

Prezado leitor, Na edição de dezembro do Notaer, celebramos conquistas, marcos históricos e o compromisso da Força Aérea Brasileira (FAB) com a defesa e o progresso do Brasil.
A matéria de capa destaca os 83 anos da Infantaria da Aeronáutica, uma tropa essencial que protege, em terra, a soberania do espaço aéreo. Com heroísmo e dedicação, os Infantes reafirmam sua importância em operações de defesa e segurança.
Comemoramos também o Dia do Serviço de Saúde e o Dia da Tecnologia da Informação da Aeronáutica, datas que ressaltam a dedicação e a inovação de
profissionais que garantem o funcionamento pleno de nossa instituição, cuidando tanto de pessoas, quanto de sistemas essenciais.
Outro marco é a modernização do T-25 Universal, que reforça a formação dos nossos aviadores, assegurando a excelência na instrução dos Cadetes da Academia da Força Aérea. Na área espacial, celebramos o lançamento do primeiro foguete de sondagem 100% brasileiro pela FAB, um passo importante para a autonomia tecnológica do país. Apresentamos, ainda, a atualização da DCA 1-1, que reflete a evolução das táticas e
estratégias da FAB para enfrentar os desafios modernos. E, ao final do ano, relembramos com orgulho as missões humanitárias realizadas em 2024, que levaram esperança e apoio a milhares de brasileiros, cumprindo o papel da FAB em colaborar para integração do nosso país. Acompanhe essas e outras histórias que evidenciam a força e o compromisso da FAB com a Nação. Compartilhe suas impressões conosco, sua opinião é muito importante.
Boa leitura!
Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça Chefe do CECOMSAER
A publicação no Instagram sobre a conclusão da 259ª turma do Curso de Formação de Sargentos (CFS) da Escola de Especialista da Aeronáutica (EEAR), foi o destaque nas mídias sociais da FAB. O post obteve mais de 493 mil visualizações,
302 mil contas alcançadas e mais de 43 mil curtidas. A FAB divulga em suas mídias sociais produtos elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.
O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça
Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Fabiano Pinheiro da Rosa
Chefe da Divisão de Comunicação
Integrada:
Coronel Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis
Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação:
Tenente-Coronel Aviador Michelson Abrahão Assis
Chefe da Subseção da Agência Força Aérea:
Capitão Jornalista Emília Maria
Editora-Chefe:
Tenente Jornalista Susanna Scarlet (MTB 0013148/ DF)
Editora:
Tenente Jornalista Mônica Lopes
Colaboradores:
Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE
Diagramação:
Soldado SNE Arthur Augusto Aranha
Soldado SNE Gustavo Guilherme Nunes Leitão
Capa e Artes: Tenente PUP Jefferson Lima Feitosa
Sargento TDE Jonathan Fernando Lopes
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.
Endereço:
Esplanada dos Ministérios
Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF
À medida que 2024 chegou ao fim, a Força Aérea Brasileira (FAB) celebra com orgulho suas conquistas em um ano de grandes desafios superados. No Dia da Infantaria da Aeronáutica, homenageamos os profissionais da linha de frente, que garantem a segurança das bases e a soberania nacional com coragem e disciplina.
No Dia do Serviço de Saúde, reconhecemos o esforço
de médicos, enfermeiros e especialistas que cuidam do efetivo, enfrentando situações extremas e realizando missões humanitárias importantes.
A inovação foi outro destaque, com o avanço no projeto de modernização do T-25 Universal, fundamental para a formação dos aviadores. A incorporação de novas tecnologias reafirma o compromisso da FAB com a excelência na formação dos
futuros oficiais aviadores.
Também celebramos o Dia da Tecnologia da Informação, com a consolidação de sistemas de comunicação e segurança digital, essenciais para a defesa e operações estratégicas.
As missões humanitárias, realizadas ao longo do ano,demonstraram a prontidão da FAB em ajudar o Brasil e o mundo, com ações de resgate e transporte de suprimentos,
ressaltando a capacidade da nossa instituição em estar ao lado da sociedade brasileira. Ao olharmos para 2024, renovamos nossas energias para os desafios de 2025, com a esperança de continuar fortalecendo a FAB como guardiã dos céus e da nação.
Tenente-Brigadeiro do Ar
Marcelo Kanitz Damasceno
Comandante da Aeronáutica
Ten JOR Mônica Lopes
A Força Aérea Brasileira (FAB) celebrou, no dia 11/12, os 83 anos da Infantaria da Aeronáutica, destacando o compromisso e a coragem de uma tropa essencial à defesa nacional. Criada em 1941, a Infantaria desempenhou, ao longo de 2024, missões de grande impacto, como a Operação Taquari 2, ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e a defesa antiaérea no G20, reforçando sua posição como pilar de segurança e apoio à sociedade brasileira.
