NOTAER - Março de 2016

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DIA DO ESPECIALISTA – Conheça a história da EEAR e veja depoimentos de militares que se orgulham da carreira

Ano XXXIX

Nº 3

Março, 2016

ISSN 1518-8558

FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER

www. fab.mil.br

Militares temporários Entenda a nova política de gestão que intensifica o trabalho conjunto entre militares de carreira e convocados (Págs. 7 a 10) ENSINO - Informe-se sobre os cursos internos oferecidos para o efetivo em diversas áreas (Pág. 06)

DIA DA MULHER – Saiba como é a rotina das mulheres nos esquadrões operacionais de A-29 Super Tucano (Pág. 12)

SEU DINHEIRO – É hora de pensar mais longe. Veja dicas para planejamento financeiro a longo prazo (Pág. 13)


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FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER

CARTA AO LEITOR

Tempo de mudanças A gestão de recursos humanos é uma das áreas mais importantes na administração pública. Assim, o Comando da Aeronáutica estuda constantemente soluções e melhorias relacionadas ao nosso efetivo. Esta edição do Notaer apresenta uma reportagem especial sobre o aumento do número de Oficiais e Sargentos temporários e os benefícios que esses profissionais trazem para a Força Aérea no trabalho conjunto com os militares de carreira.

As informações do Comando Geral de Pessoal (COMGEP) sobre a economia que essas contratações proporcionam, bem como o conhecimento técnico que agregam a diversos setores, estão complementadas por depoimentos. Você vai saber o que motiva os profissionais a ingressarem na FAB, qual a percepção da chefia e a experiência que fica para aqueles que já encerraram seu período de convocação, entre outros aspectos. Continuamos mostrando

Expediente

histórias de militares que se destacam por diversas iniciativas dentro da campanha #éissoqueimporta, buscando valorizar e motivar nossos leitores por meio de exemplos inspiradores. Nesta edição, nosso personagem mostra a importância da preocupação com o meio ambiente e como a decisão de melhorá-lo pode impactar positivamente para aqueles que usufruem do espaço. Março é o mês em que se comemoram o Dia do Especialista e o Dia da Mulher. Uma matéria relembra um pouco da trajetória da Escola de Especialistas da Aeronáutica e traz depoimentos emocionantes de militares que se orgulham da profissão que escolheram. Para homenagear as mulheres, mostramos exemplos que representam o profissionalismo e a dedicação do efetivo feminino em atividades nas quais conquistam cada vez mais

espaço. E para destacar ainda mais o pioneirismo de algumas delas, apresentamos, na página 14, uma pequena amostra do que já foi publicado nas mídias sociais. Por fim, gostaria de manifestar minha satisfação em assumir a Chefia do CECOMSAER no mês de fevereiro, sendo a primeira vez que me dirijo a você neste veículo de comunicação. Enquanto leitor, sempre acompanhei a dedicação dos responsáveis pelo Notaer em apresentar conteúdo de interesse e valorizar nosso público interno. Tenham a certeza de que buscaremos manter o trabalho de qualidade que vem sendo realizado. Para isso, gostaria de continuar contando com a sua participação: críticas e sugestões serão sempre bem-vindas. Afinal, o jornal da Força Aérea é feito para você e sua família! Cel Av Ary Soares Mesquita Chefe Interino do CECOMSAER

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltada ao público interno. Chefe Interino do CECOMSAER: Cel Av Ary Soares Mesquita Editoras: Tenente Jornalista Emília Maria (MTB 14234RS) e Tenente Jornalista Cynthia Fernandes (MTB 2607GO). Repórteres: Ten JOR Flávio Nishimori, Ten JOR Gabriélli Dala Vechia, Ten REP Vitor Amaral, Ten REP Fabiana Cintra, Ten JOR João Elias, Ten JOR Iris Vasconcellos,Ten JOR Raquel Sigaud, Ten JOR Evellyn Abelha, Ten REP Juliana Lopes, Ten REP Simone Dantas, Ten REP Helena Viza, Ten REP Camilla Barbieri, Ten REP Carla Pedreira Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Revisão: Ten JOR Flávio Nishimori e Ten JOR Iris Vasconcellos Diagramação e Arte: SO Cláudio Ramos, SGTs Emerson Linares, Lucemberg Nascimento, Subdivisão de Publicidade e Propaganda. Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Ações de segurança para dispositivos mó eis

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ispositivos móveis, em especial tablets e smartphones, são itens indispensáveis da vida moderna, quer seja para nos comunicarmos com familiares e amigos, quer seja para fins profissionais e, até mesmo, como ferramenta operacional. As pessoas armazenam praticamente todas as informações de suas vidas nesses pequenos aparelhos. Os celulares se tornaram um alvo tão valioso que hackers atacam esses dispositivos para extrair dados de interesse, referentes a contas bancárias, fotos pessoais e conhecimentos empresariais estratégicos.

Precisamos nos educar com relação ao bom uso dos dispositivos móveis para não nos tornarmos vítimas de agentes mal-intencionados. Analistas de segurança consideram prudente realizar a aquisição de smartphones que utilizem sistemas operacionais conhecidos: Android, iOS ou Windows Phone. Vale ressaltar que embora a ocorrência de aplicativos maliciosos esteja mais associada ao sistema Android do que aos outros, nenhum sistema pode ser considerado livre de ameaças. Devemos estar atentos ao modo como nosso smartphone

ou tablet se conecta à internet. Não é aconselhável deixar o aparelho conectado a uma rede WiFi aberta, do tipo encontrada em aeroportos e cafés. Cibercriminosos podem estar nessas redes com o intuito de capturar o tráfego de dados, elevando assim o nível de insegurança da comunicação. Deve-se dar preferência aos links de rede oferecido pelas operadoras, os conhecidos 3G/4G (dados móveis). Outro ponto de extrema importância é a fonte de obtenção dos aplicativos, isto é, de onde o usuário está baixando o aplicativo para a instalação

no aparelho. Deve-se utilizar apenas as lojas oficiais de cada plataforma. É prudente realizar a leitura das permissões que o usuário aceita ceder para o aplicativo que será instalado. Muitos necessitam de informações pessoais do usuário. Se assim for, o proprietário deve avaliar se vale a pena conceder tais permissões. Também é aconselhável considerar o uso de um antivírus, pois este eleva o nível de segurança do dispositivo. (Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER)

