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www.fab.mil.br
Ano XXXIX
Nº 6
Junho, 2016
ISSN 1518-8558
TRANSPORTE, RECONHECIMENTO E BUSCA E SALVAMENTO Conheça as atividades que diferenciam essas aviações (Págs. 10 e 11)
OLIMPÍADAS - Saiba mais sobre a preparação da FAB para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E veja como foi a recepção à chama olímpica (Págs. 6 e 7)
REESTRUTURAÇÃO - Entenda a importância da reorganização de unidades aéreas e adequação das bases da FAB (Págs. 8 e 9)
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CARTA AO LEITOR
Expediente
Preparo e modernização Esta edição do Notaer está repleta de conteúdo para o nosso efetivo, a começar por novas informações sobre a reestruturação da Força Aérea Brasileira. Uma matéria especial explica o contexto da adequação pela qual devem passar algumas unidades e a importância de manter a instituição constantemente atualizada. As inovações no e-mail corporativo – ainda em fase de implantação – estão mais detalhadas nas páginas a seguir. Inovação também é o que teremos com o novo caça da FAB, o Gripen NG, que foi apresentado pela fabricante Saab, em maio, na Suécia, e que o
leitor também poderá conferir. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 estão chegando – em agosto – e nossos militares se preparam para o trabalho em diversas áreas. Você vai saber mais sobre o treinamento chamado Olimpex, que simulou situações de tráfego aéreo e segurança e defesa em áreas restritas que poderão ocorrer durante a realização das Olimpíadas. Enquanto os Jogos não começam, mostraremos também as melhorias na infraestrutura da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), que receberá os competidores olímpicos e paralímpicos, além do
legado que será deixado para outros atletas do futuro. A chegada da chama olímpica ao Brasil foi um grande momento e sua recepção envolveu militares de diferentes unidades. O trabalho anônimo desses profissionais – diante das atenções mundiais voltadas para o símbolo olímpico – também foi registrado e pode ser conferido a seguir. No mês em que comemoramos os Dias das Aviações de Transporte, de Reconhecimento e de Busca e Salvamento, apresentamos alguns militares que realizam trabalhos específicos em cada área. As peculiaridades de nossas avia-
ções serão ressaltadas através dos exemplos daqueles que se empenham para que as missões sejam bem cumpridas. As reportagens sobre exercícios operacionais – Cachimbo e Tropeiro – mostram como nossos esquadrões estão mantendo sua operacionalidade e como as áreas de Intendência e Saúde estão preparadas para apoiar operações de desdobramento. Esperamos que aproveitem o conteúdo e que participem enviando suas críticas e sugestões. Boa leitura! Brig Ar Ary Soares Mesquita Chefe do CECOMSAER
O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita Editoras: Tenentes Jornalistas Emília Maria ( MTB 14234RS ) e Evellyn Abelha (MTE 973MS). Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Suboficiais Cláudio Bonfim Ramos; Sargentos Emerson Guilherme Rocha Linares, Lucemberg Nascimento Oliveira da Silva, Ednaldo da Silva e Cabo Maclaudio Gomes Pereira. Fotos da capa: Sargento Jhonson Barros e Cabo André Feitosa. Tiragem: 30.000 exemplares. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF
PENSANDO EM INTELIGÊNCIA
Não acredite em tudo o que você vê, ouve ou lê – Parte 2 Em tradução livre: “O problema com citações encontradas na Internet é que você nunca sabe se elas são genuínas”. Abraham Lincoln Relembrando o que já foi exposto, o dado precisa ser avaliado quanto a quem emite a opinião e qual a coerência e compatibilidade do conteúdo. O exemplo (muito simples!) acima leva o pesquisador a assumir que a fonte do dado é Abraham Lincoln e que a Internet, como ocorre sempre, é apenas o canal (um intermediário entre a fonte e o pesquisador), mas há mais coisas a serem observadas... Naturalmente, a maioria dos leitores perceberá que há algumas inconsistências no dado, pois não existe harmonia interna entre os três elementos que o constituem: (1) a sentença, (2) o autor e (3) a imagem.
Atribuir a frase a Lincoln é impossível, porque esse ex-presidente norte-americano foi assassinado em 1865, muito antes de a Internet ser inventada; portanto (1) e (2) são contraditórios. Além disso, a imagem apresentada é de Benjamin Franklin, que também faleceu sem conhecer a Internet; então (2) e (3) são
contraditórios, bem como (1) e (3). Dessa forma, o dado não apresenta coerência, uma vez que não se harmoniza internamente. Entretanto, do ponto de vista da compatibilidade, o leitor observará que o dado apresenta harmonia com outros dados de seu domínio prévio. Na verdade, analisando apenas a frase, realmente, não se deve acreditar em tudo o que é veiculado na Internet. Isso harmoniza com sua experiência como
navegador virtual, porque você já se deparou, anteriormente, com informações conflitantes muitas vezes e, por causa disso, foi compelido a desconsiderar determinadas assertivas sobre assuntos dos quais você detinha um conhecimento mínimo. No presente caso, sua concordância com a sentença, aliada ao descarte dos outros elementos constituintes do dado, permitirá concluir que o dado é parcialmente correto. Finalmente, lembre-se: não acredite, mas, principalmente, não repasse tudo o que você vê, ouve ou lê sem antes filtrar a fonte e o conteúdo do dado. (Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER)
Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A
PALAVRAS DO COMANDANTE
A readequação necessária As mudanças estão em andamento. Uma profunda e necessária reestruturação vem sendo implementada em todas as áreas de nossa instituição. Cabe a nós construirmos a Força Aérea Brasileira do futuro e, para isso, diversos estudos e ações já estão acontecendo. Como na edição anterior do Jornal Notaer, nesta é apresentada uma reportagem especial sobre o andamento da reestruturação. O objetivo é manter nosso efetivo sempre informado das atualizações que vêm sendo executadas
e dos benefícios que trarão para nossa Força. Tenho realizado apresentações com essa mesma intenção de mostrar o que está sendo feito e conscientizar a todos da importância que cada um tem nesse processo. Os conceitos aplicados para a reestruturação seguem uma tendência mundial de otimização de recursos e melhoria dos processos administrativos. Embora os cortes orçamentários ressaltem ainda mais a necessidade de atualizar nossa administração,
isso deve ser uma preocupação permanente. O “enxugamento”, portanto, é necessário não apenas em momentos de crise, devemos sempre trabalhar para fazer o máximo possível com os recursos de que dispomos. Por isso, a readequação organizacional é imprescindível. O uso das novas tecnologias, como aeronaves mais modernas e com maior autonomia, os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e os satélites, por exemplo, nos permite repensar a infraestru-
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FOTO: SGT JHONSON / CECOMSAER
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tura e a posição geográfica de Tenente-Brigadeiro do Ar nossas organizações. A conNivaldo Luiz Rossato centração física de unidades Comandante da Aeronáutica representará uma economia significativa de recursos humanos e financeiros. É mais do que hora de todos pensarmos em nossa que a reestruturação ocorra instituição com a importân- da maneira mais eficiente cia que ela realmente tem e possível. Tenho certeza de que colocá-la acima de interesses posso contar com os senhores individuais. Precisamos com- e as senhoras nesse processo preender a necessidade de de constante melhoria da nosmudanças e nos engajar para sa Força Aérea.
