www.fab.mil.br I Ano XLVIII I Nº 02 I Fevereiro, 2024
GEIV CELEBRA O DIA DA PRIMEIRA INSPEÇÃO EM VOO
MAJOR-BRIGADEIRO DO AR DAVID ALMEIDA ALCOFORADO FALA SOBRE TRANSFORMAÇÕES CLIMÁTICAS
São 65 anos deste feito histórico (Pág 7) A atuação da FAB no cenário nacional, o tema urgente para a preservação do planeta (Págs 10 e 11)
CARTA AO LEITOR
NOTAER CELEBRA DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS E DIA DA INSPEÇÃO EM VOO
A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra duas datas importantes no mês de fevereiro. No dia 03, é o Dia da Aviação de Asas Rotativas e no dia 21, é comemorado o Dia da Inspeção em Voo. A Aviação de Asas Rotativas conta com oito Esquadrões que cumprem Ações de Força Aérea como: Busca e Salvamento, Infiltração, Extrafiltração, dentre outras atividades desempenhadas em todo o país. Já o Grupo Especial de Inspeção em Voo realiza uma espécie de fiscalização no ar, por meio de aeronaves-laboratório, que, junto
MÍDIAS SOCIAIS
com radares, sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação e luzes de orientação proporcionam a circulação segura das aeronaves.
O Notaer de fevereiro traz, ainda, uma matéria sobre a sinergia entre as Forças Armadas no Emprego das Asas Rotativas, e outra reportagem destaca a 1ª Inspeção em Voo realizada no Brasil, em 1959, há 65 anos. Nesta edição, você vai conferir também cursos de sobrevivência na selva realizados pela FAB, como o que acontece na selva Amazônica, organizado pela Base
Aérea de Manaus.
A entrevista com Major-Brigadeiro do Ar David Alcoforado sobre a relação do ser humano com o planeta, a revolução industrial e tecnológica, o sistema internacional e a defesa da Amazônia, com destaque para a atuação da FAB e a conscientização dos militares também marcou esta edição. O leitor também poderá conhecer os militares que participaram e vão participar de missões de paz da Organização das Nações Unidas em 2024.
Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça Chefe do CECOMSAER
A publicação no Instagram da FAB que traz um vídeo sobre a interceptação de aeronave em Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) foi o destaque nas
mídias sociais.
O post obteve cerca de 957 mil visualizações e 52,2 mil curtidas.
A FAB divulga em suas mídias sociais produtos
elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.
Expediente
O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.
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Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça
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2 Fevereiro - 2024
A NOTÓRIA CORAGEM DE NOSSOS MILITARES
O dia 3 de fevereiro de 1964 marcou a história da Força Aérea Brasileira (FAB) com o primeiro resgate em combate realizado pela FAB, cujos militares cumpriam uma missão de paz pela Organização das Nações Unidas (ONU), na República do Congo e resgataram tripulantes e missionários prestes a serem capturados por rebeldes fortemente armados. A bordo do Helicóptero H-19, estavam alguns de nossos milhares de heróis, os Tenentes Aviadores
Ércio Braga e Milton Naranjo, e os Sargentos João Martins Capela Junior e Wilibaldo Moreira Santos.
Assim, comemoramos o Dia da Aviação de Asas Rotativas. Desde então, esse ramo da aviação nos auxilia na missão de defender, controlar e integrar o território nacional. Importante também destacar a sinergia entre as três Forças Armadas e suas capacidades de operarem em conjunto em prol da Nação brasileira. As
Asas Rotativas da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, com a Força Aérea Brasileira, contribuem para o avanço na defesa do nosso país.
No caminho da nossa sublime missão, também homenageamos os 65 anos da primeira missão de Inspeção em Voo realizada com aeronave e tripulação da FAB. Dessa forma, todo momento é de constatar a bravura daqueles que nos herdaram essa Força Aérea consciente, engajada e próspe-
ra, que seguimos edificando no presente.
No ar, na selva e no mar, que a ousadia e a coragem do ilustre tempo de outrora prossigam vivaz em cada um de nós. E que o amanhã nos destine muitas vivências de vitórias e fortalecimento da nossa célebre Instituição, para que sigamos sempre prontos para atuar onde o Brasil precisar.
Tenente-Brigadeiro do Ar
Marcelo Kanitz Damasceno
Comandante da Aeronáutica
PALAVRAS DO COMANDANTE
3 Fevereiro - 2024
DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS
Ten JOR Gabrielle Varela
Desde o resgate heroico dos missionários na República do Congo, realizado por militares em missões de paz pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1964, as Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira (FAB) evoluíram bastante. Atualmente, a FAB conta com tecnologia de ponta em suas aeronaves, proporcionando segurança e pronta resposta às demandas da população brasileira.
A tecnologia embarcada nos H-36 Caracal e H-60L Black Hawk, como Forward Looking Infra-Red (FLIR) - sensor de visão frontal infravermelha, Night Vision Goggles (NVG) - óculos de visão noturna, e, ainda, sistemas precisos de navegação, permitem que os tripulantes realizem, além das missões de Busca e Salvamento, Exfiltração e Infiltração Aérea, Transporte Aéreo Logístico, Evacuação Aeromédica e Busca e Salvamento em Combate. Tudo isso
sempre com o binômio no visor: Operacionalidade e Segurança.