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


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PALAVRAS DO COMANDANTE

Gestão de recursos

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da Força Aérea Brasileira, vista como uma instituição séria e ética, é um fator de atração. O benefício, portanto, é mútuo. Ganham os profissionais, ganha a instituição. O trabalho dos militares temporários também se reverterá em benefícios de longo prazo para o Comando da Aeronáutica. Ao tornar a contratação deles uma prática cada vez mais comum, alcançaremos um equilíbrio entre as receitas e os altos custos de pagamento, pois os temporários não representarão despesa adicional em termos previdenciários. O resultado será uma proveitosa economia de recursos tão necessária para que o Comando da Aeronáutica concentre seus esforços no cumprimento de suas missões. Neste contexto, os militares de carreira serão beneficiados de várias formas. Primeiro, nossas escolas de formação se concentrarão na formação de especialistas voltados para o combate,

para a atividade-fim. Com menos alunos e mais especialização, ganharemos ainda mais qualidade. Segundo, uma organização com mais Terceiros-Sargentos e Tenentes significará um ganho de espaço para os futuros oficiais intermediários e superiores, além dos segundos-sargentos, primeiros-sargentos e suboficiais de carreira. Por fim, o equilíbrio de contas para o futuro representará a efetiva segurança para aqueles que dedicarão toda sua carreira a serviço da Força Aérea Brasileira. Cabe a todos nós compreendermos a importância da convocação dos temporários e ajudá-los. Esses profissionais, com curto tempo em seus cursos de adaptação à vida militar, também demandam de todos nós as orientações necessárias para o correto desenvolvimento de suas atividades. Certamente, unindo forças, militares de carreira e temporários ajudarão a fortalecer ainda mais a Força Aérea Brasileira.

Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica

”O trabalho dos militares temporários também se reverterá em benefícios de longo prazo para o Comando da Aeronáutica”

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER

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ivemos uma ampla e profícua mudança no efetivo do Comando da Aeronáutica. A cada dia, vemos aumentar o número de militares temporários. Antes restritos a oficiais da área de saúde e de apoio, agora temos os sargentos temporários que são vistos, desde 2013, nas mais diversas áreas, como manutenção, informática e administração. A decisão do Alto Comando da Aeronáutica em reforçar a convocação de militares temporários é justificada por uma série de fatores positivos. De imediato, trazemos para o nosso convívio diário profissionais selecionados a partir de seus currículos, ou seja, com anos de experiência a ser compartilhada na caserna ou com formações em renomadas instituições de ensino no País. O fato é que as vantagens da vida militar, mesmo que temporariamente, atraem um grande número de pessoas dispostas a viver essa experiência. A própria boa imagem


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SAÚDE

Obesidade é crescente no Brasil, mas pode ser superada Conheça o caso da paciente do HACO que eliminou 53kg sem remédios ou cirurgia

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

129 kg

Depois

76 kg

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esquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2015 revela que o índice de brasileiros acima do peso segue em crescimento. Mais da metade da população está nessa categoria - 52,5% - e desses, 17,9% são obesos. O tema merece a atenção de todos nós, que devemos manter o físico saudável para o cumprimento das missões. A paciente Cláudia Cattani, 34 anos, esposa de militar, iniciou o tratamento com a endocrinologista no Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) para reduzir seu peso,

que na época era de 129 quilos. Após tentativas com os métodos convencionais de emagrecimento, a paciente, por preencher os pré-requisitos protocolares, foi indicada a realizar a cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução de estômago. No HACO, o Grupo de Apoio à Bariátrica proporciona atendimento multidisciplinar. É um grupo de convivência dos pacientes indicados e que já realizaram o procedimento. Assim, oferece ambiente de encorajamento e orientação.

Grupo de Apoio Foi no grupo que Cláudia esclareceu suas dúvidas e retomou a confiança para emagrecer sem auxílio cirúrgico ou medicamentoso, mas através de reeducação alimentar e exercícios físicos. “É necessário levar em consideração, também, o perfil disciplinar, a adesão à dieta e o controle de doenças associadas à obesidade, como diabetes e hipertensão, por exemplo. Isso facilitou muito o emagrecimento dela”, explica

a endocrinologista, Capitão Médica Ticiana Barin Moreira. Para Cláudia, o apoio profissional foi fundamental. “Eu já tinha feito diversas dietas e voltado a engordar. O acompanhamento foi imprescindível, sabia que tinha pessoas cuidando de mim e me sentia na obrigação de mostrar um resultado para elas que estavam acreditando em mim. O acompanhamento profissional me deu a segurança de emagrecer de

Equipe Multidisciplinar

Psicóloga - retomada da auto estima e auto confiança, superação de situações de constrangimento, investigação de causas da compulsão alimentar, controle da ansiedade, entre outros. Palestras de temas de interesse - educação física, fonoaudiologia (reabilitação em casos de dificuldade motriz, dicas de mastigação), ortopedia, fisioterapia, gastroenterologia, entre outras.

A equipe proporciona acompanhamento médico, nutricional e psicológico, associado a atividades de interesse. Médico - conscientização, informações de medicamentos, investigação e controle de doenças associadas. Nutricionista - reeducação alimentar, prevenção do “reengorde” e de distúrbios alimentares.

forma saudável. A Tenente Nutricionista Daiane Drescher fez a minha reeducação alimentar, um cardápio que eu conseguisse cumprir e já tinha o tratamento endocrinológico, mas a parte psicológica foi a que me deu mais força. O tratamento com a Tenente Psicóloga Paula Kegler ajudou a controlar a minha compulsão alimentar e fortalecer a minha confiança de que era possível alcançar esse sonho”, relata Cláudia.

FOTO: SCS HACO

Antes

FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER

#GUERRACONTRAOAEDES

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Militares contra o Aedes aegypti Quatro fases envolveram o efetivo das Forças Armadas no combate ao inseto

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última etapa da campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti, que envolveu os militares das Forças Armadas, foi a orientação a alunos de escolas públicas e particulares no final de fevereiro. De 15 a 18, foi realizado um trabalho de erradicação de focos com larvicida e inseticida. Antes, no dia 13, cerca de 220 mil militares

participaram da mobilização nacional contra o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Foram mais de 2,8 milhões de residências visitadas em 428 municípios do Brasil. Durante a ação, os militares da FAB passaram orientações aos moradores, realizaram mutirões de limpeza e mapearam as áreas com indícios de mais risco. No Rio de Janeiro, mais

de 1500 militares das 19 unidades da Guarnição dos Afonsos percorreram os bairros de Sulacap, Jacarepaguá e Taquara. “Uma operação desta magnitude requer muita coordenação. Obtivemos sucesso pois houve dedicação e comprometimento de todos”, destacou o coordenador das atividades na área, Tenente-Coronel Luiz Cláudio Cunha Ottero, Comandante da Base Aérea dos Afonsos (BAAF).