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#ÉISSOQUEIMPORTA
Missão: projetos sociais
Conheça a história do sargento que se dedica a levar esporte e cidadania a crianças e adolescentes em Florianópolis social e esportiva às crianças e adolescentes do bairro da Tapera, comunidade vizinha à unidade. No início, 30 crianças participavam das aulas de judô. “Entre aquelas crianças, destaco nosso aluno Guilherme Duarte Alves, hoje Soldado Alves, que serve no BINFA. Ele é faixa marrom no judô e contribui com o Caravana do Ar e também com o Forças no Esporte (PROFESP), outro projeto em funcionamento na BAFL”, conta o sargento. O Soldado Alves considera que o judô foi muito importante para mantê-lo afastado das drogas, pois reside em uma área que o tráfico de entorpecentes é forte. “Sou grato ao sargento Wendhausen e à BAFL por terem me apresentado ao judô. Através desse esporte, eu pude aumentar meu poder de concentração, melhorar minha disciplina e a minha autoestima”, revela Alves.
Exemplo que contagia O bom exemplo do Sargento Wendhausen inspirou o Soldado Alves, que hoje serve de inspiração para os irmãos mais novos. Gustavo seguiu os passos de Alves - participou do projeto Caravana do Ar e também ingressou na FAB como soldado. A caçula da família, Gabriela, de 9 anos, vendo a trajetória dos irmãos no judô agora faz parte do time e treina na BAFL. Ela é faixa cinza e já participou de diversos campeonatos. Sua última conquista foi a medalha de ouro na 3ª Copa Porto Belo. Os atletas da BAFL participaram pela segunda vez dessa competição, levando o troféu de primeiro lugar e conquistando o bicampeonato.
Formando campeões “Foi muito, muito legal. Eu lutei bem, até ganhei uma medalha de ouro!”. Maria Cristina Santana, de 5 anos, iniciou no judô há 4 meses e já participou da primeira competição na 3ª Copa Porto Belo, realizada em abril na cidade de Porto Belo (SC). A mãe, Franciele Natacha Alexandre, diz que o comportamento da pequena judoca melhorou muito após seu ingresso no projeto. “Antes ela era muito agitada, brigava muito com o irmão e fazia muitas pirraças”, afirma Franciele.
Atualmente, 170 crianças e adolescentes são beneficiadas pelas aulas de judô. Os projetos sociais oferecem também outras atividades físicas, recreação esporti-
va, cidadania e educação. Segundo o Sargento Wendhausen, os professores e os pais observam mudanças significativas nos atletas, principalmente em relação
ao respeito ao próximo e aos adversários nas competições, além da melhora no condicionamento físico. “A motivação para participar dos projetos é ter, a
cada dia, uma oportunidade de me transformar em cidadão melhor para a nossa sociedade e contribuir com as nossas crianças e jovens que saem de suas casas,
enfrentando frio, chuva e o famoso vento sul para praticar esse esporte transformador que é o judô”, destaca Wendhausen. (Fonte: BAFL)
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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
om 27 anos de serviço na Força Aérea Brasileira, o Sargento Especialista em Serviços de Guarda e Segurança Reginaldo Wendhausen Fraga, do Batalhão de Infantaria (BINFA) da Base Aérea de Florianópolis (BAFL), não é apenas um militar dedicado. Ele também oferece boa parte de seu tempo a ensinar judô em projetos sociais voltados a crianças e adolescentes. Filho de militar e praticante do esporte desde os 15 anos, Wendhausen quis seguir o exemplo do pai e ingressou na FAB como recruta, em 1989, na BAFL. Já durante o recrutamento participou como atleta da seletiva de judô do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), em Canoas (RS). Nessa época, ele não podia imaginar que o esporte passaria a fazer diferença na vida de tantas pessoas à sua volta. No ano após o engajamen-
to, foi aprovado no Curso de Formação de Cabo. Em 1996, passou no concurso para a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) e, após a conclusão do curso, foi classificado no BINFA da Base Aérea de São Paulo. Em 2003, ao retornar para a BAFL com diversas especializações, atuou nos estágios de pronto emprego como instrutor e encarregado. Em 2006, foi selecionado para cumprir missão no Gabinete de Segurança Institucional na Presidência da República (GSI-PR). Em 2009, retornou para o BINFA. “Depois, tive a grata oportunidade de conhecer e servir em nossa gloriosa Amazônia, especificamente no BINFA da Base Aérea de Porto Velho, onde atuei na Companhia de Polícia da Aeronáutica. Após cinco anos servindo naquela região, retornei à Florianópolis”, relata. Foi um dos criadores do Projeto Caravana do Ar, na BAFL, cujo objetivo principal era proporcionar inclusão
Tenente JOR Emília Maria
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FOTO: TEN VILLORDO / 1º/3º GAV
OPERACIONAL
Esquadrões de A-29 aumentam capacidade de lançamento de foguetes Casulos que armazenam os armamentos até o acionamento agora comportam 19 unidades
O Exercício Operacional Cachimbo 2016, dos esquadrões de caças A-29 Super Tucano, trouxe mais um ganho operacional para as três unidades aéreas que operam a aeronave nas regiões de fronteira do Brasil. Durante o treinamento realizado nos meses de maio e junho no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), no Pará, os militares utilizaram um novo casulo, local onde os foguetes são armazenados até serem acionados. O equipamento que comportava sete foguetes foi substituído e a capacidade mais que dobrou, passando para 19. A primeira unidade a participar da atividade foi o Esquadrão Escorpião (1º/3º GAV, de Boa
Tenente JOR Evellyn Abelha
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rês áreas estratégicas da Força Aérea Brasileira reunidas com um só objetivo: formar e treinar o efetivo para realizar missões desdobradas em localidades remotas ou sem infraestrutura básica. Assim foi realizado o Exercício Tropeiro em Lagoa Santa, Minas Gerais, que uniu a intendência, a engenharia e a saúde da FAB em uma atividade conjunta inédita.