A rotina de uma Unidade Operacional de Busca e Salvamento torna-se complexa, tendo em vista a grande variedade de biomas nos quais o Brasil está inserido. As tripulações envolvidas precisam manter-se adestradas em resgates nas áreas de selva, montanha, além de ambientes aquáticos, durante o dia ou a noite. Vale lembrar que a extensa área de responsabilidade do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) compreende uma área aproximada de 22 milhões de km².
O Comandante do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7ª/8ª GAV) – Esquadrão Harpia, Tenente-Coronel Aviador Herhic Rabelo Alves Pereira, descreveu os desafios operacionais de uma Unidade especializada e preparada para atender ao chamado da sociedade.
“A versatilidade do helicóptero traz consigo o desafio de
manter tripulações operacionais e adaptadas a uma gama enorme de missões complexas e com perfis variados. Assim, o treinamento constante é fundamental. O desafio, desta forma, está em conseguir um equilíbrio no cumprimento de missões reais e a formação e manutenção operacional dos tripulantes”, explicou o Comandante.
Para o Tenente-Coronel Aviador Rabelo, um dos pontos fortes dessa aviação é a capacidade de explorar espaços confinados e sem qualquer estrutura. “Essa capacidade se torna imprescindível, principalmente, na nossa gigante Amazônia, onde lugares remotos, lugarejos e aldeias isoladas são unicamente alcançados pelas asas rotativas da FAB. Nelas, o Governo Brasileiro leva tratamento médico, vacinas e alimentação aos milhões de brasileiros isolados, mostrando
o quão importantes eles são no contexto nacional”, completou.
O Comandante do Esquadrão Harpia serviu na unidade logo nos primeiros anos da carreira de Oficial Aviador e agora, como Oficial Superior, está no Comando de um dos principais Esquadrões da Aviação de Asas Rotativas do Brasil e considera este momento ímpar na carreira.
"Esta é uma oportunidade revestida de muita responsabilidade e a consciência de condu-
4 Fevereiro - 2024
VIDA EM PROL
PRECISAM
HÁ 60 ANOS, MILITARES DEDICAM A
DOS QUE MAIS
FOTO: MULLER MARIN/ CECOMSAER FOTO: MULLER MARIN/ CECOMSAER
zir com sabedoria o Esquadrão. Eu escolhi esta aviação devido à operacionalidade dos helicópteros na FAB. Aqui, temos a oportunidade de empregar uma plataforma armada, em missões de resgate em combate, voando com óculos de visão noturna, assim como também podemos salvar vidas em res-
BUSCAS PELO HELICÓPTERO PR-HDB NO LITORAL PAULISTA
O Capitão Aviador Lucas Lobão de Aquino, do Esquadrão Pelicano, atuou na missão de busca ao helicóptero PR-HDB, desaparecido por 12 dias, próximo ao litoral de São Paulo, e contou como foi o preparo da tripulação para atender a essa demanda.
“Cada cenário elenca uma série de peculiaridades que demandam treinamento periódico. Dimensionar para atender toda
gates na terra ou no mar, e levar ajuda à população em momentos de necessidade”, concluiu.
Atualmente, a FAB conta com oito Esquadrões de Asas Rotativas em todo o Brasil: o Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão; o Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de
essa gama de capacitação, com o esforço e tempo disponíveis ao longo do ano, é mais uma batalha com a qual todos estão comprometidos todos os dias do ano”, explanou.
As buscas aos tripulantes e passageiros do PR-HDB, por meio da atuação do Exército Brasileiro (EB), da Força Aérea Brasileira, da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP), da Polícia
Aviação (2º/8º GAV) - Esquadrão Poti; o Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3°/8° GAV) – Esquadrão Puma; o Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5°/8° GAV) – Esquadrão Pantera; o Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV)
– Esquadrão Harpia; o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2°/10° GAV) – Esquadrão Pelicano; o Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1°/11° GAV) – Esquadrão Gavião; o Terceiro Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE 3).
Federal (PF), da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBMESP), tiveram como cenário a Serra do Mar em condições meteorológicas bastante adversas.
O Capitão Aviador Lobão detalhou ainda as condições marginais, as quais a tripulação enfrentou durante as buscas, que, possivelmente, contribuíram para o desaparecimento do helicóptero. Somando-se a isso, a
necessidade de manter-se a baixa altura em relevo montanhoso e encoberto por significativo mau tempo.
“O voo mais eficaz para procurar objetos no relevo deve ser executado a baixas alturas e com velocidades reduzidas. A todo tempo, o objetivo dos Comandantes de Aeronaves é proporcionar a melhor exposição do terreno aos observadores na janela, com vistas a otimizar a chance de sucesso”, afirmou.
5 Fevereiro - 2024
FOTO: MULLER
MARIN/ CECOMSAER
FOTO:
FORÇA AÉREA BRASILEIRA
A SINERGIA ENTRE AS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS NA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS
Ten JOR Johny Lucas
As Forças Armadas Brasileiras têm demonstrado uma sinergia eficiente no uso de aeronaves de asas rotativas (helicópteros). Com a capacidade de decolagem e pouso vertical, essas aeronaves desempenham um papel fundamental em diversas missões militares, incluindo transporte de tropas, resgate e salvamento, apoio logístico e reconhecimento.