MISSÕES DE DESTAQUE EM 2024
Operação Taquari 2: solidariedade em ação
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul mobilizaram os Grupos de Segurança e Defesa (GSD) da Infantaria na Operação Taquari 2. Durante seis meses, os militares participaram de resgates, protegeram abrigos e organizaram doações, demonstrando altruísmo em meio ao caos. A Base Aérea de Canoas (BACO) desempenhou um papel estratégico ao assumir parte das operações do Aeroporto Salgado Filho, temporariamente interditado.
Mesmo enfrentando desafios pessoais, como a perda de suas próprias casas, os integrantes do GSD-CO cumpriram seu dever com excelência, reforçando o espírito de superação e a capacidade técnica e
humana da Infantaria em momentos de crise.
Garantia da Lei e da Ordem: combate ao crime organizado
Com a publicação do Decreto nº 11.765, a Infantaria intensificou sua atuação em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Em parceria com órgãos como a Polícia Federal e a Receita Federal, os militares reforçaram a segurança em aeroportos estratégicos, como Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), focando na repressão ao tráfico de drogas e armas.
Militares da Companhia GLO-SP e do Batalhão GLO-RJ realizaram patrulhamentos com apoio de cães farejadores e viaturas, abrangendo
saguões, áreas de bagagens e perímetros externos. O Brigadeiro de Infantaria Alexandre Okada destacou a importância da missão. “Servir à Pátria e às instituições é um dever que cumpro com orgulho. A integração entre as agências é fundamental para a eficácia das ações”, disse o OficialGeneral à época.
Defesa antiaérea no G20: vigilância e prontidão
Durante a cúpula do G20, realizada em novembro, a Infantaria da Aeronáutica desempenhou papel essencial na defesa do espaço aéreo, atuando de forma integrada à Marinha e ao Exército. Os Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAe) operaram em regime de prontidão, utilizando tecnologia avançada e planejamento estratégico para proteger lideranças globais e garantir a segurança do evento.
A operação conjunta reafirmou o compromisso da Infantaria com a soberania nacional e a organização de eventos internacionais de grande porte.
Um legado de excelência
Atualmente, a Infantaria conta com 28 Unidades de Segurança e Defesa, além de destacamentos especializados em defesa antiaérea e operações especiais, posicionados em todo o território nacional. Suas missões abrangem resgates, defesa de instalações estratégicas e combate ao crime organizado, com participação em operações de paz e ações de impacto social.
CERIMÔNIA NA BASE AÉREA
A Base Aérea de Brasília (BABR) foi palco, no dia 11/12, da cerimônia militar alusiva ao Dia da Infantaria da Aeronáutica, marcando os 83 anos de história da tropa que carrega o lema “Defendendo na terra o domínio do ar”. A solenidade reuniu autoridades, militares e convidados em uma celebração que exaltou o papel da Infantaria na proteção e integração nacional.
O evento foi presidido pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, TenenteBrigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, acompanhado pelo Subchefe de
Organismos Internacionais do EstadoMaior Conjunto das Forças Armadas, Brigadeiro de Infantaria José Roberto de Queiroz Oliveira. Após a recepção formal, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica realizou a tradicional revista à tropa, conduzida pelo Comandante da Tropa, Coronel de Infantaria Claudio Porto Antunes da Silva.
Durante a cerimônia, destacou-se a atuação da Infantaria ao longo de 2024, com menções às operações, exercícios e cursos realizados durante o ano. Uma homenagem especial foi dedicada aos Comandantes de Bases Aéreas que colaboraram com a Subchefia de Preparo de Operações Terrestres. Entre os agraciados, reconhecidos pelo Chefe de Preparo de Operações Terrestres do Comando de Preparo (COMPREP), Brigadeiro de Infantaria Alexandre Okada, estavam o Comandante da Base Aérea de Natal, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende; o Comandante da Base Aérea dos Afonsos, Coronel Aviador Élio de Almeida Abreu Júnior; o Comandante da Base Aérea de Canoas, Coronel Aviador Thiago Romanelli Rodrigues; o Comandante da Base Aérea de São Paulo, Coronel Aviador Leonardo Tiago Barbosa, representado, no ato, pelo Tenente-Coronel de Infantaria Klaus Peterson Doneda; e o Comandante da Base Aérea do Galeão,
Coronel Aviador Fábio Ferreira da Silva, representado, no ato, pelo TenenteCoronel de Infantaria Carlos Alberto Santos Bastos.