Vista (RR), seguido pelos esquadrões Grifo (2º/3º GAV), sediado em Porto Velho (RO), e Flecha (3º/3º GAV), de Campo Grande (MS). Para utilizar o novo equipamento, os militares passaram antes por instruções teóricas. “A doutrina de emprego continua a mesma, mas a substituição exige conhecimento da parte técnica”, explica o Comandante do Esquadrão Escorpião, Tenente-Coronel Leonardo Venancio Mangrich. O incremento dos armamentos faz parte de um esforço conjunto entre a Terceira Força Aérea (III FAE), re s p o n s áve l p e l a aviação de caça da FAB, o
Parque de Material Bélico de Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAMB-RJ), o CPBV e os próprios esquadrões. “Além de aumentar a capacidade de emprego armado das unidades, há uma sinergia para minimizar custos e otimizar os resultados”, acrescenta o Tenente-Coronel Mangrich. Durante o Exercício Cachimbo, os esquadrões realizaram o treinamento e a qualificação das equipagens no emprego ar-solo com
Mais de 330 militares participaram da ação entre os meses de abril e maio. As 74 barracas montadas em um terreno cedido pela prefeitura local transformaram a área em um verdadeiro acampamento. Ali, funcionou toda a estrutura necessária ao Exercício Tropeiro, como alojamentos, cozinha, refeitório, salas de aulas para as instruções, um Hospital de Campanha – capaz de realizar cirurgias, salas de apoio e até um auditório com capacidade para 150 pessoas. O Exercício Tropeiro englobou o Estágio de Enge-
nharia Operacional, o Estágio de Intendência Operacional e o Hospital de Campanha (HCAMP) com os profissionais de saúde do Curso de Adaptação de Médicos, Dentistas e Farmacêuticos da Aeronáutica. “É importante que a intendência saiba o que a engenharia precisa, que a engenharia saiba o apoio que a intendência é capaz de oferecer, e é preciso que juntos nós conheçamos as demandas do HCAMP para planejar as ações de maneira cada vez mais eficiente”, explicou o Comandante do Escalão Móvel de Apoio, Major Luciano Antônio Araújo dos Santos.
a utilização de bombas reais e de exercício, além dos foguetes e cartuchos. A atividade serviu também para manter o adestramento do pessoal de manutenção quanto à preparação e à operação de armamento real e dar continuidade à formação dos futuros líderes de esquadrilha da aviação
de caça, quando o piloto é habilitado para gerenciar uma missão com outras três aeronaves.
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
Tenente JOR Evellyn Abelha
Mais de 330 militares participam do Exercício Tropeiro em Lagoa Santa (MG) Os alunos dos Estágios de Intendência Operacional e de Engenharia Operacional tiveram instruções teóricas e práticas de apoio logístico a unidades militares que necessitem operar desdobradas, seja em treinamento ou em emprego real. Já os mais de 100 alunos do HCAMP atenderam cerca de 3 mil pessoas de Lagoa Santa durante a Ação Cívico-Social realizada no exercício. “Desse modo a Força Aérea cumpre duas funções: se prepara para o combate e ajuda as populações carentes”, afirmou o Comandante do Centro de Instrução e Adap-
tação da Aeronáutica (CIAAR), Brigadeiro do Ar Ivan Moysés Ayupe. A unidade é responsável pela instrução militar aos futuros oficiais de carreira da área da saúde. O Haiti é um exemplo de atuação da FAB em locais desprovidos de infraestrutura básica. Após o terremoto em janeiro de 2010, os hospitais de Porto Príncipe, capital do País, ficaram inoperantes. Um Hospital de Campanha foi montado para atender a população. Os profissionais da saúde realizaram até cirurgias dentro dos módulos móveis montados no Haiti.