A integração entre as Forças acontece por meio da cooperação e do compartilhamento de recursos. As diferentes Forças (Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira) colaboram para garantir que as aeronaves de asas rotativas sejam utilizadas de forma eficiente e estratégica, de acordo com as necessidades de cada situação.
O compartilhamento de
recursos permite maximizar a utilização das aeronaves, evitando duplicação de esforços e garantindo que elas sejam empregadas de forma mais ampla e abrangente. Além disso, a integração também ocorre no compartilhamento de informações e na coordenação de operações conjuntas, o que resulta em um aproveitamento mais eficiente das capacidades desses vetores.
A Marinha do Brasil (MB) emprega helicópteros embarcados em seus navios, fornecendo suporte aéreo em operações navais, além de desempenhar um papel importante em missões de patrulha marítima, resgate e apoio logístico.
O Exército Brasileiro (EB) também utiliza helicópteros em suas operações, especialmente nas áreas de selva e nas fronteiras. Essas aeronaves auxiliam no transporte de tropas,
suprimentos e equipamentos, facilitando a mobilidade das tropas em áreas de difícil acesso.
Já a Força Aérea Brasileira (FAB) utiliza helicópteros em uma variedade de missões, incluindo busca e salvamento, transporte de tropas e suprimentos, evacuação aeromédica (EVAM) e apoio em operações especiais.
A coordenação entre as Forças Armadas é fundamental nessas missões para garantir a segurança e o sucesso das operações. Um exemplo de Operação Conjunta foi a Operação Yanomami. Desde que foram acionadas, as Forças Armadas mobilizaram militares e meios aéreos, como os helicópteros H-60 Black Hawk, HM-2, UH-
15 Super Cougar, HM-4 Jaguar e H-36 Caracal para atuarem na missão de ajuda humanitária. Foram entregues aproximadamente 600 toneladas em alimentos aos indígenas da Terra Indígena Yanomami (TIY). Além do apoio humanitário prestado desde fevereiro de 2023, o Decreto nº 11.575, de 21 de junho de 2023, estabeleceu também a atribuição de combate aos crimes transfronteiriços e ambientais na TIY.
A sinergia entre as Forças Armadas no emprego de aeronaves de asas rotativas fortalece a capacidade de defesa do Brasil, permitindo uma resposta rápida e eficaz em diferentes cenários operacionais. A cooperação entre Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira demonstra a importância do trabalho conjunto e o compromisso das Forças Armadas em proteger e defender o país.
6 Fevereiro - 2024
FOTO: MULLER MARIN/ CECOMSAER FOTO: FORÇA AÉREA BRASILEIRA
GEIV CELEBRA O DIA DA PRIMEIRA
EM 2023, FORAM REALIZADAS MAIS DE 1.200 INSPEÇÕES DE AUXÍLIOS E PROCEDIMENTOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA, GARANTINDO A SEGURANÇA DO TRÁFEGO AÉREO BRASILEIRO
Ten JOR Johny Lucas
A data de 21 de fevereiro marca, desde 1959, a primeira inspeção em voo realizada no Brasil, com tripulação nacional e aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). São 65 anos deste feito histórico, e a unidade da FAB, que deu continuidade à missão, é o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), localizado no Rio de Janeiro e subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
O GEIV é responsável por aferir, medir e analisar a qualidade dos sinais dos
equipamentos de auxílio e homologar procedimentos de tráfego aéreo. O trabalho realizado pelo Grupo é essencial para a qualidade e segurança da navegação aérea e atende aos padrões estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Para cumprir a sua missão, conta com profissionais altamente capacitados e treinados, entre pilotos-inspetores, operadores de sistemas e mecânicos de voo, além de dispor de aeronaves-laboratório equipadas com instrumentos de aferição indispensáveis à inspeção em voo.
“O trabalho do GEIV é primordial para a garantia da segurança e eficácia da navegação aérea de cada voo que cruza o espaço aéreo brasileiro. Hoje, graças à capacitação, dedicação e competência dos integrantes desse Grupo, podemos afirmar que os nossos auxílios e procedimentos de navegação aérea operam em
conformidade com os padrões internacionais”, destaca o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi.
Em 2023, o GEIV realizou mais de 1.100 horas de voo e inspecionou mais de 1.200 auxílios e procedimentos em missões nacionais e internacionais. A verificação visa à segurança de voo das aeronaves, da decolagem até o pouso, principalmente em condições adversas de meteorologia.
O Brasil se encontra em uma posição de destaque mundial no cenário da navegação aérea, reconhecido por executar uma das melhores e mais criteriosas inspeções em voo. Vale ainda pontuar que a tecnologia, aliada ao profissionalismo e à alta qualidade do trabalho executado, é a marca registrada do GEIV, impressa na confiabilidade e precisão dos auxílios à navegação aérea.
