Notaer - fevereiro de 2022

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www.fab.mil.br I Ano XLVI I Nº 02 I fevereiro, 2022

Prontos para missões de integração e proteção do Brasil (Págs. 4 e 5) NOVOS CAÇAS

DIA DA INSPEÇÃO EM VOO

Primeiras unidades do F-39 Gripen chegam ao Brasil neste ano (Págs 6 e 7)

Atuação focada na segurança do tráfego aéreo Brasileiro (Pág. 12)


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PALAVRAS DO CHEFE

Expediente

FORÇA AÉREA OPERACIONAL O mês de fevereiro concentra duas importantes datas para a Força Aérea Brasileira (FAB). No dia 20, é o Dia da Aviação de Asas Rotativas, que atua no cumprimento de diversas missões a bordo de aeronaves versáteis e flexíveis como helicópteros. São oito Esquadrões distribuídos pelo Brasil que desempenham atividades excepcionais, especialmente aquelas que salvam vidas. A exemplo, no fim de 2021 e início de 2022, os Esquadrões Falcão e Puma foram acionados para atuarem na Bahia, auxiliando a população durante as enchentes. A matéria, sobre as ações que foram realizadas naquele estado, você confere aqui, nas páginas do Notaer de Fevereiro. Outra data comemorada de destaque no Notaer é o Dia da Inspeção em Voo, em 21 de fevereiro. O Grupo Especial

de Inspeção em Voo (GEIV), com sede no Rio de Janeiro (RJ), realiza a fiscalização do ar, isto é, proporciona a circulação segura das aeronaves por meio de aeronaves-laboratórios e radares, junto com sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação e luzes de orientação. Tratamos, também, nesta edição, sobre a chegada dos novos caças da FAB, os F-39 Gripen, no Brasil. A previsão é que ainda neste início de ano as quatro unidades recebidas pelo Comandante da Aeronáutica na Suécia cheguem. Elas serão alocadas na Base Aérea de Anápolis (BAAN), em Goiás. Esse será um marco importante para o Brasil e para a Força Aérea, registrando uma nova era de tecnologia no que se refere à Aviação de Caça, que atua para a soberania do espaço

aéreo brasileiro. Outra matéria é sobre a desativação de dois Esquadrões, o Carcará e o Pacau, em razão do processo de reestruturação da FAB. Foram quase 75 anos de história e muitas missões cumpridas. Além dessa matéria, o leitor vai conferir as novidades sobre as ações do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), como o primeiro teste de voo do motor aeronáutico hipersônico 14-X. A participação do KC390 Millennium na Missão PROANTAR também está em nosssas páginas. Ainda é possível conferir matéria sobre o novo serviço que o Sistema de Saúde da Aeronáutica oferece, por meio do site, o FAB Saúde. Boa leitura! Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Chefe do CECOMSAER

MÍDIAS SOCIAIS

POST DA NOVA CAMPANHA INSTITUCIONAL É DESTAQUE

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O post no Instagram da FAB com a imagem a nova campanha institucional e a mensagem alusiva ao novo ano foi destaque nas mídias sociais da FAB. A publicação obteve cerca de 29 mil curtidas e mais de 290 comentários. A FAB divulga em suas Mídias Sociais os produtos elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.

O j o r n a l N OTA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Luis Felipe da Silveira e Eliseu Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Igor Correa da Rocha Editores: Tenente Jornalista Letícia Faria (MTB 3327/SC) Tenente Relações Públicas Wanessa Liz (CONRERP 862) Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE Revisão Ortográfica e Gramatical: Suboficial SST Rogerio Braga Bandeira Diagramação: Suboficial SDE R/1 Cláudio B. Ramos e Suboficial SDE Leandro Augusto dos Santos Leite Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF

Impressão e Acabamento: Marina Artes Gráficas e Editora


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PALAVRAS DO COMANDANTE

MOVIDOS PELA FÉ NA MISSÃO Pelas asas da Força Aérea Brasileira milhões de brasileiros renovam suas esperanças todos os dias. A confiança nesse trabalho é uma realidade construída dia e noite por nossos integrantes, impregnados pela fé na missão como ideal de vida. No mês de fevereiro, elevamos nossas homenagens a uma parcela importante desses militares, aqueles que integram a Aviação de Asas Rotativas. Por meio dos helicópteros da FAB, é possível o auxílio às inúmeras comunidades isoladas do País, o apoio às vítimas das calamidades públicas e o

socorro por meio do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico. A cada Esquadrão fica nossa reverência à prontidão, ao profissionalismo e à competência de sua labuta. Também é motivo de orgulho para a Força Aérea Brasileira o trabalho de profissionais para garantia da qualidade do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. É com muito entusiasmo que reconhecemos o esforço dos integrantes da Inspeção em Voo, que também comemoram sua data neste mês, na busca por novos conhecimentos e pela constante evolução tec-

nológica dos meios aéreos utilizados. A partir do labor de tantos profissionais, cientes de que qualquer evolução deve ser construída a partir da perspectiva visionária, estamos assistindo ao nascimento de um marco na história da Aviação de Caça para a Força Aérea Brasileira: a chegada das aeronaves F-39 Gripen. Quatro novas unidades iniciaram os procedimentos de entrega à FAB no fim de 2021, quando estivemos na Suécia. Esses vetores devem chegar ao Brasil ainda nesse semestre e nossa infraestrutura encontra-se preparada

para operá-los. É fascinante observar em nossos integrantes a anelação para que entremos em uma nova era operacional para a defesa da soberania da Nação. Continuamos empenhados na busca pela capacitação das equipagens; no investimento em nossa maior riqueza, o capital humano; e na adoção de metodologias eficazes que garantam a efetividade e a continuidade de nossa missão institucional. Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior Comandante da Aeronáutica


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Fevereiro - 2022 FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS

Ten JOR Raquel Alves Socorro em calamidades públicas, missões de vacinação, ações cívico-sociais, transporte de pacientes, resgates, proteção das fronteiras. Essas são algumas missões realizadas pelas Aeronaves da Aviação de Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira (FAB), que com suas características e capacidade de atuar de maneira autônoma e em locais carentes de infraestrutura, e também pela flexibilidade em adaptar-se aos vários cenários operacionais,

tornaram-se uma ferramenta fundamental para o sucesso da missão da FAB. As enchentes nas cidades do extremo sul do estado da Bahia, ocorridas em dezembro de 2021, deixando moradores desabrigados, pessoas ilhadas e locais devastados. Os helicópteros H-36 Caracal, operados pelos Esquadrões Falcão (1º/8º GAV) e Puma (3º/8º GAV), H-60L Black Hawk do Esquadrão Pantera (5º/8º GAV) prestaram apoio às cidades castigadas pelas chuvas. O Oficial de Opera-

FOTO: SISCOMSAE

ASAS ROTATIVAS: DESEMPENHANDO PAPEL FUNDAMENTAL NA INTEGRAÇÃO E NA PROTEÇÃO DO BRASIL

ções do Esquadrão Pantera, Major Aviador Rodrigo Vitor Kogik Gottfried, contou como ocorreu o acionamento. “Iniciamos o deslocamento do helicóptero H-60L no dia 12 de dezembro. A tripulação escalada, composta de oito militares, estava capacitada

para cumprir missões de apoio humanitário, mais especificamente, de resgate de pessoas em locais isolados, transporte de feridos e de mantimentos. A equipagem permaneceu em Porto Seguro até o dia 19 de dezembro”, relatou.


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Foram transportados militares do Corpo de Bombeiros, autoridades, pacientes removidos da cidade de Jucuruçu para Porto Seguro e Itamaraju, além de cestas básicas, fardos de água, remédios, colchonetes e travesseiros. “Para esse tipo de missão de ajuda humanitária, além do preparo dos tripulantes, o Esquadrão opera a aeronave H-36, que possui características que facilitam a atuação, com a capacidade de transporte de uma expressiva quantidade de carga, de voo por instrumentos e a presença de dois guinchos de resgate”, descreveu o Comandante do Esquadrão Falcão,