A leitura da Ordem do Dia, assinada pelo Comandante de Preparo, TenenteBrigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, reforçou a importância da Infantaria no cumprimento das missões da Força Aérea Brasileira.
“Hoje, celebramos os 83 anos da Infantaria da Aeronáutica, uma Força essencial à defesa da soberania nacional. Desde sua criação, destacou-se em momentos históricos, como o Batismo de Fogo na Segunda Guerra Mundial, e evoluiu para enfrentar desafios modernos, com avanços em tecnologia e operações especiais. Com coragem e dedicação, os infantes reafirmam, a cada missão, o compromisso de ‘Defender, na Terra, o Domínio do Ar’. Parabéns!”, declarou o Oficial-General em um trecho da leitura.
A cerimônia foi abrilhantada pela formação de um grupamento especial de militares da ativa e da reserva, que se uniram à tropa para o desfile em continência ao Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Ao som da “Canção do Expedicionário”, o desfile reafirmou o espírito de disciplina e prontidão que caracteriza os combatentes da Infantaria da FAB.
O Serviço de Saúde da Aeronáutica, instituído em 2 de dezembro de 1941, nasceu integrado por Oficiais Médicos oriundos da sociedade civil, da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, tendo como primeiro Diretor de Saúde, e hoje Patrono, o Brigadeiro Médico Ângelo Godinho dos Santos. Com 83 anos de existência, o Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU), estabelecido juntamente com o Ministério da Aeronáutica, evoluiu para se tornar referência em assistência integral e coordenada, atuando com inovação, modernização e excelência no cuidado à saúde de cerca de 290 mil pessoas em todo o Brasil.
O Diretor de Saúde da Aeronáutica, Major-Brigadeiro Médico Laerte Lobato de Moraes, destaca o impacto das transformações implementadas no sistema ao longo dos últimos anos. “Durante a minha gestão, estou dando continuidade, com o apoio do Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, a essa empreitada iniciada em 2019. Nesse período, o TenenteBrigadeiro do Ar Luís Roberto do Carmo Lourenço, ex-ComandanteGeral do Pessoal, e o Major-Brigadeiro Médico Cloer Vescia Alves, ex-Diretor de Saúde, que na época ocupava o cargo de Subdiretor Técnico da Diretoria de Saúde, iniciaram as mudanças técnicas, tecnológicas e sustentáveis, a fim de que o projeto se tornasse realidade. Hoje, a partir da adoção de novos modelos de
saúde, como foco na atenção primária, conseguimos oferecer cuidados preventivos, diagnóstico precoce, além de promover uma abordagem de saúde mais integrada e contínua. Essa estratégia permite lidar de forma mais eficiente com a atenção especializada, ampliando as condições de saúde em longo prazo. Caminhamos, rumo ao futuro, aprimorando meios com intuito de prestar uma assistência integral e um serviço de excelência àqueles que defendem o nosso país”, enfatizou.
O SISAU oferece atendimento integral em diversas áreas da saúde, como medicina, odontologia, farmácia, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, serviço social, além de técnicos especializados
em enfermagem, laboratório, radiologia e saúde bucal. Os atendimentos abrangem militares da ativa e veteranos, bem como seus dependentes, reforçando o compromisso do sistema com aqueles que servem ou serviram ao Brasil.
Modernização e atenção primária
A reestruturação do SISAU, iniciada em 2019, trouxe mudanças técnicas e tecnológicas que transformaram a gestão e os serviços oferecidos. Com foco na atenção primária, o sistema promove cuidados preventivos, diagnóstico precoce e uma abordagem de saúde integrada e contínua.
A Major-Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins destacou o compromisso do SISAU. “O SISAU é um sistema moderno, ágil, inovador, tecnológico e de pronta resposta, representando as características da própria Força Aérea Brasileira. Parabéns aos guerreiros do bem, homens e mulheres da Saúde, nossos maiores valores, que se dedicam diuturnamente ao cuidado de outros seres humanos com profissionalismo e amor”, disse.
Entre as inovações tecnológicas
implementadas, o SISAU destaca as teleconsultas e as maletas de telemedicina, que ampliam o acesso de pacientes em áreas remotas. Essas ferramentas permitem consultas e avaliações especializadas à distância, reduzindo a necessidade de deslocamentos e agilizando o atendimento.
O Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) também se posiciona como pioneiro ao adotar o sistema de cirurgia robótica Da Vinci, utilizado em procedimentos minimamente invasivos. Com mais de 13 milhões de cirurgias realizadas no mundo, a tecnologia oferece maior precisão, menor trauma tecidual e melhores resultados para os pacientes.