“Por meio da inspeção em voo, garante-se a segurança da navegação aérea das milhões de pessoas que utilizam o nosso espaço aéreo. Seja inspecionando um auxílio numa fazenda ou um auxílio num aeródromo
movimentado, o GEIV executa a inspeção em voo não só no Brasil, mas também nos países vizinhos. Por isso, esse é o momento de homenagearmos a todos aqueles que, ao longo de 65 anos, contribuíram para a inspeção em voo e, consequentemente, para a segurança da navegação aérea do nosso País”, afirma o Comandante do GEIV, Tenente-Coronel Aviador Antonio Carlos Marins Pedroso Filho.
HISTÓRIA
A atividade de inspeção em voo no Brasil teve seu início em 1956, após a assinatura do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF). Já no ano de 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de inspeção em voo no País, quando foi adquirido o primeiro avião-laboratório.
A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o objetivo de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação de um equipamento eletrônico usado na navegação aérea.
7 Fevereiro - 2024
FOTOS: DECEA
CABAS: COMO SOBREVIVER APÓS
ACIDENTE AÉREO NA AMAZÔNIA
Ten JOR Myrea Calazans
O que um sobrevivente deve fazer se a aeronave que ele estiver cair no meio da Amazônia? Já se imaginou nessa situação? Os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) e de outras Instituições vivenciam essa experiência no Curso de Adaptação Básica em Ambiente de Selva (CABAS), criado em 1994 e ministrado, anualmente, pelo Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV) - Esquadrão Harpia.
O treinamento abrange práticas, técnicas e táticas de sobrevivência na selva amazônica, com a finalidade de preparar o sobrevivente de um sinistro aéreo a resistir até a chegada do resgate. Tudo isso em meio a um clima quente e úmido e uma enorme biodiversidade de espécies de animais e vegetais, características incomparáveis de um dos patrimônios naturais mais valiosos de toda a
humanidade, a Amazônia.
Embora o curso ocorra no âmbito da Base Aérea de Manaus (BAMN), os alunos são levados a outras Organizações Militares, como o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e o Batalhão de Operações Ribeirinhas, além de outras instituições civis como a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-
-AM) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), intercâmbios que enriquecem o CABAS.
“O objetivo do curso é salvar vidas por meio da divulgação e do reforço de conhecimentos e técnicas consagradas. Sem dúvidas, o militar sairá melhor, mais vibrante e mais capacitado para realizar suas tarefas rotineiras e operacionais. Será capaz de liderar equipes em missões reais, tripulações em situações críticas de operação na selva”, destacou o Coordenador do Curso em 2023/ 2024, Tenente
Aviador Gustavo Henrique de Souza Correa.
Um exemplo de sinistro aéreo aconteceu em 2009, quando um avião C-98 Caravan sofreu uma pane de motor e precisou fazer um pouso forçado em um Igarapé. Os nove sobreviventes, três militares e seis civis, passaram mais de 24 horas na selva até serem localizados e resgatados. E como sobreviver, completamente isolado, no meio da mata? É, justamente, para esse tipo de situação que os tripulantes são adestrados no CABAS. As instruções abordam, ainda, procedimentos
Fevereiro - 2024 8
FOTOS: EQUIPE SAR 7.8 GAV
de emergência em aeronaves, ações imediatas após acidente, transposição em curso de água, geodiversidade de fauna e flora da região da Amazônia, doenças endêmicas e ofidismo (ataque de serpentes), construção de abrigos, obtenção de alimentos, entre outros.
No total, a programação inclui três etapas: instruções prévias, parte prática e exercício de sobrevivência em grupo. Com o intuito de tornar o exercício o mais real possível, a simulação é levada
a sério. Para se ter uma ideia, o primeiro desafio que eles enfrentam é viajar cerca de dez horas em uma balsa da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) com destino à área do acampamento, localizada a 80 km de Manaus. Logo na chegada, os sobreviventes têm um teste de fogo, e esse talvez seja um dos mais importantes, levando em conta que ao anoitecer terão que pernoitar de forma isolada, no meio da floresta.
Para esta etapa, os alunos
recebem alguns itens, como rede de selva, kit de sobrevivência, ração operacional (como é chamado o alimento do kit de sobrevivência), facão, e outros equipamentos básicos e, ainda, precisam construir a sua própria área de acampamento. Lembrando que, para todas as atividades realizadas durante o curso, os tripulantes recebem instruções da equipe de coordenação do 7º/8° GAV.
"O primeiro pernoite é um momento de bastante tensão, porque temos que lembrar de
BUSCA POR RESGATE
Entre as instruções, os alunos ainda aprendem a como sinalizar o local do sinistro aéreo para um eventual resgate, utilizando tanto meios artificiais, como fumígenos e espelhos; quanto naturais, como fumaça das folhas. Para tornar o sinal mais fácil de ser visto do alto, os tripulantes são ensinados a escalar árvores através da técnica da peconha - uma espécie de corda, que pode ser feita com diversos materiais para auxiliar na subida.