Tenente-Coronel Aviador Wankley Lima de Oliveira. A versatilidade e a operabilidade dos helicópteros da FAB são fundamentais para chegar a lugares remotos e de difícil acesso, principalmente quando ocorrem desastres naturais. O tempo é fundamental para que a ajuda chegue o mais rápido possível. “O Esquadrão sente-se honrado por ter ajudado a minimizar os efeitos causados pelas chuvas no sul da Bahia. As Forças Armadas investiram preciosos recursos da União na compra dos helicópteros Caracal e a população começa a compreender que tudo é revertido para a sociedade, mesmo em tempo de paz. Para muitas famílias, a ajuda veio do céu”,

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

FOTO: SISCOMSAE

FOTO: SO JOHNSON BARROS / CECOMSAER

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comentou o comandante do Esquadrão Puma, Tenente-Coronel Aviador Bruno Cesar Guimarães de Oliveira. Sobre a data O dia 3 de fevereiro foi marcado pelos feitos heroicos, no ano de 1964, dos Tenentes Ércio Braga e Milton Naranjo e dos Sar-

gentos João Martins Capela Junior e Wilibaldo Moreira Santos. Naquele dia, esses combatentes, que cumpriam missão de paz da ONU na República do Congo, resgataram, com um helicóptero H-19, tripulantes e missionários prestes a serem capturados por rebeldes fortemente armados.


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CHEGADA DOS GRIPENS

GRIPEN NA FAB: PREVISÃO É QUE AERONAVES DE CAÇA CHEGUEM NO INÍCIO DE 2022 AERONAVES DE CAÇA SERÃO ABRIGADAS NA BASE AÉREA DE ANÁPOLIS, EM GOIÁS, ONDE A ESTRUTURA PASSA POR REFORMAS E ADAPTAÇÕES

Um marco na história da Aviação de Caça para a Força Aérea Brasileira: é assim que o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) – Esquadrão Jaguar, localizado na Base Aérea de Anápolis (BAAN), define 2022, ano destinado ao recebimento e à implantação das primeiras unidades do F-39 Gripen, o novo supersônico da FAB. A Instituição tem se preparado em todas as áreas, como logística, contratos, análises técnicas, infraestrutura, adestramento dos militares, entres outras. Uma aeronave já está no Brasil, desde setembro de 2020, ainda sob gerência da Saab, empresa sueca que

desenvolveu o vetor. Outras quatro iniciaram os procedimentos de entrega à FAB, no fim de 2021, quando o Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior esteve na Suécia. A previsão da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) é que ainda neste primeiro semestre de 2022 os dois vetores cheguem ao 1º GDA, para então serem utilizados em sua atividade-fim, contribuindo para a soberania do espaço aéreo. Adestramento dos militares Cinco militares do Esquadrão Jaguar realizaram, em 2021, o curso na aero-

nave JAS-39 Gripen C/D na Força Aérea Sueca. Outros cinco passam pelo mesmo treinamento neste primeiro semestre de 2022. O Comandante da Unidade, Major FOTO: 1º GDA

Ten JOR Letícia Faria

Aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, explica que ao final deste adestramento, o 1º GDA terá um grupo de pilotos capacitados a iniciarem o treinamento de conversão para o F-39 Gripen, a versão mais moderna do caça, equipando a frota de combate da FAB. “Essa etapa será conduzida por instrutores da Saab em Anápolis. A equipe sueca ministrará instruções teóricas e em simulador com os pilotos brasileiros e o curso continuará com voos no F-39 focando na operação básica da aeronave e em algumas missões operacionais”, explica. Pilotos do Esquadrão Jaguar realizam treinamento em solo sueco a fim de buscar adaptação e conhecimento do novo caça


técnicos foram selecionados com base em suas especialidades, competências e fluência na língua inglesa. No futuro, serão responsáveis por repassar o conhecimento técnico acerca da aeronave às próximas equipes”, completa o comandante.

de mapas digitais, contramedidas eletrônicas, pods de reconhecimento e diversos outros equipamentos. Os mecânicos de Gripen também receberão treinamentos a fim de se qualificarem para a atividade de manutenção do F-39. “Esses FOTO: 1º GDA