A introdução do sistema cirúrgico Da Vinci no HFAG coloca a instituição em um seleto grupo mundial capaz de operar essa tecnologia. A iniciativa proporciona acesso a um sistema moderno com resultados aprimorados, além de promover o crescimento tecnológico dos profissionais e equipamentos institucionais e a projeção do hospital no meio médico.
Outro ponto de destaque do SISAU é a atuação na Medicina Aeroespacial, que investiga e promove a saúde em deslocamentos aéreos, viagens espaciais e condições extremas. Esse campo de atuação prepara médicos e profissionais de saúde para enfrentar os desafios únicos do ambiente aeroespacial.
A saúde operacional da FAB alcança excelência, por meio do Hospital de Campanha (HCAMP), que se destaca em diversas missões humanitárias. Entre elas, a Operação Yanomami, que proporcionou atendimento médico emergencial à população indígena; as operações Voltando em Paz e Raízes do Cedro, oferecendo suporte a brasileiros repatriados em cenários de crise; e a Operação Taquari 2, realizada em resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, levando assistência médica e humanitária às comunidades atingidas. Além disso, no combate à dengue no Distrito Federal, o HCAMP executou ações de prevenção e atendimento médico, reafirmando o compromisso humanitário da Força Aérea Brasileira.
A Força Aérea Brasileira (FAB) celebrou no dia 05 de dezembro, um marco histórico com a realização do primeiro voo oficial do protótipo modernizado da aeronave T-25 Universal. O feito, realizado pelo Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), sob supervisão da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB), em parceria com o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), representa a concretização de um trabalho visionário e dedicado.
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, participou da solenidade, juntamente com membros do Alto-
Comando, entre outros militares. Em seu discurso, o Comandante da Aeronáutica destacou as vantagens da modernização da aeronave. “O voo inaugural do T-25M, agora equipado com novas tecnologias, simboliza o compromisso da Força Aérea com a inovação, a eficiência e, acima de tudo, com a formação de excelência dos nossos futuros pilotos. Por mais de cinco décadas, o T-25 Universal tem sido responsável pelas primeiras horas de voo de milhares de Aviadores, indo além da missão inicialmente a ele destinada. Parabéns a todos os profissionais envolvidos que, com dedicação e competência, tornaram essa modernização possível”, pontuou o Oficial-General.
O voo
O protótipo T-25M FAB 1880, comandado pelo Major Aviador
André Marques Peixoto, do IPEV, realizou passagens aéreas sobre o local da solenidade antes de retornar ao solo.
“Realizar o primeiro voo do T-25 Modernizado foi uma grande honra e privilégio. Ficou evidente o excelente trabalho do PAMA-LS, que, com dedicação e competência, entregou uma aeronave que combina tradição e inovação. O sucesso desse projeto também é fruto da colaboração fundamental entre o IPEV e o IFI, que garantiram excelência nas atividades realizadas. Participar dessa modernização,
que terá um impacto direto na capacitação dos nossos Aviadores, é motivo de imenso orgulho”, disse o Major Aviador Peixoto.
Na ocasião, foi revelada a nova pintura externa da frota modernizada, desenvolvida por um Cadete da AFA, em um processo de votação entre os cadetes, reforçando a participação da nova geração de militares da FAB. O evento também contou com a presença de autoridades militares, que participaram do batismo oficial da aeronave, marcando o início de uma nova fase para o T-25 Universal. Sob a liderança do TenenteCoronel Engenheiro Nelson Muta Hotta, o projeto foi executado com grande eficiência, garantindo que
todas as melhorias tecnológicas fossem integradas com precisão à aeronave. A equipe trabalhou incansavelmente para oferecer à FAB uma plataforma de treinamento atualizada, que atenda aos mais altos padrões de segurança e eficiência.
Modernização: a atualização dos sistemas e o impacto na formação dos pilotos
O processo de modernização do T-25 Universal, que agora passa a ser chamado de T-25M, inclui diversas melhorias em sua estrutura e tecnologia. O objetivo central foi aumentar a operacionalidade da aeronave, trazendo-a para os padrões tecnológicos mais avançados, ao
mesmo tempo em que se mantém acessível para o treinamento de Cadetes. Dentre as atualizações mais significativas, destacam-se a substituição dos sistemas elétricos e eletrônicos, que receberam equipamentos de última geração, e a renovação total das cablagens.
Tecnologias Inovadoras: um novo patamar para a navegação e a segurança
O projeto de modernização incorporou diversas tecnologias de ponta, como o Sistema de Navegação Global por Satélite (GNSS), que garante uma navegação precisa, o Sistema de Aviso e Percepção de Terreno (TAWS), que aumenta
a segurança durante o voo, e o STORMSCOPE, que permite a identificação de tempestades e outras condições meteorológicas adversas. O sistema ADS-B, que transmite a posição e outros parâmetros de voo em tempo real, também foi integrado, proporcionando maior segurança e comunicação eficiente com o Controle de Tráfego Aéreo.