Fo r ta l eza c o n to u com 450 militares da FAB engajados. “Quando um militar das Forças Armadas aborda um cidadão e chega a sua casa, a receptividade é diferente. Há credibilidade nessas instituições chamadas Forças Armadas”, afirmou o coordenador geral de combate ao Aedes aegypti no Ceará, Moacir Tavares Martins Filho.


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SAÚDE #ÉISSOQUEIMPORTA

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Uma história de dedicação à FAB e à natureza

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natureza é vida. É uma dádiva de Deus que temos a obrigação de cuidar e cuidar muito bem”. Pensando assim o Suboficial da reserva Raimundo Nonato Alves de Sousa faz a diferença na Vila Militar Ajuricaba, em Manaus, onde morou. Ele sempre teve admiração especial por plantas. Ao observar que na praça da vila não havia sombra e, por causa do sol forte, os pais só levavam as crianças ao local à noite, decidiu que mudaria aquele cenário. Sua atividade de plantio começou em 2008. Atualmente, a praça tem mais de 70 árvores de diversas espécies, entre mangueiras, cajueiros e sapotis, além de citronela, um repelente

natural de insetos. Mesmo depois de ter deixado a vila, ele continua cuidando das plantas. A rotina é puxada, principalmente no verão, quando há necessidade de regá-las diariamente. “É a parte mais complicada, já que não existe ponto de torneira ou algo similar na praça. Preciso transportar baldes de cinco litros e fazer até três viagens para enchê-los”, explica R. Alves. O Suboficial Alexandre Jorge Ribeiro Maués mora na vila há 16 anos e percebeu as mudanças na praça. “O ambiente ficou muito mais agradável, com mais sombra e isso foi uma iniciativa própria do R. Alves em benefício de toda a comunidade”, ressalta o morador.

O mecânico de aeronaves O Suboficial R. Alves nasceu em Teresina (PI) e seguiu o mesmo caminho de um primo de Fortaleza (CE) que ingressou na FAB em 1973 e do irmão que passou a fazer parte da instituição em 1976. “Em 1979, resolvi largar a carreira pretendente de jogador de futebol e seguir os passos dos dois”, relembra. Ele se formou na Escola de Especialistas em 1981, na especialidade de Artífice em Manutenção de Aeronaves e começou a exercer sua atividade na Base Aérea de Anápolis (BAAN), onde permaneceu por três anos e três meses. Lá, foi mecânico da seção de reatores (motores do F-103 Mirage). Passou também pela Base Aérea de

Fortaleza (BAFZ) e pela Base Aérea de Manaus (BAMN), servindo nos esquadrões Pacau (1°/4° GAV), Arara (1°/9° GAV) e Rumba (1°/5° GAV). Em sua passagem por essas unidades, trabalhou com diversas aeronaves, como AT-26 (Xavante), C-95B (Bandeirante), C- 115 (Búfalo) e C-105 (Amazonas). Nos últimos dez anos, trabalhou no Esquadrão Arara, onde fez parte da seção de controle e foi encarregado da inspetoria técnica. O Capitão Especialista em Manutenção Raniere Rusio da Silva conhece a trajetória profissional do Suboficial R. Alves. “Eu fui colega de trabalho dele no início dos anos 80 na BAAN, quando ainda era terceiro-

-sargento e, nos últimos anos, passei a ser chefe dele no Esquadrão Arara. Ele sempre foi extremamente dedicado e comprometido em seu trabalho tanto que, em 2014, ganhou a menção destaque de segurança de voo relativo à manutenção”, conta. Foram 36 anos e um mês de dedicação à FAB. Em agosto do ano passado, ele entrou para a reserva. “Tenho certeza absoluta que cumpri minha missão na FAB com total dedicação. Fiz o meu melhor. Acredito que seja uma nova missão o cuidado com o meio ambiente. Talvez essa missão já existisse, mas o tempo dedicado e voltado integralmente ao trabalho não permitisse esse outro desempenho”, conclui o Suboficial.


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ENSINO

Cursos internos proporcionam especialização do militar Há oportunidades para vários postos e graduações em diversas áreas

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FOTOS: JOHNSON BARROS / CECOMSAER

uem está em busca de constante atualização tem boas oportunidades nos cursos internos oferecidos aos militares do Comando da Aeronáutica. Para 2016, vários deles já estão programados e serão realizados ao longo do ano em unidades distribuídas pelo País. Há especialização em diversas áreas de atuação. A dica, portanto, é ficar atento às inscrições. “O militar pode acessar, no começo do ano, o site dos grandes comandos onde estão disponibilizados os cursos previstos”, explica a Tenente-Coronel Cláudia Celestina Trindade, adjunta da Divisão de Ensino

do Departamento de Ensino da Aeronáutica (DEPENS). TCAs - Um dos caminhos para tomar conhecimento das oportunidades são as Tabelas de Cursos (TCAs). Elas são veiculadas nos sites das unidades militares responsáveis pela disponibilização dos cursos. Também são publicadas no Boletim do Comando da Aeronáutica (BCA). Outra forma é pesquisar, em meados do mês de janeiro, na página do Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC), no endereço www.cendoc.intraer, no ícone publicações. As TCAs concentram informações como descrição

dos cursos, seus objetivos, conteúdo programático, prérequisitos, número de turmas e de vagas. O público-alvo, os locais e períodos de realização, data limite de indicação, duração e carga horária também constam nestas tabelas. Neste ano, por exemplo, no âmbito do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), estão previstos 31 cursos, que incluem desde navegação tática, atirador de sistema antiaéreo IGLA, implantação e manutenção de vigilância eletrônica e salto livre militar, entre outros. Na área do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) há chances para profissionais

de engenharia, com cursos em nível de pós-graduação e de extensão, como o de engenharia de armamento aéreo. Já o Comando-Geral de Pessoal (COMGEP) oferece, entre outros, estágio de intendência operacional, estágio de adaptação fisiológica para militares de aviação de alta performance, treinamento com óculos de visão noturna (TOVN) e curso de capacitação de saúde em defesa química, • • • •

biológica, radiológica e nuclear (DQBRN). O Comando-Geral de Apoio (COMGAP) tem opções como mecânica geral da aeronave C- 97, criação de sites, Linux básico para usuário, segurança da informação, operador de equipamentos mecanizados, entre outros. O DEPENS disponibiliza vagas em cursos como o de prática de ensino, de sensoriamento remoto e de polícia judiciária militar.