Além dos pilotos, o Esquadrão contará com uma equipe focada na operação das estações de solo. São militares, em sua maioria, especializados em guerra eletrônica, imagem e inteligência que serão responsáveis por programar radar, sistema

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Melhorias na infraestrutura A BAAN passa por diversas adaptações. O prédio do 1º GDA recebe reforma para abrigar os modernos equipamentos de suporte à operação, incluindo simuladores de voo e estações de guerra eletrônica. O Chefe da Seção de Operações do 1º GDA, Major Aviador Vítor Cabral Bombonato, conta que as mudanças estruturais cumprem rigorosos requisitos de segurança, a fim de proteger as informações e equipamentos sensíveis. Outro local que está em obra é o hangar de manutenção a fim de tornar possível a instalação de equipamentos necessários à manutenção do caça e à estocagem de itens de suprimentos. “O objetivo de todas essas ações é concluir um extenso trabalho e possibilitar a operação do F-39 na sua capacidade máxima tão logo as aeronaves sejam disponibilizadas ao Esquadrão. Assim teremos uma aeronave apta a cumprir a missão da FAB em Anápolis ou em qualquer ponto do País”, finaliza o Oficial. FOTO: SGT BIANCA VIOL / CECOMSAER

FOTO: SGT BIANCA VIOL / CECOMSAER

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MISSÕES CUMPRIDAS

FAB DESATIVA ATIVIDADES DOS ESQUADRÕES CARCARÁ E PACAU Ten REP Wanessa Liz Em razão do processo de reestruturação da Força Aérea Brasileira (FAB), dois Eesquadrões foram desativados no fim de 2021. O Primeiro Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (1º/6º GAV) – Esquadrão Carcará realizou o último voo em 20 de dezembro de 2021. Já o Primeiro Esquadrão do Quarto Grupo de Aviação (1º/4º GAV) – Esquadrão Pacau, em 17 de dezembro. Ao longo de quase 75 anos, ambos os Esquadrões cumpriram suas missões em prol do Brasil. O último voo do Esquadrão Carcará Após 70 anos de serviços prestados, o Esquadrão foi uma das unidades destacadas

para o cumprimento da tarefa de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), cujo objetivo era prover consciência situacional para as forças amigas sobre o ambiente, fatores e condições em áreas de interesse, possibilitando avaliações oportunas, relevantes, abrangentes e precisas. Realizou inúmeras missões operacionais em apoio às atividades da FAB e demais órgãos do governo, tendo preparado e empregado os recursos que dispunha com excelência operacional. Operou as aeronaves RB17, RC-130 Hércules, R-95 Bandeirante e o Learjet-35 nas versões A e AM, voando pelos quatro cantos do território nacional e além das fronteiras, sempre em prol do desenvolvimento nacional e da

FOTO: ESQUADRÃO CARCARÁ

A DETERMINAÇÃO FAZ PARTE DE UM PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

manutenção da paz. Em 2016 mudou-se de Recife (PE) para Anápolis (GO), em virtude da reestruturação da Força Aérea, visando à concentração de processos e aumento das potencialidades operacionais de cada Unidade Aérea. Em seu último ano como unidade ativa, empregou o vetor o R-35AM, equipado com os sensores MAGE Thales DR-3000 Mk. 2B, de-

sempenhando funções de reconhecimento eletrônico dentro da Tarefa de IVR, obtendo informações sobre a operação de equipamentos que trabalham com a emissão de ondas eletromagnéticas. E, ao cumprir seu último voo, decolou da Base Aérea de Anápolis rumo à Base Aérea dos Afonsos, para tornar-se parte do acervo do Museu Aeroespacial (MUSAL). As


Esquadrão Pacau: missão cumprida Depois de 74 anos, o código de chamada Pacau foi enunciado pela última

vez. Os naipes de baralho estampados nas caudas dos vetores F-5M rasgaram os céus da capital amazonense; e o Tetéu, famoso mascote do Esquadrão Pacau, despediu-se de todos com o senso de dever cumprido. O Esquadrão Pacau nasceu como unidade de bombardeio e formação de pilotos de ataque, com as aeronaves Lockheed A-28A Hudson e North-American B-25J Mitchell, sendo ativado a partir de 29 de julho de 1947 em Fortaleza (CE). Transformou-se em uma unidade de treinamento de caça ao receber os aviões P-47D Thunderbolt oriundos do Segundo Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (2º/5º GAV) – Esquadrão Joker. Em 1958, ingressou na era da Aviação de Caça a jato, quando se tornou a única Unidade da Força Aérea Brasileira a operar o Lockheed F-80C ShootingStar e os biplaces