Extensão da vida útil e redução de custos operacionais
O processo de modernização também teve como objetivo estender a vida útil do T-25. O PAMA-LS agora possui total domínio sobre o projeto e pode realizar manutenções e atualizações de forma interna, sem depender de apoio externo. Essa autonomia reduz custos operacionais e garante que a FAB tenha maior controle sobre a logística de manutenção da aeronave.
O Diretor do PAMA-LS, Coronel Aviador Valter Faria Junior, falou sobre o projeto. “Esse primeiro voo é o início de uma campanha de desenvolvimento que vai ocorrer ao longo de 2025, apoiada pelo IPEV e pelo IFI. É uma enorme satisfação participar desse momento e contribuir diretamente com a atividade de desenvolvimento, utilizando a junção da minha bagagem logística com os meus conhecimentos como piloto de prova e equipagem de ensaio”, destacou o Oficial.
Perspectivas e desafios futuros
Apesar dos desafios encontrados durante o desenvolvimento, como a integração de engenharia 100% interna e a gestão da cadeia de suprimentos, o projeto avançou rapidamente. Em apenas 10 meses, o protótipo T-25M estava pronto para os ensaios em voo, com a campanha de testes programada para durar até 2026. Durante esse período, a aeronave passará por cerca de 60 horas de voo, com testes de desempenho e certificações finais que garantirão sua total adequação para operações em espaço aéreo.
O legado do T-25 e a continuidade do treinamento militar
A modernização do T-25 Universal, agora na versão T-25M, representa um marco na história da aviação de treinamento da Força Aérea Brasileira. A aeronave, que já desempenha um papel fundamental na formação de pilotos desde a década de 1960, agora está equipada com tecnologia de ponta, pronta para continuar sua trajetória de sucesso no treinamento de Cadetes e no fortalecimento da capacidade operacional da FAB.
No dia 1º de dezembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) comemorou o Dia da Tecnologia da Informação da Aeronáutica, data que marca a criação do Centro de Informática e Estatística do Ministério da Aeronáutica (CINFE), fundado há 41 anos. Desde sua inauguração em 1983, a instituição reconheceu a importância da tecnologia da informação para o aprimoramento de suas operações e gestão. Hoje, o setor continua desempenhando um papel fundamental na modernização e eficiência das atividades da FAB.
Atualmente, o Centro de Informática e Estatística deu lugar à Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (DTI), órgão responsável por gerenciar a infraestrutura tecnológica da FAB. A DTI abrange uma vasta gama de atividades, dividindo-se em duas frentes principais:
a área corporativa e a operacional. A primeira envolve o gerenciamento de sistemas administrativos, fundamentais para a gestão financeira, de pessoal e documental da Força Aérea. Já a segunda, de caráter mais estratégico, dá suporte às atividades-fim da FAB, garantindo a eficiência de áreas cruciais, como logística, comando e controle, além da proteção cibernética.
A presença da tecnologia da informação na FAB não se limita a processos administrativos, mas se estende diretamente às operações que garantem a defesa e a segurança do país. A evolução dos sistemas de comando e controle, por exemplo, é essencial para integrar unidades aéreas, terrestres e navais, permitindo uma resposta ágil e eficaz em qualquer cenário.
Além disso, a proteção cibernética tem se tornado uma prioridade cada vez maior, com a DTI implementando
protocolos e sistemas para proteger os dados sensíveis da Força Aérea e evitar qualquer tipo de ataque ou violação de segurança digital.
A celebração do Dia da Tecnologia da Informação da Aeronáutica é uma oportunidade para reconhecer o impacto transformador das soluções tecnológicas dentro da FAB, que vão desde a otimização de processos internos até a garantia de operações mais seguras e coordenadas. O trabalho da DTI contribui diretamente para o cumprimento das missões da Força Aérea Brasileira, mantendo o país protegido e preparado para os desafios do presente e do futuro.
A data também serve para refletir sobre o constante avanço tecnológico no setor de defesa e a importância de acompanhar a evolução das tecnologias para garantir a soberania
nacional e o fortalecimento das capacidades operacionais da FAB.
O compromisso da Força Aérea com a inovação e a modernização tecnológica segue firme, reafirmando sua missão de proteger o espaço aéreo brasileiro e contribuir para a segurança nacional com o uso de
tecnologias de ponta.