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Olimpex capacita militares para atuar na defesa das Olimpíadas FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER
Treinamento simulou mais de cem situações que podem ocorrer durante as competições
Tenente JOR Raquel Alves
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inquenta e seis militares da Força Aérea Brasileira participaram do Exercício Simulado Olimpex, no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos (SP), entre os dias 16 e 20 de maio. O treinamento, que também contou com representantes do Exército e da Marinha, foi realizado com foco preparatório para os Jo-
gos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, nos quais foram simulados e avaliados os processos de planejamento, coordenação, execução e controle do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) em cenários previamente estabelecidos. O enfoque da Olimpex foi avaliar o nível de tomada de decisões, pondo à prova o conhecimento e experiência dos membros de cúpula responsá-
veis pelo gerenciamento da Defesa Aeroespacial no Brasil. “Colocamos em prática todo conhecimento. Os cenários dimensionados foram criados com bastante complexidade e isso faz com que o treinamento possa nos direcionar nas decisões que devem ser tomadas, caso ocorra algum incidente”, relatou o Comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e Diretor do exercício, Major-Brigadeiro do Ar Mário Luís da Silva Jordão. Simulações Os exercícios foram simulados a partir de seis cenários criados virtualmente em 110 situações onde os militares envolvidos puderam praticar e definir quais as estratégias que devem ser tomadas para garantir a defesa do espaço aéreo durante os eventos. Foram realizados três cená-
rios por dia e cada um com duração de uma hora e meia. Para o treinamento foram escolhidas duas localidades: Rio de Janeiro e São Paulo. As áreas demarcadas nas localidades foram selecionadas com base na realização de eventos simultâneos, como os jogos de futebol. Essas áreas, denominadas pelo Comando da Aeronáutica (COMAER) como áreas de exclusão, também serão monitoradas durante as competições nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Manaus e Salvador. Trabalho conjunto “É muito importante essa interação entre as Forças nesse treinamento e principalmente entre as equipes envolvidas no exercício. Os Jogos Olímpicos requerem muita atenção e cuidado em nosso espaço aéreo. Estamos trabalhando
para que todos os processos treinados, caso seja necessário usá-los, sejam realizados com precisão e rapidez”, disse o Capitão do Exército Brasileiro, Thiago Ribeiro de Almeida, que atuou no exercício como oficial de ligação antiaérea. Experiência As diretrizes de planejamento e gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo usadas na Olimpex também foram usadas nos grandes eventos que o Brasil sediou, como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), em 2012, a Copa das Confederações de Futebol e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ambas em 2013, e a Copa do Mundo de Futebol em 2014. Para saber mais sobre defesa do espaço aéreo e áreas de exclusão nos Jogos Olímpicos Rio 2016, acesse a página: www.fab.mil.br/rio2016
FOTO: SAAB
GRIPEN
Novo caça da FAB é apresentado na Suécia Tenente JOR Cynthia Fernandes No dia 18 de maio, foi realizado o rollout da aeronave Gripen na versão E/NG em Linköping, na Suécia. O Comandante da Aeronáuti-
ca, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, e o Comandante da Força Aérea da Suécia, Major-General Mats Helgesson, destacaram as vantagens da nova geração da aeronave, chamada
de smartfighter (caça inteligente). “A qualificação de recursos altamente especializados, acompanhada pelo processo de transferência de conhecimentos, proporcionará um novo impulso ao
desenvolvimento do nosso complexo científico tecnológico, o que julgo ser um dos mais importantes legados desse projeto promissor”, disse o Tenente-Brigadeiro Rossato na ocasião.
Para o Comandante da Força Aérea Sueca, a atual versão atende às demandas da FAB. “A nova geração terá uma performance muito melhor ”, avalia o Major-General.
RIO 2016
Veja quem trabalhou para dar as boas FOTO: SGT MANFRIM / CECOMSAER
vindas do Brasil ao símbolo olímpico A chegada do fogo simbólico foi o primeiro grande evento que reforça a expectativa do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Militares de diversas unidades estiveram envolvidos neste momento único. Um trabalho anônimo que destacou o nome do Brasil e da FAB na mídia nacional e internacional.
P FOTO: CB V.SANTOS / CECOMSAER
FOTO: CB V.SANTOS / CECOMSAER
Brasília -DF
or volta das 10h, a demonstração da Esquadrilha da Fumaça abriu o revezamento da tocha. Na aeronave #6, o Major José Pimentel Neto realizava sua primeira apresentação na capital federal. “Neste momento em que os olhares do mundo estão voltados para o Brasil, é muito bacana mostrar a nossa bandeira. Mostrar o que a gente faz e faz bem”, disse referindo-se à formação dos pilotos e à indústria nacional.
Centro de Treinamento dos Afonsos receberá atletas olímpicos O complexo deve ser inaugurado no início de julho
Tenente JOR Flávio Nishimori O Centro Olímpico de Treinamento dos Afonsos, localizado no campus da Universidade da Força Aérea (UNIFA), no Rio de Janeiro, deve ser inaugurado no começo de julho. As instalações servirão para os treinos de atletas olímpicos e paralímpicos. O Complexo de Treinamento engloba ginásios es-
portivos, uma piscina de 50 metros coberta e aquecida, uma piscina de 25 metros, duas pistas de atletismo, alojamento para 142 atletas, além do Instituto de Ciências da Atividade Física (ICAF). As Olimpíadas Rio 2016, em agosto, devem receber 10.500 atletas de 206 países. De acordo com o Coronel Aviador Francisco da Costa e Silva Junior, adjunto do
Comandante da UNIFA para os Jogos Olímpicos, o aporte de recursos provenientes do Ministério dos Esportes para as instalações, tanto do Clube da Aeronáutica quanto do complexo da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), soma mais de R$ 100 milhões. Para o Gerente de Triatlo do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Rychard Hryniewicz,
o apoio da FAB é essencial. “Aqui temos um espaço fantástico, que oferece condições de treinamento para natação, ciclismo e corrida. Não existe um local que nos atenda melhor”, destacou. Para o Comandante da UNIFA e Presidente da CDA, Major-Brigadeiro Paulo João Cury, a infraestrutura do Complexo não deve se restringir apenas à Aeronáuti-
ca. “Será um grande legado para a comunidade. Em um raio de 10 quilômetros não há infraestrutura igual a essa e nós temos mais de 4 milhões de habitantes nessa região. O Centro de Treinamento de Excelência e o Centro de Treinamento de Seleção de Futuros Atletas possivelmente vai ser aqui na UNIFA”, salientou o Major-Brigadeiro Cury.
FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER
Brasília - DF
FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER
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controladora de tráfego aéreo Sargento Dyone Karine Carneiro acabava de entrar no turno de serviço quando, às 7h25, autorizou o pouso, no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, da aeronave que transportava a chama olímpica desde Genebra, na Suíça. “Foi especial. Mas não deixei de fazer com o mesmo profissionalismo de sempre”, disse a sargento.
FOTO: INTERNET
s 3h18 do dia 03 de maio, quando o voo 9751 ingressou no espaço aéreo do País, foi a Sargento Indra Ruana Fraton que deu as boas-vindas do Brasil ao símbolo olímpico. A fala da controladora do Centro de Controle de Área de Recife (ACC-RF), ganhou destaque na imprensa: “Desejamos que a chama acesa represente não apenas a conquista da vitória, mas a certeza de que teremos uma competição com paz, união e amizade. Recife - PE
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or volta das 7h, dois caças F-5M do Grupo de Defesa Aérea decolaram da Base Aérea de Anápolis (BAAN) com a missão de escoltar o voo até o pouso em Brasília. À bordo de uma das aeronaves estava o Major Thiago Romanelli. “Como representantes da FAB, da nação brasileira, participamos de um grande momento. Ficamos muito felizes em fazer parte da história”, afirmou o piloto. Anápolis - GO
FOTO: CB ALLISON / CINDACTA III
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FOTOS: CB FEITOSA / CECOMSAER
Tenente JOR Jussara Peccini
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CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA
Reestruturação Organizacional Entenda
Conceito moderno de Força Aérea inclui reorganização de unidades aéreas e adequação de Bases
Tenente JOR Emília Maria “Essa Força Aérea de 2041 é muito mais de vocês do que minha. Todos devem se empenhar nisso, estudar e aceitar a mudança. Recursos devem ser otimizados e novos conceitos precisam ser adotados”. As palavras do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, direcionadas a militares ao encerrar uma das apresentações intitulada “Olhando
“A dispersão excessiva das unidades no território dificulta o adestramento e o gerenciamento dos recursos”, explica o Tenente-Brigadeiro Rossato. Historicamente, seja por herança de unidades da Marinha e do Exército – que deram origem a muitas organizações da FAB –, seja pela necessidade de apoio em diversos pontos devido à pouca autonomia das antigas aeronaves, ou ainda pela posição estratégica que deveriam ocupar, as Bases Aéreas e seus esquadrões foram distribuídos em todo o território brasileiro. Algumas unidades do Exército – chamadas Corpos de Base – foram herdadas pela FAB e, em maio de 1941,
para o Futuro”, representam a visão do Comando em relação à reestruturação pela qual a Força está passando. Estudos, otimização de recursos e novos conceitos são as palavras-chave do processo que pretende levar a FAB a um novo patamar até completar seus 100 anos, em 2041. “Nós temos sempre que otimizar a utilização dos recursos, independentemente de tê-los em maior ou menor quantidade”, destaca o Comandante.
passaram a ser denominadas Bases Aéreas. Mas já no surgimento dos Corpos houve, conforme registra o livro História Geral da Aeronáutica Brasileira, “um significativo sinal de orientação doutrinária, no sentido de assegurar mobilidade às unidades aéreas para seus desdobramentos”. O litoral Nordeste era considerado uma região vital para os Aliados, já que por ali passavam, durante a Segunda Guerra Mundial todos os transportes marítimos destinados ao Caribe, aos Estados Unidos e, alguns, à Europa. Também era rota de todo o tráfego vindo da América do Sul, da África, das Índias ou do Pacífico.
“Nenhuma delas [Bases Aéreas] será fechada porque precisamos manter nossa representatividade em pontos estratégicos, seja para o caso de necessidade de treinamentos, grandes eventos ou para ajuda em calamidades. Então, poderemos ter Bases com dois mil militares e outras com apenas uma infraestrutura de apoio e segurança”
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
na área administrativa. Parte das mudanças, portanto, é de caráter organizacional, que inclui a concentração de unidades, a redução das atividades em algumas Bases e alterações nos Comandos Aéreos Regionais e em alguns Grandes Comandos.
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
Alguns dos problemas observados pelo Comando e que devem ser resolvidos, ao longo do processo de reestruturação, são a sobreposição de atividades, os processos de trabalho, a dispersão geográfica excessiva das unidades e os efetivos crescentes
FOTOS: CB FEITOSA / CECOMSAER
Diagnóstico
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Além disso, no início de 1942, as atenções estavam voltadas para aquela região, tendo em vista as ameaças trazidas pela Segunda Guerra. Havia, segundo os historiadores, um clima de expectativa muito grande, movimentos de navios de guerra, preparo de pista e construção de aeródromos, crescente tráfego de aviões e muitas notícias de navios brasileiros e de outras nações atacados. Foi nesse contexto que começaram a ser acionadas missões de patrulha e, portanto, tornando ainda mais necessárias as infraestruturas de apoio aos esquadrões.
No mapa estão marcadas as localizações das atuais Bases Aéreas. É possível observar a dispersão das unidades no território brasileiro, bem como a maior quantidade de Bases dispostas ao longo do litoral.
Perspectiva Hoje, com o avanço na tecnologia e a maior autonomia das aeronaves, não há necessidade de manter esquadrões tão dispersos no território nacional, explica o Comandante. As missões podem ser cumpridas sem tantas paradas para abastecimento, por exemplo, e os aviões chegam mais facilmente de uma ponta a outra do País quando acionados. Assim, algumas Bases passarão a sediar mais unidades aéreas, enquanto outras serão
bastante reduzidas e servirão como pontos de apoio ou desdobramento. “Nenhuma delas será fechada porque precisamos manter nossa representatividade em pontos estratégicos, seja para o caso de necessidade de treinamentos, de grandes eventos ou para ajuda em calamidades. Então, poderemos ter Bases com dois mil militares e outras com apenas uma infraestrutura de apoio e segurança”, ressalta o Tenente-Brigadeiro Rossato.