T/TF-33 Silver Star. Com a chegada das aeronaves AT-26 Xavante, passou a realizar a formação dos pilotos e líderes de esquadrilha da aviação de caça brasileira. Com a desativação, a região amazônica manterá o Alerta de Defesa Aérea (ALEDA) com as aeronaves A-29 do Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (1º/3º GAV) - Esquadrão Escorpião e do Segundo Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (2º/3º GAV) – Esquadrão Grifo, sediados em Boa Vista e Porto Velho, respectivamente. As aeronaves F-5M são repassadas ao Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) e ao Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAV) - Esquadrão Pampa. Isto é, as demais unidades

de caça da FAB, espalhadas pelo Brasil, podem ser desdobradas para aeródromos da região, a fim de garantir a eficiência, a manobrabilidade e a flexibilidade para o cumprimento das missões. O Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Fábio Nobrega do Rosário, comentou sobre o Esquadrão. “Foi um desafio conduzir o Esquadrão no último biênio, que coincidiu com o período da pandemia da COVID-19, onde diversas missões foram realizadas. Ao liderar uma equipe experiente e capacitada, mantendo as atividades de operação como aconteceram, fizeram-me viver um desafio que representou muito para minha vida pessoal e crescimento profissional”, finaliza o comandante.

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

demais aeronaves serão alocadas no Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa, onde serão preservadas até que suas destinações finais sejam definidas. O Comandante da Base Aérea de Anápolis, Coronel Aviador Renato Leal Leite, comenta a história do Esquadrão. “Orgulhou-nos por ter sido possuidor de uma folha corrida de sucessos alcançados em benefício da Nação. Diante de sua história, o Esquadrão cumpriu sua missão com excelência. Agora cede seu espaço para uma nova estrutura organizacional dentro da Aviação de IVR na Força Aérea Brasileira”, salienta.

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FOTO: TC PARREIRAS / FORÇA AÉREA BRASILEIRA

FOTO: TEN ENILTON / CECOMSAER

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DCTA

PRIMEIRO TESTE DE VOO DO MOTOR AERONÁUTICO 14-X FAZ BRASIL DAR SALTO NUNCA VISTO NO SISTEMA HIPERSÔNICO ASPIRADO Ten JOR Marayane Ribeiro Desde a década de 1990, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Organização Militar pertencente ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), com sede em São José dos Campos (SP), mantém pesquisas ativas na área de tecnologias hipersônicas aspiradas. Desde então, o setor aeroespacial busca evoluir e encontrar alternativas para tornar o voo hipersônico uma realidade. Ou seja, desenvolver uma

tecnologia capaz de fazer com que um avião se desloque mais rápido e com menos combustível. Nesse sentido, o DCTA tem em seu escopo o projeto

de Propulsão Hipersônica 14-X (PropHiper ), desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados desde 2008, que visa capacitar o Brasil na área estratégica e

prioritária da hipersônica, por meio da operação em voo de um sistema com tecnologia Scramjet. O projeto foi batizado em homenagem ao centenário do primeiro voo do 14-Bis, comemorado em 2006. O 14-X evidencia a mesma importância que o 14-Bis teve, na época, para Alberto Santos-Dumont, um homem que rompeu as barreiras da tecnologia e inovação, quando decolou, em 1906, no Campo de Bagatelle (França), mantendo-se a três metros de altura ao longo de 60 metros. O marco do 14-X aconteceu no dia 14 de dezembro