Ao contrário do que muitos imaginam, a técnica exige mais jeito do que força. “Apesar de ser um curso bastante técnico, há momentos em que, já cansados mental e fisicamente, somos colocados à prova de maneira mais intensa, como na avaliação de peconha e na travessia do Rio Cuieiras, transportando uma jangada”, pontuou a Capitão Intendente Bárbara.
todos os tópicos importantes passados até ali e tudo em meio a uma área de mata bem fechada, onde é muito fácil se perder, e isso acaba deixando o coração e a mente acelerados. Então, quando somos inseridos na área, há muito que se planejar e, principalmente, executar em pouco tempo. As dificuldades próprias do ambiente, como umidade, densidade da selva e insetos tomam a nossa atenção, sem falar nos procedimentos de segurança, que precisamos executar nos horários determinados. Tudo isso com restrição de alimentos desde o início do treinamento. Dessa forma, posso resumir que são despertados e demandados vários atributos do aluno ao mesmo tempo e, por isso, a atividade individual se torna um aprendizado completo: físico, psicológico e intelectual", ressaltou a aluna destaque da Turma CABAS 2023, Capitão Intendente Bárbara Lacerda Camilo da Silva.
9 Fevereiro - 2024
TRANSFORMAÇÕES CLIMÁTICAS: A ATUAÇÃO DA FAB NO CENÁRIO NACIONAL
Entrevista com o Major-Brigadeiro do Ar David Almeida Alcoforado
Ten REP Marize Torres
Tema urgente para a preservação do planeta, os efeitos das mudanças do clima ocupam cada vez mais as manchetes dos jornais devido a eventos diversos, como enchentes, incêndios florestais, furacões, ondas de calor, secas, entre outros. A Força Aérea Brasileira (FAB), enquanto Instituição que tem como missões a defesa, o controle e a integração do território nacional, tem atuado em diversas frentes, por meio da criação de projetos que contribuem com o desenvolvimento sustentável, através de planos, pesquisas e parcerias estratégicas com outras instituições, além de operações diversas, como a Taquari, de resgate de vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul, e a Yanomami, no combate ao garimpo ilegal em defesa da Amazônia e dos povos indígenas.
Em entrevista com o Ex-Comandante do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR), Organização Militar da FAB cuja área de jurisdição abrange os estados do Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas, o Major-Brigadeiro do Ar David Almeida
Alcoforado respondeu questões diversas pertinentes a esse assunto que envolve a pauta internacional.
1)Major-Brigadeiro do Ar David, em aula magna oferecida pela Universidade do Estado do Amazonas sobre Geopolítica Mundial e Defesa da Amazônia, o senhor ministrou uma palestra sobre tópicos relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Na sua experiência, como o senhor acredita que a FAB pode contribuir com esse tema emergente no planeta?
Na minha visão, a FAB pode atuar e vem atuando em três eixos. O primeiro diz respeito à adequação cada vez maior de suas capacidades, de modo a possibilitar o cumprimento da missão a despeito da ocorrência de eventos extremos, como o aumento da resiliência energética, a readequação do estoque de insumos logísticos, a adequação da capacidade de estocar combustível, água e alimentos, além da implementação de um plano de adequação da infraestrutura necessária às operações, que possa ser dotada de robustez para resistir a eventos extremos numa determinada
região. O segundo eixo diz respeito à contínua melhoria das ferramentas de monitoramento e previsão de intempéries, como a FAB vem realizando com o crescente emprego de satélites de monitoramento, a exemplo do Projeto Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE). O terceiro eixo é a participação proativa no esforço em reduzir as emissões e danos ambientais, como a implantação de parques fotovoltaicos em bases aéreas, que já é uma realidade, a implantação do Plano de Logística Sustentável (PLS), que prevê o uso responsável e descarte adequado de materiais, além de elencar as ações necessárias para o aumento de eficiência energética e consumo de água, entre outras medidas.
2) No ano de 2023, em sinergia com outras Forças, a FAB atuou intensivamente nas ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. O senhor poderia exemplificar outras ações que a Instituição tem cooperado para a defesa dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia?
A própria história da FAB está intrinsecamente relacionada às ações governamentais em prol da integração da Amazônia, a partir do trabalho heroico desenvolvido por integrantes do lendário Correio Aéreo Nacional (CAN), promovendo uma revolução no apoio à região, numa época em que não havia recursos disponíveis ou facilidades na aviação. É importante também salientar as operações da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), uma unidade ímpar da Força Aérea, que já construiu mais de 150 edificações em toda a região. Aeródromos em locais remotos possibilitam que a assistência de toda ordem chegue às comunidades isoladas, além de proporcionar um controle mais efetivo de nossas fronteiras. Um exemplo é a Operação Gota, ativada durante todo o ano, em parceria com o Ministério da Saúde, que tem por objetivo levar assistência de saúde às aldeias e comunidades isoladas espalhadas pela região utilizando os Esquadrões de Asas Rotativas (helicópteros).
10 Fevereiro - 2024
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Em 2012, foi registrada uma das maiores cheias dos rios amazônicos. Naquela época, algumas comunidades ribeirinhas foram tomadas pelas águas, sendo que, em uma delas, o seu único Hospital para atendimento à população foi completamente interditado. A FAB, então, disponibilizou um Hospital de Campanha (HCAMP) montado sobre balsas da COMARA, navegando até as localidades atingidas de forma a suprir o apoio necessário. Em 2023, esta mesma atividade se repetiu, por meio do Exercício de Campanha em Emprego de Logística, Saúde e Intendência Operacional (EXCELSIOR), uma Ação Cívico-Social (ACISO) que possibilitou o atendimento a mais de 800 pessoas e a realização de mais de 1700 procedimentos médicos e exames durante os mais de vinte dias de operação entre montagem da estrutura, navegação e atendimento à população, atendendo às comunidades de Moura e Barcelos, no estado do Amazonas.