Veja onde pesquisar os cursos previstos para 2016: TCA 37-4 - CURSOS E ESTÁGIOS DO COMGAR 2016 TCA 37-14 - CURSOS E ESTÁGIOS DO COMGEP PARA 2016/2017 TCA 37-15 - CURSOS E ESTÁGIOS DO DCTA PARA O ANO DE 2016 TCA 37-3 - CURSOS E ESTÁGIOS DO DEPENS PARA 2015 E 2016

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lém dos cursos realizados pela FAB, outras Forças também oferecem vagas para militares da Aeronáutica. O Sargento M. C. R. do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Belém (BINFAE-BE) é um dos militares que teve essa oportunidade. Ele participou do curso de formação de caçador, uma espécie de combatente de elite que é empregado nas situações mais críticas de um conflito.

o Sargento deve ter o nome preservado. Ele recebeu o treinamento também com o intuito de aplicá-los nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e conta os principais desafios da formação considerada uma das mais difíceis no Brasil. “Ficamos 27 dias na cidade de Nova Timboteua, a 140 km da capital paraense, Belém. Tivemos várias atividades que exigiam física e intelectualmente”, ressaltou. Esse foi o primeiro curso da modalidade

É um perito no tiro com armas longas, nos procedimentos táticos individuais e dos pequenos escalões. Também tem a função de eliminar alvos específicos. “Geralmente somos empregados para atuar a grandes distâncias do alvo, servindo também como observador da tropa convencional. Podemos eliminar, por exemplo, os comandantes de tropas e acabar com uma guerra”, destacou. Por questões de segurança,

oferecido pelo 2° Batalhão de Infantaria de Selva (2°BIS), do Exército Brasileiro, em Belém. Para participar o militar deve cumprir alguns requisitos: ser do sexo masculino; ter bons antecedentes; ausência de alterações disciplinares e de vícios; equilíbrio emocional; resistência à fadiga; paciência; inteligência; criatividade; bom preparo físico; visão 20/20 ou que possa ser corrigida com óculos; motivação para a função; resultados excelentes em tiro com fuzil.


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GESTÃO

Temporários: economia e qualidade de serviço Comando da Aeronáutica intensifica convocação de militares temporários implantando uma política de otimização dos seus recursos humanos

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ais de 864 milhões de reais. É esse o valor que o Comando da Aeronáutica (COMAER) projeta economizar em 2065 graças à atual política de contratação de militares temporários. “A economia vai começar antes: em 2045 serão 148 milhões a menos em despesas, com o valor crescendo anualmente”, explica o comandante do Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho. A cifra é resultado da economia com o pagamento de militares inativos e pensionistas, e aumenta se somados outros gastos, como os referentes a sistema de saúde, auxílio fardamento e transporte. Oficiais e sargentos temporários permanecem vinculados aos benefícios sociais do

Comando da Aeronáutica somente durante o período em que se encontram na ativa, depois retornam para as atividades civis, não gerando mais despesas. “Nosso objetivo é ter militares temporários em áreas de apoio, não na atividade-fim. Os temporários também não têm muitas promoções na carreira: os oficiais vão até o posto de 1° Tenente e os praças permanecem como Terceiro-Sargento”, complementa o Tenente-Brigadeiro Botelho. Enquanto o Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe Convocados (QOCON), de nível superior, é composto por dois grupamentos: de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários (MFDV) e de técnicos, formado por profissionais de outras áreas do conhecimento, o Quadro de Sargentos da Reserva de 2ª Classe Convocados (QSCON) atende a profissionais de nível médio. Esse quadro foi criado em 2013 e atualmente possui 1.384 militares, com a expectativa de se chegar a 3.000 em 2035. E a procura de profissionais não é pequena. Em São Paulo (SP), a última seleção teve 77 interessados para a especialidade motorista, com 12 vagas.

Para muitos, o salário como militar é o principal atrativo. Para a função de motorista, por exemplo, o mercado civil oferece salários que variam de R$ 800,00 a R$ 2.000,00, segundo o site “Catho”, de procura de vagas de emprego. Já o soldo de Terceiro-Sargento é de R$ 2.949,00, além de serem garantidos benefícios como auxílio-fardamento, assistência saúde e meio de transporte até o trabalho.

Entre profissionais de nível superior, a realidade é a mesma, sobretudo para aqueles no início de carreira. No site “Catho”, as vagas para fisioterapeuta oferecem salários entre dois e três mil reais. Já o soldo de aspirante é de R$ 5.622,00. Experiência de trabalho Além da vantagem financeira, os quadros de militares temporários trazem outro aspecto positivo para a Aeronáutica: a experiência dos convocados, pois mui-

tos iniciam a vida militar após anos de experiência em organizações civis. Como a seleção é feita por análise de currículo, profissionais com mais experiência têm chances maiores. Também há aqueles recém-formados, que trazem das universidades conhecimentos atualizados de suas áreas de atuação. Foco na carreira Outra vantagem decorre da redução de alunos nas escolas e centros de formação, ou seja, os cursos ofertados deverão gerar uma melhoria na capacitação, afirma o Tenente-Brigadeiro Botelho. A escolha das especialidades selecionadas para serviço temporário também acontece de acordo com as possibilidades de formação em instituições civis. É o caso de muitas profissões que compõem o QOCON. No lugar de criar toda uma

estrutura acadêmica para a formação de bacharéis em Direito, por exemplo, a Aeronáutica já seleciona profissionais formados. O mesmo acontece para profissões como nutricionista, relações-públicas e mecânico, entre outras. Visão prospectiva “Sem sombra de dúvida, o ingresso de militares temporários construirá a base fundamental da força de trabalho para as Organizações Militares (OM) cumprirem as suas missões, tendo em vista a implementação da reestruturação organizacional e da concentração das atividades administrativas no COMAER”, completa o Tenente-Brigadeiro Botelho. Exemplos Nas próximas páginas você confere alguns depoimentos de pessoas que são personagens dessas mudanças na gestão.