Proteção de informações, defesa cibernética, desenvolvimento de simulação de voo, metodologias inovadoras e geração de dados essenciais para tomada de decisão. Essas e muitas outras atribuições fundamentais para o cumprimento da missão diária
da Força Aérea Brasileira (FAB) são responsabilidades dos profissionais de Tecnologia da Informação (TI).
A DTI também desenvolve e mantém sistemas corporativos e simuladores de voo, além de garantir a segurança da informação em todas as áreas do Comando da Aeronáutica.
O Comando da Aeronáutica possui três Centros de Computação, localizados em Brasília, São José dos Campos e no Rio de Janeiro, cada um com funções específicas, ajustadas às demandas de suas atividades principais:
Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR): é responsável pela gestão da segurança cibernética da rede de dados da FAB, coordenando os esforços do Sistema de Tecnologia da Informação (STI) para garantir a disponibilidade, integridade e confidencialidade dos ativos digitais necessários à missão da instituição.
Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ): coordena os acordos de serviço relacionados à infraestrutura de comunicações, estabelecidos pela Diretoria de Tecnologia da Informação junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Também gerencia os serviços corporativos e setoriais, incluindo sistemas como o SILOMS (gestão de materiais e recursos) e o SIGPES (gestão de pessoas).
Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ): é responsável pelo desenvolvimento e gestão dos sistemas corporativos, aplicações operacionais e simuladores, além de atuar em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para promover avanços tecnológicos e capacitação específica.
O Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER) foi implantado em junho deste ano, em Brasília. O Centro é essencial para reforçar a proteção dos sistemas de TI e comunicações estratégicas da FAB, além de unificar esforços na identificação e resposta a incidentes cibernéticos, garantindo a confiabilidade e disponibilidade das redes.
O Chefe do CCA-BR e do CDCAER, Coronel Silvio Roberto Assunção de Oliveira Filho, destacou a relevância estratégica do setor dentro da Instituição, enfatizando sua contribuição fundamental para a proteção e a operação das atividades aéreas
do país. O Oficial ressaltou a importância da tecnologia e da segurança da informação no contexto militar, especialmente diante do cenário atual de ameaças cibernéticas que se tornam cada vez mais sofisticadas e frequentes.
“O surgimento do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica representa um marco significativo no posicionamento do Comando da Aeronáutica diante das constantes e crescentes ameaças cibernéticas que afetam não apenas o setor de defesa, mas também a segurança nacional de forma geral”, afirmou o Oficial.
O Coronel Silvio também reforçou que, com o avanço das tecnologias e a ampliação da
conectividade, o espaço cibernético se torna um novo domínio estratégico que exige uma resposta rápida e eficaz para proteger as infraestruturas vitais do país. Nesse sentido, a atuação do CDCAER é essencial para garantir a integridade das operações da Força Aérea e sua capacidade de atuar com segurança e eficiência em qualquer cenário.
Com essa estrutura, a FAB visa não apenas proteger suas próprias instalações, mas também se posicionar como uma Força de referência na defesa cibernética, atuando de maneira proativa e preventiva diante de ameaças que possam comprometer a soberania e a segurança do Brasil.
Ten JOR Myrea Calazans
Se o céu pudesse contar histórias, certamente falaria das muitas vezes em que as asas da Força Aérea Brasileira (FAB) atuaram como ponte de esperança para mudar a vida de muitos brasileiros dentro e fora do Brasil. Em 2024, essa atuação, especialmente no âmbito humanitário, atingiu proporções inimagináveis que reafirmou a prontidão operacional e o compromisso contínuo da Força em atender as demandas emergenciais da nação, dos cinco cantos do país, para além de suas fronteiras.
Operação Catrimani
A FAB iniciou o ano atuando de forma intensa na região norte do país, em Roraima, com grandes atividades aéreas na Operação Catrimani I, em cumprimento à Portaria GM-MD nº 263, de 16 de janeiro de 2024, que regulamentou o fornecimento de assistência humanitária às comunidades indígenas da Terra Indígena Yanomami (TIY), em caráter temporário, por meio do apoio logístico na distribuição de cestas de alimentos às comunidades indígenas, além de Evacuações Aeromédicas (EVAM) e, ainda, apoio aos Órgãos de Segurança.
Mais de 36 aeronaves de Asas Rotativas e Asas Fixas, como o C-98 Caravan e o H-60L Black Hawk, foram engajadas na missão, chegando a alcançar 2.400 horas de voo para realizarem a entrega de 360 toneladas de suprimentos às comunidades indígenas da TIY. A Operação Catrimani reforça e representa o contínuo compromisso e dedicação da FAB em atender às necessidades de apoio humanitário aos povos indígenas do país.