3) Eventos extremos têm se intensificado no Brasil em função das alterações climáticas, que estão causando diversos fenômenos, a exemplo das enchentes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. Nessa conjuntura, como a FAB deve se organizar para projetar cenários diversos frente a futuros desafios?
A projeção das capacidades futuras que a FAB precisará para enfrentar os novos cenários mais prováveis é objeto de contínuos
estudos pelo Estado-Maior da Aeronáutica, a partir de uma coordenação realizada pelo Ministério da Defesa (MD) entre as três Forças Armadas, permitindo assim a atualização constante da projeção de emprego da força para cenários futuros de 10, 20 anos ou mais. Nesse sentido, todas as informações disponíveis são anali-
Major-Brigadeiro do Ar
David Almeida Alcoforado
sadas e uma metodologia apropriada é aplicada para projetar tais cenários. A partir deste ponto, a FAB é capaz de estabelecer as suas metas e buscar os recursos necessários para se capacitar por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, sistemas, Táticas, Técnicas e Procedimentos (TTP) utilizando suas unidades operacionais,
Ex-Comandante do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR); ainda como Oficial-General, foi Vice-Diretor do Diretório de Estratégia, Política e Planos do Comando Sul dos Estados Unidos; Comandante da Academia da Força Aérea e Chefe da Subchefia de Planejamento, Orçamento e Gestão do COMPREP. Formado na Academia da Força Aérea em dezembro de 1989,
centros de pesquisa e desenvolvimento ou mesmo efetuando a especificação, seleção e aquisição no mercado de novos sistemas adequados para serem aplicados em tais cenários projetados.
4) Além das ações de âmbito externo, como a FAB pode promover engajamento dos seus militares, particularmente os mais jovens, de modo que eles sigam envolvidos com as questões pertinentes às mudanças futuras e em andamento?
Acredito que as novas gerações já ingressem na FAB com uma mentalidade muito mais focada na redução da pegada ecológica, na utilização de transportes não poluentes e na melhor utilização e descarte de materiais. E a FAB já deu um grande passo nessa direção ao lançar o Plano de Logística Sustentável em 2019, que obriga cada organização a mapear os processos que causam impacto ambiental e a estabelecer metas específicas de eficiência na gestão envolvida nesses processos.
operacional na Aviação de Caça, concluiu o mestrado em Engenharia de Produção, com ênfase em Pesquisa Operacional pela UFRJ – COPPE (Programa de Engenharia de Produção), possui MBA em gestão estratégica pelo IBMEC e especialização em Telecomunicações (Lato Sensu) pela Universidade Gama Filho. Atualmente, exerce o cargo de Vice-Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
11 Fevereiro - 2024
Ten JOR Gabrielle Varela
O Dia Mundial da Paz, comemorado em 23 de fevereiro, enfatiza a paz entre as nações e as pessoas, a partir do respeito recíproco. A pacificação social envolve respeito aos direitos e deveres ordenados nos sistemas jurídicos de cada país e entre eles celebrados. A defesa da paz também abrange a compreensão dos princípios fundamentais de cada Estado, bem como da composição harmônica dos interesses.
Diante dessa comemoração e incentivo para promover a paz e a busca de dignidade aos povos, a Força Aérea Brasileira (FAB) participa ativamente dessas missões, cujos militares são voluntários e indicados para atenderem da melhor forma cada população. O processo de voluntariado, seleção e capacitação para participação em Missões de Paz da ONU constitui uma longa jornada.
“Ao atingir o último nível de preparação, ponto que antecede o desdobramento no terreno, o Oficial tem a certeza de que está
CELEBRANDO A PAZ MUNDIAL:
CONHEÇA OS MILITARES QUE PARTICIPARÃO DE MISSÕES DE PAZ DA ONU EM
2024.
pronto para exercer funções de Observador Militar ou de Estado-Maior. No entanto, ainda que os Estágios Preparatórios sejam completos, a expectativa é aplicar a teoria na prática, deixando de lado o ambiente controlado e passando a operar em um ambiente hostil que requer disciplina, confiança e coragem”, como contou o Tenente-Coronel André Cardoso Moura, que vai servir na Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA), a partir de 29 de fevereiro.
O Tenente-Coronel Moura explicou ainda que para a Força Aérea Brasileira, colocar à disposição da ONU militares brasileiros, bem treinados e capazes de conduzir exemplarmente suas atribuições, significa projetar a capacidade profissional, intelectual e moral do brasileiro. “É uma oportunidade honrar o legado dos veteranos, que atuaram há quase sete décadas em apoio à operação de paz da ONU no Canal de Suez, e garantir que as ações adotadas vão ao encontro
“É uma oportunidade honrar o legado dos veteranos, que atuaram há quase sete décadas em apoio à operação de paz da ONU no Canal de Suez, e garantir que as ações adotadas vão ao encontro das diretrizes apresentados pelo Comando da Aeronáutica, tendo como exemplo a Cooperação Internacional”
Tenente-Coronel André Cardoso Moura
das diretrizes apresentados pelo Comando da Aeronáutica, tendo como exemplo a Cooperação
Internacional”, declarou. A Major Dentista Letícia Lese Monteiro também vive algo semelhante. Há
12 Fevereiro - 2024
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
quase um ano na Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), a militar contou qual é o sentimento por representar a FAB e o Brasil no exterior. “É uma experiência única e transformadora. Uma oportunidade ímpar de trabalhar em um ambiente internacional, com militares, civis e policiais de diversos países, possibilitando um intercâmbio cultural diário”, destacou.