Isso vai significar, segundo o Comandante, uma redução expressiva na utilização de recursos, chegando a menos de 20% do que é gasto hoje em algumas das organizações. Ele explica que, além da otimização dos processos administrativos, a reestruturação organizacional vai melhorar a distribuição dos efetivos, também impactando na economia de recursos. Para manter o alto grau de operacionalidade e adestramento da Força, algumas alternativas já estão previstas, como
incremento da Tecnologia de Informação e da utilização de simuladores; e uso intensivo de tecnologia de ponta, como Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e satélites. Tudo isso, ressalta o Comandante da Aeronáutica, faz parte do esforço para manter a instituição sempre atualizada. “Precisamos mudar constantemente e sempre nos modernizar para não sermos superados ou ficarmos obsoletos”, acredita o Tenente-Brigadeiro Rossato.
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ESPECIAL
Transporte, Reconhecimento e Busca e Salvamento na FAB No mês em que comemoram seus ‘Dias’, conheça as atividades peculiares a essas aviações Tenente JOR João Elias Tenente JOR Raquel Alves
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Suboficial Alexandre Lopes Fernandes trabalha há quase seis anos no Esquadrão Onça (1°/15° GAV). Especialista em Equipamento de Voo, ele já participou de diversas missões. “Já transportamos alimentos para a população em Rio Branco que tinha perdido todos os bens por causa da enchente; uma aeronave do esquadrão se transformou em UTI para apoiar as ações realizadas devido ao incêndio da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul. Para mim, é muito gratificante realizar esse trabalho podendo ajudar as pessoas”, ressalta o Suboficial Fernandes.
TRANSPORTE LANÇAR , SUPRIR E RESGATAR Na Força Aérea Brasileira (FAB) existem 15 esquadrões de Transporte (veja no mapa quais são e onde se localizam). Além do transporte, eles exercem também ações geralmente relacionadas com a tarefa de sustentação ao combate, como assalto aeroterrestre, busca e salvamento, evacuação aeromédica, exfiltração aérea, infiltração aérea, reabastecimento em voo e combate a incêndio.
No Esquadrão Onça trabalham sargentos e suboficiais de diversas especialidades, como Estrutura e Pintura, Equipamentos de Voo, Eletricidade e Instrumentos, Material Bélico e Comunicações. Eles atuam dentro de suas funções ligadas à inspeção e manutenção de aeronaves, comunicação e assessoramento ao piloto. Os oficiais aviadores são
reponsáveis por operar e gerenciar as aeronaves no solo e em voo. Já os cabos e soldados podem ser tratoristas de aeronave (responsáveis pelo reboque dos aviões para dentro e fora do hangar), balizadores (responsáveis pelo apoio aos pilotos durante a partida e estacionamento da aeronave) e motoristas de viaturas terrestres de apoio, como empilhadeiras.
RECONHECIMENTO
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xistem quatro esquadrões de Aviação de Reconhecimento na FAB: Carcará (1º/6º GAV), Hórus (1º/12º GAV), Guardião (2º/6º GAV) e Poker (1º/10º GAV). O Carcará realiza missões de reconhecimento fotográfico, visual e meteorológico e opera os R-35A e R-35AM Learjet. Os jatos têm equipamentos de navegação automatizados e utilizam câmeras para fotografia vertical
adaptadas para atuarem em maiores altitudes. Já o Hórus é a única unidade da FAB a operar Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), o RQ-450 e o RQ-900. Os equipamentos também podem ser, subsidiariamente, empregados na área de segurança pública, no controle de desmatamento e em operações de defesa civil. “Pilotar uma aeronave
sem estar dentro da cabine não é diferente. Os comandos, doutrina de segurança de voo, regras de tráfego aéreo e o comprometimento com o cumprimento da missão são os mesmos de qualquer aeronave de pilotagem convencional”, descreve o Capitão Aviador David Inácio Gurgel de Oliveira Júnior, piloto de ARP no Esquadrão Hórus, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
O Esquadrão Guardião é responsável pelo planejamento e execução de ações de controle e alarme em voo, além de reconhecimento aéreo. Atualmente utiliza as aeronaves E-99 e R-99, ambas com radares e sensores de última geração. Há 16 anos no esquadrão, o Sargento Cláudio de Almeida Carvalho exerce a função de operador dos sensores aeroembarcados das
aeronaves R-99 e TIR. Para operar esses equipamentos é exigida muita dedicação e bastante aprendizado, uma vez que são equipamentos que requerem atualizações tecnológicas. “Me dediquei muito para adquirir todo o conhecimento exigido para operacionalizar essa tecnologia. Com mais de uma década nesta função, sinto muito orgulho de fazer parte deste esquadrão”, conta Carvalho.
FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER
CONHECER PARA RECONHECER
FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER
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FOTO: SGT JHONSON / CECOMSAER
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BUSCA E SALVAMENTO PARA QUE OUTROS POSSAM VIVER
U
m esquadrão da Aviação de Busca e Salvamento atua na FAB: o Pelicano (2°/10° GAV). Outros esquadrões também podem fazer missões de busca, como meios secundários, desde que suas tripulações tenham treinamento específico e o Curso Teórico de Busca e Salvamento. Algumas unidades de asas rotativas cumprem missões de salvamento, assim como algumas unidades de patrulha e transporte podem participar de missão de busca.