FOTOS: DCTA

OPERAÇÃO CRUZEIRO FECHA TRABALHO DE MAIS DE UMA DÉCADA NO AVANÇO DA TECNOLOGIA HIPERSÔNICA NACIONAL


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de 2021, quando o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realizou o primeiro teste de voo do motor aeronáutico hipersônico, por meio da Operação Cruzeiro. O Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, destacou que, com esse primeiro ensaio, o Brasil ingressa, de maneira definitiva, no seleto grupo de nações que detêm o conhecimento técnico e os

meios para projetar, construir, lançar e rastrear um sistema hipersônico aspirado. “A Operação Cruzeiro fecha um ciclo de pouco mais de uma década de esforços sistemáticos no estabelecimento das bases para o desenvolvimento de tecnologias hipersônicas, ao mesmo tempo em que dá início a um novo ciclo inédito da hipersônica aspirada em solo nacional”, pontuou. Nesse primeiro ensaio,

Ensaio O ensaio foi marcado pela injeção de hidrogênio gasoso na câmara de combustão supersônica do 14-X S, ocorrida durante a fase ascendente da trajetória nominal do VAH, a cerca de Mach 6 e 30 km de altitude. A partida do motor foi confirmada, tanto por meio de dados de pressão e temperatura, como por imagens internas da câmara de combustão. Com a análise detalhada dos dados obtidos, o próximo passo consiste na

construção de um propulsor hipersônico aspirado, nomeado 14-X SP, cuja missão será a demonstração em voo da geração de empuxo a partir da queima de hidrogênio em regime hipersônico. O Diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brigadeiro do Ar César Augusto O'Donnell Alván, acredita que o sucesso do ensaio do 14-X é tão importante para o setor aeroespacial quanto foi o Tiro em Banco do Motor S50, o maior Motor-Foguete já fabricado no Brasil, com 12 toneladas de propelente sólido, lançado em outubro de 2021. “Com esses avanços, a FAB vem pavimentando o caminho para a obtenção de novas capacidades nacionais na produção de veículos suborbitais, no lançamento de microssatélites e no uso de tecnologias hipersônicas”, concluiu. FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER

o objetivo foi validar as condições em que se observa a ocorrência do processo de queima de combustível em uma corrente de ar supersônica, na câmara de combustão do motor. Para tanto, o 14-X S foi integrado na forma de carga útil a um Veículo Acelerador Hipersônico (VAH), baseado no foguete de sondagem VSB-30.

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FOTO:FÁBIO MACIEL / DECEA

DIA DA INSPEÇÃO EM VOO

DIA DA INSPEÇÃO EM VOO É CELEBRADO EM

21 DE FEVEREIRO

Ten JOR Marayane Ribeiro Para garantir a segurança do tráfego aéreo brasileiro, uma equipe de militares do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira (FAB), realiza uma espécie de fiscalização no ar, é a missão de Inspeção em Voo. As atividades acontecem por meio de aeronaves-laboratório, que, junto com radares, sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação e luzes de orientação, proporcionam a circulação segura das aeronaves. Subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o GEIV é responsável por testar, aferir e avaliar os chamados Auxílios e os Procedimentos de Navegação Aérea e integra o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). O Grupo participa da homologação e verificação periódica de aproximadamente 2.268 auxílios e procedimentos, realiza inspeções em todo o território nacional e, eventualmente, em

outros países da América do Sul, visando à segurança de voo nas fases de decolagem, rota e pouso, principalmente em condições adversas de meteorologia. Em dezembro de 2021, o GEIV recebeu a terceira aeronave IU-93M, proveniente do Projeto de Modernização. A plataforma da aeronave-laboratório foi atualizada com o Sistema de Display Integrado Pro Line 21, um aviônico da Rockwell Collins que facilita o voo e aumenta a consciência situacional. O sistema faz com que as informações vitais sejam facilmente acessíveis e compreensíveis, contribuindo para o dinamismo das missões de Inspeção em Voo. Ao longo do segundo semestre de 2021, o GEIV realizou a campanha de Avaliação Operacional (AVOP) do Projeto I-X (IU-50 Legacy 500), contribuindo com relevante passo na sedimentação da implantação do projeto na FAB. “Ambos os passos, tanto a AVOP do IU-50 como o recebimento do IU-93M, colocam

o GEIV na direção do futuro, tornando o Grupo capaz de inspecionar todos os tipos de auxílios e procedimentos à navegação aérea, contribuindo com a evolução do SISCEAB, conforme prevê o programa SIRIUS BRASIL”, explica o Comandante do GEIV, Tenente-Coronel Aviador Bruno Michel Marcondes Alves. Ainda integrando o sistema de aperfeiçoamento contínuo da unidade, em 2021, os militares concluíram o Curso de Inspeção em Voo - CNS 103, dois Pilotos Inspetores e seis Operadores de Sistemas de Inspeção em Voo (OSIV). História No Brasil, são 63 anos desde a primeira inspeção em voo realizada, lembrada anualmente no dia 21 de fevereiro.