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GESTÃO

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Coronel Aviador Alexandre Lima Prado, Chefe da Divisão Operacional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) é responsável por cinco assessorias, três subdivisões e um laboratório de análise de dados, onde chefia militares de carreira e temporários. “Os temporários atuam de forma direcionada e crítica, afinal, têm conhecimento técnico e especializado em suas áreas. Isso proporciona o melhor desempenho das tarefas, enriquecendo com respostas rápidas e profissionais as suas missões. No caso das atividades de investigação de acidentes aeronáuticos, atualmente, a Divisão Operacional é composta por quatro oficiais subalternos temporários: 3 psicólogas e 1 estatístico. Aqui, suas formações são direcionadas para a investigação de acidentes. Por

exemplo, as psicólogas recebem treinamento específico para atuarem como investigadoras do fator humano nos acidentes aéreos. O estatístico realiza atividades específicas para o gerenciamento de base de dados que formam o panorama dos acidentes aeronáuticos. A formação acadêmica que eles trazem consigo é, portanto, a especialidade que faltava na abordagem de assuntos técnicos, que são somados à atividade operacional de investigação. A utilização desses profissionais possibilita também ganho imediato de conhecimento aliado à formação de maior e melhor corpo de reservistas capazes de atuar em prol do Brasil”.

FOTO: ACS CENIPA

Direcionamento e conhecimento especializado

Coronel Prado tem diversos temporários sob sua chefia e aprova o trabalho desses militares

FOTO: SIDOM V COMAR

Qualificação, adaptação e eficiência O 2º Tenente Pedagogo Marcos da Rocha Oliveira faz parte do Quadro de Oficiais Convocados e trabalha no Quinto Serviço Regional de Ensino (SERENS-5), no Quinto Comando Aéreo Regional, em Canoas (RS). Ele é um dos responsáveis pela formação de novos Oficiais e Sargentos temporários. “Parece-me que os quadros de oficiais e sargentos temporários acolhe pessoal altamente qualificado e que, Tenente Da Rocha é um dos responsáveis pela formação dos convocados no V COMAR

mais importante, recebeu formação sem ônus para a instituição. No meu caso, foram mais de dez anos em universidade federal, incluindo graduação, mestrado e doutorado – além de formação no exterior. A peculiaridade da formação do temporário leva essa expertise em conta e enfatiza a adaptação à vida militar. Assim, o tempo de instrução deve ser utilizado com eficiência e ênfase doutrinária, de modo que cada instrutor personifique as qualidades inerentes aos militares. A intensidade das instruções do campo militar, especialmente,

e a conduta exemplar dos envolvidos com a formação dos militares temporários cria um círculo virtuoso de qualificação do efetivo e do profissional incorporado – atrelado, claro, a um processo de avaliação contínuo e rigoroso. Sinto-me honrado em compor o efetivo do SERENS-5 e atuar diretamente na adaptação de profissionais que dedicarão uma parcela significativa de suas vidas à Força Aérea. Sou grato pela experiência ímpar de ser militar e retribuir à nação toda formação acadêmica que recebi em uma universidade pública, gratuita e de qualidade”.


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FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Experiência sem igual

Fabiana foi Oficial por oito anos e valoriza a experiência adquirida

Fabiana Fernandes da Cunha Mendonça serviu por oito anos à FAB – de 2005 a 2013 – como Tenente do Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA) da especialidade de Comunicação Social. Passou por organizações como o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), exercendo atividades na área de assessoria em Comunicação Social. “Exercer atividades de Relações Públicas no ITA foi uma experiência sem igual. Ter vivido no ambiente acadêmico no qual docentes trabalham para entregar à sociedade engenheiros plenos e capazes de contribuir para o avanço do País, e a experiência de conviver com um grupo seleto de jovens estudantes talentosos que acreditam ser capazes de apresentar ao mundo inovações tecnológicas. Isso tudo presenciado no contato do dia-a-dia, nas entrevistas à imprensa, nas visitas aos laboratórios, nas apresentações de projetos, em workshop, nas Feiras de Ciências e Feiras

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Tecnológicas, e nos eventos institucionais em geral. Além disso, penso que a remuneração sempre deve satisfazer aos objetivos profissionais de cada um e, nesse aspecto, considero que a FAB possui remuneração justa, valorizando assim o profissional. Valeu muito ter estudado para o concurso, durante o treinamento militar e ter servido como Tenente temporária. Valeu Muito! Acredito que somos seres em constante aprendizado, e o tempo na FAB agregou conhecimento para um currículo diferenciado. Passar um tempo como oficial temporária na FAB me proporcionou amadurecimento profissional, vasto conhecimento na área por ter aplicado a ciência da comunicação social nas diversas situações apresentadas, e principalmente, troca de experiência interpessoal. Hoje me sinto mais fortalecida como pessoa e profissional. O que ficou foi a saudade dos bons amigos, da troca de experiências e a gratidão dos meus chefes por terem depositado em mim a responsabilidade das tarefas que, antes de eu acreditar, eles já sabiam que eu era capaz”.

O 3º Sargento Acácio de Camargo Neves Neto prestou o serviço militar obrigatório como soldado na FAB e, dois anos após ter dado baixa, voltou como sargento temporário. “Resolvi prestar o concurso para o Quadro de Sargentos Convocados - QSCON - como motorista por gostar da FAB e querer voltar. O conhecimento adquirido no Instituto de Logística da Aeronáutica (ILA), na Seção de Mídias e, no Quarto Esquadrão de Transporte

Aéreo (4°ETA), foram imprescindíveis para minha colocação no mercado de trabalho após o período de serviço militar obrigatório. No ILA trabalhei como fotógrafo e cinegrafista por 4 anos e no 4° ETA atuei em várias áreas. A bagagem profissional adquirida me proporcionou outras experiências no mercado de trabalho. Já atuei na aviação executiva e sou fotógrafo profissional. A Força Aérea me proporcionou muita coisa boa no passado e hoje”.