No Pelicano, os soldados atuam como função de apoio em solo. Já os cabos podem ser tripulantes como observadores SAR. Os oficiais especialistas, oficiais de outras áreas, suboficiais e sargentos podem ser tripulantes, atuando de acordo com sua área de formação; e os aviadores são pilotos de busca e salvamento ou homens de resgate. Quando o esquadrão é acionado para uma missão de busca, é empregada a aeronave SC-105 com tripulação composta de
dois pilotos, um mecânico de voo, um loadmaster (mestre de carga) e quatro observadores SAR, sendo dois deles homens de resgate e paraquedistas habilitados para salto livre. Já nas missões de Salvamento, depois de identificado o local do acidente, a equipe de resgate é enviada para salvar as vítimas. Geralmente são utilizados os helicópteros pela sua versatilidade e características de voo. O H-1H do 2°/10°GAV opera com dois pilotos, um mecânico de voo, um operador de
equipamentos especiais e dois homens de resgate, além de ter um guincho para içamento. Também é comum que o esquadrão seja acionado para realizar Evacuação Aeromédica, que é uma missão de transporte de pacientes. Nesse caso, podem entrar em cena tanto o enfermeiro quanto o médico que cuidarão do paciente durante o traslado, além de serem responsáveis por repassar as informações à equipe médica do destino. “Uma missão bem marcante foi a de um avião
que sumiu no sul de Roraima. Depois de cinco dias, encontramos a aeronave que estava sem os tripulantes, mas tinha um bilhete deixado no local. Nós continuamos com a missão e no outro dia conseguimos encontrar os tripulantes, incluindo uma mãe com um recém-nascido e uma grávida de nove meses. Escolhi trabalhar como piloto de Busca e Salvamento. Esse dia valeu a pena a minha escolha, por encontrar todos os seis sobreviventes”, relembra o Tenente Raphael Lopes Rosa.
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SERVIÇO
Força Aérea passa a utilizar e-mail corporativo vitalício Além do endereço não mudar durante a carreira e reserva do militar, plataforma oferece novas e também quando for para a funcionalidades reserva remunerada.
Tenente JOR Emília Maria
O
novo e-mail corporativo da Força Aérea já está sendo utilizado em algumas unidades e, em breve, estará disponível para todos os militares. Entenda quais as
novidades e como funciona o acesso à ferramenta: Interface – É utilizada a plataforma ZIMBRA, em substituição ao Expresso. Continuidade – O usuário utilizará o mesmo e-mail durante todo o serviço ativo
Domínio – Será adotado @fab.mil.br como único domínio de correio eletrônico do Comando da Aeronáutica (COMAER) e haverá a extinção gradativa do correio Intraer. Compatibilidades – O novo e-mail é compatível com os navegadores de internet mais utilizados (Firefox, Chrome, Internet Explorer, Opera, etc.); com protocolos IMAP, IMAPS, SMTP, SMTPS; com softwares de e-mail (Thunderbird, Outlook, Mail, etc); e com dispositivos móveis. Para saber como configurar o acesso em tablets e smartphones, acesse: http://www.ccarj. intraer/index.php/servicos/ email-corporativo.html Funcionalidades – Além de receber e enviar e-mails,
a nova plataforma oferece agenda de eventos, catálogo de endereços e bate-papo. Criação, alteração e exclusão – Os logins serão criados no momento da geração do SARAM do militar ou civil no Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES). O login será formado pela conjugação do nome de guerra com as iniciais do nome completo do militar. Por exemplo, o militar “João Batista da Silva”, com nome de guerra “Batista”, terá o login “batistajbs”. Em caso de repetição do login, o sistema gera o mesmo login, adicionado da numeração subsequente: batistajbs1, batistajbs2, etc. Os logins serão alterados em caso de troca do nome de guerra, troca do nome ou sobrenome por motivos judiciais (casamento, divórcio, etc.). A exclusão ocorrerá automaticamente em casos de falecimento ou exoneração do
serviço público. Contas funcionais – Serão criadas contas funcionais apenas para os Comandantes, Diretores, Chefes e seção de protocolo de cada OM. Também será criada uma conta de caráter geral para cada unidade. As contas funcionais são independentes das contas pessoais. Transição – Durante o processo de migração para o correio centralizado, os usuários das unidades que já tiverem mudado sua plataforma, receberão uma conta de e-mail de INTRAER provisória (com sufixo @fab.intraer) que permitirá o envio de e-mails pela intraer às unidades que ainda não passaram pelo processo de transição. Assim que a migração for concluída em todo o COMAER, os endereços @fab.intraer deixarão de existir e permanecerão apenas os endereços @fab.mil.br.
cial (CTA), calcula-se que uma aeronave em descida, com 250 nós de velocidade, ao colidir com um balão de 150 quilos, receberia um impacto de 208 toneladas, ou seja, equivalente à metade de um Boeing 747. As regras aplicadas às certificações de aeronaves comercias estipulam que os para-brisas devem resistir sem penetração ao impacto de uma ave de 4 lbs (1,82 Kg).Considerando forças da magnitude apresentada acima, não é difícil imaginar o que aconteceria na colisão com um jato. Números como esses são a razão da preocupação daqueles que trabalham todos os dias em
benefício da segurança de voo, dentro e fora do CENIPA. O CENIPA tem atuado constantemente, por meio das atividades educativas de conscientização sobre o risco baloeiro, com seminários, palestras e encontros regionais pelo País, com o intuito de informar à sociedade sobre os danos e perigos da soltura de balões de ar quente não tripulados. Afinal, o compromisso com a vida depende da atitude consciente de todos: dos profissionais da aviação aos cidadãos brasileiros.
PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO
Os “balões juninos” povoam os céus do Brasil balõezinhos tipo “chinesinho”, com poucos centímetros de altura/largura e uma pequena mecha feita de estopa, que costumavam enfeitar o céu nas festas juninas do passado.