A atividade teve seus primeiros passos no País após a assinatura do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF), no ano de 1956. No ano de 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de inspeção em voo no País, quando foi adquirido o primeiro avião-laboratório de matrícula nacional - o EC47 2065 - e um laboratório de aferição e calibragem. A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o intuito de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação de um equipamento eletrônico usado na navegação aérea, o VOR (do inglês Very High Frequency Omnidirectional Range). FOTO:GEIV

MILITARES DO GRUPO ESPECIAL DE INSPEÇÃO EM VOO (GEIV) GARANTEM SEGURANÇA DO TRÁFEGO AÉREO BRASILEIRO

Aeronave IU-50-Legacy 500, recebida pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo em dezembro de 2016


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KC-390 NO CHILE

KC-390 MILLENNIUM PRESTA APOIO, PELA PRIMERA VEZ, AO PROJETO PROANTAR FOTOS:GTT

HÁ UM ANO TRIPULAÇÃO E AERONAVE ESTIVERAM NO ALASCA E, RECENTEMENTE, NO CHILE

Ten JOR Letícia Faria O KC-390 Millennium, cargueiro da Força Aérea Brasileira (FAB), desde que passou a integrar a frota de aeronaves tem se consolidado como um vetor essencialmente operacional, cumprindo, desde 2019 – quando a primeira unidade foi entregue –, diversas missões pelo Brasil e no exterior. Para tanto, o avião necessita, também, cumprir requisitos técnicos a fim de verificar a integração dos sistemas. Exemplo disso são as missões em ambientes de extremo frio. A tripulação do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, sediado na Base Aérea de Anápolis (BAAN), foi formada pelos pilotos Capitão Aviador Douglas Leonardo Marciano, Isaias da Silva Torres e Pedro Henrique Maia Handa, além dos mecânicos de voo Sargentos Andre Luiz Pereira Barbosa e Diego Gabriel da Silva, dos mestres de carga Sargentos

Edson Baptista de Aguiar Júnior, Rodrigo Amorim da Silva e Davy Dayan Martins Bagetti de Lima, que estiveram por dois dias em Punta Arenas, quando realizaram o Transporte Aéreo Logístico de pessoal e material em apoio ao Programa Antártico Brasileiro, o PROANTAR, da Marinha do Brasil. Essa foi a primeira vez que o KC-390 Millennium prestou apoio ao projeto. O Comandante da aeronave na missão, Capitão Aviador Leonardo, explicou acerca da missão no Chile. “Além de manter o adestramento dos tripulantes nas missões de Transporte Aéreo Logístico no exterior, a real importância da missão se dá no contexto da introdução do novo vetor multimissão no Programa Antártico, em especial operando no aeroporto internacional Presidente Carlos Ibáñez del Campo. O referido aeroporto, por estar situado na região Sul do país, serve

de parada estratégica para quem prossegue para o continente Antártico. Com isso, essa primeira missão representa, simbolicamente, o pontapé inicial para a futura e tão aguardada Operação Antártica da aeronave KC390”, comenta o piloto. A expectativa é que a missão do KC-390 Millennium até a Estação Antártica Comandante Ferraz ocorra ainda durante este ano de 2022. De acordo com o Chefe da Seção de Operações do 1°GTT, Major Aviador Daniel Elias S o u z a , a a e r o n a ve t e m apresentado excelentes resultados durante os ensaios de certificação. “A expectativa é que, a cada passo, esse projeto solidifique ainda mais sua eficiência estratégica da FAB, atendendo às importantes demandas do país como, por exemplo, o Projeto Antártico”, salienta.

