por passageiros e tripulantes nestas ocasiões. Para evitar acidentes aéreos recomenda-se seguir procedimentos corretos de segurança para embarque e desembarque de helicópteros em áreas de aproximação, previstos nos manuais de operação específicos de cada
aeronave. Além disso, empresas operadoras de helicópteros devem incluir no briefing aos passageiros orientações detalhadas sobre os riscos potenciais da utilização dos acessórios não previstos. Campanhas educativas para conscientizar sobre severidade do risco a que as pessoas se expõem ao usar esse equipamento sem a devida orientação é uma boa
forma de atingir um grande número de passageiros. Esses avisos de comunicação visual devem ser colocados no interior das aeronaves, nas salas de espera de embarque e nas áreas operacionais dos aeródromos. Outra ação de prevenção é o acompanhamento dos passageiros nos trajetos até a aeronave. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
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DESTAQUE
Cadetes da AFA avaliam pratos de ‘aspirantes’ a cozinheiros profissionais em programa de TV
No hangar, cadetes experimentaram cardápios das equipes participantes
uais as semelhanças entre um reality show de culinária e a rotina de cadetes da Academia da Força Aérea? “Aqui temos que cumprir a missão independente das variáveis de pressão e, também, precisamos de certas capacidades que são essenciais. E eles têm que conciliar tempo escasso e a escolha dos ingrediente. É um ambiente parecido com o nosso nos aspectos de liderança, disciplina, trabalho em equipe, planejamento, criatividade”, compara o Cadete Jefferson Hirata, ao observar o desafio dos 15 concorrentes do MasterChef, programa exibido pela Band.
As gravações realizadas em abril na AFA resultaram no episódio da segunda temporada do programa. Hirata foi um dos 100 cadetes a provar e avaliar os pratos (carne, acompanhamentos e sobremesa) elaborados pelas equipes vermelha e azul em 1h30min. “Cozinhar para muitas pessoas num tempo restrito e entregar uma comida de qualidade é uma das provas mais difíceis pelas quais os canditados a MasterChef têm que passar”, afirma a apresentadora Ana Paula Padrão. O mote da prova foi preparar o alimento para os
estudantes após uma rotina pesada. O prato deveria saciar a fome, além de ser uma refeição bem preparada. “Foi muito difícil escolher. Os pratos estavam excelentes. O que me agradou mais foi o da equipe vermelha. A carne estava do jeito que eu gosto, ao ponto para mal passada, e a sobremesa de frutas vermelhas bem simples, porém muito gostosa”, descreve o cadete Hirata, que de espectador virou avaliador do programa. A AFA ilustrou os três cursos que oferece e disponibilizou um dos hangares, onde a prova foi realizada.
Equipe azul foi a vencedora na disputa gravada na AFA
HOMENAGEM Mais de 600 serão agraciados com a Medalha Mérito Santos-Dumont
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Força Aérea Brasileira vai condecorar 613 autoridades, personalidades e militares com a Medalha Mérito Santos-Dumont. A cerimônia de entrega será realizada em 24 unidades militares de todo o país, no dia 20 de julho, data em que se comemora o 142º
aniversário de Alberto Santos-Dumont, Patrono da Aeronáutica Brasileira e Pai da Aviação. Este ano, além dos militares e 86 civis brasileiros, estão na lista de agraciados 27 militares e dois civis estrangeiros. A comenda foi criada em 1956, durante as comemora-
O programa levou 120 profissionais para preparar o refeitório, pessoal de limpeza, figurino, maquiagem, instalação de equipamentos de iluminação, som e filmagem. “Além de tornar a prova possível, a AFA nos proporcionou um cenário espetacular e muita emoção para as nossas equipes de participantes. Os cadetes foram altamente cooperativos e acredito que conseguimos conciliar o altíssimo nível de disciplina e competência da AFA à imagem do profissionalismo que o produto MasterChef deseja e trabalha para ter entre seus telespectadores”, avalia Ana Paula Padrão.
ções do cinquentenário do voo do 14-Bis. Ela é um reconhecimento aos militares que se destacaram no exercício da profissão, aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros que tenham prestado notáveis serviços ao país e a organizações militares e instituições merecedoras.
FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAR
FOTOS: SGT GAEDKE / AFA
Veja os bastidores da gravação de um dos episódios do programa MasterChef
Veterano de guerra é declarado patrono do Material Bélico da FAB FOTO: ARQUIVO
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Tenente-Coronel Jorge da Silva Prado foi declarado o Patrono do Material Bélico da FAB. A indicação foi decretada pela Presidência da República, no dia 22 de maio de 2015, devido à contribuição significativa do militar para a aquisição, manutenção, distribuição e desenvolvimento de equipamentos bélicos. Falecido em 18 de fevereiro de 1991, o militar foi especialista em armamento, veterano de guerra e dedicou toda a carreira à área de material bélico. O homenageado foi chefe da Seção de Material Bélico do 1º Grupo de Caça na campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial.