Em missões dessa natureza, é possível colher relevantes reflexões e lições de vida, como é o caso da Major Dentista Letícia, que detalha: “somente quando deixamos nossa zona de conforto, podemos crescer pessoal e profissionalmente. Como seres humanos, procuramos a estabilidade o tempo todo. Somente quando saímos da nossa 'bolha' é que podemos ampliar nossos horizontes e amadurecer pessoal e profissionalmente”, explicou.
“É uma experiência única e transformadora. Uma oportunidade ímpar de trabalhar em um ambiente internacional, com militares, civis e policiais de diversos países, possibilitando um intercâmbio cultural diário”
Major Dentista Letícia Lese Monteiro
conforta, é ter a certeza da nobreza da missão, além da fé nos preceitos que defendemos”, expressou o Tenente-Coronel Aviador Moura. Em complemento, a Major Dentista Letícia finalizou: “o maior desafio pessoal é estar longe de familiares e viver em um ambiente hostil e cheio de restrições. Profissionalmente, o desafio está em realizar tarefas diferentes da área de formação acadêmica em outro idioma e conseguir contribuir efetivamente na proteção de civis num País em conflito”.
DESAFIOS
Sair do conforto do lar, da cidade, ou do país que se reside nem sempre é uma tarefa fácil. Especialmente quando não é possível ter a companhia de seus familiares. Esse é o caso desses dois Oficiais. Contudo, a oportunidade de ajudar e oferecer o seu tempo, capacidade e qualificações para os que mais precisam, acaba por equilibrar a balança da saudade, muito pela gratidão que a missão propicia.
“Certamente, deixar de lado o seu bem mais valioso, que é a família, é uma situação muito sensível. Mas, o que nos
13 Fevereiro - 2024
FOTO: ARQUIVO
FOTO: ARQUIVO
PESSOAL
PESSOAL
FAZENDA DA AERONÁUTICA DE PIRASSUNUNGA: HÁ 75 ANOS
AGREGANDO VALOR À
FAB
E À COMUNIDADE CIVIL
Ten JOR Myrea Calazans
Criações de gado e suínos; cultivo de milho, grão, soja, feno e silagem; e fabricação de cerca de 15 rações. Esses são apenas alguns dos inúmeros itens produzidos pela Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga (FAYS), que, há 75 anos, agrega valor não apenas à comunidade aeronáutica, mas também à civil.
Sediada em Pirassununga (SP), a Organização Militar se destaca como um importante Centro de Produção da Força Aérea Brasileira (FAB), contendo aproximadamente 6.502 hectares de área total pertencente a Guarnição de Aeronáutica de Pirassununga (GUARNAE-YS).
Subordinada dire-
tamente ao Comando da Academia da Força Aérea (AFA), a Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga tem como atribuições ocupar produtivamente as áreas sob sua responsabilidade com atividades agroindustriais, por exemplo; suprir as organizações militares do Quarto Comando Aéreo Regional (IV COMAR), com gêneros de sua produção e/ou bene-
ficiamento; comercializar o excedente da produção; gerenciar e executar todo o processo de montagem das rações operacionais para o COMAER.
“Como o seu próprio lema afirma que 'o tempo rege as ações', a FAYS, em sua longa jornada, demonstrou sua importância na FAB, pois buscou uma constante modernização e um aperfeiçoamento de
suas atividades agroindustriais e, hoje, pode ser considerada uma OM de relevância, atuando na produção e comercialização de itens de qualidade comprovada, tais como o iogurte, produzido com leite de primeiríssima qualidade e, ainda, a cachaça FAYSCA, considerada um símbolo que representa a Fazenda e a FAB em muitos lugares”, pontuou o Diretor da Fazenda da Aeronáutica, Coronel Intendente Wellington Marcelo Fernandes.
Composto por oficiais do Quadro de Intendência, Engenheiros Agrônomos, Zootecnista, Nutricionistas, Veterinários e profissionais ligados diretamente à cadeia produtiva, o efetivo da FAYS atua nas mais diversas produções da OM.
14 Fevereiro - 2024
FOTO: FORÇA AÉREA BRASILEIRA
PRODUÇÃO VEGETAL
São produzidas as culturas de milho, grão, soja, sorgo, silagem e feno. Após a colheita, o material é retirado do campo e transferido para as demais Seções da cadeia produtiva, em forma de produto final (feno e silagem) ou como insumos para produção de ração (milho, grão e soja).
PRODUÇÃO ANIMAL
Atualmente, na bovinocultura de leite, a FAYS possui um plantel de 290 animais, sendo que 98 desses estão na fase de lactação, produzindo, diariamente, por volta de 2.200 litros de leite cru. Já na suinocultura, temos hoje, em média, 1.400 animais (suínos). Já na bovinocultura de corte, a FAYS possui 60 animais (bovinos).