O Chefe do Estado-Maior do Comando Operacional Conjunto (COpCj) Catrimani I, Brigadeiro do Ar Eduardo Miguel Soares, pontuou a importância do trabalho em conjunto para a conquista dos resultados positivos. “O sucesso dessa Operação se deu, primordialmente, devido à sinergia entre as Forças Armadas, a FUNAI e os Órgãos de Segurança. Porque o trabalho sendo feito de forma coordenada permite que a entrega de cestas seja feita com ainda mais eficiência e chegue em todas as comunidades indígenas da TIY, conforme o planejamento da FUNAI. Os números expressivos da Operação demonstram o compromisso das Forças Armadas em garantir o apoio logístico às comunidades indígenas”, ressaltou.
Operação Taquari II
Quando fortes chuvas deram origem a enchentes catastróficas que assolaram o Rio Grande do Sul (RS), entre abril e maio de 2024, a FAB mais uma vez demonstrou sua prontidão em fornecer apoio humanitário.
Foi atuando em diversas frentes, entre elas os resgates de pessoas ilhadas e o transporte de toneladas de donativos arrecadados pela Campanha “Todos Unidos pelo Sul”, que as 26 aeronaves de Asas Rotativas, Transporte, Busca e Salvamento, Caça, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento atingiram a marca de mais de 1.953:08 horas de voo em apoio às vítimas da maior tragédia climática da história do Estado Rio-Grandense.
O Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), TenenteBrigadeiro do Ar Vincent Dang, destacou como aconteceu a atuação da FAB na Operação. “Nossos militares trabalharam dia e noite, resgatando e salvando vidas,
coletando e transportando doações, e conduzindo operações intensas a partir da Base Aérea de Canoas (BACO), em parceria com inúmeros entes públicos e privados”, concluiu.
Operação Raízes do Cedro
No auge do conflito no Líbano, em meados de outubro, a FAB desempenhou um papel crucial de apoio humanitário em repatriar cerca de 2663 brasileiros e 34 animais de estimação, por meio da Operação Raízes do Cedro. Para o cumprimento da missão, foram acionados aviões KC-30, operados pelo Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT) – Esquadrão Corsário – sediado na Base Aérea do Galeão (BAGL), Rio de Janeiro (RJ), e o KC-390 Millennium, operados pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus – da Base Aérea de Anápolis (BAAN).
O Comandante do Esquadrão
Corsário, Tenente-Coronel Marcos Fassarella Olivieri, enfatizou a importância da missão. “Nos enche de orgulho participar de uma missão de tamanho vulto! É gratificante poder retirar nossos compatriotas de uma zona de guerra e trazê-los para um local seguro. Faremos isso quantas vezes forem necessárias”, afirmou.
A operação, coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), envolvendo o Ministério da Defesa (MD) e a FAB, com o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) coordenando as equipes de saúde da FAB, já se tornou um dos principais movimentos de repatriação em áreas de conflito. Sob supervisão do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), as aeronaves da FAB atingiram mais de 300 horas de voo também transportando para o Líbano 22,5 toneladas de medicamentos e insumos hospitalares, além de 62,6 toneladas de alimentos, totalizando mais de 85 toneladas de materiais.
A “Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira” (DCA 1-1) é um documento essencial que define os princípios e diretrizes para o preparo e emprego da Força Aérea Brasileira (FAB). Alinhada aos objetivos nacionais de defesa e segurança, a DCA 1-1 busca padronizar terminologias, sistematizar ações e fornecer uma base sólida para decisões estratégicas.
Fundamentada na experiência histórica, no avanço tecnológico e nas demandas do cenário global, a doutrina orienta a FAB no cumprimento de sua missão constitucional, incluindo a defesa do espaço aéreo brasileiro e o apoio às ações de Estado.
Revisão de 2024: Novos Conceitos e Adaptação Estratégica
A versão 2024 da DCA 1-1 trouxe alterações importantes, refletindo a constante necessidade de atualização para acompanhar o cenário nacional e internacional. Conduzida pelo EstadoMaior da Aeronáutica (EMAER), a revisão incluiu consultas aos Órgãos de Direção-Geral, Setorial e de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODGSA) e um processo de análise criteriosa, resultando em um documento mais moderno e adaptado às novas demandas.
Em regra, o processo de atualização ocorre a cada 4 anos, visando à
manutenção da doutrina consoante às ideias e concepções modernas de aplicação do poder aeroespacial.
“O processo de atualização ocorre por meio de consulta aos ODGSA sobre possíveis alterações no texto em vigor, que são compiladas e consolidadas pela Seção de Doutrina do EMAER e, posteriormente, avaliadas com o auxílio de especialistas, o que resulta em uma proposta de minuta. Por fim, a minuta é apreciada em reunião por representantes dos ODGSA e segue para o rito de aprovação pelo CMTAER”, esclareceu o Chefe da Seção de Doutrina da Terceira Subchefia do EMAER, Coronel Aviador Marcelo Alvim Agricola.