FOTO:ACS IV COMAR

Bagagem profissional

Sargento Acácio serviu com soldado e resolveu voltar como sargento temporário no IV COMAR


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GESTÃO

O 2° Tenente Fabio Antonio Venâncio, 35 anos, é graduado em Enfermagem e possui especialização em diversas áreas como Enfermagem em UTI Neo-Natal, Auditoria em Serviços de Saúde, Enfermagem do Trabalho e Saúde Pública. Está há um ano na Base Aérea de Campo Grande (BACG) e ingressou por meio do Processo Seletivo para Oficiais Temporários. “Anteriormente, trabalhei em diversos setores da Saúde Pública, como coordenador de Equipe de Enfermagem Hospitalar, coordenador de vigilância epidemiológica, enfermeiro assistencial em setores como centro-cirúrgico, pediatria, entre outros. Eu trabalhava num período do dia no setor administrativo, em secretarias de Unidades de Saúde, por exemplo, e no restante do dia, na parte assistencial intra e pré-hospitalar. Soube do processo seletivo da Força Aérea por meio de meu irmão, que é sargento da FAB há mais de 20 anos e me motivou a participar da

FOTO: SCS BACG

Instituição de referência seleção, por ser um trabalho numa instituição de referência e por ter um bom salário. Ele sempre foi um orgulho para mim e um incentivador da minha carreira. Minha função é de Enfermeiro Auditor, na Seção de Credenciamento e Auditoria de Serviços de Saúde da BACG, uma seção criada recentemente para fazer, entre outras atividades, a auditoria das contas de serviços hospitalares que são prestados por empresas à Base. Trabalhei durante dois anos como auditor e isso contribuiu grandemente para que eu fosse classificado na seleção. Para mim, poder estar na FAB é motivo de orgulho. Quis ter esta experiência de poder vivenciar o meio militar porque é diferente dos outros lugares em que trabalhei. Tenho esse privilégio de poder servir à Pátria numa Instituição honesta, que nos passa confiança”. Bom salário e credibilidade da instituição foram atrativos para o Tenente Venâncio

FOTO: SCS BANT

Economia e adequação de atividades O Aspirante a Oficial Aviador Gabriel Boscolo dos Santos Alves da Silva, que servirá no Esquadrão Joker (2º/5º GAV)– está iniciando sua carreira e já vê a importância do trabalho dos militares temporários junto aos demais. “Eu acredito que essa nova metodologia tem o aspecto Militares de carreira, como o Aspirante Boscolo, compreendem a importância do trabalho dos temporários

positivo de utilizar os recursos humanos na sua atividade de formação profissional. Haverá melhor aproveitamento no emprego operacional da aviação em si, além de o oficial aviador não assumir sessões e setores para os quais não tenha uma formação específica. A Força aproveita um profissional já formado, que entre como temporário, e assuma esse papel. Ou seja, o colaborador é engajado na

sua especialidade. Embora nós tenhamos uma formação na área de administração pública, a Força Aérea tem em nós o seu braço armado. O oficial aviador é aquele que conduz a operação, sendo o vetor de combate de garantia da soberania do espaço aéreo. Então, acredito que passaremos a ter uma aplicação ainda mais específica nessa área”.


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erca de mil sargentos de diversas áreas são formados anualmente na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). A estrutura, que ocupa aproximadamente 10 milhões de metros quadrados, abriga 93 prédios administrativos e 416 residências. É também o local de trabalho de quase dois mil militares e servidores civis. Atualmente, 23 especialidades

são ensinadas na Escola. E tudo isso começou há 75 anos. A criação do Ministério da Aeronáutica, em janeiro de 1941, trouxe a necessidade de intensificação no preparo de pessoal. Também foi preciso reorganizar as escolas herdadas das Aviações da Marinha e do Exército. Foi assim que surgiu, em 25 de março de 1941, a Escola

“Cumprindo o lema ‘Ad Astra Et Ultra’, ser Especialista é ir além. É o ser humano que trabalha, cria, melhora, auxilia e cresce junto daqueles que labutam sob um mesmo juramento. O Especialista sente orgulho do que é e tem irmãos nos mais distantes rincões, pertencendo a uma grande família chamada Força Aérea Brasileira. Ser Especialista é reencontrar a turma, relembrar histórias. É um sentimento que move centenas de “veteranos” e “novos veteranos” à Escola todos os anos. É levar a cor da sua tarjeta e seu grito de guerra para sempre como lembrança

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Ser especialista...

2S Geraldo do V COMAR

dos momentos passados no ‘Templo de Luz‘. Ser Especialista é fazer a diferença, é ter na sua essência o altruísmo. Pequenos gestos que podem mudar a vida de pessoas, seja em um resgate, em uma Evacuação Aeromédica, seja em uma Ação Cívico-Social ou em um

de Especialistas de Aeronáutica, então sediada na antiga Escola de Aviação Naval, na Ilha do Governador (RJ). Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial e o crescimento da Força Aérea, aumentou a demanda pela formação técnica. A Escola não tinha condições de formar a quantidade necessária de pessoal

atendimento administrativo a um cidadão. Ser Especialista é ouvir a história do ‘antigão’, é interessar-se pelo passado e acreditar que nós, ‘um conjunto de todo eficaz‘, podemos sim construir uma Instituição cada vez melhor. Ser Especialista é buscar melhorias, não porque está em algum manual, mas por sentir que tudo pode ser melhorado, pois a FAB e o Brasil merecem. Ser Especialista é, acima de tudo, amar a missão de fazer voar sem jamais esquecer da pessoa que vive a farda, seja neste ou em outros tempos. #éissoqueimporta, isso é ser Especialista”.

em um curto período e, por isso, militares e civis eram enviados para estudar nos Estados Unidos. Considerando os custos disso, decidiu-se por uma alternativa menos onerosa: contratar a “Organização John Paul Ridle Aviation Tecnical School”, que instalou em São Paulo a Escola Técnica de Aviação (ETAv) para complementar a formação de

FOTO:SCS EEAR

C

“Atuar diretamente na formação de nossos futuros especialistas e perceber em cada um desses jovens a transformação em profissionais dedicados e militares comprometidos me enche de orgulho. A cada turma formada renovo minha satisfação de pertencer à FAB e de

especialistas para a FAB. Após a Guerra, houve estabilização nas necessidades de formação e verificou-se que uma escola seria suficiente. Então, em 1950, as duas instituições, do Rio de Janeiro e de São Paulo, foram unidas e transformadas na atual Escola de Especialistas de Aeronáutica, com sede em Guaratinguetá (SP).