Testes no frio extremo do Alasca Em parceria com a Embraer, aconteceu, em fevereiro do ano passado, o ensaio de frio extremo, Cold Soak, da aeronave KC-390 Millennium nos Estados Unidos. O foco da missão foi verificar a integração dos subsistemas e a robustez do novo cargueiro da FAB em ambiente adverso, com condições de temperatura extremamente baixa. O objetivo foi investigar o efeito da exposição da aeronave por um intervalo de tempo considerável em solo, situação na qual a falha de sistemas pode levar a eventos de dificuldades em serviço, nas quais a aeronave fique sem condições de operação. A missão foi considerada um sucesso e um passo fundamental para prosseguir na certificação da aeronave, garantindo a integração dos sistemas, a robustez e a segurança em todo o envelope operacional. Essa etapa foi necessária, inclusive, para auxiliar no cumprimento das missões estratégicas do PROANTAR.


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SAÚDE

BENEFICIÁRIOS DO SISTEMA DE SAÚDE DA AERONÁUTICA GANHAM PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO NA INTERNET O OBJETIVO É MELHORAR O ACESSO ÀS INFORMAÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE DA AERONÁUTICA (SISAU) Ten JOR Flávia Rocha Uma nova plataforma foi criada para manter atualizados os beneficiários do Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU): trata-se do FAB Saúde, um canal de comunicação na internet que tem por objetivo melhorar o acesso às informações do SISAU. A página, que pode ser acessada no endereço www2.fab.mil.br/saude/, conta com várias funcionalidades, onde o usuário pode marcar consultas, conhecer mais sobre o Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) e ficar por dentro dos benefícios da Telemedicina. “No site, são esclarecidas

dúvidas quanto à marcação de consultas via Portal do Militar (de forma presencial ou por teleconsulta) e é possível acessar o link para fazer o agendamento. As dúvidas mais frequentes relacionadas às inspeções de saúde, isenção de Imposto de Renda da Pessoa Física ou auxílio invalidez, dentre outras, também poderão ser sanadas no site. Constam, ainda, informações de utilidade pública como calendário de vacinação e conteúdos de saúde com explicações didáticas e acessíveis”, informa o Diretor de Saúde da Aeronáutica, Major-Brigadeiro Médico Walter Kischinhevsky. A partir do menu Telemedicina, os beneficiários do SI-

SAU poderão fazer consultas online de qualquer cidade ou país em que estejam. Por meio de celular, tablet ou computador, o paciente terá acesso digital aos diversos serviços e aos profissionais de saúde do Sistema, com toda segurança e comodidade. É prático, seguro e sem filas. No entanto, segundo as informações do FAB Saúde, o agendamento virtual de teleconsultas está disponível, inicialmente, apenas no Hospital Central de Aeronáutica (HCA), no Rio de Janeiro e, em breve, será disponibilizado também para as demais Organizações de Saúde da Aeronáutica. No FAB Saúde, os usuários poderão conhecer mais

sobre o CAIS, um novo conceito em saúde que engloba cuidado integral do indivíduo, compromisso com as pessoas, acolhimento e atenção centrada no beneficiário. Já na Central de Conteúdos, é possível acessar as edições do E-Book Saúde, um informativo mensal com dicas práticas de cuidados, como também podcasts atualizados sobre temas de interesse dos beneficiários do Sistema de Saúde da Aeronáutica. Para acessar o FAB Saúde e aproveitar todas as funcionalidades da nova plataforma, confira no QR Code ao lado.


Fevereiro - 2022

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ENTRETENIMENTO

CAÇA PALAVRAS Atualmente, a Aviação de Asas Rotativas conta com oito Esquadrões, localizados estrategicamente em todo o Brasil. São eles, o Esquadrão FALCÃO, POTI, PUMA, PANTERA, HARPIA, PELICANO, GAVIÃO e 3° Esquadrão do GTE. As aeronaves utilizadas para o cumprimento das diversas missões são o H-50 Esquilo, o H-60L Black Hawk, o H-36 Caracal, o VH-35, o VH-36 Caracal e o AH-2 Sabre. Fonte: Agência Força Aérea



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