Q
uando falamos sobre o risco para as operações aéreas associado aos balões livres de ar quente, muitas pessoas devem pensar que falamos daqueles singelos
Na verdade, os “balões juninos” que circulam no espaço aéreo em nossas capitais, nos dias atuais, estão para aquele “brinquedo” assim como uma Asa Delta está para um Boeing 747 ou um AirBus A340. Considerando o tamanho, balões entre 15 e 30 metros de altura são bastante comuns. No entanto, algumas criações são dignas de destaque: o modelo conhecido como pião mede
105 metros de altura. Ele foi concebido para carregar uma grande bandeira sustentada por longos cabos. Assim, o conjunto todo tem aproximadamente quatro vezes a altura do balão. Ao comparar, um Boeing 747-400 tem uma envergadura de 64 metros, ou seja, 41 metros a menos que a altura desse balão. Já o conjunto balão-bandeira seria equivalente a seis aviões. A maior “bucha’’ vista em um evento realizado em 2013, equipou um balão chamado “Lapidado”, de 50 metros de altura e pesava 195 quilos. Por intermédio de uma fórmula matemática, desenvolvida pelo Centro Técnico Aeroespa-
Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)
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SEU DINHEIRO
O que é inflação e como se defender dela? Para equilibrar as finanças pessoais, é preciso conhecer alguns conceitos de Economia
Tenente JOR Raquel Sigaud
A 2015
2010
2005
A inflação ao longo dos anos diminuiu o poder de compra dos brasileiros
inflação, segundo definição de vários especialistas, é o aumento contínuo e generalizado dos preços de um conjunto de bens e serviços, por um determinado período. É um fenômeno que está relacionado ao crescimento econômico de um país, afeta populações e exige intervenção de governos no sentido de mantê-la equilibrada. As causas da inflação podem ser emissão descontrolada de dinheiro pelo governo (se há mais dinheiro em circulação, a tendência dos preços é aumentar, porque as pessoas, em tese, podem pagar mais) e consumo acelerado, o que resulta na demanda maior do que a oferta. Com isso, os preços aumentam, porque quanto mais raro é um produto, mais caro ele fica. A consequência da inflação no bolso das pessoas é a redução do poder de compra, ou seja, o dinheiro passa a valer menos. Os índices que medem a inflação mostram a média do aumento de preços em um período definido. No Brasil, os principais medidores são: Índice Geral de Preços (IGP), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, Índice de Preços ao Consumidor (IPC),
medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE, e Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também calculado pelo IBGE. Em 2015, a inflação brasileira foi de 10,67% (IPCA), a maior em 13 anos. A meta estabelecida pelo Banco Central para 2016 é de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou para menos. O aumento de impostos é um exemplo de intervenção do governo para frear o consumo e controlar a alta inflacionária. Como se proteger da inflação Além de identificar itens e marcas mais pesados no orçamento para substituir por outros mais baratos, é importante aproveitar promoções e fazer estoques de produtos não perecíveis. Outra postura que faz diferença no orçamento é cortar refeições fora de casa. “Se o poder de compra diminuiu, a pessoa precisa realmente cortar gastos”, alerta o Mestre em Economia Monetária, Bancária e Financeira, Tenente-Coronel Intendente Nodgi Goyana Gomes Junior, que trabalha na Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA). Um dos investimentos mais usados pelo brasileiro
ainda é a caderneta de poupança. No entanto, a rentabilidade da poupança não cobre a taxa da inflação atual, e o investidor perde dinheiro a cada mês. É importante estudar formas de investimento ou buscar consultoria financeira. “Se a pessoa estiver equilibrada financeiramente, é hora de buscar opções de investimento mais rentáveis”, explica o Tenente-Coronel Junior. Há muitas modalidades de investimento: títulos públicos (disponíveis em www.tesouro. fazenda.gov.br), títulos privados (CDB, debêntures), além de LCA e LCI, por exemplo. Na internet, existem planilhas e calculadoras gratuitas que permitem comparações entre poupança e esses tipos de investimento. O Capitão Aviador Guilherme dos Santos Araújo, da Comissão de Promoção de Oficiais (CPO), é um bom exemplo de quem compreende que é hora de cortar gastos e buscar investimentos com rentabilidade acima da inflação. “Desde 2014, comecei a investir em títulos públicos e LCI, por exemplo”, declara o oficial. Casado e pai de dois filhos (quatro e dois anos), o Capitão também controla seu orçamento com a ajuda de planilhas simples, para ver como se readequar nesse momento de inflação alta.
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TREINAMENTO
Recepção da Chama Olímpica em Brasília repercute nas redes sociais Todo o Brasil pôde acompanhar pelo portal www. fab.mil.br e pela imprensa a participação da Força Aérea Brasileira na recepção à Chama Olímpica no dia 3 de maio. Pela rádio FAB – que pode ser ouvida em 91.1 FM (em Brasília) e na internet – e pelas redes sociais, a cobertura foi em tempo real. Equipes do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica estavam trabalhando desde antes das 3h da manhã para registrar e transmitir tudo. Confira aqui como foi a repercussão nas redes sociais e saiba mais sobre os Jogos Olímpicos na página 7 desta edição do Notaer e no ende-
reço www.fab.mil.br/rio2016. TWITTER: mais de 80 tuítes – 120 mil pessoas alcançadas no dia 03/05 (média normal diária: 35 mil). Também foi a primeira transmissão ao vivo do twitter via Periscope. FACEBOOK: 3 postagens – 550 mil pessoas alcançadas no dia 03/05. Várias outras postagens foram feitas nos dias subsequentes, com destaque para o vídeo da Esquadrilha da Fumaça com quase 1 milhão de pessoas alcançadas. INSTAGRAM: 5 postagens – 13.500 curtidas.
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NO PADRÃO
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ENTRETENIMENTO 6 ERROS
CAÇA-PALAVRAS
Na prática, aviões de caça só voam acima da VELOCIDADE do som quando estão em COMBATE. O GRIPEN NG, novo caça da Força Aérea BRASILEIRA, no entanto, será capaz de manter a velocidade SUPERSÔNICA não apenas em curtos combates AÉREOS, mas durantes VOOS de longa DURAÇÃO. Essa velocidade poderá ser utilizada, por exemplo, em voos de TRASLADO. Com CAPACIDADE para 40% mais COMBUSTÍVEL que a versão anterior, o Gripen NG tem ALCANCE de traslado de 4 mil quilômetros.
respostas da edição anterior