SO Coelho da EEAR

contribuir para o engrandecimento de nossa Força. Ingressei na FAB há 29 anos, dos quais 27 vividos na Escola de Especialistas de Aeronáutica. Há 14 anos, sirvo no Corpo de Alunos, sendo atualmente o encarregado do Esquadrão Amarelo (1ª série do Curso de Formação de Sargentos) “.

FOTOS: JOHNSON BARROS / CECOMSAER

EEAR forma técnicos para a FAB há 75 anos

FOTO: JOHNSON BARROS / CECOMSAER

DIA DO ESPECIALISTA


Março - 2016 FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

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DIA DA MULHER

Operacionalidade independente de gênero Veja como é a rotina das mulheres dos esquadrões operacionais de A-29 da FAB

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reparo teórico, consulta de manuais de desempenho e estudo de técnicas de combate. Essa é a rotina que a Tenente A. G. desenvolve antes de decolar nas missões reais e de treinamento com o A-29 Super Tucano do Esquadrão Escorpião (1º/3º GAV), sediado em Boa Vista (RR). Ela é a única aviadora da unidade que é uma das responsáveis por defender as fronteiras da região amazônica do País. Para a tenente, ser militar era um sonho de criança e após descobrir a carreira na aviação, seu objetivo também passou a ser atuar como piloto de combate da Força Aérea Brasileira, profissão que ainda é predominantemente masculina. “O 1º/3º GAV me recebeu da melhor maneira possível. Os desafios enfrentados pelos pilotos de caça são os mesmos, independentemente do sexo. Como próximo degrau a ser alcançado, pretendo ir para a primeira linha da aviação de caça. Desejo pilotar o Grippen NG”, conta.

Mas a Tenente A. G. não é a única figura feminina no esquadrão. A unidade tem mais cinco mulheres no efetivo. Uma delas é a Sargento Ana Carolina Celeste Monteiro, uma das responsáveis pela manutenção elétrica e de instrumentos do A-29. “A estrutura ainda está se adaptando, mas não há diferenciação. Faço o mesmo trabalho que os homens, inclusive o manuseio de equipamentos pesados, como baterias”, destaca Celeste. Em Porto Velho (RO) está o Esquadrão Grifo (2°/3° GAV), também responsável por operar o A-29. Na unidade, a sargento especialista em suprimento Lariane Cristina Gomes recebe e inspeciona material, além de fazer controle de estoque. Ela acreditava que seria um desafio integrar o esquadrão. “Somos seis mulheres no total, mas não tem nada que nós não podemos fazer. Eu carrego e descarrego caixas, por exemplo”, diz. A Tenente Médica Roberta Neiva trabalha há cinco anos no Esquadrão Flecha (3º/3º GAV)

– unidade de A-29 sediada em Campo Grande (MS). Ela realiza acompanhamento médico dos pilotos, além de alertar os aeronavegantes sobre o risco da atividade aérea. “Com o passar dos anos a aviação de caça mudou muito, as missões estão mais complexas e as aeronaves mais sofisticadas. Com isso, a medicina aeroespacial também precisou evoluir”, explica a Tenente Roberta. De acordo com a médica, não há diferenciação de gênero. “O grupo sempre me respeitou e fizeram com que eu me integrasse”, destaca. Prontos para as Olimpíadas Já utilizados na Copa do Mundo e com experiência em missões reais, como a Operação Ágata, os três esquadrões de A-29 agora encaram um novo desafio. Eles ficarão de alerta durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. O co m a n d a nte d o E s quadrão Escorpião, Tenente-Coronel Leonardo Venâncio

Mangrich, explica como será essa participação. “O 1°/3° GAV trabalhara juntamente com outras Unidades Aéreas, sob a subordinação direta do COMDABRA, a fim de garantir a segurança nos locais em que ocorrerão os jogos”, antecipa. Os três esquadrões contam com 346 militares. Desse total, 5,2% são mulheres. Para o Tenente-Coronel, a participação delas apenas acrescenta no bom desempenho da missão. “Para uma sociedade que antes acreditava em alguma limitação do sexo feminino na adaptação ao militarismo, têm-se hoje mulheres que mostram seu valor, garra e vibração independente do gênero”, finaliza.

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

A importância da investigação para a prevenção

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statísticas comprovam que a aviação brasileira é segura. Nos últimos anos, houve queda no índice de acidentes aeronáuticos em território brasileiro. Comparado com 2014, a diminuição de acidentes foi de 16%. Mas a que se deve essa afirmativa de que voar no Brasil é seguro? A investigação de acidentes auxilia na prevenção e, portanto, na

segurança de voo? A resposta é sim. Investigar acidentes também é uma forma de prevenção, pois com os conhecimentos adquiridos na investigação outros acidentes com características semelhantes podem ser evitados. É importante ressaltar que a prevenção produz efeitos positivos sob a forma de mobilização geral, ou seja, todos devem se sentir responsáveis,

como um ato consciente e contínuo – do passageiro ao operador da aeronave. Equipes do CENIPA e dos Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA) estão de sobreaviso 24 horas por dia, e em todos os dias do ano, para cumprirem as etapas de investigação: ação inicial (coleta de dados e indícios; análise de destroços ou de

peças que deverão passar por testes); levantamento de dados (entrevistas com envolvidos no acidente e testemunhas, análise de materiais e equipamentos); e relatório final (documento-síntese dos resultados da investigação, apresenta fatores contribuintes e recomendações de segurança). (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - CENIPA)


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SEU DINHEIRO

É hora de definir seu plano de investimentos C

omo você se vê daqui a 20, 30 ou 40 anos? Está na hora de pensar nos objetivos de vida. Após explicar metas de curto e médio prazos, essa edição do Notaer traz informações para conquistar metas de longo prazo. Se o seu principal objetivo é ter uma aposentadoria tranquila, por exemplo, uma ideia de investimento são os planos de previdência privada. No entanto, há outras opções, como os títulos do Tesouro Direto (www.tesouro.fazenda.gov.br). Você pode pesquisar opções mais rentáveis e vantajosas de investimentos. Use a calculadora do cidadão, disponível no site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br). Você pode querer abrir o próprio negócio, pagar a faculdade dos filhos, investir em um imóvel. Todos esses sonhos, colocados no papel e divididos em etapas, podem se tornar realidade, pois significam a motivação para poupar. Os investimentos destinam-se a financiar seus planos para o futuro. Para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos, acompanhe sempre o desempenho de suas aplicações, procure manter-se permanentemente informado e, de tempos em tempos, reavalie suas decisões de investimento, para ver se continuam coerentes com os planos. É importante lembrar também que, em metas de longo prazo, há mais tempo para a recuperação de