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Laticínios - A Fazenda da Aeronáutica possui um Complexo Leiteiro com uma moderna indústria de transformação. Como resultado dessa área, estão os consagrados produtos ACANTUS: diferentes tipos de queijo, iogurtes, sorvetes e doce de leite, todos feitos com a utilização direta do leite tipo A, que garante elevada qualidade nutricional e microbiológica.
Carnes - Dos derivados de bovinos e suínos, são produzidos itens in natura e produtos embutidos e defumados, como linguiça, pernil, panceta, costelinha, lombo, filé mignon suíno, picanha suína, toucinho, bisteca, miúdos, alcatra, fraldinha, e demais carnes, além de cortes nobres de Angus, como short ribe, ancho, prime ribe e t- bone.
Cachaça - Com o intuito de manter as tradições das terras herdadas pela FAB, no ano de 1983, a FAYS tornou-se produtora de cachaça, que foi batizada com o nome FAYSCA. Considerado um item institucional e de importância representativa, essa bebida titpicamente brasileira é produzida em alambique próprio, de forma artesanal, e armazenada em barris de Amburama, Jequitibá e Carvalho.
Vale ressaltar, ainda, que toda a matéria-prima de produtos fabricados na FAYS passam por um controle de qualidade instalado no laboratório do laticínio e
são inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, o que permite que os produtos do laticínio sejam distribuídos.
15 Fevereiro - 2024
PASSAGEM DE COMANDO
CLBI 01/02
Passagem de Direção do Centro de Lançamentos de Barreira do Inferno (CLBI), do Coronel Aviador Erivando Pereira Souza ao Coronel Aviador Christiano Pereira Haag
02/02
Passagem de Comando do Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR), do Major-Brigadeiro José Madureira Junior ao Major-Brigadeiro Rodrigo Fernandes Santos
COPAC 02/02
Passagem de Direção da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), do Major-Brigadeiro do Ar Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues ao Major-Brigadeiro do Ar Mauro Bellintani
HFAG 05/02
Passagem de Comando do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), da Major-Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins ao Coronel Médico Marcelo Sávio da Silva Martins
IAOp 06/02
Passagem de Direção do Instituto de Aplicações Operacionais (IAOp), do Coronel Aviador Leonardo Honorio Macêdo ao Coronel Aviador Daniel Ferreira Manso
HCA 06/02
Passagem de Direção do Hospital Central da Aeronáutica (HCA), da Coronel Médica Ericka Rabello Galhardi ao Coronel Médico Alexandre de Araújo Melo
CINDACTA I 07/02
Passagem de Comando do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), do Coronel Aviador Dan Marshal Freitas ao Coronel Aviador Leonardo Machado Guimarães
Passagem de Comando do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), do Major Brigadeiro de Ar Marcelo Fornasiari Rivero ao Major-Brigadeiro do Ar Vincent Dang
Passagem de Direção do Grupo de Saúde de Natal (GSAU-NT), do Tenente-Coronel Médico Marcelo de Andrade Sousa ao Coronel Médico Paulo de Tarso de Almeida
BANT
09/02
Passagem de Comando da Base Aérea de Natal (BANT), do Brigadeiro do Ar Éric Cézzane Cólen Guedes ao Coronel Aviador Ricardo Guerra Rezende
II COMAR
19/02
Passagem de Comando do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), do Major-Brigadeiro João Campos Ferreira Filho ao Major-Brigadeiro Valdir Eduardo Tuckumantel Codinhoto
Passagem de Direção da Base de Recepção de Veteranos (BREVET), da Coronel Intendente Elaine Plaza Montenegro a Coronel Intendente Gláucia Maria Gomes da Costa de Oliveira
Passagem de Comando da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), do Brigadeiro do Ar Antonio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues ao Coronel Aviador Joelson Rodrigues de Carvalho
Passagem de Comando da Escola Superior de Defesa (ESD), do Major-Brigadeiro do Ar Valdir Eduardo Tuckumantel Codinhoto a MajorBrigadeiro Médica Carla Lyrio Martins
Passagem de Chefia da Subchefia de Preparo de Operações Aéreas (SPOA), do Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer ao Brigadeiro do Ar Francisco Bento Antunes Neto
Passagem de Chefia do Centro de Operações Espaciais (COPE), do Brigadeiro do Ar Rodrigo Alvim de Oliveira ao Brigadeiro do Ar Éric Cézzane Cólen Guedes
Passagem de Chefia do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA), do Brigadeiro do Ar Francisco Bento Antunes Neto ao Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer
Passagem de Comando do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR), do Major-Brigadeiro do Ar David Almeida Alcoforado ao Major-Brigadeiro do Ar Ramiro Kirsch Pinheiro
16 Fevereiro - 2024
III COMAR
V COMAR 07/02
GSAU-NT
07/02
21/02
BREVET
21/02
EEAR
ESD 23/02
SPOA 26/02
COPE 27/02
CCOA 27/02
VII COMAR 28/02
ENTRETENIMENTO 17 Fevereiro - 2024