As Mudanças Estruturais: Atualização de Conceitos Doutrinários
A revisão incorporou conceitos inovadores que fortalecem a base teórica da FAB:
- Convergência e A gile Combat Employment (ACE), uma estratégia que melhora a resiliência e dificulta a identificação de alvos pelo inimigo;
- Aperfeiçoamento das Operações Multidomínio e inclusão do conceito de “Zona Cinzenta da Guerra”, abordando conflitos híbridos.
Novos Níveis de Controle Aeroespacial
O documento reformulou os níveis de controle aeroespacial, com destaque para o conceito de “Paridade Aeroespacial”, que descreve o equilíbrio entre as capacidades de atores adversários nos domínios aéreo e espacial.
Reestruturação de Tarefas e Ações
A FAB segue atuando com as m esmas sete tarefas: Controle Aeroespacial; Interdição; Inteligência,
Vigilância e Reconhecimento; Sustentação ao Combate; Comando, Controle, Comunicações e Sistemas de Informação; Proteção da Força; e Apoio às Ações de Estado. No entanto, a revisão ajustou as Ações para maior eficiência, como:
- Vigilância Aérea foi ampliada para Vigilância Aeroespacial, incluindo operações satelitais; e
- As Operações de Informação ganharam autonomia como uma ação independente.
História Atualizada e Enfoque no Presente
Para acompanhar o contexto global, a nova DCA 1-1 inclui artigos sobre a militarização do espaço e conflitos contemporâneos, como os embates entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Hamas. Passou por processo de revisão, também, a atuação histórica da FAB, desde os primórdios na Guerra do Paraguai até os desafios da Guerra ao Terror.
Modernização e Agilidade
A otimização do documento foi uma
prioridade, consolidando-o em um volume único de 65 páginas, com linguagem simplificada e estrutura mais objetiva. As atualizações também buscaram refletir os avanços tecnológicos e as novas demandas do cenário estratégico.
Uma FAB Pronta para o Futuro
As alterações na DCA 1-1 reafirmam o compromisso da FAB com a excelência operacional e a adaptação contínua. Com diretrizes renovadas, a Força Aérea Brasileira fortalece sua capacidade de proteger o espaço aéreo nacional e contribuir para a defesa e segurança do Brasil, mantendo-se alinhada às mais modernas práticas do poder aeroespacial global.
“Com as atualizações, esperase melhorar a instrumentalidade da Doutrina Básica, permeando os níveis de planejamento estratégico, operacional e tático da Força, permitindo a evolução das capacidades de emprego da Força Aérea, por meio da incorporação de conceitos doutrinários modernos, que melhor orientam a aplicação do poder aeroespacial”, destacou o Coronel Alvim.
Ten JOR Kelly Erdmann
A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou ao espaço um foguete de sondagem suborbital com tecnologia 100% nacional. A missão foi realizada com sucesso, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN).
Lançado às 13h19 do dia 29/11, durante a primeira fase da Operação Potiguar, o foguete VS30 V15 cumpriu a trajetória prevista pelos técnicos e engenheiros da operação. O veículo de sondagem ficou no espaço por 2 minutos e 50 segundos, sendo que a missão completa durou 5 minutos e 50 segundos.
Conforme o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, com a Operação Potiguar, busca-se maior autonomia para o Brasil em eventos de lançamento deste tipo de veículo. “Estamos quebrando paradigmas e criando novas perspectivas para o futuro. Com o advento da ALADA, empresa pública que fará a gestão de boa parte desses eventos comerciais, não tenho dúvidas de que vai faltar centro de lançamento no país”, explica.
Nesta primeira fase, o objetivo foi treinar a equipe do CLBI, assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade. Já na segunda fase, programada para 2025, o intuito será qualificar a plataforma suborbital de microgravidade (PSM), ou seja, a parte superior do foguete, que possui diferentes sistemas eletrônicos e pode comportar diversos tipos de experimentos.
Projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o VS30 é um foguete monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. O veículo de sondagem, inteiramente fabricado no Brasil, pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de 6.000 km/h.
O VS30 cumpre missões de microgravidade com cargas úteis na faixa de 260 kg a 330 kg e altitude máxima de 120 km a 160 km. Segundo o coordenador da Operação Potiguar, Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, esses foguetes são utilizados para experimentos científicos e tecnológicos voltados às indústrias de fármacos, metalurgia, semicondutores, alimentos e muitas outras.