eventuais insucessos. Vencendo as dificuldades O consultor financeiro da Libratta Finanças Pessoais, Rogério Olegário do Carmo, alerta para as dificuldades que podem existir nos investimentos de longo prazo. “Segundo média mundial, os planejamentos financeiros pessoais tendem a durar dois anos e meio. Como as pessoas preferem se premiar no curto prazo, elas retiram o dinheiro investido para comprar algo que dê prazer imediato. Para vencer isso, o ideal é fazer um projeto de longo prazo em paralelo a projetos de curto prazo”, explica. As metas de médio e longo prazos devem ser uma realidade somente para quem já está com as finanças em dia. As pessoas que ainda estão endividadas precisam

focar na quitação das dívidas. “Não existe aplicação que pague juros superiores aos juros das dívidas. Então é preciso canalizar energia para eliminar as contas em aberto. Depois, com o orçamento equilibrado, é hora de iniciar os investimentos”, diz o consultor. A dica para quem não consegue se disciplinar é cumprir promessas básicas: ir à academia diariamente, seguir fielmente a dieta, concluir os trabalhos prioritários... Pronto! Quem atinge pequenas metas, atingirá as grandes também. “Nós não damos atenção ao dinheiro porque não mostramos a ninguém. Com os dentes, por exemplo, a gente gasta muito tempo por semana, mas para cuidar das finanças não. Temos que cuidar do dinheiro como se tivéssemos que mostrar a conta corrente para alguém a qualquer momento”, compara.

O sonho da casa própria

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á pensou você ir para a reserva e precisar pagar aluguel? Esta é a realidade de grande parte dos militares que não estabelecem metas de longo prazo. Muitos optam por pagar aluguel e investir o valor de um imóvel em outras áreas que consideram mais interessantes. Mas caso você tenha o sonho de aquisição da casa própria, não deixe essa decisão para a última hora. O planejamento pessoal, familiar e financeiro é essencial para que o sonho não seja interrompido no meio do caminho. “É preciso planejar a compra da tão sonhada casa própria. Não se pode comprometer mais do que 30% dos rendimentos familiares mensais”, afirma o Gerente de Crédito Imobiliário da Fundação Habitacional do Exército (FHE), Edinaldo Martins. O 3º Sargento Anderson Cabral de Souza e sua esposa, também Terceiro Sargento da Aeronáutica, fizeram seu planejamento e há dois anos reservam 20% do dinheiro poupado para a aquisição da casa própria. “O nosso objetivo é dar uma boa entrada em um financiamento imobiliário daqui a uns 10 anos. Fazemos o controle dos depósitos e do

saldo atual em uma planilha”, explica Anderson. Para realizar um bom financiamento, Martins aponta a importância de efetuar pesquisas e comparativos e organizar as finanças. “Pelo fato de o financiamento imobiliário ser, normalmente, um compromisso de longo prazo, o ideal é simular o quanto a renda permite financiar e verificar o valor mínimo que deve ser poupado para pagar a parte não financiável”, detalha o Gerente da FHE. Agora é um bom momento para adquirir a casa própria? A corretora de imóveis Cristiane Poleto acredita ser uma boa oportunidade para conquistar o sonho da casa própria. “Com a economia em crise, os preços dos imóveis caíram até 30%. Quem tem dinheiro na mão tem mais facilidade para conseguir fazer bons negócios”, avalia. Outro aspecto positivo é o aumento da quantidade de imóveis disponíveis para venda. “Com o aumento da oferta, o comprador tem mais opções para realizar uma boa compra”, afirma Cristiane.


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NO

O

s princípios militares de hierarquia e disciplina, bem como as regras de boa convivência social e de educação devem ser levados em conta no ambiente online. O internauta é responsável por tudo que publica. Portanto, não trate de problemas do trabalho nas redes sociais. Eles devem ser resolvidos no próprio trabalho e não expostos publicamente, concorda? Não use as mídias sociais para reclamar do chefe, por exemplo. Ainda mais se ele tiver chamado sua atenção justificadamente. Postar uma reclamação não vai resolver nada e pode acabar piorando a situação.

Fale com a gente!

ARTE:SDPP

PADRÃO

Tem um comentário, sugestão de reportagem ou crítica? Aguardamos seu email: notaer@fab.mil .br

MÍDIAS SOCIAIS O LEGADO DAS MULHERES Um giro pelas redes!

A

s primeiras mulheres militares da FAB ingressaram em 1982 no Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica, que abrange o Quadro Feminino de Oficiais da Reserva da Aeronáutica (QFO) e o Quadro Feminino de Graduados da Reserva da Aeronáutica (QFG). O momento está registrado no nosso histórico do facebook.

FOTO:CB SILVA LOPES / CECOMSAER

P

ouco mais de uma década depois, elas já podiam ingressar no quadro de Intendência da Academia da Força Aérea e, em 2003, na Aviação também. Já na Escola Especialistas de Aeronáutica, as mulheres puderam se tornar sargentos a partir de 2002. De lá pra cá, elas têm assumido funções inéditas na história da FAB, como o primeiro voo do Black Hawk pilotado por duas mulheres, um feito registrado no nosso twitter oficial.

H

oje são 10.727 mulheres na FAB, o equivalente a 15,44% do efetivo de militares. Elas ocupam as mais diferentes posições e continuam fazendo história. A foto da primeira mulher no Brasil a atirar com uma metralhadora Minigun ficou registrada no nosso instagram.


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ENTRETENIMENTO

Caça palavras Todo o Brasil está engajado no combate ao MOSQUITO Aedes AEGYPTI, que transmite o VÍRUS da DENGUE, ZIKA e CHIKUNGUNYA. A orientação é que a busca por focos seja feita pelo menos uma vez por semana. Devemos atentar para locais que possam acumular água, como GARRAFAS, PNEUS, VASOS de plantas, RESERVATÓRIOS de geladeiras e até tampas de garrafas pet. Plantas como BROMÉLIAS também podem se transformar em ambiente para as LARVAS do mosquito. Vamos caçar agora as palavras que representam tudo de ruim em relação a esse tema?

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

Jogo dos 6 Erros

Resposta da Edição do mês de Fevereiro



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