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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
ARTE: SDPP
A Odontoclínica de Aeronáutica de Brasília (OABR) foi a primeira unidade a adotar o novo padrão de websites, seguindo a identidade digital estabelecida para todos os órgãos do Governo Federal. De acordo com o Chefe de Comunicação Social da OABR, Major Caio Brasil, a página ganhou mais funcionalidade e promoveu a integração do público com os canais de comunicação oficiais da Aeronáutica. “Agora o internauta busca informações sobre odontologia e tem a oportunidade de conhecer melhor a FAB”, explica. Até junho, das 66 unidades que possuem sites na internet 15% já haviam finalizado a migração prevista pelo projeto Portal Único. A mudança é coordenada pelo Centro de Comunicação da Aeronáutica (CECOMSAER) em parceria com a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), por meio do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR). De acordo com o Chefe do CCA-BR, Coronel Cesar Faria Guimarães, os sites não perderão as funcionalidades e os conteúdos próprios com
a migração. Além disso, os internautas terão acesso às informações e produtos da FAB. “O portal único significa mais facilidade na navegação e, sobretudo, mais segurança”, diz o Coronel.
Oficiais de Comunicação Social devem ficar atentos ao cronograma e às orientações disponíveis na página do CCA-BR. Além do novo visual, o conteúdo passa a ser hospe-
dado de maneira unificada pelos servidores do CCA-BR. A unidade mantém um Centro de Tratamento de Incidentes de Rede (CTIR), que monitora 24h os acessos às páginas por sensores de proteção cibernética. Todos os sites estarão protegidos por esse sistema. Cronograma - Segundo um dos desenvolvedores do portal, Tenente Pieter Monteiro Veldman, todas as instruções estão em linguagem muito simples, mas os técnicos estão à disposição dos usuários para qualquer esclarecimento.
NO
PADRÃO Onde quer que esteja, o militar reflete a imagem da Força Aérea Brasileira. Seja pela forma de utilizar a farda ou pelo seu comportamento em ambientes públicos ou privados. Portanto, o cumprimento do Regulamento de Uniformes para Militares da Aeronáutica (RUMAER) é obrigatório e deve ser aplicado no dia a dia. De acordo com o artigo 6º, não é permitido o uso de uniformes incompletos e em desalinho. Ou seja, a farda deve estar devidamente passada e limpa. O cabelo e a barba precisam ser aparados com frequência, dentro dos padrões estabelecidos. Lembre-se: o zelo com a farda e com a sua imagem pessoal diz muito sobre o profissional que você é.
ARTE: SDPP
Até junho, 15% das unidades da FAB adotaram novo padrão de páginas na internet
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ENTRETENIMENTO
Em 2015, celebramos 142 anos do nascimento de Alberto Santos-Dumont. O Pai da AVIAÇÃO e Patrono da Aeronáutica também integra o Livro dos Heróis da Pátria. O brasileiro foi o primeiro a alcançar, definitivamente, a DIRIGIBILIDADE dos balões e a VOAR num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. Menos conhecidas, mas não menos relevantes, foram as demais contribuições do INVENTOR, como o chuveiro de água quente, ULTRALEVE, DIRIGÍVEL, RELÓGIO DE PULSO, HANGAR, ROLAMENTOS e protótipo do HIDROAVIÃO. Encontre abaixo as palavras destacadas no texto.
Jogos dos seis erros
FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER
PALAVRAS CRUZADAS
Resposta da edição de junho de 2015
CONSTRUINDO
O FUTURO Projetos Estratégicos da FAB
A partir de 2002, a FAB acrescentou um componente inédito em suas operações aéreas: o avião-radar E-99. Trata-se de uma versão militar do jato regional Embraer 145 que atua como um verdadeiro posto de comando e controle no céu. Utilizado em todo o território nacional, a partir da sua base em Anápolis (GO), o avião se destaca pelo radar Erieye na parte superior. O E-99 é capaz de realizar missões de gerenciamento do espaço aéreo, posicionamento de caças e controle de interceptação, inteligência eletrônica e vigilância de fronteiras. Este projeto estratégico da FAB contempla a modernização do radar e dos sensores embarcados, além da aquisição de seis estações de planejamento e análise de missão para treinar as tripulações. O processo iniciado em 2012 tem previsão de entregar a primeira unidade modernizada em 2017.
FORÇA AÉREA BRASILEIRA
FOTO: SGT JOHNSON /CECOMSAER